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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA MESTRADO EM BIOCIÊNCIAS E SAÚDE Luiz Fernando Gonçalves PREVALÊNCIA E GENOTIPAGEM DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) NA REGIÃO CERVICOVAGINAL DAS MULHERES ATENDIDAS EM CLÍNICA PRIVADA DE GINECOLOGIA NO MUNICÍPIO DE JOAÇABA, SC. DISSERTAÇÃO Joaçaba, SC 2016

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA

MESTRADO EM BIOCIÊNCIAS E SAÚDE

Luiz Fernando Gonçalves

PREVALÊNCIA E GENOTIPAGEM DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO

(HPV) NA REGIÃO CERVICOVAGINAL DAS MULHERES ATENDIDAS

EM CLÍNICA PRIVADA DE GINECOLOGIA NO MUNICÍPIO DE

JOAÇABA, SC.

DISSERTAÇÃO

Joaçaba, SC

2016

Luiz Fernando Gonçalves

PREVALÊNCIA E GENOTIPAGEM DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO

(HPV) NA REGIÃO CERVICOVAGINAL DAS MULHERES ATENDIDAS

EM CLÍNICA PRIVADA DE GINECOLOGIA NO MUNICÍPIO DE

JOAÇABA, SC.

Dissertação apresentada ao Programa de

Mestrado de Biociências e Saúde, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Mestre em Biociências e Saúde, da

Universidade do Oeste de Santa Catarina.

Orientador: Prof. Dr. Glauber Wagner

Joaçaba, SC

2016

Luiz Fernando Gonçalves

PREVALÊNCIA E GENOTIPAGEM DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO

(HPV) NA REGIÃO CERVICOVAGINAL DAS MULHERES ATENDIDAS

EM CLÍNICA PRIVADA DE GINECOLOGIA NO MUNICÍPIO DE

JOAÇABA, SC.

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado de Biociências e Saúde, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Biociências e Saúde, da Universidade do Oeste de Santa Catarina.

Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Glauber Wagner

Universidade:

Prof. Dr. Antônio Euclides Pereira de Souza Júnior

Universidade:

Prof. Dr. Edison Natal Fedrizzi

Universidade:

Dedico este trabalho à minha família.

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me concedeu saúde, determinação, e esteve sempre presente

em minha vida.

À minha mãe Ione, ao meu pai Paulo e ao meu irmão Guilherme, que desde

cedo me mostraram qual era o caminho certo e me forneceram ferramentas para

percorrê-lo.

À Flavia Strohdiek, com quem quero dividir esta vida, pelos vários fins de

semana que estive ausente.

Ao professor Glauber Wagner, orientador e amigo que, com boa vontade,

compartilhou seus conhecimentos e experiências, possibilitando chegarmos ao final

de cada etapa deste estudo.

Aos funcionários e estudantes do laboratório de doenças infecto-parasitárias

da Unoesc, por todo o apoio oferecido, em especial aos acadêmicos Cristiane

Cousseau, Alessandra dos Passos e Luís Paulo Andrioni.

Às minhas pacientes, motivo de todo o meu estudo e dedicação.

À Nádia Aparecida Lorencette e ao Instituto de Patologia Joaçaba, pelo apoio

fornecido.

“O nascimento de uma criança é a certeza de

que Deus não desistiu de nós.”

(Dr. Acioli Antônio Vieceli)

RESUMO

Introdução: A prevalência da infecção cervicovaginal pelo Papiloma Vírus Humano

(HPV) varia muito ao redor do mundo e sofre influência de diversos fatores, entre

eles o nível socioeconômico da população estudada. Países desenvolvidos e com

melhor acesso à saúde possuem uma prevalência menor quando comparados a

países em desenvolvimento. Objetivo: Avaliar a prevalência da infecção

cervicovaginal pelo HPV entre pacientes atendidas em uma clínica privada de

ginecologia no Município de Joaçaba, SC, bem como realizar a genotipagem das

amostras positivas. Além de comparar os resultados obtidos com o encontrado em

estudos nos quais a procedência das pacientes foi o sistema público de saúde.

Métodos: Trata-se de um estudo transversal, em que foram avaliadas 150 mulheres

que buscaram atendimento em clínica privada de ginecologia do Município de

Joaçaba, Santa Catarina, Brasil, entre os meses de janeiro e junho de 2015. Após as

pacientes responderem um questionário sobre os fatores de risco relacionados ao

HPV, amostras de material cervicovaginal foram coletadas. Realizou-se a extração

do DNA das amostras cuja qualidade foi verificada por meio da amplificação do gene

ß-globina humana e a realizou-se a pesquisa do DNA-HPV pela técnica de Reação

em cadeia de Polimerase (PCR) utilizando-se os primes MY09 e MY11. O genótipo

do vírus foi determinado por intermédio de sequenciamento dos amplicons e com

análise na base de dados PaVE (Papilome Virus Genome Database) e por meio de

árvores filogenéticas para comprovar a relação com os genótipos de referência. Foi

efetuada uma análise comparativa com os resultados encontrados em outros

trabalhos realizados no Brasil cujas pacientes eram oriundas do sistema público de

saúde. Resultados: Das 150 amostras coletadas, 111 amplificaram o gene da ß-

globina humana e compuseram a amostra final. Entre as 111 amostras, 16 (14,41%)

foram positivas para a infecção pelo HPV, sendo que das amostras genotipadas,

45,45% representavam tipos de baixo risco, e 54,55%, tipos de alto risco

oncogênico. Os tipos 53, 54 e 58 foram os mais prevalentes. Foi observado,

também, que infecção pelo HPV tem correlação com a história pregressa ou atual de

alteração no exame colpocitológico (p<0,05). Contudo, não foi possível observar

uma correlação entre a infecção pelo HPV e os demais fatores de risco analisados,

como idade, estado civil, escolaridade, renda mensal e tabagismo. Conclusão: A

prevalência da infecção cervicovaginal pelo HPV na população estudada foi de

14,41%, inferior ao encontrado em trabalhos cuja origem da população foi o sistema

público de saúde, e, além disso, os tipos virais mais prevalentes neste estudo – 53,

54 E 58 – diferem dos principais tipos encontrados em mulheres advindas da rede

pública de saúde.

Palavras-chave: HPV. Genotipagem. Fatores de risco.

ABSTRACT

Objective: The global prevalence of cervicovaginal infections caused by the Human

papillomavirus (HPV) varies widely and is influenced by several factors, including the

social and economic status of the populations studied. Developed countries with

adequate access to health care have a lower prevalence of HPV than developing

countries. The aim of this study was to assess the prevalence of HPV infection

among patients treated in a private gynecologic clinic and genotyping of the positive

samples. Methods: This cross-sectional study included 150 women who sought care

in a private gynecologic clinic in the city of Joaçaba, Santa Catarina, Brazil from

January to June 2015. The patients answered a questionnaire about risk factors

related to HPV, and cervicovaginal samples were collected. The DNA was extracted,

and the sample quality was assessed by amplification of the human ẞ-globin gene.

HPV deoxyribonucleic acid (DNA) was amplified via polymerase chain reaction

(PCR) using primers MY09 and MY11. The viral genotype was identified by amplicon

sequencing and sequence analysis using the papilloma virus genome database and

confirmed with phylogenetic analysis using HPV genome references. Our results

were compared with other studies conducted in Brazil with patients treated in the

public health system. Results: Of the 150 samples collected, 111 had the human ẞ-

globin gene amplified and were included. Of the 111 samples, 16 (14.41%) were

positive for HPV; of the genotyped samples, 45.45% and 54.55% represented low-

risk and high-risk (oncogenic) types, respectively. Types 53, 54, and 58 were the

most prevalent. In addition, HPV infection was correlated with colpocytological

changes in the Papanicolaou test (p < 0.05). However, HPV infection was not

correlated with the other risk factors analyzed, such as age, marital status, education

level, salary, and smoking. Conclusion: The prevalence of HPV was 14.41%, which

was lower than that recorded in studies where patients were assisted in the public

health care system. The most prevalent viral types in our study differed from those

found in women assisted in the public health care system.

Keywords: HPV. Genotyping. Risk factors.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema do genoma do HPV 16 com suas três regiões: Regulatória

(LCR), Precoce (E) e tardia (L) ................................................................. 19

Figura 2 – Prevalência do HPV em mulheres de acordo com a idade ...................... 21

Figura 3 – Perfil eletroforético de amostras representativas ..................................... 32

Figura 4 – Cladograma demonstrando a posição taxonômica das 11 amostras

sequenciadas em relação as 182 amostras de HPV ................................ 36

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Variáveis sem significância estatística entre mulheres atendidas em

clinica privada de ginecologia de acordo com presença ou ausência do

DNA-HPV ................................................................................................. 33

Tabela 2 – Variáveis com significância estatística entre mulheres atendidas em

clínica privada de ginecologia de acordo com presença ou ausência do

DNA-HPV ................................................................................................. 35

Tabela 3 – Distribuição dos genótipos e classificação quanto ao risco oncogênico

das amostras HPV positivas de mulheres atendidas em clínica privada de

ginecologia ............................................................................................... 35

Tabela 4 – Comparação entre estudos realizados no Brasil sobre a prevalência e a

genotipagem do HPV .................................. Erro! Indicador não definido.

