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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE UM MODELO ANALÍTICO DA QUALIDADE DA DIETA DE ADOLESCENTES ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE NATAL, BRASIL CÉLIA MÁRCIA MEDEIROS DE MORAIS Natal/RN 2013

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

UM MODELO ANALÍTICO DA QUALIDADE DA DIETA DE ADOLESCENTES

ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE NATAL, BRASIL

CÉLIA MÁRCIA MEDEIROS DE MORAIS

Natal/RN

2013

i

CÉLIA MÁRCIA MEDEIROS DE MORAIS

UM MODELO ANALÍTICO DA QUALIDADE DA DIETA DE ADOLESCENTES

ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE NATAL, BRASIL

Tese apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciências da

Saúde da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como requisito

para a obtenção do título de Doutor

em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profª. Drª. Lucia de Fátima Campos Pedrosa Schwarzschild

Natal/RN

2013

ii

iii

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:

Profª. Drª. Ivonete Batista de Araújo

iv

CÉLIA MÁRCIA MEDEIROS DE MORAIS

UM MODELO ANALÍTICO DA QUALIDADE DA DIETA DE ADOLESCENTES

ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE NATAL, BRASIL

Aprovada em 27 de agosto de 2013

Banca Examinadora:

Presidente da Banca:

Profª. Drª. Lucia de Fátima Campos Pedrosa Schwarzschild

Membros da Banca:

Prof. Dr. Ricardo Oliveira Guerra

Profª. Drª. Karla Suzanne Florentino da Silva Chaves Damasceno

Profª. Drª. Monica Maria Osório de Cerqueira

Profª. Drª. Semíramis Martins Álvares Domene

v

DEDICATÓRIA

(...) É tão bonito quando a gente pisa firme

Nessas linhas que estão nas palmas de nossas mãos...

É tão bonito quando a gente vai à vida

Nos caminhos onde bate, bem mais forte o coração...

Àquele que, fruto da credulidade no mistério da vida, é a razão dos meus anseios e bem

representa uma antiga promessa: “Ele será para ti motivo de gozo e alegria, e muitos se

alegrarão com o seu nascimento...” Meu filho Hugo.

Àquele que crédulo e inspirado pelo maior dos sentimentos, fez-se presença em todos os

momentos de labuta e logística daqueles dias quentes de verão – Dio, amor, marido e pai do

meu filho.

Àqueles que, mesmo ignorando IDH, criam piamente nos caminhos da Educação como

meios de desenvolvimento humano: a minha mãe - Isaura Chá (in memorian), em especial,

com o seu espírito materno e matriarcal - de iniciativa, luta, trabalho - afinco, rigor e atalhos,

que nos conduziu com expectativa positiva (sonhos, metas definidas!), para melhor

QUALIDADE de VIDA; ao meu pai - Manoel Caboclo (in memorian), silencioso, mas no

fundo, orgulhoso! Aos meus irmãos - Clélia, Eulália, Graça e Ednaldo e suas proles, pela

amizade, reconhecimento, até vaidade!

Ao meu inesquecível irmão, Tio (in memorian), crédula de que ele se entusiasmaria por esta

conquista, possivelmente também já um de seus triunfos, caso os desígnios do destino

tivessem lhe dignado a opção ou o DIREITO de VIVER.

vi

(...) E aprendi que se depende sempre

De tanta, muita, diferente gente

Toda pessoa sempre é as marcas

Das lições diárias de outras tantas pessoas...

Àqueles que, crédulos e em nome da qualificação docente, oportunizaram-me uma

formação doutoral in-finda em épocas que, eles próprios, até então, não a fizeram, em

especial meus ex-professores e colegas nutricionistas do Departamento de Nutrição/UFRN,

a quem os homenageio em nome da estimada Neide Rocha.

Àqueles que, crédulos e em nome da relevância técnica, científica e social de um projeto

acadêmico, proporcionaram-me parte dos recursos humanos e materiais para realização do

trabalho de campo de uma pesquisa concluída, mas não exitosa, respectivamente a

Coordenadoria de Vigilância Sanitária de Natal/RN (Isolda Fonseca, Rosires Bezerra,

Girlene Freire, José Antonio Moura) e Departamento de Nutrição/Centro de Ciências da

Saúde/UFRN (Carmen Calado e Juarez Ferreira).

Àqueles que, crédulos e em nome da com-ciência, participaram, ativa e coletivamente, da

construção do sonho de uma pesquisa de base populacional, sem financiamento

institucional, como a minha queridíssima amiga Iria de Medeiros Fernandes e as diletas

professoras Graça de Deus, Inês Magnata e Nilma Leão.

Àqueles que, crédulos e fascinados pela oportunidade de participação em uma pesquisa

acadêmica, trabalharam arduamente, durante mais de dois meses, das sete da manhã às

sete da noite, a fim de efetivarem mais de seiscentas entrevistas domiciliares nos quatro

cantos de Natal: os alunos da então Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte –

ETFRN: Aline Oliveira (hoje, nutricionista), Aline Dantas, Aline Santos, Clarissa Cavalcanti,

Duciele Fonseca, Joelson Rocha, Kallyanna Silva, Letícia Queiroga, Cecília Celino, Milena

Segato, Rosemary Macedo, Thiago Dantas.

Àqueles que crédulos e em nome da construção do saber acadêmico, trabalharam

voluntariamente em prol da construção de um instrumento de inquérito dietético (as

docentes Inês Magnata, Karla Chaves, Carmen Calado e Nila Pequeno; e as nutricionistas e

amigas Rosana Moura, Rejane Guedes, Rejane Leite, Goreth Álvares, Márcia Macedo,

Nedjma Oliveira e Manuela Bezerra); e do banco de dados - minha querida Vanuska Lima,

substituiu minhas mãos incapacitadas pelas suas em movimento, para fins de inserção de

dados em um software gerenciador.

vii

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora e respeitável colega Lucia Pedrosa, por sua sensibilidade e

generosidade ao me oportunizar uma segunda experiência de doutoramento, resgatando a

possibilidade de busca pelo título. Respeito e admiração pelo envolvimento e abnegação ao

trabalho sempre profícuo, alicerçado na justeza, corretude e licitude e revestido de grandeza

nas intenções. Eterna gratidão...

Às minhas companheiras de trabalho Clélia Lyra e Severina Carla pela anuência e

solidariedade, pela partilha e trocas... À Liana Galvão Bacurau Pinheiro também pela

comunhão e alento próprios das relações de amizade.

Ao Prof. Kenio Lima que, nos fez perceber, de forma gratificante, que "a crença no fazer e a

capacidade de compreender e traduzir o complexo" nos faz crédulos e capazes também...

Aos meus colegas e amigos do DNUT–UFRN, pela força e compreensão, pelas

demonstrações de carinho e afeto, pela vibração e sintonia pela “causa”, particularmente

aos queridos ex-alunos, a quem os reverencio em nome de Karla Suzanne, Larissa Seabra,

Ingrid Bezerra, Michelle Medeiros e Fábio Resende, representantes das primeiras e mais

recentes gerações; e Nély Holland e Ângela Cardonha que, especialmente na condição de

Chefes do Departamento de Nutrição, incentivaram-me e apoiaram-me incondicionalmente.

