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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
CURSO DE AGRONOMIA
Márlus Sandro de Sousa Moreira
DESEMPENHO DE CULTIVARES E NÍVEIS DE ADUBAÇÃO COM
MICRONUTRIENTES NA PRODUÇÃO DE FRUTOS DE TOMATE SALADA
EM BRASIL NOVO, PA
Altamira – Pará – Brasil
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICA
CURSO DE AGRONOMIA
Márlus Sandro de Sousa Moreira
DESEMPENHO DE CULTIVARES E NÍVEIS DE ADUBAÇÃO COM
MICRONUTRIENTES NA PRODUÇÃO DE FRUTOS DE TOMATE SALADA
EM BRASIL NOVO, PA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Engenharia Agronômica da
Universidade Federal do Pará, Campus
Universitário de Altamira, como requisito
obrigatório para a conclusão do curso de
Agronomia.
Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto
Altamira – Pará
Novembro – 2009
iii
Dedico este trabalho aos meus Pais (Teodora e Manoel) pelo
apoio e paciência que tiveram durante toda a minha vida e por estarem
dividindo este sonho comigo.
A minha noiva Carmem por está presente e entender as
dificuldades durante a vida acadêmica.
Aos meus irmãos que sempre confiaram em mim e que foram
importantes para realização deste trabalho.
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus.
A Universidade Federal do Pará pelo o esforço em trazer o curso de Engenharia
Agronômica para o município de Altamira
Ao meu Orientador Prof. Dr. Sebastião Geraldo Augusto, pela orientação, dedicação
ao presente trabalho.
Aos amigos da turma de agronomia 2002, Eli e Emílio.
Ao amigo Marco Baches, da turma de Agronomia 2003, e ao agricultor Luís Antonio
Bahia, por cederem a área para implantação do experimento.
Aos Professores da Faculdade de Engenharia Agronômica da UFPA/Campus
Universitário de Altamira.
A todos aqueles que confiaram em mim.
v
SUMÁRIO
Pág.
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 01
2 – REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 02
2.1 – Características Gerais do Tomateiro.................................................................... 02
2.2 – Clima e Solo Adequados ao Cultivo de Tomateiros............................................ 02
2.3 – Cultivares de Tomateiros....................................................................................... 03
2.3.1 – Grupo Santa Cruz.............................................................................................. 03
2.3.2 – Grupo salada...................................................................................................... 03
2.3.3 – Grupo cereja....................................................................................................... 04
2.3.4 – Grupo italiano.................................................................................................... 04
2.3.5 – Grupo agroindustrial......................................................................................... 04
2.4 – Importância Econômica do Cultivo de Tomateiros............................................. 04
2.5 – Adubação de Tomateiros........................................................................................ 05
3 – MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 07
3.1 – Localização e Caracterização da Área Experimental.......................................... 07
3.2 – Produção das Mudas e Plantio no Campo............................................................ 07
3.3 – Tratos Culturais...................................................................................................... 08
3.4 – Delineamento Experimental e Distribuição dos Tratamentos............................ 09
3.5 – Determinação das Adubações................................................................................ 10
3.6 – Colheita.................................................................................................................... 10
3.7 – Análise Estatística................................................................................................... 11
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 12
4.1 – Produção de Frutos de Tomate.............................................................................. 12
4.2 – Peso Médio dos Frutos de Tomate......................................................................... 14
4.3 – Número de Frutos por Planta................................................................................ 16
5 – CONCLUSÕES........................................................................................................... 19
6 – BIBLIOGRAFIAS CITADAS.................................................................................. 20
ANEXOS............................................................................................................................ 22
vi
LISTA DE QUADROS
Pág.
Quadro 01 – Adubação Mineral de Plantio para tomateiros................................................ 06
LISTA DE TABELAS
Pág.
Tabela 01 – Resultados da análise do solo da área experimental, chácara Esperança,
Brasil Novo, PA, 2008.........................................................................................................
08
Tabela 02 – Tratamentos aplicados e denominação dos fatores estudados......................... 09
Tabela 03 – Análise de variância das médias de produtividade (kg.ha-1
) obtidas em
função dos tratamentos.........................................................................................................
12
Tabela 04 – Análise de variância do desdobramento das médias de produtividade
(kg.ha-1)
do fator Adubação com micronutrientes (M) dentro do fator Cultivar (C) e vice
versa.
13
Tabela 05 – Resultado do teste de Tukey para o desdobramento das médias* de
produtividade (kg.ha-1
) do fator Adubação com micronutrientes (M) dentro do fator
Cultivar (C) e vice versa......................................................................................................
13
Tabela 06 – Análise de variância das médias de peso de fruto de tomate (g.fruto-1
)
obtidas em função dos tratamentos......................................................................................
15
Tabela 07 – Resultado do teste de Tukey para as médias* dos pesos de frutos (g.fruto-1
)
obtidos com os diferentes níveis de adubação com micronutrientes...................................
15
Tabela 08 – Análise de variância do número médio de frutos de tomate por planta obtido
em função dos tratamentos...................................................................................................
16
Tabela 09 – Análise de variância do desdobramento das médias do número de frutos de
tomate por planta do fator Adubação com micronutrientes (M) dentro do fator Cultivar
(V) e vice versa....................................................................................................................
17
Tabela 10 – Resultados do teste de Tukey para o desdobramento das médias* do número
de frutos de tomate por planta do fator níveis de adubação com micronutrientes (M)
dentro do fator Cultivar (V) e vice versa.............................................................................
