viver + n.º 2
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Revista Santa Casa da Misericórdia de PalmelaTRANSCRIPT
Centro de Medicina Física e de Reabilitação é valência de qualidade e eficiência
UNIVERSO SCMP 〉
Págs. 8 e 9
Santa Casa reafirma compromissos solidários em dia de celebração
484.º ANIVERSÁRIO 〉
Págs. 4, 5 e 6
ESTADO CLASSIFICAIGREJA DA MISERICÓRDIACOMO PATRIMÓNIO «NOTÁVEL»DE INTERESSE PÚBLICO
Os trabalhos do Director Delegado da Misericórdia
ENTREVISTA 〉
Pág. 10
MONUMENTO 〉
Pág. 2
Nº 2 Jan. | Fev. | Mar. 2013SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PALMELA
Rua da Saboaria, 50-A | 2950-274 Palmela | PortugalTel./Fax: 212 331 571 | Tlm.: 917 277 860
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a Servi-lo
IgrEjA da Misericórdia de PalMela é MoNuMENto de INtErEssE PúbLIcoA Igreja da Misericórdia de Palmela, património da Santa Casa da Mise-
ricórdia de Palmela, é desde o passado dia 24 de Dezembro de 2012, com a publicação em Diário da República, na Portaria n.º 740-AV/2012, monumento de interesse público.Este merecido e honroso reconhecimento nacional reveste-se de importân-cia acrescida, não só para a Santa Casa, como também para o concelho de Palmela.Refira-se que a Mesa Administrativa da Misericórdia havia apresentado a candidatura a esta classificação há cerca de cinco anos. Após as devidas certificações técnicas, a decisão foi assinada pelo Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, em 12 de Dezembro de 2012.Na referida Portaria pode ler-se que: “A Igreja da Misericórdia de Palmela é o símbolo edificado de uma poderosa confraria, a Irmandade da Misericór-dia, fundada na vila em 1529. Nos primeiros anos, a irmandade instalou-se nos espaços da ermida e do hospital do Espírito Santo, começando de ime-diato a erigir uma sede própria, que incluía a igreja e o hospital. As obras de classificação perduraram até 1566.O templo foi construído de acordo com a tipologia-padrão das igrejas da Mi-sericórdia edificadas nos séculos XVI e XVII. De linhas arquitectónicas aus-teras, com nave única, a tradicional cabeceira sobre-elevada das igre-jas desta irmandade e o portal classicista, é no programa decorativo interior que se traduz a riqueza e o poder da irmandade. Composto por azulejos policro-mos de manufactura anterior a 1640, pai-néis azulejares brancos e azuis do início do século XVIII e altares-urna de talha dourada em Estilo Nacional, este conjunto de elementos transforma a estrutura depurada num espaço de aparato».È igualmente referido que a classificação da Igreja da Misericórdia de Pal-mela “reflecte interesse como testemunho simbólico e religioso, testemu-nho notável de vivências e factos históricos”. Recorde-se que a Igreja da Misericórdia de Palmela pode ser visitada na Praça Duque de Palmela, 130, na Freguesia de Palmela.
D iariamente em de todos os quadrantes, somos bombardeados por notícias de um mundo em constante mudança. Na realidade, o
individualismo, a desagregação familiar, o ritmo de vida faz com que o conceito de família seja cada vez mais difuso. Esta realidade, vai ter que nos levar “a mudar de vida”. A crise instalada, não é só económica, é tam-bém social e de identidade, e está a causar danos, alguns irreparáveis, em todos os sectores sociais, mas com efeitos mais profundos nos mais des-favorecidos, da sociedade, estando a enfrentar uma das maiores crises de que há memoria.Sabemos que a crise é sempre uma oportunidade, para crescer e vencer desafios, através da união de esforços, sensibilização para que cada um de nós e as instituições em geral exerçam a sua responsabilidade social.É tempo de unir esforços, despertar consciências, para o dever cívico e de cidadania, cuidar e tratar dos que mais necessitam, sempre com um grito de alma presente, como sempre esta Santa Casa o tem feito ao longo dos seus já 484 anos de existência.Os tempos não são fáceis, mas nunca foram e a Misericórdia de Palmela, sempre cumpriu com o seu lema “Ajudar os mais necessitados” e dar “Abrigo aos desprotegidos”, mesmo que com muita dificuldade e lutando contra muitas contrariedades.Não existem soluções técnicas, para problemas éticos, não pode haver solidariedade social sem solidariedade familiar, e cada vez vivemos mais num mundo individualista, numa crise de valores, principalmente a falta de respeito pela pessoa humana.É tempo de parar com este atropelo, aos mais elementares direitos de pessoa humana. Cabe a todos, cada um por si, dar o seu contributo, por menor que possa ser para dignificar aqueles que se esforçaram ao longo das suas vidas, para dar forma às gerações futuras. Neste sentido, é por tudo isso que quero deixar aqui um apelo à sociedade civil para dar o seu contributo e unir esforços em torno da Misericórdia de Palmela de modo a que seja possível continuar a prestar um serviço de qualidade aos nosso idosos e cidadãos em geral que recorrem diariamente aos nossos serviçosHoje, mais que nunca, o dever convoca-nos a unir vontades e esforços em protecção dos mais vulneráveis da sociedade, não permitindo que a palavra “crise” seja sinónimo de esquecimento e abandono.
O papel da Misericórdia nO cOncelhO de palMela eM teMpO de crise ecOnóMica
JOSé SilveStRe FeRnanDeSVice-provedor da SCMP
2 Jan. | Fev. | Mar. 2013
EDITORIAL 〉 pATRImónIO scmp 〉
Propriedade e editor santa casa da Misericórdia de palmela, Av. Rainha D. Leonor, AP 69, 2950-208 Palmela, Tels. 212 352 450 / 212 330 995, Fax. 212 330 995, E-mail [email protected] Francisco cardoso i edição e redacção corrente Media, lda., edições e publicações, Sesimbra, Tel. 212 234 100, E-mail [email protected] i design e Paginação Jorge FerreiraFotografia andré roque (www.andre-roque.com) e santa casa da Misericórdia de palmela i Periodicidade trimestral i Tiragem 1000 ex. i impressão Grafitime, Impressão e Artes Gráficasdistribuição santa casa da Misericórdia de palmela i Nota Isenta de Registo na ERC ao abrigo do Dec. Regulamentar 8/99 de 9/06 - Art.º 12, N.º 1 A
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inStituiçãO eM FesTa reaFirMa COMpROMiSSO SOliDáRiO
Responsáveis da autarquia cumpriram tradição
As ofertas do Grupo de Amigos de Palmela...
Aniversário celebrou trabalho social
Dezena de misericórdias irmãs representadasNa comemoração dos 482 anos da Santa Casa de Palmela estiveram representadas as seguintes misericórdias: Alhos Vedros, Almada, Borba, Grândola, Óbidos, Seixal, Sines, Setúbal, Vila Nova da Barquinha e Vimieiro.
