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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA
AS CONTRIBUIÇÕES DO LEM PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE
MATEMÁTICA
ELIMARA DE MEDEIROS LIMA
JAQUELINE DE OLIVEIRA DA SILVA
NATAL/RN
2013
ELIMARA DE MEDEIROS LIMA
JAQUELINE DE OLIVEIRA DA SILVA
AS CONTRIBUIÇÕES DO LEM PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE
MATEMÁTICA
NATAL/RN
2013
Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, subprojeto de Matemática, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientadora: Profa. Dra. Giselle Costa de Sousa.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 032. JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 043. OBJETIVOS................................................................................................................ 05Objetivo geral....................................................................................................................Objetivos específicos.........................................................................................................REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................PERCUSSO METODOLÓGICO....................................................................................CRONOGRAMA.............................................................................................................REFERÊNCIAS...............................................................................................................
1. INTRODUÇÃO
O atual trabalho faz parte de uma das atividades do Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência (PIBID) do subprojeto de Matemática da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), o qual tem como finalidade o uso de jogos e de materiais
manipuláveis como ferramenta metodológica para o ensino de Matemática, assim como
explorar o Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) implementado na escola. Logo,
Apontamos a importância do LEM no contexto escolar, em especial a sua utilização na
construção do saber matemático.
Objetivamos estudar a importância de ensinar a matemática, visando integrar o conhecimento
matemático aprendido com realidades práticas e coerentes, nas quais os alunos sejam capazes de associar o
aprendizado com situações concretas do seu dia-a-dia.
O referido projeto está sendo desenvolvido com alunos da 2ª série do Ensino Médio da
Escola Estadual Nestor Lima (Natal-RN) do turno matutino. Nossos encontros acontecem
uma vez por semana, no turno vespertino, nas segundas-feiras das 13h00min às 14h30min, e
eventualmente fazemos intervenções no horário de aula da professora supervisora Vilka
Lorena.
O projeto iniciou em agosto de 2012. Dentre nossas ações concluídas, destacamos o
fato de que levamos os alunos a visitarem o LEM da Escola Estadual Governador Walfredo
Gurgel (Natal-RN) e o LEM da UFRN. Implementamos um LEM na escola com o auxílio dos
alunos participantes do projeto, fizemos oficinas de tangram, poliedros, origami e jogos.
Para este semestre propomos as seguintes atividades: Utilizar jogos para fixação de
conteúdos matemáticos, preparar os alunos para receber visitas no LEM, bem como, a
confecção e criação de jogos pelos próprios alunos.
O jogo matemático é uma tendência metodológica, ou seja, uma estratégia de ensino,
que tem o intuito de fazer com que a matemática seja redescoberta pelos alunos, se tornando
um agente ativo na construção do próprio conhecimento. A busca por novas metodologias
para o ensino da matemática deve ser constante em função das dificuldades apresentadas
pelos alunos no entendimento dos conteúdos da disciplina. Portanto, a utilização de jogos
educativos torna-se um recurso interessante e prazeroso que viabiliza a aprendizagem.
Considerando as metas a serem atingidas, bem como, levando em consideração a
importância do tema, neste projeto apresentamos com formalidade, a seguir, a justificativa da
proposta, seguindo do detalhamento dos objetivos (geral e específico), referencial teórico
embasador, percurso metodológico, cronograma e referências que abordam sobre o assunto
discutido.
