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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES.
CURSO DE LETRAS A DISTÂNCIA
MARIA ALCILENE ARAÚJO HOLANDA
Dificuldades de Aprendizagem no Ensino de Leitura e Escrita no 7º Ano do
Ensino Fundamental II
ITAPORANGA – PB
2013
MARIA ALCILENE ARAÚJO HOLANDA
Dificuldades de Aprendizagem no Ensino de Leitura e Escrita no 7º Ano do
Ensino Fundamental II
Trabalho de Conclusão de Curso - Artigo
apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em
Letras a Distância, da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito para obtenção do grau de
Licenciado em Letras.
Prof.ª Carmen de Lourdes de Araújo Teixeira, orientadora.
ITAPORANGA – PB
2013
MARIA ALCILENE ARAÚJO HOLANDA
Tema: Dificuldades de Aprendizagem no Ensino de Leitura e Escrita no 7º
Ano do Ensino Fundamental II
Trabalho de Conclusão de Curso - Artigo
apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em
Letras a Distância, da Universidade Federal da
Paraíba, como requisito para obtenção do grau de
Licenciado em Letras.
Data de aprovação: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Prof.ª Carmen de Lourdes de Araújo Teixeira
Orientadora
__________________________________________________
Prof.ª Oriana de Nadai Fulaneti
__________________________________________________
Prof.ª Doutora Maria do Socorro Burity Dialectaquiz
CONCEITO FINAL: __________
DEDICATÓRIA
À minha orientadora Carmen de Lourdes de Araújo
Teixeira por ter me ajudado na concretização deste
sonho, acompanhando-me com sabedoria e
dedicação. Muito obrigada. Ao meu esposo
Marquinhos e ao meu filho Filipe, pelo amor,
carinho e paciência. Aos meus estimados pais pelo
incentivo aos estudos e que sempre acreditaram que
eu conseguiria realizar esse sonho.
Dedico-lhes este trabalho, com muito carinho e
amor.
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, pelo amor infinito, pela vida sã de que me dotou, por estar
comigo em todas as horas, me fazendo suportar e vencer os momentos difíceis pelos quais
enfrentei. Agradeço-lhe Senhor pela força!
Aos meus pais, Albenor e Helena, por terem me dado apoio e compreensão nas horas que
mais precisei.
Ao meu esposo Marquinhos e ao meu filho Filipe, que pacientemente souberam tolerar
minha ausência.
A minha orientadora, Carmem de Lourdes, pela orientação, colaboração e incentivo em toda
a construção deste trabalho, em que esteve sempre presente.
A minha amiga Ildeane, que muito contribuiu para a realização deste trabalho, me dando
força e carinho, me fazendo acreditar que eu conseguiria realizar este sonho.
Que Deus os abençoe grandemente!
“A atividade da leitura completa a atividade da
produção escrita. É, por isso, uma atividade de
interação entre sujeitos e supõe muito mais que a
simples decodificação dos sinais gráficos. O leitor,
como um dos sujeitos da interação, atua
participativamente, buscando recuperar, buscando
interpretar e compreender o conteúdo e as intenções
pretendidas pelo autor.”
(ANTUNES, 2003, p. 67)
RESUMO
O presente artigo que tem como tema “Dificuldades de Aprendizagem no Ensino de Leitura e
Escrita no 7º Ano do Ensino Fundamental II” faz uma reflexão partindo da observação e
discussão de como são desenvolvidas as atividades de leitura na sala de aula. E para isso
observaram-se os alunos do 7º Ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Simeão Leal
na cidade de Itaporanga – PB, em que se constataram as problemáticas surgidas na
aprendizagem da leitura e produção textual e como acontece a relação professor/aluno nessa
perspectiva de ensino aprendizagem, trazendo também sugestões de atividades relacionadas
ao tema com respaldo em Antunes (2003), visando formar alunos leitores preparados para
confrontar de forma efetiva e reflexiva o mundo letrado através de uma prática educacional
inovadora e transformadora que vá ao encontro às necessidades e dificuldades do aluno para
ascendê-lo a uma formação acadêmica e profissional.