18
vii
DESEMPENHO DE CULTIVARES E NÍVEIS DE ADUBAÇÃO COM
MICRONUTRIENTES NA PRODUÇÃO DE FRUTOS DE TOMATE
SALADA EM BRASIL NOVO, PA
RESUMO
A cultura do tomateiro ocupa lugar de destaque na horticultura brasileira, seja para o
consumo in natura, seja para a exploração industrial do fruto. Os agricultores dos municípios
da Região Oeste do Território da Transamazônica vêm investindo cada vez mais no cultivo do
tomateiro, com destaque para Medicilândia e Uruará. Os objetivos deste trabalho foram
avaliar o desempenho de três cultivares e de cinco níveis de adubação com micronutrientes
sobre a produtividade de frutos de tomate, peso dos frutos e o número de frutos por planta, em
Brasil Novo, PA. Foram avaliados as cultivares IPA-6, Rio Fuego e Santa Adélia Super, e os
níveis 0, 75, 125, 200 e 250 kg.ha-1
de FTE BR-12, como fonte de micronutrientes. O
experimento foi instalado em fatorial do tipo 3 x 5, no delineamento em blocos ao acaso com
cinco repetições. Os tratamentos consistiram das combinações entre cultivares e os níveis de
adubação. Houve interação dos fatores sobre a produtividade e o número de frutos por planta,
não havendo interação sobre o peso médio dos frutos. Os níveis 0 e 75 kg.ha-1
, além de
proporcionarem os piores resultados, não influenciaram significativamente na produtividade,
no peso médio dos frutos, nem no número de frutos por planta. As maiores produtividades
foram obtidas com 200 e 250 kg.ha-1
. Esses níveis proporcionaram produtividades
estatisticamente iguais dentro de cada variedade, porém diferentes entre variedades. Com a
aplicação de 200 kg.ha-1
a maior produtividade foi obtida com a cultivar Rio Fuego e o pior
desempenho foi o da Santa Adélia. Com a aplicação de 250 kg.ha-1
as produtividades das
cultivares Rio Fuego e IPA 6 foram estatisticamente iguais, porém superiores à da Santa
Adélia. Com relação ao peso médio de frutos, somente os níveis de adubação proporcionaram
efeito significativo, com os maiores pesos obtidos com os níveis de 200 e 250 kg.ha-1
. A
ausência de FTE BR 12 proporcionou o menor peso médio de fruto. Com os níveis de 200 e
250 kg.ha-1
as cultivares Rio Fuego e Santa Adélia Super, onde produziram o maior e menor
número de frutos por planta, respectivamente.
Palavras-chave: Lycopersicon esculentum; Horticultura; Solo; Fertilidade; Amazônia.
1
1 – INTRODUÇÃO
A produção de hortaliças pelos agricultores vem ganhando cada vez mais importância,
devido à diversificação da produção na propriedade, ser complemento alimentar altamente
nutritivo, proporcionar retorno rápido do capital investido e maior rendimento por unidade de
área. Por ser altamente exigente em mão de obra, visto que há maior quantidade de tratos
culturais e estes terem que ser feitos em tempo hábil para o sucesso dos cultivos, a
horticultura se destaca também como geradora de emprego e renda.
O cultivo do tomateiro ocupa lugar de destaque na horticultura brasileira seja para o
consumo in natura ou para a exploração industrial do fruto, ficando, em produção, somente
atrás da batata. Neste contexto os agricultores da Região Oeste do Estado do Pará vêm
investindo cada vez mais no cultivo dessa hortaliça, com destaque para os municípios de
Medicilândia e Uruará.
A alta umidade relativa do ar e a ocorrência de períodos com intensa pluviosidade na
região Amazônica tornam o cultivo do tomateiro uma atividade de alto risco. Devido às
doenças foliares, seu cultivo é preparado para a produção máxima de frutos num único e curto
ciclo. Em outras regiões do país, um único plantio de tomateiros chega a dois ciclos de
colheitas, proporcionando maior produção.
A geração de tecnologias adaptadas às condições edafo-climáticas da região
Amazônica torna-se necessária para que os agricultores ganhem em produção, com maiores
rendimentos por unidade de área, porém, com o uso racional dos insumos. Assim, para
viabilizar o cultivo de uma determinada cultura numa região, é necessário o desenvolvimento
de estudos que levam à indicação das melhores formas de conduzí-lo naquele agrossistema,
tornando-o agronomicamente, economicamente, ambientalmente e socialmente viável.
A opção de realizar este estudo no período de maior precipitação pluviométrica foi em
decorrência da diminuição da oferta de tomates no mercado regional, quando os preços pagos
pelo produto aumentam de forma significativa.
O objetivo deste trabalho foi de avaliar o desempenho de três cultivares de tomate
submetidos a cinco níveis de adubação com micronutrientes sobre a produtividade, o peso
médio dos frutos e o número médio de frutos por planta.
2
2 – REVISÃO DE LITERATURA
2.1 – Características Gerais do Tomateiro
O tomateiro (Solanum lycopersicum L.= Lycopersicon esculentum Mill.) é descrito por
Filgueira (2003) como uma solanácea herbácea, com caule flexível e incapaz de suportar o
peso dos frutos e manter a posição vertical. Embora sendo planta perene, a cultura é anual
sendo da semeadura até a produção de novas sementes, o ciclo varia de quatro a sete meses,
incluindo-se um a três meses de colheita. A floração e a frutificação ocorrem juntamente com
o crescimento vegetativo.
Os frutos são descritos como bagas carnosas e suculentas com aspecto, tamanho e peso
variados, conforme a cultivar. Na maioria das cultivares os frutos são de um vermelho vivo,
quando maduros, resultante da combinação da cor da polpa com a película amarela. São
exceção as cultivares japonesas do grupo “salada”, rosadas, devido à película esbranquiçada.
A coloração vermelha deve-se ao carotenóide licopeno – um agente reconhecido como
anticancerígeno. Esse pigmento também é responsável pela atrativa coloração vermelha que
os produtos agroindustriais de tomate apresentam (FILGUEIRA, 2003).
O sistema radicular é condicionado pelo tipo de cultivo. Na semeadura direta há maior
desenvolvimento no sentido vertical, em detrimento da largura, podendo a raiz principal
ultrapassar dois metros de profundidade. Contrariamente, em cultura transplantada, as raízes
tornam-se ramificadas, ocorre maior desenvolvimento lateral e a profundidade atingida é
menor. Nessa cultura, mais de 60% das raízes localizam-se nos primeiros 10 cm do perfil do
solo, em razão das lesões no transplante, que originam o denso conjunto de raízes laterais,
superficiais. As raízes laterais e adventícias desenvolvem mais que a principal (FILGUEIRA,
2003).
2.2 – Clima e Solo Adequados ao Cultivo do Tomateiro
Segundo Silva et al. (2006), o tomateiro é originário da Costa Oeste da América do
Sul, onde as temperaturas são moderadas (médias de 15 ºC a 19 ºC) e as precipitações
pluviométricas não são muito intensas. Entretanto, floresce e frutifica em condições
climáticas bastante variáveis. A planta pode desenvolver-se em climas do tipo tropical de
3
altitude, subtropical e temperado, permitindo seu cultivo em diversas regiões do mundo.
O clima ideal para seu cultivo é aquele com temperatura amena durante o dia e noites
frias. Regiões com temperatura acima de 30°C não são recomendadas para o cultivo dessa
hortaliça. Acima de 35°C há uma tendência dos frutos maduros tornarem-se amarelos e não
vermelhos (LUZ et al., 2002).
A cultura do tomateiro é altamente exigente quanto à fertilidade do solo, mais
especificamente com relação ao teor de nutrientes, obviamente devido à elevada capacidade
produtiva (FILGUEIRA, 2003). As propriedades químicas, físicas e biológicas dos solos
devem ser consideradas antes da decisão de se efetuar os plantios, devendo-se evitar áreas que
tenham possibilidade de encharcamento, com topografia muito irregular e que apresentem
manchas ou bancos de areia, cascalho ou pedras (SILVA et al., 2006).
