universidade de aveiro 2017
TRANSCRIPT
Universidade de Aveiro Departamento de Educaccedilatildeo e Psicologia 2017
As liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira um desafio plurilingue e intercultural
Filipe Joseacute
Campos Ferreira
Universidade de Aveiro Departamento de Educaccedilatildeo e Psicologia 2017
As liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira um desafio plurilingue e intercultural
Relatoacuterio de estaacutegio apresentado agrave Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ensino do Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e no Ensino Secundaacuterio e de LE (Espanhol) nos Ensinos Baacutesico e Secundaacuterio realizada sob a orientaccedilatildeo cientiacutefica da Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde Professora Associada com Agregaccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo da Universidade de Aveiro
Filipe Joseacute
Campos Ferreira
O juacuteri Presidente Professora Doutora Ana Isabel de Oliveira Andrade
Professora Associada Universidade de Aveiro
Doutora Mirta dos Santos Fernaacutendez Leitora da
Universidade do Porto da Faculdade de Letras
Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde
Professora Associada com Agregaccedilatildeo da Universidade de
Aveiro
Aos meus pais
Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia
pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que
agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e
aos meus avoacutes
O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora
Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo
disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na
elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio
Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta
Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste
relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na
exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz
Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me
abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a
construir a minha identidade enquanto professor
Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio
nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que
atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata
Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime
Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem
eles este trabalho natildeo seria possiacutevel
Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias
plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira
Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas
minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol
como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de
as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes
educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua
valorizaccedilatildeo
Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma
abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o
lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do
Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica
espanhola
Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento
teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino
e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas
praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas
Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e
consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira
do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave
exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de
um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num
agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees
investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural
Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar
os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos
docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo
com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de
falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos
aprendentes da LE
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
Universidade de Aveiro Departamento de Educaccedilatildeo e Psicologia 2017
As liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira um desafio plurilingue e intercultural
Relatoacuterio de estaacutegio apresentado agrave Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessaacuterios agrave obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ensino do Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e no Ensino Secundaacuterio e de LE (Espanhol) nos Ensinos Baacutesico e Secundaacuterio realizada sob a orientaccedilatildeo cientiacutefica da Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde Professora Associada com Agregaccedilatildeo do Departamento de Educaccedilatildeo da Universidade de Aveiro
Filipe Joseacute
Campos Ferreira
O juacuteri Presidente Professora Doutora Ana Isabel de Oliveira Andrade
Professora Associada Universidade de Aveiro
Doutora Mirta dos Santos Fernaacutendez Leitora da
Universidade do Porto da Faculdade de Letras
Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde
Professora Associada com Agregaccedilatildeo da Universidade de
Aveiro
Aos meus pais
Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia
pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que
agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e
aos meus avoacutes
O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora
Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo
disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na
elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio
Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta
Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste
relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na
exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz
Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me
abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a
construir a minha identidade enquanto professor
Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio
nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que
atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata
Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime
Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem
eles este trabalho natildeo seria possiacutevel
Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias
plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira
Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas
minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol
como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de
as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes
educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua
valorizaccedilatildeo
Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma
abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o
lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do
Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica
espanhola
Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento
teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino
e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas
praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas
Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e
consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira
do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave
exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de
um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num
agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees
investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural
Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar
os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos
docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo
com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de
falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos
aprendentes da LE
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
O juacuteri Presidente Professora Doutora Ana Isabel de Oliveira Andrade
Professora Associada Universidade de Aveiro
Doutora Mirta dos Santos Fernaacutendez Leitora da
Universidade do Porto da Faculdade de Letras
Professora Doutora Maria Helena Serra Ferreira Anccedilatilde
Professora Associada com Agregaccedilatildeo da Universidade de
Aveiro
Aos meus pais
Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia
pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que
agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e
aos meus avoacutes
O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora
Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo
disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na
elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio
Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta
Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste
relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na
exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz
Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me
abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a
construir a minha identidade enquanto professor
Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio
nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que
atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata
Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime
Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem
eles este trabalho natildeo seria possiacutevel
Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias
plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira
Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas
minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol
como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de
as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes
educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua
valorizaccedilatildeo
Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma
abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o
lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do
Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica
espanhola
Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento
teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino
e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas
praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas
Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e
consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira
do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave
exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de
um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num
agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees
investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural
Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar
os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos
docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo
com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de
falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos
aprendentes da LE
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
Aos meus pais
Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia
pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que
agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e
aos meus avoacutes
O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora
Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo
disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na
elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio
Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta
Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste
relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na
exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz
Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me
abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a
construir a minha identidade enquanto professor
Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio
nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que
atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata
Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime
Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem
eles este trabalho natildeo seria possiacutevel
Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias
plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira
Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas
minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol
como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de
as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes
educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua
valorizaccedilatildeo
Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma
abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o
lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do
Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica
espanhola
Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento
teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino
e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas
praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas
Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e
consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira
do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave
exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de
um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num
agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees
investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural
Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar
os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos
docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo
com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de
falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos
aprendentes da LE
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
Agradecimentos O meu primeiro grande obrigado destina-se agrave minha famiacutelia
pelo precioso apoio que meu deu ao longo desta etapa que
agora termina em especial aos meus pais agrave minha irmatilde e
aos meus avoacutes
O meu mais sincero e profundo agradecimento agrave Professora
Doutora Maria Helena Anccedilatilde pela sua orientaccedilatildeo
disponibilidade e apoio dado nos momentos mais difiacuteceis na
elaboraccedilatildeo deste relatoacuterio
Um obrigado muito em especial agrave Professora Doutora Mirta
Fernaacutendez pelo apoio incondicional na concretizaccedilatildeo deste
relatoacuterio por ter reconhecido o meu empenho e dedicaccedilatildeo na
exploraccedilatildeo do tema e por ter acreditado que seria capaz
Agraves professoras Isabel Miranda e Betina Martins que me
abriram as portas ao mundo da educaccedilatildeo e ajudaram a
construir a minha identidade enquanto professor
Aos meus amigos que sempre me deram o alento necessaacuterio
nesta jornada que me fazem sorrir e ser a pessoa que
atualmente sou em particular agrave Mariana agrave Carlota e agrave Tata
Aos meus alunos do 11ordmD da Escola Secundaacuteria Jaime
Magalhatildees Lima pela sua colaboraccedilatildeo neste projeto sem
eles este trabalho natildeo seria possiacutevel
Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias
plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira
Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas
minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol
como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de
as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes
educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua
valorizaccedilatildeo
Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma
abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o
lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do
Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica
espanhola
Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento
teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino
e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas
praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas
Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e
consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira
do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave
exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de
um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num
agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees
investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural
Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar
os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos
docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo
com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de
falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos
aprendentes da LE
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
Palavras-chave diversidade linguiacutestica e cultural liacutenguas de Espanha liacutenguas minoritaacuterias
plurilinguismo interculturalidade Espanhol como Liacutengua Estrangeira
Resumo As liacutenguas faladas no espaccedilo linguiacutestico do espanhol satildeo consideradas
minoritaacuterias e raramente satildeo foco de objeto de estudo nas aulas de Espanhol
como Liacutengua Estrangeira (Fernaacutendez 2013) Assim surge a necessidade de
as tornar visiacuteveis na aula de Espanhol consciencializando todos os agentes
educativos para a relevacircncia destas promovendo deste modo a sua
valorizaccedilatildeo
Neste estudo atraveacutes de um olhar plurilingue e intercultural norteado por uma
abordagem de diferentes liacutenguas e culturas foi nosso propoacutesito refletir sobre o
lugar das liacutenguas de Espanha no processo de ensinoaprendizagem do
Espanhol perspetivando-as como patrimoacutenio da identidade linguiacutestica
espanhola
Para sustentar as questotildees investigativas elaboraacutemos um enquadramento
teoacuterico que espelha a emergecircncia da inclusatildeo de liacutenguas minoritaacuterias no ensino
e avalia o peso didaacutetico das liacutenguas de Espanha no desenvolvimento de boas
praacuteticas didaacutetico-pedagoacutegicas
Com o presente relatoacuterio pretende-se compreender os olhares atitudes e
consideraccedilotildees dos alunos de uma turma de Espanhol como Liacutengua Estrangeira
do 11ordm ano do Ensino Secundaacuterio no ano letivo de 20162017 em relaccedilatildeo agrave
exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha mediante a implementaccedilatildeo de
um estudo de caso com traccedilos de investigaccedilatildeo-accedilatildeo desenvolvido num
agrupamento de escolas na regiatildeo de Aveiro Para abordar as nossas questotildees
investigativas recorremos principalmente ao inqueacuterito por questionaacuterio e a
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural
Os resultados obtidos confirmam e reforccedilam a emergecircncia didaacutetica de educar
os alunos para a diversidade linguiacutestica e cultural do Espanhol cabendo aos
docentes criar no espaccedilo de aula um ambiente de reflexatildeo e diaacutelogo coletivo
com o Outro onde todas as liacutenguas independentemente do seu nuacutemero de
falantes e prestiacutegio econoacutemico-social alargam e enriquecem a bagagem dos
aprendentes da LE
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
Key-words cultural and linguistic diversity tongues of Spain minority tongues
plurilingualism interculturality Spanish as a Foreign Tongue
Abstract The languages spoken on the Spanish linguistic space are considered to be
minority and rarely are the focus of study on the Spanish as Foreign
Language classrooms (Fernaacutendez 2013)
Therefore it is necessary to make them visible in the Spanish classroom
making the educational agents aware of their importance thus promoting their
appreciation
In this study through a multilingual and intercultural look guided by an
approach of different languages and cultures it was our intent to think on the
place of the Spain languages on the teachinglearning process of Spanish
prospecting them as Spanish linguistic identity heritage
To support the research questions we prepared a theoretical framework that
show the urgency of including minority languages in teaching and evaluates
the didactic weight of the t languages of Spain on the developing of good
didactic-pedagogical practices
With this report we intent to understand the looks attitudes and considerations
of the students of a Spanish as Foreign Language class from 11th year
Secondary School on the 20162017 year in relation to exploiting Spainrsquos
cultures and languages according to the implementation of a case study with
research-action traits developed in a school on the Aveiro area To approach
our research questions we mainly used a questionnaire survey and linguistic
and cultural awareness sessions
The obtained results confirm and reinforce the didactic urgency to educate the
students for a linguistic and cultural diversity of Spanish and it is up to the
teachers to create in the classroom an environment of reflexion and
collective dialogue with the Other where every language regardless the
amount of speakers and social-economical prestige broaden and enrich
Foreign Languages learners
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156
Palabras clave diversidad linguumliacutestica y cultural lenguas de Espantildea lenguas
minoritarias plurilinguumlismo interculturalidad Espantildeol como Lengua
Extranjera
Resumen Las lenguas que se hablan en el espacio linguumliacutestico del espantildeol se
consideran minoritarias y por ello raramente son objeto de estudio
per se en las clases de Espantildeol como Lengua Extranjera (Fernaacutendez
2013) De ahiacute surge la necesidad de hacerlas visibles en la clase de
espantildeol haciendo que a traveacutes de la promocioacuten de su valorizacioacuten
todos los agentes educativos tomen conciencia de la relevancia de
dichas lenguas
En este estudio desde una perspectiva plurilinguumle e intercultural bajo
los presupuestos de un enfoque centrado en diferentes lenguas y
culturas nos hemos propuesto reflexionar sobre el papel de las otras
lenguas de Espantildea en el proceso de ensentildeanzaaprendizaje del
Espantildeol partiendo de su consideracioacuten como patrimonio de la
identidad linguumliacutestica espantildeola
Con el objeto de fundamentar las preguntas de investigacioacuten hemos
construido un marco teoacuterico que refleja la necesidad de apremiar la
inclusioacuten de las lenguas minoritarias en la ensentildeanza y evaluacutea el peso
didaacutectico de las lenguas de Espantildea en la implementacioacuten de buenas
praacutecticas didaacutecticas y pedagoacutegicas
Con el presente trabajo de fin de Maacutester se pretende comprender las
percepciones actitudes y consideraciones de los alumnos de una
clase de espantildeol del undeacutecimo curso de la Ensentildeanza Secundaria
portuguesa a lo largo del curso lectivo 20162017 (curso equivalente a
1ordm de Bachillerato) en relacioacuten con la auscultacioacuten de las lenguas y
culturas de Espantildea mediante la puesta en praacutectica de un estudio de
caso con tintes de investigacioacuten-accioacuten llevado a cabo en un instituto
de educacioacuten secundaria de la regioacuten de Aveiro Para dar respuesta a
las preguntas de investigacioacuten hemos recurrido fundamentalmente a
la teacutecnica de la encuesta a traveacutes de cuestionarios y a sesiones de
sensibilizacioacuten linguumliacutestica y cultural
Los resultados obtenidos confirman y refuerzan la urgencia didaacutectica
de educar a los alumnos en lo que respecta a la diversidad linguumliacutestica
y cultural del Espantildeol para cuyo propoacutesito los docentes deben crear
en el microcosmos de la clase un ambiente de reflexioacuten y diaacutelogo
colectivo con el Otro espacio en el que todas las lenguas
independientemente de su nuacutemero de hablantes y prestigio
econoacutemico-social ampliacuteen y enriquezcan el bagaje de los
aprendientes de la lengua extranjera
8
Iacutendice Geral
Agradecimentos 5
Resumo 6
Introduccedilatildeo 16
Capiacutetulo I - As Liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol
como Liacutengua Estrangeira 18
11 Introduccedilatildeo 20
12 As liacutenguas de Espanha 20
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha 22
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias 27
15 As LESP e a componente plurilingue e intercultural na aula de ELE 29
151 Plurilinguismo na aula de ELE 30
152 Interculturalidade na aula de ELE 32
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes 35
17 Liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
38
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico 38
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio 39
18 Siacutentese as LESP no Ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira 41
Capiacutetulo II Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de
intervenccedilatildeo 42
21 Introduccedilatildeo 43
22 Questotildees e objetivos investigativos 43
23 Participantes 44
9
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo 44
241 O Macrocontexto 44
242 O microcontexto a nossa turma 47
25 Metodologia do estudo 48
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas 48
26 Instrumentos de recolha de dados 51
261 Inqueacuterito por questionaacuterio 51
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas 52
271 O inqueacuterito por questionaacuterio 52
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas 54
273 Fichas de trabalho e notas de campo 57
Capiacutetulo III - Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos 58
31 Introduccedilatildeo 59
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio 60
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
71
Consideraccedilotildees finais 82
Referecircncias bibliograacuteficas 88
Anexos 98
10
Lista de Tabelas
Tabela 1 ndash Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Tabela 2 - Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do inqueacuterito por questionaacuterio
11
Lista de Graacuteficos
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
Graacutefico 4 ndash Nordm de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior nordm de liacutenguas minoritaacuterias para os inquiridos
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
Graacutefico 7 ndash Anos de escolaridade em que abordaram as LESP segundo os inquiridos
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
12
Lista de Figuras
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Figura 2 - As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
Figura 3 ndash Conceccedilotildees acerca de liacutenguas minoritaacuterias
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha (in Buzzfeed)
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
Figura 6 ndash Exerciacutecio de introduccedilatildeo agrave liacutengua e cultura catalatilde
13
Lista de Abreviaturas
3ordm CEB = 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
CA = Comunidade Autoacutenoma
CELRM = Carta Europeia para as liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias
CE = Constituiccedilatildeo Espanhola
ELE = Espanhol Liacutengua Estrangeira
MCER ndash Marco Comuacuten Europeo de Referencia para las Lenguas
LE = Liacutengua Estrangeira
LESP = Liacutenguas de Espanha
LM = Liacutengua Materna
PCIC ndash Plan Curricular del Instituto Cervantes
14
Lista de Anexos
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Una Espantildea de Diversidad
Anexo 3 ndash Cartotildees dinacircmica de introduccedilatildeo agraves liacutenguas
Anexo 4 ndash Ficha de trabalho de casa
Anexo 5 - Poema Cuando muere una lengua
Anexo 6 ndash Texto Radiografiacutea a las lenguas de Espantildea
