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Viso · Cadernos de estética aplicada Revista eletrônica de estética ISSN 1981-4062 Nº 4, jan-jun/2008 http://www.revistaviso.com.br/ Tomás de Aquino e a questão de uma possível estética medieval Andreas Speer

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  • Viso Cadernos de esttica aplicada Revista eletrnica de esttica

    ISSN 1981-4062

    N 4, jan-jun/2008

    http://www.revistaviso.com.br/

    Toms de Aquino e a questode uma possvel esttica medieval

    Andreas Speer

  • RESUMO

    Toms de Aquino e a questo de uma possvel esttica medieval

    O artigo se prope a analisar as principais tentativas filosficas de, a partir da obra de

    Toms de Aquino, encontrar-se algo como um pensamento esttico autnomo na Idade

    Mdia. O autor mostra que falar em uma esttica medieval um anacronismo que nos

    desvia da verdadeira tarefa: investigar como que aquilo que hoje chamamos de arte,

    em um sentido moderno, era percebido, experimentado, elaborado teoricamente e

    interpretado pelas pessoas daquele tempo.

    Palavras-chave: esttica filosofia medieval Toms de Aquino

    ABSTRACT

    Thomas Aquinas and the problem of medieval aesthetics

    This paper tackles philosophical attempts at reconstructing an arguably autonomous

    aesthetic thinking in the Middle Ages based on the work of Thomas Aquinas. Its purpose

    is to show that it is anachronic to speak of medieval aesthetics: researchers should

    instead investigate how that which we call art from a modern perspective was perceived,

    experienced, understood and interpreted by the people living in those times.

    Keywords: aesthetics medieval philosophy Thomas Aquinas

    Toms de Aquino e a questo de uma possvel esttica medieval Andreas Speer

    Viso Cadernos de esttica ap licada n. 4jan-jun/2008

  • Este artigo foi originalmente publicado, em alemo, em Wort und Antwort, Berlin, 1999/1. Traduo e reviso dos editores.

    Em geral, associamos o belo de modo quase automtico representao do belo artstico, a qual G. F. W. Hegel explicou ser o objeto prprio da esttica, ou, mais precisamente, da esttica filosfica. Se o assunto a questo de uma esttica medieval, quase sempre se atribui a Toms de Aquino um papel-chave. Em seu livro Gotische Architektur und Scholastik, por exemplo, o clebre historiador da arte Erwin Panofsky cita Aquino como testemunha capital do que afirma ser uma genuna relao de causa e efeito entre o mtodo escolstico e os princpios da arquitetura das catedrais gticas. Ao falar da arquitetura das catedrais, Panofsky refere-se sobretudo a elementos formais do pensamento de Aquino. Filsofos da esttica tais como Umberto Eco e Francis J. Kovach, por outro lado, simplesmente pressupem, como se isso fosse uma obviedade, a existncia de uma teoria esttica acabada na obra deste autor, que deveria ser tomada como uma parte importante e autnoma de seu pensamento. No prefcio nova edio de seu livro sobre a esttica de Toms de Aquino, Eco que se tornou conhecido para um pblico mais amplo atravs de seu romance O nome da rosa [Rosenroman] permanece fiel ao seu objetivo de demonstrar que uma teoria esttica coerente seria uma parte constitutiva do sistema de Toms de Aquino.

    ...o que agrada ao ser observado

    Quando seguimos o caminho esttico indicado por esses autores, surpreendemo-nos de incio com o fato de que o belo no tematizado isoladamente por Toms de Aquino em nenhuma passagem de sua obra, sendo antes tratado apenas de modo incidental. Uma exceo representada pelo quarto captulo de seu comentrio ao influente escrito Sobre os nomes de Deus [De divinis nominibus], de Pseudo Dionsio Areopagita, neo-platnico annimo do sculo VI que divulgou suas obras como se fossem as de um aluno do apstolo Paulo, para emprestar-lhes uma autoridade adicional. O comentrio de Aquino a De divinis nominibus, porm, considerado pela literatura especializada notria e injustamente como um caso especial e no , portanto, em geral utilizado para a reconstruo de seu pensamento esttico.

