viva melhor #001
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Revista Viva Melhor #001 Publicação do ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica dirigida a pacientes, parceiros e amigos de toda a Baixada Santista.TRANSCRIPT
viva melhor
você é feliz?
uma publicação do ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica#001 | julho de 2013
colecioNANDo AleGRiASO triatleta Paulo Miyasiro
aprendeu no berço a não desistir
eSTÁ RiNDo De QUê? PeDAlA, MeU AMiGoQual é sua atitude diante dos
entreveros que a vida nos traz?30 km de ciclovias à sua disposição
:-)
2 viva melhor
viva melhor 3
Luiz Claudio Mendes CarvalhoISH - Instituto Santista de Hemodinâmica
Um bate-papo informal
CARTA AO LEITOR
Ficou pronta! A primeira edição da revista Viva Melhor acaba de
sair do forno. É com muita alegria que toda a equipe do ISH - Instituto
Santista de Hemodinâmica compartilha com você esta publicação,
que nasce tratando de um tema especial: FELICIDADE.
O ISH foi criado em 2008 com o apoio irrestrito da Casa de
Saúde Santos e com a missão de oferecer à população da cidade e
região um atendimento médico individualizado, qualificado, digno
e mais humano das patologias cardiovasculares. Durante estes cinco
anos de existência, sempre quisemos ir além do atendimento médico
e disponibilizar a pacientes, familiares e amigos mais do que os
nossos atendimentos.
Queríamos ter um canal de comunicação que fosse, ao mesmo
tempo, questionador e orientador. Queríamos uma maneira de bater um
papo informal com você sobre assuntos que permeiam os momentos
em que somos obrigados a fazer um exame ou procedimento de
relevância para a manutenção e qualificação da vida. Foi assim
que surgiu a ideia de criar a revista Viva Melhor. Novamente,
o apoio da Casa de Saúde Santos foi essencial, assim como o de
todos os apoiadores, anunciantes, pacientes, colegas e parceiros que
participaram desta primeira edição.
Vale dizer que não temos a pretensão de publicar um manual
de saúde ou um material que vai revolucionar a vida dos leitores.
Queremos que esta revista seja uma companhia agradável, capaz de
conversar com você sobre assuntos curiosos de maneira leve, como
em um bate-papo entre grandes amigos. Será que conseguimos?
Mande um e-mail para [email protected] e dê sua
opinião ou envie uma fotografia que retrate um momento de
felicidade com a cidade de Santos como pano de fundo. Quem sabe
você não esteja na próxima edição. Boa leitura e até lá!
NeSTA eDiÇÃo
PeRfilDesafio pouco é bobagem
BoM APeTiTeHora de rever conceitos
BATe-PAPoO colecionador de alegrias
RePoRTAGeM De cAPAVocê é feliz?
coMPoRTAMeNToEstá rindo de quê?
AÇÃo & MoviMeNToXô, preguiça!
BoNS HÁBiToSQue tal pedalar?
SAiA DA RoTiNAO herói da resistência
DeSAfioÉ hora de aproveitar
ATiTUDeFelicidade e coragem
GeSTÃo eM SAÚDeConforto médico
. . .
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EXPEDIENTEViva Melhor é uma publicação do ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião deste veículo ou da entidade por ele representada.
Conselho Editorial: Elizabeth Just, Luiz Claudio Mendes Carvalho, Luiz Otávio Lopes Abrantes e Renato de Souza Astolfi.
Responsável técnico: Luiz Otávio Lopes Abrantes, CRM 96552
Projeto editorial, projeto gráfico e produção:take-a-coffee Comunicação Ltda. | www.take-a-coffee.comDiretor de redação e jornalista responsável: André Ciasca – mtb 31.963 Editora: Carla CiascaColaboraram nesta edição: Isadora de Campos e Thiago Paes.Impressão: ARFernandesTiragem: 3.000 exemplaresCirculação: nacional
FalE Com a REvISTa vIva mElHoRRedação: [email protected] Comercial: [email protected] | (13) 3221-2625
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(13) 3221.2625 | www.ish.med.brISH - Ins t i tu to Sant is ta de HemodinâmicaAv. Conselhei ro Nébias, 644 – 1° andar – Santos (SP)
u Jairon Nascimento AlencarCARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
u Luiz Cláudio Mendes CarvalhoCARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
u Luiz Otávio Lopes Abrantes
ESTIMULAÇÃO CARDÍACA ARTIFICIALu Renato de Souza Astolfi
CIRURGIA VASCULAR/ENDOVASCULARu Roberto Higa JuniorCARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
u Luiz Marcelo VenturaNEURORRADIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Pioneiro na Baixada Santista no uso das tecnologias Flat Panel, StentBoost e Reserva de Fluxo Fracionada (FFR).
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AD PG DUPLAS _FINAL 2-3 7/14/13 7:24 PM
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u Jairon Nascimento AlencarCARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
u Luiz Cláudio Mendes CarvalhoCARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
u Luiz Otávio Lopes Abrantes
ESTIMULAÇÃO CARDÍACA ARTIFICIALu Renato de Souza Astolfi
CIRURGIA VASCULAR/ENDOVASCULARu Roberto Higa JuniorCARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA
u Luiz Marcelo VenturaNEURORRADIOLOGIA INTERVENCIONISTA
Pioneiro na Baixada Santista no uso das tecnologias Flat Panel, StentBoost e Reserva de Fluxo Fracionada (FFR).
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6 viva melhor
PERF I L
Desafio pouco é bobagem
Por Carla Ciasca
TER O PRIVILÉgIO DE EnXERgAR E EnTEnDER O
CHAMADO PARA OS DESAFIOS DA VIDA nãO É PARA
MuITOS. ACEITAR A MISSãO E EnCARá-LA DA MELHOR
MAnEIRA POSSíVEL FOI O CAMInHO ESCOLHIDO POR
ESTE bRASILEIRO DE 56 AnOS QuE DEDICA TODO O
SEu AMOR E ATEnçãO à SuA FAMíLIA E à FAMíLIA
DOS OuTROS, InCLuInDO CEnTEnAS DE CRIAnçAS
bRuXIFICADAS nA áFRICA OCIDEnTAL.
viva melhor 7
Era o começo de 2012. Valmir Bodruc es-
tava passando rodo no corredor de sua
casa quando sentiu uma daquelas dorzi-
nhas no peito, típicas de quem toma friagem. Não
ligou muito e continuou com sua missão de secar
o corredor. No trabalho, começou a perceber que,
durante uma caminhada com certo aclive, aque-
la dorzinha voltava. Em um daqueles temporais
de verão, a ventania derrubou um galho em uma
cerca elétrica na empresa. Sempre prestativo,
Valmir foi ajudar os colegas a tirar o tronco dali.
Não aguentou, passou mal e voltou mais cedo para
casa. À noite, acordou suando, com uma sensação
estranha acompanhada de forte dor no peito. Le-
vantou, tomou um banho quente e voltou a dormir.
Naquela noite, Valmir podia ter perdido a vida.
