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  • Resenha de KOCH, Ingedore Grunfeld Villaa ; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e

    Coerncia. So Paulo: Cortez Editora, 1989. Srie 5 ESTUDOS DA LINGUAGEM

    volume 4. 107 pgs

    Victria Borges Silva Chagas

    Ingedore Grunfeld Villaa Koche docente do Departamento de Lingustica do Instituto

    de Linguagem IEL, UNICAMP. Foi professora-titular de Portugus da PUCSP.

    bacharel em Direito pela USP, licenciada em Letras Portugus/Literatura, mestre

    doutora em Cincias Humanas: Linguagem Portuguesa pela PUCSP. Tem vrias obras

    editadas e artigos em diversas revistas especializadas. Pela Cortez Editora publicou

    alguns livros.

    Luiz Carlos Travaglia professor-titular de Lingustica e Lngua Portuguesa da

    Universidade Federal de Uberlndia. Mestre em Letras (Lngua Portuguesa) Pela

    PUCRJ. Doutorando em Lingustica pelo IEL/UNICAMP. Desenvolve paralelamente

    pesquisa em sua rea, divulgada nos livros: O aspecto verbal no Portugus. A categoria

    e sua expresso (EDUFU); Metodologia e prtica de ensino em Lngua Portuguesa

    (Mercado Alberto); alm de artigos em revistas especializadas e outras participaes em

    Congressos e Seminrios.

    O objetivo do livro segundo os autores, tratar do que tem sido denominado,

    nas pesquisas lingusticas, de coerncia textual. Nesse artigo ser tratado, em primeiro

    lugar, o que se tem entendido por coerncia e sua relao com outros fatos textuais,

    principalmente a coeso; em segundo lugar, examinaremos alguns aspectos relevantes

    da relao entre coerncia e texto; em terceiro lugar, focalizaremos a relao entre

    coerncia, competncia textual e lingustica do texto, discutindo o papel da lingustica

    nesse estudo; e em quarto lugar tentaremos mostrar de que depende a coerncia, como

    ela se estabelece.

    Trabalho da disciplina de Discurso e Produo de Textos e Hipertextos, 2014.2, ministrada pelo

    professor Eliabe Procpio.

    Aluna do curso de Letras-Habilitao em Lngua e Literaturas Verncula

  • No primeiro captulo, conceito de coerncia e sua relao com a coeso;

    conceituando coerncia e coeso, a coerncia teria a ver com a boa formao do texto,

    mas em termos da interlocuo comunicativa. Portanto, a coerncia algo que se

    estabelece na interao, na interlocuo comunicativa entre dois usurios.

    Ela o que faz com que o texto faa sentido para os usurios. A coerncia

    vista tambm como uma continuidade de sentidos perceptveis no texto, resultando

    numa conexo conceitual cognitiva entre elementos do texto. Mesmo sendo ao mesmo

    tempo, semntica e pragmtica, para alguns a coerncia tem tambm uma dimenso

    sinttica (gramatical, lingustica).

    Ao contrrio da coerncia, a coeso explicitamente revelada atravs de marcas

    lingusticas, ndices formais na estrutura da sequncia lingustica e superficial do texto.

    A coeso , ento, a ligao entre os elementos superficiais dos textos.

    Todos os estudiosos do texto esto de acordo quanto ao fato de que coeso e

    coerncia esto intimamente relacionadas no processo de produo e compreenso do

    texto. Embora metodologicamente seja importante separar coeso e coerncia, preciso

    no esquecer de que so dois aspectos do mesmo fenmeno.

    No segundo captulo, a coerncia e o texto; textualidade ou textura o que faz

    de uma sequncia lingustica um texto e no uma sequncia ou um amontoado aleatrio

    de frases ou palavras.

    A coerncia a caracterstica principal, fundamental de um texto, ela que faz

    de um conjunto de frases um texto, j que o texto uma sequncia de frases com relao

    entre si e a coerncia que permite estabelecer essas relaes.

    Quanto ao texto incoerente, aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) no

    consegue descobrir qualquer continuidade de sentido, ou seja, que no faz sentido.

    Texto coerente o que faz sentido para seus usurios, o que torna necessria a

    incorporao de elementos cognitivos e pragmticos ao estudo da coerncia textual.

    No terceiro captulo, lingustica do texto e coerncia; Alguns linguistas

    propuseram que se fizesse uma gramtica do texto a partir de trs capacidades textuais

    bsicas: capacidade formativa, capacidade transformativa e capacidade qualificativa.

    Com isso, e acreditando na existncia de textos que fossem coerentes ou incoerentes em

    si, props-se a feitura de uma gramtica de texto, semelhante de frases propostas por

    Chomsky.

    E por ltimo, no quarto captulo, coerncia: de que depende, como se

    estabelece; a coerncia se estabelece na dependncia de uma multiplicidade de fatores,

  • o que inclusive levou a uma abordagem multidisciplinar dessa mesma coerncia.

