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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTROSECRETARIA DE ESTADO E EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDENELMA DAS GRAÇAS MOLINARI

CADERNO PEDAGÓGICO

Trabalho coletivo dos profissionais da educação

IRATI2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTROSECRETARIA DE ESTADO E EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDENELMA DAS GRAÇAS MOLINARI

Trabalho coletivo dos profissionais da educação

Caderno Pedagógico para a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).Professora Orientadora: Nelsi Antonia Pabis.

IRATI2011

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SUMÁRIO

1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2. Fundamentação Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.1. Unidade I – Organização escolar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.2. Unidade II – Trabalho coletivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2.3. Unidade III – Qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3. Encaminhamentos Metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4. Cronograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5. Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

6. Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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1. INTRODUÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE é uma política pública

que visa à formação continuada dos profissionais da educação, estabelecendo o

diálogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação Básica,

através de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção

de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública

paranaense.

Conforme documento síntese, o PDE integra a política de valorização dos

professores que atuam na Rede Pública Estadual de Ensino do Estado do Paraná

e também incorpora os princípios político-pedagógicos da SEED.

O Plano Integrado de Formação Continuada – 2010 estrutura-se em três

eixos: atividades de integração teórico-práticas, atividades de aprofundamento

teórico e atividades didático-pedagógicas com utilização de suporte tecnológico.

Essas atividades serão realizadas no decorrer do Programa, composto de

quatro períodos semestrais, distribuídos em dois anos.

Dessa forma, o material aqui apresentado, chamado de Caderno

Pedagógico, abordará o tema Organização do Trabalho Pedagógico na escola

pública: a legislação brasileira e paranaense, com enfoque sob uma visão ética e

entitulado como trabalho coletivo dos profissionais da educação.

Para tanto, esse Caderno Pedagógico contemplará três unidades didáticas

contendo uma breve fundamentação teórica sobre organização escolar, trabalho

coletivo e qualidade, necessários ao desenvolvimento dos trabalhos, além de

atividades a serem desenvolvidas no 3° período, quando ocorrerá a implementação

do projeto no Colégio Estadual Parigot de Souza – Inácio Martins – Paraná.

Cabe ressaltar que a elaboração do projeto e do material didático, assim

como do artigo estão sob a orientação da professora MS. Nelsi Antonia Pabis,

professora da Universidade Estadual do Centro Oeste, Campus de Irati.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Unidade I: ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

Todas as ações desenvolvidas por professores e funcionários de uma escola

têm a mesma finalidade: a formação do aluno. Nesse aspecto, Ferreira (2008, p.

298), diz que torna-se necessário aos “educadores a tarefa de traduzir as

determinações do mundo em que vivemos em conteúdos que possibilitem uma

formação humana e cidadã, forte e capaz de enfrentar estes e outros desafios que

estão por vir.”

As determinações hodiernas exigem pessoas cada vez mais qualificadas

para o desempenho de qualquer profissão. Com isso, as transformações

econômicas, sociais, políticas e culturais fazem com que o sistema educacional

passe por uma reestruturação para poder preparar o indivíduo conforme as

exigências do mundo globalizado. Assim, fica evidente que a educação básica é

fundamental para todo ser humano.

Nesse aspecto nos valemos das contribuições de Libâneo (2004, p. 140)

quando afirma que “a escola, ao cumprir sua função social de mediação, influi

significativamente na formação da personalidade humana e, por essa razão, não é

possível estruturá-la sem levar em consideração objetivos políticos e pedagógicos.”

Atualmente, os desafios da sociedade contemporânea, principalmente da

educação, nos mostram que a escola tem a função de propiciar condições

intelectuais, culturais e sociais ao indivíduo, para que este receba as informações

necessárias a aquisição de novas habilidades cognitivas a fim de atuar na

sociedade do conhecimento.

Ao tratar desse assunto, Tourranine (1995) apud Libâneo (2004), pondera

que estamos vivendo a passagem da sociedade industrial para a sociedade

informacional, em que se destaca a difusão das informações produzidas. Assim,

em relação à formação global do indivíduo é importante frisar que a educação

básica torna-se fator indispensável para que este venha a ter o novo perfil de

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qualificação, exigido para o mercado de trabalho e a garantia da igualdade de

oportunidades.

Essas considerações nos fazem refletir sobre a realidade da escola pública,

pois esta não consegue acompanhar a atualização do conhecimento devido a

acelerada mudança tecnológica e as condições para a inserção do indivíduo na

sociedade globalizada.

