universidade do minho - josefernandes.pt eng. genética... · a segunda linha de defesa é mais...
TRANSCRIPT
Braga, 2010
Universidade do Minho
Mestrado em Bioinformática
José Fernandes
Gene HLA-B
2
Índice
Introdução ............................................................................................................................................ 4
Como funciona o complexo MHC ....................................................................................................... 5
Folding de proteínas envolvidas no SI ................................................................................................. 6
O que acontece quando o MHC falha .................................................................................................. 6
As classes do complexo MHC ............................................................................................................. 7
Polimorfismo dos genes MHC/HLA.................................................................................................... 7
Domínios das proteínas do tipo MHC I .............................................................................................. 8
Como detectar os alelos do HLA ........................................................................................................ 9
O gene HLA-B ..................................................................................................................................... 9
O que acontece quando o HLA-B falha ............................................................................................. 11
O gene HLA-B em espécies diferentes .............................................................................................. 12
A estrutura tridimensional da proteína MHC class I antigen B*27 .................................................. 12
Onde se expressa o gene HLA-B ....................................................................................................... 13
Fármacos que interagem com o gene HLA-B .................................................................................... 13
Vias metabológicas onde o gene HLA-B está envolvido .................................................................. 14
Splicing do gene HLA-B.................................................................................................................... 15
Alinhamento pairwise da proteína em espécies diferentes ................................................................ 16
Homologia do gene HLA-B e da proteína que codifica ..................................................................... 16
Conclusão ........................................................................................................................................... 18
Anexos ............................................................................................................................................... 19
Sequência de nucleótidos do gene HLA-B .................................................................................... 19
Sequência de aminoácidos da proteína .......................................................................................... 19
Bibliografia ........................................................................................................................................ 20
Consulta de internet ........................................................................................................................... 20
3
Índice de figuras
Ilustração 1 - Proteína do tipo MHC I (1hsa)....................................................................................... 5
Ilustração 2 - Como a molécula MHC I transporta os peptídeos para o exterior da célula ................. 5
Ilustração 3 - Folding de várias proteínas ............................................................................................ 6
Ilustração 4 - Distribuição dos genes HLA no cromossoma 6 ............................................................. 7
Ilustração 5 - Nº de alelos descobertos desde 1968 até 2010 na classe I e II do HLA ........................ 7
Ilustração 6 - Nomenclatura dos genes HLA ....................................................................................... 8
Ilustração 7 - Estrutura de uma molécula de classe I do MHC ............................................................ 8
Ilustração 8 - Regiões da proteína HLA class I histocompatibility antigen, B-27 alpha chain ........... 9
Ilustração 9 - Posição do gene HLA-B no cromossoma 6 ................................................................. 10
Ilustração 10 - Lista com uma série de códigos de acesso em várias bases de dados........................ 10
Ilustração 11 - Alinhamento do da sequência de DNA [Homo sapiens] / [Mus musculus] ............ 12
Ilustração 12 - A estrutura tridimensional da proteína MHC class I antigen B*27 .......................... 12
Ilustração 13 - Expressão do gene HLA-B no organismo ................................................................. 13
Ilustração 14 - Top 10 dos fármacos que mais interacções têm com o gene HLA-B ........................ 14
Ilustração 15 - Exemplo de uma via metabólica onde o gene HLA-B participa ............................... 15
Ilustração 16 - Splicing do gene HLA-B ........................................................................................... 16
Ilustração 17 - Alinhamento de aminoácidos entre [Homo sapiens] e [Pan troglodytes] .................. 16
Ilustração 18 - Homólogos do gene HLA-B em várias espécies ....................................................... 17
Ilustração 19 - Domínios conservados da protéina ............................................................................ 17
4
Introdução
O gene HLA-B é um gene humano que desempenha um papel muito importante no nosso sistema
imunitário. Este gene faz parte de um grupo de genes que constituem o complexo antígeno
leucocitário humano (human leukocyte antigen - HLA). O complexo HLA permite que o sistema
imunitário distinga as suas proteínas das proteínas estranhas, as produzidas por vírus, bactérias,
parasitas ou células cancerígenas. Esta é a ultima linha de defesa do organismo.
