universidade federal de pernambuco …...universidade federal de pernambuco centro acadÊmico de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
KARLA REGINA DA ROCHA FERREIRA COSTA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA
TUBERCULOSE E SUAS RELAÇÕES COM VARIÁVEIS
SOCIOECONÔMICAS NO ESTADO DEPERNAMBUCO.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
NUCLEO DE SAÚDE COLETIVA
BACHARELADO EM SAÚDE COLETIVA
KARLA REGINA DA ROCHA FERREIRA COSTA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE E
SUAS RELAÇÕES COM VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS NO ESTADO DE
PERNAMBUCO.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2018
TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Graduada em Saúde Coletiva. Orientador: Drº. Flávio Renato Barros da Guarda.
Fonte
Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV. Bibliotecária Jaciane Freire Santana, CRB-4/2018
C837a Costa, Karla Regina da Rocha Ferreira.
Análise do comportamento epidemiológico da tuberculose e suas relações com variáveis socioeconômicas no estado de Pernambuco / Karla Regina da Rocha Ferreira Costa. - Vitória de Santo Antão, 2018.
48 folhas.; il. Orientador: Flávio Renato Barros da Guarda. TCC (Graduação em Saúde Coletiva) – Universidade Federal de
Pernambuco, CAV, Bacharelado em Saúde Coletiva, 2018. Inclui referências.
1. Tuberculose. 2. Epidemiologia. 3. Vigilância em Saúde Pública. I.
Guarda, Flávio Renato Barros da (Orientador). II. Título.
614.4 CDD (23.ed ) BIBCAV/UFPE-108/2018
KARLA REGINA DA ROCHA FERREIRA COSTA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE E
SUAS RELAÇÕES COM VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS NO ESTADO DE
PERNAMBUCO.
TCC apresentado ao Curso de Bacharelado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória, como requisito para a obtenção do título de Graduada em Saúde Coletiva.
Aprovado em: 18/07/2018.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Profº. Dr. Flávio Renato Barros da Guarda (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________ Profº. Drª. Rafaela Niels da Silva (Examinadora Externa)
(GEPSEL)
_________________________________________ Profº. Drª. Petra Oliveira Duarte (Examinadora Interna)
Universidade Federal de Pernambuco
“Dedico este trabalho primeiramente a Deus e aos meus Pais e Avós, Eliane e José Carlos, Floriano e Vastir, por serem essenciais na minha vida”.
AGRADECIMENTOS
Inicio os meus agradecimentos, primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo
isso acontecesse, ао longo dеsta etapa em minha vida, pоr tеr mе dado forças pаrа
superar todаs as dificuldades encontradas pelo caminho percorrido até chegarmos
aqui.
Agradeço a Universidade Federal de Pernambuco – CAV, pela oportunidade
de ter me proporcionado o título de graduada no Curso de Bacharelado em Saúde
Coletiva, e aos professores pela dedicação, motivação e pelos conhecimentos
compartilhados, especialmente para Professora Petra Duarte pela paciência e
dedicação.
Ao meu orientador, professor Drº. Flávio Renato Barros da Guarda, pela
paciência que teve para comigo todo esse tempo e por me incentivar na construção
da pesquisa, e pela dedicação, apoio e confiança, principalmente por ter tido
paciência com essa sua orientanda.
Aos meus pais pelo amor, carinho, paciência e por serem a minha motivação,
sou eternamente grata a vocês: Eliane e José Carlos.
Aos meus pais – avós: Floriano Dantas e Vastir Ferreira, por serem meu porto
seguro, minha força, e dedico especialmente esses agradecimentos a meu “PAI
FLORIANO”, mesmo não estando mais presente, expresso a ele toda a minha
gratidão e amor.
A minha família minha eterna gratidão, pois são eles a minha base. Obrigada!
Irmão, primos (a) е tias pеlo apoio.
Expresso aqui todos os meus agradecimentos aos meus amigos, que tive o
prazer de conhecer e que participaram junto comigo durante essa etapa, são
pessoas que hoje fazem parte da minha vida, são presentes que a universidade me
propôs durante esses quatro anos de graduação: Bruna Prado, Edilma Maria, Marília
Barbosa, entre outros. A todos minha eterna gratidão.
Muito obrigada!
.
Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que tenha para não apenas falar de uma utopia, mas participar de práticas com ela coerentes.
(Paulo Freire)
RESUMO
Introdução: A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa, associada à pobreza e
ao nível de desenvolvimento social do país, sendo assim um problema de saúde
pública, caracterizado como dos principais desafios a serem enfrentados pelo
Sistema Único de Saúde. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo analisar o
comportamento epidemiológico da Tuberculose e sua relação com variáveis
socioeconômica no estado de Pernambuco. Metodologia: Trata-se de um estudo
ecológico transversal, baseado em uma metodologia quantitativa, a partir dos
sistemas de informações do Ministério da Saúde no período de janeiro 2006 a
dezembro 2016, tendo como pressuposto a estabilização do crescimento da atenção
básica no ano de 2006 e sua influência sobre as variáveis estudadas. Utilizou-se um
levantamento dos dados referente ao comportamento epidemiológico da tuberculose
e sua relação com variáveis socioeconômicas, onde foram analisadas e construídas
medidas de incidência e prevalência agregadas nas dozes regiões de saúde do
estado de Pernambuco, sendo a pesquisa dividida em três eixos: Dados de
morbimortalidade, Situação Epidemiológica e Socioeconômica da população e o
Acesso da população aos serviços da Atenção Primária à Saúde, numa sequência
de intervalos regulares durante os últimos dez anos. Portanto, foram analisados o
comportamento epidemiológico da tuberculose e suas variáveis, obteve assim, um
crescimento amplamente significativo no número de casos confirmados nas regiões
de saúde por tuberculose, tendo sua relação com as variáveis socioeconômica,
possibilitando assim, a corroboração com a gestão e o monitoramento da vigilância
em saúde, visando melhorar desempenhos dos programas e ações de combate
desenvolvidos pelos serviços de saúde.
Palavras-chaves: Aplicações da epidemiologia. Tuberculose. Vigilância em Saúde
Pública.
ABSTRACT
Introduction: Tuberculosis is an infectious disease, associated with poverty and the
level of social development in the country. It is a public health problem, characterized
as one of the main challenges to be faced by the Unified Health System. objective to
analyze the epidemiological behavior of Tuberculosis and its relationship with
socioeconomic variables in the state of Pernambuco. Methodology: This is an
ecological cross-sectional study, based on a quantitative methodology, based on the
information systems of the Ministry of Health from January 2006 to December 2016,
with the assumption of stabilizing the growth of primary care in 2006 and its influence
on the studied variables. A survey of the data regarding the epidemiological behavior
of tuberculosis and its relation with socioeconomic variables was used, where
aggregate incidence and prevalence measures were analyzed and constructed in the
two health regions of the state of Pernambuco, the research being divided into three
axes: Data Morbidity and Mortality, Epidemiological and Socioeconomic Situation of
the Population and Population Access to Primary Health Care services, following a
regular interval during the last ten years. Therefore, the epidemiological behavior of
tuberculosis and its variables was analyzed, resulting in a significantly significant
increase in the number of confirmed cases in the tuberculosis health regions, and its
relation with the socioeconomic variables, thus enabling corroboration with the
management and the monitoring of health surveillance, aiming to improve the
performance of programs and combat actions developed by the health services.
Keywords: Applications of epidemiology. Tuberculosis. Public Health Surveillance.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Número de Casos confirmados de tuberculose por local de notificação,
segundo Região de Saúde de Pernambuco, no período de 2006 a 2016. 27
Figura 2 – Casos Registrados de Tuberculose por Regiões de Saúde, segundo ano
de notificação. Pernambuco - 2006 a 2016. 28
Figura 3: Números de cadastrados e acompanhados por acesso à saúde a partir da
identificação da cobertura da Atenção Básica no estado, segundo modelo de
atenção PSF. 36
LISTA DE ABREVIAÇÕES
SAGE Sala de Apoio à Gestão
SIM Sistema de Mortalidade
DATASUS Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
SINAM Sistema de Agravos e Notificações
TB Tuberculose
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Número de casos confirmados por situação encerramento de Tuberculose
por Regiões de Saúde. Período de 2006 a 2016. 30
Tabela 2: Número de mortes por tuberculose (TB), por doenças do aparelho
respiratório (DAR), e proporção de mortes por tuberculose, em relação às mortes por
DAR, segundo as Regiões de Saúde de Pernambuco. 2006-2016 31
Tabela 3: Número de casos confirmados de Tuberculose, por grau de escolaridade
nas Regiões de Saúde. Período de 2006 a 2016. 32
Tabela 4: Percentual das taxas de analfabetismo e população alfabetizada, de
acordo com o censo /2010, segundo a situação econômica da população nas
regiões de saúde. 33
Tabela 5: Distribuição da população das Regiões de Saúde. Pernambuco, 2006-
2016. Com renda inferior a meio salário mínimo, segundo censo de 2010. 34
Tabela 6: Percentual das condições de saneamento, por instalações sanitárias a
partir do censo de 2010, entre os últimos dez anos. 35
Tabela 7: Proporção do número de Acompanhados e Cadastrados por tuberculose,
segundo modelo de Atenção (PSF), nas Regiões de Saúde de Pernambuco. 2006-
2015. 39
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
1.1 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................14
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15
2.1 TUBERCULOSE: HISTÓRIA E DETERMINAÇÃO SOCIAL ............................15
2.2 A VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE ...............................................................17
2.3 TUBERCULOSE E O ADVENTO DO HIV/AIDS ..............................................18
2.4 A ESTABILIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA NO MODELO DE ATENÇÃO: NA
PERSPECTIVA DA TUBERCULOSE ....................................................................19
3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 23
3.1 OBJETIVO GERAL ..........................................................................................23
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................23
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 24
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO .......................................................................24
4.2 COLETA DOS DADOS ....................................................................................24
4.4 Considerações Éticas .......................................................................................25
5 RESULTADOS ...................................................................................................... 27
5.1 EIXO MORBIMORTALIDADE ..........................................................................27
5.2 EIXO SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E SOCIOECONÔMICA DA
POPULAÇÃO .........................................................................................................31
5.3 EIXO ACESSO DA POPULAÇÃO AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA
À SAÚDE ...............................................................................................................35
6 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 40
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 44
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 45
12
1 INTRODUÇÃO
A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, transmissível e endêmica,
causada pelo Mycobacterium tuberculosis, uma bactéria que afeta principalmente os
pulmões, e que está associada à pobreza, ao nível de desenvolvimento social do
país como um todo, sendo, portanto, um problema de saúde pública visto como um
dos principais desafios hoje a serem enfrentados pelo Sistema Único de Saúde
(BRASIL, 2011).
