universidade federal do rio grande do …...tu és o deus que dá, senhor, todas as visões a...

78
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA MESTRADO EM FISIOTERAPIA SUSAN KELLY DAMIÃO DO REGO E SILVA ANDRADE CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER Natal - RN 2019

Upload: others

Post on 21-Aug-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

MESTRADO EM FISIOTERAPIA

SUSAN KELLY DAMIÃO DO REGO E SILVA ANDRADE

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER

Natal - RN 2019

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

SUSANN KELLY DAMIÃO DO REGO E SILVA ANDRADE

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER

Dissertação apresentada a Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com requisito para obtenção do título de Mestre em Fisioterapia.

Orientador(a): Profª. Drª. Juliana Maria Gazzola

Natal – RN

2019

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

A553c

Andrade, Susann Kelly Damião do Rego e Silva. Capacidade funcional de idosos com doença de Alzheimer / Susann Kelly Damião do Rego e Silva Andrade. – Natal, RN, 2019.

75 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós Graduação em Fisioterapia. Natal, RN, 2019

Orientador: Profª. Drª. Juliana Maria Gazzola 1 Demência – Dissertação. 2. Incapacidade Funcional – Dissertação.

3. Função Executiva – Dissertação. 4. Equilíbrio Postural – Dissertação. I. Gazzola, Julana Maria. II. Título

CDU 616.892.3

Catalogação na Fonte

Bibliotecária Gleiciany Barbosa da Silva – CRB15/739

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

MESTRADO EM FISIOTERAPIA

CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS COM DOENÇA DE ALZHEIMER

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof.(a). Dra Juliana Maria Gazzola Presidente da Banca

UFRN

_________________________________________________ Prof. Dra. Tatiana Souza Ribeiro

Membro Interno UFRN

_________________________________________________

Prof. Dr. Fábio Porto Membro Externo

USP

_________________________________________________ Prof. Dra. Tania Fernandes Campos

Membro Interno UFRN.

_________________________________________________

Prof. Dra. Adriana da Costa Ribeiro Membro Externo

UEPB

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

DEDICATÓRIA

AO SENHOR DEUS,

Agradeço todas as bênçãos derramadas sobre mim. Desde a

aprovação no processo seletivo e durante a superação de todas as dificuldades

encontradas para a realização deste. Abrindo as portas da minha vida pessoal e

profissional para um grande crescimento...

AOS RAIOS DE SOL DA VIDA DA MAMÃE,

Às minhas filhas que são as maiores fontes de inspiração para minha

vida...

Cecília e Agnes vocês sempre serão a minha fonte inesgotável de

força, crescimento e renovação. Este passo será dado por mim, mas a força

diária para conquistá-lo advém do meu amor por vocês.

Ao meu esposo, César Endrigo pela abnegação em se

dedicar a família e sempre estar me incentivando para meu crescimento, essa

sem dúvida, é uma conquista nossa.

À minha Mãe Ranilda Maria, por ser exemplo de Garra, força

e determinação e me ensinar a ser um indivíduo de bem e para o bem.

Aos meus irmãos Lanna e Wellisson, pelo companheirismo e

afeto presentes nos momentos mais difíceis e importantes.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

AGRADECIMENTOS

Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti

Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória e nos faz crescer...

Obrigado, Senhor, obrigado! Obrigado, Senhor, obrigado!

Gratidão. Gabriela Rocha

À Professora Drª. JULIANA MARIA GAZZOLA, meu verdadeiro

agradecimento pela orientação para a realização deste estudo. E por ser inspiração

de sabedoria, bondade, coragem e superação. A minha admiração será eterna. A

senhora teve a árdua missão de transformar uma aluna egressa que se encontrava

distante da academia e me transformou em uma Fisioterapeuta e Professora

destemida. Muitíssimo obrigada. Não há palavras para descrever a minha gratidão.

À Professora Ms. VANESSA GIFFONI DE MEDEIROS NUNES PINHEIRO

PEIXOTO, pela parceria e orientações indispensáveis a realização deste. Dirijo-lhe

os melhores elogios pela competência, paciência, profissionalismo e seriedade.

Agradeço também pela amizade e pela confiança no desenvolvimento de um

trabalho na área de Funcionalidade e Cognição.

Aos meus colegas do laboratório do LAIS VANESSA DA NÓBREGA DIAS

e BARTOLOMEU FAGUNDES DE LIMA FILHO pelas suas colaborações e

companheirismo que desenvolvemos nesses dois anos.

À MARIA CLARA SILVA DE MELO, aluna de iniciação científica vinculada

a esse estudo, por ser uma excelente parceira no desenvolvimento deste. Sua

capacidade de doação e auxílio são admiráveis. És um anjo na terra.

À Maria das Graças, muito obrigada pela sua paciência e parceria e

colaboração com as análises estatísticas.

Ao meu esposo César Endrigo Silva de Andrade, pela paciência e

compreensão em entender os vários momentos de ausência. E pelo seu incentivo,

principalmente nos momentos mais difíceis. Sua companhia e das nossas filhas foi

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

uma grande graça, o amor de vocês me renova. Nesse processo nós crescemos

juntos. Obrigada por ter sido tão bom parceiro.

À minha amiga Fisioterapeuta e colega da turma de mestrado CANDICE

SIMOES PIMENTA DE MEDEIROS, pelo desenvolvimento de parcerias ao longo

desses dois anos e da nossa amizade.

Aos Funcionários do Centro Clínico da Ribeira por toda a recepção e

colaboração para o desenvolvimento da coleta de dados desse estudo.

Ao Professor Jonathan pela parceria nas análises estatísticas.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

“Vou cantando minha história, profetizando

Que eu posso, tudo posso... em Jesus”

Pe. Fábio de Melo

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

RESUMO

Introdução: A Doença de Alzheimer (DA) é a mais comum entre os idosos e

representa 60% das demências diagnosticadas. Muitas investigações foram

conduzidas sobre as sequelas cognitivas da DA, mas poucas se concentraram na

extensão em que as deficiências nas habilidades cognitivas se traduzem em

dificuldades na realização de atividades diárias. Objetivo: Verificar a influência de

dados sociodemográficos, clínicos, de estadiamento, cognitivos, mobilidade e

equilíbrio postural, relacionados ao prejuízo da capacidade funcional de idosos com

Doença de Alzheimer. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico, de

caráter transversal realizado em Natal-/RN. Participaram 40 idosos com idade igual

ou superior a 60 anos com Doença de Alzheimer na fase Leve ou moderada, com

deambulação independente. Foram utilizados os instrumentos: questionário para

avaliação de dados sociodemográficos e antropométricos; Mini Exame de Estado de

Saúde Mental (MEEM); Teste do desenho do Relógio (TDR); Teste de Fluência Verbal

(TFV) Timed Up and Go Test (TUG) e Clinical Test of Sensory Organization and

Balance (CTSIB). Foram realizadas análises descritivas simples, teste de Man

Withney, teste de Correlação de Spearman e modelo de regressão linear adotando-

se p<0,05 e Intervalo de confiança de 95%. Resultados: Após análise de regressão,

as variáveis mais influentes para a capacidade funcional foram: o clinical demential

rating, o mini exame do estado de saúde mental e o Deficit de equilíbrio postural,

representando 67% do desfecho capacidade funcional. Conclusão: O prejuízo da

capacidade funcional de idosos com DA é fortemente influenciado pelo avançar da

doença, pelas alterações de linguagem e funções executivas e o deficit do equilíbrio

postural.

Palavras-Chave: Demência, incapacidade funcional, função executiva, equilíbrio

postural.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

ABSTRACT

Introduction: Alzheimer's disease (AD) is the most common among the elderly and

represents 60% of diagnosed dementias. Many investigations have been conducted

on the cognitive sequelae of AD, but few have focused on the extent to which deficits

in cognitive abilities translate into difficulties in carrying out daily activities. Objective:

To verify the influence of socio-demographic, clinical, staging, cognitive, mobility and

postural balance related to the impairment of the functional capacity of the elderly with

Alzheimer's Disease. Methods: This is an observational, analytical, cross-sectional

study conducted in Natal- / RN. Participants were 40 elderly individuals aged 60 years

or older with Alzheimer's disease in the Mild or moderate phase, with independent

ambulation. The instruments were used: a questionnaire for the evaluation of

sociodemographic and anthropometric data; Mini-Examination of Mental Health Status

(MMSE); Clock Drawing Test (TDR); Verbal Fluency Test (TFV) Timed Up and Go Test

(TUG) and Clinical Test of Sensory Organization and Balance (CTSIB). Simple

descriptive analyzes, Man Withney's test, Spearman's correlation test and linear

regression model were used, adopting p <0.05 and 95% confidence interval. Results:

After regression analysis, the most influential variables for functional capacity were:

clinical demential rating, mini-examination of mental health status and postural balance

deficit, representing 67% of the outcome of functional capacity. Conclusion: The

impairment of the functional capacity of the elderly with AD is strongly influenced by

disease progression, changes in language and executive functions, and postural

balance deficit.

Keywords: dementia, functional disability, executive function; postural balance.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fluxograma referente ao método de agendamento para as avaliações ... 25

Figura 2 Fluxograma referente à amostra do estudo desde o encaminhamento inicial

da médica do Centro Clinico da Ribeira até o momento da avaliação ...................... 37

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterização sociodemográfica, antropométrica, clínica, cognitiva e de

mobilidade de idosos com doença de Alzheimer (n=33). .......................................... 37

Tabela 2 Relação entre Capacidade Funcional e as variáveis de estadiamento e

equilíbrio postural de idosos com doença de Alzheimer (n=33) ................................ 37

Tabela 3 Correlação entre Capacidade Funcional e variáveis sociodemográfica,

antropométrica, clínica, cognitiva e de mobilidade de idosos com doença de Alzheimer

(n=33) 38

Tabela 4 Regressão Linear Múltipla Baseada no FAQ segundo Pfeffer .............. 39

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

LISTA DE ABREVIATURAS

DA Doença de Alzheimer

ABVD Atividades Básicas de Vida Diária

AVD Atividade de Vida Diária

FAQ Functional Activities Questionnaire

AVE Acidente Vascular Encefálico

AEP Avaliação do Equilíbrio Postural

CTSIB Clinical Test of Sensory Organization and Balance

IAFG Índice de Aptidão Funcional Geral

LAIS Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde

MEEM Mini Exame do Estado de Saúde Mental

PPA Proteina Precursora da Amielóide

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDR Teste do Desenho do Relógio

TFV Teste de Fluência Verbal

TUG-T Timed Up and Go Test

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 14

1.1 Envelhecimento e capacidade funcional .................................................. 14

1.2 Capacidade funcional de idosos com doença de alzheimer .................. 15

1.3 Avaliação da capacidade funcional segundo o questionário de atividades

funcionais (functional activities questionnaire – faq) segundo pfeffer ..............

16

1.4 Justificativa ................................................................................................. 17

1.5 Hipótese ...................................................................................................... 18

1.6 Objetivos ..................................................................................................... 18

1.6.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 18

1.6.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 18

2 METODOS ................................................................................................... 19

2.1 Desenho do estudo .................................................................................... 19

2.2 População e amostra .................................................................................. 19

2.3 Critérios de elegibilidade ........................................................................... 19

2.4 Instrumentos de medida ............................................................................ 20

2.4.1 Dados Sociodemográficos ............................................................................ 20

2.4.2 Dados Clínicos ............................................................................................. 20

2.4.3 Dados de Estadiamento ............................................................................... 20

2.4.4 Dados Antropométricos ................................................................................ 20

2.4.5 Avaliação Cognitiva ...................................................................................... 21

2.4.5.1 Mini – Exame do Estado de Saúde Mental ................................................... 21

2.4.5.2 Teste do Desenho do Relógio (TDR) ............................................................ 22

2.4.5.3 Teste de Fluência Verbal (TFV) .................................................................... 22

2.4.5.4 Avaliação do Equilíbrio Postural (AEP) ......................................................... 22

2.4.5.5 Avaliação da Mobilidade Funcional .............................................................. 23

2.4.6 Avaliação da Capacidade Funcional............................................................. 24

2.4.6.1 Questionário de Pfeffer (Anexo VII) .............................................................. 24

2.4.5 Procedimentos de avaliação ......................................................................... 24

3 ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................... 26

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

14

3.1 Cálculo amostral ......................................................................................... 26

3.2 Análise estatística ...................................................................................... 27

4 RESULTADOS...................................................................................... 28

5 CONCLUSÃO............................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 50

APÊNDICES ..................................................................................................... 53

ANEXOS ................................................................................................................. 63

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 Envelhecimento e capacidade funcional

Segundo a Organização Mundial da saúde (OMS) 10% da população mundial

tem idade igual ou superior a 60 anos e estimativas sugerem que a população

brasileira em 2050 será a quinta maior do mundo. Já em 2020, as condições crônicas

serão a principal causa de incapacidade (80%) em todo o mundo e um grande

problema para os sistemas de saúde [1,2].

Uma das consequências dessa mudança demográfica é o aumento simultâneo

dos problemas crônicos de saúde e consequentemente uma maior frequência de

incapacidade funcional. Caracterizada por restrições nas habilidades físicas e mentais

exigidas para que um indivíduo mantenha sua independência e autonomia no

desempenho das atividades básicas da vida diária, bem como das atividades de maior

complexidade [1,2].