Palavras - chave: Leitura, Escrita, Dificuldades, Ensino aprendizagem.
ABSTRACT
This article has as its theme “Learning Difficulties in Teaching Reading and Writing in the
7th Year of Secondary School " is a reflection from the observation and discussion of how
they are developed reading activities in the classroom. And for that there were students from
Year 7 State School for Primary Education Simeon Leal in the city of Itaporanga - PB , where
you found the arising problems in reading and textual production and as is the teacher /
student relationship that perspective teaching and learning , and bringing suggestions for
related activities with the theme support in Ali (2003 ) , aimed at educating readers students
prepared to confront effectively and reflectively the literate world through innovative and
transformative educational practice that meets the needs and difficulties the student to
amounts you an academic and professional training .
Keywords: Reading, Writing, Difficulties, Learning Teaching.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................11
2.1 PRÁTICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NA SALA DE
AULA..............................................................................................................................11
2.2 O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE LEITURA E PRODUÇÃO
TEXTUAL.......................................................................................................................13
2.2.1 A função do mediador..........................................................................................13
2.3 LEITURA COMO PRÁTICA DE SOCIALIZAÇÃO DO
INDIVÍDUO...................................................................................................................15
3 ESTRUTURAÇÃO DA METODOLOGIA............................................................18
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...............................................................................22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................24
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................25
9
1 INTRODUÇÃO
Desde os primórdios podemos perceber que a leitura, que teve seu início com a escrita,
utilizava-se de códigos ou símbolos para formarem uma sentença no processo de ler e
escrever. Portanto, a leitura e a escrita são entendidas como uma construção de habilidades,
que de forma transitória vão além desses símbolos e códigos, já que o indivíduo faz a leitura
de si mesmo, como também do mundo que o rodeia.
A leitura só é entendida, quanto completa, a partir daquilo que é entendido através do
que é lido. Nisso constitui-se o processo de aprendizagem de significados manifestos na
escrita.
O presente trabalho objetiva uma reflexão acerca da problemática enfrentada pelos
alunos em sala de aula quanto à leitura e a produção de textos e, a maneira como são
trabalhadas pelo professor.
Partindo da inquietação desse problema em questão como também o anseio de
observar como eram realizadas as práticas de leitura efetivadas em sala de aula, proporcionou
uma pesquisa de campo na turma do 7º Ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental
Simeão Leal no intuito de observar, discutir e refletir a forma como era trabalhada a leitura e
o que era necessário para o aluno conseguir produzir seus textos a partir dela.
Sabe-se que os alunos conseguem naturalmente decodificar as letras, no entanto, o
processo de interpretação e produção de texto são as dificuldades que eles encontram, o que
será abordado e discutido no decorrer desse trabalho, já que a leitura e a escrita são atividades
complexas, por isso entendemos que a escrita é o reflexo da leitura e portanto, quanto mais
lemos melhor escrevemos, pois através da leitura a nossa mente arquiva palavras que em
determinadas situações são expostas.
Para a realização destas observações foi analisado o papel do professor como
mediador no processo de formação do aluno leitor com a intervenção do próprio aluno de
como ele concebia o ensino aprendizagem de leitura aplicada pelo mesmo, já que a formação
do aluno como leitor é de suma importância para sua vida acadêmica, pois disso dependerá o
seu sucesso no mundo letrado.
10
Nesse sentido, o professor como mediador deverá transcender no campo do ensino de
leitura entendendo que ler não é apenas decodificar letras e juntar frases, mas é fazer com que
o aluno seja capaz de, partindo de um texto, interpretar enunciados, questionar o que está a
sua volta, se posicionando com autonomia em todos os desafios que surgirem no âmbito
social.