2. JUSTIFICATIVA
De acordo com Lorenzato (2006) no decorrer da história, vários educadores,
destacaram a importância do apoio visual ou visual tátil como facilitador para a
aprendizagem. Relata que, por volta de 1650, Comenius escreveu que o ensino deveria dar-se
do concreto para o abstrato, justificando que o conhecimento começa pelos sentidos e que só
se aprende fazendo. Locke, em 1680, dizia da necessidade da experiência sensível para
alcançar o conhecimento. Aproximadamente cem anos depois, Rosseau recomendou a
experiência direta sobre os objetos, visando à aprendizagem. Pestalozzi e Froebel, por volta
de 1800, também reconheceram que o ensino deveria começar pelo concreto; na mesma
época, Hebart defendeu que a aprendizagem começa pelo campo sensorial. Pelos idos de
1900, Dewey confirmava o que dizia Comenius, evidenciando a importância da experiência
direta como fator básico para a construção do conhecimento, e Poincaré recomendava o uso
de imagens vivas para clarear o ensino matemático. Mais recentemente, Montessori deixou-
nos vários exemplos de materiais didáticos e atividades de ensino que valorizam a
aprendizagem através dos sentidos, especialmente do tátil, enquanto Piaget deixou claro que o
conhecimento se dá pela ação refletida sobre o objeto; Vygotsky, na Rússia, e Bruner, nos
Estados Unidos, concordaram que as experiências reais são o melhor caminho para a criança
construir seu raciocínio.
No Brasil podemos destacar Malba Tahan (1962, p.62), que afirma: “O professor de
Matemática, que dispõe de um bom Laboratório, poderá, com maior facilidade, motivar seus
alunos por meio de experiências e orientá-los mais tarde, com maior segurança, pelo caminho
das pesquisas abstratas”.
Estudos antigos e recentes nos mostram que a manipulação de materiais e o uso de
jogos, quando bem planejada se caracteriza uma indispensável estratégia para o
desenvolvimento de habilidades como observação, análise, levantamento de hipóteses,
reflexão, tomada de decisão, argumentação e organização. Por meio dos jogos os alunos
compreendem melhor e utilizam regras que serão usadas no processo ensino-aprendizagem.
Nestas concepções, os jogos podem ser utilizados para desenvolver o pensamento
lógico-matemático. Para tanto pode se adaptar conforme o nível dos alunos e o objetivo a ser
atingido. Dentre as várias habilidades que compõe o raciocínio lógico, os jogos especialmente
os estratégicos, têm como objetivo o raciocínio dedutivo. Com as habilidades de
concentração, observação e generalização formará o raciocínio indutivo, usado para formular
hipóteses.
Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir os bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.
(BORIN, 1996, p.9)
Torna-se, então, indispensável criar um espaço onde o aluno seja sujeito da
aprendizagem e professores possam planejar suas aulas com atividades não apenas voltada
para o desenvolvimento do conteúdo específico, mas também de habilidades que enriquecerão
a formação geral do aluno. Todo profissional precisa de um ambiente apropriado para bem
desempenhar o seu papel, por isso a necessidade de um Laboratório de Ensino de Matemática
(LEM). Segundo Lorenzato (2009), o LEM nos fornece uma estrutura para que possamos
desenvolver atividades envolvendo jogos,
Facilitando a realização de experimentos e a pratica do ensino aprendizagem da matemática, o LEM deve ser o centro da vida matemática da escola; mais que um deposito de materiais, sala de aula, biblioteca ou museu de matemática, o LEM é o lugar da escola onde os professores estão empenhados em tornar a matemática mais compreensível aos alunos.
(LOREZANTO,2009,p.6)
No LEM o trabalho em grupo torna-se indispensável; pois o trabalho em grupo não
apenas propicia troca de informações, mas cria situações que favorecem o desenvolvimento
da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre os alunos, possibilitando
aprendizagens significativas. A participação do educando em jogos de grupo leva ao
desenvolvimento cognitivo, emocional, moral, social e possibilita o desenvolvimento do
raciocínio lógico.Os jogos em grupo não são indispensáveis para o desenvolvimento da criança, pois elas podem confrontar idéias e tomar decisões em muitas outras situações do dia-a-dia. Mas, se os jogos são atividades tão prazerosas e interessantes, por que não os trazer para dentro da sala e, assim, substituir as antigas atividades em folhas intermináveis que tornavam a aprendizagem um tédio?
(RICCETTI, ano8, p. 25)
Um grande desafio para os educadores matemáticos é ensinar a matemática de forma
mais interessante, mais atrativa, mais atual. É preciso ampliar as estratégias de ensino e
diversificar metodologias para que essa aprendizagem seja mais prazerosa e significativa.