O envelhecimento é caracterizado por diversas alterações no corpo e

metabolismo humano. Nesse processo, os idosos podem ter reduzido o desempenho

para a realização de atividades de vida diária mediante o estado geral de saúde e das

funções motoras do indivíduo [2,3].

Ademais, a habilidade do indivíduo realizar suas tarefas com autonomia e

decisão de forma independente tem sido considerada a capacidade funcional. A

realização de atividades básicas da vida diária (ABVD) de autocuidado como: banhar-

se, vestir-se, usar o banheiro, alimentar-se, transferir-se e continência, tem sido

considerada importante indicador de funcionalidade dos idosos. O declínio funcional

encontra-se associado às condições de saúde, como autopercepção de saúde ruim,

acidente vascular encefálico, diabetes mellitus e doenças cardíacas; às características

sociodemográficas como sexo feminino, idade igual ou superior a 80 anos, viver só,

estar viúvo, baixa escolaridade, ou analfabetismo; além de fatores como sedentarismo

e a diminuição das atividades cotidianas [3].

A capacidade funcional é um dos principais componentes da saúde do idoso e

é componente fundamental na avaliação da saúde dessa população, particularmente

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

15

em relação aos indivíduos com doenças crônicas como citado anteriormente, a

exemplo de doenças incapacitantes como a Doença de Alzheimer (DA) [4].

1.2 Capacidade funcional de idosos com doença de alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é a causa mais comum de transtorno

neurodegenerativo em idosos que tipicamente começa com uma falha sutil e mal

reconhecida da memória e lentamente se torna mais grave e, eventualmente,

incapacitante. O risco de se desenvolver a DA dobra a cada cinco anos depois dos 65

anos [5].

A progressão da DA é caracterizada por degeneração neuronal que resulta em

um declínio gradual em numerosos processos cognitivos e atividade cortical. Além

desses comprometimentos cognitivos, à medida que a doença progride, os pacientes

com DA podem desenvolver deficiências nas habilidades motoras, incluindo níveis

reduzidos de flexibilidade, agilidade, força, equilíbrio e resistência aeróbica. Tais

prejuízos podem afetar diretamente a capacidade do idoso de realizar atividades da

vida diária (AVD´s) [6].

Há uma forte correlação entre o estágio de demência e a capacidade de realizar

atividades da vida diária e, mesmo no estágio mais leve da doença, o desempenho

nessas atividades está comprometido. Como parte da avaliação clínica de pacientes

com demência, é necessário verificar a capacidade dos indivíduos de manter as

atividades cotidianas [4].

Portanto, os deficits cognitivo e funcional da progressão da DA são uma

questão importante, uma vez que, por estarem fortemente associados às AVDs, seu

comprometimento pode implicar em redução da autonomia, seguida de maior risco de

institucionalização; morte; depressão e diminuição do nível de atividade física.

Ademais, além do deficit cognitivo, uma outra explicação para o deficit funcional

desses idosos pode ser o baixo nível de atividade física, devido aos distúrbios

neuropsiquiátricos como a apatia e sintomas depressivos que muitas vezes levam o

idoso a inatividade ou ainda pode-se citar a superproteção de cuidadores em realizar

as atividades pelo paciente [6,7,8].

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

16

1.3 Avaliação da capacidade funcional segundo o questionário de atividades

funcionais (functional activities questionnaire – faq) segundo pfeffer

Dentro dessa perspectiva, o Questionário de Atividades Funcionais

(Functional Activities Questionnaire – FAQ) segundo Pfeffer é uma das ferramentas

mais comumente empregadas em estudos sobre o envelhecimento cognitivo

patológico e é uma das medidas mais amplamente utilizadas em pesquisas sobre nível

funcional [9], frequentemente empregado em estudos epidemiológicos sobre

demência [10].

Adaptado transculturalmente para sua utilização no Brasil, possui alta

consistência interna [11], esse questionário permite avaliar o grau de independência

no desempenho de dez atividades instrumentais da vida diária: administrar as próprias

finanças; fazer as compras; aquecer a água e desligar o fogão; fazer

refeições; acompanhar as notícias recentes, assistir a reportagens e discuti-

las; manter-se orientado ao caminhar fora do bairro; lembrar de

compromissos; gerenciar os próprios medicamentos; e caminhar em casa sozinho. É

fácil de ser administrado e seguro para pacientes idosos submetidos à avaliação [12].

A correlação entre o FAQ segundo Pfeffer e a escala de avaliação de AIVD

criada por Lawton e Brody foi investigada [13], sendo encontrada associação

significativa entre os dois questionários, confirmando os resultados de Pfeffer et al.

[14], no estudo de desenvolvimento do referido instrumento. Quanto aos instrumentos

de avaliação cognitiva, a correlação mais investigada foi entre o FAQ segundo Pfeffer

e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Na análise de regressão linear (Laks et al.

2005), foi encontrada correlação alta entre o prejuízo cognitivo e funcional.

Jacinto et. al. [15] apontou o FAQ, segundo Pfeffer, como o instrumento com

maior sensibilidade e especificidade no diagnóstico de alterações cognitivas

(demência e comprometimento cognitivo leve) e ao associar o Pfeffer a outros testes

cognitivos observou melhora na eficácia, se comparada ao uso isolado desse

instrumento. Para tanto, encontrou para a pontuação de corte 4 como indicativo de

demência com sensibilidade de 100,0% e especificidade de 92,0%. E a pontuação de

corte 2 como indicativo de comprometimento cognitivo leve com sensibilidade de

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

17

77,0% e especificidade de 93,0%. E a associação que encontrou melhor

especificidade foi a de FAQ segundo Pfeffer com a fluência verbal com sensibilidade

de 100,0% e especificidade de 94,6%. Para a equipe de saúde, a avaliação da

capacidade funcional torna-se tão essencial quanto o diagnóstico da DA, pois se

refere ao impacto da doença ou da condição limitante do indivíduo, impedindo ou

dificultando a realização das atividades diárias, refletindo em sua qualidade de vida e

de seus familiares com repercussão para o sistema de saúde como um todo [4].

Finalmente este estudo aponta o seguinte questionamento: Dados

sociodemográficos, clínicos, de estadiamento, cognitivos, mobilidade e de equilíbrio

postural estão relacionados ao prejuízo da capacidade funcional de idosos com

Doença de Alzheimer.

1.4 Justificativa

A redução da capacidade funcional –habilidade para realizar as atividades

básicas de vida diária (ABVD) e instrumentais (AIVD) – é característica marcante da

progressão da DA. Segundo Pedroso, et al, [6], a debilidade funcional dos idosos com

DA pode estar acompanhada de níveis reduzidos de: flexibilidade, agilidade, força,

equilíbrio e resistência aeróbica, ou seja, as AVDs requerem integridade não apenas

dos componentes cognitivos, mas também dos componentes motores do indivíduo a

fim de que a atividade seja realizada de forma eficaz e segura.

Ademais, apesar de numerosos estudos virem sendo conduzidos sobre as

sequelas cognitivas, é necessário conhecer o comportamento das habilidades

cognitivas e também motoras, funcionais e de equilíbrio na progressão da DA. Nesse

sentido a realização de estudos como esse, objetivando conhecer os fatores

relacionados a capacidade funcional de idosos com DA pode ajudar a esclarecer quais

fatores interferem na capacidade funcional desses indivíduos. E dessa forma auxiliar

os profissionais fisioterapeutas no conhecimento da progressão dos deficits funcionais

e por sua vez, na correta intervenção a ser realizada para amenizar a progressão dos

prejuízos funcionais característicos da condição.

1.5 Hipótese

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

18

Hipótese: O prejuízo da cognição, da mobilidade e do equilíbrio de idosos com

Doença de Alzheimer nas fases leve e moderada influencia negativamente nas suas

capacidades funcionais.

1.6 Objetivos

1.6.1 Objetivo Geral

Verificar a influência de dados sociodemográficos, clínicos, de estadiamento,

cognitivos, mobilidade e equilíbrio postural, relacionados ao prejuízo da capacidade

funcional de idosos com doença de alzheimer nas fases leve e moderada.

1.6.2 Objetivos Específicos

a) Analisar se há relação entre as variáveis sóciodemográficos, clínicas,

cognitivas de mobilidade e de equilíbrio postural e a capacidade funcional

de idosos com Doença de Alzheimer;

b) Verificar, quais os fatores mais relacionados ao prejuízo da capacidade

funcional de idosos com provável diagnóstico de Doença de Alzheimer.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

19

2 METODOS

2.1 Desenho do estudo

Estudo observacional, analítico, de caráter transversal.

2.2 População e amostra

A população foi caracterizada por indivíduos de ambos os sexos com idade

acima de 60 anos e com diagnóstico de Doença de Alzheimer, sem outras demências

associadas. A amostragem foi não probabilística.

2.3 Critérios de elegibilidade

Foram selecionados pacientes com idade de 60 anos ou mais, diagnosticados

com Doença de Alzheimer, segundo critérios do Departamento Científico de

Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia,

apresentando estadiamento da doença em fase leve ou fase moderada pela Clinical

Dementia Rating Scale – CDR (Anexo I), dos gêneros masculino e feminino e que

aceitaram participar da pesquisa e/ou o cuidador assinando o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice 1) e que apresentaram marcha

independente ou com auxílio de dispositivo de marcha [16].

Foram excluídos os participantes que apresentaram acuidades visual e

auditivas gravemente diminuídas, não compensáveis com lentes corretivas e/ou

aparelho de amplificação sonora, respectivamente, aqueles que se recusaram a

realizar todos os testes propostos. Os idosos que apresentem outras doenças

neurológicas como demência de outra etiologia, principalmente de demência mista

pela presença de doença cerebrovascular (DCV); AVC prévio. E os que participaram

de atividade física regular ou fisioterapia que tivesse como benefício a melhora do

equilíbrio nos últimos 6 meses anteriores à avaliação.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

20

2.4 Instrumentos de medida

As variáveis analisadas foram classificadas em dados sociodemográficos,

estadiamento da demência, clínico, antropométricos, cognitivas, mobilidade, equilíbrio

corporal e capacidade funcional. (Apêndice 2).

2.4.1 Dados Sociodemográficos

Os dados sociodemográficos avaliados foram: gênero, idade (anos), faixa

etária, renda, grau de escolaridade e escolaridade (anos). (Apêndice 3).

2.4.2 Dados Clínicos

Os dados clínicos avaliados foram: número de doenças, número de

medicamentos utilizados, tempo de diagnóstico da DA. (Apêndice 3).

2.4.3 Dados de Estadiamento

O estadiamento foi realizado através do Clinical Demential Rating (Anexo I).

Esse teste, permite classificar os diversos graus de demência, avaliando cognição e

comportamento, além da influência das perdas cognitivas na capacidade de realizar

adequadamente as atividades da vida diária. Esse instrumento é dividido em seis

categorias cognitivo-comportamentais: memória, orientação, julgamento ou solução

de problemas, relações comunitárias, atividades no lar ou de lazer e cuidados

pessoais. A escala possibilita a classificação em CDR 0 (normal ou nenhuma

alteração); 0,5 (questionável ou comprometimento cognitivo leve); 1 (demência leve);

2 (demência moderada) e 3 (demência grave). Nesse estudo, serão incluídos apenas

os sujeitos classificados em CDR 1 ou CDR 2 [17].

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

21

2.4.4 Dados Antropométricos

Os dados antropométricos avaliados foram: altura, peso e Índice de Massa

Corporal (IMC). (Apêndice 3).

A altura foi mensurada por fita métrica fixada à parede, em metros (m) e o peso

por balança do tipo plataforma, em quilogramas (kg). O IMC, também conhecido como

índice de Quételet, é amplamente utilizado na avaliação do estado nutricional de

populações. Esse será obtido por intermédio da divisão da massa corporal em

quilogramas, pela estatura em metro, elevada ao quadrado (IMC=Kg/m²)28 [18]. A

classificação utilizada para os idosos foi: menor ou igual a 22 - “Baixo Peso”, maior ou

igual a 22 - “Eutrófico” e maior ou igual a 27 - “Sobrepeso”. Valores esses utilizados

pelo Sistema de Vigilância Nutricional - SISVAN do Ministério da Saúde [19].

2.4.5 Avaliação Cognitiva

2.4.5.1 Mini – Exame do Estado de Saúde Mental

O Mini Exame do Estado de Saúde Mental (MEEM)(Anexo II) é um breve

questionário de 30 pontos usado para rastrear perdas cognitivas. É comumente

utilizado em medicina para rastrear demência. É também utilizado para estimar a

severidade da perda cognitiva em um momento específico e seguir o curso de

mudanças cognitivas em um indivíduo através do tempo, portanto fazendo dele um

meio efetivo de documentar a resposta do indivíduo ao tratamento. Em cerca de 10

minutos mede funções incluindo aritmética, memória e orientação. Foi introduzido por

Folstein et al. em 1975. Esse foi validado transculturalmente para o idioma Português,

amplamente utilizado para rastrear casos com suspeita de deficitcognitivo. [20]. Nesse

estudo foram adotados os escores do MEEM: < 10 = comprometimento grave; 10-15

= comprometimento moderado 15 e Pontos de Corte para deficit cognitivo

(escolaridade >4 anos e MEEM 24; escolaridade 4 e MEEM 17) =

comprometimento leve; > Pontos de Corte para deficit cognitivo e positividade em

outros critérios = demência questionável. [21]

2.4.5.2 Teste do Desenho do Relógio (TDR)

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

22

O teste do desenho do relógio (Anexo III) compreende a tarefa de desenhar

um relógio com a inserção de ponteiros marcando determinada hora (por exemplo

2h45). Esse teste mensura funções executivas (planejamento, sequência lógica,

capacidade de abstração, flexibilidade mental e monitoramento de execução), atenção

concentrada, organização vísuo-espacial e memória recente [22].

