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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical
CAPIM-PAIAGUÁS SUBMETIDO A DOSES DE CINZA VEGETAL E
DISPONIBILIDADES HÍDRICAS
MARIA DÉBORA LOIOLA BEZERRA
CUIABÁ - MT
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical
CAPIM-PAIAGUÁS SUBMETIDO A DOSES DE CINZA VEGETAL E
DISPONIBILIDADES HÍDRICAS
MARIA DÉBORA LOIOLA BEZERRA
Engenheira Agrícola e Ambiental
Orientadora: Profa. Dra. EDNA MARIA BONFIM DA SILVA
Coorientador: Prof. Dr. TONNY JOSÉ ARAÚJO DA SILVA
Tese apresentada à Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Doutora em Agricultura Tropical.
CUIABÁ - MT
2018
À minha mãe Antonia Ricardina de Loiola Bezerra e ao meu Pai Luiz Alves Bezerra. Amo muito vocês!
Dedico esse título!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus imensamente por Seu amor sublime, imensurável e que
constrange. Por Sua força e graça que me sustentam, por estar ao meu lado em todo
o tempo, pelo ânimo e direcionamento durante a escrita deste trabalho. Por Seu
cuidado nos mínimos detalhes, pelas providências e Seu agir em meu favor de
maneira sobrenatural e surpreendente. Palavras são limitadas. Todas as minhas
conquistas provêm d’Ele. “Porque d’Ele e por Ele, para Ele são todas as coisas”
Romanos 11.36.
Aos meus pais, Antonia e Luiz, pois nunca será o suficiente. Sem eles não teria
chegado até aqui, pois são a essência do meu continuar, impulso para eu prosseguir
e não desistir. Pelo apoio, amor incondicional, intercessões, cuidado, incentivo,
compreensão e exemplo de coragem na batalha sem medir esforços. À minha irmã,
que amo, Danyelle Crystina de Loiola Bezerra, pelo companheirismo. À minha tia Ana
Ricardo Loiola Barbosa pelo direcionamento e apoio.
À prof. Dra. Edna Maria Bonfim-Silva minha gratidão, pela confiança em mim
depositada e orientação durante esses 8 anos de parceria compartilhando seus
valiosos conhecimentos e experiências que foram fundamentais para a construção e
crescimento da minha carreira acadêmica, que levarei e transmitirei em minha
trajetória profissional.
Ao professor Dr. Tonny José Araújo da Silva, meu coorientador, pelo apoio na
realização do experimento, pela colaboração e conhecimento transmitido. Aos
professores Dr. Marcio Koetz, Dr. Thiago F. Duarte, pela contribuição na escrita do
trabalho no exame de qualificação e na defesa da tese, bem como ao Dr. Rafael H. P.
Reis e à Dra Adriane Barth. E a todos os professores que no curso do doutorado
participaram desse processo de aprendizagem.
Aos meus colegas de pós-graduação, que se tornaram amigos para a vida e
que foram importantes nesse percurso, trazendo leveza e alegria aos dias de luta. Aos
amigos do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical Kaynara F. L.
Kavazaki, Letícia H. C. de Souza, Ana Paula S. Carvalho, Larissa Freitag, Vinícius M.
da Silva, William Fenner, Luis Augusto Di Raimo, Thiago H. F. M. Castanon, Rafael
Rosseti, André Casaroto, pelos bons momentos de partilha e conforto no período
longe de casa. Aos amigos da Pós-Graduação no campus de Rondonópolis Alessana
F. Schlichting pelo companheirismo, Andressa S. D. C. S. Miguel, Carina S. L. L. Bär,
Ellen S. E. Santo, Adriano B. Pacheco, Luana G. A. Dourado, Vinícius M. da Silva,
William Fenner, Thiago H. F. M. Castanon, Hamilton A. W. Castro, William L.
Crisóstomo, Denise C. Soares, Camila Rueda, Paula Lima pela amizade, acolhida,
momentos divertidos e de descontração.
Ao Adriano Bicioni Pacheco, que colaborou de forma ímpar na implantação do
experimento; que Deus o recompense. À Luana G. A. Dourado, à Francielle S.
Cavalcante, ao William Fenner e Rafael Andrade, pela valiosa ajuda no experimento
em momentos indispensáveis.
Aos integrantes do GPAS, Grupo de Práticas de Água e Solo, que muito
colaboraram desde a implantação até as avaliações do experimento; sem vocês tudo
seria mais difícil e dispendioso.
Ao Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, pela oportunidade em
realizar o curso de doutorado.
Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, pela disponibilização
da casa de vegetação e de recursos físicos para a realização do experimento.
À Universidade Federal de Mato Grosso, idônea instituição, que me deu a
oportunidade de alcançar todos os níveis de estudo: graduação, mestrado e
doutorado. Bem como aos técnicos Huan e Paulo, Elias e Agnaldo, pelo auxílio em
questões administrativas e laboratoriais, respectivamente.
À instituição de apoio à pesquisa Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior, pela bolsa de estudo importante para a dedicação à pós-
graduação.
À Santa Rita Sementes, pela doação das sementes de Urochloa brizantha cv.
BRS Paiaguás.
À EMPAER, Empresa em Assistência e Extensão Rural de Mato Grosso, pela
compreensão em me liberar em dias de compromissos com a pós-graduação.
Por fim, a todos que direta e indiretamente se dispuseram a auxiliar-me nesse
período de trabalho, pois sozinho ninguém realiza sonhos. “Há força em precisar dos
outros e não fraqueza! (A.D.)”.
Muito obrigada!
Não tenho palavras para agradecer Tua bondade Dia após dia me cercas com fidelidade
Nunca me deixes esquecer que tudo que tenho Tudo que sou e o que vier a ser
Vem de Ti, Senhor (Deus) Dependo de Ti, preciso de Ti
Sozinho nada posso fazer Descanso em Ti, espero em Ti
Sozinho nada posso fazer
Louvor “Vem de Ti, Senhor” de Ana Paula Valadão Bessa
CAPIM-PAIAGUÁS SUBMETIDO A DOSES DE CINZA VEGETAL E
DISPONIBILIDADES HÍDRICAS
RESUMO - A incorporação de cinza vegetal ao solo pode aumentar a retenção de água no solo e intensificar a produção de forrageiras mesmo sob baixa disponibilidade hídrica. Objetivou-se avaliar o desenvolvimento e a produção do capim-paiaguás (Urochloa brizantha) submetido a doses de cinza vegetal e disponibilidades hídricas do solo. O experimento foi realizado em casa de vegetação utilizando-se delineamento em blocos casualizados em esquema fatorial 5x5 fracionado, correspondendo a cinco doses de cinza vegetal (0; 8; 16; 24 e 32 g dm-3) e cinco disponibilidades hídricas do solo (4; 8; 16; 32 e 64 kPa) com quatro repetições. O desenho experimental foi baseado no composto central modificado em que se estudaram 13 combinações de doses de cinza vegetal (g dm-3) e disponibilidades hídricas do solo (kPa): 0-4; 0-16; 0-64; 8-8; 8-32; 16-4; 16-16; 16-64; 24-8; 24-32; 32-4; 32-16; 32-64. Cada unidade experimental foi composta de um vaso confeccionado com tubos de PVC, policloreto de vinila, de 300 mm de altura por 200 mm de diâmetro, contendo volume de solo de 8,7 dm3 com cinco plantas de capim-paiaguás. Em intervalo de 30 dias foram realizados três cortes na parte aérea das plantas sendo por ocasião de cada corte avaliadas as características fitométricas: ângulo foliar, diâmetro de colmo+bainha, altura de planta, número de folhas, número de perfilhos, relação folhas/colmos+bainhas, área foliar e volume de raízes; produtivas: massa seca de folhas, colmos+bainhas, parte aérea e raiz (este no último corte); nutricional da planta: índice de clorofila; químicas do solo (pH do solo antes da semeadura e a cada corte), consumo total de água e eficiência no uso de água pela gramínea. Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão, ambas com até 5% de probabilidade de erro, por meio do programa SISVAR e, quando houve interação significativa entre os tratamentos, os resultados foram analisados por meio do programa estatístico SAS (System for Windows). Os melhores resultados de desenvolvimento e produção de massa seca do capim-paiaguás foram encontrados com incorporação de cinza vegetal ao solo. A tensão de água no solo elevada influencia as características fitométricas e reduz a produção de massa seca da gramínea. A incorporação de cinza vegetal ao solo aumenta o pH e a retenção de água do Latossolo Vermelho. Palavras-chave: resíduo sólido, tensão de água no solo, Urochloa brizantha, sonda de capacitância.
CAPIM-PAIAGUÁS SUBMITTED TO DOSES OF VEGETABLE ASH AND WATER
AVAILABILITIES
ABSTRACT - The incorporation of vegetable ash into the soil can increase water retention in the soil and intensify forage production even under low water availability. The objective of this study was to evaluate the development and production of paiaguas grass (Urochloa brizantha) submitted to doses of vegetable ash and soil water availability. The experiment was carried out in a greenhouse using a randomized block design in a 5x5 fractional factorial scheme, corresponding to five doses of plant ash (0, 8, 16, 24 and 32 g dm-3) and five soil water availability (4; 8; 16; 32; 64 kPa) with four replicates. The experimental design was based on the modified central compound in which 13 combinations of doses of vegetal ash (g dm-3) and soil water availability (kPa) were studied: 0-4; 0-16; 0-64; 8-8; 8-32; 16-4; 16-16; 16-64; 24-8; 24-32; 32-4; 32-16; 32-64. Each experimental unit was composed of a vessel made of PVC pipes, polyvinyl chloride, of 300 mm height by 200 mm diameter, with soil volume of 8.7 dm3 with five paiaguas grass plants. In the interval of 30 days, three cuts were made in the aerial part of the plants, being evaluated the phytometric characteristics: leaf angle, stem diameter+sheath, plant height, number of leaves, number of tillers, ratio leaf/stem+sheath, leaf area and root volume; productive: dry mass of leaves, stems+sheath, shoot and root (this in the last cut); nutritional status of the plant: chlorophyll index; (soil pH before sowing and with each cut), total water consumption and water use efficiency by grass. The results were submitted to analysis of variance and regression, both up to 5% probability of error, through the SISVAR program, and when there was a significant interaction among the treatments the results were analyzed through the SAS (System for Windows) statistical program. The best results of development and dry mass production of paiaguás grass were found with incorporation of vegetable ash in the soil. The high soil water tension influences the phytometric characteristics and reduces the dry mass production of the grass. The incorporation of vegetable ash into the soil increases the pH and water retention of the Oxisol. Keywords: solid residue, soil water tension, Urochloa brizantha, capacitance probe.
LISTA DE FIGURAS
Página
1 Reação de neutralização da acidez do solo. Adaptado de van Raij (2011)..... 21
2 Sistema trifásico do solo considerado como ideal para o desenvolvimento
das plantas. Adaptado de Kiehl (1979)........................................................... 28
3 Vista geral do experimento em casa de vegetação com Urochloa brizantha
cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal e tensões de água
no solo, aos 60 dias após a semeadura......................................................... 34
4 Desenho experimental baseado no composto central modificado de Littel
e Mott (1975) em função das doses de cinza vegetal (y) e tensões de água
no solo (x)...................................................................................................... 35
5 Representação das dimensões (cm) da unidade experimental (A) e dos
vasos adaptados interligados pelo tubo de acesso à sonda de capacitância
(B).................................................................................................................. 36
6 Adubação nitrogenada via solução utilizando uréia como fonte, aos 20 dias
após a semeadura......................................................................................... 38
7 Sonda de capacitância Diviner 2000® (A) para obtenção da umidade
volumétrica do solo. Pontos de leituras úteis (10, 40, 70, 100 cm) da
umidade do solo no perfil dos vasos adaptados (B)...................................... 40
8 Ângulo entre a folha +1 e a folha em expansão da Urochloa brizantha cv.
BRS Paiaguás............................................................................................... 41
9 LI-3100C medidor indireto de área foliar da Urochloa brizantha cv. BRS
Paiaguás aos 30 dias após a semeadura....................................................... 42
10 Volume radicular da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás pelo método da
proveta, aos 90 dias após a semeadura. Raiz do capim-paiaguás (A),
volume inicial de água sem raiz (B), volume final de água contendo raiz (C). 42
11 Altura de corte da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás a 5 cm do solo,
aos 30 dias após a semeadura....................................................................... 43
12 Curvas características de retenção de água do Latossolo Vermelho
submetido a doses de cinza vegetal: ausência de cinza vegetal (A);
8 g dm-3 (B); 16 g dm-3 (C); 24 g dm-3 (D); 32 g dm-3 (E)............................... 46
13 Altura de plantas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a
doses de cinza vegetal (g dm-3) e tensão de água no solo (kPa) no primeiro
(A), segundo (B) e terceiro (C) corte............................................................... 48
14 Ângulo foliar da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a doses
de cinza vegetal (g dm-3) e tensão de água no solo (kPa) no primeiro (A) e
segundo (B e C) corte................................................................................... 51
15 Área foliar de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a doses de
cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no primeiro corte.................. 54
16 Área foliar de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a doses de
cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte................. 55
17 Área foliar de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a doses de
cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte................... 56
18 Diâmetro de colmos+bainhas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função das doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no primeiro
corte............................................................................................................... 58
19 Diâmetro de colmos+bainhas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função das doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no
segundo corte................................................................................................ 59
20 Diâmetro de colmos+bainhas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função das doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no
terceiro corte.................................................................................................. 60
21 Leitura SPAD da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro corte................................................ 61
22 Número de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de
cinza vegetal e tensões de água no solo na primeira (A) e segunda (B)
avaliação....................................................................................................... 64
23 Número de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função de
doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte.... 65
24 Número de perfilhos de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a
doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no primeiro corte.............. 67
25 Número de perfilhos de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a
doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte.. 68
26 Número de perfilhos de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a
doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no terceiro corte............... 69
27 Massa seca de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no primeiro corte............. 71
28 Massa seca de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte............ 72
29 Massa seca de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte.............. 73
30 Massa seca de colmos+bainhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás
em função de doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no
primeiro corte................................................................................................. 75
31 Massa seca de colmos+bainhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás
em função de doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no segundo
(A e B) e terceiro corte (C).............................................................................. 76
32 Massa seca da parte aérea de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás
submetida a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no
primeiro corte................................................................................................. 78
33 Massa seca da parte aérea de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás
submetida a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no
segundo corte................................................................................................ 79
34 Massa seca da parte aérea de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob
doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte.... 80
35 Massa seca de raiz de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a
doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B).............................. 83
36 Volume de raiz de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função de
doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B).............................. 84
37 pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal por ocasião da semeadura.................................................. 85
38 pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B), por ocasião do primeiro
corte............................................................................................................... 86
39 pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B), por ocasião do segundo
corte............................................................................................................... 87
40 pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B), por ocasião do terceiro
corte............................................................................................................... 88
41 Consumo total de água pela Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função de doses de cinza vegetal e tensões de água no solo......................... 90
42 Eficiência no uso da água pela Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função de doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B).............. 91
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 18
2.1. Capim-paiaguás ................................................................................................. 18
2.1.1 Origem e características da gramínea .......................................................... 18
2.2. Cinza vegetal ...................................................................................................... 19
2.2.1 Conceito, origem e outras alternativas de uso do resíduo ............................ 19
2.2.2 Uso de cinza vegetal na agricultura .............................................................. 20
2.2.3 Adubação com cinza vegetal em gramíneas................................................. 24
2.2.4. Efeito da cinza de madeira na atividade microbiana do solo........................ 25
2.2.5. Cinza vegetal e responsabilidade ambiental ................................................ 26
2.3. Retenção de água no solo .................................................................................. 27
2.3.1. Irrigação em gramíneas ............................................................................... 30
2.3.2 Retenção de água do solo com cinza vegetal ............................................... 31
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 34
3.1 Localização geográfica e caracterização experimental .................................... 34
3.2 Montagem das unidades experimentais ........................................................... 35
3.3 Coleta, adubação do solo e semeadura ........................................................... 36
3.4 Caracterização da retenção de água ............................................................... 38
3.5 Manejo da irrigação .......................................................................................... 39
3.6 Variáveis avaliadas .......................................................................................... 40
3.7 Análise estatística ............................................................................................ 44
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 45
4.1 Curvas características de água do solo ........................................................... 45
4.2 Altura de plantas .............................................................................................. 47
4.3 Ângulo foliar ..................................................................................................... 50
4.4 Área foliar ......................................................................................................... 53
4.5 Diâmetro de colmos+bainhas ........................................................................... 58
4.6 Leitura SPAD ................................................................................................... 61
4.7 Número de folhas ............................................................................................. 63
4.8 Número de perfilhos ......................................................................................... 66
4.9 Massa seca de folhas ...................................................................................... 70
4.10 Massa seca de colmos+bainhas .................................................................... 74
4.11 Massa seca da parte aérea ............................................................................ 77
4.12 Relação folhas-colmos+bainhas .................................................................... 81
4.13 Massa seca de raiz e Volume de raiz ............................................................ 82
4.14 pH do solo ...................................................................................................... 85
4.15 Consumo total de água pelo capim-paiaguás ................................................ 89
4.16 Eficiência no uso da água pelo capim-paiaguás ............................................ 90
4.17 Cinza vegetal e o ambiente ............................................................................ 92
5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 94
6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 95
7. ANEXO ............................................................................................................. 117
16
1. INTRODUÇÃO
A pecuária é um setor que se destaca na economia do país. O estado de Mato
Grosso possui o maior rebanho de bovinos do Brasil, com mais de 24 milhões de
cabeças de gado (IBGE, 2018). O sistema de criação predominante desses animais é
o sistema extensivo; apesar de caracterizar-se pelo baixo nível tecnológico, justifica-
se, pois se sustenta em pastagens, que são consideradas fontes de alimentação
animal econômica, prática e de qualidade. Além disso, a vasta extensão de terras do
país com solos mecanizáveis e o clima tropical são favoráveis à produção de
forragem.
Contudo, o cultivo das gramíneas dá-se de forma extrativista, sem o manejo do
pasto, conduzindo-o à degradação assim como a do solo. Pode-se mencionar a
ausência de correção e adubação do solo, que são decisões tomadas com a intenção
de diminuir gastos, porém produzem efeito inverso, não gerando aumento nos lucros
devido à reduzida produção de carne e leite e à consequência da baixa disponibilidade
de forragem.