Tendo em vista que a maioria de nossos alunos apresenta aversão a essa disciplina e
acreditando que isso acontece exatamente porque eles não a entendem, já que sua aplicação,
muitas vezes é um tanto abstrata, dificultando dessa forma, sua assimilação e fazendo com
que o processo ensino aprendizagem não seja efetivado integralmente.
Partindo, desse entendimento propusemos a criação e o uso de jogos em sala de aula e
a exploração do espaço de um Laboratório de Ensino de Matemática (LEM), que pode ser
definido como um ambiente adequado para a organização dos jogos e materiais didáticos,
local de reunião para discussão e elaboração de aulas e de atividades usando recursos e
materiais diversos, além de ser um espaço que possa facilitar o trabalho dos professores e
onde os alunos possam vivenciar e assimilar conteúdos matemáticos de maneira concreta.
Porém, o uso de jogos manipuláveis em sala de aula é um dos maiores desafios para
um professor de matemática, visto que quando utilizado pelo professor requer um
conhecimento básico sobre tal, tempo para apresentar e paciência, enquanto que nos alunos,
quando estimulado de forma criativa e lúdica, possibilita a redescoberta do prazer de saber e
entender conceitos matemáticos manipulando materiais concretos, ou seja, jogando e
brincando. Pensando nesse contexto, o presente projeto vinculado ao subprojeto de
Matemática do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, cujo é coordenado
por Giselle Costa de Sousa e supervisionado por Vilka Lorena Silva Oliveira Nogueira,
respalda-se na necessidade e viabilidade de implantação do LEM na escola, pretendendo
fomentar um melhor ensino-aprendizagem de Matemática, uma melhor interpretação de
conteúdos e a produção de jogos por meio de matérias como cartolinas, isopor, papel cartão,
papelão, EVA, entre outros.
Através dessa proposta, o projeto busca reunir os alunos com a escola em atividades
de construção de jogos, para que os tais contribuam para um a melhor compreensão da
disciplina de Matemática, bem como, a fim de ressaltar a importância do LEM no contexto
escolar descrito o início da trajetória da construção do LEM na Escola Estadual Nestor Lima
em 2012, localizada na Av. São José s/n.
Frente às justificativas apresentadas segues os objetivos deste projeto.
3. OBJETIVOS
3.1.Objetivo geral
Apresentar jogos matemáticos como forma alternativa para tornar o ensino da
matemática mais prazeroso, aumentando assim a motivação e o interesse pela disciplina, bem
como, consolidar o LEM implementado na escola.
3.2. Objetivos específicos
• Elaborar um catálogo contendo todos os jogos e materiais manipuláveis contidos no
LEM.
• Desenvolver habilidades de raciocínio, como organização, atenção e concentração para
a resolução de problemas, contribuindo para o desenvolvimento da linguagem,
criatividade e raciocínio dedutivo.
• Promover uma aprendizagem mais significativa, estimulando o cálculo mental, a
dedução de estratégias, a construção de conceitos e o desenvolvimento do raciocínio
lógico.
• Reconhecer os jogos presente no Laboratório de Ensino de Matemática (LEM) da
escola.
• Propor aos alunos a confecção de jogos para serem trabalhados em sala de aula,
despertando o interesse dos estudantes e auxiliando a aprendizagem da matemática.
• Divulgar e propor atividades que tornem o LEM um espaço vivo de conhecimento
matemático.
Considerando os objetivos citados, apresentamos na sequencia o referencial teórico
embasador de nossas ações.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
O principal objetivo do Laboratório de Ensino de Matemática é desenvolver e difundir
atividades para o ensino de Matemática de modo que os alunos aprendam a fazer, fazendo;
usando como apoio a resolução de problemas. O uso de material concreto se constitui num
recurso didático importante na prática pedagógica do professor, pois caberá ao professor
analisar em que momentos sua utilização se faz necessária e em quais deve deixar o concreto
de lado e ater-se apenas ao abstrato e vice-versa, como por exemplo o uso dos blocos lógicos
para fazer o estudo de conjuntos no 7º ano do ensino fundamental II.