Tal como Libâneo (2004, p. 45) aponta: “as instituições escolares vem sendo

pressionadas a repensar seu papel diante dessas transformações que caracterizam

o acelerado processo de integração e reestruturação capitalista mundial.” E, nesse

sentido, é importante ponderar que “... o grande objetivo das escolas é a

aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que leva a

melhorar a qualidade dessa aprendizagem.” (LIBÂNEO, 2007, p. 309)

A importância dessas considerações nos faz refletir sobre a especificidade

da organização escolar, que envolve, principalmente, a aprendizagem do aluno.

Sendo assim, existem alguns aspectos a ser considerados na questão da

organização de um estabelecimento de ensino, como por exemplo, a existência de

um Projeto Político Pedagógico bem elaborado pela comunidade escolar, onde

constem questões como o cumprimento do horário de trabalho por parte de todos

os funcionários da escola; professores bem preparados, que percebam as

dificuldades do aluno e consigam cativá-lo; um bom clima de trabalho, onde haja o

empenho de todos os profissionais da educação; uso de recursos físicos e

materiais e sua eficácia para o trabalho, assim como as formas de avaliação a

serem utilizadas por todo colegiado e também a avaliação do projeto pedagógico e

da instituição.

Segundo Libâneo (2007), os professores fazem parte de uma equipe de

trabalho que discute, toma decisões e define formas de ação, de modo que a

estrutura e os procedimentos da organização e da gestão sejam construídos

conjuntamente pelos que nela atuam. Nesse prisma, é preciso compreender que

não são somente os professores que educam, mas todos os funcionários da

escola, seja na área administrativa, na limpeza ou na distribuição da merenda.

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Parafraseando o autor, organização é a forma ordenada de articular as partes de

um todo e prover as condições necessárias para realizar uma ação.

Para Chiavenato (1999) organização é qualquer empreendimento humano

moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos. Segundo o autor, a

palavra organização pode ter vários significados. Entretanto, quando se fala em

escola, sabemos que é necessário haver organização em todos os setores, pois a

falta desta interfere na qualidade das ações desenvolvidas pelos profissionais da

educação e inevitavelmente afeta o processo de ensino e aprendizagem.

Sugestão de leitura:

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F. de; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007 – p. 293-296 e p. 315-318

Sugestão de vídeo:

O poder da visão (11 min. – fonte: youtube)

Era do gelo II (5 min. – fonte: youtube)

A partir das leituras vamos refletir as seguintes questões:

- Você conhece a organização de sua escola?

- Enquanto profissional da educação você cumpre sua função dentro da

organização escolar? Comente.

- Em sua opinião, qual é a função da escola?

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Unidade II: TRABALHO COLETIVO

É fundamental que os profissionais da educação tenham um

compromisso político e pedagógico, para que realmente ocorra o que foi planejado

no Projeto Político Pedagógico da escola, onde deve estar expresso todo o

processo de ensino e aprendizagem que se deseja desenvolver na instituição de

ensino. Nesse sentido, são bem explícitas as colocações de Ferreira (2008, p.

312):

A tomada de consciência da necessidade de decidir e o posterior processo de decisão, quando feito no coletivo, propicia a riqueza de ideias, o debate, o confronto de ideias diferentes que se constroem no próprio processo coletivo de consciência do problema em questão.

Trata-se, portanto, de um trabalho escolar integrado, onde haja a

participação coletiva na elaboração e no desenvolvimento das ações expressas no

Projeto Político Pedagógico da escola.

Conforme Libâneo (2004) a participação possibilita o envolvimento dos

profissionais, além de proporcionar um melhor conhecimento dos objetivos e metas

definidos coletivamente para serem alcançados pelo grupo de profissionais da

escola na busca da qualidade nos processos de ensino e aprendizagem. Assim, o

que nos parece fundamental é que haja um esforço coletivo dos profissionais que

atuam na instituição, no sentido de investir na melhoria das relações interpessoais

e, consequentemente, na qualidade do trabalho de todos.

De nada adianta os educadores observarem que a escola em que trabalham

não está atingindo os objetivos expressos no projeto pedagógico se não refletirem

sobre sua atuação como profissionais da educação e não perceberem que as

ações coletivas podem melhorar o contexto. É necessário enfatizar que o trabalho

coletivo pode melhorar o desenvolvimento da escola em seu maior objetivo que é a

aprendizagem dos alunos. Nesse aspecto é bem explícita a colocação de Alves

(1991, p. 32), quando diz que “nenhum educador cresce se não reflete sobre o seu

desempenho enquanto profissional e se não reflete sobre a ação que foi

desenvolvida.”