Uma proposta a esse cenário é a aplicação de cinza vegetal aos solos, pois
constitui-se em um material neutralizante da acidez, fonte de nutrientes e com
potencial de aumentar a retenção da umidade do solo, podendo incrementar a
produção de gramíneas, inclusive durante períodos de estiagens. O resíduo da
queima de material vegetal, dependendo da origem, contém teores significativos de
macronutrientes e apresenta-se como opção ao calcário, produto convencionalmente
utilizado para corrigir o baixo pH dos solos.
Assim, a cinza vegetal pode ser uma alternativa viável, de baixo custo, para
correção e adubação de pastagens, principalmente no Cerrado, sabendo-se que os
solos tropicais são mais intemperizados e apresentam características de baixa
fertilidade e elevada acidez. Além disso, a cinza vegetal pode reduzir despesas com
a aquisição de insumos agrícolas, como corretivos e fertilizantes minerais, sendo
ainda uma forma de destino para o resíduo, atenuando o problema com o seu
descarte. Vale ressaltar que há um grande volume gerado desse resíduo pelas
indústrias térmicas de vários setores sem destino adequado.
Outro desafio da pecuária é a sazonalidade da produção das pastagens. Uma
estratégia para manter a disponibilidade de forragem nos períodos de estiagem é a
reposição de água no solo sob pastagens, por meio da irrigação. De forma
17
complementar, propõe-se a aplicação de cinza vegetal ao solo, que pode diminuir a
quantidade de água utilizada em gramíneas irrigadas, sem afetar sua produtividade,
ou em áreas não irrigadas, para manter a produção do pasto na época seca. A
utilização de cinza vegetal ao solo é interessante, principalmente, em locais com altas
temperaturas e boa luminosidade como a imensa área da região Centro-Oeste do
Brasil, que possui ainda a peculiaridade de duas estações bem definidas, estação
chuvosa compreendida de outubro a março, e estação seca, de abril a setembro.
Destaca-se também que elevadas temperaturas associadas ao estio podem acentuar
a baixa disponibilidade de forragem na região.
O capim-paiaguás apresenta-se como um diferencial às demais cultivares da
Urochloa brizantha com boa produtividade e valor nutritivo em períodos de seca. O
cultivo dessa gramínea em solo incorporado com cinza vegetal poderá potencializar a
oferta de biomassa em épocas de baixa pluviosidade, visto que o resíduo aumenta a
retenção de água, diminui a acidez e fornece nutrientes ao solo. Assim, a aplicação
de cinza vegetal ao solo cultivado com o capim-paiaguás pode aumentar a
disponibilidade da forrageira atenuando a sazonalidade da produção agropecuária.
Portanto, é importante a adoção de mecanismos e ações que aumentem a
disponibilidade de forragem e que inovem e promovam a otimização de técnicas para
mitigar a sazonalidade da produção agropecuária. Desse modo, sugere-se como
alternativa o emprego de cinza vegetal na agricultura, possibilitando seu
aproveitamento e desenvolvendo medidas sustentáveis de produção da Urochloa
brizantha cultivar BRS Paiaguás.
Nesse contexto, objetivou-se avaliar o desenvolvimento e produção da
Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal e as
disponibilidades hídricas do solo.
18
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 . Capim-paiaguás
2.1.1 Origem e características da gramínea
O capim-paiaguás pertence ao gênero Urochloa, que foi introduzido no Brasil
por volta de 1967, no Estado de São Paulo, de onde foi distribuído para várias regiões
(EMBRAPA, 1999). Desde então, grande parte das pastagens do Brasil é formada por
gramíneas do gênero, consolidando-se pela capacidade de adaptação às diversas
condições de clima, solo e de manejo do pasto e à excelente produção de biomassa,
que garante boa cobertura vegetal (ARAÚJO et al., 2017; SILVA et al., 2016;
MONTEIRO et al., 1995).
A Urochloa brizantha apresenta quatro cultivares comerciais: Marandu, Xaraés,
BRS Piatã e BRS Paiaguás. O cultivar BRS Paiaguás foi lançado em 2013 pela
Embrapa, em parceria com outras instituições, e surge com uma particularidade
vantajosa devido ao elevado potencial de produção animal durante o período seco,
apresentando alta produção de folhas e bom valor nutritivo, o que resulta em maiores
ganhos de peso por animal por área (EUCLIDES et al., 2016; NEVES et al., 2015;
VALLE et al., 2013).
O período de florescimento do capim-paiaguás ocorre no mês de dezembro,
considerado precoce em relação às demais cultivares da espécie. A taxa de
semeadura do capim-paiaguás é 3,5 kg ha-1 de SPV (sementes puras e viáveis). O
capim-paiaguás não é recomendado para regiões com histórico de cigarrinhas, que
ocorrem principalmente no período das águas.
Assim como as demais cultivares da espécie, a BRS Paiaguás é um capim para
solos de média fertilidade com saturação por bases (V%) de 40 a 50%, média de 45%
(SILVA et al., 2016). Segundo Euclides et al. (2016), a BRS Paiaguás é uma boa
alternativa de forragem com melhor valor nutritivo durante a estação seca e, para a
diversificação de pastagens, na região do bioma Cerrado, aos extensos monocultivos
existentes da cultivar Marandu.
A manutenção da produtividade da gramínea e do desempenho animal é
alcançada por meio do manejo do pasto, que monitora a altura adequada para o
capim. Em pastejo contínuo, a altura recomendada para cada gramínea pode indicar
o momento de aumentar ou reduzir a lotação do pasto, e em sistema rotacionado a
altura sinaliza o momento de saída e entrada de animais do piquete (COSTA e
19
QUEIROZ, 2017). Estes autores recomendam a altura máxima e mínima de manejo
de 35 a 20 cm, respectivamente, para capim-paiaguás sob pastejo contínuo. Todavia,
Montagner et al. (2016) encontraram maior massa de forragem ao manterem a altura
de 40 cm para o capim-paiaguás.
Em estudo, Maranguape et al. (2017) avaliaram índices de crescimento de dois
cultivares do gênero Urochloa durante o estabelecimento e recomendaram o início do
pastejo dos cultivares BRS Paiaguás e BRS Piatã entre 35 e 37 dias após a
semeadura, sem prejudicar a estrutura das plantas.
2.2. Cinza vegetal
2.2.1 Conceito, origem e outras alternativas de uso do resíduo
A cinza vegetal é um resíduo proveniente da queima da madeira em indústrias
que requerem este material como combustível para operarem suas unidades de
caldeiras. Esse uso da madeira para geração de energia térmica é crescente, pois a
madeira é um recurso renovável, um material ecológico e econômico. De acordo com
RAJAMMA et al. (2009), as biomassas florestal e agrícola são consideradas fontes de
combustível eficientes e favoráveis para a produção de energia, pois suas
disponibilidades são abundantes e econômicas.
Outro motivo pelo interesse em bioenergia, incluindo o uso de biomassa
florestal como combustível, deve-se à resposta às preocupações com as mudanças
climáticas, ao aumento dos preços do petróleo e à segurança energética (EU, 2009;
TITUS et al., 2010). Assim, em consequência, é cada vez maior a quantidade de
resíduos de cinzas de madeira que necessita ser descartada corretamente. Esse
aumento no volume de cinza produzido pelas fábricas de energia térmica torna-se um
passivo ambiental.
A cinza vegetal é classificada como resíduo classe IIB (não perigoso, não
inerte), conforme a norma técnica NBR 10004 da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas, 2004).
Um dos destinos da cinza vegetal é o uso na construção civil em substituição
parcial ao cimento PortLand devido à sua propriedade pozolânica que combina à cal
livre do cimento (hidróxido de cálcio). Esta técnica reduz custos ao dispor de menores
quantidades de cimento. Consequentemente, a menor demanda desse aglomerado
contribui para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa e poluentes advindos
de sua produção (BATT e GARG, 2017). Nakanishi et al. (2016) obtiveram resultados
20
em que a cinza vegetal (de capim-elefante), devido à sua alta atividade pozolânica
ativada a 700°C, pode ser usada como pozolana alternativa na fabricação de cimento
misturado, no qual adições de 20% de cinzas confirmam a formação de géis CSH
(hidrato de cálcio silicato) e C4AH13 hexagonal como principais produtos da hidratação,
bem como a reação pozolânica.
A cinza de madeira também é utilizada como agente de ligação, base de vidro
para cerâmica (McWHINNIE, 1979), base rodoviária, aditivo na produção de cimento
e material alcalino para a neutralização de resíduos (ETIÉGNI e CAMPBELL, 1991).
2.2.2 Uso de cinza vegetal na agricultura
O uso de cinzas como fertilizante vem sendo pesquisado há mais de oitenta
anos, em especial em ecossistemas florestais (LUNDSTRÖM et al., 2003; PITMAN,
2006; ERNFORS et al., 2010; SAARSALMI et al., 2012; HUOTARI et al., 2015;
NOYCE et al., 2016). As cinzas podem conter grandes quantidades de cátions base,
macro, micronutrientes e metais, enquanto carbono, nitrogênio e enxofre podem ser
exauridos, dependendo do grau de queima durante a combustão (INGERSLEV et al.,
2011), devido ao baixo calor de vaporização. Após a combustão completa da
biomassa, a maioria dos elementos inorgânicos absorvidos durante o crescimento da
planta permanece nas cinzas (BONNANO et al., 2013; McKENDRY, 2002).
As características químicas da cinza vegetal variam conforme a origem, pois
dependem de diversos fatores como espécie arbórea, parte da planta queimada
(folhas, galhos, casca, madeira), temperatura de combustão, combinação com outros
resíduos (papel, madeira tratada), tipo de coleta (cinza de fundo ou cinza volante),
armazenamento, tipo de caldeira (ETIÉGNI e CAMPBELL, 1991; ULERY et al., 1993;
SOMESHWAR, 1996; PITMAN, 2006; KHAN et al., 2009; PUGLIESE et al., 2014). Em
decorrência dessas variações na composição das cinzas vegetal ocorre um entrave
quanto às generalizações de recomendação da cinza vegetal em solos agrícolas.
A temperatura de combustão e o período de armazenamento influenciam
significativamente a variabilidade das razões de óxidos, hidróxidos e carbonatos.
Segundo Etiégni e Campbell (1991), os carbonatos e os bicarbonatos predominam
com temperaturas de combustão inferiores a 500°C, enquanto os óxidos prevalecem
acima de 1000°C. Conforme aumenta-se a temperatura de combustão, acima de
1000°C diminui-se o teor de potássio, sódio, zinco e carbonato enquanto outros íons
metálicos permanecem constantes ou aumentam.
21
Apesar de o carbono e o nitrogênio geralmente apresentarem-se em
quantidades insignificantes, em cinza de casca de celulose eles podem existir, devido
à combustão incompleta da biomassa (SOMESHWAR, 1996; MUSE e MITCHELL,
1995). Cinzas provenientes da combustão direta da madeira geralmente têm maiores
conteúdos de macronutrientes comparando-se com as cinzas provenientes de
celulose e papel (DEMEYER et al., 2001). Maschowski et al. (2016) concluíram que a
maioria das cinzas estudadas atingiu concentrações suficientes de cálcio para serem
definidas como “fertilizante de cálcio”. Erich (1991) e Ohno (1992) concordam em
relação aos teores de cálcio e potássio na solução do solo aumentarem
consideravelmente com a aplicação de cinzas de madeira. Os mesmos autores
supracitados também sugerem que a disponibilidade de potássio das cinzas de
madeira é semelhante ao fertilizante potássico.
A cinza vegetal possui alta capacidade de alcalinidade, ou seja, poder de
neutralizar a acidez do solo como a calagem, uma vez que um dos principais
componentes de rochas calcárias é o carbonato de cálcio (CaCO3), que, por sua vez,
é o principal composto de cinzas de madeira (ETIEGNI e CAMPBELL, 1991; OHNO,
1992; ERICH e OHNO, 1992; ULERY et al., 1993) e também devido à presença de
óxidos e hidróxidos (VASSILEV et al., 2013; FREIRE et al., 2015; HANSEN et al.,
2017; CRUZ-PAREDES et al., 2017). Ohno (1992) verificou que o aumento de pH foi
maior em solos com baixo pH e baixo teor de matéria orgânica, particularidades
inerentes dos solos tropicais.
Ao aplicar a cinza vegetal ao solo, ocorre a neutralização da acidez. O
carbonato de cálcio na presença de umidade (H2O) produz Ca2+, base fraca (HCO3-)
e base forte (OH-). Após a reação de dissociação do carbonato de cálcio, os produtos
formados reagem com os hidrogênios dos coloides do solo liberando água e gás
carbônico. O alumínio é insolubilizado na forma de hidróxido (van RAIJ, 2011) (Figura
1).
Figura 1. Reação de neutralização da acidez do solo. Adaptado de van Raij (2011).
22
O aumento no pH para um nível mais favorável, por meio da aplicação da cinza,
pode facilitar a disponibilidade de nutrientes à planta (HANSEN et al., 2017) e reduzir
a mobilidade de Al e Mn na solução do solo (HAYNES e NAIDU, 1998). Taxas de
aplicação de cinzas inferiores a 1% (equivalentes a 15 a 20 t ha-1) podem fornecer
nutrientes suficientes, neutralização eficaz da acidez do solo e resultar em
disponibilidade de fósforo, segundo Park et al. (2012). Modificações no pH alteram a
capacidade de sorção de metais pesados do solo, aumentando-o com o aumento do
pH (CERQUEIRA et al., 2011) e contribuem com crescimento da atividade microbiana
do solo (KAISER et al., 2016; CRUZ-PAREDES et al., 2017).
Uma peculiaridade da cinza vegetal é que ela reage mais rapidamente com os
solos, aumentando o pH em um período relativamente curto em comparação à reação
do calcário no solo (DEMEYER et al., 2001). De acordo com Ulery et al. (1993), isso
deve-se ao fato de que os óxidos, hidróxidos e carbonatos de K e Na, principais
responsáveis pela capacidade de neutralização, são muito solúveis e não persistem
por muito tempo no solo. A taxa de neutralização diminui com o tempo, devido ao
aumento do pH do solo e em virtude da composição complexa da cinza de madeira,
que consiste em frações altamente reativas, como óxidos e hidróxidos, e frações que
reagem mais lentamente como os carbonatos (OHNO, 1992), dissolvendo em taxas
diferentes. A taxa de reação também é afetada pelo tamanho de partícula das cinzas;
os fragmentos em pó reagem muito mais rapidamente no solo do que as cinzas
granuladas (VANCE, 1996).
As concentrações de micronutrientes são tão variáveis quanto a dos principais
nutrientes. O ferro é o micronutriente em maior quantidade na cinza de madeira. Em
razão do pH crescente do solo, inicialmente haverá uma redução da solubilidade e
disponibilidade de Fe, Mn, Zn e Cu, uma vez que esses elementos apresentam menor
disponibilidade em solos com pH elevado. Contudo, à medida que o pH do solo
diminuir, no decorrer do tempo, esses nutrientes se encontrarão mais móveis e
disponíveis (DEMEYER et al., 2001).
Os custos com uso de corretivos e fertilizantes correspondem a mais de 60%
na produção de forragem para os pecuaristas (BARCELLOS et al., 2008). Dessa
forma, há a necessidade de estratégias por fontes alternativas mais econômicas para
adubação de pastagens. Assim, o enfoque de pesquisas envolve a utilização de
cinzas de madeira para aumentar o pH dos solos ácidos; além disso, estudos vêm
demonstrando que a cinza vegetal como fertilizante de solos para produção vegetal
23
podem fornecer nutrientes ao solo como cálcio, magnésio, potássio, fósforo e
micronutrientes (INGERSLEV et al., 2011; PARK et al., 2012; CRUZ-PAREDES et al.,
2017; MARESCA et al., 2017; SYMANOWICZ et al., 2018; HANSEN et al., 2018).
Considerando que a cinza constitui uma excelente fonte de macronutrientes,
principalmente, e de micronutrientes, seu uso é de interesse para corrigir deficiências
nutricionais dos solos. Trabalhos com experimentos de campo e estufa confirmam os
benefícios no crescimento de plantas a partir dos nutrientes contidos na cinza vegetal.
O cultivo de adubos verdes é beneficiado com nutrientes contidos na cinza vegetal.
Em trabalho que avalia-se a produção e as características estruturais do feijão de
porco adubado com doses de cinza vegetal, BONFIM-SILVA et al. (2017a) verificaram
aumento no teor de clorofila, produção de massa, folhas e nódulos do feijão de porco
(Canavalia ensiformis L.) por meio da adubação com o resíduo, bem como correção
da acidez do solo. Similarmente, o feijão caupi adubado com doses de cinza vegetal
apresentou maior produção de massa seca da parte aérea, massa seca de raiz,
número de folhas, índice de clorofila e maior eficiência no uso da água pela planta
(BONFIM-SILVA et al., 2017b).
A produção de flores ornamentais em estufas aumenta com a fertilização do
solo a partir da cinza vegetal. Bär (2017), ao estudar manejo de irrigação e adubação
alternativa, observou um aumento de 40% na produção de plantas de gérberas
(Gerbera jamesonii) com aplicação de cinza vegetal no solo. Pôde ser observado
também um acréscimo na eficiência do uso da água e redução na densidade do solo.
A cinza de madeira melhorou o desenvolvimento de plantas de girassol
(Helianthus annuus L.), satisfazendo os padrões comerciais exigidos pelo mercado de
flores (BONFIM-SILVA et al., 2015b). O cultivo de flores de gladíolo (Gladiolus
grandiflorus) adubados com resíduos de queima de material vegetal produziu maior
número de flores, e houve correção no pH do solo (PEREIRA et al., 2016a). Assim, o
uso da cinza vegetal confirma-se como uma estratégia sustentável para aumentar a
produção nacional de plantas ornamentais em estufas.
As características nutricionais de plantas são influenciadas pelo uso de cinza
vegetal no solo. Santos et al. (2014) e Bonfim-Silva et al. (2014 e 2015a) corroboram
a respeito do aumento na concentração de macronutrientes em gramíneas tropicais
cultivadas em solo adubado com cinza vegetal e estão de acordo com os intervalos
de concentração considerados apropriados para as gramíneas estudadas.
