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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
NÚCLEO DE DESIGN E COMUNICAÇÃO
CURSO DE DESIGN
SAMARYNA ESTEVAM DE BARROS
DIRETRIZES PARA O REORDENAMENTO DO MOBILIÁRIO URBANO DA
ROTA TURÍSTICA DO ALTO DO MOURA: UMA ANÁLISE A PARTIR DE UM
ESTUDO DE CASO
Caruaru, 2018
SAMARYNA ESTEVAM DE BARROS
DIRETRIZES PARA O REORDENAMENTO DO MOBILIÁRIO URBANO DA
ROTA TURÍSTICA DO ALTO DO MOURA: UMA ANÁLISE A PARTIR DE UM
ESTUDO DE CASO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Design. Orientador: Ana Carolina de Moraes
Caruaru, 2018
Catalogação na fonte: Bibliotecária – Simone Xavier CRB/4-1242
B277d Barros, Samaryna Estevam de.
Diretrizes para o reordenamento do mobiliário urbano da rota turística do Alto do Moura: uma análise a partir de um estudo de caso. / Samaryna Estevam de Barros. – 2018.
117f. ; il. : 30 cm. Orientadora: Ana Carolina de Moraes Andrade Barbosa. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) – Universidade Federal de
Pernambuco, CAA, Design, 2018. Inclui Referências. 1. Design. 2. Mobiliário urbano. 3. Espaços públicos. 4. Roteiros turísticos regionais
- Alto do Moura (PE). I. Barbosa, Ana Carolina de Moraes Andrade (Orientadora). II. Título.
740 CDD (23. ed.) UFPE (CAA 2018-189)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE
NÚCLEO DE DESIGN E COMUNICAÇÃO
PARECER DE COMISSÃO EXAMINADORA
DE DEFESA DE PROJETO DE
GRADUAÇÃO EM DESIGN DE
SAMARYNA ESTEVAM DE BARROS
DIRETRIZES PARA O REORDENAMENTO DO MOBILIÁRIO URBANO DA
ROTA TURÍSTICA DO ALTO DO MOURA: UMA ANÁLISE A PARTIR DE UM
ESTUDO DE CASO
A comissão examinadora, composta pelos membros abaixo, sob a presidência do
primeiro, considera o(a) aluno(a) SAMARYNA ESTEVAM DE BARROS.
APROVADO(A)
Caruaru-PE, 19 de julho de 2018.
____________________________________________
Prof. Antonio Luis Oliveira Filho
____________________________________________
Profª. Glenda Gomes Cabral
____________________________________________
Profª. Ana Carolina de Moraes Andrade Barbosa
Dedico este trabalho aos meus pais,
que sempre me incentivaram, apoiaram,
e acreditaram em mim, dedicando tempo
e finanças aos meus estudos. Mãe, seu cuidado е
dedicação me deram esperança para seguir.
Pai, sua presença significou segurança е certeza
de que não estou sozinha nessa caminhada.
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me concedido saúde е força para superar as dificuldades.
A minha orientadora, pelo emprenho dedicado à elaboração deste trabalho.
A todos os Mestres que tive ao longo da vida.
Aos meus pais Josivaldo e Silvana, que estiveram sempre me apoiando
nas horas difíceis, de desânimo е cansaço, assim como também me auxiliando
em tudo para que eu concluísse o trabalho.
Ao meu namorado Gustavo, por entender os meus momentos de ausência
e falta de tempo.
Obrigada minha família! Minha avó, tias, e primos, pelo apoio e
contribuição valiosa.
Obrigada aos meus amigos(as), de longe e de perto, que tanto me ouviram,
e me incentivaram a não desistir.
Ao grupo Mover, por respeitarem meus momentos de reclusão, obrigada
pelo carinho.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о
meu muito obrigada.
RESUMO
O Alto do Moura, foi escolhido para ser estudado devido sua forte atividade
turística na cidade de Caruaru, pois é um dos maiores centros de artes figurativas
das américas. O trabalho busca analisar a interferência do mobiliário urbano na
paisagem do espaço público de uma rota turística, na Cidade de Caruaru,
Pernambuco. Foram analisadas as duas principais ruas do bairro Alto do Moura.
A análise foi feita por meio de um estudo de caso, tendo como base, entre outras
referências, a proposta de visão serial de Gordon Cullen, que se propõe a analisar
o mobiliário inserido na paisagem urbana. Foram apresentados resultados da
análise, e traçadas diretrizes e recomendações com base na teoria apresentada e
no estudo de caso, com a finalidade de nortear projetos futuros focados nos
trajetos e, necessidades do pedestre que permeia o espaço urbano.
Palavras-chave: Design. Mobiliário urbano. Paisagem. Espaço público. Alto do Moura. Rota Turística.
ABSTRACT
Alto do Moura was chosen to be studied for its tourist activity in the city of
Caruaru, because it is one of the largest centers of figurative arts in the Americas.
The work of search is an alternative to urban tourism in the landscape of the public
space of a tourist route, in the City of Caruaru, Pernambuco. The two streets of the
Alto do Moura neighborhood were analyzed. The analysis was made through a
case study, based on, among other references, a proposal of a serial series by
Gordon Cullen, which proposes to analyze the information inserted in the urban
landscape. The elements of the analysis, and the basic guidelines and objectives
based on theory and case study, were selected with the purpose of guiding the
next foci on the routes and the pedestrian needs that permeate the urban space.
Keywords: Design. Urban group Landscape. Public place. Alto do Moura. Tourist
Route.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Mapa demonstrando a rota analisada ........................................... 16
Figura 02 - Esquema síntese da visão serial ................................................... 25
Figura 03 - Exemplo de Mobiliário Urbano (Lixeira Seletiva Curitiba-PR) ..... 29
Figura 04 - Divisão de faixas de utilização da calçada .................................... 34
Figura 05 - Alto do Moura no período de festas juninas ................................. 40
Figura 06 – Primeiro projeto para novo pórtico de entrada do Alto do Moura
............................................................................................................................. 41
Figura 07 - Projeto aprovado de novo Pórtico de Entrada do Alto do Moura 42
Figura 08 - Totens de sinalização indicando ateliês no Alto do Moura ......... 43
Figura 09 - Rua para pedestres Las Ramblas, Barcelona .............................. 44
Figura 10 - Rua para pedestres Las Ramblas, Barcelona ............................... 45
Figura 11 - Rua para pedestres Florida, Buenos Aires ................................... 46
Figura 12 - Avenida Unter den Linden, Alemanha ........................................... 47
Figura 13 - Avenida Unter den Linden, Alemanha ........................................... 48
Figura 14 - Mapa apresentando divisão dos setores ...................................... 50
Figura 15 – Setor 1 ............................................................................................. 51
Figura 16 – Ponto 1, Setor 1 .............................................................................. 52
Figura 17 – Ponto 2, Setor 1 .............................................................................. 53
Figura 18 – Ponto 3, Setor 1 .............................................................................. 54
Figura 19 – Exemplos de letreiros gigantes em cidades turísticas ............... 55
Figura 20 – Setor 2 ............................................................................................. 56
Figura 21 – Ponto 1, Setor 2 .............................................................................. 57
Figura 22 – Ponto 2, Setor 2 .............................................................................. 58
Figura 23 – Ponto 3, Setor 2 .............................................................................. 59
Figura 24 – Ponto 4, Setor 2 .............................................................................. 60
Figura 25 – Ponto 5, Setor 2 .............................................................................. 61
Figura 26 - Ponto 6, Setor 2 ............................................................................... 62
Figura 27 – Setor 3 ............................................................................................. 63
Figura 28 – Ponto 1, Setor 3 .............................................................................. 64
Figura 29 – Ponto 2, Setor 3 .............................................................................. 65
Figura 30 – Ponto 3, Setor 3 .............................................................................. 66
Figura 31 - Museu Casa Mestre Vitalino ........................................................... 67
Figura 32 - Ponto 4, Setor 3 ............................................................................... 68
Figura 33 - Ponto 5, Setor 3 ............................................................................... 69
Figura 34 - Ponto 6, Setor 3 ............................................................................... 70
Figura 35 - Ponto 7, Setor 3 ............................................................................... 71
Figura 36 - Ponto 8, Setor 3 ............................................................................... 72
Figura 37 - Ponto 9, Setor 3 ............................................................................... 73
Figura 38 - Ponto 10, Setor 3 ............................................................................. 74
Figura 39 - Ponto 11, Setor 3 ............................................................................. 74
Figura 40 - Ponto 12, Setor 3 ............................................................................. 75
Figura 41 - Setor 4 .............................................................................................. 76
Figura 42 - Ponto 1, Setor 4 ............................................................................... 77
Figura 43 - Ponto 2, Setor 4 ............................................................................... 78
Figura 44 - Ponto 3, Setor 4 ............................................................................... 79
Figura 45 - Ponto 4, Setor 4 ............................................................................... 80
Figura 46 - Ponto 5, Setor 4 ............................................................................... 81
Figura 47 - Ponto 6, Setor 4 ............................................................................... 82
Figura 48 - Ponto 7, Setor 4 ............................................................................... 83
Figura 49 - Ponto 8, Setor 4 ............................................................................... 84
Figura 50 - Ponto 9, Setor 4 ............................................................................... 85
Figura 51 - Ponto 10, Setor 4 ............................................................................. 86
Figura 52 - Ponto 11, Setor 3 ............................................................................. 87
Figura 53 - Ponto 12, Setor 3 ............................................................................. 88
Figura 54 - Ponto 13, Setor 3 ............................................................................. 89
Figura 55 – Memorial Mestre Galdino ............................................................... 90
Figura 56 – Exemplo de separação de faixa de acesso, faixa livre e faixa de
serviço ................................................................................................................. 92
Figura 57 – Exemplo de configuração de piso que determina a separação de
faixas ................................................................................................................... 93
Figura 58 – Exemplo de sinalização tátil de alerta e direcional em áreas de
embarque e desembarque ................................................................................. 95
Figura 59 – Exemplo de faixa para travessia de pedestres com rampas de
acesso ................................................................................................................. 96
Figura 60 – Exemplo de poste de iluminação pública em Curitiba ................ 98
Figura 61 – Antes e depois do pórtico de entrada do Alto do Moura ............ 99
Figura 62 – Lixeira modelo Único Tela Moeda ............................................... 100
Figura 63 – Lixeiras utilizadas em dias de Festas Juninas no Alto do Moura
........................................................................................................................... 100
Figura 64 – Exemplo de lixeira na cidade de Pereira Barreto-SP ................. 101
Figura 65 – Exemplo de cabine telefônica ..................................................... 102
Figura 66 – Exemplo de abrigo de ônibus devidamente projetado para o local
........................................................................................................................... 103
Figura 67 – Exemplo de bancos públicos e sua interação com o usuário .. 105
Figura 68 – Toltem de sinalização do Alto do Moura .................................... 106
Figura 69 – Exemplo de Letreiro Gigante em Cancun................................... 108
Figura 70 – Placa indicativa da Casa Museu Mestre Vitalino ....................... 109
Figura 71 – Escultura representando o Mestre Vitalino ................................ 110
Figura 72 – Escultura de cavalo no Alto do Moura ....................................... 110
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Classificação de temas sobre a paisagem urbana segundo Cullen
(1983).........................................................................................................................................................25
Quadro 02 - Relação e Classificação dos Mobiliários Urbanos Segundo
ABNT.....................................................................................................................30
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABMAM - Associação dos Artesãos em Barro e Moradores do Alto do Moura
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CAT - Centro de Atendimento ao Turista
CET - Companhia de Engenharia de Tráfego
ESDI- Escola Superior de Desenho Industrial
KM – Kilometro
NBR – Norma Brasileira Registrada
PE – Pernambuco
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 Objetivo Geral
1.2 Objetivos Específicos
1.3 Justificativa
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ADOTADOS
2.1 Eixo Teórico
2.1.1 Análise da Paisagem Urbana
2.1.2 Análise da Morfologia do Mobiliário Dentro da Paisagem Urbana
2.2 Eixo de Pesquisa de Campo
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Design
3.2 Paisagem Urbana
3.2.1 Visão Serial de Cullen
3.3 Mobiliário Urbano
3.4 Rota Acessível
3.5 Alto do Moura
3.5.1 Projeto Revitalino
3.6 Referências de Rotas Turísticas no Mundo
3.6.1 Las Ramblas, Barcelona
3.6.2 Rua Florida, Buenos Aires
3.6.3 Unter den Linden, Alemanha
4. APLICAÇÃO DO MÉTODO DE VISÃO SERIAL DE CULLEN
4.1 Divisão de Setores
4.2 Análise Visual da Rota Turística do Alto do Moura (Rua Leão Dourado e
Rua Mestre Vitalino)
4.2.1 Setor 1
4.2.2 Setor 2
4.2.3 Setor 3
4.2.4 Setor 4
5. ANÁLISE CONLUSIVA E RECOMENDAÇÕES
5.1 Calçadas
15
16
17
17
19
19
19
20
20
21
21
21
23
28
32
38
40
43
44
45
46
49
49
51
51
56
63
76
91
91
5.2 Faixa de Travessia de Pedestres
5.3 Rampas de Acesso Para Deficiêntes Físicos
5.4 Mobiliário Urbano
5.5 Mobiliário Urbano de Cunho Turístico
5.6 Sobre a Rota
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
95
96
97
108
111
112
113
15
1. INTRODUÇÃO
O Alto do Moura é um lugar de alta rentabilidade, devido ao artesanato e ao
turismo; o bairro é um dos mais importantes centros de artes figurativas das
Américas, e dispõe de museu, memorial, ateliês e pontos de comercialização de
artesanato, bares e restaurantes, e é bastante movimentado durante o período
junino e finais de semana.
O local possui dois momentos de diferente configuração visual e
paisagística, um no São João e outro, fora do São João. Sendo assim, o estudo
foi realizado fora do período junino, com a finalidade de propor um reordenamento
na rota. Para que durante todo o ano, os bares e ateliês possam receber turistas
interessados no local.
O presente trabalho busca discutir o mobiliário urbano inserido no espaço
público de uma rota turística da Cidade de Caruaru, no estado de Pernambuco,
assim como analisar a sua interferência na paisagem. Os locais escolhidos para
serem estudados foram as duas principais ruas do bairro Alto do Moura, famoso
pelo turismo. O bairro possui restaurantes de comidas regionais, e tem como
principal atração o artesanato, feito e vendido pelos próprios moradores,
sobretudo em barro.
Mobiliário urbano é o termo utilizado para designar objetos, elementos e
pequenas construções instaladas em locais públicos, que integram a paisagem
urbana, como por exemplo: abrigos de ônibus, esculturas, lixeiras, quiosques,
bancos, relógios, entre outros.
Paisagem Urbana é um conceito utilizado para definir a relação entre o
mobiliário urbano, as edificações em seu entorno e outros elementos, nos
espaços públicos, e a forma como estão organizados visualmente, em ruas e
espaços que constituem o ambiente urbano.
Desta feita, o estudo propõe realizar uma análise do mobiliário urbano
inseridos na principal rota de passeio turístico do Alto do Moura, analisando o
diálogo entre mobiliários e paisagem, a interação do projeto com o usuário, e se
de alguma forma, essa rota consegue transmitir a linguagem e as características
da cidade.
16
O trajeto onde foram analisados os mobiliários e a paisagem urbana, vai do
Portal de entrada do Alto do Moura, que fica no km 25 da Rua Leão Dourado,
passa pela Rua Mestre Vitalino até a sua intersecção com a Estrada de Taquara
de Baixo. Escolhida por ser a principal rota turística do bairro, além de um dos
principais pontos de turismo da cidade de Caruaru.