Atualmente, são notificados cerca de 10 milhões de casos novos em todo o
mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. Estima-se que menos da
metade dos casos são notificados, situação esta que remete à fragilidade por parte
das políticas e programas de controle. No Brasil, a tuberculose é um sério problema
da saúde pública, tendo como advento fatores associados às desigualdades sociais,
que vêm contribuindo para o crescimento do número de casos, sendo assim, um dos
principais fatores responsáveis pelo aumento da morbidade e mortalidade da doença
(BRASIL, 2011).
No Brasil são notificados anualmente cerca de 80 mil casos novos de
tuberculose e ocorrem 4,6 mil mortes por ano em decorrência da doença, de acordo
com o último relatório do Ministério da Saúde, divulgado no ano de 2016. Esse
documento aponta que, apesar do número de casos terem sido reduzidos em cerca
de 20% nos últimos 10 anos, passando de 38,7 casos para cada 100 mil habitantes
em 2006 para 30,9 casos para cada 100 mil habitantes em 2015, a incidência da
tuberculose tende aumentar devido à presença de fatores agravantes, associados
aos condicionantes e determinantes sociais (PERNAMBUCO, 2016).
Embora seja uma doença com diagnóstico e tratamento realizados de forma
universal e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde, ainda temos barreiras no acesso,
barreiras essas que tecnicamente podem aumentar ainda mais esse agravo.
Todavia, é importante que o sistema de saúde esteja atento à possibilidade de
ocorrência desta morbidade. O país ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis
por 80% do total de casos de tuberculose no mundo, segundo a OMS (SOUZA, 2015, p.
12).
13
A doença se constitui como um problema no estado de Pernambuco pelas
condições em que se apresenta, estando associada às precárias condições de vida
e pela conjuntura política, a sua tendência de crescimento está relacionada à crise
econômica pela qual está passando o país atualmente. Ocupa o quarto lugar no
Brasil em taxa de incidência de tuberculose 50,4 casos por 100 mil habitantes em
2013, e o segundo lugar em mortalidade, tendo 3,8 óbitos por 100 mil habitantes.
Anualmente, são registrados, em média, 4,5 mil novos casos no estado (SIQUEIRA;
2016, p. 15).
Diante disso a participação do controle social nas políticas e programas voltados
ao agravo é de suma importância para o território, ajudando a combater a doença,
com o intuito de mobilizar e alertar à população sobre os sinais e sintomas, que
possam facilitar o diagnóstico precoce e propício ao acesso do tratamento adequado
em tempo hábil, para ajudar no enfrentamento da doença considerada como
negligenciada (PERNAMBUCO, 2015).
A Estratégia Pelo “Fim da Tuberculose”, aprovada em 2014 na Assembleia
Mundial de Saúde, tem como objetivo o “fim da epidemia global da tuberculose”. As
metas para cumprimento desse objetivo até o ano de 2035; são reduzir o coeficiente
de incidência para menos de 10 casos /100 mil habitantes e reduzir o número de
óbitos por tuberculose em 95%. Para alcançarmos esses objetivos são necessários
empenho de gestores, de profissionais de saúde, da sociedade civil e de
pesquisadores na elaboração de novas estratégias e tecnologias, além dos reforços
já existentes e que apresentam bons resultados para o controle da tuberculose, junto
com a busca ativa dos pacientes, a detecção precoce, a cura e o tratamento gratuito e
disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (PERNAMBUCO, 2014).
Portanto, o problema da tuberculose reflete no desenvolvimento social do país,
em que os determinantes do estado de pobreza, as condições sanitárias precárias, o
surgimento de outras morbidades, o envelhecimento da população e grandes
movimentos migratórios, além das fraquezas de organização do sistema de saúde e
das deficiências de gestão que limitam a ação da tecnologia de prevenção,
diagnóstico e tratamento que por consequência, inibem a queda de doenças
marcadas pelo contexto social. Na perspectiva de se compreender a ocorrência da
doença, e o espaço social no qual vive o indivíduo pode acarretar em ambientes que
propiciam diferenciados riscos de adoecimento, contribuindo na estruturação e
14
análise de riscos socioambientais e na identificação de áreas mais vulneráveis para
a ocorrência da doença (BARBOSA et al. , 2013).
No entanto, é de suma importância identificar o comportamento da tuberculose
e os fatores associados ao aumento ou diminuição da doença, constatando assim,
características epidemiológicas a partir dos índices da doença relacionadas à
possibilidade de algum agravante no meio do qual vive o indivíduo. O conhecimento
desses aspectos pode constituir ou não a uma exposição de comportamentos que
podem levar riscos à saúde da população, pois, podem ser estabelecidos e
incorporados ao estilo de vida, ao grau de escolaridade e as condições sanitárias.
Entretanto, essas análises de comportamento são desenvolvidas para se obter um
levantamento de amostras específicas para identificar grupos de risco e para
monitorar os níveis de saúde dessa população, o que pode subsidiar a elaboração
de políticas públicas de promoção da saúde e tornar mais precoce as ações de
intervenção para prevenção desses hábitos (BRITO; HARDMAN; BARROS, 2015).
1.1 JUSTIFICATIVA
Este estudo se justifica pela necessidade de contribuir para o enfrentamento
ao agravo, pela necessidade teórica de se analisar o comportamento da tuberculose
e sua relação com as variáveis socioeconômicas nas regiões de saúde no estado de
Pernambuco, com o intuito de caracterizar a doença como um grande problema de
saúde pública local. O desenvolvimento desta pesquisa possibilitará através de uma
análise estatística sobre a evolução da tuberculose e nos últimos dez anos e quais
variáveis contribuem para tal, juntamente com a estabilização da atenção básica a
partir do ano de 2006. Visa analisar a relação com as variáveis socioeconômicas, e
quais fatores levam ao desenvolvimento propício da doença, trazendo como uma
das doenças infectocontagiosas de maior causa de morbidade e mortalidade no
mundo, ligada ao contexto social, pois, até então a pesquisa vem sendo realizada na
perspectiva de que se tenha em todos os níveis da assistência, orientação sobre o
problema apresentado e possíveis soluções, assegurando a participação nos
processos de decisão. Tem, ainda, o intuito de contribuir com a gestão e o
monitoramento da vigilância em saúde, para uma melhoria nos desempenhos das
ações e programas de combate desenvolvidos pelos serviços de saúde.
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 TUBERCULOSE: HISTÓRIA E DETERMINAÇÃO SOCIAL
A partir do final do século XIX a Tuberculose (TB) passa a ser claramente
percebida como um preocupante problema de saúde, em termos individuais e
coletivos marcada como uma das principais causas de óbito nas capitais, superada,
geralmente, por diarreias e pneumonias. Desde então, um conjunto de ações
adotadas contribuíram para a importante redução da mortalidade da doença no país.
A ausência da participação efetiva do poder público para o controle da TB permitiu o
surgimento, entre médicos e sociedade civil, das primeiras instituições criadas
especialmente para abordar o problema, seguindo modelos europeus (SOUZA et al.,
2012).
Nesse contexto, em 1899, foram fundadas a Liga Brasileira Contra a Tuberculose no Rio de Janeiro Contra a Tuberculose. As Ligas atuaram na propagação de métodos de tratamento e de profilaxia vigentes no meio médico-social europeu, destacando as campanhas de educação sanitária, atendimento aos pobres e estímulo à criação de sanatórios, dispensários e preventórios. A participação do setor público naquilo que ficou conhecido como luta contra a TB se iniciou efetivamente com Oswaldo Cruz, no início do século XX, ao reconhecer a necessidade da atenção das autoridades sanitárias em relação à doença (SOUZA et al., 2013, p. 3).
Entretanto, o marco do tratamento e do controle da TB ocorreu em 1943, com a
descoberta da estreptomicina pelo americano Selman Waksman, na perspectiva da
busca e a utilização de novos fármacos, incluindo a isoniazida, a pirazinamida, o
etambutol e a rifampicina. Além destes medicamentos, até hoje utilizados na
primeira linha para o tratamento da doença, o ácido para-amino salicílico e a
tiacetazona, dentre outros, surgiram como fármacos de segunda escolha (SOUZA et
al., 2012).
No ano de 1941, surgiu o Serviço Nacional de Tuberculose (SNT), com o objetivo de estudar as questões referentes à enfermidade, bem como colaborar para o desenvolvimento de métodos de ação preventiva e assistencial. Mais tarde, em 1946 foi criada a Campanha Nacional Contra a Tuberculose (CNCT), tendo como escopo coordenar as ações governamentais e privadas de controle da TB desenvolvidas no país. Este feito teve impacto na época, tendo em vista suas repercussões na atenção à saúde a partir da ampliação da estrutura hospitalar em todo o país, uniformidade das ações de saúde e descentralização dos serviços (SOUZA et al., 2012, p. 3-4).
