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Vulcanologia: Açores: As ilhas do arquipélago dos Açores emergem da chamada plataforma dos Açores , uma estrutura elevada em relação aos fundos marinhos circundantes. A grande atividade sísmica e vulcânica dos açores relaciona-se com o contexto geológico em que se localizam. Os Açores estão em cima de falhas ativas e 10 dos seus vulcões estão atualmente ativos. O arquipélago da Madeira também é de origem vulcânica, admitindo se que as ultimas erupções se verificaram há cerca de 1,7milhões de anos. Em Portugal continental existem rochas vulcânicas no Alentejo, Estremadura e Algarve que testemunham erupções vulcânicas do passado. Dinamismo eruptivo: Lava extrusão de materiais no estado de fusão ígnea. Vulcanismo do tipo central : Forma-se uma conduta tubular, chamada chaminé vulcânica, por onde ascendem os materiais até à superfície.

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Vulcanologia:Açores:

As ilhas do arquipélago dos Açores emergem da chamada plataforma dos Açores, uma estrutura elevada em relação aos fundos marinhos circundantes. A grande atividade sísmica e vulcânica dos açores relaciona-se com o contexto geológico em que se localizam.

Os Açores estão em cima de falhas ativas e 10 dos seus vulcões estão atualmente ativos.

O arquipélago da Madeira também é de origem vulcânica, admitindo se que as ultimas erupções se verificaram há cerca de 1,7milhões de anos.

Em Portugal continental existem rochas vulcânicas no Alentejo, Estremadura e Algarve que testemunham erupções vulcânicas do passado.

Dinamismo eruptivo:

Lava – extrusão de materiais no estado de fusão ígnea.

Vulcanismo do tipo central:

Forma-se uma conduta tubular, chamada chaminé vulcânica, por onde ascendem os materiais até à superfície.

O magma pode formar se a profundidades que oscilam entre os 70km e cerca de 200km, devido à fusão parcial das rochas.

Câmaras magmáticas - Devido às elevadas temperaturas o magma tornas e menos denso que as rochas e sobe, acumulando se em espaços no interior da crusta.

Rochas encaixantes – rochas da crusta pelas quais as câmaras magmáticas são delimitadas, e sobre as quais o magma exerce influencia devido à alta temperatura a que se encontra.

Quando há um aumento de pressão na câmara magmática, que pode ser provocado pela chegada de magma proveniente de reservatórios mais profundos, a subida de pressão pode provocar a fratura do teto da câmara ou aumentar as já existentes. O magma experimenta então uma descompressão, os gases dissolvidos tornam se menos solúveis formando bolhas que favorecem a ascensão e o magma é forçado a subir através de fendas para câmaras magmáticas mais superficiais e posteriormente até a superfície pela chaminé.

Cone principal – acumulação dos materiais expelidos na superfície.

A parte superior da chaminé termina muitas vezes, numa depressão afunilada no topo do cone vulcânico, chamada cratera, por onde os materiais são ejetados. As crateras têm dimensões até 1,5km e devem se às explosões ou ao colapso dos materiais.

Crateras adventícias – fendas que se abrem nos flancos do cone principal, pelas quais é frequente haver emissões de gases.

Cones secundários – são formados pelos materiais expelidos pelas crateras adventícias.

Em determinadas situações podem se formar caldeiras no topo dos vulcões. Estas têm geralmente uma forma circular, paredes íngremes e geralmente quilómetros de diâmetro. As caldeiras de subsidência formam se devido ao afundamento da parte central do vulcão, após fortes erupções, em que grande quantidade de materiais é expelida, ficando um vazio na câmara magmática. A existência de fraturas circulares e o peso das camadas superiores provocam o colapso do teto da câmara, o que ocasiona o seu afundamento no entanto há caldeiras com outras origens, como por exemplo, grandes explosões.

É frequente que após as erupções vulcânicas, quando por vezes os vulcões deixam de estar em atividade, que as crateras ou as caldeiras se encham de águas das chuvas, formando lagoas.

Vulcanismo fissural:

Quando a lava é expulsa através de fendas alongadas, que, por vezes, atingem vários quilómetros de comprimento. Estas erupções estão caracteristicamente associadas a magmas basálticos, por serem na sua maioria erupções submersas. Quando ocorrem em continentes, a lava espalha se formando mantos basálticos com enormes extensões.

Os mais extensos sistemas de erupções são no fundo dos oceanos, ao nível das dorsais, onde existem fissuras por onde são expelidas

grandes quantidades de magma que formam os fundos oceânicos.

