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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO E DA EDUCAÇÃO - SEED
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL –
PDE
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
PROFESSORA PDE: Ivonete Aparecida Neves
ÁREA PDE: Ciências
NRE: Área Metropolitana Sul
PROFESSOR ORIENTADOR IES: Gilson Yukio Sato
IES VINCULADA: UTFPR
ARTIGO PDE 2010: Construção de Materiais Didáticos Pedagógicos
O USO DE MASSA DE MODELAR NO ENSINO DA ANATOMIA
HUMANA
Autora: Ivonete Aparecida Neves¹
Orientador: Gilson Yukio Sato²
RESUMO
Este artigo tem como propósito descrever o uso de massa de modelar como
material didático no ensino da anatomia humana para estudantes do ensino
fundamental. O estudo descrito é baseado no uso do lúdico e sua importância na
aprendizagem do ensino de ciências. O trabalho foi desenvolvido fazendo uso de
massa de modelar caseira confeccionada em sala de aula pelos alunos, por se
tratar de material de baixo custo e com ingredientes de fácil acesso. O trabalho
consistiu na construção de alguns sistemas do corpo humano com o uso da massa
de modelar, por alunos do 8º ano do Colégio Estadual Desembargador Jorge
Andriguetto. Apesar das muitas dificuldades encontradas no transcorrer desse
trabalho percebeu-se a integração entre os alunos, que sentiram motivados ao
realizar as atividades.
Palavras-chave: lúdico; massa de modelar; anatomia, integração; motivação.
1-Professora de biologia e ciências atuante no Colégio Estadual Desembargador
Jorge Andriguetto.
2-Professor do Departamento de Eletrônica da Universidade Tecnológica Federal
do Paraná, Câmpus Curitiba
INTRODUÇÃO
O presente artigo é uma produção dentro do contexto do Programa de
Desenvolvimento Educacional- PDE, oferecido pela secretaria de Educação do
Estado do Paraná. O artigo descreve o uso de massa de modelar para melhorar a
aprendizagem da anatomia humana, principalmente dos sistemas digestório,
respiratório, circulatório e excretor, do conteúdo curricular do 8º ano do ensino
fundamental.
Na maior parte dos casos, os recursos pedagógicos disponibilizados nas
escolas são insuficientes para o desenvolvimento de atividades lúdicas na sala de
aula. Isso faz com que a aula seja mais limitada, cansativa e não explore
devidamente o conteúdo abordado. Nesse contexto, faz-se necessária a
elaboração de atividades que promovam o interesse e desenvolvam a criatividade
do aluno. Essa postura é defendida por alguns pesquisadores como Negrini (1998)
e Kishimoto (2002).
Para tornar as atividades mais prazerosas e despertar no aluno a
curiosidade e o interesse pelo estudo, é preciso que elas valorizem a descoberta
das informações. Por isso é necessário no ensino fundamental, trabalhar com uma
metodologia que se diferencie do processo tradicional e envolva materiais
palpáveis e práticos, baseando-se no conteúdo curricular.
Para que tais atividades sejam economicamente viáveis, é preciso utilizar
recursos de fácil acesso e de custo reduzido. O custo é um fator limitante, pois ele
não deve interferir significativamente no orçamento familiar do aluno. Por isso,
deve-se utilizar materiais de baixo custo para que todos os alunos tenham
condições de participar das atividades.
O trabalho apresentado consiste na confecção dos sistemas digestório,
respiratório, circulatório e excretor com todos os órgãos anexos a esses sistemas.
Para a construção dos sistemas foi usada massa de modelar caseira que foi
produzida em sala de aula pelos próprios alunos. A massa de modelar é um
recurso lúdico importante porque permite ao aluno fazer e desfazer modelos dos
órgãos dos sistemas, o que possibilita o desenvolvimento do trabalho com melhor
qualidade.
O desenvolvimento do trabalho aconteceu no segundo semestre do período
letivo, nos meses de agosto a novembro de 2011, após a explicação e realização
de exercícios sobre cada um dos sistemas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para que o processo de ensino-aprendizagem seja mais eficiente, é preciso
usar novas técnicas didáticas coerentes com uma prática inovadora e prazerosa.
