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Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Desenvolvimento e Pesquisa Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia ANDRÉA BORGES ARARUNA CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: DIMENSÃO FÍSICO- ESPACIAL E A PRESENÇA DE RISCOS FÍSICOS São José dos Campos - SP 2013

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Universidade do Vale do Paraíba

Instituto de Desenvolvimento e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia

ANDRÉA BORGES ARARUNA

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: DIMENSÃO FÍSICO-

ESPACIAL E A PRESENÇA DE RISCOS FÍSICOS

São José dos Campos - SP

2013

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Universidade do Vale do Paraíba

Instituto de Desenvolvimento e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia

ANDRÉA BORGES ARARUNA

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO: DIMENSÃO FÍSICO-

ESPACIAL E A PRESENÇA DE RISCOS FÍSICOS

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Bioengenharia da Universidade do Vale do Paraíba, como complementação dos créditos necessários para obtenção do grau de Mestre em Bioengenharia. Orientador(a): Profa. Dra. Maria Belén Salazar Posso

São José dos Campos - SP

2013

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus em primeiro lugar, à minha mãe Fátima, ao meu marido Bertoldo Jr, à minha

filhota Maria Eduarda ainda no ventre estudando junto comigo, aos meus irmãos Surâmya,

Andrêssa e Júnior; aos meus sobrinhos(as) Amanda, Ana Clara e Paulo Rogério ao meu

cunhado Junior que muito mais que familiares são os alicerces da minha caminhada.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, ao dom da vida e por tudo que me proporcionou nesta caminhada da vida;

Ao Magnífico Reitor da Universidade do Vale do Paraíba prof. Dr. Jair Cândido de Melo pela

oportunidade.

À Diretora do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Profa. Dra. Sandra Maria Fonseca da

Costa, por dirigir com competência o IP&D/UNIVAP.

À Coordenadora do Programa de Mestrado em Bioengenharia Profa. Dra. Fernanda Pupio

Silva Lima por sua atenção.

À orientadora Profa Dra. Maria Belén Salazar Posso pela sua dedicação, gentileza, paciência,

disponibilidade, inteligência, companheirismo pelos seus fundamentais ensinamentos, pela

sabedoria e orientações prestadas a mim, pois sem ela não teria concluído esse trabalho.

À Dona Ivone e demais funcionários da UNIVAP pela força e disponibilidade durante o

período de realização deste mestrado.

À minha mãe, pelo seu amor, incentivo, exemplo e determinação.

Ao meu marido Bertoldo Júnior pelo amor, paciência, companheirismo e incentivo e a nossa

filha Maria Eduarda me dando garra e determinação junto comigo estudando diariamente.

Aos meus irmãos Suramya, Andrêssa e Júnior, que me acompanharam e apoiaram nesta árdua

jornada, na minha ausência sempre torcendo e me ajudando nas dificuldades enfrentadas.

Aos meus amigos de turma e de viagem para essa longa jornada do Mestrado, os quais nos

dias de desespero, angustias e desânimos uns puxavam aos outros e assim chegamos ao fim

meus amigos foi maravilhoso cada momento divido com vocês a turma perfeita “nunca mais

a UNIVAP terá uma turma igual à essa Bioengenharia 2011”.

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CME - “O coração do Hospital”...

(Raposo & Moraes, 2005)

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ARARUNA, A. B. Centro de material e esterilização: dimensão físico-espacial e a presença de riscos físicos. São José dos Campos, 2013. 77 f. Dissertação (Mestrado) – Bioengenharia, Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba.

RESUMO

O Centro de Material e Esterilização (CME) constitui a unidade hospitalar responsável pela recepção, limpeza, descontaminação, preparo, armazenamento e distribuição de materiais estéreis para os demais setores dos estabelecimentos de saúde. O CME é composto pelas seguintes áreas físicas: expurgo, sala de preparo, sala de esterilização, arsenal ou sala de armazenamento de material estéril. Com essa estrutura a planta física deve permitir um fluxo contínuo sem retrocesso e sem cruzamento, do material limpo com o contaminado. Esta pesquisa teve como escopo identificar riscos físicos a que estão expostos os profissionais de enfermagem pela caracterização da estrutura física do CME em conformidade com legislação vigente, visto que a sua não observação poderá causar danos ao profissional que ali desempenha suas atividades. Essa pesquisa é um estudo com abordagem quantitativa, de campo, transversal, exploratório e descritivo, realizado em Estabelecimentos Assistenciais à Saúde (EAS), públicos num município do estado do Maranhão. Os dados foram coletados mediante checklist baseado na RDC/ANVISA nº 50/2002, com itens da estrutura física dos CME e presença de riscos físicos. Utilizou-se fita métrica, uma câmera iSight de 5 megapixels da Apple® e Termo-higro-decibilimetro-luxímetro da marca Instrutherm® para mensuração e registro das características físicas de área, temperatura, umidade, ruído, iluminação dos dois EAS que possuem CME e oferecem atendimentos diferenciados. Um deles presta assistência materno-infantil (EAS A) e o outro dispõe de várias especialidades médicas (EAS B). De acordo com as observações e registros, encontraram-se os seguintes resultados: a estrutura organizacional em ambos é centralizada (EAS A e B); o total da área construída não atende a resolução RDC/ANVISA nº 50/2002 ( EAS B); os mesmos possuem as áreas preconizadas para obedecer ao fluxo correto do processamento dos artigos (EAS A e B); o vestiário é compartilhado com o Centro Cirúrgico (EAS A e B); quanto ao acabamento as portas são de madeira revestidas de tinta esmalte sintético, no entanto observou-se a presença de saliências e rachaduras o que dificulta a limpeza (EAS A e B); os rodapés apresentaram-se arredondados (EAS A) e encaixados na parede (EAS B); os ralos não possuem tampas (EAS A e B); a ventilação é inadequada sem ar condicionado, janelas e exaustores (EAS A e B); quanto à estrutura física específica o EAS B não possui as dimensões exigidas para cada área conforme preconizado, ocorre a comunicação errônea da área limpa com a área suja (EAS A) e compartilhamento do expurgo com a área de esterilização química (EAS A e B); ambos não possuem área de recepção de roupa limpa (EAS A e B). Desta forma, conclui-se que ocorre o descumprimento parcial das normas que legislam sobre a estrutura física hospitalar. Ficou evidente que estes prejudicam a qualidade do processamento de artigos hospitalares ao propiciar contaminação do ambiente com a comunicação errônea entre área suja e limpa e ainda constituem fator de risco para a saúde dos trabalhadores, pela ausência de ventilação, da falta de uma área adequada para a manipulação de substâncias químicas e de um local para o descarte de matéria orgânica, além de outras características físicas inadequadas. Palavras-chave: Estrutura Física. Saúde Ocupacional. Esterilização. Centro de Material e

Esterilização.

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ARARUNA, A. B. Central sterile supply: physical-spatial dimension and the presence of

physical hazards. São José dos Campos, 2013. 77 f. Dissertation (Master) – Bioengenharia,

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento, Universidade do Vale do Paraíba.

ABSTRACT The Central Sterile Supply (CSS) is the hospital unit responsible for receiving, cleaning, decontamination, preparation, storage and distribution of sterile materials for other sectors of the health establishments. The CSS is comprised of the following areas: physical purge, staging room, sterilization room, arsenal or sterile material storage room. With this structure the physical plant should allow a continuous flow without reverse and without crossing, clean the contaminated material. This research had scoped to identify physical risks to which they are exposed nursing professionals by the characterization of the physical structure of the CME in accordance with current legislation, since it’s not note damage to the professional who performs his/her activities. This research is a study with quantitative approach, transversal, descriptive, exploratory and Assistance to Health Establishments (EAS), public in a municipality in the State of Maranhão. The data were collected by checklist based on RDCANVISA no 502002, with items from the physical structure of the CSS and the presence of physical risks. Using measuring tape, an iSight camera of 5 megapixels of Apple® and thermo-hygro-decibilimetro-luxímetro Instrutherm® brand for measurement and recording of physical characteristics, temperature, humidity, noise, lighting of two EAS with CSS and offer differentiated services. One of them provides mother and child assistance (EAS) and the other has several medical specialties (EAS). According to the notes and records, they found the following results: the organizational structure in both is centered (EAS A and B); the total built area does not meet the RDCANVISA n. 50/2002 (EAS); they have proposed areas to comply with the correct processing of the flow (EAS A and B); the locker room is shared with the Operating Room (EAS A and B); How to finish wood doors are coated with synthetic enamel paint, however it was observed the presence of bumps and cracks which makes cleaning (EAS A and B); the footers presented are rounded (EAS) and embedded in the wall (EAS); the drains have no caps (EAS A and B); the ventilation is inadequate without air conditioning, windows and exhaust fans (EAS A and B); as to the specific physical structure the EAS B does not have the dimensions required for each area as advocated, erroneous communication occurs clean area with the dirty areas (EAS) and sharing of purge with the chemical sterilization (EAS A and B); both do not have clean clothes reception area (EAS A and B). Thus, it is concluded that the partial violation of the standards that legislate about the physical structure. It was evident that these affect the quality of hospital articles processing to provide environmental contamination with erroneous communication between dirty and clean area and still constitute a risk factor to the health of workers, lack of ventilation, the lack of a proper area for handling of chemicals and a site for the disposal of organic matter. In addition to other inappropriate physical characteristics.

Keywords: Physical Structure. Occupational Health. Sterilization. Central Sterile Supply.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Termo-higro-decibilimetro-luxímetro da marca Instrutherm..................................31

Figura 2 - Atividades, Unidade dimensionamento e instalações da unidade funcional: 5-

Apoio Técnico...........................................................................................................................35

Figura 3 - Esterilização química no expurgo do EAS A..........................................................37

Figura 4 - Revestimento do piso do EAS A (granilite)............................................................37

Figura 5 - Revestimento do piso do EAS B (granito).............................................................37

Figura 6 - Tipo e material das janelas do EAS A...................................................................38

Figura 7 - Tipo e material das janelas do EAS B.....................................................................38

Figura 8 - Tipo e material das portas e paredes do EAS A......................................................38

Figura 9 - Tipo e material das portas e paredes do EAS B......................................................38

Figura 10 - Tipo e material do teto EAS A..............................................................................38

Figura 11 - Tipo e material do teto EAS B..............................................................................38

Figura 12 - Tipo e material do teto do armazenamento EAS B...............................................39

Figura 13 - Tipo e material do piso da área de preparo EAS B...............................................40

Figura 14 - Janela ampla do EAS A.........................................................................................43

Figura 15 - Vitro do EAS B.....................................................................................................43

Figura 16 - Bancada do EAS A................................................................................................45

Figura 17 - Bancada do EAS B................................................................................................45

Figura 18 - Exaustor da área de esterilização do EAS A........................................................47

Figura 19 - Exaustor da área de preparo do EAS B...............................................................47

Figura 20 - Autoclave do EAS A.............................................................................................47

Figura 21 - Autoclave de barreira do EAS B...........................................................................47

Figura 22 - Prateleiras de armazenamento de material estéril da EAS A................................50

Figura 23 - Prateleiras de armazenamento de material estéril do EAS B................................50

Figura 24 - Objeto suspenso e tomada próxima a rede hidráulica...........................................53

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Caracterização dos estabelecimentos de assistência a saúde quanto aos padrões arquitetônicos............................................................................................................................33

Quadro 2 - Área do expurgo, preparo, esterilização e armazenamento e distribuição em relação ao porte dos EAS A e B................................................................................................36

Quadro 3 - Níveis médios de pressão sonora nos setores de expurgo, preparo e armazenamento dos CME dos EAS A e B...............................................................................40

Quadro 4 - Temperatura do ambiente nos setores de expurgo, preparo e armazenamento dos

CME dos EAS A e B.................................................................................................................49

Quadro 5 - Intensidade luminosa no ambiente nos setores de expurgo, preparo e

armazenamento dos CME dos EAS A e B...............................................................................51

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA - Agência de Vigilância Sanitaria

CME - Centro de Material e Esterilização

CC - Centro Cirúrgico

dB - Decibel

EAS - Estabelecimento Assistencial de Saúde

EPI - Equipamento de Proteção Individual

Hz - Hertz

Lx - Lux

MS - Ministério da Saúde

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR - Norma Regulamentadora

OMS - Organização Mundial de Saúde

PVC - Policloreto Vinila

RDC - Resolução da Diretoria Colegiada

RPA - Recuperação Pós-Anestésica

SOBBEC - Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material de Esterilização

SUS - Sistema Único de Saúde

UTI - Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ ...................13

2. JUSTIFICATIVA ............ ................................................................................................15

3. OBJETIVOS .................................................................................................................... 16

4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO

(CME) ....................................................................................................................................... 17

4.1 Pisos,tetos e paredes ....................................................................................................... 22

4.1.1 Portas e janelas ................................................................................................................ 24

4.1.2 Climatização .................................................................................................................... 25

4.1.3 Iluminação ....................................................................................................................... 26

4.1.4 Ruído ............................................................................................................................... 26

4.1.5 Eletricidade ...................................................................................................................... 26

4.1.6 Mobiliário ........................................................................................................................ 27

5. METODOLOGIA ............................................................................................................ 29

5.1 Campo de pesquisa .......................................................................................................... 29

5.2 Aspectos éticos ............................................................................................................... 30

5.3 Procedimento de coleta de dados..................................................................................... 30

5.4 Apresentação dos dados................................................................................................... 31

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 32

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 54

REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 55

REFERÊNCIAS CONSULTADAS ................................................................................ 60

APÊNDICES...................................................................................................................61

ANEXO...........................................................................................................................77

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1. INTRODUÇÃO

O Estabelecimento Assistência à Saúde (EAS) caracteriza-se por oferecer assistência

preventiva e curativa de complexidade variável e de qualidade, onde vários fatores

contribuem para o alcance dessa missão (SILVA, 2011), porém, por outro lado, a alta

sofisticação de equipamentos eletromédicos necessários para garantir aquela missão, pode

apresentar uma série de fontes potenciais de riscos (BAPTISTA; SILVA; BIANCHI, 2011).