16
Em 1999, houve a criação do programa nacional de controle da tuberculose,
tendo como intuito a integração das redes de serviços de saúde, desenvolvido por
intermédio de um programa unificado, executado em conjunto pelas esferas federal,
estadual e municipal. O programa estava subordinado a uma política de
programação das suas ações com padrões técnicos e assistenciais bem definidos,
garantindo desde a distribuição gratuita de medicamentos e outros insumos
necessários até ações preventivas e de controle do agravo. Isto permite o acesso
universal da população às suas ações (BRASIL, 1999).
A tuberculose é vista como um problema sério de saúde pública reconhecida
pelo governo brasileiro. Portanto, em razão de propósitos de suas políticas públicas,
assumiu compromissos com seus cidadãos e com a comunidade internacional de
controlar sua evolução, procurando reduzir sua prevalência na população, como
relatado abaixo:
Milhares de pessoas ainda adoecem e morrem devido à doença e suas complicações. Em 2014, durante a Assembleia Mundial de Saúde, na Organização Mundial de Saúde, foi aprovada a nova estratégia global para enfrentamento da tuberculose, com a visão de um mundo livre da tuberculose até 2035. O Brasil teve o papel de destaque ao ser o principal proponente da estratégia e principalmente por sua experiência com o Sistema Único de Saúde e com a Rede de Pesquisa em Tuberculose do Brasil (BRASIL, 2001, p. 01).
Os determinantes da tuberculose têm historicamente se subdivididos em fatores
relacionados às condições sociais, nos quais estão incluídos determinantes de
acesso a serviços de saúde, que tem sido foco de investigação. Esses
determinantes sociais estão ligados às desigualdades, que, além de sistemáticas e
relevantes na situação de saúde dos indivíduos e grupos humanos, são evitáveis,
injustas e desnecessárias, entre as condições de iniquidade ou vulnerabilidade às
condições de moradia e ambientes saudáveis, além de barreiras financeiras,
geográficas e culturais para o acesso ao serviço de saúde e aos sistemas de
proteção social (SALES et al. , 2015).
Segundo Conde; Souza; Kritski (2002) apesar de muitos acreditarem que a
tuberculose estava sob o controle, nos últimos anos observou-se em várias regiões,
um aumento do número de casos de TB. Estima-se que isso ocorra em função da
deterioração das condições socioeconômicas e da desestruturação dos sistemas de
17
saúde, que, para a população em geral, conflitam com as políticas e medidas de
controle da doença.
No final da década de 90, no Brasil, propunha-se que o diagnóstico dos casos
novos de tuberculose deveria ser feito ambulatorialmente. A ausência da busca ativa
de casos nas emergências aumenta o risco de transmissão da doença em nível
intra-hospitalar devido ao retardo no diagnóstico e no início do tratamento adequado.
No cenário atual, percebe-se baixa prioridade e ausência de legislação apropriada
para que sejam efetivadas as ações de controle, e um sistema efetivo de referência
e contrarreferência entre as Unidades da Atenção Básica e as Unidades de Saúde
de referência ou de maior complexidade (CONDE; SOUZA; KRITSKI, 2002).
Para Siqueira (2016), a precariedade das condições de vida associada à
ocorrência de tuberculose revela aprofundamento das desigualdades
socioeconômicas, sobretudo em áreas em processo de transformação do espaço
urbano induzido pela implantação de projetos de desenvolvimento econômico.
Nessa situação, a expectativa do aumento do valor da terra, o aprofundamento da
segmentação social e o rápido processo de reorganização socioespacial podem
exercer forte influência na reprodução da tuberculose.
O desenvolvimento econômico vem com ampliação das desigualdades
socioeconômicas, resultando de formas diferenciadas de exposição e adoecimento
por tuberculose, vinculado à organização do espaço urbano, Com relata o autor:
De maneira geral, a existência de um contingente populacional em situação de vulnerabilidade socioeconômica associada à ausência ou pouca efetividade de políticas intersetoriais limita a resolutividade do problema unicamente à capacidade de resposta dos programas locais de controle da
doença (SIQUEIRA, 2016, p. 5).
2.2 A VIGILÂNCIA DA TUBERCULOSE
Segundo a Lei nº 8.080 de 19 de dezembro de 1990, Vigilância Epidemiológica
é o conjunto de atividades que proporciona o conhecimento, a detecção ou
prevenção de qualquer mudança nos fatores que determinam e condicionam o
processo saúde-doença, em nível individual ou coletivo, com a finalidade de se
recomendar e adotar de forma oportuna as medidas de prevenção e controle dos
agravos. Por propósito, ela deve fornecer orientação técnica permanente para os
que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de
18
doenças e agravos, constituindo-se importante instrumento para o planejamento,
financiamento, avaliação, administração e provisão dos serviços de saúde, bem
como a normatização das atividades técnicas correlatas (MALHÃO et al., 2010).
O Sinan-TB engloba além da notificação, a investigação desse agravo e sua implantação significou um importante avanço, na medida em que favoreceu a uniformização dos bancos de dados e das análises epidemiológicas sobre esta doença no país. As informações geradas por esse sistema servem de subsídio para as ações de prevenção, monitoramento e avaliação de processos com a finalidade de controlar e combater a TB (MALHÃO et al , 2010, p. 2).
O Sinan-TB engloba além da notificação, a investigação desse agravo e sua
implantação significou um importante avanço, na medida em que favoreceu a
uniformização dos bancos de dados e das análises epidemiológicas sobre esta
doença no país, e a avaliação da completitude do Sinan/Tuberculose nos grandes
centros urbanos com altas cargas da doença no Brasil (MALHÃO et al., 2010).
2.3 TUBERCULOSE E O ADVENTO DO HIV/AIDS
A elevação das taxas de coinfecção por HIV e bacilo da tuberculose determina
desafios que impedem a redução da incidência de ambas às infecções, e esses
desafios têm sido bem documentados ao longo dos últimos anos. O aumento da
prevalência global do HIV teve sérias implicações para os programas de controle da
tuberculose, particularmente em países com alta prevalência dessa doença
(GUIMARÃES et al., 2012).
Outro elemento, além da coinfecção tuberculose/HIV, bastante responsável
pela manutenção da tuberculose como problema de saúde pública é a pobreza, que
assume uma relação bidirecional. Ambos estão relacionadas às condições precárias
de saúde, como essas podem produzir a pobreza, limitando as oportunidades de
trabalho e de subsistência. Essa situação forma, assim, um círculo vicioso que tende
à piora do cenário, como é destacado abaixo:
A gravidade e o impacto negativo da doença variam na razão inversa do índice de desenvolvimento humano, e sua distribuição não uniforme sofre influência de diversos fatores, como a extensão territorial, o crescimento populacional desordenado e a concentração de pessoas nas periferias, fatores esses que vem se arrastando ao longo dos anos. A relação entre pobreza e tuberculose está muito bem relacionada, assim como os riscos relacionados a indicadores de status socioeconômico, como aglomerados,
19
pobreza e desemprego, sem que se encontre uma saída efetiva (GUIMARÃES, et al., 2012, p. 2).
O HIV não só tem contribuído para um crescente número de casos de
tuberculose como também tem sido um dos principais responsáveis pelo aumento
da mortalidade entre os pacientes coinfectados, uma vez que alguns indivíduos
infectados pelo HIV adiam a procura por serviços de saúde para evitar receber um
diagnóstico da doença, fazendo com que o número nas taxas cresça
gradativamente (GUIMARÃES et al., 2012).
Apesar da alta incidência de tuberculose nos pacientes infectados pelo HIV,
atendidos nos serviços especializados para esta população, as normas
estabelecidas pelo Programa de Controle da Tuberculose nem sempre são
seguidas à risca. Sendo assim a notificação de casos de TB, bem como controle de
contactantes nesses serviços tornam-se frágeis, devido à própria dificuldade em se
estabelecer um "rastreamento" epidemiológico a partir do caso-índice, onde o
paciente é portador de outra doença ou infecção ainda bastante discriminatória,
onde o cuidado com o sigilo implica em dificuldades maiores no estabelecimento de
um controle eficaz dos contactantes de TB (JAMAL; PALHARES, 1999).
Como destacado, embora muitos investimentos estejam sendo feitos, esses
privilegiam o tratamento e não a prevenção, apesar de haver medidas para a
prevenção e controle da doença, estratégias inovadoras e eficazes, ainda não
atingem grande parte da população, pois o financiamento e o envolvimento político
nesse âmbito são deficientes.
2.4 A ESTABILIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA NO MODELO DE ATENÇÃO: NA
PERSPECTIVA DA TUBERCULOSE
Diante da crescente importância da atenção básica no âmbito como fator de
estruturação de todo o modelo de atenção, e dos crescentes desafios à sua
implementação, em função de problemas estruturais e conceituais, retratando no
atual cenário de desenvolvimento da atenção básica, tornando-se de grande
importância a análise dos nós críticos e pontos de fragilidade desta política, bem
como de suas potencialidades e das perspectivas acenadas pela atual conjuntura
(DUARTE, 2014).
Duarte relata que:
[...] No Brasil, a criação dos Centros de Saúde, organizados a partir de 1937, é relatada como resposta à difusão da ideia pelo modelo que viria ser propalado pelo Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), em suas
20
unidades mistas, como desdobramento da atuação dos Serviços Nacionais sobre doenças específicas (febre amarela, peste, malária, tuberculose, hanseníase, entre outras). Com constituição de rede de serviços em atenção básica, inicialmente, muito frágil (MELO; VIANA, 2012 p. 65 apud DUARTE, p. 298, 2014).