2.4.5.3 Teste de Fluência Verbal (TFV)

Neste teste é solicitado ao respondente que fale todos os animais que

conseguir lembrar. São pontuados todos os animais lembrados pelo sujeito, no

período de um minuto. Esse teste avalia a fluência verbal, que depende da capacidade

de acesso semântico, e da riqueza de vocabulário do participante. Tradicionalmente,

a fluência verbal é vista como uma prova de linguagem e de função executiva. O

resultado pode ser classificado como normal, quando o indivíduo tiver escolaridade

maior de 8 anos e lembrar de 13 animais, ou com escolaridade menor que 8 anos e

lembrar de 8, ou mais animais. [10]. (Anexo IV).

2.4.5.4 Avaliação do Equilíbrio Postural (AEP)

Dentro da avaliação do equilíbrio postural o voluntário foi inicialmente

questionado em relação ao uso de dispositivo de auxílio à marcha, à ocorrência de

quedas nos últimos 6 meses, existência do medo de quedas e quanto a presença ou

não de tontura.

Os sujeitos também foram avaliados através do Teste de Interação Sensorial

ou Sensory Organization Test. O CTSIB (Anexo V) fornece informações sobre a

capacidade do indivíduo de adaptação e manutenção do equilíbrio frente aos conflitos

sensoriais impostos pelo teste, além de revelar o sistema sensorial no qual o indivíduo

é mais dependente para o equilíbrio postural.

O teste consiste no posicionamento do sujeito em posição ortostática com os

braços ao longo do corpo sob seis condições intersensoriais, com a meta de

permanência de 30 segundos em cada posição. Na condição 1 (olhos abertos em

superfície firme) todos os sentidos estão presentes; na condição 2 (olhos fechados

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

23

em superfície firme) o sistema visual não oferece informações; na condição 3 (cúpula

visual em superfície firme) há conflito da informação visual; na condição 4 (olhos

abertos em superfície de espuma) há informações inacuradas do sistema somato-

sensitivo; na condição 5 (olhos fechados em superfície de espuma) há informações

inacuradas do sistema somato-sensitivo e ausência do sistema visual; na condição 6

(cúpula visual em superfície de espuma) há informações inacuradas do sistema

somato-sensitivo e conflito do sistema visual.

A pontuação pode ser feita por classificação categórica (normal/ anormal) e

intervalar (tempo), sendo medido o tempo despendido em cada condição do CTSIB.

[23]. Nesse estudo, foi considerada a classificação categórica. Para tanto, foram

avaliadas 4 condições: Na condição 1 (olhos abertos em superfície firme) todos os

sentidos estão presentes; na condição 2 (olhos fechados em superfície firme), o

sistema visual não oferece informações; na condição 3 (olhos abertos em superfície

de espuma) há informações inacuradas do sistema somato-sensitivo; na condição 4

(olhos fechados em superfície de espuma) há informações inacuradas do sistema

somato-sensitivo e ausência do sistema visual [24].

2.4.5.5 Avaliação da Mobilidade Funcional

O Timed up and go test (TUGt) é uma versão temporal do “Get-up and Go”

Test [25], no qual é solicitado ao indivíduo que se levante da cadeira, percorra três

metros e retorne à posição inicial (Anexo VI). Os materiais utilizados foram uma

cadeira com apoio para braços e cronômetro (Casio).

Durante a avaliação, intervalos de tempo para o repouso foram fornecidos de

acordo com a necessidade determinada pelo paciente. A segurança do paciente,

quanto ao risco de uma eventual queda, foi garantida pela presença de dois

examinadores, que permaneceram próximos aos pacientes durante os testes

realizados.

Para avaliação da habilidade motora em situações de dupla tarefa, foi utilizado

o teste TUGt [26], aplicado em três versões: 1º) de forma convencional, em que o

sujeito levanta-se de uma cadeira, anda 3 metros e volta à mesma cadeira; 2º)

sensibilizado com dupla tarefa motora, em que o participante realiza a atividade

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

24

carregando na mão dominante um copo repleto de água; e 3º) dupla tarefa cognitiva,

em que o sujeito realiza a tarefa associada à fala da nomeação de animais.

2.4.6 Avaliação da Capacidade Funcional

2.4.6.1 Questionário de Pfeffer (Anexo VII)

É uma escala de 10 questões aplicada ao acompanhante ou cuidador da

pessoa idosa discorrendo sobre a capacidade desse em desempenhar determinadas

funções. As respostas seguem um padrão: sim é capaz (0); nunca o fez, mas poderia

fazer agora (0); com alguma dificuldade, mas faz (1); nunca fez e teria dificuldade

agora (1); necessita de ajuda (2); não é capaz (3). A pontuação de seis ou mais sugere

maior dependência. A pontuação máxima é igual a 30 pontos.

Tem o objetivo de verificar a presença e a severidade do declínio cognitivo por

meio da avaliação da funcionalidade e consequentemente da assistência requerida.

Avalia o desempenho em dez AIVD que envolvem também habilidades cognitivas:

controlar as próprias finanças, fazer compras, esquentar água e apagar o fogo,

preparar refeições, manter-se atualizado, prestar atenção em uma notícia e discuti-la,

lembrar-se de compromissos, cuidar da própria medicação, manter-se orientado ao

andar pela vizinhança e andar sozinho em casa. [14, 27, 28]

2.5 Procedimentos de avaliação

As avaliações foram realizadas no Centro Clínico da Ribeira, durante uma

avaliação previamente agendada, realizada por avaliadores treinados. O período de

coleta de dados ocorreu entre 15 de julho e 30 de setembro de 2018.

O idoso com Diagnóstico de Alzheimer e que apresentou as características

clínicas do CDR 1 ou CDR 2 foi encaminhado pelo médico para a examinadora, a qual

agendou as avaliações.

Cada idoso recebeu as informações sobre os objetivos e os procedimentos

básicos da pesquisa.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

25

Figura 1: Fluxograma referente ao método de agendamento para as avaliações.

Dados dos Idosos com Diagnóstico

médico de Alzheimer, foram encaminhados para a examinadora.

Aceitação em participar da pesquisa

Realização da Avaliação

Marcação da Avaliação

Triagem de acordo com critérios de elegibilidade

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

26

3 ASPECTOS ÉTICOS

Os dados foram mantidos em sigilo e gravados em banco de dados do

laboratório de inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), localizado no terceiro subsolo

do Hospital Onofre Lopes, podendo apenas ser manuseados pelo pesquisador

responsável. A pesquisa cumpriu as exigências da resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa em seres humanos e do Estatuto do

Idoso. Por meio do Termo de consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, o idoso e

cuidador/acompanhante foram informados sobre os procedimentos e objetivos da

pesquisa assim como a importância da participação dos mesmos no projeto. O projeto

foi aprovado no Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte - UFRN sobre parecer de número: 2.772.479 (Anexo VII).

3.1 Cálculo amostral

Dimensionou-se a amostra do estudo baseada na média do Pfeffer para o

nível leve (CDR1), o mais frequente. Assim, utilizou-se de uma média de 16 nessa

escala a partir do estudo piloto, um erro absoluto tolerável de 5% e tendo como

população presumida de doentes de cinco mil indivíduos diagnosticados com

demência, intervalo de confiança de 95% e poder de teste de 80%. Aplicou-se na

seguinte fórmula:

𝑛 =𝑧(1−𝛾)/22 𝑁𝛿2

𝑑2(𝑁 − 1) + 𝑧(1−𝛾)/22 𝛿2

Dessa forma, obtemos um tamanho amostral mínimo de 40 participantes com

diagnóstico de Doença de Alzheimer.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

27

3.2 Análise estatística

A variável quantitativa FAQ segundo Pfeffer foi a variável dependente do

estudo. A análise descritiva simples (mediana, valores mínimo e máximo) foi calculada

para todas as variáveis quantitativas. As variáveis qualitativas foram apresentadas por

meio de valor absoluto e suas porcentagens, de acordo com a caracterização da

variável.

Foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov para analisar a distribuição da

amostra, que não aderiu à distribuição normal. Para relacionar a variável quantitativa

FAQ segundo Pfeffer com as variáveis categóricas foi utilizado o teste Man-witney. A

correlação entre a variável quantitativa Capacidade Funcional e as outras variáveis

quantitativas foi utilizado o teste Correlação de Spearman.

Foi utilizada a teoria dos modelos lineares generalizados (MGL) devido a não

normalidade dos dados do desfecho estudado. Para tanto, foi utilizada uma

distribuição gama com função ligante Log, assim as variáveis independentes poderiam

estabelecer relações lineares com o desfecho. Foi estimado os coeficientes de

regressão padronizados (β) e não-padronizados (B) assim como a razão de

prevalência (RP) como medidas de efeito. Adotou-se um nível de significância de 5%

para se minimizar erro tipo Ino ajuste do modelo e das variáveis independentes.

O coeficiente β permite a comparação entre as variáveis independentes entre

si e a RP revela a magnitude e a direção de cada nível da variável independente com

o nível de comparação. Valores de RP entre 0 e 1 representam uma relação

inversamente proporcional e valores maiores que 1 uma relação diretamente

proporcional.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

28

4 RESULTADOS

PREJUÍZO DA CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS COM ALZHEIMER

SUSAN KELLY DAMIÃO DO REGO E SILVA ANDRADE¹

MARIA CLARA SILVA DE MELO3

BARTOLOMEU FAGUNDES DE LIMA FILHO¹

VANESSA GIFFONI DE MEDEIROS NUNES PINHEIRO PEIXOTO2

JULIANA MARIA GAZZOLA¹

1- Programa Pós-Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte;

2- Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

– Centro de Ciências da Saúde

3- Programa de Graduação em Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande

do Norte.

Endereço para correspondência:

Av. Cap Morgouveia, 2488; Cond Smile Village; Bloco Muriú, Ap. 62; Bairro:

Lagoa Nova; Cep: 59070-400; Natal- RN; Telefone: (84) 9 99980122; E-Mail:

[email protected].

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

29

RESUMO: Objetivo: Verificar os fatores relacionados ao prejuízo da capacidade

funcional e suas influências em relação aos dados sociodemográficos, clínicos, de

estadiamento, mobilidade, equilíbrio postural e cognitivos de idosos com Doença de

Alzheimer (DA). Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico, de caráter

transversal realizado em Natal-/RN. Participaram 40 idosos com idade igual ou

superior a 60 anos com Doença de Alzheimer na fase Leve ou moderada, com

deambulação independente. Foram utilizados os instrumentos: questionário para

avaliação de dados sociodemográficos e antropométricos; Mini-Exame de Estado de

Saúde Mental (MEEM); Teste do desenho do Relógio (TDR); Teste de Fluência Verbal

(TFV) Timed Up and Go Test (TUG) e Clinical Test of Sensory Organization and

Balance (CTSIB). Foram realizadas análises descritivas simples, teste de Man Witney,

teste de Correlação de Spearman, modelo de regressão linear e equação de predição

(p<0,05 e IC de 95%). Resultados: A mediana etária da amostra caracterizou-se por

80 anos; destacou-se a maioria feminina (77,5%), A capacidade funcional apresentou

mediana de 22,5 e a maioria apresentou desequilíbrio postural (62,5%), segundo o

CTSIB foram gerados oito modelos de regressão linear e foi escolhido o último para a

análise, pelo método “retroceder” e elaborada a equação de predição e possíveis

interpretações. As variáveis assumidas nesse modelo citado foram: CDR, Fluência

verbal e CTSIB. Estas variáveis explicam 60,1% do desfecho. Conclusão: O prejuízo

da capacidade funcional de idosos com DA é fortemente influenciado pelo avançar da

doença, pelas alterações de linguagem e funções executivas e o deficit do equilíbrio

postural.

Palavras-Chaves: Alzheimer, Incapacidade Funcional, Função Executiva, Equilíbrio

Postural

INTRODUÇÃO

A Doença de Alzheimer é a mais comum condição neurodegenerativa,

irreversível, de lenta e longa progressão (média de 20 anos) [1,2]. Apresenta

mundialmente uma prevalência estimada de 10 – 30% na população maior que 65

anos de idade com uma incidência de 1 – 3% [3]. Na Europa, a prevalência muda para

5,5% (95% IC, 4.73-5.39) e a incidência de 11,8 por 1000 pessoas-ano (95% IC,

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

30

10.30-11.89) [4]. O risco de surgimento da DA dobra a cada cinco anos depois dos 65

anos [5].