LISTA DE ABREVIATURAS

ASCUS Atypical Squamous Cells of Undetermined Significance

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CH Captura Híbrida

CMJ Centro Médico Joaçaba

CO Colpocitologia oncológica

DNA Ácido Desoxirribonucleico

DST Doença Sexualmente Transmissível

FDA Food and Drug Admnistration

HIV Vírus da Imunodeficiência Humana

HPV Papiloma Vírus Humano

IARC International Agency for Research on Cancer

LDIP Laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias

LIE Lesão Intraepitelial

MG Estado de Minas Gerais

MS Ministério da Saúde

OMS Organização Mundial da Saúde

PA Estado do Pará

PaVE Papillomavirus Episteme

Pb Pares de bases

PCR Polymerase Chain Reaction

PNI Programa Nacional de Imunizações

Rb Proteína de Retinoblastoma

RFLP Restriction Fragment Length Polymorphism

RJ Estado do Rio de Janeiro

RNA Ácido Ribonucleico

RO Estado de Rondônia

RS Estado do Rio Grande do Sul

SC Estado de Santa Catarina

SUS Sistema Único de Saúde

UF Unidade da Federação

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Unoesc Universidade do Oeste de Santa Catarina

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 15

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................................................................. 15

1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 16

2 OBJETIVOS ........................................................................................................................... 18

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................................... 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................. 18

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 19

3.1 O PAPILOMA VÍRUS HUMANO ....................................................................................... 19

3.2 PREVALÊNCIA ...................................................................................................................... 20

3.3 HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO HPV ................................................................. 22

3.4 INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA ..................................................................................... 25

3.5 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA INFECÇÃO PELO HPV ................................ 26

4 METODOLOGIA .................................................................................................................... 28

4.1 DELINEAMENTO DA AMOSTRA E COLETA DE DADOS...................................... 28

4.2 COLETA, PROCESSAMENTO E EXTRAÇÃO DO DNA NO MATERIAL

CERVICOVAGINAL .............................................................................................................. 28

4.3 SEQUENCIAMENTO E GENOTIPAGEM DO HPV .................................................... 30

4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................................... 31

5 RESULTADOS ...................................................................................................................... 32

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................... 37

7 CONCLUSÕES ...................................................................................................................... 44

8 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA INTERDISCIPLINARIDADE ................... 45

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46

APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa ................................................................. 57

APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido .......................... 58

ANEXO A – Parecer Consubstanciado CEP ............................................................ 59

ANEXO B – Comprovante de submissão do artigo científico à Revista

Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ........................................... 60

15

1 INTRODUÇÃO

1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A partir dos estudos do médico alemão Harald Zur Hausen, publicados no

início da década de 1980, o qual caracterizou a presença de DNA viral em verrugas

genitais, muito se descobriu sobre o Papilomavírus Humano (HPV).1 Tal descoberta

representou um marco no entendimento do processo de carcinogênese do colo

uterino, uma vez que existem evidências epidemiológicas consistentes de que a

infecção pelo HPV, sobretudo quando persistente, é condição necessária para o

surgimento do câncer cervical.2

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS),3 ocorrem

aproximadamente 530.000 casos novos de câncer de colo uterino a cada ano em

todo o mundo. Cerca de 270.000 mulheres morrem anualmente em decorrência

desta patologia, das quais, 80% vivem em países em desenvolvimento, como no

caso do Brasil.

Além de determinar o câncer cervical, os HPVs chamados de alto risco

oncogênico são os agentes de uma proporção significativa de outros tumores,

incluindo uma parte dos cânceres de vulva, vagina, pênis e ânus, além de tumores

da orofaringe, afetando, portanto, mulheres e homens. Não obstante, este vírus

também é capaz de determinar patologias benignas, tanto em mucosas quanto em

epitélios cutâneos, destacando-se as verrugas genitais e as papilomatoses

respiratórias recorrentes.4

A prevalência da infecção cervicovaginal pelo HPV varia muito ao redor do

mundo, atingindo taxas superiores a 30% no Caribe e na África e inferiores a 10%

na América do norte e Europa.5 Além disso, sofre influência de diversos fatores,

como baixo nível socioeconômico, início precoce da atividade sexual, multiplicidade

de parceiros sexuais, tabagismo, entre outros.6

O tipo viral mais prevalente no Brasil é o 16,7-12 o qual possui um risco relativo

para o câncer cervical em torno de 434 vezes.13 Entre os tipos com baixo risco

oncogênico, associados sobretudo a verrugas genitais, merecem destaque o 6 e o

16

11. É exatamente contra estes tipos (6, 11, 16, e 18) que se desenvolveu a vacina

quadrivalente contra o HPV,14 a qual faz parte do Programa Nacional de

Imunizações (PNI)15 do Ministério da Saúde do Brasil (MS) desde 2014 e

corresponde à importante medida de prevenção primária desta infecção.

Para o diagnóstico precoce, os métodos moleculares de detecção do DNA

viral ganham cada vez mais notoriedade. O rastreamento por citologia, importante

nas lesões intraepiteliais e em virtude de seu baixo custo, continua sendo

procedimento fundamental. Contudo, exames como a captura híbrida (CH), a

Reação em Cadeia de Polimerase (PCR) e até mesmo técnicas envolvendo o RNA

mensageiro, as quais permitem a detecção do vírus, associados ou não às técnicas

de genotipagem, vêm se tornando cada vez mais empregadas na prática clínica.16

Apesar de ainda não propiciarem a erradicação do HPV, todos esses

avanços, seja na prevenção primária seja na detecção precoce, são um alento para

as gerações futuras no que se refere à infecção viral e ao câncer cervical. Mesmo

que estes ainda não possam ser extintos, esses avanços contribuem para, como diz

Villa,4 deixar o “monstro” chamado HPV sob controle!

1.2 JUSTIFICATIVA

A íntima associação entre o HPV e o câncer genital, sobretudo em mulheres,

por si só, expõe a relevância de estudos sobre esse tema. Estudos epidemiológicos

sobre o HPV, tanto prospectivos quanto retrospectivos, em busca de maiores

conhecimentos sobre esse vírus, são fundamentais para que se possa compreender

a sua importância em termos de saúde pública.17

É importante salientar que, no Brasil, diversos estudos avaliaram a

prevalência e a história natural da infecção pelo HPV a partir de pacientes atendidas

pelo sistema público de saúde (SUS),8,9,11 Essas pacientes, pelas condições

socioeconômicas e de cuidados pessoais mais desfavoráveis, possuem maior risco

de infecção pelo HPV. Apesar da tentativa em refletir a prevalência na população

geral, esses estudos não consideram em sua amostragem mulheres atendidas em

consultórios privados ou na saúde suplementar. Destaca-se que aproximadamente

17

50,3 milhões de brasileiros, o equivalente a 26,3% da população, receberam

atendimento médico por meio da saúde suplementar no ano 2015.18 Esse grupo de

pacientes possivelmente não recorreu ao SUS para rastreamento e tratamento das

alterações induzidas pelo HPV, portanto, esses pacientes não estariam

representados nas estatísticas sobre a infecção por este vírus. Além disso, quando

se analisam estudos nos quais a seleção das pacientes ocorreu por meio do SUS,

encontra-se como principais genótipos os HPVs do tipo 16, 31, 53 e 18, o que não

necessariamente representa os tipos encontrados nas pacientes assistidas na saúde

suplementar.10,12,19

Neste contexto, conhecer a prevalência da infecção cervicovaginal pelo HPV

em nosso meio, bem como determinar os tipos de maior circulação torna-se

fundamental e vem ao encontro do proposto por autores pesquisados,20 os quais

ratificam que pesquisas de prevalência e epidemiologia do HPV são a chave para o

entendimento das amplas variações na incidência do câncer cervical ao redor do

mundo.

18

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Determinar a prevalência da infecção cervicovaginal pelo HPV em mulheres

atendidas em clínica privada de ginecologia do Município de Joaçaba, SC.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Realizar a genotipagem e classificar, quanto ao risco oncogênico, as

amostras consideradas positivas para a infecção cervicovaginal pelo HPV.

Correlacionar as amostras positivas para a infecção cervicovaginal pelo HPV

com os principais fatores de risco para o câncer de colo uterino.

Comparar os resultados obtidos com os resultados encontrados em estudos

semelhantes, cuja origem das pacientes tenha sido o sistema público de saúde.