Figura 01: Mapa demonstrando a rota analisada
Fonte: Google Maps, 2017
1.1 Objetivo Geral
Este trabalho busca por meio de analises do mobiliário de uso público do
Alto do Moura, traçar diretrizes que atendam às necessidades do contexto cultural
do local, com foco no pedestre e, consequentemente no turismo na cidade de
Caruaru.
17
1.2 Objetivos Específicos
Analisar o posicionamento do mobiliário, na paisagem urbana, de acordo com
a metodologia de visão serial adotada por Gordon Cullen;
Identificar os valores históricos e culturais do espaço, como valores estéticos
a ser utilizado nesses mobiliários;
Identificar se as características da cidade de Caruaru-PE são transmitidas
através do mobiliário de uso público da rota do Alto do Moura;
Construir diretrizes, parâmetros e requisitos para um possível projeto de
reordenamento da área, com foco nos mobiliários urbano.
1.3 Justificativa
A proposta de desenvolver uma pesquisa sobre o mobiliário urbano do Alto
do Moura despontou do desejo pessoal de intervir com um projeto de produto
para uma rota turística da cidade de Caruaru. Entendendo que é uma cidade
turística e, no local existe a carência de mobiliário projetado com finalidade
estética, funcional e simbólica. Vale salientar que o presente trabalho não se
propõe a projetar, mas sim traçar diretrizes que venham auxiliar em um futuro
projeto para a área estudada.
O principal enfoque a ser estudado pelo trabalho é o mobiliário urbano
presente neste local. É importante discutir sobre o tema, pois o mobiliário urbano,
além da função prática, também possui uma função estética e simbólica, através
das quais, transmite e representa a identidade do meio onde está inserido. Ele
pode contar ou fazer parte da história da cidade e, servir como ponto de
referência para os moradores e turistas. Também “promove a segurança e o
conforto dos usuários” (FREITAS, 2008, p.153), afim de tornar o espaço urbano
mais agradável.
Como designer, é necessário que se doe atenção ao mobiliário urbano.
Segundo Barbosa (2010), citando o paisagista Fernando Chacel, “o mobiliário
urbano tem o lado utilitário e tem também o lado muito voltado para a indústria, e
isso é algo que os designers dominam” (CHACEL apud BARBOSA, 2010, p. 53).
Sendo assim, é de responsabilidade do designer pensar o mobiliário urbano de
18
forma eficiente, não só esteticamente, mas funcional e passível de
industrialização.
A rota turística do Alto do Moura, foi escolhida devido a sua grande
relevância para o turismo e artesanato em barro, na cidade de Caruaru. No local é
possível encontrar a Casa Museu do Mestre Vitalino, também o Memorial Mestre
Galdino, vários ateliês, pontos de comercialização de artesanato, bares e
restaurantes. E por esse motivo é um lugar que atrai um grande número de
pessoas, tanto moradores da cidade que costumam frequentá-lo aos finais de
semana, quanto turistas que se dirigem ao Alto do Moura, durante todo o ano.
Principalmente no período de São João, quando a Cidade de Caruaru recebe um
grande número de visitantes vindos de diversas partes do Brasil e do mundo.
O Alto do Moura é um lugar rentável, pelo artesanato e turismo. Desta
maneira, o olhar do design no mobiliário urbano e na paisagem como todo, pode
de alguma forma, atrair mais pessoas ao local e aumentar o tempo de
permanência das mesmas. Pois percebe-se que a área a ser analisada, não
dispõe de espaços públicos pensadas para o descanso, apreciação e
conversação.
A temática sobre o mobiliário urbano em uma rota turística da cidade de
Caruaru, foi escolhida pois percebe-se que o mesmo tem o poder de atrair ou
afastar as pessoas, “visto que a aparência do produto atua positiva ou
negativamente sobre o usuário ou sobre o observador, ela provoca um sentimento
de aceitação ou rejeição do produto” (LOBACH, 2001, p. 159). Sendo assim, a
intervenção do design é essencial na forma como o mobiliário urbano é percebido,
concebendo formas mais eficazes que tornem o espaço mais legível e prazeroso.
A análise foi realizada de acordo com o método de Visão Serial adotado
por Gordon Cullen, um dos métodos mais utilizados como instrumento de
avaliação dos espaços urbanos. Por sua simplicidade e objetividade, no modo de
compreender e analisar o espaço, intuitivamente ou não. A Visão Serial de Cullen,
leva em consideração o ponto de vista do pedestre como observador e a forma
como o mesmo percebe a cidade.
19
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ADOTADOS
O atual estudo se propõe a levantar questões acerca do mobiliário urbano
presente em uma rota turística do bairro do Alto do Moura, na cidade de Caruaru-
PE, por meio de um estudo de caso, utilizando-se de abordagem por meio do
método dialético, analisando a realidade a partir da confrontação com a teoria.
Pretendeu-se, através do método estabelecido, entender como o mobiliário
se relaciona com a paisagem em uma rota turística e com os usuários, seu
posicionamento na paisagem urbana. Neste caso, a metodologia da pesquisa
adotada se estrutura em eixos, sendo eles: o eixo teórico e o eixo de pesquisa de
campo, que serão discutidos abaixo.
2.1 Eixo Teórico
Aqui foram expostos os dados bibliográficos dos teóricos, que embasaram
a análise. Estes instrumentos teóricos foram aplicados na interpretação dos dados
coletados na pesquisa de campo.
2.1.1 Análise da Paisagem Urbana
Com relação à análise visual da paisagem, objetivou-se identificar os
elementos que contribuem e como é realizada a leitura e interpretação do espaço
urbano, ou seja, como os lugares são percebidos. Observando itens como:
acessibilidade e poluição visual.
Esta análise da intervenção do mobiliário na paisagem urbana, foi realizada
de acordo com Gordon Cullen (1983), que determina o sucesso de uma cidade,
conforme a colocação de elementos físicos como: cores, texturas, escalas e
estilos. Levando em consideração a experiência dos moradores em sua vida
corriqueira, entendendo que existe uma função psicológica refletida pelo ambiente
urbano.
20
2.1.2 Análise do Mobiliário Dentro da Paisagem Urbana
O Mobiliário Urbano foi analisado nos seus aspectos formais e na
interferência na paisagem, considerando o seu posicionamento na paisagem, e
sua linguagem quanto mobiliário de uma rota turística. Foram observados fatores
comportamentais do usuário ao utilizar o mobiliário, fazendo uso da técnica de
observação sistemática que consiste, em quando o observador sabe o que
procura em determinada situação, para investigar os acontecimentos. Os dados
foram fotografados enquanto ocorriam espontaneamente. Também foram
investigadas leis públicas urbanísticas, normas, e também o que embasou a
prefeitura da cidade para estabelecer o plano urbanístico atual do local.
2.2 Eixo de Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo foi efetuada no local, de acordo com a proposta de
visão serial de Cullen (1983). Foi realizado o percurso pela rota da principal via de
acesso ao Alto do Moura, observando de forma sistemática o espaço, utilizando
como ferramenta de registro a fotografia. Com a finalidade de compreender a
utilização do meio e dos mobiliários pelos usuários e como é a interação desses
mobiliários com a paisagem urbana.
21
3. REFERENCIAL TEÓRICO
A seguir, foram discutidos alguns temas relevantes para a realização do
estudo, segundo alguns autores e teóricos. Buscando entender um pouco sobre o
Design, sobre a paisagem urbana e mobiliário urbano. Também sobre normas
técnicas e leis que definem como deve ser uma rota acessível. Além de
levantamentos sobre o bairro Alto do Moura e, uma breve pesquisa sobre
referências de rotas turísticas no mundo.
3.1 Design
Segundo o International Council of Societies of Industrial Design (ICSID),
apud Barbosa (2010) o design é
uma atividade criativa cujo objetivo é estabelecer as múltiplas qualidades dos objetos, processos, serviços e seus sistemas em todo seu ciclo de vida. Por isso, design é o fator central da inovativa humanização da tecnologia e o fator crucial das mudanças culturais e econômicas. (ICSID apud BARBOSA, 2010, p. 35)
O Design pode atuar em diversos campos e áreas, sendo multidisciplinar.
Suas principais áreas são: moda, gráfico, produto, audiovisual e interiores. A partir
dessas, ramifica-se para diversas outras.
O Design de produto, por exemplo, abrange: objetos, joias, brinquedos,
embalagens, instrumentos e ferramentas, setor automobilístico, sinalização,
mobiliários e artefatos decorativos. Além disso, insere acessibilidade e ergonomia.
Sendo assim, o presente trabalho buscou mergulhar no mundo do design de
produto, com foco no mobiliário do tipo urbano e analisar a sua interação com a
paisagem.
3.2 Paisagem Urbana
Paisagem Urbana, de acordo com Cullen (1983), é a arte de tornar
coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifícios, ruas e espaços
que constituem o ambiente urbano. Esse conceito possibilita análises sequenciais
e dinâmicas da paisagem, a partir do impacto de ordem emocional que os
elementos e jogos urbanos provocam no usuário (CULLEN, 1983).
22
Além disso, de acordo com Gueddes (1994), a cidade transparece a
história de um povo. A interpretação da forma de uma cidade se dá a partir do
conhecimento da história da sociedade que ali viveu e vive. Ou seja, a dinâmica
de uma cidade modifica a forma dela.
Lynch (1982) discorre sobre como a imagem da cidade é estruturada, e
como se dá a percepção das pessoas sobre a mesma. Assim como Cullen, ele
concorda que esta é feita de modo parcial e fragmentado, afirmando que a
imagem é composta por um conjunto de elementos e não elementos isolados. O
autor se refere à legibilidade proveniente dos aspectos visuais da cidade, como
elemento crucial na estrutura citada, caracterizada pela clareza da paisagem.
Assim, afirma que: “Uma cidade com imageabilidade (aparente, legível, ou
visível), nesse sentido, seria bem formada, distinta, memorável; convidaria os
olhos e ouvidos a uma maior atenção e participação” (LYNCH, 1982, p. 10).
Segundo Reis e Lay (2006), as categorias estética, uso e estrutura são
consideradas como fundamentais para a qualificação do espaço. Já que deve
possuir uma estética satisfatória, um uso apropriado e uma conexão adequada
com os demais espaços urbanos para que possam responder às necessidades
dos usuários (REIS e LAY, 2006).
Concordando com Cullen (1983), os autores Reis e Lay (2006) também
afirmam que
o espaço não é apenas descrito nos seus aspectos formais, mas é analisado quanto ao efeito de suas características físico-espaciais sobre os indivíduos. Tentando-se entender como as percepções desses aspectos afetam as atitudes e os comportamentos dos usuários do espaço urbano (REIS e LAY, 2006, p. 27).
A intervenção do Design em meios urbanos pode ser chamada de “Design
na Cidade”, essa compreensão é sugerida nas construções textuais de Jane
Jacobs (1961) e Lynch (1982). E se difere da ambígua tradução do “Urban
Design” para o termo “Desenho Urbano”. Segundo Barbosa (2010):
O Design na Cidade é o processo criativo de atribuir aos objetos qualidades relacionadas não só às necessidades produtivas de seu público-alvo, como também, propriedades que incluam características formais, históricas e culturais de uma cidade. Trata-se do design de mobiliários urbanos. Já o desenho urbano é o campo disciplinar que aborda a dimensão da cidade e deve promover sistemas espaciais
23
integrados entre si e com a população através de suas vivências e percepções (BARBOSA, 2010, p. 46).
Ao falar de paisagem urbana, vale salientar a importância dos elementos
físicos, e da relação entre a paisagem e o mobiliário urbano. Um ambiente com
qualidade promove reações positivas por parte dos usuários (REIS e LAY, 2006).
Segundo Reis e Lay (2006), os espaços abertos podem ter um conjunto de
características físicas de maneira a contribuir para o uso dos espaços urbanos. A
diversidade de atividades disponibilizadas aumenta a escolha, atraindo diferentes
pessoas, em períodos distintos, por razões variadas. O uso pode ser afetado pela
flexibilidade e adequação dos espaços. A flexibilidade afeta o grau com que um
determinado local pode ser utilizado para diferentes propósitos. Lugares mais
flexíveis oferecem mais escolhas do que lugares cujos desenhos possibilitam um
único tipo de uso.
Sobre a relação do mobiliário urbano com outros elementos da paisagem,
Mourthé (1998) afirma que
[...] um equipamento, quando analisado separadamente, pode estar correto em vários aspectos, mas quando inserido no ambiente, sua disposição física no espaço urbano é de extrema importância para a perfeita integração do equipamento com esse espaço (MOURTHÉ, 1998, p. 22).
Cullen (1983) fala que “quando olhamos uma coisa vemos por acréscimo
uma quantidade de outras coisas” (CULLEN, 1983, p.10). Isto indica que o
mobiliário urbano deve ser implantado no espaço público, considerando as
possíveis interferências na circulação de pedestres, na identidade do local e na
paisagem.
3.2.1 Visão Serial de Cullen
A Visão Serial pretende demonstrar como a leitura de uma cidade é feita
pelo observador e o modo como evoca emoções, através do trajeto definido pelo
mesmo (CULLEN, 1983).
Cullen (1983) dá alguns exemplos do conceito de Visão Serial, explicando
que uma rua em linha reta, pode tornar-se monótona ou então grandiosa do ponto
24
de vista do observador. De acordo com este, isso ocorre por três fatores
essenciais:
Ótica: Percepção visual do espaço urbano;
Local: Conjunto de sensações sentidas no local onde estamos;
Conteúdo: Tudo que diz respeito as estruturas e construções.
O autor explica que o observador possui uma visão serial e percebe os
espaços urbanos em sequencias. A sua posição no espaço provoca diferentes
sensações ao estar em locais abertos ou fechados, altos ou baixos. Também a
construção da cidade como: cores, texturas, escalas, estilos que caracterizam
edifícios e setores da malha urbana. Sendo assim, esses três fatores: a ótica, o
local e o conteúdo construído das cidades podem influenciar e contribuir para a
percepção. Como na rua em linha reta exemplificada, tornando-a monótona ou
grandiosa, já que, segundo Cullen (1983), o cérebro humano reage ao contraste e
as diferenças entre as coisas.
Na figura nº 2, é exemplificado como isto ocorre. Do lado esquerdo está
uma vista superior do local a ser percorrido pelo transeunte, e enumerado com
determinados pontos de observação. Estes pontos de vista são demostrados ao
lado direito da figura. Apresentando o que o observador consegue enxergar,
estando neste determinado lugar.
Exponha-se a seguir a figura nº 2:
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Figura 02: Esquema síntese da visão serial
Fonte: Cullen (1983) apud Adam (2007).
A ferramenta de análise e observação de Visão Serial revela a interação
entre percepção humana, teoria da arquitetura e urbanismo e os espaços urbanos
construídos. Cullen (1983) divide a paisagem urbana em alguns temas, que estão
listados e explicados brevemente no quadro abaixo:
Quadro 01: Classificação de temas sobre a paisagem urbana segundo Cullen (1983)
TEMA EXPLICAÇÃO
Apropriação do espaço
É a utilização e ocupação de espaços externos para fins sociais e comerciais.
Privilégio
Um local de eleição, destacado pela sua boa qualidade imediata da vista que proporciona sobre a paisagem.
Viscosidade
Quando o local é simultaneamente objeto de uma ocupação estática pelo equipamento, e de uma ocupação pelo movimento.
Enclaves
Espaço interior aberto para o exterior, proporcionando acesso livre e direto entre ambos.
Recinto
Local que transpasse sossego e tranquilidade, em meio a circulação de veículos e pessoas.
Ponto focal
É um símbolo vertical de convergência, que chama a atenção, serve como referência, um marco do local.
Edifício-barreira
Edifícios que delimitam o fluxo, não impede o tráfego de veículos ou pessoas, funciona apenas como elemento de pontuação, ou delimitação.