No seguimento da afecção, os deficits cognitivos tornam-se mais

proeminentes na fase prodrômica, caracterizada pelo deficit cognitivo leve, e são mais

evidentes chegando a interferir nas atividades de vida diária no estágio da demência

[6]. Os primeiros problemas relatados na vida cotidiana tipicamente envolvem as

atividades mais desafiadoras, tais como cozinhar, gerir as finanças e dispositivos

operacionais, geralmente referida como "atividades instrumentais da vida diária"

(AIVD), que são cognitivamente mais complexas [7,8].

Esses deficits progressivos das funções cognitivas levam ao prejuízo do

pensamento e planejamento, perdas funcionais e sociais, além de alteração do

comportamento com consequente perda da independência funcional [9,10].

O Questionário de Atividades Funcionais (Functional Activities Questionnaire

– FAQ), desenvolvido por Pfeffer [11] é o instrumento de avaliação das AIVD mais

amplamente utilizado em estudos brasileiros envolvendo a população com demência

[12,13,14]. O instrumento avalia o desempenho em dez AIVD que envolvem também

habilidades cognitivas. O que torna ele uma ferramenta diagnóstica para distinguir

indivíduos com o envelhecimento típico, daqueles com demência por meio de um

melhor balanço entre sensibilidade e especificidade, quando comparada com a Escala

de Lawton e Broody [11]. Recentemente, esse instrumento foi adaptado para o

contexto brasileiro [14].

Esse estudo aponta inferências acerca da funcionalidade de idosos com DA

diante o avançar da doença e analisa as características que influenciam para a

debilidade da independência e autossuficiência dessa população frente aos agravos

estudados.

Portanto, o objetivo desse estudo é verificar os fatores relacionados ao

prejuízo da capacidade funcional e suas influências em relação aos dados

sociodemográficos , clínicos, de estadiamento, mobilidade, equilíbrio postural e

cognitivos de idosos com diagnóstico de Doença de Alzheimer.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

31

MATERIAIS E MÉTODOS

AMOSTRA

A amostra foi construída por participantes com diagnóstico de Doença de

Alzheimer. Os pacientes foram recrutados no Centro Clínico da Ribeira em Natal/RN,

após avaliação geriátrica, seguindo os critérios do Departamento Científico de

Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia [15].

(Frota, Noberto Anízio Ferreira, et al., 2011), apresentando estadiamento da doença

pela Clinical Dementia Rating Scale (CDR) [16] em CDR 1 (fase leve) ou CDR 2 (fase

moderada), e marcha independente ou com auxílio de dispositivo de marcha.

Foram excluídos idosos que apresentaram outras doenças neurológicas como

demência de outra etiologia, principalmente demência mista e Acidente Vascular

Cerebral (AVC) prévio, e os que participavam de atividade física regular ou fisioterapia

que tivesse como benefício a melhora do equilíbrio corporal nos últimos seis meses

anteriores à avaliação. Ao final foram excluídos 14 sujeitos, totalizando 33

participantes, sendo 20 (CDR 1) e 13 (CDR 2).

CÁLCULO AMOSTRAL

Dimensionou-se a amostra do estudo baseada na média do Pfeffer para o

nível leve (CDR1), o mais frequente. Assim, utilizou-se de uma média de 16 nessa

escala a partir do estudo piloto, um erro absoluto tolerável de 5% e tendo como

população presumida de doentes de cinco mil indivíduos diagnosticados com

demência, intervalo de confiança de 95% e poder de teste de 80%. Aplicou-se na

seguinte fórmula:

𝑛 =𝑧(1−𝛾)/22 𝑁𝛿2

𝑑2(𝑁 − 1) + 𝑧(1−𝛾)/22 𝛿2

Dessa forma, obtemos um tamanho amostral mínimo de 40 participantes com

diagnóstico de Doença de Alzheimer.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

32

PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS

A pesquisa cumpriu as exigências da resolução 466/12 do Conselho Nacional

de Saúde, que regulamenta a pesquisa em seres humanos e do Estatuto do Idoso.

Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade federal

do Rio Grande do Norte sob o parecer (nº 2.772.429). Todos os participantes

assinaram o termo de Consentimento Livre e esclarecido para participação, e um

membro da família/cuidador também forneceu consentimento por escrito. O idoso com

Diagnóstico de Alzheimer e que apresentou as características clínicas do CDR 1 ou

CDR 2 foi encaminhado pelo médico para a examinadora, a qual agendou as

avaliações.

Cada idoso e acompanhante recebeu as informações sobre os objetivos e os

procedimentos básicos da pesquisa. Todos os indivíduos foram avaliados

individualmente em salas sem ruído, no Centro Clínico da Ribeira. As avaliações foram

realizadas com duração aproximada de uma hora e trinta minutos, em condições

apropriadas, de acordo com as diretrizes éticas de pesquisa com participantes

humanos. Os avaliadores foram previamente treinados para oferecer segurança aos

participantes. As avaliações foram realizadas no período de 15 de julho a 30 de

setembro de 2018.

As variáveis analisadas foram classificadas em dados sociodemográficos,

estadiamento da demência, antropométricos, cognitivas, clínico, mobilidade, equilíbrio

corporal e capacidade funcional.

Os dados sociodemográficos avaliados foram: gênero, idade (anos), faixa

etária, renda, grau de escolaridade e anos de escolaridade.

O estadiamento foi avaliado por CDR (Clinical demential Rating), que permite

classificar os diversos graus de demência, avaliando cognição e comportamento, além

da influência das perdas cognitivas na capacidade de realizar adequadamente as

atividades da vida diária. Esse instrumento é dividido em seis categorias cognitivo-

comportamentais: memória, orientação, julgamento ou solução de problemas,

relações comunitárias, atividades no lar ou de lazer e cuidados pessoais. A escala

possibilita a classificação em CDR 0 (normal ou nenhuma alteração); 0,5 (questionável

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

33

ou comprometimento cognitivo leve); 1 (demência leve); 2 (demência moderada) e 3

(demência grave). Nesse estudo, foram incluídos apenas os sujeitos classificados em

CDR 1 ou CDR 2 [17].

Os dados antropométricos avaliados foram: altura, peso e Índice de Massa

Corporal (IMC) [18]. A nota de corte utilizada para os idosos será: menor ou igual a 22

- “Baixo Peso”, maior ou igual a 22 - “Eutrófico” e maior ou igual a 27 - “Sobrepeso”

[19], número de doenças, número de medicamentos e tempo de diagnóstico da DA.

A avaliação cognitiva foi realizada pelo Mini Exame do Estado de Saúde

Mental (MEEM). Trata-se de breve questionário de 30 pontos usado para rastrear

perdas cognitivas. Mede funções aritméticas, memória e orientação [20,21]. As notas

de corte para rastreio cognitivo variam de acordo com a escolaridade: sem

escolaridade nota inferior a 18 pontos, indivíduos com 1 a 4 anos de escolaridade nota

inferior a 24, indivíduos com 5 a 8 anos de escolaridade nota inferior a 26, indivíduos

com 9 a 11 anos de escolaridade nota inferior a 28, indivíduos com escolaridade igual

ou superior a 12 anos nota inferior a 27 [21].

O teste do desenho do relógio compreende a tarefa de desenhar um relógio

com a inserção de ponteiros marcando determinada hora, nesse caso, 2h45. Nessa

versão, o teste recebe pontuação de 0 a 10 e quanto maior, melhor o desempenho no

teste [22]. Este teste mensura capacidades cognitivas (memória, compreensão verbal,

orientação espacial, pensamento abstrato, planejamento, concentração, habilidades

executivas e visuoespaciais). A função executiva é a habilidade cognitiva mais

relacionada à execução desse teste, ela é relacionada ao lobo frontal e é responsável

pela organização da sequência para a realização do desenho. Essa habilidade

envolve como selecionamos determinado objetivo, planejamos o ato, realizamos a

sequência motora para sua elaboração, desenvolvemos atenção seletiva para aquela

ação e mantemos nossa própria atenção contínua até a conclusão do ato [23].

O Teste de Fluência Verbal (TFV) fornece informações acerca da capacidade

de armazenamento do sistema de memória semântica, da habilidade de recuperar a

informação guardada na memória e do processamento das funções executivas,

especialmente, aquelas através da capacidade de organizar o pensamento e as

estratégias utilizadas para a busca de palavras. Na categoria semântica, utilizada

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

34

nesse estudo, é solicitado ao respondente que fale todos os animais que conseguir

lembrar no período de um minuto e esses animais foram contabilizados [24].

Os dados clínicos avaliados foram: número de doenças, tipo de outras

doenças, número de medicamentos e tipos de medicamentos utilizados, relatados

pelo cuidador do idoso com Doença de Alzheimer. Dentro da avaliação da mobilidade,

o voluntário foi inicialmente questionado em relação ao uso de dispositivo de auxílio à

marcha, à ocorrência de quedas nos últimos seis meses, referir medo de quedas e

quanto à presença ou não de tontura.

O Timed get up and go test (TUGt) consiste em solicitar ao voluntário que:

levantar-se de uma cadeira, ande uma distância de três metros, dê a volta e retorne.

No início do teste, os voluntários foram orientados a apoiarem a coluna no encosto da

cadeira e, ao final, deveriam encostar novamente. Os mesmos receberam a instrução:

“vá” para realizar o teste e o tempo foi cronometrado a partir do momento que o

voluntário se levantou até o momento em que ele apoiou novamente o dorso no

encosto da cadeira. O teste foi realizado uma vez para familiarização e uma segunda

vez para tomada do tempo [25].

Nesse estudo, foram aplicadas três versões do TUGt: 1º) de forma

convencional, em que o sujeito se levantou de uma cadeira, andou 3 metros e voltou

à mesma cadeira; 2º) sensibilizado com dupla tarefa motora, em que o participante

realiza a atividade carregando na mão dominante um copo repleto de água; e 3º) dupla

tarefa cognitiva, em que o sujeito realiza a tarefa associada a nomeação de animais.

Nesses testes foram contabilizados o tempo gasto para realizar as tarefas [26].

A avaliação do equilíbrio corporal foi realizada por meio do CTSIB (Teste de

Interação Sensorial ou Sensory Organization Test). Nesse, o indivíduo se submete a

condições sensoriais diferentes, nas quais progressivamente altera a disponibilidade

de informações visuais, somatossensoriais e vestibulares, de forma a analisar como

lida com a ausência ou o conflito da informação. É realizado, em 30 segundos, com

paciente de pé em três tentativas. O teste é realizado em superfície firme e depois em

superfície instável com espuma. Nesse estudo, foram avaliadas somente quatro

condições: Na condição 1 (olhos abertos em superfície firme), todos os sentidos estão

presentes; na condição 2 (olhos fechados em superfície firme), o sistema visual não

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

35

oferece informações; na condição 3 (olhos abertos em superfície de espuma), há

informações inacuradas do sistema somato-sensitivo; na condição 4 (olhos fechados

em superfície de espuma), há informações inacuradas do sistema somato-sensitivo e

ausência do sistema visual. O deficit de equilíbrio corporal foi considerado presente

quando o voluntário apresentou deslocamento para um dos lados, para frente ou para

trás em ao menos uma das condições [27,28].

A avaliação da Capacidade Funcional foi realizada por meio do FAQ segundo

Pfeffer. Trata-se de uma escala de 10 questões aplicada ao acompanhante ou

cuidador da pessoa idosa discorrendo sobre a capacidade de desempenhar

determinadas funções. As respostas seguem um padrão: sim é capaz (0); nunca o fez,

mas poderia fazer agora (0); com alguma dificuldade, mas faz (1); nunca fez e teria

dificuldade agora (1); necessita de ajuda (2); não é capaz (3). A pontuação de seis ou

mais sugere maior dependência. A pontuação máxima é igual a 30 pontos.

Avalia o desempenho em dez AIVD que envolvem também habilidades

cognitivas: controlar as próprias finanças, fazer compras, esquentar água e apagar o

fogo, preparar refeições, manter-se atualizado, prestar atenção em uma notícia e

discuti-la, lembrar-se de compromissos, cuidar da própria medicação, manter-se

orientado ao andar pela vizinhança e andar sozinho em casa [29,30,11].

ANÁLISE ESTATÍSTICA

A variável quantitativa FAQ segundo Pfeffer foi a variável dependente do

estudo. A análise descritiva simples (mediana, valores mínimo e máximo) foi calculada

para todas as variáveis quantitativas. As variáveis qualitativas foram apresentadas por

meio de valor absoluto e suas porcentagens, de acordo com a caracterização da

variável.

Foi utilizado o teste Kolmogorov-Smirnov para analisar a distribuição da

amostra, que não aderiu à distribuição normal. Para relacionar a variável quantitativa

FAQ segundo Pfeffer com as variáveis categóricas foi utilizado o teste Man-witney. A

correlação entre a variável quantitativa Capacidade Funcional e as outras variáveis

quantitativas foi utilizado o teste Correlação de Spearman.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

36

Foi utilizada a teoria dos modelos lineares generalizados (MGL) devido a não

normalidade dos dados do desfecho estudado. Para tanto, foi utilizada uma

distribuição gama com função ligante Log, assim as variáveis independentes poderiam

estabelecer relações lineares com o desfecho. Foi estimado os coeficientes de

regressão padronizados (β) e não-padronizados (B) assim como a razão de

prevalência (RP) como medidas de efeito. Adotou-se um nível de significância de 5%

para se minimizar erro tipo Ino ajuste do modelo e das variáveis independentes.