19

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 O PAPILOMA VÍRUS HUMANO

O Papilomavírus Humano é um vírus formado por dupla fita de DNA circular

protegida por cápsula proteica e pertencente à família Papillomaviridae. Trata-se de

um vírus com cerca de 55 ηm, de formato icosaédrico com 72 capsômeros, não

envelopado e que não possui enzimas ou glicoproteínas.21

O DNA do HPV contém 7.900 pares de bases (pb) com nove genes e pode

ser dividido em três regiões distintas: região regulatória (LCR – log control region),

região precoce (Early – E1 a E7) e região tardia (Late – L1 e L2) (Figura 1). Na

região LCR estão os genes que codificam proteínas com funções regulatórias da

atividade celular, como a replicação e a transcrição, enquanto os genes da região L

codificam as proteínas do capsídeo viral.22

Fonte: Passos et al.23

Figura 1 – Esquema do genoma do HPV 16 com suas três regiões: Regulatória (LCR), Precoce (E) e tardia (L)

20

Até o momento, mais de 200 tipos do HPV foram identificados. Destes,

aproximadamente 45 (pertencentes ao gênero alfa-papilomavirus) podem infectar a

região anogenital tanto em homens quanto em mulheres.24

O HPV pode ser classificado tanto pelo seu tropismo epitelial quanto pelo seu

potencial oncogênico. Quanto ao tropismo, os tipos classificam-se em

cutaneotrópicos ou mucosotrópicos, infectando os tecidos cutâneos ou as mucosas,

respectivamente. Em relação ao potencial oncogênico, classificam-se em HPVs de

baixo e alto risco, e existe uma relação direta entre os vírus com preferência

cutaneotrópica e o baixo risco oncogênico, assim como o padrão mucosotrópico e o

alto risco oncogênico.25

De acordo com as suas respectivas sequências de nucleotídeos, consideram-

se HPVs de alto risco os tipos: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59. Os

tipos 26, 53, 66, 68, 73 e 82 são classificados como provavelmente de alto risco,

enquanto os tipos 6, 11, 13, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 e 89 são os chamados

HPVs de baixo risco oncogênico. Existem, ainda, os tipos que possuem um potencial

indeterminado: 30, 32, 34, 62, 67, 69, 71, 74, 83, 84, 85, 87, 90, e 91.13

O papel que a infecção pelo Papilomavírus Humano desempenha no contexto

das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e na capacidade de determinar

doenças crônicas, sejam as verrugas genitais seja o câncer genital, é responsável

pela grande importância clínica desse grupo de vírus.23

3.2 PREVALÊNCIA

A infecção pelo HPV é considerada a doença de transmissão sexual mais

frequente no mundo.26 O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) 27

acredita que pelo menos metade das mulheres sexualmente ativas irão adquirir HPV

em algum momento de suas vidas, e estima que aproximadamente 6,2 milhões de

novos casos de infecção pelo HPV ocorrem a cada ano nos EUA.

No Brasil há cerca de 10 milhões de infectados, com 700 mil novos casos ao

ano.28 Já em relação às verrugas genitais, não possuímos dados brasileiros, mas de

21

Figura 2 – Prevalência do HPV em mulheres de acordo com a idade

acordo com estimativas de outros países em desenvolvimento, acredita-se que

ocorra 1,9 milhão de casos novos a cada ano.29

Para a International Agency for Research on Cancer (IARC),30 a frequência na

infecção pelo HPV varia muito de acordo com a idade e com a origem geográfica da

população estudada. Entre mulheres assintomáticas da população geral, a

prevalência da infecção pelo HPV varia entre 2 e 44%.31 Cerca de 291 milhões de

mulheres estão atualmente infectadas pelo HPV ao redor do mundo.32

Mulheres jovens, com menos de 25 anos, apresentam as maiores taxas de

infecção. Observa-se um declínio constante nesses índices com o passar dos anos,

porém em países em desenvolvimento e por motivos ainda não esclarecidos, existe

um novo pico de crescimento na prevalência desta infecção após os 50 anos de

idade.5 A Figura 2 mostra e prevalência da infecção pelo HPV entre mulheres de

acordo com a idade e a região estudadas.

Fonte: Forman et al.5

22

3.3 HISTÓRIA NATURAL DA INFECÇÃO HPV

A forma mais comum da transmissão do HPV é pela atividade sexual, a qual

infere tanto intercurso vaginal quanto anal.32 As formas não sexuais da transmissão,

seja através de fômites contaminados, seja pela autoinoculação, seja por

transmissão perinatal (da mãe para o feto), apesar de possíveis, são extremamente

raras e dificilmente promoveriam infecção persistente.32,33

Por se tratar de uma infecção por contato, acometendo na mulher

principalmente o colo uterino, a vagina, a vulva e o epitélio anal, o HPV pode ser

adquirido mesmo sem ter ocorrido penetração vaginal, o que diminui o efeito protetor

dos preservativos de látex.33

Uma vez ocorrido o contato e na presença de pequenos traumatismos na

superfície da pele e mucosas, o HPV atinge a camada basal do epitélio, beneficia-se

do citomorfismo dessas células germinativas e passa a acompanhar o processo de

diferenciação celular e a se replicar.34 A partir desse momento, o HPV pode

determinar uma infecção produtiva, estimulando mitoses celulares e proporcionando

o surgimento de lesões benignas, chamadas condilomas, ou uma ação não

produtiva, na qual ocorrerá integração do genoma viral com o genoma humano,

passando a ser transmitida como um caráter mendeliano célula a célula.23

No processo da carcinogênese gerado pelo HPV destaca-se a ação de duas

oncoproteínas virais, conhecidas como E6 e E7. Ambas as proteínas atuam

sinergicamente no processo de transformação e imortalização das células

infectadas, promovendo a inativação e a degradação dos supressores tumorais p53

e Rb (proteína de retinoblastoma), especialmente em tipos de HPVs de alto risco. As

bases moleculares para compreender os motivos pelos quais o E6 dos HPVs de

baixo risco não degrada a p53 ainda permanecem desconhecidas.35

A proteína p53 é responsável pela regulação do mecanismo de reparo do

DNA quando este sofre qualquer tipo de dano. Além disso, esta proteína tem papel

fundamental na indução da apoptose celular. O HPV, por meio da proteína E6,

inativa o p53, fazendo com que a célula não consiga mais entrar em apoptose. Esse

processo leva a célula infectada à senescência, mantendo a integridade do genoma

viral.23

23

Já a proteína Rb, a qual sofre ação da fração E7 do HPV, é responsável pelo

bloqueio de reguladores gênicos conhecidos como E2F, que atuam na indução da

replicação do material genético, fase essencial para a replicação celular. Na

inatividade da pRb, a célula é estimulada a transcrever, e a multiplicação celular

ocorre de forma desordenada, promovendo fixação de mutações.23

O período de latência entre a infecção pelo HPV e as alterações celulares

iniciais é desconhecido, já o período de transformação das células até o câncer

cervical, complicação mais temida do HPV, pode levar muitos anos e, na maioria das

vezes, está associado a outros fatores que não apenas a infecção persistente pelo

HPV.33

Sabe-se que coinfecções genitais têm importância na proliferação celular

associada ao HPV; entre elas pode-se destacar a sífilis, a herpes simples, a

gonorréia, a clamídia e o HIV. Todas podem contribuir para que as lesões de HPV

evoluam, provavelmente por atuarem como cofatores na ativação dos mecanismos

de transformação celular ou depressão da imunidade do trato genital.36

Outros fatores também estão envolvidos no processo de carcinogênese, entre

eles o início precoce da atividade sexual, o número de parceiros e o tabagismo.

Estudo com mais de 8.600 mulheres, realizado por Roteli-Martins et al.,37 mostrou

que quanto mais precoce o início da atividade sexual, maior a prevalência da

infecção pelo HPV e maior a possibilidade de alterações citológicas.

O habito de fumar também contribui para a perpetuação da infecção do HPV

e as consequentes modificações celulares HPV induzidas. A nicotina exerce papel

carcinogênico cervical por meio de ação direta sobre o DNA das células epiteliais do

colo uterino e, além disso, promove uma diminuição das células de Langerhans,

determinando imunossupressão.36

Por fim, para que se compreenda a evolução natural da infecção pelo HPV,

torna-se necessária a abordagem da resposta imune do hospedeiro. O entendimento

do processo imunológico envolvido na infecção pelo HPV é de extrema

importância.23 Nesse contexto, indivíduos imunocompetentes produzirão

imunoglobulinas de ação imediata que prevenirão a disseminação do HPV.

Associada a isso, a resposta celular com linfócitos T citotóxicos (CD8+) e T

auxiliares (CD4+) promoverá a eliminação do vírus em até 80% dos casos. Nesses

indivíduos, o vírus é eliminado em um período de aproximadamente dois anos, sem

deixar sequelas e, muitas vezes, sem manifestar qualquer sintoma.14 Por outro lado,

24

pacientes imunodeficientes poderão mais facilmente evoluir com infecção

persistente pelo HPV e, consequentemente, para lesões intraepiteliais e câncer

genital. Um trabalho publicado por Rocha-Brischiliari et al.38 em 2014 mostrou que

pacientes HIV+ com contagem de linfócitos T CD4+ entre 200-350 células/mm³

possuem duas vezes mais riscos de contraírem o HPV do que pacientes com

contagem superior a 350 células/mm³, deixando claro, mais uma vez, a importância

do status imunológico na infecção pelo HPV.