O complexo HLA é a versão humana de um complexo existente também um muitas outras espécies
- complexo principal de histocompatibilidade (major histocompatibility complex - MHC).
O organismo conta com uma primeira linha de defesa, que consiste num conjunto de barreiras
passivas, como por exemplo a pele, lágrimas, saliva e muco, bem como a resposta inflamatória – o
sistema imunitário inato.
A segunda linha de defesa é mais activa e adaptável ao tipo de ataque que está a sofrer – o sistema
imunitário adquirido . Este sistema, é dividido em dois subsistemas:
1. A imunidade humoral, onde a resposta imunológica é realizada por moléculas
existentes no sangue, denominadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B;
2. A imunidade mediada por células, que são realizadas pelos linfócitos T e que possuem
a capacidade de destruir outras células.
A imunidade mediada por células é regulada pelo MHC, assim chamado porque ele é responsável
pela rejeição de enxertos, transfusões ou a decisivo na compatibilidade de tecidos. Pessoas com um
MHC semelhante têm uma maior probabilidade de serem compatíveis em processos médicos que
envolvam transfusões de órgão ou tecidos. Esta tarefa não é fácil, pois existe em média cerca de
10% de diferença entre qualquer dois indivíduos diferentes, nesta família de genes. A razão de ser
desta enorme diferença nas proteínas do MHC tem uma função defensiva, pois desta forma os
patogénicos têm uma dificuldade acrescida em iludir o nosso sistema imunitário, não colocando em
risco toda uma espécie.
Uma das funções mais importantes do complexo MHC é o de vincular de pequenos peptídeos
pertencentes a seres patogénicos e apresentá-las à superfície da célula onde o antigénio pode ser
5
reconhecido por receptores das células T, que têm a capacidade de matar ou coordenar a morte de
patogénicos, células infectadas ou com função prejudicada.
Como funciona o complexo MHC
Quando uma célula já foi infectada ou está cancerígena é necessário que o sistema
imunitário consiga “saber” o que se passa dentro da célula. Naturalmente, a célula
decompõem algumas das suas proteínas e desta acção resultam pequenos péptidos
que a MHC “apanha” e os transporta para o exterior (a vermelho na Ilustração 1)
da membrana celular. O sistema imunitário está constantemente a examinar que
tipo de proteínas estão a ser sintetizadas na célula. Se todos os péptidos forem
normais, o sistema imunitário não ataca a célula, mas se os péptidos que a MHC
transportou para o exterior pertencerem por exemplo a proteínas resultantes de
vírus, a célula é destruída.
O número de péptidos a que as proteínas MHC se podem ligar são vários, ou seja,
uma proteína deste tipo pode ligar-se a mais do que um tipo de péptido. O que faz
com que esta proteína, ao contrário de outras do sistema imunitário, seja muito
flexível. Esta flexibilidade deriva da pequena dimensão dos péptidos e do facto que moléculas de
agua podem ajudar ao melhor encaixe do péptido com a proteína.
Proteínas presentes no citoplasma são degradadas
pelo proteassoma, os peptídeos resultantes entram
no canal TAP (transporter of antigenic peptides)
onde o retículo endoplasmático os associa às
moléculas MHC I acabas de sintetizar. Daí são
transportadas para o complexo de Golgi onde são
glicosilada, de seguida entram em vesículas que se
fundem com a membrana celular. O processo
termina quando o peptídeo está no exterior da célula
e disponível para ser detectado pelas células T.
