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CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS VERDES PÚBLICAS E
ARBORIZAÇÃO DE RUAS DA CIDADE DE JEQUIÉ (BA)
ALVARO CARVALHO DE CERQUEIRA JUNIOR
ILHÉUS, BAHIA 2004
UESC
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MEIO AMBIENTE
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ALVARO CARVALHO DE CERQUEIRA JUNIOR
CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS VERDES PÚBLICAS E
ARBORIZAÇÃO DE RUAS DA CIDADE DE JEQUIÉ (BA)
Dissertação apresentada ao Programa Regional de pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Sub-programa Universidade Estadual de Santa Cruz, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Sub-área de concentração: Gestão Ambiental no Trópico Úmido.
Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Mageste
ILHÉUS Bahia – Brasil Outubro - 200
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iv
A Deus,
por ter me conduzido neste caminho.
À memória do meu pai, bacharel em Direito Álvaro Carvalho, que
não poupou esforço para a educação dos filhos,
com muito amor e saudade.
À minha mãe, Maria Alene, pelo amor, apoio e incentivo.
À minha esposa Cássia, que esteve na retaguarda durante os anos
de realização do curso de mestrado e que não me deixou desistir
nas horas difíceis e de desânimo, incentivando-me a continuar.
Aos meus filhos,
Caio Vinícius e João Victor, com quem privei horas preciosas de
contato.
Aos meus irmãos, Paulo, Ana Paola e Alexandre, meus sobrinhos
Tarcísio, Gabriel, Filipe, Luíza e João Pedro.
A todos os habitantes do município de Jequié,
dedico
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v
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter iluminado o meu caminho, guiando meus passos na direção certa,
auxliando-me a galgar mais um degrau na busca do aprimoramento científico.
À Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pela oportunidade da realização deste
aprimoramento científico, por meio desse curso de mestrado.
Ao Professor Dr. José Geraldo Mageste, pelo incentivo, confiança e orientação.
Ao Professor Dr. Fermin Garcia Velasco, coordenador do mestrado, pelo estímulo,
crítica e confiança que sempre dedicou a mim e ao meu trabalho.
Aos Professores do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente, com especial agradecimento ao Professor Dr. Max de Menezes.
Aos integrantes da banca examinadora, Prof. Dr. Wantuelfer Gonçalves e Profª Drª
Maria Eugenia Bruck, pelas valiosas contribuições.
Ao Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB, pelo apoio financeiro.
À Professora Isabelle Meunier do Departamento de Engenharia Florestal da
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, grande colaboradora, sem a qual este
trabalho teria sido muito mais difícil.
Ao Professor Dr. Wantuelfer Gonçalves do Departamento de Engenharia Florestal da
UFV, pela revisão final da dissertação, com sugestões altamente valiosas.
À Professora Lectícia Scardino Scott Farias, do Departamento de Botânica da
Universidade Federal da Bahia - UFBA, pela preciosa colaboração na área de botânica.
À Prefeitura Municipal de Jequié, em especial ao Exmo. Sr. Prefeito Roberto Pereira
Brito, pelo apoio e recursos oferecidos para a execução deste trabalho.
À bióloga e amiga Rovelina Macedo, pelo empréstimo de material bibliográfico.
A todos os colegas do Mestrado, pela convivência sadia e amigável.
Aos colegas da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) pela
amizade e incentivo.
Ao Sr. Anatólio H. Meira Magalhães pela eficiência e atenção nas correções textuais.
Aos alunos da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), que me auxiliaram
nos trabalhos de campo.
Aos meus pais Álvaro e Alene, pelo amor e educação proporcionados.
À minha esposa Cássia Carvalho da Silva Cerqueira e aos meus filhos Caio Vinícius de
Carvalho e João Victor de Carvalho, pela compreensão nos longos e difíceis meses de
dedicação ao trabalho.
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vi
CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS VERDES PÚBLICAS E ARBORIZAÇÃO DE RUAS
DA CIDADE DE JEQUIÉ (BA)
Autor: Álvaro Carvalho de Cerqueira Júnior
Orientador: Prof. Dr. José Geraldo Mageste
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo geral avaliar as áreas verdes públicas e a
arborização de ruas da cidade de Jequié (BA), por meio de levantamentos quantitativos e
qualitativos, visando dar subsídios ao planejamento ambiental da cidade de Jequié, servindo
também de modelo para outras cidades da Bahia. Foram identificadas 109 áreas verdes,
totalizando uma superfície de 3.491.040 m2, obtendo-se um índice de área verde (IAV) de
26,81 m2/habitantes para as áreas verdes totais e de 0,93 m2/habitantes para as praças. No
censo das ruas urbanizadas foram identificadas 59 espécies e um total de 15.188 árvores,
sendo que uma única espécie (Ficus benjamina) correspondeu a 75,1% dessa população. O
conjunto das árvores das praças, ruas urbanizadas e não urbanizadas somaram 24.917
indivíduos. Com relação às praças, constatou-se que 68,8% estavam urbanizadas e
apresentavam deficiência em relação à infra-estrutura e manutenção da vegetação, oferecendo
muito pouco à população em termos de lazer. Observou-se ainda, que a distribuição destes
espaços na malha urbana não é uniforme, sendo o bairro do Jequiezinho e Centro da cidade as
regiões mais privilegiadas. No levantamento qualitativo da arborização viária, foi utilizado o
sistema de amostragem em conglomerados, tendo o quarteirão como unidade de amostra. Do
total das árvores inventariadas, 71,1% provêm de plantios voluntários, o que contribuiu para a
despadronização da arborização. A arborização de Jequié não atendeu o padrão ideal na
seleção das espécies, bem como na qualidade das mudas utilizadas, sendo que 49,9% das
espécies tinham porte incompatível para o espaço disponível e 83,4% tinha altura da
bifurcação abaixo das recomendações. Os parâmetros que indicam a qualidade do plantio, a
distância da árvore ao meio-fio, o afastamento predial bem como a área livre de crescimento
das árvores encontravam-se aquém do indicado, enquanto a distância média entre árvores
estava dentro do desejável, porém com grande variabilidade no espaçamento. A população
amostrada apresentou 69,3% de árvores boas e 0,8% em estado ruim. Os principais
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problemas encontrados nas árvores foram os danos físicos causados por podas inadequadas,
raízes levantando calçadas, ocorrência de pragas e doenças. Entre as necessidades de manejo,
a ampliação da área livre foi requerida por 69,3% das árvores, seguida de combate a pragas
e/ou doenças em 38,5%, recuperação de injúria mecânica em 28,9% e poda leve em 23,8%.
Estes resultados mostraram a necessidade de definir uma política municipal de arborização de
ruas e áreas verdes, que poderá ser viabilizada através da elaboração de um Plano Diretor de
Arborização, reestruturação do Setor de Parques e Jardins da Prefeitura e criação de legislação
específica sobre arborização urbana.
Palavras-chave: Áreas verdes públicas, arborização de ruas, cidade de Jequié.
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viii
CHARACTERIZATION OF THE PUBLIC GREEN AREAS AND STREETS
ARBORIZATION IN THE CITY OF JEQUIÉ (BA)
Author: Álvaro Carvalho de Cerqueira Júnior
Adviser: Prof. Dr. José Geraldo Mageste
ABSTRACT
The main purpose of this work is to weigh up the public green areas and streets
arborization in the city of Jequié, Bahia, by means of quantitative and qualitative surveys as
well as to subsidize its environment planning. It also might be used as a model for other cities
througout the State. 109 green areas have been identified adding up a surface of 3.491.040 m2
from which was obtained a Green Area Rate (GAR) of 26,81 m2/ihabitants for the green areas
as a whole and 0,93 m2/ihabitants for the squares. A dendrographic census of urbanized
streets has identified 59 species and a total of 15.188 trees wherein the only one Ficus
benjamina comprises 75,1% of that conglomerate. The trees growing in square, urbanized and
nonurbanized streets amount to 24.917 individuals. As for the squares it has been verified that
68,8% were urbanized and showed some deficiency regarding the substructure, vegetation
maintenance and public leisure. It has been identified, furthermore, that the distribution of
these spaces in urban networks is not uniform, seeing that Jequiezinho Quarter and
Downtown are the more privileged ones. In the road arborization survey the sampling system
has been used for conglomerates, taking the city block as a sample unit. 71,1% of the
catalogued planted area is due to spontaneous work, what led to non-standardized
arborization. Arborization in Jequié has not taken into consideration the ideal regulations for
species selection as well as for the seedlings quality therein used, seeing that 49,9% of those
species had an incompatible stem height as to the available area and 83,4% had a branch
height below technical recommendations. The parameters indicating planted area quality,
distance from curbs, buildings and growing plants free areas were beneath expectation, while
the average distance among the trees was within what one might expected, but there was a
great spacing variability. The sampled conglomerate brought out 69,3% of trees in good
conditions and 0,8% in bad conditions. The worst problems found in the trees thereby were
physical damages due to inappropriate pruning, pavement uneven or cracked by roots
irruption, and the incidence of plagues and diseases. Among the management needs, the area
enlargement is essential for 69,3% of the trees, followed by plagues and/or diseases combat
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(38,5%), mechanic damages recovering (28,9%) and slight pruning (23,8%). These
conclusions showed the need to define a municipal arborization policy in streets and green
areas that might be set up through a Director Plan for Arborization, the reconstruction of
municipal parks and gardens sectors and the creation of a specific legislation about urban
arborization.
Key words: Public green areas, streets arborization, city of Jequié.
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x
SUMÁRIO
Página
Lista de tabelas........................................................................................................ xiv
Resumo...................................................................................................................... vi
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................. 4
2.1 Alterações ambientais no espaço urbano................................................................. 4
2.2 Relevância da arborização de ruas e das áreas verdes para a população.................. 8
2.2.1 A arborização e o clima local.................................................................................... 9
2.2.2 As árvores e a poluição do ar................................................................................... 10
2.2.3 A vegetação e o ruído................................................................................................ 11
2.2.4 Benefícios estéticos da arborização urbana.............................................................. 11
2.2.5 As árvores e a saúde física e mental do homem....................................................... 11
2.2.6 Benefícios econômicos e sociais da arborização urbana.......................................... 13
2.3 Definições e aspectos conceituais da arborização urbana........................................ 14
2.4 Análise qualitativa das áreas verdes urbanas........................................................... 18
2.5 Planejamento das áreas verdes urbanas................................................................... 19
2.6 Manutenção das áreas verdes................................................................................... 21
2.7 Planejamento da arborização urbana......................................................................... 22
2.7.1 Inventário da arborização urbana.............................................................................. 25
2.7.2 Plano diretor de arborização urbana.......................................................................... 26
2.8 Produção de mudas, plantio e manejo das árvores de ruas...................................... 27
2.9 Aspecto histórico da arborização............................................................................. 31
2.10 Planejamento da arborização urbana no Brasil, Bahia e em Jequié......................... 36
2.11 Legislação disponível sobre o meio ambiente municipal em Jequié....................... 38
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 40
3.1 Caracterização da área de estudo............................................................................. 40
3.2 Avaliação das áreas verdes públicas........................................................................ 41
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3.2.1 Quantidade e uso das áreas verdes públicas............................................................. 45
3.2.2 Índice de áreas verdes (IAV).................................................................................... 46
3.2.3 Aspectos urbanísticos, conservação e distribuição das áreas verdes públicas......... 46
3.2.4 Diversidade florística das praças.............................................................................. 49
3.3 Avaliação da arborização urbana.............................................................................. 49
3.3.1 Estimativa do número de árvores da área não urbanizada da cidade....................... 49
3.3.2 Levantamento quantitativo da arborização de ruas urbanizadas.............................. 51
3.3.2.1 Diversidade de espécies............................................................................................ 51
3.3.3 Avaliação qualitativa da arborização urbana............................................................ 52
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 60
4.1 Avaliação quantitativa e uso atual das áreas verdes públicas.................................. 60
4.2 Índice de áreas verdes (IAV)................................................................................... 66
4.3 Avaliação qualitativa das áreas verdes de uso coletivo........................................... 67
4.3.1 Aspetos urbanísticos................................................................................................ 67
4.3.2 Análise da vegetação................................................................................................ 76
4.3.3 Manutenção geral das praças................................................................................... 76
4.3.3.1 Manutenção da vegetação........................................................................................ 76
4.3.3.2 Manutenção dos equipamentos e mobiliários.......................................................... 77
4.3.3.3 Manutenção das vias de circulação.......................................................................... 78
4.3.3.4 Limpeza................................................................................................................... 79
4.4 Diversidade florística das praças.............................................................................. 84
4.5 Distribuição das áreas verdes de uso coletivo na malha urbana............................... 87
4.6 Avaliação quantitativa da arborização urbana.......................................................... 89
4.6.1 Estimativa do número de árvores da área não urbanizada da cidade....................... 89
4.6.2 Levantamento quantitativo da arborização de ruas urbanizadas.............................. 89
4.7 Avaliação qualitativa da arborização urbana............................................................ 94
4.7.1 Características do meio............................................................................................ 94
4.7.1.1 Largura dos passeios e das ruas............................................................................... 95
4.7.1.2 Condições locais...................................................................................................... 97
4.7.1.3 Interferências presentes ao crescimento das árvores............................................... 97
4.7.2 Regularidade dos plantios........................................................................................ 99
4.7.3 Posição do plantio.................................................................................................... 99
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4.7.3.1 Distância da árvore ao meio-fio............................................................................... 100
4.7.3.2 Afastamento predial................................................................................................. 100
4.7.3.3 Área livre.................................................................................................................. 102
4.7.3.4 Distância entre árvores............................................................................................. 104
4.7.4 Características das espécies..................................................................................... 104
4.7.4.1 Altura da árvore....................................................................................................... 104
4.7.4.2 Circunferência à altura do peito (CAP)................................................................... 105
4.7.4.3 Altura da primeira bifurcação.................................................................................. 106
4.7.5 Compatibilidade entre o porte da árvore e o espaço físico para crescimento.......... 107
4.7.6 Condição geral das árvores...................................................................................... 108
4.7.6.1 Estado da casca........................................................................................................ 108
4.7.6.2 Forma do tronco....................................................................................................... 108
4.7.6.3 Estado da raiz.......................................................................................................... 110
4.7.6.4 Vitalidade da copa................................................................................................... 112
4.7.6.5 Injúria mecânica na copa......................................................................................... 112
4.7.6.6 Condições fitossanitárias das árvores...................................................................... 113
4.7.7 Manutenção dos indivíduos arbóreos nas ruas......................................................... 114
4.8 Análise das dez espécies mais freqüentes................................................................ 119
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES.......................................................................... 123
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 127
APÊNDICES............................................................................................................ 134
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xiii
LISTA DE FIGURAS
Página
1 Seqüência de alterações nos ecossistemas............................................................. 5
2 Aspecto da arborização antiga em Jequié (BA): Praça Rui Barbosa (A ,B,C,D,E) e Rua Alves Pereira (F)......................................................................... 34
3 Localização do município e sede municipal de Jequié no Estado da Bahia........... 41
4 Setorização dos bairros de Jequié/BA, 2003.......................................................... 44
5 Localização das unidades de amostras sorteadas no levantamento do número de árvores das vias não urbanizadas da cidade de Jequié/BA, 2003...........................
50
6 Localização dos quarteirões que constituíram as unidades de amostras
inventariadas no levantamento qualitativo da arborização de ruas da cidade de Jequié/BA, 2003.....................................................................................................
53
7 Gráfico da superfície (%) ocupadas por tipos de áreas verdes em relação ao total levantado, em Jequié/BA, 2003.................................................................... 61
8 Ocupação inadequada das margens do Rio de Contas, em Jequié/BA, 2003........ 64
9 Esquema do Sistema de Áreas Verdes proposto pela PMJ, em 1995.................... 65
10 Praça Jornalista Jorge Calmon: exemplo de área em bom estado de conservação, em Jequié/BA, 2003.........................................................................
83
11 Praça Patrícia: exemplo de área em ruim estado de conservação, em Jequié/BA,
2003........................................................................................................................
83
12 Distribuição espacial das áreas verdes de Jequié/BA, em 2003............................. 88
13 Utilização de espécie de grande porte ao longo de calçada estreita, em Jequié/BA, 2003.....................................................................................................
95
14 Conflito entre a arborização e a rede elétrica, em Jequié/BA, 2003...................... 98
15 Árvore atingindo a fiação aérea, em Jequié/BA, 2003........................................... 98
16 Plantio sem recuo suficiente das construções, em Jequié/BA, 2003...................... 103
17 Árvore com a região do colo comprimida, em Jequié/BA, 2003........................... 103
18 Árvore com as raízes aflorando e levantando a calçada, em Jequié/BA, 2003...... 111
19 Árvores mutiladas por podas drásticas, em Jequié/BA, 2003..... 113
20 Poda drástica em Senna multijuga, em Jequié/BA, 2003....................................... 116
21 Muda de Ficus benjamina sem gradil e tutor, em Jequié/BA, 2003..................... 118
22 Plantio de Bauhinia sp., em Jequié/BA, 2003........................................................ 122
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xiv
LISTA DE TABELAS
Página
1 Relação dos tipos de áreas verdes da cidade de Jequié/BA, em 2003, com suas respectivas áreas, porcentagem de participação na área total e o índice de área verde (IAV) por tipo de área verde......................................................
61
2 Classificação das praças de Jequié/BA, quanto ao estado de urbanização, 2003..................................................................................................................
67
3 Pavimentação das praças de Jequié/BA, 2003.................................................. 68
4 Tipos de pavimentação das praças de Jequié/BA, 2003................................... 68
5 Presença de delimitação de canteiros nas praças de Jequié/BA, 2003............. 69
6 Presença de pontos de água nas praças de Jequié/BA, 2003............................ 69
7 Condições de Iluminação nas praças de Jequié/BA, 2003............................... 70
8 Relação de equipamentos de serviço existentes nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003...............................................................................................
71
9 Relação de equipamentos de lazer existentes nas praças da cidade de
Jequié/BA, 2003...............................................................................................
72
10 Relação das praças de Jequié/BA com seus equipamentos de serviço e lazer, 2003..................................................................................................................
73
11 Quantificação dos grupos vegetais nas praças de Jequié/BA, 2003................. 76
12 Situação da manutenção da vegetação nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003..................................................................................................................
77
13 Situação dos equipamentos nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003............ 77
14 Situação das vias de circulação nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003...... 78
15 Situação da limpeza nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003........................ 79
16 Avaliação das praças de Jequié/BA em relação ao estado de conservação, 2003..................................................................................................................
81
17 Nome comum e botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem
das espécies presentes nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003....................
85
18 Nome comum e botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem das espécies presentes nas vias públicas urbanizadas da cidade de Jequié/BA, 2003................................................................................................................... 90
19 Número de árvores por km de rua, em cada setor de Jequié/BA, 2003............ 94
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xv
20 Freqüência percentual das árvores por classe de largura do passeio, largura da rua, condições locais e interferências presentes, por setores e geral Jequié/BA, 2003................................................................................................
96
21 Origem dos plantios da população amostrada, em Jequié-BA, 2003.............. 99
22 Freqüência percentual das árvores por classe de distância ao meio-fio, afastamento predial e área livre, por setores e geral Jequié/BA, 2003.............
101
23 Valores médios de espaçamento ( X ), desvio padrão (s) e coeficiente de variação (CV), por setores e geral Jequié/BA, 2003.........................................
104
24 Freqüência percentual das árvores por classe de altura, circunferência à altura do peito (CAP) e altura da primeira bifurcação, por setores e geral Jequié/BA, 2003...............................................................................................
106
25 Relação entre o porte das árvores e o espaço disponível: freqüência percentual por situação das árvores amostradas, por setores e geral Jequié-BA, 2003..........................................................................................................
107
26 Freqüência percentual das árvores por classe do estado da casca, forma do tronco, estado da raiz, vitalidade, injúria mecânica na copa e condições fitossanitárias, por setores e geral Jequié/BA, 2003.........................................
109
27 Qualidade das podas anteriores, tipos de podas requeridas e necessidade de outras intervenções nas árvores, em percentagem, por setores e geral Jequié/BA, 2003...............................................................................................
115
28 Freqüência percentual das dez espécies mais plantadas nas classes do estado da casca, forma do tronco, estado da raiz, vitalidade, injúrias mecânicas e condições fitossanitárias, em Jequié/BA, 2003................................................
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AM: Amazonas
APP: Área de Preservação Permanente
BA: Bahia
CAP: Circunferência à altura do peito
CEMIG: Companhia Energética de Minas Gerais
CONAMA: Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONDER: Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia
CV: Coeficiente de variação
DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes
FAO: Food and Agriculture Organization of United Nations
GERC: Grupo Ecológico Rio das Contas
ha: Hectare(s), equivalente a 0,01 km2 ou 10.000 m2
hab: Habitantes
IAV: Índice de Áreas Verdes
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISA: International Society of Arboriculture
OMS: Organização Mundial da Saúde
PDU: Plano Diretor Urbanístico
PE: Pernambuco
PMJ: Prefeitura Municipal de Jequié
PMSP: Prefeitura Municipal de São Paulo
PMV: Prefeitura Municipal de Vitória
PR: Paraná
SBAU: Sociedade Brasileira de Arborização Urbana
UESB: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
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1 INTRODUÇÃO
A urbanização acelerada que ocorreu no mundo e no Brasil, nas últimas décadas,
provocou o acúmulo de variados problemas ambientais em áreas urbanas, como a
impermeabilização do solo por pavimentação e construções, a redução drástica da cobertura
vegetal e poluição atmosférica, hídrica, visual e sonora, tornando o padrão do ambiente
urbano muito inferior àquele necessário às adequadas condições de vida humana.
Os processos acima referidos se reproduzem na grande maioria dos centros urbanos do
Brasil, abrangendo desde grandes cidades até centros regionais e pequenas localidades, em
função da inexistência de uma incorporação efetiva dos fatores naturais como variável no
processo de planejamento urbano, como também em decorrência da deficiência de infra-
estrutura urbana.
Dentro desse contexto se insere Jequié, cidade com 130.207 habitantes (IBGE, 2000),
localizada na região Sudoeste da Bahia, sendo um exemplo evidente de reprodução dos
problemas ambientais identificados no âmbito do interior baiano. Com o crescimento da
população urbana, a interferência no ambiente ocorreu de forma intensa, com o aumento da
poluição (do solo, hídrica e visual) e degradação de áreas de preservação permanente, com a
ocupação irregular em áreas de encostas e margens de rios.
A vegetação, por meio de suas funções ecológicas, econômicas e sociais, pode
desempenhar importante papel na melhoria das condições de vida das populações urbanas.
Dentre os vários aspectos positivos da arborização urbana, destacam-se a importância das
árvores como filtro ambiental, reduzindo os níveis de poluição por meio da fotossíntese; a
mitigação da poluição sonora pelos obstáculos que oferece à propagação das ondas sonoras;
melhoram o equilíbrio da temperatura ambiente graças à sombra e evapotranspiração que
realiza; redução da velocidade e do impacto das chuvas; atração para a avifauna e, sobretudo,
a harmonia paisagística e ambiental do espaço urbano (COSTA, 1993).
Estes benefícios exigem cuidados por ocasião do planejamento da arborização, sendo
necessários critérios técnicos e científicos que considerem: os aspectos culturais e históricos
da população; suas necessidades e anseios aliados a uma análise das atividades desenvolvidas
(indústrias, comércio e habitação); a infra-estrutura (rede elétrica, de água, esgoto, etc), o
perfeito conhecimento das condições locais, além do espaço físico e vegetação; uma criteriosa
escolha de espécies um plano do plantio e da manutenção das árvores (MILANO, 1988).
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2
Apesar de serem cada vez mais divulgados os múltiplos benefícios auferidos pela
arborização urbana em prol da melhoria das condições ambientais, a maioria das cidades
brasileiras tem deficiência no planejamento, na implantação e no manejo dos plantios
públicos, situações estas que comprometem os esperados benefícios às condições ambientais e
à qualidade de vida da população urbana que a vegetação incorporada ao meio urbano pode
proporcionar.
A cidade de Jequié não se constitui uma exceção no que se refere ao uso incorreto da
vegetação, o que é comprovado quando se caminha pela cidade, onde facilmente se identifica
o grande déficit de áreas verdes e de lazer, o uso de espécies arbóreas de grande porte em ruas
de calçadas estreitas e sob rede de fiação, árvores mal podadas, tornando evidente a falta de
critérios técnicos para implantação e condução da arborização.
De acordo com Silva (2000), os planos de arborização não devem ser uma preocupação
apenas das grandes cidades, também são de grande importância para as cidades de médio e
pequeno porte. Estas, geralmente, apresentam deficiências na arborização similares às das
grandes cidades como, por exemplo: raízes que destroem passeios, árvores de grande porte
plantadas sob a fiação e em calçadas estreitas, espécies mal-adaptadas, etc.
Sob estas considerações, o objetivo geral desse trabalho consistiu em caracterizar por
meio de análises quantitativas e qualitativas, as áreas verdes e a arborização de ruas de Jequié,
para obter subsídios que possam servir de base para um futuro planejamento, servindo
também de exemplo para outras cidades da Bahia.
Os objetivos específicos foram:
a) catalogar todas as áreas verdes públicas situadas na área urbana da cidade de
Jequié, definir a superfície total dessas áreas e calcular o Índice de Área Verde
(IAV);
b) analisar a forma de utilização e da distribuição espacial das áreas verdes
públicas;
c) avaliar a qualidade das áreas verdes de uso coletivo (praças), levando em
consideração a infra-estrutura e vegetação existentes, além da manutenção
dessas áreas;
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3
d) quantificar os indivíduos arbóreos e identificar as espécies da arborização de
ruas e praças urbanizadas da cidade;
e) conhecer a situação da arborização de ruas através da avaliação de parâmetros
que caracterizam a qualidade do plantio;
f) fazer uma análise qualitativa das dez espécies arbóreas mais freqüentes nas ruas
e praças da cidade;
g) apresentar elementos para o planejamento e manejo da arborização de ruas e
áreas verdes para a cidade de Jequié.
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4
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Alterações ambientais no meio urbano
Segundo Mota (1981), a cidade pode ser entendida como um ecossistema, considerando
o conceito amplo do mesmo – uma unidade ambiental formada de dois sistemas inteiramente
inter-relacionados: “o sistema natural”, composto do meio físico e biológico (solo, vegetação,
animais, habitação, água, etc.) e o “sistema cultural”, constituído pelo homem e de suas
atividades. Andrade (2002) endossa esta afirmação, dizendo que o ambiente urbano é uma
resultante de fatores naturais, biológicos e socioeconômicos, compreendendo assim, o meio
físico e o meio edificado pelo homem.
A cidade é constituída da expressão de valores da sociedade, onde o social se inter-
relaciona com a estrutura física, determinando conteúdo e significado; ou seja, a expressão
física da cidade não é senão a somatória das diferentes práticas sociais, especialmente no que
se refere ao processo ecológico e tecnológico que, através dos tempos, vêm imprimindo, de
maneira generalizada, uma marca especial no meio urbano, o desrespeito à base de
sustentação natural e, como conseqüência, ambientes ecologicamente desequilibrados
(BALESTRA & RIGATTI, 1986).
Os ecossistemas urbanos existem a partir de alterações antrópicas dos sistemas
naturais anteriormente existentes. Essas alterações podem acontecer em seqüência
semelhante ao esquema da Figura 1. Os “novos” ecossistemas sobrevivem graças às
contribuições energéticas e materiais exteriores, provenientes de sistemas circundantes,
notadamente os rurais e naturais, podendo ser chamados de sistemas heterotróficos que
apresentam extensos ambientes de entrada e saída (VARJABEDIAN, 2002). Os impactos
no ambiente onde se instala e desenvolve uma cidade afetam todos os elementos naturais,
bióticos ou abióticos, uma vez que estes são interdependentes.
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Figura 1 – Seqüência de alterações nos ecossistemas Fonte: (adaptado de MARTINS JÚNIOR, 1996).
Segundo Di Fidio (1985) apud Guzzo, (1999) e Oliveira (1996), as manifestações mais
características de um ecossistema urbano-industrial são: grande consumo energético,
concentração de estruturas edificadas, população humana com altos valores de densidade
demográfica; multiplicidade e intensidade de intervenções urbanas; compactação e
impermeabilização do solo, notadamente nas áreas edificadas, em loteamentos e vias
pavimentadas; mudanças da morfologia do solo mediante escavações e transporte; redução do
nível do lençol freático e subsidência do solo; formação de um clima urbano essencialmente
distinto daquele circundante à cidade; geração e exportação de grande quantidade de resíduos
sólidos, de efluentes domésticos e industriais, de emissões de poeiras e gases, que
sobrecarregam o próprio ambiente urbano e o ambiente periférico, com efeitos, também, a
grandes distâncias; mudanças substanciais das populações de plantas e animais nativos e das
cadeias tróficas anteriormente existentes.
AGROECOSSISTEMAS
ECOSSISTEMAS NATURAIS
ALT
ER
AC
ÃO
ECOSSISTEMAS URBANOS
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6
Cavalheiro (1992) afirma que a urbanização afeta diferentes elementos climáticos, tais
como radiação solar, umidade relativa, velocidade e direção dos ventos, precipitação e
nebulosidade.
Uma das mais significativas expressões da alteração climática na cidade diz respeito aos
valores de temperatura e concentração de poluentes. De acordo com Mota (1981), a
temperatura está relacionada com a urbanização. Na opinião do autor, áreas pavimentadas
absorvem mais calor durante o dia e o expelem durante a noite, aumentando o gradiente de
temperatura. Além disto, há um escoamento mais rápido da água e, em conseqüência, um
secamento mais rápido do solo, diminuindo o processo de evaporação, o qual tem efeito de
resfriamento da superfície da terra. Devem ainda ser consideradas as atividades normais do
meio urbano (máquinas e veículos) que produzem calor e contribuem para o aumento da
temperatura.
Nas áreas urbanas, a grande concentração de áreas construídas, os parques industriais, o
adensamento populacional e a pavimentação asfáltica, associados à concentração de
poluentes, podem interferir no sentido de alterar o balanço de energia, gerando bolsões
térmicos, denominados de ilha de calor, que são resultado das modificações dos parâmetros da
superfície e da atmosfera decorrentes da urbanização (VARJABEDIAN, 2002).
Segundo Oliveira (1996), a formação das ilhas de calor se deve aos seguintes fatos:
efeitos de transformação de energia no interior da cidade, com formas específicas, cores e
materiais de construção (condutibilidade); redução do resfriamento, causado pela diminuição
da evaporação devido à presença de poucas áreas verdes; produção de energia antropogênica
através da emissão de calor pelas indústrias, trânsito e habitações.
De acordo com Grey & Deneke (1978), citados por Milano (1988), as cidades tendem a
ser mais quente do que os arredores numa média de 0,5 oC a 1,5 oC, sendo esta diferença
devida à falta de vegetação nas cidades e a presença de materiais que absorvem muito a
radiação solar.
As atividades urbanas resultam na produção de energia, no lançamento de gases e
partículas pequenas sobre a atmosfera, provocando a poluição que altera a qualidade do ar,
com implicações sobre a saúde humana, a flora, fauna e aos materiais. Dependendo das
condições climáticas ou topográficas, bem como do tipo e quantidade de poluentes lançados
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na atmosfera, os resíduos podem ser dispersos, não havendo conseqüências mais graves
(MOTA, 1981).
De acordo com Grey & Deneke (1978), citados por Biondi (1985), os poluentes mais
encontrados no ambiente urbano são: dióxido de enxofre, ozônio, fluoretos, etileno, óxidos de
nitrogênio, amônia, cloro e cloreto de hidrogênio. Os autores afirmam que a maioria das
injúrias às árvores é atribuída ao dióxido de enxofre e ozônio. Estes dois componentes causam
mais injúrias às plantas do que todos os outros poluentes juntos.
Biondi (1985) considera que os poluentes do ar podem prejudicar física e quimicamente
os processos internos das plantas, tendo como conseqüência a redução de troca gasosa, devido
à camada de pó sobre as folhas; danos na membrana celular; interferência no mecanismo de
abertura e fechamento dos estômatos e corrosão da cutícula das folhas e acículas.
Portanto, mesmo considerando que as árvores constituem uma das soluções para a
melhoria do ambiente urbano, devem ser selecionadas espécies resistentes ou tolerantes aos
principais poluentes atmosféricos.
Em relação à flora, Cavalheiro (1995) cita que há uma grande homogeneidade na sua
composição nas cidades brasileiras e que, para as cidades onde não ocorrem geadas severas,
sua composição florística é muito semelhante. Além da homogeneidade florística, muitas
espécies cultivadas na cidade são exóticas (eucaliptos, vegetação ruderal, ornamental, etc.).
Para esse autor, a predominância de plantas exóticas é condicionada por fatores culturais e
pela urbanização, sendo que as condições ambientais foram tão alteradas que as espécies
nativas não têm mais como prosperar nesses locais.
Da mesma forma que a flora, Muller (1981) citado por Cavalheiro (1995), observou que
as tendências em relação aos animais nas cidades são: diminuição abrupta da diversidade
específica de algumas ordens; diminuição significativa da diversidade; a preferência de alguns
animais pela cidade, tais como ratos e baratas.