Para a construção e manutenção do LEM fez-se necessário a ação conjunta da
coordenadora, supervisora e bolsista do subprojeto ao qual a escola está vinculada, estes se
dispuseram a estudar, pesquisar e construir o material necessário para o trabalho com os
alunos.
Segundo Lorenzato (2006, p. 11), a construção de um LEM não é objetivo para ser
atingido a curto prazo; uma vez construído, ele demanda constante complementação, a qual,
por sua vez, exige que o professor se mantenha atualizado. Esse trabalho de condução do
LEM pode integrar-se a capacitação continuada dos professores. De fato,
O conceito de formação do professor exige um repensar. É muito importante que se entenda que é impossível pensar no professor como já formado. Quando as autoridades pensam melhorar a formação do professor, seria muito importante um pensar novo em direção à educação permanente. Na verdade, a idéia que vem sendo aceita como mais adequada é a formação universitária básica de dois anos, seguida de retornos periódicos à universidade durante toda vida profissional.
(D’AMBRÓSIO, 2004, p. 97)
Assim, o constante aperfeiçoamento dos bolsistas responsável pela tendência na escola
é peça fundamental para criar momentos de reflexões e discussões, interação com os materiais
e com colegas numa atitude de investigação matemática juntamente com o auxilio da
supervisora.
O uso de jogos na escola não é uma novidade, assim como sua importância como
estratégia de ensino. Mas na escola é muitas vezes negligenciado por ser encarado apenas
como um passatempo, um momento de lazer. O jogo é um material de ensino quando
promove à aprendizagem, diante de situações lúdicas o aluno aprende a estrutura lógica e, por
consequência o conteúdo presente.
Hoje já sabemos que, associada à dimensão lúdica, está a dimensão educativa do
jogo. Uma das interfaces mais promissoras dessa associação diz respeito à
consideração dos erros. O jogo reduz a conseqüência dos erros e dos fracassos do
jogador, permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia. No
fundo, o jogo é uma atividade séria que não tem conseqüências frustrantes para
quem joga, no sentido de ver o erro como algo definitivo ou insuperável.
(SMOL e et al, 2008, p. 10)
Em especial nas aulas de matemática, os jogos podem se tornar um grande aliado
permitindo mudar o tradicional uso de exercícios padronizados, possibilitando ainda que o
aluno reforce o conteúdo aprendido e desenvolva habilidades de observação, análise,
levantamento de hipóteses, busca de suposições, reflexão, tomada de decisão, argumentação e
organização desenvolvendo assim o raciocínio lógico.
Conforme Lorenzato (2009), o jogo propicia um ambiente motivador para o
desenvolvimento da aprendizagem, não apenas pelos objetos que o constituem, mas
principalmente pelo desafio que as regras determinadas produzem, possibilitando assim a
construção do pensamento abstrato.
Devemos, porém, selecionar os jogos a serem trabalhados levando em conta as
características dos alunos, tempo disponível, os objetivos que queremos atingir. O trabalho
com jogos demanda um planejamento de ações de como e quando o jogo será proposto, quais
as possíveis explorações e intervenções do professor para que haja aprendizagem e não apenas
brincadeira. Segundo os PCN’s,
Os jogos podem contribuir para um trabalho de formação de atitudes. Enfrentar desafios, lançar-se à busca de soluções, desenvolvimento da crítica, da intuição, da criação de estratégias e da possibilidade de alterá-las quando o resultado não é satisfatório necessárias para aprendizagem da Matemática.
(BRASIL, 1998, p.47)
Tais parâmetros destacam através da utilização de jogos, algumas possibilidades ao
professor, analisando e avaliando os seguintes aspectos:
Compreensão: facilidade para entender o processo do jogo assim como o autocontrole e o respeito a si próprio;Facilidade: possibilidade de construir uma estratégia vencedora;
Possibilidade de descrição: capacidade de comunicar o procedimento seguido e da maneira de atuar;Estratégia utilizada: capacidade de comparar com as previsões ou hipótese.
(BRASIL, 1998, p.47)
Assim, partindo deste pressuposto iremos estimular nos alunos a criação de vários
jogos que envolvam desde conteúdos matemáticos já vistos nas séries anteriores como atual,
desenvolvendo assim jogos para os ensinos fundamental e médio, já que o público alvo é a 2ª
série do ensino médio.