Anexo 7 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Una Espantildea de Diversidad
Anexo 8 ndash Atividade Mapa linguiacutestico de Espanha
Anexo 9 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Paiacutes Vasco tiene un color especial
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Vasco y Andaluciacutea
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo Hoy aprendemos en catalaacuten
Anexo 13 ndash Ficha de introduccedilatildeo ao catalatildeo
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo Prezi Las 10 cosas maacutes importantes para los catalanes
Anexo 15 ndash Ficha de trabalho Entrevista a los catalanes
Anexo 16 ndash Texto Lenda de Sant Jordi
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Anexo 18 ndash Atividade de traduccedilatildeo realizada pelos alunos
Anexo 19 ndash Ficha de autoavaliaccedilatildeo
Anexo 20 ndash Exemplos de fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
15
Lrsquouacutenica cosa que no surt eacutes allograve que deixes drsquointentar
(proveacuterbio catalatildeo)
16
Introduccedilatildeo
O estudo das liacutenguas de Espanha (LESP) no ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira (ELE) sempre teve um papel secundaacuterio ou mesmo invisiacutevel (Fernaacutendez
2014) existecircncia de estudos teoacutericos e propostas didaacuteticas recentes neste acircmbito
comeccedilam a surgir gradualmente embora o tema ainda natildeo esteja a ser tratado com a
devida projeccedilatildeo e importacircncia no ensino de liacutenguas estrangeiras
A escolha do tema do presente relatoacuterio surgiu primeiramente em detrimento de
um projeto de cariz plurilingue e intercultural elaborado no acircmbito da unidade curricular
Pluralidade Linguiacutestica e Educaccedilatildeo e tambeacutem em grande parte pelo gosto pessoal
pelas liacutenguas e culturas da experiecircncia como professor de liacutenguas estrangeira no qual
pudemos constatar o fraco peso didaacutetico das LESP nas praacuteticas docentes e ainda pelo
facto de se tratar de um tema inovador oferecendo uma exploraccedilatildeo didaacutetica
desafiadora Neste sentido sublinhamos a paixatildeo que nutrimos pelo ensino das
liacutenguas e culturas que aportam saberes sociolinguiacutesticos e culturais tendo sido um
dos principais motivos que nos levou a enveredar por um tema tatildeo complexo e
extenso a niacutevel poliacutetico-linguiacutestico
Partindo das premissas expostas delineaacutemos um conjunto de objetivos
norteadores para o projeto i) tornar visiacuteveis as LESP na aula de ELE ii) veicular as
mesmas como um instrumento estrateacutegico interlinguiacutestico e intercultural iii) aproximar
o aluno agrave diversidade linguiacutestica e cultural espanhola para que o aprendente
contemple a plenitude da LE e o sentido de laquoser espantildeolraquo iv) orientar e animar os
professores de ELE com atividades e ferramentas didaacuteticas que contribuam para o
desenvolvimento da competecircncia plurilingue e intercultural e por uacuteltimo pretendemos
ainda cultivar no aluno o gosto pela aprendizagem de novas liacutenguas e a desconstruir
estereoacutetipos
Debruccedilando-nos no corpus deste relatoacuterio este eacute composto de duas grandes
partes Na primeira parte levaacutemos a cabo um peacuteriplo pelas questotildees teoacutericas que
sustentam o tema onde observaacutemos as LESP e a sua presenccedila nas poliacuteticas
educativas a niacutevel europeu Desta feita e como propomos direcionaacutemos o tema para
o ensino inserindo-o num enfoque plurilingue e intercultural Terminaremos esta parte
referindo a importacircncia das LES nos documentos reguladores do ensino de liacutenguas
estrangeiras e do ELE
Na segunda parte deste relatoacuterio dividida em dois capiacutetulos daremos lugar agrave
interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Assim no primeiro indicaremos as
problemaacuteticas presentes no projeto bem como reiteraremos os objetivos delimitados
na parte inicial deste relatoacuterio Eacute ainda neste ponto que indicaremos a metodologia
17
adotada no nosso labor investigativo descreveremos brevemente o contexto educativo
onde decorreu a nossa Praacutetica de Ensino Supervisionada e apresentaremos os
instrumentos de anaacutelise e a recolha de dados mobilizados
Finalizaremos este relatoacuterio com as respetivas conclusotildees e reflexotildees finais as
limitaccedilotildees encontradas as dificuldades sentidas as perspetivas e transposiccedilotildees
futuras do projeto em suma um balanccedilo do projeto tendo em conta a nossa praacutetica
enquanto professores de ELE
Neste mesmo sentido acreditamos que a concretizaccedilatildeo deste relatoacuterio
contribuiu decisivamente para a afirmaccedilatildeo da nossa identidade como professores
atentos agrave realidade educativa e consequentemente aos seus desafios e
necessidades Assim cremos que este foi um passo fundamental para o nosso
desenvolvimento profissional e pessoal na medida em que contribuiu para um melhor
conhecimento na aacuterea e nos proporcionou um novo olhar sobre as liacutenguas e sobre o
Outro
Estamos certos de que a questatildeo das LESP tem ainda um vasto caminho a
percorrer e neste sentido atraveacutes do nosso contacto direto esperamos que este
possa surgir como um contributo inovador para alumiar a invisibilidade em torno das
LESP que existe no contexto educativo
18
Capiacutetulo I
As liacutenguas de Espanha e a sua projeccedilatildeo no ensino do Espanhol como Liacutengua Estrangeira
19
ldquoEspantildea ha convertido la riqueza linguumliacutestica en un problemardquo
(Aurora Egido Caacutetedra Emilio Alarcos 2016)
20
11 Introduccedilatildeo
Iniciamos o presente capiacutetulo com uma abordagem ao tema das LESP como
liacutenguas minoritaacuterias direcionando-o em particular para a sua exploraccedilatildeo didaacutetica no
Ensino do ELE Primeiramente levar-se-aacute a cabo uma reflexatildeo sobre os aspetos
sociolinguiacutesticos que norteiam o tema e posteriormente centraremos o presente
estudo na inclusatildeo das LESP no ensino como uma proposta didaacutetica urgente Por fim
apresentaremos algumas reflexotildees sobre as principais questotildees levantadas ao longo
do estudo
12 As liacutenguas de Espanha
Num mundo globalizado e multicultural as relaccedilotildees entre as liacutenguas satildeo cada
vez mais complexas uma vez que estas obedecem a questotildees culturais sociais
poliacuteticas e econoacutemicas Poreacutem fazemos parte de um mundo multilingue onde fatores
como a globalizaccedilatildeo e a imigraccedilatildeo fomentam a aprendizagem de outras liacutenguas e
neste sentido reconhecemos que cada liacutengua eacute uma fonte de riqueza a pedra basilar
de uma sociedade e um conjunto de formas de ver e sentir o mundo como refere
Saussure (1962)
ldquoCrsquoest un treacutesor deacuteposeacute par la practique de la parole dans les sujets
appartenant agrave une mecircme communauteacute un systeacuteme gramatical existant virtuellement
dans chaque cerveau ou plus exactement dans les cerveaux drsquoun ensemble
drsquoindividus car la langue nrsquoest complete dans aucun elle nrsquoexist parfaitement que dans
la masserdquo (p30)
Podemos afirmar atraveacutes do contributo de Saussure (1962) que cada liacutengua eacute
um tesouro depositado num conjunto de indiviacuteduos Assim um exemplo puro desta
riqueza eacute o panorama linguiacutestico de Espanha as distintas modalidades que formam
parte do seu patrimoacutenio cultural e linguiacutestico que concebem uma realidade linguiacutestica
plural Do ponto de vista de Otalora (2002) esta pluralidade deve ser encarada atraveacutes
de perspetiva positiva e solidaacuteria implicando um corte com o passado da Espanha
monolingue
Da mesma forma Gil (2000) refere que a realidade linguiacutestica espanhola eacute
bastante complexa no entanto eacute importante daacute-la a conhecer aos alunos de forma
geral pois enriquece didaticamente as nossas aulas e transporta o aluno de ELE para
um campo diferente
21
Comeccedilaremos a nossa incursatildeo primeiramente pelas liacutenguas cooficiais
verificando o que diz o dicionaacuterio da Real Academia Espantildeola acerca do termo
cooficial
ldquoadj Dicho especialmente de una lengua Que es oficial junto con otra u otras lenguasrdquo1
Neste sentido e dissecando o fenoacutemeno das liacutenguas cooficiais espanholas
Siguaacuten (2005) refere que apenas em seis das comunidades autoacutenomas se reconhece
outra liacutengua como cooficial a par com o castelhano ou espanhol na Catalunha e nas
Ilhas Baleares o catalatildeo na Comunidade Valenciana o valenciano uma variedade do
catalatildeo na Galiza o galego no Paiacutes Basco o basco ou euskera e por uacuteltimo em
Navarra tambeacutem o basco nas zonas bascofalantes Distinguimos que agrave exceccedilatildeo do
basco todas as liacutenguas cooficiais satildeo romacircnicas
Como ocurre en otros paiacuteses de Europa en Espantildea conviven varias
lenguas con otras variedades linguumliacutesticas a las que se suele llamar dialectos
hablas etc La lengua de uso maacutes general es sin duda el espantildeol o castellano
oficial en todo el paiacutes pero tambieacuten tienen categoriacutea de lengua el catalaacuten el
gallego y el vasco cooficiales en las Autonomiacuteas en las que se hablan y parte
del patrimonio cultural comuacuten Junto a estas cuatro lenguas viven las variedades
dialectaleshellip (Garciacutea Mouton 1994 p7)
A propoacutesito das variedades dialetais Garciacutea Mouton (1994) divide-as segundo a
variaccedilatildeo diatoacutepica Os dialetos meridionais que abarcam o andaluz o murciano o
extrementildeo o canario e os dialetos setentrionais com valor histoacuterico que emanaram do
latim o leoneacutes o asturiano ou bable e o aragoneacutes Importa ainda referir que Almeida
(2015) apoiada em Cubero (2010) enumera ainda as variedades dialetais oriundas do
catalatildeo como eacute o caso do roselloneacutes o balear e o alguereacutes
Posto isto Gil (2000) sinaliza ainda no panorama linguiacutestico espanhol o caso do
aranecircs que na opiniatildeo do autor eacute visto tambeacutem como uma liacutengua de Espanha
embora seja uma variedade do gascatildeo isto eacute uma representaccedilatildeo do occitano que
goza do estatuto de cooficialidade natildeo soacute no Valle de Araacuten como tambeacutem em toda a
Catalunha O autor afirma que o aranecircs ainda que considerado uma liacutengua cooficial
natildeo figura no ldquoquarteto das liacutenguas cooficiais de Espanhardquo
Remetendo para o 2ordm relatoacuterio sobre a aplicaccedilatildeo da Carta Europeia para as
Liacutenguas Regionais e Minoritaacuterias2 (2006) este destaca que em Espanha falam-se
1 httpdleraeesid=BxLriBU|DgXmXNM consultado em 12 de janeiro de 2017 2 llenguagencatcatwebcontentdocumentsdeCELROM-2006-2008_CASTpdf consultado em 16
de janeiro de 2017
22
alguns dos idiomas mais importantes da Europa e que segundo a Carta podem ser
qualificados como ldquoregionais ou minoritaacuteriosrdquo3 quer pelo nuacutemero de falantes quer pelo
nuacutemero de habitantes das zonas cooficiais enumerando a Catalunha (6995206
habitantes) a Comunidade Valenciana (4692449 habitantes) a Galiza (2762198
habitantes) o Paiacutes Vasco (2124846 habitantes) as Ilhas Baleares (983131
habitantes) e Navarra (593472 habitantes) ainda que o basco seja cooficial
unicamente na zona norte desta comunidade
Neste sentido reconhecemos que a unidade poliacutetico-linguiacutestica eacute necessaacuteria
neste caso para que as liacutenguas regionais de Espanha natildeo desapareccedilam ou fiquem
limitadas a determinadas funccedilotildees sociais a fim de que se assegure a diversidade e a
revitalizaccedilatildeo de liacutenguas Eacute nesta linha concebida n relatoacuterio em anaacutelise que
passaremos agrave apresentaccedilatildeo das principais poliacuteticas linguiacutesticas que tecircm sido criadas
com este intuito
13 Poliacuteticas Linguiacutesticas para as liacutenguas regionais minoritaacuterias de Espanha
Eacute importante termos em conta que a situaccedilatildeo linguiacutestica reflete-se em muitos
casos na situaccedilatildeo social e poliacutetica ou seja a eleiccedilatildeo de uma liacutengua oficial (ou liacutenguas
oficiais) traduz-se no grande poder de uma sociedade (Bourdieu 2001)
A propoacutesito das poliacuteticas linguiacutesticas Calvet (1997) indica que o sintagma
language plannning apareceu em 1959 na Noruega quando Einer Haugen
apresentava uma soluccedilatildeo para os problemas linguiacutesticos do paiacutes Paralelamente surge
a noccedilatildeo de poliacutetica linguiacutestica em inglecircs (Fishman 1970) Para o uacuteltimo autor o
conceito de Haugen estaacute subordinado ao de poliacutetica linguiacutestica na medida em a
planificaccedilatildeo consiste em pocircr em praacutetica as poliacuteticas linguiacutesticas
Mais tarde em Franccedila no iniacutecio dos anos 90 um conjunto de obras da autoria
de Robert Chaudenson (Calvet 1997) remete para o mesmo trabalho levado a cabo
por Haugen sobre liacutenguas e desenvolvimento Daqui resulta o nascimento da poliacutetica
linguiacutestica que surgiu em resposta aos problemas linguiacutesticos dos paiacuteses em vias de
desenvolvimento
Neste sentido Calvet (2004) enfatiza que as poliacuteticas linguiacutesticas desempenham
um papel crucial na medida em que
ldquohelliptoute politique linguistique devrait avoir comme principe premier que
les langues sont au service des ecirctres humains et non pas lrsquouniverse (hellip) Srsquoil
3 Repara-se que o caso do catalatildeo deve ser entendido como uma liacutengua minorizada na medida
em que esta liacutengua eacute falada por um conjunto de indiviacuteduos consideraacutevel e possui uma grande projeccedilatildeo na Catalunha e nas zonas falantes do catalatildeo
23
est eacutevident que lrsquoEtat a le devoir de donner aux citoyens le controcircle de la