Como citado, o processo de urbanização implica numa grande transformação do meio,
devido principalmente à concentração de atividades produtivas e de atividades humanas sobre
o território da cidade. De acordo com Monteiro (1997), tal dinâmica gera pressão sobre o
meio ambiente e sobre os serviços urbanos essenciais, afetando a qualidade ambiental, a saúde
e o bem-estar da população. Esse processo aparece devido a não inclusão dos fatores naturais
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como variável do planejamento urbano, como também da deficiência ou inexistência de infra-
estrutura urbana. Esse contexto possibilita o aparecimento de vários problemas ligados à
presença de árvores que, por sua vez, poderiam ser solucionados, por meio de um
planejamento amplo e consistente.
2.2 Relevância da arborização de ruas e das áreas verdes para a população
A arborização urbana é vista como um atributo essencial à melhoria das condições de
vida da população. É responsável pelo inter-relacionamento dinâmico entre as edificações e o
meio ambiente, além de contribuir também com diversos fatores: paisagístico, psicológico,
físico e ecológico. Aliado a isto, a arborização urbana impôe-se como elemento natural de
necessidade para uma cidade, devendo estar contida, em todos os seus aspectos, quando da
efetivação do planejamento urbano (LINHARES et al., 2001).
As influências positivas da cobertura vegetal em relação à dinâmica do ambiente urbano
têm sido referendadas por inúmeros autores (MILANO, 1992; DETZEL, 1992; SATTLER,
1992; CAVALHEIRO, 1992; 1994; GOYA, 1994 apud OLIVEIRA, 1996) enfatizando a sua
importância para o controle climático, da poluição do ar e acústica, melhoria da qualidade
estética, efeitos sobre a saúde mental e física da população, aumento do conforto ambiental,
valorização de áreas para convívio social, valorização econômica das propriedades e
formação de uma memória e de um patrimônio cultural.
Como exemplo da crescente preocupação mundial com as áreas verdes nas cidades,
Varjabedian (2002) cita a publicação conjunta PNUMA/IUCN/WWF (1991), denominada
“Cuidando do Planeta Terra: Uma estratégia de vida para o futuro” que, em sua parte II,
define, dentre suas ações prioritárias: “Tornar a cidade limpa, verde e eficiente”,
recomendando aos administradores municipais: “Cooperar com os políticos, planejadores,
empresariado e grupos de cidadãos locais no planejamento e criação de espaços e cinturões
verdes, inclusive florestas e bosques da comunidade, como forma de melhorar o clima, prover
alimentos e proporcionar habitats para plantas e animais“.
Considerando um contexto urbano que tende a apresentar progressivas alterações
ambientais, a vegetação remanescente existente em áreas urbanas passa a ser um importante
indicador da qualidade ambiental, interferindo na qualidade de vida pela manutenção de
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9
funções ambientais, sociais e estéticas, contribuindo para mitigar as alterações adversas
provocadas pelo processo de urbanização e industrialização.
2.2.1 A arborização e o clima local
Segundo Andrade (2002), o tecido urbano corresponde à expressão máxima de
influências antrópicas sobre o espaço geográfico, cujos reflexos se projetam de forma
significativa sobre o ambiente climático local, estimulando a elaboração de um clima
artificial. De acordo com o autor, o acelerado crescimento demográfico, conjugado a outras
variáveis do espaço urbano, contribui de forma significativa nas alterações dos parâmetros de
superfície e da atmosfera que, por sua vez, conduzem a uma alteração dos elementos
climáticos.
Milano (1988) afirma que elementos climáticos como a intensidade de radiação solar, a
temperatura, a umidade relativa do ar, a precipitação e a circulação do ar, entre outros, são
afetados pelas condições de artificialidade do meio urbano, tais como as características de sua
superfície, o suprimento extra de energia, a ausência de vegetação, a poluição do ar e as
características dos materiais de edificações.
Alterações nas variáveis climáticas acabam favorecendo a ocorrência de neblina, domus
de poeira, inversão térmica e o surgimento da ilha de calor, com o conseqüente aumento da
temperatura local.
De acordo com Paiva e Gonçalves (2002), o vegetal atuará na amenização climática,
principalmente sobre três aspectos:
1) interceptando os raios solares, criando áreas de sombra onde as pessoas se
sintam mais à vontade e onde os carros possam ser mantidos mais frescos;
2) reduzindo a temperatura ambiente, evitando a incidência direta e conseqüente
reflexo do calor provocado pelo aquecimento do concreto e do asfalto;
3) umidificando o ar devido à constante transpiração, eliminando água para o
meio ambiente.
A redução da temperatura, das amplitudes térmicas e a manutenção da umidade do ar
são benefícios mantidos pela vegetação por meio de mecanismos de interceptação, reflexão,
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absorção e transmissão de radiação direta ou refletida e manutenção de elevadas taxas de
evapotranspiração (DETZEL, 1992 apud OLIVEIRA, 1996).
De acordo com Silva (2000), a umidade atmosférica tem a tendência de ser mais
elevada em locais densamente arborizados do que em espaços abertos adjacentes. As árvores
transpiram, agindo como fonte de vapor d’água. A umidade absoluta tende a ser mais alta
junto ao solo, aparentando gradual decréscimo até o topo da árvore. Além disso, a evaporação
da umidade varia segundo as diferentes espécies plantadas e conforme o lugar em que se
encontram (MAGNOLI, 1972 apud SILVA, 2000).
Contudo, a RGE (2003) lembra que a eficiência das árvores em melhorar a temperatura
do ar depende das características da espécie utilizada, tais como a forma da folha, a densidade
foliar e o tipo de ramificação.
2.2.2 As árvores e a poluição do ar
Com o funcionamento das fábricas e dos veículos automotores e a produção de
poluentes sólidos particulados como poeiras, fuligem, óleos de metais pesados, ocorre o
fenômeno da poluição do ar. De acordo com Silva (2000), a poluição, no seu sentido amplo, é
qualquer modificação de um ambiente de modo a torná-lo impróprio às formas de vida que ele
normalmente abrigaria.
Sabe-se que as árvores participam de forma eficiente na amenização da poluição.
Segundo Milano (1988), as árvores no ambiente urbano, em função de suas características
morfológicas, fisiológicas e genéticas, têm considerável potencial de remoção de partículas e
absorção dos gases poluentes da atmosfera.
A poeira existente nestas áreas é geralmente depositada em toda a superfície da copa.
Os poluentes gasosos são absorvidos como também afastados para outras áreas por meio do
movimento do ar produzido pelas copas (BIONDI, 1985). Grey & Deneke (1978), citados por
Milano (1988) afirmam que as árvores reduzem a poluição do ar mediante os processos de
oxigenação e diluição, que são respectivamente a introdução de oxigênio na atmosfera e a
mistura de ar poluído com o oxigênio puro que as plantas produzem.
No entanto, de acordo com a RGE (2003), mesmo considerando que as árvores podem
agir com eficiência para minimizar os efeitos da poluição, isso só será possível por meio da
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utilização de espécies tolerantes ou resistentes. O autor revela, ainda, que a capacidade de
retenção ou tolerância a poluentes varia entre espécies e mesmo entre indivíduos da mesma
espécie. Algumas árvores têm a capacidade de filtrar compostos químicos poluentes, como o
dióxido de enxofre (SO2), o ozônio (O3) e o flúor.
2.2.3 A vegetação e o ruído
O ruído é definido como um som excessivo e indesejado. Especialistas nessa área se
referem a ele como a “poluição invisível”. O ruído envolve aspectos físicos e psicológicos,
estando os primeiros relacionados com a transmissão de ondas sonoras através do ar, e os
outros, com as respostas humanas ao som (MILANO & DALCIN, 2000). Ainda segundo os
mesmos autores, o excessivo barulho nas cidades, provocado pelo tráfego, equipamentos,
indústrias e construção, interferem na comunicação, lazer e descanso das pessoas, podendo
afetá-las tanto psicológica como fisicamente.
As árvores atuam direta e indiretamente na redução do ruído. Diretamente absorvendo
as ondas do som através das folhas, galhos e troncos. Indiretamente, agindo nos fatores
relacionados com a velocidade do vento, temperatura e umidade do ar (GREY & DENEKE,
1978, apud MILANO, 1988). No entanto, Biondi (1985), afirma que para as árvores
desempenharem eficientemente seu papel como barreiras contra o som, muitos fatores são
levados em consideração, como a quantidade, tamanho e arranjo das árvores, tamanho das
folhas e forma da copa. Segundo a autora, é preciso considerar, ainda, que o efeito protetor
varia de acordo com a freqüência dos sons, com a posição das árvores em relação à fonte
emissora, com a estrutura e composição dos plantios ou com a estação do ano. Nesse aspecto,
Rethof & Heisler (1976), citados por Milano & Dalcin (2000), consideram que densas
coberturas do solo, com árvores e arbustos, podem ser usadas com eficiência na redução do
nível de ruído. Biondi (1985), também indica que cinturões de árvores adequadamente
projetadas são uma solução contra a propagação do barulho das rodovias.
2.2.4 Benefícios estéticos da arborização urbana
Segundo Silva (2000), no mundo antropizado, cada vez mais, a paisagem estética
promovida pelas plantas é mais valorizada. Elas fornecem um contato básico com a natureza e
tornam os arredores mais prazerosos. Seus valores estéticos são bem mais difíceis de serem
calculados que os monetários, devido à subjetividade. De acordo com Grey & Deneke (1978)
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12
e Harris (1992), citados por Silva (2000), as plantas fornecem algumas vantagens estéticas tais
como:
- suavizar linhas arquitetônicas e acentuar detalhes estruturais;
- formar perspectivas, molduras, fornecer pontos de focalização e definir espaços;
- aliviar a monotonia da pavimentação e alvenaria;
- fornecer sombra, fragrâncias agradáveis e tornar os locais mais serenos;
- criar a impressão de bem-estar local em novas áreas residenciais;
- unificar cenários visualmente caóticos;
- realçar as estações do ano.
Deve também ser considerado que, além da melhoria estética, as árvores contribuem
para minimizar os efeitos do que é comumente chamado de poluição visual no meio urbano.
Schubert (1970) e Reethof & Heiler (1976), citados por Milano & Dalcin (2000), destacam a
importância do uso das árvores nas cidades, atuando como protetoras contra a visibilidade de
cenas desagradáveis, fornecendo proteção contra luzes noturnas incômodas e ainda podendo
proporcionar privacidade.
2.2.5 As árvores e a saúde física e mental do homem
De acordo com Paiva & Gonçalves (2002), o crescimento desordenado das cidades gera
condições de vida sub-humanas, estresse, violência, enclausuramento. Para esses autores, o
vegetal atua psicologicamente, trazendo à lembrança as paisagens da infância ou a lembrança
dos antepassados, vividos no meio rural, onde tudo era natural, cercado de vegetação por
todos os lados.
Segundo Andrade (2002), a arborização das vias públicas consiste em trazer para as
cidades parte do ambiente rural e do verde das matas com a finalidade de satisfazer as
necessidades mínimas do ser humano. Demattê (1997) considera que as árvores embelezam a
paisagem e proporcionam sensação de contato com a natureza. Também atenuam o
sentimento de opressão do ser humano frente às grandes edificações.
Quanto ao caráter psíquico, Silva (2000) relata que o contato do homem com a natureza
traz benefícios incalculáveis principalmente na atenuação do estresse, doença comum do
homem moderno residente em áreas urbanas. Segundo Harder (2002), a existência de
bosques, parques, praças e outras áreas verdes possibilita a recreação e lazer aos habitantes
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urbanos, especialmente às populações de baixa renda. De acordo com Milano (1991), os
benefícios decorrentes da participação em atividades recreativas podem ser identificados por
meio da percepção de tranqüilidade ou solidão, da aproximação com a natureza, apreciação da
beleza cênica, da autoconfiança ou relaxamento físico e mental, da convivência com amigos e
qualquer outra experiência satisfatória que use qualquer um dos sentidos.
Lewis (1990), citado por Kielbaso (1994) e Silva (2000), abordando os benefícios das
árvores para a saúde física e mental das pessoas, afirmam que há relatos de pessoas que
acreditam que trabalhando com árvores, principalmente em planos de arborização
comunitários, podem realçar sua própria imagem e desenvolver sua auto-estima e passar a
sentir-se melhor consigo mesma, além de se sentir bem no local onde vive. Kielbaso (1994) e
ISA (1995), também ressaltaram os estudos feitos com pacientes hospitalizados em quartos de
frente para locais arborizados, onde foi constatado que a recuperação é mais rápida,
necessitando de menor administração de drogas e menor tempo de permanência no hospital.
2.2.6 Benefícios econômicos e sociais da arborização urbana
Segundo Milano (1991), a existência de benefícios econômicos e sociais das árvores na
cidade é apenas um processso lógico, uma vez que existem benefícios de ordem ecológica
(clima e poluição) e biológica (saúde física do homem).
Com relação aos benefícios econômicos, Silva (2000) afirma que as árvores agregam
valor às propriedades. Ele cita como exemplo que, nos Estados Unidos, já é comum se fazer
avaliações de imóveis levando em consideração a arborização existente e suas qualidades.
Silva (2000), destaca que os estudos realizados naquele país têm atribuído às árvores uma
contribuição entre 5% a 15% do valor de uma propriedade residencial e de acordo com a ISA
(1995) esse valor pode chegar até 20%. Gold (1977), citado por Milano (1988), observou um
aumento no valor das taxas de aluguel combinado com a redução da vacância de imóveis
numa rua comercial de Seattle, Estados Unidos, arborizada para preparação da Feira Mundial
de 1962, ao contrário de ruas similares não arborizadas.
Os benefícios econômicos, segundo Grey & Deneke (1978), citados por Milano (1988),
podem ser classificados como diretos e indiretos. Contudo, segundo os autores, os mais
significativos são os indiretos. Eles citam como exemplo, a redução do consumo de energia
destinada a condicionadores de ar, proporcionada pela sombra das árvores no verão; em se
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tratando de espécies decíduas, há redução no consumo de energia destinada a aquecedores de
ambiente, pela ausência de sombra, no inverno.
A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que as áreas
verdes oferecem à população. Com relação a esse aspecto, Paiva e Gonçalves (2002)
identificaram como funções das áreas verdes: a contemplação, a circulação, o estar, a
recreação, o esporte, a distribuição de tráfego, a decoração, o simbolismo, o emolduramento e
as relações sociais, ecológicas, culturais e produtivas.
A participação em atividades recreativas mediante seus benefícios psicológicos resulta
num cidadão mais saudável e produtivo. Os benefícios de mudança comportamental não
somente afetam o cidadão envolvido, mas também se estendem para a sociedade em geral.
2.3 Definições e aspectos conceituais da arborização urbana
Existem inúmeras considerações e controvérsias à respeito dos diversos termos ligados a
esse assunto, dificultando uma definição consensual aceitável para “áreas verdes”, o que
dificulta a compreensão e a comparação de indicadores de “verde” nas áreas urbanas. Lima et
al. (1994), citados por Oliveira (1996), em uma tentativa de obter a definição adequada de
área livre, espaço livre, áreas verdes e termos correlatos, fez uma consulta de opinião à
comunidade científica e prefeituras municipais, concluindo ser necessário o prosseguimento
das pesquisas, dada a grande diversidade de opiniões e subjetividade que ainda persistem.
A seguir, são discutidos alguns conceitos mais empregados por pesquisadores,
instituições e prefeituras envolvidos em programas de arborização urbana.
Espaços Livres: no contexto da estrutura urbana, são áreas parcialmente edificadas com
nula ou mínima proporção de elementos construídos e/ou de vegetação – representados pelas
avenidas, ruas, passeios, vielas, pátios, largos, etc. – ou com a presença efetiva de vegetação,
de que são exemplos os parques, praças, jardins, etc. – com funções primordiais de circulação,
recreação, composição paisagística e de equilíbrio ambiental, além de permitirem a
distribuição e a prestação dos serviços públicos (MESQUITA e SÁ CARNEIRO, 2003).
Ainda de acordo com os mesmos autores, são também denominadas de espaços livres as áreas
incluídas na malha urbana ocupadas por maciços arbóreos cultivados, representados pelos
quintais residenciais, como também pelas atuais áreas de condomínios fechados; áreas
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remanescentes de ecossistemas primitivos como matas, manguezais, lagoas, restingas, etc.,
além de praias fluviais e marítimas.
Costa (1993) dividiu os espaços livres em três tipologias:
a) espaços livres de uso particular: quintais, jardins particulares, etc.;
b) espaços livres de uso potencial coletivo: terrenos baldios não cercados, pátios de
escola, pátios de igrejas, clubes etc.;
c) espaços livres de uso público, que são os acessíveis livremente ao público em geral e
que podem desempenhar, principalmente, as funções estética, de lazer e ecológico-
ambiental: praças, bosques e parques da cidade.
Richter (1981), citado por Costa (1993), propôs os espaços livres urbanos em forma de
categorias que são as seguintes: jardins de representação e decoração, parques de bairro,
parques distritais, parques metropolitanos, parques de vizinhança, áreas de produção agrícola,
áreas para proteção da natureza, verde de acompanhamento viário, cemitérios e áreas de uso
especial como jardim botânico, jardim zoológico e áreas institucionais.
O conceito de “espaço livre público” utilizado no presente estudo reconhece que estes
representam as áreas livres de construção, localizadas na área urbana. São áreas geralmente
acessíveis ao público e destinadas ao lazer.
Área Verde: segundo Paiva e Gonçalves (2002), os espaços livres ou abertos podem ser
planejados para se tornarem uma área verde ou área construída. De acordo com esses autores,
quando, no espaço aberto ou livre, é colocada a vegetação em significativa extensão
horizontal ou vertical, o conceito evolui e torna-se efetivado o que se denomina de “área
verde”.
Demattê (1997) relata que o termo “área verde” aplica -se a diversos tipos de espaços
urbanos que têm em comum serem abertos (ao ar livre); acessíveis; relacionados com a saúde
e recreação.
Normalmente as abordagens classificatórias das áreas verdes são as mesmas dos
espaços livres ou abertos, resultando em confusão conceitual.
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São consideradas áreas verdes tanto áreas públicas como particulares. Podem ser jardins,
praças, parques, bosques, alamedas, balneários, campings, praças de esporte, playgrounds,
playlots, cemitérios, aeroportos, corredores de linha de transmissão, faixas de domínio de vias
de transporte, margens de rios e lagos. Desde que devidamente tratados também se incluem os
depósitos abandonados de lixo, as áreas de tratamento de esgoto e outros espaços semelhantes
(DEMATTÊ, 1997).
Nem todas as áreas urbanas arborizadas incluem-se no conceito de área verde. Nas áreas
verdes, a vegetação é destinada à recreação e ao lazer, sendo este o aspecto básico do
conceito, o que significa que, onde isto não ocorrer, tem-se arborização, mas não área verde.
Podemos citar como exemplos as avenidas ou alamedas arborizadas. Nestes casos, a
vegetação é acessória, ainda que seja muito importante, visto que também cumpre com a
finalidade de equilíbrio ambiental, além de servir de ornamentação da paisagem urbana e de
sombreamento da via pública, mas não são destinadas ao lazer e recreação (SILVA, 1981,
apud CARVALHO, 2001).
Oliveira (1996), classificou as áreas verdes em função da acessibilidade à população. De
acordo com o autor as áreas ditas coletivas (praças, parques, etc.) compreendem as áreas
verdes “acessíveis” a toda a população sem qualquer discriminação, se opond o àquelas ditas
“inacessíveis” (alguns remanescentes vegetais), sem as mínimas condições de visitação. Esta
adaptação, segundo o autor, tem sua justificativa no fato de serem áreas com alto valor
ecológico, estético e social, existindo aí uma infra-estrutura mínima que permita a sua
utilização direta pela população em atividades de descanso e lazer ao ar livre.
Na concepção de Cavalheiro et al. (1999), citados por Carvalho (2001), as áreas
verdes devem satisfazer a três objetivos principais: ecológico-ambiental, estético e de lazer.
Com relação a estes objetivos, Carvalho (2001), fez as seguintes explanações: a função
ecológica deve-se ao fato da presença da vegetação, do solo não impermeabilizado e de uma
fauna mais diversificada nessas áreas, promovendo melhorias no clima da cidade e na
qualidade do ar, água e solo; a função estética diz respeito à diversificação da paisagem e a
função de lazer está intimamente relacionada com a função psicológica, que ocorre quando as
pessoas, em contato com os elementos naturais dessas áreas, relaxam, funcionando assim
como antiestresse.
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No presente estudo, o conceito adotado considera “áreas verdes urbana” como um
espaço livre público, onde há o predomínio de vegetação arbórea e arbustiva.
Arborização Urbana: Grey & Deneke (1978), citados por Oliveira (1988), consideram
arborização urbana como um conjunto de terras públicas e particulares com cobertura arbórea
de uma cidade. Neste caso, algumas áreas verdes, como certas praças ou refúgios urbanos,
podem não ter necessariamente cobertura arbórea e segundo essa definição não se encaixam
neste conceito. Por sua vez, Milano (1988) considera áreas que, independentemente do porte
da vegetação, apresentem-se predominantemente naturais e não ocupadas, dividindo-se em
públicas e privadas, sendo a pública subdividida em áreas verdes e arborização de ruas,
incluindo neste contexto as áreas livres, em geral não impermeabilizadas, como áreas
gramadas, lagos, jardins entre outros.
No presente estudo, “arborização de ruas” diz resp eito aos elementos vegetais de porte
arbóreo. Nesse enfoque, as árvores plantadas em calçadas e canteiros centrais, fazem parte da
arborização de ruas, porém, não integram as áreas verdes.
Florestas Urbanas: segundo Gonçalves (1999), as árvores enfileiradas já não são
suficientes para a melhoria da qualidade de vida e, com isso, o homem vem procurando
aumentar a massa arbórea no tecido urbano com a criação dos parques municipais e
metropolitanos. O autor cita que a diferença básica entre a arborização urbana e a floresta
urbana está na mudança de visão do elemento árvore, de individual para coletivo.
Nesse contexto, ganha importância todo espaço urbano onde se puder agrupar o
elemento árvore na formação da massa vegetal que consiga um efeito ecológico melhor que
uma árvore isolada. Assim, as praças, os quintais, os fundos de vale, as encostas e os terrenos
provisoriamente vazios passam a ser objetos de uma política florestal dentro do perímetro
urbano.
Praças: são espaços livres de uso público, abertos, com área superior a 200 m2,
originados do traçado básico da malha urbana e, geralmente, contempladores e estruturadores
do sistema viário, com as finalidades de recreação pública, do encontro coletivo, do
ornamento e da cultura (PMBH, 1999, apud CARVALHO, 2001).
Como área verde, tem a função principal de lazer. Uma praça, inclusive, pode não ser
uma área verde quando não tem vegetação e é impermeabilizada (casos das Praças da Sé e
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Roosevelt na cidade de São Paulo); no caso de ter vegetação é considerada jardim
(OLIVEIRA, 1996).
Parques Urbanos: de acordo com Carvalho (2001), os parques urbanos são espaços
públicos com dimensões significativas e predomínio de elementos naturais, principalmente
cobertura vegetal, destinados à recreação.
Verde de Acompanhamento Viário: áreas sem caráter conservacionista ou recreacional,
tendo apenas função ornamental, mas podendo interagir no ambiente urbano; são os canteiros
de avenidas, rotatórias, etc. (DEMATTÊ, 1997).
Sistema de áreas verdes urbanas: é um conjunto organizado de espaços livres, de
domínio público ou privado, distribuído quali-quantitativamente pela malha urbana da cidade
(MILANO, 1991; BALENSIEFER, s.d apud HARDT, 1992).
Assim, nota-se que o termo área livre integra os demais termos, tratando-se de um
conceito mais abrangente. Para Carvalho (2001) essas definições muito abrangentes para os
espaços livres acabam se confundindo com os demais termos utilizados, podendo ser esta a
causa das grandes confusões em relação a esse conceito.
Biondi e Reissmann (1997) pregam a necessidade de estabelecer um conceito que
atenda as diferentes formas de tratamentos paisagístico que uma cidade recebe, visto que o
Brasil possui cidades com peculiaridades altamente diversificada que podem ter o mesmo
efeito de uma cobertura vegetal. Os autores citam como exemplos as cidades que na sua
malha urbana possuem lagos, ruas ou mar.
2.4 Análise qualitativa das áreas verdes urbanas
A quantidade e a distribuição uniforme das áreas verdes na malha urbana está
diretamente vinculada ao planejamento urbano e à política de áreas verdes adotadas. Além
destes condicionantes, cabe ressaltar a importância de avaliar a qualidade das mesmas,
levando em consideração seus equipamentos e vegetação (CARVALHO, 2001).
Segundo Demattê (1997), numa praça deve haver água para beber, caminhos e espaços
para pedestres, guias rebaixadas e rampas para deficientes físicos, bancos para sentar, lixeiras
e iluminação noturna. Carvalho (2001) cita a importância de ter ainda telefone público,
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banheiros femininos e masculinos, playground, quadra de esporte, coreto, ponto de táxi,
abrigo para ponto de ônibus, caixa de correio, quiosques, relógio e fonte luminosa, dentre
outros elementos.
No que se refere à vegetação, Carvalho (2001) lembra que a praça deve possuir uma
diversidade de espécies a fim de manter a biodiversidade local, incluindo árvores, arbustos,
herbáceas, palmeiras, dentre outras.
Ainda conforme Carvalho (2001), na análise qualitativa, todos esses elementos devem
ser considerados, para uma melhor avaliação da área, levando em consideração a forma de
como a área foi implantada e como está a sua manutenção.
Por fim, também deve ser levada em consideração a necessidade de consultar a
população por meio de questionários, conhecendo seus desejos quanto aos elementos que
deveriam estar presentes nessas áreas. De acordo com Lira Filho (2000), as idéias da equipe
planejadora não deverão entrar em choque com os anseios da população-alvo. Para esse autor,
o respeito pelos desejos e necessidades do usuário será fundamental para o sucesso da
arborização urbana e áreas verdes, nas fases de implantação e manutenção dessas áreas.
2.5 Planejamento das áreas verdes urbanas
A existência de espaços livres e de vegetação é uma necessidade das cidades, em função
dos seus possíveis benefícios. Tais benefícios tornam-se mais abrangentes se a inserção dessas
áreas forem feitas de forma planejada, levando em consideração aspectos de quantidade, de
qualidade dessas áreas e da distribuição no espaço urbano. Segundo Carvalho (2001), não
adianta ter uma grande quantidade de áreas verdes na cidade se as mesmas não estão bem
distribuídas na malha urbana, de forma a atender todos os bairros. O autor afirma ainda que
não adianta atender a toda a população com áreas verdes espalhadas pela cidade se não existir
um bom planejamento para manutenção e conservação destas áreas. A falta de observação
deste critério mostra a falta de uma política de organização para o lazer e a falta de
comprometimento com a qualidade de vida das populações urbanas.
Do ponto de vista quantitativo, muitos índices são conhecidos, procurando se estimar
um mínimo recomendável em termos porcentuais e em metros quadrados por habitante. O
índice de área verde é aquele que expressa a quantidade de espaços livres de uso público, em
km2 ou m2, pela quantidade de habitantes que vivem em uma determinada cidade. Neste
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20
cômputo, entram as praças, os parques e os cemitérios, ou seja, aqueles espaços cujo acesso
da população é livre (GUZZO, 1998).
Harder (2002), destacou outros índices, como: índice de cobertura vegetal (ICV), no
qual é necessário o mapeamento de toda cobertura vegetal de um bairro ou cidade e índice de
áreas verdes utilizáveis (IAVU), calculado quando nem todas as áreas verdes apresentam
condições de uso. Segundo o autor, após a qualificação da área verde, deve-se recalcular o
índice, indicando a quantidade de áreas verdes utilizáveis pela comunidade de acordo com as
qualificações das mesmas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece um valor de 12 m2 de área verde
por habitante, o qual foi transformado em referência mundial para o setor. Todavia, Meunier
(2003)4 afirma que este índice traz inúmeros inconvenientes à sua adoção, principalmente por
não apresentar uma definição clara e precisa do entendimento de área verde. De acordo com
esse autor, o mínimo de área verde estabelecido (12 m2/habitante) não deixa claro o regime de
propriedade e gestão das áreas e dificulta inserir a arborização urbana, principalmente a viária,
no cálculo da extensão de área verde.
Como a maioria das cidades brasileiras possui poucos bosques e reservas naturais, a
SBAU (1996) recomenda como ideal para a melhoria da qualidade de vida da população
urbana um índice mínimo de 15m2/ habitante para áreas verdes públicas destinadas à
recreação.
Segundo Costa (1993), embora quase todas as cidades brasileiras tenham praças, e
outras áreas onde a população pode ter momentos de lazer e desfrutar a estética da natureza,
poucas têm estes espaços organizados de modo que não seja mais uma coleção avulsa de
espaços abertos ao ar livre. É necessário, então, segundo os autores, organizar essas unidades
na forma de um sistema, em que a sua função principal seja a de possibilitar à população
momentos de recreação em contato com a natureza e, também, garantir a vivência urbana em
contato com outras pessoas, num ambiente descontraído.
Quanto à distribuição do verde na cidade, a fim de que seja realmente eficiente, é
necessária a sua coordenação e dispersão espacial equilibrada, apesar das numerosas
4 Informações pessoais transmitidas pela Profª Isabelle Meunier, UFRPE.
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21
dificuldades de viabilização. Costa (1993), disse que é necessário fornecer normas e
indicações sobre o modo como as áreas verdes devem se distribuir dentro do espaço urbano.
Se for inevitável que parte dos habitantes possua uma maior contigüidade e usufrua
melhor dos espaços de uso público, esse privilégio deve restringir-se ao mínimo possível,
mediante uma maior distribuição e ampliação do sistema de áreas verdes, de modo que o
usuário não tenha que andar mais que 10 (dez) minutos para alcançar a área mais próxima. Já
as áreas caracterizadas pelos parques públicos, por requererem maiores extensões territoriais,
que dificilmente são existentes ou tornadas disponíveis ao uso coletivo, localizam-se
preferencialmente nas regiões periféricas aos centros mais populosos (FAO, 2001).
Para Carvalho (2001), a boa distribuição do conjunto de áreas verdes pode ser verificada
pela distância linear existente entre cada unidade de área verde e a unidade vizinha seguinte
mais próxima. Este autor, em seu trabalho, verificou que as menores distâncias concentravam-
se nas regiões mais centrais da cidade, enquanto que as maiores, nas regiões mais periféricas,
correspondendo a maiores densidades nas regiões menos ocupadas.
Por sua vez, Paiva & Gonçalves (2002) consideraram que a distribuição inadequada ou a
simples inexistência dos espaços abertos e/ou áreas verdes e de recreação, podem ser
consideradas um problema social, à medida que priva, ou não atende, em sua totalidade, a
população nas opções de lazer e recreação e na melhoria dos atributos climáticos como
temperatura, arejamento e sombreamento, além da própria estabilidade do meio ambiente.
Ainda em relação ao planejamento das áreas verdes, Carvalho (2001), cita que o
estabelecimento dos espaços urbanos abertos deve estar fundamentado em pesquisas sobre: o
desejo expresso dos habitantes segundo níveis socioeconômico, sociocultural e etário; a
densidade de freqüência aceitável para cada espaço, em função principalmente da sua
natureza ecológica; a freqüência previsível ou constatada; e os custos de implantação, gestão e
animação da(s) área(s) em questão.
2.6 Manutenção das áreas verdes
A disponibilidade de espaços para recreação e prática de esporte nas cidades não
depende exclusivamente da existência de áreas verdes para o desenvolvimento dessas
atividades. A conservação e manutenção de todos os elementos que compõem uma praça ou
um parque devem merecer atenção continuada dos órgãos públicos que gerenciam essas áreas
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e da população que as utiliza. O uso público de uma área verde está intimamente ligado à
manutenção, conservação e segurança que esta área recebe (GUZZO, 2002).
Todos elementos naturais e artificiais, constituintes de uma área verde, devem ser
manejados constantemente. Incluem-se aí as atividades de poda, o controle fitossanitário, a
remoção de árvores, capina de ervas daninhas, limpeza diária das partes pavimentadas,
bancos, bebedouros, banheiros e lixeiras, a manutenção de gramados e lagos, entre outros. Do
mesmo modo, o reparo freqüente dos equipamentos de lazer e de todo mobiliário que faz
parte das praças é indispensável.
Também deve ser levada em consideração a necessidade em desenvolver campanhas
educativas com os usuários para que eles passem a ajudar na conservação dessas áreas e
exercer um papel ativo na cobrança de medidas mais eficientes da Prefeitura na implantação e
manutenção das praças.
Permanecer tranqüilo em uma praça, hoje em dia, é algo difícil de acontecer. Na maioria
das vezes os usuários não se sentem seguros. O que dá segurança em uma área verde na
cidade é o seu uso constante pela população e uma guarda municipal que seja mais educativa
que punitiva. Esse uso ocorrerá se a praça estiver dotada de iluminação eficiente,
equipamentos funcionando, gramados bem cuidados, árvores de copas altas, e muitos outros
itens relacionados à conservação e manutenção dos elementos existentes na área (GUZZO,
2002).
2.7 Planejamento da arborização urbana
Segundo Milano (1988), a implantação da arborização de uma cidade deve ser
fundamentada em critérios técnico-científicos que considerem os seguintes fatores básicos e
condicionantes:
1) o ambiente urbano deve ser conhecido, uma vez que constitui pré-condição para o
sucesso da arborização, visto que cada espécie vegetal depende de condições
favoráveis à sua sobrevivência e ao seu desenvolvimento adequado;
2) o espaço físico disponível, o qual é normalmente pequeno, pois este é geralmente
constituído pelas calçadas ou passeios; e
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23
3) as características das espécies a serem utilizadas, visto que, além do efeito estético,
a arborização de ruas deve apresentar benefícios, como melhoria microclimática e
minimização dos efeitos dos diversos tipos de poluição.
