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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JULIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS CÂMPUS DE ARARAQUARA ESTUDO DE HIDROXIMETILNITROFURAL (NFOH) NA FASE CRÔNICA DA DOENÇA DE CHAGAS EM MODELO ANIMAL CAUÊ BENITO SCARIM ARARAQUARA - SP 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JULIO DE MESQUITA FILHO"

FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

CÂMPUS DE ARARAQUARA

ESTUDO DE HIDROXIMETILNITROFURAL (NFOH) NA FASE

CRÔNICA DA DOENÇA DE CHAGAS EM MODELO ANIMAL

CAUÊ BENITO SCARIM

ARARAQUARA - SP

2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

"JULIO DE MESQUITA FILHO"

FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS

CÂMPUS DE ARARAQUARA

ESTUDO DE HIDROXIMETILNITROFURAL (NFOH) NA FASE

CRÔNICA DA DOENÇA DE CHAGAS EM MODELO ANIMAL

CAUÊ BENITO SCARIM

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Farmacêuticas, Área de

Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos e

Medicamentos, da Faculdade de Ciências

Farmacêuticas, UNESP, como parte dos

requisitos para obtenção do titulo de Mestre em

Ciências Farmacêuticas.

ORIENTADOR: Profa. Dra. Chung Man Chin

ARARAQUARA - SP

2016

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Ficha Catalográfica

Cauê Benito Scarim

Cauê Benito Scarim

ESTUDO DE HIDROXIMETILNITROFURAL (NFOH) NA FASE

CRÔNICA DA DOENÇA DE CHAGAS EM MODELO ANIMAL

Essa dissertação foi julgada e aprovada para obtenção do título de Mestre em

Ciências Farmacêuticas no Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas

da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP.

( X ) APROVADO ( ) REPROVADO

Profa. Dra. Chung Man Chin

(Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Departamento de Fármacos e Medicamento,

UNESP, Araraquara/SP)

(Presidente/Orientadora)

Prof. Dr. Cleverton Roberto de Andrade

(Faculdade de Odontologia, Departamento de Fisiologia e Patologia, UNESP,

Araraquara/SP)

Prof. Dr. João Aristeu da Rosa

(Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Departamento de Biociência e Biotecnologias

Aplicadas à Farmácia, UNESP, Araraquara/SP)

Araraquara, 15 de fevereiro de 2016.

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Dedicatória

Cauê Benito Scarim

“Talvez não tenha conseguido fazer o melhor,

mas lutei para que o melhor fosse feito.

não sou o que deveria ser,

mas graças a Deus não sou o que era antes.”

(Martin Luther King)

Este trabalho é dedicado a meus avós Divaldo e Antônia, Thomaz e Maria Rosa,

aos meus pais Antônio Roberto e Débora Renata,

que um dia sonharam e hoje compartilham comigo este importante momento.

Obrigado pela oportunidade, pelo apoio, incentivo,

suporte, confiança e amor incondicional.

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Agradecimentos

Cauê Benito Scarim

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Antônio Roberto e Débora Renata, pela educação que me deram, por

sempre me apoiarem e me oferecer às condições para que eu pudesse estudar e chegar

cada vez mais longe, devo a eles tudo que conquistei em minha vida.

Aos meus irmãos Caio e Glauco, por representarem uma fonte inspiratória em minha vida.

A minha querida noiva Paula, pelo companheirismo, eterno amor, apoio, cumplicidade,

carinho e principalmente sua infinita paciência durante a realização deste trabalho.

A minha orientadora, profª Dra. Chung Man Chin, pelos ensinamentos, orientação, apoio e

pela confiança em meu trabalho.

Ao prof. Dr. João Aristeu da Rosa e a profª. Dra. Márcia Graminha e a todos do Laboratório

de Parasitologia por permitir a utilização de seu laboratório para a realização de ensaios

biológicos.

A profa. Dra. Rosangela Peccinini e a todos do Laboratório de Toxicologia por permitir a

utilização de seu laboratório para a realização de ensaios bioquímicos.

Ao prof. Dr. Cleverton Roberto de Andrade, por toda a ajuda, colaboração e paciência para a

realização dos ensaios histopatológicos deste projeto.

Aos companheiros do laboratório, alunos de iniciação cientifica e pós-graduação, Paulo,

Rafael, Daniela, Thais, Guilherme, Diego, Karina, Luiz, Juliana, Aylime, Marcella, João,

Maria, Aline, Zé Ricardo, Priscila e outros que passaram por aqui, pela ajuda oferecida e

também pelos momentos de amizade.

Ao técnico Matheus Scontri e Marileide pela ajuda e suporte no laboratório e pela amizade.

Aos Professores Dr. Cleverton Roberto de Andrade e a Dra. Elizabeth Igne Ferreira, por

terem aceitado fazer parte da minha banca de qualificação e aos Professores Dr. João

Aristeu da Rosa e Dr. Cleverton Roberto de Andrade, que foram parte da minha banca de

defesa, por todo o ensinamento e apoio oferecidos.

A CAPES e CNPQ, pelo apoio financeiro, através do oferecimento de bolsa de estudos.

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”

(José Saramago)

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Epígrafe

Cauê Benito Scarim

Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,

lembrai-vos de que as grandes proezas da história

foram conquistas daquilo que parecia impossível.”

(Charles Chaplin)

“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas,

mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito,

que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta,

onde não conhecem nem vitória, nem derrota.”

(Theodore Roosevelt)

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Resumo

Cauê Benito Scarim

Resumo

A tripanosomíase americana ou doença de Chagas é uma zoonose endêmica em 21

países das Américas do Sul e Central, apontada como uma grave doença parasitária

resultante da infecção pelo parasito hemoflagelado denominado Trypanosoma cruzi

que utilizam insetos triatomíneos como vetores. Existem dois fármacos para o

tratamento dessa enfermidade, o nifurtimox (NFX) e o benznidazol (BNZ), ativos

apenas na fase aguda da doença, sendo que no Brasil apenas o BNZ é

comercializado. Em busca de novas alternativas para o tratamento, destaca-se o

hidroximetilnitrolfural (NFOH), ativo contra as formas tripomastigotas e amastigotas

em ensaio in vitro e in vivo. O objetivo deste trabalho foi realizar ensaios in vivo em

camundongos Balb/c, na fase crônica da doença de Chagas. Neste sentido foi

padronizado o ensaio em fase crônica, utilizando a cepa Y de T.cruzi, com inóculos

de 102 formas tripomastigotas. Os animais foram tratados durante 60 dias com

NFOH e BNZ seguido de imunossupressão induzida por dexametasona durante 14

dias. Ao final do protocolo os animais foram eutanasiados, pesados, realizado as

análises bioquímicas (TGO, TGP, CK–MB, e GGT) e histopatológica. Os resultados

demonstraram que nos animais tratados com NFOH e BZN não foi observada a

reativação da parasitemia após a imunossupressão, enquanto no controle positivo

houve reativação em 55,5% dos animais. Os ensaios bioquímicos não

demonstraram alteração nos valores em todos os grupos. Os pesos relativos bem

como a análise macroscópica do coração, vesícula biliar, baço e rins do grupo

NFOH foram similares ao grupo controle negativo enquanto o grupo BZN foi

semelhante ao grupo controle positivo. Na analise histopatológica, o grupo NFOH

apresentou apenas a presença de um amastigota em um coração dentre oito

animais (1/8) enquanto o grupo BZN foi observado presença de um à dois ninhos em

quatro corações (4/8) e no fígado (1/8) comparados com o controle positivo, em que

observou-se a presença e inúmeros ninhos amastigotas no coração (5/9) e também

no fígado (2/9). Foi observada, também, a presença de ninhos de amastigotas em

torno do plexo intestinal do grupo controle positivo (1/9), mas ausente no grupo

NFOH, sugerindo que o NFOH é um potencial candidato a fármaco para utilização

em fase crônica da doença de Chagas.

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Abstrat

Cauê Benito Scarim

Abstrat

The American trypanosomiasis or Chagas disease is an endemic zoonosis in 21

countries of South and Central America, identified as a serious parasitic disease

resulting from infection by the hemoflagellate parasite called Trypanosoma cruzi,

which use triatomine insects as vectors. There are two drugs for treatment of Chagas

disease, nifurtimox (NFX) and benznidazole (BNZ), that are active only in the acute

phase of the disease,, and in Brazil only the BNZ is marketed. In search of new

alternatives for treatment, there is the hidroximetilnitrolfural (NFOH), which was

active against trypomastigotes and amastigotes form during in vitro and in vivo

assay. The aim of this work was to evaluate NFOH in an in vivo chronic phase assay

of Chagas disease, using BALB / c. It has been standardized a chronic phase assay,

using Y strains of T. cruzi with inocula of 102 trypomastigotes. The animals were

treated for 60 days with NFOH and BNZ followed by immunosuppression induced by

dexamethasone for 14 days. At the end of the protocol, the animals were euthanized,

weighed, performed the biochemical (ALT, AST, CK-MB, and GGT) and

histopathological analysis. The results showed that in animals treated with NFOH

and BZN were not observed reactivation of the parasitemia after

immunosuppression, while in positive control was observed reactivation in 55.5% of

animals. The biochemical assays demonstrated no alteration in the values in all

groups. The relative weights as well as the macroscopic examination of the heart,

gallbladder, spleen, and kidneys of NFOH group were similar to negative control

group while BZN group was similar to the positive control group. In the

histopathological analysis, the NFOH group showed only the presence of

amastigotes in one heart of eight animals (1/8), while in BZN group was observed the

presence of one to two nests in four hearts (4/8) and in the liver (1 / 8) compared to

positive control, which could be observed the presence of several amastigotes nests

in the heart (5/9) and also in liver (2/9). It was also observed the presence of

amastigotes nests around the intestinal plexus in positive control group (1/9), but not

in NFOH group, suggesting that NFOH is a potential drug candidate for treatment in

chronic phase of Chagas disease.

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Lista de Figuras

Cauê Benito Scarim

Lista de Figuras

Figura 1 - Jornal da Tarde, 7 de maio de 1979. Berenice, uma criança em 1909, foi o

primeiro caso descrito da doença de Chagas. Foi ao óbito por insuficiência cardíaca,

aos 82 anos, em junho de 1981. ............................................................................... 17

Figura 2 - Distribuição global de casos de infecção por T. cruzi ............................... 18

Figura 3 - Rota migratória da América Latina e estimativa de infectados pelo T. cruzi

em áreas não endêmicas .......................................................................................... 19

Figura 4 - Triatoma infestans .................................................................................... 20

Figura 5 - Formas de T.cruzi .................................................................................... 21

Figura 6 - Ciclo de vida do T. cruzi ........................................................................... 22

Figura 7 – a. Sinal de Romaña (edema de pálpebras). b. Chagoma (edema no local

da infecção) ............................................................................................................... 23

Figura 8 - Coração de pacientes que desenvolveram doença de Chagas e morreram

por: (A) morte súbita (B) megacólon ou mega-esôfago (C) insuficiência cardíaca

congestiva ................................................................................................................. 24

Figura 9 - Análise de imagem por técnica de ressonância magnética (MRI) do baço

de ratos. .................................................................................................................... 25

Figura 10 - Representação esquemática da organização do sistema nervoso

entérico (SNE) em um tecido saudável. .................................................................... 26

Figura 11 - Imagem por ressonância magnética (MRI) com sobreposição

tridimensional do colón, rim e bexiga de ratos. ......................................................... 27

Figura 12 - História natural da doença de Chagas no homem. ................................ 28

Figura 13 - Alvos terapêuticos da via da biossíntese de ergosterol .......................... 29

Figura 14 - Estrutura química da lovastatina ............................................................ 30

Figura 15 - Estruturas química do risedronato .......................................................... 31

Figura 16 - Estrutura química dos compostos E5700 e ER-119884 ......................... 31

Figura 17 - Estrutura química do posaconazol ......................................................... 32

Figura 18 - Redução de tripanotiona dissulfeto para ditiol tripanotiona pela enzima

tripanotiona redutase. ................................................................................................ 33

Figura 19 - Estruturas químicas do nifurtimox e benznidazol ................................... 34

Figura 20 - Estrutura química dos compostos nitro-heterociclicos utilizados como

antiprotozoários e antimicrobianos ............................................................................ 36

Figura 21 - Estrutura química do nitrofural (NF) ....................................................... 37

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Lista de Figuras

Cauê Benito Scarim

Figura 22 - Estrutura química do NFOH ................................................................... 37

Figura 23 - Mecanismo de reação do NF em NFOH (base de Mannich) .................. 38

Figura 24 - Efeito de 5 μM NF, 10 μM NF, 5 μM NFOH e 10 μM BZN) em

porcentagem de tripomastiggotas pós-infecção das células com formas

tripomastigotas de T. cruzi. Controle positivo não expresso: 100%. ......................... 39

Figura 25 - Efeito de 5 μM NF, 10 μM NF, 5 μM NFOH e 10 μM BZN em

porcentagem de amastigotas pós-infecção das células com formas amastigotas de

T. cruzi. Controle positivo não expresso: 100%. ....................................................... 39

Figura 26 - Docking do NF (A) e NFOH (B), sob a enzima cruzaína presente no

T.cruzi ....................................................................................................................... 41

Figura 27 - Mapas dos potenciais eletrostáticos (MEP) do NF e NFOH. .................. 41

Figura 28 - Atividade mutagênica (S. typhimurium cepa TA98) do

hidroximetilnitrofural em comparação ao nitrofural em ensaios com e sem ativação

metabólica (S9) ......................................................................................................... 42

Figura 29 - Atividade mutagênica (S. typhimurium TA102) do hidroximetilnitrofural

em comparação ao nitrofural em ensaios com e sem ativação metabólica (S9) ....... 43

Figura 30 - Freqüência média de reticulócitos micronucleados (MNRET) e desvio

padrão para 1000 células obtidas de camundongos tratados com 50, 100, 250 e 500

mg/kg de BNZ, NF e NFOH. ...................................................................................... 44

Figura 31 - Principais trabalhos realizados com o candidato a fármaco

Hidroximetinitrofural NFOH em relação ao Nitrofural (NF) e o Benznidazol (BNZ) ... 48

Figura 32 - Esquema de Síntese do NFOH. ............................................................ 51

Figura 33 – Protocolo Experimental (cepa Y) ........................................................... 53

Figura 34 - Representação dos cortes histopatológicos seriados (3mm). ................ 59

Figura 35 - Curva de calibração para a enzima TGO (U/L). ..................................... 63

Figura 36 - Curva de calibração para a enzima TGP (U/L). ..................................... 64

Figura 37 - Níveis parasitêmicos individuais (n = 12) observadas em camundongos

BALB/c inoculados com [102 formas] a cepa Y do T. cruzi – Grupo controle positivo

(Fase aguda). ............................................................................................................ 68

Figura 38 - Níveis parasitêmicos individuais do grupo NFOH observadas em

camundongos BALB/c inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi (n=12)

(Fase aguda). ............................................................................................................ 69

Figura 39 - Níveis parasitêmicos individuais do Grupo BZN. em camundongos

BALB/c inoculados com [102 formas] da cepa Y do T. cruzi (n=12) (Fase aguda). .. 70

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Lista de Figuras

Cauê Benito Scarim

Figura 40 - Média por grupo sob o acompanhamento parasitêmico durante fase

aguda, fase crônica (tratamento 60 dias) e imunossupressão (Balb/c - cepa Y de

T.cruzi).. .................................................................................................................... 72

Figura 41 - Média e desvio padrão do peso relativo corporal dos camundongos

BALB/c infectados com 102 formas tripomastigotas sanguíneas da cepa Y do T cruzi

e tratados com NFOH e BZN. ................................................................................... 75

Figura 42 - Média e desvio padrão do peso relativo do baço (cepa Y de T. cruzi). .. 77

Figura 43 - Análise macroscópica dos baços analisados (cepa Y de T. cruzi). ........ 78

Figura 44 - Análise histopatológica do baço dos animais submetidos ao protocolo

com a cepa Y de T. cruzi, coloração hematoxilina/eosina. ........................................ 79

Figura 45 – Imagens da análise histopatológica do baço dos grupos controle

positivo, NFOH, BZN e controle negativo (cepa Y de T. cruzi).................................. 80

Figura 46 - Média e desvio padrão do peso relativo do coração (cepa Y de T. cruzi).

.................................................................................................................................. 81

Figura 47 - Análise histopatológica do coração dos animais submetidos ao protocolo

com a cepa Y de T. cruzi, coloração hematoxilina/eosina. ........................................ 83

Figura 48 – Imagens da análise histopatológica do coração dos grupos controle

positivo, NFOH, BZN. e controle negativo (cepa Y de T. cruzi)................................. 84

Figura 49 - Acompanhamento macroscópico, que sugere alteração no trato

gastrointestinal seguido de tratamento da área inflamada após tratamento com

NFOH (imagens do mesmo animal infectado com cepa Y de T. cruzi). .................... 85

Figura 50 - Análise histopatológica do colón dos animais submetidos ao protocolo

com a cepa Y de T. cruzi, pela técnica de cortes em series e 3 mm para melhor

análise histológica do órgão. Coloração hematoxilina/eosina. 86

Figura 51 – Imagens da análise histopatológica do colón dos grupos controle

positivo, NFOH, BZN e controle negativo (cepa Y de T. cruzi).................................. 88

Figura 52 - Média e desvio padrão do peso relativo do fígado (cepa Y de T. cruzi). 89

Figura 53 - Análise Histopatológica do fígado dos animais submetidos ao protocolo

com a cepa Y de T. cruzi, coloração hematoxilina/eosina. ........................................ 90

Figura 54 – Imagens da análise histopatológica do fígado dos grupos controle

positivo, NFOH, BZN e controle negativo (cepa Y de T. cruzi).................................. 91

Figura 55 - Média e desvio padrão do peso relativo dos rins (cepa Y de T. cruzi). .. 92

Figura 56 - Média e desvio padrão do peso relativo do cérebro (cepa Y de T. cruzi).

.................................................................................................................................. 93

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Lista de Figuras

Cauê Benito Scarim

Figura 57 - gráfico representativo da média do volume da vesícula biliar nos

respectivos grupos (cepa Y de T. cruzi). ................................................................... 95

Figura 58 - Média e desvio padrão do marcador hepático TGO (cepa Y de T. cruzi).

.................................................................................................................................. 98

Figura 59 - Média e desvio padrão do marcador hepático TGP (cepa Y de T. cruzi)

.................................................................................................................................. 99

Figura 60 - Média e desvio padrão do marcador hepático, a enzima GGT (cepa Y de

T. cruzi) ................................................................................................................... 100

Figura 61 - Média e desvio padrão do marcador cardíaco, a enzima CK-MB (cepa Y

de T. cruzi). ............................................................................................................. 101

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Lista de Tabelas

Cauê Benito Scarim

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Valores de absorbância, em triplicata, para confecção de curva de

calibração para TGO (U/L). ....................................................................................... 63

Tabela 2 - Valores de absorbância, em triplicata, para confecção de curva de

calibração para TGP (U/L)......................................................................................... 64

Tabela 3 - Resultados do acompanhamento parasitêmico e taxa de letalidade

durante a fases aguda e crônica da doença (cepa Y de T. cruzi). ............................ 67

Tabela 4 - Número de parasitos do Grupo Controle positivo em camundongos

BALB/c inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi. .................................... 69

Tabela 5 - - Número de parasitos do Grupo NFOH em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi. ............................................... 70

Tabela 6 - Número de parasitos do Grupo BZN em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi. ................................................ 71

Tabela 7 - Avaliação da média do peso corporal (g) ± desvio padrão, ração (g) dos

grupos avaliados durante a fase aguda, sem tratamento (1° - 7° semana), ao longo

da fase crônica, com tratamento (8° - 16° semana), e imunossupressão (17° - 19°

semana). ................................................................................................................... 74

Tabela 8 - Análise macroscópica individual da vesícula biliar por grupo analisado. . 94

Tabela 9 - Comparação entre os valores de TGO dos grupos Controle, NFOH e NF.