Ana Birrento (à direita) elogiou instituição
Irmãos de Borba, Sines e Grândola...
... Almada e Alhos Vedros em confraternização
Misericórdia do Seixal também esteve presente
SCM Óbidos presenteou irmã de Palmela
Aniversário reuniu uma centena de convidados
A utente Angelina Ferreira soprou as velas do tradicional bolo de aniversário e libertou efusivos aplausos
do Grupo Coral Ausentes do Alentejo...
Coro da Santa Casa animou almoço-convívio
e uma camisola do Palmelense Futebol Clube
[484.º Aniversário dA sAntA CAsA dA MiseriCórdiA de PAlMelA]
As 14 obrAs dE MIsErIcórdIA
Corporais:• Dar de comer a quem tem fome; • Dar de beber a quem tem sede; • Vestir os nus;• Acolher os errantes;• Visitar os doentes;• Remir os cativos;• Sepultar os mortos.
Espirituais:• Dar bom conselho a quem pede; • Ensinar os ignorantes; • Corrigir os que erram; • Consolar os que estão tristes; • Perdoar as injúrias;• Suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo; • Rogar a Deus pelos vivos e pelos defuntos.
O s 484 anos de dedicação diária da Santa Casa da Misericórdia de Palme-
la foram assinalados no dia 9 de Março. No Lar de S. Pedro, a celebração da efeméride reuniu mais de uma centena de amigos e ilustres convidados num dia em que foi rea-firmada a missão solidária instituição.Os anúncios proferidos pelo Provedor Fran-cisco Cardoso de uma parceria de apoio ins-titucional à atleta paralímpica palmelense Simone Fragoso (ver página 6) e de uma caminhada solidária foram duas notas de destaque no âmbito do dia festivo que assi-nalou o 484.º aniversário da Santa Casa de Palmela, este ano sob o signo das “14 Obras das Misericórdias”.Um “Moscatel de Boas-Vindas” servido na biblioteca do lar marcou a recepção aos muitos convidados que, mais uma vez, não dispensaram a sua presença na celebração do aniversário da Santa Casa. Degustados alguns dos precisos néctares produzidos no concelho, os quais a nossa instituição tem sabido honrar com a sua continuada promo-ção, o Provedor da Misericórdia de Palmela saudou os presentes e, tal como tem sido a
tradição, anunciou, desde logo, um compro-misso a assumir pela Santa Casa. «Vamos celebrar a breve prazo um protocolo de apoio à nossa atleta paralímpica Simone Fragoso, que tão bem tem representado o concelho e que visa a sua preparação durante o ciclo olímpico que culminará em 2016, nos Jogos do Brasil», começou por revelar Francisco Cardoso, que ouviu logo de seguida os agra-decimentos da atleta. «Tem sido uma luta conseguir este tipo de apoios. Agradeço ao Provedor e à Misericórdia de Palmela este apoio fundamental que me permitirá dar continuidade ao meu trabalho», elogiou.A selar o momento inicial de confraterniza-ção, o Presidente da Mesa da Assembleia--Geral da Santa Casa, Trovão do Rosário, lembrou que no seio da Santa Casa de Pal-mela continua a haver um «trabalho contí-nuo com os que entendem o caminho da so-lidariedade e da fraternidade». Um caminho que é seguido pela misericórdia e que deve ser o caminho de todos». Uma declaração que mereceu o entusiasmo dos convidados, pouco antes de se ser servido o tradicional almoço-convívio na sala de refeições do lar...
Elogios e aplausos para a dedicação dos funcionários
SCM Grândola ofertou uma peça de arte azulejar
Actuação do Coro foi um dos pontos altos da celebração
O Provedor da SCMP, Francisco Cardoso
Edil palmelense entregou uma lembrança em nome da autarquia
Fernando BaiãoPresidente da Junta de Freguesia de Palmela
ana BirrentoDirectora do Centro Regional da Segurança Social de Setúbal
padre José lobatoem representação de D. Gilberto Reis, Bispo de Setúbal
Reconhecimentos honrosos pelo trabalho desenvolvido em tempos difícieis
«É sempre com muita alegria que vemos mui-ta gente nesta celebra-ção do aniversário da Santa Casa de Palmela,
o que é sinal de vitalidade. Muita gente é sinal de união e como se diz “a união faz a força”. Con-tinuo a testemunhar, com muito entusiasmo, que este trabalho meritório segue a bom ritmo. A Junta de Freguesia está, como sempre esteve, aberta a apoiar as iniciativas da nossa Misericór-dia. Feliz aniversário!».
«Foi com muito gosto que aceitei o convite para estar, pela primei-ra vez, na celebração do aniversário da Santa
Casa da Misericórdia de Palmela. Relevo o papel importante que esta instituição tem no conce-lho de Palmela, parceira que está na primeira linha a todas as respostas no concelho naquilo que é a emergência social e a capacidade que tem nesse sentido, com a pró-actividade e o dinamis-mo que esta Santa Casa tem sabido concretizar. Registo o trabalho muito próximo e salutar que tenho mantido com o Provedor Francisco Car-doso, sobretudo no âmbito da sua representa-ção das misericórdias do distrito.Tenho sentido da parte de todos muita abertura e a vontade de trabalhar em conjunto e de parti-lha dos problemas e isso é fundamental. Muitos parabéns pelo trabalho que continuam a desenvolver».
«Felicito e incentivo todos quantos têm contribuído no seio desta Santa Casa. As misericórdias desen-
volvem uma acção essencial na sociedade com um trabalho voluntário e com uma preocupa-ção de uns pelos outros, de alguém que põe no centro no seu mundo a sociedade: os outros. E a referência são os mais carenciados, os mais pobres. Esses são na perspectiva de Deus os pre-ferenciados.As misericórdias tem resistido as muitas difi-culdades mas nunca se vergaram. Nós estamos num tempo de grandes dificuldades, mas as mi-sericórdias continuam a mostrar que são fortes e que acima de todas as vicissitudes está o em-penho, o serviço dos outros pelos mais pobres.Parabéns e coragem para o vosso trabalho».
Misericórdia avança com mais solidariedade
A actuação do Coro da Santa Casa, for-mado por utentes da instituição, sob a
orientação da animadora sócio-cultural, Va-nessa Soromenho, que entoaram com alegria e vivacidade três contagiantes apontamentos musicais, deu as boas-vindas aos convidados para o almoço de aniversário. Um repasto con-feccionado pela dedicada e profissional equipa de cozinheiros do lar e servido pelos funcio-nários da instituição e que mereceu rasgados elogios, merecedores de um forte aplauso.Ao convívio dinamizado à mesa, onde mar-caram presença, além dos elementos dos órgãos sociais da Misericórdia, responsáveis autárquicos, representantes das forças vivas do concelho palmelense, de misericórdias ir-mãs e parceiros institucionais da instituição, seguiram-se momentos de reconhecimento (ver coluna ao lado e página 6) ao papel que a Misericórdia de Palmela tem vindo a desem-penhar ao longo da sua história...