Com relação ao ambiente urbano, Milano (1991), afirma que a implantação da
arborização de uma cidade requer amplo conhecimento das condições ambientais locais. Para
esses autores, cada espécie vegetal é dependente de condições ambientais favoráveis à sua
sobrevivência e ao seu adequado desenvolvimento. Estas exigências, segundo os autores, são
variáveis em termos de condições climáticas e edáficas, e apresentam-se em níveis de limite
mínimos e máximos, dentro dos quais se estabelecem faixas de valores e/ou características
para um ótimo desenvolvimento biológico de cada espécie.
Para o sucesso da arborização urbana, as variáveis climáticas como a amplitude das
variações térmicas diárias, estacionais e anuais, regime pluviométrico, o balanço hídrico, a
umidade relativa do ar, o regime dos ventos, a ocorrência de fenômenos específicos como
neves, geadas, granizos e vendavais, além dos aspectos relacionados às alterações nas
condições quali-quantitativas térmicas e de luminosidade artificial das cidades devem ser
rigorosamente conhecidas (ANDRESSEN, 1976; CHAIMOVICH et al; KRUG, 1953;
SANTMOUR. JR, 1976, citados por MILANO, 1991).
As condições físicas e químicas do solo podem também se constituir em fatores
limitantes para o estabelecimento da arborização urbana. Segundo Milano (1988), o solo
existente no ambiente urbano é muito alterado devido às construções. De acordo com esse
autor, tanto a estrutura como à textura são modificadas com a retirada da camada superficial e
a incorporação de materiais de construção. Contudo, Biondi (1985) enfatizou que o maior
problema para o empobrecimento do solo em áreas urbanas é a compactação e deficiência de
nutrientes, devido às repetidas compressões físicas das pessoas, máquinas e automóveis, além
da raspagem da camada orgânica do solo.
Com as características físico-químicas alteradas, os solos podem promover distúrbios
nas funções fisiológicas básicas das plantas, como absorção de água e nutrientes, fotossíntese
e a transpiração (SANTMOUR. JR., MIRANDA, 1970; KRAMER & KOLOWSKI, 1972,
citados por MILANO & DALCIN, 2000).
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O ar urbano, segundo Milano (1988), contém elevadas concentrações de poluentes, que
afetam as condições de sobrevivência de inúmeras espécies e variedades de plantas. Nesse
sentido, Kozlowski (1980), citado por Biondi (1985), afirmou que os principais efeitos da
poluição nas plantas são a injúria foliar, a redução do crescimento e alterações nos processos
fisiológicos.
Com relação ao espaço físico disponível, Biondi (1985) afirmou que o espaço urbano
para o estabelecimento da arborização nas ruas é limitado pelas construções, pelas árvores
vizinhas, pela fiação aérea, pelas largura das ruas e calçadas e pelas redes subterrâneas. Em
virtude destas condições, Milano (1988) estabelece duas alternativas no estabelecimento de
árvores:
a) árvores selecionadas, atendendo essas condições;
b) árvores com crescimento controlado mediante poda, acarretando maiores custos de
manutenção.
Ainda em relação ao espaço, a CEMIG (2001) recomenda que, ruas estreitas (com
menos de 7,0 m) e passeios estreitos (com menos de 2,0 m) não devem ser arborizados,
principalmente quando inexistir afastamento da construção e a área for comercial.
Além de considerar as dimensões das ruas e calçadas, Schubert (1979), Balensiefer &
Wiecheteck (1985), citados por Milano (1988), consideraram de fundamental importância,
para a definição do porte adequado de árvore a ser utilizada, o conhecimento da altura e
posição da fiação aérea como também a profundidade e localização das instalações
subterrâneas.
Biondi & Reissmann (1997) afirmaram que a indicação de espécies para a arborização
urbana ainda é feita de maneira muito empírica, utilizando apenas informações estéticas.
Miranda (1970) citou que a utilização de espécies adequadas também contribui para evitar
problemas futuros e atingir os objetivos da arborização. Nesse sentido, Andrade (2002) afirma
que as espécies devem ser escolhidas de acordo com os seguintes critérios: tronco retilíneo,
conduzido sem ramificações laterais até aproximadamente 2m; rusticidade; sistema radicular
profundo, sem raízes superficiais espessas; altura e diâmetro máximos compatíveis com o
local; copa densa e folhagem persistente para o clima quente; copa rala e folhagem caduca
para clima frio; troncos e ramos sem espinhos; galhos que não quebram facilmente.
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2.7.1 Inventário da arborização urbana
O inventário da arborização urbana é um instrumento para o conhecimento e
monitoramento da vegetação e, conseqüentemente, da amplitude dos benefícios auferidos. A
importância do diagnóstico da arborização foi enfocada por Milano (1994), Motta (2000) e
Meunier & Carvalho (2001).
Santos (2000), destaca os seguintes objetivos gerais do inventário: conhecer o
patrimônio arbóreo; definir uma política de administração em longo prazo; estabelecer
previsões orçamentárias para o futuro; preparar um programa de gerenciamento das árvores;
identificar a necessidade de manejo; definir prioridades nas intervenções; localizar áreas para
plantio; localizar árvores com necessidade de tratamento ou remoção; utilizar a árvore como
um vetor de comunicação. Miller (1997), citado por Santos (2000), destaca outros usos mais
específicos do inventário, entre eles a avaliação monetária da arborização, visando uma
justificativa para conseguir recursos junto aos órgãos competentes e o inventário como
fundamento para acompanhamento da evolução de pragas e doenças específicas.
Um dos aspectos importantes a ser considerado em um inventário é a sua abrangência
que, de acordo com Grey & Deneke (1978), citados por Milano (1988), pode ser total, para as
cidades de menor porte, e parcial, para cidades de grande porte, nas quais se faz o uso das
técnicas de amostragem para se reduzir o custo do inventário. Como cada informação
apresenta um custo, Takahasi (1990) salienta que cabe ao planejador definir criteriosamente
as reais necessidades, pois se constata com freqüência a realização de inventários
extremamente complexos e dispendiosos, completamente esquecidos nas gavetas.
Segundo Motta (2000), os inventários para a avaliação da arborização urbana podem ter
caráter quantitativo, qualitativo ou quali-quantitativo. O autor revela que os dados necessários
para cada categoria dependerão dos objetivos, das estratégias e dos procedimentos
operacionais dos órgãos responsáveis pela administração desses serviços.
Ainda segundo Motta (2000), os parâmetros a serem avaliados agrupam-se em cinco
categorias: 1) localização das árvores (rua, número, quadra, entre outras); 2) características
destas (espécies, altura, diâmetro, entre outras); 3) características do meio (largura das ruas e
calçadas, presença de serviços, entre outras); 4) ações recomendadas, que tratam das
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necessidades de manejo, como plantio, irrigação, fertilização, controle de pragas e doenças; e
5) serviços executados.
Ainda de acordo com o mesmo autor, depois de escolher o sistema de inventário a ser
adotado, é necessário estudar os métodos de coleta dos dados e realizar o treinamento da
equipe responsável pela coleta de dados.
2.7.2 Plano diretor de arborização urbana
Sanchotene (2000) definiu o Plano Diretor de Arborização de ruas como um conjunto de
métodos e medidas adotados para a implantação, manejo e expansão das áreas arborizadas das
cidades.
O Plano Diretor de Arborização de ruas tem como objetivo normatizar os procedimentos
relacionados à arborização de ruas e áreas verdes, sendo então um instrumento prático de
gestão da cidade; é dele que passam a advir as diretrizes de implantação e manejo da
arborização urbana local, sempre sujeita a processos de avaliação e replanejamento, a medida
que surjam novas e importantes informações, novas técnicas sejam desenvolvidas ou novas
propostas políticas sejam incorporadas à realidade do município (PMV, 1992).
Milano (1991) fez uma boa explanação da funcionalidade de um Plano, citando algumas
diretrizes, merecendo destaque: o plano deve estabelecer para cada rua ou padrão de rua o
porte da árvore utilizável ou a espécie a utilizar, indicando se o plantio será de um ou ambos
os lados das ruas; deve definir paisagisticamente se o plantio será regular com uma única
espécie por rua, intercalado por espécies diferentes em determinado número de quarteirões ou
totalmente mistos dentro de padrões de portes aceitáveis; por razões estéticas e também
fitossanitárias, deve-se estabelecer o número de espécies a utilizar e a proporcionalidade de
uso de cada espécie em relação ao total de árvores a ser plantado, sendo que cada espécie não
deve ultrapassar 10 – 15% da população total de árvores de rua; serão definidas também as
posições de plantio, o espaçamento entre árvores e a área livre de pavimentação junto à
árvore.
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2.8 Produção das mudas, plantio e manejo das árvores de ruas
De acordo com Balensiefer & Wiechetek (1985), as mudas produzidas em viveiros
devem apresentar as seguintes características quando levadas para o local definitivo: serem
completamente sadias e sem defeitos, tais como caules curvados ou com intensa ramificação
baixa; boa brotação onde se evidenciam os ramos principais da copa; tronco de pelo menos
2m de altura, do qual já se destacam os ramos principais da futura copa, em número de dois a
quatro. Os autores aconselham que a necessidade das mudas passarem certo período expostas
à ação dos fatores climáticos antes de serem levadas para o plantio. Essa prática faz com que
as mudas adquiram resistência natural contra as adversidades do clima.
Ainda com relação às mudas, Biondi (1985) afirma que estas devem apresentar
adequadas condições sanitárias e estarem acondicionadas em recipientes apropriados, como
jacás ou embalagens grandes, evitando o transporte de mudas em torrão ou raiz nua.
A CEMIG (2001) preconiza que o plantio pode ser feito em qualquer época, desde que
se possa irrigar, sendo que, em se tratando de áreas públicas áreas públicas, é melhor fazer o
plantio no período de chuva. O plantio deve ser feito pela manhã ou no final da tarde, mas
nunca em horário de sol muito forte.
Com relação ao espaçamento e posicionamento das árvores, Biondi (1985) salienta que
a distância entre as árvores deve ser de acordo com o seu porte natural e o objetivo da
arborização. Segundo a autora, quando se deseja formar túnel de árvores nas ruas, utiliza-se
um espaçamento menor ou igual ao raio de projeção da copa da árvore e seu alinhamento na
calçada deve ser simétrico. Caso queira uma rua mais clara e menos fechada de árvores,
recomenda-se um espaçamento maior que o raio de projeção da copa da árvore adulta.
De acordo com Balensiefer & Wiechetek (1985), para as árvores de porte médio ou
palmeiras, recomenda-se uma distância de 7 a 10 metros entre si e de 12 a 15 metros para
árvores de grande porte. Já Costa (1993), considera que as árvores de porte pequeno, médio e
grande devem ter espaçamento de 9m, 12m e 15m respectivamente, e, para os casos em que
há fiação aérea, utilizar árvores de pequeno e médio porte com espaçamento de 9m.
Milano (1984) recomendou guardar uma distância mínima de 1m do meio-fio e 5m das
construções. Já a CEMIG (2001) recomenda observar a proximidade da árvore à casa para não
causar interferência em futuras ampliações das construções.
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Para Milano (1988), a distância da muda até o meio-fio está em função da largura dos
passeios. As áreas livres de pavimentação ou áreas de enraizamento atualmente
proporcionadas às árvores de rua são muitas vezes pequenas para permitir o seu
desenvolvimento nas calçadas, além de serem muito influenciadas pelos distúrbios causados
pelos serviços de alargamento de ruas ou reparos das linhas subterrâneas (JORGENSEN,
1967, apud BIONDI, 1985). De acordo com Santos & Teixeira (2001), as áreas livres
pequenas ou inexistentes são resultado de covas mal dimensionadas e da preocupação de
manter o máximo de extensão da calçada com pavimentação. Segundo os autores, um dos
primeiros sinais da inadequação destes espaços é a aparência da planta e as trincas no piso.
Wyman (1972), citado por Biondi (1985), indicou a necessidade mínima de 6m2 de área
livre ao redor da base de cada árvore. A ELETROPAULO (1995), entretanto, sugere apenas
1m2. Segundo Biondi (1985), a área de crescimento da árvore deve ser preferencialmente
gramada e mantida livre de ervas daninhas de modo a evitar a competição e o aspecto de
negligência.
Com relação às covas, Biondi (1985) lembra que, antes de abri-las, deve ser observada
a presença de canalizações subterrâneas, posicionando as covas de modo a causar o mínimo
de prejuízo possível. Segundo a autora, as covas deverão variar entre 0,40 x 0,40 x 0,40 m e
0,50 x 0,50 x 0,50 m de tamanho. Coloca-se primeiramente na cova uma quantidade de terra
que seja suficiente para nivelar o torrão da muda, deixando o colo no mesmo nível do terreno
circundante.
Segundo Costa (1993), é necessário muito cuidado na adubação, devido às condições
adversas que as árvores encontram no meio urbano. Para a CEMIG (2001), na adubação de
plantio deve-se utilizar adubo orgânico curtido, 100g de NPK 6-30-6, 300g de calcário
dolomítico, 300g de fosfato de Araxá, complementando com terra vegetal. Entretanto
Langowski & Klechowicz (2001) simplifica, recomendando colocar 2 litros de esterco
orgânico curtido no fundo da cova. Biondi (1985) observa, no entanto, que as plantas
necessitam de uma adubação de restituição todos os anos, podendo ser feita da mesma
maneira que a adubação utilizada no plantio.
Langowski & Klechowicz (2001) lembram que, durante o plantio da muda, deve-se
colocar um tutor de madeira e uma grade de proteção, de forma a garantir proteção contra os
danos causados por veículos, animais e por atos de vandalismo. Santos & Teixeira (2001)
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afirmam que os tutores são responsáveis por manter a planta ereta e com boa fixação quando
sujeitas a ventos ou danos mecânicos. De acordo com Santos & Teixeira (2001), as árvores
tutoradas apresentam as vantagens de terem maior crescimento em altura além de maior
resistência em relação aos ventos. Ainda segundo o mesmo autor, a presença de tutores, por si
só não se faz eficiente, necessitando o amarrio, que serve de fixação da planta ao tutor. Com
relação aos gradis, Miranda (1970) destaca que em locais onde a população ainda não está
habituada com a idéia de ter árvores nas ruas, deve-se protegê-las de prováveis abalos ou
danos com armações de madeiras ou caixotes, até que elas tenham adquirido uma certa
resistência natural.
A maior ou menor altura da primeira bifurcação está relacionada com as técnicas de
produção de mudas, refletindo o grau de qualidade das mudas utilizadas no plantio. Esta
variável influencia diretamente no tráfego das calçadas arborizadas, visto que as árvores com
inserção dos primeiros galhos abaixo de 2,0 m impedem ou dificultam a passagem de
transeuntes. Brasil (1995), lembrou que a simples bifurcação é indesejável por tornar os
galhos mais vulneráveis à quebra pelo vento ou pelo próprio peso da copa, notadamente
quando não é convenientemente podada. Nesse sentido, a PMSP (1974), citada por Brasil
(1995) recomendou que as árvores devem ter um tronco livre de ramificação até a altura de
1,80. Já para a PMV (1992), as árvores devem se ramificar a no mínimo 2,0m de altura.
Sabe-se que, para as árvores de rua cumprirem as suas funções e se conservarem em
estado adequado e sadio, é necessária a adoção de práticas sistematizadas de manutenção. De
acordo com Milano (1994), as práticas de manejo mais comuns são: o replantio, a irrigação, a
poda, o controle fitossanitário, o reparo dos danos físicos e a remoção.
O replantio de falhas é necessário para manter o efeito estético e paisagístico. Usar
mudas da mesma espécie plantada anteriormente, desde que ela seja adequada ao local
(CEMIG, 2001).
O controle fitossanitário é uma das formas de manejo necessário à preservação da
arborização urbana. De acordo com Milano & Dalcin (2000) o controle fitossanitário inicia-se
em caráter preventivo, na fase de planejamento, com a adequada seleção de espécies
resistentes ou tolerantes. Biondi (1985) endossa esta afirmação, dizendo que a utilização de
árvores apropriadas e resistentes minimiza o uso de produtos químicos para o combate de
pragas e doenças. Segundo a autora, quando as árvores são tratadas por inseticidas, fungicidas
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e até mesmo herbicidas há o risco de saúde para os pedestres. Costa (1993), enfatiza o
controle biológico como meio adequado para a necessidade de proteção e preservação
ambiental. No entanto, Miranda (1970), recomendou, em alguns casos, a aplicação de
produtos químicos nas doses recomendadas pelos fabricantes.
O emprego da poda como medida de compatibilização entre a arborização e outros
componentes urbanos é a alternativa mais utilizada pelas administrações públicas. Milano &
Dalcin (2000) afirmam que a poda de árvores é, sem dúvida, a prática de manejo da
arborização de maior significado e importância.
Entretanto existem algumas controvérsias sobre a sua real necessidade e dentre os que
julgam necessário, há questionamento sobre as técnicas de podar. De acordo com Biondi
(1985), a poda deve ser executada por pessoas habilitadas, pois a sua má execução afeta
principalmente a estética e a saúde da árvore. A autora destaca que a poda poderá ser
desnecessária desde que a árvore tenha sido escolhida criteriosamente, fazendo uma exceção
para a poda de limpeza, na qual apenas são retirados os galhos secos, quebrados e supérfluos.
Por sua vez Costa (1993), afirma que a poda só é necessária nos seguintes casos: a) para
melhorar a aparência e principalmente da forma; b) para prevenção de futuros problemas com
ataques de pragas e doenças; c) como segurança pela remoção dos galhos prestes a cair, a fim
de não danificar propriedades ou injuriar pessoas.
De acordo com Silva (2000), é possível minimizar os custos de manutenção bem como
melhorar a qualidade da arborização mediante algumas medidas como: 1) uma adequada
seleção de espécies; 2) o uso adequado de forma e tamanho de árvores para o espaço
disponível; 3) melhoria da qualidade das mudas; e 4) a melhoria das técnicas de manutenção.
Diante do exposto, nota-se que a arborização de rua possui várias nuances a serem
observadas, não podendo ser tratada com amadorismo e simplicidade e necessitando ainda de
vários estudos dos seus diversos componentes.
2.9 Aspectos históricos da arborização
A árvore é o vegetal mais presente na vida e no ciclo histórico do homem. No início, era
usada como combustível para alimentar as fogueiras dentro das cavernas, passando,
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posteriormente, a ser usada como arma de caça, implemento agrícola e componente das casas
(SANTOS e TEIXEIRA, 2001).
A importância estética e até espiritual das árvores foi registrada na história da
civilização pelos egípcios, fenícios, persas, gregos, chineses e romanos. Compondo jardins e
bosques sagrados, destacando e emoldurando templos, o uso das árvores determinou
conhecimentos rudimentares sobre as mesmas e sua manutenção (BERNATZKY, 1980 apud
MILANO & DALCIN, 2000).
Os estudos foram desenvolvidos e aprimorados na idade média com o surgimento de
Jardins Botânicos, que deram ênfase às espécies de valor medicinal. Com a Renascença,
num empreendimento científico, o homem passa a buscar e cultivar espécies trazidas de
outras regiões, que eram colecionadas e exibidas em jardins botânicos do velho mundo. O
ato de cultivar espécies exóticas também proporcionou um considerável avanço nas formas
de cultivo e manutenção das árvores (MILANO & DALCIN, 2000).
A presença das árvores como elemento de composição urbana passou a ser cada vez
mais marcante a partir da primeira revolução industrial. A necessidade de mão-de-obra para
fazer funcionar as grandes fábricas tirou do campo os primeiros trabalhadores que, por
influências pessoais, trouxeram outros. Muito cedo, no entanto, fez sentir as dificuldades e a
necessidade de se atuar de alguma forma física e psicológica para atenuar as agruras de uma
vida de muito trabalho e pouca diversão. Espaços como forma de lazer contemplativo
fizeram-se prementes, surgindo as primeiras praças públicas (PAIVA & GONÇALVES,
2002).
É a partir de 1800, por meio da iniciativa pioneira da cidade de Londres e Paris, com
seus “squares” e “boulevards”, respectivamente, que as árvores foram, defi nitivamente,
introduzidas na malha urbana (SANTOS e TEIXEIRA, 2001).
Em Paris, o gênio administrativo do Barão Haussman, embora muito mais por razões
de segurança, promoveu uma maneira diferente de pensar a ré- introdução da vegetação no
ambiente urbano e enquanto outros continuavam com projetos de praça, ele enfileirou
árvores nas avenidas e “boulevards”, dando início ao conceito de arborização urbana da
maneira como ainda a conhecemos (PAIVA & GONÇALVES, 2002).
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Entretanto, nem as pequenas praças, nem a arborização urbana conseguiram suprir os
desejos dos moradores urbanos. Assim, a necessidade de áreas maiores com vegetação mais
abundante que não remediasse nem enganasse, mas realmente mostrasse uma paisagem
parecida com a paisagem rural deu origem aos parques urbanos. Esses parques, pela
extensão de suas áreas e pela diversidade da vegetação, procuraram isolar o usuário do
tecido urbano, oferecendo a possibilidade de que ele venha a se sentir em meio a uma
paisagem natural embora cercado pelo urbano (PAIVA & GONÇALVES, 2002).
O início do tratamento político e legal da arborização urbana data do final do século
passado, quando importantes medidas de proteção das árvores públicas contra danos físicos,
por meio de multas, foram estabelecidas nos Estados Unidos (GREY & DENEKE, 1978,
apud MILANO, 1988)).
Em nosso país, a cidade de Recife foi provavelmente o primeiro núcleo urbano a
dispor de arborização de rua, em pleno século XVII, durante a colonização holandesa. Isto
graças à iniciativa do Conde João Maurício de Nassau, que também implantou o primeiro
Parque de Friburgo, com fins paisagístico, utilitário e de defesa, ao redor do palácio do
mesmo nome que edificou na porção norte da ilha de Santo Antônio, criando esse notável
jardim da Renascença do Recife seiscentista (MESQUITA, 1996).
Os séculos XVIII e XIX assinalam, no Rio de Janeiro, locais e obras, marcos iniciais e
fundamentais do paisagismo brasileiro, como a rua do Ouvidor, a criação do passeio
público, Jardim Botânico, Quinta da Boa Vista e Campo de Santana (MACEDO, 1999;
SANTOS & TEIXEIRA, 2001).
Registros dão conta de que, até o início do século XX, a organização urbana da cidade
de Salvador obedeceu a um padrão estético harmonioso, sempre em consonância com a
paisagem natural, mantendo esta característica até a década de 50, quando a urbanização
desenfreada cedeu lugar a uma reestruturação viária e a arborização exótica (BRITO, 1996
apud SANTOS & TEIXEIRA, 2001).
A arborização de Salvador caracterizou-se, até os meados deste século, pelas alamedas
sombreadas e pelos pomares que ocupavam a maioria dos quintais e que além de deliciarem
os moradores com as mangas, os sapotis, os abius, as carambolas, atraíam os sangues-de-
boi, os sanhaços, os azulões e as sabiás (BRITO, 1996).
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A urbanização desencadeada na década de 50 trouxe os edifícios, os conjuntos
habitacionais, as avenidas de vale e os bondes foram substituídos por veículos individuais
que aos poucos e mais aceleradamente no final da década de 80, começaram a enfartar as
artérias da cidade. Deu-se início a uma arborização exótica no ecossistema original, os
princípios modernos de paisagismo retiraram as fruteiras da cidade, e os quintais viraram
“playgrounds” de edifícios (BRITO, 1996). Segundo Malienko & Brito (1996), com esse
crescimento desordenado, a cidade de Salvador, que era privilegiada por sua paisagem
natural, sofreu uma redução significativa de sua cobertura original, que correspondia aos
ecossistemas de mata atlântica e de restinga.
A orla marítima foi invadida por uma arquitetura de gosto duvidosa e a pressa das
inaugurações políticas levou ao transplante de coqueiros que estrangularam as suas estirpes
para desenvolverem às pressas um sistema radicular alternativo frente ao estresse fisiológico
a que foram submetidos (BRITO, 1996).
As primeiras referências sobre a vegetação urbana de Jequié datam os primórdios da
fundação da atual sede de município. A vegetação arbórea existente naquela época era
basicamente composta de angico, pinhão, pequi, algaroba, pau-ferro, sapucaia, malva,
gameleira, jalapa, ouricuri e maniçoba (IBGE, 1958).
Em Jequié, a utilização sistemática de árvores como elemento componente do meio urbano
iniciou-se na década de 50. Entretanto, os relatos, velhas fotografias, como é mostrado na
Figura 2 e os registros referentes às árvores atualmente existentes indicam que os plantios se
intensificaram nos anos 40 com a utilização intensiva do Ficus microcarpa. Como relatado
por
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Figura 2. Aspecto da arborização antiga em Jequié (BA): Praça Rui Barbosa (A, B, C, D, E) e
Rua Alves Pereira (F) na década de 40.
Fonte: (Barros e Pinheiro, 2003)
A B
C D
E F
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Peixoto1, os objetivos na época não eram somente de caráter estético, mas também em
virtude dos benefícios em relação à alta incidência de raios solares. Desde então, mudas
foram espalhadas pelas ruas e praças da cidade, algumas das quais até hoje permanecendo
no local de plantio. Em função do ataque generalizado de trips, a maioria dessas árvores foi
eliminada, sendo substituída na década de 60 pela algaroba (Prosopis juliflora), que também
foram substituídas mais tarde devido a problemas de tombamento. Além do fícus, eram
também utilizadas, gameleiras, acácias e, possivelmente, oitizeiros.
Na década de 70 iniciou o plantio, em grande escala, das espécies Delonix regia, Ficus
elastica e Terminalia catappa além de Prosopis juliflora. Logo que as árvores ficaram
adultas, percebeu-se que estas espécies não eram adequadas para arborização, não somente
pelo fato de as raízes crescerem até quebrarem o calçamento, mas também pela
possibilidade de poderem causar conflitos com redes aéreas e construções, visto que eram
espécies de grande porte (PEIXOTO, 2003)2.
A década de 80 foi marcada pela reestruturação do Setor de Parques e Jardins, da
Prefeitura Municipal, compreendendo aí a construção do horto, implantação de projetos de
arborização, entre eles o Projeto Onda Verde, recuperação de praças e construções de novas
áreas verdes. Nessa mesma época deu-se início ao plantio intensivo do canjuão (Senna
multijuga). Embora proporcionasse boa sombra, o seu plantio foi interrompido, devido a
grande infestação por percevejos (FERREIRA, 2003)3.
Com a total recuperação do Horto Florestal e intensiva produção de mudas, o projeto
Onda Verde iniciou em setembro de 1989, com o plantio de 150 mudas na praça da matriz, na
Rua Bertino Passos e em diversas outras ruas e escolas da cidade. A partir de então, nos
últimos anos o projeto deslanchou, com arborização de escolas, praças e ruas, com mudas de
pequeno e grande porte. Atividades educativas de conscientização da população foram
desenvolvidas, com exposições de fotos, campanhas, realização de feiras, exposição e vendas
de plantas produzidas no horto florestal, lançamento de cartilha, etc. Em outubro desse
mesmo ano, o Colégio Dinâmico fez a distribuição de 1.500 mudas para arborização,
jardinagem e reflorestamento (PMJ, 1995).
1 Informações pessoais transmitidas pelo Eng. Agrônomo Renildo Peixoto, PMJ. Comunicação pessoal, 2003. 2 Comunicação pessoal (2003). 3 Informações pessoais transmitidas pelo professor Marcus Ferreira, UESB.
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A partir da década de 90, diversas leis regulamentavam questões relacionadas com o
meio ambiente no entorno da cidade, incluindo aí a proteção da arborização urbana.
Problemas como aterro de córregos, a derrubada e poda de árvores em vias públicas, uso de
encostas para construir casas, entre outras ações dos indivíduos sobre o meio natural,
começaram a serem fiscalizadas pelo município.
Nos últimos anos os debates sobre o tema se intensificaram com a promoção de
eventos, principalmente pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB,
Prefeitura Municipal de Jequié – PMJ e Grupo Ecológico Rio de Contas – GERC. Vale
ressaltar a realização, em 2003, do 1º Seminário Regional de Arborização Urbana, que teve
como objetivo geral fazer uma análise pública do Projeto Onda Verde.
2.10 Planejamento da arborização urbana no Brasil, na Bahia e em Jequié
Segundo Santos (2000), os benefícios proporcionados pela arborização e as técnicas
silviculturais para a sua condução já são, há muito tempo, conhecidas e amplamente
divulgadas. Da mesma forma que os problemas decorrentes de seu planejamento inadequado.
Mas, apesar da consciência dos múltiplos benefícios auferidos pela população urbana
com o uso da arborização, a maioria das cidades brasileiras tem deficiência no planejamento,
na implantação e manejo dos plantios públicos, situações estas que comprometem os
esperados benefícios às condições ambientais e à qualidade de vida da população urbana.
Os levantamentos qualitativos realizados em algumas cidades brasileiras, identificaram
problemas de raízes estourando calçadas e tubulações, árvores em conflito com a rede de
infra-estrutura e construções gerando podas drásticas, distribuição irregular em relação às
freqüências relativas de plantios, com algumas espécies plantadas em porcentagem acima da
recomendada, além da deficiência na manutenção, com um número significativo de árvores
apresentando danos devidos a causas diversas como podas mal feitas, ação de vandalismo,
tutoramento, construção e problemas fitossanitários, como mostra os trabalhos de Biondi
(1985) em Recife-PE; Milano (1988) em Maringá-PR e Costa (1993) em Manaus-AM.
As cidades do interior do Brasil não apresentam uma realidade distante dos grandes
centros urbanos, pois boa parte não possui um Plano Diretor, apresentando um crescimento
desordenado. Nas cidades de porte médio e pequeno, as intervenções no meio geralmente
ocorrem de forma mais lenta do que nos grandes centros, no entanto, estas não estão isentas da
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degradação ambiental. A falta de planejamento gera dificuldades na implantação e manutenção
da arborização urbana.
A maioria das cidades da região Nordeste do Brasil desconhece completamente a
existência dos princípios e padrões considerados corretos na arborização, utilizando apenas
informações estéticas e tratando-a desordenadamente, sem planejamento, gerando problemas,
ao invés de melhorias ambientais. Em cidades do interior da Bahia, tais situações se devem
principalmente ao empirismo com que a arborização foi implantada, indicando a necessidade de
estudos que subsidiem e estimulem a elaboração de Planos de Arborização, embasados em
critérios técnicos e científicos.
A cidade de Jequié não se constitui numa exceção, ainda mais por se tratar de uma
cidade não planejada e pólo de desenvolvimento regional. Ao longo de todos seus anos de
história, em função do ritmo de crescimento, o traçado urbano de Jequié foi se alterando,
caracterizando-se por um padrão urbanístico de ruas e passeios estreitos, com falta de espaço
para estacionamento de veículos, inexistência de afastamento predial, além de outros fatores
relacionados à falta ou deficiência de planejamento urbano que sempre dificultaram o
desenvolvimento da arborização na cidade.
Um problema que se apresenta na cidade é a predominância das espécies exóticas ou a
seleção incorreta de espécies. Macedo (2002) realizou um estudo no Bairro do Mandacaru, área
urbana da cidade, encontrando um baixo índice de diversidade, com uma alta freqüência da
espécie Ficus benjamina (64%), ultrapassando a freqüência máxima de 15% recomendada por
Grey & Deneke, (1978), citados por Biondi (1985). Para Macedo (2002), o Ficus benjamina tem
sido introduzido no Bairro do Mandacaru sem nenhum estudo prévio, critério ou planejamento
de acordo com o recomendado pelas normas da arborização urbana, podendo trazer problemas
de surgimento de pragas.
Quanto a esse aspecto, Peixinho Filho (2002) afirma que a arborização urbana na Bahia
está ameaçada pela grande quantidade de árvores do gênero Ficus que ornamentam ruas, jardins
e praças em todo o Estado. O autor afirma que o Ficus benjamina prolifera rapidamente e sem
controle em cidades baianas, rompendo o equilíbrio na distribuição das espécies vegetais. Sobre
essa espécie, Meneghetti et al (1996) afirmam ser totalmente inadequada para fins de
arborização de ruas, tanto devido ao seu porte quanto pela agressividade de suas raízes.
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38
Peixinho Filho (2002) responsabiliza os governantes municipais que, segundo ele, não
respeitam os critérios técnicos, que condenam o predomínio de uma espécie vegetal sobre as
demais, especialmente importadas de outros ecossistemas.
Guzzo (1999) lembra que nos ecossistemas urbanos, a diversidade de espécies tem
relevante importância ecológica e estética. Segundo o autor, a diversidade de espécies promove
uma maior estabilidade ecológica nos ecossistemas, uma vez que os novos habitats
proporcionarão o surgimento de outras espécies da flora e da fauna. Sendo assim, as interações
ecológicas (competição, predação, simbiose) serão maiores, o que dificultará o surgimento de
pragas, e não porá em risco toda a vegetação existente.
2.11 Legislação disponível sobre o meio ambiente municipal em Jequié
Jequié dispõe dos seguintes instrumentos de gestão urbana: Lei nº 1.353 de 16 / 06 /
1995, que instituiu o Plano Diretor Urbano; Lei nº 1.354 de 16 / 06 / 1995, que dispõe sobre o
perímetro urbano da cidade; Lei nº 1.355 de 16 / 06 / 1995, que dispõe sobre o parcelamento
do solo urbano; Lei nº 1.356 de 16 / 06 / 1995, que dispõe sobre o zoneamento e uso do solo;
Lei nº 1.357 de 16 / 06 / 1995, que instituiu o código de obras e edificações do município; Lei
nº 1.358 de 16 / 06 / 1995, que instituiu o código de posturas do município; Lei Orgânica de
Jequié, de 05 de abril de 1990.