Ao ir ao médico, no dia seguinte, Val-
mir descobriu que não se tratava de fria-
gem, mal jeito ou esforço. Acabou encami-
nhado ao cardiologista e assim conheceu
o ISH – Instituto Santista de Hemodi-nâmica, onde passou por um cateterismo
realizado pelo médico Luiz Claudio Men-
des Carvalho. O exame apontou que Valmir
tinha 90% de uma artéria obstruída. Foi um
susto? Certamente. Mas depois de desobs-
truir a artéria com o implante de um stent,
não seria demais considerar como apenas
mais um obstáculo no caminho deste obsti-
nado senhor de 56 anos, que se tornou figu-
ra conhecida no ISH, onde contou algumas
de suas histórias.
valmir Bodruc é voluntário na caminho Nações, uma associação
humanitária que atua no atendimento a crianças bruxificadas na África ocidental
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ação
8 viva melhor
PERF I L
Nascido na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, Valmir tem
quatro filhos e é morador da Baixada Santista desde 1967. Foi sua mãe
que convenceu o pai de que a família deveria fazer a mudança. No li-
toral paulista, Valmir estudou, cresceu e conheceu Luciana. A meta era
formar-se em Edificações, mas uma boa surpresa surgiu no caminho.
A namorada estava grávida. Valmir e Luciana se casaram e passaram
a fazer parte da árdua vida de adultos antes do que esperavam. “Fui
batendo cabeça de emprego em emprego”, ele diz. “Até que, em 1983,
consegui entrar para a Rhodia Indústria Química.” Instalada em Cuba-
tão, a empresa parecia ser uma salvação. Trabalhando ali, Valmir fez o
curso técnico de Segurança no Trabalho, atuou como operador de sala
de controle e sustentou a família. Mas a salvação virou um infortúnio
da noite para o dia.
A empresa foi interditada, as operações interrompidas e os fun-
cionários convocados a passar por uma bateria de exames. Diagnósti-
co: todos estavam contaminados por uma substância tóxica chamada
Hexaclorobenzeno (HCB), composto químico que pode afetar fígado,
tireoide, rins, sistemas endócrino, imunológico e nervoso. O que Val-
mir poderia fazer? Entrar em desespero? Jamais. Com a parcimônia e
a paciência que lhe são peculiares, Valmir seguiu sua vida, mantendo
os olhos nos exames regulares e sem abrir mão da energia que usa para
sustentar sua família.
Em 1994, Valmir teve um mal súbito. Uma dor de cabeça surgiu
de repente. O organismo deixou de absorver os alimentos. Esqueci-
mentos passaram a ser regulares. “Mergulhei numa síndrome do pâ-
nico fora da realidade”, conta Valmir. “Eu quase morri.” Ele conta
que, a partir deste momento, nunca mais foi o mesmo. Seu apoio foi a
esposa, Luciana, e os quatro filhos: Fernanda, Mariana, Lucas e Sarah
(e hoje também tem o amor incondicional de três netos). Desistir e
desanimar são palavras que Valmir aprendeu a combater. “Já são 36
anos de casados e, desde cedo, enfrentamos tudo juntos”, ele conta.
“Alegrias e dificuldades.” Talvez tenha sido esse estilo paizão, um
cara 100% dedicado à família, que o atraiu para uma missão humani-
tária: salvar crianças no interior da África.
UMA GRANDE MISSSÃOEnquanto reorganizava sua vida pessoal e profissional – até se
embrenhando como empreendedor em um negócio da família –,
Valmir conheceu um movimento cristão que surgia no Brasil. Bus-
cou informações, envolveu-se com o grupo e acabou participando
ativamente da fundação da Associação Humanitária Caminho Na-
ções – Way to the Nations. Como desafio pouco é bobagem, Valmir
assumiu a missão de ajudar crianças africanas estigmatizadas, acu-
sadas de serem “crianças-bruxas” e abandonadas pelas famílias por
problemas físicos e comportamentais.
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viva melhor 9
Aquele movimento começou suas atividades no Estado de
São Paulo, mas logo foi expandido nacionalmente e ganhou
ares internacionais. Por volta de 2009, algumas pessoas que
participavam do grupo assistiram no YouTube uma espécie de
documentário que falava das crianças-bruxas. A indignação to-
mou conta de todos, e foi o que bastou para que a associação
humanitária internacional fosse criada e enviasse uma equipe
de sete pessoas à Nigéria para constatar a situação. A partir daí,
o projeto cresceu. “Fomos para lá, estabelecemos uma base,
criamos material didático e começamos, primeiramente, a me-
xer na cultura, com literatura, visitas e muita conversa com
as famílias”, afirma Valmir. “Depois, montamos um lugar para
ensinar uma futura profissão às crianças resgatadas para que
não se tornassem apenas um ex-bruxificado.”
Enquanto Valmir e seus amigos da associação humanitária
estavam concentrados na atuação na Nigéria, ouviram falar de
uma situação estranha acontecendo no Senegal, costa oeste da
África. Crianças eram enviadas por suas famílias a sacerdotes
muçulmanos para aprender o alcorão. “Na verdade, aquelas
crianças eram colocadas para mendigar, deixando de estudar e
evoluir culturalmente”, explica Valmir, que é um dos responsá-
veis pela comunicação geral da associação. Diferentemente da
realidade da Nigéria, ali no Senegal a equipe teve o apoio do
governo local, preocupado em como seria o futuro do país da-
qui a alguns anos com tantas pessoas desqualificadas. “Estamos
focados em 50 crianças em um projeto-piloto”, conta. “Aluga-
mos uma casa, compramos um computador, já montamos uma
estrutura e a molecada já está aprendendo francês, que é a base
para qualquer formação ali.”
No começo de 2013, Valmir voltou ao médico para uma
avaliação clínica e para fazer uma cintilografia miocárdica. O
resultados indicam que o coração vai muito bem e Valmir tem
passe livre para seguir em frente como o patriarca de uma gran-
de família e um dos anjos da guarda de centenas de crianças a
milhares de quilômetros de sua casa. :-)
10 viva melhor
bOM APETITE
Pão integral, arroz integral, aveia, amendoim e salmão são
al imentos que geram energia para o corpo e são r icos em vi tamina B6, além de ajudar no controle de enjoo, dor de
cabeça e i r r i tabi l idade.
foto
: Shu
tters
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viva melhor 11
Hora de rever conceitos
Por Isadora de Campos
DIzEM QuE VOCê É O QuE VOCê COME. VERDADE E MEn-
TIRA. VOCê É O QuE VOCê É, E POnTO. A FELICIDADE nãO
ESTá EM uM PRATO, SEjA ELE COLORIDO E SAuDáVEL Ou gOR-
DInHO E DELICIOSO. A FELICIDADE ESTá nAS ESCOLHAS QuE
VOCê FAz PARA VIVER bEM. SE VOCê AInDA nãO PEnSA AS-
SIM, É HORA DE REVER SEuS COnCEITOS.
nãO É DE HOjE QuE SER SAuDáVEL ESTá nA MODA. nA DÉ-
CADA DE 1980, SuRgIu A gERAçãO SAúDE. É VERDADE QuE
nOS IDOS DE 1990 O PAPO DE COMA MAIS VERDE E MEnOS
gORDuRA SuMIu uM POuQuInHO PARA DAR LugAR AO fast
-food QuE InVADIA O bRASIL. MAS VIERAM OS AnOS 2000
E A REVOLuçãO TECnOLógICA IMPôS AO SER HuMAnO uM
PADRãO DE COMPORTAMEnTO bASEADO nO SEDEnTARISMO.
12 viva melhor
bOM APETITE
#01 Evite alimentar-se com pressa.
#02 Evite alimentar-se com frequência em ambientes tumultuados, como praças de alimentação.
#03 Coma o que gosta, sem exageros, mas antes preencha o espaço vazio do seu prato com os alimentos saudáveis.