Existem no Brasil dois modelos assistenciais que convivem historicamente de
forma contraditória ou complementar: o modelo médico hegemônico e o seu
complementar coletivo modelo sanitarista, e a reorganização da atenção básica
através do PSF, que seria a intervenção de maior amplitude realizada no Brasil
buscando a modificação do modelo de atenção hegemônico, em especial por se
vincular ao modelo da vigilância da saúde (PAIM, 2006, 2012).
Desta forma, a partir da implantação do SUS, vem-se buscando alternativas
aos modelos hegemônicos que tenham por fundamento a integralidade. Dentre
estas alternativas estão a vigilância da saúde e a estratégia de saúde da família
(PAIM, 2006, 2012).
De acordo com a Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da
Tuberculose (PERNAMBUCO, 2016), decidiu-se elaborar o plano nacional com o
objetivo de controlar a tuberculose como problema de saúde pública no Brasil,
atingindo a meta de menos de 10 casos por 100 mil habitantes, até o ano de 2035.
Esse documento apresenta informações sobre a situação da tuberculose no mundo,
nas Américas e no Brasil, além de propor estratégias que possam constituir
mudanças nos cenários do contexto nacional.
Ao longo dos últimos anos, diversos avanços foram alcançados pelos
programas de controle da tuberculose em todas as esferas de gestão do SUS.
Contudo, ainda existem desafios a serem superados para o alcance do objetivo de
acabar com a tuberculose como um problema de saúde pública no Brasil
(PERNAMBUCO, 2014).
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a tuberculose ainda é
reconhecida pelo governo brasileiro, em razão de propósitos de suas políticas
públicas, assumindo compromissos com seus cidadãos e com a comunidade
internacional de controlar sua evolução, procurando reduzir sua prevalência na
população. A TB continua sendo mundialmente um importante problema de saúde,
exigindo o desenvolvimento de estratégias para o seu controle, considerando
aspectos humanitários, econômicos e de saúde pública (BRASIL, 2015).
21
De acordo com o Plano Nacional da Tuberculose (BRASIL, 2017), os
programas em todas as esferas, precisarão envolver os diferentes setores nas ações
de controle da tuberculose no Brasil. Caberá aos atores envolvidos Ministério da
Saúde, Secretarias de Saúde Estaduais e Municipais, academia, sociedade civil
organizada e todos os demais setores chave, buscar estratégias que fortaleçam o
acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento da tuberculose, resultando na
diminuição da incidência e do número de mortes pela doença no país.
Segundo Barrêto (2012), uma vez que o Brasil é considerado o 19ª no número
de casos de TB no mundo, faz-se necessário incrementar ações e serviços que
reduzam a morbimortalidade relacionada à doença no país. É importante reconhecer
que o programa nacional de controle da tuberculose tem definido prioridades que, na
perspectiva da concepção renovada da Atenção Primária de Saúde, na busca de
fortalecer tendo como objetivo garantir um cuidado integral e humanizado no sistema
e serviços de saúde por meio de estratégias, que garantam o papel de porta de
entrada e de acesso à atenção especializada, como relatada abaixo:
Essa possibilidade se concretiza quando os serviços reconhecem no território um espaço de intervenção contínua, o que facilita o estabelecimento de vínculo e responsabilidade entre a coordenação, a equipe de saúde e à população local. O PNCT admite a importância de horizontalizar o controle da TB, estendendo-o para todos os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, visa a integração da gestão do cuidado da doença com a APS, incluindo o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e a ESF para garantir a efetiva ampliação do acesso ao diagnóstico e ao tratamento (BARRÊTO et al. , p. 2, 2012).
No entanto, assim como o abandono do tratamento, o atraso no diagnóstico é
considerado um dos grandes desafios que devem ser enfrentados pela gestão e
trabalhadores de saúde. O problema do atraso do diagnóstico está muitas vezes
relacionado ao despreparo das equipes de saúde para identificar sintomáticos
respiratórios e à demora em confirmar o diagnóstico. Nesse sentido, o modo de
conduzir os processos de gestão do cuidado pode fortalecer ou fragilizar a
organização dos serviços voltados à atenção às pessoas doentes ou expostas à TB
(BARRÊTO et al. , 2012).
No Brasil, confirmou-se mais de um milhão de novos casos entre os anos de
2001 e 2014; desses casos, cerca de 70.000 evoluíram a óbito. A terapia aplicada à
doença está disponível em todo o território nacional, fornecida exclusivamente pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), com vistas a controlar o adoecimento da população
até atingir a meta de cura e de redução do abandono do tratamento. Nesse sentido,
22
considerando-se a necessidade de uma relação estreita com a população e o
território, a Atenção Básica, caracteriza-se como porta de acesso preferencial à rede
de cuidado à tuberculose (SOARES et al., 2016).
A Organização Mundial de Saúde, em recente relatório global da tuberculose,
com o intuito de acabar com a epidemia global da TB, fornecendo uma avaliação
abrangente e atualizada da epidemia em progresso do cuidado e prevenção a nível
mundial, regional e nacional. Formulou uma análisedentro de um contexto mais
amplo da cobertura universal de saúde, ação multisetorial para abordar as questões
sociais e econômicas determinantes e consequências da tuberculose e tecnologia
avanços até 2025, para que a incidência possa cair mais rapidamente do que taxas
alcançadas historicamente (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2017).
De acordo com a OMS, o tratamento preventivo da TB está em expansão,
especialmente nos dois grupos prioritários de pessoas vivendo com HIV e crianças
abaixo de 5 anos. No entanto, para a maioria das pessoas elegíveis para prevenção
da tuberculoseo tratamento não está acessível. O financiamento dos cuidados e da
prevenção da tuberculose vem aumentando há mais de 10 anos, mas existem
lacunas de financiamento (US $ 2,3bilhões em 2017). Os gastos totais com a saúde
também ficam aquém dos recursos necessários para alcançar a cobertura de saúde
universal, como relatado abaixo:
Influências mais amplas na epidemia de tuberculose incluem níveis de pobreza, infecção pelo HIV, desnutrição e tabagismo. A maioria países de carga de TB elevado têm grandes desafios para alcançar metas relacionadas a estes e outros determinantes. As condutas para novos diagnósticos, medicamentos, regimes de tratamento e as vacinas estão progredindo, mas lentamente. Aumentou Investimento em pesquisa e desenvolvimento é necessário para láser uma chance de alcançar os avanços tecnológicos necessário até 2025 (FERREIRA et al.,2017, p. 28-29).
23
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o comportamento epidemiológico da Tuberculose e sua relação com
variáveis socioeconômica no estado de Pernambuco, no período de janeiro de 2006
a dezembro de 2016.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar o número de casos registrados nas regiões de PE no Sistema de
agravos e Notificações (SINAM), pelo Departamento de informações do
Sistema Único de Saúde – DATASUS;
Caracterizar a situação epidemiológica, socioeconômica e a cobertura da ESF
nas regiões de saúde no estado de Pernambuco;
Analisar as variáveis de incidência, prevalência, mortalidade, abandono ao
tratamento e cura no período de 2006 à 2016.
24
4 METODOLOGIA
4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo ecológico transversal, com abordagem quantitativa,
realizado a partir de dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação
(SINAN) no período de 2006 a 2016. A escolha por este tipo de estudo justifica-se
pela possibilidade de elaborar uma série temporal, também denominada série
histórica, sobre um conjunto de dados em sequência, obtidos em intervalos
regulares de tempo durante um período específico (LATORRE; CARDOSO, 2001).
O período escolhido justifica-se pela estabilização do crescimento da Atenção
Básica a partir do ano de 2006, o que pode ter impacto sobre o comportamento da
doença na década seguinte.
4.2 COLETA DOS DADOS
Os dados sobre Morbimortalidade, Situação Epidemiológica e Socioeconômica
da população e o Acesso da população aos serviços da Atenção Primária à Saúde,
essas informações a respeito desses dados foram retiradas do Departamento de
informações do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Além disso, utilizou-se o
sistema de Sala de Apoio à Gestão (SAGE), para se analisar a situação de saúde
sobre a tuberculose, obtendo assim, dados referentes como a taxas e percentual em
todo o estado de Pernambuco. Portanto, foram coletados utilizando as ferramentas
do Ministério da Saúde, desenvolvidos pelo Departamento de informações do
Sistema Único de Saúde - DATASUS, pelo Sistema de agravos e Notificações
(SINAN) e Sistema de mortalidade (SIM), para o levantamento dos dados referente
ao comportamento epidemiológico da tuberculose, contendo os indicadores de
incidência, prevalência e mortalidade no Estado de Pernambuco, foram analisados
em todas as regiões de saúde.
Os dados foram agrupados em três eixos (Morbimortalidade; Situação
Epidemiológica e Socioeconômica da população e Acesso da população aos
serviços da Atenção Primária à Saúde), analisados no estado.
Com relação à morbidade, foram consideradas as taxas de incidência e
prevalência por tuberculose no período. A incidência e prevalência foram
25
apresentadas sob a forma de taxas ajustadas, conforme dados da Sala de Apoio à
Gestão (SAGE).
Para a mortalidade por tuberculose considerou-se a taxa descrita no SAGE.
Procedeu-se ainda, o cálculo da proporção de mortes por tuberculose em relação à
mortalidade por doenças do aparelho respiratório (DAR) segundo o CID-10, de modo
a verificar se os números absolutos de mortes por TB alteraram a mortalidade por
DAR durante o período.
Em relação à Situação Socioeconômica da população foram utilizadas as
variáveis: a) Percentual da Taxa de analfabetismo de acordo com o censo de 2010;
b) Percentual da população com renda inferior a < ½ e meio no censo de 2010, e; c)
percentual das condições de saneamento segundo o censo de 2010.