A cidade de Jequié ainda está no início no que se refere às legislações pertinentes ao
manejo e a conservação do ambiente. Alguns dispositivos legais de interesse do paisagismo
urbano e preservação ambiental foram criados, dentre os quais é relevante citar:
• Lei Orgânica de Jequié – BA, 1990, Capítulo VI – do Meio Ambiente, Art. 150, inciso
XI, que incumbe ao Poder Público estimular e promover a arborização urbana, utilizando
preferencialmente espécies nativas regionais e frutíferas;
• Código de Postura do Município de Jequié – BA, 1995, Capítulo II – da Higiene
Pública e Proteção Ambiental, Art. 13 que estabelece medidas de proteção às árvores da
arborização pública;
• Lei do Zoneamento e Uso do Solo de Jequié – BA, 1995, Capítulo II – do Uso do
Solo, Art. 3 que estabelece as categorias de uso como residencial, comercial, de serviços,
industrial, institucional e áreas especiais. Dentre as áreas especiais prevê-se a criação dos
Parques do Mirante do Sol Nascente e do Aeroporto.
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Encontra-se em fase de discussão a criação e regulamentação do Código Municipal de
Meio Ambiente, que deverá contemplar questões relativas à política de meio ambiente e os
sistemas de licenciamento e controle ambiental municipal e incluir os dispositivos de
infrações e penalidades em decorrência da fiscalização e autuação dos infratores.
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40
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área de estudo
O município de Jequié localiza-se entre as coordenadas 13o 51’ 5” latitude sul e 40 o 04’
54” longitude oeste e está situado na região Sudoeste do Estado da Bahia, a 358,7
quilômetros da capital Salvador (IBGE, 1958), conforme mostra a Figura 3. O município tem
uma área de 3.313 km2 e uma população de130.207 habitantes, segundo o censo do IBGE do
ano de 2000.
O município está localizado em uma área de transição ou de contato climático e
fitogeográfico. Em virtude destes elementos marcantes, observa-se que a leste predomina o
clima tropical chuvoso de floresta, com um a três meses secos, tipo AM, segundo a
classificação de Koppen, com índice pluviométrico oscilando entre 800 a 1.200 mm anuais.
Enquanto a oeste, o clima é quente de caatinga, com chuvas de verão e períodos secos bem
definidos de inverno ameno, tipo BSwh, apresentando índice pluviométrico entre 300 a 600
mm / ano (MARCELO, 2002).
O clima de Jequié não apresenta boas condições de conforto térmico. Embora haja meses
razoavelmente frios, a maior sensação deixada é de intenso calor, que surge da associação
entre altas temperaturas, baixas taxas de umidade relativa do ar e pouca ventilação. Possui
verões cuja temperatura máxima média do mês mais quente é de 26,1ºC, sendo que, durante o
inverno, o mês mais frio apresenta temperatura média de 21,6 ºC.
A sede do município situa-se na região semi-árida da caatinga, de clima quente e seco,
caracterizado pela irregularidade de distribuição de chuvas. Há um período de estiagem
bastante longo, de abril a outubro, com dias claros e de sol causticante que fazem Jequié ser
conhecida por Cidade Sol. Em contraposição, tem-se o período das chuvas intensas, de
novembro a abril que, na caatinga, coincide com o escoamento superficial, lavagem de solo e
acúmulo de sedimento nas baixadas, com conseqüências evidentes para a infra-estrutura da
cidade (PMJ, 1995). Essa variação climática condiciona a presença de três classes de
vegetação no município, a caatinga, a mata de cipó e a mata tropical, além de favorecer
cultivos agrícolas diversificados como cacau, café, mamona, hortaliças, cereais e o
desenvolvimento de atividades pecuárias (PMJ, 1995).
Situado no planalto dos Geraizinhos, o município de Jequié tem um relevo acidentado
que se destaca principalmente por causa das serras marginais nos tabuleiros pré-litorâneos.
O sítio
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41
Je qu ié
P/VIT%%21 1RIA DA CONQUISTA
P/ FE IRA DE SANTANA
BR 1 16
AVENIDA
BARRAGEM
DE
PEDRAS
BR 116
P/VIT%%211RIADA
CONQUIS
TA
BR 116
P/ FEIRA
DE SANTANA
AVENIDA BARRAGEMDE
PEDRAS
BR 116
BR 116
P/ FEIRA
DE SANTANA
P/ VIT%%211RIA DA
CONQUISTA
BR 11 6
P/ FEIRA DE SANTANA
BR 11 6
P/ VIT%%211RIA DA CONQUISTA
BARRAGEM
DE
PEDRA S
AVENIDA
AVENIDA
AUR%%20 1LIOVIANA
GOVERNADOR
P/ FEIRA DE SANTANA
BR 11 6
P/ VIT%%211RIA DA CONQUISTA
A VENIDA
GOVERNADOR
AUR%%2 01LIO
VIANA
BARRAG EM
DE
PEDRAS
AVENID A
BR 1 16
P / F EIRA DE SANTA NA
P/ VIT%%211R
ONQ
TA
P / VIT %%211RIA DA CONQUISTA
B R 1 16
P/ FEIRA DE SANTANA
P/ FEIRA DE SANTANA
P/ VIT %%211RIA DA CONQUISTA
BR 116
P/ IPIA%%218
P/ B R 116
P/ IPIA%%218
P/ BR 116
P/ IPIA%%218
P/BR 116
BR 330
BR 330
P/ IPIA%%218
P/ BR 116
P/ IPIA%%2
18
BR 330
BR 330P/ IPIA%%21
8
P/ BR 116
P / BR 116
P / IPIA%%218
P/ IPIA%%218
BR 330
P/ BR 116
BR 330
BR 330
P/IPIA%%218
P/ BR 116
BR 330
P / IPIA% %218
P / BR 11 6
Estado da Bahia
Sede Municipal
Jequié
Jequié
Município de Jequié
Figura 3. Localização do município e sede municipal de Jequié no Estado da Bahia.
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42
urbano e seu entorno encontra-se sobre um conjunto de planícies e terraços do rio de Contas,
seguido de pequenas colinas e formações mais elevadas de até 600m de altitude (IBGE,
1958).
A paisagem geológica da região está inserida no denominado Complexo de Jequié, que
inclui rochas do tipo gnaisse, gnaisse charnockiticos, biotita-gnaises, quartzo feldspático e
depósitos eluvionares e coluvionares, coluvionares e fluviais.
Basicamente os solos da região são das classes Podzólico Vermelho e Amarelo,
equivalente Eutrófico e Latosol Vermelho Amarelo, Distrófico e solos litossóis. (SEI, 2000).
3.2 Avaliação das áreas verdes públicas
Para a avaliação das áreas verdes da cidade de Jequié, foram considerados apenas os
espaços livres públicos, representados pelas praças, praças em projeto, rótulas, áreas
institucionais, áreas de preservação permanente, cemitérios, hortos e estacionamentos.
As áreas verdes públicas foram consideradas as mais apropriadas para avaliação da
arborização urbana, especialmente por não exigir metodologias complicadas, constituindo-se
em áreas de fácil monitoramento, pois suas características físicas dificilmente são objetos de
modificações. Considerando que a arborização urbana particular apresenta problemas de
inacessibilidade inerentes à própria situação fundiária, podendo ser modificadas pelo direito
de propriedade e por deficiências administrativas das gestões públicas. Portanto, as áreas
verdes compostas por remanescentes vegetais situadas em propriedades particulares, apesar de
serem áreas de relevante importância ao meio ambiente urbano, são mais difíceis de avaliação
tendo em vista a dinâmica do crescimento urbano, que constantemente exerce pressão sobre
estas áreas.
Para uma melhor avaliação das áreas verdes públicas e arborização de ruas, a área
urbana foi dividida em 5 setores, a saber:
• Setor Oeste: bairros Cidade Nova, Joaquim Romão, Caixa D’água, Sol Nascente e
Curral Novo;
• Setor Sul: bairros Mandacaru, Centro Industrial, km 3 e 4;
• Setor Norte: bairros São Luís, São José, Alto do Viveiro, Amaralina, Mutirão e São
Judas Tadeu;
• Setor Leste: bairro Jequiezinho;
• Centro da cidade.
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43
A avaliação por setor teve por objetivo permitir uma investigação de padrões e
tendências mais precisas dentro de cada setor, em relação aos diversos parâmetros avaliados.
Os setores foram delimitados pelos dois principais cursos d’águas que drenam a área
urbana da cidade, denominados de rio de Contas e rio Jequiezinho, conforme mostra a Figura
4, a seguir. Além desses marcos naturais, as ruas e estradas também foram usadas com essa
finalidade.
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45
3.2.1 Quantidade e uso das áreas verdes públicas
O levantamento quantitativo determinou o número de áreas verdes da cidade, suas
localizações e respectivas áreas totais, o cálculo do índice de área verde (IAV), além de se
promover uma discussão sobre o uso atual dessas áreas, excluindo-se as praças que foram
objeto de avaliação mais detalhada.
Para a realização deste levantamento foram consideradas todas as áreas verdes da cidade
de Jequié, levando-se em conta a definição de espaços livres propostos por Groning (1976),
citado por Costa (1993), cuja definição conceitual tende a se aproximar do termo área verde.
Este conceito, por ser mais abrangente, contempla a maioria das situações que ocorrem no
município.
Em virtude da Prefeitura Municipal não possuir um cadastro contendo uma relação das
praças e demais tipos de áreas verdes públicas, foi necessário levantar esses espaços por
ocasião das primeiras atividades de campo, além de serem identificadas outras áreas verdes
públicas de interesse, não especificadas no mapa da cidade, totalizando 109 áreas,
caracterizadas como áreas verdes públicas.
As áreas institucionais abordadas no presente trabalho são aquelas reconhecidas pelo
poder público como sendo de sua propriedade e foram representadas pelas escolas municipais
e estaduais de 1º e 2º graus, aeroporto, campus universitário, parque de exposição e demais
instituições das esferas governamentais. Para efeito de cálculo da superfície das áreas verdes
públicas da cidade, foram consideradas apenas aquelas não construídas (os pátios e jardins)
das referidas instituições. Baseado neste critério e utilizando-se das informações disponíveis
nas Secretarias Estadual e Municipal de Educação, foram levantadas todos os pátios das
escolas situadas na zona urbana que tinham expressiva área livre, as quais foram incluídas
para o cômputo da área verde total da cidade.
A quantificação das áreas de praças, rótulas de avenidas e margens de rios foi feita por
meio do software ArcView 3.2a, utilizando-se a base cartográfica planialtimétrica do
laboratório de geoprocessamento da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da
Bahia – CONDER de 1999. As superfícies das demais áreas verdes foram obtidas mediante
informações contidas nas respectivas plantas planialtimétricas e, para as que não continham,
utilizou-se de um receptor GPS (Global Positioning System) Garmim 40 para coletar as
coordenadas geográficas, as quais foram processadas mediante o software “Show Letter” para
o cálculo das áreas.
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46
Após este levantamento, as áreas verdes públicas foram catalogadas e demarcadas no
mapa da cidade, objetivando, com isso, definir com exatidão o número e a localização dessas
áreas, além de possibilitar o cálculo do Índice de Área Verde (IAV) por habitante
(discriminado por área verde total e área verde de uso coletivo) e a análise da distribuição
espacial. Durante esta fase também se realizou uma análise do uso das áreas verdes públicas,
excluindo-se as áreas verdes de uso coletivo (praças). Esse levantamento foi realizado durante
os meses de julho e agosto de 2003.
3.2.2 Índice de áreas verdes (IAV)
Para estimar o índice de áreas verdes da cidade de Jequié, foi considerado o somatório
das superfícies de todos os tipos de áreas verdes existentes na cidade (praças atuais e
projetadas, faixa de rio, cemitérios, áreas institucionais, horto municipal, estacionamentos,
rotatórias e canteiros centrais ajardinados), expresso em metro quadrado, dividido pelo
número de habitantes da área urbana, conforme calculado por Costa (1993) para a cidade de
Manaus.
• das superfícies das áreas verdes (m2) IAV =
Número de habitantes da área urbana
3.2.3 Aspectos urbanísticos, conservação e distribuição das áreas verdes públicas
Esta etapa permitiu fazer uma avaliação qualitativa de todas as áreas verdes de uso
coletivo citadas por Oliveira (1996), representadas por 48 praças, de acordo com uma série de
itens qualitativos previamente estipulados.
Para a localização dessas áreas, foi utilizado o mapa da cidade de Jequié de 1999, na
escala 1:10.000. As praças não demarcadas no mapa foram catalogadas a partir dos
levantamentos de campo, sendo, assim, cada logradouro relacionado na listagem. Após a
identificação das áreas de estudo, iniciou-se a coleta de informações “in loco”. Os dados
foram coletados durante os meses de junho e julho de 2003, e registrados na ficha de coleta de
dados (Apêndice A) apropriando os modelos propostos por Carvalho (2001) e Costa (1993):
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47
I – identificação da área verde: dados referentes ao nome, bairro e rua;
II – aspecto urbanístico: Classificação da área verde como totalmente urbanizada5,
parcialmente urbanizada6 e não urbanizada7; no caso de áreas totalmente urbanizadas e
parcialmente urbanizadas, foram avaliados aspectos como pavimentação, o tipo de material
usado nas vias de circulação, delimitação de canteiros (meio-fio), iluminação, equipamentos
de serviços, equipamentos de lazer, que foram diagnosticados de acordo com os seguintes
parâmetros:
a) pavimentação: classificação da área como impermeabilizada (quando possui mais de 30%
da sua área com pavimentação) e áreas não impermeabilizadas (quando possui menos de 30%
da sua área com pavimentação);
b) tipo de material usado nas vias de circulação: terra nua, concreto, pedra e gramado;
c) delimitação de canteiros: existência ou não de delimitação de canteiros;
d) iluminação: avaliação de acordo com as seguintes condições:
• ruim: além das luminárias quebradas, o número de postes é insuficiente, fazendo com
que a iluminação esteja aquém do necessário ou até mesmo sem iluminação;
• regular: apesar de os postes de luz estarem em bom número e bem localizados,
existem luminárias quebradas, prejudicando o desempenho da iluminação;
• boa: sem luminárias quebradas e o número de postes é suficiente para proporcionar
uma boa luminosidade;
obs: essas observações foram feitas entrevistando a população residente no entorno da praça
e) pontos de água: determinar a possibilidade ou não de irrigação através da determinação da
existência ou não de pontos de água;
f) equipamentos de serviços: identificação da existência ou não de serviços nas praças tais
como telefone público, ponto de táxi, boxe policial, lixeira, caixa de correio, banca de jornal,
bebedouro, ponto de ônibus, lanchonetes, banheiros e outros ou, até mesmo, ausência destes
elementos;
g) equipamentos de lazer: identificação da existência ou não de equipamentos de lazer nas
praças tais como bancos, brinquedos, quadras de esporte, parque infantil, campo de futebol e
outros ou, até mesmo, ausência destes elementos;
III – vegetação:
5 Possui traçado definido, grupos vegetais e equipamentos de lazer. 6 Possui traçado definido, porém não possui grupos vegetais e/ou equipamentos de lazer. 7 Área limpa sem nenhum tratamento paisagístico ou estrutural.
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48
a) identificação do tipo de vegetação existente: forrações pisoteáveis, elementos arbóreos,
arbustos ou não tem nenhum tipo de vegetação;
IV – manutenção:
a) manutenção das espécies vegetais: esse item foi avaliado de acordo com a necessidade de
poda, controle fitossanitário, controle de ervas daninhas e necessidade de replantio. A
pontuação foi feita da seguinte forma:
- bom (3 pontos): quando não necessita de qualquer tipo de intervenção;
- razoável (2 pontos): quando necessita de apenas um tipo de intervenção;
- ruim (1 ponto): quando necessita de intervenção por mais de uma causa.
b) manutenção dos equipamentos e mobiliários: esse item foi avaliado segundo o tipo de
manejo necessário à manutenção dos equipamentos; a pontuação foi feita da seguinte forma:
- ruim (1 ponto): necessidade de trocar equipamentos e mobiliários;
- razoável (2 pontos): necessidade de consertar ou limpar equipamentos e mobiliários;
- bom (3 pontos): sem necessidade de intervenção.
c) manutenção das vias de circulação: as condições em que se encontram as vias de circulação
foram avaliadas com os seguintes conceitos:
- bom (3 pontos): pavimentação em bom estado de conservação, sem rachaduras e
desprendimento de blocos;
- razoável (2 pontos): pavimentação em estado de conservação comprometido, devido à
presença de rachaduras e com desprendimento de blocos sem exposição do solo, mas com
elevação do piso;
- ruim (1 ponto): pavimentação com ausência de manutenção, com rachaduras em quase toda
a área e desprendimento de blocos, com grande exposição do solo;
d) limpeza: avaliação de acordo com as seguintes condições:
- bom (3 pontos): sem lixo nos passeios, no gramado ou nos canteiros;
- razoável (2 pontos): com pequena quantidade de lixo nos passeios, no gramado ou nos
canteiros:
- ruim (1 ponto): com grande quantidade de lixo nos passeios, no gramado ou nos canteiros.
Depois de dar nota aos itens relacionados com a manutenção das praças, calculou-se a
média aritmética para obter a nota da manutenção geral de cada praça. O conceito foi
estipulado de acordo com os seguintes intervalos: ruim: 1 até 1,5 ponto; razoável: 1,6 até 2,5
pontos; bom: 2,6 até 3,0 pontos.
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Durante esta fase também se fez uma análise da distribuição das praças na malha urbana
da cidade. Para esta avaliação, utilizou-se o mapa oficial da cidade (escala 1:10.000), obtido a
partir de aerofotografias, com data de vôo setembro/1999, no qual foi observada a disposição
espacial das praças.
3.2.4 Diversidade florística das praças
Paralelo ao levantamento qualitativo das praças, realizou-se a identificação da flora
arborescente destas áreas, tendo também sido feita a contagem dos indivíduos em cada
unidade.
Para identificar as espécies desconhecidas, foi coletado material botânico das plantas,
que foram identificadas utilizando-se bibliografia específica, tais como Lorenzi (1992),
Pereira & Agarez (1980), Joly (1983), entre outros.
Com base nas espécies identificadas, organizou-se uma listagem das árvores ocorrentes
nas praças, dispostas por ordem de freqüência absoluta e contendo informações como nome
comum e botânico, quantidade e freqüência relativa.
3.3 Avaliação da arborização urbana
3.3.1 Estimativa do número de árvores da área não urbanizada da cidade
Nas áreas não urbanizadas, consideradas aquelas com ruas sem meio-fio e
pavimentação, adotou-se o processo casual simples para a seleção de ruas a serem avaliadas.
Foram percorridos 20% do comprimento total das vias não urbanizadas da cidade, totalizando
110 ruas observadas, num total de 31 km percorridos (Figura 5).
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Fig 5 – Unidades de amostras sorteadas (em destaque) para o levantamento do número de
árvores das ruas não urbanizadas
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Em seguida foi efetuado o levantamento de todos os indivíduos arbóreos pertencentes a
essas vias. Posteriormente foi calculado o número de árvores por km linear, sendo a avaliação
extrapolada para o total da arborização da área não urbanizada da cidade.
Os dados foram coletados por apenas uma pessoa, com o deslocamento feito a pé. A
coleta dos dados foi no mês de maio de 2003.
3.3.2 Levantamento quantitativo da arborização de ruas urbanizadas
Nas áreas urbanizadas, definidas como aquelas com ruas apresentando meio-fio e
pavimentação, foi feito um levantamento censitário das árvores existentes em passeios e
canteiros centrais, identificando-se e registrando-se as espécies de todas as árvores observadas
nos bairros Cidade Nova, Joaquim Romão, Mandacaru, Centro Industrial, São Luís, São José,
Alto do Viveiro, Mutirão, Jequiezinho e Centro. Os dados foram coletados entre janeiro e
abril de 2003, utilizando-se um formulário (Apêndice B) elaborado especificamente para este
fim. Nesse formulário, as espécies foram registradas através de códigos.
A coleta de dados foi feita a pé, sendo necessária apenas uma pessoa, já que nessa etapa
nenhum parâmetro exigia o uso de equipamentos de medição. Nessa fase foram percorridos
aproximadamente 100 km de ruas.
3.3.2.1 Diversidade de espécies A diversidade de espécies foi avaliada, em praças e nas ruas, pela estimativa do Índice de
Shannon (H’) e Equitativida de de Pielou (E), calculados segundo Magurran (1988), conforme
expressões (1) e (2):
H’= ii pp ln∑− (1)
E= lnSH'
, (2)
Sendo ip a proporção da espécie i encontrada nos locais avaliados e S o número de espécies
encontradas.
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3.3.3 Avaliação qualitativa da arborização urbana
Para o levantamento dos dados relativos aos aspectos de qualidade, conservação e
adequação dos plantios, adotou-se como unidades amostrais os quarteirões, proposto por
Rachid & Couto (1999), selecionados aleatoriamente na área urbanizada. As árvores dos
canteiros centrais não foram avaliadas visto que as árvores de calçadas são as que causam
maiores conflitos com edificações e equipamentos urbanos, além de serem também as mais
sujeitas a danos físicos e conseqüentes problemas fitossanitários.
Uma amostra de dez quarteirões foi tomada para avaliar a variação do número de
árvores entre eles e calculado o tamanho suficiente de amostra pela expressão n= Tα2. S2 / E2 onde, n: número de amostras necessárias;
Tα: valor de t de Student, tabelada em função de P=90%;
S2: variância entre a média e o número de árvores por quarteirão;
E: erro admissível (10% da média do número de árvores).
O tamanho suficiente de amostra para P=90% e com limite de erro de 10% para estimar
o número de árvores foi 45, sendo este o número de quarteirões avaliados. A Figura 6 mostra
os quarteirões avaliados.
A coleta dos dados foi realizada por uma equipe formada por um anotador (técnico de
nível superior) e dois medidores (estagiários). Os valores dos parâmetros mensuráveis foram
determinados com instrumentos apropriados, como trena e fita métrica e os demais dados não
mensuráveis foram determinados conforme avaliação do anotador.
As medições da circunferência à altura do peito (CAP), área livre para engrossamento
do tronco e distância da árvore ao meio-fio foram realizadas utilizando-se uma fita métrica.
As medições da largura dos passeios e ruas e a distância entre a árvore seguinte foram
realizadas utilizando-se uma trena. A estimativa da altura da árvore foi feita mediante
referência da altura das redes de distribuição de energia elétrica de baixa e média tensão e da
rede de telefonia. A determinação do afastamento predial foi realizada por estimativa. A altura
da primeira bifurcação, em centímetros, foi medida com auxílio de uma haste rígida de 2
metros. O reconhecimento da regularidade do plantio (se a árvore foi plantada pela população
local ou pela Prefeitura) foi feito por intermédio de entrevistas com os moradores.
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Para essa etapa foram utilizados dois tipos de planilhas, sendo uma para caracterização
da arborização (Apêndice C) e outra para avaliação do manejo (Apêndice D).
Em relação ao tipo de informação a coletar, o inventário seguiu as recomendações de
Biondi (1985) e Milano (1984 e 1988), adaptadas às condições locais e que serviram de base
para a confecção das planilhas para a coleta de campo. No preenchimento da planilha que
caracteriza a arborização foram registradas as seguintes informações:
1.0 – Característica do meio
1.1 - Largura do passeio:
refere-se à largura do passeio. Foram considerados:
a) 1 ponto: < 2m
b) 2 pontos: 2 a 3m
c) 3 pontos: > 3m
1.2 - Largura da rua:
diz respeito à largura da rua. Foram considerados:
a) 1 ponto: < 6m
b) 2 pontos: 6 a 7m
c) 3 pontos: > 7m
1.3 - Condições locais:
refere-se à intensidade de pedestres e veículos na localidade. Foram consideradas as seguintes
situações:
a) 1 ponto: local de intenso movimento de pessoas e veículos (ponto de ônibus, acesso à
escola, fábrica,igreja, tráfego intenso,etc);
b) 2 pontos: local ao lado de residências, terreno baldio, etc, mas com movimento razoável,
devido à proximidade de escolas, comércio, fábricas, etc.;
c) 3 pontos: local estritamente residencial, com pouco movimento de pessoas e veículos.
1.4– Interferências presentes:
diz respeito à presença de redes aéreas sobre a árvore. Foram considerados:
a) 1 ponto: presença de rede elétrica aérea e rede de comunicação aérea;
b) 2 pontos: presença apenas de rede de comunicação aérea;
c) 3 pontos: ausência de redes aéreas.
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2.0 – Regularidade do plantio:
refere-se ao ator responsável pela execução do plantio. Foram consideradas as seguintes
situações:
2.1 - plantio regular (executado pela Prefeitura Municipal);
2.2 - plantio irregular (executado pela população local).
3.0 – Posição do plantio
3.1 - Distância da árvore ao meio-fio:
refere-se à distância do tronco da árvore até o meio-fio. Foram considerados:
a) 1 ponto: < 0,5m
b) 2 pontos: 0,5 a 1m
c) 3 pontos: > 1m
3.2 - Afastamento predial:
refere-se ao afastamento de qualquer tipo de construção em relação à linha do passeio. Foram
consideradas as seguintes situações:
a) 1 ponto: 0 a 1,5m
b) 2 pontos: 1,6 a 3m
c) 3 pontos: > 3m
3.3 - Área livre para o engrossamento do tronco:
diz respeito à área não pavimentada em torno do tronco, sendo considerados:
a) 1 ponto: < 1m2
b) 2 pontos: = 1m2
c) 3 pontos: > 1m2
3.4 - Distância à próxima árvore em metros:
refere-se à distância entre os troncos dos elementos arbóreos. Foi calculado e avaliado o
espaçamento médio entre as árvores e o desvio padrão.
4.0 – Características da espécie (porte)
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4.1 - Altura da árvore:
refere-se à altura desde a superfície do solo até as folhas no ápice do galho mais alto, tendo-
se como referência à altura da rede de telefonia (5 m), sendo considerados:
a) < 2m
b) 2m a 5m
c) >5m
4.2 - Circunferência à altura do peito (CAP):
diz respeito à circunferência do tronco do indivíduo medido à altura do peito, ou seja, 1,30 m
de altura do solo, sendo considerados:
a) < 50 cm
b) 50 a 100 cm
c) > 100 cm
4.3– Altura da 1º bifurcação:
refere-se à altura que vai do solo até a inserção do primeiro galho no tronco. Foram
considerados:
a) 1 ponto: < 1,8m
b) 2 pontos: 1,8 a 2,0m
c) 3 pontos: > 2,0m
5.0 – Compatibilidade entre o porte da árvore e o espaço disponível:
refere-se à relação entre o porte da árvore e o espaço físico disponível para o crescimento da
mesma. Foram consideradas as seguintes situações:
a) 1 ponto: pouco compatível : A árvore requer poda pesada e sistemática para controle do
tamanho e forma da copa;
b) 2 pontos: medianamente compatível: a árvore requer poda leve, porém sistemática para
controle do tamanho e forma da copa;
c) 3 pontos: compatível: sem necessidade de poda.
6.0 – Condição geral da árvore
6.1 – Tronco
6.1.1 – Estado da casca:
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diz respeito à presença de danos físicos na casca da árvore, sendo considerado:
a) 1 ponto: casca destruída ou com deformidades, com pouca chance de recuperação;
b) 2 pontos: parte da casca destruída, exigindo pequenos reparos;
c) 3 pontos: casca sem danos.
6.1.2 – Forma do tronco:
refere-se à inclinação do tronco em relação ao solo, sendo considerado:
a) 1 ponto: grande tortuosidade;
b) 2 pontos: leve tortuosidade;
c) 3 pontos: forma ereta
6.2 – Estado da raiz:
diz respeito às condições externas do sistema radicular do indivíduo arbóreo. Foram
considerados:
a) 1 ponto: raiz com afloramento, afetando a calçada ou construção;
b) 2 pontos: raiz com afloramento restrito à área livre;
c) 3 pontos: raiz sem afloramento.
6.3 – Copa
6.3.1 – Vitalidade:
diz respeito ao aspecto físico da copa, sendo um indicador de saúde da árvore. Essa medida
foi estimada a partir da observação dos parâmetros coloração das folhas, densidade da copa e
presença de galhos mortos dentro da copa viva. Foram consideradas as seguintes situações:
a) 1 ponto: copa sem vitalidade;
b) 2 pontos: copa com médio vigor;
c) 3 pontos: copa com vitalidade
Obs: houve o cuidado para não confundi a mudança de coloração das folhas com um
fenômeno sazonal.
6.3.2 – Injúria mecânica:
diz respeito à existência de danos físicos na copa. Foram consideradas as seguintes situações: a) 1 ponto: copa bastante destruída e deformada por injúria mecânica ou poda;
b) 2 pontos: parte da copa destruída por injúria mecânica ou poda;
c) 3 pontos: copa sem injúria mecânica
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6.4 – Condições fitossanitárias da árvore:
refere-se às condições de sanidade de cada árvore; foram considerados:
a) 1 ponto: árvore com alta incidência de pragas e / ou doenças;
b) 2 pontos: árvore com pouca incidência de pragas e/ ou doenças;
c) 3 pontos: árvore com ausência de pragas e/ou doenças.
No preenchimento da planilha que caracteriza o manejo foram registradas as seguintes informações:
1.0 – podas
1.1 – podas anteriores:
refere-se a qualidade da poda aplicada sobre o elemento arbóreo. Foram considerados:
a) 1 ponto: podas mal executadas (com tocos e ferimentos remanescentes);
b) 2 pontos: podas bem executadas (sem tocos e ferimentos remanescentes);
c) 3 pontos: sem podas anteriores
1.2 – Necessidade de podas:
refere-se à necessidade de poda e à intensidade exigida, de acordo com a situação em que se
encontra cada elemento arbóreo, sendo:
a) 1 ponto: poda pesada (retirada de grande parte da copa para livrar fios, construções,
luminárias etc.);
b) 2 pontos: poda leve (levantamento da copa e retirada de galhos mortos);
c) 3 pontos: não necessária.
2.0 - Necessidade de outras intervenções:
refere-se à necessidade de outros tratos culturais como substituição/replantio, combate a
pragas e doenças, recuperar injúrias mecânicas, ampliação da área livre, tutoramento,
recuperação ou reposição do gradil, sendo:
a) 1 ponto: necessidade de substituição / replantio; intervenção por mais de uma causa;
b) 2 pontos: árvore necessitando de intervenção devido a uma só causa;
c) 3 pontos: não há necessidade de intervenção.
Os parâmetros foram avaliados com notas de 1(pior condição) a 3 (melhor condição),
(exceto para os itens 5.0, 6.4, 7.1 e 7.2) de acordo com a situação em que se encontravam
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cada variável considerada. Depois de realizada a avaliação de cada item, foi necessário
calcular a média aritmética ponderada por meio da seguinte expressão.
Sendo: N: nota; pa= peso da classe a; pb=peso da classe b; pc=peso da classe c; na: número de
indivíduos na classe a; nb: número de indivíduos na classe b; nc: número de indivíduos na
classe c
Os conceitos para cada item foram estipulados de acordo com os seguintes intervalos:
ruim: 1 até 1,5 ponto; razoável: 1,6 até 2,5 pontos; bom: 2,6 até 3,0 pontos.
napa + nbpb + ncpc N= na + nb + nc
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60
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Avaliação quantitativa e uso atual das áreas verdes públicas
Foram levantadas 109 áreas verdes, totalizando 3.491.040 m2 (ou 3,5 km2) de área
(Tabela 1). Do total das áreas verdes catalogadas, foram identificadas: quarenta e oito áreas
verdes de uso coletivo, representadas pelas praças públicas; cinco praças em projeto; trinta e
nove áreas institucionais, como escolas, ginásios de esporte e outros órgãos governamentais,
com significativas áreas livres, algumas vezes contendo jardins, pátios e equipamentos de
lazer; seis canteiros centrais; quatro rótulas de avenidas; três cemitérios; duas áreas de
preservação permanente (APPs), como as faixas marginais dos rios de Contas e Jequiezinho;
um estacionamento público e um horto florestal.
Existem ainda os campos de futebol que não foram computados no cálculo das áreas
verdes públicas, uma vez que correspondem, na maioria das vezes, a áreas cuja destinação
ainda não é bem definida.
Conforme a Tabela 1, observa-se que as áreas institucionais e de preservação
permanente juntas contribuíram de forma significativa na quantificação das áreas verdes
públicas, representando 93% da superfície total dessas áreas, tendo com isso um papel
ecológico importante por manter grandes áreas com solos permeáveis e com remanescentes
de vegetação.
Verifica-se, entretanto, uma pequena participação das áreas que efetivamente
possibilitam oportunidades de lazer e convivência coletiva como as praças, com uma
superfície total de 121.360 m2, representando 3,5 % do total das áreas verdes. A Figura 7
mostra a comparação entre os valores de porcentual para as Áreas Verdes identificadas. O
Apêndice E contêm a relação de todas as áreas verdes da cidade, com suas respectivas
localizações e áreas.
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Tabela 1. Relação dos tipos de áreas verdes da cidade de Jequié/BA, em 2003, com suas respectivas áreas, porcentagem de participação na área total e o índice de área verde (IAV) por tipo de área verde. Nº DE
ORD. TIPO DE ÁREA VERDE
ÁREA
(m2) %
IAV
(m2/ hab.)