«sEMPrE dIsPoNívEIs PArA As cAusAs socIAIs»
Com a naturalidade e afabilidade que lhe é reconhecida o Provedor Francisco Cardoso encetou a série de discursos que tradicional-mente são proferidos nesta solene ocasião. O responsável executivo da Santa Casa reiterou os agradecimentos pela presença dos muitos convidados e não hesitou em sublinhar «com muito gosto» a primeira presença da Directora Regional da Segurança Social, Ana Birrento, no aniversário da instituição.Francisco Cardoso lembrou que «a Misericór-dia de Palmela tem mantido as portas abertas a iniciativas que promovam a acção solidá-ria no concelho entre todas as instituições». «Neste aniversário, reforçamos essa vontade e honramos as 14 Obras das Misericórdias, fun-damentos que nos têm norteado nesta nossa missão», começou por destacar.O Provedor não esqueceu a colaboração insti-tucional da Câmara de Palmela ao longo dos anos e prestou o reconhecimento público da Santa Casa à presidente da autarquia, Ana Teresa Vicente, que está a poucos meses de terminar o seu mandato. «Agradecer, nesta que será sua última presença na qualidade de
presidente da Câmara de Palmela, pela cola-boração institucional registada ao longo dos anos e dizer-lhe que temos sempre a porta aberta para a receber em qualquer circuns-tância. Tive oportunidade de trabalhar com a presidente também ao serviço de outras ins-tituições e reitero a sua amabilidade e dispo-nibilidade que demonstrou para com a Santa Casa», elogiou o Provedor da Misericórdia de Palmela, desejando à edil sucessos para o seu futuro pessoal e profissional.
cAMINhAdA vIvEr+ EM MArchA
Francisco Cardoso, depois de antes ter expres-sado o apoio da Misericórdia à atleta Simone Fragoso, anunciou mais uma grande inicia tiva a organizar pela instituição. «No dia 20 de Abril, em colaboração com Cáritas de Setúbal e outras instituições de Palmela, vamos promo-ver uma jornada de confraternização através de uma caminhada solidária. Acreditamos que vai ser uma jornada com grande participação, porque é mais uma excelente oportunidade de podermos contribuir para apoiar quem preci-sa.». Ver mais informações na contra capa.A fechar a sua intervenção, o Provedor infor-mou que a Santa Casa assinou recentemente um reforço no protocolo das cantinas sociais com a Segurança Social. «Desde 1 de Feverei-ro passámos de 50 para 100 refeições diárias fornecidas». «Continuamos a trabalhar pelas causas sociais e isso é o que nos move nesta grande missão», concluiu.
52013 Jan. | Fev. | Mar.
Fernando FerreiraProvedor da SCM Setúbal e Presidente do Conselho Nacional da União das Misericórdias Portuguesas
vítor BorregoPresidente da Assembleia Municipal de Palmela
ana teresa vicentePresidente da Câmara Municipal de Palmela
alberto trovão do RosárioPresidente da Assembleia-Geral da SCMP
«484 anos significa este aniversário da Santa Casa de Pal-mela mais um ano
numa linha que é a primeira e a última numa frente de batalha. É a primeira linha contra a exclusão, contra a miséria, contra as difi-culdades económicas e sociais e é também a última linha de defesa para aqueles que, de repente, se viram nas maiores dificuldades de sobrevivência. È uma verdadeira almofa-da social face a esta crise que nos assola.E a propósito do debate do estado social que-remos ter! Há duas perspectivas: o estado social tem estar como está, tem de se arran-jar dinheiro para ele, não pode haver cortes, menos cuidados de saúde e menos presta-ções sociais. E outra que diz que temos de ver é que estado social podemos ter com o dinheiro que dispomos. Penso que estas duas perspectivas são extremadas. Creio que é no meio que temos de nos situar. Assu-mir a realidade dos constrangimentos, mas não deixar que se reduza a menos que um mínimo exigível para garantir a tal almofada social.As misericórdias já mostraram que são capa-zes de fazer mais com menos e fazer melhor. Em cinco séculos de misericórdias as insti-tuições sempre sobreviveram contra tudo. São os homens que hoje estão à frente das misericórdias e que, com base nos princípios ideológicos que as originaram, têm a missão de garantir que dentro de mais umas cente-nas de anos haja misericórdias a desempe-nhar o seu papel e, esperemos, a acorrer a cada vez menos pessoas em dificuldades. Os meus parabéns à Misericórdia de Palmela».
«É com muito prazer que estou presente em mais um aniversário da Santa Casa, uma
instituição que tem muito a ver comigo. Na primeira edição da revista que a mise-ricórdia tem vindo a publicar, a capa exibe uma frase lapidar: “483 anos de dedicação em nome da vida”. É uma mensagem que transmite o que tem sido esta casa. Tive a felicidade de ser dirigente da Misericórdia e é uma parte do meu currículo de que me orgulho muito e que me fez sentir a nossa utilidade em nome dos que mais precisam.Tenham coragem, os dirigentes, para en-frentar este desafio. É necessário termos força e coragem neste período e que este período de celebração do aniversário sirva para dar alento aos dirigentes. E que nunca desistam».
«Em nome da autarquia agra-deço o convite por poder par-tilhar esta confraternização em mais um aniversário da Santa Casa. Gostaria de agradecer as
palavras muito amáveis, francas e sinceras do Provedor e dizer que esta instituição também está no meu cora-ção e voltarei sempre que surja a oportunidade e com muito gosto. Esta casa tem merecido e continuará a merecer o reconhecimento institucional pelo papel que desen volve. É importante sublinhar que a Misericórdia de Palmela é das primeiras parceiras da câmara na acção social e no auxílio às pessoas. As misericórdias não são meras instituições. São compostas por uma dimensão solidária e de entrega pessoal e humana de dedicação que não encontra semelhança no nosso país. Têm man-tido um papel fundamental na linha de intervenção ur-gente e que tem contribuído para fazer de Portugal um país com união.Portugal tem conseguido manter união, e nesse papel as misericórdias têm sido fundamentais.A Misericórdia em Palmela está intimamente ligada a História de Palmela. E por esta casa têm passado mui-tos bons homens que muito têm contribuído para essa grande História do concelho. Desejo à nossa misericórdia e a todos os seus dirigentes e profissionais que mantenham a postura firme e que nunca que desistam de manter o trabalho solidário. Que todos os que estão ligados à Santa Casa que continuem com a mesma dedicação, rigor e profissionalismo a cui-dar de todos os que precisam desta instituição. Vamos olhar para esta instituição como uma casa solidá-ria que faz hoje a pensar no amanhã».