Além É algo que está ao mesmo tempo presente e sempre fora do
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nosso alcance: está além.
Aqui e além
O aqui é um local limitado onde o observador se encontra, no qual se tem a visão do além, uma outra paisagem distinta do aqui.
Vista para o interior de um recinto
É tudo que nos leva a penetrar, seja ocupando o espaço fisicamente ou na imaginação.
Focalização
É o ato de apontar, destacar e chamar atenção para algo, guiando o olhar.
Truncagem
É a forma como se ver o que está em primeiro e último plano de forma imediata, em um salto brusco, ou seja, uma justaposição dramática do primeiro sobre o último plano.
Desníveis
A mudança dos níveis seja do próprio terreno ou a irregularidade das edificações. A sensação de estar em um nível mais baixo, assim como, em um nível mais alto.
Entrelaçamento Parecido com a truncagem, este insere no nosso espaço próximo uma cena longínqua, particularizando-a, o próximo e o remoto, entrelaçando estes dois nós.
Perspectiva grandiosa
Como o aqui e além, há uma ligação do primeiro plano com a paisagem longínqua, induz uma sensação de domínio e de onipresença.
Perspectiva Velada
Quando algo é ocultado, e revelado subitamente de muito perto, trazendo um caráter dramático, o fato de depararmos inesperadamente com algo que até ao momento nos havia sido ocultado.
Perspectiva delimitada
Situa um edifício e nos convida a recuar a fim de o comtemplarmos, pois a paisagem fica de certa forma limitada pela posição do observador.
Saliências e Reentrâncias
O olhar fica embrenhado numa sinuosidade e complexidade, trazendo a sensação de tranquilidade, desejável em ruas residenciais e não em vias para tráfego rodoviário.
Acidentes
É uma edificação responsável pela quebra da monotonia, que chama a atenção do observador, torres, campanários, elementos que criem um efeito de silhueta, cores vivas e etc.
Pontuação
São determinadas formas de demarcação do espaço, variações assinaladas por um sinal físico.
Estreitamentos
É a aproximação de dois grupos compactos de edifícios onde delimita uma pequena passagem entre eles, mantem a atmosfera de recinto mas não impede ao transito dos veículos, provoca sensação de pressão e constrição pouco habituais.
Flutuação É algo que decorre implicitamente do conceito de que, a cidade não é um padrão uniforme de ruas, mas sim uma sequência de espaços criada pelos próprios edifícios. Sendo um espaço amplo que vai para um espaço estreito e, daí, novamente para um espaço amplo.
Ondulação Não é apenas uma linha sinuosa e sem objetivo, mas sim o desvio obrigatório a um eixo ou norma invisíveis, com vista a proporcionar o prazer de coisas tão elementares e vitais como luz e sombra, proximidade e distância.
Delimitação
Um espaço cercado, que delimita certo local, é uma quebra de continuidade que obriga a olhar a deter-se, mas sem bloquear a nossa sensação de progressão.
Recessão Através de escalas diferentes é possível criar a ilusão de uma
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maior proximidade ou afastamento de objetos em relação ao observador.
Expectativa
É uma perspectiva limitada que evoca ao observador a curiosidade em vê-la por completo.
Infinito Quando no lugar da continuidade da rua deparamos, bruscamente com o céu, o choque dessa substituição inesperada fará com que este nos pareça infinito.
Mistério
O vislumbre num relance do desconhecido, revelando um caráter misterioso de uma cidade.
Vão insondável
Negro, imóvel e silencioso, o vão contempla o transeunte, está em meio a um local inundado de sol, porém na escuridão.
Pavimento
Entre os diversos fatores que contribuem para a unificação e coesão numa cidade, o pavimento é um dos mais importantes. De acordo com as suas diferenciações de textura e cores, pode desarticular ou unificar espaços.
Caminho de peões
É todo caminho criado para a ligação de diferentes locais em uma cidade, proporcionando a livre movimentação de pessoas. Pode ser considerado caminho de transição por conta de sua pavimentação que é diferenciada do que se encontra ao redor.
Barreira
Permite que o observador tenha acesso visual da paisagem, mas impede o acesso físico.
Justaposição
É o contraste entre natural e construído na paisagem.
Imediaticidade
É a quebra imediata da paisagem, vem com um aviso de cuidado, atenção, e não ultrapasse.
Identificabilidade
É a identidade inequívoca que determinadas coisas possuem, como essas se expressam e suas qualidades intrínsecas.
Pormenores São detalhes que podem valorizar um certo elemento e chamar a atenção, mesmo que ele não tenha muito a dizer, nem muita importância como paredes e grades.
Complexidade
É um meio de cativar o olhar, é uma dimensão extra que apenas se manifesta como resultado do reconhecimento e experiências de um verdadeiro profissional, e não através dos expedientes grosseiros do amador.
Rudeza e vigor
São edificações que nos dão a sensação de solidez, e grande durabilidade.
Extravagância A minuciosidade nos detalhes em locais simples como beirais e postes.
Nostalgia
A sensação de lembrança transpassada pela paisagem.
Exposição e isolamento
Espaços vazios com edificação isolada, transpassando a ideia de solidão.
Intimidade
Um local que possui uma atmosfera de interioridade, intima e cordial, com vegetação exuberante, céu e aconchego, transborda vitalidade.
Ilusão
Consiste em simular que isto é aquilo.
Metáfora
Apenas insinua que isto é aquilo, deixando, assim, grande margem para sugestão.
Indício
Quando determinados objetos tem a particularidade de ser ao mesmo tempo evocativos e absolutamente inconfundíveis.
Animismo Através do animismo temos novamente a afirmação de que isto
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é aquilo, sugerindo que uma porta é um rosto por exemplo.
Omissão significativa
Efeitos que se verificam quando se omite o objeto significativo, quer porque isso reforça o seu significado, quer porque ele não é estritamente necessário, podendo a sua função ser desempenhada por uma outra coisa.
Objetos significativos
Refere-se ao mobiliário urbano e aqueles elementos estruturais que geralmente não se evidenciam a este nível, do que propriamente a objetos de produção artística como esculturas, cartazes, etc.
O edifício como escultura
Quando os edifícios aparecem como uma outra forma de arte, e na medida em que isso acontece, adquirem significados novos.
Textura
Nos permite visualizar o aspecto de uma superfície, identifica-la e distingui-la, sensação visual ou tátil.
Intensidade
A sensação transpassada pelo local de recinto.
Escalas
A diferença de tamanhos nas edificações.
Publicidade
A ideia de uma propaganda vista na edificação.
Gradeamento
Delimita propriedades, serve para impedir a entrada de pessoas estranhas ou animais indesejados.
Fonte: Livro Paisagem Urbana (CULLEN 1983)
Estes e outros temas são listados, explicados e exemplificados pelo autor
em seu livro. De modo a entender as diversas maneiras como os espaços
urbanos são construídos. E o modo como o observador se comporta ao se
deparar com cada espaço e seus elementos. Demonstrando a experiência de
descobrir e percorrer esses locais, assim como as sensações causadas pelos
mesmos.
3.3 Mobiliário Urbano
Não há como registrar exatamente quando surgiu o primeiro mobiliário
urbano, mas entende-se que surgiu por necessidade, devido ao crescimento das
cidades e centros urbanos. Por volta do século XIX e no início do século XX, ele
era unicamente utilizado para decorar, embelezar e compor os ambientes
urbanos. Contudo, a principal função desse equipamento excede os limites de
toda a sua composição. Consequentemente, este elemento urbano começou a
fazer parte do nosso cotidiano, principalmente nas grandes e modernas cidades,
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passando a ser encarado como um importante equipamento estrutural, disposto a
promover conforto e qualidade ao ambiente público (MONTENEGRO, 2014).
Dentro desta linha, Tessairne (2008) ressalta que qualquer que tenha sido
o equipamento fixado em algum lugar público, o mesmo era utilizado para atender
algumas necessidades demandadas por uma certa sociedade. O autor enfatiza
que o mundo progrediu e toda a sociedade se modificou. Os centros urbanos
aumentaram, a tecnologia se alastrou, as distâncias cresceram, a comunicação
se difundiu e os serviços urbanos passaram a ser cada vez mais buscados e
utilizados pelos cidadãos. Devido a essas alterações significantes, houve
mudanças no comportamento das pessoas no mundo inteiro.
O mobiliário urbano, na opinião do autor, quando instalado em um
município, pode ser visto e considerado como um equipamento decorativo, que
vem carregado com a sua principal função, que o caracteriza e o destaca como
sendo um prestador de serviço, direcionado à sociedade em geral. Ao tornar-se,
assim, relevante para o meio urbano, decorativo ou não, o mobiliário está sempre
associado a uma necessidade dos citadinos (TESSAIRNE, 2008).
Figura 03: Exemplo de Mobiliário Urbano (Lixeira Seletiva Curitiba-PR)
Fonte: Site MCA – Manoel Cordeiro Arquitetura e Design
Segundo a legislação brasileira, por meio da Lei 10.098/2000, o termo
mobiliário urbano é o “conjunto de objetos presentes nas vias e espaços públicos,
superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação”
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(BRASIL, 2000). Já a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) NBR
9283, diz que mobiliário urbano são “todos os objetos, elementos e pequenas
construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não,
implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e
privados” (ABNT NBR 9283, 1986).
Alguns exemplos do que a ABNT identifica como mobiliário urbano, são:
bancos, lixeiras, cabine telefônica, caixa de correio, postos de sinalização, postes
de luz, abrigos de ônibus, fontes, relógios, entre outros. Também os classifica de
acordo com o tipo e função.
Para melhor compreensão de como os mobiliários urbanos são classificados de
acordo com a NBR 9283, foi construído um quadro que demonstra e relaciona os tipos de
mobiliário urbano. E a quais categorias e subcategorias pertencem.
Quadro 02: Relação e Classificação dos Mobiliários Urbanos Segundo ABNT
CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS
MOBILIÁRIO
Circulação e Transporte Abrigo; Ponto de ônibus; Acesso ao metrô; Acostamento para paradas em geral; Bicicletário; Calçada; Elemento condicionador de tráfego (gole baiano, quebra mola, “ilha”, canteiro central); Espelho parabólico; Parquímetro; Passagem subterrânea; Passarela; Pavimentação; Pequeno ancoradouro (trapiche, cais, píer); Rampa, escadaria; Semáforo; Sinalização horizontal.
Cultura e Religião Arquibancada; Palanque; Coreto; Cruzeiro; Escultura, estatuária; Estação de via sacra; Marco; Mastro; Monumento; Mural; Obelisco; Oratório; Painel; Pira; Plataforma; Palco; Placa comemorativa.
Esporte e Lazer Aparelho de televisão coletivo; Brinquedo; Churrasqueira; Circo; Mesa, assentos; Parque de diversões; Play-ground; Quadras de esporte.
Infra estrutura
Sistema de comunicação
Caixa de correio; Cabine telefônica, orelhão; Entrada de galeria telefônica, tampão; Posteação, fiação; Torre, antena.
Sistema de energia
Entrada de galeria de gás, tampão; Entrada de galeria de luz e força, tampão; Posteação, fiação, torre; Respiradouro.
Sistema de iluminação pública
Luminária; Poste de luz, fiação.
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Sistema de saneamento
Bebedouro, bica; Chafariz, fonte, tanque; Entrada de galeria de águas, tampão; Grade, tampa, outras vedações; Lixeira; Respiradouro; Sanitário público.
Segurança Pública e Proteção
Balaustrada; Cabine (policial, vigia); Defensa; Frade; Grade, gradil; Guarita; Hidrante; Muro, mureta, cerca; Posto salva-vidas.
Abrigo Abrigo, refúgio; Caramanchão; Pavilhão; Pérgola; Quiosque.
Comércio Banca; Barraca; Carrocinha; Trailer.
Informação e Comunicação Visual
Posto; Cabine; Anúncios (cartaz, letreiro, painel, placa, faixa; Relógio; Relógio - termômetro eletrônico; Sinalização (placa de logradouro e de informação).
Ornamentação da Paisagem e Ambientação Urbana
Arborização; Banco, assento; Calçada; Canteiro; Chafariz, fonte; Escultura, estátua; Espelho d’água; Jardineira, vaso; Mirante; Obelisco; Queda d’água.
Fonte: ABNT NBR, 1986.
Montenegro (2005) define mobiliário urbano como artefatos direcionados à
comodidade e ao conforto dos usuários, e que faz parte do conceito de “mobiliário
urbano” ser utilitário. O autor declara que o mobiliário urbano “compõe o ambiente
no qual está inserido e, faz parte do desenho urbano das cidades, interagindo
com seus usuários e com o contexto sócio-cultural e ambiental” (MONTENEGRO,
2005, p.29).
Freitas (2008) afirma que “o mobiliário urbano contribui para a estética e
para a funcionalidade dos espaços, da mesma forma que promove a segurança e
o conforto dos usuários (FREITAS, 2008 p.153)”. Kohlsdorf (1996), considera o
mobiliário urbano como integrante dos “elementos complementares” do espaço
urbano. E afirma que esses elementos possuem “características de maior
mobilidade e menor escala”. Muitas vezes são “os principais responsáveis pela
imagem dos lugares” (KOHLSDORF, 1996 p.160-161).
Já Guedes (2005) prefere utilizar a expressão “equipamento urbano”, pois
compreende que esse termo abrange também objetos de maior porte, destinados
ao uso no meio urbano. Para o autor, o mobiliário urbano é uma categoria contida
em equipamentos urbanos.
Mourthé (1998), faz uma análise isolada das peças de mobiliário urbano. E
levando em consideração o aspecto funcional, estabelece identifica os objetos
32
como “elemento” e como “mobiliário”. E Creus (1996) sugere o uso do termo
“elementos urbanos”, pois para ele, “mobiliário urbano” não é o mais correto.
Devido a tradução que associa a ideia de decoração, e para este autor, decorar
as cidades não é a única função do mobiliário urbano.
Levando em consideração os levantamentos registrados acima,
principalmente as definições utilizadas pela ABNT, no Brasil é oficialmente
utilizado o termo “mobiliário urbano” (Mourthé, 1998). E este trabalho utilizou essa
expressão, para referir-se a qualquer móvel ou elementos implantados no espaço
público, de diferentes escalas. Que componham a paisagem urbana, com a
finalidade de equipar a cidade e de auxiliar na prestação de serviços, na
segurança, na orientação e no conforto dos usuários. Assim como, são
considerados mobiliário urbano todos os itens listados no Quadro 01.
3.4 Rota Acessível
É de extrema importância que o projeto arquitetônico considere soluções
que permitam o uso simples e intuitivo de ambientes, edificações e áreas
públicas, atendendo aos conceitos de Desenho Universal, que segundo a NBR
16537:2016 é:
Concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem utilizados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva. O conceito de desenho universal tem como pressupostos: equiparação das possibilidades de uso, flexibilidade no uso, uso simples e intuitivo, captação da informação, tolerância ao erro, mínimo esforço físico, dimensionamento de espaços para acesso, uso e interação de todos os usuários (ABNT NBR 16537:2016, p. 2).
Ao acatar os preceitos do desenho universal, o projetista está beneficiando
e atendendo às necessidades de pessoas de todas as idades e capacidades. É
importante que haja uma padronização dos espaços e a ausência de obstáculos
nas áreas de circulação. Minimizando os riscos e as consequências adversas de
ações involuntárias e imprevistas, tornando-o acessível. De acordo com a NBR
16537:2016, acessibilidade é:
Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de espaços, mobiliários,
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equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. (ABNT NBR 16537:2016, p. 1)
Levando isso em consideração, é necessário que as rotas sejam
acessíveis e tenham:
Trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes externos ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência. A rota acessível externa pode incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas, faixas de travessia de pedestres, rampas, etc. A rota acessível interna pode incorporar corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores etc. (ABNT NBR 9050:2004, p. 5)
A respeito dessas rotas e calçadas em vias públicas, a NBR 9050:2004 diz
que, sempre que os parques, praças e locais turísticos admitirem pavimentação,
mobiliário ou equipamentos edificados ou montados, estes devem ser acessíveis.
