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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPR
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
DAYSE CHRISTINE LOUREIRO FERRO CAVALLI
Arte e Arquitetura:
Uma reflexão acerca de suas relações - artística e histórica.
Curitiba
2008
Professor PDE: Dayse Christine Loureiro Ferro Cavalli
Área PDE: Artes
NRE: Área Metropolitana Norte
Professor Orientador IES: Prof Dra.Consuelo Schlichta
IES vinculada: UFPR – Universidade Federal do Paraná
Escola de Implementação: C.E. Professor Manoel Borges de Macedo
Público objeto da Intervenção: Ensino Médio
INTRODUÇÃO
“A Arquitetura é um fato de arte, um fenômeno de emoção, fora das questões de construção, além delas. A construção é para sustentar; a arquitetura é para emocionar.”
“Arquitetura consiste em relações, é pura criação do espírito.”
Le Corbusier
Além do processo de criação, natural às atividades artísticas, a
arquitetura apresenta uma forma própria de se expressar. Sua expressão
depende de um sistema baseado em símbolos gráficos e elementos
representativos que traduzem, da maneira mais clara possível, seu conceito ou
idéia arquitetônica. A convenção desenvolvida para a linguagem da arquitetura,
trouxe, além de uma universalização de seus termos, uma forma específica, e
abstrata, de expressar a arquitetura, que está sempre presente em sua
atividade, desde o momento da criação até sua representação final, pronta
para a execução. O sistema de símbolos de arquitetura, conforme conhecemos
hoje teve sua inicial teorização no Renascimento, o qual considerou suas
formas mais importantes de representação: o desenho e o modelo
tridimensional. Ainda que o desenho seja a forma mais habitual de apresentar a
arquitetura, a maquete também garantiu sua importância no âmbito da
representação arquitetônica.
Este Caderno Pedagógico foi elaborado com o objetivo de fazer uma
reflexão artística e histórica acerca das relações entre a Arte e a Arquitetura.
Na Unidade 01 - ARQUITETURA: CONCEITO
Na Unidade 02 - PEQUENA HISTÓRIA DA ARQUITETURA
Na Unidade 03 - FINALIDADE DAS CONSTRUÇÕES
Na Unidade 04 – AS CONSTRUÇÕES E SEUS MATERIAIS
Na Unidade 05 - ARTISTAS / ARQUITETOS
UNIDADE 01
ARQUITETURA: CONCEITO
Orientações para o Professor: nesta unidade vamos trabalhar com os conceitos de Arte e Arquitetura; a leitura e interpretação de um texto do arquiteto Lúcio Costa; e uma atividade de produção artística.
1.1 Conceitos
O que é Arte?
A arte não se fecha em um conceito único e definitivo, envolve
subjetividade e varia de acordo com a cultura, o período histórico ou até
mesmo os indivíduos. Não se trata de um conceito simples e vários artistas e
pensadores já se debruçaram sobre ele. O Novo Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa (Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, segunda edição), em duas
de suas definições da palavra arte assim se expressa: "atividade que supõe a
criação de sensações ou de estados de espírito, de caráter estético,
carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem o
desejo de prolongamento ou renovação"...; "a capacidade criadora do artista de
expressar ou transmitir tais sensações ou sentimentos...". Além da dificuldade
de definição do que seja a arte, o fato é que ela está sempre presente na
história humana, sendo inclusive um dos fatores que diferenciam o homem dos
demais seres vivos. Além disso, a produção artística pode ser de grande ajuda
para o estudo de um período ou de uma cultura particular, por revelar valores
do tempo e espaço em que é produzida. A arte pode se utilizar de vários meios
para sua manifestação. Nas artes visuais os mais conhecidos são a pintura, a
escultura, o desenho, as artes gráficas (gravura, tipografia e demais técnicas
de impressão, inclusive a fotografia) e a arquitetura.
O que é Arquitetura?
A arquitectura (português europeu) ou arquitetura (português brasileiro)
(do grego arché — αρχή — significando "primeiro" ou "principal" e tékton —
τέχνη — significando "construção") refere-se à arte ou a técnica de projetar e
edificar o ambiente habitado pelo ser humano. No entanto, normalmente a
arquitetura associa-se diretamente ao problema da organização do homem no
espaço (e principalmente no espaço urbano).
“A origem etimológica da palavra arquitetura, entre os gregos, decorre da necessidade de distinguir algumas obras providas de significado existencial maior do que outras, que apresentavam soluções meramente
técnicas e pragmáticas. Assim, precedendo ao termo tektonicos (carpinteiro, fabricante,ação de construir, construção), acrescentou-se o radical arché (origem, começo, princípio, autoridade)”. (MACEDO, 2001)
Aprendemos com a etimologia que “arquitetura” designe as construções
(tectônicos) que contém arché, ou seja, os vestígios da história e dos princípios
que deram origem a uma comunidade.
Atividade
Leia e interprete o texto de Lúcio Costa, intitulado “Conceituação”, onde
o autor discute o conceito de Arquitetura. Após a leitura discuta com seus
colegas.
ConceituaçãoA história da arte mostra que a arquitetura sempre foi parte integrante no processo da criação artística como manifestação normal de vida. Ela engloba, portanto, a própria história da arquitetura, constituindo-se, então, por assim dizer, no “álbum de família” da humanidade. É através dela, através das coisas belas que nos ficaram do passado, que podemos refazer, de testemunho em testemunho, os itinerários percorridos nessa apaixonante caminhada, não na busca do tempo perdido, mas ao encontro do tempo que ficou vivo para sempre porque entranhado na arte.O que caracteriza a obra de arte é, precisamente, esta eterna presença na coisa daquela carga de amor e de saber que, um dia, a configurou. Importa, pois, antes de mais nada, a distinção entre essência e origem, porque nesta diferenciação preliminar reside a chave do entendimento do que seja verdadeiramente arte.Se é indubitável que a origem da arte é interessada, pois a sua ocorrência depende sempre de fatores que lhe são alheios – o meio físico e econômico-social, a época, a técnica utilizada, os recursos disponíveis e o programa escolhido ou imposto - , não é menos verdadeiro que na sua essência, naquilo por que se distingue de todas as demais atividades humanas, é manifestação isenta, porquanto nos sucessivos processos de escolha a que afinal se reduz a elaboração da obra, escolha indefinidamente renovada entre duas cores, duas tonalidades, duas formas, dois partidos igualmente apropriados ao fim proposto, nessa escolha última, ela tão só – arte pela arte – intervém e opta.Conquanto manifestação natural de vida e, como tal, parte integrante e significativa da obra conjunta elaborada pelo corpo social a que pertence, esse caráter sui generis da criação artística dificulta a sua abordagem pelas sistematizações filocientíficas, e a torna, por vezes, refratária aos enquadramentos filopartidários. É que, enquanto criação científica é parcela revelada de uma totalidade sempre maior que se furta da delimitação inteligível, não passando portanto o cientista de uma espécie de intermediário credenciado do homem com os demais fenômenos naturais – donde o fundo de humildade, afetada ou
verdadeira, peculiar à sua atitude – a criação artística, ou melhor, o conjunto da obra criada por um determinado artista, se constitui num todo auto-suficiente, e ele – o próprio artista – é legítimo criador desse mundo à parte e pessoal, pois não existia antes, e idêntico não se refará jamais. Daí a vaidade inata, aparente ou velada, inerente à personalidade de todo artista autenticamente criador.Não cabe indagar, com intenções discriminatórias, “para quem o artista trabalha”, porque, a serviço de uma causa ou de alguém, por ideal ou por interesse, ele trabalha sempre apenas, no fundo – quando verdadeiramente artista – para si mesmo, pois se alimenta da própria criação, muito embora anseie pelo estímulo da repercussão e do aplauso como pelo ar que respira.A mais tolhida das artes, a arquitetura é, antes de mais nada, construção; mas construção concebida com o propósito primordial de organizar e ordenar o espaço para determinada finalidade visando a determinada intenção. E nesse processo fundamental de organizar, ordenar e expressar-se ela se revela igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquiteto desde a geminação do projeto até a conclusão efetiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites – máximo e mínimo – determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, cabendo então ao sentimento individual do arquiteto – como artista, portanto – escolher, na escala dos valores contidos entre tais limites extremos, a forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade ultima da obra idealizada.A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitetura da simples construção.Por outro lado a arquitetura depende ainda, necessariamente, da época da sua ocorrência, do meio físico e social a que pertence, da técnica decorrente dos materiais empregados e, finalmente, dos objetivos visados e dos recursos financeiros disponíveis para a realização da obra, ou seja, do programa proposto. Pode-se então definir a arquitetura como construção concebida com o propósito de organizar e ordenar plasticamente o espaço e os volumes decorrentes, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica, de um determinado programa e de uma determinada intenção.Assim, portanto, se, por um lado, arquitetura não é coisa suplementar usada para enriquecer mais ou menos o edifício, não é tampouco a simples satisfação de imposições de ordem técnica e funcional. Fruto de intuição instantânea ou de procura paciente, para que seja verdadeiramente arquitetura é preciso que, além de satisfazer rigorosamente – e só assim – a tais imperativos, uma intenção de outra ordem e mais alta acompanhe pari passu o trabalho de criação em todas as suas fases. Não se trata de sobrepor à precisão de uma obra tecnicamente perfeita a dose julgada conveniente de gosto artístico. Aquela intenção deve estar sempre presente desde o início, selecionando, nos menores detalhes, entre duas e três soluções possíveis e tecnicamente corretas, aquela que não desafine – antes pelo contrário, melhor contribua, com a sua parcela mínima, para a intensidade expressiva da obra total.