«Somos todos trabalhadores pela mesma causa. Hoje po-demos correr o risco de dizer frases já ditas e um observador menos atento poderia mesmo
afirmar: “entraram na rotina”. Como é difícil a rotina! Como é difícil trabalhar todos os dias! Como é difícil observar sempre os mesmos valores, princípios e cau-sas! E tudo isso nos irmana. Por tudo isso aqui estamos numa família só. Seria fácil deixar rolar e dizer que não é da nossa respon-sabilidade, mas sentimos que é da nossa responsabili-dade e por isso em cada dia, não só os membros dos corpos gerentes das várias instituições, mas as muitas pessoas que com eficiência e competência trabalham todos os dias neste labor, continuam a conhecer o sucesso e não baixamos a guarda. Com mais ou menos crises, o que importa é que con-tinuamos a trabalhar e sabemos o que temos de fazer.Digo à presidente da Câmara Municipal que importa que volte, independentemente das funções que desem-penhe, em qualquer circunstância e em qualquer mo-mento, porque como todos nós também é da casa.Aqui estaremos daqui a um ano para dizer que a rotina continua, porque continuamos todos a trabalhar pelos mesmos valores, princípios e causas. Que a sociedade saiba que pode contar connosco. Cá estaremos todos».
A celebração dos 484 anos da Santa Casa de Palmela revelou mais uma
acção solidária da instituição. Este ano, a Misericórdia decidiu apoiar a preparação desportiva da atleta paralímpica palme-lense Simone Fragoso. Até 2016, ano dos Jogos Paralímpicos do Brasil, a nadadora vai beneficiar de um contributo solidário da instituição.À Viver+ a atleta confessou que «este apoio é uma lufada de ar fresco». «Tenho batido a muitas portas e poucas se têm aberto». Por isso, este reconhecimento da Santa Casa «é muito importante con-seguir continuar o meu percurso», elogia a nadadora de 32 anos, que vai ser apoia-da pela Misericórdia com equipamento desportivo. Portadora de nanismo, Simone Fragoso, de 32 anos, tem como principio: dar o máximo sempre. É fixada nesta convic-ção que treina de segunda a sábado, nas piscinas municipais de Palmela e Pinhal Novo. «Quero é andar para frente», liber-ta a nadadora que já esteve em duas olim píadas e foi medalhada em provas interna cionais.Com o reforço agora assumido pela Santa Casa, Simone encara com maior tranquilidade o futuro e a obtenção dos objectivos. «Quero prepara-me bem para os Mundiais no Canadá, a realizar em Agosto deste ano, em Montreal. Será uma competição onde vou tentar melhorar os meus resultados e conseguir atingir os mínimos para os Jogos do Brasil», aponta a especialista, na classe S5, de crowl e ma-riposa, nas distâncias de 50 metros.A actual 7ª melhor do Mundo da sua categoria, fora das piscinas dá música. É professora de Educação Musical e está a concluir o mestrado.Refira-se que a ligação de Simone Fragoso com a Santa Casa não começou agora. A atleta é sobrinha de uma utente do Lar de S. Pedro, familiar que visita com regula-ridade.
saNTa casa dá FORça a siMoNe
Simone Fragoso contagiou com boa-disposição
6 Jan. | Fev. | Mar. 2013
CentRO De Dia assiNalou 10 anOS de acTividade recoNhecida
[10.º Aniversário do Centro de diA de Aires]
O Centro de Dia de Aires, va-lência de importância acres-
cida no universo da Santa Casa de Palmela, festejou no dia 7 de Mar-ço, os seus 10 anos de actividade. O espaço de conforto e reconhecida qualidade, e que recentemente foi alvo de um significativo investi-mento, assinalou a efeméride com a presença de uma comitiva de responsáveis da Mesa Administra-tiva da Misericórdia liderada pelo Provedor Francisco Cardoso, bem como a Directora Cláudia Costa e a animadora sócio-cultural da ins-tituição, Vanessa Soromenho que, em animada confraternização com
Bolas para fazer mexer...
... utentes sempre participativos
As actividades que envolvem os utentes do Centro de Dia de Aires são uma constante e o exercício físico é uma das iniciativas que ge-ram sempre grande entusiasmo. A imagem mostra uma sessão de ginástica com bolas e a boa-dispo-sição dos valorosos ginastas em plena confraternização.
A última celebração natalícia me-receu uma forte participação dos utentes do Centro. Desde a deco-ração da Árvore de Natal ao Pre-sépio todos deram o seu precioso contributo para colorir o espaço e vincar a alegria da quadra festiva.
os utentes e funcionárias do Cen-tro, celebraram a década de serviço social daquela infra-estrutura. O dia de festa foi assinalado com um almoço na sala de refeições do Centro de Dia de Aires a que se seguiu um lanche, momento para cantar os parabéns e adoçar a boca com o tradicional bolo comemora-tivo. Refira-se que este ano coube a Agostinho Fernandes, o utente que está há mais anos no Centro, o apa-gar das velas.
Recorde-se que o Centro de Dia de Aires foi inaugurado em 2003 e actualmente apresenta uma ampla sala de estar devidamente equipada com televisão, uma cozinha, sala de refeições, casas de banho funcio-nais e uma divisão administrativa.Os mais de vinte utentes, que re-gularmente são envolvidos em di-versas iniciativas conjuntas com as acções promovidas do Lar de S. Pe-dro, têm diariamente à disposição jornais e revistas e jogos de lazer.
O utente Agostinho Fernandes soprou as velas do bolo dos 10 anos do Centro de Dia
A família do Centro de Dia de Aires
Freiremar Comércio e Indústria de Peixe, Lda.Rua Frederico Franco Paiva 50 Armazém B/C | Vila Nogueira de Azeitão | 2925-163 Azeitão
Telf: 212 183 517 | Email: [email protected]
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É uma das principais valências da Santa Casa da Misericórdia
de Palmela. O Centro de Medicina Física e de Reabilitação (CMFR) é uma infra-estrutura que assume o estatuto de excelência nos diversos serviços médicos que oferece e na qualidade da equipa de profissio-nais que diariamente acarinha os muitos utentes que beneficiam daquele espaço de eleição.A Viver+ subiu ao primeiro andar
ceNTro de MediciNa Física e de reabiliTação é sINóNIMo dE EfIcIêNcIA E cuIdAdos soLIdárIos
do Lar de S. Pedro para dar a co-nhecer o Centro com portas aber-tas desde 1994. A Drª Paloma Valdivia é desde há cerca de três anos a Directora Clíni-ca do CMFR. Reconhecida médica fisiatra que, no seu gabinete, deu a conhecer a realidade da valência da Santa Casa de Palmela.De acordo com a especialista em Medicina Física e de Reabilitação «os idosos representam a maior
percentagem de utentes que são tratados no Centro. Todavia, a po-pulação de doentes abrange igual-mente muitas crianças», começou por enquadrar a médica que vê che-gar, igualmente, ao CMFR cada vez mais pessoas oriundas das duas unidades do Centro Hospitalar de Setúbal (H. S. Bernardo e Outão), em resultado do protocolo celebra-do com a Misericórdia. A recuperação clínica é promovida
no Centro em todas as áreas (pe-diatria e reumatologia) por uma equipa de pessoal técnico qualifica-do a quem não tem faltado equipa-mento e instrumentos necessários às práticas médicas que o CMFR coloca à disposição.