Sendo assim, as calçadas destinadas ao passeio turístico devem ser acessíveis,
e de acordo com a NBR 16537:2016, a calçada é a parte da via, segregada por
pintura, nível ou elemento físico, destinada à circulação de pedestres, locação de
mobiliário, vegetação e placas de sinalização, este termo também pode ser
denominado “passeio público”. Ela pode ser dividida em faixa de acesso, faixa de
serviço, faixa livre e guia:
Passemos à figura de nº 4:
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Figura 04: Divisão de faixas de utilização da calçada
Fonte: Guia Prático Para a Construção de Calçadas
Faixa de acesso é a área destinada à acomodação das interferências resultantes da implantação, do uso e da ocupação das edificações existentes na via pública, autorizados pelo órgão competente, de forma a não interferir na faixa livre.
Faixa de serviço é a área do passeio (calçada) destinada à colocação de objetos, elementos, mobiliário urbano e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não. Deve ter largura mínima de 0,75 m.
Faixa livre é a área do passeio (calçada), via ou rota destinada exclusivamente à circulação de pedestres, desobstruída de mobiliário urbano e de quaisquer outras interferências. Devem ser completamente desobstruídas e isentas de interferências, tais como vegetação, mobiliário urbano, equipamentos de infra-estrutura urbana aflorados (postes, armários de equipamentos, e outros), orlas de árvores e jardineiras, rebaixamentos para acesso de veículos, bem como qualquer outro tipo de interferência ou obstáculo que reduza a largura da faixa livre. Eventuais obstáculos aéreos, tais como marquises, faixas e placas de identificação, toldos, luminosos, vegetação e outros, devem se localizar a uma altura superior a 2,10 m. Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres devem incorporar faixa livre com largura mínima de 1,20 m. Possuir superfície regular, firme, contínua e antiderrapante sob qualquer condição. Ser contínua, sem qualquer emenda, reparo ou fissura.
Guia é a borda ao longo de rua, rodovia ou limite de passeio, geralmente construída com concreto ou granito, que cria barreira física entre a via, a faixa e o passeio, propiciando ambiente mais seguro para os pedestres e facilidades para a drenagem da via. (ABNT NBR 16537:2016)
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A NBR 16537:2016, instrui que seja aplicada sinalização tátil no piso, uma
vez que
é considerada um recurso complementar para prover segurança, orientação e mobilidade a todas as pessoas, principalmente àquelas com deficiência visual, é caracterizado por relevo e luminância contrastantes em relação ao piso adjacente, destinado a constituir alerta ou linha-guia, servindo de orientação perceptível por pessoas com deficiência visual (ABNT NBR 16537:2016, p. viii).
A NBR 16537:2016 explica que deficiente visual é aquele que possui
cegueira ou baixa visão, quando alguém possui a acuidade visual igual ou menor
que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica. Este fato evidencia a
necessidade do uso de luminâncias contrastantes na sinalização tátil no piso, De
acordo com a NBR 16537:2016:
luminância LVR é a medida fotométrica da intensidade de uma luz refletida em uma dada direção, cuja unidade SI é a candela por metro quadrado (cd/m2), consistindo na relação entre a intensidade luminosa de uma superfície e a área aparente desta superfície, vista por um observador à distância (ABNT NBR 16537:2016, p. 3).
Isso quer dizer que deve haver um contraste visual entre a luminância da
sinalização tátil no piso e a luminância do piso do entorno. De acordo com a NBR
9050:2004, a sinalização tátil pode ser de dois tipos: alerta ou direcional. Ambas
devem ter cor contrastante com a do piso adjacente, e podem ser sobrepostas ou
integradas ao piso existente, atendendo às seguintes condições:
Sinalização tátil de alerta consiste em um conjunto de relevos tronco-cônicos. A modulação do piso deve garantir a continuidade de textura e o padrão de informação. Deve ser instalada perpendicularmente ao sentido de deslocamento nas seguintes situações: obstáculos suspensos do piso, que tenham o volume maior na parte superior do que na base, devem ser sinalizados com piso tátil de alerta. Nas faixas de travessia, deve ser instalada a sinalização tátil de alerta no sentido perpendicular ao deslocamento e, nos pontos de ônibus devem ser instalados a sinalização tátil de alerta ao longo do meio fio.
Sinalização tátil direcional deve ter textura com seção trapezoidal, qualquer que seja o piso adjacente; ser instalada no sentido do deslocamento; ter largura entre 20 cm e 60 cm; ser cromodiferenciada em relação ao piso adjacente. Quando o piso adjacente tiver textura, recomenda-se que a sinalização tátil direcional seja lisa. A textura da sinalização tátil direcional consiste em relevos lineares, regularmente dispostos. A sinalização tátil direcional deve ser utilizada em áreas de circulação na ausência ou interrupção da guia de balizamento, indicando o caminho a ser percorrido e em espaços amplos. Em faixas de travessia de pedestres, recomenda-se a instalação de sinalização tátil direcional
36
no sentido do deslocamento, para que sirva de linha-guia, conectando um lado da calçada ao outro e, piso tátil direcional, demarcando o local de embarque e desembarque em pontos de ônibus. (ABNT NBR 9050:2004).
Além de sinalização tátil, outro elemento importante para a acessibilidade
das calçadas, são as rampas de acesso, e de acordo com a ABNT NBR
9050:2004, “as passarelas de pedestres devem ser providas de rampas”, para
que pessoas com mobilidade reduzida possam transitar de um lado para o outro
da via, evitando o transtorno do desnível entre a rua e a calçada.
Segundo a NBR 14022:2009, pessoa com mobilidade reduzida é:
aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva de mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção. Aplica-se ainda a idosos, gestantes, obesos e pessoas com criança de colo (ABNT NBR 14022:2009, p. 2).
Já o termo deficiente físico, de acordo com a NBR 14022:2009 é:
aquela que apresenta perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gere limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade. As deficiências podem ser física, auditiva, visual, mental ou múltipla (ABNT NBR 14022:2009, p. 2).
Sobre a vegetação nas calçadas, de acordo com NBR 9050:2004:
Os elementos da vegetação tais como ramos pendentes, plantas entouceiradas, galhos de arbustos e de árvores não devem interferir com a faixa livre de circulação. Muretas, orlas, grades ou desníveis no entorno da vegetação não devem interferir na faixa livre de circulação. Nas áreas adjacentes à rota acessível não são recomendadas plantas dotadas de espinhos; produtoras de substâncias tóxicas; invasivas com manutenção constante; que desprendam muitas folhas, flores, frutos ou substâncias que tornem o piso escorregadio; cujas raízes possam danificar o pavimento (ABNT NBR 9050:2004, p. 97).
Sobre abrigos e áreas de embarque e desembarque de passageiros, a
NBR 14022:1997 diz que todo ponto de parada acessível deve obedecer aos
padrões e critérios de acessibilidade previstos na NBR 9050:2004, além disso que
deve oferecer condições de segurança e conforto. Recomenda que em todos os
pontos de parada sejam disponibilizados assentos para pessoas com mobilidade
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reduzida. Também que o piso seja regular, firme, estável e antiderrapante sob
qualquer condição climática (ABNT NBR 14022:1997, p. 4).
Nos pontos de parada acessíveis, deve ser prevista uma área de circulação
que permita o deslocamento e manobra defronte as posições de embarque e
desembarque, com dimensões mínimas de 1,2 m por 1,5 m, livre de qualquer
obstáculo (ABNT NBR 14022:1997, p. 4).
Além disso, “nos terminais e pontos de parada deve ser prevista
comunicação e sinalização visual, tátil e auditiva de acordo com a NBR 9050”.
(ABNT NBR 14022:1997 p. 11)
A cerca de iluminação pública, a ABNT diz que ela “tem como principal
objetivo proporcionar visibilidade para a segurança do tráfego de veículos e
pedestres, de forma rápida, precisa e confortável” (ABNT NBR 5101:2012, p. vii).
Em locais onde o tráfego de pessoas é intenso e mais esperado, espaços públicos com
predominância de pedestres, como praças, parques, calçadões e equivalentes, esteja
devidamente iluminada e acessível, a NBR 5101:2012 diz que:
A iluminação destes espaços deve permitir no mínimo a orientação, o reconhecimento mútuo entre as pessoas, a segurança para o tráfego de pedestres e a identificação correta de obstáculos, assim como deve proporcionar, a uma distância segura, informação visual suficiente a respeito do movimento das pessoas. Segundo estudos realizados, a distância mínima necessária para uma pessoa reconhecer qualquer sinal de hostilidade e tomar as ações evasivas apropriadas é de 4 m. A esta distância, o nível de iluminância médio mínimo necessário para reconhecimento facial é de 3 lux, sendo que sobre a superfície da via não pode haver valores inferiores a 1 lux. Este nível de iluminância média pode variar até 40 lux, em função do tipo de utilização, característica e requisitos de segurança pública da praça ou calçadão que está sendo iluminado. Considerando a necessidade de identificação de obstáculos na superfície da via e a velocidade com que as pessoas ou eventualmente ciclistas trafegam, o fator de uniformidade deve ser Emín/Emáx ≥ 1:40. A disposição dos equipamentos de iluminação não pode obstruir o acesso dos veículos de emergência, de entrega ou de manutenção, nem competir com a arquitetura local. Nas praças ou espaços públicos de pedestres, onde os acessos e saídas possuírem escadas e rampas, a iluminação nestes pontos deve assegurar que estas mudanças de nível sejam bem visíveis aos pedestres. Sempre que necessário ao realizar a locação dos postes, estes acessos devem ser considerados prioritários. Alguns espaços em função de sua concepção arquitetônica podem apresentar áreas distintas de utilização como jardins, brinquedos, jogos de mesa, quadras etc. Nestes casos, podem ser aplicados critérios de projetos diferenciados para cada área, utilizando arranjos de luminárias, iluminações decorativas ou projetores (ABNT NBR 5101:2012, p. 16-17).
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3.5 Alto do Moura
O bairro do Alto do Moura está situado a cerca de 7 (sete) km do centro da
cidade de Caruaru-PE, segundo o Site da Fundação Joaquim Nabuco é
considerado pela UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization), o maior centro de arte figurativa das Américas. Devido ao aspecto
cultural da produção de cerâmica de barro na região, além disso atrai um bom
número de visitantes interessados em conhecer a cultura do Nordeste,
especialmente na época das festas juninas.
Gaspar (2009), que é bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco, faz
alguns comentários sobre a história e o surgimento da cultura do barro no local,
segundo ela:
Antes do século XVI, a região fazia parte de um território compreendido entre a Bahia e o Maranhão, habitado pelos índios Kariris, que possuiam uma produção de cerâmica de barro rústica, sem um estilo definido ou decoração. Fazendo-se uma comparação da cerâmica utilitária produzida pelos loucerios de barro da região, até a metade do século XX, nota-se que há uma grande influência da cultura indígena, assim como a existência também de algumas práticas introduzidas pelos negros e pelos portugueses. (GASPAR, 2009)
Durante a primeira metade do século XX, com o avanço dos centros
urbanos, e com o crescimento da Feira de Caruaru, a produção de cerâmica de
barro aumentou. Transformando-se numa fonte de renda, pois os objetos
confeccionados podiam ser comercializados na feira.
Mesmo assim, conforme Gaspar (2009), até o final da década de 1940, a
economia do Alto do Moura ainda dependia da agricultura de subsistência
familiar, somente a partir da ida de Vitalino para o local, em 1948, isso começou a
mudar.
Vitalino Pereira dos Santos (1909-1963) é descrito em sua Biografia por
Dilva Frazão, como um dos maiores artistas da história da arte do barro no Brasil.
A sua fama nacional contribuiu para tornar a atividade lucrativa. Segundo Gaspar
(2009), “em 1990, a comunidade já contava com mais de quinhentos artesãos
trabalhando diretamente com a cerâmica figurativa” (GASPAR, 2009). Os artistas
do Alto do Moura, trabalham nas suas casas ou em ateliês, e criam a partir do
barro objetos e figuras diversas. Eles também vendem o produto do seu trabalho
39
no próprio bairro. O principal tema abordado pelos artesãos em suas esculturas é
o cotidiano do homem sertanejo: o bumba-meu-boi, o maracatu, as bandas de
pífano, os retirantes da seca, o cangaço, a vaquejada, entre outros.
No local ainda existe a casa onde viveu Vitalino, que desde 1971 foi
transformada em Casa Museu Mestre Vitalino, onde é apresentado um pouco da
história do famoso artesão caruaruense. Um dos filhos do artesão é o guia e
também o administrador do museu. Segundo o Blog Museus de Caruaru o Mestre
Vitalino:
[...] retratou no barro a sua terra e a sua gente, retratando e expressando os sentimentos. Sua arte alcança projeções internacionais, afirmando o valor do homem do agreste e divulgando Caruaru, cidade que se fez mais conhecida e amada, através de sua arte. Transformada em "CASA MUSEU MESTRE VITALINO", sua humilde morada foi incorporada ao patrimônio municipal pela lei Nº 2,070 de 26 de abril de 1969 e guarda o melhor e mais típico de sua criação. A Casa-Museu Mestre Vitalino foi a residência onde o mais famoso artesão de Caruaru viveu durante seus últimos anos de vida. Administrada pelo seu filho Severino Vitalino, construída em 1959 estão expostos objetos de uso pessoal do artista, móveis e utensílios, ferramentas de trabalho, fotos da família, instrumentos musicais tocados pelo Mestre e outras coisas mais. No local ainda podemos apreciar seu filho retratando os bonecos do pai em obras fieis. (BLOG MUSEUS DE CARUARU)
Também há, no Alto do Moura, o Memorial Mestre Galdino. Manuel Galdino
de Freitas (1929-1996), foi artesão, cantador de viola e poeta popular. No
Memorial há diversas peças de barro, fotografias e poesias, que mostram a sua
história. Além de ateliês que produzem e vendem o artesanato do barro, o Alto do
Moura possui bares e restaurantes, que oferecem pratos típicos da culinária
pernambucana, principalmente feitos com carne de bode, e é um dos principais e
mais animados polos do São João de Caruaru. Durante o período das festas
juninas, há palhoção, trios de forró pé de serra e shows de atrações diversas para
o público, composto por turistas de todas as partes do Brasil e do mundo, assim
como moradores da própria cidade.
Nesta determinada época do ano, o local se transforma, são adicionados a
configuração do local, elementos como: diversas barracas de comidas, bandeiras
de São João, balões de São João, luzes, balões infláveis de propagandas, e é
muito diferente a experiência de estar no Alto do Moura durante dias normais e
dias de festejos Juninos.
40
Figura 05: Alto do Moura no período de festas juninas
Fonte: Portal G1 Caruaru e Região
3.5.1 Projeto Revitalino
De acordo com informações noticiadas no Blog do Wagner Gil dia 20 de
fevereiro de 2014, aconteceu a assinatura da ordem de serviço do Projeto
Revitalino para o Alto do Moura, visando à construção de um estacionamento de
25 mil metros quadrados, receptivo turístico, novo pórtico de entrada e
revitalização das calçadas.
Tudo foi decidido mediante a discussões com os moradores e artesãos do
Alto do Moura. Segundo o Blog do Wagner Gil, Bruno Lagos, secretário de
infraestrutura, disse que “a ideia é promover ainda mais o turismo oferecendo
conforto e segurança” (LAGOS apud BLOG DO WAGNER GIL, 2015).