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Segundo Pimenta, cada indivíduo que faz parte da comunidade escolar é de

suma importância para que o dia a dia da instituição se torne melhor e como

consequência haja melhora na qualidade do ensino e aprendizagem. Desse modo,

o trabalho coletivo na escola pode evolucionar o relacionamento entre todos os

profissionais que nela atuam, pois os resultados do trabalho (positivos ou

negativos) serão de responsabilidade de todos os envolvidos.

O trabalho coletivo tem sido apontado por pesquisadores e estudiosos como o caminho mais profícuo para o alcance das novas finalidades da Educação Escolar, porque a natureza do trabalho na Escola – que é a produção do humano – é diferente da natureza do trabalho em geral na produção de outros produtos. (PIMENTA, 1998, p. 80)

Dessa forma, o clima organizacional faz com que as pessoas participem ou

não, do processo educativo e para isso é necessário que a escola tenha objetivos

claramente definidos e estes sejam do conhecimento de toda comunidade escolar.

“Trata-se essencialmente de estabelecer um ambiente em que as pessoas gostem

do que fazem e sintam prazer em estar ali.” (BORDIGNON e GRACINDO, 2008, p.

148).

Conforme descreve Pimenta (1991, p. 124), “... a prática escolar é uma

prática social coletiva, envolvendo diferentes pessoas, com competências

diferentes e que dividem entre si tarefas oriundas das necessidades do cotidiano

escolar.” Com isso, podemos dizer que as tarefas da escola precisam ser divididas

entre os profissionais envolvidos no processo educativo, e esse sistema deve estar

previsto no projeto político pedagógico, já que é um documento elaborado por

todos os educadores, o qual também deve nortear o desenvolvimento de suas

atividades diárias. “É nessa construção coletiva da comunidade escolar, a qual se

organiza para efetivar uma educação de qualidade, gratuita e para todos, formando

cidadãos críticos em relação à sua realidade e capaz de transformá-la, ...” (SEED,

2007, p. 10) que a escola cumprirá a sua missão de educar.

Assim, é preciso insistir na importância de que as ações e responsabilidades

de cada um devem ser definidas e atribuídas claramente pelo coletivo.

Existe, no entanto, algumas consequências do trabalho coletivo e podemos

citar os conflitos, que certamente irão ocorrer na instituição, pois é um local onde

convivem alunos, professores e funcionários, todos com sua individualidade e visão

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de mundo diferentes. Esses conflitos são acontecimentos diários da escola que se

transformam em uma série de dificuldades, causando às instituições de ensino e

aos profissionais da educação, problemas cada vez mais complexos e difíceis de

solucionar de forma individual. Assim, ressaltamos que o trabalho coletivo só tende

a contribuir na maneira de pensar e agir do grupo, auxiliando na resolução de

problemas e tornando possível o sucesso na tarefa pedagógica.

Desta forma, construir um trabalho coletivo coerente, articulado e posicionado na escola é tarefa desafiante, que exige empenho, persistência, paciência e crença naquilo que se quer. Esta construção é permeada por valores que extrapolam os muros da escola e envolvem a realidade social como um todo;... (FURSARI, 1998, p. 70)

Tal como Fursari aponta, para a realização do trabalho coletivo os

educadores devem ter clareza dos problemas da escola e suas causas, que

extrapolam os muros da escola. Devemos também, considerar que os profissionais

de um estabelecimento de ensino são indivíduos com diferentes trajetórias de vida,

“diferentes expectativas com relação à profissão, diferentes níveis de compromisso

e de frustração em relação ao trabalho, além da existência de situações em que há

competição entre esses sujeitos.” (MEC, 2005, p. 30)

Sugestão de leitura:

FERREIRA, N.S.C.; AGUIAR, M.S. da S. (Orgs.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2008. p. 295-315.

MEC; SEED; UFPR. Coleção gestão e avaliação da escola pública: Planejamento e trabalho coletivo. Curitiba: Editora UFPR, 2005. p. 29-39

PIMENTA, S. G. Questões sobre a organização do trabalho na escola. [S.I.]: FEUSP. Disponível em: <http://www.coordenacaoescolagestores.mec.gov.br> Acesso em: 13 set. 2010.

Sugestão de vídeo:

Gladiador (5 min. – fonte : youtube)

Sinergia (6 min. – fonte: youtube)

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A partir das leituras vamos refletir as seguintes questões:

- O que você entende por trabalho coletivo?