À equipe do projeto “Fatores de Risco para as Doenças Cardiovasculares”, pelo

compromisso e dedicação: professores Clélia Lyra, Severina Carla, Liana e Carlos

Pinheiro, Paulo Medeiros, Betzabeth Slater; e alunos, hoje nutricionistas Aline Tuane, Ana

Lúcia, Fernanda Cristina, Gleyce Kelly, Ingrid Freitas, Isa Maryana, Jayana Nayara, Joyce

Mirella, Kamila Protásio, Kezianne Roseno, Lidiane Fernandes, Luana Persilia, Marcela

Marques, Natalia Louise, Sabrina Loisy, Suzylane Annuska, Tatiana Aires, em particular

Hermilla Pereira e Lorena Bezerra, orientandas de Iniciação Científica e Trabalho de

Conclusão de Curso-TCC, além de colaboradores como Alfredo Bacurau e Vítor Pinheiro.

Afinal, quantos partícipes ativos... gente que começou... gente que articula, estimula, faz

junto... gente que bem recebe e bem compreende... gente que sabe ir atrás... gente que

sabe o que diz e bem escreve... gente que opina, critica, envolve-se, faz... Na verdade,

gente que experiencia os quatro pilares do conhecimento, no aprender cotidiano de

conhecer, de fazer, de viver juntos, de SER (Delors, 1999). Gratas lembranças de Silvia

Vignola, Maria Cristina Boog e Vera Pinto.

viii

“A estrada da vida

pode ser longa e áspera.

Faça-a mais longa e suave.

Caminhando e cantando

com as mãos cheias de sementes.”

(Cora Coralina, “Este presente”)

ix

RESUMO

Estudos nacionais de evolução temporal constatam que a tendência do

consumo alimentar é consistente com o incremento da prevalência de doenças

crônicas não transmissíveis. Objetivou-se caracterizar padrões alimentares de

adolescentes de uma área urbana do Nordeste do Brasil, relacionando-os aos

marcadores dietéticos saudáveis. Trata-se de um estudo transversal, com 430

adolescentes beneficiários do Programa Nacional de Alimentação Escolar, em Natal,

Brasil. Este estudo é fruto de um planejamento realizado por equipe interdisciplinar e

multiprofissional, constituída por profissionais de saúde e estatística. O tamanho da

população de estudo foi definido por amostragem aleatória, em dois estágios, e

ponderada segundo número de alunos de cada escola. O IMC foi utilizado para a

avaliação do estado nutricional (excesso de peso ≥ 25kg/m2). A avaliação do

consumo alimentar foi realizada a partir de entrevista semi-estruturada, sendo

aplicados dois recordatórios 24h, com intervalo de 30-45 dias, efetuados por equipe

treinada com apoio de álbuns fotográficos de medidas caseiras expressas em

utensílios e porções. Os procedimentos e padronizações dos tipos de alimentos ou

preparações relatados e respectivas conversões em medidas caseiras foram feitos

mediante adaptações de per capitas e fichas técnicas de preparação. A estimativa

do consumo de energia e fibras foi efetuada no ambiente do software Virtual Nutri

Plus® (2007), modificado em relação à lista de alimentos em mais de 90% dos itens.

A informação nutricional dos alimentos foi obtida a partir da Tabela de Composição

de Alimentos Brasileiros, National Nutrient Database for Standard Reference e

rótulos. A técnica de Análise de Componentes Principais (ACP) foi utilizada para

derivação de padrões alimentares, conforme três modelos analíticos de consumo:

alimentos em gramas, energia em Kcal e fibras em gramas, resultando,

respectivamente, em nº de componentes principais distintos, 7, 8 e 4, com variância

acumulada superior a 70% e cargas fatoriais acima de 0,4. A associação entre

variáveis independentes e escores fatoriais de todos os componentes extraídos foi

aferida pela Razão de Prevalência (IC 95%). As características demográficas e

antropométricas dos adolescentes demonstram uma distribuição proporcional em

relação ao sexo e, em sua maioria, idade entre 10 e 13 anos, com estado nutricional

x

eutrófico e filhos de mulheres com baixo nível de escolaridade. O Padrão (1)

Sistema Alimentar Tradicional puro (SATp) predomina no espectro do consumo

alimentar dos jovens adolescentes, correspondendo ao primeiro componente de

todos os modelos analíticos e representados pelo feijão e os seus ingredientes de

preparo. O Padrão (2) Sistema Alimentar Combinado e de risco (SACr), coincidem

nos componentes subseqüentes extraídos a partir do consumo alimentar e de

energia, com destaque para a ocorrência de marcadores de alimentação não

saudável, tais como açúcares refinados, gorduras saturadas e sal. O Padrão (3)

Sistema Alimentar Tradicional Modificado (SATm) e SATp são identificados nos

demais componentes do modelo representado pelas fibras. As associações

observadas, predominantemente do Padrão SACr, distinguem-se por sexo, idade e

estado nutricional. Os padrões alimentares 1 e 3 caracterizam-se pela preservação

do SAT e regional, bastante salutar, sob a perspectiva da prevenção de doenças

crônicas. O padrão SACr representam alerta de risco à saúde, inclusive pela

significante contribuição energética. Os achados podem subsidiar Políticas de

Atenção à Saúde da Criança e Adolescente, em caráter intersetorial.

Palavras chaves: adolescentes, análise de componente principal, consumo

alimentar, padrões dietéticos.

xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APC - Análise de Componentes Principais

DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis

FTP – Ficha Técnica de Preparação

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC - Índice de Massa Corporal

KMO - Kaiser-Meyer-Olkin

NEPA – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação

PeNSE - Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar

POF - Pesquisa de Orçamentos Familiares

R24 - Recordatório 24h

SACr - Sistema Alimentar Combinado e de risco

SATm - Sistema Alimentar Tradicional modificado

SATp - Sistema Alimentar Tradicional puro

USDA – United States Department of Agriculture

WHO - World Health Organization

xii

LISTA DE TABELA/FIGURA

Tabela 1 – Distribuição dos alimentos consumidos (g) referidos por adolescentes

jovens, a partir da média de dois R24, por grupo alimentares conforme valores de

medidas de tendência central e dispersão, incluindo quartis de posição. Natal-Brasil,

2007/2008.................................................................................................p.49

Figura 1 – Fluxograma de Execução da Pesquisa de Campo (2007-2008). Projeto

Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares entre adolescentes beneficiários

do PNAE. Natal/RN, 2006......................................................................................p. 22

xiii

SUMÁRIO

RESUMO .............................................................................................................. ix

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................. xi

LISTA DE TABELA/FIGURA ............................................................................... xii

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 15

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 20

3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 21

4 MÉTODOS ........................................................................................................ 22

5 ARTIGO PRODUZIDO ...................................................................................... 26

6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES .................................................. 35

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 41

APÊNDICES ......................................................................................................... 48

APÊNDICE 1 - Tabela 1 ................................................................................... 49

APÊNDICE 2 - Artigo em co-autoria ................................................................. 51

APÊNDICE 3 - Orientações Científicas ............................................................ 52

APÊNDICE 4 - Participação em cursos e eventos ........................................... 53

APÊNDICE 5 - Participação em projetos de pesquisa ..................................... 55

ANEXOS .............................................................................................................. 56

ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ....................................... 57

ANEXO 2 – Formulários padronizados para coleta de dados ............................ 59

14

1 INTRODUÇÃO

“Um período de transição entre a infância e a idade

adulta, a adolescência é uma janela de oportunidades

para uma vida produtiva e reprodutiva saudável:

previnem-se doenças crônicas próprias da vida adulta

relacionadas à nutrição, enquanto cuidam-se de

problemas específicos da adolescência e possivelmente

também corrigem-se alguns problemas nutricionais

originados no passado” (WHO 2007; p. 7).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta a

adolescência como aquele período de transição que já não é mais beneficiado

pelos cuidados e atenção que normalmente são dados às crianças, nem

tampouco a proteção associada à vida adulta, pressupostos que, associados

às evidências relacionadas às mudanças comportamentais próprias dessa

idade, justificam a necessidade de priorização de estratégias e ações que,

apesar de interesse da saúde e nutrição, são de caráter intersetorial,

reconhecendo-se, de antemão, sua etiologia multifatorial1.