    Com mais freqncia, as linhas de pensamento para uma esttica de Toms de Aquino costumam ser construdas a partir da pretensa definio formal do belo, como expresso de sua objetividade e de seu aparecer autnomo: chamar-se-ia belo tudo aquilo que agrada ao ser observado pulchra enim dicuntur, quae visa placent (Summa theologiae I, q. 5. a. 4, ad. 1). Um breve exame do contexto hermenutico a doutrina de Deus e, nela, a doutrina do bom [bonum] revela, todavia, a problematicidade dessa interpretao e, conseqentemente, da aproximao esttica corriqueira. Aquino parte da concepo de Dionsio Areopagita segundo a qual o bom, em virtude de seu parentesco com o belo, teria o carter de causa formal. O filsofo, no entanto, associa o bom em sentido prprio faculdade da vontade [Strebevermgen], e o belo especialmente faculdade do conhecimento, na medida em que esta atrada por um objeto do conhecimento. nesse contexto que se encontra o enunciado acerca

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  • dos objetos belos que agradam ao serem observados. Essa determinao conceitual tem a um sentido bastante especfico. O belo determinado, por assim dizer, a posteriori em analogia com o bom: assim como pertence ao conceito de bom que nele a vontade [das Streben] atinja, em geral, o repouso, caracterstico do conceito de belo que, quando este observado ou conhecido [in eius aspectu seu cognitione], a vontade atinja o respouso (Summa theologiae I-II, q. 27, a.1, ad. 3).

    A questo de Toms de Aquino saber o que no plano dos sentidos, ou seja, no momento primeiro e imediato em que algo nos impressiona e nos atrai, direciona a faculdade de conhecimento para precisamente este objeto do conhecimento, de modo que ocorra ento uma primeira forma do conhecer. Os sentidos so atrados pela boa proporcionalidade [debita proportio] de cada objeto do conhecimento: assim possvel reconhecer um momento da semelhana [similitudo] (Summa theologiae I, q. 5, a. 4, ad 1). , portanto, no plano do conhecimento sensvel que Aquino se refere ao belo e suas qualidades expressivas, sem que este j apresente a qualidade de um juzo, tampouco a qualidade de um juzo esttico. O filsofo, no entanto, empreende uma extenso sobre a faculdade de conhecimento em geral, na medida em que generaliza, em sua explicao, os dois elementos de sua definio: o momento cognitivo, visa, e o momento apetitivo, placent. Todo conhecimento acontece por adequao [per assimilationem], e toda semelhana diz respeito forma; o belo, contudo, possui o seu contedo sensvel prprio justamente na medida em que diz respeito causa formal.

    Harmonia e clareza

    Um quadro semelhante tambm se apresenta quando abordamos outro texto clssico, que costuma ser utilizado para a reconstruo de uma esttica de Toms de Aquino. Na Summa theologiae, Aquino menciona, no mbito da doutrina da trindade, trs determinaes para a beleza: primeiramente, pureza [integritas] ou perfeio [perfectio]; em seguida, as caractersticas da devida proporo [debita proportio] ou harmonia [consonantia], que remontam obra de Dionsio Areopagita e entre as quais encontram-se tambm os conceitos de uniformidade [commensuratio] e concordncia [convenientia]; por fim, claritas: brilho ou clareza (Summa theologiae I, q. 39, a. 8, c). Remontando ao quarto captulo do De divinis nominibus, Aquino atribui a Deus como causa do belo a origem do brilho [claritas] e da harmonia [consonantia] que se manifestam juntos no conceito do belo [phulcrum] e do honorvel [honestum]. Deus chamado de belo na medida em que causa da harmonia e do brilho de todos os entes. Nesse sentido, a beleza do corpo consiste de membros bem proporcionados e de uma cor brilhante, isto , saudvel, ao passo que a beleza do esprito implica um uso bem ordenado dos dons espirituais segundo a clareza espiritual da razo.

    No mbito de sua doutrina da trindade, Toms de Aquino interpreta as caractersticas de imagem ou beleza [species sive pulchritudo] atribudas por Hilarius de Poitier ao Filho descrevendo, com base nas determinaes de pureza ou perfeio [integritas sive perfectio], o fato de que este detm em si mesmo a posse verdadeira e perfeita da

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  • natureza do Pai. Essas duas determinaes descrevem o enunciado que era visado atravs do conceito da imagem [species sive imago sive pulchritudo]: a perfeita identidade essencial entre Pai e Filho. A estreita ligao com o contexto sistemtico da doutrina de Deus, confirmado por uma srie de pontos de contato com a tradio, fazem parecer problemtico considerar tal determinao abstrada de seu contexto, como se ela pudesse fornecer uma definio material da beleza.

    Beleza transcendental?