Enquanto satisfaz apenas às exigências técnicas e funcionais – não é ainda arquitetura; quando se perde em intenções meramente decorativas – tudo não passa de cenografia; mas quando – popular ou erudita – aquele que a ideou pára e hesita ante a simples escolha de um espaçamento de pilar ou de relação entre altura e a largura de um vão e se detém na procura obstinada da justa medida entre cheios e vazios, na fixação dos volumes e subordinação deles a uma lei e se demora atento ao jogo de materiais e seu valor expressivo – quando tudo isso se vai pouco a pouco somando, obedecendo aos mais severos preceitos técnicos e funcionais, mas também aquela intenção superior que seleciona, coordena e orienta em determinado sentido toda essa massa confusa e contraditória em detalhes, transmitindo assim ao conjunto ritmo, expressão, unidade e clareza – o que confere à obra o seu caráter de permanência, isto sim é arquitetura.Ou, em outros termos, como lembrete:Arquitetura é coisa para ser exposta à intempérie;Arquitetura é coisa para ser concebida como um todo orgânico e
funcional;Arquitetura é coisa para ser pensada, desde o início, estruturalmente;Arquitetura é coisa para ser encarada na medida das idéias e do corpo do homem;Arquitetura é coisa para ser sentida em termos de espaço e volume;Arquitetura é coisa para ser vivida. (COSTA, 2006)
a. De acordo com o pensamento de Lúcio Costa qual a diferença entre
arquitetura e cenografia?
b. Destaque dois argumentos do autor que justifique a Arquitetura.
c. Explique a citação “a origem da arte é interessada”.
Você Sabia?
Lúcio Costa - Arquiteto brasileiro (1902-1998). Precursor da arquitetura
moderna no Brasil, é responsável pela criação do plano piloto de Brasília. Filho
de brasileiros, nasceu em Toulon, na França, onde o pai trabalhava como
engenheiro naval. Estudou na Inglaterra e na Suíça antes de voltar com a
família para o Brasil, em 1916. Formou-se em pintura e arquitetura na Escola
Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, em 1924. Aos 26 anos, entrou em
contato, na Europa, com o arquiteto suíço Le Corbusier, com quem desenvolve
grande afinidade. Sob sua orientação e com a colaboração de uma equipe de
arquitetos, projeta o primeiro prédio moderno do Rio de Janeiro, a sede do
Ministério da Educação e Saúde, em 1936.
Na década de 30 contribui para a renovação do conceito e do desenho
arquitetônico do país, ao dirigir a Escola Nacional de Belas-Artes e modificar
radicalmente o ensino da instituição. Vence o concurso para criar o plano piloto
de Brasília em 1957. Escreve várias obras teóricas, entre elas Razões da Nova
Arquitetura (1930), O Arquiteto e a Sociedade Contemporânea (1952) e A Crise
da Arte Contemporânea (1959).
Figura 01 - Ministério da Educação e Saúde (atual Palácio Capanema), Rio de Janeiro.
Lúcio Costa e equipe, 1936-42. Foto Nelson Kon
Atividade Artística
Somos rodeados por construções e nem sequer percebemos o quanto.
Selecione em revistas três modelos de construções de épocas e lugares
diferentes. Recorte e cole (em uma folha A4). Em seguida imagine quem eram
seus habitantes, como viviam, em que época... Depois desenhe os respectivos
personagens referentes a estas moradias.
Ex:
Figura 02 Figura 03
Ampliando seus conhecimentos
COSTA, Lucio. Arquitetura. 4ª Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006LEMOS, Carlos A. C. O que é Arquitetura. São Paulo : Brasiliense.
UNIDADE 02
PEQUENA HISTÓRIA DA ARQUITETURA
2.1. Pré-história
No início a humanidade vivia em cavernas naturais e, com o tempo
passou a abri-las artificialmente; constroem abrigos compatíveis com suas
necessidades dessa forma surgem as primeiras aldeias e cidades. Num outro
momento, o homem do paleolítico passou a construir dolmens, menires,
cromlechs e navetes.
• Dólmens – monumento megalítico que se constituía por uma pedra na
horizontal pousada sobre uma ou mais pedras na vertical.
Figura 04
Menir – grande pedra fixada verticalmente no solo, que pode se tratar de
um monumento religioso, segundo alguns historiadores.
Figura 05
• Cromlech – várias pedras na vertical postas lado a lado, geralmente em
círculo, e sobrepostas com pedras na horizontal abertas na
extremidade. Provavelmente, era usado como túmulo.
• Navete – túmulo construído em pedra, fechado em forma de nave
2.2. Arquitetura das primeiras civilizações
O desenvolvimento das primeiras civilizações da Antiguidade nos deixou
uma produção cultural riquíssima. Destacamos algumas destas civilizações.
2.2.1. Mesopotâmicos
Construíram com recursos simples as primeiras edificações
monumentais projetadas com um propósito artístico - os Zigurates. Que eram
construções em forma de pirâmide com diversos andares.
2.2.2. Egípcia
A arquitetura apresenta proporções grandiosas, é composta de dois tipos de
monumentos: os funerários e os religiosos. Dos monumentos funerários, faziam
parte as pirâmides, as mastabas e os hipogeus. Dos religiosos, faziam parte o
templo, o obelisco, a esfinge.
• Pirâmides – obras arquitetônicas que serviam ao Faraó, as mais
importantes foram as de Quéops, Quéfren e Miquerinos, localizadas na
planície de Gizé. A primeira Pirâmide foi a de Djoser, em Saqqara –
inicialmente construída como uma grande mastaba, e acabou por ser
uma pirâmide de seis degraus. O desenho da pirâmide foi
tradicionalmente atribuído a Imuthes (Imhotep em egípcio), descrito
como o “inventor da arte de construir em pedra talhada” – considerado o
primeiro arquiteto da história.
•
Figura 06
• Mastaba – túmulos em forma de retângulo com teto achatado e paredes
verticais (de tijolo) ou ligeiramente inclinadas (de pedras), utilizadas
pelos nobres..
• Hipogeus – túmulos subterrâneos, usados pelo povo.
• Templos - destinados aos deuses; esquematicamente os templos são
constituídos por uma pequena câmara retangular - onde se guardavam a
barca sagrada e os objetos do culto -, precedida por uma sala com
colunas, um grande pátio e salas. Os mais famosos templos são o de
Luxor, Karnac e Abu Simbel.
Figura 07
• Esfinge – escultura com cabeça humana e corpo de leão, que significava
a união da inteligência com a força.