Ilustração 1 -
Proteína do tipo
MHC I (1hsa)
Ilustração 2 - Como a molécula MHC I transporta
os peptídeos para o exterior da célula
6
Folding de proteínas envolvidas no SI
Ilustração 3 - Folding de várias proteínas
A maioria das proteínas do sistema imunitário (SI) estão construídas sobre uma unidade de folding
muito semelhante, que consiste numa sanduíche de folhas beta ligadas por uma ligação de
dissulfureto entre dois aminoácidos de cisteína (as esferas na Ilustração 4). Como podemos ver na
Ilustração 5 as proteínas dadas como exemplo partilham desse tipo de domínios. Esta observação
indica que as proteínas do sistema imunitário terão um proteína ancestral comum.
O que acontece quando o MHC falha
Mutações em certos genes do complexo MHC levam normalmente, e como seria de esperar, a
problemas relacionados com o doenças do tipo auto-imune – doenças onde o corpo falha no
reconhecimento dos seus antigénios. Temos como exemplos dessas doenças a esclerose múltipla, a
doença inflamatória intestinal, takaysu, alguns tipo de diabetes e artrites, entre muitas outras.
Existe uma grande evidência que o sistema MHC desempenha um grande papel na luta contra o
cancro. As células cancerígenas, assim como as células normais, também mostram péptidos das
suas proteínas na sua superfície, portanto se alguns desses peptídeos assinalar mutações
cancerígenas o sistema imunitário deve agir destruindo essas células.
7
As classes do complexo MHC
De todos os genes da família de genes HLA, são 9 os mais estudados: HLA-
A, HLA-B, HLA-C, HLA-DPA1, HLA-DPB1, HLA-DQA1, HLA-DQB1,
HLA-DRA, e HLA-DRB1.
Nos humanos, o MHC é dividido em 3 regiões: Classe I, II, e III. Os genes A,
B, C, E, F, e G pertencem à classe I do MHC , e os genes do grupo D
pertencem à classe II. Portanto a classe que mais nos interessa é a classe I
(MHC I), pois é onde o gene HLA-B se insere.
Na classe III encontram-se genes que embora codifiquem proteínas com
funções diferentes das codificadas pela classe I e II, normalmente são descritos
juntamente apenas porque se encontram situadas entre elas no cromossoma 6,
embora também estejam envolvidas no sistema imunitário, mas desta feita no
sistema imunitário de complemento.
Polimorfismo dos genes MHC/HLA
Nesta família de genes, particularmente nos humanos, existe uma grande quantidade de alelos. O
complexo HLA tem um total de 5.674
alelos; apenas a classe I dos genes HLA
codificam cerca de 3260 proteínas
diferentes1! O complexo MHC é o mais
polimórfico de todo o genoma humano.
As mutações que deram origem a estes
alelos são muito antigas, dando-se o caso
que frequentemente um alelo de um gene
do HLA seja uma parente mais próximo
de um alelo do mesmo gene nos
1 http://hla.alleles.org/nomenclature/stats.html
Ilustração 4 -
Distribuição dos genes
HLA no cromossoma 6
Ilustração 5 - Nº de alelos descobertos desde 1968 até 2010 na
classe I e II do HLA
8
chimpanzés de que noutro humano.
Os genes do tipo HLA-C e HLA-DP são menos polimórficos, logo menos importantes no estudo
por exemplo para a compatibilidade de transfusões.
Devido a este enorme polimorfismo teve que ser criada uma nomenclatura especifica para
identificar os genes e respectivos alelos desta família.
Ilustração 6 - Nomenclatura dos genes HLA
Domínios das proteínas do tipo MHC I
As proteínas do tipo MHC I são glicoproteínas.
Elas apresentam uma cadeia principal do tipo α que se divide em 3 regiões:
α1, α2 e α3. Essas 3 regiões estão fora da célula, mas ligadas à membrana
celular através da região transmembranar. A região α principal está sempre
associada com a β2 microglobulina, que é codificada numa região diferente do
cromossoma 15. Estas moléculas estão presentes em todas as células com
núcleo.
Na Ilustração 10 podemos ver as regiões definidas2 para a proteína HLA
2 http://www.uniprot.org/uniprot/P03989#section_features
Ilustração 7 - Estrutura de uma
molécula de classe I do MHC
9
class I histocompatibility antigen, B-27 alpha chain, uma das codificadas pelo gene HLA-B. Os
números a azul indicam quais os aminoácidos que pertencem a cada região na sequência da proteína
(ver anexo).