1 Praças 121.360 3,5 0,93
2 Praças em Projeto 27.880 0,8 0,21
3 Áreas Institucionais 1.477.680 42,3 11,35
4 Canteiro Central Ajardinado 15.540 0,4 0,12
5 Cemitérios 32.240 1,1 0,25
6 Rótulas de Avenidas 19.380 0,6 0,15
7 Estacionamentos 10.750 0,3 0,08
8 Áreas de Preservação Permanente 1.776.230 50,7 13,64
9 Hortos 9.980 0,3 0,08 TOTAIS 3.491.040 100,0 26,81
Figura 7 – Gráfico da superfície (%) ocupada por tipos de áreas verdes em relação ao
total levantado, em Jequié/BA, 2003.
42,3%
3,5%
0,8%
0,6%
0,4%
0,3%
0,3%
50,7%
1,1%
Áreas de preservação
Áreas Institucionais
Praças
Cemitérios
Praças em projeto
Rótulas de avenida
Canteiros centrais
Estacionamentos
Hortos
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Os canteiros centrais ajardinados foram encontrados apenas nas avenidas São Bernardo
e Artur Moraes, ruas Juca Rebouças, Catulo da Paixão, José Moreira Sobrinho e Candinha
Barreto.
Assim como as rotatórias de avenidas e a arborização de ruas, os canteiros centrais
avaliados tiveram um considerável valor ecológico e paisagístico, por manterem solos
permeáveis e vegetação ornamental, contudo apresentam-se sem a possibilidade de uso direto
pela população em atividades de lazer, pois não possuíam equipamentos apropriados e
estavam freqüentemente infestados por plantas invasoras. Também, por estarem próximos de
avenidas e ruas movimentadas não ofereceram as mínimas condições de segurança para
utilização.
Hortos são áreas relativamente pequenas com objetivos semelhantes às florestas
nacionais, mas com ênfase ao fomento florestal, extensão e lazer. No momento o Horto
Florestal Municipal não tem infra-estrutura para visitação pública e está sendo utilizado
apenas na produção de mudas para os trabalhos de arborização urbana e a recomposição de
áreas degradadas. Contudo, a sua existência e utilização contribuem para a melhoria das
condições ambientais da cidade.
Os jardins e pátios pertencentes às áreas institucionais, como escolas e outros órgãos
públicos, têm relevante função ecológica e social por manterem solos permeáveis e em alguns
casos contêm arborização e infra-estrutura de lazer. As áreas institucionais com dimensões
expressivas como o aeroporto, as estações de tratamento de esgoto sanitário e água da
Empresa Baiana de Água e Saneamento-EMBASA, a Escola Profissional de Jequié, a área do
Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes – DNIT e o Parque de Exposições
contribuíram de forma significativa para o Índice de Áreas Verdes (IAV) da cidade e
apresentaram-se como espaços de valor ecológico, dada a existência de solos permeáveis,
freqüentemente com cobertura arbórea ou arbustiva. Contudo, têm valor social pequeno
devido às restrições de acessibilidade ao público e a falta de infra-estrutura para visitação.
Os cemitérios são considerados áreas verdes públicas pelo fato de serem utilizados para
a visitação pública, sendo que alguns deles ainda possuem extensas áreas não
impermeabilizadas e com vegetação. A cidade de Jequié possui 3 cemitérios, que são
administrados e mantidos pela Prefeitura. O Cemitério São João Batista com 11.530 m2,
Cemitério São Sebastião com 15.633 m2 e Cemitério de São Lázaro com 10.074 m2 são os
maiores e mais visitados. Estes cemitérios têm uma concepção antiga, são mal dotados de
infra-estrutura e não possuem vegetação e jardins, ao contrário dos cemitérios mais modernos,
onde os jazigos são padronizados, com extensos gramados arborizados, esteticamente mais
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63
adequados à paisagem urbana. Entretanto, foram computados como áreas verdes da cidade
por serem acessíveis ao público e cumprirem com algumas funções ecológicas, como por
exemplo, a manutenção de solos permeáveis e árvores, contribuindo para aumentar a
infiltração das águas de chuva e a evapotranspiração.
As florestas e vegetação naturais situadas nas margens de qualquer curso d’água são
objetos de tratamento na Legislação Federal (Art. 2º do Código Florestal) e Municipal (Art.
151º da Lei Orgânica), as quais buscam assegurar um uso mais racional e ecológico dessas
áreas, levando em conta as características intrínsecas dos fatores naturais, de forma que a sua
utilização não ultrapasse a capacidade assimilativa do ambiente. Nesse contexto, as faixas
marginais do Rio de Contas e rio Jequiezinho são importantes na estrutura urbana de Jequié
por serem recursos de grande valor paisagístico e ecológico, contribuindo para a manutenção
das condições ambientais e da qualidade de vida mediante benefícios tais como: permissão da
circulação natural do ar, uma maior dispersão e redução da concentração de poluentes
atmosféricos, absorção dos ruídos das atividades humanas, maior possibilidade de infiltração
das águas superficiais, controle da poluição visual, contribuindo para reduzir a desfiguração
da paisagem urbana, além da possibilidade de uso para lazer.
Apesar da importância ecológica e de serem protegidas por lei, essas áreas vêm sofrendo
um processo desordenado de ocupação por moradores de baixa renda (Figura 8), que não
dispõem de sistema de esgoto sanitário. A insuficiência de infra-estrutura básica causa
diversos prejuízos ao ambiente local, devido ao lançamento de efluentes domésticos nesses
cursos d’água, a disposição inadequada dos resíduos sólidos, comprometendo tanto os
recursos hídricos como as áreas ripárias.
Urge, portanto, a adoção de medidas de conservação e revegetação das margens dos rios
de Contas e Jequiezinho, na tentativa de restaurar um ambiente considerado importantíssimo
para a integridade ecológica e da paisagem urbana. Estas áreas se forem objetos efetivos de
planificação, podem constituir-se em Parques Lineares que poderão ser disponibilizados à
população para o lazer e recreação além da garantia de sua preservação, conforme
estabelecido pelo código florestal e resolução 004 do CONAMA.
Os Parques são áreas verdes de grandes dimensões, devendo conter uma gama maior de
equipamentos de lazer, além de elementos naturais como águas superficiais, bosques, etc. Não
foi encontrado esse tipo de espaço, nem qualquer tipo de Unidade de Conservação Municipal
em Jequié. O Plano Diretor Urbanístico (PDU) vigente prevê a criação dos parques do
aeroporto e mirante do Sol Nascente, dotados de equipamentos de esporte e lazer, acessíveis
ao público. Entretanto, a infra-estrutura ainda não existe, e essas áreas, a despeito de serem
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64
protegidas por lei, sofrem processo desordenado de ocupação, com a construção de residência
de forma ilegal pela população de baixa renda.
.
Figura 8 – Ocupação inadequada das margens do rio de Contas, em Jequié/BA, 2003.
A Lei nº 1.366, de 16 de junho de 1995, que dispõe sobre o parcelamento do solo
urbano da cidade de Jequié estabeleceu o Sistema Municipal de Áreas Verdes, incluindo aí as
áreas consideradas de proteção especial. De acordo com essa mesma lei, as áreas que por suas
características naturais são consideradas de proteção especial na organização físico-espacial
de Jequié são constituídas por um conjunto de morros e encostas assentados em torno da
cidade além das áreas que margeiam os rios de Contas e Jequiezinho (Figura 9).
Dentre as medidas sugeridas pela Prefeitura Municipal para a efetivação do Sistema
Municipal de Áreas Verdes citam-se: recuperação do leito e margens do rio de Contas na área
urbana da cidade; proteção rígida do sistema hidrográfico e criação sistemática de um sistema
de áreas verdes e parques ao longo dos principais rios; preservação das serras e morros e de
suas encostas; criação de cinturões verdes de proteção entre áreas urbanizadas e as encostas
das serras, e a via de contorno; e a criação de parques naturais e/ou ecológicos. Porém, até a
presente data, o sistema proposto ainda não foi implantado.
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Figura 9 – Esquema do Sistema de Áreas Verdes proposto pela PMJ, em 1995.
LEGENDA
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66
4.2 Índice de áreas verdes (IAV)
Para o cálculo deste índice contabilizou-se todos os espaços considerados áreas verdes
públicas da cidade, independentemente da sua acessibilidade à população.
Considerando a população da área urbana da cidade de Jequié com 130.207 habitantes
(IBGE, 2000), encontrou-se um índice de 26,81 m2 / habitante para as áreas verdes totais.
As faixas marginais dos rios de Contas e Jequiezinho e as áreas institucionais contribuíram
com 13,64 m2 / habitante e 11,35 m2 / habitante respectivamente, sendo que estas áreas juntas
detêm um porcentual de 93,12 % do total das áreas verdes da cidade. Na seqüência, os outros
tipos de áreas verdes como praças, cemitérios, praças em projeto, rótulas de avenidas, canteiro
central ajardinado, estacionamento do aeroporto e o horto municipal contribuíram com
respectivamente 0,93 m2 / habitante, 0,25 m2 / habitante, 0,21 m2 / habitante, 0,15 m2 / habitante,
0,12 m2 / habitante, 0,08 m2 / habitante, 0,08 m2 / habitante, juntas, perfazendo um porcentual de
6,88 % do total das áreas verdes.
Levando-se em consideração apenas o valor do IAV encontrado para o total de áreas verdes
da cidade, sem abordar a questão da acessibilidade dessas áreas, pode-se considerar que o índice
de 26,81 m2 / habitante calculado é satisfatório em relação aos índices recomendados em
literatura e aos encontrados em cidades brasileiras como Maringá-PR (28 m2 / habitante), Porto
Alegre-RS (13,4 m2 / habitante) e São Carlos-SP (17,9 m2 / habitante). Se a análise for feita sob a
ótica da acessibilidade a esses espaços, pode-se afirmar que há poucas opções de espaços abertos
ao lazer público em Jequié.
Considerando o valor obtido para as áreas verdes de uso coletivo (praças) de 0,93 m2 /
habitante, observa-se que este índice está muito aquém do mínimo de 15 m2/ habitante sugerido
pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (1996), para áreas verdes públicas destinadas à
recreação e além de ser inferior aos índices obtidos para as cidades brasileiras com o IAV
conhecido, como por exemplo, Botucatu-SP (10,2 m2 / habitante), Jaboticabal-SP (5,3 m2 /
habitante) e Maringá-PR (6,7 m2 / habitante).
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67
4.3 Avaliação qualitativa das áreas verdes de uso coletivo
4.3.1 Aspectos urbanísticos
Do total de 48 praças levantadas, constatou-se que 68,8% destas são totalmente
urbanizadas, 20,8% são parcialmente urbanizadas e 10,4% foram consideradas não urbanizadas,
como mostra a Tabela 2.
Tabela 2. Classificação das praças de Jequié/BA, quanto ao estado de urbanização, 2003.
Classificação Casos Percentagem
Totalmente urbanizada 33 68,8
Parcialmente urbanizada 10 20,8
Não urbanizada 5 10,4 Total 48 100
Esses dados mostram que uma quantidade significativa das praças (31,3%) necessita de
melhoria nas suas estruturas físicas e paisagísticas. As praças que necessitam de estruturação
urbanísticas são: Praça da av. 1, Praça Des. Cícero Dantas Brito, Praça da Rua Vitória, Praça 13
de Março, Praça da Rua 62 e 64, Praça da Rua I, Praça do Estádio, Praça da Rua I (URBIS I),
Praça Des. Mário Albiane, Praça da Amizade, Praça Nova Brasília I, praça do Cemitério São
João Batista, Praça da Rua B, Praça da Rua D e C e Praça Nova Brasília II.
Verificou-se também que estas praças estão localizadas em bairros periféricos, às vezes
servindo como depósito de lixo, além de estarem sob permanente pressão de invasão, para servir
de comércio, havendo necessidade de dotação de infra-estrutura de lazer.
Em relação à pavimentação, 79,2% das praças têm menos de 30% de suas áreas
impermeabilizadas com cimento, enquanto 20,8% têm mais de 30% de suas áreas
impermeabilizadas, conforme mostra a Tabela 3, a seguir. Conforme salienta Carvalho (2001),
este aspecto é importante para o ambiente urbano, pois, com grande parte da área
impermeabilizada, a função ecológica-ambiental das áreas destinadas para o verde urbano fica
comprometida.
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Atualmente, observa-se, nos projetos mais recentes, uma tendência na cidade de Jequié para
concepção de praças com enormes áreas cimentadas, com valorização muito maior do piso e dos
aspectos arquitetônicos, em detrimento da presença de vegetação, com o evidente
comprometimento das melhorias ambientais, principalmente porque diminui a infiltração das
águas de chuva, além de privar os usuários do conforto térmico, proporcionado pelas sombras das
árvores. Assim, fica evidente a necessidade de mais canteiros contendo vegetação para
enriquecimento da paisagem e da qualidade do ambiente.
Tabela 3. Pavimentação das praças de Jequié/BA, 2003.
Classificação Casos Percentagem
Impermeabilizada 10 20,8
Não impermeabilizada 38 79,2
Total 48 100,0
Com relação ao tipo de piso utilizado nas vias de circulação, constatou-se que 31,3% das
praças não são pavimentadas, 22,9% são pavimentadas com blocos de concreto, 22,9% com
concreto e 22,9% com pedras (Tabela 4)
Dentre as praças pavimentadas, observou-se que o cimento é o material mais empregado
para pavimentação das vias de circulação. Este fato deve-se, provavelmente, ao custo mais baixo
do cimento em relação aos outros tipos de material utilizado.
Tabela 4. Tipos de pavimentações das praças de Jequié/BA, 2003.
Tipo de piso Casos Percentagem
Terra nua 15 31,3
Blocos de concreto 11 22,9
Concreto 11 22,9
Pedra 11 22,9
Total 48 100,0
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A presença de delimitação de canteiros é importante, pois evita o pisoteio, garantindo a
integridade dos mesmos. Na Tabela 5, verifica-se que das 48 praças avaliadas, 89,6% destas
contêm meio-fio delimitando os canteiros e 10,4% não possui qualquer tipo de delimitação de
canteiros. Constatou-se também que o tipo de delimitação mais utilizado nas praças é um meio-
fio construído de concreto.
Tabela 5. Presença de delimitação de canteiros nas praças de Jequié/BA, 2003.
Delimitação de canteiros Casos Percentagem
Existente 43 89,6
Inexistente 5 10,4
Total 48 100,0
Para a boa manutenção da vegetação existente nos canteiros, é de grande relevância a
existência de pontos de água nas praças. A presença desses pontos de água foi constatada em
somente 33,3% das praças da cidade, enquanto 66,7% destas não continham pontos de água
(Tabela 6). De acordo com declarações de moradores locais, essas praças são irrigadas
esporadicamente por meio de carro-pipa. Estes resultados são preocupantes, já que o clima
predominante na cidade é o semi-árido. Assim, pode-se esperar uma penalização das plantas. Por
outro lado, a maioria das plantas que têm flores necessita de irrigação freqüente.
Tabela 6. Presença de pontos de água nas praças de Jequié/BA, 2003.
Pontos de água Casos Percentagem
Suficientes 6 12,5
Insuficiente 10 20,8
Inexistentes 32 66,7
Total 48 100,0
A iluminação de uma praça tem as funções de proporcionar segurança a seus usuários e de
manter o valor visual e o conforto do ambiente noturno em níveis semelhantes aos
proporcionados pela luz do Sol, conforme salienta Demattê (1997).
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Quanto a esse aspecto, verificou-se que 41,7% das praças apresentavam boa iluminação,
20,8% estavam em situação razoável e 37,5% apresentavam iluminação ruim (Tabela 7). O
elevado número de praças que se apresentam em condições ruins de iluminação é devido,
principalmente, à ação de vândalos, aliada à falta de manutenção.
Tabela 7. Condições de iluminação nas praças de Jequié/BA, 2003.
Iluminação Casos Percentagem
Boa 20 41,7
Razoável 10 20,8
Ruim 18 37,5
Total 48 100,0
Os equipamentos de serviços são elementos indispensáveis para o bem-estar, segurança e
acessibilidade dos usuários, além de melhorar as condições sanitárias e higiênicas do local. Das
48 praças estudadas, 4,2% não possuíam equipamentos de serviços e 31,3% tinham apenas
telefone público. Os equipamentos de serviço mais encontrados foram telefone público (93,8%),
lanchonetes (33,3%) e ponto de ônibus (31,3%), conforme mostra a Tabela 8.
Observou-se uma carência muito grande de equipamentos de serviços essenciais como
lixeira, box policial e banheiros, presentes respectivamente em apenas 27,1%, 6,3% e 6,3% das
praças. Constatou-se também que nenhuma praça possui bebedouro.
As Praças João XXIII, do Viveiro, Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, todas localizadas no
centro da cidade, são as que possuem uma maior variedade de equipamentos de serviço.
Enquanto que as praças Nova Brasília II e da Avenida 1, ambas localizadas em bairros
periféricos, não possuem equipamentos de serviço, mostrando uma tendência da existência de
equipamentos em função dos níveis sócio-econômicos ou da localização.
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Tabela 8. Relação de equipamentos de serviço existentes nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003
Equipamentos de serviço Casos Percentagem
Telefone público 45 93,8
Lanchonetes 16 33,3
Ponto de ônibus 15 31,3
Lixeira 13 27,1
Ponto de táxi 10 20,8
Box policial 3 6,3
Banca de jornal 3 6,3
Banheiros 3 6,3
Assim como os equipamentos de serviço há uma carência muito grande em relação aos
equipamentos de lazer. Constatou-se que a maior parte das praças (72,9%) só possui o banco
como equipamento, enquanto 14,6% destas não apresentaram nenhum tipo de equipamento,
oferecendo apenas a função contemplativa (Tabela 9).
As praças do Viveiro, Túlio de Paulo Ribeiro, João XXIII e Luís Gonzaga, a primeira
localizada no bairro do Viveiro, as duas seguintes no bairro do Joaquim Romão e a última no
Jequiezinho, são as que possuem uma maior variedade de equipamentos de lazer.
As praças onde não foram encontrados equipamentos de lazer foram: Praça do Estádio,
Praça da Rua I, Praça da Rua 62 e 64, Praça 13 de Março, Praça da Rua Vitória, Praça Des. Dr.
Cícero D. Brito e Praça da Av. 1, todas localizadas em bairros periféricos.
Uma comparação generalizada permite inferir que as praças situadas nos bairros periféricos
apresentam infra-estrutura inferior quando comparados aos bairros de classe com melhor poder
aquisitivo e centro da cidade. Acrescenta-se a isto, o fato de que os bairros de população de baixa
renda, onde há uma carência maior de áreas com equipamentos de lazer, não possuem acesso a
clubes de lazer e seus quintais internos geralmente são pequenos ou mesmo inexistentes, tendo
muitas vezes que praticar esporte ou desenvolver algum tipo de recreação nas ruas do seu bairro.
Na Tabela 9, verificou-se que 4,2% das praças possuíam brinquedos, 10,4% possuíam
quadras de esporte, 4,2% possuíam parque infantil, 6,3% possuíam campo de futebol e em 2,1%
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existiam equipamentos de ginástica. Na Tabela 10 estão relacionadas todas as praças com seus
equipamentos.
Esses números indicam que as praças da cidade oferecem muito pouco à população em
termos de lazer: existe uma maior preocupação com o descanso, o que torna estas áreas bem
menos interessantes para os usuários de menor idade, que também buscam lazer nas praças.
Tabela 9. Relação de equipamentos de lazer existentes nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Equipamentos de lazer Casos Percentagem
Bancos 40 83,3
Quadras de esporte 5 10,4
Campo de futebol 3 6,3
Brinquedos 2 4,2
Parque infantil 2 4,2
Equipamento de ginástica 1 2,1
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Tabela 10: Relação das praças de Jequié/BA com seus equipamentos de serviço e lazer, 2003.
TP-Telefone Público, PT-Ponto de táxi, BP-Box policial, LX- Lixeira, CC- Caixa de correio, BJ-Banca de jornal, BB-Bebedouro, PO-Ponto de ônibus, LA-Lanches, BA-Banheiros, BC-Banco, BR-Brinquedos, QE-Quadra de esporte, PI-Parque Infantil, CF-Campo de Futebol, EG-Equipamento de Ginástica. * X – Equipamento existente
EQUIPAMENTOS DE SERVIÇO EQUIPAMENTOS DE LAZER NOME TP PT BP LX CC BJ BB PO LA BA BC BR QE PI CF EG
Praça do Estádio X* - - - - - - - - - - - - - - -
Praça da Rua Vitória X - - X - - - - - - - - - - - -
Praça Cavalheiro de Aruanda X - - - - - - X X - X - - - - -
Praça Luiz Viana X X - X - X - X - - X - - - - -
Praça Rui Barbosa X X X X - X - X X X X - - - - - Praça da Matriz X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Vicente Leoni X - - - - - - - X - X - - - - -
Praça Antônio Brito X - X - - - - - - - X - - - - -
Praça da Criança X - X X - - - - X - X - - - - -
Praça Joaquim Nabuco X X - X - - - X X - X - - - - -
Praça Miguel Baihense X - - - - - - - X - X - - - - -
Praça Vicente Grillo X - - - - - - - X - X - - - - -
Praça do Viveiro X X - X - - - - X X X - X - - -
Praça 13 de Março X - - - - - - - - - - - - - - -
Praça Nossa Sª Aparecida X - - X - - - X - - X - - - - -
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Tabela 10: Relação das praças de Jequié/BA com seus equipamentos de serviço e lazer, 2003.
EQUIPAMENTOS DE SERVIÇO EQUIPAMENTOS DE LAZER NOME TP PT BP LX CC BJ BB PO LA BA BC BR QE PI CF EG
Praça da Rua 2 X* - - X - - - - - - X - - - - - Praça da Amizade X - - X - - - - - - X - - - - - Praça Dr. Agnaldo D. Souza X - - X - - - - - - X - - - - - Praça Gov. Waldir Pires X - - - - - - X - - X - - - - - Praça Dr. Manoel Pereira X - - - - - - X - - X - - - - - Praça Juracy Magalhães X X - - - - - X X - X - - - - - Praça Des. Cícero D. Brito X - - - - - - X - - - - - - - - Praça Dês. Mário Albiane X X - - - - - - - - X - - - X - Praça Verde X - - - - - - - - - X - - - - - Praça da Rua 1 X - - - - - - X X - X - - - - - Praça do Bolo X - - - - - - - - - X - - - - - Praça da Rua 62 e 64 X - - - - - - - - - - - - - - - Praça Rio de Janeiro X - - - - - - - - - X - X - - - Praça Nova Brasília I X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Nova Brasília II - - - - - - - - - - X - - - - - Praça da Rua B - X - - - - - - - - - - - - X -
TP-Telefone Público, PT-Ponto de táxi, BP-Box policial, LX- Lixeira, CC- Caixa de correio, BJ-Banca de jornal, BB-Bebedouro, PO-Ponto de ônibus, LA-Lanches, BA-Banheiros, BC-Banco, BR-Brinquedos, QE-Quadra de esporte, PI-Parque Infantil, CF-Campo de Futebol, EG-Equipamento de Ginástica.
* X – Equipamento existente
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Tabela 10: Relação das praças de Jequié/BA com seus equipamentos de serviço e lazer, 2003.
* X – Equipamento existente
EQUIPAMENTOS DE SERVIÇO EQUIPAMENTOS DE LAZER NOME TP PT BP LX CC BJ BB PO LA BA BC BR QE PI CF EG
Praça do Antigo Posto M. Antônio X* - - - - - - X X - - - - - - - Praça da rua Cap. Sá X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Otaviano Saback X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Ademar N. Vieira X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Jornalista J. Calmon X X - - - - - - X - X - - - - - Praça Luís Gonzaga X - - X - - - - - - X - X - - X Praça da Av 1 - - - - - - - - - - - - - - - - Praça da Rua 1 X - - - - - - - - - - - - - - - Praça Manoel Moura X X - - - - - - X - X - - - - - Praça Patrícia X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Túlio de Paulo Ribeiro X - - - - - - - X X X X X X X - Praça José de Alencar X - - - - - - - X X - X - - - - Praça do Bondoso X - - - - - - - - - X - - - - - Praça João XXIII X X X X X X X X X X Praça do Cemitério S. João Batista X - - - - - - - - - X - - - - - Praça Hilda E. Sampaio X - - - - - - X - - X - - - - -
TP-Telefone Público, PT-Ponto de táxi, BP-Box policial, LX- Lixeira, CC- Caixa de correio, BJ-Banca de jornal, BB-Bebedouro, PO-Ponto de ônibus, LA-Lanches, BA-Banheiros, BC-Banco, BR-Brinquedos, QE-Quadra de esporte, PI-Parque Infantil, CF-Campo de Futebol, EG-Equipamento de Ginástica.
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76
4.3.2 Análise da vegetação
A análise dos elementos da vegetação existentes nas praças permitiu avaliar a diversidade
ecológica existente nestas áreas.
Constatou-se que 100% dessas áreas possuem espécies arbóreas, 60,4% possuem arbustos e
31,3% possuem gramados, como mostra a Tabela 11.
Tabela 11. Quantificação dos grupos vegetais nas praças de Jequié/BA, 2003.
Grupos vegetais Casos %
Árvores 48 100
Arbustos 29 60,4
Gramas 15 31,3
Não tem vegetação 0 0
Este foi um aspecto altamente positivo, pois a presença de árvores e outros grupos de
vegetação favorece a manutenção da biodiversidade local e o sombreamento, com a queda da
temperatura nos horários mais quentes do dia. Além disso, melhora o aspecto estético do local.
4.3.3 Manutenção geral das praças
4.3.3.1 Manutenção da vegetação
Com relação à conservação da vegetação, 6,3% das praças apresentaram-se em bom estado,
75% em estado razoável e 18,8% estavam em estado ruim (Tabela 12). Estes resultados mostram
que as espécies vegetais das praças recebem tratamento apenas esporadicamente, necessitando de
procedimentos de manutenção de rotina, como adubações periódicas, capinas, podas de condução
e replantios.
Em algumas praças, onde a manutenção é feita por moradores, observou-se um melhor
visual das massas vegetais.
Nas praças em que a manutenção da vegetação foi classificada como ruim e razoável,
observou-se que a vegetação dos canteiros necessita de capina e irrigação, além de poda para
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levantamento da copa e retirada dos galhos secos e doentes das árvores de sombra. Em Jequié, a
conservação da vegetação é atribuída a Prefeitura Municipal, por meio do Setor de Parques e
Jardins. Observa-se, entretanto, que estas práticas, ao longo do tempo, não obedeceram a um
critério, sendo que a poda executada, via de regra, é mal feita, praticada com equipamentos
inadequados, deixando as árvores mutiladas, com tocos e feridas expostas e sem recuperação.
Tabela 12. Situação da manutenção da vegetação nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Estado da vegetação Casos %
Bom 3 6,3
Razoável 36 75,0
Ruim 9 18,8
4.3.3.2 Manutenção dos equipamentos e mobiliários
Como mostra a Tabela 13, apenas 16,7% das praças apresentam bom estado de conservação
dos equipamentos, enquanto 43,8% e 27,15% destas apresentaram-se razoável e ruim
respectivamente. Estes dados refletem uma deficiência educativa da comunidade que usa estas
áreas, além de uma falta de sistematização nos trabalhos da Prefeitura, em relação à manutenção
destes equipamentos.
Tabela 13. Situação dos equipamentos nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Estado dos equipamentos Casos %
Bom 8 16,7
Razoável 21 43,8
Ruim 13 27,1
Não possui equipamentos 6 12,4
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78
Nas praças em que os equipamentos foram classificados como razoável e ruim, verificou-se
que a maioria destes estão necessitando de conserto ou substituição, como, por exemplo, a Praça
da Rua B, Praça Rio de Janeiro, Praça Manoel Moura, entre outras. Constatou-se também que
grande parte dos bancos necessita de limpeza e/ou conserto, outros se apresentam tão danificados
que precisam ser substituídos. Não foi encontrado nenhum tipo de equipamento em 12,4% das
praças.
Por meio desta avaliação verifica-se que não é realizada manutenção nos equipamentos das
praças da cidade.
4.3.3.3 Manutenção das vias de circulação
Com relação ao estado de conservação das vias de circulação, 18,8% das praças estavam
com a pavimentação em bom estado, 39,6% destas apresentaram-se razoável e 25% estavam em
estado ruim, conforme pode ser observado na Tabela 14. Do total das praças, 16,6% não têm
pavimentação. Por meio destes dados verifica-se que não é realizada a manutenção nas vias de
circulação das praças.
Pisos quebrados, com solo exposto, raízes desnivelando calçadas, foram os problemas mais
comuns nas vias de circulação das praças.
Tabela 14. Situação das vias de circulação nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Estado das vias de circulação Casos %
Bom 9 18,8
Razoável 19 39,6
Ruim 12 25,0
Não tem 8 16,6
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79
4.3.3.4 Limpeza
Analisando a limpeza das praças, observou-se que apenas 16,7% dessas áreas encontram-se
em bom estado de limpeza, sendo que 56,3% e 29,2% se encontram em estado razoável e ruim
respectivamente (Tabela 15). Apesar da existência do sistema de limpeza pública com varrição e
coleta do lixo, este tem se mostrado bastante ineficiente, em função da baixa freqüência desse
serviço e também pelo grande volume de resíduos lançados pela comunidade do entorno das
praças. Segundo informação da Prefeitura Municipal, os trabalhos de varrição e remoção do lixo
são feitos com uma periodicidade de 3 dias para as praças localizadas no centro da cidade, e de
até 30 dias para as praças dos bairros mais periféricos e/ou os mais carentes, como URBIS IV,
Água Branca, Bela Vista e parte do Joaquim Romão. Com efeito, é comum o aspecto de
abandono da maioria das praças desses bairros, o que implica uma subtilização dessas áreas pela
população.
Tabela 15. Situação da limpeza nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Avaliação Casos %
Bom 8 16,7
Razoável 27 56,7
Ruim 14 29,2
Calculando-se a média das notas obtidas na avaliação de todos os itens descritos
anteriormente, obteve-se uma nota geral para a manutenção de cada praça.
De acordo com esses dados, verificou-se que apenas 16,7% dessas áreas encontram-se em
bom estado, 56,3% estavam com a manutenção geral em estado razoável e 29,2% apresentaram-
se em estado ruim. No geral, nota-se que a manutenção das praças da cidade é precária, sendo
que os serviços de varrição e capina são feitos esporadicamente. As únicas que recebem uma
manutenção constante são aquelas localizadas nos bairros mais centrais da cidade. Na Tabela 16
estão relacionadas todas as praças, avaliadas de acordo com os elementos que foram considerados
para análise da manutenção geral das praças.
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80
As áreas que se encontram em bom estado geral de manutenção são: Praça do Antigo Posto
Manoel Antônio, Praça Jornalista Jorge Calmon (Figura 10), Praça Luiz Viana, Praça Dr.
Agnaldo David de Souza, Praça da Criança, Praça Ademar Nunes Vieira, Praça Verde e a Praça
do Viveiro.
As áreas que se encontram em estado de manutenção ruim são: Praça da Rua D e C, Praça
da Av. 1, Praça da Rua I, Praça da Rua B, Praça Rio de Janeiro, Praça Desembargador Mário
Albiane, Praça da Av. Nova Brasília I, Praça do Cemitério S. João Batista, Praça da Rua Capitão
Oscar Sá, Praça Patrícia (Figura 11), Praça do Bolo, Praça da Av. Nova Brasília II, Praça do
Estádio e a Praça Desembargador Dr. Cícero Dantas Brito.
Os resultados evidenciam que as praças localizadas em bairros periféricos apresentam,
geralmente, manutenção deficitária. Em contraste, os bairros mais centrais apresentam maior
número de praças em melhor estado de conservação.
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81
Tabela 16. Avaliação das praças de Jequié/BA, em relação ao estado de conservação, 2003.
Praças Estado da vegetação
Estado dos equipamentos
Estado das vias de
circulação Limpeza Nota
geral
Rua D e C RA RU - RU 1,3 Av. 1 RA - RU RU 1,3 Rua I RA RA RU RU 1,5 Rua i RA - RU RU 1,3 Rua B RA - RU RU 1,3 Rio de Janeiro RU RU RU RU 1,0 Luís Gonzaga RU RA BO RU 1,8 Antigo Posto M. Antônio BO BO RA RA 2,5 Rui Barbosa RA BO RA RU 2,0 Joaquim Nabuco RA RA RU RU 1,5 Hilda Erisboa Sampaio RU RU BO RU 1,5 Manoel Moura RU RA RA RU 1,8 Vicente Grillo RA RA RA RU 1,8 Miguel Bahiense RA BO RA RA 2,3 Vicente Leoni RA RA RU RU 1,5 Des. Dr. Mário Albiane RA RU RU RU 1,3 Amizade RA RU RA RU 1,5 Jornalista Jorge Calmon BO RA BO BO 2,8 Germiniano Saback RU RA RA RA 1,8 Luiz Viana RA BO RA BO 2,5 Dr. Agnaldo D. De Souza RA BO BO RA 2,5 Dr. Manoel Pereira RA RA RA BO 2,3 Nossa Sra. Aparecida RU BO RA RU 1,8 José Alencar RA RA RA RU 1,8 Gov. Waldir Pires RA RA BO RU 2,0 Cavalheiro de Aruanda RU RA RA RU 1,5 Criança RA RA BO BO 2,5 Bondoso RA RU BO RU 1,5 Ademar Nunes Vieira BO RA RA BO 2,5 Otaviano Saback RA RA BO RA 2,3 Av. Cidade de Brasília RA RU RU RU 1,3 Cemitério S. João Batista RA RU RU RU 1,3
Legenda: RU – Ruim, RA – Razoável, BO – Bom.