Para alcançar esse sucesso faz-se necessário que o professor se planeje
antecipadamente, procure inovar a sua metodologia, aplicando atividades prazerosas e trazer
para a sala de aula os textos que circulam socialmente e que fazem parte do cotidiano do
aluno.
Este trabalho também traz sugestões de atividades e formas para o professor trabalhá-
las de maneira que desperte nos educandos o interesse e o gosto pela leitura e escrita.
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PRÁTICAS DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NA SALA DE AULA
Nós vivemos em um mundo letrado, pois tudo que está a nossa volta requer a
interpretação e essa se dá através do processo da compreensão do ser humano. É certo que o
processo da leitura foi aplicado como algo obrigatório e por isso, ainda hoje, poucos acham
que seja uma atividade prazerosa.
O ser humano com o passar do tempo foi aperfeiçoando a leitura e a escrita, a partir da
necessidade que eles sentiam de se comunicarem através da identificação de códigos no
cotidiano de suas vidas.
O processo da escrita, segundo os arqueólogos, surgiu nos arredores da Babilônia por
volta do 4° milênio a. C., onde apareceram os primeiros sinais na contagem e transporte de
animais, surgindo então a figura do leitor, já que este “era o fazedor de mensagens, criador de
signos, mas esses signos e mensagens precisavam de um mago que os decifrassem, que
reconhecessem seu significado que lhes desse voz. Escrever exigia um leitor” (Manguel,
2002, p. 206).
Para conceber a leitura é necessário que haja uma interação entre autor e texto. Nesse
sentido, há uma construção de significados para o leitor e deixa de ser apenas um gesto
mecânico, passando a ser compreendida de acordo com o conhecimento que ele tem do texto.
Para que isso aconteça, é necessário que a leitura se faça prazerosa, pois quanto mais se ler, se
tem o conhecimento das palavras vistas pelo leitor que na sua concepção mental vai
adquirindo subsídios visuais.
Nesse sentido Gomes (2007, p. 108) o define:
[...] Isso significa que o aprendizado da leitura e o exercício constante dessa
atividade criam uma representação visual da palavra escrita, que vai sendo
armazenada nesse dicionário. Quanto mais se pratica a leitura, menos necessidade
terá o leitor do processo de análise e síntese da palavra, pois seu vocabulário visual
vai aumentando cada vez mais.
12
Entende-se que a prática da leitura, como sendo um hábito no cotidiano da vida do
leitor, auxilia no processo de escrita, já que quanto mais lemos mais guardamos em nossa
mente a visualização de como determinada palavra é escrita e com isso, podemos detectar
erros numa escrita de palavras erradas, sem falar que o bom leitor produz bons textos a partir
do processo de compreensão, em que o sentido do texto deixa de ser mecânico, para adquirir
coerência, partindo daquilo que o leitor entende da sua maneira de interpretar com os seus
próprios olhos a partir de suas experiências pessoais.
Segundo Boff (1997, p. 9),
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E
interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto.
Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua
visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de
onde os pés pisam. Para compreender é essencial conhecer o lugar social de quem
olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiência tem, em
que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que
esperanças o anima. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. Sendo
assim, fica evidente que cada leitor é coautor. Porque compreende e interpreta a
partir do mundo que habita.
A leitura está acima do ato de ler, pois ao ler um texto e o reler é que vem a
compreensão daquilo que se está lendo, para a partir dessa compreensão o aluno poder
interpretar. O aluno /leitor tem a sua própria maneira de interpretar, pois ele interpreta a partir
da sua realidade social, ou seja, do meio em que está inserido, então, pode-se perceber que o
seu conhecimento prévio é essencial para que haja esta interpretação. O discente não se limita
ao que está no texto. E o professor precisa conhecer e valorizar a realidade do aluno para
entender o “olhar” que ele concebe do texto, pois apesar de olhar de forma diferente, ele está
interpretando, trazendo a sua própria existência, acrescentadas ao texto numa interação
leitor/texto.
