utilização de medidas antropometricas para a determinação da distribuição de gordura corporal
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7/22/2019 Utilizao de medidas antropometricas para a determinao da distribuio de gordura corporal
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pAG.37-47
I
R ev isao
Utilizac;ao de medidas antropometricas
para a determinac;ao da distribuic;ao de
gordura corporalA n th ro p o m et r ic m ea s u res u s i n g to d etermine b ody fa t
d is t r ib u t io n
Mar cos Roberto Queir6gaM es tr an do e m E r g on o mi a - U F SC
Tec n ic o de Basquetebol - Gremio L ite ra rio R ecrea tivo Londr inense - Londrina - PR
Este estudo tem por ob je ti vo desc rever os metodos antropomet ricos que ind icam a d ist ribu i~a o de go rdu ra co rpo ra l, uma vez que amesm a est a associ ad a a disturbios metab61icos e a doen~as cardiacas. 0 m e todo m ais comum e a r e la~ ao d a s m edidas de circunferencia de
cintura e de quadril (CC/Q) . Por sua vez, a medida de circunferencia de cintura ( t ronco) nao possui um unico local de mensura~ao entre os
au tores consultados, demonstrando a n e ce s si da d e d e padronizar sua aplica~ao. De acordo com os estudos apresentados, pa ra a medida da
reg iao do tronco, e ado tado com ma io r f requenc ia 0 pon to med io en tr e a ultima coste la e a cr ista i liaca ou 0 pon to em n ive l da c icat riz
umbilica l . Ambas regi6es fornecem local de facil ident if ica~ao e tambem podem melhor representar a quantidade de tecido adiposo visceral,
enquan to que para a regiao de quadr il , 0 pon to de re fer enc ia s it uado na ma io r ex tensao das nadegas e adotado pe la gr ande ma ior ia dos
pe squisa dores. As medidas de espessura de dobras cutaneas (EDC) tambem sao ute is na determina~ao da distribui~a o de go rdu ra co rpo r al,
no entanto e necessar io estabelecer os grupos de medidas que melhor a representa. Mesmo demonstr and o menor in teresse quando comparado
com a re la~ao CC/Q,v erifica-se que as medidas de ED C de t ronco ma is empr egadas sao a subescapu lar ( 5B), supra iliaca (51)e abdominal
(AB ). enq uant o as medidas de extremidades fo ra m t ri ceps ( T R). biceps (BC ) e pe rna med ia l ( PM).
Palavra s Ch ave: M ed idas antropometr icas, D istr ibu i~a o de gordura corpora l. C ircunferencia c intura/quadri l, Espessuras de dobr as
cut aneas.
This st udy has the purpose to desc rib e a nth ropo m etric m ethods tha t indica te b od y f at fatnes s distrib ut ion and its associa ti on to
metabolic disturbance s and hear t d isease s. T he m os t com m on m ethod is the relat ions hip of wa ist and hip ci rcumference m e as u re s (CC /Q ).
Otherwise, w aist circumfere nc e m e asur es (trunk) do no t p r esent a stand ard ized si te of measurem ent am ong man y authors stud ied in this
work demons trating the n eed for a stan dardize d a pplication . Ac co rd in g to the present studies, it is adopted the m idd le po in t b e tween th e
las t rib and the ili ac cres t orthe po int a t the umbilica l sc arlevel for trunk measures. Both sitesallow easy identification a nd be tter representation
fo r the amou nt o f v isce ra l fa tty fab ric , whi le f o r t he h ip a rea the r e fer ence poin t a t the largest bu ttock exte nsion is ad op te d by mos t
researchers. Thes kinfo ld th ickn es s m easures (EDC )are usefu l to determine body fa t distrib ution. Ho w ever i t becomes nec ess ary to establish
the re lia b i li ty f or these measur ement groups. Although demonstrat ing less in terest w hen compared with the CC/Q relationship, it is demonst rat ed
that the m o st us ua l ED C measu res for trunk are the subescapular (5B),s uprailiac (51),and abdominal (AB ) measures, w hi le for limb mea sur es
are tr iceps (TR ). b iceps (BC) and media l t igh (PM).
K ey W or ds: Anthropometr ic measures, Body fat d istr ibut ion, Waist /h ip c i rcumference, 5kinfo ld th ickness.