    A doutrina da beleza como um transcendental tambm costuma valer como ponto de partida para a reconstruo de uma esttica medieval. Por meio dela, supe-se que ocorra, em nvel metafsico, uma integrao da beleza com outros valores. Um breve exame, entretanto, dos transcendentais listados por Toms de Aquino a saber, ente [ens], uno [unum], verdadeiro [verum] e bom [bonum], os quais, como determinaes mais gerais e primordiais, podem ser enunciados acerca de tudo o que mostra que o belo no se encontra na srie das determinaes mais universais do ser e claramente no detm o lugar autnomo de um transcendental (De veritate, 1,1). Em Toms de Aquino, o belo s mencionado lado a lado com o bom no contexto da doutrina de Deus (Summa theologiae I, q. 5, a. 4). Pois embora a beleza acrescente ao bom (e no ao ente) uma relao faculdade de conhecimento, o bom e o belo so ao mesmo tempo idnticos em realidade [real], pois ambos esto baseados na forma, que o seu fundamento comum. (In: De divinis nominibus IV, lect. 5, n. 356). Nesse ponto, Toms de Aquino conserva o princpio de identidade de Dionsio: o bom seria to louvvel quanto o belo bonum laudatur ut pulchrum (Summa theologiae I, q. 5, a. 4, arg.1). Ele, no entanto, a modifica, no sentido mencionado acima de uma extenso do bom at o verdadeiro, uma vez que o belo acrescenta ao bom uma relao faculdade de conhecimento. Por este motivo, Paul Oskar Kristeller indica, com razo, que a tentativa de reconstruir uma esttica segundo princpios escolsticos com base na beleza transcendental nada mais seria do que uma projeo retrospectiva moderna. As representaes medievais da beleza no dizem respeito como vimos de modo paradigmtico em Toms de Aquino primariamente beleza artstica ou subjetividade criadora do homem, mas pertencem antes teologia ou metafsica.

    Arte Habilidade artstica [Kunstfertigkeit] Poiesis

    Com isso, o parentesco semntico, que se supe em geral evidente, entre beleza artstica, arte e artista, por um lado, e pulchrum e puchritudo, ars e artifex, por outro, colocado radicalmente em questo. O mesmo vale para a tentativa de relacionar ambos os campos conceituais sob o pretexto de que no campo semntico de ars e pulchrum poder-se-iam encontrar aqueles fenmenos que hoje em dia caracterizamos como obras de arte. Essa diferena face compreenso moderna da esttica mostra-se de modo especialmente claro no que diz respeito compreenso de ars e artifex, conceitos que so normalmente colocados no horizonte do paradigma moderno de uma subjetividade individual criadora que to consciente desse fato quanto da

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  • representao de um beleza artstica autnoma.

    Se, no entanto, desejamos falar, a partir de Toms de Aquino, de um modo de produo criador que no depende de quaisquer dados prvios, esse privilgio permanece restrito ao esprito e vontade divinos; j antes de Aquino, o prottipo desse modo de produo a criao a partir do nada, creatio ex nihilo. Aquino distingue deste ainda dois outros: por um lado, a produo como obra da natureza, que gera formas substanciais mas permanece ainda presa matria; por outro, a produo como atividade [Herstellen], como facere (Summa theologiae I, q. 45, a. 2, c). Ele esclarece esse terceiro modo de produo tomando como exemplo o artifex, que permanece preso tanto aos dados prvios materiais quanto s formas substanciais, ou seja, natureza, na medida em que esta significa a matria e a forma de uma coisa e detm o carter de um princpio (Summa theologiae I, q. 45, a. 2, c; In: II Pysicorum, lect. 1, n. 145). Esse o contexto sistemtico prprio para o clebre discurso sobre a arte [ars] como imitao da natureza [imitatio naturae]. O homem como artifex permanece limitado s condies ontolgicas da realidade das criaturas [kreatrliche Seinswirklichkeit], e nesse sentido imita a natureza. Mais precisamente, ars a aplicao do saber correto a algo que se produz (applicatio rationis rectae ad aliquid factibile Summa theologiae II-II, q. 47, a. 2, ad 3). Como Habitus associado a uma atividade [habitus operativus], sua qualidade pode ser medida apenas pela obra a realizar [facultas boni operis], pela conformidade com o projeto e com as regras da produo, mas de forma alguma pela disposio do produtor ou pelos propsitos de quem a utilizar. Com isso, porm, a ars contm de acordo com a distino aristotlica entre Praxis e Poiesis um saber produtivo [recta ratio factibilium] e no um saber ativo [Handlungswissen].