Existem vários fatores que podem impedir a construção do aluno na leitura e produção
textual, entre esses fatores estão o desinteresse do mesmo pelos textos que estão sendo
trabalhados pelo professor, a falta de compromisso por parte deles e para isso, o professor
deverá entender que:
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a
partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado conseguir relacioná-lo a todos os
13
outros textos significados para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que seu
autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se
contra ele, propondo outra não prevista. (Lajolo, 1986, p. 59)
Apesar de a leitura ser um ato interno no aluno, não devemos esquecer que o ato
externo é essencial para que esse processo se realize. Por isso, o professor deverá escolher
textos que sejam condizentes com a realidade do aluno e ter a clareza nos seus objetivos. Por
isso, a metodologia do professor é imprescindível nesse processo de construção do aluno.
Para os alunos do 7º Ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Simeão Leal, na
cidade de Itaporanga PB, a problemática não estava na decodificação dos sinais linguísticos,
mas na falta de interpretação referentes aos textos trabalhados, repercutindo através das baixas
notas que eles tiravam, levando toda a comunidade escolar a se mobilizarem no intuito de
descobrir a problemática.
Através de atividades e questionários foi analisado no intuito de descobrir de onde
partiam essas dificuldades, e o que eles respondiam era que é enjoado ler, dar preguiça de ler,
tem que aproveitar o tempo para fazer outras atividades, é ruim escrever, os textos são
cansativos.
A partir dessas respostas obtidas, foram realizadas reuniões de planejamento, para que
os professores desenvolvessem práticas de leitura que viessem despertar o prazer de ler no
aluno, e assim, estimulá-lo a ter compromisso e adquirir o hábito de leitura.
Sabemos que o processo é lento, mas acreditamos que com prazer o aluno conseguirá
entender a importância de ser um bom leitor, capaz de interpretar o mundo a sua volta e
entenda que só a prática da leitura é que lhe dará essa formação.
2.2 O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE LEITURA E PRODUÇÃO
TEXTUAL
2.2.1 A Função do Mediador
14
Para que o processo da leitura e produção de texto aconteça de forma satisfatória, o
papel do professor como mediador, nesse processo se faz imprescindível, só que ele não vai
ser aquele que domina o conhecimento e sim ele será o mediador desse conhecimento que
levará o aluno a interagir com o texto, sem deixar de ter um olhar voltado para o mesmo como
um ser social, que já traz em si as experiências vividas e o conhecimento prévio de mundo.
Portanto, o professor deve levá-lo a entender a leitura como sendo:
A leitura é um ato de abertura para o mundo. A cada mergulho nas camadas
simbólicas dos livros, emerge-se vendo o universo interior e exterior com mais
claridade. Entra-se no território da palavra com tudo o que se é e se leu até então, e a
volta se faz com novas dimensões, que levam a reinaugurar o que já se sabia antes.
(RESENDE, 1993, p. 164)
É função do professor fazer com que o aluno venha ter essa concepção de leitura, não
obrigatoriamente, mas através de estratégias que faça o aluno mergulhar no universo amplo da
leitura e absorver cada vez mais conhecimentos, como também ser capaz de compreender e
extrair do texto coisas que venham fazer dele um leitor reflexivo, interpretativo e
consequentemente um autor dos seus próprios textos produzidos através da unificação entre
os dois mundos, o que ele já conhece e o conhecimento que ele adquire através da leitura.
Apenas o professor, na sua função de mediar à leitura é apto para levar o aluno a conciliar
esses dois mundos que enriquecerá os seus conhecimentos e o tornará um leitor/autor que
produzirá os seus próprios textos.
É o que Souza (1992, p. 22) afirma:
Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma
conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler
é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse
processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade.
Vale ainda salientar que o professor levará o aluno, através de textos escritos, a ter um
contato mais aproximado com esses textos, para que eles cheguem a essa compreensão, pois
por meio da leitura o aluno tanto será capaz de expressar melhor suas ideias, e com isso,
produzir textos coerentes e coesos, como também aperfeiçoará sua oralidade.