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INTRODUC;AO
Evidencias cientfficas confirmam que a for-
ma como a gordura corporal se deposita no or-
ganismo representa urn importante fator de ris-
co para 0 desenvolvimento da doen9a arterial
coronaria (RIMM et al., 1995), apoplexia, dia-
betes nao-insulino dependente (LAPIDUS &
BENGTSSON, 1988) e cancer (BJORNTORP,
1988b; LAPIDUS et al., 1984; FUJIMOTO et
al., 1990; DONAHUE et al., 1987), alem de es-
tabelecer associa90es com a pressao arterial, re-
dU9aonasconcentra90es de lipoprotefnas de alta
densidade (HDL), eleva9ao nas concentra90es
de acido urico, triglicerides, das lipoprotefnas de
baixa densidade (LDL) e de muito baixa densi-
dade (VLDL), resistencia a insulin a (SEIDELL,
1996;FREEDMANetal., 1990; VAGUE, 1956;
GUEDES & GUEDES, 1998), morbidade e
mortalidade (HUNTER et al., 1997; CHUMLEA
et al., 1992; BJORNTORP, 1988a, 1991;
FOLSOM et al., 1993).
A localiza9ao dos dep6sitos de gordura re-
cebe grande influencia do sexo e da idade, onde
os locais caracterfsticos apontam para a regiao
glutea-femoral (periferica) e a regiao abdominal
(central). Segundo DESPRES et al. (1990) agordura central devera ser subdividida em teci-
do adiposo subcutaneo e em gordura abdominal
intern a ou visceral. Tambem pode-se entender
distribui9ao de gordura do tipo andr6ide (ho-
mens) para maior acumulo de gordura no abdo-
me,tronco, cintura escapular e pesc090 e do tipo
gin6ide (mulheres), quando 0 acumul0 de teci-
do adiposo esta essencialmente 10calizado na
metade inferior do corpo, isto e, regiao da pelvis
e coxa superior (VAGUE, 1956).
A gordura localizada no abdome, seja
visceral e/ou subcutanea, apresenta maior rela-
9ao com sintomas e estabelecimento de doen9as
(RIMM et al., 1995; DESPRES et al., 1990) do
que 0 tecido adiposo localizado na regiao glutea-
femoral, a menos que esta venha combinada com
acumulo de gordura central (BJORNTORP,
1987). Neste sentido, HUNTER et al. (1997)
comentam que a distribui9ao periferica de gor-
dura associa-se fracamente com doen9as
cardiovasculares (DCV), 0 tecido adiposo sub-
cutaneo abdominal relaciona-se com urn risco
moderado, enquanto a adiposidade visceralesta
associada a urn alto risco. Estas afirma90es con-
firmam 0 estudo de FUJIMOTO et al. (1990) que
encontraram maiores estoques de gordura abdo-
minal interna (visceral) em pacientes com doen-
9as cardfacas.
Verifica-se que a distribui9ao de gordura
corporal fornece informa90es valiosas quanta a
condi9ao de saude de uma pessoa. Contudo,
como determinar a topografia do tecido adiposo
e como interpretar os resultados obtidos por meio
de medidas antropometricas?
Neste sentido, 0 metodo antropometrico nos
permite determinar a distribui9ao de gordura cor-
poral contrastando medidas de tronco e extre-midade, seja por meio de medidas de espessuras
de dobras cutaneas (EDC), ou pelas medidas de
circunferencias corporais, respectivamente as
medidas de cintura e quadril (VAN LAN THE et
al., 1996). Para HEYWARD &STOLARCZYK
(1996) as medidas antropometricos se destacam
pelo baixo custo e pela rapidez na coleta e inter-
preta9ao das informa90es, especialmente em es-
tudos populacionais.
Apesar de varios estudos se utilizarem de
recursos antropometricas na determina9ao da
distribui9ao de gordura corporal, percebe-se
grande varia9ao na localiza9ao e no emprego de
diferentes medidas, tanto de circunferencias
quanta de dobras cutaneas. Embora nao haja di-
ficuldades em localizar a regiao onde se realiza
a medida da circunferencia de quadril, na regiao
do tronco (cintura) sao identificados varios 10-
cais de mensura9ao. Com rela9ao as espessurasde dobras cutaneas (EDC), apesar de existirem
tentativas de padroniza-Ias, algumas dobras sao
verificadas em locais diferentes. Tambem, nao
ha exatamente urn grupo de medidas de EDC
necessarias para a determina9ao da distribui9ao
de gordura. Estas observa90es indicam a neces-
sidade de se padronizar as medidas
antropometricas de circunferencia (LOHMAN,
1992) e de se estabelecer os grupos de medidas
de EDC que melhor representem a distribui9ao
de gordura corporal.