As ‘dorEs’ dAs dIfIcuLdAdEsA falta de recursos financeiros de muitos doentes é sentida no Cen-tro. A Drª Paloma Valdivia não hesita em assumir a confrontação com este problema diário. «As di-ficuldades sociais das pessoas são cada vez maiores e sentimos muita dificuldade dos doentes a aceder a este tipo de cuidados. Temos fei-to um grande esforço para dar os cuidados médicos necessários a todos os que nos procuram, mas é uma tarefa cada vez mais difícil e só possível devido à reconhecida solidariedade que esta instituição realmente pratica», vinca.A Directora Clínica garante que, fruto dessa capacidade solidária evidenciada pela Santa Casa de Pal-mela, «os nossos utentes reconhe-cem que tem aqui apoio humano». «Interagimos, para além dos cuida-dos médicos, como uma família», destaca a médica responsável que apontou as artroses e patologias do foro neurológico em resultado de AVC (adultos) e nas crianças o tra-tamento de múltiplas deficiências como as mais frequentes.Ao Centro de Medicina da Santa Casa chegam igualmente os desa-bafos das ‘doenças sociais’. «São tantas as pessoas a quem é preciso ajudar para além dos problemas de saúde e que esperam demasiado tempo de espera por uma cirur-gia… Sentimos a impotência de resolver tantas coisas, mas vamos fazendo autênticos ‘milagres’, que só aqui creio serem possíveis».
A Drª Paloma Valdivia, Directora Clínica do Centro de Medicina Física e de Reabilitação, elogia o esforço que a Santa Casa de Palmela têm promovido no apoio médico aos doentes mais carenciados
O Centro de Medicina dispõem de um vasto equipamento de recuperação As cuidadas instalações são funcionais e bem apetrechadas
8 Jan. | Fev. | Mar. 2013
UnIVERsO scmp 〉
«Nós, aqui, prestamos um serviço que ultrapassa de longe o que o Serviço Nacional de Saúde paga», garante Paloma Valdivia, que reco-nhece o esforço da instituição em conseguir garantir um ‘alívio’ aos doentes mais carenciados. Todavia, lembra: «A instituição suporta um grande encargo com o funciona-
mento do Centro e também tem de responder ás suas obrigações».
uMA cENtENA Por dIANum espaço dinâmico e muito fun-cional, que conta com diversos ga-binetes, salas de tratamento e um ginásio, a equipa de profissionais do Centro é constituída por dois
médicos fisiatras, três fisioterapeu-tas e dois auxiliares de fisioterapia.Num dia de atendimento, a Drª Paloma admite que, em média, são registadas entre 20 a 30 consultas, mas, diariamente, pelos serviços de reabilitação, passam mais de uma centena de pessoas. «Vêm procurar esperança de cura e falam muito
connosco», revela a médica respon-sável, que frequentemente aplica tratamentos de mesoterapia para combater a dor e inflamações.Paloma Valdivia não hesita em elo-giar a equipa com quem trabalha na Misericórdia de Palmela e garan-te: «Quem está cá, os profissionais, cuida realmente das pessoas».
A Fisioterapeuta Joana Ortiz está há seis anos a trabalhar no Centro e desde há dois que assumiu o cargo de Coordenadora.Pelas suas mãos já passaram cente-nas de doentes e há casos de uma ligação que se estende no tempo. «É muito gratificante trabalhar aqui. Dispensamos todo o nosso
a DeDiCaçãO da FisioTeraPeuTa JOanacicórdia facultou uma formação para todos os fisioterapeutas em Kinesio Tape (um método que, por meio de fitas adesivas, pretende au-xiliar o tratamento de lesões trau-máticas de nervos e músculos)», avança a fisoteraupeta.Recorde-se que além desta nova prática, o Centro poderá vir a re-ceber a curto prazo consultas nas especialidades de oftalmologia, dermatologia, bem como colocar em funcionamento um serviço de análises clínicas.
O ginásio está dotado com inúmeros aparelhos específicos de qualidade
Joana Ortiz, Fisioterapeuta Coordenadora, não hesita em afirmar que o Centro está devidamente equipado para dar as respostas mais adequadas aos utentes
A dedicação dos profissionais nas sessões de fisioterapia é uma realidade
esforço no tratamento das pessoas e sentimos sempre uma enorme sa-tisfação quando vemos o resultado do nosso trabalho, quer nos idosos quer nas crianças onde os efeitos são, normalmente, mais rápidos».Contributo determinante para a obtenção de resultados é o regu-lar investimento que a Santa Casa tem feito. «O Centro tem vindo a receber investimentos de muito material e equipamentos que não tínhamos e hoje está devidamente equipada. São tudo vantagens para um espaço que pretende dar as res-postas mais adequadas ás pessoas que nos procuram», assume.Neurologia, ortopedia, pediatria, cardio-respiratório e geriatria são as valências que são colocadas à dispo-sição dos utentes no Centro, mas o leque de oferta tende a aumentar. «A Mesa Administrativa da Miser-
UmA dezenA de AcORdOs O Centro de Medicina Física e de Reabilitação da Misericórdia de Palmela tem acor-dos celebrados com as seguintes instituições e empresas: Administração Regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo; Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE); Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SAMS); Portugal Telecom – Associação de Cuidados de Saúde; Victoria – Seguros, S.A.; AXA Portugal – Companhia de Seguros S.A.; Ministério da Administração Inter-na – Guarda Nacional Republicana (GNR); Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.; Monte-pio Geral, e Serviços Sociais da Caixa Geral de Depósitos.
Joana Ortiz confessa que trabalhar no Centro de Reabilitação é muito gratificante, um local onde sente o seu contributo em nome de um projecto que continua a melhorar todos os dias.Contudo, as alterações que leva-ram a cortes de apoios estatais, nomeadamente no que aos trans-portes respeita, provocaram uma diminuição de utentes. «O que se lamenta porque as pessoas ficam sem os tratamentos necessários», aponta a fisioterapeuta.