    A ars possui, portanto, segundo a compreenso de Toms de Aquino, uma natureza primariamente tcnico-potica, como, por exemplo, o construir e o operar (Summa theologiae I-II, q. 57 a 4 c). Por conseqncia, cada ars necessariamente particular; ela relaciona-se sempre a uma finalidade determinada e, portanto, particular, a saber, finalidade da obra a realizar, e dispe apenas de meios determinados e limitados [determinata media] para alcan-la. A ars s experimentar uma apreciao que transcende o seu valor tcnico e concreto quando for inscrita em um horizonte muito mais amplo de finalidades humanas.

    Arte e beleza

    Essa compreenso de ars remonta a Aristteles e , deste modo, expresso daquela virada epocal na histria do esprito de Plato para Aristteles, ocorrida no incio do sculo XIII, que teve lugar sobretudo por meio de uma apropriao completa dos escritos aristotlicos. Com base em Aristteles, tambm Toms de Aquino ir propor uma nova determinao do conceito de ars at ento bastante complexo, pois abrangia, em razo de sua associao antiga tradio pedaggica das septem artes liberales, as assim chamadas sete artes liberais, todos os mbitos do saber humano. A diferenciao do conceito de ars, originalmente to abrangente, que mencionei acima atribui agora

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  • ars [tchne] um plano terico autnomo, por assim dizer intermedirio [mittler], entre a experincia [experientia empeira] e o saber [scientia epistme] (Aristteles. Metaphysik I,1-2; Nikomachische EthikVI, 3-6). Conseqentemente, um artifex distingue-se pelo conhecimento pertinente [sachbezogen] em um determinado mbito, orientado pelas finalidades especficas de objetos singulares. O conceito de ars perde em Aquino, deste modo, aquela elevao [berhhung] especulativa que tinha seu fundamento na unidade, vigente at o sculo XII, entre a perfeio tcnica e modos de abordar a natureza de carter tanto filosfico-cientfico quanto teolgico. Uma tal concepo encontra-se, por exemplo, no Didascalion, de Hugo de So Viktor, que apresenta uma doutrina da arte e da cincia que abrange todos os mbitos do saber e do fazer humanos. Em Hugo de So Viktor, todo saber humano imediatamente relacionado a uma sabedoria superior. A beleza , nesse contexto, a expresso do carter anaggico de cada uma das artes das cincias e das artes (entendidas primariamente como manuais) e de seus objetos.

    A relativa autonomia do saber artstico [ars] face ao conhecimento cientfico [scientia], segundo por exemplo a elaborao de Toms de Aquino, leva por um lado perda de uma concepo anaggica da beleza. Por outro lado, esse conceito mais restrito de arsconstitui justamente uma das pr-condies para uma reflexo terica pertinente acerca do mbito especfico de uma arte determinada. Com essa reflexo, que permite explicitar suas condies sob a forma de um juzo, tem lugar um aumento da importncia esttica das artes isoladas. Esse desenvolvimento conduz finalmente a um esquema ou a um sistema das belas artes, que no Renascimento foi elaborado tambm teoricamente.

    Uma tal compreenso da esttica, porm, no pode ser encontrada na Idade Mdia. Os enunciados de Toms de Aquino acerca da arte e da beleza tampouco podem ser interpretados nesse sentido. Ao contrrio, todas as interpretaes da atividade artstica na Idade Mdia baseadas em uma concepo especfica de beleza devem ser vistas, de modo geral, com uma certa reserva hermenutica. Isso no significa que se deva, por princpio, renunciar categoria do esttico, cuja funo em todo caso no mais a de fornecer a demonstrao de caractersticas essenciais a-histricas, mas sim a de confrontar heuristicamente diferentes horizontes de compreenso, que tiram o seu interesse justamente de sua diversidade. Nesse sentido, cumpre encontrar um paradigma esttico adequado compreenso medieval. Para tanto, preciso, a princpio, procedermos reconstrutivamente, deixando-nos guiar pela seguinte questo: como que aquilo que hoje chamamos de arte, em um sentido moderno, era percebido, experimentado, elaborado teoricamente e interpretado pelas pessoas daquele tempo? Contra esse pano de fundo, tambm a contribuio de Toms de Aquino para uma histria da esttica precisa ser reavaliada.

    BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

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    * Andreas Speer professor da Universidade de Kln.

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