• Obelisco – enorme monumento feito em uma única pedra pontiaguda.
Ampliando seus conhecimentos
Se você quiser saber mais sobre as obras egípcias visite o site:
www.egyptianmuseum.gov.eg
2.2.3. Civilização Grega – dois conceitos dominam a arquitetura grega:
o de medida e o de proporção. Três ordens clássicas sustentaram a arquitetura
grega, distinguindo-se essencialmente pela forma do capitel e pelo friso do
entablamento. Observe:
ordem dórica ordem jônica ordem coríntia
Dórica: mais antiga e austera, estruturada de caneluras ou estrias.
Jônica: mais decorativa, caracterizada pelo capitel e a base da coluna.
Coríntia: caracterizada pelo rico capitel decorado com folhas de acanto.
As construções que se destacam são:
• Teatros: que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que
compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra
ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os
espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído,
no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas
ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a
acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua
acústica perfeita.
• Ginásios: edifícios destinados à cultura física.
• Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais
variados assuntos, entre eles; filosofia.
• Templos: dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas.
Os gregos criaram faixas decorativas nos frisos dos templos e nas
cerâmicas. Essas criações serviram de inspiração para as faixas decorativas
que usamos até hoje. Ex. azulejos, papéis de parede, pisos, etc..
ATIVIDADE
Orientações para o Professor: nesta atividade vamos trabalhar
com os conceitos de simetria, correspondência entre as partes em relação ao
eixo central, e assimetria, quando não há correspondência entre as diversas
partes.
Simetria/Assimetria
O Partenon é uma construção simétrica, isto é, apresenta equilíbrio,
ordem, correspondência entre as partes. Vamos observar a sua fachada:
Eixo Central
Recorte de revistas ou jornais, e cole numa folha A4, figuras de cinco
fachadas de diferentes construções e analise se são simétricas ou
assimétricas.
ATIVIDADE
Orientações para o Professor: nesta atividade vamos trabalhar com faixas decorativas ou frisas. E com os conceitos de orgânico e geométrico.
Frisas / Faixas Decorativas
Frisas ou faixas decorativas são ornamentações compreendidas entre
linhas paralelas, na qual se repete o motivo. Pesquise faixas decorativas,
observando os temas utilizados. Em seguida, crie duas faixas decorativas: uma
com motivos orgânicos e outra com motivos geométricos. Observe estes
modelos de frisas para revestimento.
2.2.4. Civilização Romana
Roma assimila múltiplos elementos dos povos que conquista,
principalmente dos gregos e etruscos (arcos), e incorpora em sua cultura. Os
princípios de utilidade, racionalidade e ordem presidem a todas as construções
romanas. Na arquitetura romana pode-se perceber o forte desejo de domínio e
conquista, além da intenção de movimento expressa nas formas circulares. Isto
foi possível porque os romanos substituíram os blocos de pedra pelo
conglomerado de cimento, obtido de pequenos fragmentos de pedra calcária e
ladrilhos triturados e misturados com uma argamassa de cal e areia (pozolana).
A arquitetura foi o ponto mais alto da arte romana, com suas construções
de templos, basílicas, termas, aquedutos, circo teatro, anfiteatro e monumentos
decorativos.
• Templos - Os templos romanos são obras de arquitetura criados durante
o império romano a.C. e d.C., e são considerados originários do
paganismo da religião da Roma Antiga.
• Termas – era o nome usado pelos romanos para designar os locais
destinados aos banhos públicos.
• Aqueduto – canal artificial, subterrâneo ou a céu aberto, que conduz
água de um lugar para outro. A cidade de Roma, no século I era
abastecida por nove aquedutos que tinham no total, uma extensão de
435 km.
Figura 08
• Monumentos Decorativos
- Coluna de Trajano – é uma construção que se equipar com um prédio
de dez andares. Foi construída no ano 113 em homenagem ao
Imperador Trajano. A superfície exterior é de mármore, onde foi
esculpida uma espécie de pergaminho com 180 metros de comprimento
com mais de 2500 figuras humanas representando as lutas do
Imperador e do exército romano na Dácia (Romênia).
- Arco do Triunfo – O Arco de Tito possuí uma arcada única e foi
construído em 82 d.C.; o Arco de Constantino possuí três partes, com
dois arcos menores ladeando um arco extenso. Os Arcos são decorados
com relevos narrativos.
• Existem certas semelhanças entre os circos, teatros e anfiteatros da
Roma Antiga. Todos eles se construíam com os mesmos materiais:
pedras e argamassa romana, e tinham a finalidade de atender ao ócio e
diversão dos cidadãos por meio de espetáculos. Cada um deles tinha
suas funções e formas diferentes: O Circo romano era usado para
corridas de cavalos e quadrigas. O anfiteatro era usado para as lutas
entre gladiadores. O teatro romano para as encenações de peças
gregas e romanas.
Figura 09
Você sabia?
O arquiteto Marco Vitruvio Polion foi o teórico máximo da arte romana,
escreveu o “Tratado De Architectura” (séc. I a.C.) que é fonte de constante
inspiração para os arquitetos de todos os tempos.
2.3. Arquitetura Medieval
O período medieval vai aproximadamente de 500 até 1500 d. C. e a
arquitetura apresenta um enfoque religioso.
2.3.1. Arte Bizantina
A arquitetura tinha como característica o uso do arco romano e do arco
ogival; temáticas abordando a fauna e a flora e utilizava-se do mármore em
excesso.
2.3.2. Arte Românica
Na arquitetura buscou-se a construção de igrejas mais amplas e altas –
“fortalezas de Deus” -, dando ênfase apenas à construção propriamente dita.
As características mais significativas da arquitetura românica são a utilização
da abóbada, dos pilares maciços que a sustentam e das paredes espessas
com aberturas estreitas usadas como janelas.
2.3.3. Arte Gótica
A arquitetura gótica sugere leveza e espiritualidade. Surgiram a enormes
janelas tripartidas, vitrais e imensas rosáceas, que vieram substituir o cheio e
o compacto do estilo anterior. Destacaram-se também as abóbadas de
nervuras, arcos ogivais e os arcobotantes (elemento de sustentação em forma
de meio arco). Enfatizam a verticalidade do conjunto, que sugere uma
ambiciosa tentativa de tocar o céu.
Figura 10 Figura 11
Você sabia?
Figura 12
ATIVIDADE
Rosáceas são ornatos cujas formas assemelham-se à da rosa. Em uma
folha de papel A4, desenhe duas circunferências e construa rosáceas, a seguir
pinte e decore a seu gosto.
2.4. Renascimento
Vitral – são elementos arquitectónicos constituídos por pedaços de vidro, geralmente coloridos, combinados para formar desenhos.
Rosáceas – são elementos arquitetônicos ornamentais. Trata-se de uma abertura circular onde um desenho geométrico de bandas de pedra (traceria) é preenchido com vidro colorido, vitral. As cores são fortes, acentuando o realismo da representação pela combinação de
Esse movimento artístico representou uma verdadeira revolução no
mundo das artes. O aspecto das obras era monumental, majestoso e buscava-
se a harmonia e o equilíbrio das formas, utilizando a natureza como inspiração
e passando a valorização do homem.
A arquitetura tornou-se o interesse maior nesse período, resultando em
moradias mais confortáveis em comparação com as fortalezas medievais.
Mediante este interesse surgiu o arquiteto profissional, o qual, mais que um
construtor, assumiu a função de um artista, que passou a buscar o perfeito
estilo clássico. A arquitetura tinha como característica: o uso do frontão
triangular; uso de arcos, abóbadas e cúpula; uso das ordens arquitetônicas
gregas e uso da linha horizontal.
2.5. Civilizações Pré-colombianas
Antes da chegada dos europeus ao continente americano este já era
ocupado por algumas civilizações bastante adiantadas, como as dos Incas,
Astecas e Maias.
2.5.1. Incas
As ruínas de sua capital Machu Pichu, construída a 2000 metros de altitude,
atestam, hoje, o grande desenvolvimento urbano e arquitetônico por eles
atingido.