É composto de várias unidades de assistência, entre elas o Centro de Material e Esterilização

(CME) uma unidade de apoio técnico.

O ambiente do CME pelas características do trabalho ali desenvolvido é considerado

propício à insalubridade dos profissionais que ali desempenham suas atividades, porém, ao

mesmo tempo, é uma unidade de vital importância para as demais unidades hospitalares

(SOUZA; CERIBELLI, 2004; LOPES et al., 2007; MEDEIROS; BEZERRA; SOUSA, 2011).

Nesse contexto, o CME destaca-se por ser uma área do hospital – considerada crítica -

que está envolvida diretamente no controle de infecções e exerce importante papel de

proteção anti-infecciosa dentro dos serviços de saúde (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO., 2009). Segundo o Ministério da Saúde

que define CME como: “(...) conjunto de elementos destinados à recepção, expurgo, preparo e

esterilização e guarda e distribuição do material para unidades de estabelecimentos de saúde”

(BRASIL, 1987, p.74) . A partir desse então, a pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) pela Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 50/2002 (BRASIL, 2002a)

publicada regulamentou o planejamento, a programação, elaboração e avaliação de projetos

físicos de EAS.

Os EAS são um ambiente em que se desenvolvem atividades múltiplas e complexas,

possuindo um universo tecnológico sofisticado para melhor assistir a seus clientes e tal

universo, por outro lado, apresenta fontes potenciais de riscos cujos agentes biológicos,

físicos, químicos, psicológicos, ergonômicos podem ser determinantes de acidentes e/ou

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doenças ocupacionais (POSSO, 1988; MAURO et al., 2004; BRASIL, 2006; LEITE, 2006;

POSSO; SANT′ANNA, 2007). Assim, a PORTARIA MET 3.214/78 do Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE) (BRASIL, 1978b) classifica os riscos em:

Riscos Físicos: calor, frio, ruído, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes e

não ionizantes, umidade bem descritas nas Normas Regulamentadoras 9 e 15 (NR-09 e NR-

15) (BRASIL, 1978a, 1978b, 2005; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004).

Riscos Químicos: substâncias, compostos, ou produtos que possam invadir o

organismo, seja pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou

vapores, ou devido à natureza da exposição, possam ter contato com a pele ou serem

absorvidos por ingestão, caracterizados e avaliados quali quantitativamente (NR-09 e NR-15)

(BRASIL, 1978a, 1978b, 2005; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004; COSTA; FELLI,

2005).

Riscos Biológicos: são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre

outros e Riscos Ergonômicos: fatores físicos e organizacionais que afetam o conforto da

atividade profissional e, consequentemente, as características psico-fisiológicas do

trabalhador (NR-17) (BRASIL, 1987, 2005; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004).

Ainda, esses riscos podem ser classificados como primários, secundários e terciários

(COSTA; COSTA; MELO, 2000), cuja potencialidade de agravo ao trabalhador dependerá

do cumprimento da Legislação pertinente, incluindo os limites de tolerância. Acrescente-se a

tais riscos o tipo de manutenção, seja ela, da instalação elétrica, de equipamentos gerais e

eletromédicos, risco de incêndio/explosão, arranjo físico inadequado, tipo de armazenamento

de material, inadequação do equipamento de apoio, espaço restrito para a movimentação de

equipamentos e pessoal, entre outros (BENEDETT; FERRAZ; POSSO, 2009).

Dentro desse ambiente assistencial o CME tem relevante papel na qualidade da

assistência prestada aos clientes e na segurança dos profissionais que a desempenham,

portanto, é fundamental que suas instalações sejam corretamente planejadas.

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2. JUSTIFICATIVA

Assim, a necessidade da CME ter as suas instalações físico-espaciais corretamente

planejadas despertou o interesse para a presente investigação, de forma a trazer à luz as

condições em que se encontram essas instalações, dado o seu relevante papel na qualidade da

assistência prestada aos clientes e na segurança dos profissionais que a desempenham e assim,

contribuir com os gestores para que tomem medidas para o melhoramento desta área,

conforme seja necessário.

A importância em caracterizar os parâmetros físico-espaciais dos CME dos hospitais

de um município do estado do Maranhão deveu-se à amplitude do trabalho que é realizado

neste setor e para o controle da exposição aos riscos físicos a que estão expostos os

profissionais que ali trabalham. A estrutura física do hospital merece atenção especial, no que

diz respeito à sua potencialidade para agravos à saúde do trabalhador, além da observação à

Legislação pertinente sobre as instalações físico-espaciais para a busca da eficiência nas

inúmeras atividades nela executada.

Para tanto, baseando-se na literatura nacional e internacional e nas suas observações

advindas de seu cotidiano profissional, focalizou sua atenção no estudo dos riscos físicos

presentes no CME e toda a problemática de agravos potenciais que envolve sua exposição.

Assim, parece justificável conhecer se os CME estão em conformidade com a Legislação

pertinente e vigente, além de identificar a presença ou não das fontes potenciais de riscos

físicos nessa unidade que podem acarretar agravos à saúde dos profissionais que ali executam

suas atividades laborais.

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3. OBJETIVOS

3.1.Caracterizar os parâmetros físicos dos CME de dois EAS de um município do

estado do Maranhão em conformidade com a RDC 50/2002.

3.2.Identificar as possíveis fontes de risco dos CME de dois EAS de um município do

estado do Maranhão em conformidade com a RDC 50/2002.

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4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CENTRO DE MATERIAL E

ESTERILIZAÇÃO (CME)

A existência do CME dentro dos hospitais brasileiros confunde-se com a própria

história dos hospitais, sendo que até a década de 50 a dinâmica do processo de trabalho

daquela unidade era desenvolvida em um setor denominado “Arsenal”, que estava inserido no

próprio Centro Cirúrgico (CC) e de responsabilidade de seus funcionários prepararem todo o

material cirúrgico durante os “intervalos entre as cirurgias” (MANUAL..., 2006).

A partir dos anos 50, em decorrência de novos métodos de esterilização e limpeza de

materiais, bem como o aparecimento de instrumentais especializados para cirurgias mais

complexas, as novas edificações hospitalares começaram a destinar uma área física própria,

parcialmente centralizada, para o CME, sem, contudo considerá-lo uma unidade autônoma

(MANUAL..., 2006).

A partir dos anos 70, com o avanço da técnica cirúrgica, com a criação de novos

instrumentos cirúrgicos para melhor acessar o campo operatório e a técnica cirúrgica houve a

necessidade de aprimorar as técnicas e os processos de limpeza, esterilização, preparo e

armazenamento de roupas e materiais (SILVA, 2011). Assim, a CME passou a ser autônoma e

supervisionada por enfermeiros e definida como unidade de apoio técnico para todas as

unidades assistenciais, como roupas cirúrgicas, instrumental e esterilização desses (LEITE,

2006).

No entanto, apesar de isto ter se tornado norma dentro dos grandes hospitais já no

final do século 20, a maioria dos hospitais brasileiros, de médio porte, e mesmo os grandes

hospitais, localizados, principalmente, fora dos grandes centros urbanos, ainda mantêm a

estrutura antiga de subordinação do CME ao CC, mantendo nesse setor pessoal não

qualificado para realizar atividades de grande responsabilidade, como são as ações de

esterilização (POSSARI, 2003).

Nas últimas décadas do século XX, com o desenvolvimento vertiginoso na técnica de procedimentos cirúrgicos, os artigos médico-hospitalares e equipamentos necessários à realização do ato anestésico-cirúrgico foram se

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tornando cada vez mais complexos e sofisticados, requerendo limpeza, acondicionamento e esterilização mais especializados e, consequentemente, pessoal mais qualificado. (POSSARI, 2003, p.17)

Atualmente, o CME apresenta uma estrutura física de diferentes formatos e

organizada separadamente do CC, porém, ainda em EAS mais antigos não se adequaram ao

disposto pelas RDC n.50/2002, RDC 307/2002 e Consulta Pública (CPANVISA) 34/2009

(BRASIL, 2002a; 2002b, 2009) podendo estar agregada ao setor de CC, outros já a

descentralizam e funciona como setor independente. Essas determinações legais (RDC

307/2002 e CPANVISA 34/2009) regulam tecnicamente todo o processo de projetos físicos

de EAS e a presença de profissional responsável pela CME de nível superior, legalmente

habilitado, cujo histórico escolar apresente disciplinas relacionadas a esse setor,

respectivamente (BRASIL, 2002a; 2002b; 2009).

O CME em sua organização dentro das EAS possui três classificações, a saber: a

descentralizada, onde cada setor é responsável pelo processo de limpeza e esterilização dos

seus artigos, bem como seu armazenamento; a semi-centralizada, na qual o material utilizado

é limpo e armazenado em cada setor específico, porém os processos de desinfecção e

esterilização são realizados no CME, e por fim, a centralizada, onde todas as etapas do

processo são realizadas em suas dependências e esta por sua vez é a recomenda pelo

Ministério da Saúde (SILVA, 2011). Dentre estes, a CME centralizada apresenta maiores

vantagens, pois, visa facilitar a operacionalização e a supervisão dos serviços e garantir a

qualidade do processamento dos artigos (GUADAGNIN, 2006).

Já em 1994 pela Portaria MS 1884/1994 e o Manual de Processamento de Artigos e

Superfícies em Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde (MS), recomendava que

todo processamento de artigos seja centralizado, por motivos de custo, eficiência de

operacionalização, facilidade de manutenção do padrão de qualidade e aumento do tempo de

utilização dos materiais (BRASIL, 1994b). Esta recomendação justifica-se mediante três

pontos-chaves: a eficiência, a economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes.

No contexto hospitalar a CME possui as seguintes finalidades:

Concentrar os artigos e instrumental esterilizados ou não, tornando mais fácil seu controle, conservação e manutenção; padronizar técnicas de limpeza, preparo acondicionamento e esterilização, assegurando economia de pessoal,

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material e tempo; distribuir artigos esterilizados para as diversas unidades de atendimento a pacientes; treinar pessoal para as atividades específicas do setor, conferindo-lhe maior produtividade e favorecer o ensino e o desenvolvimento de pesquisa. (POSSARI, 2007, p.31)

De acordo com a RDC nº 50/2002 (BRASIL, 2002a), o CME é uma unidade de apoio

técnico e, objetiva proporcionar condições de esterilização de material médico, de

enfermagem, laboratorial, cirúrgico e roupas hospitalares. Está enquadrada na Atribuição 5.3

dessa Resolução (BRASIL, 2002a), o disposto:

Receber, desinfetar e separar os materiais; Lavar os materiais; Receber as roupas vindas da lavanderia; Preparar os materiais e roupas (em pacotes); Esterilizar os materiais e roupas, através dos métodos físicos (calor úmido, calor seco e ionização) e/ou químico (líquido e gás), proporcionando condições de aeração dos produtos esterilizados a gás; Fazer o controle microbiológico e de validade dos produtos esterilizados; Armazenar os materiais e roupas esterilizadas; Distribuir os materiais e roupas esterilizadas; Zelar pela proteção e segurança dos operadores. (BRASIL, 2002a, p.52)

Logo, vale ratificar que o CME, é uma unidade de apoio técnico de suma importância

nas atividades assistenciais que caracterizam o serviço hospitalar. São neles que se realiza o

controle, o preparo, acondicionamento, esterilização, estocagem e distribuição dos materiais a

serem utilizados na assistência à saúde nas demais unidades assistenciais consumidoras do

Estabelecimento Assistência à Saúde (EAS), assegurando maior nível de segurança no uso

dos artigos médico hospitalares (LOPES et al., 2007; SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009; GRAZIANO; SILVA;

PSALTIKKIDIS, 2011).

A relevância desse serviço é destacada por LOPES et al. (2007) e SILVA (2011) ao

afirmarem que o CME tem um papel fundamental na assistência e dinâmica das atividades de

todas as unidades hospitalares, ressaltando tanto os seus aspectos estruturais, administrativos,

econômicos, técnicos, visando a garantia da qualidade dos artigos odonto-médico-hospitalares

ali processados. Além disso, (TAUBE; BARJA, 2007) e alerta que o CME indiretamente

promove a assistência ao cliente pelo cuidado direto prestado pelas unidades consumidoras

(BAPTISTA, SILVA; BIANCHI, 2011).