O eixo de acesso à saúde foi abordado a partir da identificação da cobertura da
Atenção Básica no estado. Procedeu-se, portanto, à descrição da assistência à
saúde tendo como pressuposto a atenção básica como porta de entrada, juntamente
com a situação de saúde tendo a cobertura dos casos identificados para auxiliar na
detecção dos casos, fazendo uma análise da quantidade de pessoas cadastradas e
acompanhadas pela doença, a partir de um modelo de atenção (PSF).
Os dados referentes à mortalidade, Situação Epidemiológica e Socioeconômica
da população e o acesso da população aos serviços da Atenção Primária à Saúde,
foram agrupados por regiões de saúde para identificação do comportamento
epidemiológico da tuberculose no estado.
A taxa de cura e abandono dos casos confirmados de tuberculose, por 100 mil
habitantes no período determinado de dez anos, foram analisadas por principal
grupo de causas da população geral, tendo como definição os casos confirmados
segundo o SINAM. Foram utilizados procedimentos de estatística descritiva para
análise dos dados os quais foram apresentados em gráficos e tabelas.
4.4 Considerações Éticas
A pesquisa não utiliza informações de seres humanos e baseia-se em dados
secundários de domínio público, disponibilizados no DATASUS, portanto não foi
submetida a apreciação por comitê de ética em pesquisa, de acordo com o previsto
26
na Resolução de Nº 466/12 e 510/16, que dispõem sobre as normas aplicáveis as
pesquisas, considerando que são procedimentos metodológicos que envolve uma
pesquisa com bancos de dados, cujas informações são agregadas, sem
possibilidade de identificação individual, dados indiretamente obtidos com
informações de acesso público, portanto não acarreta riscos à população em estudo.
27
5 RESULTADOS
5.1 EIXO MORBIMORTALIDADE
Entre de 2006 a 2016 foram registrados 57.946 casos de tuberculose no estado
de Pernambuco, a análise dos dados obtidos acerca da morbidade, mostra que a
incidência média anual dos casos é de 53,53 para cada grupo de 100.00 habitantes
e 4.224 mortes, as quais geraram um coeficiente médio de mortalidade de 42,24
/100.000 habitantes ao longo do período avaliado. A figura 1 descreve Número de
Casos confirmados de tuberculose por local de notificação, segundo Região de
Saúde de Pernambuco, no intervalo desses últimos dez anos. Observou-se que as
três regiões com os maiores números de casos foram Caruaru (3.458), Palmares
(2.283) e Recife com (43.548) dos casos confirmados, e o menor em Afogados da
Ingazeira com (321), respectivamente. Nota-se que ao longo desse período, houve
um significante número de casos de tuberculose, de acordo com as regiões de
saúde, destacando os maiores casos em 7 das 12 regiões, dentre elas: Caruaru,
Garanhuns, Goiana, Limoeiro, Palmares, Petrolina e Recife.
Figura 1: Número de Casos confirmados de tuberculose por local de notificação,
segundo Região de Saúde de Pernambuco, no período de 2006 a 2016.
Fonte: BRASIL, 2006-2016 - Sinan.
321 8913.458
1.196 1.168 2.003 670 2.283 1.377
43.548
499 532
Casos Confirmados no período de 2006/2016
28
Verificou-se que no ano de 2012 foram registrados 5.687 dos casos de
tuberculose destacando a região de saúde do Recife com 4.101. A figura 2
apresenta o número de casos registrados de tuberculose por regiões de saúde no
estado de Pernambuco por ano de notificação. Ao longo do período estudado,
verifica-se que, de acordo com os anos, esses números de casos oscilam entre as
próprias regiões, tendo um valor total de 58.139 casos por região durante esse
período de dez anos, implicando assim, a tuberculose como um problema de saúde
local, justamente pelo número de casos notificados apresentados, valor este
equivalente às doze regiões ao longo do período acordado, entre eles: Afogados da
Ingazeira com a soma de casos (379/100 mil hab), Arcoverde (977/100 mil hab),
Caruaru (3.900/100 mil hab), Garanhuns (1.318/100 mil hab), Goiana (1.476/100 mil
hab), Limoeiro (2.479/100 mil hab), Ouricuri (739/100 mil hab), Palmares (2.870/100
mil hab), Petrolina (1.448/100 mil hab), Recife (41.448/100 mil hab), Salgueiro
(525/100 mil hab), Serra Talhada (580/100 mil hab).
Figura 2: Casos Registrados de Tuberculose por Regiões de Saúde, segundo ano
de notificação. Pernambuco - 2006 a 2016.
Fonte: BRASIL, 2006-2016 – Sinan.
Com relação à situação de encerramento, verificou-se que a Região de saúde
com maior número de abandono do tratamento foi Recife com 6.141 dos casos,
seguida por Caruaru com 258 dos casos, respectivamente. As regiões com maior e
menor percentual de cura, foram Afogados da Ingazeira com (83,17%) e Goiana
(79,45%), respectivamente.
0500
10001500200025003000350040004500
Afogados da Ingazeira
Arcoverde
Caruaru
Garanhuns
Goiana
Limoeiro
Ouricuri
Palmares
29
A tabela 2 retrata sobre os números de casos confirmados por situação
encerramento de Tuberculose pelas regiões de saúde no período estudado.
Mostrando assim, todas as situações pela qual a morbidade se encerra, entre elas
estão: cura, abandono, óbitos por outras causas, transferência, falência. Foi
tabulado o percentual de cura através do número de casos confirmados por
tuberculose agregado as regiões de saúde, pelo número de curas na região, dados
estes disponibilizados pelos sistemas de informações. Durante o estudo notou-se
que a média de cura dos casos bacilíferos foi de 75,28% (taxa essa calculada a
partir do percentual de casos disponibilizados pelo SAGE). Em relação aos valores
absolutos, verificou-se o a média dos casos de retratamento no estado foi de
34,49% taxas estas também ajustadas pelo SAGE. Verificou-se que o percentual
dos casos curados, relacionados à tuberculose no estado de Pernambuco, entre os
respectivos anos, em 2006 com (77.54%), 2007 (76.39%), 2008 (76.30%), 2009
(75.36%), 2010 (75.38%), 2011 (76.16%), 2012 (74.47%), 2013 (75.70%), 2014
(75.42%), 2015 (73.86%) e 2016 (71.53%). Destacando a região de Afogados da
Ingazeira com 83,17% do percentual de cura, em seguida a região de Recife tendo
o menor percentual de cura com 59,90% ao longo dos últimos dez anos,
respectivamente.
Destacando assim, um percentual de abandono por número de casos
confirmados pela morbidade de 15,61% entre as regiões.
30
Tabela 1: Número de casos confirmados por situação encerramento de Tuberculose
por Regiões de Saúde. Período de 2006 à 2016.
Fonte: BRASIL, 2006-2016 – Sinan.
Com relação à proporção de mortalidade por Doenças do Aparelho Respiratório
(DAR), no período estudado, se verificou o valor absoluto da proporção entre as
mortes de tuberculose e as DAR. Visto que, foi registrada em todas as regiões de
saúde, tendo um valor total de (68,3 mortes por TB para cada 1.000 mortes por
DAR) durante os últimos dez anos, sendo a menor proporção em Serra Talhada com
(43/1.000) por mortes. Entretanto, faz-se necessário destacar que há uma alteração
mínima entre esses dois eventos nesse período de dez anos. As regiões que
apresentaram o aumento no período de 2006 a 2016, chegando a 97/1.000 por
mortes foram Palmares, e Recife com (87/1.000) por mortes, respectivamente. O
aumento no número de mortes nas regiões reforça a importância da investigação
mais aprofundada desses óbitos em todo estado, tendo uma busca ativa mais
Região de Saúde Cura Abandono Óbito por
outras causas Transferência Falência % Cura
%Abandono
Afogados da Ingazeira 267 11 12 14 0 83,17
29,18
Arcoverde 706 49 32 67 0 79,23 18,16
Caruaru 2.696 258 121 220 2 77,96 13,40
Garanhuns 867 77 74 103 1 72,49 15,53
Goiana 928 93 45 45 0 79,45 12,55
Limoeiro 1.545 175 56 138 4 77,13 11,46
Ouricuri 535 40 24 36 0 79,85 16,73
Palmares 1.729 155 83 182 0 75,73 14,72
Petrolina 932 184 94 112 0 67,68 7,48
Recife 26089 6141 2356 6034 15 59,90 7,09
Salgueiro 384 22 25 45 0 76,95 22,68
Serra Talhada 415 29 19 30 0 78,00 18,34
Total 37093 7.234 2.941 7.026 22 75,62% 15,61%
31
eficiente dessa eventualidade, para assim, apontar fatores que possam intervir na
prevenção da mortalidade por esse grupo de causas. A tabela 3 apresenta o número
de mortes por tuberculose (TB), por doenças do aparelho respiratório (DAR), e
proporção de mortes por tuberculose, em relação às mortes por DAR, segundo as
Regiões de Saúde de Pernambuco entre os anos de 2006 a 2016. Destaca-se as
regiões com maior proporção dessas duas eventualidades, sendo Goiana
(69/1.000), Palmares (97/1.000) e Recife (87/1.000), como mostra a tabela a seguir.
Tabela 2: Número de mortes por tuberculose (TB), por doenças do aparelho
respiratório (DAR), e proporção de mortes por tuberculose, em relação às mortes por
DAR, segundo as Regiões de Saúde de Pernambuco. 2006- 2016.
Fonte: BRASIL, 2006-2016 – SIM.