Rua Silva Porto, 52900-099 SetúbalTel.: 265 187 300 | 265 409 547Móvel: 936 842 026 | 936 206 318Website: www.playcoffee.ptE-mail: [email protected]
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92013 Jan. | Fev. | Mar.
〈 UnIVERsO scmp
Na Santa Casa de Palmela as comparticipações familiares dos utentes do lar são uma realida-de, o que «é uma opção bastante importante». Todavia, nos dias de hoje já começam a sentir-se dificuldades para que esse complemento seja efectivado. «O crescente aumento do de-semprego veio baralhar as contas das famílias e por consequência dos encargos antes assu-midos», observa João Martins.O Director lamenta que as Santas Casas não consigam dar tantas respos-tas como gostariam a todos aqueles que carecem de apoio social. Mas, de facto, também as misericórdias são con-frontadas com obrigações e despesas para manter o seu funcionamento. «Quem tem mais tem de pagar para os que não têm», adverte o Di-rector Delegado.«O dinheiro que a Santa Casa
É o Director Delegado da Santa Casa da Mise-ricórdia de Palmela. João Martins, 40 anos,
licenciado em Economia, natural de Setúbal, tra-balha na instituição desde 1998, altura em que, logo após a conclusão do estágio profissional, lhe foi reconhecida competência para assumir o car-go que desempenha.Em entrevista à Viver+, João Martins, revela a satisfação de trabalhar na Misericórdia, mas garante que jamais terá aspirações a assumir o cargo de provedor.Desde há cerca de 15 anos guardião das boas contas da Santa Casa, João Martins confessa que a instituição apresenta serviços de excelên-cia e fala das dificuldades financeiras que pode-rão advir se a situação social do país conhecer ainda mais complicações.
Viver+ - como interpreta a função que de-sempenha?João Martins - É, acima de tudo, um cargo que está destinado a fazer a ligação operacional entre a Mesa Administrativa e os diversos serviços da instituição e vice-versa. Todavia, assumo uma responsabilidade no âmbito do sector financeiro que diariamente obriga a uma consulta regular das questões bancárias e analisar o relaciona-mento institucional com fornecedores. No âm-bito deste cargo, a envolvência das questões ope-racionais internas do dia a dia em coordenação com os respectivos responsáveis é igualmente motivo de responsabilidade e que se estende a efectivar os compromissos entretanto aponta-dos pela Mesa Administrativa da Santa Casa.
Que balanço faz destes 15 anos de actividade profissional no seio da Misericórdia?Positivo. Sempre gostei de estar cá e sempre foi a minha opção, mesmo quando surgiram outros convites para mudar. Gosto porque me sinto bem e do trabalho que faço. A dinâmica diária e a interacção social que envolve a minha respon-sabilidade profissional aqui é motivadora. Com o devido respeito, creio ser bem diferente de, por exemplo, estar no atendimento de um banco ou a preencher impressos de empréstimos para ha-bitação.
nestes anos de ligação profissional com a Mi-sericórdia trabalhou com dois provedores...È verdade. Tal como com o anterior, o relacio-namento profissional tem sido positivo. Não só com o Provedor Francisco Cardoso mas também com os demais elementos dos Órgãos Sociais.
Gostaria de vir a assumir o cargo de provedor um dia?Não. Obriga a um compromisso de grande dis-ponibilidade e uma responsabilidade acrescida.
«a MiNha rEsPoNsAbILIdAdE ProfIssIoNAL aqui é MotIvAdorA»
[JOãO MARTINS – DIRECTOR DELEGADO DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE PALMELA]
Naturalmente que as decisões cabem sempre aos responsáveis da Mesa Administrativa.
atendendo à realidade actual. há boas con-tas na santa casa?Sim. Em 2012 a Misericórdia de Palmela con-seguiu saldar muitas coisas que tínhamos em atraso e abateu o passivo em cerca de 60 a 70 por cento. O problema da Santa Casa é a nível de tesouraria não é financeiro. Se não nos pagam não conseguimos pagar.
com base na sua experiência e conhecimento da realidade da instituição que grande desa-fio gostaria de ver concretizado?Um novo lar. Mas perante a situação que vive-mos actual é um desafio praticamente impos-sível. O que mais importa é manter a sustenta-bilidade da Santa Casa e poder oferecer os bons serviços e de qualidade que apresentamos.
como olha para a realidade de toda a estrutu-ra da Misericórdia? Todas as pessoas que trabalham na e para a Santa Casa sabem o que têm a fazer e formam uma equipa dedicada e competente, em resul-tado da experiência profissional acumulada ao longo de vários anos.Ao nível das infra-estruturas, o Lar de S. Pedro, apesar dos seus anos de actividade, tem mere-cido recorrentes remodelações que permitem proporcionar as melhores condições de trabalho aos seus funcionários e de conforto a quem nele reside e utiliza. Creio que o Lar é o pilar de exce-lência da Misericórdia.
de Palmela recebe das suas actividades e servi-ços é aplicado em investimentos nas valências e em acções sociais. Aqui não há distribuição de lucros», afirma. Nesta ginástica financeira que visa sempre o contributo social, João Martins lembra que o Estado, através da Segurança Social, vale cerca de 30 por cento do total das receitas da ins-tituição, a que se juntam outros ganhos pro-venientes do Lar e do Centro de Medicina. «Quando os pagamentos devidos pelos servi-
ços que a instituição presta não chegam dentro dos pra-zos acordados é natural que se sinta».Contudo, o Director, fruto do esforço e da boa gestão prati-cada no seio da Misericórdia de Palmela, e que é reconhe-cida, não hesita em garantir: «A Santa Casa tem sabido manter todas as suas contas em dia».
desemprego pode vir a complicar
IMPuLsIoNAdordA INforMAtIzAção
Que desafios e propostas tem lançado á pro-vedoria no sentido de melhorar o funciona-mento?Tenho tido uma presença assídua nas reuniões da Mesa Administrativa que me permitem dar algumas sugestões e opinar sobre a realidade do funcionamento dos serviços e organização interna, mas sobretudo ao nível de questões de ordem económica/financeira.Quando vim para a Santa Casa não havia um computador e esse facto motivou-me a encetar algumas propostas que viriam a merecer con-cretização no sentido de informatizarmos os serviços.