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Em relação à sua estrutura físico-espacial, Nunes, Soares e Oliveira (2004) e

Baptista, Silva e Bianchi (2011) afirmam em relação à CME que “a cuidadosa definição dos

seus espaços se refletirá na adoção de procedimentos adequados, implicando no maior controle da

qualidade da esterilização de materiais que interferem na vida de numerosos pacientes” e ainda, deve

visar prevenção da exposição dos trabalhadores a possíveis riscos ou cargas e suas

consequências.

Deve-se considerar a localização da CME, pois deverá ficar de fácil acesso aos

principais locais de abastecimento: UTI, Centro Cirúrgico e Emergência. (NUNES;

SOARES; OLIVEIRA, 2004) ressaltam que deve ficar de preferência no setor de Serviços,

próximo à Lavanderia, e dispor de sala independente para a manutenção das autoclaves

(BRASIL, 2002b).

A estrutura física deve obedecer a um fluxo unidirecional, baseado no princípio de

áreas suja e limpa para que não haja contato dos artigos limpos com os sujos ou dos

funcionários de uma área com outra (POSSARI, 2003; SILVA, 2011). A Legislação atual

RDC Nº 50/2002, RDC Nº 307/2002 (BRASIL, 2002a, 2002b) preconiza que o CME deve

existir quando houver Centro Cirúrgico (C.C.), Centro Obstétrico e/ou ambulatorial,

hemodinâmica, emergência de alta complexidade e urgência deve ser constituído das

seguintes áreas: recepção e limpeza, preparo e acondicionamento, esterilização, guarda ou

armazenamento e distribuição.

A área de recepção (expurgo) e limpeza destina-se ao recebimento e limpeza de todo

o material sujo/contaminado advindo das demais unidades do EAS, contendo pias, torneiras,

bancadas e máquinas lavadoras, cuja área mínima é de 0,08 m² por leito, com área mínima de

8,00m² (BRASIL, 2002a; 2002b). Recomenda-se que o material deve ser recebido através de

guichê ou outro local que possua uma bancada ou mesa de apoio, devendo ter superfícies de

fácil limpeza (GUADAGNIN, 2006).

A área de preparo, acondicionamento e esterilização de materiais caracterizam-se

como um dos setores que integram a área limpa do CME, e por isso possuem critérios

importantes que devem ser obedecidos: possuir barreira única, manter a temperatura abaixo de

25º C, umidade relativa 40 a 60% e uma área mínima total de 20m2, sendo considerado para

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esse parâmetro 0,25 m² por leito e sala composta de área para recepção de roupa limpa, com

dimensão mínima de 4,0m² (BRASIL, 2002a, 2002b; POSSARI, 2003; NUNES; SOARES;

OLIVEIRA, 2004; SILVA, 2011). Neste local são preparados, dentre outros materiais,

vidraria, borracha, instrumental e passam por um processo de limpeza, inspeção, seleção,

acondicionamento e identificação para serem posteriormente esterilizados.

A área de esterilização física deve considerar as autoclaves utilizadas mantendo uma

distância entre elas de 0,60m; para a sala de esterilização química 4m2 e a sala de desinfecção

química com no mínimo 4m2 de área exclusiva para tal fim e 2m2 para a área de com

incubadoras de indicadores biológicos e arquivo de registros do material monitorado

(BRASIL, 2002a, 2002b; SILVA, 2011).

O ideal é que se crie um espaço exclusivo e técnico próprio para a manutenção de

autoclaves objetivando confinar o calor irradiado pela autoclave e pelos seus dutos;

possibilitar manutenção sem obrigar à invasão do ambiente de esterilização; abrigar todos os

equipamentos, controles e dutos de água, vapor, condensado, exaustão, drenagem e

eletricidade; confinar vazamentos e ruídos (BRASIL, 1995). Há necessidade de ser uma área

ampla, bem ventilada e com a temperatura mantida inferior a 25°C, a fim de não comprometer

a qualidade dos processos de esterilização (SILVA, 2011).

A área de guarda ou armazenamento e distribuição é um local de grande importância

no CME na medida em que nele fica estocado todo o material esterilizado para posterior

distribuição aos setores do hospital, devendo ser bem planejado, no sentido de um

atendimento imediato e completo.

Esta área deverá seguir as orientações legais pertinentes quanto ao seu

dimensionamento e infra-estrutura, ou seja, deve ser contígua à área de esterilização e possuir

uma área de 6m2; acesso privativo, manter temperatura e umidade controladas – temperatura

entre 19 a 24° C e umidade relativa entre 40 a 60%; as prateleiras devem apresentar distância

de no mínimo 20 a 25cm do piso, 5 cm das paredes laterais e 45 cm do teto; o local de

estocagem deve ser distante de fonte de água; janelas abertas, portas, tubulações expostas e

drenos; as prateleiras devem ser de aço inoxidável; cestos aramados de aço inoxidável,

fórmica tratada, plástico rígido; as prateleiras de madeira não devem ser utilizadas (BRASIL,

2009). A área de armazenamento e distribuição de materiais e roupas esterilizadas deve

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possuir dimensionamento mínimo de 0,2m²/leito, com mínimo de 10m² (BRASIL, 2002a,

2002b).

A RDC 307, de 11/11/2002, preconiza também ambientes de apoio, como depósito de

material de limpeza (DML), que é uma área destinada à reserva de aparelhos, utensílios e

produtos utilizados na limpeza do CME. Pode ser comum às áreas limpa e suja, desde que seu

acesso seja externo. Segundo a RDC nº 50/2002 (BRASIL, 2002a) esta área deve ser

exclusiva da unidade, com área mínima de 5,76 m².

Também deve o CME possuir vestiários de uso exclusivo dos colaboradores da CME.

Vale ressaltar que a porta entre o vestiário e às demais áreas deve ser mantida fechada. Os

sanitários com vestiários poderão ser comuns ás áreas suja e limpa, desde que

necessariamente estes se constituam em uma barreira à área limpa e o acesso à área suja não

seja feito através de nenhum ambiente da área limpa (BRASIL, 2002a, 2002b; LÔBO, 2008).

O CME deve dispor de sala administrativa com uma dimensão mínima de 12,96m².

(NUNES; SOARES; OLIVEIRA, 2004; LÔBO, 2008) A chefia deve estar centralizada, com

visão global da unidade, sendo aconselhável o uso de visores, a fim de que supervisione todas

as ações nela executadas. Além disso, deve o CME dispor de uma copa e sala de descanso

para os funcionários (SILVA, 2011).

4.1 Pisos, tetos e paredes

Os materiais geralmente usados para o revestimento de paredes, pisos e tetos de

ambientes de áreas críticas e semicríticas devem ser resistentes à lavagem, a desinfetantes e à

abrasão e riscos, assim como com o menor número possível de ranhuras ou frestas, porém,

costumam ser isolantes de ruído, pois, dificultando a absorção do som, tornam o ambiente

mais ruidoso (BRASIL, 1994b, 2002a, 2002b; POSSO; SANT’ANNA, 2007; SOCIEDADE

BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS

ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009;). Esses materiais

costumam ser o azulejo, concreto, pastilhas, massa fina, massa corrida, o cimento e granilite,

constituindo-se em fonte secundária de ruído (POSSO; SANT’ANNA, 2007; SOCIEDADE

BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS

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ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009) e ainda tornam os

pisos, por outro lado, escorregadios propiciando quedas.

Além disso, deve-se considerar o uso de cores no revestimento de teto, paredes e

piso, pois, se escuras absorvem a luz, provocando uma sensação coercitiva, já as cores claras a

refletem melhor e tornam o ambiente mais claro, agradável (POSSO; SANT’ANNA, 2007). É

importante destacar o lado humanizante dos revestimentos das paredes, tendo em vista que o

trabalho desenvolvido no setor é pesado, estressante e insalubre e requer grande

responsabilidade, além de representar cargas de trabalho de várias índoles aos trabalhadores

(BAPTISTA; SILVA; BIANCHI, 2011).

Os materiais, cerâmicos ou não, quando usados nas áreas críticas, não podem possuir

índice de absorção de água superior a 4% individualmente ou depois de instalados no

ambiente, além do que, o rejunte de suas peças, quando existir, também deve ser de material

com esse mesmo índice de absorção. O uso de cimento sem qualquer aditivo anti-absorvente

para rejunte de peças cerâmicas ou similares é vedado tanto nas paredes quanto nos pisos das

áreas criticas (BRASIL, 2002a, 2002b, 2009).

O rejunte mais indicado, para os pisos é o que contém epóxi® na sua composição,

pois dessa forma, a superfície torna-se tão permeável, ou mais que o piso utilizado. Os

cimentos brancos, quando utilizados, devem ser agregados a algum aditivo impermeabilizante

(BICALHO; BARCELLOS, 2002).

O uso de divisórias removíveis nas áreas críticas não é permitido, entretanto paredes

pré-fabricadas podem ser usadas, desde que quando instaladas tenham acabamento

monolítico, ou seja, não possuam ranhuras ou perfis estruturais aparentes e sejam resistentes à

lavagem e ao uso de desinfetantes (BRASIL, 2002a, 2002b). Nas áreas semicríticas as

divisórias só podem ser utilizadas se forem, também, resistentes ao uso de desinfetantes e a

lavagem com água e sabão, conforme preconizado no manual citado no primeiro parágrafo

desse item (BRASIL, 2002a, 2002b). Já o teto removível é uma opção factível pois facilita o

acesso às instalações elétricas, podendo ser de placas metálicas, placas de gesso revestido por

películas de Poli Cloreto de Vinila (PVC), de fibras revestidas ou pintadas, madeira pintada

ou revestida, entre outros (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO

CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E

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ESTERILIZAÇÃO, 2009). Ainda, a SOBECC (2009) afirma que no CME “O forro talvez

seja o único que pode contribuir na redução de ruídos”.

Nas áreas críticas e semicríticas não deve haver tubulações aparentes nas paredes e

tetos. Quando estas não forem embutidas devem ser protegidas em toda sua extensão por um

material resistente a impactos, a lavagem e ao uso de desinfetantes (BRASIL, 2002a, 2002b).

Os tetos em áreas críticas (especialmente nos salas destinados à realização de procedimentos

cirúrgicos ou similares) devem ser contínuos, sendo proibido o uso de forros falsos

removíveis, pois interferem na assepsia dos ambientes (BRASIL, 2002a, 2002b).

4.1.1. Portas e janelas

As portas devem facilitar sua abertura das áreas do CME devem ser revestidas com

material lavável, com tintas à base de óleo ou mesmo esmalte sintético ou como, mais

atualmente tem sido usado os laminados melamínicos e o alumínio desde que as portas

possuam encabeçamento de madeira maciça e metal, pois, caso contrário as bordas tornam-se

muito frágeis (GUADAGNIN, 2006). É importante que as mesmas não contenham ranhuras,

pois dificulta a limpeza e desinfecção, portanto, devem possuir acabamento monolítico, ou

seja, sem qualquer saliência em suas superfícies (GUADAGNIN, 2006).

As janelas não devem ser abertas para o interior das salas, pois podem ser causa de

contusões para os que aí trabalham, em especial, se situadas abaixo de 2 metros de altura.

Segundo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO

RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO,

2009) com a incorporação de condicionadores de ar nos ambientes hospitalares, está sendo

discutido o uso de janelas, uma vez que o aparelho faz a ventilação do ambiente e os visores

permitem a entrada de luz natural. Caso haja janelas, devem ser amplas, altas, teladas e

moveis somente para a limpeza, e ainda, permitir a iluminação natural no período matutino,

além de economizar energia elétrica, evitar a sensação de claustrofobia (POSSO;

SANT’ANNA, 2007). É necessária a aeração do CME, principalmente quando do uso de

substâncias químicas, em especial, os desinfetantes e agentes químicos esterilizantes e

diminuindo o potencial de risco químico (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS

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DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE

MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009).

4.1.2 Climatização

A Climatização é o processo de tratamento do ar, destinado a manter os

requerimentos de qualidade do ar interior do espaço condicionado, controlando variáveis

como: temperatura, umidade, velocidade, material particulado, partículas biológicas e teor de

dióxido de carbono (CO2) (BRASIL, 2000). A NBR 7256 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE NORMAS TÉCNICAS, 2005) preconiza que as instalações de ar condicionado em

unidades médicos-assistenciais devem proporcionar controle de temperatura, de umidade

relativa, de movimentação, do grau de pureza do ar, da porcentagem e do volume de

renovação do ar.

O ar condicionado destina-se a suprir ambientes hospitalares de ar tratado para

assegurar a sua assepsia, dar conforto às pessoas ou aperfeiçoar o funcionamento de

equipamentos, principalmente dentro da CME, onde esses fatores influenciam no resultado

final dos serviços nela oferecidos. A área de expurgo possui ainda especificidades quanto ao

com sistema de troca de ar (de 6 a 10 horas) e exaustão, umidade relativa mantida entre 35 %

e 50%. (GUADAGNIN, 2006).

Estes critérios devem ser observados durante a elaboração do projeto de construção

destes ambientes, onde a equipe de engenheiros, projetistas e enfermeiros precisam atentar

para estas variáveis, uma vez que não sendo executadas corretamente pode culminar na

exposição constante a microrganismos que ficam suspensos ar, contribuindo com o

surgimento de doenças ocupacionais e colocando em risco a execução das rotinas do setor.