Ilustração 8 - Regiões da proteína HLA class I histocompatibility antigen, B-27 alpha chain
Como detectar os alelos do HLA
O desenvolvimento da tipagem molecular do sistema HLA foi decorrente de estudos de
sequenciamento dos genes HLA no final do século XX, tendo sido desenvolvidos, a partir de então,
vários métodos de tipagem baseados na análise do DNA. Entre estes, um dos mais utilizados é o
PCR/SSP (Polymerase Chain Reaction/Sequence Specific Primers).
Exemplo do uso desta técnica, utilizada num serviço de imunologia de um hospital no Brasil :
“Um total de 309 indivíduos foram analisados pelo método SSPPCR. Para tanto, amostras de sangue periférico foram
utilizadas para a extração de DNA pelo reação de salting out, de acordo com o método de Miller. O DNA foi então
amplificado com primers alelo específicos desenhados na Universidade de Oxford por Bunce e col. e produzidos pela
Cruachen Ltd (England). Os alelos mais frequentes no loco A foram HLA-A2 (43,36%), A3 (22%), A1 (20,71%), A24
(19,09%) e A68 (12,29%). Em relação ao loco B, os alelos mais freqüentes foram HLA-B44 (24,27%), B35 (20,38%),
B7 (17,79%), B51 (16,50%) e B8 (13,99%).”
O gene HLA-B
Como foi dito atrás o gene HLA-B faz parte da classe I do complexo MHC. Também este gene
dispõem de muitos alelos, cada um deles recebem um número único (exemplo HLA-B27). Quando
um alelo tem outros alelos muito semelhantes/relacionados, estes são agrupados. Por exemplo o
10
gene HLA-B27 tem cerca de 60 alelos muito semelhantes que passaram a ser subtipos do HLA-27.
Esses subtipos adoptam a nomenclatura do tipo HLA-B*2701 até HLA-B* (ver Ilustração 6 -
Nomenclatura dos genes HLA)
O gene HLA-B está localizado no braço curto do cromossoma 6 na posição 21.3, partir do
31.429.845bp até ao 31.432.923bp
Ilustração 9 - Posição do gene HLA-B no cromossoma 6
O número de acesso da sequência de DNA é NG_023187.1 do GenBank3 . A sequência de
nucleótidos poderá ser consultada no anexo.
Este gene, como já visto anteriormente , devido ao seu polimorfismo, codifica várias proteínas. No
entanto, aquela que é mais consensual é a HLA class I histocompatibility antigen, B-27 alpha
chain com o número de acesso da sequência UniProtKB P039894. A sequência de aminoácidos
também poderá ser consultada no anexo.
3106 (Entrez Gene), ENSG00000234745 (Ensembl), P01889 (UniProt), P30480 (UniProt), P30486
(UniProt), Q29836 (UniProt), Q31610 (UniProt), Q31612 (UniProt), 142830 (OMIM), 110786
(HomoloGene)
Ilustração 10 - Lista com uma série de códigos de acesso em várias bases de dados
3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/nuccore/NG_023187.1?from=5001&to=8341&report=genbank
4 http://www.uniprot.org/uniprot/P03989
11
O que acontece quando o HLA-B falha
O número de doenças associadas à presença de terminados alelos neste gene é bastante elevado.
Quando existe a presença do alelo HLA- 27, o risco de desenvolver a espondilite anquilosante
aumenta. Esta doença é um tipo de inflamação dos tecidos conectivos, que por suavez é
responsável por uma inflamação das articulações da coluna e grandes articulações, como os quadris,
ombros e outras regiões. Os investigadores especulam que este gene pode erradamente fazer com
que se mostrem peptídeos que façam com o sistema imunitário ataque essas células e qeu assim
resulte na inflamação que provoca a artrite. Outros investigadores julgam que poderá ter a ver com
o folding da proteína que não será o habitual.