Uma vez no trato anogenital da mulher, o HPV pode permanecer em estado

de latência, que se refere a uma infecção sem multiplicação, ou pode determinar

uma infecção persistente, com multiplicação, originando processos clínicos ou

subclínicos. A maioria das infecções genitais pelo HPV é latente ou subclínica e

pode regredir espontaneamente em qualquer fase desta evolução.22

Nas infecções latentes não existe crescimento ou evidência microscópica da

presença do vírus; nesses casos, pela escassez de material genético, o diagnóstico

apenas pode ser realizado por intermédio de teste de biologia molecular com

pesquisa do DNA-HPV, em que os mais utilizados são a captura híbrida (CH) e a

reação em cadeia de polimerase (PCR).39,40

Em outras situações pode ocorrer a chamada infecção subclínica. Nesse tipo

de apresentação a manifestação clinica é tão discreta que sua visualização não é

possível a olho nu, sendo necessário o uso de colposcópio.23 A forma subclínica é

suspeitada por alterações na citologia ou no exame histopatológico realizado por

meio de uma biopsia guiada pela colposcopia.41

Já a forma clínica é representada pelas lesões verrucosas identificadas

facilmente pela inspeção genital e conhecidas como verrugas genitais ou condiloma

acuminado. No condiloma acuminado, o HPV determina espessamento da

epiderme, hiperplasia do estrato córneo e graus variados de hiperceratose.23

Nos casos de infecção persistente pelo HPV, sobretudo associada à

imunodeficiência do hospedeiro e à presença de cofatores, pode ocorrer a interação

do DNA viral com o material genético celular e determinar atipias no epitélio

acometido. Essas lesões, conhecidas como lesões intraepiteliaias (LIE) de baixo ou

alto grau, possuem caráter pré-cancerígeno.40 A descrição das lesões intraepiteliais

e do carcinoma induzido pelo HPV foge do escopo desta revisão.

25

3.4 INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA

As verrugas genitais, determinadas em quase 90% das vezes pelos HPVs 6 e

11, são de diagnóstico clínico, feito por meio da inspeção genital. Os testes de

pesquisa do DNA-HPV não são indicados nesses casos, uma vez que seu resultado

não modificará o manejo dessa condição.3

Já as lesões subclínicas requerem exames citológicos (exame Papanicolaou)

e histológicos para o seu diagnóstico. O uso de solução de ácido acético 3 a 5%, o

qual causa alteração de coloração das células infectadas pelo HPV, tem sido

adjuvante na avaliação de casos suspeitos.3

Contudo, foi a partir do desenvolvimento de técnicas de biologia molecular

que se tornou possível identificar, com maior sensibilidade, a presença do DNA-HPV

em pacientes assintomáticos e não apenas com as alterações celulares tardias

decorrentes da ação do HPV.42 Embora não seja universalmente utilizado como

método de triagem para lesões HPV-induzidas, a associação de testes de biologia

molecular ao exame citológico rotineiro permitiu uma melhor avaliação do risco de

malignidade em virtude de diminuir os números de falso negativos apresentados

pela citologia43. As principais técnicas de biologia molecular utilizadas para a

detecção do HPV são a Captura híbrida e a Reação em cadeia de Polimerase.42

A captura híbrida é um método seguro, preciso e reprodutível para a detecção

do HPV. Contudo, permite a detecção de 18 tipos desse vírus, sem determinar

especificamente qual tipo está presente na amostra. Essa técnica determina apenas

se o DNA encontrado caracteriza um vírus de alto ou baixo risco oncogênico.44

Já a PCR, que é considerada a técnica mais sensível na identificação do DNA

do HPV, é executada inteiramente in vitro, possibilitando a síntese de fragmentos de

DNA utilizando uma enzima chamada Taq DNA Polimerase. Essa enzima, em

associação com os chamados iniciadores (primers), amplificará uma determinada

sequência do DNA em bilhões de cópias.45

Após o processo de PCR, os produtos amplificados podem ser clivados com

enzimas de restrição, e os fragmentos obtidos são comparados para a identificação

específica do tipo viral, técnica conhecida como RFLP (do inglês, Restriction

Fragment Length Polimorphysm). Além do RFLP, outras técnicas podem ser

26

empregadas com o objetivo de proceder a genotipagem do HPV, destacando-se o

sequenciamento direto. Ambos os métodos são capazes de identificar infecções por

múltiplos tipos de HPV e classificar o seu grau de risco oncogênico.42 Além disso,

permitem prover informações detalhadas e que são difíceis de serem obtidas, a

custos similares, por outras técnicas.46

3.5 TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA INFECÇÃO PELO HPV

O tratamento das lesões causadas pelo HPV baseia-se na exérese da lesão,

na sua destruição, por métodos físicos ou químicos, em medidas de

imunomodulação, ou na combinação dessas modalidades terapêuticas.47 Além

disso, ele depende do tipo de lesão, de sua localização e extensão e visa à

erradicação das lesões e à eliminação viral.48

A ablação cirúrgica da lesão mantém-se como abordagem básica para a

maioria das lesões anogenitais causadas pelo HPV.23

Entre os métodos destrutivos que utilizam agentes físicos destacam-se a

eletrocoagulação, a crioterapia e a laserterapia.49 Já os agentes químicos mais

utilizados envolvem o 5-fluororacil, a podofilotoxina e o ácido tricloroacético.23

Como a doença induzida pelo HPV possui base imunológica, os

imunomoduladores, os quais promovem estímulo da resposta imune do hospedeiro,

são ferramentas importantes no tratamento das lesões e na erradicação do vírus.

Nessa classe terapêutica destaca-se o Imiquimode, por ter a sua apresentação na

forma de creme, pode ser aplicado pela própria paciente.50 Além disso, a

suplementação de oligoelementos com ação antioxidante também modula a

resposta imune e interfere na evolução desta infecção.51

Os tratamentos das lesões intraepiteliais e do carcinoma de colo uterino não

estão no objetivo desta revisão.

Em relação à prevenção da infecção pelo HPV, desde 2006 o Food and Drug

Administration (FDA) americano recomenda a vacinação rotineira com a vacina

27

quadrivalente contra o HPV em meninas entre 11 e 12 anos, sendo esta a melhor

forma de prevenção primária.52

Atualmente no Brasil existem duas vacinas comercializadas, uma conhecida

como bivalente, por atuar contra os HPVs 16 e 18, e outra como quadrivalente, que

atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 e encontra-se no Programa Nacional de

Imunizações (PNI) desde 2014.15 Em breve haverá uma nova apresentação em

circulação, denominada vacina nonavalente, a qual oferecerá proteção contra um

número ainda maior de tipos do HPV, em especial os HPVs 6, 11, 16, 18, 31, 33, 45,

52 e 58.53

28

4 METODOLOGIA

4.1 DELINEAMENTO DA AMOSTRA E COLETA DE DADOS

Este trabalho trata-se de um estudo transversal, realizado entre 01 janeiro e

30 de junho de 2015, com o intuito de avaliar a prevalência da infecção

cervicovaginal pelo HPV entre mulheres atendidas em clínica privada de ginecologia

no Município de Joaçaba, Santa Catarina, Brasil.

As pacientes foram selecionadas ao acaso por ocasião de consulta

ginecológica realizada no Centro Médico Joaçaba (CMJ). Pacientes que não haviam

iniciado atividade sexual no momento da coleta do material e pacientes com idade

superior a 70 anos foram excluídas da amostra.

A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevista direta com as participantes

seguindo protocolo previamente estabelecido (Apêndice A), o qual considerou

fatores demográficos e comportamentais, bem como os principais fatores de risco

para o câncer de colo uterino.6

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade

do Oeste de Santa Catarina de Joaçaba (Unoesc), Santa Catarina, Brasil, em 16 de

dezembro de 2014, sob protocolo n. 1.131.845 (Anexo A). Para a participação no

estudo, as pacientes leram, discutiram e assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE) (Apêndice B).

4.2 COLETA, PROCESSAMENTO E EXTRAÇÃO DO DNA NO MATERIAL

CERVICOVAGINAL

O material cervicovaginal foi coletado utilizando-se espéculo vaginal

descartável Vagispec®, e foi armazenado em meio líquido do Kit coletor ThinPrep®

29

(HOLOGIC). Parte do material foi utilizado para o exame citológico, o qual se

realizou no Instituto de Patologia Joaçaba, com aspiração do conteúdo e confecção

da lâmina de forma automatizada por equipamento específico (HOLOGIC), seguida

por coloração pelo método de Papanicolaou.54 O material remanescente foi

encaminhado ao laboratório de Doenças Infecciosas e Parasitárias (LDIP) da

Unoesc, onde ocorreu a extração do DNA.

Aproximadamente 5 mL da amostra coletada no ThinPrep foram submetidos à

centrifugação a 500 x g por 15 minutos em temperatura ambiente. O sobrenadante

foi descartado, e o precipitado foi suspenso com 180 µL de PBS 7,4 estéril. Na

sequência, foram adicionados 20 µL de proteinase K (Ludwig®) e 180 µL de Buffer Al

(Quiagen®). O material foi homogeneizado em vórtex e incubado a 42 ºC por, pelo

menos, 12 horas. Após esse período, o material foi incubado a 90 ºC por 1 hora e

recebeu 40 µL de Acetato de Sódio 3M pH 5,2. Em seguida, as amostras foram

homogeneizadas em vórtex por 15 segundos, incubadas em gelo por 5 minutos e

submetidas à centrifugação a 14.000 x g por 3 minutos. Então, o sobrenadante foi

transferido para um novo tubo, e a este foram adicionados 600 µL de Isopropanol

100%; após homogeneização por inversão, a amostra foi centrifugada por 3 minutos

a 14.000 x g. O DNA foi, então, lavado com etanol 70% e ressuspendido com TE. O

DNA foi quantificado em espectrofotômetro (A280).