15
2.3 LEITURA COMO PRÁTICA DE SOCIALIZAÇÃO DO INDIVÍDUO
Sabemos que a leitura é imprescindível nas nossas vidas, pois compreendemos o
mundo ao nosso redor. A leitura é então uma prática cotidiana, levando o indivíduo a perceber
o meio externo no qual está inserido, como também desenvolve a capacidade intelectual do
mesmo, interferindo na sua formação humana, quanto a se tornar um sujeito crítico, capaz de
entender e se posicionar de forma consciente no mundo letrado.
A leitura quando é prazerosa, flui para o aluno, fazendo-o avançar na produção do seu
conhecimento quanto a ser um bom leitor, levando-o a exercer seu papel de cidadão crítico,
reflexivo e participativo e não apenas vê-la como um instrumento de acessibilidade a uma
profissão.
Segundo Soares (1988, p. 17),
Os valores da leitura sempre apontados são aqueles que lhe atribuem às classes
dominantes, radicalmente diferentes dos que lhe atribuem às classes dominadas.
Pesquisas já demonstraram que, enquanto as classes dominantes veem a leitura
como fruição de horizontes, de conhecimentos, de experiências, as classes
dominadas a veem pragmaticamente como instrumento necessário à sobrevivência,
ao acesso ao mundo do trabalho, à luta contra as condições de vida.
Nessa concepção, podem-se constatar as desigualdades sociais, em que a classe
dominadora sempre sobressai e os menos favorecidos sofrem pela falta de letramento e com
isso, ficam às margens da sociedade.
Os PCN’s defendem a importância e o valor dos usos da linguagem como sendo
determinados historicamente segundo as demandas sociais de cada momento. Hoje em dia são
exigidos níveis de leitura e de escrita diferentes e muito superiores aos que eram utilizados até
pouco tempo atrás nas demandas sociais e tudo indica que essa exigência tende a ser
crescente.
Para a escola como espaço institucional de acesso ao conhecimento, a necessidade
de atender a essa demanda implica uma revisão substantiva das práticas de ensino
16
que tratam a língua como algo sem vida e os textos como conjuntos de regras a
serem aprendidas, bem como a constituição de práticas que possibilitem ao aluno
aprender linguagem a partir da diversidade de textos que circulam socialmente
(BRASIL, 1997, p. 30).
A escola, como instituição responsável na construção do aluno como leitor, precisa
reaver sua prática de ensino, adequando-a a realidade do aluno, inserindo no seu planejamento
as variedades de textos que circulam socialmente e que o aluno já tem acesso, através do
mundo tecnológico, que são bastante atrativos para eles, ao invés dos textos sem graça que
são muitas vezes trabalhados pelo professor e que desestimulam o aluno por não serem
condizentes com a sua realidade. Os textos para serem bem aceitos por eles precisam partir da
sua subjetividade, ser aplicados de forma criativa, no intuito de despertar o leitor e fazê-lo
participante ativo e não passivo tornando esse momento prazeroso para ele.
De acordo com Soares (2008),
É função e obrigação da escola dar amplo e irrestrito acesso ao mundo da leitura, e
isto inclui a leitura informativa, mas também a leitura literária; a leitura para fins
pragmáticos, mas também a leitura de fruição, a leitura que situações da vida real
exigem, mas também a leitura que nos permita escapar por alguns momentos da vida
real.
Nesse sentido, o professor precisa compreender que o aluno tem sua forma de
assimilar a leitura, que parte de uma visão própria daquilo que é prazeroso e busca isso
através do real e do mundo fictício, em que ele sempre usa o imaginário para, muitas vezes,
materializar os seus pensamentos e sentimentos, para isso, a leitura com suas múltiplas
funções deve ser aplicada pelo professor de forma que venha de encontro aos anseios do
aluno, retratando situações vivenciadas por ele num processo de interação
leitor/texto/mediador.