2.3 – Cultivares de Tomateiros
De acordo com Silva et al. (2007), as cultivares de tomateiro podem ser classificadas
em função do segmento comercial para os quais foram desenvolvidas. Assim, tem-se tomate
para mesa, também conhecido como mercado in natura, cujos frutos são utilizados
principalmente na forma de salada, e tomate para indústria, cujos frutos são utilizados no
preparo de extratos, sopas etc. As cultivares atualmente plantadas podem ser reunidas em
cinco grupos ou tipos diferenciados, conforme Filgueira (2003).
2.3.1 – Grupo Santa Cruz
A cultivar Santa Cruz originou-se de um cruzamento natural entre as cultivares Rei
Umberto e Chacareiro (Redondo Japonês). A planta é de hábito de crescimento indeterminado
e a haste principal ultrapassa 2,0 m de altura em cultivos tutorados e podados, conduzidos a
campo.
2.3.2 – Grupo salada
Frutos com diâmetro transversal superior ao longitudinal, normalmente com quatro a
seis lóculos e com massa entre 200 a 300 g por fruto (SILVA et al., 2007).
4
2.3.3 – Grupo cereja
Segundo Filgueira 2003 trata-se de um novo grupo de cultivares para mesa, cuja
cultura foi introduzida no início da década de 1990. É caracterizado pelo minúsculo tamanho
dos frutos (15 a 25 g), biloculares, que apresentam coloração vermelho-brilhante, lembrando
uma cereja, e excelente sabor. São utilizados na ornamentação de saladas, sendo considerada
uma iguaria.
2.3.4 – Grupo italiano
De acordo com Silva et al. (2007), os frutos do tipo San Marzano, também conhecidos
como Saladete, cilíndricos com até 10,0 cm de comprimento e, em média, 5,0 cm de
diâmetro, biloculares, massa média de 150 g por fruto.
2.3.5 – Grupo agroindustrial
A agroindústria exige um tipo especial de tomate, obrigatoriamente produzido em
cultura rasteira, sem tratos culturais sofisticados, objetivando baixo custo de obtenção da
matéria-prima. Os frutos devem apresentar certas características: alta resistência ao transporte,
inclusive a granel; coloração vermelha intensa e distribuída uniformemente pelo fruto;
elevado teor de sólidos solúveis e teor adequado de ácido cítrico (FILGUEIRA, 2003).
2.4 – Importância Econômica do Cultivo de Tomateiros
O tomate é o produto olerícola de maior difusão de uso no mundo para consumo
fresco ou processado, juntamente com a batata, a cebola e o alho. Para o tomate industrial, a
produção é realizada com preços previamente acordados em contratos entre produtores e
industriais, enquanto que para o tomate de mesa o mercado é livre, com forte estacionalidade
de preços e quantidades, cujo canal principal de distribuição no Brasil utiliza os entrepostos
normatizados (CAMARGO et al., 2006 citado por CAMARGO & FILHO, 2008).
Segundo Filho et al. (2005), o Brasil ocupa um modesto 8º lugar entre os principais
produtores de tomate, respondendo por 3% do mercado mundial, mas apresentou tendência de
crescimento, evoluindo em média anual, à taxas de 3,08%. Os maiores volumes são colhidos
5
na China, Estados Unidos, Turquia e Índia, respectivamente.
O Brasil é o maior produtor da América Latina (3.347.650 toneladas), sendo os
principais Estados produtores Goiás, São Paulo e Minas Gerais (AGRIANUAL, 2005 citado
por CALIMAN et al., 2005).
De acordo com Camargo & Filho (2008) a produção média de tomate de mesa no
biênio 2005-2008 foi de 2,14 milhões t. ano-1. Na região Sudeste, que contribuiu com 57%,
São Paulo e Minas Gerais foram os maiores produtores com 43% e o Rio de Janeiro
contribuiu com 10%. A região Sul, que produz somente tomate de mesa, participou com 19%:
Paraná (9%), Santa Catarina (6%) e Rio Grande do Sul (4%). O restante da produção
brasileira (24%) distribuiu-se em outros Estados.
2.5 – Adubação de Tomateiros
O tomateiro é considerado, dentre as hortaliças, uma das espécies mais exigentes em
adubação. Portanto, conhecer as exigências nutricionais, os principais sintomas de
deficiências e o modo de corrigi-las é fundamental para o êxito da cultura (SILVA et al.,
2006).
Segundo Silva et al. (2007), o tomateiro adapta-se bem a solo com pH em torno de 5,5
a 6,0, pois, nessa faixa, os efeitos prejudiciais de altas concentrações de alumínio e manganês
são reduzidos e a disponibilidade de fósforo e molibdênio é aumentada. De acordo com esses
autores a absorção de nutrientes pelo tomateiro é baixa até o aparecimento das primeiras
flores. Daí em diante, a absorção aumenta e atinge o máximo na fase de pegamento e
crescimento dos frutos (entre 40 e 70 dias após o plantio), voltando a decrescer durante a
maturação dos frutos.
A quantidade de nutrientes extraída pelo tomateiro é relativamente pequena, mas a
exigência de adubação é muito grande, pois a eficiência de absorção dos nutrientes pela planta
é baixa. Para os fertilizantes fosfatados, por exemplo, a taxa de absorção é de
aproximadamente 10%. O restante fica no solo, na forma de resíduo, podendo ser absorvido
por plantas daninhas, ser transportado pela água ou ser retido por partículas do solo (SILVA
et al., 2006).
Para obtenção de produtividade acima de 60.000 kg.ha-1, Carmo et al. (2007),
recomendam como adubação de plantio de tomateiros a aplicação, nas covas, de 20 t.ha-1 de
esterco de curral ou o equivalente a 1/3 com esterco de aviário, antes do transplantio. Para a
6
adubação de plantio com NPK os autores recomendam basear-se nos resultados da análise do
solo e seguir os valores contidos no Quadro 01. De forma complementar, se a análise de solo
indicar baixos teores de enxofre, de boro e de zinco, esses autores recomendam aplicar, por
hectare, 30,0 kg de S, 3,0 kg de B e 5,0 kg de Zn, junto com a adubação de plantio, não
fazendo referência aos outros elementos nutrientes.
Quadro 01 . Adubação mineral de plantio para tomateiros.
Fósforo1/ Potássio1/
Baixo Médio Alto
g/cova de N-P2O5 – K2O
Baixo 100-400-200 100-400-150 100-400-100
Médio 100-300-200 100-300-150 100-300-100
Alto 100-100-200 100-200-150 100-200-100 1/Teor apresentado na análise de solo.