A pesquisa do DNA-HPV foi realizada por meio da técnica de reação em

cadeia de polimerase (PCR);55 para a amplificação do DNA foi utilizado um conjunto

de iniciadores para HPV MY09 (5‟-CGTCCMARRGGAWACTGATC-3‟) e MY11 (5‟-

CMCAGGGWCATAAYAATGG-3‟), os quais amplificam um fragmento de

aproximadamente 450 pares de bases (pb).56 Para tal, a reação da amplificação foi

realizada com aproximadamente 50-100 ηg de DNA, 0,8 μM de cada um dos

iniciadores, 0,25 mM de cada DNTp (Ludwig Biotecnologia, Porto Alegre, Brasil), 1,5

mM de MgCl2, 2,5 unidades (U) de Taq DNA Polimerase (Ludwig Biotecnologia,

Porto Alegre, Brasil) e 1X do tampão da enzima. A ciclagem de temperatura foi

realizada em termociclador Biocycler® nas seguintes condições: 94 °C por 5 minutos,

35 ciclos de 94 °C por 30 segundos, 56 °C por 30 segundos e 72 °C por 30

segundos, seguidos por uma extensão final a 72 °C por cinco minutos.

A integridade do DNA extraído foi observada por meio da amplificação de um

fragmento de 501 pb do gene da β-globina nas condições similares às descritas

30

anteriormente, utilizando-se os iniciadores β1 (5‟-TCAACCCTACAGTCACCCAT-3‟)

e β2 (5‟-CTAACAATTACGAACAGCAATGAG-3‟).

Em torno de 10 µL dos produtos de PCR foram revolvidos em eletroforese em

gel de agarose 2%, corados com Brometo de etídio (0.1%) e visualizados em luz

ultravioleta em transiluminador Vilber Lourmat®.

4.3 SEQUENCIAMENTO E GENOTIPAGEM DO HPV

As amostras positivas para o DNA-HPV foram sequenciadas no Laboratório

de Protozoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Para tal, a

região do gel de agarose contendo o amplicom de aproximadamente 450 pb foi

excisada, e o DNA foi purificado utilizando-se o kit GFX™ PCR DNA and Gel Band

Purification (GE Healthcare), conforme especificações do fabricante. Então, aos

produtos de PCR foram sequenciados utilizando-se os iniciadores MY09 e MY11 e

kit DYEnamic® ET Dye Terminator (GE Healthcare), conforme as instruções do

fabricante, em equipamento ABI 3500 (Applied Biosystems).

Para a determinação dos tipos de HPV, as sequências geradas foram

avaliadas quanto à qualidade e agrupadas utilizando-se o pacote

Phred/Phrap/Consed.57 Apenas as amostras com boa qualidade (Phred>20) foram

utilizadas para a genotipagem do HPV por meio da análise de similaridade pelo

algoritmo blastn do programa Blast disponível no Papilloma Virus Episteme

(PaVE),58 utilizando critérios de similaridade acima de 95% e valores de e inferior a

10 e-5. Também foram realizadas análises filogenéticas utilizando 182 sequências do

gene L1 de genomas de referências de cada genótipo de HPV disponíveis no PaVE.

Para tal, as amostras dos pacientes com boa qualidade foram alinhadas com os

genomas de referência utilizando o Programa MAFFT (Multiple Alignment using Fast

Fourier Transform);59 em seguida, os alinhamentos foram utilizados para as

inferências evolutivas desses grupos com o auxílio do Programa MEGA 7.60 As

inferências filogenéticas foram realizadas utilizando-se o método de Neighbor-

Joining, e as distâncias evolutivas foram inferidas pelo método de Jukes-Cantor,

31

considerando-se distribuição normal de taxas de mutação entre os sítios, e sítios

com menos de 95% de deleção foram desconsiderados da análise, totalizando 471

posições analisadas.

Ressalta-se que quando a PCR se apresentou positiva para o HPV, mas não

se identificou o tipo viral, a amostra foi considerada HPV positiva, porém sem

genótipo definido.

4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As variáveis de interesse foram analisadas por intermédio dos testes

estatísticos de qui-quadrado (χ2), teste exato de Fischer, teste G e teste de

correlação de Pearson,61 utilizando-se o Programa GraphPad Prism 2007® e

considerando-se nível de significância de 95% (p<0,05).

32

5 RESULTADOS

Foram entrevistadas 150 mulheres que procuraram o serviço de atendimento

médico da clínica ginecológica participante neste estudo, das quais foram coletadas

amostras cervicovaginal. Dessas amostras, 111 (74%) apresentaram amplificação

para o gene da ß-globina humana e passaram, então, a compor as amostras válidas

para o presente estudo. Do total de 111 amostras válidas, o DNA-HPV foi

amplificado em 16, correspondendo a uma prevalência de 14,41% (Figura 1).

Figura 3 – Perfil eletroforético de amostras representativas Nota: Amplicon obtido a partir da amplificação do fragmento de 501 pb da b-tubulina (gel superior) e do fragmento de, aproximadamente, 450 pb correspondente a uma região do gene L1 de HPV (gel inferior). (-) controle negativo, (+) controle positivo; amostras positivas (7, 22, 26), amostras negativas (19, 20, 21, 23 e 24) e amostras descartadas (25 e 27). As amostras foram resolvidas em gel de agarose 2% e coradas com brometo de etídeo. O marcador de tamanho molecular (MW) utilizando foi o 100bp (Ludwig Biotecnologia).

Além da presença do HPV, foram avaliadas as informações fornecidas pelas

pacientes durante a entrevista (Tabela 1). A faixa etária variou entre 17 e 69 anos,

com média de 35,4 anos e mediana de 33 anos, sendo a faixa etária mais prevalente

entre 21 e 40 anos. Entre as pacientes HPV positivo, 12 (75%) encontravam-se

nessa faixa etária.

Também foi observado que a maioria das pacientes possui relação conjugal

estável, nível superior de escolaridade e renda familiar mensal superior a mais de

cinco salários mínimos, não sendo observada diferença estatística entre os grupos

HPV positivo e HPV negativo nessas variáveis. Assim como o hábito de fumar, que

33

foi admitido por 11 pacientes (9,9%) e também não representou diferenças

estatísticas entre os grupos (Tabela 1).

O comportamento sexual, avaliado por meio da idade da sexarca, e a

paridade também foram variáveis que mostraram distribuição equivalente entre o

grupo de mulheres com e sem a infecção pelo HPV. Ressalta-se que, do total de

pacientes, 97 (87,4%) iniciaram a atividade sexual antes dos 21 anos de idade e que

entre o grupo HPV positivo, sete (43,75%) nunca engravidaram.

A presença de outras DSTs, verrugas genitais ou a realização de

cauterizações no colo uterino foram variáveis que não apresentaram diferenças

estatísticas entre os grupos, assim como em relação à flora vaginal, em que os

Lactobacillus representaram as bactérias mais prevalentes entre todas as pacientes

(Tabela 1).

Tabela 1 – Variáveis sem significância estatística entre mulheres atendidas em clinica privada de ginecologia de acordo com presença ou ausência do DNA-HPV

Variável DNA HPV (+) DNA HPV (-) Total

n % n % n %

Idade (anos)1

<20 2 66,7 1 33,3 3 2,7

20 – 40 12 15,0 68 85,0 80 72,1

>40 2 7,1 26 92,9 28 25,2

Estado civil2

União estável 15 14,7 87 85,3 102 91,9

Sem união estável 1 11,1 8 88,9 9 8,1

Escolaridade3

Fundamental 0 0,0 8 100,0 8 7,2

Médio 5 15,2 28 84,8 33 29,7

Superior 11 15,7 59 84,3 70 63,1

Renda (sal. mín.)1

1 0 0,0 2 100,0 2 1,8

2 – 3 4 16,0 21 84,0 25 22,5

4 – 5 3 10,3 26 89,7 29 26,1

> 5 9 16,4 46 83,6 55 49,6

Tabagismo2

Não 12 12,0 88 88,0 100 90,1

Sim 4 36,4 7 63,6 11 9,9

Paridade2

Nulípara 7 20,6 27 79,4 34 30,6

Um filho 8 16,7 40 83,3 48 43,2

Mais que um filho 1 3,4 28 96,6 29 26,2

Sexarca2

< 21 anos 16 16,5 81 83.5 97 87,4

≥ 21 anos 0 0,0 14 100,0 14 12,6

34

DST1

Não 13 13,5 83 86,5 96 86,5

HSV2 0 0,0 3 100,0 3 2,7

HPV 3 25,0 9 75,0 12 10,8

Verrugas2

Não 15 14,3 90 85,7 105 94,6

Sim 1 16,7 5 83,3 6 5,4

Cauterização prévia2

Não 11 15,5 60 84,5 71 64,0

Sim 5 12,5 35 87,5 40 36,0

Flora1

Lactobacillus 14 16,7 70 83,3 84 75,7

Cocos 1 7,1 13 92,9 14 12,6

Gardnerella/Mobiluncus 1 9,1 10 90,9 11 9,9

Candida 0 0,0 2 100,0 2 1,8

Nota: 1

Não significante pelo Teste-G (p > 0.05); 2 Não significante pelo Teste Exato de Fischer (p >

0.05); 3 Não significante pelo Teste de Qui-Quadrado (p > 0.05).