#04 Escolha companhias agradáveis para suas refeições.
#05 Coma sem pressa, e de preferência com celulares e tablets desligados.
5 PASSoS PARA eNcoNTRAR A feliciDADe No PRATo
A TV ganhou centenas de novos canais. O
cantinho vazio dentro de casa passou a ser
dominado por uma mesa e um computa-
dor. E tudo o que nos colocava em pé para queimar
algumas calorias foi dando lugar a facilidades. Então,
chegamos a 2013 e percebemos que, há pelo menos
três anos, ser saudável voltou à moda. Ao que tudo
indica, dessa vez a moda não vai passar. Tem ex-jo-
gador de futebol perdendo peso na TV, reality show
com disputa para ver quem perde mais peso, livros e
revistas sobre ser saudável ocupando prateleiras em
bancas e livrarias, além da conscientização de que não
basta viver muito, é preciso viver bem. Helder Sturari
Mariano é um garoto de 24 anos, estudante de jorna-
lismo, do tipo fofinho. A namorada nunca reclamou de
seu peso, mas ele sabia que não estava nas melhores
das formas físicas e que seu colesterol precisava ser
controlado. Fã de frituras e outros alimentos que não
constam das listas de comidas saudáveis, o garoto se
convenceu de que não estava feliz e precisava mudar.
Fácil? Nem um pouco. Helder procurou ajuda profis-
sional para reeducar seus modos alimentares.
O arroz branco deu lugar ao integral. Os bolinhos
banhados em óleo quente passaram a dividir o prato
com legumes. Os petiscos açucarados tiveram que dis-
putar atenção com as frutas. Em dez meses, 28 quilos
desapareceram. “Hoje, me sinto mais disposto, feliz e
autoconfiante”, diz Helder, que não deixou de comer
o que quer, mas se convenceu de que o caminho para
a felicidade passa pelo equilíbrio da alimentação. Não
se trata de um depoimento decorado e exagerado nem
dos louros de uma vitória pessoal. É ciência.
Denise Cussioli Gonçalves, nutricionista, gastrô-
noma e membro da diretoria da Associação Paulista
de Nutrição (APAN), explica que alimentos com alto
teor de carboidrato e gordura têm o poder de estimu-
lar os centros cerebrais relacionados ao prazer e ao
bem-estar. Não é à toa que esses alimentos da pesada
fazem a gente encher a boca d’água. Basta os olhos
perceberem o alimento ou sentirmos aquele cheiri-
nho gostoso saindo do fogão que nossa memória é
ativada, enviando a mensagem para todas as células
do corpo de que algo delicioso está por vir. Resista,
encontre o seu equilíbrio alimentar e seja feliz! :-)
De acordo com o cardiologista Wilton Fuschini Franco, não basta deixar de ingerir gorduras e reduzir o sal. É preciso deixar a pressa e a tensão de lado nos momentos de refeição. “Trocamos a combinação brasileira de arroz, feijão e bife por fast-food e estamos sempre preocupados, mexendo no celular ou no tablet”, afirma Fuschini.
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: Shu
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ulga
ção
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14 viva melhor
bATE-PAPO
o colecionador de ALEGRIASSe os filhos são a imagem e a
semelhança de seus pais, pelo menos no dom de colecionar vitórias, o santista Paulo Miyasiro vem cumprindo bem o seu papel durante sua trajetória no esporte.
Por Thiago Paes
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ação
viva melhor 15
Nascido em 7 de junho de 1976,
desde os seis anos de idade Paulo
Miyasiro acostumou-se a ver o
pai, João Henrique, a conduzir com maes-
tria sua equipe de atletismo, o Beth’s Clube,
nos anos 1980. “Foi nesta fase que desper-
tou em mim a vontade de dar os primeiros
passos, até que optei pela natação, à qual
me dediquei até completar 18 anos”, relata o
atleta, que neste esporte sagrou-se, ao longo
da vida, como um dos melhores nadadores
do mundo. A busca pela recuperação de um
problema de saúde na família foi o upgrade
na formação do perfil esportista de Paulo
Miyasiro, que revela, em um bate-papo ex-
clusivo, suas lutas e vitórias no esporte.
Seu pai foi uma inspiração na prática de esportes ou era uma paixão que já estava no sangue?
Acompanhar todo o trabalho que meu
pai desempenhava junto a outros atletas aca-
bou despertando em mim a vontade de in-
gressar nesta área profissionalmente. Passei
por diversas modalidades até que, em certo
momento, optei pela natação. Foram anos de
batalha, esforço e muito treino.
Sua vivência no esporte não se resume à natação. Qual o papel do triathlon na sua carreira?
Com a maioridade, o amadurecimento
profissional chegou naturalmente, e novas
modalidades foram inseridas entre as mi-
nhas preferências, como ciclismo, travessias
de mar aberto e corrida, que me renderam
títulos nacionais e internacionais, além de
participações nos principais eventos espor-
tivos mundiais, como as Olimpíadas de Ate-
nas e os Jogos Panamericanos da República
Dominicana.
Tantas conquistas acabaram servindo como uma homenagem ao seu irmão?
Sim, meu irmão sofreu uma paralisia e
precisou recorrer às atividades esportivas
para acelerar a recuperação, o que acabou
sendo um verdadeiro estímulo para a mi-
nha vida, contribuindo para minha forma-
ção profissional.
A dedicação permanente exigida durante os treinos é tarefa para poucos. O que é necessário à formação de um triatleta?
O apoio da família é fundamental. Mas
vale lembrar que se identificar com a filoso-
fia de vida exigida para um bom desempe-
nho é primordial para o sucesso, e qualquer
um pode, sim, desde que sejam tomados to-
dos os cuidados necessários, a partir de uma
investigação adequada para detectar even-
tuais problemas que possam impedir alguns
tipos de treinamentos. O triathlon é movido
pela capacidade de enfrentarmos nossos de-
safios especiais e controlar a empolgação é
importante para que não ocorram problemas
que comprometam o rendimento do atleta.
Atualmente distante da adrenalina de disputar grandes campeonatos e dos treinos constantes, como mantém o esporte em sua vida?
Continuo trabalhando com o incentivo
ao esporte. Assumi recentemente a presi-
dência da Fundação Pró-Esporte (Fupes)
de Santos, órgão responsável pelo geren-
ciamento do esporte de alto rendimento no
município. A Fupes desenvolve a política
municipal voltada exclusivamente para es-
portes de competição e, em parceria com a
Secretaria Municipal de Esportes (Semes),
promove a integração de todas as modali-
dades esportivas que representam a cidade
nos Jogos Abertos, Regionais e da Juven-
tude, entre outras competições nacionais e
internacionais. A Fupes coordena também o
desenvolvimento de parcerias pública e pri-
vada, com a finalidade de oficializar o patro-
cínio e apoio aos atletas santistas, ampliando
a obtenção de recursos. :-)
16 viva melhor
você é
FEL Iz?