Através dessa interação, seja na questão da leitura seja na de produção escrita,
despertará o leitor para o objetivo que espera ser alcançado, através de uma leitura bem feita,
auxiliar no processo de leitura e interpretação.
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Destacamos Foucambert (1994, p. 5), que nos traz um conceito de leitura no qual o
aluno busca encontrar respostas significativas as suas indagações:
Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas
respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita,
significa construir uma resposta que integra parte das novas informações ao que já
se é.
Nesse processo de leitura, o aluno precisa se manter ativo, já que nesse processo, ele
será sempre questionado pelo mundo e por si mesmo, o que despertará nele um interesse cada
vez maior por querer responder não apenas por obrigação, mas de forma voluntária, e através
da sua interpretação, irá construindo um conhecimento novo, que junto aquele que o mesmo
já traz do seu convívio social, o tornará um leitor crítico, capaz de interpretar o mundo que o
cerca.
18
3 ESTRUTURAÇÃO DA METODOLOGIA
A partir de estudos realizados, constatamos um número significante de educandos que
saem dos anos iniciais do Ensino Fundamental sem dominar as habilidades de leitura e
produção de texto, o que está afetando a qualidade do ensino aprendizagem oferecido pela
educação.
Em consequência desta realidade, entende-se que se faz necessário que o profissional
utilize uma pedagogia de ensino que seja atrativa para ir de encontro as dificuldades do aluno,
construindo nos mesmos o hábito de ler e escrever, para assim torná-los cidadãos críticos e
reflexivos, se posicionando de forma segura no meio social.
Esta pesquisa de abordagem qualitativa realizada na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Simeão Leal, tendo como sujeitos envolvidos a professora de Língua Portuguesa
e os alunos do 7º Ano. Nesta pesquisa foi observado através de questionários, como a
professora desenvolveu as atividades de leitura e produção de texto com seus alunos e a
receptividades deles em relação aos textos trabalhados. Por meio desses questionários pode-se
verificar a prática de leitura e a receptividade dos alunos, em que foi detectado que os alunos
não sentiam prazer pela leitura, pois era trabalhada de forma mecânica pela professora e os
textos não despertavam nos mesmos o prazer de ler e escrever.
22
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
No decorrer das minhas observações foram detectadas algumas dificuldades nos
alunos em relação à leitura e produção de textos. Foram verificadas que as atividades
desenvolvidas pela professora não despertavam nos alunos o interesse e o prazer pela leitura,
já que eram aplicadas de forma mecânica e os textos, segundo eles, não eram interessantes,
pois os temas não eram condizentes com a realidade de vida deles.
Os resultados obtidos através dos questionários aplicados foram que:
Eles tinham preguiça de ler e escrever.
Os textos não iam ao encontro com a realidade social e cultural deles.
Não gostavam da forma como a professora trabalhava os textos.
Diante de uma realidade educacional com tantas dificuldades de aprendizagem na
leitura e na produção de textos por parte dos alunos, é um desafio para o professor procurar
reverter e melhorar este quadro. Para tanto, se faz necessário que ele utilize metodologias
inovadoras que venham estimular o aluno a ser um bom leitor e produzir os seus próprios
textos de forma coerente e coesa.
É indispensável que o professor se desvincule da prática tradicional, Antunes (2003)
propõe algumas sugestões para o professor trabalhar no contexto de sala de aula, para que o
mesmo venha alcançar resultados positivos em relação à qualidade da leitura e da produção de
textos no ensino aprendizagem do aluno.
De acordo com a autora é necessário que o professor trabalhe a leitura de textos
autênticos em que haja uma função comunicativa, principalmente, os textos que circulam
socialmente como jornais, revistas e etc.
Essa leitura precisa também ser interativa, através do encontro entre o leitor e o autor,
privilegiando por meio da identificação e as intenções propostas pelo texto, que deve, segundo
ela, também acontecer em duas vias, onde os alunos possam vivenciar a dimensão da
interdependência existente entre a atividade de escrever e a atividade de ler e compreender.