O coeficiente β permite a comparação entre as variáveis independentes entre

si e a RP revela a magnitude e a direção de cada nível da variável independente com

o nível de comparação. Valores de RP entre 0 e 1 representam uma relação

inversamente proporcional e valores maiores que 1 uma relação diretamente

proporcional.

RESULTADOS

Ao total 47 idosos foram contatados após encaminhamento médico. Desses,

14 foram excluídos totalizando 33 idosos compondo a amostra (n=33). Como

demonstrado no fluxograma abaixo:

Figura 2: Fluxograma referente à amostra do estudo desde o encaminhamento inicial da médica do Centro Clínico da Ribeira até o momento de avaliação

Tabela 1: Caracterização sociodemográfica, antropométrica, clínica, cognitiva e de mobilidade de idosos com doença de Alzheimer (n=33).

.

47 idosos Encaminhados Pelo Médico

. 8 Eliminados por não atenderem aos critérios;

1 Não aceitou participar;

1 Dificuldade de contato telefônico;

4 Dificuldade para transporte

.

Total 33 Idosos

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

37

Variáveis (n=33) Mediana Variação

Capacidade Funcional (Pfeffer) 21,00 6 – 28 Idade 81,00 68 – 93 Anos de escolaridade 3,00 0 – 22 Mini-Exame do Estado Mental 13,00 8 – 21 IMC 25,70 20,5 – 40,4 Tempo de Diagnóstico da Doença de Alzheimer (anos)

4,00 1 – 15

Desenho do Relógio 1,00 1 – 10 Fluência Verbal 6,00 1 – 17 TUGT (segundos) 17,73 11,13 – 58,19 TUGT cognitivo (segundos) 26,37 14,20 – 92,00 TUGT motor (segundos) 19,00 11,48 – 80,00

TUGT – Timed Up and Go Test.

Tabela 2: Relação entre Capacidade Funcional e as variáveis de estadiamento e equilíbrio postural de idosos com doença de Alzheimer (n=33).

Variáveis

Independentes Grupos (n) Mediana da

Capacidade Funcional

Variação da Capacidade Funcional

p

Clinical Dementia Rating

Fase Leve (20) 15,00 26-6 <0,001* Fase Moderada (13) 25,50 28-20

Dispisitivo de auxílio a marcha

Utiliza (5) 17 25-14 0,687* NãoUtiliza (28) 21,50 28-6

Quedas nos últimos seis meses

Sim (11) 24,00 28-15 0,042* Não (22) 18,50 28-6

Déficit de Equilíbrio Postural CTSIB

Ausência de Déficit de Equilíbrio Postural (15)

17,00

6-28

0,048

Déficit de equilíbrio Postural (18) 23,50 11-28 Tontura Sim (20) 22,50 28-11 0,121*

Não (13) 17,00 28-6 Medo de Quedas Sim (23) 22,00 28-6 0,922*

Não (10) 19,00 28-7

CTSIB – Clinical testof sensory organization and balance.

* Mann-Whitney

Tabela 3: Correlação entre Capacidade Funcional e variáveis sociodemográfica, antropométrica, clínica, cognitiva e de mobilidade de idosos com doença de

Alzheimer (n=33).

Variável (rho) P

MEEM -0,66 ≤,001

Idade 0,35 0,042

Escolaridade -0,19 0,291

Altura -0,31 0,045

Peso -0,31 0,073

IMC -0,21 0,225

Número de doenças 0,32 0,068

Número de Medicamentos -0,04 0,918

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

38

Tempo de Diagnóstico de Alzheimer 0,48 0,004

Desenho do Relógio -0,32 0,025

Fluência Verbal -0,54 <0,001

TUGT Convencional (segundos) 0,31 0,036

TUGT Cognitivo (segundos) 0,51 0,002

TUGT Motor (segundos) 0,21 0,101

MEEM – Mini-Exame do Estado Mental IMC – Índice de Massa Córporal; TUGT – Timed Up and Go Test

*Spearman

Após análise de associação, observou-se que a capacidade funcional de

idosos com Doença de Alzheimer, comportou-se diferente em relação aos grupos de

estadiamento CDR1 e CDR2; bem como, aos grupos quanto à presença/ausência de

deficit de equilíbrio postural e ainda em relação a ocorrência ou não de quedas nos

últimos seis meses.

A respeito do FAQ segundo Pfeffer, quanto maior a pontuação do participante

no mesmo, menor será a capacidade funcional. Nesse sentido, o comportamento da

capacidade funcional da amostra em relação ao nível cognitivo foi diretamente

proporcional, assim como as variáveis cognitivas Teste de Fluência Verbal e Teste do

desenho do Relógio quanto maior a capacidade funcional, melhor a função executiva

da amostra.

E em relação às atividades do TUGt convencional e dupla tarefa cognitiva,

quanto menor a capacidade funcional do indivíduo com Doença de Alzheimer (maior

pontuação no Pfeffer), maior o tempo gasto na tarefa do TUGt, ou seja, os idosos com

Doença de Alzheimer que apresentam menor capacidade funcional, também

apresentam pior desempenho de mobilidade segundo essas variações no TUGt,

sendo a variação TUGt dupla tarefa cognitiva apresentando a correlação mais forte

(rho=0,51) dentre as duas realizadas.

E como a variação do TUGt dupla tarefa motora não evidenciou diferença

significativa em relação a capacidade funcional dos idosos com Alzheimer. Esse

resultado, demonstra que a diminuição da capacidade funcional do idoso com

Alzheimer parece estar diretamente associado ao declínio das funções cognitivas,

mesmo esse sujeito mantendo as habilidades motoras.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

39

Pela natureza da variável dependente (score do FAQ segundo Pfeffer) ser

quantitativa, foi elaborado um modelo de regressão linear com as variáveis que

apresentaram significância estatística na análise inferencial. Foram elas

quantitativas: MEEM, idade, altura, tempo de diagnóstico da Doença de Alzheimer,

desenho do relógio, fluência verbal, TUG por segundo convencional, cognitivo e as

qualitativas: clinical demential rating, deficit de equilíbrio postural (teste de

interação sensorial), e quedas nos últimos seis meses.

Foram gerados treze modelos de regressão linear e o último modelo foi o

adotado para a análise pelo método “retroceder”. As variáveis que permaneceram

até o último modelo foram: clinical demential rating, deficit de equilíbrio postural

(teste de interação sensorial) e mini exame do estado de saúde mental (tabela 4).

Baseado nisso, tem-se que as variáveis estudadas explicam 67,2% do desfecho.

Tabela 4: Regressão Linear Múltipla Baseada no FAQ segundo Pfeffer

Variáveis Independentes B Β T P-value

CDR 7,010 0,553 4,997 <0,001

Mini – mental -0,633 -3,63 -3,140 0,004

Déficit de Equilíbrio Postural CTSIB 3,098 0,249 2,33 0,026

CDR – Clinical Dementia Rating CTSIB – Clinical testof sensory organization and balance. Nível de significância quanto p ≤0,05.

Segue a equação de predição para o presente estudo:

FAQ (PFEFFER) = 13,65 + [CDR x (7,01)] + [Mini-Mental (-(0,63)] + [Deficitde

Equilíbrio Postural CTSIB x (3,09)].

DISCUSSÃO

O principal objetivo desse estudo foi investigar os fatores relacionados ao

prejuízo da capacidade funcional e suas influências sobre a capacidade funcional de

idosos com diagnóstico de Doença de Alzheimer. E após análise de regressão, as

variáveis mais influentes para a capacidade funcional foram: o clinical demential

rating, o mini exame do estado de saúde mental e o Equilíbrio postural, representando

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

40

67% do desfecho capacidade funcional. Esse resultado já era esperado em relação

às variáveis clinical demential rating e mini exame do estado de saúde mental, por

essas duas terem tanta influência no avançar da condição nessa amostra.

O clinical demential rating realiza o estadiamento de demências baseado em

informações sobre: memória, orientação, julgamento, solução de problemas, assuntos

na comunidade e cuidados pessoais [31]. Atividades essas relacionadas com a

autonomia e independência, a capacidade de gerir a própria vida [32], que na Doença

de Alzheimer, sofrem degradação com o avançar do tempo. A associação significante

entre capacidade funcional (FAQ segundo Pfeffer) e CDR corrobora com a literatura,

haja vista, Talmelli [33] já citava uma forte correlação entre o estágio de demência e

a capacidade de realizar atividades da vida diária (AVD) e, mesmo no estágio mais

leve da doença, o desempenho nessas atividades está comprometido.

Nesse sentido, ainda se destaca a vasta utilização do CDR em estudos com

população de Doença de Alzheimer, sempre para dimensionar a fase da doença [34];

[35]; 36].

Por se tratar a DA de uma condição neurodegenerativa, a relação significativa

entre MEEM e Pfeffer nesse estudo, também concorda com a literatura, na medida

em que a evolução dessa condição é marcada pela progressão do deficitcognitivo

desses idosos. Sobral, Pestana e Paúl [37] relataram, em seu estudo, relação

significativa entre MEEM e CDR, dado que corrobora com nosso resultado,

confirmando a piora cognitiva com o avançar da doença. Pedroso [38] ao realizar um

estudo transversal com idosos com DA e sem DA confirmaram, que os indivíduos com

DA apresentam atraso e menor velocidade de processamento cognitivo.

O deficit de equilíbrio postural em idosos com DA é relatado em alguns

estudos, [45], [46] como evento incidente nessa população, apesar de, pouco

frequente, principalmente na fase inicial da doença [47]. Os achados desse estudo,

não nos permitem comparar as fases, porém houve diferença significante entre os

idosos com deficit de equilíbrio postural e a capacidade funcional. Portanto, esse

estudo corrobora com os anteriores, na medida em que o avanço da doença diminui

a capacidade funcional, relativa a evolução do quadro, e piore o deficit de equilíbrio

postural nas fases mais avançadas da doença.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

41

A maioria dos estudos [48], [45], [46] apesar de relatarem altos índices de

quedas entre os idosos, relataram baixa significância na existência de deficits de

equilíbrio postural nas suas amostras nas fases iniciais e moderadas, ou seja, nas

fases iniciais da doença o de equilíbrio postural ainda é tímido e os testes usados por

esses estudos não conseguiram captar o prejuízo atribuído ao deficit de equilíbrio

dessa população.

É válido ressaltar que os estudos citados anteriormente avaliaram o equilíbrio

corporal por meio de testes dinâmicos como a escala de BERG e o estudo de Berton

[45], apesar de ter usado a CTSIB para avaliação do equilíbrio corporal, relata a

exposição da amostra a sessões de fisioterapia, o que pode ter mascarado o resultado

na reabilitação.

No presente estudo, o deficit de equilíbrio foi considerado através do

deslocamento para um dos lados, para frente ou para trás em ao menos uma das

condições do CTSIB [27,28] e os voluntários não passaram por sessões de

fisioterapia. Por se tratar de uma medida de equilíbrio estático, esse teste sofre menos

influência dos vieses de cognição da amostra, em relação a testes como a escala de

Berg, que demanda uma maior complexidade para sua realização. Ademais, como

citado por [49] o teste Berg possui efeito teto para avaliação do equilíbrio postural que

pode explicar o bom desempenho nesse teste relatado nos estudos de [48,46].

Algumas teorias clássicas como descrita por [50] afirmavam que o controle da

postura dependia apenas do sistema nervoso periférico, através de reflexos espinhais.

Contudo, estudos mais recentes a exemplo de [51]; [52], afirmam que importantes

áreas corticais atuam na postura durante a posição ereta.

Atualmente, há a compreensão da influência do SNC no controle postural,

muitos estudos como [53], [54] e [55] confirmam que o bom desempenho do controle

postural está relacionado ao bom desempenho de estruturas do sistema nervoso

central. O sistema nervoso utiliza as informações sensoriais, do sistema visual,

somatossensorial e vestibular, na elaboração de comandos motores capazes de

recuperar o equilíbrio. O sucesso do controle postural depende da capacidade do SNC

de o indivíduo em adaptar as informações sensoriais e as estratégias de manutenção

do equilíbrio.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

42

Assim como a atenção e a visão parecem ser informações usadas pelo SNC,

como citado por [56] para guiar os movimentos dos membros durante as reações de

recuperação do equilíbrio, e que essas informações são normalmente adquiridas e

atualizadas continuamente, antes de início de perturbação de desequilíbrio corporal.

Nesse sentido, da mesma forma que o SNC exerce influência sobre o controle

postural, mudanças no SNC relacionadas ao envelhecimento, como a integridade da

matéria branca, o volume da matéria cinzenta e a desnervação dopaminérgica

estriatal foram mostradas em [54, 57] como capazes de afetar o desempenho no

controle postural.

Prejuízos em funções executivas como atenção, cálculo mental, orientação e

memória interferem no controle do equilíbrio, fornecendo evidências adicionais para o

envolvimento de circuitos corticais no controle postural [51], [54].

Portanto, a influência do SNC sobre o processo de manutenção da postural e

controle do equilíbrio torna-se claro e por se tratar a Doença de Alzheimer de um

processo neurodegenerativo o comprometimento das estruturas do SNC a exemplo

do córtex parietal e temporal, os achados descritos anteriormente justificam a forte

relação encontrada neste estudo entre capacidade funcional de idosos com Alzheimer

e deficit de equilíbrio.