5. PERCURSO METODOLÓGICO
Após o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) iniciou sua
atuação na Escola Estadual Nestor Lima, no segundo semestre do ano de 2012. Para um
primeiro contato inicial, realizamos uma palestra de abertura e convidamos os alunos a
participarem das atividades do projeto que aconteceriam uma vez na semana no contra turno.
Ficamos responsáveis por trabalhar a tendência da educação matemática jogos junto
aos alunos da 1ª série do Ensino Médio do turno matutino.
Nosso segundo encontro aconteceu no dia 22/08/2012, onde aplicamos um
questionário de sondagem para conhecer o interesse dos alunos na disciplina de matemática,
em jogos, se nas aulas de matemática há a utilização de jogos e se eles já conseguiram
aprender algum conteúdo matemático através de jogos. Participaram do questionário 28
alunos. Através dele percebemos que a maioria dos alunos não apresenta grande interesse em
Matemática, achando sempre tudo complicado e difícil. Já de jogos, todos afirmaram gostar,
pois eles rapidamente entendem as regras e participam com entusiasmo de atividades lúdicas.
Questionamos também se nas aulas de matemáticas há utilização de jogos, a maioria deles
informou-nos que não, o que contrastou com a próxima pergunta que foi se eles já haviam
conseguido aprender algum conteúdo matemático através de jogos, onde a maioria deles
informaram que sim. Considerando tais aspectos, torna-se clara a valia da utilização de jogos
para complementar o estudo dessa disciplina.
Nosso segundo encontro aconteceu no dia 29/08/12, onde exibimos o filme
“Quebrando a banca”, com o objetivo de mostrar aos nossos alunos que a matemática está
presente no nosso dia-a-dia e às vezes não a percebemos.
À partir de então passamos a desenvolver atividades que gerassem um produto para
compor e decorar nosso futuro laboratório. Neste sentido, fizemos uma oficina de Tangran,
onde podemos construir o Tangran por meio de dobraduras de papel, explorando conceitos já
estudados pelos alunos nas aulas de matemática, como área de figuras planas, ângulos,
diagonal, semelhança de triângulos, entre outros. Logo após fizemos a construção de algumas
figuras formadas com as peças do Tangran em EVA, onde, mas tarde usamos essas figuras
para decorar o laboratório.
Figura 1 – Oficina de Tangran Figura 2 – Oficina de Tangran
Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal
Seguindo nesse objetivo de gerar produtos para compor nosso laboratório, executamos
uma oficina de poliedros, utilizando palitos de dente e massa de modelar, apresentamos
também a relação de Euler, para que eles calculassem o número de arestas, vértices e faces
dos poliedros construídos.
Também fizemos uma oficina de origami, onde através de dobraduras podemos
relembrar conceitos geométricos, assim como trabalhar com eles a questão da concentração,
estimular a imaginação e desenvolver a destreza manual.
Figura 3 – Oficina de Origami Figura 4 – Oficina de Origami
Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal
Antes de inserirmos um LEM na Escola, levamos nossos alunos a visitarem outros
dois LEM’s, que foi o da UFRN, e o da Escola Estadual Governador Walfredo Gurgel sendo
este último implementado pelo PIBID. Onde eles tiveram a oportunidade de conhecer alguns
materiais concretos, como o Material Dourado, Ábaco, Torre de Hanói, Blocos Lógicos e
alguns jogos lógicos. Tivemos a preocupação de levá-los nesses espaços, para que eles
tomassem conhecimento do que de fato é um LEM e para que eles nos ajudassem com ideias
para a formação do nosso laboratório.
Após finalizarmos a leitura de vários referenciais teóricos como os PCN’s(1998) e
Lorenzato(2009) e termos preparado materiais para a construção do LEM, foi feita a
socialização do projeto com a equipe coordenadora da escola, destacando os objetivos do
mesmo e sua importância como busca de novas metodologias para o ensino da matemática. O
projeto também foi divulgado com a exposição de um pôster afixado no corredor da escola,
contendo a justificativa e objetivo do trabalho a ser desenvolvido, juntamente com o mural de
horário das atividades das tendências na escola durante a semana.