5.2 EIXO SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E SOCIOECONÔMICA DA POPULAÇÃO
Alguns estudos descrevem que existe uma relação entre fatores
sociodemográficos e a ocorrência de tuberculose. Nesse sentido, verificou-se o grau
de escolaridade da população de Pernambuco nos últimos dez anos e a ocorrência
de casos de tuberculose. Os dados são apresentados nas tabelas 4 e 5. Os
resultados estratificados por grau de escolaridade destacados na tabela 4 com o
número de casos confirmados de TB, por grau de escolaridade por região de saúde,
verificou-se que as maiores quantidades de casos confirmados pela morbidade são
na população que está com baixa escolaridade no total de 4.029 casos, visto que os
determinantes sociais interferem no aumento dos casos. Não necessariamente
pessoas com baixo grau de escolaridade pode ser a relação entre elas, na tabela
abaixo, nos mostra que pessoas com grau de escolaridade médio completo existem
Mortalidade/Capítulo CID-10 DAR
Morte por TB
Proporção TB / DAR
Afogados da Ingazeira
957 43 45/1.000
Arcoverde 1.795 83 46/1.000 Caruaru 8.184 329 40/1.000 Garanhuns 2.928 122 42/1.000 Goiana 1.899 131 69/1.000 Limoeiro 3.803 210 55/1.000 Ouricuri 1.281 88 69/1.000 Palmares 3.391 330 97/1.000 Petrolina 1.360 74 54/1.000 Recife 31.542 2.742 87/1.000 Salgueiro 722 31 43/1.000 Serra Talhada 1.172 41 35/1.000
32
uma grande quantidade de casos, destacando-se a região de Recife (3.110) com os
maiores casos, respectivamente.
Tabela 3: Número de casos confirmados de Tuberculose, por grau de escolaridade
nas Regiões de Saúde. Período de 2006 a 2016.
Fonte: BRASIL, 2006-2016 – Sinan.
Analisando os dados relacionados à população alfabetizada, segundo a
situação econômica da população entre as regiões, observou-se que 5.372.582
pessoas são alfabetizadas ou tem o 1º ciclo superior incompleto de acordo com o
censo de 2010, visto na Tabela 4 acima. A taxa de analfabetismo da população é de
272,6 de acordo com o censo de 2010, destacando três regiões com maior taxa de
população analfabeta, sendo Garanhuns com (29,6), Arcoverde (27,7) e Ouricuri
(26,6), sendo a menor taxa no Recife com 9,4 dos analfabetos.
Região de Saúde Analfabeto Ensino
fundament. Completo
Ensino médio
incompleto
Ensino médio
completo
Educação superior
incompleto
Educação superior completo
Afogados da Ingazeira
31 7 12 10 2 7
Arcoverde 148 36 30 43 3 11
Caruaru 438 140 113 169 27 60
Garanhuns 181 70 41 60 6 23
Goiana 191 28 64 56 6 21
Limoeiro 273 83 82 84 12 18
Ouricuri 128 17 19 25 2 11
Palmares 303 118 141 123 20 22
Petrolina 182 62 79 114 10 27
Recife 2.027 1.862 2.564 3.110 497 1.065
Salgueiro 51 20 23 23 6 13
Serra Talhada 76 28 27 23 5 10
Total 4.029 2.471 3.195 3.840 596 1.288
33
Tabela 4: Percentual das taxas de analfabetismo e população alfabetizada, de
acordo com o censo /2010, segundo a situação econômica da população nas
regiões de saúde.
Regiões de Saúde Taxa de Analfabetismo/2010 População Alfabetizada/2010
Afogados da Ingazeira 22,9 102.843
Arcoverde 27,7 192.195
Caruaru 23,8 692.601
Garanhuns 29,6 256.011
Goiana 23,8 168.399
Limoeiro 24,6 315.969
Ouricuri 26,6 164.554
Palmares 26 298.268
Petrolina 15,2 259.173
Recife 9,4 2.720.483
Salgueiro 19,8 78.196
Serra Talhada 23,2 123.890
Total 272,6 5.372.582
Fonte: IBGE - Censos Demográficos de 1991, 2000, 2010.
A tuberculose é uma doença relaciona à pobreza. Nesse sentido, verificou-se a
distribuição da população das Regiões de Saúde. Pernambuco, 2006-2016. Com
renda inferior a meio salário mínimo, segundo censo de 2010.
No período analisado agregado a regiões de saúde no estado de Pernambuco,
apresentou a população com renda total inferior a meio salário mínimo (354,85), a
taxa de desemprego (9,48%) e a população de baixa renda (61,95), com seus
respectivos valores absolutos no ano do período estipulado, em valores correntes,
atingiram 743,48 da população com baixa renda nos últimos dez anos.
34
Tabela 5: Distribuição da população das Regiões de Saúde. Pernambuco, 2006-
2016. Com renda inferior a meio salário mínimo, segundo censo de 2010.
Fonte: IBGE - Censo Demográficos, 2010.
Com relação às condições de saneamento, as quais também podem se
caracterizar como fatores condicionantes para a tuberculose. Na tabela 7verifica –se
o percentual das condições de saneamento, por instalações sanitárias a partir do
censo de 2010, entre os últimos dez anos. Destacando as principais instalações
dentre elas: a Rede geral esgoto ou pluvial com o percentual de (3.651.981), Fossa
séptica (997.135), Fossa rudimentar (2.760.036), Vala (387.506), e Não tem
instalação sanitária (475.855), respectivamente. Observa-se que o número
relacinado à não informação sobre as instalações sanitárias tem o percentual
bastante elevado entre as regiões, sendo Ouricuri com (83.971) dessa não
informação, visto que a tuberculose é considerada uma doença relacionada a
pobreza, sendo assim existem fatores que são associados a proliferação da doença,
um deles é as condições de saneamento.
Observou-se a relação entre a população coberta por cada tipo de instalação
sanitária para cada região de saúde, entre as respectivas regiões, Afogados com o
Regiões de Saúde Renda Taxa de desemprego Baixa renda
Afogados da Ingazeira 301,24 7,81 63,16
Arcoverde 281,6 8,33 68,28
Caruaru 383,72 6,32 54,05
Garanhuns 303,7 6,72 66,12
Goiana 295,07 13,89 65,83
Limoeiro 303,7 9,78 62,94
Ouricuri 266,5 7,21 70,28
Palmares 263,3 14,67 68,59
Petrolina 480,65 9,31 54,25
Recife 730,86 13,42 42,91
Salgueiro 332,01 9,33 65,04
Serra Talhada 315,86 7,08 62,03
Total 354,85 9,489 61,95
35
percentual de (10,25%), Arcoverde (8,91%), Caruaru (7,58%), Garanhuns (9,37%),
Goiana (10,21%), Limoeiro (10,29%), Ouricuri (9,62%), Palmares (9,47%), Petrolina
(7,37%), Recife (6,24%), Salgueiro (9,91%), Serra Talhada (7,87%),
respectivamente. Destacando a região de Recife com o menor percentual durante
este intervalo de tempo.
Tabela 6: Condições de saneamento, por instalações sanitárias a partir do censo de
2010, entre os últimos dez anos.
Regiões de Saúde
Rede geral esgoto ou pluvial
Fossa séptica
Fossa rudimentar
Vala
Não tem instalação sanitária
Afogados da Ingazeira
95.143 6.825 44.245 7.134 21.537
Arcoverde 162.448 24.392 90.362 23.258 52.150 Caruaru 753.707 72.851 220.387 51.079 58.771 Garanhuns 188.990 36.526 178.735 26.091 47.476 Goiana 91.108 31.010 151.317 12.065 8.505 Limoeiro 117.381 57.827 305.977 41.366 12.773 Ouricuri 92.902 24.912 96.382 16.862 83.971 Palmares 198.923 51.902 199.772 24.756 45.650 Petrolina 224.454 53.185 100.277 11.407 35.551 Recife 1.568.976 626.054 1.295.922 150.743 38.539 Salgueiro 62.756 8.681 20.695 11.950 26.477 Serra Talhada 95.193 9.795 55.965 10.795 44.455
Total 3.651.981 997.135 2.760.036 387.506 475.855
Fonte: IBGE - Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010.
5.3 EIXO ACESSO DA POPULAÇÃO AOS SERVIÇOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À
SAÚDE
O acesso a serviços de saúde também pode influenciar no número de casos de
tuberculose em uma determinada localidade. Nesse sentido, verificou-se no período
compreendido entre os anos de 2006 à 2015, dados estes disponibilizados pelo
DATASUS durante esse período citado, havendo um crescimento na diferença entre
os números de cadastrados e acompanhados segundo o modelo de atenção (PSF),
de 13.629 no acesso à saúde da população nas doze regiões de saúde, sendo a
maior região que apresentou a maior diferença entre o número de cadastrados e
acompanhados durante o ano de 2006 a 2015 chegando à 8.401no total foi a região
de saúde do Recife.
A figura 2 retrata os números de cadastrados e acompanhados com diagnóstico
de TB por acesso à saúde, a partir da identificação da cobertura geral da atenção
básica no estado de Pernambuco, segundo modelo de atenção (PSF). Verificou-se
que durante o período abordado há uma inconstância entre os números de
36
acompanhados e cadastrados entre as 12 regiões do estado de Pernambuco, pois o
número de pacientes com tuberculose cadastrados na atenção primária é maior que
o número de acompanhados, ambos não contêm uma estabilidade entre essas duas
variavéis, contendo uma proporção de 7,17, entre a cobertura da atenção básica
para cada número de cadastrados e acompanhados por TB, durante os últimos cinco
anos.
Figura 3: Números de cadastrados e acompanhados por acesso à saúde a partir da
identificação da cobertura da Atenção Básica no estado, segundo modelo de
atenção PSF.
37
38
Fonte: BRASIL, 2006-2016 – SIAB.