:- )
Por Isadora de Campos
AInDA nãO InVEnTARAM uMA FóRMuLA PARA DETERMI-
nAR QuEM É FELIz. Há uM MunDO DE PESSOAS InVESTInDO
TEMPO nESTA IDEIA. DE uM LADO, EMPRESAS DE PESQuISAS
InVEnTAM MIL MAnEIRAS DE MEDIR A FELICIDADE DO SER
HuMAnO E CRIAM RAnkIngS PARA MOSTRAR QuAIS SãO
AS PROFISSõES MAIS FELIzES, QuAIS SãO OS PAíSES MAIS
ALEgRES. DE OuTRO LADO, AgênCIAS DE PubLICIDADE COLO-
CAM SuAS MEnTES MAIS CRIATIVAS PARA PEnSAR EM COMO
TRAnSFORMAR PRODuTOS EM SInônIMOS DE FELICIDADE.
viva melhor 17
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ck, S
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ivul
gaçã
o
18 viva melhor
Quem tem uma conta no Facebook
já deve ter esbarrado em campa-
nhas de refrigerante, sorvetes e
produtos de beleza, sempre exibindo pes-
soas felizes, sorridentes e quase perfeitas.
Mas ainda há um outro lado, o nosso. É o
lado de pessoas comuns, que batalham no
dia a dia para cumprir com suas obriga-
ções, criar e educar seus filhos com respei-
to e dignidade e, ao fim de cada dia, deitar
na cama, fechar os olhos e conseguir dizer
para si mesmo que foi mais um dia feliz.
Não, não é fácil. Só você sabe como
sua vida é difícil. Só você sabe o quanto
aperta seu coração lembrar das suas dificul-
dades. Mesmo assim, parece que o mundo
todo insiste e pressiona para que você seja
feliz. Será que nossas ambições estão erra-
das? Será que a felicidade existe de verda-
de? Será que existem respostas para estas
perguntas?
Sâmia Aguiar Brandão Simurro é psi-
cóloga e mestre em Neurociências e Com-
portamento e vice-presidente de projetos
da Associação Brasileira de Qualidade de
Vida (ABQV). Para ela, uma especialista
no assunto, a felicidade tem sido percebi-
da como uma ciência e, portanto, existem
caminhos reais para se chegar lá. Sâmia
explica que a felicidade tem a ver com as
expectativas individuais e a autorrealiza-
ção. O problema é quando confundimos o
prazer com a felicidade. “O prazer é apenas
um pilar”, afirma a psicóloga. “O prazer
traz a sensação imediata de bem-estar, mas
não se sustenta.” Esta é a primeira regra da
busca pela felicidade.
O psicólogo e editor-júnior da revista
“Temas em Psicologia”, da Sociedade Bra-
sileira de Psicologia, Bruno Figueiredo Da-
másio, afirma que a busca pela felicidade
envolve aspectos individuais, de interação
social, da cultura pessoal e do contexto de
inserção do indivíduo. Estudos científicos
sobre a felicidade a definiam como a pre-
ponderância dos estados positivos sobre
os negativos. Estar alegre, esperto, entu-
siasmado e divertido é melhor do que estar
raivoso, incomodado, irritado e triste. “Ou
seja, para que a pessoa tivesse uma vida fe-
liz, ela deveria vivenciar mais afetos posi-
tivos do que negativos”, explica Damásio.
“Estes são um importante indicador de fe-
licidade, mas temos encontrado evidências
de que existem pessoas que, apesar de vi-
venciarem frequentemente estados positi-
vos, não se consideram felizes.” O que falta
a estas pessoas?
Martin Seligman, autor americano do
livro “Felicidade Autêntica”, é enfático
ao afirmar que a felicidade seria mais bem
compreendida se fossem incluídos outros
dois aspectos além dos afetos positivos: o
engajamento e o sentido da vida. Se enten-
dermos que o sentido da vida é algo intrin-
secamente pessoal e intransferível e que o
engajamento depende exclusivamente do
indivíduo, podemos concluir que o que é
felicidade para você pode não ser para mim
ou qualquer outra pessoa.
Sabe aquela pessoa sempre de bem
com vida que insiste em ser feliz mesmo
quando o mundo está pegando fogo à sua
volta? Esta é Vania Ferrari, diretora de
Operações e Finanças da empresa Repen-
se Comunicação. Para ela não existe tem-
po ruim, o que não a exime de dificulda-
des e momentos nem sempre agradáveis.
“Acho que o segredo é não dar valor para
alguma coisa de ruim que acontece nem
transformar a situação em uma espécie de
sinal de que todo o resto vai dar errado”,
VOCê É FEL Iz?
viva melhor 19
Você não pode escolher o que acontece na sua v ida,
mas pode escolher o que vai fazer com o que
acontece.”
Vania fer rar i , di re tora de operações e f inanças
não me permi to ent rar em depressão, eu desvio o
caminho, des l igo, dele to o que não me faz bem.”
Maria Cecí l ia Grachet ta E l Hayek, publ ic i tár ia que implantou t rês s ten ts
em duas ar tér ias coronár ias no IsH em setembro de 2011
afirma Vania. “Você não pode escolher
o que acontece na sua vida, mas pode
escolher o que vai fazer com o que
acontece.” Vania seria um ser humano
evoluído? De maneira alguma, ela é
uma pessoa comum, com problemas e
dificuldades como todo mundo. A dife-
rença está na forma de encarar a vida
e equilibrar seu dia a dia entre os mo-
mentos bons e os nem tão bons assim.
Não há um manual de instrução. De
acordo com a publicitária Maria Cecília
Grachetta El Hayek, de 52 anos, o auto-
controle é fundamental para atingir este
equilíbrio e estar bem consigo mesma
é o ponto de partida. “Não me permito
entrar em depressão, eu desvio o ca-
minho, desligo, deleto o que não me
faz bem”, diz. Em setembro de 2011,
Maria Cecília passou por um susto e
teve de realizar um procedimento car-
diológico, quando recebeu o implante
de três stents em duas artérias coro-
nárias no ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica. Com a saúde em dia,
ela se considera plenamente feliz e sabe
exatamente de onde vem o combustível
para se manter assim. “Hoje tenho saú-
de, uma família bem-sucedida, um filho
maravilhoso, só tenho a agradecer.”
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ação
20 viva melhor
O professor de Filosofia Moderna da
Universidade Federal do ABC, Fernando
Costa Mattos, lembra que a discussão sobre
felicidade é milenar. Aristóteles atribui um
papel decisivo à razão para alcançar a felici-
dade, com base no argumento de que sendo
racional é possível planejar melhor a vida e
distribuir os prazeres. Já Rousseau acredi-
ta que a razão pode ser um problema, uma
forma de controlar os desejos e nos tornar
menos espontâneos e, em certo sentido, apro-
veitar menos a vida. Para o professor Mattos,
não há um único caminho para ser verda-
deiramente feliz. Para ele, a vida tem de ser
enfrentada e esse enfrentamento talvez possa
ser mais bem-sucedido se as pessoas não esti-
verem obcecadas com o “ser feliz”.
Novamente, a palavra-chave é equi-
líbrio, um termo que define a direção do
bem-estar. Para Renato de Souza Astolfi,
cirurgião vascular e endovascular do ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica, a
felicidade não está apenas nos momentos e
situações que acontecem à nossa volta. Está
nos cuidados que temos com nós mesmos.
“É preciso cultivar o bem, ter a consciência
tranquila e sempre buscar o melhor de cada
um, respeitando o próximo”, afirma o cirur-
gião. “Mas também é necessário cuidar da
alimentação e fazer uma atividade física,
como caminhar diariamente, fazer passeios
regulares de bicicleta e, acima de tudo, fa-
zer o que gostamos.” :-)
NÃo cUSTA TeNTARSâmia Aguiar brandão Simurro, psicóloga e mestre em neurociên-
cias e Comportamento e vice-presidente de projetos da Associação bra-
sileira de Qualidade de Vida (AbQV), defende que a prática constante
é o melhor caminho para alcançar a felicidade. “É preciso tornar isso
um hábito, que não seja um esforço”, ela afirma. “É preciso praticar e
repetir as boas práticas para que se tornem uma atitude de vida”.