Há consenso sobre a importância da adoção de estratégias de

atenção integral, cada vez mais precoces ao longo do ciclo de vida,

principalmente no que se refere ao estilo de vida relacionado às práticas

alimentares e padrão de atividade física2-5, evidenciada, especialmente, no

documento da OMS sobre a Estratégia Global para a Promoção da

Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde4.

Independentemente do grau de desenvolvimento regional, o

mundo contemporâneo apresenta preocupações semelhantes no que se refere

ao quadro epidemiológico de interesse nutricional, seja no que se refere às

lacunas de conhecimento sobre o tema, seja sobre condicionantes,

determinantes e mesmo estratégias de saúde pública relacionados aos

problemas1-9.

Estudos brasileiros de evolução temporal constatam que o padrão

e a tendência do consumo alimentar são consistentes com o incremento da

prevalência de Doenças Crônicas Não transmissíveis (DCNT) e o aumento

contínuo da prevalência da obesidade, inclusive entre os adolescentes.

15

Entretanto, reconhece-se que o papel específico dos determinantes imediatos

da obesidade, como dieta e atividade física, nos grupos de baixa renda é

desconhecido, já que o país não possui dados confiáveis sobre tendências

socioeconômicas seculares de padrões de ingestão de alimentos e atividade

física10.

No Brasil, estudos oficiais conduzidos pelo Estado, como os da

Pesquisa de Orçamentos Familiares, do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (POF-IBGE), com ênfase sobre a disponibilidade de alimentos

domiciliar, constatam uma tendência temporal de declínio no consumo de

alimentos básicos e tradicionais (como o arroz e o feijão), notável incremento

do consumo de alimentos processados (como biscoitos e refrigerantes),

excessivo consumo de açúcar e contínua elevação do conteúdo de gordura

total e saturada11.

O retrato alimentar acima descrito certamente se aplica aos

adolescentes, respeitando-se as distinções próprias deste estágio de vida.

Independentemente do espaço geográfico ou do tempo, há evidências das

diferenças da qualidade da dieta entre a infância e adolescência. A busca pela

independência ou autonomia, a alimentação fora de casa, a necessidade de

aceitação e a vida agitada próprios do adolescente, são elementos que afetam

os padrões de alimentação e a seleção de alimentos, refletindo em uma dieta

insuficiente no sentido de atender à expressiva necessidade de nutrientes

destinados a contemplar o rápido crescimento e desenvolvimento característico

desta fase e/ou prevenir futuros problemas de saúde1, 6, 7, 9-10, 12-13.

No estudo da POF/IBGE 2008-2009, foram observadas

diferenças no percentual de pessoas que relatam o consumo de biscoitos,

linguiça, salsicha, mortadela, sanduíches e salgados, em sentido inverso ao

aumento da idade. Em termos per capita observa-se um menor consumo de

feijão, saladas e verduras, em geral, para adolescentes quando comparados

aos adultos e idosos14. Em uma outra análise, os adolescentes foram o único

grupo etário que deixou de citar qualquer hortaliça e referiu alimentos ricos em

gorduras e açúcares, entre os itens consumidos mais frequentemente15.

A prevalência de excesso de peso em adolescentes brasileiros é

de 20,5%; ao se distinguir por faixas etárias específicas, os valores mais

elevados ocorrem entre os mais jovens, sendo de 28,6% entre aqueles com 10-

16

11 anos e 25,5% entre os de 12-13 anos. Quanto à obesidade, constatou-se

uma freqüência de 4,9%, com maiores freqüências nos mesmos intervalos de

idade, 8,6% e 5,7%, respectivamente16.

O excesso de peso e a obesidade mostraram associação com a

renda, independentemente do sexo ou região de origem14. Enquanto que nas

Regiões Norte e Nordeste a prevalência de excesso de peso em adolescentes

oscilou nos dois sexos de 16% a 19%, nas demais regiões variou de 20% a

27%, sendo mais frequente no meio urbano16.

Estudantes beneficiários do Programa Nacional de Alimentação

Escolar – PNAE, em particular vinculados ao ensino público municipal,

encontram-se em desvantagem socioeconômica, indicada inclusive pela

escolaridade da mãe. A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE,

com amostra de escolares do último ano do ensino fundamental, revelou que,

em termos comparativos, no conjunto nas capitais – região metropolitana

brasileira, a proporção de mães de escolares da rede pública que tinham

ensino fundamental incompleto era de 39,4%, enquanto que da rede privada,

10,1%; quando observado o cumprimento de ensino superior completo, há

somente 5,8% das mães de alunos de escolas públicas, em contraponto a

56,8% das mães de alunos de escolas privadas17.

Outras publicações deste mesmo estudo17-18, evidenciam

marcadores de alimentação não saudável, como guloseimas e refrigerantes,

mesmo que também tenha sido constatada a preservação do consumo habitual

de feijão e arroz. Recente publicação sobre padrões dietéticos regionais

brasileiros, a partir de dados de disponibilidade domiciliar de alimentos,

demonstra que, na maioria das regiões brasileiras, o padrão tradicional arroz e

feijão revela-se como o principal e que, no Nordeste, está associado, entre

outros fatores, à presença de adolescentes nas famílias19.

Esforços internacionais e nacionais têm sido empreendidos

objetivando o desenvolvimento, adaptação e validação de metodologias

analíticas para fins de avaliação da qualidade da alimentação, seja da

população em geral ou aplicados á grupos populacionais específicos – estágios

de vida ou características regionais20-22.

A adoção de métodos analíticos a posteriori, como Análise de

Componentes Principais (ACP), para investigação de padrões de consumo

17

alimentar de adolescentes, tem sido estratégica em pesquisas exploratórias22-

30.

Os métodos de coleta de dados dietéticos podem afetar a forma e

utilidade dos padrões alimentares. O erro aleatório a partir da variabilidade

interindividual pode contribuir para erros de classificação de padrões habituais

alimentares como ocorre, por exemplo, com a aplicação de um único

Recordatório de 24 horas (R24h) 20.

Não obstante, o R24h é o método mais utilizado para a obtenção do

relato de consumo de alimentos e consiste em identificar e quantificar a

totalidade de alimentos e bebidas consumidos no período anterior à entrevista,

geralmente no dia anterior.

As principais vantagens dos R24h são: o tempo reduzido de

aplicação, sua alta aceitação, a capacidade de não provocarem alteração nos

hábitos alimentares dos indivíduos e de não exigirem habilidades especiais dos

respondentes. Este método permite revelar contrastes culturais por meio da

descrição de amplo número de alimentos e práticas alimentares. Um único

R24h é capaz de descrever o consumo médio de energia e nutrientes de

grupos populacionais. Quando se utilizam recordatórios seriados, propicia-se

além da avaliação da dieta atual, a dieta habitual. É recomendada, pelo menos

uma repetição, quando se deseja estimar o consumo usual. Entretanto,

algumas limitações devem ser consideradas como a memória do entrevistado e

a quantificação das porções. Dificuldades na quantificação são minimizadas

com o uso de álbuns fotográficos, que registram ou contenham ilustrações das

medidas caseiras e até com o uso de marcas comerciais e porcionamento em

unidades(31-33).