Para a adubação de cobertura, Carmo et al. (2007) recomendam aplicar 100 a 200
kg.ha-1 de N e 100 kg.ha-1 de K2O, com parcelamento aos 15, 45, 60, 75 e 90 dias após
transplantio, reduzindo gradativamente a adubação com nitrogênio e aumentando
progressivamente a adubação com K2O.
7
3 – MATERIAL E MÉTODOS
3.1 – Localização e Caracterização da Área Experimental
O trabalho foi realizado na Chácara Esperança, localizada à margem direita do km 45
da Rodovia Transamazônica, no município de Brasil Novo, PA. A área experimental possui
relevo ondulado, sendo a vegetação anterior constituída de capoeira, com cinco anos sem uso
agrícola.
Estudo realizado por Silva et al. (2009), com dados metereólogicos da cidade de
Altamira,PA, distante 45 km da área experimental, relativos ao período de 1990 a 2002,
indicam que a precipitação média anual foi de 2.123 mm, caracterizada por um período
chuvoso entre os meses de dezembro a junho, com 74 % das chuvas, sendo março o mês com
maior precipitação pluvial, com média de 379,2 mm. Apenas 14 % das chuvas ocorrem de
julho a novembro, sendo agosto o mês mais seco, com média de 22,5 mm. A temperatura
média diária anual do período foi de 27,3 °C, com média das máximas e das mínimas de 32,4
°C e 22,1 °C, respectivamente. A umidade relativa do ar média mensal foi de 82 %. No mês
de julho acontece o período de maior insolação, com 7,4 horas de brilho solar médio diário.
O experimento foi implantado em um Nitossolo (Terra Roxa Estruturada) que,
segundo Souza & Lobato (2007) são solos minerais, não hidromórficos e apresentam cor
vermelho-escura tendendo à arroxeada. São derivados do intemperismo de rochas básicas e
ultrabásicas, ricas em minerais ferromagnesianos. Na sua maioria, são eutróficos. As
características de fertilidade do solo estudado, que serviram de base para a recomendação das
adubações, estão contidas na Tabela 01.
3.2 – Produção das mudas e plantio no campo
Foram utilizadas bandejas de polipropileno de 98 células. O substrato usado foi
composto de solo peneirado com esterco bovino, na proporção de 3:1. O semeio foi realizado
no dia 05/12/2008 e o plantio definitivo no campo 35 dias após semeio, quando as mudas
atingiram o sexto par de folhas. O espaçamento adotado foi de 0,8 x 0,5 m, equivalente a
25.000 plantas por hectare. As covas foram abertas com dimensões de 20 x 20 x 20 cm.
8
Tabela 01 – Resultados da análise do solo da área experimental, chácara Esperança, Brasil
Novo, PA. 2008.
Atributo analisado Resultado da Análise Índice
P 3mg/dm3 Baixo K 29 mg/dm3 Baixo Ca 4,5mg/dm3 Alto Mg 1,5mg/dm3 Alto Al 0,000 Ausente Zn 6,5 mg/dm3 Baixo Cu 6,0 mg/dm3 Médio Mn 366 mg/dm3 Alto B 0,50 mg/dm3 Médio Fe 72 mg/dm3 Médio
pH em H2O 6,3 Acidez fraca Saturação por bases (V) 76,2% Alto
Soma de Bases (SB) 6,1cmol/dm3 Alto Acidez Potencial (H + Al) 1,9 cmol/dm3 Baixo
CTC efetiva (t) 6,1 cmol Alto Fonte: Fullin - Laboratório de Análise Agronômica LTDA
3.3 – Tratos Culturais
Foram realizadas pulverizações semanais com produtos à base de oxicloreto de cobre
(80 g em 20 litros de água) e de mancozeb (60 g em 20 litros de água), utilizados como
preventivos para o controle da Requeima (Alternaria solani) e Septoriose (Septoria
lycopersici). Aos sete, 14, 21 e 28 dias após plantio (DAP) foi usado oxicloreto de cobre e aos
35, 42, 49, 56, 63 e 70 DAP foi utilizado o produto a base de mancozeb.
Duas pulverizações foram necessárias para o controle da Vaquinha-verde-amarela
(Diabrotica speciosa) aos 14 e 21 DAP e uma pulverização para o controle da Broca pequena
do fruto (Neoleucinodes elegantalis) aos 56 DAP, com produto a base de deltametrhin na
dosagem de 10 mL em20 litros de água.
Para o controle da Broca grande do fruto (Helicoverpa zea) foram realizadas duas
pulverizações com Bacillus thuringiensis (16 g / 20 litros de água), aos 65 e 73 DAP,
diferindo em data devido as instruções do fabricante do produto para evitar a mistura com
fungicidas. Em todas as pulverizações foi utilizado espalhante adesivo, na base de 10 mL em
20 litros de solução.
9
Após 25 DAP, logo após a primeira adubação de cobertura, foi realizada uma
amontoa, estimulando o lançamento de raízes e melhor controle da erosão laminar e lixiviação
de nutrientes aplicados no solo.
O tutoramento adotado foi o vertical e individual, utilizando talos de folha de babaçu
de 1,5 m de comprimento, enterrados 30 a 40 cm de profundidade. Os tomateiros foram
amarrados aos 25 e 40 DAP. A desbrota foi conduzida na lavoura permitindo que a planta
desenvolvesse duas hastes, deixando um broto logo abaixo do primeiro cacho. As podas
foram realizadas manualmente, retirando os brotos laterais, aos 15, 25 e 35 DAP.
3.4 – Delineamento Experimental e Distribuição dos Tratamentos
O ensaio foi constituído de um arranjo fatorial do tipo 3 x 5, em blocos ao acaso, com
cinco repetições. Os fatores pesquisados foram: três cultivares de tomate, IPA 6, Rio Fuego e
Santa Adélia Super, denominadas respectivamente C1, C2 e C3, e cinco níveis de adubação
com micronutrientes M1, M2, M3, M4 e M5 utilizando 0, 75, 125, 200 e 250 kg.ha-1 de FTE
BR-12,que tem como composição química (Zn) Zinco, (B)Boro (CU) cobre (Fe) Ferro (Mn)
Manganês (Mo) Molibdênio e (Co) Cobalto. A combinação desses fatores possibilitou a
determinação de 15 diferentes tratamentos, conforme (Tabela 02).