«iMpOrta é Manter a sustentabilidade da santa casa e pOder OFerecer Os bOns serviçOs e de Qualidade Que apresentaMOs»
10 Jan. | Fev. | Mar. 2013
EnTREVIsTA 〉
Nome Angelina MariaFerreira
Idade 91 anosNaturalidade Montemor
T em um sorriso enternecedor que contagia e deixa, desde
logo, transparecer a vivacidade de quem agarra a vida com força. A Dona Angelina é assim, mulher, mãe e avó que exala um perfume maternal sempre que recorda pas-sagens de uma vida de trabalho e de grande dedicação à família. Utente do Lar de S. Pedro há cer-ca de 17 anos, Angelina Ferreira, viúva há 26 anos, mãe de cinco filhos, assentou raízes em Águas de Moura, localidade que a acolheu durante mais de 40 anos e onde finalizou a sua ocupação profissio-nal numa escola.Para trás ficou o trabalho no cam-po. «Nas colheitas do arroz e ou-tras actividades com a enxada na mão», recorda. Naqueles tempos, difíceis, a Dona Angelina não tinha mãos a medir entre o trabalho e a família. «Che-gámos a passar fome, mas sempre lutei para não faltar comida aos meus filhos», assume com grande emoção uma mulher que veio a cuidar dos seus 15 netos. «Sempre foi uma grande satisfação vê-los crescer». Hoje, olha com «uma certa triste-za para o passado». Mas, reafirma que sempre teve forças para lutar em nome da sua família e, por isso, dá graças a Deus.
NesTa MiNha casa Todos são
MuiTo siMPáTicos e TraTaM-Me
MuiTo beM. aqui siNTo-Me MuiTo
coNForTável
“
«a animação faz-me falta e dá-me saúde»
voNtAdE PróPrIA dE ENtrAr No LAr
«Foi por minha iniciativa que op-tei em vir para o Lar de S. Pedro. Em boa hora tomei essa decisão porque encontrei uma nova famí-
Nesta sua nova etapa, diz que en-controu renovadas forças para sen-tir a vida com entusiasmo. Sempre sorridente, imagem que garante tê-la sempre acompanhado, a Dona Angelina é uma das mais participativas utentes do lar...
A ‘NoIvA’ do LAr
De facto, a Dona Angelina marca presença assídua nas mais diver-sas iniciativas que são promovidas no seio da instituição. Elemento sempre presente no Coro da Santa Casa, papel que desempenha com muita dedicação e alegria, gosta igualmente de fazer ginástica e passear. Acções a que podia somar os trabalhos manuais, mas estas são tarefas que vão ficando para trás porque a visão já não lhe per-mite certos desempenhos.Tal como referido, os passeios que a instituição promove com regula-ridade são uma das preferências da Dona Angelina, a quem também, muito carinhosamente, lhe apeli-dam de ‘noiva’. E porquê? «Porque é quase sempre a última a chegar ao autocarro, para ganhar mais um tempinho a preparar a toilette», ajudou a esclarecer Vanessa Soro-menho, responsável pela anima-ção sócio-cultural da instituição.«Quando me chamam de ‘noiva’, e estão por perto pessoas que não sabem a razão, fico envergonhada. “Então uma velha destas é noi-va?!”, devem pensar as pessoas… (Risos!)É assim, sempre muito sorridente e bem-humorada a Dona Angelina. «A animação faz-me falta e dá-me saúde», confessa.
lia e isso é muito bom», confessa a Dona Angelina, que não deixa de ser visitada com regularidade pe-los seus filhos. «Nesta minha casa todos são mui-to simpáticos e tratam-me muito bem. Aqui sinto-me muito confor-tável». Elogia a utente. Mas, há um sentimento que não deixa escon-der: «Tenho saudades do calor da minha família a quem dei todo o meu amor».
12 Jan. | Fev. | Mar. 2013
HIsTóRIA cOm VIDA 〉
Jogos de consola mutivam grande diversão
A equipa atlética da Santa Casa
Coloridas fantasias, entusiasmo e muita alegria deram ritmo ao nosso Carnaval
A Mesa Administrativa da Santa Casa da Miseri-córdia de Palmela apresentou, no passado dia 28 de Março, à Assembleia-Geral, conforme estipulado pelo Compromisso da Instituição, o Relatório de Actividades e Contas de Gerência relativos ao ano 2012, acompanhados do Parecer do Conselho Fiscal e da Certificação Legal de Contas, elaborada pelo Re-visor Oficial de Contas.A Assembleia-Geral foi informada acerca dos traba-lhos efectuados na instituição durante o ano passa-do, nas valências de Lar, Centro de Dia e Centro de Medicina Física e de Reabilitação. Foi ainda apresen-tado um relatório pormenorizado das actividades desenvolvidas com os utentes, tanto do Lar de S. Pedro e do Centro de Dia de Aires. Depois de analisado e discutido, o Relatório de Acti-vidades de 2012, foi colocado à votação, tendo sido aprovado por unanimidade dos Irmãos presentes.De seguida foram apresentadas as Contas de Ge-rência relativas ao ano de 2012. Foi informado que, em 2012, a Instituição teve um total de custos no valor de 1.407.302,81 euros, e um total de receitas
relatório de Actividades e contas de gerência da Misericórdia aprovadas por unanimidade
Utentes no Bonfim de olhos na bola
Instituição viu aprovada a boa gestão
O dia 20 de Fevereiro de 2013 ficará guardado como um dos mais divertidos para os nossos utentes. Numa iniciativa inédita, a institui-ção promoveu uma visita ao Cen-tro de Recursos para a Juventude da C.M. Palmela onde, entre ou-tras acções, oito utentes tiveram a oportunidade de interagirem, pela primeira vez, com jogos desporti-vos de consola, em que imperou a diversão e muitas risadas.
No passado mês de Outubro, a Santa Casa esteve representada na Corrida de Atletismo da Fundação do Sporting CP. A participação es-pecial da utente Liberdade Rilhó mereceu destaque numa iniciativa que contou igualmente com a pre-sença de uma equipa de responsá-veis da Misericórdia.Ainda em Outubro, o espectáculo Musicando, realizado no Cine Tea-tro S. João, pela Popular FM, con-tou com a presença de 25 utentes do Centro de Dia e do Lar.
No Lar de S. Pedro a Festa de São Martinho/2012 voltou a ser assi-nalada com muita alegria. À mú-sica ao vivo com Carla Carrapeto oferecido pelo grupo da AAVAC, seguiu-se um lanche tradicional onde não faltaram castanhas… Também em Novembro último, a Santa Casa levou um grupo de utentes a assistir ao jogo Portugal-Escócia, em Sub 21, no Bonfim. Uma iniciativa inédita onde todos mostraram entusiasmo e gritaram por Portugal!
Muita animação e divertimento marcaram, no dia 8 de Fevereiro, a Festa de Carnaval da Santa Casa.Ao som da música ao vivo de Fá-tima Dias, os utentes do Lar de S. Pedro e do Centro de Dia de Aires assinalaram o Entrudo com grande entusiasmo. Mascarados, utentes e funcionários brincaram de sorri-
divertimento inédito
Activos e a ouvir música
são Martinho e futebol deliciaram
carnaval coloriu o lar de cor e alegria
no valor de 1.458.580,66 euros, traduzindo-se num resultado líquido positivo de 51.277,85 euros. Foi apresentado o parecer do Conselho Fiscal da Ins-tituição, sendo este de parecer favorável à aprovação do Relatório de Actividades e Contas de Gerência do ano de 2013. Por último, foi dado a conhecer o Pare-cer do Revisor Oficial de Contas.Na posse de todas as informações, as Contas de Gerência de 2012 foram postas à votação, tendo sido aprovadas por unanimidade dos presentes.
so aberto e desfilaram pela sala de refeições com as ritmadas músicas carnavalescas em pano de fundo.Mais uma grande festa cheia de ale-gria, no qual não faltou um lanche comemorativo, e que proporcionou aos utentes um dia diferente, onde não faltaram os tradicionais enfei-tes coloridos de Carnaval.