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Tendo em vista a imporHincia de incluir a
avalia
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Autores/estudos Tronco _Quadril
RIMM, et a!., 1995 linha umbigo Maior protubenlncia a
FREEDMAN et aI., 1990 linha umbigo Maior protuberiincia
HOUMARD et al., 1994 linha umbigo Maior protuberancia
KEENAN et a!., 1992 linha umbigo Maior~rotuberancia
CHUMLEA et aI., 1992 linha umbigo Maior protuberancia
LARSSON et a!., 1984 linha umbigo nivel da crista iliaca
SEIDELL etaI., 1987 linha umbigo nivel da crista ilfaca
CROFf et aI., 1995 linha umbigo Maior protuberancia
FOLSSON et a!., 1993 2.5 cm acima umbigo Maior protuberiincia
SELLERS, 1994 2.5 cm acima umbigo Maior protuberancia
HUNTER et a!., 1997 2 cm acima umbigo Maior protuberancia
PERRY et aI., 1997 entre costela inferior e crista iliaca Maior protuberancia
HEITMANN, 1991 entre costela inferior e crista ilfaca Maior protuberancia
SELBY, 1990 entre costela inferior e crista iHaca Maior protuberancia
SEIDELL et a!., 1989b entre costela inferior e crista iliaca maior protuberancia
LAPIDUS, 1984 entre costela inferior e crista ilfaca maior protuberancia
LEMIEUX et aI., 1996 entre costela inferior e crista iliaca maior protuberancia
CONW AYet a!., 1997 entre costela inferior e crista ilfaca maior protuberancia
DESPRES et a!., 1991 entre costela inferior e crista ilfaca maiorlJrotu berancia
ROSS &MARFELL-JONES, 1982 entre costela inferior e crista ilfaca maior protuberancia
CAPRIO et a!., 1997 circunferencia minima maior protuberancia
FOLSOM et a!., 1989 circunferencia minima maior jJrotu berancia
KRITZ-SILVERSTEIN & circunferencia minima maior protuberancia
BARRETT-CONNOR, 1996
PEIRIS eta!., 1988 circunferencia minima maior protuberancia
A tabela 1 contem varios estudos que ado-
taram asmedidas decircunferencia na regiao do
tronco e de quadril com inten~ao de determinar
a distribui~ao de gordura corporal e associa-la a
disturbios lipfdicos e a doen~as cardfacas. Trans-
ferindo seus valores para 0 quadro 1, pode-se
visualizar que dos 24 estudos, na regiao do tron-
co (cintura) houve uma pequena vantagem para
as medidas efetuadas no ponto medio entre a
coste1a inferior e crista ilfaca (09), ouseja, 38%
dos estudos consultados, seguido das medidas
localizadas em nfvel da cicatriz umbilical (08),
ou33%. No entanto, na regiao doquadril, ex is-
tiu uma grande preferencia pelas medidas loca-
lizadas na maior circunferencia (22), alcan~an-
do 92% dos estudos consultados.
Se levarmos em considera~ao que as medi-
das realizadas, tomando como referencia dois e
meio (2 1/2
cm) ou dois (2cm)centfmetros acima
do umbigo saG muito pr6ximas das medidas
aferidas no ponto medio entre a costela inferior e
crista ilfaca, teremos uma clara vantagem por
medidas neste ponto, confirmando tambem que a
padroniza~ao recomendada por CALLAWAY et
al.(1991) como medida de cintura (dois centfme-
tros acima do umbigo ), parece ser a mais aceita-
vel, como tambem a mais empregada. Com a in-
ten~ao de facilitar futuros estudos, e sugerido ater-
se apenas a urn local de medida na regiaodotron-
co,que represente a adiposidade central e sejaurn
local de facil identifica~ao. Esta atitude podera
facilitar a reprodu~ao de medidas inter e intra-
avaliadores, auxiliando naredu~ao de erros que
possam ocorrer durante a avalia~ao.