langue nationale ou oficielle it doit en mecircme temps leur permettre srsquoils
deacutesirent de conserver une langue identitaire et il devra de plus en plus leur
donner une langue drsquoaccegraves au reste du monde une langue veacutehiculairerdquo
(Calvet 2004 p11)
Partindo das palavras de Calvet (2004) parece-nos evidente que o autor outorga
ao Estado um viacutenculo estreito com as liacutenguas dos seus cidadatildeos A este respeito e na
oacutetica de Strubell (2002) as poliacuteticas linguiacutesticas atendem a ldquotrecircs vozesrdquo
metaforicamente a trecircs problemaacuteticas a voz do povo influiacuteda em opiniotildees e
reivindicaccedilotildees as accedilotildees dos liacutederes do poder e os conflitos e poleacutemicas que
alimentam a problemaacutetica
Esta questatildeo eacute de facto visiacutevel de acordo com Loubier (2002) no panorama
linguiacutestico de Espanha no qual existe uma legislaccedilatildeo linguiacutestica que estabelece limites
e regulamentos para o uso de vaacuterias liacutenguas num determinado territoacuterio Natildeo obstante
as poliacuteticas linguiacutesticas espanholas nem sempre promoveram as LESP como veremos
na breve anaacutelise histoacuterico-linguiacutestica que propomos nas linhas que se seguem
Se recuarmos ao ano de 1902 o Real Decreto proiacutebe o ensino de outras liacutenguas
senatildeo o castelhano uma tentativa de uniatildeo linguiacutestica em prol do espanhol veiculada
atraveacutes da escolarizaccedilatildeo Assim com a ditadura de Primo de Rivera (1923) as LESP
ficaram apenas destinadas ao acircmbito laboral e regional
De acordo com Herreras (2010) a Segunda Repuacuteblica trouxe uma lufada de ar
fresco no que concerne ao reconhecimento da pluralidade num sentido mais amplo
pois reconhece o Estatuto de Autonomia da Catalunha (1932) e do Paiacutes Basco (1936)
Gonzaacutelez Olleacute (1995) acrescenta ainda que a Constituiccedilatildeo Republicana de 1931
reconhece o direito das liacutenguas cooficiais serem ensinadas nas escolas juntamente
com o castelhano
Em continuaccedilatildeo e como pudemos constatar ateacute aqui as poliacuteticas linguiacutesticas da
Segunda Repuacuteblica pareciam favorecer as LESP na construccedilatildeo de uma Espanha
alicerccedilada na valorizaccedilatildeo da diversidade linguiacutestica Natildeo obstante com o triunfo de
Franco e como diz Lozano (2005) comeccedilou a estender-se o lema laquoSi eres espantildeol
habla espantildeol (o la lengua del Imperio)raquo Podemos observar neste periacuteodo especiacutefico
que as poliacuteticas linguiacutesticas subordinaram-se aos interesses do Estado e natildeo aos dos
cidadatildeos como sustenta Calvet (2004)
Neste mesmo sentido Doppelbauer e Chichon (2008) complementam a nossa
ideia afirmando que ldquoEn el Nuevo Estado que duroacute maacutes de 40 antildeos el castellano era
la uacutenica lengua posible para el uso oficial las demaacutes lenguas espantildeolas fueron
prohibidas y hasta cierto grado perseguidasrdquo (p24)
24
Indicamos tambeacutem que durante a Guerra Civil e a ditadura de Franco a
opressatildeo linguiacutestica funcionava como um meacutetodo para roubar a voz agraves comunidades
linguiacutesticas de Espanha uma tentativa forjada para apagar as marcas da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola Com efeito esta tentativa culminou com a proibiccedilatildeo do
ensino das liacutenguas vernaacuteculas nas instituiccedilotildees educativas Assim o uacutenico meio de
transmissatildeo fazia-se de forma oral na clandestinidade para preservar as identidades
linguiacutesticas
Depreendemos que o Franquismo foi marcado por dois periacuteodos distintos em
relaccedilatildeo agraves poliacuteticas linguiacutesticas o primeiro periacuteodo no qual se proiacutebe o uso das liacutenguas
vernaacuteculas e o segundo a partir dos anos 50 pautado pela toleracircncia face agraves liacutenguas
vernaacuteculas como aponta Herreras (2010) Para ilustrar a amarga realidade deste
periacuteodo Lozano (2005) conta que
ldquoPoco a poco se fue recuperando terreno para las lenguas vernaacuteculas
pese que el reacutegimen franquista habiacutea buscado erradicarlas de los usos escritos
para convencer a los hablantes de que se trataba de dialectos sin valor y asiacute
disminuir su uso social Lejos de lograrlo las poliacuteticas franquistas tuvieron el efecto
contrariordquo (p123)
Para dinamizar as liacutenguas perifeacutericas a Lei Geral da Educaccedilatildeo (1970) introduz
as liacutenguas cooficiais no sistema educativo (Ministerio de Educacioacuten y Ciencia 1977)
Posteriormente com o propoacutesito de alargar as manifestaccedilotildees linguiacutesticas regionais ao
Ensino inclui-se o ensino das liacutenguas nativas espanholas nos institutos de ensino
Neste sentido Montrul (2013) indica que depois da morte de Franco em 1975 as
liacutenguas vernaacuteculas foram revitalizadas nas comunidades autoacutenomas e do clima de
repressatildeo que vigorou as liacutenguas encontraram um novo ecircnfase tanto na educaccedilatildeo
como na produccedilatildeo literaacuteria Ressalvamos que segundo Grudizinska et al (2009) jaacute nos
uacuteltimos anos do Franquismo e durante a Transiccedilatildeo as liacutenguas minoritaacuterias foram
introduzidas lentamente nas escolas do Paiacutes Basco e na Catalunha e com menor
intensidade na Comunidade Valenciana nas Baleares na Galiza e em Navarra Os
autores sublinham ainda que a partir da deacutecada de oitenta produziu-se uma mudanccedila
radical pois muitos aspetos e competecircncias exclusivas foram colocados nas matildeos de
cada comunidade autoacutenoma (CA) eliminado assim o centralismo administrativo do
ensino espanhol esboccedilado durante o Franquismo
Assim depois de um periacuteodo de quase trinta anos de esquecimento devido agrave
filosofia linguiacutestica franquista no qual as liacutenguas minoritaacuterias de Espanha tinham sido
proibidas no setor puacuteblico e na educaccedilatildeo surgiram poliacuteticas linguiacutesticas que
asseguraram o uso das liacutenguas a fim de evitar a perda da cultura
25
Mais tarde e como alega Tornos (1984) o preacircmbulo da Constituiccedilatildeo Espanhola
de 1978 norteou-se pela proteccedilatildeo das liacutenguas e povos de Espanha no fomento da
cultura na investigaccedilatildeo e ensino da liacutengua de cada CA Por conseguinte como
podemos observar na Constitucioacuten Espantildeola4 (CE) de 1978
ldquo1 El castellano es la lengua espantildeola oficial del Estado Todos los espantildeoles
tienen el deber de conocerla y el derecho a usarla
2 Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten tambieacuten oficiales en las respetivas
Comunidades Autoacutenomas de acuerdo con sus Estatutos
3 La riqueza de las distintas modalidades linguumliacutesticas de Espantildea es un
patrimonio cultural que seraacute objeto de especial respeto y proteccioacutenrdquo
Primeiramente constatamos que a CE de 1978 recupera com mais afinco o
princiacutepio de pluralidade linguiacutestica comeccedilado aquando a instauraccedilatildeo da Segunda
Repuacuteblica Desta feita Peacuterez Fernaacutendez (2006) mostra claramente que a CE de 1978
optou por promover as modalidades linguiacutesticas espanholas proclamando-as oficiais
nos seus espaccedilos linguiacutesticos embora debaixo de uma liacutengua oficial A este respeito
Tolivar (1998) entende que o termo ldquomodalidades linguiacutesticasrdquo aplicado na CE de 1978
inclui todas as liacutenguas espanholas e portanto tambeacutem o castelhano
independentemente dos seus estatutos juriacutedicos isto eacute sejam oficiais ou natildeo
Conveacutem entatildeo constatar que a CE operou em favor das LESP das cooficiais e
das que natildeo gozam deste estatuto
ldquoA partir de las consecuencias que se traducen del artiacuteculo 3 CE
queda claro que no cabe un monolinguumlismo en Espantildea ni en ninguna de las
partes del territorio espantildeol Prueba de ello es que en nuestro paiacutes se ha
velado por proteger y garantizar las demaacutes lenguas cooficiales yo
minoritarias hasta el punto de que en algunos territorios se ha producido la
paradoja de que la lengua cooficial ha desplazado por muy diversos motivos
en los que no se entraraacute aquiacute al castellano es decir a la lengua que
reconoce el artiacuteculo 31 CE como la uacutenica lengua oficial para el conjunto de
los espantildeolesrdquo (Otalora 2012 p2)
Assim eacute possiacutevel observar que as poliacuteticas linguiacutesticas gizadas na CE de 1978
e parafraseando Doppelbauer e Chichon (2008) preocuparam-se com a vitalidade
das liacutenguas isto eacute as poliacuteticas linguiacutesticas finalmente lograram transladar-se ao niacutevel
de cada CA
4 httpwwwlamoncloagobesdocumentsconstitucion_es1pdf consultado em 12 de janeiro de 2017
26
Repare-se tambeacutem que as Leis de Normalizaccedilatildeo Linguiacutestica (Herreras 2000)
promulgadas em Espanha entre 1982 e 1998 contemplaram e promoveram as liacutenguas
cooficiais em todos os acircmbitos no qual cada CA deliberou as liacutenguas vernaacuteculas a
projetar no sistema educativo natildeo universitaacuterio potenciando um equiliacutebrio entre a
liacutengua cooficial e o espanhol Nas palavras de Bercheacute e Aracil (2013) (citados em
Maurais 1987) a normalizaccedilatildeo linguiacutestica consistiu em reorganizar as funccedilotildees
linguiacutesticas da sociedade para readaptar as funccedilotildees sociais da liacutengua que haviam sido
mudadas depois de um desajuste histoacuterico Nesta perspetiva e ilustrando com o caso
do catalatildeo Parejo Alfonso (1999) susteacutem que o Tribunal Constitucional legitimou este
modelo de ensino uma vez que respondia a um propoacutesito de integraccedilatildeo e coesatildeo
social na CA O autor constata ainda que o catalatildeo estabeleceu-se como o centro
gravitacional da instituiccedilatildeo educativa quer a niacutevel curricular quer a niacutevel
administrativo
Outros autores como Siguaacuten (1992) concebem as poliacuteticas linguiacutesticas adotadas
em Espanha como um ldquoconjunto de acciones destinadas a alcanzar una situacioacuten
linguumliacutestica que se considera deseable Puede estar al servicio de una lengua fuerte
asegurando su estabilidad y facilitando su expansioacuten Pero (hellip) tambieacuten al servicio de
una lengua minorizada (sic) para estimular y apoyar su recuperacioacutenrdquo (Siguaacuten 1992
p97)
Tambeacutem Herreras (2010) adianta-nos que antes das Leis de Normalizaccedilatildeo
Linguiacutestica os Decretos do Bilinguismo (1980-81) assinavam que as liacutenguas
vernaacuteculas que ateacute entatildeo eram de caraacuteter facultativo no ensino contavam agora com
um periacuteodo semanal de 3h semanais nas CA bilingues Atente-se que este foi um
passo fulcral na demanda da inclusatildeo das LESP no sistema educativo espanhol
Apoiados em Castelagrave Andreu e Grammond et al (2010) destacamos ainda o
espiacuterito inovador com que a Reforma Linguiacutestica de 2006 respeita os modelos
linguiacutesticos de cada CA conferiu o Estatuto de Autonomia da Catalunha consolidou o
estatuto de cooficialidade das Ilhas Baleares brindou a proteccedilatildeo dos direitos
linguiacutesticos da cidadania reconheceu o estatuto oficial do aranecircs projetando-o mais
aleacutem do seu territoacuterio e finalmente promoveu a participaccedilatildeo direta do Estado na
difusatildeo do catalatildeo
Por tudo isto eacute pertinente constatar que as vaacuterias poliacuteticas linguiacutesticas aplicadas
em Espanha de um ponto de vista muito breve nos finais do seacuteculo XX e iniacutecio do
seacuteculo XXI tecircm vindo a coadunar-se com o que propotildee Calvet (1999) sobre a
emergecircncia de uma ecologia linguiacutestica alicerccedilada em modelos e estrateacutegias que
preservem as liacutenguas ameaccediladas ou minoritaacuterias
27
14 As Liacutenguas Minoritaacuterias nas Poliacuteticas de Educaccedilatildeo Europeias
O Conselho da Europa e o Parlamento Europeu avaliaram em 1984 a situaccedilatildeo
das liacutenguas regionais e minoritaacuterias na Europa e neste sentido redigiram a Carta
Europeia para as Liacutenguas Regionais ou Minoritaacuterias5 (CELRM) assinada pelo Comiteacute
de Ministros a 5 de novembro de 1992 O principal objetivo da Carta eacute puramente
cultural e reside na proteccedilatildeo e promoccedilatildeo das liacutenguas minoritaacuterias enquanto elemento
ameaccedilado do patrimoacutenio cultural da Europa Repare-se que a finalidade desta Carta eacute
assegurar o emprego das liacutenguas regionais na educaccedilatildeo nas composiccedilotildees judiciais e
administrativas na vida social e econoacutemica e nas atividades culturais
ldquoLa Comunidad debe contribuir para la expansioacuten de las culturas de
los Estados miembros en lo que respecta a su diversidad nacional y
regional poniendo en evidencia la herencia cultural comuacutenrdquo (Cabral 1997
p479)
Desta forma deparamo-nos que e como diz Siguaacuten (1996) as poliacuteticas
linguiacutesticas da UE para a educaccedilatildeo surgem com base numa necessidade devido agrave
fundaccedilatildeo do Conselho da Europa e agrave criaccedilatildeo da Divisatildeo de Poliacuteticas Linguiacutesticas em
Estrasburgo Importa referir que segundo Lorenzo (2005) a UE sentiu a necessidade
de combater praacuteticas que ameaccedilassem a diversidade linguiacutestica europeia
promovendo assim trajetoacuterias e mecanismos que fizessem da babel europeia uma
construccedilatildeo perduraacutevel
Verifica-se portanto que a ideologia linguiacutestica europeia pretende determinar
accedilotildees poliacuteticas no campo das liacutenguas minoritaacuterias Sucintamente Holdsworth (1997)
evidencia claramente os objetivos linguiacutesticos da UE neste campo
ldquo(hellip) la promocioacuten de la diversidad linguumliacutestica y cultural en
Europa el desarrollo de la competencia plurilinguumliacutestica y pluricultural de la