Valores absolutos/animal, médias e desvio padrão dos grupos. ............................... 97

Tabela 10 - Comparação entre os valores de TGP dos grupos Controle, NFOH e

NF. Valores absolutos/animal, médias e desvio padrão dos grupos. ........................ 97

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Lista de Anexos

Cauê Benito Scarim

Lista de Anexos

Anexo 1 - Análise macroscópica e mensuração (comprimento x largura x altura em

centímetros) de órgãos do grupo controle positivo - cepa Y de T. cruzi. ................. 123

Anexo 2 - Análise macroscópica e mensuração (comprimento x largura x altura em

centímetros) de órgãos do grupo NFOH - cepa Y de T. cruzi.. ............................... 124

Anexo 3 - Análise macroscópica e mensuração (comprimento x largura x altura em

centímetros) de órgãos do grupo BZN - cepa Y de T. cruzi.. .................................. 125

Anexo 4 - Análise macroscópica e mensuração (comprimento x largura x altura em

centímetros) de órgãos do grupo controle NEGATIVO - cepa Y de T. cruzi............126

Anexo 5 - Codificação dos achados histopatológicos para análise estatística (baço,

coração, colón e fígado)...........................................................................................127

Anexo 6 - Parecer do comitê de ética (Protocolo CEUA/FCF/CAr nº 39/2014).....128

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Sumário

Cauê Benito Scarim

Sumário

1. Introdução ......................................................................................................... 16

1.1. Doença de Chagas....................................................................................... 17

1.2. Vias de Transmissão .................................................................................... 19

1.3. Ciclo Biológico do parasito ........................................................................... 21

1.4. Patogênese e manifestações clínicas .......................................................... 23

1.5. Imunossupressão na doença de Chagas crônico ........................................ 27

1.6. Alvos terapêuticos para o desenvolvimento de novos fármacos contra doença

de Chagas .............................................................................................................. 29

1.7. Realidade terapêutica contra Chagas e novas perspectivas .......................... 33

2. Objetivo Geral ................................................................................................... 49

2.1. Objetivos específicos ..................................................................................... 49

3. Material e Métodos............................................................................................ 50

3.1. Reagentes ....................................................................................................... 50

3.2. Equipamentos ................................................................................................. 50

3.3. Metodologia sintética para obtenção de NFOH............................................... 51

3.3.1. Cromatografia em camada delgada (CCD) ............................................... 51

3.3.2. Determinação da Faixa de Fusão ............................................................. 52

3.4. Ensaios biológicos .......................................................................................... 52

3.4.1. Animais utilizados ..................................................................................... 52

3.4.2. Diagramas dos Protocolos Experimentais ................................................ 52

3.4.3. Protocolo Experimental ............................................................................. 54

3.4.4. Sobrevida dos animais. ............................................................................. 57

3.4.5. Necropsia dos animais utilizados .............................................................. 57

3.5. Peso relativo (FRANCISCO, 2007) ................................................................. 58

3.5.1. Peso relativo corpóreo .............................................................................. 58

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Sumário

Cauê Benito Scarim

3.5.2. Peso relativo dos Órgãos .......................................................................... 58

3.6. Estudo histopatológico .................................................................................... 58

3.6.1. Registro das amostras e cortes histológicos seriados .............................. 59

3.6.2. Processo de desidratação e parafinização ............................................... 59

3.6.3. Cortes histológicos - micrótomo ................................................................ 59

3.6.4. Colorações histopatológicas ..................................................................... 60

3.6.5. Análises histopatológicas .......................................................................... 60

3.7. Estudos dos Parâmetros Bioquímicos ............................................................ 62

3.7.1. Curva de Calibração - TGO e TGP ........................................................... 62

3.8. Análises Macroscópica ................................................................................... 65

3.9. Análises Estatísticas ....................................................................................... 65

4. Resultados e Discussão ................................................................................... 66

5. Conclusões ..................................................................................................... 103

6. Referências Bibliográficas ............................................................................. 105

7. Anexos ............................................................................................................. 123

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Introdução

Cauê Benito Scarim

1. Introdução

Doenças negligenciadas (DN) são denominadas como uma classe de

doenças infecciosas que atinge preferencialmente países tropicais, principalmente

países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Apesar de serem endêmicas em

aproximadamente 149 países, afetando mais de 1,4 bilhões de pessoas, além de

custar bilhões de dólares por ano, não possuem incentivo em pesquisa e

desenvolvimento de novos fármacos pela indústria farmacêutica. Recentemente,

diferentes parcerias público-privadas, sem fins lucrativos, foram criadas e voltadas

para pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento das

DN. Por consequência também foi observado um aumento da aplicação de capitais

públicos no combate dessas doenças (FEASEY et al., 2010; COHEN, et al., 2014;

WHO, 2015).

Segundo Pedrique e colaboradores (2013), de 850 novos produtos

terapêuticos (candidatos a fármacos, produtos com novas indicações, novas

formulações e vacinas), que foram registradas pela “European Medicines Agency

(EMA) e U.S. Food and Drug Administration (FDA)”, entre 2000 e 2011, apenas 39

(4 %) dos fármacos registrados foram destinados para doenças negligenciadas, 29

fármacos e oito vacinas. Em condições de aprovação, de 336 novas entidades

químicas aprovadas, somente 4 (1%) foram aprovados para doenças como malária

(3) e doenças diarreicas (1), e nenhum fármaco para doença tropicais

negligenciadas. Neste trabalho também se observou que de 148.445 ensaios

clínicos realizados entre 2000 e 2011, apenas 2.016 foram para doenças

negligenciadas, novamente 1%.

Trabalho recentemente publicado por Coah et al., (2014), complementa o

trabalho anterior, pois foram avaliados os compostos aprovados de 2009 a 2013,

mostrando 20 novos medicamentos, sendo 15 destes para doenças como HIV/AIDS,

tuberculose e malária as quais não são consideradas doenças tropicais

negligenciadas pela OMS, sendo assim, apenas cinco novos medicamentos foram

lançados para doenças negligenciadas nesse período.

Os trabalhos são baseados em um estudo pioneiro publicado em 2002 por

membros do “Drugs for Neglected Diseases” (DNDi), no qual observou-se que de

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Introdução

Cauê Benito Scarim

1.393 novos fármacos aprovados, entre 1975 e 1999, apenas 21 eram voltados às

doenças negligenciadas.

Um documento do MSF (Médicos Sem Fronteiras) e DNDi indicam que o

número de novos fármacos desenvolvidos para as doenças negligenciadas continua

o mesmo há mais de duas décadas (WILLYARD, 2013; DNDi,2002).

1.1. Doença de Chagas

A doença de Chagas, também conhecida como tripanossomíase americana, é

uma das principais patologias do continente americano, foi descrita pelo médico e

pesquisador brasileiro Carlos Justiniano Ribeiro Chagas, em 1909, que efetuou as

primeiras investigações sobre tal parasitose, durante expedição à pequena cidade

de Lassance – MG. O cientista descreveu o agente etiológico (Trypanosoma cruzi) e

a toda cadeia epidemiológica dessa zoonose, ou seja, o vetor, reservatórios e

afecção humana (Malafaia & Rodrigues, 2010; Chagas, 1909). O primeiro caso

descrito por Carlos Chagas foi o de uma criança, em 14 de fevereiro de 1909. Ao

observar seu sangue sob lâmina/lamínula deparou-se com formas tripomastigotas

de T. cruzi (figura 01).

Figura 1 - Jornal da Tarde, 7 de maio de 1979. Berenice, uma criança em 1909, foi o primeiro caso descrito da doença de Chagas. Foi ao óbito por insuficiência cardíaca,

aos 82 anos, em junho de 1981.

Fonte: Extraído de http://www.submarino.net/cchagas/artigos/art1.htm (acesso em 04/10/2015).

Toda sua competência e dedicação aos estudos colaboraram para seu

reconhecimento tanto em nível nacional quanto internacional. Seu estudo mais

conceituado levou seu nome e ficou conhecido como doença de Chagas. Isso em

um período que o Brasil, assim como outros países, convivia com graves problemas

de saúde relacionados a doenças transmissíveis, transmitindo este impacto a níveis

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Introdução

Cauê Benito Scarim

de economia social e política do País. Assim como também não havia recursos

tecnológicos para caracterização da doença (GOLDBAUM & BARRETO, 2008).

De acordo com dados recém-publicados existem em torno oito milhões de

pessoas infectadas pela doença de Chagas no mundo (figura 2), principalmente

entre o México e a Argentina, onde a parasitose é endêmica e 75 a 90 milhões de

pessoas estejam expostas à infecção. No Brasil, os casos crônicos da doença de

Chagas são predominantes, com um número aproximado de três milhões de

indivíduos contaminados pelo parasito (WHO, 2015; BRASIL, 2015; COURA & DIAS,

2010).

Figura 2 - Distribuição global de casos de infecção por T. cruzi

Fonte: Extraído e adaptado de WHO, 2013.

Contudo, devido ao avanço da globalização, houve um intenso movimento

migratório de pessoas provenientes de áreas endêmicas para as demais regiões do

mundo, onde a doença não é endêmica, como países da America do Norte, Europa,

Ásia e até da Oceania (figura 3) (COURA, VIÑAS, 2010).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 3 - Rota migratória da América Latina e estimativa de infectados pelo T. cruzi em áreas não endêmicas

Fonte: Extraído de COURA; VIÑAS, 2010.

A doença de Chagas ou tripanossomíase americana é uma zoonose

endêmica, que não apresenta variações cíclicas ou sazonais de importância

epidemiológica, apontada como uma grave doença parasitária resultante da infecção

pelo protozoário parasito hemoflagelado denominado Trypanosoma cruzi. Essa

doença apresenta como vetores os triatomíneos (URBINA, 2002).

1.2. Vias de Transmissão

A principal via de transmissão é vetorial, por meio do contato direto de fezes

contaminadas do inseto, que é hematófago, com orifício da picada ou regiões de

mucosa (BARRETT, 2003). Diversas espécies são consideradas hospedeiros

invertebrados do parasito, de forma que as mais importantes são Triatoma dimidiata,

Rhodnius prolixus e Triatoma infestans (figura 4), sendo a última a mais encontrada

no sul da América do Sul. As outras duas são prevalente na região norte da América

do Sul e na América Central. Os triatomíneos pertencem à família Reduviidae e

subfamília Triatominae, (SHERLOCK, 1999; RASSI JR; RASSI, A.; MARIN-NETO,

2010; WHO, 2002).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 4 - Triatoma infestans

Fonte: Extraído de http://web.stanford.edu/class/humbio103/ParaSites2004/Trypanosomiasis/vector.htm (acesso em

01/10/2015)

Existem outras formas de infecção por T.cruzi, além da forma vetorial, como

transmissão congênita, ingestão de alimentos contaminados, transfusão sanguínea,

transplante de órgãos e acidente laboratorial (RASSI JR; RASSI, A.; MARIN-NETO,

2010).

Sobre a transmissão congênita estudos apontam que cerca de 5% dos bebês

nascem infectados pelas mães portadoras da doença na fase crônica. Quanto maior

o número de formas tripomastigotas circulantes na mãe, maior pode ser o risco de

infecção (WENDEL, 2010; BERN, 2009; BRUTUS et al., 2010; HOWARD et al.,

2013). Assim como a transmissão congênita, a transmissão por transfusão

sanguínea também exige triagem para prevenir futuros casos da doença. (RASSI

JR; RASSI, A.; MARIN-NETO, 2010; WENDEL, 2010).

A infecção por meio de transplantes de órgãos sólidos e de medula óssea

ocorre quando o órgão em questão está infectado com formas amastigotas de

T.cruzi, uma vez que essas se transformam em tripomastigotas, ficando livres para

infectar outras células (VILLALBA et al., 1992; CDC, 2006; KIRCHHOFF, 2011).

A infecção oral acontece por meio do consumo de alimentos contendo fezes

ou o próprio inseto (moído) contaminado, como o açaí e a cana de açúcar. Foi

relatada infecção pela ingestão de carne crua e demonstrada experimental e

clinicamente, sendo de importância nos casos de morbidade e mortalidade nos

casos de infecção aguda da doença associada a elevadas concentrações de

parasito. Em 2005, houve um surto de contaminação oral na região Sul do Brasil,

atingindo atenção internacional, uma vez que afetou um grupo de turistas e

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Introdução

Cauê Benito Scarim

apresentou alta morbidade e mortalidade com 45 casos suspeitos, sendo 31 casos

confirmados e cinco mortes. No entanto este tipo de propagação da doença é mais

frequente e evidente na região da Amazônia (RASSI JR; RASSI, A.; MARINNETO,

2010; BRASIL, 2015; PÉREZ-GUTIÉRREZ, 2006; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).

1.3. Ciclo Biológico do parasito

O ciclo de vida de T. cruzi é complexo, com diversas etapas de multiplicação

no vetor e no hospedeiro vertebrado. No vetor, o parasito se encontra nas formas

epimastigota e tripomastigota metacíclica. Já no hospedeiro vertebrado, o parasito

encontra-se na sua forma infectante, a tripomastigota e sua forma intracelular,

amastigota (Figura 5). Durante a fase aguda, qualquer célula nucleada pode ser

infectada (RASSI JR; RASSI, A.; MARIN-NETO, 2010).

Figura 5 - Formas de T.cruzi

Fonte: http://web.stanford.edu/class/humbio103/ParaSites2004/Trypanosomiasis/morphology.htm (acesso em 02/10/2015)

O ciclo biológico tem início durante o repasto sanguíneo do hospedeiro

invertebrado sadio em hospedeiro vertebrado infectado. O vetor acaba por ingerir a

forma tripomastigota metaciclica do parasito. Ao chegar ao estômago do inseto as

formas tripomastigotas transformam-se em esferomastigotas e epimastigotas, as

quais migram para o intestino. Dessa maneira, as formas epimastigotas sofrem

divisão binária no local e, ao migrarem para o reto, transformam-se novamente na

forma infectante, tripomastigotas metacíclicos. Essas são capazes de infectar o

hospedeiro vertebrado saudável (ESCH & PETERSEN, 2013; MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2005).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

No hospedeiro vertebrado, o ciclo inicia-se quando as formas tripomastigostas

eliminadas pelo triatomíneo são inoculadas no hospedeiro vertebrado. Essa forma

do parasito tem a capacidade de penetrar em qualquer célula nucleada e

desenvolver-se. Após aderir-se à membrana da célula, o parasito é fagocitado e

começa a se transformar na forma amastigota e simultaneamente destrói a

membrana do fagócito. Já no citoplasma, a forma amastigota inicia divisão celular

binária e continua nesse processo por vários dias no interior da célula. Após,

aproximadamente, cinco dias, as formas amastigotas iniciam o processo de

transformação na forma tripomastigota. Neste estágio, o parasito estimula

movimentos com seu flagelo de maneira intensa, levando ao rompimento da célula,

liberando os parasitos no meio extracelular. Tanto as formas amastigotas quanto as

formas em transição e formas tripomastigotas têm a capacidade de infectar outras

células do ambiente ou atingir a corrente sanguínea e distribuir-se por todo o

organismo (SOUZA, 1999). A figura a seguir representa esquematicamente o ciclo

evolutivo da doença de Chagas, tanto no hospedeiro vertebrado quanto no

invertebrado (figura 6).

Figura 6 - Ciclo de vida do T. cruzi

Fonte: Extraído e modificado de CDC, 2009.

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Introdução

Cauê Benito Scarim

1.4. Patogênese e manifestações clínicas

De um modo geral, a doença de Chagas pode ser dividida em duas fases

distintas – aguda, e crônica (indeterminada ou determinada). O quadro clínico da

fase aguda é determinado pelo número de parasitas presentes na corrente

sanguínea, que podem infectar uma vasta gama de tecidos, comprovada pela

demonstração através de métodos diretos de exame. Essa fase é relativamente

curta em humanos, aproximadamente de dois meses, podendo ser assintomática ou

sintomática, quando há presença de sintomas (febre prolongada, mal-estar,

hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, miocardite, eletrocardiograma alterado e

edema subcutâneo localizado ou generalizado) e está diretamente relacionada à

parasitemia no indivíduo infectado (DIAS e COURA, 1997; ANDRADE, 2000).

No caso da infecção por via vetorial, o paciente pode apresentar sinais

aparentes no local de entrada do parasito, infecção que quando ocorre na pele é

conhecida como chagoma (geralmente permanece por duas semanas ou mais), e

quando a infecção ocorre nas membranas oculares, denomina-se sinal de Romaña

(edema bipalpebral unilateral com adenite satélite pré-auricular) (figura 7). A fase

aguda pode acarretar em manifestações do comprometimento cardíaco, como uma

miocardite aguda difusa, a qual pode levar ao óbito. Em aproximadamente 90% dos

casos sintomáticos (fase aguda) se solucionam de maneira natural. (COURA, 2007;

DIAS et al., 2009; RASSI JR; RASSI, A.; MARIN-NETO, 2010; RASSI et al., 2012).

Figura 7 – a. Sinal de Romaña (edema de pálpebras). b. Chagoma (edema no local da infecção)

Fonte: Extraídos e adaptados de http://www.cpqrr.fiocruz.br/informacao_em_saude/CICT/Doenca_de_chagas.htm (acesso em

03/10/15) e KINHITA-YANAG et al., (2009), respectivamente.

a b

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Logo o quadro tende a evoluir para uma fase crônica indeterminada (período

de latência), caracterizada pela ausência ou baixa parasitemia, responsável por

aproximadamente 50%-70% dos doentes. Em um “terceiro” estágio da doença (20-

30%), fase crônica determinada, o indivíduo parasitado pode apresentar

sintomatologia que envolve cardiopatias, megacólon ou megaesôfago (figura 7)

(FUENTES et al., 2012; HABERLAND et al., 2013).

O acometimento cardíaco de tal patógeno pode ser explicado por duas

supostas hipóteses: a primeira seria devido a lesões nos tecidos cardíacos

decorrentes ao processo imunológico, devido a presença de parasitos intracelulares.

Já a segunda, em virtude do próprio parasitismo nas células cardíacas, que causam

danos teciduais (BERN et al., 2007; DIAS et al., 2009).

A cardiopatia chagásica crônica é definida como miocardiopatia inflamatória,

evolutiva, recoberta por redes de fibrina, que destrói progressivamente o miocárdio e

compromete o sistema de formação e de condução do estímulo cardíaco, cujos

principais sintomas são: arritmia, dilatação das paredes do órgão em questão,

ocasionando insuficiência cardíaca e tromboembolismo (ANDRADE & ANDRADE,

1998; PRATA, 2001; BERN et al., 2007). O coração infectado pode apresentar-se

com tamanho e peso (volume) normal ou gradualmente aumentado (DIAS &

MACEDO, 2005; JELICKS & TANOWISZ, 2011). O principal motivo de morte em

indivíduos chagásicos cardiopáticos é morte súbita, cerca 66%, seguido de

insuficiência cardíaca e tromboembolismo (RASSI JR; RASSI, S.; RASSI, A., 2001;

RASSI JR; RASSI, A.; MARINNETO, 2009). A figura 8 representa os corações de

pacientes chagásicos em diferentes estágios da doença.

Figura 8 - Coração de pacientes que desenvolveram doença de Chagas e morreram por: (A) morte súbita (B) megacólon ou mega-esôfago (C) insuficiência cardíaca

congestiva

Fonte: http://www.uftm.edu.br/instpub/fmtm/patge/imagem/mac0220.jpg, (acesso em: 09/10/2015).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

As alterações hemodinâmicas decorrentes de insuficiência cardíaca

congestiva em pacientes chagásicos podem, por consequência, induzir a

esplenomegalia congestiva, caracterizada por hiperplasia das células e

desorganização dos folículos linfáticos do baço assim como a diminuição da

densidade dos mesmos, aumento da polpa vermelha e diminuição da polpa branca,

favorecendo uma provável associação do comprometimento cardíaco com o volume

e situação morfológica do baço (figura 9) (PEREIRA et al., 2002; JELICKS &

TANOWISZ, 2011).

Figura 9 - Análise de imagem por técnica de ressonância magnética (MRI) do baço de ratos.

. (A) não infectados e (B) infectados cronicamente com T.cruzi. (C) ilustração da diferença no volume do baço de ambos os grupos.

Fonte: Extraído de JELICKS & TANOWISZ, 2011).

O trato gastrointestinal (TGI) é composto pela cavidade oral, faringe, esôfago,

estômago, intestino delgado e grosso, reto e ânus,que são constituídos por mucosa,

submucosa, muscular e serosa, além de órgãos glandulares associados como

fígado, vesícula biliar, pâncreas e glândulas salivares. A função do TGI compõe de

digestão e absorção de moléculas biologicamente ativas (nutrientes), que envolve

episódios de motilidade, peristaltismo, secreção de substâncias (água e enzimas) e

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Introdução

Cauê Benito Scarim

digestão química, funções estas controladas por órgãos glandulares associados,

produzindo hormônios regulatórios como o caso do pâncreas. Além do controle

hormonal, existe ainda o controle neural do TGI efetuado pelo o sistema nervoso

autônomo (SNA) - simpático ou parassimpático - além do sistema nervoso entérico

(SNE), sendo este disseminado ao longo do TGI (figura 10). O SNE e o SNA

dempenham suas funções de maneira dependente um do outro, uma vez que os

neurônios do SNE são atingidos por axônios de neurônios sensoriais extrínsecos

originados no sistema nervoso simpático (SNS) ou parassimpático (SNP), desta

maneira o SNE regula a secreção, motilidade, fluxo sanguíneo e controle

imunológico. (FURNESS et al., 2000; HANSEN et al., 2003).

Figura 10 - Representação esquemática da organização do sistema nervoso entérico (SNE) em um tecido saudável.

Fonte: Extraído e adaptado de PAIVA, 2011.

Relacionado aos TGI, destaca-se outra importante manifestação clinica da

doença de Chagas crônica, a forma digestiva, principalmente megacolon (figura 11)

e megaesôfago, (10 – 15% dos casos crônicos) em que se observar o aumento do

volume do órgão, alterações na motilidade, dores, regurgitação, hipertrofia da

musculatura lisa e atrofia da mucosa causada em virtude da destruição neural (SNE)

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Introdução

Cauê Benito Scarim

dos plexos mucoso, submucoso e mientérico, alterações essas que podem ser

geradas por meio de processo imunológico, em razão da presença de parasitos

intracelulares ou correspondente ao próprio parasitismo celular que causam danos

nos tecidos (RASSI JR et al., 2010; JELICKS & TANOWISZ, 2011; PAIVA et al.,

2014).