Entre essas técnicas destaca-se o uso do lúdico, como um recurso didático
dinâmico capaz de trazer resultados satisfatórios na educação. No entanto, o uso
do lúdico exige um planejamento e uma execução mais cuidadosa da atividade
elaborada. Por meio do lúdico, o professor pode desenvolver atividades que sejam
divertidas e que ensinem os alunos a discernir valores éticos e morais, formando
cidadãos conscientes dos seus deveres e de suas responsabilidades. Além disso, o
uso do lúdico propicia situações em que pode haver uma interação maior entre os
alunos e o professor em uma aula diferente e criativa.
O uso do lúdico é um método da prática pedagógica que contribui para o
aprendizado do aluno, pois possibilita ao professor o preparo de aulas dinâmicas
que incentivam o aluno a interagir mais em sala de aula. Em função do caráter
dinâmico da aula, cresce no aluno a vontade de aprender e o seu interesse pelo
conteúdo.
No Renascimento, período de “compulsão lúdica”, surgem exemplos de que
o lúdico favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo, tornando-se
uma maneira adequada para a aprendizagem dos conteúdos (KISHIMOTO, 1999,
p. 32). Considerando essa linha de pensamento, o aluno tem mais liberdade para
pensar no momento de produzir uma atividade lúdica visto que quando se usa o
lúdico em uma atividade, a imaginação fica mais fértil. Pode-se dizer então que o
lúdico é inerente do ser humano e por isso pode ser utilizado como recurso
pedagógico em várias áreas de estudo para potencializar a aprendizagem do
indivíduo.
Rizzo (1997) afirma que a atividade lúdica pode ser um eficiente recurso
quando mobiliza a ação intelectual dos alunos. Dessa maneira o aluno recebe um
estímulo para ser um agente pensador que interpreta e questiona os
acontecimentos e não fica meramente repetindo informações recebidas.
O professor deve ser criterioso ao desenvolver uma atividade usando um
recurso lúdico. Por ser uma atividade dinâmica, o professor deve assumir a
condição de orientador, estimulador e avaliador durante a execução da atividade.
No entanto, como o professor é o elo entre o lúdico e os alunos, ele deve regular a
quantidade de atividades lúdicas, pois utilizado exageradamente, mesmo o lúdico
deixa de ser um ”trabalho diferenciado” e acaba tornando-se rotineiro.
Cunha (1994) considera que o lúdico oferece uma situação de aprendizagem
delicada na qual o professor precisa nutrir o interesse do aluno, respeitando o grau
de desenvolvimento de suas múltiplas inteligências. Se isso não ocorrer, a
atividade lúdica perde completamente sua riqueza e seu valor. Devido à diferença
no tempo de aprendizagem de cada um, o professor deve ter o cuidado para não
rotular negativamente um aluno quando ele apresenta dificuldades para realizar
uma atividade, e buscar alternativas para direcionar as potencialidades de cada
aluno.
Negrine (1998, p. 3) afirma que o lúdico é como uma atividade prazerosa
que atua no organismo causando a sensação de liberdade e espontaneidade. Dá-
se então ao aluno a possibilidade de exercer sua criatividade nas atividades que
envolvem o lúdico. Além disso, o professor deve sentir-se confortável em trabalhar
com esse método atuando como um motivador que faz com que os alunos gostem
de aprender. Se o educador não se entusiasmar pelo que ensina, o aluno não terá
o interesse em aprender.
Brougère (1988) analisa o uso do lúdico como sendo uma interação
dinâmica entre o indivíduo e o objeto de conhecimento, dotada de uma significação
social que necessita de aprendizagem por meio da imaginação e do contato com
objetos e práticas lúdicas. Instigando o imaginário do aluno, a atividade se torna
naturalmente mais prazerosa.
Luckesi (2000, p. 3) defendendo o trabalho com o lúdico afirma que “são
atividades que propiciam a experiência de plenitude e envolvimento por inteiro,
dentro de padrões flexíveis e saudáveis”. Com isso se entende que em uma
atividade lúdica o aluno se doa com mais vontade e interage com seus colegas
para a realização de seus trabalhos.
Para Santos (1999, p.12), “o lúdico é uma necessidade do ser humano em
qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão”. Machado et al. (1990,
p. 27) relatam que “o lúdico é atividade motivadora e impulsiona naturalmente o
gosto e o prazer pelo estudo, propiciado mais alegria aos alunos, conduz à
investigação de novas técnicas de soluções de problemas”.