- Em sua escola há participação e envolvimento de todos no planejamento

educacional? Comente.

- É possível desenvolver em sua escola um trabalho coletivo pelos profissionais da

educação (professores, pedagogos, diretores e funcionários)? Comente.

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Unidade III: QUALIDADE

Demo (1998) apud Libâneo (2004) apontaram que a qualidade é um atributo

humano e nesse sentido, a educação é o melhor caminho para desenvolver o

sujeito com capacidade de agir e intervir na realidade. O que nos parece

fundamental é que a busca de qualidade deve envolver o ensino e a aprendizagem,

por isso a organização da escola precisa ser revista no trabalho de todos os

profissionais que nela atuam.

Assim, em relação a organização da escola pode-se dizer que o

planejamento é fundamental na orientação das suas ações rumo à qualidade do

processo educativo. Os profissionais da educação que se envolverem efetivamente

com certeza conseguirão desenvolver um trabalho de qualidade no

estabelecimento de ensino em que atuam. É preciso compreender, portanto, que a

qualidade é a maior e principal exigência da escola nos dias de hoje. Nesse

aspecto nos valemos das contribuições de Gentili apud Melo (2008) de que a

educação, atualmente, não responde às exigências do mercado e que devemos

nos indagar sobre o ajuste educação/mercado, propondo mecanismos corretivos

apropriados.

Nesse sentido, o documento elaborado pelo Ministério da Educação (2004)

que trata dos indicadores da qualidade nas escolas, nos coloca que não existe uma

receita para uma escola de qualidade e que cada escola tem autonomia para

refletir, propor e agir na busca da qualidade da educação.

Ao tratar desse assunto, Vasconcellos escreve que refletir sobre a qualidade

da educação é uma tarefa desafiadora dada a relevância e a complexidade

envolvida. Para o autor, a discussão sobre qualidade deve iniciar com seu conceito

até a questão do envolvimento da comunidade escolar em relação ao problema da

baixa qualidade. Nesse contexto, pensar em qualidade da educação diante da

realidade global faz com que busquemos refletir sobre a real função da escola. “É

fundamental, portanto, não perder de vista que qualidade é um conceito histórico,

que se altera no tempo e no espaço, vinculando-se às demandas e exigências

sociais de um dado processo.” (MEC, 2009, p. 30, apud, Gadotti, 2009, p. 2)

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Para Demo (2007) a qualidade aponta para a dimensão da intensidade e

está ligada a participação do homem na realidade social do meio em que vive e

trabalha. Desse modo, para que se alcance a qualidade da educação na escola

pública é necessário o envolvimento de toda comunidade escolar (professores,

pedagogos, diretores, pais de alunos, funcionários, alunos, representantes da

sociedade) para se atingir o grande objetivo da escola que é a aprendizagem dos

alunos.

Cada vez mais é necessária uma educação de qualidade, e, para tanto, é

preciso mais do que mudanças na organização da escola, mas uma mudança de

paradigmas, que requer primeiramente a mudança individual para haver um

trabalho coletivo e consequentemente a tão almejada qualidade na educação, pois,

segundo Bondignon e Gracindo (2008, p. 156): “... o objeto principal da ação da

escola no desenvolvimento do cidadão é o saber, o conhecimento, a qualidade no

processo educativo...”.

Muito do que acabamos de nos referir remete então à questão da qualidade

na educação e aos critérios que definem a qualidade de uma escola, pois conforme

Libâneo (2004, p. 66):

Educação de qualidade é aquela que promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais necessárias ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à constituição da cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Sugestão de leitura:

DEMO, P. Educação e qualidade. 11ª Ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2007. p. 9-12; p. 25-27; p. 47-48

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola. Teoria e prática. 5ª Ed. Goiânia: Alternativa, 2004. p. 65-72

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Sugestão de vídeo:

Educação e vida (4 min. – fonte: youtube)

Olhar do educador (6 min. – fonte: youtube)

A partir das leituras vamos refletir as seguintes questões:

- O que você entende por qualidade e o que é educação de qualidade?

- Em sua escola é possível desenvolver uma educação de qualidade?

- Quais ações você define como de qualidade na sua escola?

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3. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Partindo da fundamentação teórica contida neste Caderno Pedagógico, será

organizado um grupo de estudo com professores, pedagogos, diretores e

funcionários do Colégio Estadual Parigot de Souza, visto que todos têm

importância fundamental no processo de ensino e aprendizagem. Para

socialização das intenções do projeto de intervenção e dos instrumentos para a

coleta de dados contidos no mesmo, disponibilizamos as ações necessárias ao

desenvolvimento da implementação deste trabalho na referida escola:

1. Apresentação dos dados teóricos obtidos junto aos profissionais de

educação sobre o trabalho coletivo na escola supracitada.