Figura 11 - Imagem por ressonância magnética (MRI) com sobreposição tridimensional do colón, rim e bexiga de ratos.

(A) não infectados e (B) infectados cronicamente com T.cruzi. Fonte: Extraído de JELICKS & TANOWISZ, 2011.

A localização da dilatação relacionada com a doença de Chagas crônica

digestiva permanece desconhecida, embora já se saiba que a destruição dos

neurônios e diminuição das células intersticiais de Cajal, hiperplasia das células

musculares associadas à fibrose. Apesar de obter um papel fisiológico crucial, o

SNE pode não ser o único responsável pelos danos causados no megacolon ou

megaesôfago (JABARI et al., 2013).

1.5. Imunossupressão na doença de Chagas crônico

Nos dias atuais devido ao grande número pacientem portadores de doenças

imunossupressoras, como HIV/AIDS, e o aumento no uso de medicamentos que

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Introdução

Cauê Benito Scarim

acarretam em um efeito imunossupressor, como corticoide, a infecção pelo parasito

tem sido considerada oportunista por alguns autores, ou até mesmo ocasionar

reativação da doença, como parasitemia, mesmo na ausência de sintomas

(ANDRADE et al., 1997; TANIWAKI et al., 2011; PINAZO et al., 2013).

Há relatos de uma gradual relação da doença de Chagas com manifestações

neoplásicas em pacientes infectados. Limitado são os conhecimento sobre tal

relação, e a respeito de como a resposta imune induzida pela parasitose altera o

desenvolvimento das neoplasias. Estudos recentes apontam três possibilidades: a

neoplásia como uma possível causa de imunossupressão seguida de reativação da

infecção surgimento das doenças neoplásicas por consequência do tratamento com

benzidazol, associado ou não com fármacos imunossupressoras; e por fim seria a

neoplasia como uma condição de maior incidência sobre os indivíduos infectados

(PINAZO et al., 2013) . O fluxograma (diagrama) a seguir representa a evolução

clinica da doença de Chagas, fatos até então compreendidos (figura 12).

Figura 12 - História natural da doença de Chagas no homem.

Infecção humana a T. cruzi (vetorial, através de transfusão, transplante de órgãos, congênita, oral ou acidental)

Não infectado

Infecção aguda Chagas(assintomática ou sintomática)

Cura ( 50% –80% dos casos)

Tratamento

antiparasitário

<5% -10% dos

Casossintomáticos

Morte de miocardite ou

meningoencefalite

Fase crônica -Indeterminante

Cura (20% –60% dos casos)

Tratamento

antiparasitário

Fase crônica -determinante

10 – 30 anos

Tratamento

antiparasitário

Cura (menor proporção dos casos)

Permanência da forma indeterminada

Imunossupressão

Reativação •Cardíaco•Digestivo

•Cardíodigestivo

Fonte: Extraído e adaptado de HABERLAND et al., (2013).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

1.6. Alvos terapêuticos para o desenvolvimento de novos fármacos

contra doença de Chagas

Estão descritas a seguir as vias metabólicas e alvos terapêuticos explorados

no planejamento e elaboração de novos fármacos antichagásicos.

Biossíntese do Ergosterol:

T.cruzi é dependente de uma variedade esteróis específico, como o

ergosterol, essencial para a formação de membranas. Atuam na estabilização,

fluidez e permeabilidade e ainda modulam as atividades de receptores e canais

iônicos, ou seja, desempenham papel importante no desenvolvimento e proliferação

do parasito (LEPESHEVA et al., 2007). Os principais alvos dessa via metabólica

estão expressos a seguir (figura 13):

Figura 13 - Alvos terapêuticos da via da biossíntese de ergosterol

Fonte: Extraído e adaptado de SÁNCHEZ-SANCHO et al., 2010.

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Um modelo de fármaco que atua sob a enzima hidroxi-metilglutaril-CoA

redutase em T.cruzi é a lovastatina (figura 14). Em estudos in vitro e in vivo, Urbina

et al., (2003) demonstraram atividade da lovastatina na inibição da biossintese do

ergosterol, atuando na inibição da enzima CYP450. Observou-se inibição total da

lovastatina em doses diferentes, 50 μM e 70 μM com 144 h e 96 h de exposição, e

associado com cetoconazol em 144 h de exposição. Já quando avaliados quanto a

inibição das formas amastigotas, não se mostrou efetiva utilizando doses de até 1

μM pois, acima disso apresentou-se citotóxica. Na avaliação in vivo, a lovastatina

sozinha apresentou 50% de mortalidade, enquanto quando associada ao

cetoconazol sobe para 100% de sobrevida (URBINA et al., 2003).

Figura 14 - Estrutura química da lovastatina

Fonte: Autor

Estudos de derivados bifosfonados, como exemplo o risedronato (figura 15),

foram realizados quanto à inibição da enzima farnesil pirofosfato sintase (FPFS),

resultando em uma atividade inibitória (IC50) de 0,037±0,003 μM, do T.cruzi em

modelo in vitro (MONTALVETTI et al., 2001). Posteriormente Garzoni e

colaboradores (2004), avaliaram a atividade tripanomicida do resedronato in vitro em

formas epimastigotas e amastigotas, e constataram inibição dose dependente para

ambas formas, sem indícios tóxicos para as células hospedeira empregada. Em

outro estudo, utilizando resedronato em modelo agudo – 10 mg/kg/dia por 7 dias - (in

vivo) apontou diminuição de 96,6% da parasitemia em relação ao controle e também

a diminuição da mortalidade de 90% para 10%, comparando os grupos controle e

tratado (Garzoni et al., 2004) .

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31

Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 15 - Estruturas química do risedronato

Fonte: Autor

Dois compostos derivados quinuclidínicos, o E5700 e ER-119884 (figura 16),

foram avaliados quanto à atividade inibitória da enzima esqualeno sintase, os quais

apresentaram IC50 na faixa de nanomolar, e na avaliação in vitro

(epimastigotas)ambos tiveram atividade (IC50 = 8 nM do E5700 e IC50 = 11 nM do

ER-119884) (URBINA, 2004).

Figura 16 - Estrutura química dos compostos E5700 e ER-119884

Fonte: Autor

Representantes azóis (cetoconazol, itraconazol, posaconazol) possuem

atividade perante a enzima esterol C14-α demetilase, em estudos realizados por

Sanchez-Sancho et al (2010) apontam atividade do posaconazol (figura17) contra o

T. cruzi em estudos in vivo em modelo crônico, sendo até utilizado em estudos de

fase clínica para o tratamento da doença.

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32

Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 17 - Estrutura química do posaconazol

Fonte: Autor

Glicólise

O parasito necessita de energia para sua sobrevivência, sendo assim ele

utiliza a via glicolítica como principal fonte energética, e contêm enzimas as quais

são estruturalmente diferentes dos mamíferos, possibilitando assim o estudo,

planejamento e desenvolvimento de moléculas ligantes especificas. Como o caso

das enzimas hexoquinase e gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase, já aplicadas

como alvos terapêuticos (SÁNCHEZ-SANCHO et al., 2010).

Absorção de purinas:

A impossibilidade do parasito em sintetizar purinas, torna-o competente e

habilitado para absorver essas substâncias de seus hospedeiros, no caso os

mamíferos, sendo um sistema obrigatório para sua sobrevivência. Um exemplo

dessa via de absorção de purinas é a HGPRT (hipoxantina/guanidina

fosforribosiltransferase), que se destaca como alvo terapêutico (SÁNCHEZ-

SANCHO et al., 2010).

Cisteína protease

A cruzipaina ou cruzaina são císteinas proteases encontradas em T.cruzi.

Estudos apontam que essas enzimas, quando danificadas por inibição ou deleção

de genes, geram desordem significante na capacidade infectante e de sobrevivência

do parasito (LIMA et al., 2013).

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33

Introdução

Cauê Benito Scarim

Tripanotiona redutase

A tripanotiona é uma substância que atua como a glutationa, sendo a

segunda presente em diversos organismos. A tripanotiona possui massa molecular

relativamente baixa e apresenta funções específicas no organismo do parasito,

como participação em processos regulatórios, defesa contra agentes oxidantes,

metais pesados e outros xenobióticos (FAIRLAMB; CERAMI, 1992; FLOHÉ, 2012). A

redução do substrato tripanotiona dissulfeto, este catalizado pela tripanotiona

redutase por meio de mecanismo NADPH dependente (figura 18), é fundamental

para a manutenção e conservação do ambiente intracelular do T. cruzi (KRAUTH-

SIEGEL & INHOFT, 2003; PITA & PASCUTTI, 2012).

Figura 18 - Redução de tripanotiona dissulfeto para ditiol tripanotiona pela enzima tripanotiona redutase.

Fonte: extraído e adaptado de (KRAUTH-SIEGEL & INHOFT, 2003).

Outros alvos terapêuticos incluem o ácido siálico transferase, a biossíntese de

lipídeos assim como os ligantes de DNA, o metabolismo de poliaminas e a via das

pentoses fosfato.

1.7. Realidade terapêutica contra Chagas e novas perspectivas

Posterior à descoberta da doença de Chagas, em 1909, houve uma vasta

busca por moléculas eficazes para regular ou combater tal parasitose. As moléculas

pioneiras para os testes com T.cruzi foram o cloreto de mercúrio, fucsina, tartarato

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34

Introdução

Cauê Benito Scarim

de antimônio potássico e arsênico, porém nenhuma molécula demonstrou atividade.

Até 1960, um número inestimável de substâncias químicas, extratos e combinações

foram testados em ensaios in vitro e in vivo e clinicamente, obtendo resultados

questionáveis, duvidosos e grande parte inexpressivos (ANDRADE et al., 1996;

COURA & CASTRO, 2002; COURA, 2009).

Apesar da evolução na ciência investigativa para compreensão de tal

patologia, como o amplo conhecimento sobre seus alvos terapêuticos, mutações e

tropismo das cepas, na doença de Chagas ainda há pouco incentivo na pesquisa e

desenvolvimento para novas moléculas terapêuticas, bem como a falta interesse de

indústrias farmacêuticas em investir na pesquisa e desenvolvimento de novas

moléculas direcionadas para doenças negligenciadas (URBINA, 2010)

O tratamento da doença de Chagas continua um desafio para a ciência.

Desde a década de 70 até os dias atuais, apenas dois fármacos foram aprovados no

mundo para o tratamento da doença, o nitrofurano nifurtimox [3-metil-

4(nitrofurfurilideneamino) tetrahidro-4H-1,4-tiazina-1,1-dióxido], e o benznidazol [N-

benzil-2-nitroimidazol acetamida], um derivado nitroimidazólico (Figura 19) (CASTRO

et al., 2006; WHO, 2015).

Figura 19 - Estruturas químicas do nifurtimox e benznidazol

Fonte: Autor

Esse fato comprova a falta de incentivo no tratamento dessa enfermidade.

Outra evidência foi à retirada do produto benznidazol do mercado, em 2008, pela

indústria farmacêutica Roche em virtude da baixa rentabilidade. Desta maneira o

produto passou a ser produzido pelo LAFEPE (Laboratório Farmacêutico de

Pernambuco, 2013), uma instituição público-privada, sendo esse o único produtor

mundial do medicamento em questão (Governo do Estado de Pernambuco, 2013).

Em 2008, a produção do medicamento na dose infantil foi aprovada em parceira do

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35

Introdução

Cauê Benito Scarim

DNDi e o LAFEPE, que passaram a distribuí-las em 2011 (DNDi, 2008; PORTAL

BRASIL, 2011).

O mecanismo de ação do nifurtimox é baseado na formação de radicais livres,

superóxidos e peróxido de hidrogênio, os quais atuam danificando macromoléculas

como proteínas, lipídios e até mesmo DNA, por meio da ação das nitrorredutases

presentes no interior das células (MAYA et al., 2007). No entanto, sua

comercialização é restringida aos Estados Unidos, uma vez que as cepas brasileiras

passaram a desenvolver resistência ao fármaco (Coura, 2009).

Contudo, o mecanismo de ação do benznidazol é diferente do nifurtimox,

sendo este independente da formação de radicais livres. Acredita-se que sua ação

esta associada à ligação covalente das macromoléculas (proteínas, lipídios e DNA)

aos metabólitos formados da redução pelas nitrorredutase. Constatou-se a inibição

da enzima NADH-furamato redutase do T.cruzi pelo benznidazol, além de favorecer

a fagocitose e intensificar a atividade do interferon γ (IFN-γ) contra o parasito. (DÍAZ

DE TORANZO et al., 1988; MAYA et al., 2007).

Ainda que existam fármacos para o tratamento da doença, esses não atuam

na forma crônica da doença de Chagas, além de apresentarem diversos efeitos

adversos indesejáveis ao organismo, que quando graves tendem a interromper o

tratamento. Entre os efeitos adversos estão: anorexia e perda de peso, náusea e

vômitos, excitação nervosa, insônia, depressões, convulsões, vertigens, cefaléias,

sonolência, mialgias, perda de equilíbrio, desorientação, esquecimento, parestesias,

adinamias, neuropatias periféricas, gastralgia, edema de mucosa, intolerância

hepática e manifestações cutâneas (COURA; CASTRO, S., 2002, URBINA et al.,

2003; CASTRO, J.; MECCA; BARTEL, 2006). Apesar dos inconvenientes efeitos

adversos, até o momento não existem fármacos aprovados com atividade superior

ao nifurtimox e ao benznidazol (MAYA, 2010).

Estudos realizados por Raether & Hanel (2003) apontam os compostos nitro-

heterocíclicos, como agentes terapêuticos utilizados contra uma grande variedade

de protozoários e bactérias anaeróbias, patogênicas em humanos e animais. Como

o benznidazol, nifurtimox (figura 19), há furazolidona, metrozidazol, secnidazol,

ornidazol e tinidazol (figura 20), sendo todas moléculas derivados dos 5- e 2-

nitroimidazol e do 5-nitrofurano.

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 20 - Estrutura química dos compostos nitro-heterociclicos utilizados como antiprotozoários e antimicrobianos

Fonte:extraído e adaptado de Raether & Hanel (2003)

Compostos com grupo nitro (NO2) são conhecidos por apresentar maior

toxicidade. No entanto, existem muitos exemplos desse grupo na terapêutica. (Paula

et al, 2009; Bosquesi, 2009). O nitrofural ou nitrofurazona (NF) (figura 20) (5-nitro-4-

furaldeído-semicarbazona), foi o primeiro derivado nitrofurânico introduzido na

terapia, sintetizado em 1944 por Dodd e Stilman. Em 1961, Brener demonstrou que

o nitrofural era eficaz na inativação do T. cruzi em um experimento in vivo, em que o

NF foi administrado durante 53 dias (100 mg/kg/dia) em ratos infectados com T.cruzi,

observado-se a cura de 95,4% dos animais.

Outro estudo realizado em 1969, ANDRADE & BRENER mostrou que a

atividade tripanossomicida do nitrofural (figura 21) tornava o T. cruzi inativo. O

mecanismo de ação do NF se dá por meio da redução do grupamento nitro por

enzimas nitrorredutases, levando à produção de espécies reativas de oxigênio,

ocasionando estresse oxidativo que causa desequilíbrio nas defesas antioxidantes

do T.cruzi. Segundo estudos recentemente publicados, o NF age inibindo a enzima

tripanotiona redutase e a enzima cruzipaína presente no parasito (HENDERSON et

al., 1988; LA SCALEA, 2005; IGOILLO-ESTEVE et al., 2007; TROSSINI et al.,

2010).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 21 - Estrutura química do nitrofural (NF)

Fonte: Autor

Em busca de uma nova terapêutica para doença de Chagas, Chung (1996)

sintetizou uma serie de pró-farmacos recíprocos de nitrofural (NF) e primaquina,

utilizando como grupo espaçante aminoácidos e dipeptídeos, aplicando a técnica de

modificação molecular denominada de “latenciação”. Essa ferramenta transforma

quimicamente o fármaco em uma espécie inativa (pró-fármaco), que, in vivo, e

perante ação química ou enzimática, se converte na forma ativa, melhorando as

propriedades físico-quimicas, biodisponibilidade com diminuição de toxicidade.

Neste estudo identificou-se atividade do intermediário de síntese,

hidroximetilnitrofural (NFOH) (figura 22), como um potencial agente tripanomicida em

ensaios in vitro.

Figura 22 - Estrutura química do NFOH

Fonte: Autor

O mecanismo de reação do NF, K2CO3 e formaldeído em água para

obtenção do NFOH (formação a base de Mannich) esta representado a seguir

(figura 23).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 23 - Mecanismo de reação do NF em NFOH (base de Mannich)

Fonte: Extraído e adaptado de TROSSINI, 2010.

O NFOH foi identificado por ressonância magnética nuclear (RMN) de 1H e

13C, análise elementar, espectrometria no infravermelho e massas (MS): 1H RMN

(DMSO-d6) d 7.81 (s, 1H, CH), 7.77–7.75 (d, 1H, Het- H), 7.68–7.61 (t, 1H, NH),

7.22–7.20 (d, 1H, Het-H), 4.62–4.59 (d, 1H, CH2); 13C RMN (DMSO-d6) d 127.89

(C2), 112.72 (C3), 115.17 (C4), 151.36 (C5), 152.86 (C6), 154.60 (C7), 63.22 (C8);

analise elementar: 37.20% C; 3.26% H; 24.09% N; IR (KBr, ν, cm_1): 3410 (νOH),

3334 e 3162 (νNH), 2980 e 2860 (νCH), 1674 (νCO), 1522 e 1359 (νNO2); MS: m/z: 228

[M+], 210, 198, 155 (Chung et al., 2003)

Chung e colaboradores (2003) realizaram ensaios in vitro com as formas

tripomastigotas, no qual o intermediário de síntese NFOH, na concentração de 5 μM,

apresentou atividade equivalente ao NF, este com o dobro da concentração (10 μM)

(figura 24).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 24 - Efeito de 5 μM NF, 10 μM NF, 5 μM NFOH e 10 μM BZN) em porcentagem de tripomastiggotas pós-infecção das células com formas tripomastigotas de T. cruzi.

Controle positivo não expresso: 100%.

Fonte: Extraído e adaptado de Chung et al., 2003.

No mesmo estudo foi avaliada, in vitro, a atividade destes compostos

conforme atividade contra formas amastigotas (figura 25) apontando o NF e o seu

derivado (NFOH) com 97.2%, 99.6%, e 100% para 5 μM NF, 10 μM NF e 5 μM

NFOH, respectivamente, já o composto padrão (BZN 10 μM) apresentou atividade

significativamente inferior (81,1%) (CHUNG et al., 2003).

Figura 25 - Efeito de 5 μM NF, 10 μM NF, 5 μM NFOH e 10 μM BZN em porcentagem de amastigotas pós-infecção das células com formas amastigotas de T. cruzi. Controle

positivo não expresso: 100%.

Fonte: Extraído e adaptado de Chung et al., 2003.

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Esses trabalhos deram inicio a uma série de estudos do efeito do NFOH

realizado no Lapdesf, Laboratório de Pesquisa de Novos Fármacos, FCF-UNESP e

com apoio de colaboradores de nossa e de outras instituições.

Maturação de pré-RNAm em tripanossomatídeos ocorre através de um

processo chamado de trans-splicing, que envolve a excisão de íntrons e união dos

exons em duas transcrições independentes. Baseado neste processamento Barbosa

e colaboradores (2007) estudaram a capacidade de NF e NFOH para atuar no

processamento de RNAm durante as reações de trans-splicing, em um estudo in

vitro, utilizando eletroforese em gel de poliacrilamida corado com prata. Além disso,

o efeito destes compostos nas três estádios de desenvolvimento de T. cruzi foi

avaliado. Os resultados obtidos mostraram que NFOH interfere no processamento

de RNA por uma inibição parcial da reação de trans-splicing, em cepas de T.cruzi Y

e NCS. A atividade de NFOH é dependente da dose e é mais elevada do que a

atividade de NF 12,5 uM. As bandas de RNA, também foram quantificadas por

absorbância a confirmação da variação da concentração de RNA. A atividade

biológica em culturas de células demonstraram que 5 uM de NFOH foi tão eficaz

como o dobro da concentração de NF em todas as fases do parasita, afetando desta

maneira, o processamento de RNA nestes parasitas. Além disso, observou-se que

após 15 dias de tratamento, a eficácia do NFOH foi ainda maior.

O NFOH teve sua estrutura elucidada mediante cristalografia de raio-X por

Doriguetto e colaboradores (2005). Tossini et al. (2010), realizaram estudos de

modelagem molecular de estrutura cristalográfica, em que o derivado NFOH possui

sua carbonila mais suscetível ao ataque nucleofílico da Cys25 da cruzaína em

relação ao NF, desta maneira, certificou-se como possível responsável pela

formação do ânion nitro-radical., podendo assim operar na inibição de cruzaína e de

tripanotiona redutase.

A capacidade de inibição da enzima cruzaína foi testada por Trossini et al.

(2010), o qual pode ser observado inibição de 60% e 30 % para NFOH e NF

respectivamente (figura 26).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 26 - Docking do NF (A) e NFOH (B), sob a enzima cruzaína presente no T.cruzi

Fonte: Extraído de TROSSINI et al., 2010

Os mapas de potenciais eletrostáticos (MEP) de ambas as moléculas estão

expressos na figura 27, que sugere que o encaixe destas moléculas com a enzima

cruzaína pode apresentar maior afinidade de Cys-25 de cruzaína para a unidade de

carbonila do NFOH, em virtude de uma menor densidade eletrônica quando

comparada com o NF.