Vale ressaltar que a antiga sala dos professores foi disponibilizada para a
organização do LEM. Assim, esta sala foi equipada com mesas e cadeiras, favorecendo o
trabalho em grupo; armário para a organização dos materiais; materiais didáticos adquiridos:
blocos lógicos, material dourado, Tangran, sólidos geométricos, régua, compasso,
transferidor; materiais confeccionados: Torre de Hanói, Geoplano, jogos para as séries do
ensino fundamental e médio.
No dia 28/11/12 com auxílio de vários alunos que passaram a participar do projeto,
inauguramos a apresentação do novo espaço da escola denominado Laboratório de Ensino de
Matemática, mostrando alguns jogos, como manusear e pequenas oficinas, que eram
ministradas no LEM pelos alunos. Com a inauguração do laboratório encerramos nossas
atividades do ano de 2012.
Figura 4 - Inauguração do LEM Figura 5 - Inauguração do LEM
Fonte: Arquivo Pessoal Fonte: Arquivo Pessoal
No decorrente ano, continuaremos trabalhando com a tendência em educação
matemática jogos, com nossos alunos, eles agora cursam a 2ª série do ensino médio. Nossos
encontros continuarão acontecendo uma vez por semana no turno vespertino nas Segundas-
feiras das 13h00min às 14h30min, e eventualmente faremos intervenções no horário de aula
da professora supervisora. Como já foi citado, o projeto está sendo aplicado na escola
Estadual Nestor Lima que fica situada na Av. São José, S/n – Lagoa Nova, Natal/RN. Ela fica
localizada em um bairro de classe média, rodeada por estabelecimentos comerciais, lojas de
construções, restaurantes, supermercados. Apesar da escola está localizada neste ambiente,
percebemos que a maioria dos estudantes são oriundos de bairros populares de Natal, outros
até de periferias.
O projeto é desenvolvido no LEM implantado no ano de 2012 pelos alunos
participantes do mesmo. Neste período estaremos fixando um catálogo no laboratório para
auxiliar aos professores na utilização dos jogos ali presentes, com sugestões de atividades
para trabalhar com cada um deles e os conteúdos correspondentes.
Iniciamos nossa atuação no dia 04/03/13, onde apresentamos para os presentes um
cronograma(previsão) das atividades a serem desenvolvidas e fizemos um bingo de operações
com o objetivo de treinar a agilizar o calculo mental.
Tivemos também uma aula com o Tangran, com o objetivo de explorar Semelhança,
Congruência, Área e Perímetro de suas peças. Mas já no início da aula os alunos se mostraram
bem desinteressados e dispersos. E essa é uma dificuldade que estamos enfrentando este
semestre, pois semestre passado eles se mostravam sempre interessados e dispostos a qualquer
atividade proposta. Este semestre, pelo fato deles já conhecerem bastantes materiais concretos
eles não têm se interessado tanto pelo que propomos.
Outra dificuldade encontrada este semestre, é o fato de que muitos alunos que
participavam do projeto em 2012 saíram da escola devido à redução do número de vagas para
o segundo ano do Ensino Médio do turno matutino.
Questionamos quais jogos ou matérias manipuláveis os alunos gostariam de aprender
e/ou trabalhar, uma das solicitações deles foi trabalhar com o jogo de xadrez, então fizemos
uma aula para apresentar historicamente o xadrez, explicar as regras deste jogo e jogá-lo.
Temos a proposta de receber outras escolas no LEM do Nestor Lima, para divulgar o
nosso laboratório e ministrarmos algumas oficinas como a de origami, de poliedro, entre
outras.
Futuramente aplicaremos um jogo chamado Tapete de operações, confeccionado por
bolsistas do PIBID, com o objetivo de revisar e treinar equações do 1º e do 2º grau.