2.5.2. Astecas e Maias
Civilização mais desenvolvida que a dos Incas. Exímios urbanistas e arquitetos
sendo chamados “os egípcios do Novo Mundo”. A pirâmide é o elemento
predominante em sua arquitetura.
Pirâmide do Castelo – Chichen Itza
Figura 13
2.6. Barroco
Estilo artístico exuberante, impetuoso, cheio de vida. Os arquitetos
barrocos deixam de lado a simplicidade e a racionalidade do renascimento e
investem na grandiosidade das igrejas e dos palácios e nos efeitos decorativos.
Nessa época firmou-se a idéia de que o espaço em torno da obra arquitetônica
era importante para a beleza da construção – projeto da praça das igrejas
como a da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Também neste período criaram-
se projetos paisagísticos de grandes jardins de palácios como o de Versalhes,
na França.
2.6.1. Barroco no Brasil
A arte no Brasil colonial nasceu sobre a influência do Barroco e seguiu
as características do Barroco português, porém aos poucos tomou
características próprias, sobretudo quando passou a utilizar a pedra-sabão.
Você sabia?
Roberto Burle Marx (1909 - 1994) artista plástico brasileiro, de renome
internacional exercendo a profissão de arquiteto-paisagista. Morou grande
parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde estão localizados seus principais
trabalhos, embora sua obra possa ser encontrada ao redor de todo o mundo.
Foi um dos maiores paisagistas do nosso século, distinguido e premiado
internacionalmente. Artista de múltiplas artes foi também, desenhista, pintor,
tapeceiro, ceramista, escultor, pesquisador, cantor e criador de jóias,
sensibilidades que conferiram características específicas a toda a sua obra.
2.7. Rococó
Estilo que teve origem na França, onde também é chamado de Luís XV
e Luís XVI. Caracteriza-se pelo uso abundante de formas curvas e pela
profusão de elementos decorativos tais como conchas, flores e laços. Possui
leveza, caráter intimista, elegância, alegria, bizarro, frivolidade e exuberante.
2.8. Arquitetura no séc. XIX
Durante a maioria do séc. XIX o estilo revival da arte grega dominou a
arquitetura.
2.8.1. Neoclassicismo
A volta aos modelos clássicos é evidente. O Partenon e o Panteão foram os
modelos mais imitados. A renovação do clássico estava apoiada em três bases:
razão, ciência e técnica. A arquitetura ficou marcada por traços de ostentação.
Os principais arquitetos foram: Cagnola, construtor do Arco da Paz; Chalgrin,
construtor do Arco do Triunfo, na França e Villanueva, construtor do Museu do
Prado, em Barcelona.
2.8.1.1. Neoclássico no Brasil
Com a vinda de D. João VI para o Brasil há um interesse em elevar o
nível cultural do novo reino. Em 1816 chega a Missão Artística Francesa, sob
sua influência a arquitetura brasileira sofre grandes transformações seguindo
os velhos moldes clássicos. Entre as principais construções do período está o
Palácio Imperial (Petrópolis), a Academia de Belas Artes e a Casa da Moeda
(Rio de Janeiro), o Teatro Amazonas (Manaus) e o Teatro da Paz (Belém).
Teatro Amazonas (Manaus)
Figura 14
2.8.2. Romantismo
A emoção predominou sobre a razão fazendo surgir o individualismo. A
arquitetura é denominada neogótica. Surgem edifícios ecléticos. Os principais
arquitetos foram: Viollet-le-Duc, Barry e Pugin.
2.8.3. Realismo
Quando a revolução Industrial pôs a disposição novos materiais, tais
como escoras de ferro fundido, os arquitetos inicialmente as disfarçaram de
colunas. Somente em estruturas puramente utilitárias, como pontes suspensas,
estações de estradas de ferro e fábricas, o ferro fundido foi usado sem
ornamento. Gradualmente, porém, cresceu a consciência de que novos
materiais e métodos de engenharia demandavam um novo estilo.
O Palácio de Cristal construído por Joseph Paxton, para a I Feira
Mundial em Londres demonstrou as possibilidades estéticas de uma estrutura
de ferro fundido. A Torre Eiffel, com 7.300 toneladas de ferro e aço conectadas
por 2,5 milhões de rebites, foi construída como principal atração para a
Exposição em 1889 em Paris e tornou-se um símbolo audaz da moderna era
industrial.
Os principais arquitetos foram: Wilkinson, Labrouste, Joseph Paxton e
Eiffel.
2.8.4. Art Nouveau
Floresceu entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial, foi um estilo
decorativo mundial, era facilmente reconhecido por suas linhas sinuosas e
curvas. Foi usado com máximo de eficiência na arquitetura de Antoni Gaudí.
Você Sabia?
Antoni Gaudí
Arquiteto espanhol (1852-1926). É considerado a personalidade mais
importante do modernismo catalão, ramo do movimento art nouveau, que
pretende a integração entre arte, arquitetura e natureza. Antoni Plàcid Gaudí y
Cornet nasce em Reus, perto de Tarragona, e estuda na Escola de Arquitetura
de Barcelona. De hábitos austeros, mantém-se solteiro e dedica sua vida à
arquitetura, que considera a síntese de todas as artes.
A influência de arquitetos da Idade Média é clara já em suas primeiras
obras, como a Casa Vicens e o Palácio Güell. Também nesses dois exemplos
se notam algumas características constantes na obra de Gaudí: a concepção
do prédio como um todo e a abundância de elementos hispano-arábicos. A
maior parte de seus trabalhos se encontra na cidade de Barcelona ou nos
arredores, como o Parque Güell (1910-1914), feito de fragmentos de ladrilhos,
azulejos e outros materiais que o tornam parecido com um imenso mosaico, e
a Igreja da Sagrada Família, iniciada em 1883 e ainda em construção, que
combina elementos góticos, românticos e modernos. Gaudí morre atropelado
por um bonde.
Casa Milá
Figura 15
ATIVIDADE
Relacione os períodos artísticos da primeira coluna de acordo com as
características apresentadas na segunda.
(1)Renascimento ( ) predomínio da emoção sobre a razão(2) Barroco ( ) conhecido como Estilo Luís XV(3) Rococó ( ) surgiu o arquiteto profissional(4) Neoclássico ( ) uso do ferro fundido nas construções(5) Romantismo ( ) importância para o espaço em torno da obra
arquitetônica(6) Realismo ( ) arquitetura com traços de ostentação.(7) Art Nouveau ( )busca de harmonia e equilíbrio das formas.
( ) estilo decorativo e rebuscada com excessos de elementos decorativos.( ) no Brasil utilizou-se da pedra sabão.
2.9. Arquitetura Moderna (Séc.XX)
A arquitetura moderna passou a ser o estilo dominante no início do
século XX. São várias as tendências modernistas, mas as mais difundidas
buscavam romper com todos os padrões históricos anteriores. A ordem era
priorizar a finalidade da obra e eliminar ao máximo os ornamentos. Pela
primeira vez, residências e construções comerciais passaram a ter destaque
arquitetônico. A prova disso é que, em vez de igrejas, catedrais e palácios, o
principal marco do modernismo são gigantescos prédios de escritórios e
apartamentos: os arranha-céus.
Um dos arquitetos que influenciaram esta época foi o francês Le
Corbusier, que criou trabalhos como a Vila Savoye e a Capela de Notre-Dame
Du Hault (figura abaixo).
Figura 16
2.10. Arquitetura Contemporânea
A tendência mais difundida na arquitetura contemporânea é o pós-
Modernismo, que prega a colisão de estilos anteriores e a adoção de
assimetria e formas geométricas não-lineares (desconstrutivismo). Bons
exemplos desse estilo são a Torre do Banco da China, em Hong Kong, e o
edifício sueco Turning Torso.
UNIDADE 03
FINALIDADE DAS CONSTRUÇÕES
Orientações para o Professor: nesta unidade vamos analisar a finalidade das construções e a relação destas com a identidade cultural de uma época, de um tempo e lugar.