O

magma é formado por uma mistura de silicatos fundidos, por cristais em suspensão e por diversos gases (substâncias voláteis).

Os fluidos muito viscosos fluem dificilmente e os fluidos pouco viscosos movimentam se rápida e facilmente.

Mais sílica = mais viscosidade

Lavas básicas Lavas básicas – têm composição semelhante à do basalto, possuem baixa

viscosidade e temperaturas que oscilam entre os 1100º C e os 1200ºC. Representam cerca de 80% das lavas expelidas por vulcões, movem se facilmente e percorrem grandes distâncias. A fração volátil, alem de ser relativamente reduzida, liberta se facilmente. As erupções correspondentes a este tipo de lava são predominantemente

efusivas, formando por isso escoadas de lava.

Materiais expelidos nas erupções: - Lava (ácida, básica ou intermédia);

- Piroclastos de queda (cinzas, lapili, bombas, blocos);- Piroclastos de fluxo (nuvem ardente);- Gases (HCl, H2, N2, CO2, CO, SO2, CH4).

A natureza da lava depende da quantidade de sílica, da quantidade de gases e da temperatura a que se encontra.

Tipos de solidificação em lavas fluidas: Lavas encordoadas ou pahoehoe: lavas muito fluidas, que se deslocam

a grande velocidade. Quando solidificam, ficam com uma superfície lisa, fazendo lembrar cordas.

Lavas escoriáceas ou aa: lavas menos fluidas, deslocam-se a menor velocidade. Apresentam superfície áspera e fissurada, devido à saída mais brusca de gases, tornam se extremamente rugosas, irregulares e formadas por fragmentos porosos.

Pillow-Lavas - formam-se associadas ao vulcanismo submarino. O arrefecimento é rápido, formando-se massas arredondadas de lava com a superfície ligeiramente vitrificada.

Túneis de lavas – acontece por vezes, que a crosta da escoada lávica solidifica, constituindo uma estrutura em arco por debaixo da qual a lava fluida pode avançar, deixando um túnel oco. No teto podem formar-se estalactites basálticas.

Tubo de órgão – a contração das rochas basálticas durante o arrefecimento pode ocasionar o aparecimento de fendas de retração, designadas por diáclases. Em certas condições, essas diáclases determinam um conjunto de estruturas prismáticas regulares conhecidas por ”tubos de órgão”.

Lavas ácidas

Apresentam temperaturas compreendidas entre os 800ºC e os 1000ºC, são muito viscosas, solidificam dentro da própria cratera ou próximo dela.

Os gases têm grande dificuldade em libertar-se, adquirindo grandes pressões de voláteis que provocam erupções extremamente violentas.

A violência dessas explosões pode originar a destruição parcial ou total do aparelho vulcânico e pulverizar a lava, formando materiais sólidos, os piroclastos .

Formação de uma caldeira: esvaziamento total ou parcial das paredes do aparelho vulcânico, o que lhe confere instabilidade. A parte central acaba por abater e forma-se uma estrutura mais ou menos arredondada com rebordos abruptos.

Tipos de atividade vulcânica: O tipo de erupção depende sobre tudo do tipo de magma.

Atividade explosiva: Ocorrem violentas explosões, emitindo essencialmente produtos sólidos e gases.

Os vulcões têm bases estreitas e cones muito altos.

As lavas são muito viscosas, fluem com dificuldade e impedem a libertação de gases.

A lava não chega por vezes a derramar, constituindo estruturas arredondadas chamadas de domas ou cúpulas, dentro da própria cratera.

Agulhas vulcânicas – quando a lava solidifica mesmo dentro da chaminé vulcânica.

A lava é projetada sob a forma de piroclastos de pequenas dimensões, que juntamente com os penachos e as nuvens de gases formam a coluna eruptiva.

Piroclastos de queda – piroclastos formados durante erupções explosivas em que os fragmentos sólidos são ejetados e depois caem devido ao próprio peso.

Piroclastos de fluxo – piroclastos que se movimentam ao longo das vertentes envolvidos em água ou gases.

Atividade efusiva – dá-se a extrusão de escoadas lávicas abundantes, que por vezes cobrem grandes superfícies.

Materiais expelidos: Bombas (mais de 64mm); Lapili (2 a 64mm); Cinzas (menos de 2mm).

Nuvens ardentes – massas de gases e piroclastos, a elevadíssimas temperaturas, que se deslocam pelas encostas durante erupções vulcânicas.

Atividade efusiva:O magma é fluido, logo a libertação de gases é fácil e a erupção é calma com derramamento de lava a elevadíssimas temperaturas.