24
Bougnom et al. (2009) concluíram que compostos com adição de cinza de
madeira melhoram os solos ácidos tropicais, uma vez que houve um aumento no pH
do solo, na matéria orgânica do solo, na capacidade de armazenamento de água, nas
concentrações de fósforo e de cátions trocáveis (Ca, Mg, Na e K), enquanto que as
concentrações de Al, Fe e Mn diminuíram.
Ferreiro et al. (2011) relataram os benefícios da cinza de madeira na fertilidade
do solo com maior concentração dos nutrientes fósforo, potássio e diminuição da
saturação de alumínio de acordo com a adição de cálcio em pastagens de montanhas.
2.2.3 Adubação com cinza vegetal em gramíneas
Estudos realizados com forrageiras tropicais fertilizadas com cinza de madeira
sugerem-na como fonte alternativa de nutrientes e correção do solo. Bezerra et al.
(2016) verificaram maior crescimento e produção de matéria seca de capim marandu
(Urochloa brizantha) cultivada em Argissolo Vermelho-Amarelo e Latossolo Vermelho,
reiterando o uso da cinza de madeira como fertilizante, podendo contribuir para uma
redução do fertilizante mineral e consequentemente dos custos de produção de
pastagem no Cerrado brasileiro.
Da mesma forma, Bonfim-Silva et al. (2017c), ao incorporarem cinza de
madeira ao solo, obtiveram resultados positivos na produção do capim BRS Piatã
(Urochloa brizantha), apresentando incremento superior a 96% na altura de plantas e
94% na massa seca da parte aérea em comparação ao tratamento sem aplicação de
cinza de madeira.
Outros experimentos com cultivares da Urochloa brizantha adubados com o
resíduo constataram maiores crescimento, produção de biomassa e aumento nas
concentrações de macronutrientes em forrageiras em relação ao tratamento controle
(BONFIM-SILVA et al., 2013; BEZERRA et al., 2014; SANTOS et al., 2014; BONFIM-
SILVA et al., 2014; BONFIM-SILVA et al., 2015).
Pesquisas referentes à utilização de cinza como fertilizante de solos sob
pastagem de clima temperado corroboram o exposto. Juárez et al. (2013), em estudo
de sistemas de pastagem nos Alpes austríacos, avaliaram o potencial da cinza de
madeira como fertilizante combinado com resíduos orgânicos enriquecidos com
nitrogênio. Esses autores obtiveram por meio dos resultados uma maior cobertura
vegetal e inferiram que a cinza de madeira aliada a esses resíduos é uma alternativa
ecológica aos fertilizantes minerais para solos ácidos.
25
Em estudo de campo, Bougnom et al. (2012) avaliaram o potencial de resíduos
da produção de energia renovável para fertilização de pastagens e concluíram que a
utilização de cinza de madeira junto com lodo de biogás proporcionou efeito positivo
no rendimento total da forragem e nos parâmetros químicos do solo.
Resultados obtidos por Park et al. (2012) demonstraram aumento na biomassa
de aveia (Avena sativa) cultivada em solo franco-siltoso modificado com cinzas
volantes de caldeira. Os mesmos autores também notaram concentrações elevadas
de K e Mo nas plantas de aveia e azevém (Lolium perenne L.).
Ferreiro et al. (2011) observaram um incremento de 100% na produção de
pastagens de montanha (Agrostis capillaris L. e Holcus lanatus L.) e de 60% no
rendimento da matéria seca total das leguminosas azevém (Lolium perenne L.) e trevo
branco (Trifolium repens L.) e aumento no valor nutricional da forragem em relação ao
tratamento testemunha.
A gramínea Agropyron elongatum (syn. Thinopyrum ponticum) cultivada em
solo argiloso modificado com cinza volante e lodo de esgoto obteve cerca de 86% de
rendimento de matéria seca a mais do que no tratamento controle (WONG e SU, 1997)
e apresentou aumento nos teores de Ca, Mg e B nos tecidos do vegetal.
2.2.4. Efeito da cinza de madeira na atividade microbiana do solo
A aplicação de cinzas de madeira estimula a atividade e a diversidade
microbiana no solo em resposta às mudanças na acidez do solo e do carbono orgânico
dissolvido, resultando em aumento na taxa de mineralização de nitrogênio no solo
(JOKINEN et al., 2006; BRAIS et al., 2015).
Estudos evidenciam o efeito das alterações das cinzas de madeira nas
comunidades microbianas do solo. Noyce et al. (2016) verificaram que a adição de
cinza de madeira acima de 5,8 t ha-1 alterou a comunidade microbiana em solos de
florestas boreais em Ontário, no Canadá, e aumentou a diversidade da comunidade
bacteriana do solo. Além disso, esses autores relataram que as cinzas volantes
possuem um efeito mais forte na comunidade microbiana do solo do que a cinza de
fundo. Bang-Andreasen et al. (2017) investigaram a resposta das comunidades
bacterianas em um solo de floresta de abeto à adição de cinzas de madeira e
observaram aumento significativo de números bacterianos até a dose de 22 t ha-1.
Isso ocorre porque a comunidade e o crescimento microbiano do solo são
largamente influenciados pelo pH do solo (LANZEN et al., 2015; KAISER et al., 2016).
26
Cruz-Paredes et al. (2017), com o objetivo de identificar o efeito das cinzas de madeira
na estrutura e função de comunidades microbianas, verificaram que a comunidade
microbiana respondeu fortemente à aplicação de cinzas de madeira em solos
florestais com aumento nas taxas de crescimento e de respiração influenciado pelo
aumento do pH do solo por meio da cinza, favorecendo o crescimento bacteriano
sobre o fungo. De acordo com Rousk et al. (2010), ambientes alcalinos contribuem
para o crescimento de bactérias.
2.2.5. Cinza vegetal e responsabilidade ambiental
Preocupação e desafio inerentes à deposição de resíduos no solo, como o uso
do resíduo da queima de material vegetal na agricultura, referem-se à toxicidade que
o material pode apresentar. Segundo Khan et al. (2009), a presença de elementos-
traço na cinza depende da origem da biomassa utilizada para a queima. Assim,
devem-se evitar plantas cultivadas em locais contaminados bem como aquelas
madeiras provenientes de demolição, madeira pintada, envernizada ou tratada com
produtos impermeabilizantes e/ou biocidas, posto que esses produtos contêm altas
cargas de elementos tóxicos.
A cinza contém, além de macro e micronutrientes, elementos tóxicos, porém
estes estão em quantidades insignificantes para a contaminação do solo. Maschowski
et al. (2016) estudaram amostras de cinzas de oito diferentes espécies de madeira e
encontraram baixas concentrações de Ni, Cu, Zn, Cd, Pb e As, recomendando, assim,
o uso das cinzas investigadas sem preocupação ambiental. Segundo Brunelli e Pisani
Jr. (2006), a cinza é um produto ambientalmente seguro, afirmando que as
quantidades de elementos tóxicos não são suficientes para provocar danos ao solo e
ao lençol freático, desde que adicionados no sistema dentro das dosagens
recomendadas.
Em estudo realizado por Freire et al. (2015), os mesmos não observaram
aumento no conteúdo de metais pesados no solo, uma vez que a quantidade liberada
de metais pesados diminui à medida que o pH aumenta, não sendo, portanto, um fator
limitante para a aplicação das cinzas de biomassa aos solos, dadas as baixas
concentrações geradas pela combustão da biomassa florestal.
Hansen et al. (2018) concluíram que não houve aumento no teor ou mudança
na mobilidade de metais pesados causada pela aplicação de cinzas. Assim como,
27
Maresca et al. (2017), encontraram baixos teores de Ba, Cd, Cr, Sr, Mo, Ni, Pb, Sb,
Se, Sn e V na composição de amostras de cinzas de madeira.
Em estudo com cinzas, Williams et al. (1996) não encontraram aumento
significativo dos níveis de metais pesados na água subterrânea que pudessem
comprometer os padrões de água potável após aplicação de 44 t ha-1 de cinzas em
solos florestais moderadamente bem drenados do plano costeiro atlântico. Esses
resultados corroboram os de Wong e Su (1997), no qual não observaram acumulação
excessiva de metais pesados nos tecidos de Agropyron elongatum cultivado em solo
alterado com cinzas volantes alcalinas e lodo de esgoto.
Ghodrati et al. (1995), em estudo com cinzas volantes, verificaram uma taxa
reduzida no fluxo da água através do perfil do solo argilo arenoso, promovendo uma
redução na lixiviação de metais pesados para águas subterrâneas. Dahl et al. (2010)
ponderam que a cinza de madeira contém baixas quantidades de metais de transição
como o cádmio, bário, manganês e arsênio.
De acordo com os autores Bramryd e Fransman (1995), Meiwes (1995), Zollner
e Remler (1998), a cinza de madeira utilizada para alteração do solo deve ser
originária da queima de resíduos vegetais ou de madeira não tratada. Mollon et al.
(2016) analisaram cinza proveniente da combustão de madeira contaminada, rica em
metais como As, Cr, Cu e Zn, incorporada em solos de pastagem e verificaram o risco
da aplicação de cinzas de madeira contaminada, mesmo em doses baixas, podendo
ocorrer lixiviação desses metais e transferência de arsênio na cadeia alimentar.
Em contrapartida, resultados obtidos por Bonnano et al. (2013) mostraram que
a queima da biomassa de Phragmites australis (junco comum) e Arundo donax (cana-
do-reino) plantada em áreas contaminadas com esgoto doméstico pode ser reciclada
como um potencial fertilizante para agricultura e silvicultura.
Em relação à coleta do resíduo nas caldeiras, segundo Zollner e Remler (1998),
as cinzas de fundo da caldeira apresentam menor carga de metal pesado comparado
às cinzas volantes. Da mesma forma, Park et al. (2012) relataram maiores
concentrações de Cd, Cr, Pb, Se e Zn encontradas nas cinzas volantes em relação às
cinzas de fundo.
2.3 . Retenção de água no solo
28
O solo não saturado é caracterizado por três fases (sólida, líquida, gasosa)
estruturadas (Figura 2). Conhecido como sistema trifásico do solo, o modelo de solo
ideal para o desenvolvimento das plantas constitui-se de 50% de parte sólida, sendo
45% minerais e 5% matéria orgânica; 25% de parte líquida, (água em solução do solo);
e, por fim, a parte gasosa (25%) composta pelos gases presentes no solo, gás
carbônico e oxigênio em menor quantidade. Os espaços vazios do solo são chamados
de poros por onde circulam a solução do solo (água e nutrientes) e o ar do solo
(MEDINA, 1972; KIEHL, 1979).
Figura 2. Sistema trifásico do solo considerado como ideal para o desenvolvimento
das plantas. Adaptado de Kiehl (1979).
Inicialmente, de acordo com Kiehl (1979), a porosidade foi classificada por
Schumacher, em 1860, conforme o tamanho, em macroporosidade (porosidade não
capilar) e microporosidade (porosidade capilar).
O tamanho dos poros determina sua função no solo. Dessa forma, os
macroporos são responsáveis pela infiltração, movimentação da água, rápida
redistribuição, drenagem e aeração do solo, uma vez que possuem diâmetro maior e
por isso perdem água com mais facilidade por ação da gravidade. Os microporos
estão dispostos em forma de capilares contínuos de pequeno comprimento que se
dirigem em muitas direções diferentes. Estes são importantes para a retenção,
armazenamento e disponibilização de água às plantas e, devido ao menor diâmetro,
têm maior capacidade de resistir à perda de água. Um solo com maior quantidade de
microporos, por exemplo, tem maior capacidade de armazenar água sem que haja
perdas por gravidade (SAAD e LIBARDI, 1992).
29
Considerando que a porosidade é classificada de acordo com o tamanho dos
poros, entre autores existe, entretanto, uma variação muito grande quanto à definição
dos limites de diâmetro. Klein e Libardi (2002), a partir da curva de retenção da água
no solo, agruparam a porosidade da seguinte forma: macroporos, poros com diâmetro
maior que 0,05 mm (perdem a água em tensões menores que 6 kPa) e microporos,
aqueles com diâmetro entre 0,05 e 0,0002 mm, que são esvaziados a tensões entre
6 e 1.500 kPa. Os autores ainda subdividiram os poros em criptoporos, que possuem
diâmetro menor que 0,0002 mm e nos quais a água pode permanecer retida com
energia muito alta, com tensões maiores que 1.500 kPa, sendo indisponíveis às
plantas.
A retenção de água do solo é uma medida da quantidade de água que pode ser
armazenada em um solo até que seja usada pelas plantas, evaporada, percolada em
camadas mais profundas ou perdida por fluxo terrestre saturado. Dessa forma, é
considerada um fator decisivo para o movimento da água do solo e, juntamente com
a infiltração, determina o destino da precipitação (STOOF et al., 2010).
Para a irrigação, é importante a determinação da curva de retenção de água no
solo (CRAS), pois está diretamente relacionada com a quantidade de água presente
no solo. A CRAS determina a energia com que a água está retida no solo e é
influenciada pelas características físicas e químicas do solo. A partir desta curva, é
possível determinar a capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha permanente
(PMP) (FILGUEIRAS et al., 2016).
Diante disso, entende-se que a retenção da água no solo representa a
capacidade de armazenamento de água pelo solo. Desta capacidade total de
armazenamento de água no solo, a fração que as plantas absorvem é conhecida como
capacidade de água disponível (CAD), informação essencial para manejo da irrigação.
A CAD refere-se à fração volumétrica da água presente no solo entre a capacidade
de campo e o ponto de murcha (VAN der VALK e STAKMAN, 1969).
As características de retenção de água do solo são, em grande parte,
dependentes de atributos físicos que estão diretamente ligados com a distribuição e a
proporção de macroporos e microporos, como a textura do solo, o tipo de argila, a
densidade do solo, a estrutura do solo e o teor de matéria orgânica (VEREECKEN et
al., 1989; SAAD e LIBARDI, 1992; MINASNY e McBRATNEY, 2007; RUBIO et al.,
2008). Segundo Saad e Libardi (1992), solos com textura argilosa apresentam uma
maior estruturação, contribuindo para o arranjo de uma maior quantidade de
30
microporos em relação aos macroporos. Assim, a capacidade de água disponível em
solos argilosos será maior que em solos arenosos.
A umidade retida a uma determinada tensão aumenta com a diminuição do
tamanho das partículas e com o aumento do teor de matéria orgânica (WESSELING
et al., 2009b). Assim, varia com o tipo de solo (BATJES, 1996), o uso da terra
(HEISKANEN et al., 2007; BORMANN e KLAASSEN, 2008), o gerenciamento (AHUJA
et al., 1998; KATSVAIRO et al., 2002) e a posição topográfica (PACHEPSKY et al.,
2001).
Outro atributo que interfere na proporção de macro e microporos é a estrutura
do solo. Latossolos com estrutura granular apresentam maior quantidade de
macroporos, facilitadores da infiltração de água. Solos com estrutura em blocos ou
colunar, como é o caso de Argissolos, favorecem a formação de microporosidade,
aumentando-se a capacidade de retenção de água. Igualmente, a matéria orgânica
apresenta uma alta superfície específica entre 560 a 800 m2 g-1, favorecendo uma
maior área de contato com a água e, assim, retendo mais água por tensão superficial,
além de proporcionar o arranjo de estrutura granular no solo (SAAD e LIBARDI, 1992).
2.3.1. Irrigação em gramíneas
As gramíneas forrageiras tropicais possuem elevado potencial de produção de
massa seca; no entanto, no Brasil Central cerca de 80% dessa produção ocorre no
período das águas e apenas 20%, na seca (CORRÊA e SANTOS, 2006).
Os períodos secos ou de estiagens episódicas restringem o desenvolvimento
de plantas forrageiras, embora dentro das estações chuvosas se observem períodos
de déficit hídrico, resultado do fato de a evapotranspiração da pastagem geralmente
ser maior que a precipitação pluvial (CUNHA et al., 2007). A estacionalidade da
produção de forragem é determinada pelas condições climáticas vigentes de cada
região e, de acordo com BHERING et al. (2008), significa um dos grandes impasses
ao desenvolvimento da pecuária de corte e de leite, acarretando intensa flutuação na
oferta da forrageira para os animais em sistemas dependentes de pastagens.
Ao utilizar a irrigação, a água deixa de ser o fator limitante para o crescimento
da gramínea, de maneira que a produção estará condicionada à disponibilidade de
nutrientes, ao potencial genético da planta, à aeração do solo, à temperatura e à
radiação solar. Assim, irrigando em momentos estratégicos, aumentam-se o período
de uso e a disponibilidade do componente forrageiro (ALENCAR et al., 2009).
31
A irrigação, comum nas agriculturas tecnificadas, simboliza maiores
produtividades, melhor qualidade do produto e independência do fator precipitação,
propiciando às culturas um crescimento de produtividade verticalizado, não sendo
necessária a incorporação de novas áreas no processo produtivo (DALRI e CRUZ et
al., 2002).
De acordo com Rassini (2001), o manejo da irrigação é um recurso
complementar às precipitações pluviais para racionalizar a aplicação de água às
culturas, necessitando-se de procedimentos técnicos para a determinação da
quantidade de água a ser aplicada e do turno de rega.
Alencar et al. (2009) recomendam a verificação de fatores importantes em
projeto e manejo da irrigação, sendo alguns deles a quantidade e a qualidade
disponível de água na propriedade. De acordo com esses autores, uma área de 10 ha
demanda, em média, uma vazão de 28 mil litros de água por hora. Segundo Bernardo
et al. (2007), é necessário atentar para a qualidade da água, sendo que a garantia de
êxito do projeto depende da observação de características como salinidade,
capacidade de infiltração do solo, concentração de elementos tóxicos, aspecto de
entupimento (rotor e tubulação) e aspecto sanitário.
A influência positiva da irrigação no aumento de produção de gramíneas
tropicais foi demonstrada por meio de vários estudos (GOMES et al., 2015;
MAGALHÃES et al., 2015; SANCHES et al., 2015; TORRES et al., 2012; MOTA et al.,
2010). Entre os trabalhos realizados com Urochloa brizantha, é possível destacar
algumas pesquisas a seguir. Koetz et al. (2017) verificaram maior produção de matéria
seca e eficiência no uso da água pelo capim-paiaguás sob as tensões de água no solo
de 29 a 34 kPa. Kroth et al. (2015) constataram a susceptibilidade de três cultivares
da espécie brizantha Marandu, Xaraés e BRS Piatã ao déficit hídrico. Dupas et al.