ciudadaniacutea europea y del principio de igualdad de las lenguas y culturas
europeas la defensa de las lenguas minoritarias y regionaleshelliprdquo (Holdsworth
1997 p5)
Com efeito autores como Beacco e Byram (2003) reconhecem que os Estados
Membros tecircm preconizado o desenvolvimento do plurilinguismo dos cidadatildeos
mediante atividades de sensibilizaccedilatildeo linguiacutestica e cultural que prometem recuperar ou
difundir minorias linguiacutesticas assumindo os reptos do Conselho da Europa para que
os aprendentes possam ldquoconstruir a sua identidade cultural e linguiacutestica atraveacutes da
5 httpswwwcoeinttdg4educationminlangtextcharterCharterExplreport_ptpdf consultado a 6 de
junho de 2017
28
integraccedilatildeo nessa construccedilatildeo da experiecircncia diversificada do outro e a desenvolver a
sua capacidade para aprender atraveacutes dessa mesma experiecircncia diversificada de
relacionamento com vaacuterias liacutenguas e culturasrdquo (Conselho da Europa 2001 p190)
Assim natildeo podemos deixar de mencionar que o Marco Comuacuten Europeo de
Referencia para las Lenguas6 reafirma nos objetivos poliacuteticos as accedilotildees a desenvolver
no acircmbito das liacutenguas modernas apontando que
ldquoMantener y desarrollar la riqueza y la diversidad de la vida cultural
europea mediante un mejor conocimiento mutuo de las lenguas nacionales y
regionales incluiacutedas las menos estudiadasrdquo (MCER 2002 p3)
Na nossa perspetiva o MCER evidencia ainda a consciecircncia da
interculturalidade e a importacircncia de conhecer as liacutenguas regionais da cultura da
liacutengua objeto de estudo
ldquoLa comprensioacuten de la relacioacuten entre el ldquomundo de origenrdquo y ldquoel
mundo de la comunidad objeto de estudiordquo producen una consciencia
intercultural que incluye naturalmente la conciencia de la diversidad
regional y social en ambos mundoshelliprdquo (MCER 2002 p101)
Neste contexto destacaremos ainda algumas habilidades propostas pelo MCER
que nos parecem ter maior grau de relevacircncia no tema das liacutenguas minoritaacuterias e na
sua projeccedilatildeo no ensino
Podemos facilmente constatar que o apartado 511 Conhecimento Declarativo
(saber) enumera uma seacuterie de habilidades culturais que se prendem com o
conhecimento sociocultural do mundo da LE e com a consciecircncia intercultural tais
como os valores as crenccedilas e atitudes da sociedade da liacutengua que se estuda o
respeito as culturas regionais identidade nacional as minorias e paiacuteses (MCER
2002 p100)
Observadas as habilidades socioculturais contempladas pelo MCER partilhamos
a visatildeo de Etxebarria (2002) e Moreno Cabrera (2014) quando insistem que o MCER
proporciona o apoio metodoloacutegico necessaacuterio rumo agrave exploraccedilatildeo das LESP no ensino
pois fazem parte da bagagem sociocultural e da identidade espanhola
Baacuteez Montero e Bao Fente (2013) tambeacutem sublinham a criaccedilatildeo do Portfoacutelio
Europeu das Liacutenguas em 2001 na medida em que figura um instrumento que preserva
a identidade linguiacutestica promove a toleracircncia linguiacutestica e cultural incrementa o
6 Neste trabalho optaacutemos por utilizar a versatildeo em espanhol (MCER) pois era a que possuiacuteamos na iacutentegra
e pelo facto de este ser citado por alguns autores em espanhol
29
plurilinguismo assegura a educaccedilatildeo para a cidadania e que de facto pode dar voz agraves
liacutenguas minoritaacuterias dos alunos
Segundo Lasagabaster (2000) os ecos educativos europeus para as liacutenguas
minoritaacuterias expandiram-se ao panorama espanhol mediante um modelo de fomento
ao conhecimento das liacutenguas espanholas no Ensino destacando em casos
ilustrativos o projeto Orator na Catalunha as Secciones Trilinguumles no Paiacutes Vasco e as
estrateacutegias bilingues do Plan de Fomento del Plurilinguumliacutesmo na Andaluzia
Ainda que as poliacuteticas linguiacutesticas educativas para as liacutenguas minoritaacuterias sejam
notoacuterias como pudemos constatar ateacute aqui sabe-se que e tendo em conta o relatoacuterio
sobre a aplicaccedilatildeo da CELRM em Espanha elaborado pelo Departamento da Cultura
Basca (2003) natildeo se tomaram medidas para aplicar a Carta visto que foram
consideradas desnecessaacuterias O relatoacuterio denuncia que natildeo foram levadas a cabo
campanhas divulgativas publicaccedilotildees e outros instrumentos de comunicaccedilatildeo e relaccedilatildeo
entre o Estado e as liacutenguas minoritaacuterias exortando o Estado espanhol para que
cumpra o compromisso de estender as liacutenguas vernaacuteculas a todos os setores da vida
puacuteblica e privada conforme roga a CELRM
Ante este desajuste entre o Estado e as poliacuteticas linguiacutesticas europeias cabe
ressalvar o papel dos Estados pois ldquoson los Estados los que tienen que decidir
democraacuteticamente la poliacutetica linguumliacutestica a llevar a cabo lo que implica el grado de
normalizacioacuten de las lenguas regionales o minoritariasrdquo (NEU 1998 p151)
15 As liacutenguas de Espanha e a componente plurilingue e intercultural na aula
de ELE
Por tudo o que foi referido anteriormente e tendo em conta a literatura revisitada
consideramos que cabe ao professor na sua accedilatildeo didaacutetica projetar as liacutenguas
regionais e minoritaacuterias na sala de aula assumindo as propostas educativas lanccediladas
nas poliacuteticas europeias Natildeo obstante observamos que no acircmbito do Espanhol esta
temaacutetica natildeo estaacute a ser abordada Constatamos que urge a necessidade de incentivar
o professor a incluir as LESP na sua praacutetica docente criando desta feita um ambiente
plurilingue e intercultural como eacute proposto nas palavras de Fernaacutendez (2012)
ldquoLo que pretendemos asiacute no solo es proponer la conveniencia de
hacer visibles (hellip) otras lenguas espantildeolas en el aula de ELE e incluso plantear
la relevancia de mostrarlas directa o indirectamente en clase sino tambieacuten la de
justificar la necesidad de hacerlo para animar a los docentes a crear tareas que
presenten esas lenguas en el aula como capital identitario proacutepriordquo (p 17)
30
151 Plurilinguismo na aula de ELE
Como defendiacuteamos anteriormente Beacco e Byram (2007 p128) referem que o
principal eixo norteador da educaccedilatildeo plurilingue eacute o alcance da competecircncia
plurilingue ou seja ldquola capacidad de adquirir sucesivamente y de utilizar diversas
competencias en varias lenguas en distintos grados de domiacutenio para cumplir
diferentes funcionesrdquo
Dado que a definiccedilatildeo do conceito competecircncia plurilingue eacute muito amplo a este
respeito o dicionaacuterio de ELE do Instituto Cervantes indica que
ldquohellip hace referencia a la presencia simultaacutenea de dos o maacutes lenguas en
la competencia comunicativa de un individuo y a la interrelacioacuten que se establece
entre ellas Los conocimientos y las experiencias linguumliacutesticas de un individuo
pueden adquirirse bien sus entornos culturales o bien en la escuelardquo (Diccionario
de teacuterminos clave de ELE Instituto Cervantes)
Daqui depreendemos a importacircncia de aprender vaacuterias liacutenguas natildeo num
domiacutenio semelhante ao de um nativo mas num domiacutenio construiacutedo atraveacutes de
experiecircncias linguiacutesticas que enriquecem o repertoacuterio do aluno permitindo-lhe atuar
em distintos ambientes culturais como indica Coste (2001)
Assim Andrade et al (2003) propotildeem uma conceptualizaccedilatildeo em torno do
conceito de competecircncia plurilingue na qual coexistem quatro domiacutenios que se
interrelacionam num processo de mobilizaccedilotildees e recursos Para ilustrar de forma
objetiva a conceptualizaccedilatildeo gizada pelos autores supracitados vejamos com detalhe
os domiacutenios que integram a competecircncia plurilingue
Figura 1 ndash Dimensotildees da competecircncia plurilingue propostas por Andrade et al (2003)
Competecircncia
plurilingue
Gestatildeo da interaccedilatildeo
Gestatildeo dos repertoacuterios
linguiacutesticos -comunicativos
Gestatildeo dos repertoacuterios de aprendizagem
Gestatildeo da dimensatildeo
afetiva
31
Eacute precisamente aqui neste esboccedilo de domiacutenios que reconhecemos o figurino
da educaccedilatildeo plurilingue como um leque de vantagens pois assegura a cidadania
promove a descoberta de novas culturas e no caso do nosso estudo permite-nos
abordar liacutenguas carentes de visibilidade no contexto educativo
Na linha do que diz Coste Moore e Zarate (1997) Oliveira e Anccedilatilde (2009)
pronunciam que o trabalho de consciencializaccedilatildeo linguiacutestica ajuda a promover
identidades plurilingues na medida em que permitiraacute aos indiviacuteduos plurilingues
possuiacuterem
ldquoune meilleure conscience connaissance confiance quant aux
compeacutetences qursquoils possegravendent et quant aux capaciteacutes et aux moyens dont ils
disposent agrave lrsquointeacuterieur et en dehors drsquoeacutecole pour eacutetendre et affiner ces
compeacutetences et les mettres en oeuvre activement dans des domaines
particulairesrdquo (1997 p 47)
Reiterando o anteriormente dito cremos fundamental incluir a exploraccedilatildeo de
outras liacutenguas na aula de ELE para que os alunos possam alcanccedilar o verdadeiro
sentido da competecircncia comunicativa que se subordina agrave competecircncia plurilingue
Neste sentido Stegman (2003) completa a nossa ideia afirmando que o castelhano
oferece um faacutecil acesso a liacutenguas como o italiano o catalatildeo o galego o portuguecircs
argumentando que estas poderiam ser exploradas nas praacuteticas docentes
ldquoEn clase de lenguas extranjeras deberemos por lo tanto establecer
relaciones constantes entre los diferentes idiomas que el alumno conoce de
forma maacutes o menos soacutelida haciendo referencia a ellos a traveacutes de aspectos
cognitivos linguumliacutesticos sociales poliacuteticos o culturales con el fin de que este
adquiera y desarrolle ciertas competencias instrumentales que le ayudan a
ampliar su competencia linguumliacutestica cultural y en consecuencia a efectivizar su
capacidad para aprender lenguasrdquo (Saacutenchez 2010 p3)
Como podemos observar atraveacutes da autora supracitada a necessidade de
potencializar as outras liacutenguas na aula de ELE eacute urgente Segundo Fernaacutendez (2014)
o conhecimento destas de forma teoacuterica por parte dos alunos natildeo eacute suficiente
podendo provocar sentimentos de fracasso aquando dos encontros com falantes das
comunidades bilingues e inclusivamente mal-entendidos destrutores de qualquer
intenccedilatildeo comunicativa e cremos assim que a aula de ELE seraacute o lugar oportuno para
fazecirc-lo
Reconhecemos em Moreno Cabrera (2008) e Tusoacuten (2009) que ensinar os
alunos a amar as LESP oferece tambeacutem a oportunidade de sinalizar a realidade
32
linguiacutestica e consequentemente a quebra de preconceitos e estereoacutetipos muitas
vezes originados pela Poliacutetica Observamos portanto que os autores em evidecircncia
propotildeem uma reflexatildeo inovadora na aula de ELE sobre a diversidade cultural e
linguiacutestica que segundo Crystal (2001) encontra-se plasmada nas identidades
espanholas que se espelham nas liacutenguas e caso estas identidades forem esquecidas
no nosso labor docente estaremos apenas a mostrar aos alunos uma realidade
parcial segmentada e como tal incompleta
ldquoLa presencia de estas otras variedades propician representar la
validez del estaacutendar para la comprensioacuten produccioacuten de la lengua meta en
sus diferentes realizaciones geograacuteficas sobre todo en el nivel culto mostrar
la diversidad de realizaciones posibles para la misma lengua y completar su
conocimiento real desarrollar estrategias de comunicacioacuten (buscar
informacioacuten no explicita desambiguar frases preguntar por lo que no se
conoce etc) y educar en la tolerancia y la interculturalidadrdquo (Herrero e
Buumlrmann 2013 p56)
Posto isto encaramos a diversidade linguiacutestica espanhola como um trunfo na
aprendizagem da LE preconizando um instrumento que permite que os alunos
esquadrinhem as liacutenguas evidenciem semelhanccedilas ou diferenccedilas e enriqueccedilam os
seus repertoacuterios linguiacutesticos como reforccedila Jessner (2008 p43) ldquolas lenguas no
compiten sino que se complementanrdquo
152 Interculturalidade na aula de ELE
Uma vez que o plurilinguismo enfatiza o conhecimento e o encontro com o
Outro consideramos que nas LESP encontramos um ambiente favoraacutevel para
explorarmos o campo da interculturalidade Recorrendo a Divintildeoacute-Gonzaacutelez (2013)
denotamos que a cultura tem sido o pano de fundo dos sistemas gramaticais e lexicais
da liacutengua Muitas vezes os professores apenas transmitem os aspetos folcloacutericos da
cultura da LE no entanto natildeo levam o aluno a refletir sobre as questotildees culturais Em
consequecircncia e segundo a autora os aprendentes natildeo experienciam uma consciecircncia
cultural alicerccedilada na liacutengua que estudam
Assim em torno do conceito de interculturalidade Clanet citado por Anderson
(1999) define como sendo
ldquoLinterculturaliteacute deacutesigne lensemble des processus mdash psychiques
relationnels groupaux institutionnelshellip mdash geacuteneacutereacutes par les interactions de cultures
33
dans un rapport deacutechanges reacuteciproques et dans une perspective de sauvegarde
dune relative identiteacute culturelle des partenaires en relation (Clanet citado por
Anderson 1999 p313)
Atraveacutes do contributo de Clanet encaramos a interculturalidade como uma
dinacircmica que aponta para um encontro com o ldquoculturalmente diferenterdquo perfazendo
um intercacircmbio e uma troca de perspetivas onde cada participante salvaguarda a sua
cultura e ao mesmo tempo a partilha Ora se a liacutengua eacute o espelho de uma cultura da