14 Jan. | Fev. | Mar. 2013
mAIs nOTícIAs 〉
Instituição reconheceu 30 anos de trabalho de guilhermina oliveira
Guilhermina Oliveira não escondeu a emoção
A quadra natalícia de 2012 foi devidamente cele-brada no seio da Santa Casa de Palmela. Ao lon-go do passado mês de Dezembro, a celebração do Natal contou com diversas iniciativas promo-vidas pela instituição em que os utentes foram, naturalmente, os principais intervenientes. De acordo com a tradição, no início do mês, o Lar de S. Pedro foi decorado a preceito pelas mãos dos utentes que embelezaram as instala-ções com muita dedicação.Imbuídos pelo espírito natalício, no dia 11, um grupo de 26 utentes da nossa Misericórdia as-sistiram à peça de teatro “Natal no fundo do mar”, realizado pelos funcionários de Animação da Biblioteca do Pinhal Novo, no Cine Teatro de São João. Igualmente agradável foi a presença de 16 uten-tes da instituição, dia 12, no espectáculo promo-vido pela E.S. Palmela e realizado pelos alunos do 12.º ano. Um conjunto de actividades (ginás-
recordar momentos das celebrações de Natal
Utentes e funcionários em animada representação
Os utentes e funcionários do Lar de S. Pedro e do Centro de Dia de Aires encetaram, no dia 28 de Março, a celebração da Páscoa. Um pacote recheado de amêndoas doces, pintado com um coelho da autoria dos uten-tes, foi distribuído por todos, numa iniciativa que anualmente é sempre muito participada.No Domingo de Páscoa, as cozinheiras do lar confeccionaram com grande mestria o tradi-cional Borrego e batatas assadas no forno, almoço a que se seguiu um delicioso arroz doce à sobremesa.Em dia de celebração, o lanche não passou despercebido. Aos famosos e tradicionais fo-lares da Páscoa, gentilmente oferecidos pela panificadora Garcia e Filhos, a Santa Casa juntou um bolo comemorativo da quadra pascal. Iguarias que não deixaram ninguém indiferente.
Amêndoas docese borrego não faltaramna Quadra Pascal
A Santa Casa da Misericórdia de Palmela apre-senta desde 1 de Janeiro de 2013, o Certificado de Recolha de Óleos Alimentares Usados. Esta certificação válida por um ano, reconhece a instituição como ponto de recolha e valoriza-ção dos óleos alimentares usados, que se des-tinam, entre outros fins, à transformação em biodiesel. A recolha selectiva dos óleos permite uma re-dução da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
No sentido de valorizar as aptidões operacio-nais dos funcionários, a Santa Casa acolheu re-centemente um curso de Aplicações de Escritó-rio, que foi leccionado pelo Instituto Leopoldo Guimarães.A formação, relativa à utilização dos programas informáticos de Word e Excel contemplou uma dezena de funcionários da instituição e cinco pessoas externas.
certificação de Estabelecimento verde
Mais formação para funcionários
tica, teatro, dança e música) que gerou grande entusiasmo junto da nossa comitiva agraciada com algumas lembranças.
GRAnde fesTA e mUiTO cOnvíviO
A Festa de Natal da Santa Casa, no dia 14, vol-tou a testemunhar uma grande confraterniza-ção saudável e divertida entre todos. Com a animação musical a cargo de Flávio Oli-veira a marcar o ritmo, os responsáveis da Santa Casa distribuíram presentes aos utentes e par-ticiparam no lanche natalício que apresentou diversos doces confeccionados pelas nossas co-zinheiras.Esta jornada festiva contou ainda com a actua-ção do Coro da S.C.M. Palmela que entoou Can-ções de Natal e um momento muito particular de representação (Panda e os Caricas - “Sou uma Taça”) protagonizado pelos funcionários da ins-
Guilhermina Oliveira, funcionária que exerceu durante 30 anos o cargo de ajudante de lar no Lar de S. Pedro, foi, no passado dia 30 de No-vembro, alvo de um jantar de homenagem pela Santa Casa. A iniciativa que marcou a despedida da instituição devido à aposentação contou com a presença de muitos colegas. O Provedor Francisco Cardoso, em nome dos órgãos sociais, e funcionários da Misericórdia ofereceram lembranças à ex-funcionária, que agradeceu com emoção a iniciativa celebrada com muita alegria.
tituição (directora, animadora, cozinheiras, mo-toristas, ajudantes de lar, encarregadas e funcio-nárias de limpeza). Na muito animada Festa de Natal houve igual-mente espaço para a exposição e venda dos tra-balhos manuais realizados pelos utentes do lar e centro de dia. A confraternização natalícia prosseguiu, no Res-taurante Dona Isilda, com o tradicional jantar dos funcionários promovido pela Mesa Admi-nistrativa da Santa Casa.
152013 Jan. | Fev. | Mar.
〈 mAIs nOTícIAs
PalmelaCaminhadaSolidáriaSábado
20Abril201309h00
O percurso é partida e chegada na Misericórdia Palmela, com passagem dentro do Centro Histórico da Vila de Palmela, Jardim Venâncio Ribeiro da Costa (Esplanada), Estrada Romana, Fonte Nova, Baixa de Palmela, Serra da Arrábida, Escudeira, Serra do Louro, Largo do Chafariz, Largo de S.João e Misericórdia.
iNSCriÇÕES > 10,00€* (inclui seguro, almoço e t-shirt)
* Cada participante deverá trazer 1 kg ou 1 lt de um produto alimentar (ex: massa, arroz, leite, azeite, entre outros) que posteriormente será distribuído a famílias necessitadas. Os produtos angariados serão para distribuir pela Cáritas Diocesana de Setúbal e Insti-tuições do Concelho de Palmela.
INSCRIÇÕES ATÉ 12 DE ABRIL DE 2013Pagamento através de cheque, na Secretaria da Santa Casa da Misericórdia de Palmela, ou transferência bancária,
para o Nib 0035 0579 00000003132 87 (enviar comprovativo da transferência para [email protected])Morada: Av. Rainha D. Leonor | Apartado 69 | 2950-208 Palmela | Tel.: 212 350 017 | Fax: 212 330 995