Tabela 02 – Tratamentos aplicados e denominação dos fatores estudados
Tratamentos Denominação dos fatores
C1M1 IPA 6 sem FTE BR 12 C1M2 IPA 6 + 75 kg.ha-1 de FTE BR 12 C1M3 IPA 6 + 125 kg.ha-1 de FTE BR 12 C1M4 IPA 6 + 200 kg.ha-1 de FTE BR 12 C1M5 IPA 6 + 250 kg.ha-1 de FTE BR 12 C2M1 Rio Fuego sem FTE BR 12 C2M2 Rio Fuego + 75 kg.ha-1 de FTE BR 12 C2M3 Rio Fuego + 125 kg.ha-1 de FTE BR 12 C2M4 Rio Fuego + 200 kg.ha-1 de FTE BR 12 C2M5 Rio Fuego + 250 kg.ha-1 de FTE BR 12 C3M1 Santa Adélia Super sem FTE BR 12 C3M2 Santa Adélia Super + 75 kg.ha-1 de FTE BR 12 C3M3 Santa Adélia Super + 125 kg.ha-1 de FTE BR 12 C3M4 Santa Adélia Super + 200 kg.ha-1 de FTE BR 12 C3M5 Santa Adélia Super + 250 kg.ha-1 de FTE BR 12
10
As parcelas experimentais foram constituídas de três linhas de plantio com 4,0 m de
comprimento, onde foram plantados oito tomateiros por linha, totalizando 24 plantas. As duas
linhas laterais serviram de bordadura, assim como a primeira e a última planta das parcelas
úteis. Desse modo, cada parcela útil ficou constituída de seis plantas, e ficaram separadas
entre si, em cada bloco, por uma faixa de 1,8 m de largura. Cada um dos quatro blocos foi
formado por três linhas de plantio e 15 parcelas experimentais. Nesse arranjo o experimento
foi constituído de 75 parcelas, totalizando 1.800 tomateiros.
3.5 – Determinação das Adubações
Baseado nos resultados da análise do solo (Tabela 01) e recomendações de Carmo et
al. (2007), conforme Quadro 01, foi definida a adubação química de plantio com 100
kg.ha-1de N, 400 kg.ha-1 de P2O5 e 200 kg.ha-1 K2O, para uma produtividade esperada de 60
t.ha-1 de tomates comerciais. Com base nessa recomendação e no espaçamento adotado, que
totaliza 25.000 covas por hectare, foram definidas as seguintes quantidades de adubo
comercial por planta: 10,0 g de uréia, 40,0 g de superfosfato triplo e 14,0 g de cloreto de
potássio, aplicados no fundo das covas oito dias antes do plantio definitivo no campo, sendo
coberto com a camada superior do solo. A adubação de plantio com NPK foi a mesma para
todos os tratamentos. Diferente das recomendações de Carmo et al. (2007), em nenhum
tratamento foi aplicado adubo orgânico.
A adubação de cobertura nesse estudo foi baseada nas recomendações de Carmo et al.
(2007), com 150 kg ha-1 de N e 100 kg ha-1 de K2O. Com base nessas dosagens, as
quantidades de adubo comercial por planta ficaram assim definidas: 14,0 g de uréia e 7,0 g de
cloreto de potássio, parceladas aos 20, 50 e 75 dias após o plantio no campo (DAP).
Assim, com relação às adubações, a diferença entre tratamentos aplicados foi somente
nas quantidades de FTE BR 12, conforme descrito na Tabela 02.
3.6 – Colheita A colheita foi realizada em três etapas, nos dias 26 e 30 de março e 06 de abril de
2009, totalizando 75, 79 e 86 DAP. No ato da colheita em cada parcela útil os frutos foram
11
selecionados e separados em frutos comerciais, com deficiência nutricional e atacados por
pragas e doenças.
A produção foi avaliada pelo peso de frutos comerciais de cada tratamento,
convertidos em kg.ha-1. Foi avaliado também o peso médio por fruto e o número médio de
frutos por planta de cada tratamento.
3.7 – Análise Estatística
A análise estatística dos resultados do experimento foi realizada com base em
Banzatto e Kronka (1992). Foram realizadas as análises de variância nos níveis de 5 e 1 % de
significância para a verificação da existência de diferenças entre os tratamentos. As médias de
produtividade, de peso de frutos e de número de frutos por planta foram submetidas ao teste
de Tukey a 5% de significância. Para a realização das análises estatísticas foi utilizado o
Software “Statistical Analisys System – SAS”, versão 6.12 (1998).
12
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 – Produção de Frutos de Tomate
Com os dados de produtividade de frutos comerciais obtidos com os tratamentos
aplicados (Tabela A-1) foi realizada a análise de variância, cujos resultados (Tabela 03)
indicaram diferença altamente significativa (P < 0,01) entre as cultivares e entre os níveis de
adubação com micronutrientes. Porém, verificou-se também que a interação entre as
cultivares e os níveis de adubação foi altamente significativa (P < 0,01), o que indica existir
uma dependência entre os efeitos dos fatores estudados.
Pelos resultados da Tabela 03 não se pode tirar conclusões somente sobre cultivares
e/ou somente sobre nível de adubação com micronutrientes, uma vez que o teste F para a
interação entre esses fatores foi significativo (P < 0,01). Conclui-se assim que a produtividade
das cultivares dependeu do nível de adubação com micronutrientes e/ou os efeitos desses
níveis de adubação dependeram da cultivar plantada.
Tabela 03 – Análise de variância das médias de produtividade (kg.ha-1) obtidas em função dos tratamentos Fontes de variação G. L. F calculado
Cultivares (C) 2 35,8879** Adubações com micronutrientes (M) 4 71,3502** Interação C x M 8 4,8293** (Tratamentos) (14) Blocos 4 6,0352** Resíduo 56 Coeficiente de variação = 21,08 %
Dado ao efeito significativo da interação entre os dois fatores estudados, foi necessário
proceder ao desdobramento da interação Cultivar (C) x Nível de adubação com
micronutrientes (M) para estudar o comportamento das cultivares dentro de cada nível e dos
níveis de adubação dentro de cada cultivar.
Os resultados da análise de variância do desdobramento (Tabela 04) indicaram que
não houve diferença significativa (P < 0,05) entre as produtividades médias das três cultivares
13
quando se utilizaram os níveis de adubações com micronutrientes M1, M2 e M3 (0, 75 e 125
kg.ha-1 FTE BR 12). Porém, houve diferença altamente significativa (P < 0,01) com a
aplicação dos níveis de micronutrientes M4 e M5 (200 e 205 kg.ha-1 FTE BR 12). Indicaram
ainda que os níveis de adubação proporcionaram efeitos diferenciados (P < 0,01) sobre as
produtividades médias de cada uma das três cultivares avaliadas.