A relevância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem advém do fato
dele facilitar o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colaborar para uma boa
saúde mental, preparar para um estado interior fértil, facilitar o processo de
socialização, propiciar uma aprendizagem espontânea e natural e estimular a
crítica e a criatividade (TESSARO, 2007). Na atividade lúdica, o aluno que tem
dificuldade de se relacionar com as pessoas encontra oportunidades para vencer
seus medos e sua timidez.
O lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana.
Assim, na infância e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. A
criança e mesmo o jovem opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque
acima de tudo, ela não é lúdica, não é prazerosa (NEVES, 2006). Com o lúdico, o
aluno nem percebe que se trata de uma atividade e aprende como se fosse uma
brincadeira.
Segundo Teixeira (1995, apud NUNES, 2000), várias são as razões que
levam os educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um
recurso no processo de ensino-aprendizagem. As atividades lúdicas correspondem
a um impulso natural da criança e neste sentido, satisfazem uma necessidade
interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica.
As habilidades trabalhadas com o lúdico fazem parte da vida do aluno
também fora do contexto escolar bem como na convivência com a família, no
desempenho do trabalho ou no lazer.
Na realização das atividades lúdicas deve ser levado em consideração o
tempo que cada aluno precisa para realizar seus trabalhos. No trabalho lúdico
ainda, o aluno descobre também novas habilidades que ele mesmo desconhecia
até o momento.
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
O trabalho consistiu na construção dos sistemas digestório, respiratório,
circulatório e excretor com massa de modelar caseira, realizada pelos alunos do 8º
ano tendo como modelo as imagens ilustradas do seu livro didático. Esses
trabalhos foram produzidos na sala de aula do Colégio, durante o segundo
semestre (agosto a dezembro) do ano letivo de 2011.
Foram dados destaques também aos órgãos anexos a cada sistema. Foram
modelados: Sistema digestório (boca, faringe, esôfago, estômago, intestino
delgado, intestino grosso, glândulas salivares, dentes, língua, fígado, vesícula
biliar, pâncreas), sistema respiratório (fossas nasais, boca, faringe, laringe,
traquéia, brônquios, bronquíolos e os alvéolos), sistema circulatório (coração, veias
e vasos capilares) e sistema excretor (rins, ureteres, bexiga urinária e uretra).
Com uma turma composta por quarenta e cinco alunos, foram formados
grupos de cinco alunos, totalizando nove grupos.
A realização deste trabalho aconteceu em várias etapas no decorrer do
segundo semestre. Para cada um dos sistemas, a atividade foi estruturada da
seguinte forma: aula teórica, discussão dos conteúdos, modelagem do sistema e a
resolução de exercícios.
Para realizar as atividades, foram usados recursos de baixo custo, pois os
alunos são oriundos de famílias cujo orçamento não acomoda gastos extras
significativos mesmo para atividades escolares. Por isso optou-se por confeccionar
em sala de aula a massa de modelar, usando-se uma receita caseira que emprega
materiais de fácil acesso e custo reduzido.
Por que usar massa de modelar para a produção da atividade?
O uso da massa de modelar permite ao aluno desenvolver sua criatividade,
facilitando a exploração tátil na estruturação de formas e combinações. O aluno dá
significado a essas formas e pode elaborar modificações na medida em que ele
trabalha o que é pedido pelo professor, vivenciando ao mesmo tempo suas
emoções e desenvolvendo seus dons artísticos.
São vários os objetivos alcançados com o manuseio da massa de modelar,
entre eles: o desenvolvimento da motricidade fina, a criatividade, a percepção de
formas e modelos e o poder de expressão e manipulação (NASCIMENTO, 2009).
Ingredientes para a massa de modelar
Para fazer a massa de modelar foram necessários os seguintes
ingredientes: duas xícaras de farinha de trigo, meia xícara de sal de cozinha, uma
colher de sopa de óleo, uma colher de chá de vinagre, 75 ml de água, 30 gotas de
corante comestível.
Como fazer a massa de modelar
Para fazer a massa de modelar foi adotado o seguinte procedimento:
Colocar a farinha de trigo e o sal em uma bacia ou tigela e misturá-las muito
bem;
Adicionar o corante junto ao vinagre e a água e acrescentar essa mistura na
farinha de trigo com o sal;
Adicionar o óleo na massa para que ela não grude na mão;
Amassar a massa de modelar até torná-la consistente e macia.