4.1.3 Iluminação

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O ambiente do CME deve ser bem iluminado para favorecer as diversas atividades

que ali se desenvolvem e exigem inspeção e observação de detalhes. A iluminação natural é

preferencial, porém, deve-se atentar para a máxima “onde entra luz, entra calor e onde entra

ar, entra ruído e sujeira” (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO

CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E

ESTERILIZAÇÃO, 2009), porém, no setor de guarda ou armazenamento e distribuição as

janelas devem ser fixas e seladas. Recomenda-se que o nível de iluminamento do CME seja

em torno de 500 lux, em particular sobre as bancadas deve ser aumentado esse nível.

4.1.4 Ruído

O ruído é entendido como um fenômeno físico e como qualquer som desarmônico e

desagradável, carente de características musicais agradáveis (GARCIA, 2002). A percepção

de um som ocorre dentro da faixa de frequência de 20 a 20.0000 Hertz em média e variação

de pressão mínima captável pelo ouvido humano.

Nos CME são utilizados equipamentos eletromédicos que emitem ruídos, bem como,

o serviço desenvolvido neste setor ao manipular instrumentais cirúrgicos, esses geram ruídos

ao tocarem uns aos outros os quais se forem identificados como acima do limite aceitável pelo

ouvido humano poderá gerar alterações orgânicas vistos que os profissionais ficam expostos a

um determinado intervalo de tempo a estes sons.

4.1.5 Eletricidade

Outra recomendação refere-se ao número de tomadas que deve ser proporcional ao

número de equipamentos eletromédicos a serem utilizados cotidianamente no CME não sendo

recomendado o uso de extensões elétricas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 1990; POSSO; SANT’ANNA, 2007). No CME recomenda-se o uso de manga

de segurança de borracha para proteção dos membros superiores contra choques elétricos

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quando do manuseio de materiais ou equipamentos eletromedicos, principalmente no CME

(POSSO, 1988; SILVA, 1996 );

4.1.6 Mobiliário

Quanto ao mobiliário, mesas, bancadas e cadeiras, mesmo com a dificuldade de se

encontrar no mercado materiais que atendam às exigências de cada setor dos EAS,

principalmente quanto à durabilidade, resistência à água ou produtos químicos, deve favorecer

a dinâmica do trabalho do profissional e sua ergonomia. Dessa forma, (BICALHO;

BARCELLOS, 2002) recomendam as bancadas do tipo aço inoxidáveis e resina plástica, pois

são resistentes à água, contribuindo para a limpeza e ao mesmo tempo, pouco isolantes de

som. Deve ser observada, também, a altura das bancadas e mesas entre 89 a 94 cm (BRASIL,

2002a, 2002b; SILVA, 2011).

Os objetos salientes no CME como dispensadores de sabão e álcool, rede de vácuo, ar

comprimido, devem observar medidas de altura e localização para evitar contusões sobre o

segmento cefálico e o dorso das pessoas que ali trabalham (POSSO; SANT’ANNA, 2007).

Outros equipamentos que podem causar contusões são os objetos moveis como focos

auxiliares cuja altura variável e bases instáveis podem ser causa de quedas e contusões, assim

como escada de dois degraus comumente utilizada na maioria dos CME’s para apanhar objetos

em prateleiras ou abrir ou fechar armários e janelas (POSSO; SANT’ANNA, 2007).

O CME utiliza vários equipamentos eletromédicos para os diversos processos de

trabalhos ali desenvolvidos para a posterior assistência hospitalar, no entanto, dependendo do

tipo, conservação e idade das instalações assim como seu aterramento podem representar

riscos elétricos potenciais com consequências de gravidade variável advindas dessa carga de

trabalho ao profissional que os manipulam (POSSO; SANT’ANNA, 2007; NIESKIER;

MACYNTIRE, 2008). Se há inadequação das instalações elétricas os agravos causados pelo

choque elétrico, incêndios, queimaduras cuja gravidade pode variar de leve até provocar a

morte do individuo causar (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1990;

POSSO; SANT’ANNA, 2007; NIESKIER; MACYNTIRE, 2008).

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Diante do exposto os elementos físico-espaciais, funcionais e organizacionais podem

interferir no conforto da atividade laboral gerando advindos dos vários tipos de riscos ou

cargas incidentes sobre o trabalhador (LEITE, 2006; POSSO; SANT’ANNA, 2007).

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5. METODOLOGIA

O estudo é do tipo descritivo-exploratório, de campo com delineamento transversal e

abordagem quantitativa, tendo por finalidade contribuir para a identificação dos fatores

determinantes de fenômenos ou eventos mediante observação direta utilizando-se um

checklist adaptado de Guadagnin 2006 e elaborado conforme os requisitos da RDC Nº

50/2002 da ANVISA (BRASIL, 2002a).

A pesquisa de campo é utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou

conhecimentos acerca de um problema para o qual se investiga uma resposta (GONÇALVES,

2005). A análise quantitativa se aplica por utilizar-se da quantificação dos dados obtidos, no

qual o número dos sujeitos participantes, as médias e as porcentagens resultantes serão

dispostos sob a forma de tabelas e gráficos. O caráter exploratório se deve ao fato de o tema

escolhido ainda não possuir fontes suficientes de referência e não apresenta hipóteses

consistentes para servir de ponto de partida para a pesquisa. Já o descritivo busca descrever as

características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre

variáveis (MARTINS JUNIOR, 2008).

5.1 Campo da pesquisa

A pesquisa foi realizada em dois CME de um município do estado do Maranhão.

Procurando manter o anonimato o primeiro EAS foi denominado de “EAS A” é o único

especializado em maternidade do município campo de estudo, de manutenção pública, sendo

referência para 15 municípios no perímetro regional e 47 municípios no perímetro da

macrorregião. O mesmo tem uma média de 450 procedimentos obstétricos por mês, é de

médio porte com 50 leitos obstétricos em ALCON (alojamento conjunto), 10 leitos de pré-

parto, 02 salas de parto normal, 02 salas cirúrgicas, 02 leitos de RPA, 11 leitos de UTI

neonatal, 05 leitos de berçário, 01 CME, 01 banco de leite humano e uma sala transfusional.

O segundo EAS, foi nomeado como “EAS B” é de médio porte com 125 leitos e presta

atendimento geral de média e alta complexidade aos municípios integrados em diversas

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especialidades. Em sua estrutura física distribui-se em setor de emergência, composta de

recepção, consultório, sala de parada cardiorrespiratória, sala de raios-X, CME, farmácia, CC,

unidade de terapia intensiva (UTI), enfermarias divididas em 4 alas, lavanderia, nutrição,

laboratório, setores administrativos, serviço social, Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar (CCIH).

A pesquisa foi realizada no período 15 a 30 de maio de 2013, onde o próprio

pesquisador, após a autorização dos gestores de cada instituição adentrou a unidade de CME

das instituições.

Também foi assegurado aos EAS o direito de retirarem-se da pesquisa, caso assim o

desejarem e de proteção da sua identidade, respeito à sua privacidade, motivo pelo qual não

serão anexadas neste trabalho tais autorizações, para evitar identificação dos mesmos.

5.2 Aspectos éticos

Pelo fato da pesquisa não envolver humanos e tampouco seus pareceres, opiniões por

parte de nenhuma variável, não foi necessário a aprovação de Comitê de Ética, apenas a

aprovação do responsável pelos EAS campo de estudo.

5.3 Procedimento da coleta de dados

Os dados foram coletados após anuência assinada pela Direção dos EAS A e B

autorizando o acesso ao espaço físico para a realização da pesquisa, pelo fato do estudo não

envolver seres humanos.

Então, a coleta de dados se deu por meio de um check list elaborado pelo pesquisador

conforme o preconizado pela da RDC nº 50/2002 (BRASIL, 2002a), composto de três partes:

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parte A : Identificação dos EAS composta de quatro itens; a parte B: Padrões arquitetônicos

gerais abrange 03 itens; E a parte C: Padrões arquitetônicos específicos composta das áreas:

expurgo, preparo; esterilização física e química e armazenamento num total de 7 itens .Sendo

eles subdivididos para caracterização de cada área do CME: com , padrões arquitetônicos

específicos por áreas, caracterização das bancadas, janelas, portas, pisos, teto, ,iluminação,

temperatura, ruídos, riscos elétricos, ventilação, climatização, uso de escadas e objetos

suspensos nas paredes, etc.

Para a mensuração da área total e de cada setor foi utilizado o metro e para registro de

detalhes de construção utilizou-se uma fita métrica, uma câmera iSight® de 5 megapixels da

Apple® e um Termo-higro-decibilimetro-luxímetro da marca Instrutherm® ( Figura 1).

Figura 1 - Termo-higro-decibilimetro-luxímetro da marca Instrutherm®.

Fonte: (AUTOR)

5.4 Apresentação dos dados

Os resultados obtidos foram armazenados em planilha programa do MICROSOFT

OFFICE EXCEL 2007 sendo seus valores e características apresentados sob forma de quadros

e figuras.

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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da pesquisa foram expostos e analisados conforme os parâmetros da

RDC nº 50/2002 ANVISA modificada pela RDC ANVISA 307/2002 (BRASIL 2002a;

2002b) e outras fontes da literatura nacional e internacional afetam ao dimensionamento

espaço-funcional e os riscos físicos presentes no CME, objetivando desta forma verificar se as

instituições pesquisadas estão em conformidade com as determinações preconizadas pelas

referidas resoluções, bem como, suas implicações na saúde dos profissionais que ali atuam.

O CME é unidade hospitalar de apoio técnico às demais unidades e sua

responsabilidade no processamento de limpeza, desinfecção, esterilização, armazenamento e

distribuição de materiais/artigos a serem utilizados por todas elas, caracteriza um atendimento

indireto ao paciente (ESPÍNDOLA; FONTANA, 2012). Por outro lado, essas atividades

podem expor os trabalhadores a agentes físicos, químicos, biológicos e psicológicos capazes

de gerar agravos à saúde desses indivíduos (SILVA, 1996; BAPTISTA; SILVA; BIANCHI,

2011; ESPÍNDOLA; FONTANA, 2012).

Neste trabalho deu-se ênfase às fontes potenciais de riscos físicos considerando o que

dispõe as Normas Regulamentadoras 9 e 15 (NR-09 e NR-15) (BRASIL, 1987, 2005b;

CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004) sobre os Riscos Físicos que são caracterizados por

avaliações ambientais quantitativas, cujos agentes, podem ser: ruído, vibrações, pressões

anormais, radiações ionizantes e não ionizantes, ultra-som e infra-som e o disposto na RDC

ANVISA Nº 50/2002 (BRASIL, 2002a) correspondente a cada etapa do processamento dos

artigos que são: expurgo, área de preparo, esterilização física e química e armazenamento.

Assim a escolha desses riscos deveu-se ao fato de serem mais comuns e mais facilmente

mensuráveis.

Consideraram-se os padrões arquitetônicos uma fonte potencial de risco físico seguindo

a RDC ANVISA Nº50/2002(BRASIL, 2002a) cujos aspectos dimensionais e espaciais da área

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de cada setor do CME estão bem definidos. Então, pelo Quadro 1 pode-se verificar que

também considerou-se o porte, a finalidade, o tipo de atendimento e a estrutura do CME e sua

área construída em comparação com a preconizada pela Legislação pertinente. Isto porque se

acredita serem esses fatores que podem interferir na qualidade da assistência, pois, há

tendência de que um porte mais elevado requer maior número de recursos humanos e

materiais e, por conseguinte, as condições de atendimento são ampliadas (POSSO, 1988).

Percebe-se pelo Quadro 1 que o CME de ambas os EAS estão aquém do estabelecido pela

RDC ANVISA Nº 50/2002 e RDC 307/2002 (BRASIL, 2002a; 2002b).

Quadro 1 - Caracterização dos estabelecimentos de assistência à saúde quanto aos padrões arquitetônicos - Maranhão, 2013.

EAS FINALIDADE/TIPO DE ATENDIMENTO PORTE

ESTRUTURA DA CME AREA CONSTRUIDA/PRECONIZADA

EAS A PÚBLICA/ MATERNIDADE GRANDE CENTRALIZADA 76,0 m2 70,5 m2

EAS B PÚBLICA/ GERAL MEDIO CENTRALIZADA 69,0 m² 45,1 m2

Fonte: (AUTOR)

No que se refere ao número de leitos ofertados, estes determinarão vários critérios na

CME, assim como o dimensionamento das áreas específicas e o nível complexidade,

evidenciando a ocorrência de grande demanda de pacientes nestes EAS requerendo uma

assistência capaz de atender essa demanda com eficiência, segura e livre de riscos.

Quando as EAS adotam o modelo de CME centralizado a qualidade do processamento

dos artigos mostra-se superior, particularmente, em relação aos diversos riscos e tal modelo

assegura a eficiência, a economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes

(RAPOSO; MORAES, 2005). Neste estudo observa-se que ambos EAS possuem CME

centralizada, porém, em relação à área total construída verificou-se que as mesmas obedecem

ao padrão proposto pelas RDC ANVISA Nº 50/2002 (BRASIL, 2002a), determinado

proporcionalmente ao porte do EAS.