2. Apresentação da proposta de trabalho aos profissionais dessa escola,

elaborada a partir dos dados obtidos.

3. Desenvolvimento da proposta.

3.1. Reflexão dos participantes sobre as ações desenvolvidas na escola e

articulação com a proposta apontada na literatura pesquisada.

3.2. Análise bibliográfica sobre a legislação brasileira e paranaense como

aprofundamento dos estudos, proporcionando melhor desenvolvimento do projeto.

3.3. Relacionar as ações com o proposto na literatura.

3.4. Construção de proposta de trabalho coletivo para a escola.

3. Avaliação do trabalho pelos participantes.

4. Avaliação dos resultados e elaboração de artigo.

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4. CRONOGRAMA DAS AÇÕES

Para a efetivação dessa unidade didática serão realizados grupos de

estudos compostos pelos profissionais da educação (professores, funcionários,

pedagogos e diretores) do Colégio Estadual Parigot de Souza no período de agosto

a novembro de 2011.

Nesse período será analisada a bibliografia sugerida pelo Professor PDE

sobre o trabalho coletivo dos profissionais da educação, oportunizando momentos

para reflexões e previsão de ações a serem desenvolvidas de forma colaborativa.

Pretende-se dar continuidade a esse trabalho, independente do resultado

obtido na implementação do projeto na escola citada, uma vez que almejamos pela

real implementação de um trabalho coletivo e a busca pela qualidade deve ser uma

constante em nosso estabelecimento de ensino.

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5. REFERÊNCIAS

ALVES, N. (coordenadora). Educação e supervisão: o trabalho coletivo na escola. São Paulo: Autores Associados, 6ª ed., 1991.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei n° 9.394/96. Brasília: 1996.

FERREIRA, N.S.C.; AGUIAR, M.S. da S. (Orgs.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. 6ª Ed. São Paulo: Cortez, 2008.

FURSARI, J. C. A Construção da proposta educacional e o trabalho coletivo na unidade escolar. [S.I.]: PUC/SP. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_16_p069-077_c.pdf> Acesso em: 13 set. 2010.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Ed. Alternativa, 2004, 5ª Ed.

LIBÂNEO, J.C.; OLIVEIRA, J.F. de; TOSCHI, M.S. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2007, 4ª ed.

LÜCK, H. Ação Integrada. Administração, supervisão e orientação educacional. Petrópolis: Vozes, 2005, 23ª ed.

MEC. Indicadores da qualidade na educação. São Paulo: Ação Educativa, 2004. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_indqua.pdf> Acesso em 10 de julho de 2011.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica para a rede pública estadual de ensino. Paraná: SEED, 2005, p.1.

PIMENTA, S. G. Questões sobre a organização do trabalho na escola. [S.I.]: FEUSP. Disponível em: <http://www.coordenacaoescolagestores.mec.gov.br> Acesso em: 13 set. 2010.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. São Paulo: Autores associados, 2008.

VASCONCELOS, C. O desafio da qualidade da educação. Disponível em: <http://www.celsovasconcellos.com.br/Download/CSV-Desafio-da-Qualidade.pdf> Acesso em 10 de julho de 2011.

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6. ANEXO

Questionário a ser aplicado aos profissionais do Colégio Estadual Parigot de

Souza, para iniciar os trabalhos do grupo de estudos.

- O que você entende por coletivo?

- Quem faz parte do corpo coletivo de trabalho da escola?

- Como se distribui o trabalho na sua escola?

- Há integração no trabalho desenvolvido por todos os profissionais (professores,

pedagogos, diretores e funcionários)) da escola?

- Em uma escola, são somente os professores que educam?

- Existe trabalho coletivo dos profissionais do Colégio Parigot de Souza? Comente.

- Em sua opinião, o desenvolvimento de ações coletivas pode melhorar a

organização e a qualidade do trabalho na escola? Fale a respeito.

- É possível haver um trabalho coletivo no Colégio Parigot de Souza? Comente.

- Você, enquanto profissional da educação, se comprometeria a participar da

construção de uma proposta de trabalho coletivo para o Colégio Parigot de Souza?

- A partir da construção coletiva da proposta de trabalho para a escola, você se

compromete no desenvolvimento das ações planejadas para melhorar a qualidade

de ensino e aprendizagem para o estabelecimento de ensino?