Discussões atuais sobre (1) programas computacionais de análise

de alimentos mais adequados aos objetivos e delineamentos metodológicos de

cada pesquisa, (2) estudos de concordância dos principais softwares utilizados

no país, (3) recomendações de experts responsáveis por estudos

governamentais, de base demográfica, como a Pesquisa de Orçamentos

Familiares (2008), foram objetos de reflexão e adaptações no sentido de fazer

as melhores e mais adequadas escolhas das ferramentas deste trabalho34-37.

Com base nestes aspectos, este estudo foi elaborado na perspectiva

de analisar se os padrões alimentares revelam indicadores saudáveis

18

remanescentes do hábito alimentar regional, particularmente em segmento

populacional vulnerável, seja pelo momento da vida em que se apresenta -

adolescentes jovens1, ou pelo proxis de condição socioeconômica -

beneficiários do PNAE e escolares da rede municipal de ensino de região

metropolitana do Nordeste do Brasil, na intenção de responder as seguintes

questões: (1) como se caracterizam as práticas alimentares dos adolescentes?

(2) o consumo alimentar dos adolescentes expressa marcadores da

alimentação saudável, quanto à prevenção de doenças crônicas?

19

2 JUSTIFICATIVA

A prevenção de epidemia de doenças crônicas não transmissíveis da

idade adulta é factível, dependendo do estilo de vida das pessoas, em relação

ás práticas alimentares e padrão de atividade física, ainda durante o processo

de crescimento e desenvolvimento. Entretanto, o comportamento alimentar dos

adolescentes, expresso no cotidiano dietético, parece não expressar

indicadores positivos da alimentação saudável, constatação corroborada em

estudos brasileiros14,15,17-18,29.

Independentemente do grau de desenvolvimento regional, o mundo

contemporâneo apresenta preocupações semelhantes no que se refere ao

quadro epidemiológico de interesse nutricional, seja quanto às lacunas de

conhecimento sobre o tema, ou sobre seus condicionantes e determinantes, ou

respectivas estratégias governamentais já implementadas.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar - apresenta, já no seu

marco legal, a intencionalidade de influenciar o sistema alimentar brasileiro e o

padrão alimentar de sua população a partir da alimentação escolar38.

Tem-se buscado construir modelos analíticos que possam combinar

variáveis alimentares e nutricionais a fim de mapear indicadores positivos e

negativos da alimentação saudável, tendo como base a prevenção de doenças

crônicas não transmissíveis.

Entretanto, considera-se que há poucos estudos que investigam os

padrões alimentares de adolescentes, tanto pela transição dos padrões

alimentares em si, quanto pela natureza complexa de uma avaliação em

caráter longitudinal, particularmente difícil neste grupo etário27.

No Brasil, são poucos os estudos sobre padrões alimentares de

adolescentes, limitados aos municípios de Salvador3939-40, São Paulo41,

Maringá (escolares do ensino médio)29 e Cuiabá42.

O reconhecimento do padrão alimentar de adolescentes de

diferentes regiões brasileiras, favorecerá definições intersetoriais,

particularmente de caráter governamental, relacionadas às políticas de

atenção integral à saúde da criança e do adolescente.

20

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Caracterizar padrões alimentares de adolescentes de uma área urbana

do Nordeste do Brasil, considerando marcadores dietéticos saudáveis.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Relacionar os alimentos mais consumidos pelos adolescentes.

Identificar padrões alimentares de adolescentes.

Avaliar a qualidade da dieta de adolescentes, considerando-se

marcadores de alimentação saudável.

Distinguir práticas alimentares regionais no cotidiano alimentar de

adolescentes.

Desenvolver um modelo analítico da qualidade da dieta de adolescentes.

21

4 MÉTODOS

População de Estudo

Estudo transversal observacional analítico, realizado com adolescentes

estudantes do ensino fundamental (3ª a 9ª séries) de escolas públicas de Natal,

Nordeste do Brasil, período 2007-2008.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob Parecer No. 112/06 (Anexo

1). . Todos os adolescentes e seus responsáveis legais assinaram termo de

consentimento livre e esclarecido

Plano Amostral

A amostragem foi executada em dois estágios, compreendendo

estratificação por distrito para a seleção das escolas. Tomou-se como base a

população alvo (39 920 estudantes) de alunos da 3ª a 9ª série do ensino

fundamental, turno matutino, a qual foi ponderada em relação ao número de

estudantes dos quatro distritos sanitários da cidade (NNorte = 19.270, NSul =

4.128, NLeste = 3.728 e NOeste = 12.794).

O parâmetro utilizado para cálculo amostral foi a prevalência da

pressão arterial elevada, estimada em estudo piloto realizado em cada distrito,

conforme segue: p̂ norte = 14,6%; p̂ Sul = 8,8%; p̂ Leste = 17,9% e p̂ Oeste =

27,5%.

O erro estimado foi de 4% e o percentual de perda 20%, o que

correspondeu ao tamanho da amostra final de 426 adolescentes. Foi utilizada

amostragem estratificada com alocação de Neyman para definição dos

tamanhos de amostra por distritos, resultando em: nNorte = 192, nSul = 33, nLeste

= 40 e nOeste = 161.

Para a determinação do número de escolas, considerou-se o número

médio de alunos por escola, supondo-se variâncias aproximadamente iguais

nos distritos. O tamanho da amostra de escolas obtido foi n = 21 e, de acordo

com a alocação proporcional, distribuídas por distrito: nNorte=9; nSul=3; nLeste=3

e nOeste=6. A seleção das escolas foi feita por sorteio, sendo a amostra de

alunos distribuída randomicamente por distrito e de forma proporcional aos

totais de alunos das escolas sorteadas43.

22

Os critérios de inclusão corresponderam a frequência regular do

adolescente na escola e faixa etária de interesse (10 a 19 anos) definida no

momento da primeira coleta de dados. Os critérios de exclusão

corresponderam à presença de síndromes genéticas associadas à obesidade

ou a outras doenças; gravidez na adolescência, e adolescentes com

necessidades especiais43. O diagnóstico clínico foi realizado por médico

endocrinologista-pediátrico.

Coleta dos Dados

O fluxograma abaixo demonstra as etapas de operacionalização do

trabalho de campo.

Figura 1 – Fluxograma de Execução da Pesquisa de Campo (2007-2008).

Projeto Fatores de Risco para Doenças Cardiovasculares entre adolescentes

beneficiários do PNAE. Natal/RN, 2006.

A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas estruturadas

feitas por investigadores treinados, utilizando questionários-padrão para

23

obtenção das informações sobre identificação do adolescente, escolaridade da

mãe, medidas antropométricas, dieta habitual, além de outros aspectos

relacionados ao estilo de vida e saúde .

A categorização por faixa etária se baseou na classificação de

adolescentes, segundo estágios de desenvolvimento estabelecido pela

Organização Mundial de Saúde1, considerando-se adolescentes jovens (10 a

13 anos), meio adolescente (14 a 17 anos) e adolescentes tardios (18 a 19

anos).

Sobre a escolaridade da mãe, observado seu nível de instrução,

categorizou-se em “até ensino fundamental” e “ensino médio e ou

universitário”.