Para assegurar-se de que os EAS atendem o determinado pela Legislação em relação à

dimensão espaço-funcional do CME considera-se o porte da EAS , assim como a “demanda

de material, a existência de CC, diária o número de salas de operações, na média diária de

cirurgias, na adoção ou não de material de uso único, e até mesmo, na forma de estocagem e

distribuição dos artigos às unidades consumidoras” (SILVA, 2011).

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A observação à assertiva anterior está diretamente relacionada à praticidade da

execução do trabalho requerendo um espaço que permita a movimentação dos trabalhadores

quando do exercício de suas funções, tendo em vista quanto menor o espaço, maior será a

potencialidade de ocorrência de riscos de acidentes de trabalho, particularmente, os agravos

musculoesqueléticos (BENEDETT; FERRAZ; POSSO, 2009).

Em relação à área total construída dos CME investigadas, identificou-se que as

mesmas obedecem ao padrão proposto pela RDC ANVISA Nº 50/2002 (BRASIL, 2002a),

onde existe uma área construída proporcional à quantidade de seus leitos oferecidos nas EAS.

O cálculo realizado para confirmar a premissa de que os hospitais atendem ou não a

referida resolução, leva em consideração a área de cada setor do CME, que é baseado na

quantidade de leitos do EAS. De posse das áreas em m² de cada setor, faz-se a somatória de

todos os setores e, então, tem-se a área total. Sendo assim, no EAS A à área mínima seria de

aproximadamente 45,1 m² e a do EAS B de 70,5 m².

Logo, observa-se que ambos os EAS obedecem à RDC ANVISA Nº 50/2002

(BRASIL, 2002a) quanto à área total construída da CME, cujas áreas totais encontradas de

nos EAS A e B foram 76,0 m² e de 69,0 m² (Quadro 1), respectivamente, atendendo aos

parâmetros estabelecidos pela legislação (Figura 2). Vale ressaltar que mesmo os EAS

obedecerem ao disposto na Legislação referente à área total dos CME na verdade isso ocorre

devido a alguns setores possuírem área maior que o mínimo recomendado, e ao somarem-se

todas as áreas, as de valores maiores compensam as das áreas menores, causando uma “falsa”

impressão de obediência à regra o que pode gerar maior probabilidade de riscos físicos em

determinados setores.

O atendimento a esse critério visa à praticidade do trabalho executado, um espaço

amplo para que os profissionais tenham mobilidade para executarem suas atividades, tendo

em vista que as mesmas requerem atenção, cuidados, mobilidade dentro do espaço e quanto

mais disponibilidade de espaço para o movimento dos profissionais menor potencialidade de

riscos de musculoesqueléticos, com quedas, contusões sofrerão (BENEDETT; FERRAZ;

POSSO, 2009; SILVA, 2011).

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Figura 2 - Atividades, unidade dimensionamento e instalações da Unidade Funcional: 5-

Apoio Técnico.

Fonte: (BRASIL, 2002a, p.74)

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Assim, como já visto, preconiza-se uma determinada área em m² conforme a

quantidade de leitos do hospital, então neste trabalho, realizados os cálculos e comparando-se

com os dados disponíveis na Figura 2 RDC ANVISA n.50/2002 (BRASIL, 2002a) que o

expurgo das EAS A mede 8.40 m2 sendo o preconizado 5,6 m2 e no EAS B mede 11,1 m2 e o

preconizado é 9,4 m2.

Em se tratando da área de preparo EAS A mede 19,88 m2 e o preconizado é 17,5 m2 e

o EAS B mede 29,2 m2 e o preconizado pela RDC Nº 50/2002 é 29,5 m2 , as medidas acima

correlacionado com a figura 4 deixa claro que ambos os EAS obedecem a preconização em

relação a área do expurgo e do preparo. No armazenamento a área preconizada para o EAS A

é de 14 m2 e o encontrado foi de 9,84 m2 no EAS B a área preconizada é de 23,6 m2 e o

encontrado foi de 12 m2 mostrando que em ambas EAS a área de armazenamento está

inadequada quanto ao dimensionamento para ambos os hospitais e esta ainda divide espaço

com à sala de distribuição, o que não é desejável (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO,2009).

Quadro 2 – Área do expurgo, preparo, esterilização e armazenamento e distribuição em relação ao porte dos EAS A e B - Maranhão, 2013.

Fonte: (AUTOR)

Observação a ser feita quanto à área de esterilização química é que ambos EAS não

possuem local específico para essa atividade Figura 3. Esta ausência pode configurar risco

para a instituição, para os trabalhadores, por ser uma atividade que manipula substâncias

químicas e necessitam de parâmetros mínimos inclusive com planejamento de aeração

ambiental (GUADAGNIN et al., 2005, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009; SILVA, 2011).

Setor Área EAS A RDC 50/2002 Área EAS B RDC 50/2002 Expurgo 8,4 m2 5,6 m2 11,1 m2 9,4 m2

Preparo 19,8 m2 17,5 m2 29,2 m2 29,5 m2 Armazenamento e Distribuição 14 m2 9,8 m2 23,6 m2 12 m2

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Guadagnin (2006) afirma que o dimensionamento incorreto, bem como a ausência de

algumas áreas, pode caracterizar risco para a instituição devido à complexidade das atividades

que são executadas em cada uma, podendo dificultar e até inviabilizar as etapas operacionais

do processamento dos artigos.

Em relação ao tipo de revestimentos empregados nos pisos, janelas, paredes e portas

as Figuras 4 a 9 apresentam as mesmas características em todos os setores dos CME’s

pesquisados. Conforme os dados das figuras 4, 5, 6, 7, 8 e 9 em discussão, detectou-se que

ambos EAS apresentam tinta acrílica como revestimento da parede, porém, na EAS B possui

também revestimento em cerâmica próximo às bancadas e às pias e suas portas são de

madeira revestida de tinta esmalte sintética.

Figura 3 - Esterilização química no expurgo do EAS A.

Fonte: (AUTOR)

Figura 4 - Revestimento do piso do EAS A Figura 5 - Revestimento do piso do EAS (granilite) B(granito)

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR)

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Figura 6 - Tipo e material das janelas do EAS A Figura 7 - Tipo e material das janelas do EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR) Figura 8 - Tipo e material das portas e Figura 9 - Tipo e material das portas e paredes do paredes EAS A. EAS B.

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR) Figura 10 - Tipo e material do teto EAS A Figura 11 - Tipo e material do teto EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR)

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Figura12 - Tipo e material do teto do armazenamento EAS B.

Fonte: (AUTOR)

Ainda merece destaque os tipos diferentes de piso, em que no EAS A são de granilite

(Figura 4) e no EAS B é de granito (Figura 5) e, também, a presença semelhante de

revestimento de teto, do tipo contínuo em ambos os hospitais como mostra a Figura 10 e 11,

porém, encontrou-se teto removível no Hospital B na área de armazenamento (Figura 12).

Constatou-se, também, que em relação estado de conservação e a facilidade para

limpeza do revestimento das paredes e pisos em ambos os EAS exibem um bom estado de

conservação dos revestimentos. Torres e Lisboa, 2001 afirmam que onde há superfícies

limpas e desinfetadas há uma redução de cerca de 90% do número de micro-organismos,

sendo isso alcançado por meio da escolha de materiais de acabamento de boa qualidade, que

mantenham as superfícies bem conservadas e íntegras, no entanto, em se tratando da

potencialidade de riscos físicos esse tipo de piso, liso propicia deslizamentos e escorregões

podendo resultar em quedas, contusões e outro tipo de dano musculoesquelético de gravidade

variável (POSSO; SANT’ANNA, 2007; BENEDETT; FERRAZ; POSSO, 2009;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO

RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO,

2009).

Nos CME observados, verificou-se que no EAS A, as paredes e pisos não

apresentavam danos e estavam bem conservados, porém no EAS B, apesar de as paredes

estarem bem conservadas, a mesma realidade não foi constatada em relação aos pisos de

alguns setores que apresentavam rachaduras. O material do piso era do tipo granito com

grande quantidade de rejuntes que geram acúmulo de sujeiras e maior potencialidade de riscos

físicos no que tange a tropeços e possíveis quedas (Figura 13).

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Figura13 - Tipo do piso da área de preparo EAS B

Fonte: (AUTOR)

A RDC ANVISA Nº 50/2002 (BRASIL, 2002a) refere que devem ser sempre

priorizados para as áreas críticas e mesmo nas áreas semicríticas materiais de acabamento que

tornem as superfícies monolíticas, ou seja, lisas com o menor número possível de ranhuras ou

frestas, mesmo após o uso e limpeza frequente (BRASIL, 2002a). Por outro lado, deve-se

considerar, que este tipo de material considerado “duro”, ou seja, isolante de ruído, pode

reverberar as ondas sonoras tornando o ambiente mais ruidoso (POSSO; SANT’ANNA, 2007;

BAPTISTA; SILVA; BIANCHI, 2011).

Vale destacar que nos CME estudados predominou o uso de materiais isolantes de som

nos pisos (100,0 %), paredes (100,0%) e nos tetos em torno de 40% o que justifica

parcialmente um nível médio de pressão sonora (NPS) no EAS A de 68 dB (expurgo), 75,2

dB (preparo) e 63,2 dB (armazenamento) e para o EAS B 57,4 dB (expurgo) 57,6 dB

(preparo) e 57,9 dB (armazenamento) (Quadro 3). Esses valores não são suficientes para

causar surdez, porém, pode ser causa de alterações fisiológicas e psicológicas, principalmente,

no caso dos CME em que os trabalhadores desempenham suas atividades por período de 6h,

8h ou 12h/ dia (SALIBA, 2011).

Quadro 3 - Níveis médios de pressão sonora nos setores de expurgo, preparo e armazenamento dos CME dos EAS A e B - Maranhão, 2013.

EAS EXPURGO/NPS PREPARO/NPS ARMAZENAMENTO/NPS EAS A 68,0 dBA 75,2 dBA 63,2 dBAa EAS B 57,4 dBA 57,6 dBA 57,9 dBA

Fonte: (AUTOR)

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A NBR 10.152/87 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1987)

determina que os valores médios de ruídos de nível sonoro para conforto em hospitais deve

ser de 35-55 dB dentre o setores. Percebe-se no Quadro 3 que esses parâmetros estão além da

realidade encontrada nos setores do CME, descumprindo assim as normas estabelecidas. Uma

exposição contínua a ruídos acima de 85 dB pode provocar perdas auditivas permanentes e,

com apenas 5 dB a mais, o tempo de exposição diminui pela metade. Entretanto, tais níveis

são aplicados para locais de trabalho onde não são executadas atividades que exijam

solicitação intelectual e atenção constantes (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 1987; CAMPANHOLE; CAMPANHOLE, 2004).

Estudos de Oliveira e Arenas (2012) relatam que o ruído inesperado ou de fonte

desconhecida pode provocar várias formas de reações reflexas. Quando ocorre ruído

intermitente ou contínuo pode ocorrer fadiga auditiva, ainda, o ruído exerce ação geral sobre

várias funções orgânicas, apresentando reações distintas. Afirmam ainda que o ruído contínuo

causa diminuição do rendimento e eficiência, aumentando a incidência de erros e aumento de

acidentes por consequência da redução da habilidade (OLIVEIRA; ARENAS, 2012).

Os pisos vinílicos são preferenciais no CME e monolíticos, sendo menos duros e de

mais fácil conservação em relação aos do tipo granilite, contrariando o tipo de piso presente

no EAS A (SOARES, 2009). Existe um risco para escorregões e quedas no CME do EAS B

devido o piso ser de granilite e este possuir características que predispõe a este risco mostra a

Figura13.

Segundo Sêcco e Robazzi (2007) e Benedett (2008) afirmam que muitos agravos

osteomusculares são em consequência de quedas sofridas em pisos escorregadios e não

nivelados, cujas dores sentidas advêm dos movimentos bruscos e impacto com o piso, e

muitas vezes o trabalhador fica impossibilitado de exercer suas funções aumentando a taxa de

absenteísmo. Em estudos realizados por Sêcco e Robazzi (2007) as quedas, impactos e lesões

causadas pelos esforços excessivos durante as atividades laborais representaram um total de

163 Acidentes de trabalho e um “Coeficiente de Risco Médio Anual igual a 1,6 acidentes/100

trabalhadores” (SÊCCO; ROBAZZI, 2007, p.66). Uma forma de evitar esse tipo de quedas

seria fazer uso de calçados com solado de borracha evitando, também, a umidade aos pés,

principalmente, no setor de expurgo.

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Recomenda-se ainda que os materiais, cerâmicos ou não, quando usados nas áreas

críticas, não devem possuir índice de absorção de água superior a 4%, por peça ou após sua

instalação não podem apresentar rejuntes em suas peças, porém, quando existir, devem ser de

material com esse mesmo índice de absorção, e jamais utilizar cimento para tal rejunte

(SILVA, 2011), principalmente, no setor de expurgo onde há necessidade dos trabalhadores

executarem a lavagem do material vindo das demais unidades que frequentemente umedece o

piso, o tornam escorregadio úmido.