forma de pensar e ver o mundo de uma comunidade cabe ao professor mediar um
diaacutelogo que implique a necessidade de ir mais aleacutem da cultura da LE Desta forma
estaremos a desenvolver no aluno a competecircncia intercultural (Byram 2009) uma
ampliaccedilatildeo da competecircncia comunicativa e natildeo um enfoque novo e independente
Entendemos que para o autor parafraseado por Vinagre (2014) ldquola competencia
intercultural no se limita a la adquisicioacuten del conocimiento de la cultura extranjera sino
que es necesario desarrollar tambieacuten destrezas y actitudes para poder entender y
relacionarse con hablantes de otros paiacutesesrdquo
Neste sentido Byram (1997) indica um conjunto de saberes que se acionam
durante o processo de ensino-aprendizagem que convertem o aluno num mediador de
culturas ao mesmo tempo que ganha autonomia (ver figura 2)
Relativamente ao saber ser este alberga ldquoatitudes e integra a disponibilidade
para conhecer o Outro de ser capaz de se relativizar quem se eacute e de se aceitar que
existem outras normas e valores igualmente legiacutetimos de estar de percecionar de
conceber e de estruturar o mundordquo (Dias 2008 p16) e assegura assim uma atitude de
abertura toleracircncia e compreensatildeo do Outro Byram tambeacutem enfatiza o domiacutenio do
saber compreender e saber aprender que perfazem ldquoa capacidade e a disponibilidade
para ler os textos da cultura do Outro e de os relacionar com a cultura de origem e por
outro a capacidade de adquirir conhecimentos e de os mobilizar em situaccedilotildees reais de
comunicaccedilatildeordquo (idem ibidem)
Parece-nos interessante neste ponto acrescentar que ao mobilizarmos os
saberes propostos por Byram (1997) o produto do enfoque intercultural da nossa
praacutetica docente culminaraacute com o arqueacutetipo de falante intercultural esboccedilado por
Byram e Zarate (1994) caraterizado como o falante que vai colecionando um conjunto
de normas de interpretaccedilatildeo que seleciona cuidadosamente consoante os diversos
contextos sociais que enfrenta normas que lhe permitem entender o mundo que o
rodeia Na oacutetica de Cruz (2011) este comunicador desenvolveraacute ainda a consciecircncia
cultural criacutetica que obriga os sujeitos a refletir sobre as suas proacuteprias relaccedilotildees com o
Outro e requer que se saibam envolver num espaccedilo de interaccedilatildeo diferente
34
Education
political education
critical cultural awareness
(savoir sengager)
Skills
Interpret and relate
(savoir comprendre)
Atitudes
relativising self valuing others
(savoir ecirctre)
Skills
Discover andor interact
(savoir apprendre
faire
Knowledge
of self and others
of interaction
individual and societal
(les savoirs)
Daqui resulta a importacircncia de sensibilizar os alunos a conhecer e a refletir sobre
as culturas subjacentes agrave liacutengua objeto de estudo e particularmente as culturas das
LESP como sustentamos e recorrendo a Fernaacutendez (2013) o autor alega que eacute
importante apresentar e aprofundar os conhecimentos do aluno sobre as culturas
espanholas e que se os alunos demonstram rejeiccedilatildeo ao tema deve-se aos seus
estereoacutetipos sociolinguiacutesticos
Castro (2003) reitera nesta medida que no ensinoaprendizagem de liacutenguas natildeo
nos devemos centrar apenas nos produtos culturais mas promover um diaacutelogo
reflexivo entre as diversas culturas Por este motivo e no parecer de Morillas (2000)
devemos trabalhar as crenccedilas as formas de pensar sentir comunicar e agir para que
o aluno encare outra forma de ver o mundo e compreenda o que motiva um
determinado sujeito a comportar-se de tal forma segundo a sua cultura
ldquohellip que la clase de idiomas puede ser el lugar ideal donde se estudie y
se reflexione sobre las diferencias y similitudes en cuanto a creencias valores
actitudes (hellip) a fin de aprender sobre ldquoellosrdquo y sobre ldquonosotrosrdquo sobre sus
identidades y nuestras identidadesrdquo (Morillas 2000 p58)
Para Ruiz Bikandi (2012 p73) eacute precisamente nesta instacircncia que se joga o
papel determinante do professor pois deveraacute ldquoser um professor preparado natildeo soacute para
ensinar as distintas mateacuterias como tambeacutem para ensinar liacutenguas atraveacutes delas
suscitando em cada liacutengua uma reflexatildeo meta-comunicativa e metalinguiacutestica
promovendo o contraste de liacutenguasrdquo Desta feita e parafraseando Bizarro e Braga
Figura 2 ndash As dimensotildees da competecircncia intercultural (Byram 1997)
35
(2004) a educaccedilatildeo intercultural comeccedila quando o professor ajuda o educando a
descobrir-se a si mesmo e a partir daiacute poderaacute pocircr-se no lugar do outro e compreender
as suas reaccedilotildees desenvolvendo empatias
Pelo referido anteriormente eacute indubitaacutevel que a projeccedilatildeo de outras liacutenguas e
culturas numa perspetiva plurilingue e intercultural pode enriquecer a bagagem e a
consciecircncia sociolinguiacutestica do aluno Desta forma iremos verificar o que pautam os
documentos orientadores do ensino de ELE com respeito a esta temaacutetica
16 As liacutenguas de Espanha no Plan Curricular del Instituto Cervantes
O Plan Curricular del Instituto Cervantes Niveles de Referencia para el espantildeol
(PCIC) norteia todos aqueles que queiram ensinar ou aprender Espanhol como liacutengua
estrangeira Nesta medida o PCIC abarca os descritores necessaacuterios para alcanccedilar os
niacuteveis de referecircncia propostos pelo MCER Assim analisaremos em que medida o
PCIC atribui relevacircncia agraves LES
Primeiramente destacaremos que o componente cultural encontra-se nos
seguintes inventaacuterios laquoreferentes culturales los saberes y comportamientos
socioculturales y las habilidades y actitudes interculturalesraquo (Instituto Cervantes 2006
p400) Desta forma consideramos que estes inventaacuterios pretendem aproximar o
aluno agraves outras culturas particularmente agraves de Espanha e dos paiacuteses hispanofalantes
numa perspetiva intercultural Repare-se ainda que estes conteuacutedos satildeo flexiacuteveis
conferindo ao professor a seleccedilatildeo dos mesmos consoante as necessidades e o perfil
do aluno que tenha entre matildeos
Para proceder agrave anaacutelise dos inventaacuterios e objetivos que se relacionam com a
projeccedilatildeo das LESP no ensinoaprendizagem do Espanhol decidimos recolher os
descritores na tabela seguinte para obter uma melhor organizaccedilatildeo destes
7 httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles01_objetivos_relacion_a1-
a2htmp2 consultado em 10 de janeiro de 2017
Inventaacuterios Objetivos
laquo2 El alumno como hablante intercultural7raquo
laquoConocer la diversidad cultural interpretar otras culturasraquo
laquoFamiliarizarse con los referentes culturales maacutes conocidos y
de mayor proyeccioacuten universal de Espantildea e
Hispanoameacutericaraquo
36
Tabela 1- Inventaacuterios e objetivos segundo o PCIC
Deduzimos que os niacuteveis de domiacutenio em torno dos conteuacutedos socioculturais
segundo o PCIC agrupam-se em trecircs fases ou seja a fase de aproximaccedilatildeo (A1-A2)
a fase de aprofundamento (B1-B2) e a fase de consolidaccedilatildeo (C1-C2)
Assim verificamos que o capiacutetulo 1 dedicado aos objetivos gerais do PCIC
conteacutem o inventaacuterio 2 no qual se espera que o aprendente nos niacuteveis iniciais seja
capaz de conhecer a diversidade cultural interprete outras culturas e tome consciecircncia
dos diferentes sistemas culturais Mais se acresce que a partir do niacutevel intermeacutedio o
aluno deve aceitar a diversidade cultural numa visatildeo mais alargada analisar
construtivamente as outras culturas e veicular estrategicamente procedimentos para
reduzir a influecircncia de estereoacutetipos Nos niacuteveis avanccedilados espera-se que o aluno
aproveite a diversidade cultural como fonte de enriquecimento para a sua cultura e
estabeleccedila procedimentos de aproximaccedilatildeo a novas realidades culturais Ainda no
inventaacuterio em anaacutelise verificamos o objetivo de familiarizar o aprendente com os
referentes culturais espanhoacuteis e da Hispanoameacuterica mais conhecidos
Dado que o inventaacuterio 2 eacute extenso reconhecemos que este se coaduna com o
postulado de que o aprendente seja capaz de identificar os elementos socioculturais
da liacutengua meta aprimorando a competecircncia comunicativa intercultural entre as
8httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles10_referentes_culturales_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017 9httpcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleplan_curricularniveles11_saberes_y_comportamientos_inventariohtm consultado em 10 de janeiro de 2017
laquo10 Referentes culturales8raquo
(Apartado laquo111 Poliacuteticas Linguumliacutesticasraquo)
laquoLenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoAacutembito del uso de las lenguas oficiales y cooficialesraquo
laquoLenguas mayoritarias y minoritariasraquo
laquoOrganismos puacuteblicos e instituciones para el cuidado y
fomento de la lengua
Real Academia Espantildeola Asociacioacuten de Academias de la
Lengua Espantildeola Institut dacuteEstudis Catalans Real Academia
Galega Real Academia de la Lengua Vasca-Euskaltzaindiaraquo
laquo11 Saberes y comportamientos
socioculturales9raquo
(Apartado laquo311 Configuracioacuten de la identidad
colectivaraquo)
laquoRegiones en las que existe convivencia de lenguas y
espacios en los que conviven las lenguas (hellip)raquo
laquoConcepto de pluralismo aplicado a diferentes aacutembitos
convivencia de partidos poliacuteticos de diferentes confesiones
de lenguas y dialectos (hellip)raquo
37
culturas espanholas e hispanofalantes outorgando assim ao aluno o papel de
intermediaacuterio cultural
Em relaccedilatildeo ao inventaacuterio 10 observamos curiosamente um apartado dedicado
agraves poliacuteticas linguiacutesticas e eacute neste ponto que encontramos a primeira referecircncia
expliacutecita agraves LESP Assim na fase de aproximaccedilatildeo propotildeem-se as liacutenguas oficiais e
cooficiais e os organismos puacuteblicos e instituiccedilotildees de fomento das liacutenguas cooficiais Na
fase de aprofundamento constam os acircmbitos do uso das liacutenguas oficiais e cooficiais e
as liacutenguas minoritaacuterias e maioritaacuterias Na fase de consolidaccedilatildeo o aluno deve tomar
consciecircncia das atuaccedilotildees dos governos face agraves poliacuteticas linguiacutesticas a poliacutetica
educativa nas comunidades bilingues espanholas e por uacuteltimo a relaccedilatildeo da liacutengua
enquanto pilar da identidade territorial
Comprovamos ainda no inventaacuterio 11 que o PCIC propotildee novamente os
elementos construtores da identidade cultura (liacutengua tradiccedilotildees costumes) as liacutenguas
oficiais e cooficiais e as instituiccedilotildees de fomento da liacutengua A fase de aprofundamento
centra-se principalmente na pluralidade linguiacutestica de Espanha Jaacute na fase de
consolidaccedilatildeo objetiva-se o reconhecimento oficial das liacutenguas o estatuto de
autonomia e distinccedilatildeo entre liacutengua e dialeto
Concluiacutemos assim observando que o PCIC atribui bastante importacircncia agrave
exploraccedilatildeo das culturas e liacutenguas cooficiais visto que estas fazem parte dos
conhecimentos socioculturais da liacutengua meta Podemos constatar que haacute uma menccedilatildeo
direta agraves liacutenguas minoritaacuterias indicada para uma fase de aprofundamento pois as
liacutenguas cooficiais surgem na fase de aproximaccedilatildeo Daqui resulta que em primeiro
deveremos introduzir as liacutenguas oficiais e cooficiais valorizar as suas instituiccedilotildees de
fomento linguiacutestico e seguidamente preparar terreno para explorar o estatuto
minoritaacuterio das mesmas na aula de ELE
Argumentamos ainda que o PCIC eacute um documento norteador do ensino de
espanhol como liacutengua estrangeira e que os descritores servem apenas como modelo
o que poderiacuteamos explorar as liacutenguas cooficiais e a sua condiccedilatildeo minoritaacuteria num
mesmo niacutevel de ensino desde que respeitemos as fases sugeridas pelo PCIC para a
dimensatildeo cultural
38
17 As liacutenguas de Espanha nos Programas do Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Portuguecircs
Ao analisar a questatildeo das liacutenguas de Espanha natildeo poderiacuteamos terminar sem
revisitar os documentos orientadores do ensino de ELE em Portugal Obviamente natildeo
nos poderemos debruccedilar sobre todos os programas dada a sua extensatildeo Propomos
assim verificar a frequecircncia didaacutetica das LESP dentro dos programas dos niacuteveis
iniciais e dos niacuteveis avanccedilados
171 O Programa de Espanhol do 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico
Iniciamos a nossa incursatildeo pelo Programa de Espanhol para o 3ordm CEB que
abarca trecircs niacuteveis de ensino ndash 7ordm 8ordm e 9ordm ano que remetem para o niacutevel A1 A2 e B1
do QCER Em relaccedilatildeo agrave abordagem que este programa faz a respeito das LESP
observamos que no capiacutetulo laquo3 Objetivos geraisraquo este apresenta os seguintes
objetivos
-ldquoConhecer a diversidade linguiacutestica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomaacutetica e
culturalrdquo
- ldquoAprofundar o conhecimento da sua proacutepria realidade sociocultural atraveacutes do
confronto com aspetos da cultura e da civilizaccedilatildeo dos povos de expressatildeo espanholardquo
(Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p9)
Eacute de referir tambeacutem que nos conteuacutedos socioculturais no campo das Atitudes
destacam-se os objetivos que passaremos a enumerar
- ldquoValorizar a vantagem que constitui o conhecimento de liacutenguas estrangeiras como