O Pórtico de Entrada, foi discutido com a Associação de Moradores do Alto
do Moura, baseado no consenso entre os arquitetos da Prefeitura e as lideranças
comunitárias. O primeiro projeto não foi aprovado pelos moradores, pois segundo
o Portal Flores no Ar, apresentava:
[...] em sua projeção os pilares em forma de fornos estilizados, e em sua coberta um chapéu de sertanejo em aço. O projeto prevê também a exposição do nome do lugar em letras tridimensionais na lateral do respectivo pórtico, tendo como base de referência a entrada de Amsterdã na Holanda, Europa. (PORTAL FLORES NO AR)
41
Ainda segundo o portal eletrônico:
[...] a proposta de mudança da forma do portal se apresenta distanciada do significado cultural local, quando propõe apagar as referências dos artistas populares que contribuíram e que ainda contribuem para a cultura da produção da cerâmica figurativa do Alto do Moura, que é de reconhecida importância artística nacional, mostrando sua força e beleza em pleno século XXI. (PORTAL FLORES NO AR)
Figura 06: Primeiro projeto para novo pórtico de entrada do Alto do Moura
Fonte: Portal Flores no Ar
Os moradores alegaram que o chapéu sertanejo não os representava,
então outro projeto foi realizado e, no dia 6 de outubro de 2015, o projeto do novo
pórtico foi aprovado para seguir para licitação. As alterações solicitadas pelos
artesãos foram feitas e a aprovação foi geral. O arquiteto Swami Lima, explicou o
projeto e as inspirações para o mesmo:
Então optei por uma solução que enfocasse temáticas regionais, como o forno de tijolo aparente, elemento importante na cadeia produtiva do artesanato em barro, onde haverá uma abertura para exposição de peças produzidas pelos artesãos. Para a nova cobertura o projeto buscou uma solução simples e leve, aliando tradição e modernidade e fazendo uma justa homenagem ao precursor da arte figurativa: Mestre Vitalino. (BLOG DO WAGNER GIL)
42
Disponha-se a figura nº 7:
Figura 07: Projeto aprovado de novo Pórtico de Entrada do Alto do Moura
Fonte: Blog do Wagner Gil
A entrega da primeira parte do Revitalino aconteceu no dia 03 de junho de
2016. E de acordo com o Blog do Wagner Gil, o Alto do Moura agora tem um
passeio padronizado e acessível, de acordo com o que indica a NBR 9050, que
trata de Acessibilidade nas edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos.
Ao todo foram mais de 2km de calçadas refeitas, dentro de um polo
turístico e gastronômico, reconhecido mundialmente. De acordo com o secretário
de infraestrutura, Bruno lagos: “O Alto do Moura merece cada investimento [...]”.
Conforme escreveu Nayara Cavalcanti para o Blog do Wagner Gil, a rua
Mestre Vitalino foi asfaltada, e ocorreram algumas mudanças no trânsito. A
mesma que era mão dupla, passou a ser mão única e ficará fechada para o
43
tráfego de veículos aos domingos, tornando-se, assim, mais um espaço de lazer
da cidade, possibilitando um passeio tranquilo pelo polo gastronômico.
Ainda segundo Nayara, em setembro de 2016 foram instalados totens
sinalizando cada ateliê, ao todo foram 18 oficinas sinalizadas. Os artistas
acreditam que essas placas atrairão ainda mais compradores. Além disso, a
padronização delas deu mais aspecto de ponto turístico ao bairro mais famoso da
cidade.
Figura 08: Totens de sinalização indicando ateliês no Alto do Moura
Fonte: Autora, 2018.
3.6 Referências de Rotas Turísticas no Mundo
Para que a rota turística em questão (o Alto do Moura) fosse analisada de
forma contextualizada, foram observadas outras ruas no mundo. Que de alguma
forma apresentam similaridade nos serviços oferecidos, como: turismo,
gastronomia, artesanato e comércio.
A pesquisa iniciou-se pelas ruas e passeios turísticos mais famosos e foi se
restringindo aos locais que teriam mais a oferecer em termos comparativos. As
44
rotas pesquisadas são trajetos exclusivos para pedestres, assim como o Alto do
Moura se torna aos domingos.
Ao observar os locais pesquisados, foi possível perceber como são essas
rotas, e o que possuem para ser altamente turísticas. Como proporcionam
passeio, lojas, cafés, bares e restaurantes. E como cada elemento torna a rota um
local gostoso de estar, de caminhar, de comprar, e até parar, para simplesmente
apreciar. Segue abaixo os lugares que foram observados:
3.6.1 Las Ramblas, Barcelona
Las Ramblas é a rua mais conhecida de Barcelona. A figura nº 9, demostra
uma rua para passeio, esta possui 1,3 quilômetro que conecta a Plaça
Catalunya ao antigo porto da cidade. Um passeio turístico com bares e
restaurantes.
Figura 09: Rua para pedestres Las Ramblas, Barcelona
Fonte: Site Dicas de Barcelona
Possui um piso aparentemente sem desníveis e irregularidades. Apesar de
não ter sinalização tátil para deficientes visuais no piso, o trajeto facilamente seria
realizado por um deficiente visual, pois a rua possui ampla área de circulação,
sem obstáculos.
Sobre a utilização de sinalização tátil no piso, para orientação de
deficientes visuais, Carneiro apud Barbosa (2010) afirma que:
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[...] tem que usar a sinalização tátil, mas no mínimo. Temos que explorar a comunicação natural e só quando precisar, realmente, aplicar um piso tátil. Mas as pessoas usam em demasia, para mostrar que usam. [...] Na realidade essa palavra acessibilidade só vai ser considerada quando não for mais um item isolado, tem que ser inserida no projeto (Carneiro apud BARBOSA, 2010, p. 189).
Sendo assim, não é o fato de ter sinalização, mas sim como é realizada
sua aplicação. Utilizando-a quando necessário para sinalizar obstáculos. Porém,
deixando o transeunte deficiente visual, livre para percorrer o passeio.
Nas linhas laterais, como pode-se observar nas figuras nº 9 e nº 10, estão
dispostos alguns mobiliários como: cabine telefônica, postes de iluminação,
lixeiras, bancos, quiosques, mesas, cadeiras, e a vegetação constituída por
árvores, todos organizados lateralmente. O local promove a circulação de forma
integrada aos espaços onde estão mesas e cadeiras, de forma delimitada, porém
ao mesmo tempo criando harmonia entre eles.
Figura 10: Rua para pedestres Las Ramblas, Barcelona
Fonte: Site Travel Market Report
3.6.2 Rua Florida, Buenos Aires
É uma rua só para pedestres, famosa pelo comércio, inclusive de
artesanato. Os turistas podem encontrar produtos tipicamente argentinos, como
as famosas peças de couro. Ao longo da Rua Florida, há restaurantes e
tradicionais cafés.
46
Figura 11: Rua para pedestres Florida, Buenos Aires
Fonte: Autora, 2017
O mais interessante nessa rua é a forma como os elementos gráficos do
piso indicam o local de passeio e o local do mobiliário urbano, organizando a
noção de caminhar de forma intuitiva. Nesse caso, os mobiliários são dispostos
em uma linha central, deixando livre duas vias para circulação. Além disso, o piso
possui um aparente acabamento sem desníveis.
3.6.3 Unter den Linden, Alemanha
É considerada uma das mais famosas avenidas de Berlim. Ela tem 1,5 km
e se estende deste a ponte Schlossbrücke (ponte do palácio) até a Pariser Platz
(onde está localizado o Portão de Brandenburgo). Com 60m de largura, duas
pistas e um arborizado canteiro central com bancos e quiosques. Além disso, nela
47
existem belas construções, prédios históricos, monumentos e diversas atrações
assim como restaurantes, cafés e lojas.
Figura 12: Avenida Unter den Linden, Alemanha
Fonte: Site Melhores Pontos Turísticos
Nessa avenida, a parte central é restrita para pedestres, é possível
perceber o amplo espaço para circulação. Mobiliário urbano e a vegetação estão
dispostas na linha lateral. No piso, há uma mudança na paginação do solo, que
determina a velocidade das pessoas. Onde tem mais relevo (nas laterais) estão
alguns bancos e as pessoas podem sentar. Onde o piso tem menos relevo (no
centro) é onde elas intuitivamente caminham. Possui aparentemente um bom
acabamento no piso, sem a presença de obstáculos. E as áreas de mesas e
cadeiras, interagem com a rota de passeio, mas permanecendo áreas livres.
48
Figura 13: Avenida Unter den Linden, Alemanha
Fonte: Site Tes Teach,
49
4. APLICAÇÃO DO MÉTODO DE VISÃO SERIAL DE CULLEN
Nesta etapa, foram realizadas visitas ao local e análises, utilizando-se do
embasamento teórico. De acordo com a proposta de visão serial de Cullen (1983).
Foram feitas observações do ponto de vista de um transeunte, em diversos
pontos da rota. Para tal, a mesma foi dividida em quatro setores, e em cada um
deles foram analisados os mobiliários urbanos na composição da paisagem da
rota.
4.1 Divisão de Setores
No Alto do Moura há duas principais ruas, a Rua Leão Dourado e a Rua
Mestre Vitalino. Estas rotas evocam o passeio turístico e convidam à caminhar, de
modo que o turista ou visitante pare, entre nos ateliês e lojinhas, e possa admirar
e comprar peças de artesanato, além de desfrutar dos restaurantes e bares que
existem na rota.
Na Rua Leão Dourado, concentra-se o maior número de bares,
restaurantes e ateliês, também o Museu Mestre Vitalino. Já a Rua Mestre Vitalino
por sua vez, é menos agitada, possui algumas residências, mas também alguns
ateliês importantes. E, ao final da rua, o Memorial Mestre Galdino. Para facilitar a
análise, a rota foi dividida em quatro setores a serem analisados, a Rua Leão
Dourado dividida em 3 (três) setores e, a Rua Mestre Viatalino correspondente ao
setor 4 (quatro).
Segue figura nº 15:
50
Figura 14: Mapa apresentando divisão dos setores
Fonte: Autora, 2018
1 – Inicia no Pórtico de entrada para o Alto do Moura e se estende até a esquina
da Churrascaria Gonzagão Hall. Nesse setor não há muita movimentação, nem
muitas construções.
2 – Inicia na Churrascaria Gonzagão Hall e vai até o Ateliê Dona Celestina. Nesse
setor está o maior número de bares e restaurantes do local.
3 – Inicia no Ateliê Dona Celestina e vai até a ABMAM (Associação dos Artesãos
em Barro e Moradores do Alto do Moura). Nesse setor estão vários ateliês de
artesanato, o Museu Casa do Mestre Vitalino e o Ateliê Mestre Luiz Galdino.
4 – Inicia na esquina onde está a ABMAM e vai até o Memorial Mestre Galdino, se
estendendo por toda Rua Mestre Viatalino, nesse setor estão alguns ateliês
igrejas e também residências.
51
4.2 Análise Visual da Rota Turística do Alto do Moura (Rua Leão Dourado e Rua
Mestre Vitalino)
De acordo com o livro de Cullen, “Paisagem Urbana” (1983), foi realizado o
percurso da rota. Levando em consideração que segundo ele, a leitura de uma
cidade é feita pelo observador através do trajeto definido pelo mesmo, e como
essa cidade provoca emoções no mesmo. Em alguns pontos, foram realizadas
fotografias do ponto de vista de um observador transeunte. Também foram
construídos mapas que demarcam o local em que cada imagem foi obtida.
4.2.1 Setor 1
Figura 15: setor 1
Fonte: Autora, 2018.
52
Figura 16: Ponto 1, Setor 1
Fonte: Autora, 2018.
Na parte inicial do setor, no ponto 1 (um) o primeiro elemento que chama a
atenção do observador é o pórtico. Podendo ser considerado um Ponto Focal,
assim como um ponto de Focalização, Acidente e Pontuação, pois funciona como
marco de entrada ao bairro, e elemento turístico para fotografias. O pórtico
oferece uma mensagem de boas-vindas ao visitante. Possui uma espécie de
telhado, em um formato que remete a uma casa. Feito de tijolos aparentes
pintados em uma cor bege clara. Já a parte superior onde está a frase de boas-
vindas na cor marrom, remetendo ao barro, ainda possui duas imagens
impressas, representativas do alto do Moura nas laterais, porém, estão
desbotadas em decorrência da luz do Sol.
Também há, dois letreiros com os nomes de Mestre Vitalino e Mestre
Galdino. O atual pórtico será substituído por um novo, como visto no Projeto
Revitalino, mas ainda não há data para execução. Também é possível ver uma
placa de sinalização indicando informações sobre pontos turísticos, deste ponto
de vista, a placa de sinalização impede a visibilidade completa do pórtico e a
leitura da mensagem escrita: “Bem-Vindos ao Alto do Moura”.
53
Figura 17: Ponto 2, Setor 1
Fonte: Autora, 2018.
Após o pórtico, no ponto 2 (dois) há um trecho não construído. Desse ponto
é possível perceber vegetação nas laterais da avenida, alguns postes de
iluminação na lateral direita. Também uma placa de trânsito fixada em um dos
postes de iluminação e uma calçada contínua do lado direito, a qual foi construída
recentemente pelo projeto Revitalino. Ao passar por esse local, temos a sensação
do Aqui e Além e de Perspectiva Grandiosa, pois vemos a vista da paisagem ao
redor não construída, e vemos adiante o começo da área construída e habitada.
54
Figura 18: Ponto 3, Setor 1
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 3 (três), se inicia o trecho mais movimentado. E ao lado direito é
possível perceber um grande espaço, com piso intertravado de concreto, e
focalizado por refletores. Nele encontra-se o que pode ser considerado um Objeto
Significativo e um Ponto Focal, o letreiro gigante, com o nome Alto do Moura. Tem
sido algo recentemente implantado na maioria das cidades turísticas do mundo,
geralmente com o nome da cidade em um ponto estratégico (figura 19). Este
letreiro chama atenção pelo tamanho, a escala possibilita interação de diversas
formas para fotografias.
55
Figura 19: Exemplos de letreiros gigantes em cidades turísticas
Fonte: G1.Globo e Meu Roteiro RDC
No caso do letreiro do Alto do Moura, a face das letras está na cor branca,
em contraste com a cor marrom que colore todo o resto das letras, remetendo ao
barro. Estas estão fixadas em uma base feita de tijolos comuns e aparentes,
também com textura de barro. Do lado esquerdo do nome, há uma figura de um
tocador de pífano, que é uma representação imagética do artista Mestre Vitalino.
Por trás do letreiro, está o prédio do CAT (Centro de Atendimento ao
Turista). E segundo o Portal G1 Caruaru e Região “o CAT tem a finalidade de
atender aos turistas dando informações variadas do município, como pontos
turísticos, gastronomia e áreas de lazer. O centro conta com centro administrativo,
recepção, área de circulação e banheiros.” (PORTAL G1 CARUARU E REGIÃO)
56
Neste mesmo ponto, ao lado do letreiro gigante e a frente do CAT, há um espaço
verde com um jardim. E dois bancos compostos por uma base em concreto, e
armação em ferro e madeira, formando o assento e espaldar dos bancos. Sendo
metade do banco com espaldar e outra metade apenas o assento. A área é
bastante espaçosa e os dois mobiliários ficam um pouco perdidos (sem
integração funcional com o espaço), recuados as bordas do jardim,
caracterizando Exposição e Isolamento. Não chamam a atenção para o fim ao
qual estão no local, passando uma sensação de rigidez. Caracterizando-se como
um local de Exposição e Isolamento.