A história clínica de exame colpocitológico prévio positivo para lesão

intraepitelial, bem como alterações citológicas pré-neoplásicas encontradas no

exame colpocitológico atual apresentaram diferenças estatisticamente significativas

entre os grupos (P < 0,05). Contudo, em 12 (75%) pacientes HPV positivas não

foram evidenciadas alterações citológicas no exame atual (Tabela 2), demonstrando

a importância das técnicas de biologia molecular na identificação do HPV.

Em relação à genotipagem, 5 (31,25%) amostras foram consideradas HPV

positivo, mas sem genótipo definido. As outras 11 (68,75%) amostras foram

genotipadas (Figura 4) e apresentam sua distribuição de genótipos e risco

oncogênico descritos na Tabela 3. Destacam-se, ainda, que 6 (54,54%) amostras

sequenciadas evidenciam HPVs com alto risco oncogênico, ao passo que 5

(45,45%) apresentam HPVs considerados de baixo risco para câncer. Não foram

identificadas pacientes com infecção por múltiplos tipos do HPV no presente estudo.

Na Tabela 4 apresenta-se uma comparação entre os resultados obtidos neste

estudo e em outros importantes trabalhos realizados no Brasil sobre o tema,

classificando as pacientes, quanto à origem entre oriundas do sistema público de

saúde e do sistema privado.

35

Tabela 2 – Variáveis com significância estatística entre mulheres atendidas em clínica privada de ginecologia de acordo com presença ou ausência do DNA-HPV

Variável DNA HPV (+) DNA HPV (-) Total p n % n % n %

CO1 prévia alterada

2 < 0,05*

Nunca 12 16,7 60 83,3 72 64,9 Já teve inflamação 0 0,0 24 100,0 24 21,6 Já teve ASCUS

3 1 14,3 6 85,7 7 6,3

Já teve LIE4 3 37,5 5 62,5 8 7,2

CO

1 atual

2 < 0,05*

Negativo 12 11,5 92 88,5 104 93,7 ASCUS

3 1 25,0 3 75,0 4 3,6

LIE4 3 100,0 0 0,0 3 2,7

Nota: 1 CO: exame citopatológico;

2 Significância estatística pelo Teste-G (p < 0.05);

3 ASCUS: atipias

celulares de significado indeterminado; 4 LIE: lesão intraepitelial.

Tabela 3 – Distribuição dos genótipos e classificação quanto ao risco oncogênico das amostras HPV positivas de mulheres atendidas em clínica privada de ginecologia

Tipo Número de amostras Percentual (%) Risco oncogênico

6 1 6,25 Baixo

16 1 6,25 Alto

42 1 6,25 Baixo

49 1 6,25 Baixo

53 2 12,5 Alto

54 2 12,5 Baixo

58 2 12,5 Alto

82 1 6,25 Alto

ND 1 5 31,25 -

Nota: 1 ND: Tipo não determinado.

36

Figura 4 – Cladograma demonstrando a posição taxonômica das 11 amostras sequenciadas em relação as 182 amostras de HPV

Nota: A árvore foi elaborada utilizando-se o método de Neighbor-Joining. As distâncias evolutivas foram inferidas por meio do método de Jukes-Cantor, considerando distribuição normal de taxas de mutação entre os sítios, e sítios com menos de 95% de deleção foram desconsiderados da análise, gerando um total de 471 posições analisadas em cada sequência.

37

6 DISCUSSÃO

A prevalência da infecção pelo HPV sofre influência de diversos fatores,

podendo apresentar amplas variações nas suas estimativas de acordo com a idade

da população estudada e a sensibilidade do método utilizado na detecção do vírus.28

Esse fato pode ser demonstrado por meio do estudo realizado por Pariz-Silva et

al.,62 os quais compararam a prevalência da infecção pelo HPV utilizando métodos

moleculares como a PCR e CH; a PCR detectou 43,22% das amostras avaliadas

como positivas para HPV, ao passo que, quando submetidas à CH, as mesmas

amostras se mostraram positivas em apenas 35%. Nesse sentido, na casuística do

presente estudo foi empregada a técnica de PCR e foi possível observar uma

prevalência de 14,41% da infecção cervicovaginal pelo HPV.

A prevalência global do HPV na população feminina varia entre 2 e 44%.31

Contudo, em países com baixo desenvolvimento socioeconômico, como é o caso do

Gabão, essa prevalência pode apresentar taxas ainda maiores, chegando a 60% da

população feminina.63 Em contrapartida, países desenvolvidos, que propiciam

melhor acesso à saúde e, principalmente, países que instituíram campanhas de

vacinação contra o HPV apresentam uma queda nas taxas de infecção pelo vírus e

nas doenças HPV-induzidas. Nos Estados Unidos, a prevalência da infecção, que

era de 11,5% nos anos que antecederam a vacinação, reduziu para 5,1% após a

instituição da vacina e pode reduzir até 70% dos casos de câncer cervical.64 Nesse

contexto, fica evidente a associação entre as condições sociais, econômicas e de

acesso à saúde de uma população e a prevalência da infecção HPV.

O cenário atual da assistência à saúde no Brasil encontra-se dividido, com a

maioria da população utilizando o Sistema Único de Saúde (SUS), o qual possui

financiamento público e garante atendimento universal.65 Contudo, em razão de

seus inúmeros problemas, esse modelo de atenção à saúde afasta uma parcela

importante de brasileiros, os quais passam a buscar atendimentos na chamada

saúde privada ou suplementar. Via de regra, as pessoas de melhor nível

socioeconômico tendem a buscar atendimento na saúde suplementar, ao passo que

a população de baixa renda se utiliza basicamente do sistema público. Nesse

sentido, como grande parte dos estudos de prevalência da infecção pelo HPV no

38

Brasil utilizou como fonte de dados pacientes oriundas do SUS, é desconhecido o

percentual de infecção nas pacientes atendidas na rede privada de saúde, bem

como inexistem trabalhos comparativos entre esses dois grupos. Apresentamos, a

seguir, uma tabela comparativa entre diversos trabalhos realizados no Brasil sobre a

prevalência da infecção cérvicovaginal pelo HPV.

Tabela 4 – Comparação entre estudos realizados no Brasil sobre a prevalência e a genotipagem do HPV

Estudo UF1 Origem paciente Amostragem Prevalência Genótipos

2

Gonçalves et al. SC Privado 111 14.4% 53, 54 e 58

Fedrizzi et al.20

SC Privado e SUS 100 21%3 -

Dos Santos et al.7

RO SUS 334 31%4 16, 18 e 56

Pariz Silva et al.62

SC SUS 118 43.2%4 -

Oliveira G et al.8

RS SUS 302 18.2%3 16, 58 e 6

Ceccato Jr et al.9

MG SUS 171 37.1%4 16, 33 e 56

Coser et al.10

RS SUS 337 34%4 16, 31 e 62

Noronha et al.11

PA SUS 1021 12.4%3 18, 52 e 53

Oliveira L et al.12

RJ SUS 266 27.4%4 16, 31 e 66

Nota: 1 Unidade da Federação;

2 Três genótipos mais frequentes;

3 Não significante (p > 0.05);

4

Significante (p < 0.001).

Entre os estudos apresentados na Tabela 4, o que obteve a menor taxa de

infecção pelo HPV11 apresentou uma prevalência de 12,4%, similar à observada

neste estudo (p > 0,05). Nesse mesmo estudo,11 as pacientes avaliadas eram

oriundas do SUS e tinham entre 30 e 45 anos, o que pode ter sido determinante na

baixa prevalência da infecção viral encontrada pelos autores, uma vez que, de

acordo com Forman et al.,5 a infecção pelo HPV na América latina possui sua maior

prevalência entre mulheres abaixo de 25 anos, com tendência à queda com a

progressão da idade, voltando a subir, possivelmente em virtude de mudanças no

comportamento sexual, após os 45 anos. Outros dois estudos pesquisados,20,28

apesar de apresentarem uma frequência superior ao encontrado neste estudo, não

obtiveram diferença estatisticamente significativa em relação à casuística do

presente estudo. Ressalta-se que um dos trabalhos citados20 avaliou pacientes

oriundas tanto do sistema público quanto do sistema privado de saúde. Todos os

demais estudos analisados obtiveram uma taxa de infecção viral superior aos

14,41% encontrados na casuística da presente pesquisa, com P < 0,001. O fato de,

nesta amostra, serem incluídas exclusivamente mulheres atendidas em clínica

privada, o que infere uma melhor condição socioeconômica, parece ter sido

39

determinante na baixa prevalência quando comparada aos demais estudos

realizados no Brasil.