(2010), avaliando a produtividade de matéria seca e o valor nutritivo do capim-
marandu, observaram que a irrigação promoveu aumento de 15% na produtividade
de matéria seca e nos teores de fibra em detergente neutro.
2.3.2 Retenção de água do solo com cinza vegetal
A adição de cinzas de madeira ao solo pode afetar fortemente a aeração, a
capacidade de retenção de água e a salinidade, uma vez que a cinza de madeira, e
especialmente as cinzas volantes, são essencialmente compostas por partículas finas
(CHANG et al., 1977), e sua aplicação pode melhorar a densidade do solo, a
32
porosidade, a capacidade de retenção de água no solo e a água disponível; essas
melhorias nas características físico-químicas e biológicas do solo também estão
associadas a benefícios agronômicos de acordo com Ram e Masto (2014).
O efeito das cinzas na retenção de água do solo e na água disponível às plantas
foi observado em outros trabalhos e relatados por vários autores (CHANG et al., 1977;
CAMPBELL et al., 1983; MALLIK et al., 1984; GHODRATI et al., 1995; ADRIANO e
WEBER, 2001; PATHAN et al., 2003; STOOF et al., 2010; PEREIRA et al., 2016a).
Em solos alterados com cinzas, o volume de água armazenada não é decorrente
apenas da água armazenada nos poros, mas também do volume de água absorvido
pelas partículas de cinzas. De acordo com Etiégni e Campbell (1991), a cinza de
madeira contém grandes partículas porosas de carbono e várias partículas
inorgânicas de forma irregular. Algumas dessas partículas contêm folhetos finos que
dilatam após molhar para produzir uma estrutura rígida cristalina composta de rosetas
que não encolhem após a secagem. Ao passo que as partículas de cinza de madeira
incham em contato com a água, pode-se explicar, portanto, o aumento da capacidade
de retenção de água.
O uso de cinza volante é uma alternativa viável para a recuperação de solos
sódicos encharcados de água, podendo substituir 40% de gesso requerido segundo
Kumar e Singh (2003). Esses autores verificaram outros benefícios obtidos a partir da
aplicação de cinza volante: a redução significativa no pH do solo, que era de
aproximadamente 9,1, e o aumento da retenção de água do solo, enquanto que a
densidade do solo diminuiu, refletindo positivamente na produção de grãos do trigo.
Ghodrati et al. (1995) avaliaram cinzas volantes nas propriedades hidráulicas do
solo e verificaram um aumento na capacidade de retenção de umidade do solo de
12% para 25% nos solos com 30% (w:w) de cinza volante. A aplicação de cinza
volante ao solo reduziu o estresse hídrico e aumentou o rendimento das culturas.
Chang et al. (1977), Adriano et al. (1980), Sahoo e Kar (1998) e Gangloff et al. (2000)
sugerem que o uso do resíduo tem o potencial de aumentar a capacidade de retenção
de umidade do solo, pois é composto por partículas do tamanho de silte.
Alterações no solo por meio de aplicações de cinzas volantes melhoram as
propriedades físico-químicas. De acordo com Ramesh et al. (2008), a maior dose de
cinzas volantes, 66% em volume, num período de 2 anos, reduziu a densidade do solo
e aumentou a água disponível para as plantas em 47%, enquanto que em 1 ano a
33
retenção de água no solo aumentou 21%. Os autores observaram também que, após
o final de precipitação sazonal, nos períodos secos, a umidade do solo não diminuiu.
Em solos arenosos, esse resíduo aumenta a quantidade de microporos,
proporcionando um efeito considerável na melhoria da capacidade de retenção de
água entre 5 a 1500 kPa, capacidade de campo e ponto de murcha permanente,
respectivamente (PATHAN et al., 2003). Experimentos realizados apontam que a
capacidade de retenção de umidade de solos arenosos aumentou de 20 a 33% em
dois solos com cinzas na Califórnia (CHANG, 1977) e de 24 a 93%, segundo Salter et
al. (1971). Neste trabalho, os autores destacaram que o uso de cinza não oferece
problemas de fitotoxicidade em solos de textura grossa e ainda pode reduzir a
necessidade de irrigação e melhorar a produtividade nessas áreas marginalizadas. A
cinza volante apresenta finas partículas, o que melhora a condutividade hidráulica
saturada e, assim, aumenta a água disponível para as plantas devido ao aumento nos
poros capilares (CAMPBELL et al., 1983).
Um efeito notável exposto por Stoof et al. (2010) a respeito do uso da cinza com
o objetivo de melhorar a retenção de água no solo é a ocorrência de uma espessa
camada de cinzas que permanece na superfície após a infiltração. Esses autores
explicaram que as partículas de cinzas mais finas se infiltram com a água, e o material
mais grosso detém-se na superfície. Uma possível explicação é que o inchaço das
partículas de cinzas na presença de água fazem com que as partículas maiores não
penetrem na maioria dos poros do solo. Durante um evento de chuva (simulado), a
cinza absorve a água e, devido a uma interface textural (BAKER e HILLEL, 1990), a
cinza geralmente apenas liberará sua água para o solo subjacente, quando estiver
quase saturada.
Materiais orgânicos com altos valores de capacidade de retenção de água, como
a cinza, adicionados em solos agrícolas, indicam melhor qualidade do material como
condicionadores do solo. Isso porque armazenam água no período de maior índice
pluviométrico e disponibilizam para as plantas nos períodos de déficit hídrico. Assim,
ocorre uma redução do impacto da seca nas culturas, diminuindo o consumo de água
na irrigação (BRUNELI e PISANI JR., 2006).
34
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização geográfica e caracterização experimental
O experimento foi realizado em casa de vegetação, do Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Agrícola na Universidade Federal de Mato Grosso,
campus Rondonópolis, localizada na latitude 16º27’49,39’’S, longitude 54º34’46,59’’O
e altitude 289 m, no período de abril a agosto de 2017 (Figura 3).
Figura 3. Vista geral do experimento em casa de vegetação com Urochloa brizantha
cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal e tensões de água no solo, aos 60 dias após a semeadura.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso em esquema
fatorial 5x5 fracionado, correspondendo a cinco doses de cinza vegetal (0; 8; 16; 24 e
32 g dm-3) e cinco disponibilidades hídricas (4; 8; 16; 32; 64 kPa) com quatro
repetições. O desenho experimental baseado no composto central modificado, de
acordo com Littel e Mott (1975), foi constituído por 13 combinações de doses de cinza
vegetal (g dm-3) e disponibilidades hídricas do solo (kPa), respectivamente: 0-4; 0-16;
0-64; 8-8; 8-32; 16-4; 16-16; 16-64; 24-8; 24-32; 32-4; 32-16; 32-64 (Figura 4).
35
Figura 4. Desenho experimental baseado no composto central modificado de Littel e
Mott (1975) em função das doses de cinza vegetal (y) e tensões de água no solo (x).
3.2 Montagem das unidades experimentais
As unidades experimentais foram representadas por vasos adaptados que
consistiam de três tubos de PVC (policloreto de vinila) com altura de 10 cm e 20 cm
de diâmetro cada, sobrepostos e unidos com fita adesiva (Figura 5A). O tubo de PVC
central foi furado e a ele, acoplado um tubo de acesso de 5 cm de diâmetro e 150 cm
de comprimento, unindo quatro vasos adaptados (Figura 5B). A junção do tubo de
acesso com o tubo de PVC foi vedada com cola de silicone, evitando perdas de água
e solo. Os vasos adaptados possuíam volume de solo de 8,7 dm3.
Os vasos foram adaptados para acoplar o tubo de acesso horizontalmente e,
assim, realizar a leitura da umidade volumétrica do solo por meio da sonda de
capacitância Diviner 2000®. Em geral, a leitura de umidade do solo pela sonda de
capacitância é realizada verticalmente no perfil do solo.
A parte inferior do vaso adaptado foi envolvida por uma tela de polietileno
(mosqueteiro) de malha de 1 mm presa por uma tira de borracha elástica, e embaixo
da unidade experimental foi colocado prato plástico de 30 cm de diâmetro.
36
Figura 5. Representação das dimensões (cm) da unidade experimental, vista lateral e frontal (A) e dos vasos adaptados interligados pelo tubo de acesso à sonda de capacitância, vista frontal (B).
3.3 Coleta, adubação do solo e semeadura
O solo utilizado, Latossolo Vermelho distrófico (EMBRAPA, 2013), foi coletado
na camada de 0 a 0,20 m, em área sob vegetação de Cerrado, na região de
Rondonópolis-MT. A caracterização química e granulométrica do solo (Tabela 1) foi
realizada de acordo com a metodologia proposta por EMBRAPA (2017). O solo, terra
fina seca ao ar, para preenchimento dos vasos foi peneirado em malha de 4 mm de
abertura.
Tabela 1. Análises químicas e granulométricas de Latossolo Vermelho distrófico (camada de 0 - 0,20 m) em área sob vegetação de Cerrado, Rondonópolis-MT
pH P K Ca Mg Al H CTC MO V m Areia Silte Argila
CaCl2 mg dm-3 ..............cmolc dm-3.............. g kg-1 .......%....... .............g kg-1.............
4,1 1,1 47 0,2 0,1 1,0 4,7 6,1 19,7 6,9 70,4 575 50 375
P = Fósforo; K = Potássio; Ca = Cálcio; Mg = Magnésio; Al = Alumínio; H = Hidrogênio; CTC = Capacidade de troca de cátions a pH 7,0; MO = Matéria orgânica; V = Saturação por bases; m = Saturação por alumínio
A correção do solo não foi realizada por meio da calagem, visto que a cinza
vegetal é um material que corrige a acidez do solo, pois possui componentes
neutralizantes capazes de elevar o pH. Assim, misturou-se o solo com a cinza vegetal,
conforme os tratamentos, incubando-o por um período de 30 dias.
A cinza vegetal foi proveniente da queima de materiais vegetais em caldeiras
para a geração de energia em indústria e foi analisada como corretivo e fertilizante
A
B
37
(Tabela 2), conforme Alcarde e Rodella (2003). A composição da cinza vegetal
utilizada era constituída de 30% de eucalipto e 70% de outros materiais vegetais como
braquiária, palha de milho, resíduo de algodão, cavaco de eucalipto, cavaco de
seringueira e bagaço de cana. A temperatura de combustão do material vegetal foi de
200 a 250ºC e da fornalha, de 820 a 850ºC. O Poder relativo de neutralização total
(PRNT) da cinza vegetal foi de 32,66%, a Reatividade (RE) foi igual a 149,8% e o
Poder de neutralização (PN), 21,8%. O resíduo apresentou densidade de 0,45 g cm-
3, de acordo com Bonfim-Silva et al. (2018) e capacidade de retenção de água de
0,71 cm3 cm-3, conforme descrito por Martinez-Santos (2018). O teor de matéria
orgânica foi igual a 20,25%. Os resultados de análise da cinza vegetal como material
orgânico encontram-se no Anexo A.
Tabela 2. Composição química da cinza vegetal analisada como corretivo e fertilizante
pH N P2O5 K2O Ca Mg Na SO4 Zn Cu Fe Mn B Si
CaCl2 ...........................................................g kg-1.............................................................
10,7 3,1 9,6 34,7 33,0 21,0 0,1224 2,0 0,1 0,0 10,3 0,4 0,1 274,4
N = Nitrogênio; P2O5 = Fósforo em citrato neutro de amônio e água (CNA+Água); K2O = Potássio; Ca = Cálcio; Mg = Magnésio; Na = Sódio; SO4 = Enxofre; Zn = Zinco Total; Cu = Cobre Total; Mn = Manganês Total; B = Boro Total; Si = Silício.
Após o período de incubação solo-cinza, semeou-se a Urochloa brizantha (syn.
Brachiaria brizantha) cv. BRS Paiaguás utilizando-se vinte sementes por vaso. O
desbaste ocorreu observando-se o vigor e a uniformidade das plântulas aos dez e
vinte dias após a semeadura (DAS), permanecendo ao final cinco plantas por vaso.
A cinza vegetal possui baixa concentração de nitrogênio na sua composição,
em decorrência do processo de incineração da biomassa vegetal, ocorrendo, dessa
forma, a perda desse nutriente por volatilização (ANDRIESSE, 1987;
OBERNBERGER et al., 2006; INGERSLEV et al., 2011). Portanto, realizou-se a
adubação nitrogenada de 200 mg dm-3 utilizando-se a ureia como fonte, de acordo
com Bonfim-Silva et al. (2015a). A adubação via solução foi parcelada em duas
aplicações com intervalo de sete dias, iniciando aos seis dias após a emergência das
plântulas para o estabelecimento da cultura, assim como aos sete dias após cada
corte da gramínea (Figura 6).
38
Figura 6. Adubação nitrogenada via solução utilizando ureia como fonte, aos 20 dias após a semeadura.
3.4 Caracterização da retenção de água
Para o manejo da irrigação utilizando a sonda de capacitância Diviner 2000®,
foi realizado experimento-piloto para caracterização da retenção de água do Latossolo
Vermelho distrófico (Tabela 1) adubado com as doses de cinza vegetal. O ensaio foi
realizado em ambiente controlado, no período de dezembro de 2016 a abril de 2017,
em delineamento inteiramente casualizado no qual foram testadas cinco doses de
cinza vegetal com três repetições. A origem e a composição (Tabela 2) do resíduo,
bem como as doses utilizadas, foram as mesmas do presente estudo. As unidades
experimentais correspondiam a vasos adaptados (Figura 5).
A mistura do solo à cinza vegetal foi realizada obedecendo às doses de cada
tratamento, e então os vasos foram preenchidos. Após, realizou-se o umedecimento
do solo até a livre drenagem da água excedente pela extremidade inferior dos vasos,
sendo que em cada vaso foram utilizados aproximadamente 3000 mL de água. Um
tensiômetro foi instalado em cada unidade experimental de maneira que a cápsula
porosa permanecesse próxima ao tubo de acesso; então, com o auxílio de um
tensímetro, foram obtidas as leituras da tensão da água no solo (kPa). Os valores da
umidade volumétrica do solo (%) foram obtidos com o uso da sonda de capacitância
Diviner 2000®, através dos tubos de acesso previamente instalados. O monitoramento
foi realizado diariamente, e o término das leituras ocorreu no momento em que a
tensão de água no solo atingiu cerca de 70 kPa. Os dados obtidos foram utilizados
para construir o início da curva característica de retenção da água no solo por meio
do software Microsoft Excel 2016.
39
Assim, relacionou-se tensão de água no solo com a umidade volumétrica,
obtidas por tensiometria (kPa) e sonda de capacitância (%), respetivamente, para a
determinação da lâmina de água a ser aplicada por unidade experimental. As
umidades volumétricas do solo encontradas de acordo com os tratamentos seguem
na Tabela 3.
Tabela 3. Umidade volumétrica do solo (%) correspondente à tensão de água (kPa) do Latossolo Vermelho distrófico submetido a doses de cinza vegetal (g dm-3)
Cinza vegetal (g dm-3) 0 8 16 24 32
Tensões (kPa) Umidades volumétricas (%)
4 12,84 13,66 20,04 16,34 20,36
8 8,50 9,82 14,51 11,54 14,78
16 5,63 7,06 10,50 8,16 10,73
32 3,72 5,07 7,60 5,76 7,79
64 2,47 3,65 5,50 4,07 5,65
3.5 Manejo da irrigação
O monitoramento da umidade volumétrica do solo foi realizado diariamente pela
manhã utilizando-se a sonda de capacitância Diviner 2000® (Figura 7). As reposições
hídricas foram executadas pelo sistema de irrigação por gotejamento
semiautomatizado, conforme descrição de Pacheco et al. (2018), de modo a elevar a
umidade do solo aos valores estabelecidos de cada tratamento (Tabela 3). Os
tratamentos em função das tensões de água no solo iniciaram juntamente com a
aplicação das doses de cinza vegetal, isto é, desde a reação solo-cinza trinta dias
antes da semeadura.
40
Figura 7. Sonda de capacitância Diviner 2000® (A) para a obtenção da umidade volumétrica do solo. Pontos de leituras úteis (10, 40, 70, 100 cm) da umidade volumétrica do solo no perfil dos vasos adaptados (B).
O volume de água aplicado no solo foi calculado por meio da seguinte equação:
𝑉 = (𝜃𝑡𝑟𝑎𝑡 − 𝜃𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙) 𝑥 8700
em que:
V = volume de água aplicado (cm3);
trat = umidade do tratamento (%);
atual = umidade atual do solo (%);
8700 = volume de solo no vaso adaptado (cm3).
3.6 Variáveis avaliadas
As avaliações iniciaram-se aos 30 dias após a semeadura (DAS), ocorrendo
em intervalos de 30 dias, totalizando três cortes da parte aérea das plantas. A altura
de corte na primeira e segunda avaliações foi de 5 cm (MONTEIRO, 2010), sendo que
na última avaliação as plantas foram cortadas rentes ao solo.
Por ocasião de cada corte, as variáveis avaliadas foram:
a) Características fitométricas: ângulo foliar, diâmetro de colmos+bainhas, altura
de plantas, número de folhas, número de perfilhos, relação folhas-
colmos+bainhas, área foliar, volume de raízes;
B
A
41
b) Características produtivas: massa seca de folhas, massa seca de
colmos+bainhas, massa seca da parte aérea e massa seca de raiz (este no
último corte);
c) Característica nutricional da planta: leitura SPAD (índice de clorofila);
d) Características químicas do solo: pH do solo antes da semeadura e a cada
corte;
e) Consumo total de água pelo capim-paiaguás e eficiência no uso da água pela
gramínea.
Características fitométricas:
O ângulo foliar, em graus (º), medido com o auxílio de um transferidor,
corresponde à inclinação entre a folha +1 e a folha em expansão (Figura 8),
utilizando-se a média de três plantas por unidade experimental.
Figura 8. Ângulo entre a folha +1 e a folha em expansão da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás.