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82
Tabela 16. Avaliação das praças de Jequié/BA, em relação ao estado de conservação, 2003.
Praças Estado da vegetação
Estado dos equipamentos
Estado das vias de
circulação Limpeza Nota geral
Capitão Oscar Sá RU RU RU RU 1,0 Patrícia RA RU RU RU 1,3 Matriz RA BO RA RU 2,0 Bolo RA RU RU RU 1,3 Verde RA RA BO BO 2,5 Juracy Magalhães RA RA RA RA 2,0 Nova Brasília II RA RU RU RU 1,3 João XXIII RA RA RA BO 2,3 Viveiro RA BO BO BO 2,8 Túlio de Paulo Ribeiro RU RA RA RU 1,5 Estádio RU - - RU 1,0 Rua 62 e 64 RA - RA RU 1,7 13 de Março RA - BO RU 2,0 Rua Vitória RA - RA RA 2,0 Des. Dr. Cícero Dantas RA - RU RU 1,3
Legenda: RU – Ruim, RA – Razoável, BO – Bom.
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83
Figura 10 - Praça Jornalista Jorge Calmon: exemplo de área em bom estado de conservação, em Jequié/BA, 2003.
Figura 11 – Praça Patrícia: exemplo de área em ruim estado de conservação, em Jequié/BA, 2003.
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84
4.4 Diversidade florística das praças
Nas 48 praças avaliadas foram encontradas 38 espécies arbóreas pertencentes a 15 famílias
botânicas num total de 937 indivíduos. Destas espécies, 75,8% são exóticas e 24,2% são nativas.
Das nativas, apenas Syagrus coronata (palmeira licuri) é de ocorrência regional. Em nenhuma das
praças avaliadas, foram encontradas espécies da Floresta Estacional Decidual (mata de cipó),
formação vegetal pertencente à Mata Atlântica, ocorrente no município de Jequié.
A Tabela 17 mostra as espécies encontradas, com o nome comum e botânico, a família a
que pertence, a origem (se exótica ou nativa), a quantidade de indivíduos e sua ocorrência
(expressa em porcentagem).
Nota-se que as espécies de maior ocorrência foram Ficus benjamina (35,5%), seguidos por
Prosopis juliflora (23,7%) e Senna multijuga (12%). O restante das espécies não ultrapassou a 4%
de ocorrência.
Estes resultados permitem inferir que, apesar do número razoável de espécies, existe uma
utilização excessiva de espécies exóticas e um baixíssimo número de espécies nativas de
ocorrência regional. Salienta-se também que diversas espécies são representadas por apenas um
indivíduo, não propiciando a ocorrência de variabilidade genética. Espécies raras e/ou ameaçadas
de extinção são muito pouco utilizadas nas praças da cidade.
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85
Tabela 17. Nome comum e botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem das espécies presentes nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Nº DE ORD.
NOME COMUM
NOME BOTÂNICO
FAMÍLIA
ORIGEM Nº DE
INDIVÍDUOS %
1 Ficus Ficus benjamina L. Moraceae Exótica 333 35,5 2 Algaroba Prosopis juliflora(Swaitz) D.C. Leguminosae Exótica 222 23,7 3 Canjuão Senna multijuga Rich. Leguminosae Nativa 112 12,0 4 Flamboiã Delonix regia (Boj.) Raf. Leguminosae Exótica 37 3,9 5 Muzê Peltophorum dubium (Spreng.) Leguminosae Nativa 33 3,5 6 Murta Murraya paniculata Jack. Rutaceae Exótica 32 3,4 7 Palmeira jerivá Syagrus romanzoffiana(Cham.) Glassman. Palmae Nativa 29 3,1 8 Mangueira Mangifera indica L. Anacardiaceae Exótica 18 1,9 9 Amendoeira Terminalia catappa L. Combretaceae Exótica 15 1,6 10 Ipê mirim Tecoma stans (L.) juss ex Kunth Bignoniaceae Exótica 9 1,0 11 Oiti Licania tomentosa Benth. Fritsch. Chrysobalanaceae Nativa 8 0,9 12 Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides B. Leguminosae Nativa 8 0,9 13 Munguba Pachira aquatica Aubl. Bombacaceae Nativa 8 0,9 14 Palmeira licuri Syagrus coronata (Mart.) Palmae Nativa 8 0,9 15 Palmeira Cariota Caryota urens L. Palmae Exótica 7 0,7 16 Sombreiro Clitoria fairchildiana Howard. Leguminosae Nativa 6 0,6 17 Graviola Annona muricata L. Annonaceae Exótica 5 0,5 18 Pata de vaca Bauhinia sp Leguminosae Exótica 4 0,4 19 Algodoeiro Hibiscus pernambucensis Arruda. Malvaceae Nativa 4 0,4
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86
Tabela 17. Nome comum e botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem das espécies presentes nas praças da cidade de Jequié/BA, 2003.
Nº DE ORD.
NOME COMUM
NOME BOTÂNICO
FAMÍLIA
ORIGEM Nº DE
INDIVÍDUOS %
20 Ipê Tabebuia sp Bignoniaceae Nativa 4 0,4 21 Seriguela Spondias purpurea L. Anacardiaceae Exótica 3 0,3 22 Jambo Jambosa vulgaris DC. Myrtaceae Exótica 3 0,3 23 Cássia mimosa Pithecellobium dulce B. Leguminosae Exótica 3 0,3 24 Goiabeira Psidium guajava L. Myrtaceae Nativa 3 0,2 25 Acácia imperial Cassia fistula L. Leguminosae Exótica 2 0,2 26 Leucena Leucaena leucocephala Lam. Leguminosae Exótica 2 0,2 27 Pau brasil Caesalpinia echinata Lam. Leguminosae Nativa 2 0,2 28 Cacau Theobroma cacao L. Sterculiaceae Exótica 2 0,2 29 Madeira-nova Pterogyne nitens Tul. Leguminosae Nativa 2 0,2 30 Árvore-de-natal Araucaria excelsa R. Br. Araucariaceae Exótica 2 0,2 31 Palmeira-imperial Roystonia oleraceae Cook. Palmae Exótica 2 0,2 32 Dendê Elaeis guineensis( jacquin)O.F.Cook. Palmae Exótica 2 0,2 33 Jaboticaba Myrciaria cauliflora Berg. Myrtaceae Nativa 2 0,1 34 Eucalipto Eucaliptus sp Myrtaceae Exótica 1 0,1 35 Jamelão Syzygium jambolanum L. Myrtaceae Exótica 1 0,1 36 Coqueiro-da-bahia Cocos nucifera L. Palmae Exótica 1 0,1 37 Palmeira-de-leque Livistona chinensis (Jacq.) R. Br. Palmae Exótica 1 0,1 38 Chapéu-de napoleão Thevetia peruviana Schum. Apocynaceae Exótica 1 0,1 TOTAIS 937 100,00
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87
4.5 Distribuição das áreas verdes de uso coletivo na malha urbana
Considerando apenas as áreas verdes de uso coletivo, verifica-se uma má distribuição das
mesmas na cidade, sendo o setor leste e o centro da cidade as regiões mais privilegiadas, devido à
presença de uma maior quantidade dessas áreas. Mesmo dentro destes dois setores, existe uma
má distribuição. No Setor leste, por exemplo, há uma concentração das praças, principalmente ao
redor do Centro Cívico e Campus Universitário. O restante do setor é carente em praças, sendo
que os bairros da Boa Vista, Vila Central, Osvaldo Brito, Água Branca e Alto da Coelba não
possuem praças.
As regiões mais periféricas (Setores sul, Oeste e Norte) possuem carência destas áreas. O
setor mais carente é o sul, seguido dos setores norte e oeste. Estes setores têm em comum a
concentração de algumas praças em determinada região, ocorrendo um vazio nas outras regiões.
Observa-se que no setor sul existe apenas duas praças, todas localizadas no bairro do Mandacaru.
No entanto, outros bairros do setor como Centro Industrial, Quilômetros 3 e 4 não possuem
praças.
No Setor Oeste o único bairro razoavelmente servido por praças é o Joaquim Romão, com
oito unidades mal distribuídas pelo bairro. O resto do setor é um grande vazio, existindo apenas
uma praça no bairro da Cidade Nova.
Assim como o Setor Oeste, o Setor Norte encontra-se mal servido de praças, possuindo
apenas três dessas áreas, todas localizadas no Viveiro, bairro próximo ao Centro da cidade. Os
bairros de São Judas Tadeu e Amaralina que ocupam a maior parte da área do setor, não possuem
praças.
Na Figura 12 são apresentadas as categorias de áreas verdes da cidade de Jequié. Esta figura
permite visualizar a distribuição espacial das áreas verdes na cidade, considerando as suas
disposições na malha urbana da cidade. É importante que haja uma distribuição homogênea
destas áreas na malha urbana, para que os moradores de todos os bairros, independentemente da
classe de renda, tenham acesso a elas. Este fator irá refletir em uma melhor qualidade de vida
para a população, conforme acentuado pelos diversos autores descritos anteriormente.
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88
Figura 12: Distribuição espacial das áreas verdes de Jequié
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89
4.6 Avaliação quantitativa da arborização urbana
4.6.1 Estimativa do número de árvores da área não urbanizada da cidade
O intervalo de confiança a 95% de probabilidade foi de 47 a 67,6 árvores por quilômetro de
rua, com média de 57,3, desvio padrão de 54,4 e erro amostral de 17,9%. Conhecendo-se a
extensão total das vias não urbanizadas, estimou-se um total de 8.795 árvores existente na área
não urbanizada da cidade de Jequié, havendo possibilidade de a população real estar dentro do
intervalo de 7.215 e 10.377 árvores nos bairros não urbanizados da cidade. O Apêndice F mostra
a localização das unidades de amostras utilizadas no levantamento e os parâmetros usados para a
estimativa do número de árvores na área não urbanizada da cidade.
Dos 24 bairros inventariados, nove (Jardim Eldorado, Parque da Colina, Boa Vista, Parque
das Algarobas, Amaralina, km 4, km 3, Centro e Sol Nascente) apresentaram índice baixo, com
média menor que 50 árvores por quilômetro de rua. Outros oito bairros (Bela Vista, Água Branca,
Vila Central, Mutirão, Mandacaru, Caixa D’Água, Curral Novo e Cidade Nova) apresentaram
índice médio entre 50 e 100 árvores por quilômetro de rua. Apenas sete bairros (Itaigara, Joaquim
Romão, São Judas Tadeu, Convento, URBIS IV e Aeroporto) sobressaíram-se pela quantidade de
árvores, com média maior que 100 árvores por quilômetro de rua.
4.6.2 Levantamento quantitativo da arborização de ruas urbanizadas
No levantamento quantitativo da arborização de ruas urbanizadas foram percorridos 100,5
km de ruas, sendo encontradas 20 famílias, 15.185 indivíduos arbóreos, divididos em 59 espécies
botânicas (Tabela 18).
Com relação à procedência das espécies, a proporção encontrada entre a quantidade de
árvores exóticas e nativas é de 84,7% para 15,3%, o que mostra a predominância de espécies
exóticas, confirmando o quadro de pouca valorização das espécies vegetais nativas pertencentes
à rica flora brasileira que possui uma grande variedade e potencial de aproveitamento
paisagístico, especialmente em arborização urbana. Das espécies nativas, apenas Syagrus
coronata (palmeira licuri) e Ziziphus cotinifolia (juá-babão) são de ocorrência regional. Em
nenhuma das ruas avaliadas foi encontrada espécie da mata de cipó, formação vegetal
pertencente à Mata Atlântica, ocorrente no município de Jequié.
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90
Tabela 18. Nome comum, nome botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem das espécies presentes nas vias públicas urbanizadas da cidade de Jequié/BA, 2003.
Nº DE ORD.
NOME COMUM
NOME BOTÂNICO
FAMÍLIA
ORIGEM Nº DE
INDIVÍDUOS %
1 Ficus Ficus benjamina L. Moraceae Exótica 11.407 75,1 2 Canjuão Senna multijuga Rich. Leguminosae Nativa 1.259 8,3 3 Algaroba Prosopis juliflora(Swaitz) D.C. Leguminosae Exotica 540 3,6 4 Oiti Licania tomentosa ( Benth.) Fritsch. Chrysobalanaceae Nativa 316 2,1 5 Sibipiruna Caesalpinia peltophoroides Benth . Leguminosae Nativa 244 1,6 6 Flamboiã Delonix regia (Boj.ex Hook.) Raf. Leguminosae Exótica 171 1,1 7 Amendoeira Terminalia catappa L. Combretaceae Exótica 169 1,1 8 Muzê Peltophorum dubium(Spreng.)Taub. Leguminosae Nativa 132 0,9 9 Pata de vaca Bauhinia sp Leguminosae Exótica 87 0,6 10 Munguba Pachira aquatica Aubl. Bombacaceae Nativa 84 0,6 11 Sombreiro Clitoria fairchildiana Howard. Leguminosae Nativa 82 0,5 12 Fícus lacerdinha Ficus microcarpa L. F. Moraceae Exótica 76 0,5 13 Algodoeiro Hibiscus pernambucensis Arruda. Malvaceae Nativa 71 0,5 14 Murta Murraya paniculata (L.) jack. Rutaceae Exótica 58 0,4 15 Bouguenvile Bougainvillea sp Nictaginaceae Nativa 55 0,4 16 Cássia mimosa Pithecellobium dulce Benth. Leguminosae Exótica 51 0,3 17 Mangueira Mangifera indica L. Anacardiaceae Exótica 45 0,3 18 Acácia imperial Cassia fistula L. Leguminosae Exótica 36 0,2 19 Palmeira jerivá Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman. Palmae Nativa 35 0,2
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91
Tabela 18. Nome comum, nome botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem das espécies presentes nas vias públicas urbanizadas da cidade de Jequié/BA, 2003.
Nº DE ORD.
NOME COMUM
NOME BOTÂNICO
FAMÍLIA
ORIGEM Nº DE
INDIVÍDUOS %
20 Rosa graxa Hibiscus rosa-sinenses L. Malvaceae Exótica 27 0,2 21 Palmeira licuri Syagrus coronata (Mart.) Palmae Nativa 26 0,2 22 Tento Adenanthera pavonina L. Leguminosae Exótica 20 0,1 23 Paineira das pedras Ceiba erianthos (Cav). S. Bombacaceae Nativa 18 0,1 24 Leucena Leucaena leucocephala Lam. Leguminosae Exótica 17 0,1 25 Aroeira mansa Schinus molle L. Anacardiaceae Nativa 15 0,1 26 Jambo Jambosa vulgaris DC. Myrtaceae Exótica 14 0,1 27 Flamboiã mirim Caesalpinia pulcherrima( L.)Sw. Leguminosae Exótica 11 0,1 28 Espirradeira Nerium oleander L. Apocynaceae Exótica 11 0,1 29 Rosa da Turquia Parkinsonia aculeata L. Leguminosae Nativa 10 0,1 30 Ipê mirim Tecoma stans (L.) juss. ex Kunth. Bignoniaceae Exótica 10 0,1 31 Fícus italiano Ficus elástica Roxb. Moraceae Exótica 8 0,1 32 Palmeira cariota Caryota urens L. Palmae Exótica 7 0,0 33 Graviola Annona muricata L. Annonaceae Exótica 7 0,0 34 Ipê Tabebuia sp Bignoniaceae Nativa 6 0,0 35 Cinamomo Melia azedarach L. Meliaceae Exótica 5 0,0 36 Madeira-nova Pterogyne nitens Tul. Leguminosae Nativa 5 0,0 37 Eucalipto Eucaliptus sp Myrtaceae Exótica 4 0,0 38 Seriguela Spondias purpurea L. Anacardiaceae Exótica 4 0,0 39 Tamarindo Tamarindus indica L. Leguminosae Exótica 3 0,0
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92
Tabela 18. Nome comum, nome botânico, família, origem, nº de indivíduos e percentagem das espécies presentes nas vias públicas urbanizadas da cidade de Jequié/BA, 2003.
Nº DE ORD.
NOME COMUM
NOME BOTÂNICO FAMÍLIA
ORIGEM Nº DE
INDIVÍDUOS %
40 Arruda Ruta graveolens L. Rutaceae Exótica 3 0,0 41 Árvore-de-natal Araucaria excelsa R. Br. Araucaceae Exótica 3 0,0 42 Goiabeira Psidium guajava L. Myrtaceae Nativa 3 0,0 43 Coqueiro-da-bahia Cocos nucifera L. Palmae Exótica 3 0,0 44 Cássia rosa Cassia grandis L.f. (Harri) Leguminosae Nativa 3 0,0 45 Cacau Theobroma cacao L. Sterculiaceae Exótica 3 0,0 46 Saboneteiro Sapindus saponaria L Sapindaceae Nativa 3 0,0 47 Pau-brasil Caesalpinia echinata Lam. Leguminosae Nativa 2 0,0 48 Palmeira-imperial Roystonia oleraceae (jacquin)O.F. Cook. Palmae Exótica 2 0,0 49 Dendê Elaeis guineensis J. Palmae Exótica 2 0,0 50 Jaboticaba Myrciaria cauliflora Berg. Myrtaceae Nativa 2 0,0 51 Chapéu-de-napoleão Thevetia peruviana Schum. Apocynaceae Exótica 2 0,0 52 Jenipapo Genipa americana L. Rubiaceae Nativa 2 0,0 53 Ingá Inga sp. Leguminosae Nativa 2 0,0 54 Não identificada - - - 2 0,0 55 Jamelão Syzygium jambolanum L. Myrtaceae Exótica 1 0,0 56 Palmeira-de-leque Livistona chinensis (Jacq.)R. Br.ex Mart. Palmae Exótica 1 0,0 57 Juá-babão Ziziphus cotinifolia R. Rhamnaceae Nativa 1 0,0 58 Cajá Spondias spp. Anacardiaceae Nativa 1 0,0 59 Jaqueira Artocarpus integrifolia L. Moraceae Exótica 1 0,0
TOTAIS 15.185 100
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93
Foi obtido um índice de 151,1 árvores por quilômetro de rua (Tabela 19), superior ao índice
de 57,3 árvores por quilômetro de rua encontrado para as ruas não urbanizadas da cidade. Brasil
(1995), em Belém-PA, encontrou um índice de 64,8 árvores por quilômetro der rua, enquanto
Andrade (2002) encontrou 17,8 árvores por quilômetro de rua percorridas, em Campos do
Jordão-SP. Quando se comparam esses índices, percebe-se que a densidade encontrada em
Jequié foi superior, situação esta causada pelos plantios irregulares, executados pelos moradores,
os quais plantam as árvores bem próximas umas das outras.
Observa-se na Tabela 19 que a distribuição se árvores se dá de forma razoavelmente
homogênea, destacando-se o Setor Sul (Bairro Mandacaru), onde a densidade alcançou 159,4
árvores por quilômetro de rua.
O índice de diversidade de espécies nas praças de Jequié foi de 2,17 nats/indivíduo, com
valor de equitatividade de 0,508. Nas ruas, o índice de diversidade foi estimado em 1,203
nats/indivíduo, com equitatividade de 0,295. Embora os dados não tenham sido comparados com
informações de medidas de diversidade obtidas em outros levantamentos de arborização urbana,
pode-se observar que existe uma diversidade muito inferior nas ruas das cidades. A baixa
equitatividade nesse ambiente aponta para a excessiva concentração de indivíduos de uma única
espécie, enquanto muitas espécies são representadas por poucos exemplares. Nas praças, a
equitatividade não é muito elevada (como seu valor máximo é um, pois relaciona o índice de
diversidade com o seu valor máximo possível, vê-se que a equitatividade corresponde a 59% da
maior equitatividade), mas é bastante superior ao encontrado nas ruas, mostrando que o
predomínio de Ficus benjamina, embora também preocupante nas praças, é muito superior nas
ruas. Assim, apesar de se ter obtido maior número de espécies nas ruas (59 espécies), 88% delas
estiveram presentes na amostra com menos de 1% dos indivíduos, mostrando ser espécies raras,
enquanto apenas uma delas (Ficus benjamina) representou 75% dos indivíduos.
Esta situação é completamente inadequada, visto que o limite de freqüência relativa para
cada espécie, recomendado por Grey & Deneke (1978), citados por Milano (1988), é de no
máximo 15% do total de árvores. Esses autores acreditam que a obediência desses preceitos evita
instabilidade ecológica dos plantios com a conseqüente perda de árvores devido ao ataque de
pragas e doenças.
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94
Somando-se a quantidade de árvores encontradas nas praças, ruas urbanizadas e não
urbanizadas da cidade, obteve-se um total de 24.917 indivíduos arbóreos e um valor médio de
94,4 árvores por quilômetro de rua (excluindo-se as praças). Os resultados obtidos mostram que a
cidade é muito arborizada.
Tabela 19. Número de árvores por km de rua, em cada setor de Jequié/BA, 2003.
Setor Número de árvores por quilômetro de rua
Leste 136,9
Oeste 145,1
Norte 96,8
Sul 159,4
Centro 116,8
4.7 Avaliação qualitativa da arborização urbana 4.7.1 Características do meio
Para o bom planejamento da arborização urbana, além de conhecer o porte e a forma das
árvores a serem plantadas, é relevante conhecer as características do local disponível para o
plantio das árvores, visto que esse procedimento contribui para evitar problemas futuros e atingir
os objetivos da arborização.
O conhecimento do padrão urbanístico local pela observação de parâmetros como largura
dos passeios e ruas, é importante para definir o porte do vegetal a ser utilizado, podendo indicar
também que não se deve plantar nenhum indivíduo, quando é o caso de passeios e ruas estreitos.
Assim sendo, a largura dos passeios e ruas, a intensidade do trânsito de pessoas e veículos
próximo aos plantios, além da existência ou não de redes aéreas sobre as árvores, são parâmetros
normalmente utilizados para caracterizar o espaço físico destinado aos plantios. Os resultados das
avaliações destas características foram:
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95
4.7.1.1 Largura dos passeios e das ruas
A largura das calçadas foi razoável, com pontuação de 1,7, sendo que 65,4% das árvores
amostradas estão em calçadas com largura considerada suficiente para o plantio de espécies de
médio e pequeno porte, como mostra a Tabela 20.
Por outro lado, verificou-se ainda que um percentual expressivo destas árvores (34,6%)
estão plantadas em passeios estreitos (Figura 13), contrariando as recomendações feitas em
bibliografias sobre o assunto, as quais sugerem não arborizar em passeios com menos de 2 m de
largura. Considerando que a maioria das árvores de ruas em Jequié é de grande porte, o
desenvolvimento dos seus troncos em diâmetro poderá vir prejudicar o livre trânsito de pedestres.
De maneira geral, a largura das ruas foi considerada satisfatória para o plantio de árvores,
por apresentar uma pontuação de 2,7, constatando-se que 87,7% das árvores amostradas estão
plantadas em ruas com larguras consideradas suficientes para comportar o plantio de espécies de
pequeno e médio porte. Apenas 12,2% destas árvores estão plantadas em ruas com largura
consideradas estreitas ou inadequadas para o plantio de árvores, como pode ser verificado na
Tabela 20. Esse quadro demonstra que as condições locais para implantação da arborização não
estão entre as piores, quando comparada com outras cidades do Estado da Bahia, onde o padrão
urbanístico característico adota passeios e vias estreitas.
Figura 13 – Utilização de espécie de grande porte ao longo de calçada estreita, em Jequié/BA, 2003.
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96
Tabela 20. Freqüência percentual das árvores por classe de largura do passeio, largura da rua, condições locais e interferências presentes, por setores e geral. Jequié/BA, 2003.
Largura do passeio Largura da rua Condições locais Interferências presentes Setores Freqüência por
classe (%) N Freqüência por classe (%) N Freqüência por
classe (%) N Freqüência por classe (%) N
Nota geral
a b c a b c a b c a b c
Norte 100 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0 100 3,0 0,0 0,0 100 3,0 5,5 0,0 94,4 2,9 2,5
Sul 55,2 39,1 57 1,7 0,0 1,1 98,9 2,9 0,0 24,1 75,9 2,8 52,9 5,7 41,4 2,1 2,4
Leste 29,6 31 39,4 1,8 7,5 34,1 58,4 2,6 5,5 31,6 62,9 2,4 40,2 16,3 43,5 2,0 2,2
Oeste 30,2 42,9 26,9 2,1 38,3 11,4 49,7 2,2 10,3 24,0 65,7 2,7 27,4 26,3 46,3 2,3 2,3
Centro 20,0 21,8 58,2 2,0 0,0 0,9 99,1 2,9 27,2 43,6 29,1 1,9 40,9 0,0 50,1 2,4 2,3
Geral Jequié 34,6 31,9 35,5 1,7 12,2 19,2 68,6 2,7 8,8 29,3 61,9 2,6 37,2 14,3 48,5 2,3 2,3
Largura do passeio Largura da rua Condições locais Interferências presentes
N: nota
a: < 2m b: 2 a 3m c: > 3m
a: < 6m b: 6 a 7m
c: >7m
a: Local de intenso movimento b: Local de movimento mediano c: Local estritamente residencial
a: presença de rede elétrica aérea e rede de comunicação aérea ou apenas rede elétrica b: presença apenas de rede de comunicação aérea. c: ausência de redes aéreas
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4.7.1.2 Condições locais
No momento do plantio das árvores é importante conhecer as condições locais em relação
às atividades predominantes e à intensidade de pedestres e veículos para que sejam tomados os
cuidados necessários tanto no plantio quanto na manutenção.
As condições locais das árvores amostradas foram consideradas boas, por apresentar uma
pontuação média de 2,6, com apenas 8,8% das árvores encontradas em local de intenso
movimento, 29,3% em local de movimento mediano e 61,9% destas estavam em locais
estritamente residenciais, com pouco movimento de pessoas e veículos (Tabela 20).
A situação mais favorável foi para o Setor Norte, com 100% das árvores amostradas
encontradas em local de pouco movimento, enquanto a pior situação foi encontrada no centro da
cidade, onde 27,2% das árvores amostradas estavam em local de intenso movimento.
4.7.1.3 Interferências presentes ao crescimento das árvores
Outro fator de grande importância para o planejamento da arborização urbana é a
observância da compatibilidade do porte das árvores com as redes de energia e telefonia. Quando
na execução do plantio é relevante considerar a existência ou não de redes aéreas para a escolha
correta do porte de árvore a ser utilizada. Este procedimento evita o uso de podas drásticas.
Em Jequié, a condição de interferências presentes foi razoável, com pontuação de 2,3, em
que, do total da população amostrada, 51,5% das árvores estavam plantadas sob redes aéreas,
sendo que 14,3% destas estavam abaixo, apenas, das redes de telefonia, como mostra a Tabela
20. Considerando que a maior parte das árvores plantadas é de grande porte, e ainda se encontra,
na sua maioria, em estágio de crescimento, o contato de galhos com os condutores nus, como nas
Figuras 14 e 15, pode provocar curto-circuito, recorrendo-se às podas, provocando mutilações
que afetam a estética ou comprometem as condições fitossanitárias das árvores.
O Setor Sul, com 58,6%, obteve o maior percentual de interferências (redes aéreas) ao
desenvolvimento das árvores. O menor percentual (5,5%) foi para o Setor Norte.
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98
Figura 14 – Conflito entre a arborização e a rede elétrica, em Jequié/BA, 2003.
Figura 15 - Árvore atingindo a fiação aérea, em Jequié/BA, 2003.
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4.7.2 Regularidade dos plantios
Nas entrevistas feitas com moradores ficou evidente que 71,1% das árvores amostradas são
oriundas de plantios voluntários, percentual este bastante superior ao encontrado em Curitiba
(15,5%) por Milano (1984) e em Recife (4,2%) por Biondi (1985). Apenas 28,9% das árvores
amostradas foram plantadas pela Prefeitura Municipal (Tabela 21). Uma explicação para estes
resultados é que talvez a desagradável convivência com o calor excessivo induza as pessoas a
buscarem um ambiente mais sombreado, em Jequié. Por outro lado, observou-se que a Prefeitura
prioriza a arborização no centro da cidade e nas avenidas mais largas, em detrimento dos bairros
periféricos. Nestes, a Prefeitura doa as mudas aos moradores, os quais se encarregam de efetuar o
plantio e a manutenção das mesmas, valorizando sua atitude.
Cabe ressaltar que nas áreas onde predominam a arborização voluntária, há maior
ocorrência de plantios fora dos padrões técnicos, além de um maior uso de espécies inadequadas
para o plantio em calçadas. Como exemplo, podemos citar o caso das árvores do gênero Ficus,
principalmente o Ficus benjamina, espécie altamente contra-indicada por seu exagerado
crescimento.
Os maiores percentuais de plantios irregulares foram encontrados no Setor Oeste e Setor
Leste com 88,6% e 72,3% respectivamente e os menores percentuais estavam no centro da cidade
e Setor Norte com 51,8% e 58,3%, respectivamente.
Tabela 21. Origem dos plantios da população amostrada, em Jequié-BA, 2003.
Tipo Número de árvores Percentagem Plantio Regular 222 28,9 Plantio irregular 547 71,1 Totais 769 100
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4.7.3 Posição do plantio
A posição do plantio está relacionada a parâmetros como a distância da árvore ao meio-fio e
ao alinhamento das redes aéreas, distância entre árvores, afastamento predial, além da área livre
de calçamento na base da árvore.
A localização das árvores é um aspecto de fundamental importância no planejamento da
arborização. De nada adiantaria plantar a árvore de porte adequado na rua se não for observada a
distância necessária destas entre edificações ou meio-fio, para não haver conflitos das copas com
as construções e veículos. Os resultados das avaliações destes parâmetros foram:
4.7.3.1 Distância da árvore ao meio-fio
A observância de uma distância adequada da árvore ao meio-fio diminuiu a possibilidade
de riscos de acidentes com veículos. Em Jequié, a pontuação média foi de 1,7(razoável),
encontrando-se 65,1% das árvores amostradas a uma distância igual ou superior a 0,5 m do meio-
fio (Tabela 22).
Para efeito de comparação, Milano (1984), em Curitiba (PR) e Brasil (1995), em Belém
(PA) encontraram respectivamente 60% e 77,3% das árvores plantadas a uma distância superior a
0,5 m. Logo, o porcentual obtido em Jequié está similar ao destas cidades.
As unidades de amostras localizadas no Setor Norte apresentaram um percentual de 47,2%
de árvores com distância do meio-fio fora das recomendações técnicas (CEMIG, 2001), sendo a
pior situação, enquanto o Setor Sul, mais favorecido, tem 78,2% das árvores plantadas a uma
distância igual ou superior a 0,5 m (Tabela 22).
4.7.3.2 Afastamento predial
A fim de evitar incômodos mútuos entre as árvores e as edificações, cujo desfecho é sempre
a poda drástica, deformando e desequilibrando a copa, as árvores devem situar-se o mais longe da
linha de construção quanto possível. Segundo Silva (2000), uma árvore muito próxima da
construção pode gerar uma série de inconvenientes como sombreamento excessivo, infiltração,
risco de danos por choques mecânicos dos galhos com a construção, entre outros.
Considerando que a distância entre a árvore e às construções é resultado da largura da
calçada e do afastamento predial e, como normalmente, estes parâmetros são pequenos ou
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101
Tabela 22. Freqüência percentual das árvores por classe de distância ao meio-fio, afastamento predial e área livre, por setores e geral Jequié/BA, 2003
Distância da árvore ao meio-fio Afastamento predial Área livre
Setores Freqüência por classe
(%) N Freqüência por classe (%) N Freqüência por classe
(%) N
N geral
a b c a b c a b c
Norte 47,2 52,8 0,0 1,6 41,7 44,4 13,9 1,7 83,3 0,0 16,7 1,3 1,5
Leste 36,3 50,1 13,6 1,7 62,3 13,0 75,3 1,6 58,4 3,6 38 1,6 1,6
Sul 21,8 74,7 3,4 1,8 43,7 37,9 18,4 1,8 68,9 0,0 31,1 1,5 1,7
Oeste 38,0 60,0 2,0 1,6 81,1 10,9 36,4 1,5 95,5 1,8 2,7 1,5 1,4
Centro 29,1 66,7 4,2 1,9 52,7 10,9 36,4 1,5 95,5 1,8 2,7 1,1 1,5
Geral Jequié 34,5 57,9 7,6 1,7 63,1 16,5 20,4 1,5 68,5 2,6 28,9 1,4 1,5
Distância da árvore ao meio-fio Afastamento predial Área livre N: Nota
a: < 0,5m a: 0 a 1,5m a: < 1m2 b: 0,5 a 1m b: 1,5 a 3m b: = 1m2 c: > 1m c: > 3m c: > 1m2
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102
inexistentes, nem sempre é possível manter uma distância adequada, acarretando conflitos entre
estes.
Conforme a Tabela 22, a situação de afastamento predial foi considerada de regular a ruim
por apresentar pontuação média de 1,5. Em Jequié, 63,1% das árvores foram plantadas em local
sem recuo suficiente, como mostra a Figura 16. Esse quadro desfavorável é conseqüência da falta
de planejamento urbano no passado, resultando em incompatibilização da arborização com as
edificações.