Figura 27 - Mapas dos potenciais eletrostáticos (MEP) do NF e NFOH.

A)

B)

C)

D)

NF NFOH

A)

B)

C)

D)

NF NFOH

Fonte: Extraído de Trossini et al., 2010.

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Os nitro-compostos (NO2) na maioria dos casos pode gerar um alto índice de

toxicidade, no entanto, existem muitos exemplos desse grupo na terapêutica,

provavelmente ligados à presença de dois grupamentos com potenciais reativos: o

grupo nitro na posição 5 e os grupos substituintes na posição 2 do anel furânico.

(Bosquesi, 2009).

O teste de mutagenicidade (teste de Ames), in vitro, foi realizado utilizando-se

Salmonella typhimurium (cepa TA98 e TA102 – figura 28 e 29, respectivamente) na

ausência e presença da fração S9 de fígado de rato. Os resultados obtidos por

GUIDO e colaboradores (2001) sugerem que a adição do grupamento hidroximetil

no NF por latenciação, formando assim o NFOH, foi responsável por diminuir a

atividade mutagênica em cerca 4 vezes, nos ensaios com e sem ativação

metabólica, em ambas linhagens testadas.

Figura 28 - Atividade mutagênica (S. typhimurium cepa TA98) do

hidroximetilnitrofural em comparação ao nitrofural em ensaios com e sem ativação metabólica (S9)

Fonte: Extraído e adaptado de GUIDO et al., 2000 (* óbito animal).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 29 - Atividade mutagênica (S. typhimurium TA102) do hidroximetilnitrofural em comparação ao nitrofural em ensaios com e sem ativação metabólica (S9)

Fonte: Extraído e adaptado de GUIDO et al., 2000.

. O teste de Ames suporta a hipótese de que o pró-fármaco possui uma

característica menos mutagênica à célula quando comparado ao seu recíproco em

ambas as cepas analisadas.

Os compostos foram analisados, in vivo (micronúcleo), utilizando o modelo de

genotoxicidade em micronúcleo, e foram avaliados quanto a capacidade de induzir

mutações cromossômicas durante a fase de divisão celular. Enquanto foram

encontrados presença de micronúcleo nos grupos BZN e NF, obteve-se ausência

total de células micronucleadas no grupo NFOH, este apresentou o perfil mutagênico

semelhante à água (figura 30) (Bosquesi, 2009).

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Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 30 - Freqüência média de reticulócitos micronucleados (MNRET) e desvio padrão para 1000 células obtidas de camundongos tratados com 50, 100, 250 e 500

mg/kg de BNZ, NF e NFOH.

Fonte: Extraído de BOSQUESI, 2009.

Além disso, o NFOH foi avaliado quanto à sua segurança em testes de

mutagenicidade e de toxicidade aguda. A mutagenicidade foi avaliada e comparada

ao nitrofural por dois ensaios, pelo teste de Ames e do micronúcleo. Em ambos, foi

demonstrado que NFOH é quatro vezes menos mutagênico que seu composto de

partida. Já no teste de toxidade aguda, o derivado foi considerado pouco tóxico,

segundo critérios da OMS, com DL50 (dose letal para 50%) superior a 2000 mg/kg

(MELO, 2006).

Testes de toxicidade aguda (14, 28 e 60 dias), realizados com camundongos

por vias oral, indicaram baixa toxicidade do derivado NFOH (DL50 > 2000 mg/kg) e

alta para NF (DL50 556,3 mg/kg). Do mesmo modo, quando comparado via

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Introdução

Cauê Benito Scarim

intraperitoneal o NFOH apresentou DL50 327 mg/kg enquanto o NF demonstrou DL50

197,2 mg/kg por esta via. Estes resultados justificam a continuidade dos testes pré-

clínicos em outras espécies animais, como ratos e cães (MELO, 2006).

Recentemente em 2014, Davies et al. avaliaram a hepatotoxicidade do NFOH

em modelos in vitro e in vivo. No ensaio in vitro foram utilizadas cultura de células

HepG2 e os fármacos testados foram NFOH e BZN nas concentrações de 5 mM, 50

mM e 100 mM, com objetivo de avaliar a quantidade gerada de espécies reativas de

oxigênio e de danos ao DNA celular. Apesar das células tratadas com BZN não

manifestarem variação na capacidade de gerar espécies reativas de oxigênio, esta

se mostrou capaz de diminuir a viabilidade celular, exibindo 33% de morte celular

quando administrado em dose de 100 mM. Já os resultados obtidos com NFOH

sugerem uma ligeira hepatotoxicidade, porem, em contraste ao BZN, o NFOH não

demonstrou citoxicidade hepática, não influenciando na viabilidade celular.

No mesmo estudo, no entanto, em análise in vivo onde foram avaliados

grupos com administração de NFOH (150 mg/kg/dia), BZN (150 mg/kg/dia) e

controle positivo durante dois períodos distintos, sendo um de curto prazo (21 dias) e

outro de longo prazo (60 dias). O objetivo deste trabalho foi avaliar os danos no

tecido hepático quanto às enzimas TGO e TGP, medida de mieloperoxidase (MPO),

atividade e estresse oxidativo, citocina antiinflamatória TNF-α e por fim análise

histopatológica. Os resultados obtidos revelaram aumento dos níveis de TGP no

grupo tratado com BZN em longo prazo, no entanto, o NFOH não apresentou

variação significativa nos níveis de TGO e TGP, tanto para curto quanto para longo

prazo de tratamento, quando comparados aos controles. O grupo BZN no tratamento

tanto a curto prazo, mais principalmente a longo prazo acarretou em uma vasta

concentração de citocina antiinflamatória TNF-α e infiltrados inflamatórios em

relação ao grupo NFOH. Por fim, pode-se concluir que o tratamento com BZN induz

a inflamação crônica e lesão hepática, diferentemente do NFOH que não apresentou

hepatotoxicidade.

Estudando o comportamento voltamétrico do NF e do NFOH por voltametria

cíclica, LA-SCALEA et al. (2005) observou redução do NF pH-dependente. Em meio

ácido este forma como principal produto o derivado hidroxilamínico, a qual envolve 4

elétrons. Em meio alcalino, a redução do NF primeiramente envolve um elétron para

formar o nitro-radical aniônico e a segunda etapa corresponde à formação da

hidroxilamina, estes com prévio tratamento do eletrodo de carbono vítreo. O NFOH

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46

Introdução

Cauê Benito Scarim

apresentou comportamento voltamétrico similar e, de forma análoga, manifestando a

mesma eletroatividade e capacidade de estabilização do nitro-radical, indicando que

a modificação molecular do NF, adição do grupo hidroximetil, não introduziu

alterações no seu comportamento voltamétrico (LA-SCALEA et al., 2009).

Os dados, in vivo, tem relação à farmacocinética do composto o qual aponta

que o NFOH atinge um Tmax de concentração plasmática em 1 hora contra 4 horas

do NF, sugerindo absorção mais rápida para o NFOH. Sendo assim, o NFOH

apresentou-se 20 x mais biodisponível em relação ao NF, em ratos, e T ½ pH

1,2=1,5 h; T ½ pH 7,4=134 h; T ½ em plasma de rato = 48 h. Já em coelhos a

biodistribuição do NFOH foi 10% maior em relação ao NF (SERAFIM, 2013;

SERAFIM, 2008).

Nogueira-Filho e colaboradores (2013), realizou ensaios farmacocinéticos pré-

clínicos em coelhos albinos, avaliando desta maneira o perfil farmacocinético quanto

a administração do NFOH oral, NF proveniente de NFOH oral, NF oral, NFOH i.v. e

NF proveniente de NFOH i.v. e por fim NF i.v. Dentre todos os resultados obtidos, o

mais satisfatório foi a biodisponibilidade oral do NF a partir do NFOH, sendo esta de

60%

Também utilizando modelo in vivo, Davies e colaboradores (2010) induziram a

infecção por T.cruzi, inoculando 103 formas tripomastigotas da cepa Taluhen, e

dividiu o trabalho em quatro grupos (n = 12), sendo estes grupos tratados com

NFOH (150 mg/kg/dia), NF(150 mg/kg/dia), BZN (60 mg/kg/dia) e um grupo controle

positivo (Veículo – 5% NaCl em tween 80). Já nos grupos dos animais não

infectados, grupos estes para avaliação da enzima TGO em relação ao uso dos

compostos, todos os grupos permaneceram com a mesma concentração, com

exceção do grupo NF que após observação de um grande numero de óbitos nos

animais infectados que recebiam 150 mg/kg/dia, a concentração diária foi reduzida

para 45 mg/kg/dia. Ambos os protocolos, com infecção e sem infecção, receberam

seis doses por semana até completarem 60 dias de tratamento. O tratamento teve

inicio após cinco dias da infecção e todos os compostos foram administrados por via

oral.

Os resultados apontam similaridade entre os grupos NFOH e BZN no

combate à parasitemia (fase aguda), visto que houve ausência de formas circulantes

de T.cruzi durante as análises parasitemicas e com exame de PCR negativos. E em

relação à taxa de mortalidade, destacou-se o grupo NFOH (16%), sendo que os

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Introdução

Cauê Benito Scarim

níveis para BZN, NF e controle positivo foram de 33%, 75% e 66% respectivamente.

As analises histopatológicas foram realizadas após 180 dias de protocolo, as quais

demonstraram grande quantidade de ninhos amastigotas no músculo esquelético e

tecido cardíaco em relação aos demais grupos.

Os resultados obtidos até o momento sugerem o NFOH como um potencial

candidato para estudos clínicos. Entretanto, outros ensaios pré-clínicos ainda devem

ser realizados no sentido de se conhecer este composto na fase crônica da doença.

A figura a seguir demonstra esquematicamente todos os principais estudos a

respeito do NFOH, realizados por nosso laboratório e colaboradores de 1996 até os

dias atuais, sem os quais não seria possível a realização deste projeto (figura 31).

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48

Introdução

Cauê Benito Scarim

Figura 31 - Ensaios realizados com o candidato a fármaco Hidroximetilnitrofural NFOH em relação ao Nitrofural (NF) e o Benznidazol (BNZ)

Síntese e caracterização

• Síntese e identificação (CHUNG,

1996);

• Mesmo comportamento

voltamétrico entre o NF e o NFOH

(LA_SCALEA et al, 2005; 2009);

• Determinação da solubilidade

(MELO, 2006);

• Estudo computacional indica:

ataque nucleofílico da Cys25 da

cruzaína a carbonila do NFOH

(TROSSINI et al., 2010);

• Otimização da síntese do NFOH (TROSSINI et al., 2010);

Toxicidade e Farmacocinética

• Teste de Ames (mutagenicidade – in

vitro): NFOH 4 vezes menos mutagênico

que o NF (GUIDO et al.. 2001);

• Ensaio in vivo de DL50 > 2000 mg/kg

do NFOH (MELO, 2006);

• Ensaio de genotoxicidade (micronúcleo

– in vivo): NFOH não é genotóxico,

resultado comparado a água

(BOSQUESI, 2009);

• 20 x mais biodisponível em relação ao

NF e T ½ pH 1,2=1,5 h; T ½ pH 7,4=134

h; T ½ em plasma de rato =48 h

(SERAFIM, 2013; 2008);

• Biodisponibilidade oral do NF a partir

do NFOH é de 60%; aumento de 10% na

biodistribuição em coelhos (NOGUEIRA-

FILHO, 2013);

•NFOH não alterou significativamente os

níveis de AST e ALT. Houve lesão

cardíaca, porem não houve grupo

controle (MACHADO, 2013);

• Leve hepatotoxicidade durante 21 dias

e normalizado quando feito 60 dias de

tratamento – não hepatotoxico (DAVIES

et al, 2014);

Atividade Biológica

•Atividade tripanomicida contra formas

amastigotas e tripomastigotas (in vitro):

mais ativo que o BZN (CHUNG et al.,

2003);

• NFOH interfere no processamento do

RNAm (BARBOSA et al., 2007;

AMBROSIO et al., 2004);

• Inibição cruzipaína: NF 30% e NFOH

60% (TROSSINI et al., 2010);

• Atividade sub crônica (in vivo) e

diminuição da mortalidade no grupo NFOH

(DAVIES et al., 2010);

Demais Estudos• Formação de pró-fármacos dendriméricos (fármacos dirigidos

dendriméricos) (GIAROLLA et al., 2012; 2013);

• Inclusão de complexo ciclodextrina aumentou a citotoxicidade(GRILLO et al, 2007; 2008).

Fonte: Autor.

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Objetivos

Cauê Benito Scarim

2. Objetivo Geral

Estudo da atividade de NFOH ensaio em fase crônica da doença de

Chagas com cepa Y de T. cruzi em camundongos BALB/c

2.1. Objetivos específicos

Padronizar ensaio in vivo para indução de fase crônica da doença de

Chagas (cepa Y de T. cruzi) em camundongos BALB/c,

Estudo do efeito de NFOH e benznidazol no ensaio em fase crônica da

doença de Chagas em modelo padronizado.

Parâmetros analisados

Parasitemia (fase aguda e imunossupressão)

Comportamento, peso médio e consumo de ração, observados

semanalmente, durante o período de infecção e tratamento.

Peso relativo dos órgãos ao final do experimento

Avaliação bioquímica das seguintes enzimas: AST, ALT, CK-MB,

GGT;

Avaliação macroscópica dos órgãos: coração, cérebro, rim,

cólon, fígado e baço;

Avaliação histopatológica dos órgãos: coração, baço, fígado e

colón, esfregaços corados com hematoxilina-eosina (HE);

Observação da condição geral do animal durante o experimento.

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Material e Métodos

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3. Material e Métodos

3.1. Reagentes

Formaldeído p.a. (Merck)

Metanol p.a. (Synth)

Acetona p.a (Synth)

Xilol (Synth)

Ácido acético (Synth)

nitrofural p.a. (Merck)

benznidazol (Sigma)

Cabonato de potássio p.a.

(Synth).

Clorofórmio p.a. (Synth)

Água destilada

Soro fisiológico (0,9% - NaCl)

dexametasona (Achē)

Goma arábica (Sigma)

Etanol 70%, 80%, 90% e absoluto.

Hematoxilina

Eosina

Parafina (Merck)

3.2. Equipamentos

Aparelho de ponto de fusão capilar modelo SMP3 da Bibby Stuart Scientific®;

Balança analítica Marte® - modelo AY 220

Balança semi-analítica Gehaka® modelo BG 200

Sonicador Unique® modelo UltraSonic Cleaner

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Material e Métodos

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3.3. Metodologia sintética para obtenção de NFOH

A preparação de NFOH seguiu conforme obtido por Chung (1996), este

demonstrado no esquema abaixo (Figura 32):

Figura 32 - Esquema de Síntese do NFOH.

Fonte: Autor.

O NFOH foi preparado à temperatura ambiente, sob agitação durante 48

horas, pela reação de 1,08 g de nitrofural com 18 ml de formaldeído em presença de

0,7g de K2CO3 e 10 ml de H2O. Após completar a reação, a suspensão foi filtrada e

em seguida foi realizado recristalização do produto a fim de obter o produto puro.

Desde modo, misturaram-se 40 mL de acetona e 120 mL de metanol

(25:75/v:v) a 80 °C, respectivamente, e adicionou-se 1,0 g de NFOH. Após total

solubilização do NFOH, esperou-se a saturação da reação para então ser resfriada

em banho de gelo. Posterior à precipitação ocasionada pelo choque, o produto foi

filtrado, obtendo dessa maneira, 65% de rendimento do produto puro. O produto foi

analisado por CCD utilizando-se como sistema solvente CHCl3:MeOH:CH3COOH

(95:5:3/v:v:v) e faixa de fusão.

3.3.1. Cromatografia em camada delgada (CCD)

Foram utilizadas placas de sílica gel G-60, com 0,25 mm de espessura, e

placas Alugram Nano-Sil G/UV 254 da Merck para o acompanhamento das reações,

com os seguintes sistemas de eluentes (v/v/v): CHCl3/MeOH/CH3COOH (95:5:3);

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Material e Métodos

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(85:10:5); (70:20:10). As placas cromatográficas foram reveladas e observadas com

iodo e/ou radiação UV.

3.3.2. Determinação da faixa de fusão

A faixa de fusão experimental do produto obtido foi determinada em aparelho

para determinação de ponto de fusão capilar modelo SMP3 da Bibby Stuart

Scientific, sem correção.

3.4. Ensaios biológicos

3.4.1. Animais utilizados

Foram utilizados camundongos machos da linhagem BALB/c isogênicos com

21 dias de idade e faixa de peso entre 18 – 21 g obtidos junto ao CEMIB

(UNICAMP), Campinas - SP. Os animais foram mantidos em condições controladas

de temperatura (23 ± 1 °C), umidade (55% ± 5%), iluminação automática (ciclo de 12/12

horas), água e ração ad libitum. O modelo experimental empregado foi aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de

Araraquara – UNESP (Protocolo CEUA/FCF/CAr nº 39/2014 e parecer 78/2015).

Os animais eram pesados semanalmente para o controle do peso, assim

como a quantidade de ração consumida durante o decorrer dos ensaios.

3.4.2. Diagramas dos protocolos experimentais

O protocolo experimental realizado esta resumido no diagrama a seguir

(figuras 33), a partir dos resultados dos ensaios de padronização do método, o qual

foi baseado nos trabalhos de DAVIES et al. (2010), RIBEIRO (2010) e PEREIRA et

al. (2008).

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Material e Métodos

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Figura 33 – Protocolo Experimental (cepa Y de T. cruzi)

Inoculo de 102

formas (cepa Y de T. cruzi)

Acompanhamento parasitêmico(MARTINEZ, 2004) semanal (Fase aguda – sete semanas)

Parasitemia negativa (Fase crônica)

Imunossupressão farmacológica (PEREIRA et al, 2008) (Dexametasona – 14 dias)

Eutanásia e Necropsia(19° semana)

Protocolo esquemático modelo animal em fase crônica da doença de Chagas1

sem

an

a

2

sem

an

a

3

sem

an

a

4

sem

an

a

5

sem

an

a

6

sem

an

a

7

sem

an

aTratamento - 60 dias (DAVIES et al, 2010) consecutivos:• Controle positivo- Soro Fisiológico (NaCl 0,9%);• NFOH (150 mg/kg/dia); • BZN (60 mg/kg/dia). •Controle negativo - Soro Fisiológico (NaCl 0,9%), sem infecção.

•Parasitemia

•Bioquímicos

•Histopatologia

Fonte: dados da dissertação.

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Material e Métodos

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3.4.3. Protocolo Experimental

3.4.3.1. Caracterização biológica da cepa utilizada

O presente ensaio foi realizado no laboratório de Parasitologia da Faculdade

de Ciências Farmacêuticas de Araraquara – UNESP, Departamento de Ciências

Biológicas, com a colaboração do Prof. Dr. João Aristeu da Rosa.

A cepa Y de T. cruzi, isolada de um caso humano, por xenodiagnostico

(SILVA & NUSSENZWEIG, 1953) tem como característica o predomínio de formas

delgadas no inicio da fase aguda, apresentando, posteriormente, as formas largas

(ANDRADE, 1974). Para a avaliação da atividade antichagásica in vivo, foi

necessário o isolamento de cepas de T. cruzi (cepas Y) bem como sua padronização

para o inóculo desejado, método adaptado de Martinez (2004).

As formas flageladas das cepas utilizadas foram isoladas do intestino

posterior dos triatomíneos e depositadas em meio de cultura axênico (LIT). Após o

isolamento, os parasitos foram inoculados via intraperitoneal em camundongos, e

mantidos por repiques sucessivos de cultura (LIT), e, no decorrer do pico

parasitêmico (fase aguda). O repique foi realizado através de punção cardíaca e

inoculação do sangue infectado via i.p. em outros camundongos jovens.

3.4.3.2. Padronização do inóculo

As contagens das formas tripomastigotas foram feitas de acordo com o

método de Brener, 1962 (BELDA NETO, 1973; ANDRADE, 1974). Com uma

micropipeta de 5 µL colheu-se o sangue do animal por meio de corte na cauda e

depositou-se em uma lâmina de vidro de 26 x 76 mm recobrindo-a com uma

lamínula de dimensões 22 x 22 mm, de modo a se obter uma camada delgada e

homogênea de sangue em toda a superfície da lamínula (MARTINS, 1999).

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Material e Métodos

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3.4.3.3. Contagem intercampos/formas tripomastigotas (BRENER,

1962)

Examinaram-se as lâminas em microscópio óptico Carl Zeiss JENA-

JENAVAL, com objetiva de 40X e ocular de 10X, contando 20 campos em cada um

dos quatro cantos da lamínula e mais 20 campos na parte central, totalizando 100

campos microscópicos analisados. Considerando que a superfície da lamínula

utilizada com a correção dos intercampos corresponde, no aumento empregado, a

cerca de 1555 campos microscópicos, basta multiplicar o número de flagelados

encontrado no exame de 100 campos pelo fator 15,55 e obtém-se o número de

formas tripomastigotas presentes em 5 µL (MARTINS, 1999).