Avaliação do Estado Nutricional

O índice de massa corporal para idade foi classificado de acordo com

Cole et al. (2000)44. O excesso de peso foi definido usando como parâmetro o

IMC ≥ 25kg/m2.

Avaliação do Consumo Alimentar

Os dados do consumo alimentar foram obtidos por meio de dois

recordatórios de 24 horas (R 24h), realizado com intervalo de 30-45 dias,

aplicados por equipe treinada, com apoio de álbuns fotográficos de medidas

caseiras expressas em utensílios e porções, especialmente desenvolvido para

este fim. Os procedimentos e padronizações dos tipos de alimentos ou

preparações relatados e respectivas conversões em medidas caseiras foram

feitos mediante adaptações de per capitas e fichas técnicas de preparação.

A estimativa do consumo de energia e fibras foi efetuada pelo software

Virtual Nutri Plus® (2007)45 modificado em relação à lista de alimentos em mais

de 90% dos itens. A informação nutricional dos alimentos foi obtida a partir da

Tabela de Composição de Alimentos Brasileiros - TACO (2006)46, National

Nutrient Database for Standard Reference - USDA (2004)47 e rótulos (consulta

dos rótulos efetuada no ano de 2008). Os dados produzidos no Virtual® foram

exportados para planilha eletrônica Excel® versão 2007 e organizados em

tabelas dinâmicas.

24

Análise Estatística

Em termos descritivos, a partir da média do consumo dos dois R24h, os

alimentos foram categorizados por grupos, baseando-se no guia alimentar para

a população brasileira48, conforme valores de medidas de tendência central e

dispersão, incluindo quartis de posição (APÊNDICE 1)

Para a derivação dos padrões alimentares, utilizou-se a técnica de

Análise de Componentes Principais (ACP), conforme três modelos distintos: o

consumo alimentar expresso pela quantidade total de alimentos consumidos

(g); pela energia total (Kcal); pela fibra dietética (g), como marcador de

alimentação saudável. Para cada uma das análises, utilizou-se como critério de

inclusão dos alimentos, a existência de mediana de consumo, sendo este o

melhor parâmetro, entre os testados, para obtenção do modelo de ACP.

A observação da matriz de correlações gerada permitiu verificar a

correlação linear entre as variáveis, mediante o coeficiente de correlação de

Pearson (r ≤ 0,90). Correlações significativas expressivas foram indicadas pelo

determinante ≠ 0. O ajuste dos dados foi feito pela medida de adequação da

amostra de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), considerando-se valores acima de 0,6.

Valores de comunalidade maiores que 0,5, serviram de base para aceitação da

variância explicada pelos fatores produzidos por cada variável e sempre que se

apresentou abaixo deste valor, esta foi excluída do conjunto de dados,

reiniciando-se o processo de análise49.

Para fins de análise das cargas fatoriais, foram considerados os valores

acima de 0,450, sabendo-se que quanto maior a carga fatorial, maior a

contribuição daquele alimento para o componente respectivo51-52.

A extração dos fatores se baseou nos autovalores (critério de Kaiser),

maior que 1, e que, em conjunto, explicassem mais de 70% da variância de

todas as variáveis introduzidas no modelo. Em todas as análises foram

aplicadas rotação ortogonal Varimax53.

A associação entre variáveis independentes (idade categorizada pela

mediana, sexo, escolaridade da mãe, com e sem excesso de peso) e escores

fatoriais de todos os componentes extraídos, categorizados pela mediana, foi

aferida pela Razão de Prevalência (RP),com intervalo de confiança de 95%.

25

O tratamento estatístico foi efetuado pelo Statistical Analysis Statistica

versão 10, (Stata Corp, College Station, EUA), em caráter descritivo e

exploratório.

Identificação dos Padrões Alimentares

A denominação dos padrões alimentares deu-se a partir da interpretação

da combinação de variáveis de cada componente, considerando-se as cargas

fatoriais mais elevadas (>0,4) e respectivas associações inversas (cargas

negativas próximas de 0,4): (1) Sistema Alimentar Tradicional puro, aplicado

aos componentes que evidenciaram a presença de alimentos peculiares às

práticas alimentares regionais54 como feijão e arroz; (2) Sistema Alimentar

Combinado e de Risco, para os componentes constituídos principalmente por

alimentos saudáveis próprios do consumo habitual regional (cuscuz, frutas,

leite, carne bovina) em combinação com alimentos fontes de açúcares livres,

gorduras saturadas e/ou sódio, marcadores de alimentação não saudável,

sejam alimentos historicamente habituais (açúcar e doces) ou alimentos

incluídos recentemente no cotidiano alimentar local (biscoitos e similares; óleo

vegetal e margarina vegetal utilizados em cozidos, refogados, molhos e frituras;

embutidos); (3) Sistema Alimentar Tradicional Modificado, composto por

alimentos peculiares às práticas alimentares regionais54 associados a

alimentos saudáveis recentemente incorporados ao consumo habitual regional,

como por exemplo o frango em detrimento de carne bovina.

26

5 ARTIGO PRODUZIDO

Dietary patterns of young adolescents in urban areas of Northeast Brazil,

PUBLICADO pela Revista Nutrición Hospitalaria, fator de impacto 1,305 (2012),

Qualis B2 da CAPES para a área Medicina II.

27

28

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34

35

6 COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES

Esta tese foi subsidiada pelo projeto “Fatores de risco para doenças

cardiovasculares entre adolescentes beneficiários do Programa Nacional de

Alimentação Escolar-Natal/RN” (FRDCV), financiado pelo CNPq (428287/2006-

2), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Natal/RN.

Esta experiência de estudos validou a necessidade do caráter

interdisciplinar e multiprofissional no sentido de favorecer a compreensão dos

fenômenos sob análise científica. Desde o trabalho de campo, contou-se com

uma equipe constituída por nutricionistas, alunos de iniciação científica do

curso de graduação Nutrição da UFRN, educador físico, endocrinologista

pediátrico e médicos residentes do Hospital de Pediatria de UFRN. Para

análise dos dados, novamente sentimos a necessidade de transpor os

compartimentos administrativos e organizacionais, inter e intrainstitucionais,

requerendo a contribuição de distintos atores das ciências, e não somente da

saúde, a fim de alcançarmos os objetivos propostos.

O anteprojeto apresentado ao Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde (PPGCSa) registrava o mesmo título e objetivo geral ora

apresentado. Entretanto, mesmo prevendo a combinação de variáveis

nutricionais e alimentares, não definia o método de identificação dos padrões

alimentares. É de praxe e cientificamente reconhecida, a adoção de métodos

analíticos a posteriori, para investigação de padrões de consumo alimentar,

tendo sido estratégica em pesquisas exploratórias26-33.

Modestamente, consideramos de meritório valor o trabalho

realizado, seja pela originalidade, seja pela relevância técnica, científica e

social, seja pela feliz oportunidade do capital intelectual.

Durante a execução do projeto, deparamo-nos com dificuldades

próprias do estágio atual porque passa a ciência da nutrição, especialmente no

que se refere a qualificação da informação dietética e nutricional, mas que

representaram percursos de crescimento técnico-científico e profissional.