Diâmetro de colmo (cm) foi medido a 5 cm do solo por meio de paquímetro
digital a partir da média de três plantas por vaso.
A altura de plantas (cm) foi mensurada com régua graduada, da superfície do
solo até o ponto mais alto de todas as plantas.
Na contagem do número de folhas avaliaram-se todas as folhas com e sem
lígula visível e que apresentaram mais de 20% de área verde.
O número de perfilhos levou em consideração que perfilho é todo broto formado
a partir da gema basal.
42
A relação folhas-colmos+bainhas equivale à razão entre massa seca de folhas
e massa seca de colmos+bainhas.
A área foliar, em cm², foi obtida pelo medidor indireto de área foliar LI-3100C
(Figura 9) (LI-COR, 1996).
Figura 9. LI-3100C medidor indireto de área foliar da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás aos 30 dias após a semeadura.
O volume de raiz (cm³) foi mensurado utilizando uma proveta de 1000 ml
contendo 500 ml de água em que se adicionou a raiz ao recipiente, e a
diferença do nível de água equivaleu ao volume radicular (volume radicular =
volume final de água contendo raiz – volume inicial de água sem raiz) (Figura
10).
C B A
43
Figura 10. Volume radicular da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás pelo método da
proveta. Raiz do capim-paiaguás aos 90 dias após a semeadura (A), volume inicial de água sem raiz (B), volume final de água contendo raiz (C).
Características produtivas:
A massa de folhas e de colmos+bainhas foram obtidas após o corte das plantas
à altura de 5 cm do solo (Figura 11), a massa de raiz no último corte, e então
foram pesadas em balança semianalítica. Após a pesagem dos materiais
vegetais frescos, os mesmos foram acondicionados em sacos de papel
identificados e levados à estufa de ventilação forçada a 65ºC, por 72 horas
(tempo para obtenção da massa constante), conforme Silva e Queiroz (2006).
Em seguida, as amostras foram pesadas novamente para a determinação da
massa seca.
A massa seca da parte aérea é a soma da massa seca de folhas mais massa
seca de colmos+bainhas.
Figura 11. Altura de corte da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás a 5 cm do solo,
aos 30 dias após a semeadura.
Característica nutricional da planta:
A leitura SPAD (índice de clorofila) foi obtida por meio do medidor portátil de
clorofila chlorophyll meter SPAD-502 (Soil Plant Analysis Development)
(MINOLTA CÂMERA CO., 1989). A leitura foi realizada em cinco folhas
diagnósticos (folhas +1 e +2) na face abaxial (VIANA e KIEHL, 2010), evitando-
se as nervuras das folhas. Utilizou-se a média das leituras para cada unidade
experimental. O clorofilômetro portátil conforme a intensidade da coloração
verde permite a avaliação do estado nutricional em nitrogênio por meio de
44
valores indiretos de índice de clorofila presente na folha de modo não
destrutivo, instantâneo, rápido, de baixo custo e simples (MONTEIRO, 2010).
Característica química do solo:
As leituras do pH das amostras de solo de cada unidade experimental foram
realizadas antes da semeadura do capim-paiaguás e após cada corte das
plantas utilizando o medidor de pH em solução CaCl2 0,01 M.
O consumo total de água pelo capim-paiaguás corresponde ao somatório das
lâminas de água aplicadas diariamente ao solo durante a realização do experimento.
A eficiência no uso da água pela gramínea (EUA) é a razão entre a massa seca
total da parte aérea (MSPA) junto à massa seca da raiz (MSR) e o consumo total de
água:
𝐸𝑈𝐴 =𝑀𝑆𝑃𝐴 + 𝑀𝑆𝑅
𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎
3.7 Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise de variância e regressão, ambos até
5% de probabilidade de erro, por meio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA,
2011). Quando houve interação significativa entre os fatores (doses de cinza vegetal
e as disponibilidades hídricas do solo), os dados foram analisados pelo SAS – System
for Windows (SAS INSTITUTE, 2002). Os dados de eficiência no uso da água pelo
capim-paiaguás foram transformados pela equação [(x+1)^0,5] para a obtenção da
normalidade e homogeneidade das variâncias.
45
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Curvas características de água do solo
O solo em que não foi aplicado a cinza vegetal apresentou um decréscimo de
80,79% na umidade, comparando-se a tensão de água no solo de 4 kPa com a tensão
de 64 kPa (Figura 12A). Nos solos incorporados com as doses de cinza vegetal de 8
g dm-3 (Figura 12B), 16 g dm-3 (Figura 12C), 24 g dm-3 (Figura 12D) e 32 g dm-3 (Figura
12E), o decréscimo na umidade do solo foi de 73,28%, 72,53%, 75,07% e 72,22%,
respectivamente, quando se comparou a tensão de água no solo de 4 kPa com a de
64 kPa.
A
B
46
Figura 12. Curvas características de retenção de água do Latossolo Vermelho
submetido a doses de cinza vegetal: ausência de cinza vegetal (A); 8 g dm-3 (B); 16 g dm-3 (C); 24 g dm-3 (D); 32 g dm-3 (E).
Na tensão de água no solo de 4 kPa, a dose de 32 g dm-3 de cinza vegetal
incrementou a umidade do solo em 36,95%, quando comparada com a ausência do
resíduo. Nas tensões de 8 kPa, 16 kPa, 32 kPa e 64 kPa, a dose de 32 g dm-3 da cinza
vegetal aumentou 42,50%, 47,56%, 52,18% e 56,39%, respectivamente, a retenção
de água no solo, comparando-se com a ausência de aplicação do resíduo (Tabela 3).
C
D
E
47
Assim, observou-se que na tensão de água no solo de 64 kPa, de menor
umidade do solo, a dose máxima de cinza vegetal, 32 g dm-3, proporcionou aumento
na retenção de água no solo (56,39%). Desse modo, houve na menor disponibilidade
de água uma maior capacidade de retenção de água no solo incorporado com a dose
cinza vegetal de 32 g dm-3.
Bär et al. (2018), em trabalho com aplicação de doses de cinza vegetal ao solo,
observaram aumento na capacidade máxima de retenção de água no solo em que o
solo armazenou um volume de água de 0,79 dm3 na dose de cinza vegetal de
17,75 g dm-3. Em estudo com cinzas, Stoof et al. (2010) observaram que a adição de
cinzas ao solo favoreceu a retenção de água e a água disponível. Do mesmo modo,
Ramesh et al. (2008) observaram que a umidade do solo incorporado com cinza não
diminuiu no período de seca.
A cinza vegetal utilizada no presente trabalho possuía 20,25% de matéria
orgânica. De acordo com Yang et al. (2014a), a matéria orgânica do solo tem um
controle dominante sobre a retenção de água no solo, em potenciais matriciais
inferiores, pois tem a função de aumentar a capacidade de adsorção do solo para reter
mais água. A retenção da água pelos solos é influenciada, além de outros fatores,
pelo teor de matéria orgânica, parte pela sua influência na estrutura do solo (SILVA et
al., 2007) e parte devido à afinidade das partículas orgânicas com a água (YANG et
al., 2014a). Shwetha e Varija (2015) verificaram aumento na capacidade de retenção
de água no solo quanto maior o teor de matéria orgânica. O aumento da matéria
orgânica tende a incrementar a área superficial específica total do solo, com
consequente aumento na retenção da água (SMITH et al., 1985). Nesse sentido, a
aplicação de cinza vegetal no solo é uma alternativa de aporte de matéria orgânica ao
sistema, que pode elevar a capacidade do solo em reter água.
4.2 Altura de plantas
Nas três avaliações do capim-paiaguás, houve interação significativa entre as
doses de cinza vegetal e a tensão de água no solo para a altura de plantas.
Aos 30 dias após a semeadura (DAS), primeiro corte, em estudo de superfície
de resposta (Figura 13A), a dose de cinza vegetal de 19,05 g dm-3 associada à tensão
de água no solo de 53,65 kPa proporcionou a maior altura de plantas, de 53,55 cm,
do capim-paiaguás.
48
Figura 13. Altura de plantas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a
doses de cinza vegetal (g dm-3) e tensão de água no solo (kPa) no primeiro (A), segundo (B) e terceiro (C) cortes. AP1, AP2 e AP3 = altura de plantas no primeiro, segundo e terceiro cortes, respectivamente. *, ** e *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade.
49
No segundo corte, a maior altura de plantas de 55,48 cm (Figura 13B) foi
observada na dose de cinza vegetal de 20,13 g dm-3 combinada à tensão de água no
solo de 47,29 kPa.
Na terceira avaliação, a altura de plantas, 49,26 cm, foi maior na dose de cinza
vegetal de 23,51 g dm-3 associada à tensão de água no solo de 48,03 kPa (Figura
13C).
Ao longo dos três cortes, verificou-se que as maiores alturas de plantas
ocorreram mesmo nas maiores tensões de água no solo, em que a umidade do solo
é menor. Isso pode ser atribuído à presença de cinza vegetal, que aumentou a
retenção de água no solo, permitindo o crescimento da gramínea apesar da baixa
disponibilidade hídrica, além de fornecer nutrientes ao capim-paiaguás. O aumento na
retenção de água no solo incorporado com cinza vegetal foi comprovado por autores
como Ramesh et al. (2008), Stoof et al. (2010), Pereira et al. (2016) e Bär et al. (2018).
A cinza vegetal utilizada no presente estudo possuía em sua composição
macronutrientes, como Ca, Mg, K e P, importantes para o crescimento e
estabelecimento do capim-paiaguás. Symanowicz et al. (2018), que analisaram
cinzas, confirmaram que são uma fonte dos macronutrientes para plantas, sendo
adequadas para solos agrícolas. Assim, podem-se destacar os benefícios da cinza
vegetal em disponibilizar nutrientes, como, por exemplo, o fósforo, importante para o
crescimento e o estabelecimento das gramíneas. Estudos com gramíneas da espécie
U. brizantha constataram o efeito da aplicação de cinza vegetal no crescimento das
plantas, com resultados de incremento atingindo cerca de 90% na altura do capim em
comparação com a ausência do resíduo (BONFIM-SILVA et al., 2015; BEZERRA et
al., 2016; BONFIM-SILVA et al., 2017c).
Ademais, por ocasião dos cortes, observou-se que, para atingir maiores alturas
de plantas, houve a necessidade de maiores doses de cinza vegetal, 19,05 g dm-3 no
primeiro corte, 20,13 e 23,51 g dm-3, no segundo e terceiro cortes, respectivamente.
Isso pode ser devido a uma maior demanda por nutrientes pela gramínea, ressaltando
que não houve reposição do resíduo no solo por ocasião das avaliações.
A altura de plantas do presente estudo é maior que a encontrada em outros
trabalhos. Valle et al. (2013) e Euclides et al. (2016) obtiveram altura do capim-
paiaguás em torno de 30 cm, na estação seca. Sbrissia et al. (2010) sugeriram uma
faixa ideal de altura entre 20 a 40 cm para a produtividade e a persistência do capim-
marandu sob pastejo contínuo durante a estação chuvosa, que pode ser recomendada
50
para as cultivares de U. brizantha. Costa e Queiroz (2017) sugeriram uma altura ideal
para o capim-paiaguás de 35 cm sob pastejo contínuo. Considerando que as alturas
de planta nos três cortes foram maiores que 50 cm, verifica-se que ultrapassa os
valores dos trabalhos supracitados. Assim, sugere-se aumentar a taxa de lotação na
área para rebaixar a gramínea em pastejo contínuo. Ou ainda, em sistema de lotação
rotacionada, pode-se antecipar o corte da planta ou o pastejo dos animais para
período menor que 30 dias, como o realizado no presente estudo, aumentando o
rendimento e disponibilidade da forragem.
A avaliação da altura de planta é importante em vários aspectos, dentre elas
permite a gestão do manejo do pasto indicando o momento de entrada e a saída de
animais na área, pois é de obtenção fácil e rápida (DA SILVA e NASCIMENTO
JÚNIOR, 2007; HOGDSON, 1990). A altura do dossel também possui correlação e
influencia as características estruturais e a massa da forragem (RODRIGUES et al.,
2017; SANTOS et al., 2017; CABRAL et al., 2017), possibilitando a compreensão
dessas estruturas e o comportamento dos animais às variações da planta (FONSECA
et al., 2013). Em pastos manejados com menores alturas, há maior penetração de luz
na base das plantas, estimulando o perfilhamento da gramínea, e ocorre um aumento
na proporção folha de folhas vivas elevando-se, assim, o valor nutritivo da forragem
(MATTHEW et al., 1995; SBRISSIA et al., 2010; EVERS et al., 2011; RODRIGUES et
al., 2017).
Além disso, essa variável junto à disponibilidade de biomassa e à relação folha-
colmo condiciona a facilidade de apreensão da forragem pelo animal, interferindo no
desempenho dos animais durante o pastejo (ALDEN e WHITAKER, 1970).
4.3 Ângulo foliar
O ângulo foliar não apresentou efeito significativo na interação entre as doses
de cinza vegetal e tensões de água no solo. Na primeira avaliação, houve efeito
isolado para doses de cinza vegetal (Figura 14A) em que o ângulo foliar ajustou-se ao
modelo quadrático de regressão. A dose de cinza vegetal de 13,45 g dm-3
proporcionou o menor ângulo foliar de 26,85º.
51
Figura 14. Ângulo foliar da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal (g dm-3) e tensão de água no solo (kPa) no primeiro (A) e segundo (B e C) corte. AngF1 e AngF2 = ângulo foliar no primeiro e segundo cortes. *, ** e *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade.
No segundo corte, o ângulo foliar apresentou efeito isolado para doses de cinza
vegetal (Figura 14B) e tensão de água no solo (Figura 14C) ajustando-se aos modelos
A
B
C
52
quadrático e linear de regressão, respectivamente. O menor valor do ângulo foliar,
17,84º, da gramínea foi verificado na dose de cinza vegetal de 17,82 g dm-3. A tensão
de água no solo de 64 kPa incrementou a inclinação foliar em 32,16%, comparando a
tensão de água no solo de 4 kPa com a tensão de água no solo de 64 kPa.
Na última avaliação, para o ângulo foliar, não houve diferença significativa entre
as doses de cinza vegetal e tensão de água no solo.
Observou-se no primeiro e segundo cortes que os ângulos foliares foram
menores com a adição da cinza vegetal ao solo. A cinza vegetal, utilizada no presente
estudo, contém um alto valor de silício, 274,4 g kg-1 (Tabela 2). Esse nutriente é
importante, pois favorece a arquitetura da planta e permite que ela fique mais ereta,
proporcionando, assim, uma menor inclinação foliar para interceptação dos raios
solares.
Folhas com ângulos menores favorecem maior contato com os raios pela
incidência dos raios solares ser próxima do ângulo reto. Assim, ocorre maior eficiência
fotossintética, devido ao menor sombreamento entre plantas. Em consequência, eleva
a produção de fotoassimilados e, por fim, reflete no aumento da produtividade
potencial. Souza et al. (2016) observaram que, conforme ocorre o aumento do ângulo
de inserção de folhas da cana-de-açúcar, a produtividade potencial diminuiu.
Outros pesquisadores, como Truong et al. (2015) mencionam acerca da
eficiência com que uma planta intercepta a radiação solar determinada pelo ângulo da
folha no qual se compreende que mudanças na arquitetura da planta afetam o
desempenho da produtividade do vegetal. Esses autores, a partir dos resultados,
constataram que ângulos foliares menores fizeram com que a radiação solar
penetrasse mais profundamente no dossel das plantas aumentando o potencial de
produção de biomassa do sorgo.
Arquiteturas de dossel em que as folhas superiores possuem ângulos menores
redistribuem radiação fotossinteticamente ativa (PAR) de maneira mais uniforme ao
longo do dossel até as folhas mais baixas, reduzindo, assim, a senescência induzida
pela sombra nas folhas inferiores (van ZANTEN et al., 2010; SONG et al. 2013;
DREWRY et al., 2014; MANSFIELD e MUMM 2014) e diminuindo o excesso de
radiação no topo do dossel (ZHU et al., 2010; MULLET et al., 2014).
Essa regulação na penetração dos raios solares proporcionada pela inclinação
foliar maximiza o ganho de carbono otimizando a interceptação da radiação
fotossinteticamente ativa (PAR) resultando em maior eficiência de conversão
53
fotossintética e maior potencial de rendimento de biomassa (van ZANTEN et al., 2010;
SONG et al., 2013 TRUONG et al., 2015). Silva et al. (2012) concluíram que existe
relação positiva entre a radiação fotossinteticamente ativa (PAR) e a produção de
matéria seca de gramíneas, como marandu e xaraés. Por meio de experimentos com
arroz e milho, foram constatadas correlações positivas entre os ângulos foliares
menores e a produtividade das culturas e rendimentos de grãos (SAKAMOTO et al.
2006; TIAN et al. 2011; MANSFIELD e MUMM 2014).
No segundo corte, verificou-se que o aumento das tensões de água no solo
proporcionou o aumento no ângulo foliar, ou seja, maior abertura das folhas devido ao
estresse por déficit hídrico. Foi relatado por Holloway (1969) e Koch et al. (2009) que,
em condições de déficit hídrico, as plantas desenvolvem estratégias seletivas de
sobrevivência como ângulos foliares maiores e baixa retenção hídrica, os quais
aumentam a interceptação das gotas da chuva e proporcionam a queda direta da água
no solo, resultando em maior disponibilidade hídrica para as raízes.
Segundo os resultados obtidos por Holder (2012), em espécies de regiões
semiáridas, há uma resposta funcional para aumentar a remoção de água da copa
canalizando as gotas de água interceptadas durante a chuva para o solo. Isso ocorre
porque o ângulo da folha é maior que a retenção de gotículas de água. Da mesma
forma, Brewer et al. (1991) confirmam que ângulos foliares maiores podem reduzir a
retenção hídrica pelas plantas.
4.4 Área foliar
Nas três avaliações de área foliar, não houve interação significativa entre as
fontes de variação, doses de cinza vegetal e tensões de água no solo.
Na primeira avaliação, a área foliar ajustou-se ao modelo quadrático de
regressão para ambos os tratamentos. A maior área foliar de 710,34 cm² (Figura 15A)
foi observada na dose de cinza vegetal de 23,63 g dm-3. A tensão de água no solo de
49,23 kPa provocou a menor área foliar de 105,55 cm² (Figura 15B).