Tabela 04 – Análise de variância do desdobramento das médias de produtividade (kg.ha-1) do fator Adubação com micronutrientes (M) dentro do fator Cultivar (C) e vice versa F. de variação G. L. F calculado
M dentro de C1 4 27,4533** M dentro de C2 4 46,1848** M dentro de C3 4 7,3707** C dentro de M1 2 1,3254 ns C dentro de M2 2 1,9273 ns C dentro de M3 2 1,0723 ns C dentro de M4 2 33,1887** C dentro de M5 2 17,6912**
Uma vez verificada diferença significativa no desdobramento dos fatores estudados,
foi aplicado o teste de Tukey (P≤0,05) para comparação entre as médias de produtividades,
cujos resultados estão na Tabela 05.
Tabela 05 – Resultado do teste de Tukey para o desdobramento das médias* de produtividade (kg.ha-1) do fator Adubação com micronutrientes (M) dentro do fator Cultivar (C) e vice versa. DMS = 13.756,4 Trat. C1 C2 C3
M1 21.603a B 23.739a B 16.047a B M2 21.875a B 28.928a B 19.791a B M3 29.116a B 33.602a B 26.545a AB M4 58.750 b A 75.414a A 35.840 c A M5 54.474a A 65.821a A 37.022 b A *Médias seguidas pelas mesmas letras, em minúsculo nas linhas e em maiúsculo nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.
14
Os resultados da Tabela 05 permitem concluir que as maiores produtividades, com
cada uma das três cultivares, foram obtidas com os níveis de adubação M4 e M5. Ressalta-se
que, dentro de cada cultivar, os níveis M4 e M5 proporcionaram produtividades
estatisticamente iguais. Verifica-se ainda, dentro de cada cultivar, que os níveis M1, M2 e M3
não influenciaram nas produtividades médias obtidas.
Analisando ainda os resultados da Tabela 05, verifica-se que os níveis de adubação
M1, M2 e M3 não influíram nas produtividades de nenhuma das três cultivares. No entanto,
com o nível de adubação M4 a melhor produtividade foi obtida com a cultivar Rio Fuego
(C2), com 75.414 kg.ha-1, seguida da IPA-6 (C1), com 58.750 kg.ha-1. Já com o nível M5 as
produtividades das cultivares C2 e C1 foram estatisticamente iguais, porém superiores à da
Santa Adélia Super (C3).
Observando as produtividades médias alcançadas, verifica-se que somente com a
cultivar C2 e com os níveis de micronutrientes M4 e M5 os valores superaram a expectativa
de ultrapassar a marca de 60.000 kg de tomates por hectare. Um dos fatores que certamente
contribuiu para a diminuição dos níveis de produtividade foi o excedente de chuvas ocorrido
na fase de maturação dos frutos, o que diminuiu a vida útil dos tomateiros, como observado
por Baches (2009), na mesma área e época de plantio.
Naturalmente, no período chuvoso da região estudada, os índices de precipitações são
elevados, como foi caracterizado por Silva et al. (2009). No entanto, como demonstrado por
Baches (2009), principalmente nos meses de abril e maio de 2009, os índices foram
notadamente superiores aos valores esperados.
4.2 – Peso Médio dos Frutos de Tomate
O peso médio dos frutos de tomate e o tamanho são características importantes para o
agricultor, pois facilita a comercialização da produção, possibilita melhores preços do produto
uma vez que, em geral, os consumidores têm preferência por frutos maiores. Além disso, para
tratamentos diferentes com o mesmo número de frutos, aquele que apresentar maior peso
médio de fruto poderá, estatisticamente, significar maior produtividade.
Utilizando os dados da Tabela B-1, foi realizada a análise de variância dos pesos
médios dos frutos comerciais de cada tratamento. Os resultados (Tabela 06) indicaram que
não houve diferença significativa (P < 0,05) entre as cultivares, houve diferença altamente
significativa (P < 0,01) entre os níveis de adubação com micronutrientes e não houve
15
interação entre esses fatores. Esses resultados permitem concluir que os níveis de adubação
com micronutrientes interferiram no peso médio dos frutos de tomate.
Tabela 06 – Análise de variância das médias de peso de fruto de tomate (g.fruto-1) obtidas em função dos tratamentos Fontes de variação G. L. F calculado
Cultivares (C) 2 0,5825 ns Adubações com micronutrientes(M) 4 22,1064 ** Interação C x M 8 1,5005 ns (Tratamentos) (14) Blocos 4 1,5833 ns Resíduo 56 Coeficiente de variação = 6,21 %
Os resultados do teste de Tukey a 5% de significância (Tabela 07) indicaram que os
níveis M4, M5 e M3 de micronutrientes proporcionaram os maiores pesos médios de frutos
com 89,48, 86,39 e 85,34 g.fruto-1, respectivamente, não sendo estatisticamente diferentes
entre si. O nível M1 proporcionou o menor peso médio, com 73,59 g.fruto-1.
Relacionando os resultados da Tabela 07 e 05, pode-se concluir que o peso médio dos
frutos obtidos com os níveis de micronutrientes M4, M5 interferiram significativamente no
aumento de produtividades das cultivares estudadas, especialmente da cultivar C2.
Tabela 07 – Resultado do teste de Tukey para as das médias* dos pesos de frutos (g.fruto-1)
obtidos com os diferentes níveis de adubação com micronutrientes (M). DMS = 5,31 g
Tratamentos Peso médio dos frutos (g.fruto-1)
M4 89,5 a M5 86,4 a M3 85,3 a M2 79,9 b M1 73,6 c
*Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.
16
4.3 – Número de Frutos de Tomate por Planta
Da mesma forma que o peso, o número médio de frutos por planta também pode ser
um dos indicadores para explicar a diferença de produtividade encontrada entre as cultivares
estudadas. Em ensaios com tratamentos diferentes que produzem frutos com mesmo peso
médio, aquele tratamento que produzir maior número médio de frutos por planta poderá,
estatisticamente, proporcionar maior produtividade.
Utilizando os dados da Tabela C-1 foi realizada a análise de variância para o número
médio de frutos comerciais por planta de cada tratamento. Os resultados (Tabela 08)
indicaram que houve diferença altamente significativa (P< 0,01) entre as cultivares e entre os
níveis de adubação com micronutrientes, bem como houve significância na interação entre
esses fatores. Conclui-se assim que o efeito das cultivares dependeu do nível de adubação
com micronutrientes e/ou os efeitos dos níveis de adubação dependeram da cultivar plantada.
Isso indica haver uma dependência entre os efeitos dos fatores estudados.
Tabela 08 – Análise de variância do número médio de frutos de tomate por planta obtido em função dos tratamentos Fontes de variação G. L. F calculado
Cultivares (C) 2 44,7747** Adubações com micronutrientes (M) 4 60,7042** Interação C x M 8 6,035** (Tratamentos) (14) Blocos 4 5,6687** Resíduo 56 Coeficiente de variação = 20,01 %
Dado ao efeito significativo da interação entre os dois fatores estudados, procedeu-se
ao desdobramento da interação cultivar (C) x nível de adubação com micronutrientes (M) para
estudar o comportamento das cultivares dentro de cada nível e dos níveis de adubação dentro
de cada cultivar.