Observa-se ainda na Tabela 22, que o Setor Norte apresentou o maior percentual (58,3%) de
árvores plantadas com afastamento predial suficiente, enquanto o menor percentual (18,9%) foi
verificado no Setor Oeste. Estes resultados, provavelmente, estão baseados no fato de que o Setor
Norte é composto por bairros de urbanização recente, com padrão urbanístico mais moderno,
adotando um maior recuo entre as construções e o passeio.
4.7.3.3 Área livre
A área livre (ou alegrete) é a área do solo livre para o crescimento basal da árvore, sendo
necessária para o suprimento de água, nutrientes e aeração. De acordo com Brasil (1995), a não
observância dessa prática, acarreta desequilíbrio no metabolismo vegetal, com prejuízo no
desenvolvimento da árvore, além de torná-la mais susceptível ao ataque de pragas e doenças.
Os resultados mostraram que 68,5% das árvores dispõem de áreas inferiores ao mínimo
recomendado que é de 1m2. Esse percentual poderia ser ainda maior, se não fossem os casos de
árvores plantadas em calçadas sem pavimentos e que foram computadas como áreas livres maior
que 1m2. Em muitos casos, foram detectadas árvores com áreas completamente
impermeabilizadas, sem deixar nenhuma área de solo natural, como mostra a Figura 17.
A média da população amostrada foi de 1,4, confirmando uma situação ruim para esse
parâmetro em Jequié.
O Setor Leste, com 41,6% obteve o maior percentual de árvores com áreas livres dentro das
recomendações, enquanto o menor percentual foi encontrado no centro da cidade, com apenas
4,5% (Tabela 22).
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103
Figura 16 – Plantio sem recuo suficiente das construções, em Jequié/BA, 2003.
Figura 17 – Árvore com a região do colo comprimida, em Jequié/BA, 2003.
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104
4.7.3.4 Distância entre árvores
Na Tabela 23, verifica-se que o espaçamento médio ( X ) entre as árvores amostradas foi de
8,9 m com desvio padrão (s) de 6,0 m e coeficiente de variação (CV) de 67,3%. O coeficiente de
variação encontrado foi alto, refletindo uma grande dispersão de distância entre árvores.
A grande variabilidade de espaçamento, assim como as pequenas distâncias deixadas entre
uma árvore e outra, devem-se ao plantio voluntário, efetuado por moradores que, no geral, não
conhecem as recomendações técnicas.
Tabela 23. Valores médios de espaçamento ( X ), desvio padrão (s) e coeficiente de variação (CV), por setores e geral Jequié/BA, 2003.
Setores X s CV
Sul 7,8 5,4 69,2
Norte 7,9 3,1 39,2
Leste 9,1 9,1 100
Oeste 9,9 11,8 119,7
Geral Jequié 8,9 6,0 67,3
4.7.4 Características das espécies
A análise do porte das árvores é realizada para fazer inferências sobre a estrutura etária das
plantas e sobre a adequação da árvore ao local de plantio. As variáveis utilizadas para caracterizar
o porte das árvores foram a circunferência à altura do peito (CAP) e altura da árvore. Segundo
Biondi (1985), das variáveis utilizadas, a CAP expressa, com maior confiabilidade, o porte e a
idade das árvores, por ser pouco influenciada pelos tratos culturais. Os resultados encontrados
para estas características foram:
4.7.4.1 Altura da árvore
A altura da árvore é uma variável importante, visto que pode definir as espécies a serem
utilizadas na arborização viária, principalmente aquelas que serão plantadas sob a fiação. Ainda,
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105
esta variável influencia diretamente na temperatura, no sombreamento, na estética e na
compatibilidade do vegetal com os elementos urbanos aéreos tais como fiação, placas de
sinalização e marquises.
As árvores, distribuídas por classe de altura, são mostradas na Tabela 24. As alturas foram
limitadas em função da altura recomendada para a muda no plantio (2,0m) e a altura das redes
aéreas mais baixas (5m).
Nota-se que 25,7% das árvores amostradas possuía altura igual ou inferior a 2,0 m,
indicando a falta de critério na formação e plantio das mudas, 62% encontravam-se entre 2,0 e
5,0m de altura e apenas 12,2% destas estavam com altura igual ou superior a 5m.
O alto índice de indivíduos apresentando porte médio, dentro da classe b, acompanhado de
um baixo índice na classe c, mais alta, está relacionado não somente às características das
espécies utilizadas, mas também à idade dos mesmos e à prática de podas de controle da copa.
As espécies encontradas na classe de altura igual ou superior a 5 m foram: Ficus
benjamina, Senna multijuga, Licania tomentosa, Prosopis juliflora, Cássia fistula, Terminalia
catappa, Caesalpinia peltophoroides, Delonix regia, Clitoria fairchildiana, Tabebuia sp,
Adenanthera pavonina, Pterogyne nitens, Peltophorum dubium, cujos indivíduos pertencem aos
plantios antigos.
O Setor Oeste, com 52,9% de árvores menores ou iguais a 2m, obteve o maior percentual,
ficando o menor percentual (16,3%) com o Setor Leste. Por sua vez, o Setor Oeste, com 14,7%
,obteve o maior percentual de árvores com altura igual ou superior a 5m. Já o Centro da cidade
obteve o menor percentual, com apenas 2,7% das árvores com altura igual ou superior a 5m.
4.7.4.2 Circunferência à altura do peito (CAP)
Assim como a altura da árvore, esta variável está diretamente relacionada com o porte da
mesma e pode fornecer informações sobre a idade dos plantios, assim como possibilita
inferências na análise das relações entre o espaço físico disponível e o ocupado pelas árvores.
Embora a arborização de Jequié seja composta, na sua maior parte, por espécies de grande
porte, a maioria dos indivíduos arbóreos apresenta CAP inferior a 50 cm (Tabela 24). Isto se
explica por se tratar de plantio relativamente recente.
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106
4.7.4.3 Altura da primeira bifurcação
Levando-se em conta que estas árvores ainda possuem um potencial de crescimento,
podendo entrar em conflito com a infra-estrutura urbana, há necessidade de uma política de
arborização para contornar possíveis problemas, com a substituição gradativa das espécies de
grande porte.
No que se refere à altura da primeira bifurcação, 90,1% da população amostrada apresentou
altura abaixo de 1,80m (Tabela 24), indicando que o padrão de qualidade das mudas utilizadas
esta fora das recomendações técnicas mais usuais.
As observações indicam a necessidade de melhorar as técnicas de produção de mudas, além
dos serviços de condução das copas para compatibilização das árvores com o meio urbano.
O maior percentual de árvores com altura da primeira bifurcação fora das recomendações
foi encontrado no Setor Leste (95,6%), enquanto o Setor Oeste obteve o menor percentual
(82,3%).
Tabela 24. Freqüência percentual das árvores por classe de altura, circunferência à altura do peito (CAP) e altura da primeira bifurcação, por setores e geral Jequié/BA, 2003.
Altura Circunferência à altura do peito (CAP)
Altura da primeira bifurcação
Freqüência por classe (%) Freqüência por classe (%) Freqüência por classe (%) Setores
a b c a b c a b c
Norte 52,7 36,1 11,2 69,4 5,6 25,0 88,9 0,0 11,1
Leste 16,3 68,9 14,7 35,5 37,1 27,4 95,6 1,9 2,5
Sul 52,9 37,9 9,2 49,4 44,8 5,8 83,9 1,1 14,9
Oeste 28,6 56,6 14,9 50,8 33,1 16,1 82,3 2,9 14,8
Centro 21,8 75,5 2,7 51,8 26,4 21,8 90,0 2,7 7,2
Geral Jequié 25,7 62,0 12,3 44,5 34,1 21,4 83,4 2,1 14,5
Altura Circunferência à altura do peito Altura da primeira bifurcação
a: • 2m b: 2m a 5m c: > 5m
a: < 50 cm b: 50 a 100 cm c: > 100 cm
a: < 1,8m b: 1,8 a 2,0m c: > 2,0m
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107
4.7.5 Compatibilidade entre o porte da árvore e o espaço físico para crescimento
Quando no planejamento da arborização, é importante levar em consideração a necessidade
de compatibilização entre o porte e a forma da árvore com o espaço físico disponível, levando-se
em conta a largura das ruas e calçadas, a posição das redes aéreas, a posição e profundidade das
redes de água e esgotos, o afastamento predial e o tipo de tráfego local. A não observância desses
preceitos pode acarretar conflitos entre as árvores e a infra-estrutura urbana, decorrendo em
custos financeiros tanto para o poder público, quanto para particulares.
Conforme mostra a Tabela 25, verificou-se que 49,9% das árvores se apresentaram pouco
compatíveis com o local de plantio, requerendo poda drástica e sistemática para controle do
tamanho e forma da copa; 44,9% se mostraram medianamente compatíveis, requerendo poda
leve, e 5,1% apresentaram-se compatíveis, sem necessidade de podas para compatibilização com
o espaço físico. Este resultado mostra que a arborização de rua Jequié é pouco compatível,
evidenciando mais uma vez a falta de critério quando na seleção das espécies para o plantio.
As piores relações foram identificadas no Setor Sul e centro da cidade, com
respectivamente 78,2% e 57,2% das árvores em situação de pouca compatibilidade com o espaço
(Tabela 25). O Setor Norte também se encontra em péssima condição, sem nenhuma árvore em
situação de compatibilidade.
Tabela 25. Relação entre o porte das árvores e o espaço disponível: freqüência percentual por situação das árvores amostradas, por setores e geral Jequié-BA, 2003.
Situação Setores Pouco
compatível (%) Medianamente compatível (%)
Compatível (%)
Sul 78,2 18,9 1,1
Leste 40,2 57,6 2,2
Oeste 52,0 41,1 6,9
Norte 47,2 52,8 0
Centro 57,2 26,4 16,4
Geral Jequié 49,9 44,9 5,2
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108
4.7.6 Condição geral das árvores
Na avaliação individual das árvores de ruas e mediante observação das condições da copa,
tronco e raiz, foi possível conhecer a qualidade geral da população de árvores, cuja média (2,6)
mostrou uma condição entre boa e regular (Tabela 26). O conjunto da amostragem indicou que a
arborização de Jequié compõe-se de 69,3% de árvores boas, 29,9% de árvores razoáveis ou
satisfatórias e 0,8% em estado ruim. Esse resultado deve-se principalmente ao fato de a
arborização de Jequié ser composta, na sua maior parte, de plantios recentes. Porém, este quadro
tende a se agravar na medida em que as árvores se desenvolvam, quando então os conflitos com a
infra-estrutura urbana se manifestam, requerendo poda drástica.
4.7.6.1 Estado da casca
A condição das cascas foi considerada boa, por apresentar uma pontuação média de 2,8,
existindo apenas 2,1% de árvores com casca destruída ou com deformidades, 21,3% com apenas
parte da casca destruída e 76,6% com cascas sem danos (Tabela 26).
Em relação às dez espécies mais plantadas, observou-se que Delonix regia, com 100%,
Senna multijuga com 58,8%, Peltophorum dubium e Bauhinia sp, ambas com 50%, obtiveram os
maiores percentuais de árvores com danos na casca (Tabela 28). Os elevados percentuais,
provavelmente, está no fato destas espécies pertencerem aos plantios mais antigos, estando mais
tempo expostos ao vandalismo e acidentes. Prosopis juliflora com 0%, Ficus benjamina com
19,4% e Terminalia catappa com 25% foram as espécies que obtiveram menores percentuais de
indivíduos com danos na casca.
De maneira geral, a incidência de danos físicos foi pequena. As maiores ocorrências foram
verificadas nos Setores Oeste e Sul, com respectivamente 2,9% e 2,3% dos indivíduos
amostrados, enquanto a menor ocorrência foi detectada no Setor Norte, onde nenhuma árvore
apresentou danos na casca (Tabela 26).
4.7.6.2 Forma do tronco
Quando os trabalhos de condução das árvores são deficientes, estas crescem de forma
tortuosa, apresentando grandes inclinações, interferindo no trânsito de pedestres e/ou veículos ou
ainda sofrendo quebra devido a ventos, acidentes ou atos de vandalismo.
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109 Tabela 26. Freqüência percentual das árvores por classe do estado da casca, forma do tronco, estado da raiz, vitalidade, injúria mecânica na copa e condições fitossanitárias, por setores e geral Jequié/BA, 2003.
Estado da casca
Forma do tronco Estado da raiz Vitalidade Injúria mecânica Condições fitossanitárias
N: Nota
a: Casca destruída b: Parte da casca destruída c: Casca sem danos
a: Grande tortuosidade b: Leve tortuosidade c: Forma ereta
a: Raiz com afloramento b: Raiz com afloramento restrito à área livre b: Raiz sem afloramento
a: Copa sem vitalidade b: Copa com médio vigor c: Copa com vitalidade
a: Copa bastante destruída b: Parte da copa destruída c: Copa sem injúria mecânica
a: Alta incidência de pragas e/ou doenças b:Pouca incidência de pragas e/ou doenças c: Ausência de pragas e doenças
Estado da casca Forma do tronco Estado da raiz Vitalidade Injúria mecânica na copa
Condições fitossanitárias
Classes (%) Classes (%) Classes (%) Classes (%) Classes (%) Classes (%) Setores
a b c N a b c N a b c N a b c N a b c N a b c N N G
eral
Sul 2,3 29,9 67,8 2,7 0,0 27,6 72,4 2,5 22,9 14,9 62,2 2,2 2,3 26,4 71,3 2,7 11,5 26,4 62,1 2,2 5,7 35,6 41,3 2,5 2,5
Oeste 2,9 35,4 62,3 2,7 12,6 18,9 68,5 2,8 22,3 20,6 57,1 2,3 8,0 10,9 81,1 2,8 9,1 27,4 63,5 2,6 5,1 44,6 50,3 2,6 2,6
Centro 0,9 12,7 86,4 2,8 0,9 8,2 90,9 2,8 20,9 28,2 50,9 2,3 0,0 10,0 90,0 2,9 7,3 20,9 71,8 2,6 2,7 37,3 60,0 2,5 2,7
Leste 2,2 15,5 82,3 2,8 0,6 9,7 89,7 2,9 22,2 32,7 45,1 2,2 1,4 10,5 88,1 2,8 2,5 27,1 70,4 2,7 2,5 42,9 54,6 2,5 2,7
Norte 0,0 16,7 83,3 2,8 0,0 11,1 88,9 2,9 11,1 19,4 69,5 2,6 0,0 36,1 63,9 2,7 2,7 41,6 55,7 2,6 2,8 22,2 75 2,8 2,7
Geral Jequié 2,1 21,3 76,6 2,8 3,3 13,7 83,0 2,8 21,6 32,4 46,0 2,3 2,7 13,5 83,8 2,8 5,7 26,9 67,4 2,5 3,5 40,7 55,8 2,6 2,6
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110
Com relação a esse aspecto, a forma do tronco foi considerada boa, com pontuação de 2,8,
sendo que apenas 3,3% dos indivíduos apresentaram fuste com grande tortuosidade, 13,7%
tinham leve tortuosidade e 83,7% destes apresentaram fuste com forma ereta (Tabela 26).
Estes resultados atestam que, apesar da deficiência na condução das árvores, houve ao
menos a preocupação na colocação do tutor e/ou gradeamento das mudas no ato do plantio,
práticas estas capazes de evitar a inclinação das mesmas.
Dentre as dez espécies mais plantadas, constatou-se que Delonix regia e Pachira aquática,
ambas com 100%, Senna multijuga, com 58,8%, Peltophorum dubium e Bauhinia sp, ambas com
50%, obtiveram os maiores percentuais de indivíduos com tortuosidade no tronco (Tabela 28).
Ainda de acordo com a Tabela 26, o Setor Oeste, com 31,5%, obteve o maior percentual de
árvores com grande tortuosidade, seguido do Setor Sul, com 27,6%. O centro da cidade, com
9,1%, obteve o menor percentual de árvores com grande tortuosidade. Os resultados obtidos
refletem a necessidade de melhorar os trabalhos de condução dos plantios nos bairros periféricos.
4.7.6.3 Estado da raiz
O sistema radicular superficial é característico de algumas espécies utilizadas na
arborização de cidades que, devido a predomínio de crescimento radial das raízes, em detrimento
do crescimento em profundidade, ficam expostas sobre a superfície do solo. Árvores com raízes
superficiais podem causar vários transtornos no meio urbano, como danos a muros, construções,
a quebra e destruição do piso, impedindo o trânsito de pedestres. Entretanto, os indivíduos com
tais características não necessariamente causam danos no meio urbano, pois depende do grau de
superficialidade, ou seja, do volume de raízes que se apresentam superficiais e do local onde o
indivíduo foi plantado.
A condição das raízes foi regular, com pontuação de 2,3, em que o total da população
amostrada, 21,6%, apresentou raízes com afloramento (Figura 18), afetando a calçada ou
construção; 32,4% tinham raízes superficiais restritas à área livre, e 46% das árvores estavam
com raízes sem afloramento (Tabela 26). Convém observar que esse quadro tende a se agravar
com o passar dos anos, à medida que as árvores desenvolvam, visto tratar-se de uma arborização
composta, na sua maior parte, por indivíduos com sistema radicular superficial.
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111
Com relação às dez espécies predominantes, observou-se que Prosopis juliflora, Delonix
regia, Terminalia catappa e Peltophorum dubium, todas com 100%, Senna multijuga, com
78,4% e Licania tomentosa, com 69,2%, apresentaram os maiores percentuais de indivíduos com
raízes superficiais (Tabela 28). Já Caesalpinia peltophoroides, com 0% e Ficus benjamina, com
43,2%, foram as espécies com menores freqüências de indivíduos com raízes superficiais. Com
respeito a estas espécies, embora tenham sistema radicular de característica superficial, devido ao
fato de pertencerem aos plantios mais recentes, ainda possuem poucos indivíduos com raízes
aflorando.
Figura 18 – Árvore com as raízes aflorando e levantando a calçada, em Jequié/BA, 2003.
O Setor Leste, com 54,9%, obteve o maior percentual de indivíduos com raízes superficiais,
seguidos do centro da cidade, Setor Oeste e Setor Sul com respectivamente 49,15%, 42,9% e
37,85%. O menor percentual (30,5%) foi para o Setor Norte (Tabela 26). A explicação para estes
resultados pode estar relacionada ao fato de que o Setor Norte seja composto de plantios mais
recentes, cujas árvores ainda não desenvolveram raízes superficiais.
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112
4.7.6.4 Vitalidade da copa
A população amostrada apresentou pontuação média de 2,8, mostrando serem boas as
condições de vitalidade das copas, com apenas 2,7% das árvores com copa sem vitalidade,
13,5% estavam com médio vigor e 83,8% tinha boa vitalidade.
Entre as 10 espécies mais abundantes, observou-se que Senna multijuga, com 64,7%,
Peltophorum dubium, Bauhinia sp e Pachira aquatica, todas com 50%, apresentaram os maiores
percentuais de indivíduos desvitalizados (Tabela 28). A explicação para isto provavelmente esteja
no fato de esses indivíduos fazerem parte dos plantios mais antigos, os quais já sofreram podas
drásticas, o que favoreceu a entrada de insetos e organismos causadores de doenças.
Por outro lado, Licania tomentosa, Caesalpinia peltophoroides, Delonix regia, todas com
0%, Ficus benjamina, com 10,4 %, apresentaram os menores percentuais de indivíduos com copa
desvitalizada. Tais fatos podem estar relacionados com as características destas espécies.
4.7.6.5 Injúria mecânica na copa
A incidência de injúria mecânica na copa foi considerada razoável, por apresentar uma
pontuação média de 2,5. Constatou-se, pela Tabela 26, que 5,7% das árvores amostradas
apresentaram copas bastante destruídas e deformadas, 26,9% apresentaram parte da copa
destruída e 67,4% não apresentaram qualquer forma de lesão na copa. A maioria dos danos
físicos nas copas foi decorrente de causas como acidentes por veículos, vandalismo e de forma
significativa por podas mal feitas (Figura 19), as quais deformam as copas, prejudicando a
estética da árvore, além de deixar o vegetal susceptível às pragas e doenças.
Entre as dez espécies predominantes, verificou-se que Delonix regia e Prosopis juliflora,
ambas com 100%, foram as espécies com os maiores percentuais de danos físicos na copa,
seguidos de Senna multijuga, com 88,2%, Peltophorum dubium, Bauhinia sp e Pachira aquatica,
todas com 50% (Tabela 28). Estas últimas são espécies de antiga introdução na cidade, que já
sofreram várias podas sucessivas no passado e tornaram-se susceptíveis ao estabelecimento de
necroses.
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113
Figura 19 – Árvores mutiladas por podas drásticas, em Jequié/BA, 2003.
4.7.6.6 Condições fitossanitárias das árvores
Na Tabela 26, constatou-se que 55,8% dos indivíduos arbóreos amostrados estavam sadios.
Para o restante da população, verificou-se que 3,5% das árvores estavam com alta incidência de
pragas e/ou doenças e 40,7% estavam com poucos sinais de pragas e/ou doenças. A população
apresentou valor médio de 2,6, mostrando ser regular a condição das árvores em relação à
infestação por pragas e doenças.
As infestações mais comuns foram de percevejos e cochonilhas. Os cupins, brocas e oídios
apareceram em menor intensidade.
Apesar da alta incidência de percevejos em Ficus benjamina, não foi constatado nenhum
dano significativo às árvores.
Dentre as espécies mais plantadas na área urbanizada da cidade, verificou-se que Delonix
regia, Peltophorum dubium, Bauhinia sp, todas com 100%, Senna multijuga, com 84,3%,
Prosopis juliflora, com 83,4%, Caesalpinia peltophoroides e Terminalia catappa, ambas com
50%, apresentaram as maiores infestações de pragas e doenças. Não foram constatadas doenças e
/ou pragas em Licania tomentosa (Tabela 28).
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114
4.7.7 Manutenção dos indivíduos arbóreos nas ruas
A prática correta de manutenção possibilita o sucesso da arborização. Assim sendo, é
importante considerar as formas básicas de manutenção individual das árvores, que inclui as
necessidades de poda leve, poda pesada, controle fitossanitário, reparo de danos físicos e outros.
Constatou-se que 95,8% das árvores em Jequié necessitavam de algum tipo de intervenção,
quantidade superior ao encontrado por Biondi (1985) em Recife (PE), onde 73,5% das árvores
requerem algum tipo de manutenção, embora sejam bastante parecidos com aqueles identificados
por Costa (1993) em Manaus (AM), onde 93,2% das árvores careceram de alguma forma de
manutenção.
Com relação às podas, verificou-se que 65,7% das árvores amostradas já sofreram algum
tipo de poda, sendo que 58,35% destas foram mal executadas e apenas 7,4% das árvores foram
podadas de maneira correta, conforme pode ser constatado na Tabela 27. As podas consideradas
mal executadas foram aquelas que deixaram tocos remanescentes que, sofrendo ação de fungos e
bactérias, apodreceram comprometendo a sanidade da árvore, conforme pode ser observado na
Figura 20.
Uma quantidade bastante expressiva de podas mal executadas é uma conseqüência da falta
de sistematização desse serviço, que é feito por funcionários municipais mal treinados e sem
equipamentos adequados. A necessidade de poda pesada foi constatada em apenas 1,3% das
árvores amostradas, enquanto 23,8% das árvores requereram poda leve, como mostra a Tabela
27. O alto percentual de árvores que não necessitam de podas (74,9%) talvez possa ser explicado
por dois motivos; primeiro, devido à predominância de plantios jovens, grande parte das árvores
ainda não apresenta conflitos com a infra-estrutura urbana. O outro motivo está relacionado com
o grande número de árvores que já sofreram algum tipo de poda.
O centro da cidade e o Setor Oeste, com respectivamente 73,6% e 60,3%, apresentaram os
maiores percentuais de podas mal-executadas. A explicação provavelmente está no fato de que os
plantios destes dois setores são mais antigos e também por serem compostos, na sua maioria, de
espécies arbóreas de grande porte. Por outro lado, o Setor Sul e Setor Norte, tiveram
respectivamente 47,1% e 36% das árvores amostradas com podas mal executadas. Provavelmente
pelo fato de terem plantios mais jovens, apresentaram percentuais menores. Pela mesma razão, os
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115 Tabela 27. Qualidade das podas anteriores, tipos de podas requeridas e necessidade de outras intervenções nas árvores, em percentagem, por setores e geral Jequié/BA, 2003.
Qualidade das podas anteriores Tipos de podas requeridas Necessidade de outras intervenções
Setores Podas mal
executadas
Podas bem executadas
Sem podas
anteriores
Poda pesada
Poda leve
Não
necessária
Substituição / replantio
Recuperar Injúria
Mecânica
Ampliação da área
livre
Combate à pragas
e/ou doenças
Tutoramento, recuperação ou reposição do
gradil Irri
gaçã
o
Sul 47,1 2,3 50,6 0,0 18,4 81,6 1,1 58,6 66,7 39,1 36,9 0,0
Leste 60,3 11,6 27,9 1,9 24,4 73,7 0,3 22,4 59,8 36,8 52,5 0,6
Oeste 54,3 4,0 41,7 1,9 15,4 73,7 0,6 35,4 73,1 46,9 60,0 0,0
Norte 36,0 5,6 25,0 0,0 8,3 58,3 0,0 27,7 61,1 22,2 26,3 0,0
Centro 73,6 3,6 22,2 0,9 44,5 48,2 0,9 17,2 99,1 35,5 45,8 0,0
Geral Jequié 58,3 7,4 34,3 1,3 23,8 74,9 0,5 28,9 69,3 38,5 47,5 0,3
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116
Figura 20 – Poda drástica em Senna multijuga, em Jequié/BA, 2003.
Setores Sul, com 50,5% e Oeste, com 41,7% detêm os maiores percentuais de árvores que ainda
não sofreram podas (Tabela 27).
As maiores freqüências de poda pesada foram encontradas no Setor Leste (1,9%), Setor
Oeste (1,1%) e centro da cidade (0,9%). Nota-se que todos os setores apresentam percentuais
baixos em relação às necessidade de podas pesadas, indicando, mais uma vez, tratar-se de
plantios jovens (Tabela 27).
Com relação às dez espécies mais plantadas, as que requereram podas pesadas foram
Terminalia catappa (50%), Licania tomentosa (7,7%), Senna multijuga (3,9%) e Ficus
benjamina (0,3%), conforme mostra a Tabela 28. Estas são espécies de grande porte e fazem
parte dos plantios mais antigos.
Peltophorum dubium e Bauhinia sp, ambos com 50%, Senna multijuga, com 29,4%,
Licania tomentosa com 23,1%, e Ficus benjamina com 22%, foram as espécies, dentre as dez
mais plantadas, que mais necessitaram de poda leve.
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117
Além da poda, foi constatado que 69,3% das árvores amostradas necessitam de outras
intervenções, principalmente no que se refere à ampliação da área livre, recuperação de danos
físicos e combate às pragas e doenças.
A maioria das necessidades de intervenções vem das condições físicas e sanitárias dos
plantios que, por sua vez, decorre da qualidade do planejamento da arborização.
Apesar da alta incidência de podas drásticas e deficiência geral da manutenção, as
necessidades de substituição ou replantio foram verificadas em apenas 0,5% das árvores.
No que se refere às injúrias mecânicas, verificou-se que 28,9% das árvores amostradas
necessitam de recuperação de danos físicos no tronco e/ou na copa. O Setor Sul, com 58,6%
apresentou o maior percentual de árvores que requerem recuperação de danos físicos.
Ao nível de espécies, os maiores percentuais de necessidade de reparos de danos foram
encontrados em Delonix regia e Ficus benjamina, ambas com 100% de danos, Senna multijuga,
com 88,2% de danos, Bauhinia sp e Pachira aquática, ambas com 50% de danos. Estas espécies
estão relacionadas aos plantios mais antigos, provavelmente por isso encontram-se mais
danificadas.
A necessidade de ampliação da área livre na base dos troncos foi identificada em 69,3% dos
casos. O alto percentual é decorrência da prática de impermeabilizar as áreas em torno da árvore,
às vezes sem deixar nenhum resquício de solo natural, indispensável ao atendimento das
necessidades mínimas do elemento arbóreo.
As maiores necessidades de ampliação da área livre foram encontradas no centro da cidade
e Setor Oeste, com respectivamente 99,1% e 73,1% das árvores amostradas, sendo que o menor
percentual foi encontrado no Setor Leste, com 59,8%.
Práticas de combate a pragas e/ou doenças foram necessárias em 44,2% das árvores
amostradas, sendo que as espécies Delonix regia, Peltophorum dubium e Bauhinia sp (todas com
100%), Senna multijuga com 84,3% e Prosopis juliflora com 83,4%, necessitam de controle
fitossanitário. Estas espécies, por pertencerem aos plantios mais antigos, já sofreram podas
drásticas e, portanto, já apresentam focos de apodrecimento, decorrentes das podas mal feitas.
O maior porcentual de necessidade de combate a pragas e/ou doenças foi encontrado no Setor
Oeste com 46,9%, enquanto o menor percentual foi encontrado no Setor Norte, com 22,2%.
As práticas de tutoramento, recuperação ou reposição de gradis, além da irrigação, estão
relacionadas às necessidades de manejo das árvores com altura igual ou menor que 2m.
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118
Em Jequié, foram registradas necessidades de tutoramento, recuperação ou reposição dos
gradis protetores em 47,5% das árvores amostradas com altura igual ou menor que 2m, como
mostra na Figura 21. O percentual expressivo evidencia a inexistência de uma sistemática de
manutenção das árvores, principalmente na condução e proteção dos plantios recentes.
As maiores necessidades de tutoramento, recuperação ou reposição de gradis foram
verificadas no Setor Oeste e Setor leste, com respectivamente 60% e 52,5% das árvores
amostradas (Tabela 27). O Setor Norte, com 26,3% obteve o menor percentual.
A maioria dos autores recomenda o uso da irrigação até o completo pegamento da muda.
Considerando que esse pegamento geralmente acontece até os 2 m de altura, verificou-se que
apenas 1% das árvores pertencentes a esta classe de altura carece desta prática.
A menor necessidade de irrigação pode estar relacionada ao plantio voluntário, no qual os
próprios moradores se encarregam da manutenção das árvores por eles plantadas.
Figura 21 – Mudas de Ficus benjamina sem gradil e tutor, em Jequié/BA, 2003.
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119
4.8 Análise das dez espécies mais freqüentes
Devido à baixa expressividade numérica apresentada por algumas espécies, esta avaliação
foi feita levando em conta as 10 espécies mais plantadas, cuja amostra continha pelo menos 80
indivíduos, sendo elas: Ficus benjamina, Caesalpinia peltophoroides, Licania tomentosa,
Terminalia catappa, Prosopis juliflora, Pachira aquatica, Senna multijuga, Bauhinia sp,
Peltophorum dubium e Delonix regia. Os resultados podem ser vistos na Tabela 28.
Ficus benjamina é uma espécie de crescimento rápido, plantado por moradores, via de
regra, em busca de sombra rápida. Apesar da sua beleza, essa espécie não é apropriada para o
plantio em calçada, tanto devido ao seu porte avantajado quanto pela agressividade das suas
raízes. Além disso, já representa 75,1% das árvores da cidade, constituindo-se sério risco a
estabilidade dos plantios, além de transmitir a sensação de homogeneidade e monotonia ao
ambiente urbano.
Em relação ao estado geral das árvores, a Caesalpinia peltophoroides apresentou
características positivas, como boa vitalidade, baixa ocorrência de raízes superficiais, poucos
danos físicos e baixa incidência de pragas e doenças. Esta espécie ainda possui uma população
pouco representativa (1,6% do total das árvores), sendo encontrada em poucas localidades da
cidade. É necessário estimular a sua produção em viveiro para possibilitar o seu plantio em maior
escala na arborização de ruas da cidade. O seu plantio é recomendado em praças e ruas com
maior largura e isentos de redes aéreas.
A Licania tomentosa ainda é uma espécie pouco difundida na arborização da cidade, apesar
de que foi a 4º mais plantada. Apresenta boa vitalidade e forma de tronco pouco inclinado, tem
poucos danos na casca e copa, além de não apresentar problemas fitossanitários. Por possuir
raízes superficiais, pode ser plantada apenas em praças.
A Terminalia catappa foi a 7ª espécie mais plantada na cidade. Apesar de proporcionar boa
sombra, deve ser evitada devido ao fato de ser uma espécie de grande porte e possuir
características indesejáveis como raízes superficiais, folhas caducifólias e alta incidência de
problemas fitossanitários.