#1 Não confunda prazer com felicidade.
O prazer passa porque você se acostuma.
já a felicidade é um estado duradouro.
#2 Se esforce para superar os momentos negativos.
Todo mundo erra e nem sempre as situações são
justas, mas tudo pode ser superado.
#3 Não abra mão de estar com quem você gosta.
Os afetos positivos são um importante combustível
para sentir-se bem.
#4 Procure algo para estar engajado.
Pode ser uma causa pessoal, como concluir os
estudos ou até fazer uma jantar especial para o
namorado ou a família. Mas também pode ser uma
causa social, como colaborar com uma instituição.
#5 Todos os dias ao acordar, defina uma meta
curiosa, divertida e surpreendente.
Pode ser algo muito simples, como dar um abraço
em alguém que esteja triste, entregar uma flor para
a filha, a esposa ou a namorada.
#6 Não desista dos seus propósitos.
Por mais difícil que seja sua rotina, não há nada
melhor que um dia depois do outro.
VOCê É FEL Iz?
viva melhor 21
22 viva melhor
COMPORTAMEnTO
Está rindo de quê?
Por Isadora de Campos
EXISTEM PESSOAS QuE VIVEM DE bEM COM A
VIDA EM gRAnDES METRóPOLES E EM PEQuEnAS
CIDADES, EM TEMPOS DE PAz E TAMbÉM DE CRISE.
E Há PESSOAS QuE VIVEM DE MAL COM A VIDA
EXATAMEnTE nESSES MESMOS LugARES. DE OnDE
VEM A MOTIVAçãO PARA EnCARAR A VIDA DE
FORMA POSITIVA?
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viva melhor 23
Há quem diga que um dos
grandes enigmas dos tem-
pos modernos é saber driblar
os problemas e manter o otimismo na
maior parte do tempo. Um “bom dia”,
um sorriso, uma reação positiva aos de-
safios mais adversos que surgem pela
frente podem soar falso em meio às difi-
culdades do dia a dia, mas especialistas
garantem que um comportamento oti-
mista é o primeiro passo para alcançar
a tão sonhada paz de espírito.
Muitos devem se perguntar de onde
vem tanta inspiração. As condições ex-
ternas influem, sim, mas há fatores que
podem justificar por que algumas pesso-
as conseguem deixar de lado a amargura
em busca de um estado pleno de felici-
dade. Um deles é a herança de família.
De acordo com a psicóloga especialis-
ta em Neuropsicologia, Ruth Ferreira
Santos-Galduróz, o comportamento oti-
mista tem traços genéticos, mas o que o
define mesmo é o ambiente de criação.
“O comportamento do homem e mesmo
seu pensamento são o resultado da in-
teração de aspectos biológicos e socio-
culturais”, afirma Ruth, indicando que a
educação familiar tem sua parcela nessa
receita de sucesso.
Evanira Ramires Coleti é um exem-
plo de que otimismo em casa contagia.
Aos 57 anos, a bancária aposentada não
tem dúvidas de que toda a positividade
com que encara a vida aprendeu com
sua mãe, Adelina Poianas Ramires, que
nunca reclamou dos contratempos que
teimam em aparecer e sempre procu-
ra enxergar o lado bom em tudo o que
acontece. Adelina transmite na voz a fe-
licidade que tem em viver. Aos 86 anos,
a dona de casa coleciona histórias de su-
peração como a rápida recuperação após
uma cirurgia de risco no intestino e a cura
de um câncer de pele no couro cabeludo,
situações encaradas com fé e otimismo.
A motivação? Vontade de viver. “Amo
a vida, amo viver”, diz Adelina. “Sou a
pessoa mais rica do mundo, pois tenho
saúde e uma família maravilhosa.”
Hoje Adelina procura retribuir todo
o bem que recebe por meio de ações
que a fazem se sentir bem: faz casa-
quinhos, meias, gorros e cachecóis de
tricô para crianças e adultos carentes.
De acordo com Jairon Nascimento
Alencar, cardiologista intervencionista
do ISH - Instituto Santista de Hemo-dinâmica, a atividade física, mesmo
que um simples trabalho manual, é im-
portante para que corpo e mente reajam
positivamente e façam com que a pes-
soa se sinta mais feliz. Evanira diz que
a mãe está sempre de bom humor, vive
recebendo amigas para um café ou um
simples bate-papo, transmitindo seu
otimismo e amor pela vida.
“Mãe positiva, filha positiva”, afir-
ma Evanira, que tem o sorriso como sua
marca registrada e faz questão de dizer
que procura aproveitar um dia de cada
vez, buscando atividades que aliviem o
estresse e substituam as preocupações.
Para combater as adversidades do dia a
dia, ela conta que a fórmula é bem sim-
ples. Depois de se aposentar, a ex-ban-
cária encontrou na natação um bem-estar
muito grande e ressalta a importância de
se fazer algo que dê prazer. Seguindo os
passos da mãe, Evanira tem um grupo de
amigas que se encontra semanalmente
para jogar cartas; ela também estuda ita-
liano para manter o cérebro em atividade
e tem duas cachorras que preenchem a
vida dela e do marido depois que os fi-
lhos adultos saíram de casa.
Mas não é só dentro de casa que en-
contramos a solução para conseguir o
equilíbrio. Manter-se ativo é uma das di-
cas para tornar a mente sã. Este é o con-
selho de Rosa Buongermino Pereira Bar-
bosa para os pacientes do ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica. Conhecida
carinhosamente pelos amigos como Dona
Rosinha, em dezembro de 2012 come-
morou 90 anos de idade com uma grande
festa ao lado de seus três filhos, oito netos
e 14 bisnetos e mais de 100 convidados.
“Procuro sempre mostrar à minha família
a importância de estar sempre feliz.”
Moradora do bairro do Gonzaga,
em Santos, ela pinta quadros e gosta
de caminhar na praia para se exercitar.
Seu segredo para chegar a esta idade
com tanta disposição e alegria? “Traba-
lhando!”, revela. “Ocupar a cabeça com
um hobby e nunca ficar parada.” Com a
saúde em dia e uma energia de dar in-
veja, Dona Rosinha dá aulas de pintura,
promove exposições de seus quadros e
deixa a modéstia de lado para dizer, aos
risos, que tem uma memória fabulosa.
“Nunca esqueço números de telefone,
sempre fui assim, desde que me conhe-
ço estou sempre ativa, então não tenho
tempo de ficar triste.”
Não existe uma fórmula secreta, um
“passo a passo” que ensine como man-
ter um estado de alegria constante em
meio às eventualidades. É importante
procurar superar os desafios por meio de
atitudes que tornem a rotina mais leve.
“Mudança de comportamento ou pen-
samento é uma das tarefas mais difíceis
para qualquer um”, afirma a psicóloga
Ruth Ferreira. “Mas nada impede que
um indivíduo resolva refletir sobre o
quanto é feliz na vida.” :-)
24 viva melhor
AçãO & MOVIMEnTO
Xô, preguiça!Por Carla Ciasca
nOS úLTIMOS DEz AnOS, O bRASIL AuMEnTOu A EXPECTATIVA
MÉDIA DE VIDA DA POPuLAçãO DE 68 PARA 74 AnOS. EnTRETAnTO,
nESTE MESMO PERíODO, OS bRASILEIROS PERDERAM QuALIDADE DE
VIDA. PARA REVERTER O CEnáRIO, PROFISSIOnAIS DA áREA DE SAúDE
APOSTAM SuAS FICHAS nA PRáTICA REguLAR DE ATIVIDADES FíSICAS,
InCLuSIVE PARA IDOSOS.