As manifestações artísticas trazem a marca dos artistas que as criaram,
pois refletem visões diferentes do conceito de beleza e na função do objeto
artístico. Rino Levi sobre a questão escreveu:
A Arte é uma só. Ela se manifesta de várias maneiras, quer pela pintura, pela escultura, pela música ou pela literatura, como também pela arquitetura. Tais manifestações constituem fenômenos afins, sem diferenças substanciais na parte que realmente caracteriza a arte como manifestação do espírito.
A Arte é criação do homem, conhecimento científico e histórico, portanto
trabalho e expressão indissociáveis. É o diálogo permanente entre o homem e
o mundo, conforme argumenta Oliveira e Garcez:
A arte tem várias funções na sociedade e na cultura: interpretar o mundo; provocar emoção e reflexão; expressar o pensamento e a visão de mundo do artista; explicar e refletir a história humana; questionar a realidade; representar crenças e homenagear deuses, idéias, pessoas, entre muitas outras.
Segundo MARCONDES a “arquitetura é arte e técnica de concepção e
construção de edifícios, conjugando a finalidade prática a que se destinam com
aspectos estéticos”. Mas afinal qual é a finalidade da Arquitetura?
A arquitetura como atividade humana existe desde que o homem passou
a se abrigar das intempéries. As primeiras construções que temos
conhecimento eram habitações, são cavernas artificiais, cabanas e abrigos
feitos de pedra como os alinhamentos, os dolmens e cromlech, muitos deles
feitos de forma semicircular - a mais destacada é a construção de Stonehege.
StonehengeFigura 17
Nem todas as construções têm a função específica de abrigar. Muitas
delas foram construídas com a função de proteger os moradores contra outros
seres humanos, animais ou mesmo de “males” sobrenaturais (é o caso dos
templos), promover a integração de um grupo, reforçar a identidade social e
indicar status. A arquitetura pode também ajudar a estabelecer a identidade
individual ou de um grupo, separando domínios e determinando distinção entre
o aqui e o ali.
No conjunto de bens culturais produzidos pela humanidade, a arquitetura
constitui um testemunho excepcional na formação da memória histórica dos
povos e, na formação da identidade. Ela é um testemunho sedimentado e
acumulado dos modos de vida do homem, não só daqueles que a conceberam
na origem, mas também dos que ali viveram através dos tempos e lhe
conferiram novos usos e significados. A arquitetura é carregada de sentimentos
de gerações, acontecimentos públicos, tragédias, fatos novos e antigos.
Algumas obras arquitetônicas alcançam o valor de monumentos, seja por seu
valor intrínseco ou por sua situação histórica. Preservá-las e incorporá-las na
vida da cidade, no plano urbanístico, é um desafio para os gestores do
urbanismo nas cidades.
ATIVIDADE
Orientações para o Professor: nesta atividade vamos trabalhar com a leitura de imagens, relacionando-as com seus respectivos lugares e pessoas. Coliseu- Roma; Torre Eiffel – Paris; Taj Mahal – Agra/India; Partenon – Atenas; Palácio do Planalto – Brasília.
Observe as imagens abaixo e responda:
Figura 18 Figura 19 Figura 20
Figura 21 Figura 22
• A arquitetura estabelece uma identidade. Que lugares estão
representados nestas imagens?
• Como você imagina as pessoas destes lugares? Como vivem?
• Qual sua relação com as estas contruções?
• Imagine o seu país, seu estado. Que imagem lhe vem a mente?
• Que imagem arquitetônica retrata a sua cidade? Como você faria esta
representação?
Escolher uma técnica bidimensional para fazer a representação de um
espaço arquitetônico de sua cidade (desenho à lápis, grafite, aquarela,
crayon...).
ATIVIDADE
Leia e Interprete o texto de Gina Pischel sobre a “Arquitetura Pré-
histórica”, e analise de acordo com as questões propostas.
Arquitetura Pré-histórica
Em idade muito incerta, entre o III e II milênios (a.C.), a Europa conhece as primeiras manifestações arquitetônicas, embora ligadas a misteriosas intenções monumentais, preferentemente de caráter sagrado, ao invés de ter finalidades construtivas. São enormes complexos de poderosos blocos de pedras, erguidos verticalmente, podendo chegar, como em La Locmariaquer (na França), aos 25m de altura; ou alinhados ao longo de um trajeto de 3Km, como acontece em Karnac (França); ou dispostos em torno de uma área circular (provavelmente sagrada), de 100 000m² como em Stonehenge, na Inglaterra.São menires (men= pedra; hir= comprida), quando se erguem como agulhas isoladas; são dolmens (dol= mesa; men= pedra) se, sobre grandes pedras verticais, repousa uma terceira; são cromlechs, quando os menires se sucedem em círculo, de modo a circunscreverem uma área fechada. Trata-se de trabalhos ligados a cultos primitivos, talvez naturalísticos, cujas características nos são ignoradas. (PISCHEL, Gina. História Universal da Arte I)
1. O texto trata de arte ou de religião? Explique.
2. Hoje nós construímos obras com as mesmas finalidades dessas
construções pré-históricas? Dê um exemplo.
ATIVIDADE
De acordo com a função determinada, cada edifício tem características
próprias. Procure em revistas e jornais, recorte e cole em uma folha A4, seis
tipos de edifícios e classifique cada esquema arquitetônico de acordo com a
função.
ARTE BARROCA
O estilo barroco desenvolveu-se no Brasil do século XVIII aoéculo XIX.
O barroco brasileiro é claramente associado à religião católica. Duas linhas
diferentes caracterizam o estilo barroco brasileiro. Nas regiões enriquecidas
pelo comércio de açúcar e pela mineração, encontramos igrejas com trabalhos
em relevos feitos em madeira - as talhas - recobertas por finas camadas de
ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de
escultura. Já nas regiões onde não existia nem açúcar nem ouro, as igrejas
apresentam talhas modestas e os trabalhos foram realizados por artistas
menos experientes e famosos do que os que viviam nas regiões mais ricas.
O ponto culminante da integração entre arquitetura, escultura, talha e
pintura aparece em Minas Gerais, sem dúvida a partir dos trabalhos de
Aleijadinho.
Figura 23
Antônio Francisco Lisboa – Aleijadinho
Escultor, entalhador e arquiteto mineiro (1730-1814). Antônio Francisco
Lisboa nasce em Vila Rica, atual Ouro Preto, filho de um mestre-de-obras
português e de uma escrava. Seguindo os passos do pai, também entalhador,
inicia-se na arte ainda criança. Ganha o apelido de "Aleijadinho" por volta dos
40 anos, quando passa a andar com dificuldade em conseqüência da
hanseníase, doença que deforma suas pernas e mãos.
A limitação não o impede de continuar trabalhando na construção de
igrejas, capelas e altares das cidades da região do ouro de Minas Gerais.
Seu projeto para a igreja de São Francisco, em Ouro Preto, por exemplo,
bem como a sua realização, expressam uma obra de arte plena e perfeita.
Desde a portada, com um belíssimo trabalho de medalhões, anjos e fitas
esculpidos em pedra-sabão, o visitante já tem certeza de que está diante de
um artista completo. Além de extraordinário arquiteto e decorador de igrejas foi
também incomparável escultor. Entre 1796 e 1805 executa sua obra-prima: o
conjunto de esculturas Os Passos da Paixão e Os Doze Profetas, da Igreja de
Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo. O Santuário é
constituído por uma igreja em cujo adro estão as esculturas em pedra-sabão de
doze profetas, cada um desses personagens numa posição diferente e executa
gestos que se coordenam. Com isso, ele conseguiu um resultado muito
interessante, pois torna muito forte para o observador a sugestão de que as
figuras de pedra estão se movimentando.
O trabalho, que reúne 66 imagens esculpidas em madeira e 12 feitas de
pedra-sabão, é considerado um dos mais representativos do barroco brasileiro.
Aleijadinho morre em Ouro Preto e permanece esquecido até o início deste
século, quando é reconhecido como o artista mais importante do período
colonial brasileiro.