Neste estudo, a média de idade encontrada foi de 35,4 anos, sendo a média

de idade das pacientes positivas para o HPV de 31,6 anos, similar à observada por

outros autores.20 Merece destaque o fato de que entre as pacientes com idade

inferior a 20 anos, duas (66%) foram positivas para a presença do HPV, reforçando

a susceptibilidade das adolescentes a esta infecção, o que se explica principalmente

pela atividade biológica aumentada no colo uterino das pacientes jovens, com maior

frequência de ectopias e metaplasia imatura, fornecendo ambiente propício para a

infecção pelo HPV, bem como pelo maior número de parceiros sexuais.66

Além do baixo nível socioeconômico, inúmeros fatores sociais, demográficos

e de comportamento são descritos como de risco para a infecção pelo HPV e para o

câncer de colo uterino. Pode-se citar, como exemplo, início precoce da atividade

sexual, tabagismo, estado civil e baixo nível escolaridade.6 Nesta casuística, ao se

analisarem esses fatores e comparar o grupo de mulheres infectadas pelo HPV ao

grupo de mulheres não infectadas, não foram identificadas diferenças

estatisticamente significativas em nenhuma dessas variáveis, possivelmente em

virtude do perfil das pacientes selecionadas, das quais 68,75% possuíam nível de

escolaridade superior completo, e 90,1% declararam-se não fumantes. Em

contrapartida, outros autores encontram relações entre esses fatores e a infecção

pelo HPV.67-69 Em um estudo,67 os autores observaram uma relação inversa entre o

nível de escolaridade e a infecção pelo HPV; outros autores,68 em estudo que

avaliou mais de mil mulheres, demonstraram a associação entre o hábito de fumar e

a infecção cervicovaginal pelo HPV. Além disso, esses mesmos autores68

estabeleceram uma relação diretamente proporcional entre o número de cigarros

consumidos por dia e a taxa de infecção pelo HPV. Sabe-se que o tabaco possui

efeito de imunossupressão genital, o que potencializa o seu efeito carcinogênico em

razão de esse fator ser importante no processo de perpetuação da infecção pelo

HPV.69

Possuir uma relação sexual estável, com parceiro fixo, nos seis meses que

antecederam a coleta de dados, contrariando o que se imaginaria, não demonstrou

proteção contra a infecção pelo HPV na presente casuística. Observou-se que 15,

93,75% das mulheres infectadas pelo HPV declararam viver em um relacionamento

conjugal estável. Em estudo70 que envolveu apenas mulheres casadas, a

40

prevalência da infecção pelo HPV foi de 13,5%, muito próxima ao encontrado nesta

pesquisa. Por outro lado, Ebrahim et al.71 demonstraram que, mesmo em mulheres

com união conjugal estável, quando estas não residiam com os companheiros, a

probabilidade de elas se infectarem pelo HPV era estatisticamente superior à das

mulheres que residiam com os seus respectivos cônjuges. No presente estudo, 8

(53,33%) mulheres HPV positivas que possuíam relacionamento estável relataram

residir com o seu respectivo parceiro, ao passo que 7 (46,66%) não residiam com o

parceiro, o que não permite corroborar ou refutar os dados proposto por Ebrahim et

al.71

Em relação à renda familiar, apenas duas (1,8%) pacientes desta amostra, as

quais foram classificadas como não infectadas pelo HPV, relataram possuir renda

familiar mensal de até um salário mínimo. Por outro lado, 84 (75,7%) possuem renda

superior a quatro salários mínimos. Ressalta-se, mais uma vez, que o baixo nível

socioeconômico é reconhecido como fator de risco para a infecção pelo HPV.

Acredita-se que o fato de não se encontrarem diferenças estatisticamente

significativas entre os grupos, no aspecto da renda familiar, deva-se novamente ao

perfil das pacientes selecionadas nesta amostra.

Considerando-se a idade da sexarca, em que o início sexual precoce poderia

propiciar maior vulnerabilidade ao HPV e a outras DSTs, também não foram

observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de pacientes

infectadas e os de pacientes não infectadas pelo HPV. Todas as pacientes

infectadas relataram início da atividade sexual antes do 21 anos; contudo,

possivelmente em virtude de ter sido utilizada uma idade de corte mais elevada para

a sexarca, com menos estratificações, e considerando o padrão sexual atual, não

foram encontrados os resultados observados em outros estudos.8,20 Destaca-se,

ainda, que nesse contexto, apesar de o HPV possuir transmissão eminentemente

sexual, outros autores72 encontraram uma prevalência importante em meninas que

ainda não haviam iniciado a atividade sexual, possivelmente em razão da

contaminação vertical durante o parto ou, ainda, por transmissão por contato durante

o banho a até mesmo pela manipulação das fraldas.

Niyazi et al73 observou a associação entre a presença de úlceras ou

inflamação vulvovaginal e a infecção pelo HPV. Outro estudo, realizado na

Colômbia,74 demonstrou associação entre a infecção por Chlamydia trachomatis e o

41

HPV. Na presente casuística, as pacientes com processos inflamatórios ou outras

DSTs não apresentaram maior prevalência em relação à coinfecção com o HPV.

A gravidez, que por determinar um maior tempo de exposição ao epitélio

metaplásico do colo uterino, assim como ocorre com as adolescentes, e pela

imunossupressão própria do ciclo gravídico puerperal, também funciona como fator

de risco para a infecção pelo HPV.28 O risco é proporcional ao período de tempo que

a paciente permaneceu grávida, ou seja, quanto maior for o número de filhos, maior

o risco.28 No presente estudo e considerando-se as mudanças da mulher moderna,

com maior inserção no mercado de trabalho e menor número de filhos, sendo este o

perfil de mulheres desta amostra, observou-se que somente 26,2% relataram

possuir mais de um filho e, com isso, não determinando diferença estatística entre

os grupos. Destaca-se que a redução do número de filhos por família é uma

constante em todo o Brasil, especialmente na região Sul, onde esse índice caiu

10,4% entre os anos 2003 e 2013.75

Em relação aos tipos de HPV, observou-se claramente que a genotipagem

realizada por meio do sequenciamento do fragmento de 451 pb do gene L1 e a

posterior classificação taxonômica baseada em similaridade e em inferências

filogenéticas (Figura 4) permitiram a classificação correta dos genótipos identificados

no presente estudo quando comparados aos genomas de referência.

Considerando esses genótipos, cinco (45,45%) corresponderam a vírus

considerados de baixo risco oncogênico, com destaque para o tipo 54. Por outro

lado, seis, ou 54,55% das amostras evidenciaram DNA de tipos com alto risco

oncogênico, em que se destacam o 53 e o 58. Esses resultados estão abaixo dos

observados em outros estudos realizados no mesmo Estado, Santa Catarina, em

que foi observada uma taxa de 69,56% de pacientes com HPV de alto risco

oncogênico na região norte62 e de 71% na região da Grande Florianópolis.20 Além

disso, o tipo 16, que representa o tipo mais prevalente na maioria dos estudos, foi

observado em apenas uma paciente neste trabalho. Não é possível determinar se a

menor taxa de tipos considerados de alto risco oncogênico observada no presente

estudo ocorreu exclusivamente em virtude de terem sido selecionadas apenas

pacientes atendidas na saúde privada ou se, além disso, outros fatores regionais

podem ter influenciado a favor de se ter um menor índice de tipos oncogênicos na

região Oeste de Santa Catarina. Vale mencionar que os tipos mais prevalentes

encontrados neste estudo – 53, 54 e 58 – não fazem parte das cepas cobertas pelas

42

vacinas contra o HPV atualmente comercializadas no Brasil. A infecção pelo HPV

58, tipo com alto risco oncogênico, será coberta na vacina nonavalente contra o

HPV, a qual estará disponível no Brasil em 2017.

Assim como o trabalho de Oliveira et al.,8 no qual também se utilizou o

sequenciamento para o processo de genotipagem, não foram observadas pacientes

com coinfecção por mais de um tipo de HPV neste estudo.

A presente casuística mostrou associação estatisticamente significativa entre

apresentar, na história pregressa ou atual, alterações no exame citológico (ASCUS

ou LIE) e a infecção pelo HPV, assim como observado por Oliveira et al.8 e Pariz-

Silva et al.62 Apesar disso, 12 (75%) mulheres infectadas pelo HPV apresentaram

citologia negativa, distinto do observado por Saraiya et al.,76 nos Estados Unidos, em

que a discordância entre a citologia e os testes de biologia molecular foi de apenas

4,9%. Pode ter contribuído para esse fato a baixa prevalência da infecção pelo HPV

encontrada no trabalho americano, bastante inferior a esta, com índice de 7,2% das

mulheres infectadas pelo HPV.

Vários autores77,78 concordam que a utilização de testes de biologia molecular

para pesquisa do HPV podem melhorar o rastreamento do câncer de colo uterino.

Sabe-se, também, que em indivíduos imunologicamente competentes a evolução

natural da infecção pelo HPV cursa com a depuração do vírus, o que caracteriza um

processo transitório.79 Apesar dessa evolução benigna, o alto percentual de

mulheres infectadas com HPV e com citologia cervicovaginal normal, com

possibilidade de persistência e evolução para lesões pré-neoplásicas, encontrado

neste estudo, remete a pensar no custo-efetividade e na necessidade de se

associarem os testes de biologia molecular ao rastreamento convencional do câncer

de colo uterino. Além disso, conforme já preconizado por Katki et al.,80 a associação

entre esse método e o citológico mostra-se uma eficiente medida para a

identificação de mulheres com alto risco de desenvolvimento desse tipo de câncer.