4.2.2 Setor 2
Figura 20: Setor 2
Fonte: Autora, 2018
57
Figura 21: Ponto 1, Setor 2
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 1 (um) do setor 2 (dois), é possível ver o trecho que se iniciam os
prédios e construções, restaurantes, entre outros. Deste local, a sensação do
observador é de Entrelaçamento. Neste ponto são vistas algumas fachadas de
restaurantes, mercadinho, e também placas dos mesmos fixadas na calçada.
Ainda há postes de iluminação, postes apenas de suporte para fiação elétrica,
fiações aparentes, placas de trânsito, alguns prédios sem acabamento de reboco
com aparência de tijolos. Ao lado direito em duas esquinas é possível ver lixeiras
vermelhas de metal. Próximo à lixeira há uma haste de suporte para uma placa de
sinalização, porém a mesma está virada e não é possível identificá-la. No lado
esquerdo, é possível ver o canteiro que está presente em toda a calçada. A
vegetação do canteiro juntamente com placas, fachadas de casas e restaurantes,
cria uma complexidade na paisagem, misturando-as e dificultando o entendimento
do que ali se encontra.
58
Figura 22: Ponto 2, Setor 2
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 2 (dois), que se localiza mais ou menos em frente à Villa Prime
(uma casa de show), é possível perceber ainda o canteiro. E desta feita a calçada
é, em parte, tomada por capim e algumas árvores de pequeno porte.
Aproximadamente 1/3 da calçada é composta por esse canteiro. E a falta de
manutenção faz com que o capim tome quase toda a calçada, limitando a
passagem do pedestre. Estas árvores de pequeno porte, também impedem a
visão das placas assim como identificado no ponto 1 (um). Além disso, há uma
placa indicando um restaurante na área da calçada destinada a passeio, sendo
assim um obstáculo. As placas estão posicionadas de modo desalinhado e é
possível ver ainda três postes de iluminação fixados em três distâncias distintas
do início da calçada, também desalinhados.
59
Neste ponto, é possível perceber que as calçadas de toda a rota possuem
piso tátil para deficientes visuais, tanto a calçada da direta, como da esquerda.
Neste local, a sinalização tátil está próxima às paredes e a diversos obstáculos no
local de passeio. Neste ponto, também se percebe uma lixeira vermelha de metal,
fixada próximo a um poste, o que geralmente ocorre durante toda a rota. Neste
caso os mesmos estão impedindo a travessia do pedestre.
Figura 23: Ponto 3, Setor 2
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 3 (três), percebe-se um Caminho para Peões, com pavimentação
diferenciada em todas as calçadas. Neste ponto a mesma é ampla e com poucos
obstáculos. A sinalização tátil para deficientes visuais está localizada no canto
direito, bem próximo as paredes dos estabelecimentos, dificultando quem
necessite utilizá-la.
60
Mais adiante, ao olhar para a calçada do lado esquerdo, é possível ver o
canteiro, e que este ponto não está tomado pela vegetação, há apenas algumas
plantas. Também é possível ver uma rampa de acesso para cadeirantes, porém,
neste ponto do outro lado da calçada não há rampa. As mesmas estão
desencontradas e isto ocorre em alguns pontos, não possibilitando que o
cadeirante passe de um lado para o outro. Neste local, a calçada é mais larga,
deixando o local de passeio mais espaçoso.
Figura 24: Ponto 4, Setor 2
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 4 (quatro), é possível perceber que a calçada se amplia um
pouco, deixando mais livre e com mais espaço a sinalização tátil para deficientes
visuais. Também há uma rampa de acesso para deficientes físicos, porém
61
novamente, não há outra rampa paralelamente, somente há outra rampa mais a
frente, como é visto na figura 24 do lado esquerdo. Há dois tonéis que são
utilizados como lixeiros, colocados alí pelos próprios donos de estabelecimentos,
e são obstáculos que interrompem o livre passeio pela calçada.
Figura 25: Ponto 5, Setor 2
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 5 (cinco), uma situação de Entrelaçamento, se pode ver diversas
fachadas de estabelecimentos, como restaurantes e ateliês, que se misturam,
sobrepondo-se. Também um poste de energia elétrica posicionado no centro da
calçada, sendo assim um obstáculo para o transeunte. Além disso, há um Objeto
Significativo, uma escultura de um sanfoneiro que fica escondida em meio as
construções. É possivel ver que cada estabelecimento realizou um tipo de coberta
sobre a calçada, cada um a seu modo. E as fachadas se sobressaem em niveis,
cores, formas e materiais diferentes.
62
Figura 26: Ponto 6, Setor 2
Fonte: Autora, 2018.
Posicionado no ponto 6 (seis) e direcionando o olhar para a esquerda, o
observador é capaz de ver do outro lado uma grande área com Gradeamento,
pelas barras de ferro e corrente. Esta área é destinada a estacionamento e possui
uma entrada para os veículos a esquerda. Também duas grandes árvores bem
centralizadas que complementam a sensação de Gradeamento. Nesta, parte o
canteiro continua, porém, sem presença de vegetação.
63
4.2.3 Setor 3
Figura 27: Setor 3
Fonte: Autora, 2018
64
Figura 28: Ponto 1, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 1 (um), é possível ver uma rampa de acesso para cadeirantes, e
no lado oposto da via não há outra rampa, inviabilizando a travessia acessível
para a ocasião. Ainda são expostas várias placas indicando restaurantes mais à
frente. Do lado esquerdo, é possível perceber a presença de bastante verde, com
diversas árvores na área posterior aos estabelecimentos, trazendo uma
Justaposição entre as construções e a vegetação que surge por trás. Também há
um abrigo de ônibus na cor cinza e vermelho com uma publicidade fixada. Uma
lixeira localizada bem próxima a um poste de iluminação e uma placa referente ao
restaurante ao lado, além de um quiosque na cor verde escuro. No canteiro da
calçada estão pequenas árvores plantadas.
Percebe-se que todos estes ocupam lugares muito próximos, a lixeira bem
próxima ao abrigo e ao quiosque. O poste está bem próximo à árvore do canteiro.
E, além disso, está fixado no local destinado ao passeio, criando uma confusão
pela proximidade e sobreposição, ao mesmo tempo que dificultando o passeio.
65
Figura 29: Ponto 2, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
A partir do ponto 2 (dois), se iniciam os ateliês. Surge o primeiro totem
identificando o ateliê de Manoel Inácio, um Objeto Significativo. Está localizado à
frente do ateliê e tem a forma vertical, e cor laranja. Em cima, está colocada uma
escultura feita de barro. O totem está fixado mais a direita na calçada, e
extremamente próximo à sinalização tátil para deficientes visuais, tornando-se um
obstaculo para os mesmos.
66
Figura 30: Ponto 3, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
Mais à frente e no ponto 3 (três), vemos uma escultura de cavalo, outro
Objeto Significativo. Esta é bastante famosa e convidativa para fotografias, é
cobrado uma taxa e os turistas podem subir no cavalo e tirar fotos. Poderia ser
um ponto focal, bem marcado, porém, é possivel passar despercebido a um olhar
desatento, devido as suas cores e a complexidade em sua volta. Do mesmo
ponto, olhando para o lado esquerdo, é possível ver o Museu Casa do Mestre
Vitalino. Uma área ampla com vegetação e árvores preservadas. Um quintal
amplo, bem arborizado, com pequenas formações rochosas, e o antigo forno da
família de Vitalino, que completa a visitação turística com um ambiente natural.
O museu é um ponto bastante importante da rota. Sua frente possui uma
cerca baixa de madeira formando uma Barreira entre a calçada e o espaço em
volta do Museu. A pequena casa possui a característica de Textura, feita de tijolos
67
de barro mantido no original. O museu possui uma rota própria, que leva o
visitante a entrar na casa pela porta da frente, percorrê-la conhecendo a história,
e sair por uma pequena porta na parte de trás. Para visitar a área externa à casa
é gratúito, porém para entrar na casa é cobrado um valor de R$ 2,00 (dois reais).
Na entrada há uma placa que contém “Casa Museu Mestre Vitalino”.
Figura 31: Museu Casa Mestre Vitalino
Fonte: Autora, 2018.
Do lado direito da casa, há uma escultura representando Vitalino sentado e
execuntando uma de suas figuras de barro, um Objeto Significativo do local. Este
banco com a escultura já é configurado para acomodar uma pessoa, sendo
assim, são paradas nos roteiros turísticos para fotografias. Do lado esquerdo da
casa, há uma escultura retratando um tocador de pífano, em uma caixa de vidro
para garantir sua integridade. Também uma placa indicando, que os mesmos
fazem parte de um projeto de valorização da cultura do local realizado pela
prefeitura.
68
Figura 32: Ponto 4, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 4 (quatro), na calçada do lado esquerdo, está toda a fachada do
Museu Mestre Vitalino. Na mesma, há uma pequena árvore plantada no canteiro
tomando parte da passagem, tornando-se obstáculo para o pedestre que aqui
transita. Também duas lixeiras vermelhas em ferro, posicionadas uma no início da
cerca, e outra ao final. A que se encontra no final pode ser vista do ponto 7 (sete).
69
Figura 33: Ponto 5, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 5 (cinco) na calçada do lado direito, é possível ver mais um ateliê,
do Luiz Galdino. O totem informativo, está posicionado da mesma forma dos
outros desta calçada, do lado direito próximo à sinalização tátil para deficiente
visuais. Olhando para o lado esquerdo, é possível ver os totens informativos que
demarcam o Museu Mestre Vitalino. Neste caso são dois totens, e os mesmo
estão localizados na parte que segue o canteiro da calçada. Deste ponto é
possível ver uma faixa para pedestres e rampas de acesso para cadeirantes dos
dois lados da via paralelamente.
70
Figura 34: Ponto 6, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
Neste ponto 6 (seis), pode-se observar os totens referentes ao Museu do
Mestre Vitalino, os mesmo formam uma espécie de entrada para o museu,
destacando a importância do local e atraindo a atenção, devido a amplitude da
paisagem a sua volta. O canteiro segue com algumas plantas nesse trecho de
calçada que é mais larga.
71
Figura 35: Ponto 7, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 7 (sete), ainda ao final da calçada em frente ao Museu do Mestre
Vitalino, encontra-se um hidrante e uma lixeira vermelha de metal, posicionados
ao lado esquerdo da calçada, próximo à cerca do museu. Em primeiro plano,
vemos um poste de iluminação e, mais à frente, outros postes, estes não estão
alinhados. O primeiro está bem no final da calçada, e o segundo posicionado no
centro do local destinado ao passeio, tornando-se um obstáculo para o pedestre.
Percebe-se também o final do canteiro na calçada e a partir deste local a calçada
segue mais estreira.
72
Figura 36: Ponto 8, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 8 (oito), é possivel ver a calçada agora mais esreita, sem o
canteiro e a sinalização tátil passando por diversos obsáculos. O poste de
iluminação, por sua vez, está fixado ao final da calçada próximo à avenida.
73
Figura 37: Ponto 9, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 9 (nove), está a ABMAM, e em frente há um espaço que pode ser
considerado um Recinto, possui alguns canteiros com grama não aparada, duas
árvores, uma de grande e outra de médio porte. Também há um totem indicando
o local e, próximo está uma lixeira de metal na cor vermelha, estes estão fora do
local de passeio. Neste ponto a calçada faz uma curva, sobressaindo de acordo
com os canteiros, árvores e mobiliários. Há também um banco de madeira,
porém, dessa posição, o observador não consegue vê-lo totalmente.
74
Figura 38: Ponto 10, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 10 (dez), na calçada do lado direito, é possivel ver mais um totem
que, desta vez, não está posicionado ao lado direito, e sim, esquerdo. Também
consegue-se ver o final da calçada, esta que neste trecho é espaçosa e não
possui obstáculos, principalmente próximo à sinalização tátil. Posicionado ainda
no ponto 10 (dez) e olhando para a esquerda, é possivel ver como o espaço em
frente a ABMAM está disposto, e como o mobiliário se localiza.
Figura 39: Ponto 11, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 11 (onze), está detalhado de perto o banco que está localizado
em frente a ABMAM. Este é feito de madeira, ele possui um espaldar e acento
para os dois lados opostos e, está pintando na cor cinza, mesma cor de uma
75
cercado também de madeira que está próximo, contendo uma árvore ainda
pequena. Este local traz uma atmosfera de Intimidade, pela vegetação ao redor e
a sombra proporcionada. Deste ponto, ao olhar para o lado direito, é possível
identificar um poste de ilumiação e duas lixeiras diferentes. A lixeira vermelha em
metal que encontramos por toda a rota, e uma cinza feita em material plástico,
fixadas em lados opostos uma a outra no poste mencionado.
Figura 40: Ponto 12, Setor 3
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 12 (doze), já estamos ao final da rota turística situada na rua
Leão Dourado, e agora somos levados pela continuidade da calçada a virar para
esquerda e continuar a rota turistica pela rua Mestre Vitalino. Nesta esquina há
um poste de iluminação e uma lixeira posicionada junto ao poste. E ainda, é
possível perceber que a sinalização tátil passa justamente onde o poste esta
fixado.
76
4.2.4 Setor 4
Figura 41: Setor 4
Fonte: Autora, 2018
A rua Mestre Vitalino corresponde ao setor 4, é bem menos agitada que a
rua Leão Dourado, tem poucos bares, alguns ateliês. A rua também é mais ampla,
as calçadas mais espaçosas e a paisagem menos complexa. Por vezes, o
percurso feito pelo turista vai apenas até a esquina, e o mesmo não desce essa
segunda rua por não acreditar ser tão importante e atrativa. Contudo, nela estão
importantes ateliês e ao final o Memorial Mestre Galdino que possui extrema
importância para região.
77
Figura 42: Ponto 1, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 1 (um), assim que viramos à esquerda e, já na rua Mestre
Vitalino, avistamos o primeiro ateliê. O totem, que é um Objeto Significativo está
fixado em um local mais escondido e, um vaso com plantas bem próximo a ele,
impede que se destaque no local onde está inserido e realize sua função de forma
dequada. Vemos também a continuação da sinalização tátil no piso.
78
Figura 43: Ponto 2, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 2 (dois), mais um ateliê, e vemos que o totem não está na faixa
destinada ao passeio, no entanto, um poste de iluminação pública sim. No próprio
poste estão fixadas duas placas de sinalização de trânsito. Mais à frente outra
placa que segue o mesmo alinhamento do poste e está no centro da faixa que
deveria ser livre.
79
Figura 44: Ponto 3, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 3 (três), vemos uma lixeira que difere das demais já vistas. Esta é
de material polimérico e na cor laranja, fixada em um outro poste que, desta vez,
está posicionado mais à esquerda. Neste trecho, visualiza-se que a sinalização
tátil no piso passa próximo as edificações e, em momentos, impedida por
obstáculos. Mais à frente vemos uma árvore robusta que nos impede de ver a
continuação desta calçada, dando uma sensação de Perspectiva Velada.
80
Figura 45: Ponto 4, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 4 (quatro) é possível perceber o quanto a árvore ocupa espaço
na faixa destinada ao passeio. E que mais à frente a calçada faz uma leve curva à
esquerda. Identificamos também rampas de acesso para deficientes físicos,
todavia, nesta rua elas se encontram paralelas nos dois lados da via.
81
Figura 46: Ponto 5, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 5 (cinco), a calçada em uma parte tem a coloração vermelha, é
possível ver um poste de iluminação posicionado bem próximo à guia, este
também possui uma placa de sinalização fixada. Mais a frente um pouco, vemos
uma cabine telefônica, nas cores e identidade gráfica da companhia telefônica.
Vemos também, que a sinalização tátil no piso, é interrompida pela construção de
cor amarela.