I N TE R P R E T A C ;A O D A S M E D I D A S D EC IR C U N F E R E N C IA C O R P O R A L
Ap6s a coleta das medidas, estas devem ser
analisadas e seus resultados comparados com va-
loresde referencia. CROFT et al.(1995), seguin-
do as orienta~5es do Dietary Guidelines for
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Tronco Total %
Linha umbigo 08 33
2.5 em acima umbigo 02 8
2 em acima umbigo 01 4Entre costela inferior e crista ilfaca 09 38
Circunferencia minima 04 17
Total 24 100
Quadril
Maior orotuberancia (gluteo maximo) 22 92
Nfvel da crista ilfaca 02 8
Total 24 100
Idade Baixo Moderado Alto Muito alto
20-29 0.94
30-39 < 0.84 0.84-0.91 0.92-0.96 > 0.96Homens
40-49 1.00
50-59 1.02
60-69 < 0.91 0.91-0.98 0.99-1.03 > 1.03
20-29 0.82
30-39 0.84
Mulheres 40-49 < 0.73 0.73-0.79 0.80-0.87 > 0.8750-59 0.88
60-69 < 0.76 0.76-0.83 0.84-0.90 >0.90
Americans, colocam que homens e mulheres ao
apresentarem a rela
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0.89.0 maior fndice tambem foi associado com
lipfdeos sangtifneos. Contudo, levando em con-
siderayao os val ores da tabela 2 para a idade e
sexo,oshomens emulheres pertencentes ao gro-
po 2, mesmo nao tendo antecedentes clfnicos,
estariam classificados nas categorias de risco
moderado e muito alto respectivamente.Asdivergencias dos valores da relayao CCI
Q apresentados, podem ser explicadas talvez,
pelo uso de diferentes padronizayoes de medi-
das, idade, gropo etnico ou racial dos indivfdu-
osque serviram como amostra.
Como os valores da relayao CCIQ podem
estar associados aproblemas de saude, econve-
niente comentar que pessoas com fndices eleva-
dos,devem serencaminhados a especialistas das
areasde medicina, nutriyao e atividade ffsica,para
que sejam tomadas asprovidencias necessarias.
o metoda antropometrico das medidas deespessuras de dobras cutaneas (EDC) e utiliza-
dotanto para estimar indiretamente a quantida-
de de gordura corporal (% gordura), por meio de
equayoes desenvolvidas para talfim,quanto para
determinar a caracterfstica da distribuiyao de
gordura corporal, por meio da somat6ria de al-
gumas medidas obtidos nas regioes de tronco e
extremidades.
Contudo, as informayoes que os val ores degordura relativa (% gordura) podem traduzir em
termos desaudesaclimitados, especialmente em
homens e mulheres de meia idade. Para tanto,
muitos pesquisadores recomendam determinar
apenas 0padrao dedistribuiyao de gordura cor-
poral, somando e dividindo urn determinado
numero de dobras cutaneas (tronco/extremida-
de) ouverificando arelayao CCIQ,como forma
mais re)resentativa deindicar riscos para asau-
de (LARSSON et al., 1984). De acordo comRIMM et al.(1995) e importante estimar aquan-
tidade de gordura em homens jovens, pois de-
monstra forte relayao com as doenyas
coronarianas, enquanto para homens mais ve-
lhos, 0padrao de distribuiyao de gordura pode
ser0melhor indicador. Isto demonstra que e pre-
ferfvel determinar a distribuiyao de tecido
Autores /dobras BC TC SB SI A PT AB CX PM
MBUEMANN et a!., 1995 EJ E T1 T T E
TREMBLAY eta!., 1990 E E T T E
GARN et aI., 1988 E E T T
VAN LENTHE etaI., 1996 E E T T
PEIRIS etaI., 1988 E T
LAPIDUS et a!., 1984 E T
SEIDELL eta!., 1989a E T
FOLSOM et a!., 1991 E T TSOLORIO et a!., 1996 E T T T
HUNTER et a!., 1997 E E T T E
BUEMANN etaI., 1995 E E T T T E
GUEDES,1994b E E T T T T E E
ROSS etaI., 1994 E E T T T T E E
HOUMARD et a!., 1994 E E T T T T T E E
DONAHUE etaI., 1987 T
AMORIM 1995 E T T T E E
Total 9 15 15 12 3 3 6 4 8
BC - bicipital; TC - triciptal; SB - subescapular; SI - supra ilfaca; AM - axilar media; PT - peitoral; AB -
abdominal; CX - coxa; PM -perna medial.
I -dobras cutaneas localizadas nas extremidades do corpo. T1- dobras cutaneas localizadas na regiiio central do
corpo (tronco)
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adiposo do que verificar a quantidade relativa
de gordura empessoas adultas.
Para melhor determinar a distribui
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constrangidos em ter de expor algumas regi6es
para medida.