3.4.3.4. Infecção com T.cruzi

A indução da doença iniciou-se com inoculação de 102 formas

tripomastigotas, em 0,3 ml de sangue diluído, por via intraperitoneal, com seringa de

vidro tipo tuberculina e agulha BD 10x5 (MOLINA BERRIOS, 2013; BUSTAMANTE,

2007).

3.4.3.5. Avaliação da infecção (fase aguda) – Exame de sangue

direto (RIBEIRO, 2010)

O padrão de infecção foi realizado através do acompanhamento parasitêmico

por meio de esfregaços de sangue fresco obtidos pelo corte da cauda dos

camundongos. Os esfregaços foram examinados, a partir do 3° dia pós-infecção,

uma vez por semana, até a ausência de formas tripomastigotas móveis do sangue

periférico, confirmados por três exames negativos, em dias alternados.

As fases da parasitemia foram classificadas como período pré-patente,

período patente e pico máximo de parasitemia, de acordo com ANDRADE, 1974;

FRANCISCO, 2007; RIBEIRO, 2010.

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Material e Métodos

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Período pré-patente: corresponde ao período compreendido entre a

inoculação e o primeiro dia de detecção do parasito no sangue periférico do

animal.

Período patente: período compreendido entre o primeiro dia de exame a

fresco positivo até a completa ausência de formas tripomastigostas no sangue

(fase aguda).

Pico máximo de parasitemia: correspondente à quantidade máxima de

parasitos no sangue e expresso em número de tripomastigotas sanguíneos /

5μl de sangue.

Taxa de letalidade: refere-se ao número de óbitos observados durante as

fases aguda e crônica da doença (com tratamento).

3.4.3.6. Determinação da infecção na fase crônica

A fase crônica foi considerada após três exames parasitêmicos negativos em

dias alternados.

3.4.3.7. Tratamento

O tratamento adaptado de Davies et al. (2010), teve inicio após a confirmação

de todos os animais na fase crônica da doença e foi mantido por 60 dias

consecutivos. Estabeleceram-se quatro grupos de animais para a cepa estudada,

sendo 12 o número de animais nos grupos I, II e III (n = 12) e seis animais para o

grupo IV (n = 6).

Grupo de animais infectados com a cepa Y:

Grupo I controle positivo: soro fisiológico (NaCl 0,9%);

Grupo II : 150 mg/kg/dia de NFOH (6,58x10-4g/mol);

Grupo III: 60 mg/kg/dia de BNZ (2,29x10-4 g/mol);

Grupo IV Controle negativo: soro fisiológico (NaCl 0,9%).

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3.4.3.8. Preparo dos compostos para administração no modelo

Animal

Os compostos utilizados no ensaio foram preparados diariamente, sendo

suspensos em goma arábica 5% e colocado cinco minutos no Sonicador Unique®

sem alterar a temperatura para que sejam completamente solubilizados. A

administração foi realizada por gavage (via oral).

3.4.3.9. Imunossupressão induzida farmacologicamente

Após os 60 dias de tratamento os animais foram induzidos à

imunossupressão utilizando dexametasona (5 mg/kg/dia), por via intraperitoneal,

durante 14 dias (PEREIRA, 2008).

3.4.4. Sobrevida dos animais.

Foi acompanhada diariamente durante todo o curso da infecção em todos os

grupos experimentais e determinada através da mortalidade cumulativa após fim do

protocolo. Esta foi devido a brigas territoriais, macho alfa, ou por debilitação

(doente).

A taxa de letalidade foi calculada levando-se em consideração o número de

óbitos observados durante o experimento dividido pelo número de animais vivos no

inicio do experimento.

3.4.5. Necropsia dos animais utilizados

Após eutanásia por CO2, realizou-se análise externa dos animais sacrificados,

constatando alterações relacionadas ao estado nutricional, presença de

ectoparasitas, escaras e escoriações, cicatrizes, presença de neoplasia, alterações

cadavéricas, exame da cavidade oral e situação das mucosas (oral, ocular, vaginal,

peniana e anal).

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Material e Métodos

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Em seguida, o animal foi posicionado sob decúbito dorsal com os membros

fixados por um elástico e realizou-se uma incisão mentopubiana superficial no

animal, para a retirada dos órgãos desejados, estes já descritos anteriormente.

3.5. Peso relativo (FRANCISCO, 2007)

3.5.1. Peso relativo corpóreo

Semanalmente, pesaram-se os animais, em balança analítica e o peso

relativo dos animais foi calculado, subtraindo-se o peso final do peso inicial do

animal dividido pelo peso inicial. Os resultados foram expressos em porcentagem de

ganho ou perda de peso corporal.

3.5.2. Peso relativo dos órgãos

Após a eutanásia dos animais, foi realizada a retirada dos seguintes órgãos:

coração, cérebro, fígado, rins e baço. Estes órgãos foram pesados em balança

analítica para avaliar seus respectivos pesos relativos, estes expressos em

porcentagem (peso órgãos / peso animal x 100).

3.6. Estudo histopatológico

O processamento das peças foi realizado no Laboratório de

Estomatopatologia da Faculdade de Odontologia – UNESP – Araraquara, com

colaboração do Prof. Dr. Cleverton Roberto de Andrade.

Os tecidos analisados foram: coração, cólon, fígado e baço. Os órgãos em

questão foram removidos e pesados após a eutanásia dos animais e imediatamente

acondicionados em solução de formalina a 10% tamponada por um período mínimo

de duas horas e máximo de 24 horas. Após este período, os órgãos foram

transferidos para álcool 70% até o processamento histológico.

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Material e Métodos

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3.6.1. Registro das amostras e cortes histológicos seriados

Os órgãos foram recebidos no laboratório e procedeu-se a análise

macroscópica dos mesmos, registrando comprimento, largura e altura e possíveis

lesões. Além disso, especificamente para cólon e coração, os órgãos foram

seccionados a cada 3 mm de modo a propiciar a análise completa dos mesmos.

Posteriormente, adicionaram-se em cassetes para processamento histológico

devidamente codificado para evitar identificação de grupos no momento da análise

histopatológica (avaliador cego).

3.6.2. Processo de desidratação e parafinização

O processamento histológico envolve a desidratação (concentrações

crescentes de álcool) dos órgãos com posterior substituição por xilol (crescentes

concentrações) e, por fim, parafina de inclusão. O processo todo se inicia com a

lavagem dos tecidos com a finalidade de remover resíduos de formol (12 horas em

água corrente).

3.6.3. Cortes histológicos - micrótomo

Os tecidos, devidamente emblocados em parafina, foram cortados em

micrótomo rotativo na espessura de 5 μm. Na sequência, as lâminas obtidas foram

mantidas em estufa a 60 oC por 12 horas com o objetivo de remover o excesso de

parafina. Órgãos como coração, baço e colón foram analisados como um todo por

meio de cortes seriados de 3mm de diamentro (figura 34).

Figura 34 - Representação dos cortes histopatológicos seriados (3mm).

Fonte: Autor

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Material e Métodos

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3.6.4. Colorações histopatológicas

A coloração padrão para a análise histopatológica geral dos órgãos foi a de

hematoxilina & eosina. Sendo o corante hidrofílico, o processo envolve a retirada da

parafina utilizando xilol, substituição por álcool e posterior reidratação. Na

sequência, os cortes passaram novamente pela desidratação e retorno ao xilol,

realizando-se por fim, a montagem das lâminas utilizando Permont (R) e lamínulas de

vidro.

3.6.5. Análises histopatológicas

Os tecidos foram analisados quanto à presença dos parasitos, realizadas em

objetivas de 10, 20x e 40x. A presença de ninhos de formas amastigotas

caracterizou a presença do parasito no tecido analisado.

Além disso, também analisamos a presença de resposta inflamatória,

considerando intensidade (leve (1), moderado (2) e forte (3) e tipo (agudo(1),

crônico (2) e misto (3)). Também, foi verificada a presença de áreas de necrose nos

tecidos analisados.

Além disso, parâmetros específicos da cada órgão que analisamos foram

abordados, conforme se encontra descrito abaixo:

O cólon: Foram analisadas as seguintes estruturas morfológicas:

Epitélio (atrófica, normal, ou hipertrófico/hiperplásico), Tecido

conjuntivo de submucosa (frouxo ou denso e infiltrado inflamatório,

intensidade e tipo), GALT (órgãos linfoides do trato gastrointestinal,

presença (sim ou não) e organizado ou desorganizado, além de atrofia

epitelial relacionada à região de GALT (sim ou não), Tecido

conjuntivo profundo, analisando, vasos sanguineos (estase ou

normais), camada muscular lisa (atrófica, normal,

hipertrófica/hiperplásica), presença de macrófagos e por fim a

presença de ninhos amastigotas de T. cruzi (quantidade de ninhos

amastigotas encontrados no plexo entérico).

O baço: este órgão, de extrema importância para doenças infecciosas

em estágios crônicos, principalmente quando imunossuprimidos, tende

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Material e Métodos

Cauê Benito Scarim

a ter suas estruturas modificadas, portanto, foram analisadas as

morfologias de sua cápsula (integra, parcialmente rompida ou

rompida), sua espessura (delgada, normal ou espessa) e presença de

abscesso subcapsular (sim ou não). Na polpa branca e vermelha

(reduzido, normal ou aumentada) e, especificamente para a polpa

branca, nos folículos (organizados ou desorganizados). Além disso,

verificamos a presença de granulomas, congestão, seios venosos e

presença de ninhos amastigotas.

O Fígado: responsável pelo metabolismo de muitos fármacos torna

esse órgão um importante aliado na detecção da toxicidade dos

compostos estudados, analisando a manutenção geral da estrutura do

fígado hepatócitos e sinusóides hepáticos (sim ou não), alterações

celulares nos hepatócitos (picnose, lipidose e necrose (sim ou não)),

presença de congestão em espaço porta ou veia do centro lobular

(sim ou não), quantificação e qualificação de aglomerados

inflamatórios presentes no parênquima hepático (agudo, misto e

crônico) e a presença de ninhos amastigotas.

O coração: este órgão é um dos principais alvos do parasito estudado,

sendo assim esperamos encontrar alterações nos tecidos cardíacos

causadados pelo parasitismo intracelular ou pela defesa imunológica

perante este. Para tanto foram analisados quanto a presença de

hipertrofia do músculo cardíaco (sim ou não), quantificação e

qualificação de infiltrados e aglomerados inflamatórios (agudo,

misto ou crônico e leve, moderado ou intenso), além da presença de

ninhos amastigotas e calcificações celulares.

Vale realçar que para os resultados histopatológicos encontrados, foi

empregado o teste de concordância entre analisadores, conhecido como índice

kappa (k), que estabelece um avanço em relação à taxa geral de concordância, uma

vez que determinada medida for frequentemente semelhante entre os analisadores o

índice é positivo. Quando houve discrepância entre os dados obtidos por meio de

interobservadores, foi realizada uma terceira análise, mais detalhada, para que

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62

Material e Métodos

Cauê Benito Scarim

então possa chegar a um resultado confiável (GALPARSORO & FERNÁNDEZ,

1999)

3.7. Estudos dos Parâmetros Bioquímicos

A avaliação enzimática foi realizada no Laboratório de Toxicologia da

Faculdade de Ciências Farmacêuticas - UNESP - Araraquara, com colaboração da

Profa. Dra. Rosângela Gonçalves Peccinini. As enzimas analisadas foram: aspartato

amino transferase (TGO), transaminase pirúvica (TGP), gamaglutamiltransferase

(GGT) e creatina quinase (isoforma CK-MB) (MACHADO, 2013; DAVIES et al,

2014). Todos os ensaios bioquímicos realizados são colorimétricos com exceção do

CK-MB, que é um método enzimático, ensaios estes realizados de acordo com os

padrões dos kits da Labtest.

As amostras de sangue foram devidamente identificadas de acordo com o

animal, o grupo que pertenciam e o dia de exposição, e, posteriormente, foram

submetidos à centrifugação em 2.500 rpm, durante 10 minutos, para a obtenção do

plasma para análise. O plasma foi removido com o auxílio de uma micropipeta de 50

uL e acondicionado imediatamente em freezer a -80 °C, com exceção da enzima

CK-MB a qual foi realizada análise imediatamente após centrifugação das amostras.

3.7.1. Curva de Calibração - TGO e TGP

Para que seja realizada a interpretação dos dados adquiridos por meio de

absorbâncias expressas no espectrofotômetro é indispensável a elaboração de

curvas de calibração, curvas essas, facilmente executáveis e compreensíveis, uma

vez seus valores de referências estão especificados nos manuais do kit Labtest®. A

constatação de cada valor de referência é necessária para a correta conversão da

absorbância em unidades de atividade enzimática por litro de sangue, experimento

este realizado em triplicatas, para as absorbâncias, que originaram as curvas nas

tabelas 1 e 2.

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63

Material e Métodos

Cauê Benito Scarim

Tabela 1 - Valores de absorbância, em triplicata, para confecção de curva de calibração para TGO (U/L).

Fonte: dados da pesquisa

Com as medidas de absorbância estabelecidas, e tomando os valores de

referência correspondentes, construímos a curva de calibração para a enzima TGO

(figura 35) utilizando o software OriginPro®:

Figura 35 - Curva de calibração para a enzima TGO (U/L).

Fonte: dados da pesquisa.

TGO

Valor de

referência

(U/L)

0 24 61 114 160

Abs 1 317 409 484 542 596

Abs 2 318 395 468 519 593

Abs 3 327 388 464 522 582

Média 320 397 472 527 591

Desvio

Padrão 0,005 0,010 0,010 0,012 0,006

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64

Material e Métodos

Cauê Benito Scarim

Tabela 2 - Valores de absorbância, em triplicata, para confecção de curva de calibração para TGP (U/L).

Fonte: dados da pesquisa.

Utilizando os valores de referência estabelecidos para esta enzima, e tendo

em mãos as medidas de absorbância, construirmos também a curva de calibração

para a enzima TGP (figura 36) utilizando o software OriginPro®:

Figura 36 - Curva de calibração para a enzima TGP (U/L).

Fonte: dados da pesquisa.

TGP

Valor de

referência

(U/L)

0 28 57 97 150

Abs 1 338 423 483 554 619

Abs 2 317 397 461 53 592

Abs 3 313 394 455 527 593

Média 322 404

466 537 601

Desvio

Padrão 0,013 0,015 0,014 0,014 0,015

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65

Material e Métodos

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3.8. Análises Macroscópica

Devido ao alto índice de hiperplasia das células, provocado na fase crônica da

doença de Chagas, diversos órgãos podem ter seu volume alterado, em virtude de

um diferencial na pressão sanguínea, modificando o sistema hemodinâmico ou pela

destruição do plexo mientérico no caso dos órgãos do TGI. Os órgãos em questão

são coração, colón e esôfago ou simplesmente aumentar o volume dos órgãos

secundários a esses como o baço, rins, bexiga e vesícula biliar (JELICKS &

TANOWISZ, 2011; PAIVA, 2011). Deste modo torna-se imprescindível a análise

macroscópica destes órgãos.

3.9. Análises Estatísticas

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa estatístico

GraphPad Prism 5.01 aplicando-se análise de variância com determinação do nível

de significância a 5% (p<0,05), através de comparações múltiplas pelo teste de

Tukey e Anova (Bonferroni posttests). Os resultados foram expressos como média ±

erro padrão da média (EPM).

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66

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

4. Resultados e Discussão

O NFOH foi obtido e apresentou-se como um pó amarelo-castanho com faixa

de fusão de 180-184 ºC, Rf = 0,63, sendo que o composto de partida NF apresentou

faixa de fusão de 222-231 ºC. Os espectros de absorção infravermelho e

espectrometria de RMN (1H e 13C) foram realizados por trabalhos anteriores

(CHUNG, 1996; TROSSINI, 2010). O produto obtido foi confirmado por meio da

faixa de fusão e Rf da cromatografia em camada delgada e comparados com os

valores da literatura.

Para o ensaio biológico, embora se possam usar outros animais, dá-se

preferência a camundongos jovens, com cerca de 20 dias de idade, para evitar a

resistência devido à idade (BARRETTO, 1965). O modelo animal utilizado teve

como base estudos que apontam resistência e controle sob a infecção por T. cruzi,

devido às suas características multigênicas. De acordo com Pereira et al. (2008) a

linhagem BALB/c mostra-se como o protótipo mais utilizado e consequentemente o

mais suscetível para o estudo da infecção pelo parasito T. cruzi.. Desta maneira, a

escolha deste modelo torna-se fundamental para a compreensão da patogenia

observada.

A forma tripomastigota de T. cruzi, parasita presente em diversos mamíferos,

dentre eles o homem, pode apresentar variações em sua morfologia, como

observado por Chagas, em 1909. A cepa Y, isolada por xenodiagnóstico, de um

caso humano, em 1950, por Nussenzweig (SILVA & NUSSENZWEIG, 1953) tem

como característica o predomínio de formas delgadas no inicio da fase aguda,

apresentando, posteriormente, as formas largas (ANDRADE, 1974).

O acompanhamento parasitêmico foi realizado a partir do terceiro dia de

infecção, sendo esSe executado semanalmente, até desaparecimento das formas

tripomastigotas de T.cruzi do sistema circulatório. A tabela a seguir demonstra

resumidamente o acompanhamento da parasitemia (tabela 3). O período pré-patente

foi de uma semana como já esperado segundo a literatura (ANDRADE, 1974;

RIBEIRO, 2010) e o pico parasitêmico variou entre a terceira e quinta semana pós-

infecção. Não houve óbito durante os tratamentos, apenas na fase aguda da

doença. A fase aguda permaneceu de 5 a 7 semanas, a evolução dos animais para

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67

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

a fase crônica da doença foi de 75% para todos os grupos infectados. Não houve

carga parasitêmica e nem morte no grupo controle negativo.

Tabela 3 - Resultados do acompanhamento parasitêmico e taxa de letalidade durante a fases aguda e crônica da doença (cepa Y de T.cruzi).

Grupos % de

infecção

Taxa de

letalidade

ausência

de

tratamento

(fase

aguda)

Período

pré-

patente

Pico

parasitêmico

Duração

da fase

aguda

Taxa de

letalidade

durante o

tratamento

(fase

crônica)

Controle

negativo 0 0 0 0 0 0

Controle

positivo 100% 25% 1ª semana

3ª – 5ª

semanas

5ª – 7ª

semanas

0

NFOH 100% 25% 1ª semana

3ª – 4ª

semanas

5ª – 7ª

semanas

0

BNZ 100% 25% 1ª semana

3ª – 4ª

semanas

5ª – 7ª

semanas

0

Fonte: dados da pesquisa.

A ampla variação dos níveis parasitêmicos em animais inoculados com cepas

de T. cruzi é observada por diferentes autores, tais como Barretto (1965), Belda

Neto (1973), Andrade (1975), Belda Neto et al. (1975), Schalemper Jr. et al. (1986),

Barata et al. (1988), Pinto (2000), tanto para amostras isoladas de humanos, quanto

de silvestres ou vetores.

A cepa estudada apresentou período pré-patente relativamente curto, cerca

de uma semana, sendo o mesmo observado por Pinto et al. (1986) ao estudar o

comportamento desta cepa em camundongos. O grupo controle positivo apresentou

metade dos animais (seis) com pico parasitêmico na 3° semana cinco na 4° semana

e apenas um animal na 5° semana pós infecção. (Figura 37, tabela 4) O grupo

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68

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

NFOH (Figura 38, tabela 5) apresenta cinco animais com o pico parasitêmico na 3°

semana e sete animais na 4° semana respectivamente. E por fim o grupo BZN

apontou seis animais na 3° e 4° semana pós infecção (Figura 39, tabela 6).

Figura 37 - Níveis parasitêmicos individuais (n = 12) observadas em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi – Grupo controle positivo (Fase aguda).

Grupo controle positivo - cepa Y

1° sem

ana

2° sem

ana

3° sem

ana

4° sem

ana

5° sem

ana

6° sem

ana

7° sem

ana

0

1

2

3

41

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Animal

semana pós-infecção

par

asit

os/

ml s

ang

ue

(M lo

g)

Fonte: dados da pesquisa.

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Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Tabela 4 - Número de parasitos do Grupo Controle positivo em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi.

Grupo Positivo (animal)

1° semana

2° semana

3° semana

4° semana

5° semana

6° semana

7° semana

1 0 171 1.135 2.037 7.028 0 0

2 0 202 3.638 4.058 0 - -

3 0 124 1.555 2.223 0 46 0

4 0 186 1.601 3.623 - - -

5 0 249 2.208 2.052 0 0 0

6 0 389 3.747 1.150 0 0 0

7 0 342 2.005 1.321 777 0 0

8 0 124 1.352 3.250 15 0 0

9 0 217 1.570 886 108 15 0

10 0 171 1.430 - - - -

11 0 186 1.166 1.135 171 0 0

12 0 78 1.228 1.492 155 0 0

( - ) óbito. Fonte: dados da pesquisa

Figura 38 - Níveis parasitêmicos individuais (n = 12) observadas em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi – Grupo NFOH (Fase aguda)

Fase aguda - NFOH

1° sem

ana

2° sem

ana

3° sem

ana

4° sem

ana

5° sem

ana

6° sem

ana

7° sem

ana

0

1

2

3

4 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

semana pós-infecção

Animal

para

sit

os/m

l san

gu

e (

M lo

g)

Fonte: dados da pesquisa

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Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Tabela 5 - - Número de parasitos do Grupo NFOH em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi.

