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Uma universidade nova e tradicional em Uma universidade nova e tradicional em
busca de um paradigma para o sbusca de um paradigma para o sééculo XXIculo XXIDanilo MarcondesDanilo Marcondes
agosto 2010agosto 2010
PUC-RioUma universidade nova e tradicional em busca de
um paradigma para o século XXI
Danilo MarcondesDanilo MarcondesAgosto 2010Agosto 2010
Missão da Universidade
• A universidade tem sido historicamente um instrumento de desenvolvimento da sociedade.
Origem da Universidade
• Quando surge na Idade Média (séc.XIII) a universidade responde a novas necessidades de uma sociedade que havia se estabilizado econômica e politicamente e começa a crescer: formação de uma elite intelectual, formação de quadros para a Igreja e o Estado, produção de conhecimento científico (exemplo: a escola franciscana do Merton College de Oxford).
Crise da Universidade
• Quando a universidade se torna defensora da tradição e se afasta das grandes mudanças na sociedade (Revolução Científica Moderna: sécs.XVI-XVII) perde seu reconhecimento e seu papel social:
• Surgimento (séc.XVII) de instituições que assumirão esse papel:
• Royal Society (Londres)
• Académie des Sciences (Paris)
Transformações na Universidade
• Universidades de Oxford e Cambridge:
formação de quadros para o Império Britânico
(séc.XIX).
• Universidade de Berlin (projeto de Humboldt):
universidade de pesquisa, projeto nacional para
a Alemanha sob a liderança da Prússia.
• França: École Normale, Institut Polytéchnique.
• Harvard incorpora o modelo de Humboldt.
Desafio
• O papel que a universidade pode ter depende:
– De seu reconhecimento pela sociedade.
– Da relevância de sua produção.
– Problema: A percepção dos resultados
produzidos pela universidade é com
freqüência difícil a quem está fora de seu
contexto.
Contexto atual
• Discussão do papel da universidade.
• Aumento do controle governamental, por exemplo, em países da União Européia.
• Em países como a Grã-Bretanha cerca de 40% da população passa pelo ensino superior, no Brasil cerca de 8%.
Universidade Brasileira:“um projeto tardio”
• Criação dos cursos jurídicos (11 de agosto de 1827, São Paulo e Olinda).
• Escola de Minas de Ouro Preto (1876).• Fundação da Universidade do Brasil ( 7 de
setembro de 1920, governo Epitácio Pessoa) reunindo faculdades isoladas.
Pesquisa no Brasil
• Instituição Recente:• Ciências naturais: Museu Real (1818) hoje
Museu Nacional (UFRJ), Jardim Botânico.• Sociedade de Medicina do Rio de janeiro
(1829) posteriormente Academia Imperial de Medicina (1835).
Pesquisa no Brasil(cont.)
• Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro(1838).
• Manguinhos (1900) – Fundação Oswaldo Cruz.
• Academia Brasileira de Ciências (1916).
Institucionalização da Pesquisa
• Criação de agências: CAPES/MEC (1951) e CNPq (1951).
• Criação dos Cursos de Pós-Graduação: (mestrado e doutorado) 1965.
• Primeiro Plano Nacional de Pós-graduação (1981). Política de desenvolvimento científico e tecnológico.
Experiência do Brasil
• As universidades não têm sido veículos de transformação, nem são vistas pela sociedade e pelo governo como tais e tampouco tem sido propositivas nesse sentido.
• A interlocução entre a universidade brasileira, a sociedade e o governo tem sido limitada.
Contexto Brasileiro
• A universidade pode e deve ser um instrumento do desenvolvimento.
• Qual o desenho institucional que pode permitir isso?
Desafios para um desenho institucional
• Jared Diamond, Colapso (2005): quatro motivos pelos quais uma sociedade ou organização pode entrar em colapso ( se aplicam igualmente à universidade):
• 1) Incapacidade de prever ameaças.
• 2) Incapacidade de reconhecer o problema quando este já ocorreu.
• 3) Incapacidade de reagir ao problema, mesmo tendo-o reconhecido.
• 4) Impossibilidade real de resolver o problema.
Paradoxo do Novo
• Se somos inevitavelmente formados pela tradição, o que permite com que rompamos com essa mesma tradição e o novo surja?
Thomas Kuhn (1962):conceito de paradigma
• um novo paradigma significa:
• encontrar novas e melhores respostas para os problemas anteriores, que o paradigma superado não consegue mais solucionar
• a possibilidade de identificar novos problemas que levarão ao desenvolvimento e à produção de novos conhecimentos.
Pressuposto de Concepção de Conhecimento
• Maker’s knowledge:
• Importância do conhecimento aplicado:
• Dialética:
– teoria ↔ prática
– ciência ↔ e técnica
Modelo PUC-Rio
• Singularidade no contexto brasileiro:
• pública não-estatal
• comunitária,
• confessional,
• privada,
• de pesquisa.
• Por esses motivos não favorecida diretamente
nem pela legislação, nem pelas políticas
públicas.
Modelo PUC-Rio:Vantagens comparativas
• I. Quanto à gestão:• Descentralização administrativa • Gestão participativa • Equilíbrio financeiro, sem dependência de crédito externo.• II. Quanto à produção do conhecimento:• Capacidade de renovar-se e reestruturar-se de forma ágil • Forte tradição e pioneirismo • Integração entre pesquisa e ensino.• Atração de alunos de qualidade• III. Quanto ao papel social:• Identidade humanística e o compromisso social.• Prática da responsabilidade social e compromisso com a
sustentabilidade.
Modelo PUC-Rio:Desafios
– Ampliar a produção de conhecimento que
possa levar a resultados aplicados.
– Ampliar e diversificar as formas de
financiamento, diminuindo a dependência
das anuidades e de recursos de governo.
– Ampliar a internacionalização.
– Enfatizar a Interdisciplinaridade.
– Até que ponto é possível induzir isso
institucionalmente?
Modelo PUC-Rio:Ações Básicas
– Constituição de um projeto comum: identificação de pontos de convergência e interesses comuns nas várias instâncias para a formação de um autêntico consenso interno.
– Reavaliação da estrutura administrativa: até que ponto a vantagem de ser enxuta e ágil, não pode significar em alguns casos limitação?
– Agilidade na tomada de decisões encontrando um equilíbrio entre ação institucional e autonomia departamental.
– Maior interação com a sociedade, incluindo empresas e governo para superar as limitações legais e institucionais de atuação da universidade.
– Criação de um fundo patrimonial relevante, alcançando uma maior capacidade de investir com recursos próprios.
– Renovação do corpo docente a partir de definição de áreas a serem priorizadas e de formação de lideranças que possam levar adiante o projeto institucional.
– Maior divulgação da produção de conhecimento, de seus resultados e de seu impacto.
– Ampliação e redistribuição do espaço.
Modelo PUC-Rio:Alguns Pressupostos
• Martin Heidegger: “A ciência não pensa”.
• Concepção de conhecimento: maker’sknowldege.
• Formação interdisciplinar aberta para a
inovação.
• “The universities have to develop a man’s
intelligence and character in such a way that he
can pick up relatively quickly the business he
turns to subsequently”. Keynes, (1927).