Por se tratar a capacidade funcional uma característica tão importante na

Doença de Alzheimer, essa relação aponta o equilíbrio postural de idosos com DA

uma condição extremamente influente na progressão da doença e esse dado deve

nortear a prática profissional de fisioterapeutas e outros profissionais de saúde no

intuito de dirimir os prejuízos funcionais.

Para tanto, pode-se concluir que a capacidade funcional de idosos com

Doença de Alzheimer é imbuída pelo avançar da doença, pelas alterações de

cognição e o deficit de equilíbrio postural influenciando a autonomia dessa população,

mais marcadamente, com o avançar da condição.

As limitações desse estudo se referem à pequena amostra, a qual se justifica,

pela dificuldade em encontrar portadores da Doença de Alzheimer sem outras

demências e ainda com possibilidade de marcha. O quantitativo dessa amostra

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

43

também se deve a dificuldade em transportar esses pacientes, visto que é necessária

a presença de um acompanhante e os idosos já apresentam alguma dificuldade de

locomoção. Também apontamos como limitação o fato deste estar totalmente

relacionado a um mesmo serviço médico, o que pode ter tendenciado a

homogeneização da amostra em relação aos dados clínicos.

Sugerimos para os próximos estudos a colaboração de mais de um clínico

para encaminhamento de pacientes e a realização de mais estudos nessa temática,

utilizando o teste de equilíbrio postural CTSIB. E ainda a possibilidade de realizar

estudos como esse de maneira multicêntrica, o que possibilitaria investigar os deficits

de equilíbrio de acordo com influencias sociais diferentes.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

44

REFERÊNCIAS

[1] Slot RER, Sikkes SAM, Berkhof J, Brodaty H, Buckley R, Cavedo E, et al. (2018). Subjective cognitive decline and rates of incident Alzheimer's disease and non–Alzheimer's disease dementia. Alzheimers Dement. Dez. pii: S1552-5260(18)33563-5.

[2] Harman D. (1996). A hypothesis on the pathogenesis of Alzheimer's disease. Ann N Y Acad Sci. Jun; 786:152-68.

[3] Masters CL, Bateman R, Blennow K, Rowe CC, Sperling RA, Cummings JL. (2015). Alzheimer's disease.Nat Rev Dis Primers. Out; 15(1):150-56.

[4] Niu H, Álvarez-Álvarez I, Guillén-Grima F, Aguinaga-Ontoso I. (2017). Prevalence and incidence of Alzheimer's disease in Europe: A meta-analysis. Neurologia. Out; 32(8):523-532.

[5] Boff MS, Sekyia F, Bottino C. (2015). Revisão sistemática sobre prevalência de demência entre a população brasileira. Rev Med. Jul-Set; 94(3):154-61.

[6] Fransen NL, Holz M, Pereira A, Fonseca RP, Kochhann R. (2018). Acurácia do Desempenho Funcional em Idosos Saudáveis, com Comprometimento Cognitivo Leve e Doença de Alzheimer. Trends Psychol. Out. 26(4):1907-1919.

[7] Lawton MP, Brody EM. (1969). Assessment of older people: self-maintaining and instrumental activities of daily living. Gerontologist. Out; 9(3): 179-186.

[8] Brandt M, Carvalho Raquel LS, Belfort T, Dourado MCN. (2018). Metamemory monitoring in Alzheimer’s disease A systematic review. Dement. Neuropsychol. Out-Dez; 12(4): 337-352.

[9] Perracini MR, Fló CM. (2009). Fisioterapia: Teoria e Prática Clínica Funcionalidade e Envelhecimento. Rio de Janeiro: Guanabara.

[10] Andrade FLJP, Lima JMR, Fidelis KNM, Roig JJ, Lima KC. (2017). Incapacidade cognitiva e fatores associados em idosos institucionalizados em Natal, RN Brasil. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol. 20 (2):186-197.

[11] Pfeffer RI, Kurosaki TT, Harrah CHJr, Chance JM, Filos S. (1982). Measurement of functional activities in older adults in the community. J Gerontol. Mai; 37(3): 323-329.

[12] Nitrini R, Caramelli P, Herrera E, Bahia VS, Caixeta LF, Radanovic M, et al. (2004). Incidence of Dementia in a Community-Dwelling Brazilian Population. AlzheimerDis Assoc Disord. 18 (4):241-246.

[13] Laks J, Baptista EMR, Contino ALB, De Paula EO. (2007). Engelhardt E. Mini-Mental State Examination norms in a community-dwelling sample of eldery with low schooling in Brazil. Cad Saúde Pública. Fev; 23 (2):315-319.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

45

[14] Sanchez MAS, Correa PCR, Lourenço RA. (2011). Adaptação transcultural do “Functional Activities Questionnaire- FAQ” para uso no Brasil. Dement Neuropsychol. Dez; 5(4): 322-327.

[15] Frota NAF, Nitrini R, Damasceno BP, Forlenza OV, Dias-Tosta E, Silva AB et al. (2011). Critérios para o diagnóstico de doença de Alzheimer: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Dement Neuropsychol. 5(3):146-152.

[16] Hughes CP, Berg L, Danziger WL, Coben LA, Martin RL. (1982). A new clinical scale for the staging of dementia. Br J Psychiatry. Jun; 140:566-72.

[17] Montaño MBMM, Ramos LR. (2005). Validade da versão em português da Clinical Dementia Rating. Rev Saúde Pública. 39(6):912-917.

[18] Cervi A, Franceschini SCC, Priore SE. (2005)Análise crítica do uso do índice de massa corporal para idosos. Rev Nutr. Nov/Dec; 18 (6):765-775.

[19] Lipschitz DA. (1994). Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care. Mar; 21(1): 55-67.

[20] Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. (1975). Mini-mental state: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res. 12(3):189-98.

[21] Bertolucci PHF, Okamoto IH, NetoJT, Ramos LR, Brucki SMD. (1998). Desempenho da população brasileira na bateria neuropsicológica do Consortium to Establish a Registry for Alzheimer's Disease (CERAD). Rev Psiquiatr Clín. 25(2): 80-83.

[22] Sunderland T, Hill JL, Mellow AM, Lawlor BA, Gundersheimer J, Nehouse PA, et al. (1989). Clock drawing in Alzheimer's disease: a novel measure of dementia severity. J Am Geriatr Soc. 37(8): 725-729.

[23] Aprahamiam I. ( 2008). O teste do desenho do relógio no rastreio diagnóstico da demência de Alzheimer em idosos no Brasil. Campinas. Dissertação [Mestrado em Gerontologia] - Faculdade de Ciências Médicas Unicamp.

[24] Nitrini R, Helena LB, Mathias SC, Caramelli P, Carrilho PEM., Sauaia N et al. (1994). Testes neuropsicológicos de aplicação simples para o diagnóstico de demência. Arq Neuropsiquiatr. 52(4): 457-465.

[25] Podsiadlo D, Richardson S. (1991). The “Timed Up and Go”: A Test of Basic Functional Mobility for Frail Elderly Persons. J Am Geriatr Soc. 39(2):142-8.

[26] Ries JD, Ecternch JL, Nof L, Gagnon-Blodgett M. (2009). Test-Retest Reliability and Minimal Detectable Change Scores for the Timed “Up and Go” Test, the Six-Minute Walk Test, and Gait Speed in People With Alzheimer’s Disease. Phys Ther. Jun; 89(6): 569-79.

[27] Shumway-Cook A; Horak FB. (1986). Assessing the influence of sensory interaction on balance. Phys Ther, 66(10): 1548-1550.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

46

[28] Porto EF, Palácio PRC, Orcesi LS, Vieira SR, Silva EM, Souza AC. (2018). Equilíbrio postural e acidentes por quedas em diabéticos e não diabéticos. rev bras saúde funcional. set; 5(2): 30-44.

[29] Assis LO, Assis MG, De Paula JJ, Malloy-Diniz LF. (2015). O Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer: Revisão Integrativa da Literatura Brasileira. Estud interdiscipl envelhec. 20(1): 297-324.

[30] Dutra MC, Ribeiro RS, Pinheir SB, Melo GF, Carvalho GA. (2015). Accuracy and reliability of the Pfeffer Questionnaire for the Brazilian elderly population. Dement. neuropsychol. [Internet]. 9(2): 176-183.

[31] Santos MD, Borges SM. (2015). Perception of functionality in mild and moderate stages of Alzheimer's disease: vision of the patient and their caregiver. Rev Bras Geriatr Gerontol. Abr/Jun; 18(2): 339-349.

[32] Moraes EM, Marino MCA, Santos RR. (2010). Main geriatric syndromes. Rev Med Minas Gerais, 20(1), 54-66.

[33] Talmelli LF, Vale FA, Gratão AC, Kusumota L, Rodrigues RA. (2013). Doença de Alzheimer: Declício functional e estágio da demência. Acta Paul Enferm.; 26(3): 219-25.

[34] Dias MC, Vicente LCC, Friche AAL, Ribeiro EG, Motta AR. (2018). Tempo de trânsito oral na demência de Alzheimer. Audiol Commun Res. Out. 23. 1-6.

[35] Cecato JF, Melo BAR, Moraes GC, Martinelli JE, Montiel JM. (2018). Accuracy of praxis test from Cambridge Cognitive Examination (CAMCOG) for Alzheimer's disease: a cross-sectional study. Sao Paulo Med J. Set-Out; 136(5): 390-397.

[36] Mastroianni PC, Forgerini M. (2018). Drug administration adjustments for elderly patients with dysphagia: A case report. Dement Neuropsychol [Internet]. Mar. 12(1):97-100.

[37] Sobral M, Pestana MH, Paúl C. (2015). Reserva cognitiva e a severidade da doença de Alzheimer. Arq Neuropsiquiatr [Internet]. Jun; 73(6): 480-486.

[38] Pedroso RV, Corazza DI, Andreatto CAA, Silva TMV, Costa JLR, Santos-Galduróz RF. (2018). Cognitive, functional and physical activity impairment in elderly with Alzheimer's disease. Dement Neuropsychol [Internet]. Mar; 12(1):28-34.

[39] Ansai JH,Andrade LP, Rossi PG, Takahashi ACM, Vale FAC, Rebelatto JR. (2017). Gait, dual task and history of falls in elderly with preserved cognition, mild cognitive impairment, and mild Alzheimer's disease. Braz J Phys Ther. Mar/Abr; 21(2):144-151.

[40] Ansai JH, Andrade LP, Nakagawa TH, Vale FAC, Caetano MJD, Lord SR,et al. (2017). Cognitive Correlates of Timed Up and Go Subtasks in Older People With Preserved Cognition, Mild Cognitive Impairment, and Alzheimer’s Disease. Am J Phys Med Rehabil. Out; 96(10):700-705.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

47

[41] Belfort T, Sousa MFB, Santos RL, Lima M, Torres B, Dias R et al. (2013 ). Consciência do déficit na doença de Alzheimer: diferenças entre os domínios cognitivo e funcional. J. Bras. Psiquiatr. Set; 62(3): 217-224.

[42] Beber BC, Kochhann R, Matias B, Chaves MLF. (2016). The Clock Drawing Test: Performance differences between the free-drawn and incomplete-copy versions in patients with MCI and dementia. Dement. Neuropsychol [Internet]. Jul/Set 10(3):227-231.

[43] Huang SF, Liu CK, Chang CC, Su CY. (2017). Sensitivity and specificity of executive function tests for Alzheimer’s disease. Appl Neuropsychol Adult. Nov/Dez; 24 (6):493–504.

[44] Jacinto AF. (2008). Alterações Cognitivas de Pacientes Atendidos em Ambulatório Geral de Clínica Médica. Tese [Doutorado em Ciências]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP.

[45] BertonB, Cê A, Sanches VS, Medola FO, Tarnhovi EG, Christofoletti G. (2016). Postural balance in Alzheimer's disease patients undergoing sensory pitfalls. Motriz: rev. educ. fis. [Internet]. Sept. 22 (3):205-210.

[46] Kato-Narita EM, Nitrini R, Radanovic M. (2011). Assessment of balance in mild and moderate stages of Alzheimer's disease: implications on falls and functional capacity [Internet]. Arq Neuropsiquiatr. Abr. 69 (2): 202-207.

[47] Kato EM. (2006). Correlação entre Equilíbrio e Capacidade Funcional na Doença de Alzheimer. São Paulo. Dissertação [Mestrado em Ciências] - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;.

[48] Pereira FV, Oliveira FF, Schultz RR, Bertolucci PHF. (2016). Balance impairment does not necessarily coexist with gait apraxia in mild and moderate Alzheimer’s disease. Arq Neuropsiquiatr [Internet]. Jun; 74(6): 450-455.

[49] Karura AH, Silva JAMG, Navega, MT. (2011). Análise da concordância entre instrumentos de avaliação do equilíbrio corporal em idosos. Rev. bras. fisioter. Dec; 15( 6 ): 460-466;

[50] Sherrington, CS. (1910). Flexion-reflex of the limb, crossed extension-reflex, and reflex stepping and standing. J. Physiol. 40, 28–121.

[51] Jacobs, JV. Horak, FB. (2007). Cortical control of postural responses. J. Neural Transm. 114, 1339–1348.