forma de comunicaccedilatildeo com pessoas de diferentes culturasrdquo
-ldquoApreciar a riqueza das diferentes liacutenguas e culturas como formas diversas de
codificaccedilatildeo da experiecircncia e de organizaccedilatildeo das relaccedilotildees interpessoaisrdquo
- ldquoEspanha geografia fiacutesica e humanardquo com os objetivos ldquoDesenvolver uma atitude de
curiosidade respeito e toleracircncia face a outras culturas (hellip)rdquo e ldquoValorizar as diferenccedilas
culturais a fim de descobrir a proacutepria identidade (hellip)rdquo (ibid p20)
Por tudo o que foi evidenciado ainda que natildeo encontremos uma menccedilatildeo
objetiva agraves LESP de acordo com o programa em anaacutelise cremos que este aponta
sem qualquer duacutevida para a exploraccedilatildeo das liacutenguas e culturas de Espanha sendo este
um dos principais objetivos vincados pelo programa
39
Cabe ainda ressalvar a flexibilidade do programa para novas aprendizagens e
temaacuteticas dando ao professor a oportunidade de rentabilizar os conteuacutedos em funccedilatildeo
do figurino de aluno
ldquohellip o programa de Espanhol natildeo se apresenta apenas como um conjunto
de conteuacutedos a aprender mas antes pretende ser instrumento regulador da
praacutetica educativa contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder
agraves necessidades dos alunos e agraves condiccedilotildees em que decorra a praacutetica
pedagoacutegicardquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 1997 p6)
172 O Programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio
O programa de Espanhol para o Ensino Secundaacuterio encontra-se dividido em funccedilatildeo do
que os alunos tenham seguido no Ensino Baacutesico o niacutevel de iniciaccedilatildeo e o niacutevel de
continuaccedilatildeo Assim o programa indica que ldquoDependendo das competecircncias de
produccedilatildeo ou de receccedilatildeo no 10ordm ano de iniciaccedilatildeo os alunos deveratildeo conseguir os
niacuteveis A1 e A21 no 11ordm ano A21 e A22 e para o final do ciclo prevecirc-se que se
atinjam os niacuteveis A22 e B11rdquo (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo 2001 p5)
No que concerne ao 10ordm ano tanto aos niacuteveis de iniciaccedilatildeo como de continuaccedilatildeo
natildeo denotaacutemos nenhuma referecircncia expliacutecita agraves LESP ou liacutenguas cooficiais
Revisitados os programas homologados em 2001 estes apenas sugerem nos Aspetos
Socioculturais que se abordem os aspetos sociais e culturais dos paiacuteses onde se fala
espanhol proacuteximos dos interesses e motivaccedilotildees dos alunos (Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
2001 p44)
Mais se acrescenta que tambeacutem o Programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 11ordm ano
natildeo apresenta nenhuma menccedilatildeo direta agraves LESP ou liacutenguas cooficiais unicamente
surgem os Aspetos Socioculturais iguais aos dos programas do 10ordm ano como
observaacutemos anteriormente
Contudo constataacutemos que as LESP satildeo contempladas explicitamente como
objeto de estudo no programa de Espanhol Continuaccedilatildeo do 11ordm ano (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2002)
Torna-se entatildeo visiacutevel a realidade linguiacutestica espanhola no capiacutetulo 23 Aspetos
Socioculturais onde aparece o tema laquoAs Liacutenguas de Espanharaquo para desenvolver neste
domiacutenio sociocultural (ibid p12) Consequentemente ao analisarmos o capiacutetulo 3
laquoGestatildeo do Programaraquo do mesmo programa deparamo-nos que para o curso Geral
de Liacutenguas e Literaturas (Formaccedilatildeo Especiacutefica) a temporalizaccedilatildeo proposta pelo
programa para as Liacutenguas de Espanha pressupotildee 135 horas Jaacute para os Cursos
Gerais e Tecnoloacutegicos (Formaccedilatildeo Geral) o tratamento do mesmo tema perfaz uma
40
temporalizaccedilatildeo adequada de 9h Nota-se aqui que o programa faz finca-peacute nas
LESP propondo uma temporalizaccedilatildeo adequada e compensada dando-nos a
oportunidade de natildeo soacute explorar as liacutenguas cooficiais como tambeacutem abordar as
liacutenguas que natildeo estatildeo abrangidas pelo estatuto de cooficialidade
O programa de Espanhol Iniciaccedilatildeo do 12ordm ano natildeo conteacutem em si nenhuma
referecircncia agraves LESP sugere a exploraccedilatildeo da liacutengua Espanhola no mundo (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2004) contudo as liacutenguas de Espanha natildeo constam nas propostas de
conteuacutedos sociolinguiacutesticos a desenvolver
173 Consideraccedilotildees finais sobre a anaacutelise dos Programas do
Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs
Por tudo o que foi observado nos programas de Ensino de Espanhol podemos
referir que existe um desfasamento entre os conteuacutedos que pautam os vaacuterios niacuteveis de
ensino isto eacute verificamos que as LESP satildeo reconhecidas como objeto de estudo em
alguns programas enquanto noutros satildeo completamente invisiacuteveis Tal facto e do
nosso ponto de vista consideramos que os programas deveriam prever o
conhecimento das LESP e das suas culturas de forma distinta consoante cada niacutevel de
ensino
Eacute pertinente acrescentar que alguns conteuacutedos socioculturais sugeridos pelos
programas revisitados poderatildeo servir-nos como ldquorampa de lanccedilamentordquo para a
inclusatildeo das LESP Ora mas eacute aqui que se joga o papel determinante do professor
pois teraacute que introduzi-las por sua conta criar materiais didaacuteticos motivar os alunos
mediante uma atitude positiva para conhececirc-las e por isso defendiacuteamos as
caracteriacutesticas do professor intercultural nos capiacutetulos anteriores
Por tudo isto a nossa posiccedilatildeo quanto agrave inserccedilatildeo das LESP nas aulas de ELE
coaduna-se com a de Fernaacutendez (2013) que denuncia a invisibilidade destas nos
manuais de ELE e nos programas de Ensino sugerindo que
ldquoAsiacute pensamos que lo recomendable seriacutea que apareciera este tipo
de retazos en todos los niveles descritos por el Marco (Consejo de Europa
2002) desde el A1 hasta el C2 dentro de un mismo meacutetodo de ELE ya que nos
estariacuteamos asegurando de que un alumno (hellip) conociera la situacioacuten
sociolinguumliacutestica de Espantildea con mayor o menor profundidad dependiendo
insistimos de sus conocimientos de la LErdquo (Fernaacutendez 2013 p93)
Acresce realccedilar que o programa de Espanhol natildeo consiste num conjunto de
conteuacutedos fechados permite flexibilidade e abertura ao professor para regular a sua
41
praacutetica pedagoacutegica atendendo aos interesses e necessidades do aluno (Ministeacuterio da
Educaccedilatildeo 2001 p6)
18 Siacutentese as Liacutenguas de Espanha no Ensino do Espanhol como Liacutengua
Estrangeira
Chegados a este ponto e apoacutes termos apresentado a revisatildeo da literatura sobre
o tema no nosso enquadramento teoacuterico enfatizamos a importacircncia lugar das LESP
no seio do processo de aprendizagemensino do Espanhol como LE numa perspetiva
didaacutetica inovadora
Como pudemos constatar eacute imperativo transpor o tema das LESP ao contexto
real de sala de aula para que os alunos possam contemplar a realidade e a
diversidade linguiacutestica e cultural espanhola Assim devemos apostar na diversidade
como um caminho a percorrer ao longo das nossas praacuteticas docentes e partindo deste
espiacuterito passaremos a apresentar as opccedilotildees metodoloacutegicas e a descrever o nosso
projeto de investigaccedilatildeo na parte empiacuterica do nosso estudo
42
Capiacutetulo II
Enquadramento metodoloacutegico e apresentaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
43
21 Introduccedilatildeo
Esta parte do relatoacuterio eacute dedicada agrave abordagem das opccedilotildees metodoloacutegicas no
que diz respeito ao tratamento das LES no acircmbito da praacutetica de ensino supervisionada
do Mestrado em Ensino de Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do
Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio Desta forma e num primeiro ponto iremos
apresentar as questotildees investigativas que nortearam o nosso processo investigativo
Posteriormente debruccedilar-nos-emos sobre os instrumentos de recolha de dados os
sujeitos envolvidos as atividades e as estrateacutegias levadas a cabo para a exploraccedilatildeo
das LESP por parte dos alunos Pretendemos ainda dar a conhecer os contextos
educativos onde decorreu o nosso labor investigativo isto eacute o macro-contexto (a
instituiccedilatildeo de ensino) e por outro lado o micro contexto (a turma e os participantes)
Tendo em conta o que foi referido anteriormente temos consciecircncia que realizar
um estudo no acircmbito da educaccedilatildeo eacute uma tarefa complexa para que se possa chegar a
conclusotildees concretas sobretudo quando se trata de projetos de investigaccedilatildeo- accedilatildeo
nos quais se intercetam problemaacuteticas concretas Assim sendo nesta parte do
relatoacuterio desejamos reafirmar o contributo inegaacutevel que as LESP tecircm dentro do ensino
de liacutenguas estrangeiras
22 Questotildees e objetivos investigativos
O principal objetivo no qual assenta este trabalho procura compreender de que
forma o estudo das LESP pode contribuir para o desenvolvimento da competecircncia
plurilingue e intercultural dos alunos Mais se acrescenta que este projeto pretende
ainda averiguar se o estudo das LESP estaacute a ser tratado com a devida importacircncia no
ensino do ELE
Partindo destas premissas iniciais conseguimos gizar as questotildees investigativas
que iratildeo nortear o nosso estudo
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino do
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem dos alunos no ELE
44
Uma vez que estas satildeo as nossas principais questotildees investigativas esperamos
identificar e descrever as conceccedilotildees que os alunos possuem acerca das LESP e
aprofundar os seus conhecimentos sobre a diversidade linguiacutestica e cultural em
Espanha promovendo sessotildees de cariz plurilingue e intercultural a partir das LESP
como um veiacuteculo facilitador no processo de ensinoaprendizagem no nosso caso do
Espanhol
23 Participantes
No campo das ciecircncias sociais e humanas autores como Coutinho (2011)
indicam que os participantes do estudo satildeo selecionados por conveniecircncia ou
intencionalmente No nosso caso a seleccedilatildeo foi feita intencionalmente uma vez que
nos foi atribuiacuteda uma turma de Espanhol do 11ordm ano uma vez que foi uma das turmas
onde decorreu a Praacutetica de Ensino Supervisionada
Cabe salientar que a escolha da amostra eacute muito importante na medida em que
o investigador procura obter a maacutexima informaccedilatildeo possiacutevel para a fundamentaccedilatildeo do
projeto investigativo e criar uma teoria (Aires 2011)
Na verdade segundo Minayo (1999) o nuacutemero da amostra natildeo deveraacute ser muito
grande pois acarretaraacute limitaccedilotildees em contrapartida deveraacute ser suficientemente
pequeno pois eacute essencial que o investigador seja capaz de conhecer bem o objeto de
estudo Assim a nossa amostra contou com a participaccedilatildeo de dezoito alunos da turma
da instituiccedilatildeo de ensino que passaremos a caracterizar posteriormente
24 Caracterizaccedilatildeo dos contextos do projeto investigativo
241 O Macrocontexto
A instituiccedilatildeo de ensino onde implementaacutemos o nosso estudo localiza-se na zona
centro do paiacutes O Agrupamento foi criado em julho de 2012 em funccedilatildeo do Decreto-lei
137201210 e na sequecircncia desta reorganizaccedilatildeo passou a ser a sede do
Agrupamento Assim as restantes escolas que integram o Agrupamento satildeo quatro
Jardins de Infacircncia trecircs Escolas Baacutesicas do 1ordm Ciclo e a escola sede As instituiccedilotildees
encontram-se distribuiacutedas pelo distrito de Aveiro especificamente numa zona
semiurbana e industrializada pois para aleacutem das zonas urbanas envolventes existem
aacutereas rurais na periferia
10 httpwwwspnptDownloadSPNSM_DocMid_115Doc_3169Anexosdecleigestao2012pdf consultado
a 6 de abril de 2017
45
Iremos certamente debruccedilar-nos sobre o edifiacutecio sede pois foi onde aplicaacutemos
e desenvolvemos o nosso projeto investigativo Como ponto preacutevio importa referir que
o edifiacutecio foi construiacutedo em 1985 e como tal apresenta alguns sinais de degradaccedilatildeo e
necessidade urgente de obras de manutenccedilatildeo O edifiacutecio eacute constituiacutedo por sete blocos
que para aleacutem de salas de aula (laboratoacuterios salas de informaacutetica salas de artes
visuais sala de teatro) existe um anfiteatro instalaccedilotildees para o funcionamento dos
serviccedilos administrativos como a direccedilatildeo a sala de professores a sala de
funcionaacuterios a reprografia os gabinetes de trabalho a biblioteca o polivalente para
alunos dois bufetes um pavilhatildeo gimnodesportivo remodelado vaacuterios campos de
jogos e espaccedilos ajardinados
De forma a proceder agrave caracterizaccedilatildeo dos recursos humanos sabemos que o
agrupamento alberga cerca de 1681 alunos (em 20122013 frequentavam 1825) e 168
docentes Cabe mencionar que a diminuiccedilatildeo tambeacutem se manifestou ao niacutevel dos
professores pois tambeacutem o corpo docente reduziu significativamente segundo os
dados que consultaacutemos uma vez que em 20122013 havia 222 professores
Relativamente aos funcionaacuterios existem 70 auxiliares educativos tendo sido
observada uma reduccedilatildeo deste nuacutemero se consultamos os dados referentes ao ano
letivo de 20122013 no qual havia 86 funcionaacuterios
Os alunos que frequentam a escola provecircm de meios socioculturais bastante
heterogeacuteneos sendo a diversidade visiacutevel a niacutevel linguiacutestico cultural e eacutetnico De