Com relação a cobertura da atenção básica, tendo uma média de 5.609,847 da
população geral entre as dozes regiões de saúde do estado de Pernambuco,
durante os anos de 2006 a 2016. Na tabela 8 se verificou o valor absoluto da
proporção entre os números de acompanhados por cadastrados por todas as
regiões de saúde, tendo uma proporção total de 11,09 de pacientes acompanhados
e cadastrados por TB na atenção básica, sendo a menor proporção em Ouricuri com
0,83 desses pacientes.
39
Tabela 7: Proporção do número de Acompanhados e Cadastrados por tuberculose,
segundo modelo de Atenção (PSF), nas Regiões de Saúde de Pernambuco. 2006-
2015.
Fonte: BRASIL, 2006-2016 – SIAB.
Regiões de Saúde
Nº Acompanhados
Nº Cadastrados
Proporção Acompanhados/Cadastrados
Afogados da Ingazeira
1.906 1967 0,97
Arcoverde 2.697 2948 0,91
Caruaru 10.514 11310 0,93
Garanhuns 5799 6473 0,90
Goiana 7553 7916 0,95
Limoeiro 11355 12018 0,94
Ouricuri 3929 4741 0,83
Palmares 11058 11632 0,95
Petrolina 4655 5193 0,90
Recife 105144 113685 0,92
Salgueiro 2394 2638 0,91 Serra Talhada
1962 2018 0,97
40
6 DISCUSSÃO
Entre o ano de 2006 a 2016 foram registrados 57.946 casos de tuberculose no
estado de Pernambuco. A análise dos dados obtidos acerca da morbidade mostra
que a incidência tem se mantido em um nível quase que constante com uma média
de 53,53 (Desvio padrão de 3,12) dos casos para cada grupo de 100.00 habitantes,
registrando um total de 4.224 mortes, as quais geraram um coeficiente médio de
mortalidade de 42,24 /100.00 habitantes ao longo do período avaliado. Em estudo
feito sobre a prevalência da TB no estado do Acre (LOPES et al., 2012), observou-se
que a incidência média foi de 343,7 casos novos por ano. Comparado à
Pernambuco é um número bastante divergente, visto que o período analisado deste
estudo se deu antes da estabilização da atenção básica, portanto nota-se que o
percentual de incidência encontrado no estado do Acre chega à ser bastante
superior ao de Pernambuco e Brasil, respectivamente.
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (BRASIL, 2016), em
2015 o Brasil atingiu a meta nos coeficiente de incidência, assim como na redução
dos coeficientes de prevalência e de mortalidade previstos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) para a tuberculose. Esse boletim vem retratando uma
análise dos casos novos, retratamento, cura e abandono mostrando que o controle
da doença continua sendo um desafio para o país. Vale ressaltar que embora o
programa nacional de controle da tuberculose, tenha o objetivo de reduzir a
morbimortalidade e a transmissão da tuberculose, nossos achados apontam que
durante o período de 2006 a 2016, esses números de casos notificados oscilam
entre as regiões de Pernambuco, chegando a um valor total de 58.139 casos em
todas as região durante esse período de dez anos.
Em Pernambuco registrou uma tendência significativa no crescimento dos casos
com 5.222 casos em 2010, dados esses que vêm aumentando com os anos, porém
o maior número de casos notificados durante do estudo. Verificou-se que no ano de
2012, em Pernambuco, ocorreu um aumento equivalente a 5.687 entre os casos
analisados durante o período. Foi apontado um estudo realizado no estado do
Paraná (ROSSI et al., 2018) registrou durante o ano de 2010, um valor de 2.145
casos e 125 mortes pela morbidade. Ressalta também que esses dados mostram
uma preocupação, revela assim uma indicação das possíveis dificuldades no
41
controle da doença no estado, que comparado a Pernambuco esse valor chega a
ser inferior.
O coeficiente de mortalidade nas regiões de saúde do estado de Pernambuco
durante os últimos dez anos foi de 68,3 mortes por 100 mil hab por TB. Verificou que
em um estudo realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde (PERNAMBUCO,
2016), apontou que no Brasil o coeficiente por TB foi reduzido em 21,4%, entre os
intervalos de 2004 a 2014, destacando os maiores coeficientes durante esse
período, coeficientes estes que foram apontados nos estados do Rio de Janeiro
(5,1/100 mil habitantes), Amazonas e Alagoas (3,3/100 mil habitantes),
respectivamente.
Neste estudo observou-se a relação entre a situação epidemiológica e
socioeconômica da população tendo como o advento à tuberculose, destacando
assim as principais relações entre essas variáveis, apontando as principais
condições sociais. Destacando três das condições que podem contribuir para o
desenvolvimento da doença, entre elas estão as instalações sanitárias, trazendo
como destaque o valor total das regiões que não contém nenhum tipo de instalação
sanitária com 475.855. Verificou-se que as maiores quantidades de casos
confirmados de tuberculose são na população de baixa escolaridade, no total de
4.029 casos.
Ainda no que se refere às condições sociodemográficas da população,
observou-se que no estado de Pernambuco, 5.372.582 pessoas são alfabetizadas
ou tem o 1º ciclo superior incompleto. Isso implica na taxa de analfabetismo da
população que chega à 272,6, destacando três regiões com maior taxa de
população analfabeta, sendo: Garanhuns com (29,6), Arcoverde (27,7) e Ouricuri
(26,6), sendo a menor taxa no Recife com 9,4 da população com baixa escolaridade,
com 743,48 indivíduos com baixa renda nos últimos dez anos. Essas variáveis
relacionam-se com o comportamento epidemiológico da TB, pois, segundo (SALES.
et al., 2015) e (SIQUEIRA, 2016), os fatores relacionados às condições sociais estão
ligados às desigualdades, isso acarreta nas precariedades condições de vida da
população que está associada à tuberculose. Os autores relatam também que o
desenvolvimento econômico implica no aumento das desigualdades
42
socioeconômicas, resultando de formas diferenciadas de exposição e adoecimento
por tuberculose, vinculada à organização do espaço onde o indivíduo convive.
Analisando o programa de controle da tuberculose, observa-se que um dos
seus focos é aprimorar a vigilância epidemiológica, para aumentar a detecção de
casos novos e cura (BRASIL, 2012). Com isso acarreta na diminuição do abandono
do tratamento. Sobre isto, em Pernambuco notou-se que a média de cura dos casos
bacilíferos curados foi de 75,28%, comparado aos valores absolutos. A média dos
casos de retratamento no estado foi de 34,49%. Em relação a Pernambuco verificou-
se 7.234 casos de abandono do tratamento da tuberculose, destacando duas
regiões de saúde por apresentar um valor superior entre as doze, entre elas
destaca-se com Caruaru com (258) dos casos de abandono por TB e Recife (6.141),
respectivamente.
Em estudo realizado sobre os possíveis fatores que podem ser associados ao
abandono do tratamento da tuberculose na cidade do Recife (CARDOSO et al.,
2018), apontam que entre os anos de 2005 e 2010 verificou-se um percentual de
15,0% por abandono ao tratamento. Segundo os autores, os resultados apontam
que a chance de abandonar o tratamento foi maior entre indivíduos que contém um
aparecimento de outra morbidade.
O acesso a serviços de saúde também pode influenciar no número de casos
de tuberculose em uma determinada localidade. Nesse sentido, verificou-se que há
um defícit por parte do banco de dado disponibilizado pelo DATASUS, visto que só
pode ser analisado os números de cadastrados e acompanhados segundo o modelo
de atenção (PSF), durante o período de 2006 a 2015.
Observou-se que durante o período analisado houve uma grande diferença de
acompanhados e cadastrados acometidos pela doença entre as regiões de saúde
em Pernambuco, visto que há uma proporção de 11,09 por TB por parte da atenção
básica por essas duas variáveis, contendo assim, uma média da população coberta
de 5.609,847 em todo estado durante o período analisado. De acordo com o Boletim
Epidemiológico do Ministério da Saúde (BRASIL, 2012), a atenção primária é uma
grande aliada no controle da tuberculose, ressalta ainda que a uma necessidade de
qualificação por parte da mesma, para o acompanhamento do tratamento da
morbidade, fazendo uma relação entre a cobertura e a diminuição da taxa de
43
incidência, aborda que com o aumento da cobertura a tendência da TB caiu para
2,0% no Brasil.
44
7 CONCLUSÃO
O presente estudo descreveu a partir dos dados analisados, de que há uma
probabilidade entre a tuberculose e as variáveis socioeconômicas, implicando assim
inúmeros desafios para o sistema único de saúde, visto que com após estabilização
da atenção básica no país e a implementação do programa de controle da TB, ainda
exista uma proporção alta em relação as morbidades e mortalidade por tuberculose.
Retratou que no atual cenário de desenvolvimento da atenção básica, tornando-se
de grande importância a análise nos pontos de fragilidade desta política, bem como
de suas potencialidades e das perspectivas acenadas pela atual conjuntura, visto
que como alguns estudos apontam a relação entre esses dois eventos, destacando
a doença como um grande problema de saúde pública e os fatores que à acometem.
Pode-se dizer que é de fundamental importância à priorização por parte das
políticas públicas, juntamente com o programa de controle da tuberculose, tendo
como pressuposto fortalecer e qualificar a atenção básica no aumento da cobertura,
buscando integração da entre o acesso à atenção primária juntamente com o
programa nacional de controle da tuberculose, interligados dentro da própria rede de
serviços, para assim colaborar para um sistema de saúde mais eficaz, promovendo
e prevenindo os usuários contra a doença, ofertando uma assistência de qualidade à
todos.