Segundo Picada (1970) as rochas ígneas, ou seja, os derivados do granito são pouco

porosos e pouco permeáveis, possuindo um índice de absorção de água varia 0% a 0,5%, e

quando atingidos, mesmo que parcialmente pelo intemperismo, alteram-se todas as suas

qualidades desfavorecendo então os achados correspondentes para o EAS B (Figura 7 e 15).

Também é preciso destacar a presença de ralos que aparecem nos dois CME e

possuem com fechos sobressalentes e tampas escamoteáveis. Segundo Guadagnin (2006)

drenos e ralos costumam trazer problemas aos EAS, pois, no caso de transbordarem podem

possibilitar contaminação nos pisos alagados. Assim, o planejamento arquitetônico e a

manutenção preventiva devem prever mecanismos e estratégias de instalações estruturais para

evitar tais problemas. É preciso lembrar que os ralos estão ligados diretamente à rede de

esgoto (BRASIL, 2002a). Constata-se que Guadagnin (2006) encontrou essa situação

semelhante em CME de EAS do estado Goiás com 81,8% com apenas 36,1% com fechos

sobressalentes.

Durante a fase de observação, quanto às características do teto, o CME do EAS A

apresenta em toda sua extensão forros contínuos. Sendo este o indicado, uma vez que eles

realizam a vedação do meio externo com o meio interno e sem saliências e frestas (BRASIL,

2002a) que possam dificultar a limpeza do ambiente, porém, quando removível, não permitido

exceto nas áreas administrativas, podem se soltar e com isto aumentarem a probabilidade de

desabamento podendo ferir o trabalhador que ali exerce suas atividades.

O CME do EAS B, por sua vez possui forro contínuo em toda CME, exceto na área de

distribuição com forro removível do tipo PVC (Figura 14), que não é recomendável (SILVA,

2011). Convém salientar, que a área de distribuição é onde ficam armazenados os artigos já

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esterilizados, os quais necessitam de um local bem arejado e limpo, esse tipo de teto é

preocupante nesse local, devido ao tipo de material guardado.

Também se deve salientar, mesmo não sendo do escopo deste trabalho que esse tipo de

forro pode interferir na assepsia dos ambientes, pois existe a possibilidade da passagem de

particulados (poeira) através das frestas, prejudicando assim as atividades desenvolvidas no

setor (BICALHO; BARCELLOS, 2002).

Quanto ao revestimento das portas, estes são material lavável, resistentes a impactos, no

entanto observou-se a presença de saliências e rachaduras nas portas de ambas os EAS.

Recomenda-se, porém, que o material das portas deve ser lavável, não contendo ranhuras e

saliências, pois isso pode dificultar a limpeza e a desinfecção, indicando-se assim acabamento

monolítico, ou seja, que as superfícies sejam lisas e sem saliências pois, estas características

diminuem ou ate mesmo ausentam os riscos físicos de solução de continuidade na pele do

trabalhador (POSSARI, 2007; SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE

CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE

MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009).

Também, as portas do CME não devem ser oscilantes (POSSO; SANT’ANNA, 2007) e

sim fáceis de abrir, pois muitas vezes, as mãos podem estar ocupadas com objetos perfuro-

cortantes, podendo ser causas de contusões, e observou-se que as portas de ambos CME

apresentam aberturas respeitando o fluxo direcional do trabalho nesses locais, porém, as

maçanetas de algumas são em forma de “bola” outras do tipo alavanca e na maioria das vezes,

as internas permanecem abertas. Figura 14 - Janela ampla do EAS A Figura15 - Vitrô do EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR)

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Quanto às janelas, observaram-se realidades diferentes, o CME do EAS A possui

janelas amplas, no entanto, as mesmas são fechadas com vidros e nunca são abertas (Figuras

16), já no CME do EAS B há apenas um vitro no expurgo em local alto o qual também nunca

é aberto, visto que o seu lado externo dá acesso para circulação de pessoas, condicionando a

sua não abertura (Figura 17). No entanto, é recomendado que se a área não for climatizada, as

janelas devem ser amplas, altas, móveis para a limpeza e teladas (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS

ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009), para usufruir da

iluminação natural e economizarem energia elétrica contribuindo para uma ambiência

saudável (POSSO; SANT’ANNA, 2007).

Como agravante desse cenário, ocorre ainda a ausência de exaustores, os quais fariam

a pressão negativa, necessária no expurgo, para dispersão dos aerossóis que venham

agregados nos artigos contaminados e proporcionariam a renovação do ar. Conforme afirma

Laverde (2003) sobre importância da ventilação nos EAS, a dispersão dos contaminantes pela

ventilação adequada é a melhor maneira de melhorar a qualidade do ar interno, e sugere seja

feita a filtração por meio de exaustores.

Os dados encontrados nesta pesquisa são corroborados por estudo realizado por

Guadagnin (2006) que detectou nos padrões arquitetônicos dos CME de hospitais de grandes

e médios portes, da cidade de Goiânia-GO que dos 23 hospitais avaliados 16 (69,6%)

possuíam portas de madeira e dois (8,7%) não apresentavam portas quanto às janelas, estão

presentes nos 68,2% dos CME dos hospitais, e destas 23 (76,7%) não possuem telas de

proteção, o que favorece a penetração de insetos, aumentando o risco de contaminação dos

ambientes.

É natural a preocupação com a infecção hospitalar e recomendar a utilização de

materiais de acabamento dos CME de fácil limpeza e desinfecção mais é importante destacar

que os acabamentos também devem apresentar características que evitem agravos à saúde do

trabalhador.

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Figura 16 - Bancada do EAS A Figura17 - Bancada do EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR)

Os materiais encontrados em todas as bancadas foram inox na EAS A (Figura 16) e

granito na EAS B (Figura 17), que são os recomendados, devido às suas características de

resistência à água e a produtos químicos, de durabilidade, que não se manchem ou se risquem

e apresentam alta resistência ao desgaste, por abrasão, além de não apresentarem quinas e

saliências que possam possibilitar contusões (BICALHO; BARCELLOS, 2002;

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO

RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO,

2009). Assim, a escolha do tipo de material para a construção de bancadas não será aleatória e

facilitará a supervisão eficaz na rotina de limpeza, desinfecção dos utensílios dos CME e para

sua instalação devem estar entre 89 a 94 cm de altura do piso (SILVA, 2011).

As características físicas da energia luminosa são um dos elementos essenciais para o

ciclo evolutivo dos seres vivos, tanto do reino animal como vegetal (HALLIDAY; RESNICK;

WALKER, 2009). Essa energia é captada pelo olho humano através do espectro visível que é

um conjunto de cores que compreende do violeta até o vermelho e para cada comprimento de

onda (ou frequência) equivale a luz de uma cor (HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009).

Assim a cor “não é apenas um elemento decorativo ou estético, esta ligada à expressão de

valores sensuais e experimentais, possuindo assim, linguagem própria” (MARZIALE et al.,

1990, p.21). Assim sendo, o uso de cores nos ambientes de trabalho exercem grande

influência psicológica nos trabalhadores no desempenho de suas funções e no CME, que é

uma unidade fechada há a tendência à sensação coercitiva (POSSO, 1988; MARZIALE et al.,

1990; BOCCANERA et al., 2004).

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A cor branca, que representa a paz, estava presente nas paredes e teto em 100, 0% dos

dois CME estudados, o que não ocorreu em relação ao piso como pode ser visto nas Figuras 4

e 5 em que são de cor escura em ambos os ambientes pesquisados, isto pode favorecer a

limpeza e a condução elétrica e ainda evitar a refletância da luz, porém, não evocam

tranquilidade (POSSO, 1988; MARZIALE et al., 1990; BOCCANERA et al., 2004).

Quanto à área de preparo e esterilização, áreas preconizadas pela RDCANVISA nº

50/2002 (BRASIL, 2002a, 2009), observou-se que nas EAS pesquisadas ambos associam as

áreas de preparo com a de esterilização física. A existência de autoclave de barreira ocorre

apenas no CME do EAS B com três autoclaves de barreira, das quais, duas localizam-se

dentro do CME em área específica para esterilização e a outra dentro da área de preparo,

atendendo a todos os requisitos preconizados para as instalações da área de esterilização física

(BRASIL, 2009), inclusive mantendo a distância mínima de 20 cm.

Segundo o que mostra RDC ANVISA Nº 50/2002 e a CPANVISA Nº 34/2009

(BRASIL, 2002a, 2009) que estabelece tal padrão mínimo para evitar riscos de explosão,

aumento de temperatura, curto circuito, entre outros, então, consequentemente a área de

manutenção de autoclave só acontecerá no EAS A em função do tipo de autoclave que o

mesmo possui na área contígua à de preparo (Figura 18). Observa-se a inexistência de

exaustor no CME do EAS A, no entanto, ainda coexiste na área de preparo autoclave que não

é de barreira (Figura 20), constituindo assim, a inadequação da padronização estrutural.

Lôbo (2008) afirma que na existência de autoclave de barreira há exigência de área

imediata e reservada à retirada do material, com uma pequena distância para o setor de

armazenagem, de tal forma que permita uma aeração intermediária entre a saída do

instrumental e sua guarda, com exaustão no ambiente para que não ocorra a condensação pela

transição térmica prejudicial à garantia de um material esterilizado. Conforme constatação in

loco, o CME do EAS B não possui a referida área, porém, não atende corretamente aos

critérios exigidos de ventilação.

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Figura 18 - Exaustor da área de esterilização Figura 19 - Exaustor da área de preparo do do EAS A EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR)

Referente à existência de exaustores, o CME do EAS A não os possui e os do CME

do EAS B possui tanto na área de preparo quanto na área de esterilização, ocorrendo desta

forma a criação de um ambiente favorável ao trabalho executado pelos profissionais pela

melhora da temperatura dentro destas áreas visto que a as autoclaves são fontes de calor e esse

por sua vez pode influenciar na execução de atividades laborais neste setor.

Figura 20 - Autoclave do EAS A Figura 21 - Autoclave de barreira do EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR) No caso do CME do EAS A que não possui autoclaves de barreira (Figura 20), faz-se

necessário a existência de uma área de manutenção, cuja finalidade é evitar que técnicos da

manutenção adentrem no recinto limpo do ambiente limpo ou estéril (LÔBO, 2008). Bem

como proporcionar um ambiente adequado para desenvolvimentos de atividades laborais de

manutenção preventiva e corretiva visto que a manutenção de artigos médico-hospitalares é

de suma importância para prevenção de acidentes de trabalho.

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Os riscos físicos decorrentes de altas temperaturas de autoclaves, estufas, ventilação

inadequada, são os mais relatados em estudos realizados por Rios e Varela (2010). Conforme

se visualiza na Figura 03, outro risco identificado a não existência de uma área específica para

a realização de esterilização química sendo feita dentro do expurgo, absolutamente não

recomendado e ainda, a inexistência de exaustores e janelas sendo, portanto um ambiente com

pouca ventilação altamente passível de gerar agravos à saúde do trabalhador desse CME do

EAS B.

Essa infração estrutural aumenta o número de funcionários expostos ao vapor químico,

propiciando risco ocupacional aos trabalhadores das duas áreas (SOCIEDADE BRASILEIRA

DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009; BRASIL, 2009; BAPTISTA;

SILVA; BIANCHI, 2011). O manuseio do agente esterilizante químico deve ser realizado em

ambiente exclusivo, arejado com área mínima de 5,7m² (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009; BRASIL, 2009; BAPTISTA;

SILVA; BIANCHI, 2011).

Foi demonstrado em estudo sobre o uso do glutaraldeído em serviços de saúde, que os

ambientes eram inadequados, pois havia excessiva exposição de trabalhadores ao produto e ao

mesmo tempo negligência por parte deles em usar os Equipamentos de Proteção Individual

(EPI) apresentando alterações clínicas decorrentes das atividades laborais (TIPPLE et al.,

2004).

Quanto aos fatores ambientais, a temperatura (T) deverá ser mantida abaixo de 24°C e

a umidade relativa entre 40 a 60%, ainda deverá ser fechada e possuir sistema de renovação

de ar (NUNES; SOARES; OLIVEIRA, 2004; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2005; BRASIL, 2009). A climatização em ambos os CME não atendem às

normas estabelecidas pela legislação, não possuindo ar condicionado na área de

armazenamento. Logo, pode-se inferir que a qualidade do controle de temperatura e umidade

relativa (UR) do ar estão comprometidas, o que se refletirá na má qualidade do processamento

dos artigos (GUADAGNIN, 2006). Esta afirmação pode ser vista no Quadro 4 em que ambos

os CME dos dois EAS nos três setores estão aquém do preconizado (BRASIL, 2009; SILVA,

2011).

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Quadro 4 - Temperatura do ambiente nos setores de expurgo, preparo e armazenamento dos CME dos EAS A e B - Maranhão, 2013.

EAS EXPURGO/ T°C/UR PREPARO/T°C/UR ARMAZENAMENTO/T°C/UR EAS A 34,5º C 51,9 % 34,9º °C 44,4 % 34,3º C 53,0 % EAS B 31,6 º C 43,6 % 32º C 30,6% 32.2 º C 30, 8 %

Fonte: (AUTOR)

É importante ressaltar que o calor interfere no nível de atenção dos funcionários no

momento da execução de suas tarefas podendo causar danos tanto ao profissional como ao

trabalho desenvolvido (GUADAGNIN, 2006; BAPTISTA; SILVA; BIANCHI, 2011). Sendo

O CME um local em que o trabalhador está exposto fontes de risco ou cargas de trabalho

físico, em especial os mecânicos e fisiológicos (BAPTISTA; SILVA; BIANCHI, 2011),

principalmente, a altas temperaturas, há que controlá-las e ainda, proteger os trabalhadores

que atuam nesse local contra indesejáveis consequências fisiológicas como o ruído e as

vibrações geradas pelas autoclaves (BAPTISTA; SILVA; BIANCHI, 2011).