Acreditamos que os estudos sobre a prevalência da infecção cervicovaginal

pelo HPV são de extrema importância e, portanto, devem ser constantemente

aprimorados e aprofundados. Houve dificuldades na realização do presente estudo,

sobretudo na manipulação das primeiras amostras coletadas, o que obrigou-nos a

descartar uma parcela importante de pacientes. Lembramos que, por se tratar de um

programa interdisciplinar, envolvendo biologia molecular e ginecologia, com prazo

determinado para realização de cada etapa, não tivemos tempo hábil para realizar

43

um estudo piloto, bem como para um treinamento adequado da equipe na realização

dos procedimentos laboratoriais, obrigando-nos com isso, a descartar amostras

duvidosas. Esse problema foi solucionado e, com isso, esperamos futuramente

ampliar o número de amostras para podermos determinar a prevalência da infecção

pelo HPV não só em uma clínica específica de ginecologia, mas em toda a

população do município de Joaçaba.

44

7 CONCLUSÕES

O presente estudo demonstrou que a prevalência da infecção cervicovaginal

entre as pacientes atendidas em clínica privada de ginecologia no Município de

Joaçaba, região Meio-Oeste de Santa Catarina, Brasil, é de 14,41%, resultado

inferior ao observado na maioria dos trabalhos cuja origem das pacientes é o

sistema público de saúde. Além disso, os tipos virais mais prevalentes (53, 54 e 58)

diferem daqueles observados em outros trabalhos realizados no Brasil, em especial

aqueles que focam em pacientes do sistema público de saúde. Apesar de não ter

sido constatada a associação entre a infecção pelo HPV e os principais fatores de

risco para o câncer de colo uterino, foi observada associação estatisticamente

significativa entre a presença do vírus HPV e a história pregressa ou atual de

alterações no exame de citologia oncótica, ressaltando a necessidade da aplicação

dos testes moleculares associados ao citológico como uma estratégia para detecção

precoce do câncer de colo de útero.

45

8 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA INTERDISCIPLINARIDADE

O conceito de interdisciplinaridade parece ainda estar em construção.81 Para

Japiassu,82 a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre

os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um

mesmo projeto. Nesse sentido, o presente estudo atendeu às premissas da

interdisciplinaridade, uma vez que associou conhecimentos oriundos dos ciclos

básicos e, não menos importantes, os praticados em laboratórios, sobretudo por

meio das técnicas de biologia molecular, ao conhecimento exercido na prática clínica

diária, desempenhada no atendimento à mulher em clínica privada de ginecologia.

A determinação da prevalência da infecção cervicovaginal pelo HPV, bem

como a sua genotipagem, desenvolvidas dentro de um laboratório, tendo como

amostra a população deste estudo, retornarão a essa mesma população como

medida efetiva na prevenção dessa infecção e da mais temida de suas

complicações, o carcinoma de colo uterino.

46

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82. Japiassu H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago;

1976.

57

APÊNDICE A – Instrumento de pesquisa

Questionário Socioeconômico

1. Número da Paciente:_____

2. Idade:_____

3. Etnia: ( ) Caucasiana ( ) Negra

4. Estado Civil: ( ) União Estável ( ) Sem união estável

5. Escolaridade: ( ) Ensino Fundamental ( )Ensino médio ( ) Ensino Superior

6. Renda Familiar: ( ) Até 1 salário mínimo ( ) 1-3 salários mínimos

( ) 3-5 salários mínimo ( ) + 5 salários mínimos

7. Local de atendimento:

( ) Clínica Privada ( ) PSF Vargem Bonita

( ) Consórcio Saúde Herval d‟Oeste ( ) Ambulatório Universitário – AMU

8. Cidade onde reside: _______________

9. Números de filhos: _____

parto normal : _____ cesariana: _____

10. Idade de início da atividade sexual: _____

11. Tabagismo: ( ) Fumante ( ) Não Fumante

12. Uso de anticoncepcional hormonal: ( ) Sim ( ) Não

13. Já teve alterações no exame preventivo do colo uterino

( ) Lesão pré-cancerígina (NIC/ASCUS) ( ) Câncer colo uterino

( ) Inflamação ( ) Nunca teve alterações

14. Já teve alguma doença sexualmente transmissível: ( ) Sim ( ) Não

15. Já teve verrugas genitais: ( ) Sim ( ) Não

16. Já cauterizou „‟ferida‟‟ no colo uterino: ( ) Sim ( ) Não

17. Resultado de preventivo atual (não responder): .

58

APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: PREVALÊNCIA E GENOTIPAGEM DO PAPILOMA

VÍRUS HUMANO (HPV) EM MULHERES DO MEIO-OESTE DE SANTA CATARINA

A JUSTIFICATIVA, OS OBJETIVOS E OS PROCEDIMENTOS: O Papiloma Vírus Humano (HPV) é um micro-organismo (vírus) que causa verrugas genitais. Sabemos que o HPV apresenta íntima associação com o câncer genital, principalmente o câncer de colo de útero...Assim esta pesquisa quer saber os tipos mais prevalentes do HPV nas mulheres do meio-oeste de Santa Catarina para poderemos adotar a melhor forma de tratamento bem como medidas preventivas para o câncer genital. Para isto, alguns procedimentos simples serão realizados, como a coleta do material cervicovaginal (exame de Papanicolau ou preventivo do câncer de colo de útero) realizado pelo pesquisador responsável (que possui habilitação para tal procedimento). O material coletado será encaminhado para laboratórios para o diagnóstico e determinação do tipo do HPV através da análise do DNA do vírus. Além disso, você responderá a um questionário pré-estabelecido composto por 16 perguntas diretas. A sua participação na pesquisa ocorrerá em uma única vez e a resposta do questionário levará aproximadamente 5 (cinco) minutos. DESCONFORTOS, RISCOS E BENEFÍCIOS: A sua participação neste estudo não gerará nenhum tipo de desconforto ou risco

além do habitual da coleta do material cervicovaginal que, como preconizado, deve ser realizado regularmente. Por outro lado,

o benefício que se obterá, com a determinação do tipo de HPV mais prevalente na nossa região, auxiliará na instituição de

medidas preventivas e terapêuticas com relação ao câncer de colo uterino, um dos tipos de câncer mais comum entre as

mulheres brasileiras

FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA: Uma vez diagnosticado a presença do HPV em seu exame

cervicovaginal, você será prontamente informada pelo pesquisador e, havendo necessidade de tratamento ou apenas de

seguimento, ele será instituído pelo seu médico assistente, com o devido encaminhamento, quando necessário, e seguindo as

premissas de tratamento para cada caso.

GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE SIGILO: Você poderá solicitar

esclarecimento sobre a pesquisa em qualquer etapa do estudo. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu

consentimento ou interromper a participação na pesquisa a qualquer momento, seja por motivo de constrangimento e ou outros

motivos. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.

Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa do DNA do HPV

serão enviados para você e permanecerão confidenciais. Seu nome ou o material que indique a sua participação não será

liberado sem a sua permissão. Você não será identificada em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Este

consentimento está impresso e assinado em duas vias, uma cópia será fornecida a você e a outra ficará com o pesquisador

responsável.

CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO: A participação no estudo, não acarretará custos para

você e não será disponibilizada nenhuma compensação financeira

DECLARAÇÃO DO SUJEITO PARTICIPANTE OU DO RESPONSÁVEL PELO SUJEITO PARTICIPANTE: Eu, .......................................................................................................... fui informada dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e ou retirar meu consentimento. Os responsáveis pela pesquisa acima, certificaram-me de que todos os meus dados serão confidenciais. Em caso de dúvidas poderei chamar os pesquisadores responsáveis Luiz Fernando Goncalves, Av. Santa Terezinha, 243 tel. 3521-0091 ou Prof. Dr. Glauber Wagner, Rua José Firmo Bernardi, 1591, Unoesc, Campus II, Bloco B, Sala 306, Tel. 3551 – 2128 ou ainda entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Unoesc e Hust, Rua Getúlio Vargas, nº 2125, Bairro Flôr da Serra, 89600-000- Joaçaba – SC, Fone: 49-3551-2012. Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Assinatura do sujeito pesquisado ou impressão dactiloscópica.

Nome legível:

Endereço: RG. Fone: _______________________________________ Assinatura do(a) pesquisador(a) responsável Data _____/______/_____

59

ANEXO A – Parecer Consubstanciado CEP

60

ANEXO B – Comprovante de submissão do artigo científico à

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

61

MEMORIAL DE CORREÇÕES

Mestrando: Luiz Fernando Gonçalves

Dissertação: PREVALÊNCIA E GENOTIPAGEM DO PAPILOMAVÍRUS HUMANO (HPV) NA

REGIÃO CERVICOVAGINAL DAS MULHERES ATENDIDAS EM CLÍNICA PRIVADA DE

GINECOLOGIA NO MUNICÍPIO DE JOAÇABA, SC.

Informamos que foram realizadas as correções na versão final do trabalho conforme

solicitado pela banca examinadora, a saber:

1) Alteração no título;

2) Correções gramaticais;

3) Substituição do termo “subtipo” pelo termo “Tipo” em todo o trabalho;

4) Alteração na Referência 29, página 21 do texto;

5) Mudança da Tabela 4 da seção “resultados” para a seção “discussão”;

6) Confecção de um parágrafo elencando as dificuldades e perspectivas futuras sobre o

tema abordado;

7) Correções da formatação nas referências bibliográficas

Atenciosamente,

_________________________________

Luiz Fernando Gonçalves

Joaçaba, 23/11/16