Figura 24
ATIVIDADE
Orientações para o professor: Observar o que a arquitetura e o urbanismo trazem significados culturais e sociais; Utilizar a linguagem da maquete como registro de pesquisa. Perceber a ocupação real de um espaço, ver o volume. Aplicar os conhecimentos adquiridos. Conteúdo Específico: Arquitetura Barroca.
Construção de “capelinhas”.
Com base nas imagens da Arte Barroca e nos conhecimentos
adquiridos, vamos construir uma “Capelinha” representando o estilo das igrejas
de Minas Gerais. Em grupos de quatro ou cinco alunos, escolher ou desenhar
uma edificação para representar através de maquete, que pode ser feita com
sucata, por exemplo papelão ondulado (caixas de presente, caixas de
sapato...), papel higiênico molhado (muito bom para representar volume, secar
com secador de cabelos).
A maquete é um recurso didático que permite a visualização
tridimensional do relevo, apresentando de forma clara a
noção de espaço. O exercício de construção da maquete
contribui com o desenvolvimento da percepção e
diferenciação de escala horizontal e escala vertical.
Sugestão: colorir as capelinhas com spray dourado para realçar a
características de ostentação do Barroco.
Ampliando seus conhecimentos
Visite em sua cidade ou região, igrejas de diferentes religiões e procure
perceber as diferenças de sua arquitetura. Como são construídas (forma,
técnica, material...), como foi concebido o seu projeto arquitetônico (desenho),
quais necessidades foram privilegiadas.
UNIDADE 04
AS CONSTRUÇÕES E SEUS MATERIAIS
“Utilizamos a pedra, a madeira, o cimento; com eles fazemos casas, palácios; é a
construção. A engenhosidade trabalha. Mas, de repente, você se interessa fortemente, você me
faz bem, sou feliz, digo: é belo. Eis aí a Arquitetura. A arte está aqui.”
Le Corbusier
Desde a pré-história até os dias de hoje o homem utilizou-se de vários
materiais para realizar suas construções.
Primeiramente, como era nômade e vivia em constante mudança,
adequou-se a natureza utilizando como moradia as cavernas; em seguida
acompanhando seu desenvolvimento social necessitou construir ambientes
novos para suas atividades e para sua moradia. Surgiram então as palafitas –
casas, mais estruturadas para proteção dos animais, construídas sobre pilotis
utilizando-se dos galhos, juncos, argila e plantas; e as construções megalíticas
feitas com grandes blocos de pedras.
No Egito usavam grandes blocos de pedras para as construções dos
grandes templos, das mastabas e das pirâmides.
Pirâmides de Gizé
Figura 25
Na Grécia ainda podemos ver a grandiosidade das edificações. Os
arquitetos gregos ergueram majestosos templos e edifícios públicos. Eles
assentavam com perfeição os blocos de mármore ou de pedra calcária sem
usar argamassa e levantavam muitas colunas para sustentar o telhado dos
templos. A fortaleza de Atenas, chamada Acrópole, contém os mais famosos
edifícios gregos: o Partenon, o Propileu e o Erectêion. Os grandes nomes da
arquitetura grega foram Ictínio e Calícrates, responsáveis pela construção do
Partenon.
Os estilos arquitetônicos desenvolvidos na Grécia Antiga diferenciavam-
se pela forma e feitio das colunas e pelo capitel. O estilo jônico caracterizava-
se pela leveza e elegância das colunas; o dórico apresentava colunas de linhas
mais rígidas e capitel liso; o coríntio expressava luxo e abundância com suas
colunas ricamente ornamentadas.
Figura 21
Em Roma desenvolveu-se a técnica do arco e surge o concreto
possibilitando muitas construções como o Coliseu.
Figura 18
A partir do séc. VII aparecem as construções de grandes fortalezas de
madeira e posteriormente de castelos de pedra e com a invenção da abóbada
em ogiva e o arcobotante permitiu-se a construção de catedrais cada vez
maiores. Na Idade Média começam a ser valorizados os arquitetos e na
Renascença destaca-se Brunelleschi.
No séc. XIX surge o uso do aço ligando grandes distâncias através da
construção de pontes.
A partir de então podemos contar com diversos materiais nas
construções humanas: madeira, tijolos, barro, papel, gelo, concreto, aço, fibras
de vidro e produtos cada vez mais diferenciados servem a humanidade para
executar as suas obras.
ATIVIDADE
Orientações para o professor : Observar o que a Arquitetura comunica culturalmente; Utilizar a linguagem da fotografia como registro de pesquisa de campo. Os alunos através da observação de edificações arquitetônicas coletam dados e imagens. A partir deste trabalho farão seleção do trabalho fotográfico e suas impressões na história cultural da cidade. Conteúdo Específico : Arquitetura Regional
Arquitetura regional.
Vivemos numa sociedade extremamente visual. Por isso, os projetos
arquitetônicos comunicam os objetivos, as funções e o status da história e de
seu tempo. Vamos utilizar a pesquisa de campo e observar o que a arquitetura
da cidade comunica culturalmente.Proposta:
• Pesquisar a arquitetura e o modo de vida do lugar;
• Visitar a região (bairro) que será retratado;
• Registrar, com máquina fotográfica (ou desenhos) o que está
sendo visto;
• Revelar as fotos e discutir sobre as pesquisas realizadas;
• Fazer uma exposição com as fotografias utilizadas
Você Sabia?
FOTOGRAFIA
A palavra Fotografia vem do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis]
("estilo", "pincel") ou γραφη grafê, e significa "desenhar com luz".
Por definição, fotografia é, essencialmente, a técnica de criação de
imagens por meio de exposição luminosa, fixando esta em uma superfície
sensível. A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é
atribuída ao francês Nièpce.
Atualmente, a introdução da tecnologia digital tem modificado
drasticamente os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. A
simplificação dos processos de captação, armazenagem, impressão e
reprodução de imagens proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital,
aliada à facilidade de integração com os recursos da informática, como
organização em álbuns, incorporação de imagens em documentos e
distribuição via Internet, têm ampliado e democratizado o uso da imagem
fotográfica nas mais diversas aplicações. A incorporação da câmera fotográfica
aos aparelhos de telefonia móvel têm definitivamente levado a fotografia ao
cotidiano particular do indivíduo.
UNIDADE 05
ARTISTAS / ARQUITETOS
Orientações para o professor : Nesta unidade conheceremos mais sobre os artistas/arquitetos que deixaram importantes contribuições para as artes.
“Na arquitetura estão inscritas as vontades mais puras e
duradouras do coração dos homens”.
Joaquim Cardozo
Primeiramente, a arquitetura se manifesta de dois modos diferentes: a
atividade (a arte, o campo de trabalho do arquiteto) e o resultado físico (o
conjunto construído por um arquiteto, de um povo e da humanidade como um
todo).
Ao arquiteto cabe a função de projetar – organizar e ordenar
plasticamente – o espaço onde vive o homem, um espaço modelado de acordo
com regras próprias “de uma determinada época, de um determinado meio, de
uma determinada técnica, de um determinado programa e de uma determinada
intenção” (COSTA, 2006). Nesse sentido, o arquiteto deve dominar
conhecimentos técnicos e matemáticos, para realizar suas obras. Contudo, a
arquitetura também é passível de ser revelada como algo criativo, uma
característica que está intimamente relacionada com a produção de objetos
artísticos. A Arte, por sua vez, embora predomine, em nível de senso comum, a
visão de que é o campo por excelência da inspiração, da emoção, da
gratuidade, também pressupõe trabalho, ideologia, conhecimento.
Ao longo da história surgiram grandes arquitetos responsáveis por
muitas maravilhas arquitetônicas que vemos, ainda hoje, ao nosso redor.
Vamos conhecer um pouco sobre alguns deles.
Marcos Vitrúvio Polião
Arquiteto e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e deixou como
legado a sua obra em 10 volumes, aos quais deu o nome de De Architectura
(aprox. 40 a.C.) que constitui o único tratado europeu do período grego-romano
que chegou aos nossos dias e serviu de fonte de inspiração a diversos textos
sobre construções, hidráulicas, hidrológicas e arquitetônicas desde a época do
Renascimento.