Reservamo-nos o direito de tecer algumas considerações a respeito, a título de

ilustração do “saber fazer”:

- Construímos um banco de dados, observando-se critérios de

aproximação com o consumo real – distinguindo-se cru e cozido; diferenciando-

36

se receitas, em relação aos ingredientes e formas de preparo, inclusive com a

construção de Fichas Técnicas de Preparação (FTP) específicas;

padronizando-se a adição de sal e gorduras, a fim de compensar os limites das

Tabelas de Composição de Alimentos; entre outros aspectos de interesse da

dietética. Além das medidas padronizadas previamente, estampadas no

registro Fotográfico utilizado durante as entrevistas, e mesmo pesagens e

medições diretas realizadas no Laboratório de Técnica Dietética, foram

utilizadas várias referências bibliográficas para subsidiar a padronização de

FTP, priorizando-se referência local, inclusive de autoria de professores de

Nutrição da UFRN1.

- Considerando-se que algumas dessas preparações constituíam-se

integrantes do Cardápio das Escolas Municipais de Natal, foram utilizadas

também as FTP desenvolvidas pelo grupo de trabalho responsável pela Projeto

de Extensão “Melhoria do funcionamento do Programa da Alimentação Escolar

da rede municipal de ensino de Natal/RN: diagnóstico situacional e

redimensionamento das ações” (2004-2007). A diversidade de preparações

justificou a busca de FTP nos relatórios de estágio da área de alimentação

coletiva, conforme avaliação prévia e subsequente indicação dos professores

responsáveis. Também foram utilizadas FTP testadas na disciplina de Técnica

Dietética. Houve a necessidade de realização de pesquisas específicas, como

traduzidas em um Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Sucos e

Vitaminas à base de frutas e legumes: estratégias de alimentação saudável.”.

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37

- Requeremos grande volume de trabalho e tempo socialmente

necessário para efetivá-lo, considerando-se que o relato de consumo proveio

de R24h, e que os entrevistadores haviam sido orientados para questionar os

diversos tipos de ingredientes que compunham uma mesma preparação,

constatou-se que, em relação somente ao feijão, foram registradas 39 formas

diferentes, sendo feijão branco (4 variações), feijão carioca ou marrom (17

variações), feijão preto (17 variações), feijão verde (1).

- A fim de definir o software de análise, foram analisados e testados

mais de um programa. Considerando-se o rigor metodológico com que a TACO

(2006)46 foi elaborada e a necessidade de utilizarmos maximamente

informações de alimentos brasileiros, optamos por selecionar o software que

favorecesse a inserção de alimentos/preparações e respectiva informação

nutricional. Dado este critério, além da condição de interface do ambiente

virtual e possibilidade de exportação de dados para planilhas eletrônicas,

optou-se pelo Virtual Nutri Plus® (2007)45.

- Entretanto, não imaginávamos que fosse necessário incluir mais de

90% dos itens a serem analisados (N>500), devido principalmente a

desatualização das bases de dados que alimentaram o programa, inclusive no

que se referia à informação nutricional de alimentos brasileiros embalados, que

ainda seguia regulamentação sanitária já revogada, anterior ao ano de 2003.

- Vale salientar que todo este trabalho foi desenvolvido no segundo

semestre de 2008 e primeiro de 2009, quando ainda não haviam sido

publicadas as ferramentas de apoio ao estudo POF 2008-20092.

- Outro aspecto crítico, resultante das dificuldades relacionadas ao

software de análise, relacionava-se à forma de distribuição das informações na

planilha eletrônica, o qual privilegiava o cômputo de nutrientes individual.

Entretanto, tínhamos a necessidade de sistematizar os dados por alimentos,

necessitando-se da utilização de ferramentas avançadas específicas, tipo

tabelas dinâmicas, a fim de tornar mais eficiente o processo de trabalho.

2 IBGE. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ministério da Saúde. Pesquisa de

Orçamentos Familiares 2008-2009. Tabelas de Medidas Referidas para os Alimentos Consumidos no Brasil. Rio de janeiro: IBGE, 2011. 545p. IBGE. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Ministério da Saúde. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil. Rio de janeiro: IBGE, 2011. 351p.

38

Além disso, a decisão pelo método estatístico que definiria o modelo

analítico nos propiciou excelentes oportunidades de reflexão e amadurecimento

sobre o processo de trabalho daqueles que buscam avaliar o consumo

alimentar, principalmente ao estabelecer diálogo com a epidemiologia e a

bioestatística. A pesquisa bibliográfica e a participação em cursos sobre

metodologias analíticas de consumo alimentar serviram de subsídios para

estas definições. A íntima aproximação com os dados, desde a sua construção

primária, nos fazia “donos” e capazes de defende-los como se fosse uma

“causa”.

Apesar de não termos identificado, na revisão bibliográfica, algum

estudo que apresentasse a derivação de padrões alimentares a partir de

diferentes traduções do consumo - quantidade (g), energia (Kcal) e fibras (g)

relatados, transversalmente, por um mesmo grupo populacional, ousamos e

desenvolvemos as respectivas análises de componentes principais.

Delineamentos de outros estudos que utilizaram a mesma ACP

validaram o nosso modelo, seja em termos de cargas fatoriais, número de

fatores extraídos ou percentuais de variância:

o As extrações dos Componentes Principais apresentaram cargas fatoriais

maiores que 0,4, valores superiores aos demonstrados na literatura que,

inclusive, considera razoável, para estudos de padrão dietético em geral,

valores de 0,2021,30,49 a 0,351. Publicações mais recentes sobre padrões

de consumo de adolescentes têm definido cargas limites de 0,2026,

0,2528, 0,3023-25 e 0,429-30.

o Considerando-se o número de fatores extraídos, conforme tipo de

análise, observa-se que o percentual da variância acumulada ultrapassa

70%, independentemente do modelo de análise ou número de fatores

extraídos. Em clássico artigo de revisão sobre derivação de padrão

alimentar por análise fatorial utilizando-se 58 estudos, os autores

constataram que o número de fatores derivados variou de 2 a 15 e que o

percentual de explicação da variância total foi de 15 a 93%49.

o O presente estudo apresenta percentuais de variância acumulada

superiores a outros desenvolvidos a partir do consumo alimentar de

adolescentes: 13,2% e 18,6%, feminino e masculino, respectivamente30;

21,7%55; 28%26; 24%28; 45%29; 50%24.

39

O caráter robusto das análises, provavelmente, está relacionado à

decisão prévia de incluir no modelo de análise somente os itens alimentícios

que apresentaram mediana de consumo alimentar, bem como o caráter de

homogeneidade da amostra de adolescentes.

Os resultados alimentavam as nossas convicções: quando

constatávamos que o primeiro componente de todos os modelos era

constituído pelo nosso “feijão maravilha”, não cabíamos em si de

contentamento. Poderíamos apresentar para o Brasil e para o mundo a

preservação de um hábito alimentar peculiar do brasileiro, inclusive como

marcador de alimentação saudável, pois também (e já demonstrado por outros

autores) principal fonte de fibras para a nossa população. Mesmo para um

grupo populacional tão jovem! E especialmente para um grupo social

desprivilegiado...

Assim sendo e considerando-se os diferentes tipos de análise

desenvolvidos, evidencia-se a originalidade deste trabalho. Certamente, servirá

de base para reflexões que antecedem a definição de estratégias e ações

próprias de Políticas de Atenção à Saúde da Criança e Adolescente, em

caráter intersetorial.

Temos nos dedicado ao processo de construção e adequação de

manuscritos para publicação. Uma atividade cada dia mais profissionalizada e

especializada: a escolha da revista, as adaptações às exigências específicas,

os custos de editoração, o tempo disponibilizado, a frustração, são alguns dos

fatores que exigem reflexão e perseverança renovados para que não seja

perdido o fio da esperança e o desejo de novas iniciativas.