A análise de variância do desdobramento (Tabela 09) indicou que os níveis de
adubação proporcionaram efeitos diferentes (P < 0,01) sobre o número médio de frutos das
três cultivares estudadas. Indicou também que quando se utilizaram os níveis de adubação
M1, M2 e M3 (0, 75 e 125 kg.ha-1 FTE BR 12, respectivamente), não houve diferença
significativa (P < 0,05) entre o número médio de frutos por planta das três cultivares. Porém,
17
houve diferença altamente significativa (P < 0,01) entre as cultivares com o uso dos níveis M4
e M5 (200 e 250 kg.ha-1 FTE BR 12).
Tabela 09 – Análise de variância do desdobramento das médias do número de frutos de tomate por planta do fator Adubação com micronutrientes (M) dentro do fator Cultivar (V) e vice versa F. de variação G. L. F calculado
M dentro de C1 4 20,958** M dentro de C2 4 46,9625** M dentro de C3 4 5,1158** C dentro de M1 2 2,5719 ns C dentro de M2 2 1,4234 ns C dentro de M3 2 1,3409 ns C dentro de M4 2 41,3048** C dentro de M5 2 22,2736**
Foi aplicado o teste de Tukey (P ≤ 0,05) para a comparação entre as médias do número
de frutos produzidos pelos tratamentos aplicados. Com os resultados da Tabela 10 verifica-se
que para as cultivares IPA-6 (C1) e Rio Fuego (C2) os níveis de adubação M4 e M5
proporcionaram maior número de frutos por planta, sendo estatisticamente iguais dentro de
cada variedade. Já para a cultivar Santa Adélia Super (C3) os níveis M3, M4 e M5
proporcionaram maior número de frutos por planta, sendo estatisticamente iguais. O pior
resultado foi verificado com a cultivar Santa Adélia sem a aplicação de FTE BR 12 (nível
M1).
Os resultados do teste de Tukey (Tabela 10) permitem concluir que os níveis de
adubação M1, M2 e M3, além de proporcionarem os piores resultados, não influíram
significativamente no número médio de frutos por planta entre as três cultivares avaliadas. No
entanto, com os níveis M4 e M5 a cultivar Rio Fuego (C2) produziu o maior número de frutos
por planta, atingindo média de 35,8 frutos com o nível M4. Com esses níveis, o pior
desempenho foi o da cultivar Santa Adélia (C3), que atingiu apenas a média de 16,6 frutos por
planta com o nível M5.
Comparando as médias dos dois melhores resultados das três cultivares (C1 = 25, C2 =
34 e C3 = 16 frutos por planta), obtidas com os níveis M4 e M5 (Tabela 10), conclui-se que a
cultivar Rio Fuego (C2) produziu nove (9) frutos por planta a mais que a IPA-6 (C1) e 18 a
18
mais que a Santa Adélia (C3), o que corresponde aos incrementos de 36,0 e 112,5 %,
respectivamente.
Tabela 10 – Resultados do teste de Tukey para o desdobramento das médias* do número de
frutos de tomate por planta do fator níveis de adubação com micronutrientes (M) dentro do
fator Cultivar (V) e vice versa. DMS = 6,2127 e 5,3084
Tratamentos C1 C2 C3
M1 12,0a B 13,2a B 8,4a C M2 11,2a B 13,8a B 10,2a BC M3 14,0a B 16,0a B 12,4a ABC M4 25,0 b A 35,8a A 15,8 c AB M5 25,4 b A 31,2a A 16,6 c A *Médias seguidas pelas mesmas letras, em minúsculo nas linhas e em maiúsculo nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.
19
5 – CONCLUSÕES
Houve interação significativa entre os fatores cultivar e níveis de adubação sobre a
produtividade e sobre o número de frutos comerciais de tomate por planta. Porém, não houve
interação entre os fatores sobre o peso médio dos frutos.
Os níveis zero e 75 kg.ha-1 de FTE BR 12, além de proporcionarem os piores
resultados, não influenciaram significativamente na produtividade, no peso médio de frutos
nem no número de frutos por planta das cultivares avaliadas.
As maiores produtividades foram obtidas com os níveis de 200 e 250 kg.ha-1 de FTE
BR 12. Esses níveis proporcionaram produtividades iguais dentro de cada variedade, porém
diferentes entre variedades.
Com a aplicação de 200 kg.ha-1 de FTE BR 12, a maior e a menor produtividade foram
obtidas com a cultivar Rio Fuego e Santa Adélia Super, com 75,4 e 35,8 t.ha-1 de frutos
comerciais. Já com a aplicação de 250 kg.ha-1 as produtividades das cultivares Rio Fuego e
IPA 6 foram iguais, porém superiores à da Santa Adélia.
Não houve efeito isolado das cultivares nem da interação entre cultivares e níveis de
adubação sobre o peso médio de frutos. Nesse quesito, somente os níveis de adubação
proporcionaram efeito significativo.
Os níveis de 200 e 250 kg.ha-1 de FTE BR 12 proporcionaram os maiores pesos
médios de frutos, não sendo diferentes entre si. A testemunha, sem micronutrientes,
proporcionou o menor peso médio.
Com os níveis de 200 e 250 kg.ha-1 de FTE BR 12 a cultivar Rio Fuego produziu o
maior número de frutos por planta, atingindo a média de 35,8 frutos. Com esses níveis, o pior
desempenho foi o da cultivar Santa Adélia, que atingiu a média de 16,6 frutos por planta.