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120
Estado da casca Forma do tronco Estado da raiz Vitalidade Injúrias mecânicas
Condições fitossanitárias
Freqüência por classe (%) Espécies
a b c a b c a b c a b c a b c a b c Ficus
benjamina 0,9 17,5 81,6 0,0 6,2 93,8 14,9 28,3 56,8 0,7 9,7 89,6 1,6 26,9 71,5 1,4 37,3 61,3
Caesalpinia peltophoroides 16,7 16,7 66,7 33,3 0,0 66,7 0,0 0,0 100 0,0 0,0 100 0,0 0,0 100 0,0 50,0 50,0
Licania tomentosa 0,0 30,8 69,2 0,0 38,5 61,5 61,5 7,7 30,8 0,0 0,0 100 0,0 46,2 53,8 0,0 0,0 100
Terminalia catappa 0,0 25,0 75,0 0,0 25,0 75,0 100 0,0 0,0 25,0 0,0 75,0 25,0 0,0 75,0 0,0 50,0 50,0
Prosopis juliflora 0,0 0,0 100 0,0 16,7 83,3 83,3 16,7 0,0 16,7 16,7 66,7 50,0 50,0 0,0 16,7 66,7 16,7
Pachira aquatica 50,0 0,0 50,0 0,0 0,0 100 100 0,0 0,0 0,0 50,0 50,0 50,0 0,0 50,0 100 0,0 0,0
Senna multijuga 3,9 54,9 41,2 0,0 39,2 60,8 60,8 17,6 21,6 17,6 47,1 35,3 37,3 50,9 11,8 15,7 78,4 5,9
Bauinia sp 50,0 0,0 50,0 0,0 100 0,0 50,0 0,0 50,0 0,0 50,0 50,0 50,0 0,0 50,0 0,0 100 0,0 Peltophorum
dubium 50,0 0,0 50,0 0,0 0,0 100 100 0,0 0,0 0,0 50,0 50,0 50,0 0,0 50,0 100 0,0 0,0
Delonix regia 100 0,0 0,0 0,0 100 0,0 100 0,0 0,0 0,0 0,0 100 100 0,0 0,0 0,0 100 0,0
Estado da casca Forma do tronco Estado da raiz Vitalidade Injúria mecânica Condições fitossanitárias a: Casca destruída b: Parte da casca destruída c: Casca sem danos
a: Grande tortuosidade b: Leve tortuosidade c: Forma ereta
a: Raiz com afloramento b: Raiz com afloramento restrito à área livre b: Raiz sem afloramento
a: Copa sem vitalidade b: Copa com médio vigor c: Copa com vitalidade
a: Copa bastante destruída b: Parte da copa destruída c: Copa sem injúria
a: Alta incidência de pragas e/ou doenças b:Pouca incidência de pragas e/ou doenças c: Ausência de pragas e doenças
Tabela 28. Freqüência percentual das dez espécies mais plantadas nas classes do estado da casca, forma do tronco, estado da raiz, vitALIDADE id vitalidade, injúrias mecânicas e condições fitossanitárias, em Jequié/BA, 2003.
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121
Prosopis Juliflora foi a 3ª espécie mais abundante. Mesmo que no passado tenha sido
utilizada em grande quantidade nas ruas da cidade, hoje se encontra em proporção razoável. A
sua utilização em arborização de ruas não é recomendável, pois suas raízes superficiais
favorecem a queda durante o período de chuvas.
Pachira aquatica com 84 indivíduos obteve a 10ª colocação entre as espécies mais
plantadas. Embora tenha pequena incidência de pragas e doenças, apresenta danos físicos devido
ao uso de podas drásticas no passado. Seus frutos grandes sujam bastante as ruas e calçadas.
Melhor se for utilizada em praças.
Provavelmente pelo motivo de proporcionar boa sombra, Senna multijuga foi muito
plantada na década de 70 e 80, sendo hoje a 2ª espécie mais difundida na arborização de ruas da
cidade. Devido a ter um porte incompatível com a altura da fiação, apresenta percentual elevado
de danos físicos por podas.
Bauhinia sp, com 87 indivíduos, foi a 9ª mais plantada. Apresenta alguns problemas
fitossanitários, danos físicos e raízes aflorando, devendo ser melhor observada para uso na
arborização. Sendo espécie de médio porte, é de fácil compatibilidade com o espaço disponível
para crescimento.
Peltophorum dubium, mesmo apresentando um número razoável de indivíduos nas ruas,
deve ser evitada por apresentar raízes superficiais. Podendo, no entanto, pela sua beleza, ser
utilizada em maior freqüência nas praças.
Delonix regia, com 171 indivíduos, é a 6ª espécie mais plantada. É uma árvore bonita e de
floração muito vistosa. Porém devido a sua copa ser rala e caducifólia não forma uma boa
sombra. Apresenta problemas de raízes superficiais, ataques de cupins e danos físicos acentuados
devido a podas drásticas. Por estes motivos, deve ser evitada na arborização de ruas.
Observa-se que a maior parte das espécies que ocorrem com maior freqüência é de grande
porte. Estas espécies estão plantadas em locais que não atendem às necessidades de espaço para
desenvolvimento do sistema radicular e da copa, causando conflito com a infra-estrutura urbana.
Diante desse quadro é necessário dar ênfase ao plantio de espécies de médio e pequeno
porte, principalmente as de ocorrência regional. Durante os levantamentos de campo foram
encontradas algumas destas espécies que poderiam ser melhor estudadas para uso em calçadas.
Dentre essas espécies destacam-se a Murta (Murraya paniculata), Rosa graxa (Hibiscus rosa-
sinenses), Flamboiã mirim (Caesalpinia pulcherrima), Ipê mirim (Tecoma stans), Arruda (Ruta
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122
graveolens), Cássia rosa (Cassia grandis), Saboneteiro (Sapindus saponaria), Chapéu de
Napoleão (Thevetia peruviana) e Pata de vaca (Bauhinia sp) (Figura 22).
Figura 22 – Plantio de Bauhinia sp., em Jequié/BA, 2003.
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123
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
As áreas verdes públicas de Jequié somaram 3.491.040 m2 e são distribuídas da seguinte
forma: praças 121.360 m2, canteiros centrais 15.540 m2, áreas institucionais 1.477.680 m2, áreas
de preservação permanente (margens de rios) 1.776.230 m2, horto florestal 9.980 m2, praças em
projeto 27.880 m2, cemitérios 32.240 m2, rótulas de avenidas 19.380 m2 e estacionamentos
10.750 m2.
As áreas institucionais e de preservação permanente juntas contribuíram com 93% da
superfície das áreas verdes, tendo com isso um papel ecológico importante por manter grandes
áreas com solos permeáveis e com alguns remanescentes de vegetação natural.
O índice de área verde (IAV) foi de 26,81 m2/hab. Pode ser considerado bom, mas cai para
0,93 m2/hab, quando são consideradas áreas que efetivamente contribuem para convívio social.
A distribuição das 48 praças públicas na malha urbana da cidade não é uniforme, com
concentração na Área Central da cidade e Setor Leste (bairro do Jequiezinho), principalmente ao
redor do Centro Cívico e Campus Universitário.
As regiões mais periféricas (Setores Sul e Norte) possuem carência de áreas verdes.
Na cidade de Jequié não existem áreas verdes de grandes dimensões como parques
metropolitanos e unidades de conservação.
Uma quantidade significativa das praças necessita de melhoria nas suas estruturas físicas e
paisagísticas para proporcionar lazer e convívio social.
As praças oferecem muito pouco à população em termos de lazer. Há necessidade de
melhoria na disponibilidade de equipamentos e serviços na maioria delas.
Nas praças, havia boa diversificação de grupos vegetais, sendo que em 100% existiam
espécies arbóreas, 60,4% continham arbustos e 31,3% possuíam gramados.
Com relação à manutenção geral das praças, apenas 16,7% estavam em bom estado, 56,3%
estavam com a manutenção geral em estado razoável e 29,2% se apresentavam em estado ruim.
Não havia uma sistematização nos trabalhos de manutenção.
Existiam 59 espécies arbóreas plantadas nas ruas urbanizadas. As três espécies mais
plantadas atingiram 87% do total de árvores, sendo os 13% restantes divididos entre as outras 56
espécies.
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124
A espécie Ficus benjamina apresentou uma alta freqüência. Este fato aumenta o risco de
perdas por ataques de pragas e doenças.
As características do meio disponíveis para o plantio das árvores, no geral, mostraram-se
razoáveis (nota 2,3), sendo que um dos maiores impedimentos ao crescimento das árvores foi a
existência de fiação aérea.
Os plantios voluntários ou irregulares corresponderam a 71,1% da arborização de ruas,
constituindo um dos principais problemas da arborização urbana, por causa do uso de espécies
arbóreas inadequadas para plantio em calçadas, da baixa qualidade das mudas utilizadas, além da
não observância das distâncias necessárias do meio-fio e das construções.
A posição do plantio na calçada foi considerada ruim, visto que os parâmetros afastamento
predial, área livre de pavimentação na base da árvore e espaçamento entre árvores encontravam-
se aquém dos padrões recomendados em literatura.
O alto índice de indivíduos arbóreos no intervalo de 2m a 5m de altura e que apresentaram
circunferência à altura do peito (CAP) inferior a 50 cm mostraram que os plantios foram feitos
recentes.
Com relação à altura da primeira bifurcação, a maioria das espécies não enquadrou dentro
do recomendado.
Grande parte das árvores apresentou-se pouco compatível com o espaço disponível para
crescimento, o que refletiu a falta de critério quando na seleção das espécies para o plantio. Um
exemplo é o uso do Ficus benjamina, espécie altamente contra-indicada por seu grande porte e
raízes agressivas.
O estado geral das árvores mostrou-se razoável, visto 76,6% delas estavam com cascas sem
danos, 83,8% apresentaram fuste em forma ereta, 83,8% tinham copa com boa vitalidade, 67,4%
não apresentaram lesão na copa. No entanto, 54% das raízes estavam aflorando e 44,2% dos
indivíduos tinham problemas fitossanitários.
A manutenção das árvores de ruas foi considerada deficiente, principalmente pela grande
freqüência de árvores podadas de maneira incorreta. Além das podas, as principais necessidades
de intervenções na arborização foram a ampliação da área livre, controle fitossanitário e
recuperação de injúrias mecânicas.
Algumas sugestões para melhorar as condições de implantação e manutenção das áreas
verdes públicas e arborização de ruas da cidade de Jequié:
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125
• Aumentar o número de espaços verdes de uso público (praças e parques), com a
oferta de infra-estrutura adequada e equipamentos de lazer e esporte, atendendo
principalmente os bairros periféricos.
• Melhorar a infra-estrutura e implantar equipamentos nas praças existentes, para
proporcionar a visitação e o uso direto destas áreas em atividades de lazer, tornando o
local mais atrativo para a população.
• Criar um ou mais Parque Municipal de pelo menos 45 ha, considerando o tamanho da
população e a recomendação de 3 m2/habitantes para esta categoria de parque.
• Estudar as possibilidades de desapropriação/aquisição e implantação de áreas verdes
na propriedade da Companhia Curtume Aliança ou nas áreas no entorno do Centro
Cívico, Lagoa próximo ao Mutirão e Lagoa do DERBA.
• Interromper os plantios de Ficus benjamina.
• Fazer a substituição da espécie Fícus benjamina de maneira gradativa, à medida que
interfiram com a infra-estrutura urbana.
• Aumentar a freqüência de plantio das espécies de pequeno e médio porte, cuja
interferência com os equipamentos urbanos é mínima.
• Elaborar estudos para utilização de espécies nativas na arborização de ruas e praças
de Jequié, principalmente as de ocorrência regional, evitando, sempre que possível, a
utilização de espécies exóticas.
• Utilizar redes de distribuição de energia mais modernas, para compatibilizá-las com
a arborização.
• Distribuir para a população uma cartilha contendo lista de espécies adequadas à
arborização de ruas, com suas restrições de uso, além da técnica e princípios básicos
de plantio.
• Adotar critérios técnicos para a execução dos plantios, de acordo com parâmetros
inerentes à cidade, como largura das ruas e passeios, afastamento predial e presença
de redes aéreas.
• Capacitar equipes do Departamento de Parques e Jardins para fazer podas apenas
dentro dos padrões técnicos recomendáveis.
• Elaborar um Plano Diretor de Arborização Urbana e Áreas Verdes para a cidade de
Jequié.
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126
• Exigir maior rigor no cumprimento das leis existentes de proteção do meio ambiente.
Criar legislação específica sobre Arborização Urbana e Áreas Verdes para a cidade de
Jequié.
• Efetivar o sistema integrado de espaços verdes públicos proposto no PDU (Plano
Diretor Urbano), incluindo praças, parques, áreas de preservação permanente como
margens de rio, morros e encostas.
• Implementar um Plano de Recuperação das Áreas Degradadas da cidade, com
prioridade para as margens dos rios de Contas e Jequiezinho.
• Implementar um programa de educação ambiental e divulgação em rádios, televisão,
escolas, entre outros, que visem uma maior conscientização da população para a
importância da arborização na melhoria de qualidade de vida.
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134
APÊNDICES
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135
Universidade Estadual de Santa Cruz Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
APÊNDICE A: PLANILHA PARA O LEVANTAMENTO QUALITATIVO DAS PRAÇAS Bairro: Rua: Denominação da área verde: Área: Estado da área: ( ) Totalmente urbanizada ( ) Parcialmente urbanizada ( ) Não urbanizada
ASPECTOS URBANÍSTICOS Pavimentação: ( )Menos de 30% da área impermeabilizada ( ) Mais de 30% da área impermeabilizada
Tipo de piso: ( )Terra nua ( ) Gramado ( )Concreto ( ) Pedra
Delimitação de canteiros: ( ) Há ( )Não Há
Iluminação: ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim
Pontos de água: ( ) Tem suficiente ( )Não tem suficiente ( ) Não tem
Equipamentos de lazer: ( ) Bancos ( ) Quadra de esporte ( ) Brinquedos ( ) Parque infantil ( ) Campo de futebol ( ) Eq. de ginástica
Equipamentos de serviço: ( ) Telefone público ( ) Ponto de táxi ( ) Box policial ( ) Lixeira ( ) Bebedouro ( ) Caixa de correio ( ) Banca de jornais ( ) Ponto de ônibus ( ) Lanches ( ) Banheiros
VEGETAÇÃO Elementos da vegetação: ( ) Forrações pisoteáveis ( ) Árvores ( ) Arbustos ( ) Não tem MANUTENÇÃO Manutenção das espécies vegetais: ( )Bom ( ) Razoável ( ) Ruim
Manutenção dos equipamentos e mobiliários: ( )Bom ( ) Razoável ( ) Ruim
Manutenção das vias de circulação: ( )Bom ( ) Razoável ( ) Ruim
Limpeza: ( )Bom ( ) Razoável ( ) Ruim
Manutenção geral da praça: ( )Bom ( ) Razoável ( ) Ruim
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136
UESC
Universidade Estadual de Santa Cruz
P rogram a R egional de P ós-graduação em D esenvolv im ento e M eio A m biente Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
APÊNDICE B: PLANILHA PARA O LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DAS RUAS URBANIZADAS
NOME DA RUA ESPÉCIES
Nº da u.a.: Bairro: Data: Equipe:
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137
UESC
Universidade Estadual de Santa Cruz
P rogram a R egional de P ós-graduação em D esenvolv im ento e M eio A m biente Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
APÊNDICE C: PLANILHA PARA A AVALIAÇÃO QUALITATIVA DAS ÁRVORES DE RUA
NA: Número da árvore a ser inventariada; NI: Número do imóvel a ser inventariado
LOCALIZAÇÃO DA ÁRVORE
ESTADO VEGET.
CARACTERÍSTICAS DO MEIO
POSIÇÃO DO PLANTIO
CARACT. DA ESPÉCIE
CONDIÇÃO GERAL DA ÁRVORE Tronco Raiz Copa Rua NA NI Espécie
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Nº da u.a.: Bairro: Data: Equipe:
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138
UESC
Universidade Estadual de Santa Cruz
P rogram a R egional de P ós-graduação em D esenvolv im ento e M eio A m biente Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
APÊNDICE D: PLANILHA PARA A AVALIAÇÃO QUALITATIVA DAS ÁRVORES DE RUA / MANEJO
Podas Podas anteriores Necessidade de podas
Necessidades de outras intervenções
Podas mal executadas
Podas bem executadas
Sem podas
anteriores
Poda pesada
Poda leve
Não necessária
Substituição ou replantio
Recuperar Injúria
Mecânica
Ampliação da área
livre
Combate à pragas e/ou doenças
Tutoramento, recuperação ou reposição do
gradio
Irrigação
Nº da u.a.: Bairro: Data: Equipe:
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139
APÊNDICE E. Relação das áreas verdes existentes na cidade de Jequié/Ba, com as respectivas localizações e áreas (m2), em 2003.
Nº DE ORD. TIPO DE ÁREA VERDE ENDEREÇO BAIRRO ÁREA
(m2) PRAÇAS 1 Praça do Estádio Av. Exupério Miranda Mandacarú 7.751 2 Praça da Rua Vitória R. Vitória Mandacarú 271 3 Praça Cavalheiro de Aruanda Av. Landulfo Caribé Centro 936 4 Praça Luiz Viana R. Apolinário Peleteiro Centro 2.087 5 Praça Rui Barbosa R. Silva Jardim Centro 7.470 6 Praça da Matriz R. 2 de Julho Centro 5.407 7 Praça Vicente Leoni Av. São Bernardo Centro 1.146 8 Praça Antônio Brito R. Alvares Cabral Centro 2.221 9 Praça da Criança R. Cônego Jacinto Centro 704 10 Praça Joaquim Nabuco R. Stº Antônio Centro 491 11 Praça Miguel Bahiense R. Manoel V. Santos Centro 503 12 Praça Vicente Grillo R. 15 de Novembro Centro 1.075 13 Praça Do Viveiro Av. Rio Branco Viveiro 3.235 14 Praça 13 de Março R. 15 de Novembro Centro 505 15 Praça Nossa Sª Aparecida Av. Lomanto Junior Cidade Nova 4.615 16 Praça Túlio de Paulo Ribeiro R. Princesa Isabel Joaquim Romão 18.501 17 Praça José de Alencar R. Felix Batista Joaquim Romão 766 18 Praça do Bondoso R. Itagí Joaquim Romão 364 19 Praça João XXIII Av. Gov. Lomanto Junior Joaquim Romão 7.444 20 Praça Do Cemitério S. João Batista R. Senhor dos Passos Joaquim Romão 1.276
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140
Nº DE ORD.
TIPO DE ÁREA VERDE ENDEREÇO BAIRRO ÁREA
(m2)
21 Hilda E. Sampaio R. Felix Batista Joaquim Romão 110 22 do Antigo Posto M. Ant. Av. Tote Lomanto Joaquim Romão 1.147 23 da Rua Capitão Sá R. Capitão Sá Joaquim Romão 492 24 Otaviano Soback Av. João Goulart Jequiezinho 410 25 Ademar Nunes Vieira Av. Lions Clube Jequiezinho 1.372 26 Praça Jornalista Jorge Calmon Av. Lions Clube Jequiezinho 2.119 27 Praça Luís Gonzaga Av. Vavá Lomanto Jequiezinho 5.394 28 Praça da Av. 1 Av. 1 / Jardim Eldorado Jequiezinho 653 29 Praça da Rua 1 R. 1 / URBIS I Jequiezinho 981 30 Praça Germiniano Saback R. 1 / URBIS I Jequiezinho 1.165 31 Praça da Rua 2 R. 2 / URBIS I Jequiezinho 1.097 32 Praça da Amizade R.D / URBIS I Jequiezinho 1.043 33 Praça Dr. Agnaldo D. Souza Caminho O / URBIS I Jequiezinho 808 34 Praça Gov. Waldir Pires R. Yolanda Pires Jequiezinho 1.266 35 Praça Dr. Manoel Pereira Av. Lomanto C. Bitencourt Jequiezinho 356 36 Praça Juracy Magalhães R. Felicíssimo J. Silva Jequiezinho 2.292 37 Praça Des. Cícero D. Brito R. P / URBIS IV Jequiezinho 2.620 38 Praça Des.Mário Albiane R. P / URBIS IV Jequiezinho 11.211 39 Praça Verde R. P / URBIS IV Jequiezinho 1.865 40 Praça da Rua 1 R. 1 / URBIS IV Jequiezinho 3.533 41 Praça do Bolo R. L / URBIS IV Jequiezinho 4.076 42 Praça da Rua 62 e 64 Caminho 35 / URBIS IV Jequiezinho 924 43 Praça Rio de Janeiro R. Nova Brasília / P da Colina Jequiezinho 1.388 44 Praça Nova Brasília 1 R. Nova Brasília / P da Colina Jequiezinho 1.649
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141
Nº DE ORD.
TIPO DE ÁREA VERDE ENDEREÇO BAIRRO ÁREA
(m2)
45 Praça Nova Brasília 2 R. Nova Brasília / P da Colina Jequiezinho 924 46 da Rua B R. B / C.H.P. das Algarobas Jequiezinho 1.388 47 Praça Manoel Moura Av. Presidente Vargas Jequiezinho 1.649 48 Praça Patrícia R. Dep. Manoel Novaes São Luís 2.206
121.360 PRAÇAS EM PROJETO
49 Praça do Curral Novo Av. Barragem de Pedras Curral Novo 1.412 50 Praça do Mandacaru Av. Otávio Mangabeira Mandacarú 3.831 51 Praça Brinco de Ouro R. Maria Adélia Bela Vista 5.295 52 Praça do Centenário Av. João Goulart Jequiezinho 6.162 53 Praça do Agarradão R. C Jequiezinho 11.180
27.880 ÁREAS INSTITUCIONAIS
54 Hospital Prado Valadares R. Santo Antônio Centro 15.600 55 DNIT R. Belício Chaves Cidade Nova 49.850 56 Complexo policial Av. Gov. Lomanto Junior Cidade Nova 32.011 57 Ginásio de Esportes Av. Landulfo caribé Jequiezinho 16.136
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142
Nº DE ORD.
TIPO DE ÁREA VERDE ENDEREÇO BAIRRO ÁREA
(m2)
58 PRONAICA-CAIC R. D Jequiezinho 11.970 59 Centro de Cultura Antônio Carlos Magalhães Av. Radial Jequiezinho 14.200 60 Campus Universitário-UESB Av. José Moreira Jeuiezinho 15.106 61 Aeroporto Av. Lions Club Jequiezinho 213.903 62 Parque de Exposição Av. Parque de Esposições Jequiezinho 220.016 63 Centro Social Urbano-CSU Av. Radial II Jequiezinho 22.632 64 Serviço Nacional de Aprendizagem Ind.-SENAI R. B Centro Industrial 21.368 65 Estação de Tratamento de Esgoto.-EMBASA Caminho 35 Jequiezinho 500.704 66 Estação de Tratamento de Água-EMBASA R. Juca rebouças Jequiezinho 159.611 67 Escola Profissional de Jequié Av. Otávio Mangabeira Mandacarú 97.267 68 Grupo Escolar Prfª Adelaide R. Lima R. Boafogo Mandacarú 2.875 69 Grupo Escolar Anísio Teixeira R. Agapito Fernandes Jequiezinho 3.105 70 Colégio Estadual Prfº Magalhães Neto Av. Gov. Lomanto Junior Joaquim Romão 2.151 71 Escola Rosa Levita Av. Lions Club Jequiezinho 1.721 72 Grupo Escolar Climério de Andrade R. João Rosa Jequiezinho 2.104 73 Instituto Batista Jequiense R. Dep. Manoel Novais São Luís 839 74 Grupo Escolar Alto da Coelba R. Profª Virgínia R. Jequiezinho 1.037 75 Escola Polivalente Edvaldo Boaventura Av. Franz Gedeon Jequiezinho 19.207 76 Escola Estadual Luiz Navarro de Brito Av. Ulisses Coelho Km 3 1.147 77 Grupo Escolar Faraildes Santos R. Curral Novo Curral Novo 1.305 78 Grupo Escolar Profª Floripes Sodré Av. Gov. Lomanto Junior Cidade Nova 1.305 79 Escola Duque de Caxias R. Dom Climério Joaquim Romão 2.788 80 Grupo Escolar Prfº Firmo N. de Oliveira R. João José Joaquim Romão 1.914 81 Escola Estadual do 1º Grau Prfº Laerte C. T. José M. Sobrinho Jequiezinho 713 82 Grupo Escolar Franz Gedeon R. Maria Adélia Jequiezinho 622 83 Escola Estadual Profª Anita Rabelo R. Ademar de Barros Km 4 1.045 84 Escola Vasco filho R. Ulisses Coelho Lima Km 4 294
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143
Nº DE ORD. TIPO DE ÁREA VERDE ENDEREÇO BAIRRO ÁREA
(m2)
85 Escola Estadual Jornalista F. Barreto R. Guilherme Fernandes Jequiezinho 2.940 86 Grupo Escolar Lomanto Junior R. Cel. Erotides Soares São José 2.854 87 Instituto de Educação Régis Pacheco R. 15 de novembro Centro 23.814 88 Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães Av. Gov. César Borges Jequiezinho 5.981 89 Centro Educacional Prfº Brito R. Itajurú Joaquim Romão 1.175 90 Centro Educacional Presidente Médice R. Princesa Isabel Joaquim Romão 2.410 91 Colégio Municipal Prfª Alíria A. Pereira R. Bruno Neto Mandacarú 1.070 92 Ginásio Municipal Gersino Coelho R. do Corte B Joaquim Romão 2.89 1.477.680 CANTEIRO CENTRAL AJARDINADO
93 Av. São Bernardo Av. São Bernardo São Luís 1.081 94 Av. Artur Moraes Av. Artur Moraes Jequiezinho 1.810 95 Rua Juca Rebouças R. Juca Rebouças Jequiezinho 1.485 96 Rua Catulo da Paixão R. Catulo da Paixão Jequiezinho 924 97 Rua José Moreira Sobrinho R. José Moreira Sobrinho Jequiezinho 5.740 98 Rua Candinha Barreto R. Candinha Barreto Jequiezinho 4.500 15.540 CEMITÉRIOS
99 Cemitério São João Batista R. Senhor dos Passos Joaquim Romão 11.530 100 Cemitério São Sebastião R. São Sebastião Curral Novo 15.633 101 Cemitérios São Lázaro R. Juca Rebouças Jequiezinho 10.074
32.240
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144
Nº DE ORD. TIPO DE ÁREA VERDE ENDEREÇO BAIRRO ÁREA
(m2) RÓTULAS DE AVENIDAS
102 1º Rótula do Centro Industrial Av. Otávio Mangabeira Centro Industrial 1.812 103 2º Rótula do Centro Industrial Av. Otávio mangabeira Centro Industrial 4.027 104 Rótula da BR-116 BR-116 Km 3 10.026 105 Rótula do Posto Oásis R. João Braga Jequiezinho 3.515
19.380 ESTACIONAMENTOS
106 Estacionamento do Aeroporto R. Lions Club Jequiezinho 10.750 10.750
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
107 Faixa Marginal do Rio de Contas - - 1.585.555 108 Faixa Marginal do Rio Jequiezinho - - 190.675
1.776.230 HORTOS
109 Horto Florestal R. C Jequiezinho 9.980 9.980 TOTAL 3.491.040
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145
APÊNDICE F: Unidades de amostras sorteadas (ruas/avenidas) para a estimativa do número de árvores da área não urbanizados da cidade de Jequié/Ba, 2003. Nºda U.A Localização Bairro Quantidade
de árvores Comprimento da U.A.(m)
Árvores por/km
143 T. da E. Lapa Cidade Nova 0 180 0 142 R. J. Batista Cidade Nova 5 150 33,3 151 R. E. Lapa Cidade Nova 11 80 137,5 159 R. S. J. Batista Cidade Nova 29 550 52,7 157 T. P. Kennedy Cidade Nova 18 400 45,0 156 R. B. Vermelho Cidade Nova 5 250 20,0 134 R. L. Cidade Nova Cidade Nova 14 400 35,0 165 R. Mª Biondi Cidade Nova 72 550 130,9 123 R. B. Chaves Cidade Nova 35 400 87,5 196 R. Alves M. Cidade Nova 18 150 120,0 163 R. M. Biony Cidade Nova 138 1.000 138,0 155 4ª T. E. Lapa Cidade Nova 1 170 5,9 172 R.Belém Cidade Nova 8 100 80,0 205 R. M. Rosa Curral Novo 23 450 51,1 201 R. S. Sebastião Curral Novo 16 450 35,6 214 R. 3 Curral Novo 25 150 166,7 302 T. F. Batista Sol Nascente 5 100 50,0 219 R. D.. F. Ferraz Sol Nascente 27 370 72,9 224 R. G. Caribé Sol Nascente 23 560 41,1 242 R. L.. J. Primavera Sol Nascente 6 300 19,8 256 2ª T. A.da Costa Caixa D’Água 22 270 81,5 244 5ª T. H. Campos Caixa D’Água 11 200 55,0 260 R.C. D'Água Caixa D’Água 27 250 108,0 258 4ª T. A. da Costa Caixa D’Água 5 80 62,5 268 2ª T. Osvaldo de S. Caixa D’Água 7 250 28,0 266 5ª T. A. da Costa Caixa D’Água 24 280 85,7 69 1ª T. IBC Km 3 3 200 15,0 65 R. Toá Km 3 6 100 60,0 74 R. V. do Rio Km 3 0 210 0
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146
Nº da U.A. Localização Bairro Quantidade
de árvores Comprimento da U.A. (m)
Árvores por/km
53 R. G. Escolar Km 3 13 180 72,2 48 R. A. Camilo Km 3 14 430 32,6 78 R. S. José Km 3 4 80 50,0 71 T. J. Ferreira Km 3 0 200 0 85 T. da Olaria Km 3 0 150 0 103 R. S. João Km 3 3 50 60,0 99 R. L. Comunitário Km 3 9 300 30,0 100 R. J. Bonifácio Km 3 2 150 13,3 77 T. da R. Stº Antônio Km 3 8 230 34,8 118 T. L. do campo Km 4 0 50 0 115 R. Largo do Campo Km 4 2 450 4,4 16 Av. Fluminense Mandacaru 36 600 60,0 41 3º T. D. Ferreira Mandacaru 4 200 20,0 37 Sem nome Mandacaru 0 70 0 39 3º T. M. Calmon Mandacaru 5 170 29,4 25 Av. B. Neto Mandacaru 162 1.000 162 36 R. R. P. Lisboa Mandacarú 31 300 103,3 8 R. Marinês de M. G. Itaigara 73 700 104,3 6 R. Prof. R. F. Costa Itaigara 121 800 151,3 3 R. A. Lomanto Itaigara 30 350 85,7 2 R. D. J. Fernandes Itaigara 59 550 107,3
11 R. Francisco P. Gomes Itaigara 59 700 84,3 31 R. Rodolfo P. Lisboa Itaigara 31 300 103,3 43 R. Damião Viana C. Industrial 1 200 5,0 551 T. da Av. P. A. Freitas Centro 0 300 0 555 R. J. Eloy Silveira Centro 2 200 10,0 559 R. Jitúna J. Romão 2 100 20 557 4ª T. Argemiro Melo J. Romão 30 160 187,5 558 R. Berto Palma J.Romão 48 200 240,0 539 2ª T. da Rua 4 Amaralina 3 170 17,6 542 R. Sem Nome Amaralina 0 50 0
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147
Nº da U.A. Localização Bairro Quantidade
de árvores Comprimento da U.A. (m)
Árvores por/km
538 T. Sem Nome Amaralina 0 150 0 541 1ª T. da Rua 4 Amaralina 0 60 0 532 R. 5 Amaralina 10 60 166,7 546 T.da rua 6 Amaralina 0 50 0 536 T. da rua 8 Amaralina 2 50 40,0 531 R. 6 Amaralina 6 740 8,0 535 R.1 Amaralina 6 450 13,3 529 R.8 Amaralina 8 850 9,4 497 Av. Sete S. Judas Tadeu 41 50 82,0 498 R. 8 S. Judas Tadeu 51 420 121,4 504 R. 14 S. Judas Tadeu 20 200 100,0 527 R. Sem Nome Mutirão 0 100 0 490 T. da Rua C P. das Algarobas 1 150 6,7 492 R. Sem Nome P. das Algarobas 0 110 0 488 R. Sem Nome P. das Algarobas 0 150 0 416 3º T. E. Soares Boa Vista 4 250 16,0 420 T. da Av.Operários Boa Vista 0 100 0 415 R. J. Inácio Santos Boa Vista 2 120 16,7 405 R. Adriano Borges Boa Vista 3 210 14,3 411 R. José Português Boa Vista 22 250 88,0 424 R. Sem Nome Boa Vista 0 210 0 407 R. José Brito Costa Boa Vista 27 280 96,4 412 T. Everaldo Santos Boa Vista 51 450 113,3 403 R. Everaldo Santos Boa Vista 38 410 92,7 440 R. G. Ribeiro Vila Central 27 240 112,5 442 R. Sem Nome Vila Central 0 170 0 398 R. A. Pereira P. da Colina 30 380 78,9 358 R. Porto Velho P. da Colina 0 270 0 367 R. Jequié P. da Colina 5 100 50,0 341 R. E Água Branca 20 310 64,5 351 R. L Água Branca 34 220 154,5 390 R. Mato Grosso Água Branca 6 120 50,0 352 R. Vovó Camila Água Branca 19 300 63,3
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Nº da U.A. Localização Bairro Quantidade
de árvores Comprimento da U.A. (m)
Árvores por/km
343 R. O Água Branca 46 380 121,1 335 R. U Água Branca 39 550 70,7 383 R. C. de Anápolis Água Branca 5 230 21,7 315 R. Sem Nome Jardim Eldorado 0 200 0 309 Av. 1 Jardim Eldorado 2 520 3.8 319 T. da R. Antônio B Jardim Eldorado 3 330 9,1 308 R. Sem Nome Jardim Eldorado 1 140 7,1 323 R. Sem Nome Jardim Eldorado 0 210 0 456 R. Lourival Ribeiro Bela Vista 17 110 154,1 457 T. da C. Barreto Bela Vista 4 250 16,0 462 R. G Bela Vista 7 190 36,8 453 R. Eliel C. Mendes Bela Vista 65 370 175,7 451 R. A. Brandão Bela Vista 55 1.100 50,0 474 R. A Convento 13 100 130,0 475 T. João Rosa URBIS IV 22 180 122,2 479 R. B Aeroporto 18 170 105,9
TOTAIS 2.076 31.000 66,9