54
Figura 15. Área foliar de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a doses de
cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no primeiro corte. ÁreaF1 = área foliar no primeiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Na segunda avaliação, a área foliar ajustou-se ao modelo linear de regressão
para as doses de cinza vegetal e ao modelo quadrático de regressão para as tensões
de água no solo. A dose de cinza vegetal de 32 g dm-3 proporcionou um aumento na
área foliar de 83,38% (Figura 16A) ao se comparar com a ausência de aplicação do
resíduo. Na tensão de água no solo de 47,54 kPa, observou-se a menor área foliar,
com 59,89 cm² (Figura 16B).
A
B
55
Figura 16. Área foliar de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte. ÁreaF2 = área foliar no segundo corte. CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
Aos 90 DAS, a área foliar ajustou-se ao modelo linear de regressão em que a
máxima dose de cinza vegetal incrementou em 95,74% (Figura 17A) a área foliar da
gramínea comparado à ausência de aplicação do resíduo. Em relação à tensão de
água no solo (Figura 17B), houve um ajuste ao modelo quadrático de regressão da
área foliar, sendo o menor valor de 387,16 cm² encontrado na tensão de água do solo
de 45,30 kPa.
A
B
56
Figura 17. Área foliar de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte. ÁreaF3 = área foliar no terceiro corte. CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
Ao longo dos três cortes da forrageira, verificou-se que, por meio da
incorporação da cinza vegetal ao solo, houve um aumento na área foliar da planta. A
cinza vegetal utilizada no presente trabalho possuía em sua composição nutrientes
como potássio, cálcio e magnésio (34,7; 33,0 e 21 g kg-1, respectivamente). De acordo
com Watson (1952), a área foliar é dependente da nutrição da planta.
Assim, folhas com maior superfície exposta favorecem a interceptação de
radiação solar, fonte de energia para os processos fotossintéticos e síntese de
fotoassimilados. A área foliar junto ao ângulo foliar estimam a radiação solar
interceptada (absorvida) pelo dossel das plantas e interferem na eficiência da
absorção de radiação fotossinteticamente ativa (PAR) em assimilados, uma vez que
regulam a penetração de radiação incidente no dossel (MONSI e SAEKI, 1953;
A
B
57
ALEXANDRINO et al., 2004; MOREIRA, 2005; van ZANTEN et al., 2010;
FOCHESATTO et al., 2016).
Os pontos de mínimo da área foliar do capim-paiaguás, nos três cortes, podem
ser devido às altas tensões de água no solo que restringiram o desenvolvimento da
cultura. O mesmo foi relatado por Santos et al. (2013) em estudo de dois cultivares,
Marandu e BRS Piatã, da U. brizantha em resposta às condições de baixa
disponibilidade de água. Pezzopane et al. (2014) observaram uma perda média de
70% na área foliar das cultivares da U. brizantha submetidas a déficit hídrico. Ainda
segundo esses autores, a BRS Paiaguás apresentou a menor redução da área foliar
em relação às demais cultivares, BRS Piatã, Marandu e Xaraés.
Condições de défit hídrico provocam a diminuição da expansão foliar (MUNNS
e SHARP, 1993) caracterizando uma estratégia das plantas ao estresse, pois a menor
exposição de área foliar resulta em redução da transpiração (MAHAJAN e TUTEJA,
2005). Viana et al. (2009) relataram que a área foliar está sujeita aos efeitos de
precipitação pluvial, em que os maiores resultados de área foliar dos genótipos
estudados foram observados no período de maior precipitação acumulada. Esses
autores sugerem ainda que a interceptação da radiação incidente é diretamente
proporcional à área foliar e à altura média dos dosséis de capim.
Apesar de a baixa disponibilidade hídrica provocar redução na área foliar da
gramínea, verificou-se ao longo dos cortes um aumento de 105,55 a 387,16 cm2 na
área da folha da cultivar BRS Paiaguás. Isso pode ser atribuído ao aumento na
retenção de água do solo bem como à disponibilização de nutrientes pela cinza
vegetal que favoreceu o desenvolvimento da área foliar do capim.
A área foliar influencia a densidade populacional de perfilhos da gramínea
(SBRISSIA et al., 2010; KEBROM e MULLET, 2015) e o ritmo de crescimento da
pastagem. Kebrom e Mullet (2015) afirmam que a área foliar fotossintética determina
os níveis de sacarose que afetam o crescimento dos perfilhos. Assim, uma pequena
mudança na área foliar ou atividade fotossintética pode resultar em falha no
crescimento das gemas resultando em menor número de ramificação final e alteração
na arquitetura da planta, que pode iniciar um processo de degradação do pasto ou
ocasionar a morte da planta.
Do mesmo modo, Dabrowski et al. (2013), em estudo sobre o efeito da
disponibilidade de luz no índice de área foliar e na produção de biomassa de
pastagens, verificaram alto coeficiente de correlação entre IAF e a cobertura foliar.
58
Isso demonstra, que plantas com maior área foliar proporcionam o fechamento do
dossel resultando, assim, em proteção ao solo de erosão hídrica e perda de umidade.
De acordo com Alexandrino et al. (2004), o processo de fotossíntese por meio
da interceptação da radiação solar pela área da folha assegura a capacidade de
renovação e manutenção da área foliar após a desfolhação da gramínea, sendo um
dos aspectos importantes para o estabelecimento, o crescimento, a produtividade e a
perenidade das pastagens (GOMIDE e GOMIDE, 2000; NABINGER e PONTES, 2001;
NABINGER e CARVALHO, 2009).
Além disso, estudos avaliam o índice de área foliar como parâmetro para o
manejo de pastejo com base no uso da interceptação de luz como referência de
acompanhamento do processo de rebrotação controlando e monitorando o processo
de pastejo. Assim, a forragem pode ser colhida por corte ou pastejo sempre numa
mesma condição fisiológica (CARVALHO et al., 2007; PEDREIRA et al., 2007; SILVA,
2004).
4.5 Diâmetro de colmos+bainhas
O diâmetro de colmos+bainhas da gramínea apresentou efeito isolado para
doses de cinza vegetal e tensões de água no solo nas três avaliações. No primeiro
corte, houve efeito isolado apenas para doses de cinza vegetal, em que o diâmetro de
colmos+bainhas ajustou-se ao modelo quadrático de regressão (Figura 18) no qual o
maior valor de 2,66 cm foi obtido na dose de cinza vegetal de 24,06 g dm-3.
Figura 18. Diâmetro de colmos+bainhas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função das doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no primeiro corte. DC1 = diâmetro de colmos+bainhas no primeiro corte. *** significativo 0,1% de probabilidade.
59
Na segunda avaliação, o valor máximo de diâmetro de colmos+bainhas, 2,39
cm, (Figura 19A) foi encontrado na dose de 21,76 g dm-3. Para a tensão de água no
solo de 64 kPa, houve uma diminuição de 20,15% no diâmetro de colmos+bainhas do
capim-paiaguás em relação à tensão de 4 kPa (Figura 19B).
Figura 19. Diâmetro de colmos+bainhas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função das doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte. DC2 = diâmetro de colmos+bainhas no segundo corte. *** significativo 0,1% de probabilidade.
Por ocasião da terceira colheita, o diâmetro de colmos+bainhas ajustou-se aos
modelos quadráticos e linear de regressão para doses de cinza vegetal e tensões de
água no solo, respectivamente. O maior diâmetro de colmos+bainhas de 2,47 cm foi
verificado na dose de cinza vegetal de 22,51 g dm-3 (Figura 20A). A medida que a
tensão de água no solo foi aumentando (Figura 20B), ocorreu uma queda progressiva
representando uma redução de 19,31% no diâmetro de colmos+bainhas da gramínea
entre a maior e menor tensão de água no solo.
A
B
60
Figura 20. Diâmetro de colmos+bainhas da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função das doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte. DC3 = diâmetro de colmos+bainhas no terceiro corte. *** significativo 0,1% de probabilidade.
Observou-se que a cinza vegetal incorporada ao solo proporcionou aumento
no diâmetro de colmos+bainhas ao longo dos três cortes. No segundo e terceiro
cortes, verificou-se um decréscimo no diâmetro de colmos+bainhas conforme houve
uma menor disponibilidade de água para as plantas.
O colmo é a estrutura de suporte da planta e, para sustentar o peso das folhas,
o diâmetro do colmo altera-se na mesma proporção (McMAHON E KRONAUER,
1976; NIKLAS, 1994). Segundo BONFIM-SILVA et al. (2016), plantas com hastes de
maior diâmetro, em geral, são mais resistentes ao acamamento. O diâmetro de colmo
está diretamente relacionado aos valores nutritivos e aspectos quantitativos de plantas
forrageiras, bem como a outras características estruturais das gramíneas, como a
A
B
61
proporção de folha e de colmo, a altura da planta e a produção de forragem (BHERING
et al., 2008; CHAUGOOL et al., 2013).
4.6 Leitura SPAD
A leitura SPAD (índice de clorofila) apresentou efeito isolado para doses de
cinza vegetal. Na primeira, segunda e terceira avaliações, a leitura SPAD ajustou-se
ao modelo quadrático de regressão (Figura 21) em que os maiores valores, 48,16,
41,35 e 41,20 foram obtidos nas doses de cinza vegetal de 23,87, 24,50 e
24,41 g dm-3, respectivamente.
Figura 21. Leitura SPAD da Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza
vegetal no primeiro, segundo e terceiro cortes.
SPAD1, SPAD2 E SPAD3 = Leitura SPAD no primeiro, segundo e terceiro corte, respectivamente. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Nos três cortes, verificou-se que o capim-paiaguás adubado com cinza vegetal
apresentou ponto de máxima maior que 41 unidades na leitura SPAD. Geralmente,
leitura SPAD acima de 40, em geral, sugerem boa nutrição nitrogenada na gramínea
enquanto unidades da ordem de 20 a 25 indicam nítida deficiência de nitrogênio no
capim (FOLLETT et al., 1992; SCHEPERS et al., 1992; PREMAZZI, 2001; YANG et
al., 2014b; YANG et al., 2014c).
Estudos avaliando a utilização de doses de cinza vegetal como fonte de
nutrientes nas cultivares Marandu, Xaraés e BRS Piatã da espécie U. brizantha
confirmam o aumento do teor de clorofila nas folhas obtido por clorofilômetro portátil
(BONFIM-SILVA et al., 2013; 2015a; 2017c). Em experimento cultivando-se o capim-
SPAD1 = 18,801905 + 2,460045***CZ - 0,051535***CZ2
R² = 0,9471
SPAD2 = 27,614167 + 1,121198***CZ - 0,022884***CZ2
R² = 0,9801
SPAD3 = 15,478881 +2,107582***CZ - 0,043178***CZ2
R² = 0,96280
10
20
30
40
50
60
0 8 16 24 32
Le
itu
ra S
PA
D
Cinza vegetal (g dm -3)
62
paiaguás submetido a doses de nitrogênio, Pereira et al. (2016b) obtiveram máximo
de Intensidade de Coloração Verde (ICV) das folhas determinada pelo clorofilômetro
de 47,6. Assim, observa-se que a cinza vegetal proporcionou maior leitura SPAD,
48,16, comparada à gramínea adubada com fertilizante mineral.
Observou-se que as doses de cinza vegetal de 23,87, 24,50 e 24,41 g dm-3 que
proporcionaram as maiores leituras SPAD forneceram à gramínea 828,29; 850,15 e
847,03 g dm-3 de potássio (K2O) no primeiro, segundo e terceiro cortes,
respectivamente. Assim, é possível inferir que o aporte de potássio por meio da cinza
vegetal contribuiu para o aumento da Leitura SPAD, pois o potássio está envolvido na
fotossíntese e regula a abertura e fechamento dos estômatos. De acordo com Peoples
e Koch (1979), a deficiência desse nutriente na folha afeta a abertura dos estômatos,
ocorrendo uma menor assimilação de dióxido de carbono (CO2) nos cloroplastos,
reduzindo a taxa fotossintética por unidade de área foliar e aumentando a taxa de
respiração.
A cinza vegetal proporcionou também um aporte de 501,27; 514,5 e
512,61 g dm-3 de magnésio nas doses de cinza vegetal que proporcionaram os pontos
de máxima de leitura SPAD nos três cortes da gramínea. O magnésio é ativador
enzimático indispensável nos processos de fotossíntese, pois ocupa a posição central
da molécula de clorofila (TAIZ e ZEIGER, 2013). Esse nutriente corresponde a 2,7%
da massa molecular da clorofila, sendo que nesta encontra-se cerca de 20% do
magnésio total da folha (MENGEL e KIRKBY, 2001). Assim, a quantidade de
magnésio disponível pode influenciar a quantidade de clorofila produzida (BARROSO,
2013).
Compreende-se que as clorofilas são pigmentos fotossintéticos responsáveis
pela captura da energia solar (BLACKBURN, 2007); desse modo, teores elevados
dessas moléculas resultam em maior capacidade fotossintética, maior produção de
açúcares que auxiliam no controle de absorção de nutrientes (CAMAÑES et al., 2007;
LEJAY et al., 2008; ZHU et al., 2010; THOMPSON et al., 2017) e acúmulo de
nutrientes no tecido vegetal (PEREIRA et al., 2016b), aumentando a disponibilidade
de biomassa e a qualidade da pastagem. Vale ressaltar que a capacidade
fotossintética da folha diminui quando há deficiência de nitrogênio e déficit hídrico para
investir em rubisco, enzima essencial na via fotossintética (VICENTE et al., 2016).
Binkley (2004) relatou que a concentração de nitrogênio nas folhas interfere na
eficiência de conversão da radiação fotossinteticamente ativa (PAR) em biomassa.
63
Pesquisas demonstram correlação significativa e positiva entre o índice de
clorofila e a concentração de nitrogênio na folha (GIRARDIN et al., 1985; SCHEPERS
et al., 1992; KANTETY et al., 1996; BULLOCK e ANDERSON, 1998; CHAPMAN e
BARRETO, 1997; MALAVOLTA et al., 2004; GODOY et al., 2008; BACKES et al.,
2013; YANG et al., 2014b). Desse modo, é possível gerenciar e obter informação
instantânea diretamente no campo sobre o estado nutricional do capim em termos de
nitrogênio (MORAN et al., 2000; CHUNJIANG et al., 2007; BACKES et al., 2010;
MONTEIRO, 2010; SETIAWAN et al., 2014) e ainda verificar a eficiência da adubação
realizada otimizando o manejo da adubação nitrogenada da pastagem. Bullock e
Anderson (2008) constataram que o SPAD meter é útil como um auxiliar de
diagnóstico de nitrogênio na planta.
4.7 Número de folhas
Na primeira e segunda avaliações, houve interação significativa entre as doses
de cinza vegetal e tensão de água no solo para o número de folhas (Figura 22A). No
estudo de superfície de resposta para o primeiro corte, o maior número de folhas,
82,85, ocorreu na dose de cinza vegetal de 32 g dm-3 relacionada à tensão de água
no solo de 4 kPa.
64
Figura 22. Número de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal e tensões de água no solo na primeira (A) e segunda (B) avaliações. NF1 e NF2 = número de folhas no primeiro e segundo corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *, **, *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
No segundo corte do capim-paiaguás (Figura 22B), no estudo de superfície, a
resposta à dose de cinza vegetal de 32 g dm-3 associada à tensão de água no solo de
51,92 kPa proporcionaram a máxima produção de folhas de 80,87.
Aos 90 DAS, houve efeito significativo isolado para essa variável no qual a
produção de folhas do capim-paiaguás foi ajustada ao modelo quadrático de
regressão. A dose de cinza vegetal de 27 g dm-3 (Figura 23A) promoveu o máximo
número de folhas de 150,11 e a menor produção de folhas, 14,63, ocorreu na tensão
de água no solo 47,01 kPa (Figura 23B).
65
Figura 23. Número de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função de doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte. NF3 = número de folhas no terceiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Na primeira e segunda avaliações, verificou-se um aumento no número de
folhas da gramínea adubada com cinza vegetal mesmo em condições de baixa
disponibilidade hídrica, demonstrando, assim, a relevância do uso do resíduo para a
produção de folhas em épocas de seca.
Na terceira avaliação, o ponto de mínimo no número de folhas submetido a
baixa disponibilidade de água pode ter sucedido como um dos mecanismos de
resposta da gramínea ao déficit hídrico reduzindo o crescimento vegetativo
(MAHAJAN e TUTEJA, 2005; REYNOLDS et al., 2005).
O aumento no número de folhas verificado no terceiro corte com o incremento
da adubação via cinza vegetal é importante para a recuperação da gramínea, tendo
em vista que a produtividade das gramíneas forrageiras decorre da contínua emissão
de folhas e perfilhos, e da capacidade de regeneração foliar, processo que assegura
A
B
66
a persistência e a perenidade da pastagem após o corte ou pastejo (CORSI et al.,
1994; CABRAL et al., 2017). Malcolm et al. (2014) consideram que a persistência das
pastagens deve ser compreendida como um parâmetro econômico de investimento e
não apenas biológico, pois o pasto é um insumo para a produção animal e agrega
valor à propriedade.
Os resultados deste estudo estão de acordo com os encontrados por Bezerra
et al. (2014), que incorporaram cinza vegetal em Latossolo cultivado com U. brizantha
cv. Marandu, e relataram aumento no número de folhas da forrageira. Do mesmo
modo, Bonfim-Silva et al. (2015a), avaliando o efeito da cinza vegetal em gramíneas
tropicais, verificaram incremento de 89,85% na produção de folhas do capim marandu.
A formação e o desenvolvimento das folhas contribuem para o crescimento da
forragem, uma vez que representam parte do tecido fotossintético ativo onde é
capturada boa parte da energia luminosa utilizada para a produção de fotoassimilados
à planta (TAIZ e ZEIGER, 2013). Assim, as folhas são componentes importantes para
o índice de área foliar (CHAPMAN e LEMAIRE, 1993) e a produção de massa seca
total da parte aérea, constituindo-se em material de alto valor nutritivo para os
ruminantes (ALEXANDRINO et al., 2004).