Acredita-se que os resultados apresentados poderão auxiliar na identificação e
correção de possíveis falhas do programa de controle da tuberculose no estado de
Pernambuco, bem como na contribuição para a criar novas medidas de estratégias,
para que com o passar dos anos esses números não venham a aumentar, e que
possibilite corroborar com a gestão e o monitoramento da vigilância em saúde,
visando melhorar desempenhos dos programas e ações de combate desenvolvidos
pelos serviços de saúde.
45
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, M. et al. Risck factors associated with death in patients who initiate treatment for tuberculosis after two different follow-up periods. Rev. bras. Epidemiol, São Paulo, v. 12, n. 4, p. 513-522, dec. 2009. BARBOSA, I. et al. Análise da distribuição espacial da tuberculose na região Nordeste do Brasil, 2005-2010, Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 22, n. 4, p. 687-695, dez. 2013. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v22n4/v22n4a15.pdf>. Acesso em: 02 out. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 1999. Disponível em:<http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/manual_novo_protocolo.pdf>. Acesso em: 15 set. 2017. FERREIRA, S. R. S. et al. (orgs.). Tuberculose: Na atenção primária à saúde 4.ed. Porto Alegre: Hospital Nossa Senhora da Conceição, 2017. Disponível em: <http://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201804/25135827-tuberculose-na-atencao-primaria-a-saude.pdf >. Acesso em: 23 jul. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <https://agencia.fiocruz.br/tuberculose>. Acesso em: 02 out. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil.pdf>. Acesso em: 10 out. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Plano nacional pelo fim da tuberculose. Brasília : Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/fevereiro/24/Plano-Nacional-Tuberculose.pdf>. Acesso em: 02 out. 2017. BRASIL. Vigilância em Saúde. Boletim: tuberculose, Brasília, Ministério da Saúde, v. 1, n.12. 2º Semestre/ Dezembro/2012. Disponível em: <http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/tuberculose_pessoas_privadas_de_liberdade2012.pdf>. Acesso em: 02 out. 2017. BRITO, A. et al. Prevalência e fatores associados à simultaneidade de comportamentos de risco à saúde em adolescentes. Rev. paul. pediatr., São Paulo, v. 33, n. 4, p. 423-430, dez. 2015 .
CEPIDSS. Tuberculose e Determinantes Sociais da Saúde. Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=rVoPrwDgKdM>. Acesso em: 05 out. 2017.
46
CONDE, MB, SOUZA GM, KRITSKI AL. A história da tuberculose. Tuberculose sem medo. Editora Atheneu 1ª Ed, São Paulo: 2002. Disponível em: <http://www.redetb.org/index.php/sobre-a-tuberculose/a-historia-da-tuberculose> Acesso em: 10 out. 2017. COSTA, D. et al. Considerações sobre a tendência da tuberculose no Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 1 n. 3, p. 313-326, jul/set. 1985. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/csp/v1n3/v1n3a05.pdf>. Acesso em: 17 set. 2017.
DOMINGOS, M. et al. Mortalidade, co-infecção por HIV/AIDS e abandono do tratamento como fatores prognósticos para tuberculose em Recife, Pernambuco, Brasil, Cad. Saúde Pública Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, p. 887-896. ISSN 1678-4464, set. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102311X2008000400020&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 02 out. 2017. DUARTE, P. O. SUS. Análise da política de atenção básica de saúde em âmbito municipal: o caso de Recife, 2001 a 2011. 2014. 298 p. Tese (Doutorado)- Instituto Aggeu Magalhães, Recife, 2014. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/10662>. Acesso em: 06 Dez. 2017. NORONHA. FILHO, A. J.; MAEDA, T. Y.; FERRAZ, D. M. et al. Tuberculose e AIDS. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, Rio de Janeiro, v. 5, n. 2, p. 12-15, jun. 2006. Disponível em: <http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=236>. Acesso em: 17 set. 2017. FIOCRUZ. Redes de pesquisa em tuberculose, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: <http://observatorio.fiocruz.br/indicadores/redes-de-pesquisa-em-tuberculose>. Acesso em: 05 out. 2017. FRANCO, A. Mais de 30 casos de tuberculose são notificados em 2017 em Petrolina-PE. G1 Petrolina, 24 MAR. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2017/03/mais-de-30-casos-de-tuberculose-sao-notificados-em-2017-em-petrolina-pe.html>. Acesso em: 07 out. 2017. JAMAL, L.F. et al. Tuberculose em pacientes infectados pelo HIV experiência de um serviço de referência para DST/AIDS, em São Paulo. Bol. Pneumol. Sanit, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 01-09, out. 1999. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-460X1999000100009>. Acesso em: 02 out. 2017. JAMAL, L.F. et al. Tuberculose em pacientes infectados pelo HIV: Experiência de um serviço de referência para DST/AIDS. Boletim de Pneumologia, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 23-26, jan/jun. 1999. Disponível em: <http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/bps/v7n1/v7n1a09.pdf>. Acesso em: 17 set. 2017. LATORRE, M. C. Análise de Séries Temporais em Epidemiologia, Rev. Bras. Epidemiol, Brasília, v. 4, n. 3, p. 04-09, out. 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v4n3/02.pdf> . Acesso em: 20 maio 2017.
47
LOPES, C. et al. A prevalência da tuerculose no estado do acre. Rev Bras Enferm, Brasília (DF), v. 6, n. 57, p. 691- 7, nov-dez. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003471672004000600012&script=sci_abstract&tlng=pt> . Acesso em: 30 jun. 2018. MALHÃO, T.A. et al. Avaliação da completitude do Sistema de Informação de Agravos de Notificação da Tuberculose, Brasil, 2001-2006.Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 19, n. 3, p. 1-12, set 2010. Disponível em: http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/ess/v19n3/v19n3a07.pdf. Acesso em: 02 out. 2017. MENDES, A.M. et al. Situação epidemiológica da tuberculose no Rio Grande do Sul: uma análise com base nos dados do Sinan entre 2003 e 2012 com foco nos povos indígenas, , Rev. bras. epidemiol.São Paulo, v. 19, n. 3, p. 658-669, jun 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-790X2016000300658&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 02 out. 2017. MINHA VIDA. Qual a relação entre HIV e tuberculose? As infecções, quando combinadas e sem o tratamento adequado podem ser fatais, Brasília, 2015. Disponível em: http://www.minhavida.com.br/saude/materias/20158-qual-a-relacao-entre-hiv-e-tuberculose. Acesso em: 02 out. 2017. PERNAMBUCO tem mais de 4,5 mil casos de tuberculose por ano: a partir desta segunda-feira, atividades de mobilização social e busca ativa de casos estão sendo realizadas em diversas cidades, Diário de Pernambuco. Recife, 23 mar. 2015. Recife, jul. 2015. Disponível em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2015/03/23/interna_vidaurbana,567609/pernambuco-tem-mais-de-4-5-mil-casos-de-tuberculose-por-ano.shtml. Acesso em: 07 out. 2017. G1 PERNAMBUCO. Moradores de rua são foco de ação contra a tuberculose no
Recife: Prefeitura fará diagnóstico gratuito no Centro Pop Glória, nesta terça
(24). Recife é a terceira capital do País com maior taxa de incidência da
doença, Recife, 23 mar. 2015. Disponível em:
<http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2015/03/moradores-de-rua-sao-foco-de-
acao-contra-tuberculose-no-recife.htmll>. Acesso em: 07 out. 2017.
PERNAMBUCO. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Tuberculose: 4,5 mil casos por ano em PE. Brasília, 2016. Disponível em: <http://portal.saude.pe.gov.br/noticias/secretaria-executiva-de-vigilancia-em-saude/tuberculose-45-mil-casos-por-ano-em-pe>. Acesso em: 07 out. 2017. PERNAMBUCO. Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. Boletim de Tuberculose, ano 3, n.4 1º Semestre /julho de 2014. Disponível em: <http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/boletim_tuberculose_1o_semestre_2014.pdf>. Acesso em: 07 set. 2017. PINHEIRO, R. et al. Subnotificação da tuberculose no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN): abandono primário de bacilíferos e captação de casos em outras fontes de informação usando linkage probabilístico, Cad. Saúde
48
Pública, Rio de Janeiro, v. 28, p. 14-17, Agost. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2012000800014. Acesso em: 17 set. 2017. ROSSI, R. et al. Tendência da mortalidade por tuberculose no estado do paraná, brasil- 1998 a 2012, Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n.1, p. 241- 248, nov. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141381232018000100241&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 30 jun. 2018. SELIG, L. et al. Óbitos atribuídos à tuberculose no Estado do Rio de Janeiro, Jornal Brasileiro de Pneumologia, Rio de Janeiro, v. 30, n. 4, p. 20-23, Jul/Ago. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v30n4/v30n4a06.pdf>. Acesso em: 02 out. 2017. SOARES, M. et al. Aspectos Sociodemográficos e clínicos-epidemiológico do abandono do tratamento de tuberculose em Pernambuco, Brasil, 2001 – 2014. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 26, p. 369-378, jun. 2017. SOROPOSITIVO.ORG. Tuberculose e AIDS. Uma combinação quase fatal, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: https://soropositivo.org/2014/10/05/tuberculose-e-aids-uma-combinacao-quase-sempre-fatal/. Acesso em: 17 set. 2017. SOUZA, M. et al. Fatores associados ao acesso geográfico aos serviços de saúde por pessoas com tuberculose em três capitais do Nordeste brasileiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 1-1, jan. 2015. TUBERCULOSE, O problema da tuberculose no Brasil e no mundo. Brasil. Pneumologia. 2014. Disponível em: http://docplayer.com.br/8559346-Tuberculose-introducao-historia-natural-da-doenca-acoes-de-controle-o-cenario-atual-o-problema-da-tuberculose-no-brasil-e-no-mundo.html. Acesso em: 02 out. 2017.