[52] Taube, W., Gruber, M., Beck, S., Faist, M., Gollhofer, A., Schubert, M. (2007). Cortical and spinal adaptations induced by balance training: correlation between stance stability and corticospinal activation. Acta Physiol. (Oxf.). 189, 347–358.

[53] Carvalho RL, Almeida GL. (2009). Aspectos sensoriais e cognitivos do controle postural. Rev Neurocienc. 17(2): 156-60;

[54] Papegaaij S, et. al. (2014). Aging causes a reorganization of cortical and spinal control of posture. Frontiers in Aging Neuroscience. 6 (28);

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

48

[55] Mierau, A. (2017). Cortical Correlates of Human Balance Control.Brain Topogr.; 30:434–446;

[56]Maki BE, Mcllroy WL. (2007). Cognitive demands and cortical control of human balance-recovery reactions. J Neural Transm.; 114: 1279–1296;

[57] Boreu L, Lautier BA. (2014). Posture and cognition in the elderly: Interaction and contribution to the rehabilitation strategies. Neurophysiologie Clinique/Clinical Neurophysiology. 44, 95—107;

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

49

5 CONCLUSÃO

Pode-se concluir que a capacidade funcional de idosos com doença de

Alzheimer é fortemente influenciada pelo avançar da doença, pelas alterações de

linguagem e funções executivas e o deficit de equilíbrio postural exerce uma grande

influência a autonomia dessa população, mais marcadamente, com o avançar da

condição.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

50

REFERÊNCIAS

[1] Macedo BG, Oliveira HSC, De Paula MV, Gomes GC, Antunes CMF. (2018). Association between inflammatory mediators, grip strength and mobility in community-dwelling elderly. Fisioter Mov. 31:e003132.

[2] Francisco PMSB, Marques PP, Borim FSA, Torres SF, Neri AL. (2018). Disability relating to instrumental activities of daily living in the elderly with rheumatic diseases. Rev bras geriatra gerontol. Out. 21(5):570-578.

[3] Matos FS, Jesus CS, Carneiro JAO, Coqueiro RS, Fernandes MH, Brito TA. (2018). Redução da capacidade funcional de idosos residentes em comunidade: estudo longitudinal. Ciênc saúde coletiva [Internet]. Out [acesso em 08 jan 2019]; 23(10):3393-3401.

[4] Talmelli LF, Vale FA, Gratão AC, Kusumota L, Rodrigues RA. (2013). Doença de Alzheimer: Declício functional e estágio da demência. Acta Paul Enferm. 26(3):219-25.

[5] Boff MS, Sekyia F, Bottino C. (2015). Revisão sistemática sobre prevalência de demência entre a população brasileira. Revistadc [Internet]. Dez [acesso em 08 jan 2019]; 94(3):154-61.

[6] Pedroso RV, Corazza DI, Andreatto CAA, Silva TMV, Costa JLR, Santos-Galduróz RF. (2018). Cognitive, functional and physical activity impairment in elderly with Alzheimer's disease. Dement. Neuropsychol. 12(1):28-34..

[7] Bortoli CG, Piovezan MR, Piovesan EJ, Zonta MB. (2015). Equilíbrio, quedas e funcionalidade em idosos com alteração da função cognitiva. Rev Bras Geriatr Gerontol. 18(3);587-597.

[8] Pedroso RV. (2009)Equilíbrio, funções executivas e quedas em idosos com demência de Alzheimer: um estudo longitudinal. Monografia [Graduação em Eduação Física]. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP.

[9] Kato EM. (2006). Correlação entre Equilíbrio e Capacidade Funcional na Doença de Alzheimer. Dissertação [Mestrado em Ciências]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP.

[10] Nitrini R, Caramelli P, Jr Herrera, Bahia VS, Caixeta LF, Radanovic M et al. (2004). Incidência de demência em uma população brasileira da comunidade. Alzheimer Dis Assoc Disord. 18(4): 241-6.

[11] Sanchez MAS, Correa PCR, Lourenço RA. (2011). Adaptação transcultural do “Functional Activities Questionnaire- FAQ” para uso no Brasil. Dement. Neuropsychol. 5: 322-327.

[12] Moraes EN. (2008). Protocolo de avaliação multidimensional do idoso. In: Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia. Minas Gerais: COOPMED. 157-88.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

51

[13] Marra TA, Pereira LSM, Faria CDCM, Pereir DS, Martins MAA, Tirado MGA. (2007). Avaliação das atividades de vida diária de idosos com diferentes níveis de demência. Rev Bras Fisioter. Ago; 11(4): 267-273.

[14] Pfeffer RI, Kurosaki TT, Harrah CHJr, Chance JM, Filos S. (1982). Measurement of functional activities in older adults in the community. J Gerontol. 37: 323-329.

[15] Jacinto AF. (2008). Alterações Cognitivas de Pacientes Atendidos em Ambulatório Geral de Clínica Médica. Tese [Doutorado em Ciências]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – USP.

[16] Frota NAF, Nitrini R, Damasceno BP, Forlenza OV, Dias-Tosta E, Silva AB et al. (2011). Critérios para o diagnóstico de doença de Alzheimer: recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Dement Neuropsychol. Set; 5(3):146-152.

[17] Montaño MBMM, Ramos LR. (2005). Validade da Clinicaldementia rating. Rev Saúde Pública. 39(6): 912-917.

[18] Cervi A, Franceschini SCC, Priore SE. (2005). Análise crítica do uso do índice de massa corporal para idosos. Rev Nutz. 18(6): 765-775.

[19] Lipschitz DA. (1994). Screening for nutritional status in the elderly. Primary Care. 21(1): 55-67.

[20] Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. (1975). Mini-mental state: a practical method for grading the cognitive state of patients for the clinician. J Psychiatr Res. 12(3): 189-98.

[21] Maia AL, Godinho C, Ferreira ED, Almeia V, Schuh A, Kaye J et al. (2006). Application of the Brazilian version of the CDR scale in samples of dementia patients. Arq Neuropsiquiatr. 64(2B):485-89.

[22] Sunderland T, Hill JL, Mellow AM, Lawlor BA, Gundersheimer J, Nehouse PA, et al. (1989). Clock drawing in Alzheimer's disease: a novel measure of dementia severity. J Am Geriatr Soc. 37(8): 725-729.

[23] Ricci NA, Gazzola JM, Coimbra IB. (2009). Sistemas sensoriais no Equilíbrio corporal de idosos. Arq Bras Ciên Saúde. 34(2): 94-100.

[24] Horak FB. (2006). Postural orientation and equilibrium: what do we need to know about neural control of balance to prevent falls?. Age Ageing. 35(2): 7-11.

[25] Podsiadlo D, Richardson S. (1991). The “Timed Up and Go”: a test of basic functional mobility for frail elderly persons. J AmGeriatr Soc. 39(2): 142-8.

[26] Ries JD, Ecternch JL, Nof L, Gagnon-Blodgett M. (2009). Test-retest reliability and minimal detectable change scores for the timed “up and go” test, the six minute walk test, and gait speed in people with Alzheimer’s disease. PhysTher. 89(6): 569-79.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

52

[27] Assis LO, Assis MG, De Paula JJ, Malloy-Diniz LF. (2015). O Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer: Revisão Integrativa da Literatura Brasileira. Estud interdiscipl envelhec. 20(1): 297-324.

[28] Dutra MC, Ribeiro RS, Pinheir SB, Melo GF, Carvalho GA. (2015). Accuracy and reliability of the Pfeffer Questionnaire for the Brazilian elderly population. Dement. neuropsychol. [Internet]. Jun. 9(2): 176-183.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

53

APÊNDICES

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

54

APÊNDICE I – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

O (a) senhor(a) está sendo convidado a participar da pesquisa

“Funcionalidade e Equilíbrio Corporal de Idosos com provável diagnóstico clínico de

Alzheimer: Análise Comparativa nas Fases Leve e Moderada”, que tem como

pesquisador responsável “Susann Kelly Damião do Rego e Silva Andrade”.

Este estudo pretende avaliar a capacidade funcional, a saúde física, a função

cognitiva e o equilíbrio do idoso atendido em clínica médica geriátrica com provável

Demência de Alzheimer nas fases leve e moderada.

O motivo que nos leva a fazer este estudo é a necessidade do conhecimento

do perfil clínico-funcional de idosos com provável Demência de Alzheimer para

identificar perfis de risco de quedas e orientar o processo de reabilitação.

Caso o (a) senhor (a) decida participar, deverá comparecer ao auditório do

Centro Clínico da Ribeira e responder a questionários simples sobre sua vida pessoal

como idade,escolaridade, estado civil; dificuldades nas suas tarefas do dia a dia;

marcha e mobilidade; ___________________ (rubrica do

Participante/Responsável legal) _______________ (rubrica do Pesquisador)

avaliação da memória e da sua saúde mental. Para examinar o equilíbrio, serão

utilizados testes simples envolvendo ações do dia a dia que serão explicadas pelo

examinador, como andar, permanecer em pé com olhos abertos e fechados, levantar

e sentar na cadeira e apoiar o pé em um degrau. O(a) senhor(a) poderá determinar

quantos intervalos serão necessários para descanso entre cada teste. Esta

avaliação durará em torno de 50 minutos e será realizada no Centro Clínico da

Ribeira.

Durante a realização dos testes a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco

que você corre é semelhante àquele sentido num exame físico ou psicológico de

rotina. No entanto, pode acontecer de haver algum desconforto ao responder o

questionário com relação aos seus resultados ou a questões gerais sobre sua saúde

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

55

mental e memória. Além do mais, durante os testes físicos pode ocorrer cansaço,

tontura desequilíbrio ou eventual queda. Contudo, todos os cuidados serão tomados

pela equipe para minimizar os possíveis danos.

O participante só realizará os testes de equilíbrio na presença da avaliadora,

a qual está treinada para a execução desses instrumentos e prevenção de agravos

junto a idosos, além disso, a pesquisadora responsável garante o sigilo de tais

informações e a execução dos testes será realizada somente na presença da

avaliadora.

Em caso de algum problema que você possa ter, relacionado com a pesquisa,

você terá direito a assistência gratuita que será ___________________ (rubrica do

Participante/Responsável legal) _______________ (rubrica do Pesquisador)

prestada pelo examinador presente e o responsável por isso será a pesquisadora

responsável.

E ainda em caso de a pesquisadora responsável detectar desequilíbrio grave

no participante o mesmo poderá ser encaminhado ao atendimento de Fisioterapia da

Liga de gerontologia do HUOL.

O senhor (a) terá como benefício conhecer o nível do risco de quedas e a

gravidade do declínio da cognição e ainda conhecer o nível de independência

funcional.

Em caso de algum problema que você possa ter relacionado com a pesquisa,

você terá direito a assistência gratuita que será prestada pelo médico clínico presente

na Centro Clínico da Ribeira. Durante todo o período da pesquisa o senhor (a) poderá

tirar suas dúvidas ligando para Susann Kelly Damião do Rego e Silva Andrade através

do Número: (84) 999980122.

O senhor (a) tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu

consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem nenhum prejuízo para você.

Os dados fornecidos serão confidenciais e serão divulgados apenas em

congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que

possa lhe identificar.

Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa

pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos. ___________________

(rubrica do Participante/Responsável legal) _______________ (rubrica do

Pesquisador)

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

56

Se você tiver algum gasto pela sua participação nessa pesquisa, ele será

assumido pelo pesquisador e reembolsado para você.

Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,

você será indenizado.

Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-

3135.

Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra

com o pesquisador responsável Susann Kelly Damião do Rego e Silva Andrade.

___________________ (rubrica do Participante/Responsável legal)

_______________ (rubrica do Pesquisador)

Consentimento Livre e Esclarecido

Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os

dados serão coletados nessa pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e

benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos,

concordo em participar da pesquisa (Funcionalidade e Equilíbrio Corporal de Idosos

com provável diagnóstico clínico de Alzheimer: Análise Comparativa nas Fases Leve

e Moderada), e autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em

congressos e/ou publicações científicas desde que nenhum dado possa me identificar.

Natal ____de____________de______.

__________________________________

Assinatura do participante da pesquisa ou do responsável

__________________________________

Assinatura do pesquisador responsável

Impressão datiloscópica do

participante

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

57

APÊNDICE 2 - Quadro das variáveis do estudo.

As variáveis analisadas foram classificadas em dados sociodemográficos,

estadiamento da demência, clínico, antropométricos, cognitivas, mobilidade, equilíbrio

corporal e capacidade funcional.