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viva melhor 25
De acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE),
o Brasil possui mais de 14 milhões
de habitantes com 65 anos ou mais. Destes,
cerca de 65 mil vivem na cidade de Santos,
o que corresponde a 15,5% da população do
município, de quase 420 mil habitantes. Não
é de hoje que Santos é considerada uma cida-
de com qualidade de vida e, por este motivo,
muitas pessoas decidem mudar-se para o lito-
ral em busca de uma vida mais saudável assim
que conseguem se aposentar.
Um estudo realizado pela Faculdade de Saú-
de Pública da Universidade de São Paulo (USP)
avaliou duas gerações de idosos nos anos 2000
e 2010 e concluiu que, embora a expectativa de
vida no Brasil tenha aumentado em 8% na últi-
ma década, o índice de qualidade de vida cami-
nhou na direção oposta. O número de pessoas
incapazes entre 60 e 64 anos subiu de 27% para
32% e, entre os idosos de 70 a 74 anos, este ín-
dice foi ainda maior: de 30% para 40%. É ver-
dade que cada caso é um caso, mas, de acordo
com Luiz Otávio Lopes Abrantes, médico espe-
cialista em Estimulação Cardíaca Artificial do
ISH - Instituto Santista de Hemodinâmica,
se a prática de atividades esportivas fosse uma
rotina na vida de todo brasileiro, chegaríamos à
longevidade com a mente sã e o corpo saudável,
na medida do possível, claro.
Um bom exemplo é o santista João Henri-
que Braga de Mesquita. Espirituoso e alegre,
o dentista de 81 anos esbanja disposição e
exibe o porte físico pra lá de saudável. Além
de fazer musculação, ele pratica boxe, nata-
ção, surfe, kitesurf e faz caminhadas na praia.
“Não sinto dor, não tenho colesterol alto, jogo
bola, adoro dançar, adoro ler”, diz Mesquita,
que ainda faz aulas de canto e teclado.
Ele começou a praticar atividades físicas
ainda muito jovem, aos 18 anos. Nunca foi
colecionador de títulos esportivos nem vicia-
do em academias, mas sempre teve consciên-
cia de que mexer o esqueleto seria uma forma
de manter a saúde em dia. Hoje, aos 81 anos,
ele mantém essa rotina e recomenda a todos
os amigos, com as ressalvas de quem é da
área de saúde.
Para que a atividade na terceira idade não
provoque dores e traga melhores resultados,
existem alguns cuidados a serem tomados.
Segundo Luiz Carlos Carnevali Júnior, espe-
cialista em Fisiologia do Exercício e em Bio-
logia Celular e Molecular, se não há preparo
ou até mesmo um acompanhamento, a pessoa
pode se sentir mal e até ficar traumatizada.
“A prática da atividade física, seja ela qual
for, deve ser prazerosa”, diz o especialista.
“O resultado deve vir como consequência e
não como objetivo principal.”
Antes de iniciar qualquer ciclo de ativida-
de física, é fundamental consultar um médico
e fazer um check up para indicar seus limites.
O segundo passo é procurar uma atividade que
agrade e dê prazer. O último passo é buscar
orientação profissional, ainda que a atividade
tenha caráter recreativo. “Se a pessoa andar
errado ou não respeitar o seu limite, pode cau-
sar algumas lesões”, afirma o fisiologista.
Para quem tem problemas na coluna ou
nas articulações, como artrose no quadril, jo-
elho ou tornozelo, o ideal é fazer exercícios
mais leves, de baixo impacto, como alonga-
mento, hidroginástica, natação, esteira e até
musculação. Mais do que fazer exercício,
atividades físicas regulares podem agregar
amigos, apresentar uma nova rotina e mudar
as perspectivas de vida. “Há quem pense que
idoso não pode se esforçar por ter problemas
no coração ou diabetes”, diz Carnevali Jr.
“Mas se a pessoa acertar desde o início, nunca
é tarde para começar.” :-)
Sempre me cuidei e t ive uma alimentação saudável. O que vale é a cabeça, não pode ter preguiça.”
João Henrique Braga de Mesquita, 81 anos
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26 viva melhor
bOnS HábITOSfo
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viva melhor 27
Mais do que um veículo de lazer ou para praticar espor-
tes, a bicicleta pode ser o meio de transporte que leva
as pessoas ao trabalho, à escola ou para compromis-
sos do dia a dia, como ir à farmácia ou ao cinema. O trânsito caó-
tico tem levado muita gente a aposentar o carro e se aventurar sob
duas rodas. E há também aqueles que escolhem andar de bicicleta
por uma questão ideológica, já que as “magrelas” não agridem o
meio ambiente e não causam tanto transtorno quanto os automó-
veis. A bicicleta é um veículo prático, rápido, seguro, além de sau-
dável e econômico. Por que não juntar-se a este crescente grupo e
aderir a este novo hábito?
De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Mo-
tocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abra-
ciclo), o Brasil é o quinto maior mercado mundial de bicicletas. Do
total de bikes que circulam no País, 50% são usadas em substituição
a veículos poluidores. Como forma de lazer é a preferência de 17%.
Esses índices apontam as bicicletas como os veículos individuais
mais utilizados nos centros urbanos do País, pois está ao alcance de
todos, não levando em conta a base cultural, o clima, o nível de ren-
da e a escolaridade. Entre seus usuários mais frequentes encontram-
-se industriários, comerciários, estudantes, entregadores de merca-
dorias, carteiros e outras categorias de trabalhadores.
Ademir do Espírito Santo, de 41 anos, morador de São Vicente,
é operador de equipamentos pesados em uma empresa em Santos e
já chegou a estacionar o carro no meio do caminho e seguir o res-
tante do trajeto a pé até o trabalho, devido ao trânsito de caminhões
próximo ao porto. Desde então, decidiu deixar o carro na garagem.
“Sempre gostei de bicicleta e o trânsito na Baixada está cada vez
mais complicado”, afirma Ademir, que percorre sete quilômetros
pedalando até o trabalho há mais de uma década, exceto nos dias
de muita chuva e aos sábados. “Se fosse de carro todos os dias,
gastaria em média R$ 200 por mês só em combustível. Sem contar
pneus, manutenção, óleo etc”.
Que tal pedalar?Por Carla Ciasca
TROCAR O CARRO PELA bICICLETA PARA
IR AO TRAbALHO Ou à FACuLDADE PODE
SER uMA bOA OPçãO PARA QuEM ESTá
CAnSADO DO TRânSITO E AInDA REnDE
bEnEFíCIOS PARA uMA VIDA MAIS SAuDáVEL
28 viva melhor
bOnS HábITOS
Eliane Cristina Seki (com boné laranja na foto acima)
é técnica em Enfermagem no iSH - instituto Santista
de Hemodinâmica desde novembro de 2010. no
primeiro semestre de 2012, ela passou por uma
avaliação médica e descobriu que o colesterol
estava alto. O médico recomendou a prática de
atividades físicas. Mas o que fazer quando o tempo
não permite frequentar uma academia? Pergunta
daqui e dali, alguns amigos sugeriram que Eliane
conhecesse o grupo Pedal noturno de Santos. nem
pestanejou. Ela foi, conheceu e se apaixonou pelo
grupo e pela pedalada. “Eu não fazia atividades há
anos”, ela afirma. “Assim que comecei a participar
das pedaladas, passei a me sentir melhor no
condicionamento físico, na respiração,
até o colesterol diminuiu.”