4.8 Número de perfilhos
O número de perfilhos apresentou interação entre os fatores na primeira e
terceira colheitas do capim-paiaguás. Aos 30 dias após a semeadura, primeiro corte,
houve efeito significativo da interação entre as doses de cinza vegetal e tensão de
água no solo quanto ao número de perfilhos. No estudo de superfície de resposta
(Figura 24), a combinação da dose de cinza vegetal de 32 g dm-3 com a tensão de
água no solo de 37,14 kPa proporcionou 18,14 perfilhos do capim-paiaguás.
67
Figura 24. Número de perfilhos de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido
a doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no primeiro corte. NP1 = número de perfilhos no primeiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
No segundo corte da forrageira, houve efeito isolado entre os tratamentos para
o número de perfilhos e isso foi ajustado ao modelo quadrático de regressão. O
número de perfilhos máximo (39,27) foi verificado na dose de cinza vegetal de 26,29
g dm-3 (Figura 25A) e o número de perfilhos mínimo (11,04) deu-se na tensão de água
no solo de 48,13 kPa (Figura 25B).
68
Figura 25. Número de perfilhos de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido
a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte. NP2 = número de perfilhos no segundo corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
No terceiro corte, houve interação entre as doses de cinza vegetal e tensões
de água no solo para o número de perfilhos. No estudo de superfície de resposta
(Figura 26), a relação da dose de cinza vegetal de 32 g dm-3 e a tensão de água no
solo de 47,75 kPa promoveram um total de 19,88 perfilhos.
A
B
69
Figura 26. Número de perfilhos de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetido
a doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no terceiro corte. NP3 = número de perfilhos no terceiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
No primeiro e terceiro corte, verificou-se maior produção de perfilhos da
gramínea cultivada em solo com adição de cinza vegetal mesmo sob baixa
disponibilidade hídrica. Como visto, a cinza vegetal aumenta a retenção de água no
solo, reduzindo o efeito do estresse por déficit hídrico pela planta.
Assim como se verificou com a variável número de folhas, a menor produção
de perfilhos no segundo corte em função da elevada tensão de água no solo ocorreu
como efeito fisiológico do déficit hídrico sobre as plantas, reduzindo o crescimento
vegetativo, em particular o crescimento dos rebentos (SCHÜPPLER et al., 1998;
MAHAJAN e TUTEJA, 2005).
No segundo corte, observou-se um aumento no número de perfilhos do capim-
paiaguás em solo adubado com cinza vegetal, corroborando os trabalhos que
demonstram os benefícios com a incorporação do resíduo no solo para a produção de
gramíneas. Bezerra et al. (2014) avaliaram as características produtivas do capim
marandu em função da cinza vegetal, o qual aumentou significativamente a produção
de perfilhos (20,24) da cultivar Marandu cultivado em Latossolo Vermelho. Neste
trabalho, os autores enfatizaram o potencial uso do resíduo como fertilizante em
gramíneas forrageiras.
Bonfim-Silva et al. (2015a) relataram que a fertilização por meio da cinza de
madeira influenciou a produção máxima de perfilhos (53,94) do capim-marandu em
todas as colheitas, contribuindo para maior vigor e persistência da gramínea
forrageira. Esses autores destacam que os perfilhos são uma característica estrutural
70
de parâmetro indicativo de crescimento da gramínea forrageira. Tokeshi (1986)
acrescenta que a quantidade de perfilhos auxilia no estabelecimento e na perenidade
das pastagens, protege o solo contra a erosão, reduz o aparecimento de plantas
indesejáveis por meio do sombreamento e proporciona maior resistência a pragas e
doenças.
O número de perfilhos é maior em pastos com baixa altura de plantas e, em
consequência, eles apresentam maior densidade de plantas (EVERS et al., 2011). Em
contrapartida, gramíneas com maior altura promovem o alongamento do colmo como
estratégia para expor as folhas novas na região superior do dossel onde a
luminosidade é maior. Assim, os perfilhos são maiores, mais pesados e há menor
número de perfilhos (MATTHEW et al., 1995; SBRISSIA et al., 2010). Segundo
LANGER (1963), plantas de maior altura diminuem o perfilhamento, em razão de o
sombreamento impedir que a luz chegue nas camadas inferiores do pasto, próximo
ao solo. Nessa condição de pouca luminosidade, a maior quantidade de assimilados
é reservada para o crescimento de perfilhos já existentes em detrimento do
desenvolvimento de novos perfilhos (SANTOS et al., 2010).
4.9 Massa seca de folhas
Nas três avaliações realizadas na gramínea forrageira, a massa seca de folhas
apresentou efeito isolado para as doses de cinza vegetal e tensões de água no solo.
No primeiro corte, a massa seca de folhas ajustou-se ao modelo quadrático de
regressão. A dose de cinza vegetal de 23,09 g dm-3 (Figura 27A) proporcionou a maior
massa seca de folhas de 3,40 g vaso-1. Na tensão de água no solo de 53,36 kPa,
obteve-se a menor massa seca de folhas, de 0,94 g vaso-1 (Figura 27B).
71
Figura 27. Massa seca de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no primeiro corte. MSF1 = massa seca de folhas no primeiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. * e *** significativo a 5 e 0,1% de probabilidade.
No segundo corte, a massa seca de folhas ajustou-se aos modelos linear e
quadrático de regressão para doses de cinza vegetal e tensões de água no solo,
respectivamente. A maior dose de cinza vegetal incrementou em 80,74% (Figura 28A)
a massa seca de folhas ao comparar com ausência de aplicação do resíduo. A tensão
de água no solo de 49,97 kPa (Figura 28B) ocasionou a menor massa seca de folhas
de 1,38 g vaso-1.
A
B
72
Figura 28. Massa seca de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte. MSF2 = massa seca de folhas no segundo corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
Na terceira avaliação, a massa seca de folhas ajustou-se ao modelo linear de
regressão em que apresentou um aumento de 87,32% comparando-se à dose de
cinza vegetal de 32 g dm-3 com o tratamento de 0 g dm-3 (Figura 29A). Em relação à
tensão de água no solo, a massa seca de folhas ajustou-se ao modelo quadrático de
regressão, sendo o menor valor de 0,88 g vaso-1 encontrado em 50,26 kPa (Figura
29B).
A
B
73
Figura 29. Massa seca de folhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte. MSF3 = massa seca de folhas no terceiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *, ** e *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
Por ocasião das três colheitas, observou-se menor massa seca de folhas da
gramínea quando submetida a tensões de água entre 49,97 a 53,36, que conferem
baixa umidade do solo. Isso vem a confirmar o relato de Pezzopane et al. (2014) no
qual afirmam que a baixa umidade do solo ocasiona menor produção podendo
acarretar a morte das plantas. Esses autores, por meio dos resultados da pesquisa,
obtiveram uma redução pela metade na massa seca de folhas da BRS Paiaguás
submetida a déficit hídrico. Santos et al. (2013) verificaram menor produção da massa
seca da parte aérea das cultivares Marandu e BRS Piatã (Urochloa brizantha) sob
baixa disponibilidade hídrica.
Em estudo visando a produção do capim-paiaguás sob tensões de água no
solo, Koetz et al. (2017) encontraram a maior massa seca de folhas, 44,12 g vaso-1 na
tensão de 29 kPa, apresentando um incremento superior a 50% ao comparar com a
A
B
74
tensão de água no solo de 60 kPa. Confrontando esses resultados com o presente
trabalho, a produção de massa seca de folhas do capim-paiaguás diminuiu apenas a
partir da tensão de água no solo de 49,97 kPa devido à adição de matéria orgânica
via cinza vegetal que favoreceu a retenção de água no solo. Desse modo, ressalta-se
que cinza vegetal é fundamental para a conservação da água no solo, além de fonte
de nutrientes para pastagens.
Em relação ao efeito das doses de cinza vegetal na massa seca das folhas do
capim-paiaguás, constatou-se ponto de máxima e incremento de até 87% na produção
com a incorporação do resíduo ao solo. Assim, pode-se atribuir que a adição de
nutrientes existentes na cinza supriu a necessidade das plantas, contribuindo para
seu melhor desenvolvimento, como observado por Hansen et al. (2017), Maresca et
al. (2017) e Symanowicz et al. (2018). Bezerra et al. (2016), do mesmo modo,
observaram maiores valores de massa seca de folhas com a aplicação da cinza
vegetal ao solo, atingindo incremento de 66,25%, e ressaltaram a respeito do potencial
de fertilização das cinzas de madeira em forragem.
Durante o pastejo, os animais selecionam o consumo de partes das plantas,
dando preferência às folhas, pois são mais acessíveis e digestíveis, apresentam maior
facilidade de preensão, além de maior valor nutritivo (WILSON e TMANNETJE, 1978;
CANDIDO et al., 2005; BRÂNCIO et al., 2003; MINSON 1982; VAN SOEST 1987). A
participação de folhas junto com a altura do pasto é uns dos fatores que influenciam
positivamente o ganho de peso animal (BRÂNCIO et al., 2003), sendo assim de
interesse o conhecimento da produção de massa seca de folhas das gramíneas
forrageiras.
4.10 Massa seca de colmos+bainhas
A massa seca de colmos+bainhas apresentou efeito isolado para os
tratamentos nos três cortes. Na primeira avaliação, a massa seca de colmos+bainhas
ajustou-se ao modelo quadrático de regressão. A dose de cinza vegetal de
28,63 g dm-3 (Figura 30A) proporcionou 1,96 g vaso-1 de massa seca de
colmos+bainhas. A tensão de água no solo de 50,23 kPa (Figura 30B) ocasionou a
produção mínima de 0,26 g vaso-1 de massa seca de colmos+bainhas.
75
Figura 30. Massa seca de colmos+bainhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função de doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no primeiro corte. MSC1 = massa seca de colmos+bainhas no primeiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *, ** e *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
No segundo corte, a massa seca de colmos+bainhas ajustou-se ao modelo
linear de regressão no qual, com o aumento das doses de cinza vegetal, incrementou
em 83,12% a produção de colmos do capim-paiaguás (Figura 31A) ao comparar a
dose de 32 g dm-3 com a ausência de aplicação da cinza vegetal, enquanto que a
menor massa seca de colmos+bainhas, 0,26 g vaso-1, foi verificada na tensão de água
no solo de 49,05 kPa (Figura 31B).
A
B
76
Figura 31. Massa seca de colmos+bainhas de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função de doses de cinza vegetal e tensões de água no solo no segundo (A e B) e terceiro cortes (C). MSC2 e MSC3 = massa seca de colmos+bainhas no segundo e terceiro cortes, respectivamente. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
No último corte, a massa seca de colmos+bainhas ajustou-se ao modelo linear
de regressão (Figura 31C), em que houve um aumento de 86,83% na produção
A
B
C
77
quando se compara a dose máxima de cinza vegetal com a ausência do resíduo. Não
houve diferença significativa para massa seca de colmos+bainhas sob tensões de
água no solo, neste corte.
Assim como se verificou com a massa seca de folhas, a massa seca de
colmos+bainhas foi menor quando submetida a baixa disponibilidade hídrica e
apresentou maior produção de matéria seca com o incremento de cinza vegetal.
Outros trabalhos confirmam tais observações, como as de Kroth et al. (2015), que
avaliam cultivares da U. brizantha, em que verificaram a menor produção de massa
seca de colmos nas plantas cultivadas sob déficit hídrico. Pezzopane et al. (2014), da
mesma forma, obtiveram redução da massa seca de colmos do capim-paiaguás em
condição de estresse por déficit hídrico.
Em relação ao efeito da fertilização por meio de cinza vegetal em gramíneas,
trabalhos corroboram o presente estudo e relatam o incremento na produção de
massa seca de colmos à proporção que as doses do resíduo são elevadas (BEZERRA
et al., 2016; BONFIM-SILVA et al., 2013). Segundo Euclides et al. (2000), o
desenvolvimento de colmos incrementa a produção da massa total de forragem da
gramínea.
4.11 Massa seca da parte aérea
Nas três avaliações houve diferença significativa das doses de cinza vegetal e
tensões de água no solo isoladamente. No primeiro corte, a massa seca da parte
aérea do capim-paiaguás ajustou-se ao modelo quadrático de regressão para ambos
os fatores. A dose de cinza vegetal de 24,66 g dm-3 (Figura 29A) favoreceu a maior
produção de massa seca da parte aérea de 5,3 g vaso-1, enquanto que a menor
produção de massa seca da parte aérea de 1,20 g vaso-1 foi observada na tensão de
água no solo de 51,97 kPa (Figura 32B).
78
Figura 32. Massa seca da parte aérea de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no primeiro corte. MSPA1 = massa seca da parte aérea no primeiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
Na segunda avaliação houve efeito isolado dos fatores ocorrendo um
incremento (Figura 33A) na massa seca da parte aérea de 81,76% ao utilizar a maior
dose do intervalo experimental comparando com o tratamento sem aplicação de cinza
vegetal. O ajuste dos resultados da massa seca da parte aérea foi descrito por modelo
quadrático de regressão com ponto de mínima de 1,64 g vaso-1 na tensão de água no
solo de 49,53 kPa (Figura 33B).
A
B
79
Figura 33. Massa seca da parte aérea de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no segundo corte. MSPA2 = massa seca da parte aérea no segundo corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
No terceiro corte, a massa seca da parte aérea da gramínea ajustou-se ao
modelo linear de regressão com aumento progressivo de 87,05% (Figura 34A) na
produção de folhas mais colmos+bainhas, comparando-se a máxima dose com o
tratamento sem adubação da cinza vegetal. O capim-paiaguás apresentou produção
mínima de massa seca da parte aérea de 0,20 g vaso-1 observada na tensão de água
no solo de 48,25 kPa (Figura 34B).
A
B
80
Figura 34. Massa seca da parte aérea de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás
submetida a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B) no terceiro corte. MSPA3 = massa seca da parte aérea no terceiro corte. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
Assim como ocorreu na massa seca de folhas e na massa seca de
colmos+bainha, por ocasião dos cortes, observou-se que a aplicação de cinza vegetal
contribuiu positivamente para a produção de massa seca da parte aérea do capim-
paiaguás. Da mesma forma, em estudo de campo utilizando cinza de madeira como
fertilizante em pastagens de montanha, Ferreiro et al. (2011) observaram aumento do
rendimento da matéria seca das pastagens durante os primeiros 2 anos após a
aplicação da cinza de madeira, atribuindo melhoria nas propriedades químicas do
solo.
Verificou-se que tensões de água no solo elevadas, ao longo dos cortes,
restringiram o desenvolvimento da massa seca de folhas mais colmos+bainha,
B
A
81
diminuindo a produção da cultivar. Esses resultados estão de acordo com os trabalhos
apresentados em seguida.
Em trabalho desenvolvido com as cultivares Marandu, Xaraés, BRS Piatã e
BRS Paiaguás da U. brizantha Pezzopane et al. (2014) relataram que a massa seca
de parte aérea foi, em média, 46,8% menor nos tratamentos com déficit hídrico. Esses
autores atribuíram o fato como resultado da redução de massa seca de colmos e de
folhas. Isso vem a corroborar o presente estudo, em que no segundo e terceiro cortes
houve diminuição da produção de massa seca da parte aérea sob altas tensões de
água no solo, em consequência do decréscimo da massa seca das folhas e da massa
seca dos colmos+bainhas.
Guenni et al. (2002), ao estudar a resposta de espécies de Urochloa à seca,
verificaram uma adaptação da gramínea à seca, porém a curtos períodos,
apresentando sintomas de murchamento aos 14 dias e uma redução na biomassa da
parte aérea da forrageira de 23% sob déficit hídrico.
4.12 Relação folhas-colmos+bainhas
Nas três avaliações da gramínea forrageira, a relação folhas-colmos+bainhas
não apresentou diferença significativa entre as doses de cinza vegetal e tensões de
água no solo (Tabela 4).
Tabela 4. Médias observadas da relação folhas-colmos+bainhas da Urochloa
brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (g dm-3) e tensões de água no solo (kPa) nas três avaliações
Cinza vegetal (g dm-3)*
0 8 16 24 32
Primeiro corte 0,00 1,42 0,95 0,00 0,62 Segundo corte 2,13 1,68 1,58 1,84 1,59 Terceiro corte 0,88 0,90 0,83 0,90 1,11
Tensões de água no solo (kPa)*
4 8 16 32 64
Primeiro corte 0,00 1,42 0,62 0,00 0,95 Segundo corte 1,90 1,33 1,42 2,20 1,98 Terceiro corte 0,80 0,81 1,32 0,99 0,70
*Médias não significativas
Não obstante, vale observar que, no presente trabalho, ocorreram valores da
relação folha-colmo do capim-paiaguás acima do nível crítico ideal, igual a 1, proposto
82
por Pinto et al. (1994) e Andrade (1997), que considera a quantidade e qualidade da
forragem.
A relação folhas-colmos+bainhas permite a avaliação da proporção de folhas e
caules da forrageira que pode indicar o declínio ou ascensão do valor nutritivo da
gramínea, pois se essa relação for baixa, ou seja, se houver mais colmos que folhas,
afetará negativamente a qualidade da forrageira, a porção apreendida de vegetal e,
por fim, interferirá no consumo voluntário e no comportamento dos animais no pastejo
(ALDEN e WHITAKER, 1970; STOBBS, 1973; WILSON e T’MANNETJE, 1978; ;
EUCLIDES et al., 2000; CHAVES et al., 2006; CHAPMAN et al., 2014; RODRIGUES
et al., 2017). Cabral et al. (2011) acrescentam que a relação folha-colmo junto às
características estruturais do pasto afetam as variáveis do comportamento ingestivo,
como o tamanho do bocado, a taxa de bocado e o tempo de pastejo.
A proporção folha-colmo é maior em pastos com menor número de perfilhos e
quando são manejados em alturas mais elevadas (EVERS et al., 2011), estimulando
o aumento da proporção de folhas vivas e refletindo, assim, na composição botânica
da forragem.
4.13 Massa seca de raiz e Volume de raiz
A massa seca de raiz do capim-paiaguás apresentou efeito isolado para as
doses de cinza vegetal e tensões de água no solo, ajustando-se ao modelo quadrático
de regressão. A maior massa seca de raiz de 24,19 g vaso-1 (Figura 35A) foi obtida
na dose de cinza vegetal de 27,01 g dm-3 e a menor massa seca de raiz de
1,96 g vaso-1 (Figura 35B) ocorreu na tensão de água no solo de 47,77 kPa.