Grupo NFOH

(animal)

1° semana

2° semana

3° semana

4° Semana

5° semana

6° semana

7° semana

1 0 109 3.747 1.679 108 0 0

2 0 186 1.415 3.545 15 31 0

3 0 248 3.265 1.197 15 0 0

4 0 217 1.632 1.150 0 0 0

5 0 78 1.135 1.586 590 0 0

6 62 93 4.618 - - - -

7 0 124 824 373 31 0 0

8 0 109 1.181 2.534 31 0 0

9 0 78 2.161 4.680 0 0 0

10 0 62 2.876 3.327 0 - -

11 31 78 1.057 6.997 - - -

12 0 93 1.135 2.814 0 0 0

( - ) óbito. Fonte: dados da pesquisa

Figura 39 - Níveis parasitêmicos individuais (n = 12) observadas em camundongos BALB/c

inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi – Grupo BZN (Fase aguda).

Fase aguda - BZN

1° s

eman

a

2° s

eman

a

3° s

eman

a

4° s

eman

a

5° s

eman

a

6° s

eman

a

7° s

eman

a

0

1

2

3

41

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Animal

semana pós-infecção

para

sit

os/m

l san

gu

e (

M lo

g)

Fonte: dados da pesquisa.

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Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Tabela 6 - Número de parasitos do Grupo BZN em camundongos BALB/c inoculados com [102 formas] da cepa Y de T. cruzi.

Grupo BZN

(animal)

1° semana

2° semana

3° semana

4° semana

5° semana

6° semana

7° semana

1 0 155 1.477 668 575 0 0

2 0 217 917 513 31 15 0

3 0 186 1.104 1.772 1.057 0 0

4 0 140 2.379 1.399 48 0 0

5 0 326 5.909 3.980 - - -

6 0 171 2.037 4.773 - - -

7 0 93 995 1.959 0 0 0

8 15 124 1.290 1.275 699 0 0

9 0 109 1.415 4.618 140 0 0

10 15 311 1.275 - - - -

11 0 62 1.057 3.234 0 0 0

12 0 93 840 964 217 0 0

( - ) óbito. Fonte: dados da pesquisa

A imunossupressão altera o desenvolvimento natural da enfermidade,

predeterminando o desenvolvimento ou reativação de infecções oportunistas, com

especial a doença de Chagas (COSTA, 2000). Neste caso, ocorre a reativação da

doença com o aumento da parasitemia, a qual pode ser detectada por exame

parasitológico de sangue direto (parasitemia), mesmo sem a demonstrar sinais

clínicos (SATORI, 1995). Assim, o presente protocolo experimental, buscou incluir

fase de imunossupressão para a garantia de uma fase crônica da doença, após

negativação da parasitemia.

Perante tal proposta de ensaio, foi observada a presença de formas

tripomastigotas móveis no sangue periférico de cinco animais do grupo controle

positivo após a imunossupressão, sendo encontrado parasito em dois animais, na

17° semana do protocolo e em três animais na 18° semana do mesmo, isto é 7 e 14

dias após a imunossupressão. Não foram encontradas formas tripomastigotas após

imunossupressão nos grupos tratados com NFOH e BZN (figura 40), o que significa

ação dos compostos sob a fase crônica da doença de Chagas.

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Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 40 - Acompanhamento parasitêmico durante fase aguda, fase crônica (tratamento 60 dias) e imunossupressão (Balb/c - cepa Y de T. cruzi).

Fonte: dados da pesquisa.

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73

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Durante a fase aguda da doença, sem tratamento, houve três mortes em cada

um dos três grupos (controle positivo, NFOH e BZN). Durante os dias de tratamento

(fase crônica) não foram registrados óbitos em qualquer grupo analisado. Já em

estudos realizados por Davies e colaboradores (2010) utilizando as mesmas

concentrações, apontam taxa de letalidade de 66% no controle positivo, 33% no

grupo tratado com BZN e 16% com NFOH e 75% com NF. No penúltimo dia (131°

dia pós-infecção), isto é, 13° dia de imunossupressão houve óbito de um

camundongo do grupo NFOH e outro do grupo BZN. Estas mortes estão descritas

como esperadas, segundo a literatura, que relata de 6 – 25% de óbitos durante a

imunossupressão (ANDRADE et al., 1997).

Ao final de 19 semanas de acompanhamento dos animais do grupo controle

positivo, verifica-se redução de motilidade (movimentos de andar e levantar para se

alimentar), perda de peso, piloereção e sugerindo debilidade física geral do animal.

Este efeito deve-se provavelmente, à redução do consumo de alimentos, os quais

foram ocasionados pela reativação da doença por imunossupressão. Os animais do

grupo controle negativo não sofreram óbitos e passaram a perder peso apenas no

período de imunossupressão induzida farmacologicamente.

Antes da infecção todos os animais apresentaram peso corporal similar (19 –

22 g). A tabela 7 apresenta a média dos pesos dos animais e do consumo de ração

verificadas semanalmente durante todo o protocolo.]

A avaliação feita neste ensaio demonstra diferença estatística, na primeira

semana, entre o grupo controle negativo (branco) e o grupo BZN, sendo o primeiro

grupo com maior média de peso e consumo de ração. Entretanto não houve

diferença estatística durante a 2°- 3° semana nos grupos analisados.

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Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Tabela 7 - Avaliação da média do peso corporal (g) ± desvio padrão, ração (g) dos grupos avaliados durante a fase aguda, sem tratamento (1°

- 7° semana), ao longo da fase crônica, com tratamento (8° - 16° semana), e imunossupressão (17° - 19° semana).

Fonte: dados da pesquisa.

Semanas

Controle Negativo

(Média ± Desvio

Padrão)

Sem infecção

Ração

(Média)

Controle Positivo

(Média ± Desvio

Padrão)

Com infecção

Ração

(Média)

NFOH (Média ±

Desvio Padrão)

Ração

(Média)

BNZ (Média ±

Desvio Padrão)

Ração

(Média)

1 22,2 ± 2,19 34,36 20,75 ± 1,25 20,25 21,20 ± 1,87 19,83 19,47 ± 1,53 22,25

2 24,8 ± 2,31 33,27 25,91 ± 1,89 17,5 26,11 ± 2,13 19,91 24,72 ± 1,71 19,75

3 26 ± 2,85 34,09 23,83 ± 2,49 15,66 24,2 ± 2,84 18,36 23,2 ± 2,32 15

4 27,3 ± 3,06 32,63 22,2 ± 3.02 17,27 22,1 ± 3,76 15,91 21,76 ± 2,75 21,9

5 28,6 v 3,03 31,72 22,26 ± 4,3 22,4 20,89 ± 3,97 34,2 21,91 ± 2,58 33,77

6 29,2 ± 2,96 32,54 23,54 ± 5,03 26,2 22,69 ± 4,3 32,3 24,12 ± 2,26 36

7 29,6 ± 2,65 35 24,51 ± 2,72 23,44 24,01 ± 3,01 32,11 24,65 ± 1,77 33,11

8 30,2 ± 2,9 30,81 26,17 ± 2,65 27,77 26,37 ± 3,06 39,66 26,2 ± 2,2 41,66

9 30,2± 2,87 32,36 26,68 ± 2,37 32,77 26,61 ± 2,66 33,22 26,67 ± 1,69 34,22

10 30,1 ± 2,96 31,36 27,3 ± 1,99 26,66 27,06 ± 2,65 29,77 26,67 ± 2,18 28,11

11 30 ± 2,63 32,9 26,81 ± 1,97 20,77 27,33 ± 2,25 25,33 26,13 ± 1,95 17,77

12 30,7 ± 3,06 36,45 27,96 ± 1,8 24,44 28,54 ± 2,34 24 26,73 ± 2.88 25,55

13 31,3 ± 2,58 37,72 28,22 ± 1,33 34,66 29,01 ± 2,17 36 27,86 ± 2,11 28,77

14 32,1 ± 2,65 37,1 28,97 ± 1,61 33,22 30,2 ± 2,06 36,44 28, 24 ± 1,81 37,11

15 30,75 ± 2,18 36,5 28,65 ± 1,43 32,44 30,36 ± 2,28 34,44 27,83 ± 1,55 34,22

16 33,93 ± 2,03 29 29,12 ± 1,75 25,11 30,18 ± 2,29 36,11 28,33 ± 1,55 36

17 34,38 ± 2,06 34,3 26,4 ± 1,69 31,33 27,4 ± 1,87 31,77 26,3 ± 1,42 28

18 31,18 ± 2,32 28,6 25,3 ± 1,55 16,77 26 ± 1,67 27,33 25,5 ± 1,38 20,44

19 31,25 ± 1,72 * 25,5 ± 1,56 - 26,2 ± 1,9 - 24,5 ± 1,41 -

Imunossupressão

-

Pós-Tratamento

Fase Crônica -

Com Tratamento

Fase Aguda -

Sem Tratamento

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75

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Ao longo de oito semanas consecutivas (4-11° semana) foi constatado

diferença estatísticamente significante entre o grupo controle negativo e os demais

grupos, assim como na 13° semana. Muito provavelmente, devido aos níveis de

parasitos no sangue os quais em humanos, podem ou não causar sintomas como

febre, náuseas e vomito, perda de peso e de apetite. (BAHIA et al., 2014; TIMM et

al., 2014).

Na 12° semana, quinta semana de tratamento, o grupo NFOH demonstrou

tendência a equalizar seus resultados com o grupo controle negativo, a qual se

mostrou mais evidente, ao final do experimento, com o surgimento de diferença

estatisticamente significante entre os grupos NFOH e BZN, em relação ao peso e ao

consumo de ração, sendo constatada uma maior média no peso dos animais do

grupo NFOH em relação ao grupo BZN, assim como o consumo de ração, sugerindo

que maior recuperação do estado físico dos animais tratados com NFOH.

O peso relativo representa a porcentagem da diferença de peso inicial e final.

Neste contexto, não houve diferença estatística entre os grupos NFOH, BZN,

controle negativo e positivo, (figura 41). Porém, apesar da semelhança nos pesos

relativos entre os grupos, observou-se macroscopicamente que os órgãos dos

animais do grupo NFOH aparentavam-se mais saudáveis (ausência de manchas e

deformações) em relação aos demais grupos.

Figura 41 - Média e desvio padrão do peso relativo corporal dos camundongos BALB/c infectados com 102 formas tripomastigotas sanguíneas da cepa Y do T cruzi

e tratados com NFOH e BZN.

Contr

ole p

ositiv

o

contr

ole n

egat

ivo

NFO

HBZN

0

10

20

30

40

Peso relativo

Po

rcenta

gem

Fonte: dados da pesquisa.

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76

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Os animais tratados com BZN apresentaram uma piloereção mais acentuada

em relação aos demais grupos (inclusive em relação ao grupo controle positivo)

assim como letargia, contrações abdominais, desorientações do SNC e aparências

físicas gerais debilitadas, características essas expressas, também, em alguns

animais do grupo controle positivo e ausentes no grupo tratado com NFOH e

controle negativo. Estes dados corroboram com Castro & Diaz (1988) que

observaram efeitos adversos do BZN durante tratamento clínico em pacientes na

fase aguda e crônica da Doença de Chagas, tais como anorexia e perda de peso

corpóreo, náuseas e vômitos, excitação nervosa, insônia, depressão psique,

convulsões, vertigem, dor de cabeça, sonolência, mialgias, artralgias, perda de

equilíbrio, desorientação, esquecimento, parestesias, adinamia, neuropatias

periféricas, gastralgia, edema da mucosa, manifestações cutâneas e intolerância ao

álcool.

A seguir estão apresentados os resultados dos pesos relativos as análises

macroscópicas e histopatológicas de cada órgão estudado,

BAÇO:

O baço possui papel importante na resposta imune e remoção do T. cruzi,

sendo ao mesmo tempo alvo e componente ativo de resistência à infecção pelo T.

cruzi, maior e mais complexo órgão linfoide secundário do organismo em mamíferos,

(OLIVIERI et al., 2002; REECE, 2006). A figura 42 mostra os pesos relativos do

baço após o tratamento com NFOH e BZN.

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77

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 42 - Média e desvio padrão do peso relativo do baço (cepa Y de T.cruzi).

Peso relativo - Baço

contr

ole p

ositiv

o

contr

ole n

egat

ivo

NFO

HBZN

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0a/b

aa

Po

rcenta

gem

(a) = estatisticamente diferente controle negativo; (b) estatisticamente diferente dos grupos NFOH e.BZN.

Fonte: dados da pesquisa.

Segundo a literatura, a infecção por T.cruzi, na fase crônica da doença,

ocasiona um aumento no volume do baço, devido à resposta imunológica crônica

durante tal enfermidade (ANDRADE et al., 2003; PEREIRA et al., 2002; PEREIRA et

al., 1999), o que explica o aumento no baço dos animais controle positivo.

O grupo controle negativo apresenta uma média do peso relativo do baço

significativamente inferior em relação aos grupos controle positivo, NFOH e BZN.

Estes resultados são esperados para o controle negativo, tendo em vista que os

mesmos não foram infectados (FRANCISCO, 2007, PEREIRA, et al., JELICKS &

TANOWITZ , 2011).

O peso relativo dos baços nos grupos NFOH e BZN demonstrou-se menor

quando comparados com o controle positivo, entretanto, foi possível observar

diferença estatisticamente significativa apenas entre o grupo controle positivo e o

grupo NFOH, o qual apresenta a menor média relativa dos pesos dos baços entre os

grupos controle positivo e BZN.

O peso relativo do baço variou de 0,405 a 0,854% no grupo controle positivo,

0,253 a 0,348% no grupo controle negativo, sendo esta variação de 0,408 a 0,602%

e 0,469 a 0,655% para os grupos NFOH e BZN, respectivamente.

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78

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

A figura a seguir mostra esplenomegalia nos grupos controle positivo e BZN

quando comparados ao grupo NFOH e controle negativo, observadas durante a

análise macroscópica, sendo a ordem dos grupos em relação ao tamanho do baço:

controle positivo > BZN > NFOH > controle negativo (figura 43).

Figura 43 - Analise macroscópica dos baços analisados (cepa Y de T.cruzi)..

(A) = grupo controle positivo; (B) = NFOH; (C) = BZN; (D) = grupo controle negativo; Fonte: dados da pesquisa.

As análises histopatológicas dos baços também mostraram resultados

promissores (figura 44):

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79

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 44 - Análise histopatológica do baço dos animais infectados com a cepa Y de T.cruzi e submetidos ao tratamento com NFOH e BZN, coloração hematoxilina/eosina.

Análises histológicas - baço (cepa Y de T. cruzi)

Cápsula

Espessa/Norm

al/Delg

ada

Polpa B

ranca

Polpa V

ermelh

a

Zona marg

inal

Org

anização d

os folíc

ulos

0

1

2

3

4Controle Positivo - cepa Y

NFOH

BZN

Controle negativo

* * *

* * *

*

* *

*

*

**

* *

*

** **

** **

****

** ******

*C

odifi

caçã

o p

ara

aná

lise

est

atís

tica

(*) = estatisticamente diferente do grupo controle negativo; (**) = estatisticamente diferente do controle positivo; (***) = estatisticamente diferente do grupo NFOH. Codificação para análise histopatológica = anexo 5.

Fonte: dados da pesquisa.

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80

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

A cápsula fibroso-elástica não demonstrou diferença entre os grupos

infectados, apresentando-se integra e hipertrófica com pouca ou nenhuma presença

de abscessos subcapsulares.

Este tecido esplênico é dividido em polpa branca e polpa vermelha. A polpa

vermelha é formada por cordões esplênicos, cujo sua função é a destruição de

hemácias defeituosas ou velhas (120 dias) (JUNQUEIRA, 2004; MCGAVIN &

ZACHARY, 2012; GUYTON & HALL, 2006). A polpa branca formada por tecido

linfoide, onde os linfócitos são produzidos e armazenados (MEBIUS & KRAAL,

2005).

Na região da polpa branca, verificou-se que o grupo controle positivo

apresentou polpa reduzida, a qual foi estatisticamente diferente dos grupos NFOH e

BZN, que demonstraram polpa branca aumentada em relação aos controles

negativo e positivo. Este resultado foi corroborado pela análise da polpa vermelha,

que apresentou resultados espelhados, manifestando aumento na região da polpa

vermelha no grupo controle positivo e reduzida nos grupos NFOH e BZN.

Na análise de folículos linfoides, observou-se organização em ordem

crescente para os grupos: Controle positivo < BZN < NFOH = Controle negativo

O grupo controle positivo, todos os animais apresentaram-se com folículos

desorganizados, BZN, 50% desorganizado e 50% organizados, comparados com os

NFOH e controle negativo, todos os animais com folículos organizados.

Não foi observado a presença de granulomas, congestão vascular, presença

de ninhos amastigotas ou alterações em trabéculas de tecidos conjuntivo durante a

análise no tecido esplênico (fibras elásticas + vasos linfáticos + vasos sanguíneos +

nervos). A seguir as imagens da análise histopatológica com aumento de 10X (figura

45).

Figura 45 – Imagens da análise histopatológica do baço dos grupos controle positivo, NFOH, BZN e controle negativo (cepa Y de T.cruzi).

(A) = grupo controle positivo com desorganização dos folículos e aumento da polpa vermelha (10X); (B) = grupo NFOH com folículos organizados e diminuição da polpa vermelha (10X); (C) = grupo BZN

com folículos meramente organizados e diminuição da polpa vermelha (10X); (D) = grupo controle negativo com polpas normais e folículos organizados (10X).

Fonte: dados da pesquisa.

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81

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

CORAÇÃO

A análise histopatológica do tecido cardíaco é de extrema importância para

este trabalho, pois o coração é um dos órgãos mais atingidos por T.cruzi,

principalmente a cepa Y. Brener e colaboradores (2000) observaram acentuadas

lesões inflamatórias, tanto na fase aguda como crônica, variando de grau leve,

moderado e intenso, e parasitismo cardíaco.

Conforme descrito por Dickerson et al. (2014), Tassi et al. (2014), Marin-

Neto et al. (2006) e Anderson et al. (2003) a fibrose miocárdica é diretamente

proporcional às disfunções ventriculares, consequentemente, aumenta as arritmias

cardíacas, os quais podem levar ao aumento do volume tecidual. Os resultados

observados para o peso médio relativo do coração não foi estatisticamente

diferente para todos os grupos apesar do grupo controle positivo possuir a maior

variação (figura 46).

Figura 46 - Média e desvio padrão do peso relativo do coração (cepa Y de T. cruzi).

Peso Relativo - Coração

Con

trole p

ositivo

cont

role n

egat

ivo

NFO

HBZN

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

Po

rcenta

gem

Fonte: dados da pesquisa.

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82

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Entretanto, todos os grupos infectados apresentaram hipertrofia na

musculatura cardíaca quando comparadas ao grupo controle negativo, que não

possui infecção e suas células musculares do coração apresentam-se normais. Na

análise de infiltrados inflamatórios, todos os grupos infectados expressaram-se de

maneira crônica e leve (tipo/intensidade), sendo estatisticamente significante em

relação ao grupo controle negativo, o qual não possui infiltrado inflamatório (figura

47).

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83

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 47 - Análise histopatológica do coração dos animais infectados com a cepa Y de T.cruzi e submetidos ao tratamento com NFOH e BZN, coloração hematoxilina/eosina.

Análises histológicas - coração (cepa Y de T. cruzi)

Hipertr

ofia

Infla

mação ti

po

Infla

mação in

tensid

ade

Aglom

erados/in

filtra

do difu

so

Infil

trado in

flam

atório

no p

ericard

io

Presença d

e am

astigota

s

Calcifi

cação

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5controle positivo

NFOH

BZN

controle negativo

* * *

* * * * * * ** *

* **

** **

******

***

Cod

ifica

ção

para

aná

lise

esta

tístic

a

(*) = estatisticamente diferente do grupo controle negativo; (**) = estatisticamente diferente dos grupos NFOH; (***) = estatisticamente diferente do grupo controle positivo. Codificação para análise histopatológica= anexo 5.

Fonte: dados da pesquisa...

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84

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Na pericardite crônica constritiva, observa-se a presença de calcificação

pericárdica, diagnosticada por eletrocardiograma ou por estudo histopatológico

(BUYSSCHAERT et al, 2012). Neste experimento, foi observada a presença de

calcificação distrófica, pós-necrose, muito semelhante ao quadro de pericardite

crônica constritiva. Foram encontrados em 4/9 animais do grupos controle positivo,

2/8 animais do grupo NFOH e 1/8 animais do grupo BZN sendo ausente no grupo

controle negativo. Estes resultados sugerem que os danos cardíacos causados pelo

parasito pode ter sido agravado durante a fase crônica da doença, o qual não

ocorreu nos grupos tratados com NFOH e BZN, sendo estes estatisticamente

significantes quando comparado ao grupo controle positivo.

Já as presenças de ninhos amastigotas foram encontrados em 5/9 animais

dos grupos controle positivo, 4/8 animais do grupo BZN, apenas 1/8 animais do

grupo NFOH e ausente no grupo controle negativo. Ressalta-se que nos grupos

controle positivo e BZN foram encontrados mais de um nicho de amastigotas

enquanto que no grupo NFOH foi encontrado apenas 1 amastigota (não observado a

presença de nichos) na região próximo à calcificação distrófica. A figura 48 mostra

as fotografias dos corações.