O primeiro mês com o grupo foi difícil, muito
cansativo. Mas Eliane resistiu. “Se você não está
com uma turma legal, o cansaço toma conta”,
ela diz. Depois de um mês, tudo muda e você
começa a sentir necessidade de pedalar, e quando
não vai, sente falta de verdade.”
Para conhecer a turma da Eliane, visite o site
www.pedalnoturno.com. Por lá você encontrará
dicas de segurança, lista de equipamentos
obrigatórios e ficará sabendo dos eventos e
aventuras dessa turma que adora pedalar.
A saída dos passeios acontece de quinta-feira,
às 20h, e aos domingos, às 8h. O grupo se
encontra na Praça das bandeiras e as únicas
exigências são ter uma bicicleta em boas condições,
usar capacete e luvas para garantir sua segurança.
A hora de começar é agoraQue tal conhecer um grupo de pessoas bacanas que vão te ajudar
a resistir à preguiça e te viciar em uma boa pedalada semanal?
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viva melhor 29
Santos: cidade amiga da bicicleta
Por ser uma cidade quase totalmente plana, a cidade de
Santos tem uma condição que favorece a adesão a esta mo-
dalidade de transporte, que além de econômica, é saudável
e ambientalmente correta. Atualmente, a cidade alcançou a
marca de 30 km de ciclovias e foi destacada pela Associação
brasileira dos Ciclistas como ‘cidade amiga da bicicleta’ pelo
estímulo que dá ao uso desse meio de transporte. A malha ciclo-
viária santista interliga as zonas noroeste e Leste; e também a
divisa com São Vicente na orla até a área portuária.
Ao longo da praia, da divisa com São Vicente até a Avenida
Mário Covas júnior (Portuária), na Ponta da Praia, são 7.874
metros. nas avenidas Francisco glicério e Afonso Pena, mais
6.250 metros; na Mário Covas, 3.050 metros; na Avenida
Rangel Pestana, 476 metros; na Avenida Martins Fontes, 1.680
metros; e da Praça Dutra Vaz (em frente à Santa Casa) até a
Praça dos Andradas, passando pelo túnel, são 1.600 metros.
Enquanto economizam em tempo e dinheiro,
os ciclistas esbanjam saúde. Muitos estudos mos-
tram os benefícios e vantagens do exercício da
bicicleta como uma das atividades mais comple-
tas e universais para prevenir dores nas costas,
proteger as articulações e melhorar o sistema cir-
culatório, além de ser um ótimo exercício cardio-
vascular que fortalece o coração. O uso regular
da bicicleta ajuda a manter a forma, aumenta a
disposição para o dia a dia e ainda possibilita a
queima das gordurinhas em excesso. “Estou sem-
pre disposto, faço exames regularmente e os ní-
veis estão sempre bons. Mantenho meu peso há
anos”, comemora Ademir.
O benefício à saúde é o que anima Adriana
Aparecida da Costa Silva, de 38 anos, que optou
por usar a bicicleta há cerca de oito anos para ir do
Guarujá até Santos, onde trabalha, em um percur-
so de 30 minutos. “É um exercício de meia hora
que eu faço diariamente. Quando estou de folga,
aos domingos e segundas, sinto falta de pedalar”,
conta a manicure, que economiza alguns minuti-
nhos na ida e na volta. “É bem mais prático e mais
rápido. Na balsa, por exemplo, enquanto os carros
ficam na fila, nós passamos direto com a bicicleta.
Prefiro mil vezes a bicicleta.”
As ciclovias e faixas especiais para ciclistas
são o melhor caminho para quem deseja pedalar
com tranquilidade e segurança. Mas é possível
que alguns trechos não sejam contemplados pela
ciclofaixa e percorram ruas e cruzamentos movi-
mentados. Além de conhecer e seguir as regras de
trânsito, é importante manter a bicicleta em ordem
e utilizar os equipamentos obrigatórios como cam-
painha e espelho retrovisor, e também usar acessó-
rios como capacete e farol, a fim de evitar aciden-
tes e surpresas indesejáveis durante o percurso. :-)
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30 viva melhor
SAIA DA ROTInA
Por Isadora de Campos
O CASARãO bRAnCO É uM DAQuELES CAnTInHOS DA CIDADE
QuE A gEnTE nEM REPARA DIREITO. DE TAnTO PASSAR POR ALI,
já FAz PARTE DA PAISAgEM. MAS TEnTE ROMPER COM A ROTInA E FAzER
uMA VISITA FORA DE HORA. SE nãO SE SuRPREEnDER COM AS ObRAS
EXPOSTAS Ou OS LIVROS QuE PODEM SER EMPRESTADOS E LIDOS EM CASA,
TEnTE bATER uM PAPO COM OS FunCIOnáRIOS DA CASA. ELES SãO OS
guARDIõES DAS HISTóRIAS E MEMóRIAS DESTA COnSTRuçãO QuE,
AOS 112 AnOS, PERMAnECE EM PÉ EM MEIO AOS EDIFíCIOS QuE
TOMARAM A ORLA nOS úLTIMOS 100 AnOS.
O herói da resistência
viva melhor 31
Há pouco mais de três anos, o velho casarão branco
ganhou uma funcionária observadora. O nome dela
é Bárbara Andressa Leite. Ao reparar que crianças e
adolescentes chegavam para os tradicionais passeios escolares
sem conhecer muito a história da edificação, a garota de 30 anos
decidiu escrever um livro sem grandes pretensões.
O casarão branco foi construído em 1900 por Anton Carl
Dick, um alemão que viveu ali por alguns anos. Em 1924, uma
família com 12 filhos mudou-se para lá. A caçula era uma me-
nina de quatro anos chamada Edith Pires Gonçalves, que viu
o casarão tornar-se sua grande paixão. Foi ali que ela cresceu
e viu suas irmãs se casarem no Salão Nobre. O tempo passou,
a família mudou-se e, em 1986, o casarão foi transformado em
patrimônio cultural ao abrigar a Fundação Pinacoteca Benedicto
Calixto. A instituição sem fins lucrativos assumiu a missão de
cultivar a memória do pintor nascido na cidade de Itanhaém e,
por consequência, do próprio casarão.
Quem adorou a ideia foi Edith. Era a oportunidade de perpe-
tuar as histórias que guardou em sua memória e sempre contou
para seus dois filhos, quatro netos, quatro bisnetos e qualquer
curioso que encontra por lá. Foi assim que Edith e Bárbara se
conheceram, contando as histórias do velho casarão branco. Foi
assim que Bárbara ficou sabendo como o glamour das celebra-
ções familiares deu lugar à exposição permanente das 32 obras
assinadas por Benedicto Calixto. O espaço passou a ser palco de
exposições nacionais e internacionais, lançamentos de livros, re-
citais de piano e workshops culturais. São incontáveis os nomes
de artistas que já passaram por lá, deixando um pouquinho da
sua história para que gente como Edith e Bárbara possam contar
para os novos visitantes. :-)
A Pinacoteca Benedicto calixto fica localizada na avenida Bartolomeu de Gusmão, 15, no bairro do Boqueirão,
e funciona de terça a domingo, das 9 às 18 horas.