82
Figura 47: Ponto 6, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
Ponto 6 (seis), na calçada do lado direito e direcionando o olhar para o lado
esquerdo, é possível ver várias mesas e cadeiras de um bar, dispostas na
calçada, algo que ocorre apenas aos finais de semana, ou períodos de festas.
83
Figura 48: Ponto 7, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 7 (sete), ainda na calçada do lado direito, vemos uma ampla
calçada, em frente à um ateliê. Também um totem informativo e próximo a ele
uma escultura, Objetos Significativos que são bem percebidos em meio a
paisagem ampla e sem muitos elementos complexos.
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Figura 49: Ponto 8, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 8 (oito), é possível ver que a calçada continua com bastante
espaço e livre de obstáculos. A não ser por uma placa de sinalização no centro da
área de passeio. Também há presença de sinalização tátil no piso. Nesse trecho
a paisagem muda um pouco, vemos um muro com acabamento apenas em
cimento e, do lado esquerdo, vegetação. Tem-se essa sensação de mudança.
85
Figura 50: Ponto 9, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
A área verde vista do ponto 8 (oito), é melhor vista no ponto 9 (nove), e é
possível ver que se trata das áreas laterais a entrada de um ateliê, a falta de
manutenção fez com que a vegetação crescesse e tomasse conta de parte da
calçada que ainda é em terra. Percebe-se algo parecido com um terreno
abandonado ao lado desse Ateliê, e tem-se uma sensação de insegurança. Neste
local há uma lixeira vermelha, feita em material metálico, como a que temos visto
desde o início da rota. Vemos um totem instalado próximo à essa área com
capim. Também dois postes de iluminação, posicionados mais à direita, próximo à
via. E outra cabine de telefone pública fixada no meio da área destinada ao
passeio.
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Figura 51: Ponto 10, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 10 (dez), descendo pela rua Mestre Vitalino, vemos que a
calçada do lado direito se estreita. E a sinalização tátil no piso, passa
extremamente próximo as edificações e casas. Deste ponto começa-se a ter a
sensação de infinito, a área de vista para o céu se amplia. Além disso ver-se as
montanhas no horizonte logo acima do final da rua caracterizando Truncagem.
87
Figura 52: Ponto 11, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
O ponto 11 (onze) é mais um exemplo em que a sinalização tátil no piso
sofre interferências de obstáculos, e das edificações. Nesses trechos as calçadas
já não são tão largas como inicialmente. Também a atmosfera já é de residências,
onde pode-se perceber famílias, crianças brincando, pessoas conversando.
88
Figura 53: Ponto 12, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 12 (doze), avistamos a descida até o final da rua. Deste ponto há
uma vista privilegiada de uma parte mais alta da cidade, uma perspectiva
grandiosa, temos uma sensação de infinito ao nos depararmos com a abertura e
vista do céu.
89
Figura 54: Ponto 13, Setor 4
Fonte: Autora, 2018.
No ponto 13 (treze), vemos o final da rua, com mais dois ateliês na calçada
do lado direito. E em frente nos deparamos com o Memorial Mestre Luiz Galdino.
Porém, diferente do Museu de Vitalino, este não possui artifícios que o destaquem
e chamem atenção para a sua importância na rota. Vemos claramente a
Truncagem, onde o relevo mais alto por trás das casas ao final da rua, é
percebido de forma brusca. Na figura nº 55, vemos melhor a fachada do Memorial
Mestre Galdino.
90
Figura 55: Memorial Mestre Galdino
Fonte: Autora, 2018.
91
5. ANÁLISE CONCLUSIVA E RECOMENDAÇÕES
Analisando a rota proposta, de um passeio turístico no bairro do Alto do
Moura, na cidade de Caruaru, foi possível perceber as áreas mais e menos
movimentadas, assim como as que possuem maior e menor complexidade na
paisagem e poluição visual, em decorrência de fiação elétrica, fachadas de
estabelecimentos, casas, placas, vegetação, postes de iluminação pública, entre
outros. Foram percebidos alguns temas descritos por Cullen (1983) durante o
trajeto. Identificou-se algumas falhas no plano urbanístico realizado recentemente
no local. Também que o mobiliário urbano não possuem uma linguagem em
comum e pensada de forma específica para a rota. Alguns pontos foram
destacados para serem melhor comentados e exemplificados nesta seção, e
foram separados pelos tópicos: Calçadas; Faixas para travessia de pedestres;
Rampas de acesso para deficientes físicos; Mobiliário urbano e; Mobiliário urbano
de cunho turístico.
Vale salientar que as figuras demonstradas como exemplo de aplicação,
não servem de referência para ser utilizada na rota analisada, mas apenas como
demonstrativo sobre as sugestões propostas.
5.1 Calçadas
Acerca das calçadas, segundo o Blog do Wagner Gil, foram todas refeitas
pelo plano de reordenamento Revitalino. Analisando a rota concluída e
comparando com as diretrizes estabelecidas pelas normas ABNT 9050:2014 e
ABNT 16537:2016, é possível identificar que existem alguns não cumprimentos
das normas que desarranjam o uso do espaço, tais como: irregularidades na faixa
que deveria ser livre; falhas na aplicação de sinalização tátil para deficientes;
entre outras, listadas abaixo.
Faixa Livre
A faixa de acesso por vezes interfere na faixa livre, pois em alguns pontos
as edificações sobressaem invadindo a área destinada a passeio. A faixa de
serviço é basicamente formada por um canteiro na calçada do lado esquerdo, e
92
em alguns pontos a vegetação invade a faixa livre. Esta faixa de serviço deveria
conter os mobiliários urbanos de modo que os mesmos não interferissem na área
de passeio, o que não ocorre. Por vezes, vemos os mobiliários como postes,
lixeiras, e placas alocados na faixa livre. Na calçada do lado direito (que não
possui canteiro), os mobiliários também são dispostos em diversos pontos
diferentes da calçada tanto na faixa livre como na faixa de serviço. E não seguem
um padrão ao serem posicionados. A faixa livre mede em alguns trechos 1,10 m,
em outros 1,50 m, e até mais. Apesar de se enquadrarem na norma em relação a
metragem, estes espaços não são totalmente livres e são frequentemente
invadidos por edificações, ou mobiliários. De acordo com a norma, deveria ter
1,20 m totalmente livre, não ter intervenção de nenhum obstáculo.
Figura 56: Exemplo de separação de faixa de acesso, faixa livre e faixa de serviço
Fonte: G1 São Paulo
Recomenda-se que, nos pontos mais estreitos, a faixa livre seja alargada,
para que se tenha, no mínimo 1,20 m. Também que haja uma devida separação e
organização das três faixas, sendo definida a faixa de serviço com no mínimo
0,75 m e, todos os mobiliários, vegetação e demais artefatos, sejam instalados
nessa faixa de modo a deixar o passeio completamente livre. Outra sugestão, é
93
que a faixa de acesso seja realinhada, ordenando as edificações de casas e
estabelecimentos e elementos pertencentes a estes, de modo que os mesmos
não estejam interferindo na faixa livre.
Configuração do piso
O piso atual, em algumas partes, é feito de concreto intertravado, e possui
textura tátil, em outras, é feito apenas de concreto e possui textura lisa.
Recomenda-se que, a configuração do piso seja de tal forma que ordene o modo
de caminhar e, que através da separação de cores ou da configuração formal,
seja indicada a faixa livre, a faixa de acesso e a faixa de serviço. Como vimos nos
exemplos já observados, como as ruas Las Ramblas, Florida e a Unter den
Linden. Outro exemplo foi também encontrado na cidade de São Bernardo, em
São Paulo (Figura 57), onde a configuração do piso deixa claro a separação dos
espaços destinados ao mobiliário urbano, e a área para o passeio.
Figura 57: Exemplo de configuração de piso que determina a separação de faixas
Fonte: Revista Online Vitruvius
94
Sinalização tátil
Na rota do Alto do Moura, existe a presença de sinalização tátil direcional e
de alerta, no piso das calçadas de ambos os lados. Entretanto, não está
totalmente de acordo com a ABNT NBR 16537:2016. De acordo com a norma, a
sinalização tátil deve ter cor diferente da cor do piso adjacente, o que não ocorre,
pois, a cor é bem parecida. Também deve haver um contraste visual entre a
luminância da sinalização e a luminância do piso do entorno. Esse contraste não
é percebido. Ainda quando o piso adjacente tiver textura, recomenda-se que a
sinalização tátil direcional seja lisa. Na rota em questão, a sinalização possui
textura tátil e o piso em seu entorno também.
Em alguns pontos a faixa lateral a sinalização tátil no piso, é quase
inexistente, e a sinalização tátil direcional está fixada sempre mais próxima às
edificações. Quando de acordo com a norma, a sinalização tátil direcional deve
estar no eixo central da faixa livre.
Em outros pontos, há diversos obstáculos. Em alguns, há sinalização tátil
de alerta, em outros não. De acordo com a norma, todos esses pontos com
obstáculos devem ser alertados pela sinalização tátil. Ainda, em alguns trechos, a
sinalização tátil passa bem junto a obstáculos.
Faz-se necessário rememorar o que fora dito por Ângela Carneiro, sobre
reduzir a utilização de sinalização tátil e utilizá-la quando necessário, pois é
melhor que a faixa destinada ao passeio esteja livre de obstáculos e
desobstruída. Pisos devem estar com bons acabamentos e sem irregularidades
para que a rota seja acessível e a sinalização tátil seja utilizada apenas quando
necessário, como, por exemplo, para indicar travessias de pedestres ou
obstáculos, deixando, dessa forma, o deficiente visual livre para realizar o
percurso sem limitá-lo a se locomover apenas pelos trechos com sinalização.
Trecho de embarque e desembarque de ônibus
Outro trecho que não está de acordo com a norma, é onde encontra-se o
único ponto de ônibus da rota. Segundo a NBR 14022:1997, deve ser instalada
sinalização tátil de alerta ao longo do meio fio. E piso tátil direcional, demarcando
95
o local de embarque e desembarque em pontos de ônibus. No caso da rota
observada, próximo ao meio fio está o canteiro e é necessário que o usuário
passe por cima do canteiro para embarcar no ônibus. O canteiro, por sua vez,
possui obstáculos e um usuário deficiente visual não possui nenhuma sinalização
lhe indicando onde embarcar.
Vale ressaltar que a calçada da área destinada a embarque e
desembarque necessita ser toda refeita. De acordo com a NBR 14022:1997, o
piso deve ter um bom acabamento, livre de material orgânico, com espaço para
manobra de cadeira de rodas. Recomenda-se que além disso, sejam instaladas
sinalização tátil, visual e sonora, indicando o local de embarque e desembarque.
Figura 58: Exemplo de sinalização tátil de alerta e direcional em áreas de embarque e desembarque
Fonte: Site Somente Acessibilidade
5.2 Faixa de Travessia de Pedestres
Na rua Leão Dourado, há apenas uma faixa de travessia de pedestres e,
na rua Mestre Vitalino também só existe uma. De acordo com a CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego), a demarcação de faixa de pedestres deve ser feita
após estudos de engenharia do local. Sobre a distância entre as faixas de
travessia, a CET afirma que:
96
Deve-se sempre procurar sinalizar a via de forma tal que as travessias de pedestres não fiquem excessivamente espaçadas, tendo em vista que o artigo 69 estabelece que até 50m, o pedestre é obrigado a realizar a travessia na faixa. Portanto quando ocorrer grande distância entre interseções deve ser avaliada a implantação de faixa(s) de travessia intermediária(s) junto a eventuais pólos geradores de travessia, tais como escolas, pontos de ônibus, comércio. (CET, p. 30).
Recomenda-se que sejam disponibilizados mais locais para travessia de
pedestres, já que as duas vias analisadas, possuem diversos pontos comerciais
em ambos os lados, um estudo de engenharia deve ser realizado no local, para
determinar a real necessidade de trechos devidamente sinalizado com faixas de
travessia de pedestres
5.3 Rampas de Acesso Para Deficientes Físicos
Outro elemento presente em toda a rota são as rampas de acesso, porém
na maior parte da rota as rampas não estão posicionadas paralelamente dos dois
lados da via e não possibilitam a travessia segura de pessoas com mobilidade
reduzida. Sugere-se que as travessias para pedestres estejam dotadas de
rampas de acesso dos dois lados da via paralelamente, além de sinalização tátil e
sonora. Assim como as demais rampas de acesso da rota, estas precisam ser
realocadas e instaladas uma de frente para a outra, de modo a possibilitar a
travessia segura.
Figura 59: Exemplo de faixa para travessia de pedestres com rampas de acesso
Fonte: Site da Prefeitura de São Paulo
97
5.4 Mobiliário Urbano
Sobre o mobiliário urbano, observou-se que os mesmos não constituem
uma “família” de mobiliário e possuem linguagem desconexa com a paisagem e
com a cultura que o local apresenta. Além de não serem convidativos aos
usuários, afetam as atitudes e os comportamentos dos mesmos no espaço
urbano. Abaixo foram listados os mobiliários urbanos encontrados na rota e
observações sobre os mesmos:
Postes de Iluminação
Na rota é possível perceber que os postes de iluminação pública e energia
elétrica, não possuem nenhuma identidade imagética pensada especificamente
para a rota. São postes comuns utilizados de forma geral. Dispõem de iluminação
branca, com lâmpadas de Vapor de Sódio.
À noite foram realizadas medições com o aplicativo Luxímetro para
Android, com a finalidade de identificar se a iluminação da rota está de acordo
com a norma NBR 5101:2012, levando em consideração que as medições foram
realizadas em dia de extrema movimentação, próximo aos dias de festas juninas
no local. Sendo assim, na rua Leão Dourado os valores medidos variam entre 5 –
48 lux, algumas áreas mais iluminadas outras menos, nesta via.
Em dias de muito movimento, como véspera de São João, são adicionadas
luzes extras. Além das iluminações de bares, restaurantes, lojas e ateliês. Já na
rua Mestre Vitalino, mesmo em dias de festejos não é tão movimentada e, dispõe
apenas dos postes de iluminação pública, as medições dessa via variaram entre 0
– 1 lux. De acordo com a norma citada, não podem haver pontos em que a
medição seja inferior a 1 lux, e o ideal seria acima de 3 lux.
Além disso, os postes de iluminação pública estão posicionados de forma
aleatória durante o passeio. Algumas vezes estão mais próximo às construções,
outras estão mais próximo à via. E em alguns casos estão exatamente no centro
da faixa destinada a passeio, tornando-se um obstáculo para o pedestre. O
emaranhado de fios percorre toda a rota, assim como passam de um lado para o
outro da via, criam uma complexidade quando unidos as demais informações.
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Figura 60: Exemplo de poste de iluminação pública em Curitiba
Fonte: Boca Maldita, O Blog do Paraná
Sugere-se a colocação de postes que sejam devidamente projetados para
o local. Com uma configuração que possua uma linguagem representativa do
bairro. Assim como, possua interação com a paisagem. E acima de tudo, sejam
dispostos de modo que realize sua função prática de iluminar. Também que sejam
instalados fora da faixa livre. Evidencia-se que a imagem é apenas um exemplo,
não sugestão para implantação na rota em questão.
Pórtico de Entrada
O pórtico de entrada é um ponto extremamente importante, de acordo com
Cullen (1983), uma Pontuação demarcando a entrada do Alto do Moura, além
disso um Ponto Focal, assim como um ponto de Focalização e Acidente que
quebra a monotonia e chama a atenção do observador. O pórtico atual, encontra-
se sem manutenção, dois banners com figuras representativas do local estão
apagados, em decorrência do tempo de exposição a luz solar. Ele já esteve
99
diferente de como é atualmente (Figura 61), percebe-se na imagem que ele
possuía maior imponência, cores que o destacava melhor da paisagem, além de
duas esculturas de barro, bem mais representativas.