Daremos continuidade ao projeto destinando seis encontros no turno vespertino para
a criação de um jogo. Para isto, inicialmente apresentaremos jogos já criados por outros
alunos e por bolsistas do PIBID. Após, escolheremos que conteúdos matemáticos iremos
abordar com este jogo, dando continuidade iremos decidir que tipo de jogo ha de ser criado,
se um jogo de cartas, de tabuleiro, trilha, se o jogo é de treinamento ou de lógica. Definiremos
também o objetivo do jogo, elaboraremos suas regras, definiremos o público alvo. De posse
do material necessário, confeccionaremo-os.
Após a confecção do jogo teremos uma aula destinada a testar o jogo criado,
corrigiremos os eventuais erros para que possamos reproduzir e, após, aplicarmos com todos
os alunos participantes do projeto.
Os jogos matemáticos permitem exercitar uma série de capacidades úteis no
aprendizado da matemática, como as de concentração, organização ou argumentação. Além
disso, elaborar o próprio jogo torna a experiência mais rica e motivadora.
A seguir temos o cronograma previsto para este semestre.
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES (PREVISÃO)
SEMANA DIA ATIVIDADE DESCRIÇÃO
1ª 04/03 Primeiro contato
Conversa sobre as atividades que serão desenvolvidas
Dinâmica: atualização do varal
2ª 11/03 Bingo e dominó de operações Atividades para revisar e treinar operações aritméticas básicas
3ª 18/03Preparação para visita ao LEM do Nestor
Elaborando as atividades para serem ministradas aos visitantes
3ª 21/03 Visita ao LEM do Nestor* Recebendo os alunos do LEM Walfredo Gurgel ou Castro Alves
4ª 25/03 Explorando o TangranAbordando: Semelhança, Congruência, Área e Perímetro das peças do Tangran.
5ª 01/04 Explorando o Tangran Construção de novas figuras
6ª 08/04Preparação para visita ao LEM do Nestor
Elaborando as atividades para serem ministradas aos visitantes
6ª 12/04 Visita ao LEM do Nestor* Recebendo os alunos do LEM Walfredo Gurgel ou Castro Alves
7ª 15/04Jogos Lógicos
Executar os jogos: salto da rã, cubo mosaico, cadeados ciganos, sele o cavalo, jogo da corrente, colmeia, tartaruga e caracol e as tábuas de Pitágoras.
8ª 22/04 Criando um jogo Discussão
9ª 29/04 Criando um jogo Discussão
10ª 06/05 Estudo e mostra dos jogos
Criando um jogo (cont.)Escolha do conteúdo
11ª 13/05 Criando um jogo (cont.)Estudo e mostra dos jogos
Escolha do conteúdo
12ª 20/05 Criando um jogo (cont.) Confecção do jogo
13ª 27/05 Criando um jogo (cont.) Confecção do jogo
14ª 03/06 Criando um jogo (cont.) Testando o jogo criado
15ª 10/06Encontro Final/Confraternização Apresentação dos jogos
desenvolvidos para os demais alunos do projeto e confraternização
Fonte: Arquivo Pessoal
REFERÊNCIAS
BORIN, Júlia. Jogos e Resoluções de Problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. IME – USP: 1996.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. 3°e 4° Ciclos do Ensino Fundamental: Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática da Teoria à Prática. Campinas – SP: Papirus, 2004.
LORENZATO, S. Laboratório de ensino da matemática e materiais manipuláveis. In: LORENZATO, S. (org.). O Laboratório de Ensino da Matemática na formação de professores. São Paulo: Autores Associados, 2006.
LORENZATO, Sérgio. O laboratório de ensino de matemática na formação de professores. – 2. ed. rev. – Campinas, SP: Autores Associados, 2009. (Coleção formação de professores).
RICCETTI, Vanessa Pugliese. Jogos em grupo para educação infantil. Revista Educação Matemática, nº 11, ano 8, s/d.
SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Estela Milani. Jogos de matemática de 6º ao 9º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.
SMOLE, Kátia Cristina Stocco. A matemática na Educação Infantil: a teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
SMOLE, K. S. et al. P. Jogos de matemática de 1º a 3º ano. Porto Alegre: Artmed, 2008.
TAHAN, M. Matemática Divertida e Delirante. São Paulo: Saraiva, 1962.