A presença de um outro alelo, HLA-B51, também está associado com o desenvolvimento da
doença de Behçet, uma vasculite sistémica (inflamação dos vasos sanguíneos de pequeno e grande
calibre).
Entre as pessoas com uma infecção por HIV, a presença do gene HLA-B*5701 faz com sofram
uma reacção grave ao uso do fármaco Abacavir. Este fármaco é um dos mais populares no
tratamento do HIV. Algumas variações do gene HLA-B parece ter um papel muito importante,
como seria de esperar, no progresso da infecção por HIV. A presença do gene HLA-B27 ou HLA-
57 parece levar a uma evolução mais lenta da doença, enquanto que a presença do gene HLA-B35
acelera o desenvolvimento da doença. Num estudo recente5, foi descoberto que existem de facto
pessoas imunes ao vírus HIV e que chave para essa defesa está algures na proteína codificada pelo
gene HLA-B.
Na base de dados online OMIM6
é possível ter acesso a informação diversa sobre estas e outras
doenças de alguma forma influenciadas por este gene.
5 http://blog.capitolhillmedical.com/2010/11/road-map-to-end-of-disease-that-hiv.html
6 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/omim/142830
12
O gene HLA-B em espécies diferentes
Ilustração 11 - Alinhamento do da sequência de DNA [Homo sapiens] / [Mus musculus]
Na ilustração acima foi feito um alinhamento entre o gene HLA-B no homem7 com o seu
semelhante no rato8 usando a ferramenta disponível online ClustalW2
9
A estrutura tridimensional da proteína MHC class I
antigen B*27
Existem centenas10
de proteínas diferentes para o mesmo
gene HLA-B devido ao polimorfismo deste gene. A sua
forma, principalmente no local que “prende” o peptídeo
afecta a forma como reagimos aos vários agentes
patogénicos. A imagem da proteína na ilustração ao lado
foi conseguida através das ferramenta disponíveis no site
7 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/nuccore/NG_002397.2?from=85621&to=88961&report=fasta&strand=true
8 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/nuccore/NT_039661?report=fasta&from=87872&to=91836&strand=true
9 http://www.ebi.ac.uk/Tools/msa/clustalw2/
10 http://www.uniprot.org/uniprot/?query=gene%3A%22hla+b%22&sort=score
Ilustração 12 - A estrutura tridimensional da
proteína MHC class I antigen B*27
13
SWISS-MODEL Repository11
Onde se expressa o gene HLA-B
O gene é expresso em praticamente todas as células do organismo como podemos observar através
gráfico12
em baixo.
Ilustração 13 - Expressão do gene HLA-B no organismo
Fármacos que interagem com o gene HLA-B
No site Comparative Toxicogenomics Database13
podemos obter a lista das doenças envolvidas
com este gene e os respectivos fármacos que lhe estão associados. No gráfico abaixo podemos ver
os 10 fármacos com mais interacções14
com o gene HLA-B.
11 http://swissmodel.expasy.org/repository/smr.php?sptr_ac=P03989&csm=C8D2F154E3292031
12 http://plugins.gnf.org/cgi-bin/data_chart.cgi?id=3106
13 http://ctd.mdibl.org/detail.go?view=disease&type=gene&db=GENE&acc=3106
14 http://ctd.mdibl.org/detail.go?type=gene&db=GENE&acc=3106
14
Ilustração 14 - Top 10 dos fármacos que mais interacções têm com o gene HLA-B
Vias metabológicas onde o gene HLA-B está envolvido
O gene HLA-B, devido à natureza da sua função está envolvido nas vias metabólicas que de alguma
forma se relacionam com a apresentação de peptídeos no exterior da célula. A lista15
que se segue
apresenta essas mesmas ligações. O recurso utilizado para a descobrir foi o KEGG, um servidor
japonês utilizado na pesquisa de vias metabólicas. A função ou funções de uma proteína podem ser
determinadas neste servidor, bem como a sua posição na(s) via(s) metabólica(s) em que está
envolvida. É também apresentada de seguida o diagrama da via metabólica hsa04650 (o gene HLA-
B está assinalado a vermelho).
