VAI-TE EMBORA Ó MEDO!!!

Pretende-se com este guia dar algumas ideias sobre aquilo que os pais poderão fazer

para ajudar o seu filho a lidar com os seus medos.

Sobre os Medos Infantis:

É natural que as crianças sintam alguns medos. Estes são absolutamente

normais e são fruto do próprio desenvolvimento da criança. Em rápido crescimento, a

criança é diariamente confrontada com novos desafios. Os medos acabam por andar a

par e passo com a própria aprendizagem da criança. Normalmente o que ainda é

desconhecido assusta, mas depois de ultrapassado transforma-se em nova

aprendizagem e pode passar-se à seguinte. O que é importante é que a criança

aprenda a ultrapassar os seus medos, primeiro conhecendo-os e tomando consciência

deles, e de seguida arranjando estratégias para o dominar.

Muitos dos medos que as crianças têm prendem-se a questões relacionadas

com a dor física: medo de levar “picas”, de ir ao médico, de ser mordida por um cão,

etc.

Podem também assumir outras formas, como por exemplo medo do escuro, de

monstros, de papões, de bruxas, do lobo mau, etc.

Seguem-se algumas ideias daquilo que poderá fazer para ajudar o seu filho a

superar os seus medos.

O que fazer para ajudar a criança:

1. Ouça atentamente e respeite aquilo que a criança tem para lhe

dizer:

Quando a criança demonstrar que tem medo, esteja preparado para escutá-la.

Ela precisa de ser ouvida e de ser tomada a sério. Aquilo que para os adultos poderá

parecer insignificante, para a criança tem uma magnitude completamente diferente.

Para ela, o medo que sente faz todo o sentido.

Deixar que a criança exprima os seus medos, e sinta que tem sempre espaço

para o fazer, vai ajudá-la a enfrentá-los melhor, a viver com eles, a controlá-los e a

libertarem-se deles.

Os pais ou adultos que estão com a criança, ao permitirem que a criança fale

sobre os seus receios, estão ajudá-la a libertar-se deles e a concentrar uma solução

para os resolver.

É a criança que vai descobrir a forma ou formas de ultrapassar os seus medos.

É ela que vai construir as suas próprias estratégias e defesas, mas o diálogo com o

adulto vai ajudá-la na medida em que vai alargar o conhecimento que a criança tem

de si própria e do mundo e assim contribuir para o seu crescimento pessoal.

A criança vai sentir que não está sozinha e que tem alguém para a ajudar e

escutar.

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O importante é ouvir e ao mesmo tempo respeitar os medos e receios da

criança, mas tendo o cuidado de não mostrar preocupação e agindo sempre

naturalmente.

2. Explique à criança que é normal ter medo.

Assim como nos sentimos zangados, satisfeitos, tristes, também podemos ter

medo.

Depois de escutar atentamente a criança, faça-a ver que ter medo é um

sentimento normal e que todas as pessoas sentem ou já sentiram medo em diversas

ocasiões da sua vida.

Poderá falar-lhes dos seus próprios medo quando tinha a idade dela e da forma

como os ultrapassou. Poderá falar-lhe sobre os seus receios actuais e o que faz para

os resolver. Isso poderá fazer com que o seu filho se encha de coragem e seja capaz

de dominar os seus medos. Explique-lhe que a coragem não é deixar de sentir medo,

mas ser capaz de vencê-lo. De dizer de frente para o medo: “Vai-te embora!!!”

O importante é mostrar à criança que ela não está sozinha e que ter medo é

uma coisa natural, que acontece a toda a gente, a todas as crianças.

Explique-lhe que os monstros ou os papões de que ela fala não existem, mas

que, tal como ela, há outras pessoas que também pensam nisso.

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3. Ajude a criança a compreender as razões que a levam a ter

medo.

Converse com a criança sobre as razões que poderão estar por detrás dos seus

receios. Mencione o facto de ela estar a crescer e disso poder ser assustador e poder

levá-la a sentir algum medo.

Pergunte os porquês e ponha-se a falar sobre o que ela própria pensa que

origina os seus medos.

Isso vai levar a que ela pense nos seus medos, tome consciência deles e das

razões que estão por detrás, ajudando-a a arranjar soluções.

Pensando no que poderá estar na origem dos seus medos, poderá mesmo levá-

la a chegar à conclusão que não existe razão para os ter.

4. Valorizar a criança por ser capaz de dominar os seus próprios

medos.

Quando a criança ultrapassar determinado medo e for capaz de se referir a ele

“Eu dantes tinha medo daquilo, mas agora já não tenho.”, valorize-a.

Refira-se ao facto dela ser tão crescida, e ter sido capaz de vencer os seus

medos, e de ser tão corajosa.

Valorizar as conquistas da criança vai fazer com que ela sinta satisfação e

orgulho em si própria.

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Decerto, numa próxima situação idêntica, os pais poderão usar as conquistas

anteriores como modelo de ajudar para resolver as actuais: “Lembras-te de quando

tinhas medo dos caos do vizinho e como deixaste de ter, e até te tornaste amiga

deles?” a c criança vai lembrar-se de como se sentiu satisfeita por dominar o seu

medo e com certeza vai tentar consegui-lo novamente.

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