    O estabelecimento da coerncia depende: de elementos lingusticos, do

    conhecimento de mundo e de fatores pragmticos e interacionais. Evidentemente, cada

    um desses fatores se relaciona com outros fatores.

    Os elementos lingusticos tm grande importncia para o estabelecimento da

    coerncia. a coerncia que determina, em ltima instncia, que elementos vo

    constituir a estrutura superficial lingustica do texto e como eles estaro encadeados na

    sequncia lingustica superficial. Alguns dos fatores de natureza lingustica cujo

    funcionamento textual e papel no estabelecimento da coerncia j foram, de alguma

    forma, enfocado so: a anfora, as descries definidas, o uso dos artigos, as conjunes,

    marcas de temporalidade, tempos verbais, a repetio, a eclipse, modalidades,

    entonao, subordinao e coordenao, substituio sinonmica, ocorrncia de signos

    do mesmo tempo lexical, ordem de palavras, marcadores convencionais, o componente

    lexical e os conceitos e mundos que se deflagram no texto, fenmenos de recuperao

    pressuposicional, fenmeno de tematizao: tema rema, tpico comentrio e marcas de

    tematizao, fenmeno de implicao, orientao argumentativas de elementos do

    lxico da lngua, componentes de significado de itens lexicais.

    O estabelecimento do sentido de um texto depende em grande parte do

    conhecimento de mundo dos seus usurios, porque s este conhecimento que vai

    permitir a realizao de processos cruciais para a compreenso, a saber: a construo de

    um mundo textual, o relacionamento de elementos do texto, o estabelecimento da

    continuidade de sentido e a construo da macroestrutura. Que no so modelos

    cognitivos, mas so estruturas globais e fundamentais para a compreenso do texto.

    J que o conhecimento de mundo importante para o processo de compreenso

    do texto, emissor e receptor tm de ter conhecimentos de mundo com certo grau de

    similaridade. Isso vai constituir o conhecimento partilhado que determina a estrutura

    informacional do texto em termos do que se convencionou chamar de dado e novo.

    Outro fator importante para a compreenso e o estabelecimento da coerncia de

    um texto, ligado ao estabelecimento de mundo, so as inferncias. Basicamente se

    entende por inferncia aquilo que se usa para estabelecer uma relao, no explcita no

    texto, entre dois elementos do mesmo.

    O estabelecimento da coerncia depende muito de fatores pragmticos. E

    diretamente ligado questo pragmtica tem fator da situacionalidade, que se refere ao

    conjunto de fatores que tornam um texto relevante para dada situao de comunicao

  • corrente ou de ser reconstituda.

    As noes de intencionalidade e aceitabilidade so introduzidas para dar conta,

    respectivamente, das intenes dos emissores e das atitudes dos receptores. Cada uma

    delas pode ser tomada em dois sentidos: um restrito e um amplo.

    A informatividade designa em que medida a informao contida no texto

    esperada/no esperada, previsvel/imprevisvel. A focalizao tem relao direta coma

    questo do conhecimento de mundo e do conhecimento partilhado.

    A intertextualidade compreende as diversas maneiras pelas quais a produo e

    recepo de dado texto depende do conhecimento de outros textos por parte dos

    interlocutores, isto , diz respeito aos fatores que tornam a utilizao de um texto

    dependente de um ou mais textos previamente existentes. Incluindo, fatores relativos a

    contedo, fatores formais e fatores ligados a tipos textuais.

    Para Giora (1985), uma das principais condies para o estabelecimento da

    coerncia a de relevncia discursiva. Para ela, um texto coerente quando o conjunto

    de enunciados que o compem pode ser interpretado como tratando de um mesmo

    tpico discursivo.

    O livro em si contm muitas citaes de autores diversos, o que ao mesmo

    tempo em que ajuda, atrapalha, pois fica cansativo e repetitivo, afinal, so as mesmas

    ideias postas de maneiras diferentes. Fora que, no decorrer do livro, contm alguns erros

    gramaticais, que poderiam ter sidos evitados com uma ltima reviso, como por

    exemplo, pontuao onde no preciso, um de ou que meio que desnecessrio. Mas

    voltando ao assunto texto e coerncia, a coerncia vista, como um princpio de

    interpretabilidade do texto, num processo cooperativo entre produtor e receptor. Da

    decorre a estrita correlao entre os fenmenos da coerncia e da compreenso, que ao

    contrrio da coerncia que depende de uma rede de fatores de ordem lingustica,

    semntica, cognitiva, pragmtica e interacional, a compreenso apenas um processo

    cognitivo.

    No texto, todos os fatores que foram citados desde o incio, funcionam em

    conjunto, e ao mesmo tempo, de maneira que no possvel isol-los.