Figura 48 – Imagens da análise histopatológica do coração dos grupos controle positivo, NFOH, BZN. e controle negativo (cepa Y de T.cruzi).

(A) = grupo controle positivo com presença de ninhos amastigotas (seta) e células cardíacas hipertróficas; (B) = grupo NFOH com ausência de ninhos amastigotas e células cardíacas

hipertróficas; (C) = grupo BZN células cardíacas hipertróficas (D) = grupo NFOH com ausência de ninhos amastigotas e células cardíacas saudáveis.

Fonte: dados da pesquisa.

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85

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

COLÓN

O peso relativo dos cólons não foi considerado, tendo em vista a variação

entre os animais devido à presença de fezes, o qual interefere nos resultados finais.

Porém, durante protocolo experimental foi realizado o acompanhamento de todos

animais, observando-se macroscopicamente a presença de inflamação e inchaço na

região anal , como observado por OLIVEIRA, et al., 2008, por destruição do plexo

mioentérico intestinal.

Durante o processo de infecção, dois animais apresentaram esta alteração

(figura 49). Um animal, sem tratamento, foi à óbito enquanto o outro animal recebeu

tratamento com NFOH. Este animal não veio a óbito durante toda a fase

experimental, sendo possível observar melhora e cura da região do plexo. O mais

interessante deste resultado foi a observação histopatológica, o qual mostrou a

presença de nichos amastigotas ao longo do plexo mesentérico tanto do grupo

controle positivo quanto do BZN, mas não para o grupo NFOH.

Figura 49 - Acompanhamento macroscópico, que sugere alteração no trato gastrointestinal seguido de tratamento da área inflamada após tratamento com

NFOH (imagens do mesmo animal).

Fonte: dados da pesquisa.

A figura a seguir mostra os resultados da análise histopatológica dos cólons

analisados (figura 50).

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86

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 50 - Análise histopatológica do colón dos animais infectados com a cepa Y de T.cruzi e submetidos ao tratamento com

NFOH e BZN, coloração hematoxilina/eosina..

Análises histológicas - colon (cepa Y de T. cruzi)

Mucosa

Submucosa - infilt

rado infla

m.

Submucosa - conjuntiv

açãoGALT

Camada muscular li

sa

Quantidade de ninhos amastig

otas0

1

2

3

4 Controle positivo

NFOH

BZN

Controle negativo

*

**

Codi

ficaç

ão p

ara

análi

se e

statís

tica

(*) = estatisticamente diferente do controle negativo; (**) = estatisticamente diferente dos grupos NFOH, BZN e controle negativo. Codificação para análise histopatológica= anexo 5.

Fonte: dados da pesquisa.

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87

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Os resultados demonstraram não haver diferença na análise do tecido

conjuntivo submucoso, que se apresentou como de característica frouxa (normal)

em todos os grupos. Na análise do infiltrado inflamatório submucoso, observou-se

características misto e leve em todos os grupos, embora o controle positivo tenha

apresentado ligeira maior intensidade, em consonância com a literatura (PAIVA et

al., 2014).

A análise do GALT, tecido linfoide associado ao intestino, os grupos BZN e

controle positivo demonstraram desorganização dessa estrutura em graus variáveis

e superior aos grupos NFOH e controle negativo, mas sem diferença estatística. Em

apenas um animal, observamos atrofia epitelial associada à região de GALT (G3.1,

BZN), mas também sem diferença estatística. Na túnica serosa, o conjuntivo

apresentou-se descolado em todos os grupos analisados. Na mesma região,

analisamos os vasos que se demonstraram, em sua maioria, sem estase,

novamente sem diferença estatística entre os grupos.

A musculatura lisa mostrou hipertrófica em todos os grupos infectados em

praticamente todos os animais, e normal nos animais do grupo controle negativo.

Por fim, analisando a presença de macrófagos, todos os animais apresentaram

macrófagos na região de túnica serosa.

Por outro lado, foi observado diferença estatisticamente significativa quanto à

presença de atrofia/hipertrofia do epitélio da mucosa. Verificou-se que NFOH

apresentou epitélio com mais hipertrofia quando comparado com o grupo controle

negativo (mucosa normal). Os grupos controle positivo e BZN apresentaram mucosa

mais atrófica em relação aos demais grupos (figura 51). Segundo dados obtido por

Silveira et al. (2007), Nascimento et al. (2010) e Fonseca et al. (2014) detectaram

atrofia e metaplasia na mucosa intestinal de animais e pacientes cronicamente

infectados pela doença de Chagas, e com evolução clinica gastrointestinal

(megacolon). Do mesmo modo, Barbosa et al. (1993) relatou atrofia na mucosa de

47% dos pacientes com manifestação digestiva da doença, assim como 15% nos

estudos realizados por Fonseca et al. (2014). Em contraste, porém na fase

indeterminada da doença, Oliveira e colaboradores (1997) não encontraram atrofia e

metaplasia intestinal em pacientes chagásicos.

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88

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 51 – Imagens da análise histopatológica do colón dos grupos controle positivo, NFOH, BZN e controle negativo (cepa Y de T.cruzi).

(A) = grupo controle positivo (5X), atrofia da mucosa e ninhos amastigotas (seta); (B) = grupo controle positivo (40X), atrofia da mucosa e ninhos amastigotas (seta); (C) = grupo NFOH, hipertrofia da

mucosa (5X); (D) = grupo NFOH, hipertrofia mucoso (10X); (E) = grupo BZN, atrofia mucosa (10X); (F) = grupo BZN, atrofia mucosa (40X); (G) = grupo controle negativo com mucosa normal (5X); (H) =

grupo controle negativo com estruturas normais (10X); Fonte: dados da pesquisa.

Ao analisar a presença de carga parasitária no tecido (colón) observou-se

que apenas o grupo controle positivo apresentou ninhos de amastigotas, sendo

ausentes nos demais grupos analisados.

FÍGADO

Houve diferença estatística significativa quando comparamos a média do

peso relativo do fígado dos grupos BZN e controle negativo aos demais grupos

analisados, sendo estes os grupos com as menores médias em relação ao peso

relativo do fígado (figura 52). Do mesmo modo Francisco (2007) também observou

diminuição no peso relativo do fígado de animais tratados com BZN (100

mg/kg/dia) durante 21 dias quando comparados com o grupo controle positivo. No

entanto, todos os pesos relativos dos fígados analisados estão acima do esperado

pela literatura, sendo estes maiores que 4,096% ± 0,296 respectivamente, dados

estes do grupo controle negativo, sem imunossupressão, obtido por Rui et al.

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89

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

(2011), resultados que diferem do controle negativo, o qual foi submetido à

imunossupressão.

Figura 52 - Média e desvio padrão do peso relativo do fígado (cepa Y de T.cruzi).

Peso relativo - fígado

Con

trole p

ositivo

cont

role n

egat

ivo

NFO

HBZN

4.5

5.0

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

a

a

Po

rcenta

gem

Fonte: dados da pesquisa.

As análises histopatológicas dos fígados encontram-se na figura 53, os quais

constataram manutenção da estrutura geral e a presença de sinusóides hepáticos

em todos os grupos. Os hepatócitos também se apresentaram normais, mas em

algumas regiões isoladas, verificou-se picnose (diminuição do núcleo), em todos os

grupos.

Observou-se em todos os grupos analisados, uma ligeira presença de

infiltrado inflamatório agudo, com diferença estatística significativa na presença de

infiltrado inflamatório crônico, em que o grupo controle positivo exibiu maiores

números de infiltrados crônicos quando comparado aos demais grupos. Do mesmo

modo, a presença de infiltrado inflamatório misto também foi observada em maior

frequência nos grupos controle positivo e NFOH, sendo ausente no controle negativo

(figura 53)

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90

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 53 - Análise histopatológica do fígado dos animais infectados com a cepa Y de T.cruzi e submetidos ao tratamento com NFOH e BZN, coloração hematoxilina/eosina.

Análises histológicas - fígado (cepa Y de T.cruzi)

Picnose

Lipid

ose

Infilt

rado

s Agu

dos

Infilt

rado

s Crô

nicos

Infilt

rado

s M

istos

Prese

nça d

e nin

hos am

astig

otas

0

2

4

6

Controle positivo - cepa Y

NFOH

BZN

Controle negativo

*

** **

******

Cod

ifica

ção

para

aná

lise

esta

tístic

a

(*) = estatisticamente diferente dos grupos NFOH, BZN e controle negativo; (**) = estatisticamente diferente dos Grupos BZN e controle negativo; (***) = estatisticamente diferente dos grupos NFOH e controle negativo. Codificação para análise histopatológica= anexo 5.

Fonte: dados da pesquisa..

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91

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Merece realçar que a concentração em mg/mmol de NFOH administrada

diariamente neste protocolo foi cerca de três vezes maior em relação ao BZN, como

descrito anteriormente em nosso protocolo (Davies et al., 2010). O BZN, quando

administrado, sob as mesmas concentrações do NFOH (150 mg/kg/dia), tanto para

21 dias quanto para 60 dias de tratamento, demonstrou-se mais agressivo ao tecido

hepático e o NFOH apresentou ligeiro acúmulo de gordura no fígado, quando

comparado com o BZN (DAVIES et al., 2014), confrontando com os resultados

obtidos neste trabalho em que os hepatócitos demonstraram acúmulos de gordura

em células esporádicas e não foram observadas áreas de necrose. Em todos os

grupos verificou-se congestão na região de espaço porta e veia centrolobular.

Para a presença de ninhos de amastigotas, verificou-se a presença nos

grupos controle positivo e BZN, o que não foi evidenciado nos grupos NFOH e

controle negativo. Entretanto, este resultado não se demonstrou estatisticamente

significante, embora apresente importância clínica. A figura 54 mostra as fotografias

das análises histopatológicas obtidas nos fígados

Figura 54 – Imagens da análise histopatológica do fígado dos grupos controle positivo, NFOH, BZN e controle negativo (cepa Y de T.cruzi).

.

(A) = grupo controle positivo com presença de infiltrado inflamatório crônico (40X).; (B) = grupo controle positivo com áreas de necrose (40X).; (C) grupo NFOH com infiltrado inflamatório misto

(40X).; (D) = grupo NFOH com área normal (40X).; (E) = grupo BZN com área normal (40X); (F) = grupo BZN com área normal(40X); (G) = grupo controle negativo, hepatócitos normais (10X); (H) =

grupo controle negativo sem presença de infiltrados inflamatórios. Fonte: dados da pesquisa.

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92

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Para os seguintes órgãos: rins, e cérebro, foram analisados apenas os pesos

relativos e para a vesícula biliar análise macroscópico, sendo apresentados a seguir:

RINS

Na figura 55, encontram-se as médias dos pesos relativos dos rins. Os

resultados demonstram que o grupo tratado com NFOH é semelhante ao controle

negativo os quais são estatisticamente significativos quando comparado aos grupos

controle positivo e BZN, ou seja, possui um menor peso relativo de seus rins em

relação aos demais grupos. De acordo com a literatura (JELICKS & TANOWITZ,

2011), espera-se um aumento do volume renal de animais infectados cronicamente

com T.cruzi,

Figura 55 - Média e desvio padrão do peso relativo dos rins (cepa Y de T.cruzi).

Peso relativo - Rins

Con

trole p

ositivo

cont

role n

egat

ivo

NFO

HBZN

1.6

1.8

2.0

2.2

2.4

2.6

2.8

a/ba/b

a/b

Po

rcenta

gem

(a) = estatisticamente diferente do grupo controle negativo; (b) = estatisticamente diferente do grupo NFOH. Fonte: dados da pesquisa.

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93

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

CÉREBRO

A média dos pesos relativos dos cérebros dos animais dos grupos controle

positivo e BZN são estatisticamente maiores em relação ao controle negativo, sendo

que este último não possui diferença significativa quando comparado ao grupo

NFOH. Segundo Andrade et al. (1997) a imunossupressão em animais cronicamente

infectados com T.cruzi causa uma alta taxa de lesões cerebrais, os quais podem ser

os responsáveis pela grande instabilidade no peso dos cérebro nos animais

infectados e não tratados, como é o caso do grupo controle positivo (figura 56),

dados estes que podem ser confirmados após análise histopatológica. Na figura

abaixo, observa-se a média do peso relativo do cérebro nos grupos estudados:

.

Figura 56 - Média e desvio padrão do peso relativo do cérebro (cepa Y de T.cruzi).

Peso relativo - cérebro

Con

trole p

ositivo

cont

role n

egat

ivo

NFO

HBZN

1.0

1.5

2.0

2.5

a

a

Po

rcenta

gem

(a) = estatisticamente diferente do grupo controle negativo. Fonte: dados da pesquisa.

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94

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

VESÍCULA BILIAR

Durante a análise macroscópica dos fígados analisamos a presença e a

característica da vesícula biliar, a qual foi descrita como: normal (+), aumentada (++)

e aumentada divulsionando lobos hepáticos (+++). Tendo em vista que durante a

fase crônica da doença de chagas, quando esta atinge o trato gastro intestinal,

ocorre destruição das células nervosas do plexo mioentérico de seus principais

órgãos, tais como esôfago, estomago, vesícula biliar, duodeno, jejuno e/ou colón, ou

seja, dilatação dos órgãos prevalentes do sistema digestivo (MATSUDA et al., 2009).

A tabela a seguir contém as observações macroscópicas individuais da vesícula

biliar, onde o grupo controle positivo apresentou quatro animais com a vesícula biliar

aumentada e tão divulsionando lobos hepáticos, dois animais com a vesícula

aumentada e três animais normais (tabela 8). O NFOH apresentou 100% dos

animais com normalidade neste órgão, resultado este similar ao do controle

negativo. E o grupo BZN apresentou um animal com a vesícula biliar aumentada e

outro com esta aumentada e divulsionando os lobos hepáticos.

Tabela 8 - Análise macroscópica individual da vesícula biliar por grupo analisado.

Controle positivo Controle negativo NFOH BZN

Animal Vesícula

biliar Animal

Vesícula

biliar Animal

Vesícula

biliar Animal

Vesícula

biliar

01 + 01 + 01 + 01 +

02 ++ 02 + 03 + 02 +

05 + 03 + 04 + 03 +++

06 + 04 + 05 + 04 +

07 +++ 05 + 07 + 07 ++

08 +++ 06 + 09 + 08 +

09 +++ - - 10 + 09 +

11 +++ - - 12 + 12 +

12 ++ - - - - - -

Avaliando-os em: normal (+), aumentada (++) e aumentada divulcionando lobos hepáticos (+++). Fonte: dados da pesquisa.

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95

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Vale realçar a grande importância deste dado com os resultados já descritos,

a figura a seguir indica a média e desvio padrão dos grupos investigados

evidenciando a considerável diferença estatística entre o grupo controle positivo e os

grupos NFOH e controle negativo, onde os dois últimos grupos citados apresentam

todos animais com suas vesículas biliares regulares, não havendo qualquer variação

na análise realizada (figura 57), sendo a ordem dos grupos em relação ao tamanho

da vesícula biliar: controle positivo > BZN > NFOH = controle negativo.

Figura 57 - gráfico representativo da média do volume da vesícula biliar nos respectivos grupos (cepa Y de T.cruzi)..

controle

positi

vo - cepa Y

NFOHBZN

controle

negativ

o0

1

2

3

Vesícula Biliar (volume macroscópico)

* *

(*) = estatisticamente diferente do grupo controle positivo. Fonte: dados da pesquisa.

‘Os resultados macroscópicos apresentados até então, apontam equivalência

nos grupos NFOH e controle negativo quanto ao peso relativo do coração, cérebro,

baço e rins, assim como macroscopia da vesícula biliar, órgãos estes de extrema

importância clínica no quadro de evolução crônica desta doença. Desta maneira,

Após eutanásia dos animais foi obtidos o sangue dos mesmos, para então

separar o plasma biológico, sendo este utilizado para as análises bioquímicas

enzimáticas cinéticas e calorimétricas propostas.

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96

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

ANÁLISES BIOQUÍMICAS

A AST, Aspartato Amino Transferase, também conhecida como TGO, catalisa

a transaminação de L-aspartato para 2-oxoglutarato gerando oxalacetato e L-

glutamato, com grande importância nos ciclos não apenas hepático, mas também,

de tecidos musculares e cardíacos. Caso a alteração tenha origem hepática, deve-

se quantificar também ALT, caso seja muscular o marcador CK pode auxiliar na

interpretação (BURTIS, ASHWOOD & BRUNS 2006).

A ALT, também conhecida como TGP (transaminase pirúvica), é uma enzima

que catalisa a transaminação da L-alanina para 2-oxoglutarato(2-cetogrutarato)

formando piruvato e L-glutamato; deste modo o piruvato pode ser consumido na

gliconeogênese além de ter papel importante no transporte de nitrogênio entre as

células. Esta transaminase é localizada preferencialmente no fígado e nos rins,

dependendo da espécie animal, devido a sua importância no metabolismo é

encontrado em menor quantidade nos demais tecidos. (KANEKO, HARVEY &

BRUSS, 2008). Com a obtenção das respectivas curvas de calibração, foi possível

determinar os valores de atividade, em U/L, das enzimas TGO e TGP

correspondentes aos grupos controle positivo, controle negativo NFOH e BZN. As

tabelas adiante apresentam, respectivamente, os valores de TGO e TGP,

individuais, medidos ao final do protocolo (tabela 9 e 10).

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97

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Tabela 9 - Comparação entre os valores de TGO dos grupos Controle, NFOH e NF. Valores absolutos/animal, médias e desvio padrão dos grupos.

Controle positivo Controle negativo NFOH BZN

Animal TGO

(U/L) Animal

TGO

(U/L) Animal

TGO

(U/L) Animal

TGO

(U/L)

01 * 01 * 01 143,9 01 126,75

02 102,13 02 137,13 03 101,35 02 88,07

05 * 03 129,63 04 64,42 03 *

06 * 04 109,46 05 * 04 131,5

07 139,64 05 119,15 07 159,37 07 *

08 187,17 06 123,84 09 115,13 08 95,3

09 * - - 10 110,11 09 *

11 126,75 - - 12 138,6 12 106,06

12 138,92 - - - - - -

Média 112,85 Média 123,84 Média 106,32 Média 94,15

Desvio

padrão 65,99

Desvio

padrão 10,47

Desvio

padrão 46,29

Desvio

padrão 41,39

(*) = animais cujo plasma não foi suficiente para análise. Fonte: dados da pesquisa.

Tabela 10 - Comparação entre os valores de TGP dos grupos Controle, NFOH e NF. Valores absolutos/animal, médias e desvio padrão dos grupos.

Controle positivo Controle negativo NFOH BZN

Animal TGP

(U/L)

Animal TGP

(U/L)

Animal TGP

(U/L)

Animal TGP

(U/L)

01 76,51 01 22,32 01 80,42 01 31,47

02 55,61 02 50,16 03 68,49 02 38,99

05 86,84 03 32,28 04 58 03 43,75

06 * 04 51,99 05 43,31 04 31,47

07 60,43 05 39,19 07 51,86 07 39,84

08 71,64 06 * 09 * 08 27,83

09 - - - 10 31,47 09 40,22

11 53,73 - - 12 * 12 38,14

12 - - - - - - -

Média 67,46 Média 39,19325 Média 68,15 Média 36,47

Desvio

padrão

13,06 Desvio

padrão

12,41619 Desvio

padrão

28,03 Desvio

padrão

5,5

(*) = animais cujo plasma não foi suficiente para análise. Fonte: dados da pesquisa..

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98

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Em estudos realizados por Davies e colaboradores (2014) o tratamento com

NFOH (150 mg/kg/dia) durante 21 dias e 60 dias foi similar ou inferior ao grupo

positivo quanto ao estresse oxidativo, inflamação e remodelação de tecidos

hepáticos e menor quando comparado ao grupo BZN (150 mg/kg/dia) o qual também

apresentou maior toxicidade hepática, ensaio estes de hepatoxicidade (in vitro e in

vivo) realizado sob as mesmas concentrações molares.

Os resultados apresentados neste trabalho apontam que não houve diferença

estatística no marcador hepático TGO entre os grupos apresentados, e verificou-se

diferença estatística entre o grupo controle positivo e os grupos BZN e controle

negativo na análise do TGP, no entanto todos os valores (figuras 58 e 59), tanto

para TGO quanto para TGP estão dentro dos valores descritos na literatura (MELO,

2006).

Figura 58 - Média e desvio padrão do marcador hepático TGO (cepa Y de T.cruzi).

TGO

contr

ole p

ositiv

o - ce

pa Y

NFO

H (1

50 m

g/kg/d

ia)

BZN

(60

mg/k

g/dia

)

contr

ole n

egat

ivo

0

50

100

150

200

Méd

ia e

nzim

ati

ca (

U/L

)

Fonte: dados da pesquisa.

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99

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

Figura 59 - Média e desvio padrão do marcador hepático TGP (cepa Y de T.cruzi).

TGP

contr

ole p

ositiv

o - ce

pa Y

NFO

H (1

50 m

g/kg/d

ia)

BZN

(60

mg/k

g/dia

)

contr

ole n

egat

ivo

0

20

40

60

80 *

Média

enzim

atica (

U/L

)

(*) = estatisticamente diferente dos grupos BZN e controle negativo. Fonte: dados da pesquisa.