Modelo para construir os sistemas
Os modelos para construção dos sistemas são encontrados no livro didático
do aluno (BARROS e PAULINO, 2011) com imagens muito bem ilustradas e nos
atlas do corpo humano (SÉRIE ATLAS VISUAIS,1997) que se encontram
disponíveis na biblioteca da escola.
Procedimento para a construção dos sistemas
Para construir os sistemas, primeiramente os alunos produziram a massa de
modelar com os ingredientes necessários. Usando uma tigela os alunos
trabalharam a massa até torná-la consistente e de fácil manuseio. Após o preparo,
cada grupo colocou a massa pronta em um saco plástico guardando-a para a
próxima aula, na qual se realizou a confecção dos órgãos e a construção dos
sistemas.
Para realizar as atividades em sala de aula, os alunos foram divididos em
grupos de cinco integrantes. Cada grupo construiu os órgãos em cima de uma
mesa forrada com papel bobina para evitar sujeira de massa na mesa. Com os
órgãos construídos os alunos montaram os sistemas em cima de uma cartolina.
Para cada um dos sistemas estudados (digestório, respiratório, circulatório e
excretor), a atividade foi estruturada da seguinte forma: aula teórica, discussão dos
conteúdos, modelagem do sistema e a resolução de exercícios.
A aula sempre foi iniciada com uma explicação do conteúdo de forma a
tentar aguçar o interesse do aluno sobre o assunto. Para provocar a curiosidade e
o interesse dos alunos sobre os sistemas foram feitas algumas perguntas sobre os
sistemas como, por exemplo: O que é que forma os sistemas do corpo humano?
Qual a função dos sistemas no organismo? O que acontece se um órgão do
sistema não estiver funcionando bem?
Aproveitando as repostas dos alunos, mesmo que não sejam pertinentes ao
tema, foi iniciada a discussão com a afirmação de que para que os órgãos
funcionassem adequadamente é necessário que eles estejam interligados e
exercendo funções específicas. Por exemplo, para que o coração funcione
adequadamente, é preciso que ele esteja diretamente ligado com as veias e os
vasos capilares. Para os pulmões funcionarem, eles devem se comunicar com a
laringe, as fossas nasais e outros órgãos que fazem parte do sistema respiratório.
Foi reforçada a ideia de que os órgãos não funcionariam se estiverem separados e
que é a ligação entre certos órgãos que formam os sistemas.
Em seguida foi discutida a existência de vários sistemas em nosso
organismo e como o conjunto de sistema constitui nosso organismo.
Foram vários os recursos que foram utilizados em sala de aula para fazer
com que os alunos aprendessem os conteúdos de anatomia humana. A parte
teórica dos conteúdos sobre os sistemas foi desenvolvida por meio de leitura e
explicação de textos sobre os órgãos que formam os sistemas, encontrados no
livro didático do aluno. Como o livro do aluno apresenta imagens bem ilustradas e
de fácil entendimento, elas foram aproveitadas na apresentação das características
de cada órgão e sua função no organismo.
O uso de um atlas do corpo humano também foi um recurso interessante
para a explicação dos sistemas, pois ele apresenta os sistemas de uma forma mais
completa, o que torna fácil para o aluno compreender que o sistema é formado por
um conjunto de órgãos (SÉRIE ATLAS VISUAIS, 1997). Outro recurso interessante
para a aprendizagem dos sistemas foram os vídeos que mostram as imagens
internas dos sistemas, seu funcionamento e suas funções ( DIDA VISION, 2011).
No decorrer da explicação dos sistemas foi dada ênfase aos seus principais
órgãos de cada sistema como o coração, o pulmão; os rins, estômago e os
intestinos.
Para instigar a aprendizagem dos alunos sobre os sistemas foram feitos
diversos exercícios entre eles, questionários, desenhos dos órgãos dos sistemas,
associação de colunas, exercícios de completar frases e indicar questões
verdadeiras ou falsas.
Para cada sistema foram usadas aproximadamente oito aulas para fazer a
exploração teórica dos conteúdos, a moldagem dos órgãos e sistemas e a
resolução dos questionários e exercícios.
AVALIAÇÃO
A avaliação das atividades foi realizada por meio da observação da
participação dos alunos durante a realização de seus trabalhos, sua interação e
integração com o grupo e pelas respostas às perguntas feitas após a realização
das atividades.