Além da produção do artigo, durante este período de formação, realizei

atividades de interesse da pesquisa e de produção científicas, inclusive

relacionadas ao tema de estudo, tais como:

a) Monografia apresentada como parte dos requisitos para obtenção de

progressão funcional vertical (Professor Assistente IV para Professor

Adjunto IV), por desempenho acadêmico na Universidade Federal do

Rio Grande do Norte (2010), intitulada “Quão saudáveis são as práticas

alimentares dos adolescentes brasileiros sãos?”

40

b) Artigo completo, em co-autoria3 (Apêndice 2)

c) Orientações Científicas: alunos de Iniciação Científica (IC) -

DNUT/UFRN e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) (Apêndice 3)

d) Publicação de trabalhos em congressos locais, nacionais e

internacionais (Apêndice 4)

e) Participação em subprojetos vinculados a base de pesquisa (Apêndice

5)

Pela condição de professora ADJUNTO IV do Departamento de

Nutrição da UFRN e integrante do Grupo de Pesquisa Alimentos, Nutrição e

Saúde – GPANS (BCD109-01), cadastrado no CNPq, buscaremos perseverar

nos estudos sobre consumo alimentar de grupos populacionais específicos,

inclusive já integrados ao Estudo sobre Idosos Institucionalizados, como visto

no apêndice 5.

Em perspectiva futura, a depender do perfil de produção científica,

possivelmente poderei contribuir com o Programa de Pós-Graduação em

Nutrição da UFRN, projeto enviado a CAPES neste primeiro semestre de 2013,

com perspectivas de início das atividades para 2014.

3 Lima SCVC, Lyra CO, Sena-Evangelista KCM, Pinheiro LGB, Morais CMM, Slater B,

Pedrosa, LFC (2013) Variance sources and ratios to estimate energy and nutrient intakes in

a sample of adolescents from public schools, Natal, Brazil. Rev. Nutr. 26(2): 159-166.

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estudo de base escolar em Cuiabá, Mato Grosso. Rev. bras. epidemiol.

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47

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patterns of adolescents and risk of obesity and hypertension.J Nutr.138,

364-70.

48

APÊNDICES

49

APÊNDICE 1 –

TABELA 1: Distribuição dos alimentos consumidos (g) referidos por adolescentes, a

partir da média de dois R24h, por grupo alimentares conforme valores de medidas de

tendência central e dispersão, incluindo quartis de posição.

Grupos* Alimentos

FREQUÊNCIA Média

± desvio padrão

Percentil 25

Percentil 50

Percentil 75

N %

Açucarados

Açúcar de mesa 412 95,8 38,9±26,4 20,0 34,5 52,5

Doces e similares 208 48,4 17,3±29,6 0,0 0,0 24,3

Refrigerantes 189 44,0 85,3±124,4 0,0 0,0 137,6

Carnes e ovos

Carne-de-sol/charque 281 65,3 31,0±48,9 0,0 7,8 44,1

Frango 249 57,9 40,9±54,6 0,0 21,5 64,5

Ovos de galinha 214 49,8 16,2±24,5 0,0 0,0 23,5

Carnes bovinas outras 192 44,7 21,8±38,6 0,0 0,0 35,0

Cereais, raízes e

tubérculos

Arroz (cozido) 405 94,2 106,7±74,1 53,5 87,5 142,5

Pães 356 82,8 77,0±64,7 28,6 60,3 107,9

Biscoitos e similares 343 79,8 59,7±59,2 14,0 45,0 90,0

Cuscuz (cozido) 256 59,5 25,8±29,0 0,0 22,5 39,5

Macarrão (cozido) 207 48,1 27,9±41,9 0,0 0,0 40,5

Batata-inglesa (cozida) 207 48,1 6,5±15,2 0,0 0,0 7,0

Frutas 199 69,5 75,2±93,8 0,0 48,0 106

Goiaba 122 26,0 17,2±35,3 0,0 0,0 20,0

Legumes e verduras 425 98,8 46,9±49,9 21,5 36,3 56,1

Cebola 422 98,1 18,0±14,9 8,5 14,5 23,1

Pimentão 412 95,8 6,0±5,1 2,5 5,0 8,0

Tomate 395 91,9 12,3±14,8 3,5 7,5 15,1

Cenoura 223 51,9 5,5±8,8 0,0 2,0 7,5

Leguminosas

Feijão (cozido) 406 94,4 112,5±88,8 55,4 94,0 143,0

50

Lácteos

Leites 312 72,6 116,5±126,1 0,0 84,1 179,3

Queijos 120 27,9 6,6±16,7 0,0 0,0 5,0

Óleos e gorduras

Óleo vegetal 427 93,0 10,8±7,0 6,0 9,5 14,0

Margarina 323 75,1 9,1±11,1 0,4 6,0 12,5

Outros

Embutidos 225 52,3 21,5±32,8 32,8 7,5 33,5

*Ministério da Saúde, 2008.

51

Apêndice 2 – Artigo em co-autoria

Fontes e razões de variância para estimar a ingestão de energia e

nutrientes de uma amostra de adolescentes de escolas públicas

52

Apêndice 3– Orientações Científicas

Iniciação Científica

PVD3611-2009 Lorena Soares Bezerra (voluntário - IC). Período de 01/08/2009

a 31/07/2010.

Trabalhos de Conclusão de Curso

1. Hermilla Torres Pereira (2011) - Consumo Alimentar de Fibra Dietética

por adolescentes da Rede Municipal de Ensino de Natal-RN.

2. Lorena Soares Bezerra (2011) - Qualidade da dieta de adolescentes

estudantes da rede pública de ensino de natal: indicadores positivos de

alimentação saudável.

3. Juliana Karla Ribeiro Garcia (2009) - Sucos e Vitaminas à base de frutas

e legumes: estratégias de alimentação saudável.

4. Ana Silvia Costa da Silva (2008) - Quão saudáveis são os alimentos

livres de trans?

53

Apêndice 4 – Participações em cursos e eventos

2008

Apresentações em Congressos Científicos:

1- Poster/Anais: Consumo de fibra alimentar entre adolescentes da rede

municipal de ensino do distrito sul de Natal-RN. In: XIX Congresso de

Iniciação Científica da UFRN, 2008, Natal. Anais do CIC 2008. Natal:

Estúdio Lua4 Computação Gráfica, 2008.

2- Poster/Anais: Consumo de verduras e frutas de adolescentes da rede

municipal de ensino do distrito sul de Natal. In: XIX Congresso de

Iniciação Científica da UFRN, 2008, Natal. Anais do CIC 2008. Natal:

Estúdio Lua Computação Gráfica, 2008.

2009

Curso:

1- Capacitação em Metodologias de Avaliação de Consumo Alimentar

Carga horária: 30h. Período de 27-31/07/2009. Coordenadora-adjunta.