Os seus padrões de proporções e os seus princípios arquiteturais:
utilitas, venustas e firmitas (utilidade, beleza e solidez), inauguraram a base da
Arquitetura clássica.
Giotto
Pintor e arquiteto italiano (1266/1276-8/1/1337). Giotto di Bondone nasce
em Colle di Vespignano, no Mugello. Ainda menino estuda com o artista
Cimabue. Começa pintando afrescos na capela superior da Basílica de Assis,
entre eles São Francisco Pregando aos Pássaros.
Em 1299 decora com mosaicos a antiga Basílica de São Pedro, no
Vaticano. Navicella, que retrata uma barca com Jesus Cristo e os apóstolos, é
o único mosaico remanescente. Entre 1303 e 1306 pinta cenas do Evangelho
em quase todo o interior da Capela de Arena, em Pádua, a convite de Enrico
Scrovegni.
É um de seus principais trabalhos. Em 1317 faz afrescos para a Igreja
de Santa Croce, em Florença. Em 1334 é nomeado arquiteto da cidade. Projeta
o campanário da Catedral de Santa Maria del Fiore, chamado de Torre de
Giotto. Em sua obra desenvolve diferentes tonalidades para definir o volume
das figuras e usa a variação de intensidade e brilho das cores para sugerir a
textura dos elementos.
Com essas técnicas consegue efeitos tridimensionais, anunciando as
bases do Renascimento. Morre em Florença.
Filippo Brunelleschi
Arquiteto e escultor italiano (1377-15/4/1446). É o primeiro dos grandes
arquitetos da Renascença, opondo-se ao sistema gótico de sua época. Nascido
em Florença, começa como ourives e dedica-se à escultura de peças de
bronze em baixo-relevo, como Sacrifício de Abrahão, feita para o concurso de
portas do batistério de San Giovanni.
Em 1404 participa de debates sobre os problemas de construção da
Igreja de Santa Maria del Fiore, em Florença. Mais tarde trabalha nas obras da
cúpula maior da igreja, terminada somente após sua morte.
É o precursor do uso de pórticos tipo Renascença, com colunas e arcos
coríntios, depois chamados de florentinos, nas obras do Hospital dos
Inocentes, marco do estilo renascentista na arquitetura.
Projeta ainda a sacristia velha de San Lorenzo, a capela Pazzi, da Igreja
de Santa Croce, o Palácio Parte Guelfa e a parte central do Palácio Pitti. Morre
em Florença.
Igreja de Santa Maria del Fiore
Figura 26
Leon Battista Alberti
Um dos mais notáveis representantes de sua arquitetura renascentista
italiano nascido em Gênova, que sistematizou a representação plana de
objetos em três dimensões em um tratado escrito (1452), traduzido para o
italiano (1565) e somente impresso postumamente (1485-1511), em dez
volumes, chamado De re aedificatoria. Filho ilegítimo de um nobre florentino,
formou-se em direito em Bolonha, escrevendo nessa época uma comédia
clássica, Philodoxeus, tomada por seus contemporâneos como uma antiga
peça de teatro romano. Nomeado secretário do papa (1432), seguiu para Roma
e, quando a família Colonna cercou a cidade, refugiou-se em Florença, sob a
proteção de Eugênio IV, quando escreveu, então, seu primeiro famoso tratado
Della pittura (1436). Organizou em Florença (1441) o primeiro concurso de
poesia da península e voltou para Roma (1443), a serviço do novo papa,
Nicolau V, para quem preparou a Descriptio urbis Romae (Descrição da cidade
de Roma), tendo por fim a remodelação urbanística. Dedicou-se em seguida a
sua maior obra, De re aedificatoria (1452), no qual propôs uma estética de
harmonia e proporção, que tivesse como ponto de partida as contribuições e
técnicas já dominadas pelos gregos e romanos. Entre seus trabalhos de
arquitetura propriamente dita, sobressaíram a Igreja de San Francesco em
Rimini (1447) e as igrejas de Sant'Andrea e de San Sebastiano, em Mântua
(1470), entre vários outros projetos. Também escreveu sobre os mais diversos
assuntos como em Della famiglia (1437-1444) e De iciarchia (1470), além de
outros livros sobre religião, sentimentos, virtudes, animais domésticos,
mecânica, filosofia e jurisprudência, além de fábulas, diálogos e poemas.
Também é citado como pioneiro no estudo da câmara escura, na agrimensura
e no planejamento urbano. Morreu em Roma em 25 de abril (1472).
Andrea Palladio
Pseudônimo de Andrea di Pietro della Gondola, (1508 - 1580) foi um
arquiteto e designer palco italiano. Era o mais importante arquiteto da
República de Veneza, em cujo território concebido numerosas casas, igrejas e
palácios, este último principalmente em Vicenza, onde se formou e viveu. Ele
publicou o Tratado de Os quatro livros (1570) através da qual os seus modelos
teve uma profunda influência na arquitectura europeia; imitação do seu estilo
deu origem a um movimento destinado a duração de três séculos, os
palladianesimo, remete para os princípios clássicos-romana.
Walter Gropius
Arquiteto alemão (1883-5/7/1969). Conhecido por dar nova aplicação
funcional à arte e desenvolver novos métodos e materiais destinados à
construção. Nascido em Berlim, estuda em Munique e, em 1910, trabalha como
assistente de Peter Behrens.
No ano seguinte constrói a Fábrica Fagus, em Alfeld-an-der-Leine,
considerada a primeira obra em estilo moderno. Em 1919, já diretor da Escola
de Weimar, funda a Bauhaus, primeira escola de desenho industrial moderno.
Em 1925 muda a escola para Dessau, ocupando um prédio desenhado por ele.
Dirige a Bauhaus até 1928, chefiando uma equipe de professores
composta de artistas consagrados, como o norte-americano Lyonel Feininger, o
suíço Paul Klee e o russo Vassíli Kandinski. Pressionado pelo nazismo,
abandona o país em 1934 e vai para a Inglaterra, onde projeta fábricas e
prédios estatais.
Em 1937 é nomeado professor da Universidade de Havard, nos Estados
Unidos, país no qual se fixa e executa várias obras, algumas em colaboração
com Marcel Breuer, seu antigo aluno. Em 1944 torna-se cidadão norte-
americano. Morre em Boston.
ATIVIDADE
Leia o texto a seguir e responda:
O homem moderno já não utiliza vestimentas históricas, sim roupas modernas e necessita, também um olhar moderno, adequado para ele e para seu tempo e equipado com todos os aparatos atuais de uso cotidiano. (Walter Gropius. Princípios da Produção da Bauhaus. 1926)
1. W. Gropius defende neste texto:
a) a casa funcional e cômoda
b) a casa muito decorada
c) a volta ao campo
2. Que era a Bauhaus?
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Le Corbusier
Arquiteto francês de origem suíça (1887-1965). Charles-Édouard
Jeanneret-Gris nasce em Le Chaux-de-Fonds, estuda artes plásticas e, antes
dos 20 anos, viaja pela Europa, conhecendo os maiores arquitetos da época.
Expõe seu primeiro projeto sobre uma cidade contemporânea de 3 milhões de
habitantes, no Salão de Outono (Paris), 1922.
Em 1933 redige a Carta de Atenas, código de princípios gerais que
prevê a supressão do traçado das cidades baseado em ruas e quadras e
propõe a implantação do zoneamento seletivo, uma divisão de áreas segundo
quatro funções (habitar, trabalhar, circular e recrear).
Em 1936 visita o Brasil. Seu contato com os arquitetos Lúcio Costa e
Oscar Niemeyer influencia o surgimento de uma nova arquitetura no país. Nas
décadas seguintes, dedica-se a trabalhos teóricos e projetos em diversos
países. Morre em Roquebrunne-Cap-Martin, na França.