A entrada é gratuita
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32 viva melhor
DESAFIO
É hora de aproveitar
Ao aceitar o pedido para escrever so-
bre “felicidade”, deparei-me com a
difícil missão de separar a felicidade
que sinto como médico, ao fazer um diagnósti-
co preciso com uma terapêutica adequada, e a
abstrata felicidade emocional.
Questionei minha filha Victória (16), a respeito
do que entendia como felicidade. Na hora esboçou
um sorriso e nada respondeu. Bem tarde da noite,
pediu-me que lesse um e-mail escrito por ela onde
definia felicidade como “um dia bem aproveitado,
estar com quem ama de verdade, aquele abraço
apertado ou o beijo roubado, estar em uma reunião
com amigos, estar bem consigo próprio, fracassar e
não desistir, sentir estar no paraíso, sem hora para
voltar, sem maldade para fazer o outro chorar e ter
por perto para te apoiar todos aqueles que te amam
de verdade”. Mas, afinal, o que é felicidade? Pa-
lavra de fácil compreensão, mas de difícil ex-
plicação, como “saudade”, que não existe tra-
dução para outros idiomas, mas também é fácil
de sentir e complicado para explicar.
Felicidade vem ao encontro dos eventos que
tornam nossas vidas completamente realizadas: os
desafios profissionais, a formação de uma família,
identificação de hobbies, que enchem de prazer, o
amor, o companheirismo, as amizades, a religião e,
por que não, a ética de conduta, hoje em dia tão en-
fatizada, mas muito pouco praticada. Sem falarmos
obviamente da saúde, pois de nada valem todos es-
tes esforços sem a mesma para persegui-los e real-
mente conquistar a qualidade de vida tão almejada.
Não é comum comentarmos com amigos e fa-
miliares que temos saudades dos velhos tempos?
Acredito, sim, que felicidade e saudade caminham
juntas. Tudo que fazemos nesta vida vem ao encon-
tro de um projeto que idealizamos no passado, ou
seja, o queremos ser no futuro!
Os desafios surgem a cada dia. As experiências
vividas são os alicerces para a construção e con-
cretização do projeto idealizado, perseguido com
muito trabalho e dedicação, a fim de colhermos os
frutos que plantamos lá atrás.
O que fazer agora? É hora de aproveitar. Vi-
mos os filhos nascerem e crescerem, apostamos
neles, participamos do sucesso deles, fantástico!
Estamos, então, realizados e felizes.
A felicidade é um fato e está em nossas atitu-
des. Está no resultado obtido, na qualidade de vida,
nos desafios conquistados, às vezes a duras penas,
mas repleto de realizações.
Felicidade é ter algo que fazer, que amar e que
esperar, não dependendo do que nos falta, mas do
bom uso do que temos. Concluo que não há uma
estrada real para a felicidade, mas sim caminhos
diferentes. Há quem seja feliz sem coisa alguma,
enquanto outros são infelizes possuindo tudo. Por-
tanto, o segredo da felicidade, segundo Bertrand
Russell, é deixar que os nossos interesses sejam
tão amplos quanto possíveis, e deixar que as nossas
reações em relação às coisas e às pessoas sejam tão
amistosas quanto possam ser. :-)
Prof. Dr. William da costa écoordenador da Disciplina de cardiologia da faculdade de Medicina do centro Universitário lusíada, diretor científico da Sociedade de cardiologia do estado de São Paulo – Regional Santos, coordenador do Serviço de cardiologia do Hospital Guilherme Álvaro da Secretaria de Saúde de estado.
ATITuDE
Felicidade e coragem
O convite para escrever essa co-
luna na primeira edição da
revista Viva Melhor, confesso,
me alegrou muito. Participar de uma inicia-
tiva tão especial, como a criação de uma
revista de variedades, um veículo dedicado
a temas de qualidade de vida, e a possibili-
dade de compartilhar com os seus leitores
diversos assuntos de meu interesse, me pa-
receu desafiante e prazeroso.
Fui informado que o tema central do
primeiro número da revista seria FELICI-
DADE e que ficasse à vontade para esco-
lher a forma de abordar o tema, podendo
discorrer sobre a minha área de atuação, a
propósito sou médico, falar de meus hábi-
tos de vida, uma vez que adoro cozinhar e
gosto muito de vinhos, ou ainda, de via-
gens, lugares e gente, música, ah! a ópe-
ra ou então da família e de pessoas, com
as quais troco afeto e busco cumplicidade
para ser feliz. Seriam, sem dúvida, boas al-
ternativas para vencer esse desafio.
Ocorre que nessa mesma semana do
convite, as manifestações populares por
todo o País se iniciaram e, de fato, eu já
não poderia deixar de relacioná-las com
o tema. No noticiário da TV, vendo estes
brasileiros, que representam, em verdade,
cada um de nós, percebo, claramente, algo
mais do que uma pauta de reivindicações,
redução da tarifa do transporte coletivo,
melhoria nos serviços públicos, saúde,
educação, segurança etc. Clamam por uma
vida melhor, por uma sociedade menos ex-
cludente e mais justa, protestam pela re-
mota possibilidade ou pela esperança de
serem felizes.
São pessoas comuns, homens e mulhe-
res de todas as idades, mostrando ao mundo
que temos opinião e queremos, enfim, assu-
mir o rumo de nossa nação. Que é preciso
reformar o País e suas instituições, cobrar
daqueles que nos representam o respeito
que nos cabe e austeridade com o que é
nosso, todos reconhecemos.
Vislumbro nesse momento histórico a
possibilidade de se resgatar o orgulho de
ser brasileiro e a força de nossa gente para
construirmos o País que queremos.
Enfim, dou as minhas boas-vindas a
todas as manifestações que possam nos
ajudar na incessante busca pela FELICI-
DADE, incluindo a revista Viva Melhor,
nessa sua primeira edição. É preciso cora-
gem para ser feliz. :-)
Hermes Toros Xavier é médico cardiologis ta. Possui Doutorado pela faculdade de Medicina da Univers idade de São Paulo. é o atual presidente do Depar tamento de Aterosclerose da Sociedade Brasi leira de cardiologia.
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34 viva melhor
gESTãO EM SAúDE
Conforto médico
Um lugar especial para um Corpo Clínico diferenciado
A Casa de Saúde Santos, buscan-
do garantir melhor qualidade
de vida a seus profissionais
médicos, oferece um ambiente aconche-
gante e repleto de facilidades de forma
a contribuir para aliviar o estresse destes
profissionais.
Chamado de Conforto Médico, o
local foi projetado para oferecer ser-
viços que superam as expectativas dos
médicos, onde podem sentir-se fora do
ambiente hospitalar, confraternizar-se e
até mesmo trocar conhecimentos com
outros colegas.
Entre outras coisas, eles podem con-
tar com: internet wifi, telefonia, TV LCD,
souvenirs, refeições diferenciadas prepa-
radas por chefes e, claro, um lugar para
descansar entre uma cirurgia e outra.
Investir na qualidade de vida dos pro-
fissionais é fator primordial. Acredita-
mos que, mesmo com esta pequena con-
tribuição, podemos oferecer algo novo e
de qualidade e que ao mesmo tempo traz
a excelência aos serviços prestados pelo
hospital e seus colaboradores. :-)
evandro Rambaldi e Matosé diretor superintendente dacasa de Saúde Santos S.A.
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sexta-feira, 5 de julho de 2013 09:41:52
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