Mantos de lava – grandes superfícies de lava que se originam quando a erupção se verifica em zonas mais ou menos planas e a lava é muito fluida.

Correntes de lava – grandes escoadas de lava muito fluida que se movem como “rios” quando os terrenos apresentam declive.

Cones baixos, e característicos do vulcanismo do fundo dos oceanos.

Muitas erupções assumem aspetos mistos entre os descritos, observando se fases explosivas que alternam com fases efusivas, com predomínio de uma ou de outra, conforma os casos.

A atividade vulcânica pode provocar alterações climáticas a nível mundial, pois a libertação de CO2 aumenta a variação do efeito de estufa.

Põe se mesmo a hipótese de que as alterações climáticas provocadas pela atividade vulcânica possam ter provocado as extinções em massa documentadas no registo geológico.

Fatores que contribuem para o aumento de CO2: Incêndios florestais; Atividade vulcânica; Poluição feita pelo Homem.

Fenómenos de vulcanismo secundário ou residual: Fumarolas (emissão de gases):

- Sulfatares – há abundância de H2S- Mofetas – há abundância de CO2

Géisers; Fontes de águas termais ou nascentes termais.

Vulcanismo associado a riftes – 15% - vulcões efusivosVulcanismo associado a zonas de subducção - 80% - vulcões explosivos

A atividade vulcânica coincide essencialmente com fronteiras de placas.

O tipo de atividade vulcânica depende do contexto tectónico.

A maioria dos fenómenos vulcânicos são subaquáticos e por isso nós não nos apercebemos da sua ocorrência.

Apesar de as ilhas do Havai serem formadas por basalto (rocha negra), tem areia branca e água transparente devido à desintegração de corais (calcário) dessa zona.

Fronteiras divergentes das placas litosféricas (riftes – 15%) - existe ma grande atividade vulcânica efusiva no eixo das dorsais oceânicas embora não se tornem visíveis devido a profundidade dos fundos oceânicos.

Exemplos:- Islândia;- Açores.

Fronteiras convergentes das placas litosféricas (zonas de subducção – 80%) – os vulcões explosivos distribuem se junto das zonas de subducção formando alinhamentos paralelos às fossas que acompanham as principais placas que constituem a bacia do pacífico.

Vulcões intraplacas – atividade vulcânica existente no interior das placas litosféricas, associados a hot-spots, efusivo, 5% a nível mundial.

Pontos quentes ou Hot-Spots – centros de atividade vulcânica efusiva frequente fixos nas placas. São alimentados por plumas térmicas.

Plumas térmicas - são colunas de material magmático quente e pouco denso que atravessam o manto desde a sua base até à litosfera.

Menor profundidade menor pressão

Erupções Efusivas Erupções Explosivas Erupções Mistas- Lavas fluidas - Lavas viscosas - Alternância- Libertação fácil de gases - Libertação difícil de

gases- Cone relativamente alto

- Formam-se escoadas - Não se formam

escoadas- Cone pequeno - Cone grande- Não há piroclastos - Há piroclastos- Erupções calmas - Erupções violentas

- Formação de Domas- Formação de agulhas- Formação de nuvens ardentes

Principais zonas vulcânicas a nível mundial: - Anel de Fogo (Krakatoa e Pinatubo)- Faixa Mediterrânica (Stromboli, Etna, Vesúvio)- Crista Média do Atlântico (Capelinhos, Fogo, Islândia)

A mais de 30km as câmaras magmáticas são consideradas profundas.

Através de anomalias físicas e químicas é possível detetar fenómenos precursores de vulcanismo como:

Temperatura; Densidade; Deformação do cone; Alteração na composição química dos gases libertados.Devem se fazer mapas de zonas de risco para todos os vulcões potencialmente

ativos.

Vulcanismo, fonte de recursos naturais:

Em regiões de vulcanismo extinto: Utilização agrícola dos solos, que são muito férteis devido à deposição de

cinzas vulcânicas; Explorações de vários produtos mineiros, como enxofre, cobre, ferro, platina

e diamantes. Interesse turístico, atraindo todos os anos centenas de milhar de visitantes,

como acontece com o Etna, o Vesúvio, o Hawai, a Islândia e os açores. Aproveitamento da energia geotérmica.

Em regiões de vulcanismo ativo: Aquecimento de habitações, piscinas ou estufas. Na Islândia 80% dos

habitantes beneficiam deste tipo de aquecimento. Produção de energia elétrica – o vapor de água é captado sob pressão e

conduzido a uma central elétrica onde aciona as turbinas.

Autor: resumos.net