Melo (2006) realizou estudo de toxicidade hepática com doses múltiplas em

camundongos e em ratos. Após 60 dias de tratamento com NFOH (100 mg/kg/dia)

seus resultados não apontaram diferenças significativas nos valores da enzima TGP,

quando comparados a um grupo de animais que recebeu DMSO e água. No entanto,

houve alterações dos valores nos níveis de TGO do grupo controle DMSO e da dose

de 100 mg/kg, resultados estes fora da faixa de normalidade. Sendo assim,

presumiu-se que a seguinte alteração das enzimas pelo DMSO, e

consequentemente decisiva para os resultados obtidos pelo NFOH. Logo, sugeriu-se

a utilização do teste utilizando outro solvente, como a goma. Tendo em vista os

resultados obtidos por Melo (2006), adaptou-se para este protocolo goma arábica

5% como veículo, porém com 150 mg/kg/dia de NFOH (Davies, 2010), levando em

consideração as faixas de normalidade de TGO (77-383 U/L) e TGP (40-189 U/L)

(MELO, 2006). Considerando a concentração três vezes maior de NFOH/dia, pode-

se dizer que a administração do NFOH não altera os níveis hepáticos de TGP e

TGO em camundongos Balb/c, assim como os demais grupos estudados.

A gamaglutamiltransferase (GGT ou gama GT) é considerada um importante

marcador de lesão hepatobiliar. Embora possua maior concentração no tecido renal,

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100

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

está relacionada com lesões hepáticas e biliares. Seu substrato a glutationa ainda

tem suas funções amplamente investigadas. Sua atribuição como marcador de lesão

hepático é de alta sensibilidade e baixa especificidade, uma vez que, na grande

maioria dos pacientes com doença hepática sua concentração sérica é elevada,

independentemente da causa do dano (Whitfield, 2001). Conforme apresentado na

figura 60, a média dos níveis séricos de GGT não apresenta variações significativas

para nenhum dos grupos de animais utilizados pelo estudo, demonstrando

similaridade com os dados apresentados por Machado (2013). O grupo controle

negativo não obteve plasma suficiente para esta analise.

Figura 60 - Média e desvio padrão do marcador hepático, a enzima GGT (cepa Y de T. cruzi).

GGT

contr

ole p

ositiv

o - ce

pa Y

NFO

H (1

50 m

g/kg/d

ia)

BZN

(60

mg/k

g/dia

)

0

2

4

6

8

10

Méd

ia e

nzim

ati

ca (

U/L

)

Fonte: dados da pesquisa.

A enzima creatina quinase (CK), armazenada no interior do citoplasma e

mitocôndria celular, é rapidamente liberada quando há dano muscular sendo esta

que transfere um grupamento fosfato da creatina fosfato para a adenosina trifosfato.

A CK é caracterizada como biomarcador de lesões no músculo esquelético e

cardíaco. No entanto, os avanços na quantificação da isoforma CK-MB possibilitou a

obtenção de resultados mais específicos para músculo cardíaco, devido ao fato

desse tipo de musculatura possuir níveis mais elevados de CK-MB (25- 30%)

quando comparada à esquelética (1%). Desta forma, a quantificação da CK-MB se

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101

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

faz uma ferramenta mais específica para diagnóstico de infarto agudo do miocárdio.

(Aldous, 2012).

Apesar dos resultados apontarem a baixa concentração de CK-MB no grupo

BNZ em relação aos demais grupos, todos os grupos estudados não são

estatisticamente diferentes e possuem os níveis de CK-MB dentro dos parâmetros

apresentados na literatura (333.996 ± 23.193) (RUI et al, 2011; FU et al, 2014). As

médias dos níveis séricos de CK-MB obtidos pelo presente estudo estão expressas

na figura 61. O grupo controle negativo não obteve plasma suficiente para esta

analise.

Figura 61 - Média e desvio padrão do marcador cardíaco, a enzima CK-MB (cepa Y de T. cruzi).

CK MB

contr

ole p

ositiv

o - ce

pa Y

NFO

H (1

50 m

g/kg/d

ia)

BZN

(60

mg/k

g/dia

)

0

100

200

300

Méd

ia e

nzim

ati

ca U

/L

Fonte: dados da pesquisa.

Os resultados demonstram benefícios com o tratamento com o NFOH, com

vantagens em relação ao tratamento convencional com BZN. O trabalho de

Fernandes e colaboradores (2008), que trataram 80 pacientes assintomáticos

(crônicos) com BZN (5 mg/kg duas vezes ao dia, por 60 dias) Após 3 anos,

observou-se a negativação (cura) em apenas 4 pacientes, demonstrando eficácia de

5%. Os resultados deste trabalho, considerando que o coração, onde foi encontrado

1 amastigota, inferimos a cura em 7/8 animais (87%) com NFOH; 4/8 com BZN

(50%) e 4/9 controle positivo (45%), demonstrando eficiência na fase crônica, em 5%

apenas, similar ao observado por Fernandes e cols contra 42% de eficácia quando

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102

Resultados e Discussão

Cauê Benito Scarim

tratado com NFOH. Além disso, o desaparecimento de amastigostas no plexo

intestinal sugere a reversão desta lesão, pelo NFOH. Assim, o NFOH possui

potencial como candidato a fármacos para continuidade dos ensaios in vivo.

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103

Conclusões

Cauê Benito Scarim

5. Conclusões

Foi realizado com sucesso a padronização do modelo experimental em

camundongos Balb/c, da Doença de Chagas na fase crônica, com inoculos de 102

formas tripomastigostas de T.cruzi (cepa Y) tratamento (60 dias) e imunossupressão

com dexametasona (14 dias);

Todos os animais infectados apresentaram níveis parasitêmicos, confirmando

infecção. Ausente no grupo controle negativo;

Ao final do experimento, não se observou formas tripomastigotas após

imunossupressão nos grupos NFOH, BZN, sendo a reativação da doença,

encontrada apenas no grupo controle positivo;

No peso relativo do baço, o grupo NFOH é estatisticamente menor quando

comparado ao grupo controle positivo; e na analise histopatológica os

animais tratados com BZN mostraram-se com alterações nos folículos e distribuição

das polpas, semelhantemente ao controle positivo, enquanto os animais tratados

com NFOH mostraram comportamento normal e idem ao controle negativo;

Na análise histopatológica do coração encontrou-se ninhos amastigotas em

5/9 animais dos grupos controle positivo, 2/8 animais do BZN, 1/8 animais do NFOH

e ausentes no controle negativo. E em relação aos achados de calcificações no

tecido cardíaco, observou-se 4/9 animais do controle positivo, 2/8 do NFOH, 1/8 do

BZN e ausentes no controle negativo;

Na análise histopatológica do fígado foram encontrados ninho amastigota nos

grupos controle positivo e BZN, e estavam ausentes nos grupos NFOH e controle

negativo. O grupo controle positivo apresentou maior concentração de infiltrados

inflamatórios nos tecidos hepáticos;

Na análise histopatológica do colón apenas o grupo controle positivo

apresentou ninhos amastigotas, assim como uma mucosa mais atrófica em relação

ao NFOH. Após suposta alteração plexo mioentérico do trato gastrointestinal,

seguido de acompanhamento macroscópico e confirmação microscópica, os

resultados sugerem eficácia e tratamento desta região após tratamento com NFOH;

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Conclusões

Cauê Benito Scarim

Na análise do peso relativo dos rins os grupos NFOH e controle negativo são

estatisticamente menores em relação aos grupos controle positivo e BZN;

Na análise do peso relativo dos cérebros o grupo controle negativo é

estatisticamente menores em relação aos grupos controle positivo e BZN;

Observou durante análise macroscópica da vesícula biliar que o grupo NFOH não

apresentou irregularidades em nenhum animal, resultado similar ao controle negativo,

enquanto foi observado aumento deste órgão em 66% e 25% dos animais grupo controle

positivo e BZN, respectivamente;

Os ensaios bioquímicos não demonstraram diferenças nas análises de TGO,

GGT e CK-MB. Para a enzima TGP observou aumento no grupo controle positivo em

relação aos grupos controle negativo e BZN;

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105

Referências Bibliográficas

Cauê Benito Scarim

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123

Anexos

Cauê Benito Scarim

7. Anexos

Anexo 1 - Análise Macroscópica dos órgãos analisados por animal, estes em comprimento x

largura x altura (cm). Grupo controle positivo - cepa Y.

Grupo

Controle

Positivo

(animal)

Fígado Baço Coração Rim Cérebro Cólon

Musculo

Esquelét

ico

01 2,2 x 3,0

x 0,8

1,5 x 0,5

x 0,3

0,9 x 0,6

x 0,6

1,1 x 0,6

x 0,6

1,4 x 1,0

x 0,5

5,9 x 0,4

x 0,3

2,7 x 1,2

x 0,6

02 2,3 x 2,9

x 1,1

1,5 x 0,6

x 0,3

1,1 x 0,6

x 0,6

1,1 x 0,6

x 0,5

1,1 x 0,9

x 0,7

5,3 x 0,3

x 0,3

1,6 x 0,8

x 0,8

05 3,0 x

2,3 x 1,1

1,8 x 0,6

x 0,2

1,0 x 0,6

x 0,6

1,3 x 0,8

x 0,6

1,1 x 0,9

x 0,6

6,0 x 0,3

x 0,3

1,7 x 1,1

x 1,0

06 2,2 x 2,9

x 1,2

1,9 x 0,7

x 0,4

1,0 x 0,6

x 0,6

1,2 x 0,7

x 0,6

1,1 x 1,0

x 0,7

5,4 x 0,3

x 0,3

2,4 x 1,2

x 0,8

07 2,2 x 2,4

x 1,3

1,7 x 0,5

x 0,2

1,0 x 0,6

x 0,6

1,0 x 0,5

x 0,6

1,2 x 1,0

x 0,7

5,7 x 0,3

x 0,3

1,5 x 1,0

x 0,7

08 1,8 x 2,3

x 1,4

1,7 x 0,6

x 0,3

1,0 x 0,5

x 0,7

1,2 x 0,7

x 0,7

1,2 x 1,0

x 0,6

5,0 x 0,4

x 0,3

2,0 x 1,1

x 0,9

09 2,3 x 2,5

x 1,6

2,1 x 0,7

x 0,3

1,0 x 0,6

x 0,7

1,2 x 0,7

x 0,5

1,1 x 1,0

x 0,7

6,3 x 0,3

x 0,3

2,6 x 1,3

x 0,9

11 1,9 x 1,6

x 1,5

1,7 x 0,5

x 0,3

0,9 x 0,5

x 0,5

1,0 x 0,6

x 0,5

1,2 x 1,0

x 0,7

6,9 x 0,4

x 0,4

2,2 x 1,0

x 1,0

12 2,2 x 2,1

x 1,1

1,8 x 0,7

0,4

0,9 x 0,6

x 0,5

1,1 x 0,6

x 0,6

1,1 x 1,0

x 0,7

5,2 x 0,4

x 0,4

2,0 x 1,1

x 0,7

Fonte: dados da pesquisa.

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124

Anexos

Cauê Benito Scarim

Anexo 2 - Análise Macroscópica dos órgãos analisados por animal, estes em

comprimento x largura x altura (cm). Grupo NFOH - cepa Y.

Grupo

NFOH

(animal)

Fígado Baço Baço Coração Rim Cérebro Cólon

Musculo

Esqueléti

co

01

2,3 x

2,0 x

1,1

1,4 x

0,5 x

0,2

1,6 x

0,6 x

0,3

0,9 x

0,6 x

0,6

0,9 x

0,5 x

0,5

1,1 x

0,9 x

0,6

6,0 x

0,4 x

0,3

2,4 x

1,1 x

0,7

03

2,4 x

1,8 x

1,4

1,2 x

0,5 x

0,2

1,5 x

0,5 x

0,3

0,9 x

0,5 x

0,5

1,0 x

0,6 x

0,5

1,2 x

1,0 x

0,7

6,8 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,1 x

0,7

04

2,6 x

1,9 x

1,2

1,5 x

0,6 x

0,3

1,6 x

0,5 x

0,3

0,8 x

0,5 x

0,7

1,0 x

0,5 x

0,5

1,1 x

0,9 x

0,7

5,4 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,2 x

0,8

05

2,4 x

1,5 x

1,4

1,6 x

0,4 x

0,2

1,6 x

0,6 x

0,3

0,9 x

0,5 x

0,6

1,0 x

0,5 x

0,5

1,2 x

1,1 x

0,5

5,5 x

0,3 x

0,3

1,6 x

0,9 x

0,7

07

2,5 x

2,0 x

1,7

1,6 x

0,4 x

0,2

1,6 x

0,6 x

0,3

0,8 x

0,5 x

0,6

1,1 x

0,7 x

0,4

1,2 x

1,0 x

0,7

5,0 x

0,3 x

0,3

1,7 x

1,2 x

0,7

09

1,7 x

1,9 x

1,4

1,6 x

0,5 x

0,3

1,6 x

0,5 x

0,2

0,9 x

0,6 x

0,6

1,2 x

0,7 x

0,5

1,1 x

1,0 x

0,7

4,5 x

0,3 x

0,3

2,3 x

1,5 x

0,7

10

2,2 x

2,3 x

1,5

1,5 x

0,5 x

0,3

1,6 x

0,5 x

0,2

0,9 x

0,6 x

0,6

1,0 x

0,6 x

0,5

1,2 x

1,2 x

0,6

5,0 x

0,4 x

0,4

1,7 x

1,1 x

0,7

12

2,3 x

1,8 x

1,2

1,5 x

0,5 x

0,3

1,6 x

0,6 x

0,3

0,9 x

0,6 x

0,7

1,0 x

0,5 x

0,5

1,2 x

1,1 x

0,6

5,9 x

0,4 x

0,4

1,8 x

1,2 x

0,7

Fonte: dados da pesquisa.

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125

Anexos

Cauê Benito Scarim

Anexo 3 - Análise Macroscópica dos órgãos analisados por animal, estes em

comprimento x largura x altura (cm). Grupo BZN - cepa Y.

Grupo

BZN

(animal)

Fígado Baço Baço Coração Rim Cérebro Cólon

Musculo

Esquelé

tico

01

2,3 x

1,9 x

0,9

1,6 x

0,6 x

0,3

1,4 x

0,5 x

0,2

0,9 x

0,5 x

0,5

1,0 x

0,6 x

0,5

1,1 x

1,0 x

0,6

6,5 x

0,2 x

0,2

2,4 x

1,5 x

1,0

02

2,0 x

1,6 x

1,0

1,5 x

0,5 x

0,3

1,2 x

0,5 x

0,2

0,9 x

0,6 x

0,5

1,0 x

0,6 x

0,4

1,1 x

0,9 x

0,6

6,0 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,2 x

0,7

03

1,9 x

2,2 x

1,1

1,6 x

0,5 x

0,3

1,5 x

0,6 x

0,3

0,9 x

0,6 x

0,5

0,9 x

0,6 x

0,5

0,9 x

1,0 x

0,6

6,0 x

0,3 x

0,3

2,1 x

1,3 x

0,7

04

1,9 x

1,7 x

1,0

1,6 x

0,6 x

0,3

1,6 x

0,4 x

0,2

0,9 x

0,5 x

0,6

1,1 x

0,5 x

0,6

1,1 x

1,0 x

0,6

4,5 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,3 x

0,7

07

2,0 x

1,7 x

0,9

1,6 x

0,6 x

0,3

1,6 x

0,4 x

0,2

1,0 x

0,6 x

0,5

1,1 x

0,6 x

0,6

1,0 x

1,0 x

0,5

6,0 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,6 x

0,6

08

2,3 x

2,1 x

1,0

1,6 x

0,5 x

0,2

1,6 x

0,5 x

0,3

0,9 x

0,6 x

0,6

1,2 x

0,6 x

0,5

1,0 x

1,0 x

0,7

5,0 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,0 x

0,7

09

2,0 x

1,6 x

1,0

1,6 x

0,5 x

0,2

1,5 x

0,5 x

0,3

0,9 x

0,6 x

0,5

1,2 x

0,7 x

0,6

1,0 x

1,0 x

0,6

6,0 x

0,3 x

0,3

2,2 x

1,1 x

0,7

12

2,1 x

1,6 x

1,0

1,6 x

0,6 x

0,3

1,5 x

0,5 x

0,3

1,0 x

0,6 x

0,5

1,2 x

0,7 x

0,5

1,0 x

0,9 x

0,6

6,5 x

0,3 x

0,3

2,1 x

1,0 x

0,7

Fonte: dados da pesquisa.

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Anexos

Cauê Benito Scarim

Anexo 4 - Análise Macroscópica dos órgãos analisados por animal, estes em

comprimento x largura x altura (cm). Grupo controle negativo, sem infecção.

Grupo

Controle

Negativo

(animal)

Fígado Baço Coração Rim Cérebro Cólon

Musculo

Esqueléti

co

01 2,2 x 1,9

x 0,9

0,9 x 0,5

x 0,3

0,9 x 0,5

x 0,5

0,9 x 0,7

x 0,4

1,1 x 1,0

x 0,6

5,5 x 0,2

x 0,2

2,1 x 2,2

x 1,4

02 1,8 x 1,5

x 1,1

1,2 x 0,3

x 0,2

0,9 x 0,6

x 0,6

1,1 x 0,6

x 0,5

1,1 x 0,9

x 0,5

5,2 x 0,2

x 0,2

2,7 x 2,2

x 1,5

03 1,7 x 1,9

x 0,9

1,3 x 0,3

x 0,2

0,9 x 0,5

x 0,5

1,2 x 0,6

x 0,5

0,9 x 0,9

x 0,6

5,4 x 0,2

x 0,2

2,1 x 1,6

x 0,9

04 1,8 x 1,8

x 1,1

1,1 x 0,5

x 0,2

0,9 x 0,5

x 0,5

1,0 x 0,5

x 0,6

1,1 x 0,9

x 0,5

4,7 x 0,2

x 0,2

2,3 x 1,6

x 0,9

05

2,4 x 2,1

x 1,6

1,5 x 0,5

x 0,3

0,8 x 0,6

x 0,6

1,0 x 0,6

x 0,6

1,0 x 1,0

x 0,6

5,0 x 0,2

x 0,2

1,9 x 1,3

x 0,8

06

1,6 x 1,8

x 1,5

1,5 x 0,5

x 0,3

0,9 x 0,6

x 0,5

1,1 x 0,6

x 0,6

1,1 x 1,1

x 0,6

4,4 x 0,2

x 0,2

2,4 x 1,5

x 0,9

Fonte: dados da pesquisa.

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Anexos

Cauê Benito Scarim

Anexo 5 - Codificação dos achados histopatológicos para análise estatística (baço,

coração, colón e fígado)

Codificação para análise histopatológica - Baço

Parâmetros histopatológicos

analisados Codificação

Capsula Espessa = 1 Normal = 2 Delgada = 3

Polpa branca Diminuída = 1 Normal = 2 Aumentada = 3

Polpa vermelha Diminuída = 1 Normal = 2 Aumentada = 3

Zona Marginal Diminuída = 1 Normal = 2 Aumentada = 3

Organização dos folículos Desorganizados = 0 Organizados = 1

Presença de amastigotas Média sob o número total de ninhos amastigotas encontrados

Codificação para análise histopatológica - Coração

Parâmetros histopatológicos

analisados Codificação

Hipertrofia - musculatura lisa Ausente = 1 Presente = 2

Infiltrado inflamatório - tipo Crônico = 1 Agudo = 2 Misto = 3 Ausente = 0

Infiltrado inflamatório -

intensidade Leve = 1 Moderado = 2 Intenso = 3 Ausente = 0

Aglomerados inflamatórios Ausente = 0 Presente = 2

Infiltrado inflamatório (pericárdio) Média sob o número total de infiltrados encontrados

Presença de amastigotas Média sob o número total de ninhos amastigotas encontrados

Calcificação distrófica Média sob o número total de calcificações encontradas

Codificação para análise histopatológica - Colón

Parâmetros histopatológicos

analisados Codificação

Mucosa Atrofia = 1 Normal = 2 Hipertrofia = 3

Submucosa – Infiltrado Agudo = 1 Crônico = 2 Misto = 3

Submucosa - conjuntivação Frouxo = 1 Denso = 2

GALT Ausente = 0 Organizado = 1 Desorganizado = 2

Camada muscular lisa Atrofia = 1 Normal = 2 Hipertrofia = 3

Presença de amastigotas Média sob o número total de ninhos amastigotas encontrados

Fonte: dados da pesquisa.

Codificação para análise histopatológica – Fígado

Parâmetros histopatológicos

analisados Codificação

Picnose/Necrose Presente = 1 Ausente = 0

Lipdose Presente = 1 Ausente = 0

Infiltrado agudo Média sob o número total de infiltrados encontrados

Infiltrado misto Média sob o número total de infiltrados encontrados

Infiltrado crônico Média sob o número total de infiltrados encontrados

Presença de amastigotas Média sob o número total de ninhos amastigotas encontrados

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Anexos

Cauê Benito Scarim

Anexo 6 - Parecer do comitê de ética (Protocolo CEUA/FCF/CAr nº 39/2014).