Uma leitura que deve ser motivada pelo professor que mediará o aluno, ajudando-o a construir
uma representação positiva da leitura e dos poderes que esta confere ao cidadão.
23
A autora sugere ainda uma leitura crítica que capacitará o aluno a interpretar os
aspectos ideológicos do texto, em que ele lê o que está embutido nas suas entrelinhas, para
que isso aconteça, é importante que o professor trabalhe a reconstrução do texto, pois a partir
do que o aluno lê, o mesmo terá um entendimento global do texto, podendo assim organizar
as ideias, as partes que este se subdivide e os elementos responsáveis pela articulação desses
vários aspectos.
Nesse sentido, entende-se que os professores precisam se comprometer de forma
consciente e trabalhar as sugestões de Antunes como também com as diversidades de gêneros
existentes, sendo possível tanto elevar o nível de aprendizagem como desenvolver as
competências de leitura e produção de textos nos alunos. Entendemos também que através
desse processo ele terá a leitura e a reflexão que desenvolverão nos mesmos a capacidade de
argumentarem, de se posicionarem criticamente sobre o que acontece ao seu redor e ao redor
do mundo numa compreensão transitória que vai além dos muros da escola.
24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho nos possibilitou refletir sobre os conceitos que norteiam o
processo de leitura e os fatores que influenciam na construção de significados do mesmo.
Concluiu-se que para alcançar o alvo e superar as dificuldades surgidas no ensino
aprendizagem de leitura é necessário que o professor, como mediador nesse processo,
estimule os alunos com atividades que venham envolvê-los e que assim sendo, os mesmos
venham se despertarem como leitores que leem e interpretam com segurança e autonomia.
Nesse contexto, o papel do professor na construção desses leitores se faz fundamental
e para isso, é necessário que ele ultrapasse o tradicionalismo, adquirindo uma nova visão de
que no processo de construção da leitura é preciso olhar da mesma forma que o aluno olha,
pois cada um tem a sua própria maneira de interpretar o mundo, entendendo a partir daquilo
que ele já conhece.
Após a realização dessa pesquisa a qual oportunizou observar, discutir e refletir a
forma de como é trabalhada a leitura e do que é preciso para que o aluno consiga interpretar e
produzir textos a partir dela, concluímos que a ação do professor é fundamental nesse
desenvolvimento apesar das dificuldades surgidas nos alunos, já que para superar essa
problemática, o professor precisa entender e mudar sua postura enquanto mediador de textos
numa ação motivadora para despertar em seus alunos o hábito da leitura e do compromisso e
da responsabilidade dos mesmos em relação à sua vida acadêmica, como forma de ter
acessibilidade a uma vida social que lhes proporcione grandes benefícios.
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2003.
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1997.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental:
Língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
FOUCAMBERT, J. A Leitura em Questão. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
GOMES, Maria Lúcia de Castro, Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, Curitiba:
Ibpex, 2007.
LAJOLO, M. O texto não é pretexto. In: ZILBERMAN, R. (org) Leitura em crise na escola:
as alternativas do professor. 6.ed. Porto Alegre. Mercado Alegre, 1986.
MANGUEL, A., Uma história da Leitura, São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
RESENDE, Vânia Maria. Literatura Infantil e Juvenil. Vivências de leitura e expressão
criadora. RJ: Saraiva, 1993.
SOARES, Magda Becker. As Condições Sociais de Leitura: uma reflexão em contraponto.
In:Leitura: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Ática, 1988.
SOARES, Magda. “Introdução: Ler, verbo intransitivo”, In: Aparecida Paiva; Aracy Martins;
Graça Paulino, Zélia Versiani (orgs). Leituras literárias, discursivos transitivos. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
SOUZA, Renata Junqueira de. Narrativas Infantis: A Literatura e a televisão de que as
crianças gostam. Bauru: USC, 1992.