ID Definition
----------------------------------------------------------------------
hsa04144 Endocytosis - Homo sapiens (human)
hsa04145 Phagosome - Homo sapiens (human)
hsa04514 Cell adhesion molecules (CAMs) - Homo sapiens (hum
hsa04612 Antigen processing and presentation - Homo sapiens
hsa04650 Natural killer cell mediated cytotoxicity - Homo s
hsa04940 Type I diabetes mellitus - Homo sapiens (human)
hsa05320 Autoimmune thyroid disease - Homo sapiens (human)
hsa05330 Allograft rejection - Homo sapiens (human)
hsa05332 Graft-versus-host disease - Homo sapiens (human)
hsa05416 Viral myocarditis - Homo sapiens (human)
15 http://www.genome.jp/dbget-bin/get_linkdb?-t+pathway+hsa:3106
15
Ilustração 15 - Exemplo de uma via metabólica onde o gene HLA-B participa
Splicing do gene HLA-B
A ilustração que se segue exemplifica o processo de splicing que se dá ao nível do gene HLA-B.
Devido à elevada dimensão da imagem, apenas é apresentada uma peuena parte, a versão completa
poderá ser consultada online16
.
16
http://www.ensembl.org/Homo_sapiens/Gene/Splice?db=core;g=ENSG00000224608;r=HSCHR6_MHC_MANN:3136
4707-31368080
16
Ilustração 16 - Splicing do gene HLA-B
Alinhamento pairwise da proteína em espécies diferentes
O alinhamento de aminoácidos mostra que a proteína é 96% semelhante em ambas as espécies,
homem e chimpanzé, como podemos confirmar no resultado do BLASTP feito no NCBI17
Ilustração 17 - Alinhamento de aminoácidos entre [Homo sapiens] e [Pan troglodytes]
Homologia do gene HLA-B e da proteína que codifica
Como foi dito anteriormente o gene HLA-B faz parte do equivalente humano do MHC, que existe
em todos os vertebrados. Como tal, existe o seu equivalente num numero muito grande de espécies,
como podemos observar na ilustração18
seguinte.
17 http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi
17
Ilustração 18 - Homólogos do gene HLA-B em várias espécies
Também podemos observar na figura (do lado direito) as proteínas que contêm domínios
conservados em várias espécies (pesquisa com rpsblast). Essas proteínas estão identificadas pelo
mesmo código de cores na figura seguinte.
Ilustração 19 - Domínios conservados da protéina
18 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/homologene/110786
18
Conclusão
Este trabalho foi muito importante na consolidação da minha aprendizagem obtida na cadeira de
Engenharia Genética. A quantidade de informação disponível online sobre esta matéria é abissal,
navegar por entre toda essa informação, sites e ferramentas disponíveis, acabou por se tornar a
maior dificuldade que encontrei. Muito mais haveria para apresentar relativamente ao gene
escolhido, no entanto por limitações de espaço tentem seleccionar aquilo que considerei mais
pertinente para a sua compreensão.