Segundo Posso e Sant’anna (2007) as condições térmicas nos ambientes de trabalho de

local como o do Centro Cirúrgico devem apresentar uma temperatura entre 19º C a 24º C, ser

estável e semelhante em todas as dependências promover conforto e evitar deslocamento

excessivo de ar. Os dados descritos no Quadro 4 mostram que as temperaturas ambientes em

todos os setores do CME de ambas EAS pesquisadas não obedecem aos padrões

estabelecidos, podendo desenvolver alterações fisiológicas de diversas etiologias, como:

alterações da atenção e da memória, manifestações de ansiedade, inquietude, insegurança,

pessimismo, depressão e cefaleia dados estes mostrados em estudo de Sousa e Araújo (2009).

Chiodi e Marziale (2006) em seus estudos relatam que a temperatura desconfortável, além de

ser ilegal, pode ocasionar irritabilidade e falta de concentração, contribuindo para o risco de

acidentes de trabalho.

Quanto aos locais de resfriamento dos artigos esterilizados nos EAS observados é feito

dentro da própria autoclave, isso configura um fator positivo para o processamento dos artigos

e diminuição da exposição de calor dos profissionais visto que ao terminar o processo de

esterilização física os materiais estão superaquecidos e liberam calor para o meio externo

automaticamente o profissional será exposto a esse risco físico.

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Em relação a o setor de armazenamento que tem como objetivo principal preservar a

esterilidade dos artigos hospitalar sendo seu acesso restrito às pessoas responsáveis para tal

função recomenda-se que o artigo estéril deva ser guardado em local adequado, com controle

de temperatura (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO

CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E

ESTERILIZAÇÃO, 2009; SILVA, 2011).

Figura 22 - Prateleiras de armazenamento Figura 23 - Prateleiras de armazenamento de

material estéril da EAS A material estéril do EAS B

Fonte: (AUTOR) Fonte: (AUTOR)

O mobiliário de guarda do material estéril não deve ser armazenado em prateleiras de

madeira, e devem estar a uma distância mínima de 20 cm do piso, 5 cm da parede e 45 cm do

teto, evitando-se, assim, o risco de recontaminação (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E

CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO, 2009; SILVA, 2011). De acordo com as

Figuras 22 e 23 os materiais são armazenados em prateleiras de metal, não são vazadas (CME

do EAS B) e aço inoxidável vazada (CME do EAS A) e a distância do teto nos CME dos EAS

A e B são de 133 cm e 98 m, e do piso 12 cm e 20 cm, respectivamente. Essa distancia

mínima entre piso e prateleira evita também o risco de contusão dos pés dos profissionais nas

extremidades das prateleiras (GUADAGNIN, 2006; BRASIL, 2009). Lôbo (2008) afirma que

os armários e prateleiras onde se armazenam os artigos esterilizados devem ser de preferência

aramados e vazados, pois propicia a circulação de ar, critérios estes observados apenas no

CME do EAS A, diferentemente do apresentado no CME do EAS A B.

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Pela visualização da Figura 23 percebe - se o risco de instabilidade da prateleira de

metal do EAS B em que se o mesmo vier a cair, poderá causar danos de gravidade variável

aos profissionais que ali atuam. Conforme ratifica a literatura os materiais das prateleiras

podem ser de aço inoxidável, fórmica tratada ou plástico rígido, requisito este atendido pelo

CME dos EAS A e no caso do B, acredita-se que o fato de o material das prateleiras de metal

não estar incluído entre os materiais citados é justificado pelo processo de oxidação que o

metal sofre (RECOMENDAÇÕES..., 2002).

Quanto à iluminação do CME há que se planejar, segundo Silva (2011), de forma

cuidadosa para propiciar ao trabalhador condições de inspeção do material a ser processado

que necessita estar íntegro, limpo, sem corpos estranhos. Mesmo que haja auxílio de lupas

com fonte de luz fluorescente, considerada fria como sugere Silva (2011), a iluminação geral,

geralmente é feita com lâmpadas fluorescentes que devem permitir intensidade luminosa

suficiente para o tipo de tarefas desempenhadas no CME.

O iluminamento ou iluminância grandeza expressa em lux (lx) que é a quantidade de

luz dentro de um ambiente, e pode ser medida com o auxílio de um aparelho denominado

luxímetro (POSSO; SANT’ANNA, 2007). Os CME estudados apresentaram um índice de

luminosidade que pode ser visto no Quadro 5.

Quadro 5 – Intensidade luminosa no ambiente nos setores de expurgo, preparo e

armazenamento dos CME dos EAS A e B - Maranhão, 2013.

Fonte: (AUTOR)

A NBR 5.413/92 estabelece três níveis de iluminamento que podem ser adotados para

cada atividade/local de serviço, inferior, intermediário e superior e o nível de iluminamento

para o CME, segundo a Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico

Recuperação Pós Anestésica e Centro de Material e Esterilização (2009), deve ser em torno de

500lux, considerado superior por essa Norma (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 1992). Percebe-se no Quadro 5 que esses parâmetros estão abaixo do

preconizado em todos os setores do EAS a e apenas na área de preparo do EAS B esta além

EAS EXPURGO/ lx PREPARO/lx ARMAZENAMENTO/lx EAS A 22 LUX 30 LUX 45 LUX EAS B 43 LUX 82 LUX 39 LUX

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do preconizado ficando claro que a realidade encontrada nos setores dos CME existe um

descumprimento das normas estabelecidas.

Uma iluminação inadequada no ambiente laboral, principalmente, em que exige

precisão, pode gerar fadiga e irritabilidade visual, desqualificar a tarefa e o aumento de erros e

acidentes (POSSO; SANT’ANNA, 2007). Estudo de Queiroz et al. (2010) encontram como

queixas verbalizadas por funcionários de em CME do interior do estado de Minas Gerais:

cefaleia, cansaço visual e dores no pescoço e ombros .

Quanto aos riscos elétricos todas as tomadas possuem aterramento porem existe

tomada próxima à rede hidráulica (Figura 26) visto que a água é condutor de corrente elétrica

e isto representa um risco físico de choque para os trabalhadores que desenvolvem suas

atividades laborais neste setor comprometendo assim atividade do trabalhador.

Os objetos suspensos na parede, como o dispensador de álcool e sabão estão dispostos

como mostra a Figura 26 e possuem cantos arredondados. O ventilador este se encontra a uma

altura bem acima da janela fora do risco de trauma crânio encefálica dos profissionais e ainda,

evita risco de contato elétrico.

Vale destacar que nos CME estudados os profissionais não utilizam escadinhas de dois

degraus, pois, o acesso às prateleiras nos níveis mais altos é alcançado pelos profissionais,

com a não utilização de escada evita-se o risco físico de escorregões e quedas.

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Figura 24 - Objeto suspenso e tomada próxima a rede hidráulica

Fonte: (AUTOR)

Quanto às tomadas e interruptores verifica-se, pela Figura 24, que estão instaladas

próximas à rede hidráulica, porém, em ambos os CME a rede elétrica está protegida, mesmo

que na face externa da parede, o que é recomendável.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É patente no contexto hospitalar a preocupação com o surgimento de riscos físicos aos

profissionais que ali exercem suas atividades laborais, bem como, a adequada estrutura física

para prestar assistência de qualidade e isenta de riscos aos pacientes. Nesse estudo

investigou-se o Centro de Material e Esterilização, por se tratar de uma unidade cuja prestação

de assistência concentra-se em assistência indireta ao paciente e ser um setor imprescindível

no EAS, pois dele partem todos os insumos para os demais setores do EAS, e por isso deve-se

atentar para a sua organização física que nesse âmbito, tem papel primordial na eficácia dos

processos de esterilização bem como proporcionar um ambiente favorável para

desenvolvimento das atividades laborais.

Esta investigação foi feita pela comparação dos dados coletados com a RDC nº 50, e

os riscos físicos potenciais implicados na saúde dos trabalhadores. Durante a pesquisa,

observou-se o atendimento à legislação em vários critérios, ora em um EAS, ora em outro,

dentre os quais se destacam o fluxo correto das etapas, o acabamento de paredes e pisos, o

tipo de material utilizado nas bancadas. No entanto, pode-se apontar várias inadequações que

comprometem o trabalho desenvolvido dentro da CME, como o dimensionamento incorreto

de área, a ventilação inadequada, a presença de forros falsos, a associação e a fluxo direcional

errôneo entre as áreas importantes.

Conclui-se que ambos os EAS atendem parcialmente às normas estabelecidas,

ocorrendo o descumprimento de requisitos que prejudicam a qualidade do trabalho a ser

desenvolvido no setor, além de se constituem fator de risco para a saúde dos trabalhadores.

Assim, as irregularidades encontradas trazem à luz a necessidade da correta disposição

da estrutura física da CME, face aos riscos existentes devido a não obediência aos padrões e

normas que a legislação preconiza para os estabelecimentos assistenciais de saúde. Com este

estudo, pretende-se em momento oportuno, sens0ibilizar os gestores locais, discutindo

conjuntamente, tais resultados para as correções que sejam passíveis de adequação às normas

vigentes e permitam ao setor desenvolver suas atividades para o fim a que se destina em sua

inteireza, ou seja, livre de riscos, bem como oferecer um ambiente de trabalho com segurança

aos trabalhadores.

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RIOS, J. C. C.; VARELA, C. D. S. Riscos ambientais em unidade de saúde da família. In: JORNADA CIENTIFICA E TECNOLOGICA DO OESTE BAIANO. 3, 2010, Barreiras, BA. Anais da semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Barreiras, BA: IF, 2010. SALIBA, T. M. Manual prático de avaliação e controle do ruído. 2. ed. São Paulo: LTR, 2001. SÊCCO, I. A. O.; ROBAZZZI, M. L. C. C. Acidente de trabalho na equipe de enfermagem de um hospital de ensino do Paraná –Brasil. Cien. Y Enferm. v.8, n.2, p.65-78, 2007. SILVA, A. Trabalhador de enfermagem na unidade de material e os acidentes de trabalho. 1996. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem, São Paulo. SILVA, A. Organização do centro de material e esterilização In: GRAZIANO, K. U.; SILVA, A.; PSALTIKKIDIS, E. M. Enfermagem em centro de material e esterilização. Barueri, SP: Manole, 2011. SOARES, T. N. Revestimento de pisos hospitalares: avaliação das condições de uso em Porto Alegre.2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO RECUPERAÇÃO PÓS ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO. Práticas recomendadas da SOBECC. 5. ed. São Paulo: SOBECC, 2009. SOUSA, F. L. P.; ARAÚJO, S. T. C. Riscos ocupacionais: implicações para a saúde do trabalhador de enfermagem. FACREDENTOR, 2009. SOUZA, M. C. B.; CERIBELLI, M. I. P. F. Enfermagem no centro de material esterilizado: a prática da educação continuada. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 12, n.5, set./out. 2004. TAUBE, A. P.; BARJA, P. R. Isolamento acústico: uma revisão. In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO. 7, 2007, São José dos Campos, SP. Anais ... São José dos Campos, SP: UNIVAP, 2007. TIPPLE, A.V. F. et al. Acidente com material biológico entre trabalhadores da área de expurgo em centros de material e esterilização. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v.26, n.2, p.271-278, 2004. TORRES, S.; LISBOA, T. C. Limpeza e higiene, lavanderia hospitalar. 2. ed. São Paulo: CLR Baleiro, 2001.