20
6 - BIBLIOGRAFIAS CITADAS
BACHES, M. A. dos S.; Desempenho de Cultivares e Formas de Adubação de Cobertura na Produtividade de Frutos de Tomate Salada em Brasil Novo, PA. Altamira: UFPA. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia de graduação), Bacharelado em Engenharia Agronômica - Universidade Federal do Pará - Campus Universitário de Altamira, 2009. 36 p. BANZATTO, D.A.; KRONKA, S. do N. Experimentação Agrícola. Jaboticabal: FUNEP, 1992. 247p. CALIMAN, F. R. B.; MATTEDI, A.P.; MOREIRA, G.R.; SILVA, A.J.H. da. Aspectos produtivos e de qualidade de frutos de acessos de tomateiro do BGH/UFV e variedades comerciais. In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 45, Resumos. Fortaleza: ABH. 2005. 12-15p. CD-Room. CAMARGO, F. P.; FILHO, W. P. C.; Produção de tomate de mesa no Brasil, 1990-2006: contribuição da área e da produtividade. In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 48, Resumos. Maringá: ABH. 2008. 1018-1023p. CD-Room. CARMO, C.A.S.; FOMENTINI, E.A.; BALBINO, J.M. de S.; PREZOTTI, L.C.; ANGELETTI, M. da P. Olerícolas. In: PREZOTTI, L.C.; GOMES, J.A.; DADALTO, G.G.; OLIVEIRA, J.A. de (Editores). Manual de recomendação de calagem e adubação para o Estado do Espírito Santo – 5ª aproximação. Vitória: SEEA/INCAPER/CEDAGRO. 167-212p. il. 2007. FILGUEIRA, F.A.R.; Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2ª edição revisada e ampliada. Viçosa, MG: UFV, 2003, 412p. FILHO, F.A.C.R.; REIS, J.N.P.; SOARES, K. E.; CARVALHO, K.F. Situação da produção de tomate no Brasil e no Mundo entre 1994 e 2003. In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 45, Resumos. Fortaleza: ABH. 2005. p 01-04. CD-Room. LUZ, F. J. de F.; SABOYA, R. de C.C.; PEREIRA, P. R. V. da S.; ALVES, A.B. O cultivo do tomate em Roraima. Roraima: CPAFRR, Embrapa Roraima, 2002, 29p. (CPAFRR: Circular Técnica 06). SAS INSTITUTE. Statistical Analitical System user’s guide: statistics. v. 6.12. Cary, NC, 1988 (CD-ROOM). SILVA, C. da S. e; AUGUSTO, S.G.; ANDRADE, A. U. de. Caracterização Agrometeorológica de Altamira, PA. In: Semana de Integração das Ciências Agrárias, 9. Resumo expandido. Altamira: UFPA, 2009. CD-Room. SILVA, D.J.H..; FONTES, P.C.R.; MIZUBUTI, E.S.G; PICANÇO, M.C. Tomate. In: JUNIOR, T.J. de P.; VENZON M. (Coord.) 101 Culturas: Manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte: EPAMIG, 2007, 800 p.
21
SILVA, J. C. .; GIORDANO L. de B.; FURUMOTO, O.; BOITEUX, L da S. et al. Cultivo de Tomate para Industrialização. Embrapa Hortaliças, Sistemas de Produção, 1 - 2ª Edição, Versão Eletrônica. 2006. SOUZA, D. M. G. de; LOBATO, E. Terra Roxa Estruturada / Nitossolo Vermelho, (2007), Agência de Informação Embrapa – Bioma Cerrado.
23
Tabela A-01 – Produtividades de frutos de tomate (kg.ha-1) obtidas por repetição, em cada
tratamento
Tratamentos REP-1 REP-2 REP-3 REP-4 REP-5 Médias
V1M1 19.500 21.875 21.792 22.626 22.225 21.604 V1M2 17.875 20.475 25.031 18.850 27.145 21.875 V1M3 20.969 25.563 30.281 35.625 33.145 29.117 V1M4 37.125 54.775 50.542 75.062 76.250 58.751 V1M5 30.781 64.725 45.833 74.625 56.406 54.474 V2M1 20.031 20.000 26.375 26.042 26.250 23.740 V2M2 21.771 19.656 47.813 30.025 25.375 28.928 V2M3 36.375 33.656 32.625 35.575 29.781 33.602 V2M4 66.250 68.031 80.625 77.792 84.375 75.415 V2M5 47.813 70.025 58.375 66.100 86.792 65.821 V3M1 15.100 16.563 16.875 17.125 14.575 16.048 V3M2 16.000 15.208 20.875 17.250 29.625 19.792 V3M3 22.208 24.750 26.625 26.969 32.175 26.545 V3M4 33.375 41.625 38.917 34.208 31.075 35.840 V3M5 22.125 41.000 46.200 40.725 35.063 37.023
Tabela B-01 – Peso médio dos frutos de tomate (g.fruto-1) obtido por repetição, em cada
tratamento
Tratamentos REP-1 REP-2 REP-3 REP-4 REP-5 Médias
V1M1 70,9 77,8 78,1 64,7 70,6 72,42 V1M2 79,4 80,3 78,5 78,5 79,5 79,24 V1M3 86,0 81,8 88,1 75,0 92,5 84,68 V1M4 92,8 87,6 86,6 101,8 97,1 93,18 V1M5 80,7 88,1 87,3 86,8 81,3 84,84 V2M1 71,2 76,2 81,2 76,2 61,8 73,32 V2M2 85,7 76,7 83,2 87,0 81,9 82,90 V2M3 82,4 78,0 81,6 97,5 86,6 85,22 V2M4 87,7 86,4 85,3 80,5 84,7 84,92 V2M5 81,4 85,9 85,7 86,4 84,0 84,68 V3M1 65,7 73,6 81,0 76,1 78,8 75,04 V3M2 78,0 70,2 85,6 76,7 78,1 77,72 V3M3 83,3 86,8 87,3 93,8 79,4 86,12 V3M4 83,4 96,8 89,8 96,6 85,1 90,34 V3M5 84,3 88,2 89,7 93,6 92,5 89,66
24
Tabela C-01 – Número de frutos de tomate por planta obtido por repetição, em cada
tratamento
Tratamentos REP-1 REP-2 REP-3 REP-4 REP-5 Médias
V1M1 11 11 11 14 13 12 V1M2 9 10 13 10 14 11,2 V1M3 10 13 14 19 14 14 V1M4 16 25 23 30 31 25 V1M5 15 29 21 34 28 25,4 V2M1 11 11 13 14 17 13,2 V2M2 10 10 23 14 12 13,8 V2M3 18 17 16 15 14 16 V2M4 30 32 38 39 40 35,8 V2M5 24 33 27 31 41 31,2 V3M1 9 9 8 9 7 8,4 V3M2 8 9 10 9 15 10,2 V3M3 11 11 12 12 16 12,4 V3M4 16 17 17 14 15 15,8 V3M5 11 19 21 17 15 16,6
25
Tabela D-01 - Precipitação média mensal do período 1990-2002 e precipitação mensal do período de janeiro a junho de 2009, na Estação Climatológica de Altamira, PA.
Meses Precipitação média do período 1990-2002 (mm)1/
Precipitação do período janeiro a junho de 2009 (mm)2/
Diferença
(mm)
Janeiro 315,7 277,6 -38,1
Fevereiro 316,9 305,8 -11,1
Março 379,2 401,0 +21,8
Abril 328,1 560,5 +232,4
Maio 234,5 428,7 +194,2
Junho 107,9 245,5 +137,6
Julho 65,2
Agosto 22,5
Setembro 51,7
Outubro 52,0
Novembro 104,3
Dezembro 145,4
Fontes: 1/Silva (2004); 2/Estação Climatológica de Altamira, PA, INMET, (obtidos no local)