19
Anexos
Sequência de nucleótidos do gene HLA-B
ORIGIN
1 agttctaaag tccccacgca cccacccgga ctcagagtct cctcagacgc cgagatgctg
61 gtcatggcgc cccgaaccgt cctcctgctg ctctcggcgg ccctggccct gaccgagacc
121 tgggccggtg agtgcgggtc gggagggaaa tggcctctgc cgggaggagc gaggggaccg
181 caggcggggg cgcaggacct gaggagccgc gccgggagga gggtcgggcg ggtctcagcc
241 cctcctcacc cccaggctcc cactccatga ggtatttcta cacctccgtg tcccggcccg
301 gccgcgggga gccccgcttc atctcagtgg gctacgtgga cgacacccag ttcgtgaggt
361 tcgacagcga cgccgcgagt ccgagagagg agccgcgggc gccgtggata gagcaggagg
421 ggccggagta ttgggaccgg aacacacaga tctacaaggc ccaggcacag actgaccgag
481 agagcctgcg gaacctgcgc ggctactaca accagagcga ggccggtgag tgaccccggc
541 ccggggcgca ggtcacgact ccccatcccc cacgtacggc ccgggtcgcc ccgagtctcc
601 gggtccgaga tccgcctccc tgaggccgcg ggacccgccc agaccctcga ccggcgagag
661 ccccaggcgc gtttacccgg tttcattttc agttgaggcc aaaatccccg cgggttggtc
721 ggggcggggc ggggctcggg ggactgggct gaccgcgggg ccggggccag ggtctcacac
781 cctccagagc atgtacggct gcgacgtggg gccggacggg cgcctcctcc gcgggcatga
841 ccagtacgcc tacgacggca aggattacat cgccctgaac gaggacctgc gctcctggac
901 cgccgcggac acggcggctc agatcaccca gcgcaagtgg gaggcggccc gtgaggcgga
961 gcagcggaga gcctacctgg agggcgagtg cgtggagtgg ctccgcagat acctggagaa
1021 cgggaaggac aagctggagc gcgctggtac caggggcagt ggggagcctt ccccatctcc
1081 tataggtcgc cggggatggc ctcccacgag aagaggagga aaatgggatc agcgctagaa
1141 tgtcgccctc cgttgaatgg agaatggcat gagttttcct gagtttcctc tgagggcccc
1201 ctcttctctc tagacaatta aggaatgacg tctctgagga aatggagggg aagacagtcc
1261 ctagaatact gatcaggggt cccctttgac ccctgcagca gccttgggaa ccgtgacttt
1321 tcctctcagg ccttgttctc tgcctcacac tcagtgtgtt tggggctctg attccagcac
1381 ttctgagtca ctttacctcc actcagatca ggagcagaag tccctgttcc ccgctcagag
1441 actcgaactt tccaatgaat aggagattat cccaggtgcc tgcgtccagg ctggtgtctg
1501 ggttctgtgc cccttcccca ccccaggtgt cctgtccatt ctcaggctgg tcacatgggt
1561 ggtcctaggg tgtcccatga aagatgcaaa gcgcctgaat tttctgactc ttcccatcag
1621 accccccaaa gacacacgtg acccaccacc ccatctctga ccatgaggcc accctgaggt
1681 gctgggccct gggtttctac cctgcggaga tcacactgac ctggcagcgg gatggcgagg
1741 accaaactca ggacactgag cttgtggaga ccagaccagc aggagataga accttccaga
1801 agtgggcagc tgtggtggtg ccttctggag aagagcagag atacacatgc catgtacagc
1861 atgaggggct gccgaagccc ctcaccctga gatggggtaa ggagggggat gaggggtcat
1921 atctcttctc agggaaagca ggagcccttc agcagggtca gggcccctca tcttcccctc
1981 ctttcccaga gccgtcttcc cagtccaccg tccccatcgt gggcattgtt gctggcctgg
2041 ctgtcctagc agttgtggtc atcggagctg tggtcgctgc tgtgatgtgt aggaggaaga
2101 gttcaggtag ggaaggggtg aggggtgggg tctgggtttt cttgtcccac tgggggtttc
2161 aagccccagg tagaagtgtt ccctgcctca ttactgggaa gcagcatgca cacaggggct
2221 aacgcagcct gggaccctgt gtgccagcac ttactctttt gtgcagcaca tgtgacaatg
2281 aaggatggat gtatcacctt gatggttgtg gtgttggggt cctgattcca gcattcatga
2341 gtcaggggaa ggtccctgct aaggacagac cttaggaggg cagttggtcc aggacccaca
2401 cttgctttcc tcgtgtttcc tgatcctgcc ctgggtctgt agtcatactt ctggaaattc
2461 cttttgggtc caagactagg aggttcctct aagatctcat ggccctgctt cctcccagtg
2521 ccctcacagg acattttctt cccacaggtg gaaaaggagg gagctactct caggctgcgt
2581 gtaagtggtg ggggtgggag tgtggaggag ctcacccacc ccataattcc tcctgtccca
2641 cgtctcctgc gggctctgac caggtcctgt ttttgttcta ctccaggcag cgacagtgcc
2701 cagggctctg atgtgtctct cacagcttga aaaggtgaga ttcttggggt ctagagtggg
2761 tggggtggcg ggtctggggg tgggtggggc agaggggaaa ggcctgggta atggggattc
2821 tttgattggg atgtttcgcg tgtgtggtgg gctgtttaga gtgtcatcgc ttaccatgac
2881 taaccagaat ttgttcatga ctgttgtttt ctgtagcctg agacagctgt cttgtgaggg
2941 actgagatgc aggatttctt cacgcctccc ctttgtgact tcaagagcct ctggcatctc
3001 tttctgcaaa ggcacctgaa tgtgtctgcg tccctgttag cataatgtga ggaggtggag
3061 agacagccca cccttgtgtc cactgtgacc cctgttccca tgctgacctg tgtttcctcc
3121 ccagtcatct ttcttgttcc agagaggtgg ggctggatgt ctccatctct gtctcaactt
3181 tacgtgcact gagctgcaac ttcttacttc cctactgaaa ataagaatct gaatataaat
3241 ttgttttctc aaatatttgc tatgagaggt tgatggatta attaaataag tcaattcctg
3301 gaatttgaga gagcaaataa agacctgaga accttccaga a
//
Sequência de aminoácidos da proteína
ORIGIN
1 mlvmaprtvl lllsaalalt etwagshsmr yfytsvsrpg rgeprfisvg yvddtqfvrf
61 dsdaaspree prapwieqeg peywdrntqi ykaqaqtdre slrnlrgyyn qseagshtlq
121 smygcdvgpd grllrghdqy aydgkdyial nedlrswtaa dtaaqitqrk weaareaeqr
181 raylegecve wlrrylengk dkleradppk thvthhpisd heatlrcwal gfypaeitlt
241 wqrdgedqtq dtelvetrpa gdrtfqkwaa vvvpsgeeqr ytchvqhegl pkpltlrwep
301 ssqstvpivg ivaglavlav vvigavvaav mcrrkssggk ggsysqaacs dsaqgsdvsl
361 ta
//
20
Bibliografia
Barreto, A., Schlottfeldt, J.L., Oliveira, M.F.S., Ludwig, M.K., Külzer, A.S.S., Toresan, R.,
de-Paris, F., Jobim, L.F. Serviço de Imunologia/, HCPA. (2002), Tipagem HLA pelo
método SSP/PCR controle de qualidade dos testes realizados no serviço de imunologia
Jobim, M.S.L., Schlottfeldt, J.L., Toresan, R., Stefani, A., Oliveira, M.F., Ludwig, M.K.,
Paris, F., Jobim, L.F. Serviço de Imunologia/HCPA. (2002), Frequência dos alelos HLA-DR
e DQ na população caucasóide do RS
Consulta de internet
Major Histocompatibility Complex,
http://www.pdb.org/pdb/static.do?p=education_discussion/molecule_of_the_month/pdb62_
1.html
Major Histocompatibility Complex, http://www.ebi.ac.uk/interpro/potm/2005_2/Page2.htm
Major histocompatibility complex,
http://en.wikipedia.org/wiki/Major_histocompatibility_complex
HLA Nomenclature @ hla.alleles.org, http://hla.alleles.org
HLA-B, http://en.wikipedia.org/wiki/HLA-B
Human leukocyte antigen, http://en.wikipedia.org/wiki/Human_leukocyte_antigen
HLA-B - major histocompatibility complex, class I, B - Genetics Home Reference,
http://ghr.nlm.nih.gov/gene=HLA-B