Villa Savoie
Figura 27
Ludwig Mies van der Rohe
Arquiteto norte-americano de origem alemã (1886 - 1969). Mies van der
Rohe foi, após um período inicial de influência arquitetônica neoclássica, um
dos principais representantes da arquitetura do vidro e do aço. É considerado,
com Walter Gropius, Le Corbusier e Frank Lloyd Wright, um dos arquitetos
mais importantes do século XX. Usou cimento e estruturas de aço em suas
primeiras casas e galpões industriais, mas o seu ideal estético incluía também
o uso de materiais nobres como mármore travertino, ônix ou aço cromado. Sua
primeira obra importante foi o pavilhão alemão para a Exposição Internacional
de Barcelona, de 1929. Seus prédios de apartamentos abriram caminho, do
ponto de vista construtivo e urbanístico, para obras posteriores.
Frank Lloyd Wright - (1867—1959)
Arquiteto americano, considerado um dos mais importantes do século
XX. Foi a figura chave da arquitetura orgânica, um desdobramento da
arquitetura moderna que se contrapunha ao International style europeu.
Trabalhou no início de sua carreira com Louis Sullivan, um dos pioneiros
em arranha-céus da Escola de Chicago. F. L. Wright defendia que o projeto
deve ser individual, de acordo com sua localização e finalidade. Frank
influenciou os rumos da arquitetura moderna suas idéias e obras.
Falling Water
Figura 28
ATIVIDADE
Leia o texto a seguir e responda:
Os arranhas-céus são “uma estratégia mecânica” para “multiplicar as
áreas privilegiadas tantas vezes como seja possível vender e revender a
superfície do terreno primitivo”. (WRIGHT, F.L. Arquitetura Moderna.)
1. Do que fala F.L. Wright neste texto?
a) de especulação
b) de democracia
2. Como este arquiteto entende a qualidade de vida?
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Lina Bo Bardi
Arquiteta brasileira de origem italiana (1914-1992). É responsável por
inovações estéticas importantes na arquitetura nacional, entre elas o desenho
arrojado, o uso de novos revestimentos, como concreto ou tijolo aparentes, e a
exposição de fiações e conexões.
Nasce em Roma e forma-se em arquitetura em 1946. Vem para o Brasil
em seguida, acompanhando o marido, Pietro Maria Bardi, convidado para
dirigir o Museu de Arte de São Paulo (Masp). Entre 1955 e 1959 desenha
móveis e dá aulas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
de São Paulo (USP).
Nos dez anos seguintes encarrega-se do projeto e da construção da
nova sede do Masp, totalmente estruturada em concreto e vidro sobre um vão
livre de 70 metros de altura, o maior do mundo na época. A partir dos anos 70
participa de vários planos de restauração de prédios históricos em Salvador,
além de desenhar o Museu de Arte Moderna da Bahia.
Em 1977 torna-se a pioneira da "arqueologia industrial" no Brasil ao
iniciar a restauração de uma antiga fábrica do início do século em São Paulo,
transformando-a em centro cultural e esportivo - o Sesc Fábrica da Pompéia.
Morre em São Paulo.
Oscar Niemeyer
Arquiteto fluminense (15/12/1907-). Considerado um dos nomes mais
importantes da arquitetura deste século. Nasce na cidade do Rio de Janeiro,
onde conclui o curso de arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes em1934.
Trabalha no escritório de Lúcio Costa de 1937 a 1943. Introduz no Brasil
as técnicas arquitetônicas mais avançadas do século XX, inovando o uso de
materiais e os critérios de utilização do espaço. No decorrer de 60 anos produz
600 projetos, 200 dos quais estão construídos em quatro continentes.
Milita no Partido Comunista Brasileiro e torna-se amigo do líder
comunista Luís Carlos Prestes a partir da década de 40. É militante histórico da
causa comunista e autor, entre outros, do desenho do prédio da sede do
Partido Comunista Francês, de 1966.
Em São Paulo, é um dos responsáveis pelo conjunto de edifícios do
Parque do Ibirapuera (1951). Sua principal obra é o núcleo fundamental de
prédios que abriga o governo federal em Brasília, em que se destacam o
Palácio do Alvorada, residência do presidente, e o Palácio do Planalto, sede do
governo executivo, construídos entre 1956 e 1960.
Em 1961 publica Minha Experiência em Brasília, traduzido para o
italiano, o francês e o russo. Em 1989 projeta o Memorial da América Latina, na
cidade de São Paulo.
Museu de arte Contemporânea – Niemeyer
Figura 29
Figura 30 Figura 31
ATIVIDADE
Projetar significa representar graficamente uma figura do espaço num
plano (folha de papel, quadro-negro, etc.). Existem diversos sistemas de
projeções. A arquitetura utiliza-se dos diversos sistemas para projetar os
espaços. O sistema triédrico ou três vistas nos dá a possibilidade de projetar o
objeto de acordo com a vista frontal, a vista superior ou de topo e a vista lateral
(perfil). Vamos observar o projeto gráfico de uma construção:
A imagem de cima é a planta baixa (vista de topo) e a imagem de baixo
refere-se a projeção onde o arquiteto mostra as fachadas lateral e frontal.
Procure em revistas ou jornais, desenhos de plantas baixas de
construções. Escolha uma imagem para realizar a atividade. A partir da imagem
faça a projeção da construção escolhida, mostrando a vista lateral e a vista
frontal (pode ser feita duas representações separadas).
Ampliando seus conhecimentos
Documentário: Oscar Niemeyer – A Vida é um Sopro
Tempo de duração: 90 minutos
Site Oficial: www.avidaeumsopro.com.br
Sinopse: A história de Oscar Niemeyer, um dos mais influentes
arquitetos brasileiros no século XX. É mostrado como Niemeyer revolucionou a
Arquitetura Moderna com a introdução da linha curva e a exploração de novas
possibilidades de uso do concreto armado, além de seus pensamentos sobre a
vida e o ideal de uma sociedade mais justa.
REFERÊNCIAS DE IMAGENS
Figura 01 - http://www.vitruvius.com.br/entrevista/luciocosta/luciocosta07.jpg Figura 02 - http://www.viagemlegal.com/ilustra.php?ilu=143 Figura 03 - http://www.gpdesenhos.com.br/imagens/disney/cinderela4.jpg Figura 04 - http://www.historiadaarte.com.br/imagens/dolmengerona.jpg Figura 05 - http://www.historiadaarte.com.br/imagens/menirescarnac.jpg Figura 06 -http://www.historiadaarte.com.br/imagens/mastaba.jpg Figura 07 - http://www.historiadaarte.com.br/imagens/templonubia.jpg
Figura 08 - http://www.historiadaarte.com.br/imagens/aqueduto.jpg Figura 09 – http://www.historiadaarte.com.br/imagens/anfiteatro.jpgFigura 10 - http://www.historiadaarte.com.br/imagens/GOTICO1.JPG Figura 11 - http://www.historiadaarte.com.br/imagens/catedralgotica.jpgFigura 12 - http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://bp0.blogger.com/Figura 13 - http://www.meusestudos.com/system/fotos/piramide-do-castelo-arte-asteca-chiquen-itza-yucatan.jpg Figura 14 – http://portal2.manaus.am.gov.br/Members/roberto/teatroamazonasFigura 15 -http://www.gaudidesigner.com/data/article/60.jpg Figura 16 - http://www.vivercidades.org.br/publique222/media/CorbuPostumo_Ronchamp.jpg Figura 17 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/ensino_religioso/Stonehenge.jpg Figura 18 - http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.phpFigura 19 - http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.phpFigura 20 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/historia/2tajmah.jpgFigura 21 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/historia/parteno1.jpgFigura 22 - http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.phpFigura 23 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/ensino_religioso/sjdelrei.jpgFigura 24 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/historia/2aleijad.jpgFigura 25 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/ensino_religioso/piramides.jpg Figura 26 - http://www.artlex.com/ArtLex/kl/images/lantern_brunelleschi_duomo_lg.jpg Figura 27 – http://www.archinnovations.com/images/stories/Projects/VIlla_Savoye/VS_021.jpgFigura 28 - http://www.wright-house.com/frank-lloyd-wright/fallingwater-pictures/fallingwater-1.jpg Figura 29 - http://www.adorocinema.com/filmes/oscar-niemeyer/oscar-niemeyer02.jpg Figura 30- http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens1.php
Figura 31 – http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens1.php
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