As medidas de EDC sao pouco utilizadas
com 0 objetivo de determinar a distribui~ao de
tecido adiposo para fins epidemio16gicos. As-
sim, verificou-se que nao ha urn consenso sobre
quantas e quais sao as dobras cutaneas necessa-rias para que possamos estimar a distribui~ao de
gordura, bem como e existencia de diferentes
padroniza~6es para se realizar as medidas. Hou-
ve pouca preocupa~ao em reaplicar estudos com
objetivo de estabelecer aquelas medidas, ou seus
grupos, que porventura traduziram urn risco po-
tencial de disfun~6es org~nicas.
CIRCUNFERENCIA CINTURA/QUA-
D RIL (C C/Q ) V ER SU S M E DID AS D EE S PE S SU R AS D E D O B RA S C U TA N EA S
(EDC)
Verificamos grande aceita~ao quanta a uti-
liza~ao do metodo antropometrico (CC/Q e
EDC) na determina~ao da distribui~ao de gor-
dura corporal, porem, com menor interesse pe-
las medidas de EDC Com objetivo de comparar
os metodos antropometricos, ASHWELL et al.
(1985) e SEIDELL et al. (1987), utilizando atomografia computadorizada, demonstraram que
em adultos a rela~ao CC/Q se correlaciona me-
lhor com a quantidade de gordura abdominal
interna do que os indicadores baseados nas EDC
Em urn estudo que procurou associar a dis-
tribui~ao de gordura corporal com a bioqufmica
lipfdica sangtifnea em comandantes de grandes
jatos da avia~ao brasileira, AMORIM (1995)
utilizou a somat6ria das dobras cutaneas nas re-
gi6es triciptal (TR), subescapular (SB) e peito-ral (PT) dividido pela somat6ria das dobras
cutaneas nas regi6es suprailfaca (SI), coxa (CX)
e perna medial (PM). 0autor conduiu que este
fndice, identificado como gordura superior e in-
ferior do corpo, apresentou uma elevada asso-
cia~ao com a bioqufmica sangtifnea, superando
ate mesmo a CC/Q. E interessante comentar que
neste estudo as EDC nao foram analisadas, em
padrao de gordura central e periferica, mas em
gordura superior e inferior.
Ao se questionar sobre a medida
antropometrica que melhor represente a distri-
bui~ao de gordura corporal, varios estudos de-
monstram preferencia pelas medidas de circun-
ferencia referente a rela~ao CC/Q (LAPIDUS &
BENGTSSON, 1988), e ainda, outros pesquisa-
dores a consideram como 0 melhor indicador de
risco coronariano (RIMM et aI., 1995). Resulta-
dos semelhantes foram confirmados por
SOLORIO et al. (1996) os quais conclufram que
a rela~ao CC/Q e mais significativo para predi-
zer doen~as cardfacas do que as EDC
Para escolher 0 me todo antropometrico
(CC/Q ou EDC) capaz de estimar a distribui~ao
de gordura central versus periferica, deve-se pri-
meiramente investigar qual a melhor combina-
~ao e a localiza~ao das medidas, que porsua vez,
estabele~a a topografia de gordura corporal eassegure uma significativa associa~ao com do-
en~as cardfacas e com a bioqufmica sangtifnea.
E provavel que haja diferen~as entre os
metodos antropometricos (CC/Q e EDC) na de-
termina~ao da gordura corporal. 0que tern sido
mais empregado e indicado e a utiliza~ao da re-
la~ao CC/Q, contudo, se faz necessario compa-
rar medidas em varias regi6es tanto de CC/Q
quanta de EDC com disturbios metab6licos e
fatores de risco. Isto podera estabelecer 0 padrao
dos pontos anatomicos, quais e quantas medi-
das sao necessarias, bem como aquele que me-
lhor se relacione com fatores de risco de doen-
~as cardfacas .Alem disto, 0 avaliador deve es-
colher 0 metodo que esteja mais adaptado a sua
realidade, ou seja, facilidade de coleta, preferen-
cia, instrumentos e materiais disponfveis. Acre-
dita-se que as medidas de circunferencia demons-
trarao vantagens nestes aspectos.
CONSIDERAC;OES FINAlS
Esta bem fundamentado que a gordura 10-
calizada na regiao central do corpo traz conse-
qtiencias desfavoraveis para a saude. A utiliza-
~ao dos recursos antropometricos como as me-
didas de circunferencia corporal para determi-
na~ao da distribui~ao de gordura por meio da
analise da rela~ao CC/Q e as medidas de EDC
se destacam pelo baixo custo e pela rapidez na
coleta e interpreta~ao das informa~6es. Contu-
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do, verificou-se uma aparente falta de padroniza-
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Endere~opara correspondenciaRua Riachuelo, 62 - Cep 86100-001
Londrina-PR