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APÊNDICES

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

INÍCIO: TÉRMINO:

1-PARTE A: IDENTIFICAÇÃO DOS HOSPITAIS:

1.1. EAS:

1.2. Finalidade

1.3. Porte Extra( ) Grande ( ) Médio ( ) Pequeno ( )

1.4. Nº de salas cirúrgicas

PARTE B : PADRÕES ARQUITETÔNICOS GERAIS:

2- PADRÕES ARQUITETÔNICOS GERAIS:

2.1. Tipo de estrutura organizacional do CME

CME centralizado ( )

CME semicentralizado ( )

CME descentralizado ( )

2.2. Área do CME ______ m2

2.3. SETORES PRESENTES NA CME:

2.3.1 Recepção ( ) sim ( ) não

2.3.2 Lavagem ( ) sim ( )não

2.3.4 Preparo ( ) sim ( )não

2. 3.5 Esterilização ( ) sim ( )não

2.3.6 Distribuição dos artigos ( ) sim ( )não

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2.3.7 Obedece ao fluxo correto dos artigos ( ) sim ( )não

3. Parte C- PADRÕES ARQUITETÔNICOS ESPECÍFICOS:

4. EXPURGO

4.1. Área geral ______ m2

4.2. Área suja ________m²

4.3. Área exclusiva para o expurgo ( ) ________m² Se não, áreas________ m²

4.4.Bancadas com quinas ( )

4.4.1Material de bancada Aço inoxidável( )Mármore( ) Granito ( ) Outros

4.5. Janelas

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediç

a

Vitraux Telas Altura do

solo

a) Abertura (PD= para dentro), (PF= para fora)

4.5. Portas

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediç

a

Vitraux Telas Altura do

solo

b) Abertura (PD= para dentro), (PF= para fora)

7.20 Presença de Exaustor ( )

4.7. Paredes

Material de revestimento: Azulejo ( )

Cerâmica ( )

Massa/ PVC( )

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62

Tinta a óleo ( )

Tinta epóxi ( )

Divisórias removíveis( ) Outros ( )__________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

Cor __________________________

4.8 Pisos

Tipo: Granilite ( ) Cerâmica( )

Vinílico ( ) Outros( ) ___________________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

4.9 Teto

Cor __________________________

Tipo : Forros removíveis ( )

Forros contínuos ( )

Material : Gesso ( )

Laminado ( )

Alvenaria ( ) Outros ______________________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

4.10 Iluminação:

ÁREA ______m2

Nº de lâmpadas pequenas _____x 20 W = luminosidade _____

Nº de lâmpadas grandes _____x 40 W = luminosidade _____

Índice de iluminação= luminosidade = _______________

área

Índice de iluminação menor que 20 =insuficiente

4.11 Temperatura

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63

4.12 RISCO DE RUÍDO

Fonte emissora Localização da

fonte

Localização da

medição

Ruído (dB)

Obervação:___________________________________________________

7.20 Objetos móveis:

Foco auxiliar: ( ) com base instável altura regulável

( ) com base instável altura fixa

4.14Presença de escada de dois de graus( )

Material____________________conservação boa( ) má ( ) Nº__________________

7.20 RISCO ELÉTRICO

Idade da instalação elétrica___________________anos

Tomadas

Tomadas com ou sem aterramento

110 V e 220 V (sem aterramento) 110 V e 220 V (com aterramento)

____________________ _________________

NÚMERO DE TOMADAS:

Número de tomadas de: 110 V_____________

220 V_____________

Número de aparelhos eletro-médicos_______________

Alturado solo ____________m

Conservação ( ) boa má

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64

Observação:_________________________________________________________________

___________________________________________________

Interruptor

Tipo/

Interruptor

Número Altura do chão

(m)

Localização Conservação

Extensões

Tipo/ Extensão Número Número de

tomadas

Conservação

Obervação:__________________________________________________________________

________________________________________________________________________

4.15 Ralos Tipo: abertura sobressalentes do piso ( )

tampas escamoteáveis?( )

4.16 Objetos salientes na parede

Rede de vácuo ( )

Rede de ar comprimido ( )

Dispensadores de sabão ( )

Dispensadores de álcool ( )

Outros___________________

Objetos suspensos no teto? ( )Sim ( )Não Se sim colocar altura do piso a ele.

7.20 Ventilação

Natural ( ) Artificial ) ( ) Mista( )

4.18.– Climatização

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65

Tipo Potência Temp. 65ax. Temp. mín. Local

Tipo: Central = C ou Janela = J

5.- PADRÕES ARQUITETÔNICOS ESPECÍFICOS- ÁREA DE PREPARO/ LIMPA

5.1. Área ______ m2

5.2. Bancadas com quinas ( ) Material de bancada: Aço inoxidável( )Mármore( )

Fórmica( ) Madeira( ) Granito ( ) Outros _______ 5.3. Paredes

Material de revestimento: Azulejo ( )

Cerâmica ( )

Massa/ PVC( )

Tinta a óleo ( )

Tinta epóxi ( )

Divisórias removíveis( ) Outros ( )__________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

Cor __________________________

5.3. Janelas

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediça Vitraux Telas Altura do

solo

c) Abertura (PD= para dentro), (PF= para fora)

5.4 Portas

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediça Vitraux Telas Altura do

solo

d) Abertura (PD= para dentro), (PF= para fora)

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66

5.5 Pisos

Tipo: Granilite ( ) Cerâmica( )

Vinílico ( ) Outros( ) ___________________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

5.6 Teto

Cor __________________________

Tipo : Forros removíveis ( )

Forros contínuos ( )

Material : Gesso ( )

Laminado ( )

Alvenaria ( ) Outros ______________________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

5.7 Iluminação:

ÁREA ______m2

Nº de lâmpadas pequenas _____x 20 W = luminosidade _____

Nº de lâmpadas grandes _____x 40 W = luminosidade _____

Índice de iluminação= luminosidade = _______________

área

Índice de iluminação menor que 20 =insuficiente

5.8 Temperatura

5.9 Ruído

Fonte emissora Localização da

fonte

Localização da

medição

Ruído (dB)

Obervação:___________________________________________________

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7.20 Objetos móveis:

Foco auxiliar: ( ) com base instável altura regulável ( ) com base instável altura fixa

5.11 Presença de escada de dois de graus( )

Material____________________conservação boa( ) má ( ) Nº__________________

5.12 RISCO ELÉTRICO

5.12.1 Idade da instalação elétrica___________________anos

5.12.2 Tomadas

Tomadas com ou sem aterramento

110 V e 220 V (sem aterramento) 110 V e 220 V (com aterramento)

____________________ _________________

NÚMERO DE TOMADAS:

Número de tomadas de: 110 V_____________

220 V_____________

5.12.3 Número de aparelhos eletro-médicos_______________

Alturado solo ____________m

Conservação ( ) boa má

Observação:_________________________________________________________________

___________________________________________________

5.12.4 Interruptor

Tipo/

Interruptor

Número Altura do chão

(m)

Localização Conservação

5.12.5 Extensões

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68

Tipo/ Extensão Número Número de

tomadas

Conservação

Obervação:______________________________________________________________

______________________________________________________________

5.13 Objetos salientes na parede

Rede de vácuo ( ) Rede de ar comprimido ( ) Dispensadores de sabão ( )

Dispensadores de álcool ( ) Outros___________________

5.13.1 Objetos suspensos no teto? ( )Sim ( )Não Se sim colocar altura do piso a ele.

5.14 Ventilação

Natural ( ) Artificial ) ( ) Mista( )

7.20 Climatização

Tipo Potência Temp. 68ax. Temp. mín. Local

Tipo: Central = C ou Janela = J

6.-PARTE C PADRÕES ARQUITETÔNICOS ESPECÍFICOS- ÁREA DE

ESTERILIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA

6.1. Esterilização Física ( ) Área exclusiva _________ m² Se compartilhada ______ m²

6.2. Esterilização química ( ) Área exclusiva _________ m² Se compartilhada _____ m²

6.3.Tipo de recipiente para esterilização química _______________________

6.4. Bancadas com quinas ( ) Material de bancada: Aço inoxidável( )Mármore( )

Fórmica( ) Madeira( ) Granito ( ) Outros _______

6.5. Janelas

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69

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediç

a

Vitraux Telas Altura do

solo

(PD= para dentro), (PF= para fora)

6.6. Portas

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediç

a

Vitraux Telas Altura do

solo

(PD= para dentro), (PF= para fora)

6.7 Paredes

Material de revestimento: Azulejo ( )

Cerâmica ( )

Massa/ PVC( )

Tinta a óleo ( )

Tinta epóxi ( )

Divisórias removíveis( ) Outros ( )__________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

Cor __________________________

6.8 Pisos

Tipo: Granilite ( ) Cerâmica ( ) Vinílico ( ) Outros( ) _____________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

6.9 Teto

Cor __________________________

Tipo : Forros removíveis ( ) Forros contínuos ( )

Material : Gesso ( )Laminado ( )Alvenaria ( )Outros _____________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

6.10 Presença de Exaustor ( )sim ( ) não

7.20 Iluminação:

ÁREA ______m2

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70

Nº de lâmpadas pequenas _____x 20 W = luminosidade _____

Nº de lâmpadas grandes _____x 40 W = luminosidade _____

Indice de iluminação= luminosidade = _______________

área

Indice de iluminação menor que 20 =insuficiente

6.12 Temperatura

6.13 RISCO DE RUÍDO

Fonte emissora Localização da

fonte

Localização da

medição

Ruído (dB)

Obervação:___________________________________________________

6.14 Objetos móveis:

Foco auxiliar: ( ) com base instável altura regulável

( ) com base instável altura fixa

6.15Presença de escada de dois de graus( )

Material____________________conservação boa( ) má ( ) Nº__________________

6.16 RISCO ELÉTRICO

Idade da instalação elétrica___________________anos

Tomadas

Tomadas com ou sem aterramento

110 V e 220 V (sem aterramento) 110 V e 220 V (com aterramento)

____________________ _________________

NÚMERO DE TOMADAS:

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71

Número de tomadas de: 110 V_____________

220 V_____________

Número de aparelhos eletro-médicos_______________

Alturado solo ____________m

Conservação ( ) boa má

Observação:_________________________________________________________________

___________________________________________________

Interruptor

Tipo/

Interruptor

Número Altura do chão

(m)

Localização Conservação

Extensões

Tipo/ Extensão Número Número de

tomadas

Conservação

Obervação:_________________________________________________________________

6.17 Objetos salientes na parede

Rede de vácuo ( ) Rede de ar comprimido ( ) Dispensadores de sabão ( )

Dispensadores de álcool ( ) Outros___________________

6.17.2 Objetos suspensos no teto? ( )Sim ( )Não Se sim colocar altura do piso a ele.

7.20 Ventilação

Natural ( ) Artificial ) ( ) Mista( )

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72

6.20 Climatização

Tipo Potência Temp. 72ax. Temp. mín. Local

Tipo: Central = C ou Janela = J

7. PARTE C PADRÕES ARQUITETÔNICOS ESPECÍFICOS- ÁREA DE

ARMAZENAMENTO

7.20 Área ______ m2

7.2. Os artigos esterilizados são armazenados em:

Mobiliário Material Abertura

/porta/

armário

Porta/

Armário/Corredi

ça

Número Fixos na

parede

Armário

Prateleiras

Outros

Abertura (PD= para dentro), (PF= para fora)

7.3. Material 72ax72uro-cortante armazenado

Tipo de material Local do descarte Material do recipiente

7.4. Distância dos armários e/ou prateleiras do teto ______cm

7.5.Distância dos armários e/ou prateleiras do piso _____cm

7.6. Bancadas com quinas ( ) Material de bancada: Aço inoxidável( )Mármore( )

Fórmica( ) Madeira( ) Granito ( ) Outros _______

7.7Guichê ( ) Se houver ( ) Com sistema de fechamento ( ) Sem sistema de fechamento

7.8 Ventilação: Natural ( ) Artificial ) ( ) Mista( )

7.9 Climatização

Tipo Potência Temp. 72ax. Temp. mín. Local

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Tipo: Central = C ou Janela = J

7.20 Janelas

Local Esquadria/

Material

Abertura Fixa Corrediça Vitraux Telas Altura do solo

(PD= para dentro), (PF= para fora)

7.20 Portas

Local Esquadria

/Material

Abertura Fixa Corrediça Vitraux Telas Altura do

solo

7.12 Paredes

Material de revestimento: Azulejo ( )

Cerâmica ( )

Massa/ PVC( )

Tinta a óleo ( )

Tinta epóxi ( )

Divisórias removíveis( ) Outros ( )__________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

Cor __________________________

7.20 Pisos

Tipo: Granilite ( ) Cerâmica( )

Vinílico ( ) Outros( ) ___________________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

7.20 Teto

Cor __________________________

Tipo : Forros removíveis ( )

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74

Forros contínuos ( )

Material : Gesso ( )

Laminado ( )

Alvenaria ( ) Outros ______________________

Estado de Conservação Bom( ) Mau ( )

7.15 Temperatura

7.16 RISCO DE RUÍDO

Fonte emissora Localização da

fonte

Localização da

medição

Ruído (dB)

Obervação:___________________________________________________

7.17 Objetos móveis:

Foco auxiliar: ( ) com base instável altura regulável

( ) com base instável altura fixa

7.18 Presença de escada de dois de graus( )

Material____________________conservação boa( ) má ( ) Nº__________________

7.19 RISCO ELÉTRICO

Idade da instalação elétrica___________________anos

Tomadas

Tomadas com ou sem aterramento

110 V e 220 V (sem aterramento) 110 V e 220 V (com aterramento)

____________________ _________________

NÚMERO DE TOMADAS:

Número de tomadas de: 110 V_____________

220 V_____________

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75

Número de aparelhos eletro-médicos_______________

Alturado solo ____________m

Conservação ( ) boa má

Observação:____________________________________________________________

Interruptor

Tipo/

Interruptor

Número Altura do chão

(m)

Localização Conservação

Extensões

Tipo/ Extensão Número Número de

tomadas

Conservação

Obervação:__________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

7.20 Objetos salientes na parede

Dispensadores de álcool ( )

Outros___________________

Objetos suspensos no teto? ( )Sim ( )Não Se sim colocar altura do piso a ele.

ANEXO

LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO CONTÍNUO OU INTERMITENTE

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Fonte: Brasil,2011

“1. Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.

2. Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.

3. Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de tolerância fixados no Quadro deste anexo. (115.003-0/ I4)

4. Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.”(BRASIL,2011)