83
Figura 35. Massa seca de raiz de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás submetida a doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B). MSR = massa seca de raiz. CZ = cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *, ** e *** significativo a 5, 1 e 0,1% de probabilidade, respectivamente.
O aumento na produção de massa seca de raízes do capim-paiaguás ratifica a
relevância em adubar a gramínea forrageira com cinza vegetal. Dessa maneira, o
sistema radicular apresentar-se-á bem desenvolvido e consolidado, refletindo na
biomassa do dossel, o que foi constatado no presente estudo na maior produção da
massa seca da parte aérea com uso do resíduo sólido. O mesmo foi encontrado por
Bonfim-Silva et al. (2017c), que observaram um incremento de 94% na massa seca
de raízes da cultivar BRS Piatã (U. brizantha) submetida a doses de cinza de madeira.
Esses autores atribuíram esse aumento ao nutriente fósforo presente no resíduo, pois
o mesmo estimula o crescimento mais rápido das raízes, sendo importante
particularmente durante o estágio de implantação da gramínea.
Conforme o aumento das tensões de água no solo, ocorreu a diminuição na
massa seca de raiz. Pezzopane et al. (2014), ao estudar as cultivares da U. brizantha,
A
B
84
observaram que o capim-paiguás apresentou a menor redução (23%) da massa seca
de raiz sob déficit hídrico, seguido das cultivares Marandu (34%) e Xaraés (52%).
O volume de raiz apresentou efeito isolado entre os tratamentos ajustando-se
ao modelo quadrático de regressão. A dose de cinza vegetal de 26,63 g dm-3 (Figura
36A) proporcionou o maior volume de raiz (141,49 cm³), enquanto que o menor volume
de raiz (10,44 cm³) foi encontrado na tensão de água no solo de 48,66 kPa (Figura
36B).
Figura 36. Volume de raiz de Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em função de doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B). VRaiz = volume de raiz. CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. * e *** significativo a 5 e 0,1% de probabilidade.
Lopes et al. (2011) consideram que o incremento da massa de raiz proporciona
uma maior consolidação do sistema radicular, com maior capacidade em termos de
absorção de nutrientes e água, resultado de um maior volume de solo ocupado pelas
raízes.
A
B
85
Características que limitam o desenvolvimento da raiz como alta acidez,
deficiência em Ca, Mg e P e alta saturação por alumínio são inerentes aos solos do
Cerrado brasileiro e diminuem a capacidade de absorção de água e nutrientes pela
planta afetando, assim, a produção de biomassa da gramínea (SILVA et al., 2018). A
toxicidade por Al, recorrente em solos ácidos, inibe o crescimento e o desenvolvimento
da raiz e, por consequência, induz deficiências de P, K e Ca na planta. Contudo, a
disponibilidade do alumínio diminui à medida que se eleva o pH do solo (MALAVOLTA,
2006). Visto isso, a cinza vegetal apresenta-se como fonte de nutrientes, como K, Ca,
Mg, Fe e P, revertendo o desequilíbrio nutricional, além de se tratar de um agente de
neutralização do pH do solo. Ademais, o silício presente na cinza vegetal atenua a
disponibilidade de elementos tóxicos como alumínio e manganês (COCKER et al.,
1998).
4.14 pH do solo
O pH do solo por ocasião da semeadura apresentou diferença significativa
apenas para a cinza vegetal, ajustando-se ao modelo linear de regressão (Figura 37).
Observou-se o incremento do pH do solo em 27,69%, com o aumento das doses de
cinza vegetal, demonstrando, assim, o potencial da cinza vegetal em neutralizar a
acidez do solo, ocasionando uma elevação de 2,61 unidades no pH do solo, que
inicialmente era 4,1 (Tabela 1) e, após a adição do resíduo de queima de material
vegetal, alcançou 6,71 na dose máxima do tratamento.
Figura 37. pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses
de cinza vegetal por ocasião da semeadura. pH semead = pH do solo por ocasião da semeadura. CZ= cinza vegetal. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
86
Na primeira avaliação, 60 dias após a incubação do solo com o resíduo, houve
efeito isolado entre as fontes de variação para o pH do solo. A dose de cinza vegetal
de 17,07 g dm-3 ocasionou o menor pH do solo de 5,54 (Figura 38A). Contudo, com o
aumento das tensões de água no solo, ocorreu o incremento de 9,33% no pH do solo
ao comparar com a tensão de água no solo de 4 kPa (Figura 38B).
Figura 38. pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B), por ocasião do primeiro corte. pH1 = pH do solo no primeiro corte. CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Na segunda avaliação, o pH do solo apresentou diferença significativa isolada
entre os fatores, doses de cinza vegetal e tensões de água no solo. O menor valor de
pH do solo foi 5,53 (Figura 39A) obtido na dose de cinza vegetal de 15,95 g dm-3.
Entretanto, com o aumento das tensões de água no solo, ocorreu incremento no pH
A
B
87
do solo em 9,92% comparando-se com o tratamento de maior umidade do solo, 4 kPa
(Figura 39B).
Figura 39. pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B), por ocasião do segundo corte. pH2 = pH do solo no segundo corte. CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Por ocasião do terceiro corte do capim-paiaguás, houve diferença significativa
entre os tratamentos isoladamente. Em relação ao resíduo sólido (Figura 40A), o
menor pH do solo foi de 4,68 na dose de cinza vegetal de 16,18 g dm-3. E à medida
que se aumentaram as tensões de água no solo (Figura 40B), houve uma elevação
de 10,01% do pH do solo em relação à tensão de água no solo de 4 kPa.
A
B
88
Figura 40. pH do solo cultivado com Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás sob doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B), por ocasião do terceiro corte. pH3 = pH do solo no terceiro corte. CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. ** e *** significativo a 1 e 0,1% de probabilidade.
O aumento do pH do solo por ocasião da semeadura do capim-paiaguás pode
ser atribuído ao aporte de reserva alcalina, cátions trocáveis e ânions (DUARTE et al.,
2008), advindos da cinza vegetal. Fontes de carbono orgânico incorporados aos solos
promovem aumento do pH, assim como redução do alumínio trocável (CAMBUIM e
CORDEIRO, 1986; CAMARGO et al., 1987).
Os pontos de mínimos do pH do solo em função das doses de cinza vegetal
por ocasião dos cortes podem ser atribuídos à maior produção da matéria seca a partir
da segunda colheita, no qual ocorre maior absorção de nutrientes; em consequência
uma disponibilização, pela planta, de prótons H+. Segundo Bolan et al. (1991), a
acidificação do solo é causada principalmente pela liberação de prótons H+ na
rizosfera das plantas, em que para cada mol de H+ ocorre o consumo de um mol de
ânion.
A
B
89
Hansen et al. (2017) constataram que a aplicação de cinzas altera o pH e a
composição de cátions base do solo nos primeiros centímetros de profundidade e em
escala temporal. Outros autores como Ingerslev et al. (2014), Cruz-Paredes et al.
(2017) e Hansen et al. (2018) também verificaram aumento no pH do solo a partir da
aplicação de cinza no solo. Ingerslev et al. (2014) acrescentam que a aplicação de
cinzas de madeira ao solo da floresta tem um efeito de calcário no horizonte O
manifestado apresenta aumento na CTC e saturação de bases. Salter et al. (1971)
afirmam que a adição de cinzas ao solo pode simultaneamente aumentar a retenção
de água e reduzir a acidez do solo.
Brady e Weil (2008) explicam que os bicarbonatos são formados a partir da
reação do CO2 com óxidos e carbonatos das cinzas, que, por sua vez, então reagem
com prótons, como H+, e íons de Al que são liberados do complexo de troca iônica do
solo à medida que são trocados pelos íons de Ca. Paradelo et al. (2015) mencionam
que o pH aumenta com a diminuição dos prótons nos sítios trocáveis do solo e por
causa da redução da hidrólise ácida do Al.
O incremento do pH do solo com o aumento das tensões de água no solo, por
ocasião do primeiro, segundo e terceiro cortes da gramínea, está relacionado à baixa
produção de biomassa do capim-paiaguás nas maiores tensões devido ao estresse
hídrico por baixa disponibilidade de água, ocorrendo, assim, uma menor absorção de
nutrientes e de transferência de hidrogênio (H+) para solução do solo, segundo
Breemen et al. (1983), responsável pela acidificação do solo.
4.15 Consumo total de água pelo capim-paiaguás
O consumo total de água pelo capim-paiaguás apresentou interação entre as
doses de cinza vegetal e tensões de água no solo (Figura 41). No estudo de superfície
de resposta, a ausência de aplicação da cinza vegetal associada ao déficit hídrico (64
kPa) proporcionaram um incremento de 82,78% no consumo total de água pela
gramínea, comparando a dose de cinza vegetal de 32 g dm-3 combinada à tensão de
água no solo de 4 kPa.
90
Figura 41. Consumo total de água pela Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função de doses de cinza vegetal (g dm-3) e tensões de água no solo (kPa). CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. * e *** significativo a 5 e 0,1% de probabilidade.
Observou-se que mesmo o capim-paiaguás submetido a maior umidade do
solo, tensão de 4 kPa, consumiu menor quantidade de água`, e isso pode ter ocorrido
devido à presença da cinza vegetal. Diante disso, é possível inferir que o resíduo
proporcionou maior retenção de água pelo solo, uma vez que a capacidade de
retenção de água do resíduo foi igual a 0,71 cm3 cm-3, resultando, assim, em menor
consumo total de água pela gramínea durante o experimento. Deve-se ressaltar que,
mesmo a gramínea apresentando menor consumo de água na tensão de água do solo
de 4 kPa, ela não interferiu nas características produtivas do capim-paiaguás.
Trabalhos relatam o efeito da adição de cinzas no aumento da retenção de
água no solo (CHANG et al., 1977; ADRIANO e WEBER et al., 2001; PATHAN et al.,
2003). Stoof et al. (2010) concluíram que a adição de cinzas incorporada no solo
favoreceu a retenção de água do solo e a capacidade de água disponível.
4.16 Eficiência no uso da água pelo capim-paiaguás
A eficiência no uso da água pelo capim-paiaguás apresentou efeito isolado dos
fatores. Considerando a cinza vegetal (Figura 42A), a eficiência no uso da água pela
planta aumentou 70,43% conforme se adicionava o resíduo no solo, ao comparar o
tratamento controle com a dose de cinza vegetal de 32 g dm-3. A menor eficiência no
uso da água pela forrageira de 1,27 g dm-3 foi observada na tensão de água no solo
de 46,40 kPa (Figura 42B).
91
Figura 42. Eficiência no uso da água pela Urochloa brizantha cv. BRS Paiaguás em
função de doses de cinza vegetal (A) e tensões de água no solo (B). CZ= cinza vegetal. T = tensão de água no solo. *** significativo a 0,1% de probabilidade.
Verificou-se que a aplicação de cinza vegetal ao solo contribuiu para o
incremento na eficiência no uso da água pela gramínea, uma vez que ocorreu um
aumento da produção de biomassa do capim-paiaguás com menor consumo de água.
Mais uma vez, destaca-se a importância da cinza vegetal aplicada ao solo em reter
água e assim diminuir a demanda por água pela planta por meio de chuva ou irrigação.
Koetz et al. (2017), ao estudar o capim-paiaguás adubado com fontes minerais
e submetido a tensões de água no solo, observaram que a eficiência do uso de água
foi 54% maior na tensão de 34 kPa em relação à tensão de 0 kPa. Em cultivo de cana-
de-açúcar irrigada e sob regime de sequeiro, foi verificada maior eficiência no uso de
água sob irrigação (OLIVEIRA et al., 2011). Em estudo na região semiárida do
A
B
92
nordeste brasileiro, Souza et al. (2011) relataram que o aumento da eficiência no uso
da água proporcionou incremento na produção de grãos do milho e feijão-caupi.
4.17 Cinza vegetal e o ambiente
A incorporação de cinza vegetal ao solo aumenta a retenção de água no
Latossolo Vermelho. A capacidade de retenção de água da cinza vegetal igual a
0,71 cm3 cm-3 representa 71% de absorção de água pelo material, ou seja, 1 g de
cinza vegetal absorve 0,71 g de água. Isso refletiu no menor consumo de água pela
forrageira cultivada em solo adubado com a cinza vegetal. Assim, o resíduo é uma
ferramenta estratégica para a conservação de água no solo, garantindo o
desenvolvimento da gramínea em períodos de estiagens e reduzindo o uso de água
pela irrigação.
A eficiência do uso da água (EUA) resulta de práticas produtivas sustentáveis
para a conservação de recursos hídricos; com a aplicação de cinza vegetal ao solo,
incrementou-se a EUA em mais 70%. De acordo com Coelho et al. (2005), a eficiência
média de irrigação do país está estimada em 60%, concluindo que o aumento da
eficiência do uso da água na irrigação possibilita a redução da captação de água das
fontes e, por meio da utilização da cinza vegetal, pode-se potencializar esse valor.
A cinza vegetal é fonte de macro e micronutrientes essenciais para a produção
de gramíneas, sendo adicionados ao solo 34,7 g kg-1 de potássio (K2O), 33,0 g kg-1
de cálcio e 21,0 g kg-1 de magnésio. A utilização do resíduo como fonte de nutrientes
ao solo pode reduzir a demanda por fontes minerais. Em consequência, atenuam-se
os impactos ambientais ocasionados pela extração de rochas para a produção de
fertilizantes.
O silício presente na cinza vegetal (Tabela 2) é importante, uma vez que este
nutriente oferece proteção contra estresses bióticos e abióticos às gramíneas, como
proteção foliar contra pragas e resistência à perda de água por transpiração, e diminui
efeito de elementos tóxicos. Segundo Melo et al. (2003), a capacidade do capim do
gênero Urochloa em absorver e acumular silício na epiderme das folhas promove uma
redução na transpiração e faz com que a exigência de água pelas plantas seja menor,
uma das razões da resistência da gramínea e poáceas em geral em períodos de
estiagem. Estudos relatam outra função do silício de atenuar a adsorção de fósforo ao
solo disponibilizando-o às plantas, podendo diminuir quantidade recomendada de
93
adubos fosfatados para o estabelecimento do capim (ROY et al., 1971; MELO et al.,
2007). O acúmulo de sílica nas folhas protege a planta do ataque de pragas conforme
resultados obtidos por Keeping et al., (2012) e Dias et al. (2014). Ademais, o silício
reduz o efeito de elementos tóxicos como alumínio, manganês e ferro (COCKER et
al., 1998; KORNDÖRFER et al., 2010)
As quantidades dos elementos tóxicos (Anexo B) arsênio, cádmio, cromo,
mercúrio, níquel e chumbo presentes no resíduo e inseridos no sistema dentro das
doses recomendadas não são suficientes para contaminar o solo, de acordo com a
resolução 375 do CONAMA (2006). Torna-se importante salientar sobre a origem da
biomassa utilizada para a queima, evitando-se o uso daquelas provenientes de
demolição, madeira tratada com produtos impermeabilizantes e/ou biocidas, posto
que esses produtos contêm altas cargas de elementos tóxicos, e também de árvores
cultivadas em locais contaminados.
Portanto, a incorporação de cinza vegetal em solos ácidos, de baixa fertilidade
e em processo de degradação como insumo alternativo no sistema de cultivo de
pastagens no Cerrado é uma estratégia de produção sustentável, economicamente
viável e ambientalmente segura, em especial em propriedades descapitalizadas.
94
5. CONCLUSÕES
A altura de plantas, o número de folhas e o número de perfilhos da Urochloa
brizantha cv. BRS Paiaguás apresentam maiores valores com incremento da cinza
vegetal, mesmo em condições de baixa disponibilidade hídrica no solo.
Os melhores resultados de desenvolvimento e produção de massa seca do
capim-paiaguás foram observados com a incorporação de cinza vegetal ao solo.
A tensão de água no solo acima de 41,20 kPa influencia as características
fitométricas e reduz a produção de massa seca do capim-paiaguás, confirmando,
dessa maneira, a relevância do uso do resíduo para aumento da oferta de forragem
em solo, mesmo sob baixa disponibilidade hídrica.
A cinza vegetal aumenta o pH do solo, demonstrando eficiência na correção da
acidez do solo.
A gramínea forrageira apresentou maior consumo total de água em condições
de déficit hídrico do solo sem aplicação de cinza vegetal.
95
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7. ANEXO
Anexo A. Composição química da cinza vegetal analisada como material orgânico
N P2O5 K2O Ca Mg S Zn Cu Fe Mn B C
.................................................................g kg-1......................................................
17,2 16,3 30,1 21,9 14,2 0,7 0,078 0,018 8,976 0,327 0,096 111,8
N = nitrogênio total; P2O5 = fósforo total; K2O = potássio total; Ca = cálcio total; Mg = magnésio total; S = enxofre total; Zn = zinco total; Cu = cobre total; Fe = ferro total; Mn = manganês total; B = boro total; C = carbono total. Resultados na base seca a 60-65ºC.
Anexo B. Composição química de elementos tóxicos da cinza vegetal analisada como
fertilizante
As Cd Cr Hg Ni Pb
........................................................g kg-1 ....................................................
0,00021 < LQ 0,00798 0,00011 < LQ < LQ
As = arsênio; Cd = cádmio; Cr = cromo; Hg = mercúrio; Ni = níquel; Pb = chumbo. LQ = limite de quantificação do método analítico.
Anexo C. Quantidade de nutrientes (g kg-1) nas doses de cinza vegetal de 8, 16, 24 e 32 g kg-1 incorporadas ao Latossolo Vermelho coletado no Cerrado
N P2O5 K2O Ca Mg Na SO4 Zn Cu Fe Mn B Si
..........................................................g kg-1...........................................................
8 24,8 76,8 277,6 264 168 1,0 16 0,8 0 82,4 3,2 0,8 2195,2
16 49,6 153,6 555,2 528 336 2,0 32 1,6 0 164,8 6,4 1,6 4390,4
24 74,4 230,4 832,8 792 504 2,9 48 2,4 0 247,2 9,6 2,4 6585,6
32 99,2 307,2 1110,4 1056 672 3,9 64 3,2 0 329,6 12,8 3,2 8780,8