RESULTADO DO TRABALHO REALIZADO
A estratégia de trabalho utilizada estimulou a participação dos alunos nas
atividades desenvolvidas, criando uma expectativa agradável e divertida, além de
proporcionar satisfação para a maioria dos alunos. Para uma minoria dos alunos,
as atividades não passaram de um passatempo, ou seja, essa minoria não
conduziu com seriedade a atividade.
Para fazer uma sondagem do desempenho dos alunos no final do trabalho
desenvolvido, foram elaboradas algumas questões a serem respondidas por eles.
Ao ser perguntado sobre o que acharam da produção dos órgãos e sistemas do
corpo humano com a massa de modelar, alguns alunos afirmaram que gostaram
muito dessa atividade por não ser cansativa. Comentaram também que quando
erravam na construção dos órgãos era possível desmanchar e reconstruir quantas
vezes fosse necessário, pois a massa de modelar permitia esse exercício. Outros
disseram que parecia uma brincadeira, mas ao mesmo tempo estavam aprendendo
os nomes dos órgãos e dos sistemas e com essa prática memoriza-se mais
facilmente os nomes dos órgãos. Outra pergunta feita foi quanto à participação e
ao desempenho em grupo. A resposta a essa pergunta é que nem todos
conduziram a atividade com seriedade. Enquanto alguns ficaram só fazendo
bagunça, outros empenharam-se na atividade moldando e desmanchando os
órgãos várias vezes, não desistindo até conseguir um bom resultado.
Houve alunos que disseram que querem trabalhar em outras atividades
usando massa de modelar como no conteúdo sobre os alimentos como fonte de
carboidratos, proteínas, vitaminas e sua importância para o bom funcionamento do
organismo.
A seguir algumas imagens registradas do trabalho desenvolvido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para melhorar a qualidade da aprendizagem, faz-se necessário refletir sobre
os fatores que fazem com que o aluno não tenha interesse pela busca do
conhecimento em sala de aula. É preciso refletir também sobre o desinteresse dos
alunos em seu próprio desenvolvimento, o que os permitiria atuar mais
efetivamente também fora do ambiente escolar, ou seja, no local de trabalho ou na
sociedade que o cerca.
Com a produção deste material ofereceu-se aos Professores de Ciências
uma proposta pedagógica diferenciada das atividades monótonas que levam o
aluno a mera memorização dos conteúdos, possibilitando uma prática docente
mais atraente ao aluno. O trabalho lúdico com massa de modelar estimula uma
aprendizagem mais abrangente, pois ajuda os alunos a estabelecerem uma relação
entre a teoria e a prática.
Na maior parte dos casos, os recursos disponibilizados nas escolas são
insuficientes para a realização de atividades lúdicas na sala de aula. Por esse
motivo, optou-se em elaborar a massa de modelar com ingredientes trazidos pelos
alunos.
No momento em que foram realizadas as atividades, o laboratório de
ciências estava sendo reformado e não havia lugar adequado para o
armazenamento da massa de modelar na escola. Com isso, os alunos tiveram que
levar a massa para casa e alguns não a trouxeram no momento em que elas
deveriam ser utilizadas na construção dos sistemas, atrasando com isso o
desenvolvimento das atividades.
Outro fator limitante foi o excesso de alunos em sala de aula, dificultando a
formação dos grupos e a movimentação do professor para atender a todos os
alunos.
Apesar das dificuldades enfrentadas, o trabalho desenvolvido foi gratificante,
pois facilitou a integração entre os alunos e despertou seu interesse pelo
conhecimento do corpo humano, levando-os a compreenderem que os sistemas
são formados por órgãos que possuem função específica no organismo.
REFERÊNCIAS
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Editora Ática, 2011.
BROUGÈRE, G. Jogo e educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
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Matese, 1994.
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http://anped.org.br/23/textos/0722t.pdf.
LUCKESI,C. C. Ensaios de ludopedagogia. Salvador: UFBA/FACED, 2000 .p. 23-
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NEGRINI, A. Terapias. A formação pessoal do adulto. Porto alegre. Editora Edita,
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RIZZO, P. J. Corpo Movimento e educação. Rio de Janeiro. Editora Sprint, 1997.
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Editora Vozes,1999.
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TEIXEIRA, C. E. J. A ludicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995.
TESSARO, J. P. Discutindo a importância dos jogos e atividades em sala de aula.
Disponível em: http://www. psicologia com.pt/artigos/textos/A0356.pdf.
VISION, D. Enciclopédia em DVD. O corpo humano l. Didático, S.A.