O projeto do novo pórtico, traz de volta as esculturas em barro nas laterais,
mantém o formato do telhado da Casa Museu Mestre Vitalino, e insere mais
leveza as duas colunas laterais com materiais mais tecnológicos. Porém, algo a
ser repensado, seria o banner com informações de boas-vindas, pois, assim como
os banners do atual pórtico, estes necessitam de manutenção já que com o
tempo, são apagados em decorrência da luz solar. As letras em um banner, não
parecem fazer parte do projeto do pórtico, e sim apenas inseridos por obrigação
após o projeto já está concluído. É importante pensar cada mobiliário como parte
de uma família e inserir nos mesmos uma só identidade imagética, e elementos
da cultura local.
Figura 61: Antes e depois do pórtico de entrada do Alto do Moura
Fonte: Site Diocesano Caruaru e TV Replay
Lixeiras
Na rota, as lixeiras são do modelo Único Tela Moeda (Figura 62), feita em
metal. Não são pensadas especificamente para a rota. A cor vermelha se deve à
antiga gestão da cidade, e provavelmente será em breve, alterada para a cor da
atual gestão. São lixeiras pequenas que, em dias normais atendem à demanda de
lixo produzido. Porém, no período junino, a movimentação é mais intensa e em
100
decorrência disso, aumenta a quantidade de lixo, sendo insuficiente as lixeiras já
existentes, e por esta razão, a prefeitura disponibiliza grandes lixeiras, e as
distribui por toda a rua Leão Dourado.
Figura 62: Lixeira modelo Único Tela Moeda
Fonte: Autora, 2018
Além disso, são instaladas geralmente junto a postes de iluminação,
passando uma sensação de improviso, assim como, por diversas vezes, estão
localizados em meio a faixa livre, tornando-se obstáculos para o transeunte.
Figura 63: Lixeiras utilizadas em dias de Festas Juninas no Alto do Moura
Fonte: Autora, 2018
101
Recomenda-se que as lixeiras sejam projetadas de acordo com a
linguagem do local, demonstrando a cultura e integrando-o a paisagem. Assim
como, atenda às necessidades em dias comuns e dias de festas Juninas, de
modo a evitar transtornos com alocações desses mobiliários. Também que os
mesmos sejam instalados devidamente na faixa de serviço da rota.
Figura 64: Exemplo de lixeira na cidade de Pereira Barreto-SP
Fonte: Site da Prefeitura de Pereira Barreto, São Paulo
Cabine Telefônica
Apesar de não se verem muitas cabines telefônicas mais conhecidas como
orelhões, na rota é possível encontrar dois. Estes possuem uma identidade
pertencente a própria companhia telefônica, assim como cores que a representa e
são de tipos comuns.
Além disso, estão fixados em meio a faixa que deveria ser livre. Sugere-se
que sejam devidamente alocados para a faixa de serviço e que seja repensada a
configuração, para que os mesmos representem a rota onde estão inseridos.
Também para que desperte no usuário surpresa e admiração. Podendo até se
102
tornarem Objetos Significativos, atraindo o visitante para fotografias. Vale
ressaltar, que os exemplos demostrados por imagens não servem de referência
para a rota em questão.
Figura 65: Exemplo de cabine telefônica
Fonte: MCA – Manoel Cordeiro Arquitetura e Design
Abrigo de ônibus
Em toda a rota só há um abrigo de ônibus, este nas cores cinza e
vermelho, assim como os demais mobiliários, não possui uma identidade
imagética que leve em consideração e demonstre a importância da rota. Ele
passa uma sensação visual de não confortável. E na paisagem está inserido em
um local muito próximo ao quiosque e um poste de iluminação, que está inserido
no centro da faixa livre, destinada a passeio.
Sugere-se que todo o local seja reordenado, que o abrigo seja repensado
em seus aspectos formais, de modo a promover maior qualidade e conforto ao
103
usuário, levando em consideração as especificações determinadas pela NBR
9050:2004 em relação à acessibilidade. Do mesmo modo, que venha a melhorar
a experiência de uso, assim como a interação com a paisagem e, que o mesmo
seja projetado de modo a repassar uma identidade que represente a rota.
Figura 66: Exemplo de abrigo de ônibus devidamente projetado para o local
Fonte: IN Trânsito – Notícias de Legislação de Trânsito do Brasil
Bancos
Durante o percurso da rota, são encontrados bancos para descanso em
dois momentos, o primeiro logo na entrada em frente ao CAT e próximo ao letreiro
gigante. Neste há dois bancos, que também não possuem uma linguagem já
inserida nos demais mobiliários, cuja base é um bloco maciço de concreto e
passa uma sensação de peso e dureza. A madeira colocada como assento e
espaldar não cria uma unidade visual com o concreto, dando a sensação de
“gambiarra”.
104
Não são convidativos a sentar, aproveitar o espaço para apreciação,
descanso e conversação, o usuário senta de costas para um jardim, que poderia
ser melhor explorado. O amplo espaço e o recuo dos dois bancos, criam uma
imagem de frieza e distanciamento. Que a ampla área seja reordenada com a
finalidade de proporcionar um lugar agradável e aconchegante, que promova a
conversação, apreciação do espaço, e até fotografias para recordar o momento,
já que se trata de um ponto focal onde os turistas param para fotografias.
O segundo momento da rota, onde há outro banco de praça, é em frente a
ABMAM, este possui formas em linhas retas e bem diferente dos primeiros vistos,
são de madeira pintados na cor cinza, tem uma modulação que o caracteriza
como dois em um, os assentos estão dispostos horizontalmente para lados
opostos, e um só encosto realiza a mesma função para ambos os lados. Suas
linhas retas não emitem a sensação de conforto, e o fato dos usuários sentarem
de costas não proporciona conversação. O local onde ele está inserido, possui
uma área verde, com árvores, e pode ser bem explorado.
Recomenda-se a realocação do banco, de modo a estabelecer uma
atmosfera intimista, agradável e de aconchego. Podem ser inseridos até dois se
necessário, deve ser realizado um estudo em relação ao espaço disponível.
Sugere-se também, que o mobiliário seja repensado, não só este, mas os outros
dois bancos, de modo a estabelecer um padrão de linguagem com os demais
mobiliários. Representando a rota onde está inserido. Levando em consideração a
acessibilidade, para que ao lado dos assentos fixos haja espaço para cadeira de
rodas, sem interferir na circulação.
Segundo a NBR 9050:2004, “este espaço deve ser previsto ao lado de pelo
menos 5%, com no mínimo um do total de assentos fixos no local. Recomenda-
se, além disso, que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis para
acessibilidade” (ABNT NBR 9050:2004, p. 87) e, assentos ergonômicos de acordo
com as medidas antropométricas indicadas na mesma norma.
105
Figura 67: Exemplo de bancos públicos e sua interação com o usuário
Fonte: Site Brasília Concreta
Totens
Os totens informativos trazem destaque e importância para os ateliês dos
artesãos. A cor laranja lembrando “terra vermelha”, os destaca na paisagem, e
sua forma vertical é um bom modo de ocupar pouco espaço na calçada, ainda
assim, estão instalados na faixa livre destinada a passeio e, muito próximo à
sinalização tátil o piso.
Em alguns totens, na parte superior foram fixadas artes daquele ateliê
indicado outros permanecem apenas o totem. Eles possuem uma boa forma, se
integram na paisagem ao mesmo tempo que chamam atenção. Recomenda-se
que estes, sejam alocados para a faixa de serviço, e todos tenham peças acima
do totem, demostrando a arte ali produzida. Além disso, é importante que ele
possua a mesma linguagem dos demais mobiliários, isso deve ser pensado em
conjunto.
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Figura 68: Toltem de sinalização do Alto do Moura
Fonte: Autora, 2018
Placas de Sinalização
As placas de sinalização vertical existentes no local não possuem uma total
legibilidade, por estar inseridas em meio a vegetação. Também em meio a outras
placas de estabelecimentos, desalinhadas, por vezes sobrepostas a faixadas. Já
placa de sinalização horizontal, existe uma na entrada que impede a visão total do
pórtico, e outra logo após o CAT, a qual está torcida de modo que é impossível
identifica-la. É necessário um estudo para determinar onde as placas devem ser
colocadas, de modo que a vegetação não interfira na sinalização.
Já sobre as placas de estabelecimentos, bares e restaurantes, sugere-se
que sejam retirados.
107
Fachadas Comerciais
As fachadas comerciais, constituem uma grande complexidade na
paisagem do local. São chamativas, com propagandas de marcas de bebidas e
etc. Sobressaem umas às outras, e tornam-se confusas vistas de longe.
Recomenda-se que, as faixadas recebam um realinhamento, com algum tipo de
padronização. Porém ao mesmo tempo, receba também elementos que diferencie
e identifique cada estabelecimento, também com uma identidade gráfica que
remeta a rota onde estão inseridos. Sendo assim, uma limpeza visual, reduzindo
a complexidade de informações e facilitando a legibilidade.
Vegetação
A vegetação presente na rota encontra-se principalmente no canteiro
presente na calçada do lado esquerdo, apenas na rua Leão Dourado. Foram
plantadas recentemente pelo projeto de restauração das calçadas, e as árvores
por exemplo ainda se encontram em um porte pequeno. De certa forma, alguns
trechos da rota estão tomados por vegetação. Por vezes, essas pequenas árvores
tornam-se obstáculos na passagem de pedestres e, de acordo com a NBR
9050:2004, “galhos de arbustos e de árvores não devem interferir na faixa livre de
circulação”, necessitando de uma atenção especial a manutenção.
Já na rua Mestre Vitalino, a presença de faixadas de lojas, comércios e
bares é bem menor. Não há tanta vegetação, apenas algumas árvores. Além de
ser mais ampla, o que a torna menos complexa.
Algo a se pensar é sobre a interação entre árvores, faixadas, fiação
aparente e placas. Assim como de certo modo já ocorre, em alguns trechos é
possível perceber a confusão visual. Recomenda-se então, que seja realizada
sempre a manutenção, de forma a limitar a vegetação apenas a faixa de serviço.
E que sejam realizados estudos, de forma a promover a existência de árvores e
plantas na rota, sem que as mesmas interfiram na faixa livre. Assim como,
soluções que evitem que as faixadas, placas e etc, fiquem confusas em meio as
árvores.
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5.5 Mobiliário Urbano de Cunho Turístico
Os mobiliários considerados como turísticos por este trabalho são aqueles
que possuem algum atrativo para o turista, com entretenimento e diversão. São
listados abaixo e explicados.
Letreiro Gigante
O letreiro do Alto do Moura, é um ponto bastante convidativo a interação e
fotografias. É um marco de que o visitante esteve no local. Porém, por vezes,
pode passar despercebido, pois não chama muita atenção. Apesar do tamanho,
as cores inseridas nele não o destacam na paisagem. Entende-se que as cores
do letreiro remetem ao barro.
Recomenda-se que possam ser inseridas, características que o tornem
mais atrativo, e que represente a cultura do local. E assim como os letreiros vistos
em Cancun e Recife, sejam de alguma forma inseridos grafismos da cultura do
local. Um estudo deve ser realizado para determinar inserção de elementos
culturais. Ressalta-se que os exemplos citados e mostrados não servem de
referência para a rota analisada, são apenas exemplos de aplicação.
Figura 69: Exemplo de Letreiro Gigante em Cancun
Fonte: Site Meu Roteiro
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Placa de entrada do Museu Mestre Vitalino
A placa onde está escrito: Casa Museu Mestre Vitalino, é um Objeto
Significativo onde turistas param para fotografias. Isso ocorre devido à relevância
do Museu. É um elemento interessante, convidativo, com uma linguagem
característica do local, representativa do Museu.
Figura 70: Placa indicativa da Casa Museu Mestre Vitalino
Fonte: Caruaru Mais – Site de Turismo
Escultura de Mestre Vitalino
A escultura está inserida no jardim em volta da Casa Museu Mestre
Vitalino. Ela representa o Mestre moldando seus bonecos de barro, sentando em
um banco, que possui espaço para que o visitante sente ao lado de Vitalino para
uma fotografia. É algo interessante, e proporciona interação dos usuários com
rota.
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Figura 71: Escultura representando o Mestre Vitalino
Fonte: Blog Ruth Albernaz
Escultura de Cavalo
A escultura de um cavalo existente na rota, é algo bem interessante. Por
apenas R$ 2,00 (dois reais), o visitante pode subir na mesma, para registrar o
momentos com fotografias. E proporciona interação e diversão ao percurso da
rota. É um ponto bastante positivo, e deve ser melhor valorizado. Na análise foi
observado que este, não se destaca em meio as edificações. É um elemento que
necessita de maior destaque, por ser um Objeto Significativo.
Figura 72: Escultura de cavalo no Alto do Moura
Fonte: Autora, 2018
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5.6 Sobre a Rota
Recomenda-se que os espaços de passeio da rota recebam projetos que
visem a sua valorização. Como a rua Leão Dourado já é fechada para trânsito de
carros em dias de maior movimentação, e torna-se uma só área para pedestres.
Sugere-se que as áreas da calçada sejam ampliadas, devidamente separadas e
organizadas em faixas distintas de acesso, serviço e livre, tornando o Caminho
para Peões segundo Cullen (1983), agradável, seguro e acessível, considerando
o Pavimento e a utilização correta da sinalização tátil no piso quando necessário.
Ou seja, que esteja enquadrado nas normas já citadas.
Aconselha-se que sejam dispostas mais áreas de convivência, que
proporcionem aos usuários, sentar, apreciar, conversar. Que venha ocasionar a
sensação de Intimidade, assim considerada por Cullen (1983). Que sejam locais
acessíveis a todas as pessoas seguindo as normas da ABNT já mencionadas.
Além de áreas flexíveis que possam ser utilizados para diferentes propósitos.
Propõe-se que os Pontos Focais, Objetos Significativos, pontos de
Focalização, Acidente e Pontuação que foram identificados na rota com a
utilização da metodologia, sejam melhor destacados com a intervenção do
Design, não só de produto mas gráfico também. Repensando o mobiliário urbano,
as fachadas de estabelecimentos, suas formas e cores, com a finalidade de criar
uma identidade imagética única e representante da cultura e história do local,
para estes elementos. E sejam destacados em meio a paisagem para chamar
atenção e convidar o turista a fotografar e interagir em diversos trechos da rota.
Além disso, algo a ser pensado, é como atrair mais visitantes à segunda
parte da rota. Pois percebe-se que a concentração de pessoas, em dias comuns e
dias de festejos se dá na rua Leão Dourado. Sugere-se a elaboração de um
projeto que eleve a curiosidade, como por exemplo a Expectativa descrita por
Cullen (1983) e, evoque o turista/visitante, a percorrer este outro trecho da rota,
pois ainda há diversos ateliês importantes a serem vistos e visitados.
112
6. CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise da rota
turística do Alto do Moura, observando como se dá a organização dos espaços e
da paisagem urbana neste local. De acordo com a metodologia adotada aplicada
na pesquisa de campo, foi possível identificar pontos estratégicos da rota,
seguindo a indicação de Cullen (1983). E foram traçadas diretrizes a respeito de
como possam ser melhor exploradas para proporcionar agradabilidade, conforto,
contemplação, admiração e entretenimento, assim como, chamar atenção do
observador e convidá-lo ao passeio turístico. Entende-se que existem possíveis
desdobramentos desse estudo, e sugere-se futuras pesquisas mais detalhadas
sobre o mobiliário urbano da rota, levando em consideração a acessibilidade e
sua morfologia. Também estudos que determinem uma identidade imagética a ser
utilizada na rota, e até projetos de reordenamento no local visando corrigir as
falhas apontadas pelo presente trabalho.
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