Apresentações em Congressos Científicos:

1- Poster/Anais: Consumo alimentar e hipertrigliceridemia em

adolescentes: um estudo piloto. In: 10º Congresso Nacional da SBAN,

2009, São Paulo. Revista Nutrire. São Paulo: SBAN, 2009. v. 34. p. 273-

273. (co-autoria)

2- Poster/Anais: Associação da hipertrigliceridemia com medidas

antropométricas em adolescentes. In: 10º Congresso Nacional da SBAN,

2009, São Paulo. Revista Nutrire. São Paulo: SBAN, 2009. v. 34. p. 352-

352. (co-autoria)

3- Poster/Anais: Quão saudáveis são os alimentos livres de gorduras

trans? In: 10º Congresso Nacional da SBAN, 2009, São Paulo. Revista

Nutrire. São Paulo: SBAN, 2009. v. 34. p. 289-289. (autor principal)

4- Poster/Anais: Consumo alimentar e excesso de peso em adolescentes.

In: XIII Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica,

2009, Salvador. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia.

São Paulo: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2009.

v. 53. p. S612-S612. (co-autoria)

54

2010

1. Poster/Anais: Fatores de risco para aterosclerose em adolescentes: um

estudo piloto.. In: 65º Congresso Brasileiro de Cardiologia, 2010, Belo

Horizonte. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de Janeiro:

Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2010. v. 95. p. 59-59. (co-autoria)

2011

Apresentações em Congressos Científicos:

1- Poster/Anais: Alimentos industrializados e consumo de sódio por

adolescentes. In: 11º Congresso Nacional da SBAN, 2011, Fortaleza.

Anais do 11º Congresso Nacional da SBAN. São Paulo: SBAN, 2011.

(co-autoria)

2- Práticas Alimentares de Escolares da Rede Pública de Ensino de Natal:

Indicadores Positivos da Alimentação Saudável?. In: 11º Congresso

Nacional da SBAN, 2011, Fortaleza. Anais do 11º Congresso Nacional

da SBAN. São Paulo: SBAN, 2011. (autor principal)

2012

Apresentações em Congressos Científicos:

1. Comunicação Oral Curta/Anais: Padrões dietéticos de estilo de vida e de

risco cardiovascular em adolescentes. In: World Nutrition Rio 2012,

2012, Rio de Janeiro. World Nutrition Rio 2012, 2012. (co-autoria)

2. Comunicação Oral Curta/Anais: Consumo alimentar de fibra dietética por

adolescentes da rede municipal de ensino de Natal-RN. In: World

Nutrition Rio 2012, 2012, Rio de Janeiro. World Nutrition Rio 2012, 2012.

(autor principal)

55

Apêndice 5 – Participação em Projetos de Pesquisa

Projetos registrados na Pró-reitoria de Pesquisa da UFRN

Coordenadora

Qualidade da dieta de adolescentes estudantes da rede pública de ensino de

Natal: indicadores positivos de alimentação saudável – período de 1 de Agosto

de 2009 a 31 de Julho de 2011 (PVD3611-2009/2010)

Colaboradora

Estimativa da ingestão de sódio através do consumo de alimentos

industrializados pelos adolescentes de escolas municipais de Natal-RN.

Coordenadora: Liana Galvão Bacurau Pinheiro (PVD3574-2019/2010)

Perfil lipídico e consumo alimentar de adolescentes beneficiários do PNAE –

Natal/RN - um estudo piloto. Coordenadora: Severina Carla Vieira Cunha Lima

(PVD1392-2009/2010)

Prevalência de inadequação da ingestão de nutrientes e fatores associados em

adolescentes da cidade de Natal-RN. Coordenadora: Severina Carla Vieira

Cunha Lima (PVD6902-2011/2013)

Prevalência de desnutrição em idosos institucionalizados. Coordenador: Kenio

Costa de Lima PID7775-2011

Envelhecimento Humano e Saúde – a realidade dos Idosos institucionalizados

da cidade do Natal/RN. Coordenador: Kenio Costa de Lima (PVD8443-

2012/2013)

Perfil antropométrico e de consumo alimentar e dietético de idosos residentes

em instituições de longa permanência no município de natal-RN. Coordenador:

CLELIA DE OLIVEIRA LYRA (PVD10222-2013)

56

ANEXOS

57

ANEXO 1 – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

58

59

ANEXO 2 – Formulários padronizados para coleta de dados

Formulário 1 – Reunião com os pais

60

ANEXO 2 – Formulários padronizados para coleta de dados. Continuação. Formulário 2 – 1ª coleta

61

ANEXO 2 – Formulários padronizados para coleta de dados. Continuação.

Formulário 3 – 1ª e 2ª coleta de dados

Entrevistador Data da coleta de dados N ordem

FATORES DE RISCO PARA DCV ENTRE ADOLESCENTES BENEFICIÁRIOS DO PNAE-NATAL/RN

Dados de Identificação do Recordatório de 24 horas

Nome

1 – Que dia da semana foi ontem?

Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

Sábado Domingo

CAFÉ DA MANHÃ

2 – Ontem você tomou café da manhã? 10 Sim (passe para questão seguinte) Não (passe para questão 5 – Período da Manhã)

3 – A que horas você tomou seu café da manhã?

4 – Onde você tomou seu café da manhã?

Em casa Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola

Na escola: alimentos trazidos de casa

Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

Outro Local. Qual?______________________________________________________________

CAFÉ DA MANHÃ

ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

PERÍODO DA MANHÃ

5 – Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa 10 Sim (passe para questão seguinte)

entre o café da manhã e o almoço? Não (passe para questão 7 – Almoço)

6 – Onde você comeu esses alimentos?

Em casa Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola

Na escola: alimentos trazidos de casa

Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

Outro Local. Qual?______________________________________________________________

PERÍODO DA MANHÃ ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

1 de 3

62

Entrevistador Data da coleta de dados N ordem

ALMOÇO

7 – Ontem você almoçou? 10 Sim (passe para questão seguinte) Não (passe para questão 10 – Período da Tarde)

8 – A que horas você almoçou?

9 – Onde você almoçou?

Em casa

Outro Local. Qual?______________________________________________________________

ALMOÇO ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

PERÍODO DA TARDE

10 – Ontem você comeu ou bebeu alguma 10 Sim (passe para questão seguinte)

coisa entre o almoço e o jantar? Não (passe para questão 12 – Jantar)

11 – Onde você comeu esses alimentos?

Em casa

Outro Local. Qual?______________________________________________________________

PERÍODO DA TARDE ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

2 de 3

Formulário 3 de 7 – 1ª e 2ª Coleta de Dados

63

3 de 3

Entrevistador Data da coleta de dados N ordem

JANTAR

12 – Ontem você jantou? 10 Sim (passe para questão seguinte) Não (passe para questão 15 – Período da Noite)

13 – A que horas você jantou?

14 – Onde você jantou?

Em casa

Outro Local. Qual?______________________________________________________________

JANTAR

ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

PERÍODO DA NOITE

15 – Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa 10 Sim (passe para questão seguinte)

depois do jantar (ou antes de dormir)? Não (passe para questão 17– Hábitos Alimentares)

16 – Onde você comeu esses alimentos?

Em casa

Outro Local. Qual?______________________________________________________________

PERÍODO DA NOITE

ALIMENTO/BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

HÁBITOS ALIMENTARES Assinale as refeições realizadas normalmente (4 vezes por semana ou mais) e o respectivo local:

17 – Café da manhã: 10 Sim Local?_________________________________________

Não

18 – Lanche da manhã/merenda: 10 Sim Local?_________________________________________

Não

19 – Almoço: 10 Sim Local?_________________________________________

Não

20 – Lanche da Tarde/merenda: 10 Sim Local?_________________________________________

Não

21 – Jantar: 10 Sim Local?_________________________________________

Não

22 – Lanche da Noite: 10 Sim Local?_________________________________________

Não

ASSINATURA: