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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB Departamento de Educação Campus I A LEITURA EM SALA DE AULA DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA EM TURMA DE EJA Salvador 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

Departamento de Educação Campus I

A LEITURA EM SALA DE AULA DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA EM TURMA DE

EJA

Salvador 2011

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Alexandre Lopes Nascimento

A LEITURA EM SALA DE AULA DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA EM TURMA DE

EJA

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia Anos Inicias do Departamento de Educação do Campus I da Universidade do Estado da Bahia. Tendo como orientador o profo Fernando Roque de Lima

Salvador 2011

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Alexandre Lopes Nascimento

A LEITURA EM SALA DE AULA DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA EM TURMA DE

EJA

COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________________________________________________

Profo. FERNANDO ROQUE DE LIMA

______________________________________________________________________________________

Profa. RILZA CERQUEIRA SANTOS

_______________________________________________________________________________________

Profa. TÂNIA DANTAS

Aprovado em __________ de___________ de______.

Salvador

2011

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Quinciano e Divanilda, por me ampararem nos momentos de angústia com seu carinho e compreensão, também às minhas colaboradoras Elis, Helen, Adriana, Juliana e Sheila pelo apoio técnico e afetivo que prestaram a mim nessa caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade do Estado da Bahia – UNEB, por ter me acolhido nesse período. Agradeço ao meu orientador de Metodologia e TCC Fernando Roque de Lima.

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Resumo Diferentes fatores contribuem para dificultar o trabalho com a leitura na educação de jovens e adultos na realidade escolar brasileira, como por exemplo: uma pequena parcela da população possui acesso à leitura, a evasão escolar, professores sem capacitação ou conhecimento das técnicas de leitura, bibliotecas públicas em número reduzido. Além desses, não podemos esquecer outros fatores da realidade desfavoráveis, como os preços elevados dos livros e a cultura familiar, onde ter nascido em uma família de leitores faz uma grande diferença. Palavras-chave: EJA, Leitura, Leitor Crítico

Abstract

Different factors contribute to make the work with reading in the youth and adults in the school in Brazil, for example: a small portion of the population has access to reading, truancy, teachers without training or knowledge of reading techniques, libraries Public few. Besides these, we can not forget other unfavorable factors of reality, as the high prices of books and family culture, where being born into a family of readers makes a big difference. Keywords: adult education, reading, Critical Reader

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SUMÁRIO

1- INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------- 8 2- CAPITULO I 2. A LEITURA E A APRENDIZAGEM ------------------------------------------------------------- 11 2.1. DISCUSSÃO TEMÁTICA ------------------------------------------------------------------------- 12 3- CAPITULO II - METODOLOGIA 3.1. PRESSUPOSTOS EPISTEMOLÓGICOS ---------------------------------------------------- 20 3.2. TÉCNICAS DE PESQUISA ---------------------------------------------------------------------- 30 3.3. A ESCOLA ------------------------------------------------------------------------------------------- 30 3.4. OS SUJEITOS DA PESQUISA ------------------------------------------------------------------ 31 3.5. OS PROFESSORES -------------------------------------------------------------------------------- 32 3.6. OS ALUNOS ---------------------------------------------------------------------------------------- 32 3.7. A OBSERVAÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 33 4- CAPITULO III - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA EMPÍRICA ---------------------------------------------------------------------------------- 33 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ----------------------------------------------------------------------- 47 REFERÊNCIAS

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1. Introdução

O trabalho diário com que se desenvolve a leitura escolar se faz de

maneira mecânica fazendo com que não provoque a motivação, causando o

desinteresse por parte do aluno. Assim, a leitura deixa de ter valor em si,

transformando-se numa mera metodologia, colocando o professor como aquele

que tudo sabe, impedindo que o ”leitor-aluno” se expresse com relação ao texto

lido.

Diante desses fatos, coloca-se o problema gerador deste estudo: de que

forma o hábito da leitura pode ser desenvolvido no ensino – aprendizagem na

EJA, uma vez que busca ressaltar os pontos que parecem essenciais para que

a leitura possa se tornar uma base real de conhecimento para o aluno,

deixando o modelo tradicional do esquema de repetição de alguns métodos.

O estudo aqui abordado se constitui em uma pesquisa qualitativa que

tem o intuito de versar sobre o desenvolvimento do hábito de leitura em sala de

aula na modalidade da EJA.

A relevância desse estudo é justificável ao observarmos as políticas que

norteiam os processos formativos hoje, que ainda estão pautados em uma

abordagem educacional calçada no paradigma tradicional restrito à

transmissão e reprodução do conhecimento, fato este que vem influenciando

negativamente a formação futura de professores.

Com o objetivo de identificar estratégias e recursos pedagógicos a fim

de contribuir para o desenvolvimento da leitura em EJA e discutir como vem

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sendo constituída as metodologias adotadas para o exercício do ensino da

leitura na modalidade EJA foi realizada esta monografia. Analisar as práticas

do docente como mediador no ensino da leitura, verificar a relação entre teoria

e prática dos professores da EJA, conhecer que material didático é utilizado em

sala de aula e a frequência da leitura tanto alunos e professores e identificar o

tipo de leitura utilizado pelos professores em sala de aula foram os objetivos

específicos deste trabalho

Assim é importante buscarmos possibilitar ao futuro professor uma

formação que possa somar-se à história profissional e de vida deste sujeito,

contribuindo assim na construção do seu perfil e identidade como educador.

Identificamos como uma dessas trilhas viáveis á formação do professor

na contemporaneidade, o aproveitamento das potencialidades para o

desenvolvimento do hábito de ler tendo em vista que este permite e facilite o

desenvolvimento intelectual, afetivo e social dos educandos, o que é um dos

objetivos principais da própria formação do educador.

Contudo, devemos considerar o fato de que este professor deverá evitar

enquadrar sua prática no esquema de métodos mecanizados.

A afirmação acima nos permite questionar então, por que se faz

necessário que os futuros professores interajam para um melhor

desenvolvimento da leitura em sala de aula na EJA?

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Este questionamento nos leva a salientar a afirmação de que a

perspectiva metodológica de desenvolvimento da leitura pode vir a

desenvolver-se de forma híbrida, ou seja, que se utilize a leitura como uma

ferramenta mediadora das aulas realizadas nos espaços presenciais, criando

assim mais um lócus de interação.

O tema que desenvolvemos neste estudo é A afirmação do hábito da

leitura no ensino/aprendizagem das diversas disciplinas na modalidade EJA.

Por sua vez, a construção do problema coloca como questão principal a

seguinte indagação: De que forma o hábito da leitura pode ser desenvolvido no

ensino – aprendizagem na EJA.

Identificar estratégias e recursos pedagógicos a fim de contribuir para o

desenvolvimento da leitura em EJA constituiu – se no objetivo geral; ao passo

que os objetivos específicos foram definidos do seguinte modo:

Analisar as práticas do docente como mediador no ensino da leitura.

Verificar a relação entre teoria e prática da leitura dos professores da

EJA

Conhecer que material didático é utilizado na leitura em sala de aula e a

frequência da leitura entre alunos e professores.

Identificar o tipo de leitura utilizado pelos professores em sala de aula.

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CAPÍTULO I 2. A leitura e a aprendizagem

O papel da leitura é de grande importância, pois, capacita o leitor a ter

uma percepção da vida como individuo, sua manifestação como cidadão tendo

a percepção do mundo ao seu redor. A estrutura da escola pública brasileira

está em uma situação precária em todo o Brasil. O estudante que frequenta

escola pública vive toda essa carência como também a má qualidade de

ensino.

O professor deve ter o conhecimento de qual é o papel da escola,

cabendo a ele algumas reflexões da sua prática em sala de aula. A leitura deve

caracterizar - se como uma interação significativa e funcional da língua escrita,

sendo um meio de construir conhecimentos necessários no intuito de abordar

as diferentes etapas da sua aprendizagem como afirmar. (KLEIMAN, 2000,

pag.10).

Tendo a aprendizagem essa condição de desembocar a reprodução das

vozes de leitores, o ato de ler se configura como uma atividade complexa que

exercita a capacidade de memória, atenção, percepção e conhecimentos

lingüísticos (KLEIMAN, 1989, pag. 36).

Assim justifica-se a relevância desse estudo por buscarmos identificar a

constituição dos processos formacionais que ainda se apóiam no paradigma

cartesiano, tendo em vista caminhos que nos afastem das implicações de uma

abordagem educacional calçada no paradigma tradicional restrito à

transmissão e reprodução do conhecimento, fato este, que vem influenciando

negativamente a formação dos futuros professores ainda hoje. Pois

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consideramos aqui que a pesquisa em seu sentido amplo como argumenta

Pádua, (2000, p. 29):

“Toda atividade voltada para a solução de problemas, como atividade de busca, indignação, investigação, inquirição da realidade, é a atividade que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento ou um conjunto de conhecimentos, que nos auxilie na compreensão da realidade e nos oriente em nossas ações.”

Portanto, já que existem diferentes fatores que contribuem dificultando

que os indivíduos obtenham os conhecimentos necessários e o uso do seu

intelectual em benefício do aluno, o professor torna-se o mais importante

agente para que se possa garantir o conjunto necessário para o uso

competente da leitura na EJA.

2.1. Discussão Temática A leitura é de extrema importância para o processo de libertação e

construção do perfil do indivíduo, fazendo com isso que ele se relacione e

interaja com o mundo ao seu redor. É o meio pelo qual o cidadão pode refletir e

expressar sua convicção e opinião, de acordo com as suas necessidades e os

interesses socioeconômicos vigentes.

Para o desenvolvimento do hábito de leitura é necessário intervenções

que possam ajudar na mudança, que propicie experiências que enriqueçam o

prazer do aluno pela leitura. A literatura brasileira é rica no que tange à

contextualização regional, característica do individuo, mostrando, alguns

problemas por ele vividos, fazendo uma analogia da sua realidade social e

mostrando assim uma ferramenta para o amadurecimento do individuo no que

diz respeito a seu exercício como cidadão.

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O processo de aprendizagem na alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para melhor interpretar o que acontece na nossa realidade (FREIRE,1997, p. 48).

Devemos ter em mente que lendo estamos desenvolvendo a criticidade

e expandindo conhecimentos e habilidades, colocando em ação valores e

atitudes que refletem interpretações que se dão em volta do grupo ao qual

estamos socializando. Para que isso ocorra, é necessário que o docente

procure romper com a obrigatoriedade de leitura e não pregue fórmulas sem

criatividade as quais não motiva e torna a leitura algo monótono para os

alunos.

Hoje em dia nas escolas é observado que a leitura é feita para atender

certas tarefas escolares e poucos estudantes estabelecem como um modo de

entretenimento e tendo como conseqüência, o distanciamento cada vez maior

do leitor por não fazer uma relação com suas necessidades e com o seu

cotidiano.

O profissional que compõe a instituição de ensino parece não ter

percebido que o aprendizado e a leitura tornaram-se condição indispensável

para o acesso a diversos conhecimentos, fazendo assim da leitura uma

ferramenta de libertação, levando em consideração a diversidade textual que o

aluno se depara fora da escola e na escola.

É comum a prática de ler livros, contos, histórias dentre tantos outros

recursos literários, por alguns minutos em sala de aula de maneira metódica,

fazendo com que o aluno a considere como uma atividade que não promova

um encantamento, como proposta de ensino – aprendizagem. O

desenvolvimento da leitura permite refletir formas, em que o sujeito consiga

cultivar as suas ações como cidadão atuante e pensante em sua comunidade,

desencadeando outras conseqüências que venham facilitar no seu

aprendizado.

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Os docentes precisam pensar em trabalhos que ofereçam ao estudante

meios que o faça refletir de maneira livre sem sistematizar sua forma de pensar

e agir diante das realidades do mundo contemporâneo. Para conduzir todas as crianças no sucesso da aprendizagem da leitura e da escrita, a escola se aparelha de um fundamento metodológico que orienta uma série de estratégias de ensino. Utiliza como recurso de base um suporte material impresso, que tem sua origem ligada aos silabários do Século XIX: a cartilha. (BARBOSA. 1990, p. 54)

A filosofia se fundamenta na concepção do homem como ser livre e

responsável provido de inteligência, comprometido com a construção de si

mesmo e atuante na sociedade capaz de se auto-construir, atuante e engajado

na sociedade na qual participa. Já a escola dentro dessa realidade deve deixar

ser um local que transmite a informação para se tornar um espaço de analises

e produção das mesmas.

Essa concepção de homem deve-se refletir na metodologia e nos

procedimentos do desenvolvimento do hábito da leitura, sobretudo na atitude

do educador, para que se possa oportunizar uma participação efetiva e crítica

do educando.

A questão da aprendizagem da leitura é a discussão dos meios através dos quais o indivíduo pode construir seu próprio conhecimento, pois, sabendo ler, ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita, e desse modo, produzir, ele também, um conhecimento. (BARBOSA. 1990, p.28)

Portanto é necessário que o docente contribua para a formação de

pessoas criativas, capazes de realizar autocrítica, questionando suas

experiências, significados e sendo capazes de pensar a realidade em que

vivem e transformá-la. Nesse sentido, temos um trabalho que vise o

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desenvolvimento da competência do pensar para desencadear todas as

atividades a serem trabalhadas com qualidade e eficácia.

Há a necessidade de um verdadeiro trabalho pedagógico, que possa ser

realizado de maneira que venha a preencher os interesses dos educando, com

temas mais relevantes para a comunidade escolar, contribuindo para um

ensino de qualidade, onde predomina a leitura.

No Brasil, o grande desafio está no cotidiano dos estudantes, que

permanece em sala de aula, em média quatro horas por dia, mas nem sempre

em condições necessárias para a sua preparação como cidadão. Esse espaço

deve oferecer subsídios a mais como elemento formador e referencial de

posturas e aprendizagens, um lugar reservado para que o ato de ler se

transforme em mais um importante colaborador na formação de indivíduos.

Ler é identificar-se com o apaixonado ou com o místico, é ser um pouco clandestino, é abolir o mundo exterior, deportar-se para uma ficção, abrir o parêntese do imaginário. Ler é muitas vezes trancar-se (no sentido próprio e figurado). É manter uma ligação através do tato, do olhar, até mesmo do ouvido (as palavras ressoam). As pessoas lêem com seus corpos. Ler é também sair transformado de uma experiência de vida, é esperar alguma coisa. (BELLENGER, 1978, apud KLEIMAN, 2001, p.15),

Contando com o envolvimento não só dos alunos, como também dos

professores, a leitura se concretiza como processo que difunde idéias tendo

uma interpretação e certo significado, com isso é de extrema importância criar

situações para que o exercício de ler possa produzir sentido e razão crítica da

informação acumulada de forma autônoma.

Não se trata de ensinar a reprodução de exercícios de fixação, mas

propor atividades de leitura que desenvolvam o interesse significativo no

pensar, utilizando materiais disponíveis de maneira a facilitar e permitir que o

aluno observe e questione a situação do seu cotidiano. Para Zilbermann (2001,

p. 47):

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A leitura capacita o ser humano a pensar e agir com liberdade, produzindo uma melhor compreensão dos sistemas, que normalmente sofrem alterações pelo controle ideológico e por isso apresentam realidades tidas como únicas e imutáveis. O repertório adquirido pela leitura é o que nos possibilita fazer a correta interpretação da realidade apresentada.

A leitura e a compreensão dos textos devem ser a base da

aprendizagem sem que ocorra a necessidade de memorização de uma

infinidade de regras. Através de materiais e contextos significativos, o aluno vê

efetivamente a cada ato de leitura, uma superação da suposta posição ingênua

para outra mais crítica, com base em suas vivências e expectativas, livre de

concepções preconcebidas, fazendo com que ele possa dar asas à sua

imaginação sem restrições.

Ler, não deve estar associado somente ao livro de literatura, e ao livro

didático, que insiste na transmissão de conhecimento fragmentado e alheio à

realidade do sujeito, mas propor textos dos mais variados gêneros, que

possam estabelecer uma ligação com o leitor através do contexto comum e de

uma linguagem mais coloquial como: crônicas, músicas, poesias, que

transformam a leitura em prazerosa e natural. Para Chartier,(1999 p.85): a

leitura “é sempre apropriação, invenção e produção de significados, não

podendo ser confundida, dessa forma, como simples decodificação de signos

lingüísticos e pretexto para análises gramaticais.”

Na maioria das escolas públicas a leitura, se resume aos livros didáticos,

que se tornam o único material que os alunos possuem de suporte para ler,

resultando em uma ferramenta de conhecimento um tanto limitado, perdendo

relevância para a formação de leitores que procura respostas para as suas

diversas inquietações.

Tudo isso faz com que nas salas de aula o ato de ler, se torne em uma

simples atividade de rotina, com textos fragmentados não instigando boa parte

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dos alunos. É necessário que nas escolas, se execute um trabalho diário,

partindo da seleção criteriosa de materiais, e mudando a postura de alguns

profissionais docentes, que são peças fundamentais na relação de construção

existente durante o processo de leitura.

Entretanto, segundo Saveli (2007, p.108), a produção considerável de

soluções sobre os problemas da leitura na escola não consegue atingir os

sujeitos e as práticas desenvolvidas nas salas de aula. As práticas que visam à

busca de uma melhor qualidade na educação devem propor um trabalho no

uso de textos, como a valorização do ato de ler, fonte de entretenimento, que

as escolas esquecem por desconhecer a realidade de seus alunos, fazendo

com que os estudantes se limitem a copiar e a memorizar textos sem

discussões e reflexões a respeito dos mesmos

Para Freire (1997, pag.11), “a leitura do mundo precede a leitura da

palavra”. Trata-se, então, da escola não desqualificar o conhecimento que o

aluno já possui o conhecimento empírico, mas entender que a aprendizagem

não esta ligada a repetição, memorização ou cópia de determinados modelos,

pois o estudante tem contato com a leitura antes mesmo de freqüentar o

espaço escolar.

As atividades propostas pelos docentes devem ser feitas de acordo com

a necessidade do indivíduo, tendo uma contextualidade social contribuindo

para promoção de leituras participantes no intuito de torná - la prazerosas.

A particularidade social de cada indivíduo deve estar associada à

concepção de que a prática de ler está vinculada a um propósito para reflexão

da sociedade em que vivemos atualmente, tendo ela como um processo de

produção de sentidos na construção do que é real, conforme propõem Ferreira

e Dias (2004, p.17).

O mundo de informações que é característico desse momento invade

diversos setores da sociedade inclusive a escola, que é uma fiel amostra do

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que está acontecendo em um determinado lugar. Existe, em geral, uma falta de

tempo para exatamente quase tudo, pais que não tem tempo para poder

conversar sobre questões do seu dia escolar, tirar suas dúvidas,

questionamentos, entre outras coisas com seus filhos.

Sendo a leitura um modo de construção do desenvolvimento intelectual

e tendo o professor como sendo a grande responsável, o aluno precisa ser

ouvido, dar a ele essa oportunidade que irá contribuir e muito para despertar

nele o interesse em relação à leitura.

Todas essas ações farão com que ele se torne cidadão de seu próprio

conhecimento, participando de decisões que reflitam sobre a realidade

cotidiana aliada a uma leitura critica, significativa, textual, que se passa ao

redor do indivíduo pleno de suas ações.

A leitura está ligada ao que se gosta de ler. O tipo de leitura torna-se

apropriada quando a mesma faz com que o leitor, seja um descobridor, um

formador de idéias, a partir desta atividade o leitor passa a ser conhecedor não

só do que está presente em seu cotidiano, tornando suas aptidões como

necessidade de uma auto-afirmação, segundo Freire (2005, p. 27-29), os

alunos precisam ser sujeitos do processo de leitura do mundo.

De certa maneira, o professor, além de conhecer o conteúdo, deve ter

em mente uma sensibilidade crítica ao analisar textos e livros que irá utilizar.

Ler vai além da simples apropriação de conhecimento que nos é adquirido

desde muito cedo e treinado de diversas formas, de acordo com a finalidade

dos leitores. A leitura deve se entendida como uma prática social, cultural e que

está veiculada dentro e fora da escola (CHARTIER, 1999, p. 8).

Segundo Pistrak (2000, p, 86) quem deve construir a nova escola são os

educadores, junto com os educandos e suas comunidades. Na maioria das

vezes, a leitura em sala de aula se faz sem contextualização, tendo uma breve

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explanação do assunto tratado no texto, mas sem uma maior discussão sobre

o que os leitores pensam em relação a determinado tema.

Por isso, os educadores não podem ser tratados como meros

executores ou seguidores de manuais simplificados. Os livros didáticos

utilizados propiciam uma dependência considerável do docente, tendo as

atividades determinadas pelos autores dos livros didáticos usados na escola. A

tendência mecanizada faz com que o aluno se distancie do ato de ler por

sempre associar a algo que lembre uma obrigação e não como um momento

prazeroso, de grande importância no trabalho de operar a curiosidade das

relações humanas.

Não se pode achar que a escola é o local determinante do processo da

leitura e que esse ato seja uma mera decifração de códigos, deixando de lado

a opinião dos alunos, fazendo com eles adivinhem o que está contido no texto.

Como afirma Citelle (2004, p.50):

E necessário ter claro que desenvolver uma competência para a leitura (da palavra) implica contribuir no sentido da formação de um cidadão mais pleno, que possa, criticamente, se assenhorar de um mecanismo tradicionalmente utilizado pela classe dominante. Tomar posse da palavra não para refazer o circuito da discriminação, mas para forçar espaços de libertação.

O trabalho de leitura nas escolas se restringe a um pretexto de

atividades onde o professor é o mentor de toda a sabedoria e os alunos são

“tábuas rasas”, sem ao menos ter um momento de manifestação do seu

entendimento textual. Muitas das vezes esse aluno não é reconhecido como

um ser pensante, e nem consideram sua diversidade e diferenças ideológicas

como um traço marcante em sua trajetória.

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CAPÍTULO II 3.0- Metodologia 3.1- Pressupostos epistemológicos que orientam o ponto de vista do pesquisador

Atualmente não e o bastante saber ler é necessário que o leitor seja um ser

critico que consiga ler e compreender as diversas formas com que a leitura se

apresenta e saiba ler nas entrelinhas que busque o desenvolvimento

considerável a partir da pratica da leitura, pois esta é a única forma do mesmo

acompanhar os avanços da sociedade moderna atual e não se tornar um

analfabeto funcional e se perder no mundo das letras sendo a penas um mero

reprodutor de código. E se existe essa necessidade, a escola deve ser o local

para a socialização desse saber. Segundo Libâneo (2002, p.53):

A escola de hoje precisa não apenas conviver com outras modalidades de educação não formal, informal e profissional, mas também articular-se e integrar-se a elas, a fim de formar cidadãos mais preparados e qualificados para um novo tempo.

A leitura deve representar para o sujeito uma relação de interação com o

espaço no qual está inserido, tendo a apropriação do conhecimento através da

mediação da palavra escrita. Um resultado de comunicação que transforma as

relações humanas, educando para a cidadania o indivíduo como agente

transformador. Miguel Arroyo (1996, p. 11) salienta que “é preciso alargar

nossa visão de como as pessoas se educam e aprendem, pois há uma

pedagogia além da nossa pedagogia”.

Esse processo irá permitir que ele consiga se apropriar nas diferentes

situações no decorrer de sua vida, entendendo que o ato de ler vai muito além

da decodificação das letras. O sujeito elabora hipóteses dependendo do seu

interesse atribuído ao texto, como uma construção social, criando estratégias

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com base naquilo que ele já compreende de acordo com a sua leitura de

mundo.

Diante desta questão, a leitura tem uma variação devido à singularidade

do sujeito e suas características. Ele durante o ato de ler se posiciona e

interpreta, fruto de um conhecimento e cultura, constituído ao longo de sua

vivência, determinado assim sua finalidade ao ler atribuindo correlações acerca

das intenções nas mensagens contidas no diálogo entre o autor, leitor e a

sociedade na qual está inserida.

Assim, Osakabe (1995, p.61) afirma que o hábito de ler está em

permanente construção, pois o mundo é distinto de acordo com o olhar que

causa reação e sensação diversas ao leitor com diferentes tipos e

interpretações.

Para que isso ocorra, precisamos de escolas devidamente estruturadas,

para atender esse estudante ávido por novidades, onde ele possa ter voz em

um mundo antes desconhecido, democratizando o conhecimento para

socialização do saber.

O público em EJA é bastante diversificado e que varia em idade

principalmente, mas todos acham, na sua grande maioria, no estudo uma

chance de melhorar as oportunidades profissionalmente, fazendo sacrifício de

chegar à escola após uma jornada longa de trabalho. Arroyo (2005, p. 24)

afirma que esses alunos são, na maioria das vezes, alunos ou jovens evadidos ou excluídos da escola, antes do que portadores de trajetórias escolares truncadas, eles e elas carregam trajetórias perversas de exclusão social, vivenciam trajetórias de negação dos direitos mais básicos à vida, ao afeto, à alimentação, à moradia, ao trabalho e à sobrevivência. Negação até ao direito de ser jovem. As trajetórias truncadas se tornam mais perversas porque se misturam com essas trajetórias humanas. Se reforçam mutuamente. A EJA como política pública adquire uma nova configuração quando equacionada na abrangência das políticas públicas que vêm sendo exigidas por essa juventude.

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Tudo isso faz do alunado de EJA um grupo diferenciado de alunos. Por

entre outros fatores, a falta de tempo para dar contas dos estudos acaba

provocando a infrequência dos alunos de EJA, por condições de acesso,

horários não compatíveis, falta de professor, material e até por acharem que a

formação dada pela instituição não se faz de forma significativa para eles e, na

maioria das vezes, resultam em evasão escolar.

Ao analisar esse contexto da modalidade EJA, percebe-se a carência

em relação à situação desses alunos para que permaneçam na escola.

Portanto, o ato de educar deve ser visto como um ato social. Como afirma

Pinto

“educação é formação do homem pela sociedade, ou seja, o processo pelo qual a sociedade atua constantemente sobre o desenvolvimento do ser humano no intento de integrá-lo no modo de ser social vigente e de conduzi-lo a aceitar e buscar os fins coletivos” (PINTO, 1997, p.29).

O papel da instituição escolar neste contexto é reconhecer esses

estudantes como sujeitos em um grupo característico voltadas para suas

necessidades, desenvolvendo uma reflexão crítica acerca do conhecimento de

mundo, como diz Freire (2005), desejar que cada ser humano possa ser o

máximo de suas potencialidades.

A metodologia em EJA deve considerar os saberes e o senso comum

aproximando os conteúdos com a vida dos educandos na sua prática, fazendo

com isso que percebam a importância da aprendizagem. Como diz Pistrak

(2000, p.44)

Conhecer e perceber o contexto de vida. Para ele o ensino deve ser articulado com o trabalho por entender que seria a única forma de construir homens capazes de transformar a realidade de exploração em que vivem.

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Todo esse trabalho deve ter uma postura de comprometimento social e

político por parte do professor. Um verdadeiro mergulho no que diz respeito à

realidade do seu educando com o objetivo de encontrar as necessidades de

formação frente à realidade a que está inserido.

Os trabalhos com de leitura em EJA, na sua grande maioria, se

resumem em situações onde a atividade se vale de uma mera localização de

informações, com poucas situações que façam o aluno suscitar um

pensamento reflexivo e a construção de sentido. Isso acarreta em um

desinteresse do público de EJA, já que não existe uma interação entre o texto

escrito e suas expectativas como leitora.

O ato de ler tem que ser visto fora da dimensão de uma mera

decodificação de palavras como dizia Freire(2005). Este processo deve ter o

intuito de fomentar a curiosidade e para que isso ocorra se faz necessário um

melhor preparo por parte do ensinante naquilo que remete ao trabalho de

estratégias de leitura.

“Em qualquer caso, o estudo exige sempre esta atitude séria e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos que observamos. Um texto para ser lido é um texto para ser estudado. Um texto para ser estudado é um texto para ser interpretado. Não podemos interpretar um texto se o lemos sem atenção, sem curiosidade...;” (Freire, 2005, p.59).

É importante dar subsídios ao docente para que ele, através dos

mecanismos de interação com o aluno,o faça compreender e assuma uma

posição ativa em relação ao que está lendo, fazendo sua reflexão e recriando a

sua concepção a caminho da construção de conhecimento se apropriando dos

elementos de uma experiência vivida.

Para que o desejo social da leitura ocorra, é de vital importância que ela

seja feita de forma consciente, para que não venha desprezar todo o histórico

intelectual do aluno de EJA que possui uma vasta experiência de vida em

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relação ao estudante do ensino regular. Mas não é o que vemos no cotidiano

da sala de aula não só na educação de jovens e adultos como também nas

outras modalidades de ensino. Segundo Piaget, (1970, p. 20) “esses fatos ou

essas idéias não atingirão jamais as escola se os professores não os

incorporarem até traduzi-los em realizações originais”

Ser criativo a ponto de poder saciar o interesse e a atenção dos

educandos, é uma tarefa desafiadora neste nível de ensino, por se tratar de

sujeitos com inúmeras expectativas, finalidades e experiências extra-escolar

em relação á aprendizagem. Isso resulta em uma prática de ensinar e aprender

indispensáveis, onde o professor assume a figura de potencializar ferramentas

necessárias para que o estudante amplie seus conhecimentos.

A formação de cidadãos no intuito de se apropriarem da leitura é um

desafio nas turmas de jovens e adultos, fazendo do ensino - aprendizagem um

problema. É inevitável que se busque um direcionamento no ensino de forma

que defina um sentido para o livro didático no que se refere à comunicação

textual, onde, muitas vezes, é o único material disponível na escola.

Talvez um simples texto, pode ser um recurso para que se chegue a um

determinado conhecimento. Tudo vai depender das indagações que esse

instrumento irá formular acerca das experiências vivenciadas pelos alunos,

tendo um valor significativo para ele na medida em que se veja inserido no

contexto. Uma verdadeira produção de sentido e transformação do sujeito.

Os livros didáticos devem ser usados de forma que ofereçam várias

maneiras para que o professor construa certas possibilidades de orientação

metodológica na organizar do trabalho pedagógico com um todo. Por ele ser

um suporte preferencial de comunicação do saber escolar, tende a ser de suma

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25

importância a análise do seu conteúdo de textos no que tange a valores e

ideológicas veiculados.

Esses livros devem ter uma relação na estrutura do trabalho docente,

cumprindo seu propósito didático, no que se refere à contextualização dos

alunos e professores. Apesar de terem interesses ideológicos e políticos, de

ordem econômica, social e cultural, possuem subsídios que auxiliam na

contribuição pedagógica da aprendizagem no ato de ler e decisivo para a

qualidade das atividades escolares.

No cotidiano escolar, os ensinantes fazem do ato de ler uma limitação de

atividades onde não existe uma discussão crítica entre professor e aluno, tendo

como produto final desse exercício uma sequência padrão e fragmentada,

tornando assim desinteressante e descontextualizado. As perguntas dos livros

didáticos que se referem a um texto lido ficam na sua grande maioria dispostas

a uma mera cópia do que o autor quis abordar.

Na prática, o ensinante trabalha para o desenvolvimento da capacidade que

vai ajudar na construção de significados que por conseqüência os alunos

participem de forma ativa. Nessa questão, implicará em deixar de lado a visão

de que o modo pelo qual o autor interpreta determinada opinião deve ser

considerado como única e absoluta, sem ao menos questionar de acordo com

a sua vivência e leitura de mundo.

O interessante e que se torna agradável é a interação do leitor com o livro

ou texto. Isso faz com que as aulas se tornem proveitosas e essenciais para

dinamizar a relação, que muito favorece para o surgimento de reflexão em

torno de um assunto.

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o ato de ler é um processo que vincula a linguagem à realidade, o que faz com que tal processo ocorra de forma diferenciada, de acordo com as “lentes” que o leitor utilize para ler essa realidade.Tais “lentes” revelam um outro aspecto de uma experiência de leitura: a predisposição do leitor diante do texto, que aponta o despertar da vontade como passaporte para o mundo da leitura(FREIRE, 1997,p.94).

Por ser o livro didático um objeto cultural específico da área educacional,

é preciso levar em conta a relação particular no nosso sistema educacional

como veículo ideológico e cultural. Dele, as atividades mediadas pelos

ensinantes, podem fazer capacitar a leitura de uma forma independente por

meio do trabalho mútuo nas escolas sem utilizá-lo como uma ferramenta que

substitua o docente. As práticas de leitura restritas ao livro didático baseiam-

se,segundo Kleiman (2006, p. 20),

Em uma concepção da atividade como equivalente à atividade de decodificação. Essa concepção dá lugar a leituras dispensáveis, uma vez que em nada modificam a visão de mundo do aluno [...] Essa atividade passa por leitura, quando a verificação da compreensão, também chamada, no livro didático, de “interpretação”, exige apenas que o aluno responda perguntas sobre informação que está expressa no texto.

Outra questão importante é o fato de idealizar o ato de ler, sem saber da

importância e proficiência que é formar cidadãos na busca da superação de

barreiras e liberdade na autonomia de suas decisões na aprendizagem. Isso se

deve entre outras coisas á formação precária de um grande número de

docentes, que deve agir como um mediador em suas ações do saber fazer. Pensar sobre o caráter da formação ressalta que a habilitação em EJA, está inserida no conjunto de disciplinas que irá formar profissionais para atuar em sala de aula. Acerca dessa persistência na formação em EJA, podemos citar à Pedagogia da Esperança de Paulo Freire, que considera “não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira, assim, espera vã.” (FREIRE, 1997, p. 10-11).

O educador tem que questionar sua real função no processo educativo,

seus objetivos, suas atitudes, valorizando conhecimentos e experiências de

vida dos seus aprendizes tendo como garantia a socialização de experiências

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em sala de aula. Nesse aspecto, essas experiências valem como um fator que

colabore na formação do ensinante participante na construção das realidades

expressas pelos sujeitos de EJA.

E no desenvolvimento da metodologia dialética, que a leitura se faz

eficiente, pois a aprendizagem se concretiza na medida em que esses

aprendentes se aproximem de uma compreensão levado pela interação em

classe.

A educação, que deve ser um ato coletivo não pode ser imposta. Porque educar é uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode ser nunca feita por um sujeito isolado não pode ser também o resultado do despejo de quem supõe que possui todo o saber, sobre aquele que, do outro lado, foi obrigado a pensar que não possui nenhum. (BRANDÃO, 2003, p. 21).

Kleimam (2001, p. 24) chama à atenção que é de suma importância a ação

dos docentes no trabalho de conscientização do aluno da EJA para a

constituição de seres sociais cientes das suas condições históricas como

trabalhadores. Consciente que esses estudantes possuem uma experiência de

vida e trabalho que é de vital relevância. A associação do contexto escolar com

o cotidiano deles nos fornecera o que diferencia a educação de crianças da de

jovens e adultos (EJA)

Muitos não tiveram oportunidades para freqüentar a escola ou uma

regularidade considerável para continuar os estudos. Apresentam visões de

mundo, leitura da sua realidade social e a escolarização é o meio pelo qual

possibilite uma ascensão na comunidade ou obter informação acerca das suas

inquietações, ou seja, o nível de letramento considerado que deve ser

valorizado.

Como afirma Kleiman (2006, p. 76), trabalhar com jovens e adultos, é

admitir os diversos grupos sociais que não estão adaptados ao ensino escolar,

muitas vezes heterogêneo e sujeitos com estruturas mentais elaboradas.

Grande parte do aluno da EJA é formada por trabalhadores com idades

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28

variadas. O abandono do estudo se deve á necessidade de trabalhar, por ser

originário de famílias humildes e a busca por melhores condições o fazem

retornar no intuito por melhores condições tanto no lado profissional como no

desenvolvimento pessoal.

O profissional que trabalha com a EJA deve estar disposto à troca de

experiências, a aprender com o outro, acreditar na sua capacidade respeitando

suas crenças, diferenças sociais e seus direitos. Essa atitude é vital para que

se valorize a prática pedagógica integrando os saberes dos jovens e adultos

adquiridos e produzidos ao logo de suas vidas. Como afirma Gobetti, (2007, p.

85) “A valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, a sua “leitura de

mundo”, dá o suporte para o desenvolvimento da oralidade, base da

aprendizagem da leitura e da escrita”.

Esses estudantes precisam ser mais bem assistidos pelas políticas públicas

da educação, por se tratar de sujeitos marcados, na sua grande maioria, por

discriminação ou assumir responsabilidades muito precocemente abandona os

estudos quando crianças. Nesse sentido, a escola se faz promotora da motivação

dos indivíduos, facilitando a superação de dificuldades encontradas.

Mollica (2007, p.64.), reconhece que “muitos educadores sabem que o

domínio da linguagem é condição essencial para que se tenha a possibilidade

de participação social” Compartilhando este pensamento é que o professor,

diante de todos esses fatores, deve perceber o quanto é relevante a motivação

em sala e a sua relação com o aluno, para que estimule o cotidiano escolar

tornando significativa a aprendizagem. Há urgência para que o docente consiga

envolver as áreas do conhecimento com a real necessidade dos educandos no

seu contexto social.

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Desta forma, a modalidade da EJA deve se configurar como uma

educação que coopere para tornar o aluno independente nas relações sociais

em seu espaço e transformador do conhecimento.

maneira de pensar a EJA situada no que se constituiu como sendo educação popular:uma educação dirigida a populações adultas pensada como uma educação participante, instrumento de desenvolvimento da consciência crítica popular Isto é, a educação aqui é entendida como um dos instrumentos de re-significação da própria realidade social na medida em que se constitui como uma situação organizada do encontro de pessoas que se empenham coletivamente na tarefa de transformar o mundo(BARREIRO, 2000,p.28).

É importante então que, se tenha a noção concreta que a metodologia

para que se possa desenvolver o hábito de leitura do adulto é diferente da

criança. De uma maneira geral os regentes escolares ainda não se alertaram

para essa questão, falta um melhor preparo em se tratando dessa modalidade

de ensino (EJA), no intuito de se fazer um trabalho que ajude na melhoria do

processo de apropriação do conhecimento.

Em todo o processo de ensino que propõe mudança principalmente na

EJA se faz necessário uma reflexão e análise do contexto do aluno que muitas

vezes se vê desassistido pela sociedade e pelos poderes públicos. E com o

advento da industrialização vigente o trabalhador deve ter o mínimo de

escolarização possível para não ficar à margem da exclusão.

Segundo Libâneo (2002, p.204), a escola no intuito de formação para

uma cidadania terá que investir para ajudar o aluno a se tornarem críticos e

poderem se engajar na luta por uma justiça social. Um cidadão - trabalhador

apto a interferir na realidade e transformá-la situando criticamente no sistema

produtivo.

Trabalhar com a EJA é sempre estar pensando na educação de forma

consciente de princípios de ações que deve estar ligado a sua formação

docente. A valorização da vivência e especificidade do estudante desta

categoria de ensino se faz necessário no intuito de poder aspirar confiança

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30

daquele que está comprometido a aprender e que tem na educação talvez a

única ferramenta para poder modificar sua condição como cidadão no contexto

vigente.

3.2 Técnicas de pesquisa que foram utilizadas.

O presente estudo tem como referencial metodológico, a pesquisa

bibliográfica e empírica.

A pesquisa bibliográfica consiste no estudo das teorias de Freire em A

importância do ato de ler, Barbosa em Alfabetização e leitura, Libâneo Adeus

professor, adeus professora? : novas exigências educativas e profissão

docente, Kleiman em Oficina de leitura: teoria e prática, entre outros,

possibilitando assim um conhecimento teórico que servirá como alicerce para a

fundamentação de conceitos que envolvem à prática educacional de jovens e

adultos (EJA)

Na pesquisa empírica foi realizado um questionário, feito em sala de

aula durante o processo ensino – aprendizagem com vinte educandos

participantes da pesquisa e com oito docentes.

O campo empírico foi constituído por uma escola da Rede Estadual de

Ensino da EJA, localizada no bairro de Plataforma na qual foram eleitos vinte

alunos dentre os estudantes e entre os professores oito representantes como

destaque, para o estudo das questões diretamente relacionadas à leitura.

A escola não será identificada por uma questão de sigilo. O período de

visita ao referido local data do período do dia 8 á 22 novembro de 2010.

3.3. A escola

É um patrimônio da comunidade o qual está localizado no bairro de

Plataforma, subúrbio de Salvador. Sua criação ocorreu em 1980, mas sua

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inauguração só ocorreu em 1981. A escola surgiu da necessidade da

comunidade e da força de vontade de alguns de seus moradores.

O colégio começou com aulas para pré - escola, passando pelas oito

séries da educação fundamental, incluindo EJA. Ele ainda conta o apoio de

alguns de seus fundadores que atuam ou atuaram como funcionários e

professores.

Porém, como em toda escola pública, esta escola passou por

dificuldades durante toda a sua história, um exemplo dito é uma reforma que

iniciou desde agosto deste ano, uma reforma necessária e urgente. Reforma

essa que também foi fruto da luta de todos em prol da instituição de ensino.

Com a reforma, a comunidade, os atuais alunos e os egressos creem na

possibilidade de um melhor atendimento das carências da escola.

Alunado do EJA na sua grande maioria é formado por trabalhadores

adultos, poucos idosos a maioria empregada domestica ou da construção civil.

A escola vai fazer 30 anos, possui aproximadamente 30 professores que na

sua maioria são graduados e outros em fase de especialização.

3.4. Os sujeitos da pesquisa

Conforme relatado anteriormente, os sujeitos da pesquisa são os

professores e os alunos da EJA foco central deste trabalho, o qual tem como

objeto de estudo o desenvolvimento do hábito da leitura na EJA da prática

pedagógica desses atores na relação com a leitura em sala, por considerar

como um sistema complexo, construído pelos sujeitos que a compõem.

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3.5. Os professores

Eles são um total de trinta sujeitos que fazem parte de um universo

cultural diferenciado, em relação à posição social: algumas residem em bairros

empobrecidos e distantes da cidade, outras residem em bairros centrais,

caracterizando-se na, sua maioria, por uma faixa etária que varia entre 28 e 50

anos.

Quanto à formação, a maioria possui curso superior completo e alguns

professores com especialização, apenas um deles, possui o antigo Curso

Normal, equivalente ao Magistério. Todos possuem uma carga horária de

trabalho que varia entre 40 e 60 horas semanais. Apenas duas professoras

exercem outra atividade profissional fora da Rede Estadual de Ensino.

3.6 Os alunos

Foram entrevistados vinte alunos pertencentes às classes dos

professores, os quais se mostram satisfeitos com a escola e afirmam sentirem-

se valorizados pelos professores.

Quanto à faixa etária, encontram-se entre 16 e 48 anos de idade,

freqüentam as classes de 1ª série, nível 1 e nível 2 do 1º segmento do Ensino

Fundamental. Assumem profissões como: pedreiro, porteiro, pintor, doméstica,

costureira, aposentado etc.

Os demais alunos, na sua grande maioria, são oriundos do interior do

Estado e fazem parte da classe social desfavorecida economicamente.

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33

3.7. A observação.

As observações em classe foram realizadas durante o período de uma

semana, durante as quais verifiquei a relação professor aluno, os recursos

utilizados, as reações e participações dos alunos como também, os aspectos

didático-metodológicos utilizados pelos professores. Essa observação tem

como característica relevante o olhar crítico e analítico.

CAPÍTULO III Análise e interpretação dos dados obtidos na pesquisa empírica

A análise dos dados foi feita numa perspectiva sócio-histórica,

compreendendo as relações humanas, com o outro e as subjetividades a partir

da análise, tendo em vista as representações da EJA nas escolas.

Para melhor esclarecimento dos dados encontrados foram criados gráficos

a partir do questionário sendo que cada gráfico representa uma questão.

O questionário dirigido para os alunos foi composto de nove questões

abertas e fechadas. Sendo três abertas e seis fechadas.

Na primeira questão foi perguntado se o aluno era incentivado a ler na

escola.

Gráfico 1: Alunos incentivados pela leitura na escola

02468

1012141618

sim não ás vezes

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34

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Dos alunos entrevistados, 85%responderam que não se sentem incentivados

pelos professores.

Na questão (2) foi questionado sobre quantas vezes o aluno costuma ler por

dia.

Gráfico 2: Quantidade de leitura por dia dos alunos

0123456789

todos os dias duas vezesuma veztrês vezesás vezes

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Dos alunos entrevistados, 45% responderam que lê apenas uma vez.

Na questão (3) O que você lê mais freqüentemente?

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35

Gráfico 3: Material de leitura preferido pelos alunos

0

1

2

3

4

5

6

7

revistajornalinternetlivros

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Dos alunos entrevistados, 35% responderam que fazem uso da revista como

leitura.

Na questão de número (4) de que maneira você tem acesso aos livros que lê?

Gráfico 4: Local onde os alunos têm acesso à leitura

0

2

4

6

8

10

12

14

escolacasa

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Dos alunos entrevistados, 70% disseram que e escola é o local de acesso a

leitura

Na questão de número (5) foi questionado qual o seu interesse em leitura?

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36

Gráfico 5: Tipo de leitura dos alunos

0

1

2

3

4

5

6

7

romancepolicialhistóricaficção

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Dos alunos entrevistados, 35% responderam que tinham preferência por leitura

de ficção.

Questão (6), com que freqüência você freqüenta a biblioteca?

Gráfico 6: Números de alunos que frequentam a biblioteca

0

2

4

6

8

10

12

só quando temtrabalhodiariamente

não frequenta

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Dos alunos entrevistados apenas 60% freqüentam a biblioteca quando há trabalho

escolar para fazer.

Questão (7), você é assinante de algum jornal ou revista?

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Gráfico 7: Quantidade de alunos que são assinantes

02468

10121416

sim não

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

75% dos entrevistados não possuem assinatura de jornal e revista.

Questão (8), o professor em sala de aula incentiva a leitura?

Gráfico 8: Alunos que se acham motivados pelo professor

0

5

10

15

20

sim não

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

95% do público considera que o professor incentiva a leitura.

Questão (9) você tem dificuldade para interpretar textos?

textos.

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Gráfico 9: Dificuldade em interpretação textual

02468

10121416

sim não

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

75% dos alunos consideram que não possuem dificuldade para

interpretar.

De acordo com os questionários, a maioria declara gostar de ler, o que

pode significar muito, para quem está interessado na formação de leitores e no

crescimento dessa disposição, como meio para melhorar o desempenho.

A freqüência assumida pelos informantes também é um dado positivo,

(45%) afirma ler ao menos uma vez por dia.

No entanto, nada menos que 60% só frequenta biblioteca quando existe

trabalho para ser realizado. Esse tipo de atitude pode estar relacionado ao fato

do pouco estudo dedicado aos nossos autores ou à relativamente pobre

divulgação de suas obras, ao longo do tempo, que os torna desconhecidos e

distante da vida cotidiana dos alunos da EJA.

A maior parte dos estudantes respondeu que o professor é um

incentivador na leitura deles, dando a entender como esse profissional é

importante, para incrementar o acesso aos livros e sendo local onde tem

acesso aos livros a escola

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39

Um número considerável respondeu que o local onde conseguia acesso

aos livros era na escola, o que nos faz afirmar como esse ambiente é de vital

importância, para incrementar o acesso aos livros.

A predileção por livros e revistas demonstra uma prática ou hábito de

leitura desses suportes, o que reflete muito a acessibilidade de leitura, de

maneira que os 75% possuem assinatura de livro e revistas.

O resultado da pesquisa mostrou que muitos desses alunos não têm

contato direto com qualquer livro que não seja o didático, durante a aula.

Percebe-se ainda que eles não possuem contato com a biblioteca da escola e

que a maioria não costuma freqüentar quaisquer outros espaços de leitura e

pesquisa fora da escola.

Isso se da devido ao público do EJA ser diferenciado dos alunos

matriculados no ensino regular. Pois da falta de tempo é um fator primordial,

pode-se dizer que é uma das maiores dificuldades enfrentadas no processo de

voltar a estudar. Muito dos alunos tem uma jornada diária de trabalho de até 10

horas, possuem família, dentre outros e não possui tempo para se dedicar a

leitura fora de seu período presencial.

Acreditamos que a falta desse contato colabora muito para que esses

alunos não se habituem à leitura. A resposta de alguns deles no quesito sobre

quantas vezes lê por dia, em que 45% afirmam ter lido uma vez. É necessário

destacar também a opinião dos alunos em relação à própria capacidade de

leitura e compreensão. Na presente pesquisa, encontramos 75% dos alunos

dizendo que não possuem dificuldade. Inúmeras vezes encontramos alunos

com dificuldade de interpretar um simples enunciado ou, ainda, incapazes de

correlacionar sinonímias simples, devida à falta de variedade vocabular dos

mesmos.

Provavelmente sua pouca experiência com os livros os impede de

adquirir um vocabulário mais extenso.

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O questionário dirigido para oito professores foi composto de dez

questões abertas e fechadas. Sendo oito abertas e duas fechadas.

Questão (1), qual o seu interesse por leitura?

. Gráfico 10: Interesse de leitura pelos professores

0

0,5

1

1,5

2 agregar e enriquecerconhecimentosmanter atualizado

relacionar a áreaprofissional descoberta deconhecimentodesenvolver a escrita

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

Ao analisar o gráfico foi constatado que: 25% dos entrevistados acham que é

agregar e enriquecer conhecimentos, manter atualizado e relacionar a área

profissional. Já os outros 25% se interessam pela descoberta de

conhecimentos e desenvolvimento da escrita

Questão (2), que conteúdo você busca através da leitura?

Page 41: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB · Alexandre Lopes Nascimento A LEITURA EM SALA DE AULA DESENVOLVIMENTO DO HÁBITO DA LEITURA EM TURMA DE EJA Monografia apresentada como

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Gráfico 11: Conteúdos que os docentes procuram na leitura

00,5

11,5

22,5

33,5

4

informaçãoteor profissional objetivos diversos

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

45 % responderam que a procura pela leitura esta vinculada a obter informação

Questão (3), como se deu o gosto pela leitura?

Gráfico 12: Como se originou o hábito da leitura

0

1

2

3

4

pais escolas e professores na profissão

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

37,5% responderam que houve um incentivo dos professores e escola.

Questão (4), que tipo de leitura você prefere?

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Gráfico 13: Alunos incentivados pela leitura na escola

0

1

2

3

4

jornais revistasromancetodos os tipos

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

50% preferem o romance

Questão (5), o que você elabora para incentivar a leitura nos alunos?

.

Gráfico 14: Recurso utilizado para incentivar a leitura

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3 recorte de jornal

leiturade texto didático

noticias da televisão

pesquisas p/ aprsentação emsala

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

37,5% utilizam recortes de jornal Questão (6), que materias de leitura vem sendo oferecido aos professores de EJA na escola?

Gráfico 15: Material utilizado para leitura em sala

0

2

4

6

8

livro didático

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

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100% vinculam o livro didático como material

Questão (7), a escola reconhece seu papel na formação do leitor em que sentido?

Gráfico 16: Reconhecimento da escola como agente formador de leitura

00,5

11,5

22,5

33,5

4

não sim

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010 50% acham que não reconhecem e os outros 50% reconhecem como o principal formador de leitores na EJA. Questão (8), que relação há entre a escola, a leitura e os alunos?

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Gráfico 17: Relação aluno x leitura x escola

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3 não existe relação

local ideal para a leitura

não existe devido a falta deestrutura da biblioteca aprendizagem e socialização

colaboração para facilitar aleitura sobre o mundo incentivo para desenvolver oato de ler

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

37,5 % acham que não existe relação

Questão (9), que tipos de texto você utiliza em sala de aula?

Gráfico 18: Tipo de textos utilizados em sala

0

1

2

3

4

5

revista jornais letras de música

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

62,5% utilizam o jornal e a revista e 37,5% fazem das letras de músicas

uma ferramenta para trabalhar textos na aprendizagem.

Questão (10), seus alunos tem dificuldade para interpretar textos?

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Gráfico 19: Dificuldades segundo os professores da leitura dos alunos

0

1

2

3

4

5

6

sim não

Fonte: pesquisa de campo – novembro 2010

75% alegaram que seus alunos possuem dificuldade na leitura.

Ao serem questionados sobre o interesse por leitura, os professores

oferecem respostas para a explicação proposta pela pesquisa para a

acentuada preocupação com a formação de atitudes e valores dos estudantes,

centrada na ideia de importância da figura do professor como mediador de

conhecimentos, esse dado mostra um terreno propicio para se constituir e

circular os conhecimentos na escola. Qual é então o papel político no desenvolvimento da leitura escolar na

modalidade EJA? Muita pretensão propor algum tipo de sentença para isso,

mas uma consideração preliminar pode ser feita, sobretudo amparada nos

dados comentados anteriormente. O meio acadêmico precisa ficar atento não

apenas às práticas e dinâmicas propriamente escolares e administrativas, mas

também às práticas incentivadas pela sociedade como um todo.

Essa atenção deve amparar políticas e projetos com a escola pública e

seus agentes. A noção de identidade e de autonomia dos alunos e da própria

escola deve ser norteada pela história, por ela ser uma necessidade para a

constituição da cidadania tendo em vista que o meio educacional é frágil e o

papel da mídia é tão decisivo na contemporaneidade.

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Por mais que se invista na idéia de cidadania e de composição de um

perfil ético é preciso principalmente exercitar o diálogo entre o conhecimento

curricular ou das práticas escolares convencionais e o conhecimento histórico.

Outro dado interessante a ser destacado é que a escola adotou, para

todas as turmas que têm curso de EJA, a coleção de livros didáticos Viver,

Aprender, produzida pela Ação Educativa, considerada por muitos estudiosos

como um dos melhores materiais que se tem na atualidade para esse público.

Questionada a respeito da adoção dessa coleção e os motivos que levaram a

instituição a fazê-lo, a coordenadora do colégio comentou que a compra dos

livros traz muitos benefícios, pois “eles têm imagens, coisas que faltam em uma

xerox”.

E os professores que usam esses livros didáticos não participam do

processo de escolha. Em sala de aula, foi observado o uso sistemático do livro

didático apenas por uma grande parte das turmas.

Destaca-se, entretanto, que as professoras dessas turmas observadas

julgam o livro didático muito difícil para os alunos e comenta que providencia

atividades extras quando percebe que eles já estão ficando cansados ou “não

estão dando conta” do livro.

Em três turmas estamos trabalhando com a possibilidade de que ele

tenha sido abandonado, pois não presenciamos o seu uso e manuseio em sala

de aula. Entretanto, é muito cedo para fazermos qualquer afirmação, visto que

ainda não podemos determinar o motivo dessa não utilização.

A duas professoras tive a oportunidade de indagar sobre a não

utilização do livro didático em suas aulas e elas declararam que os alunos

estavam cansados dos livros e por isso pararam de usá-los. Já em uma das

turmas de segundo ano ele foi mesmo abolido, segundo informações da

professora. De acordo com seu depoimento, após discutir com a coordenadora

pedagógica o perfil dos alunos, ficou decido que a turma não utilizaria o livro

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didático, mas um método de alfabetização específico, adotado por ela em

outras turmas, que atenderia às necessidades do grupo.

Considerações Finais.

È primordial que se proporcione ao docente em formação um melhor

preparo para que este conheça e perceba as possibilidades pedagógicas da

leitura, a fim de que possa usá-las em sua prática pedagógica na

modalidade da EJA.

O uso da leitura em educação, não se edifica tanto por causa dos

aspectos como a falta de desejo, interesse e acesso, quanto pela fragilidade

e distanciamento do contexto dos educadores a que se pretende atingir.

Fazendo-se, então necessário dedicarmos esforços e quebra das

barreiras apresentadas através do incentivo à interação do hábito de ler,

bem como promoção de cursos ou reestruturação dos já existentes, a fim de

que estes se apresentem contextualizados com a realidade das múltiplas

práticas docentes dos professores que estes projetos de cursos pretendem

envolver.

Consideramos finalmente que se respeitando os desejos e anseios

dos professores engajados no desenvolvimento da educação em EJA,

permitindo este acesso, interação e imersão às possibilidades pedagógicas

em seu caminhar profissional, tornando assim mais concreta a trilha que

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possibilitará efetivar o processo de formação docente mediado pelo hábito

da leitura.

Essa pesquisa forneceu subsídio para saber que não é preciso esperar

pela alfabetização formal para que tanto jovens ou adultos se envolvam com a

leitura. Entretanto, para que elas se tornem efetivamente, faz-se necessário

que, em algum momento do processo de alfabetização, tenham não somente

adquirido conhecimentos específicos do código alfabético, mas também (e,

sobretudo) dos aspectos lingüístico-discursivos em que ele se insere.

Dessa forma, sabemos que os leitores, em situações cotidianas, em

interação com pessoas conhecidas que interferem em suas vivências,

mediando suas aprendizagens, iniciam um processo assistemático de

capacidades argumentativas orais que contribuem para a aprendizagem das

capacidades utilizadas na leitura.

Além disso, sabemos que o conhecimento das finalidades para as quais

se direciona o discurso, são responsáveis, pela seleção de argumentos

utilizados, porque é preciso considerar os próprios interesses e os alheios

também, o que requer a percepção de razões que são mais adequadas para

cada fim. Portanto os processos de alfabetização, isto é, do ensino e da

aprendizagem no ato de ler envolve processos sociais e formas culturais que

se apossam da leitura e da escrita, conduzindo determinados modos de

assimilação.

No estudo realizado, obtivemos informações sobre as contribuições

trazidas pela leitura e da escrita, pois, permitiram problematizar as afirmações

sobre a ausência de leitura nos meios populares, e suas supostas

conseqüências cognitivas, ao revelarem que a leitura é uma prática cultural e,

portanto, não se reduz às operações cognitivas com o texto escrito.

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O uso que a sociedade tem feito da leitura permitiram que ela

penetrasse, de diversas maneiras, nos vários domínios da vida social, nas suas

formas de organização, na construção das significações sociais e nas formas

de relação social.

Como vimos, em relação aos métodos nas atividades com leitura, e isso

não se trata de uma discussão tão nova, nem tampouco se trata de pensar

que, isoladamente, um método possa resolver os problemas da alfabetização. E

qualquer discussão sobre métodos de alfabetização que se queira rigorosa e

responsável.

Portanto, não se pode desconsiderar o fato de que um método de ensino

é apenas um dos aspectos de uma teoria educacional relacionada com uma

teoria do conhecimento e com um projeto político e social.

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Anexos

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PESQUISA QUESTIONÁRIO – ESTUDANTE

HÁBITO DE LEITURA

1- Você é incentivado a ler em sua escola? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 – Quantas vezes você costuma lê por dia? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3 - O que você lê mais frequentemente? ( ) jornal ( ) revista outros ________________________ 4 – De que maneira você tem acesso aos livros que lê? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5 – Qual o seu interesse em leitura ? ( ) ficção ( ) romance ( ) policial ( ) histórica 6- Com que freqüência você frequenta a biblioteca? ( ) diariamente outros ______________________ ( ) só quando tem trabalho 7- Você é assinante de algum jornal ou revista?

( ) sim qual ? _____________________

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( ) não 8 – O professor em sala de aula incentiva a leitura? ( ) sim ( ) não 9 – Você tem dificuldade para interpretar textos ? ( ) sim ( ) não

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PESQUISA QUESTIONÁRIO – PROFESSOR

HÁBITO DE LEITURA

1- Qual o seu interesse por leitura? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2 – Que conteúdo você busca através da leitura? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- Como se deu o gosto pela leitura? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4 - Que tipo de leitura você prefere? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- O que você elabora para incentivar a leitura nos alunos? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Que materias de leitura vem sendo oferecido aos professores de eja na escola? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 7 – A escola reconhece seu papel na formação do leitor em que sentido? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 8 – Que relação há entre a escola, a leitura e os alunos?

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__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9- Que tipos de texto você utiliza em sala de aula? ( ) bula de remédio ( ) revistas ( ) jornais ( ) letras de musicas ( ) outros _____________________________ 10 – Seus alunos tem dificuldade para interpretar textos? ( ) sim ( ) não