Variável Subgrupo Tipo Códigos e

Categorias

Teste de

Kolmogorov /

Significância

-

Classificação

da

Normalidade

Grupos (CDR 1

/CDR 2)

Estadiamento da

demência

Qualitativa

Nominal

1. Leve

2. Moderado

p<0,001 NP

Mini Exame

Estado Mental

Cognitiva Quantitativa p=0,200 NP

Desenho do

Relógio

Cognitiva Quantitativa p<0,001 NP

Fluência Verbal Cognitiva Quantitativa p=0,200 P

Idade (anos) Sócio

Demográfica

Quantitativa p=0,163 P

Renda Sócio

Demográfica

Quantitativa p<0,001NP

EscolaridadeAno

s

Sócio

Demográfica

Quantitativa p<0,001NP

Altura (m) Antropométrica Quantitativa p=0,023 NP

Peso (Kg) Antropométrica Quantitativa P=0,200 P

Índice de Massa

Corpóral (Kg/m²)

Antropométrica Quantitativa p=0,200 P

Número de

Doenças

Clínico Quantitativa p=0,012 NP

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

58

Hipertensão Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Diabetes Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Câncer Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

DoençaRespirató

ria

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

DoençaCardíovas

cular

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

DoençaReumátic

a

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Depressão Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

OutrasDoenças Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Número de

Medicamentos

Clínico Quantitativa p=0,200 P

Uso de

Anticolinesterási

co

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Uso de

Antidepressivos

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Uso de

Ansiolíticos

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Uso de

Antipisicótico

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Uso de

AntiHipertensivo

s

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Uso de

Hipogligemiantes

Clínico QualitativaNo

minal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Uso de

Benzodiazepínico

s

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

59

Uso de Outros

Medicamentos

Clínico Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

Tempo de

Diagnóstico de

Alzheimer (Anos)

ClínicoFuncional Quantitativa 0,009 NP

Faz Uso de

Dispositivo de

Auxílio a Marcha

Clínico Funcional Qualitativa

Nominal

1.Utiliza

2.Não utilize

p<0,001 NP

Queda(s) nos

Últimos 6 Meses

Equilíbrio Postural Qualitativa

Nominal

1. Não

2. Sim

p<0,001 NP

Medo de Quedas Equilíbrio Postural Qualitativa

Nominal

1.Não

2.Sim

p<0,001 NP

Tontura Equilíbrio Postural Qualitativa

Nominal

1.Sim

2.Não

p<0,001 NP

CTSIB -

Equilíbrio Postural Qualitativa

Nominal

1.Não

apresentou

deficit de

equilíbrio.

2.Apresentou

deficit de

equilíbrio.

p<0,001 NP

TUG

Convencional -

Tempo

Equilíbrio Postural Quantitativa p<0,001 NP

TUG cognitivo -

Tempo

Equilíbrio Postural Quantitativa p<0,001 NP

TUG Motor -

Tempo

Equilíbrio Postural Quantitativa p<0,001 NP

FAQ segundo

Pfeffer

Capacidade

Funcional

Quantitativa p=0,009 NP

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

60

APÊNDICE 3 - Protocolo de avaliação de idosos com doença de alzheimer

IDENTIFICAÇÃO

Nome______________________________________________________________

: ___________________Data: _____/_____/_____

Data de Nascimento: _____/_____/_____

1) DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

1.1 Sexo:

1. Masculino ( )

2. Feminino ( )

1.2. Idade (anos completos): _______

1.3. Renda:

1. Menos de 1 salário mínimo ( )

2.1 salário mínimo ( )

3. 1 a 2 salários mínimos ( )

4. Mais de 2 salários ( )

2) DADOS ANTROPOMÉTRICOS

Altura (m): ___________

Peso (kg): ___________

IMC (kg/m²): ___________

3) DADOS CLÍNICOS

3.1 - Número de doenças: __________

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

61

3.2. Hipóteses Diagnósticas:___________________________________________

3.3. Medicamentos em Uso:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3.4. Número de Medicamentos:

___________________________________________________________________

4 Tempo (anos) de diagnóstico da DA: ________________________________

5 AVALIAÇÃO DE EQUILÍBRIO

5.1. Faz uso de Dispositivo de auxílio à marcha:

1. Não utiliza ( )

2. Utiliza. ( )

5.2. Quedas nos últimos 6 meses:

1. Nenhuma ( )

2. 1 queda ( )

3. 2 ou mais quedas ( )

5.3. Medo de quedas:

1. Sim ( )

2. Não ( )

5.4. Tontura

1. Sim ( )

2. Não ( )

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

62

ANEXOS

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

63

Anexo I - Estadiamento Da Demência – CDR

SAUDÁVEL

CDR 0

DEMÊNCIA

QUESTIONÁVEL

CDR 0,5

DEMÊNCIA LEVE

CDR 1

DEMÊNCIA

MODERADA

CDR 2

DEMÊNCIA

GRAVE

CDR3

MEMÓRIA Sem perdas

de memória

ou apenas

esquecimento

discreto e

inconsistente.

Esquecimento

leve e

consistente;

lembrança parcial

de eventos;

esquecimento

benigno”.

Perda de memória

mais acentuada

para fatos

recentes; O déficit

interfere com

atividades do dia-a-

dia.

Perda de

memória grave;

apenas material

muito aprendido

é retido;

materiais novos

são rapidamente

perdidos.

Perda de

memória

grave;

apenas

fragmentos

permanecem.

ORIENTAÇÃO Plenamente

orientado

Plenamente

orientado.

Dificuldade

moderada com as

relações de tempo;

orientado no

espaço no exame,

mas pode ter

desorientação

geográfica em

outros locais.

Geralmente

desorientado.

Orientação

pessoal

apenas.

JULGAMENTO

E SOLUÇÃO DE

PROBLEMAS

Resolve bem

problema do

dia-a-dia.

Juízo crítico é

bom em

relação ao

desempenho

passado.

Leve

comprometimento

na solução de

problemas,

semelhanças e

diferenças.

Dificuldade

moderada na

solução de

problemas,

semelhanças e

diferenças.

Julgamento social,

geralmente

mantido.

Gravemente

comprometido

para solução de

problemas,

semelhanças e

diferenças.

Julgamento

social,

geralmente

comprometido.

Incapaz de

resolver

problemas

ou de ter

qualquer

juízo crítico.

ASSUNTOS NA

COMUNIDADE

Independente

na função

habitual de

trabalho,

compras,

negócios,

finanças e

Leve dificuldade

nestas atividades.

Incapaz de

funcionar

independentemente

nas atividades,

embora ainda

possa

desempenhar

algumas. Pode

Sem

possibilidade de

desempenho

fora de casa.

Parece

superficialmente

bem para ser

levado a

Sem

possibilidade

de

desempenho

fora de casa.

Parece muito

doente para

ser levado a

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

64

64

grupos

sociais.

parecer normal à

avaliação

superficial.

atividades fora

de casa.

atividades

fora de casa.

LAR E

PASSATEMPOS

Vida em casa,

passatempos

e interesses

intelectuais

mantidos.

Vida em casa,

passatempos e

interesses

intelectuais

levemente

afetados.

Comprometimento

leve, mas evidente

em casa. Abandono

das tarefas mais

difíceis.

Passatempos e

interesses mais

complicados são

também

abandonados.

Realiza as

tarefas mais

simples.

Interesses muito

limitados e

pouco

mantidos.

Sem

qualquer

atividade

significativa

em casa.

CUIDADOS

PESSOAIS

Plenamente

capaz.

Plenamente

capaz.

Necessita

assistência

ocasional.

Requer

assistência no

vestir e na

higiene.

Requer muito

auxílio nos

cuidados

pessoais.

Geralmente

incontinente.

Fase da Doença_____________________________

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

65

65

Anexo II –Avaliação de Défict Cognitivo – Mini Mental

MINI-EXAME DO ESTADO DE SAÚDE MENTAL

Orientação Temporal (5 pontos)

Dia da semana (1 ponto)

Dia do Mês (1 ponto)

Mês (1 ponto)

Ano (1 ponto)

Hora Aproximada (1 ponto)

Orientação Espacial (5 pontos)

Local genérico (residência, hospital,

clínica) (1 ponto)

Local específico (andar ou setor)

(1ponto)

Bairro ou rua próxima (1 ponto)

Cidade (1ponto)

Estado (1 ponto)

Memória de Fixação

Repetir: Vaso, carro e Tijolo

1 ponto para cada palavra repetida na

primeira tentativa.

Repita até as três palavras serem

repetidas (máximo de 5 tentativas)

_________________________________

Atenção e Cálculo (5 pontos)

Subtração 100 – 7; sucessivamente

por 5 vezes ( 1 ponto para cada

cálculo correto)

_______________________________

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

66

66

Memória de Evocação (3 pontos)

Lembrar de 3 palavras repetidas

anteriormente (em memória de

fixação) (1 ponto por palavra certa)

______________________________

Linguagem (8 pontos)

Nomear objetos: um relógio e uma

caneta (2 pontos)

_________________________________

Repetir: “Nem aqui, nem ali, nem lá”

(1 ponto)

______________________________

Seguir comando verbal: Pegue este

papel com a mão direita, dobre ao

meio e coloque no chão (3pontos)

______________________________

Ler e seguir comando escrito (Frase):

“Feche os olhos” (1 ponto)

Escrever uma frase (1 ponto)

Praxia Construtiva

Copiar um Desenho (1 ponto)

Escore Total:

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

67

67

Anexo III - Avaliação das Funções Cognitivas - Desenho do Relógio (Sunderland et

al., 1989) - Executivas e Atenção

Dê uma folha de papel em branco e diga: Desenhe um relógio com todos os

números. Coloque ponteiros marcando 2h45.

(Guarde o desenho com a ficha).

Avaliação 10-6- Relógio e número estão corretos.

10 - hora certa

9 - leve distúrbio nos ponteiros (p. ex.: ponteiro das horas sobre o 2)

8 - distúrbios mais intensos nos ponteiros (p. ex.: anotando 2:20)

2 - ponteiros completamente errados

6- uso inapropriado (p. ex.: uso de código digital ou de círculos envolvendo números)

Avaliação: 5-1: desenhos do relógio e dos números incorretos

5 - números em ordem inversa ou concentrados em alguma parte do relógio

4 - números faltando ou situados fora dos limites do relógio

3 - números e relógio não mais conectados. Ausência de ponteiros

2 - alguma evidência de ter entendido as instruções mas com vaga semelhança com

um relógio

1 - não tentou ou não conseguiu representar um relógio.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

68

68

Anexo IV - Avaliação das Funções Cognitivas - Teste de Fluência Verbal

No período de 1 minuto falar o máximo possível de nomes de animais.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

69

69

Anexo V - Teste de Equilíbrio Postural

Clinical Test of Sensory Organization and Balance - Teste de interação

sensorial(Ctsib)

ClinicalTestofSensoryInteractionandBalance(CTSIB)(SHUMWAY-

COOK&HORAK,1986) – Modificado.

CONDIÇÃO1 CONDIÇÃO2 CONDIÇÃO3 CONDIÇÃO4

Olhosabertos/su

perfíciefirme

Olhosvendados/s

uperfíciefirme

Olhosabertos/su

perfíciedeespum

a

Olhosvendados/s

uperfíciedeespum

a

Descalço T=(s) T=(s) T=(s) T=(s)

Pésunido

s

N() N() N() N()

A() A() A() A()

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

70

70

Anexo VI - Avaliação da Mobilidade- Timed Up and go Teste - TUGT

Timed Up and Go Test (TUGT) Convencional

(Podsiadlo, Richardson, 1991)

Instrução: sujeito sentado em uma cadeira (de aproximadamente 45 cm de altura),

com apoio de braços, com as costas apoiadas, usando seus calçados usuais e seu

dispositivo de auxílio à marcha. Após o comando “vá”, deve se levantar da cadeira e

andar um percurso linear de 3 metros, com passos seguros, retornar em direção à

cadeira e sentar-se novamente.

Tempo gasto na tarefa: __________segundos

Timed Up and Go Test (TUGT)Cognitivo

(Podsiadlo, Richardson, 1991)

Instrução: sujeito sentado em uma cadeira (de aproximadamente 45 cm de altura),

com apoio de braços, com as costas apoiadas, usando seus calçados usuais e seu

dispositivo de auxílio à marcha. Após o comando “vá”, deve se levantar da cadeira e

andar um percurso linear de 3 metros, com passos seguros, retornar em direção à

cadeira e sentar-se novamente. E nesta modalidade solicite ao paciente para falar

nomes de animais, qualquer animal.

Tempo gasto na tarefa: __________segundos

Timed Up and Go Test (TUGT) Motor

(Podsiadlo, Richardson, 1991)

Instrução: sujeito sentado em uma cadeira (de aproximadamente 45 cm de altura),

com apoio de braços, com as costas apoiadas, usando seus calçados usuais e seu

dispositivo de auxílio à marcha. Após o comando “vá”, deve se levantar da cadeira e

andar um percurso linear de 3 metros, com passos seguros, retornar em direção à

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

71

71

cadeira e sentar-se novamente. Solicite ao idoso que realize o teste segurando um

copo com água durante toda a execução dos testes.

Tempo gasto na tarefa: __________segundos

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

72

72

Anexo VII - Capacidade Ffuncional

Questionário PFeffer

1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho (por exemplo de

comida e roupa)?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o

fogo?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

73

73

4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do

que se passa na vizinhança?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um

programa de radio, televisão ou um artigo do jornal?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos

familiares?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

74

74

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

9. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos

adequadamente?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

10. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar sozinho (a) em casa sem problemas?

SIM É CAPAZ 0

NUNCA O FEZ, MAS PODERIA FAZER AGORA 0

COM ALGUMA DIFICULDADE, MAS FAZ 1

NUNCA FEZ E TERIA DIFICULDADE AGORA 1

NECESSITA DE AJUDA 2

NÃO É CAPAZ 3

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

75

75

Anexo VIII – Parecer do Comiter de Ética

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO …...Tu és o Deus que dá, Senhor, todas as visões A sabedoria, tudo vem de Ti Deus do impossível, que nos surpreende Tu nos dá vitória

76

76