salientar que 96 dos alunos que frequentam o Agrupamento satildeo portugueses
embora a proveniecircncia de alunos estrangeiros seja fortemente de paiacuteses de expressatildeo
portuguesa (Angola e Brasil) Para os alunos estrangeiros que frequentam a escola
existe a oferta de Portuguecircs Liacutengua Natildeo Materna
Para dar resposta aos vaacuterios perfis de alunos que procuram a instituiccedilatildeo de
ensino a escola integra turmas de ensino regular tanto no ensino baacutesico como no
secundaacuterio cursos de formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para jovens (CEF) e ainda cursos de
formaccedilatildeo e educaccedilatildeo para adultos (EFA)
No que concerne aos encarregados de educaccedilatildeo e agrave sua visatildeo da escola
remetendo para um questionaacuterio que foi aplicado no iniacutecio do ano letivo estes
sinalizaram que os pontos fortes da instituiccedilatildeo relacionam-se com os seguintes
aspetos a) localizaccedilatildeo b) qualidade de ensino c) estabilidade do corpo docente d)
presenccedila de irmatildeos que frequentam a escola e) grau de exigecircncia f) seguranccedila g)
boas referecircncias da escola e dos professores e ainda h) bom ambiente
Como se pode observar no Projeto Educativo do Agrupamento esta instituiccedilatildeo
possui um conjunto de objetivos norteadores balizados pela Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica
Portuguesa e pela Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) Desta feita a escola
46
pretende assegurar o acesso agrave educaccedilatildeo uma accedilatildeo formativa voltada para o
desenvolvimento global da personalidade do aluno o progresso social e a
democratizaccedilatildeo da sociedade Acrescenta-se que a escola rege-se pelo combate agrave
indisciplina pela igualdade participaccedilatildeo ativa transparecircncia responsabilidade
equidade social promoccedilatildeo do sucesso e desenvolvimento da qualidade de ensino e
na educaccedilatildeo para a cidadania11
Para aleacutem das metas e princiacutepios que se enumeraram anteriormente o contexto
educativo pretende atuar no sentido de combater o insucesso escolar e a indisciplina
reincidente que ocorre maioritariamente na sala de aula e nas respetivas ordens de
saiacuteda Gostariacuteamos ainda de acrescentar que a escola mobiliza projetos de
desenvolvimento escolar e de enriquecimento do curriacuteculo transversais a todas as
disciplinas
No que concerne agrave oferta formativa12 a instituiccedilatildeo valoriza o ensino regular
atraveacutes de uma perspetiva e dimensatildeo holiacutestica Assim e relativamente ao 3ordm Ciclo do
Ensino Baacutesico existe a possibilidade de os alunos optarem por uma 2ordf Liacutengua
Estrangeira Espanhol Francecircs ou Alematildeo Cabe indicar que estes alunos podem
ainda optar por disciplinas e oficinas tais como Muacutesica Teatro Oficina de Artes e
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Em relaccedilatildeo ao Ensino Secundaacuterio os alunos podem escolher
uma diversidade de cursos entre Cursos Cientiacutefico-Humaniacutesticos na aacuterea das Ciecircncias
e Tecnologias das Ciecircncias Socioeconoacutemicas e das Liacutenguas e Humanidades Para
aleacutem da oferta do Ensino Regular conta tambeacutem com cursos profissionais ao niacutevel do
Secundaacuterio - Teacutecnico de Gestatildeo de Equipamentos Informaacuteticos Teacutecnico de
Multimeacutedia Teacutecnico de Comeacutercio e Teacutecnico de Apoio agrave Gestatildeo Desportiva Segundo o
Projeto Educativo existem ainda cursos de Educaccedilatildeo e Formaccedilatildeo de Adultos que
decorrem em periacuteodo poacutes-laboral
De acordo com o Projeto Educativo e como jaacute referimos anteriormente a nossa
escola aposta fortemente no combate ao insucesso escolar mobilizando neste sentido
planos e estrateacutegias de apoio ao aluno e neste sentido sublinhamos a existecircncia dos
serviccedilos de Psicologia e Orientaccedilatildeo (SPO) os Programas de Orientaccedilatildeo Escolar e
Profissional e ainda as estrateacutegias para alunos com Necessidades Educativas
Especiais (NEE)
Gostariacuteamos ainda de acrescentar que para a concretizaccedilatildeo da presente anaacutelise
do contexto socioeducativo revisitaacutemos os documentos orientadores e reguladores do
11 In Projeto Educativo 2006-09 pp 42-43
12httpwwwaeesgueiraeduptindexphpoption=com_contentampview=articleampid=630ampItemid=78 consultado a 7 de abril de 2017
47
projeto educativo que se encontram disponiacuteveis em suporte digital na paacutegina da
escola13
242 O microcontexto a nossa turma
A turma que selecionaacutemos para implementar e desenvolver o nosso estudo de
intervenccedilatildeo foi uma turma da aacuterea de Ciecircncias Socioeconoacutemicas (Ensino Secundaacuterio)
o 11ordmD A escolha deste microcontexto especiacutefico prendeu-se principalmente com o
que sustentaacutemos no enquadramento teoacuterico do nosso estudo isto eacute uma vez que as
LESP satildeo objeto de estudo no secundaacuterio de acordo com o Programa de Espanhol do
Ensino Secundaacuterio do Ministeacuterio de Educaccedilatildeo Portuguecircs cremos pertinente
desenvolver o tema numa turma do Ensino Secundaacuterio num niacutevel de Espanhol-
Continuaccedilatildeo
A turma eacute composta por 33 alunos contudo como a disciplina de Espanhol eacute
opcional a par com outras apenas 18 alunos satildeo de Espanhol Dos 18 alunos que
constituem a nossa turma 13 satildeo do sexo feminino e 5 do sexo masculino Foi
possiacutevel verificar que a meacutedia das idades ronda os 16 anos natildeo havendo desta forma
uma grande disparidade em termos de idades Na nossa turma existe apenas um
aluno estrangeiro oriundo da Ucracircnia que frequenta as aulas de Portuguecircs Liacutengua
Natildeo Materna (PLNM) Este tambeacutem integrou o nosso estudo pois frequenta a turma
de Espanhol
De acordo com as informaccedilotildees recolhidas no Plano de Accedilatildeo no Dossier da
Turma e nas Atas de Turma detetaacutemos que jaacute se levaram a cabo medidas de
recuperaccedilatildeo Alguns alunos frequentam o Explica-Mais uma estrateacutegia de apoio
delineado pela escola para colmatar as dificuldades de aprendizagem dos alunos Natildeo
obstante constataacutemos que natildeo existem casos de alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) uma vez que natildeo encontraram dificuldades de
aprendizagem notoacuterias ateacute ao momento No caso do Espanhol registaram-se 2
negativas nas avaliaccedilotildees do 2ordm periacuteodo Salientamos que a falta de estudo foi um dos
fatores mais apontados pelos professores da turma para justificar o aproveitamento da
turma
Podemos afirmar que demonstraram ser alunos empenhados e motivados para a
aprendizagem escolar e uma parte significativa tecircm em vista prosseguir os estudos ateacute
ao Ensino Superior Para aleacutem disso observaacutemos ainda relaccedilotildees de companheirismo
13 httpesjmlimaprof2000ptindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=37ampItemid=61amplang=pt consultado a 17 de abril de 2017
48
compreensatildeo interajuda e colaboraccedilatildeo entre os vaacuterios elementos da turma
Ilustrando nas atividades de grupo pudemos constatar o bom clima criatividade e
boas relaccedilotildees interpessoais No entanto sublinhamos alguns pontos fracos que
caraterizam a turma Como indica o Plano de Accedilatildeo o 11ordmD natildeo eacute uma turma
problemaacutetica e no geral natildeo se registam casos de indisciplina Destacamos dentro
dos pontos fracos apenas a existecircncia de algum ruiacutedo na sala de aula as faltas de
trabalho de casa e os atrasos apoacutes o toque de entrada Salienta-se que no campo da
participaccedilatildeo direta verifica-se muita disparidade pois existem alunos extremamente
participativos e outros que carecem de estrateacutegias que os levem a participar
No que concerne ao acircmbito familiar e aos encarregados de educaccedilatildeo podemos
considerar que a figura da matildee ocupa o cargo de encarregado de educaccedilatildeo da maior
parte dos alunos Apenas 5 alunos tecircm como encarregado de educaccedilatildeo o pai
Constataacutemos que as idades dos pais compreendem os 40 e 50 anos tendo
habilitaccedilotildees literaacuterias a grande parte entre o Ensino Secundaacuterio e o Ensino Superior
desempenhando funccedilotildees por conta proacutepria e por conta de outrem Cabe referir que ao
fazer uma leitura detalhada aos documentos orientadores da turma a comparecircncia
dos encarregados de educaccedilatildeo na escola foi quase nula desde o iniacutecio do presente
ano letivo ateacute ao final do 2ordm periacuteodo
Resumindo a caracterizaccedilatildeo da turma e a nosso ver podemos afirmar que
mostraram ser alunos empenhados e cooperantes com as atividades que
desenvolvemos no decorrer do estudo investigativo as quais resolviam com bastante
autonomia Eacute indubitaacutevel que se revelaram alunos educados e sociaacuteveis que se
conseguiram criar laccedilos de empatia entre o professor em estaacutegio e a turma em
anaacutelise
25 Metodologia do estudo
251 Opccedilotildees metodoloacutegicas
Para a realizaccedilatildeo do nosso projeto investigativo e tendo em conta que este de
insere no campo educacional e visa avaliar o peso das LESP no ensino do ELE e
consequentemente as atitudes linguiacutesticas dos participantes decidimos optar por um
estudo de iacutendole qualitativo uma vez que este tipo de investigaccedilatildeo estaacute fortemente
ligado aos estudos educacionais
Como um dos objetivos do nosso estudo aproxima-se de certa forma agrave
descriccedilatildeo das atitudes linguiacutesticas dos alunos face agraves LESP Aacutelvarez Martiacutenez amp
Urdaneta (2001) referem que como investigadores no momento de estudarmos as
atitudes linguiacutesticas devemos enveredar por um enfoque psicossocial e que constituiacute
49
uma tarefa interessante porque nos ajuda a prever e descrever os comportamentos
dos indiviacuteduos em anaacutelise Recordamos que segundo Fernaacutendez (1998) podemos
conceber as ldquoatitudes linguiacutesticasrdquo como
ldquo(hellip) distinguida por centrarse e referirse especificamente tanta a la
lengua como al uso que de ella se hace en sociedad y al hablar de lengua se
incluye cualquier tipo de variedad linguumliacutestica actitudes hacia estilos diferentes
sociolectos diferentes dialectos diferentes o lenguas naturales diferentes
(Fernaacutendez 1998 p179)
Natildeo obstante sabemos que o campo das ciecircncias humanas e sociais oferece
dois tipos de abordagem metodoloacutegica que devem ser ponderados pelo investigador o
meacutetodo quantitativo e por outro lado o meacutetodo qualitativo De acordo com Pardal e
Lopes (2011) os dois apresentam as suas vantagens e interesse afirmando neste
sentido que
ldquoA seleccedilatildeo de um meacutetodo ndash ou de meacutetodos ndash para uma investigaccedilatildeo eacute
sem duacutevida uma tarefa que requer cuidado com base no conhecimento no qual
decorreraacute entretanto a maior ou menor validade dos resultados conseguidos
bem como o niacutevel de fiabilidade dos mesmosrdquo (2011 p20)
Parece-nos neste sentido evidente e indicado optar por um estudo qualitativo
uma vez que ldquoA pesquisa qualitativa eacute definida como aquela privilegia a anaacutelise de
microprocessos atraveacutes do estudo das accedilotildees sociais individuais e grupais realizando
um exame intensivo dos dados e caracterizada pela heterodoxia no momento de
anaacuteliserdquo (Martins 2004 p289) Salientamos que segundo o autor e na nossa opiniatildeo
este parece-nos o estudo que melhor nos conduziraacute a compreender e explicar os
objetos de investigaccedilatildeo
Neste contexto apoiaacutemo-nos em Bogdan e Biklen (1994) para introduzir o uso
do estudo qualitativo no nosso trabalho na medida em que este pretende descrever
em profundidade atraveacutes da apreensatildeo de significados e dos estados subjetivos dos
sujeitos pois nestes estudos existe sempre uma tentativa de capturar e compreender
com pormenor as perspetivas e os pontos de vista dos indiviacuteduos sobre determinado
assunto
Reconhecemos que o figurino do investigador neste tipo de estudo eacute crucial e
como alega Santos (2002) o investigador deve estabelecer uma relaccedilatildeo peculiar com
o objeto investigativo uma vez que participa diretamente no estudo aportando os
seus valores crenccedilas e ideais pelo que deve tentar integrar-se no contexto do estudo
50
fazendo parte ldquonatural do cenaacuteriordquo Assim Tenreiro-Vieira (1999) complementa a
nossa ideia acrescentando que o seu objetivo principal eacute desenvolver conhecimento
ideograacutefico aceitar a realidade educativa como dinacircmica muacuteltipla e holiacutestica
construiacuteda e divergente realccedilando a compreensatildeo e interpretaccedilatildeo da realidade desde
os significados das pessoas implicadas nos contextos educativos estudando as suas
crenccedilas intenccedilotildees motivaccedilotildees e outras caracteriacutesticas do processo educativo natildeo
observaacuteveis diretamente nem suscetiacuteveis de experimentaccedilatildeo
Desta forma e tendo em conta tudo o que foi anteriormente referido
consideramos pertinente enveredar pelo meacutetodo qualitativo uma vez que nos permite
aproximar agrave realidade educativa dinacircmica e complexa descrever significados sociais e
humanos e em uacuteltima instacircncia atingir os objetivos gizados e responder agraves questotildees
investigativas
Inserimos ainda este estudo no campo da investigaccedilatildeo-accedilatildeo ainda que natildeo
cumpriacutessemos todos os seus traccedilos norteadores Deste modo Maacuteximo-Esteves (2008
p20) aborda o conceito afirmando que ldquoinvestigaccedilatildeo-accedilatildeo eacute um processo reflexivo
que caracteriza uma investigaccedilatildeo numa determinada aacuterea problemaacutetica cuja praacutetica se
deseja aperfeiccediloar ou aumentar a sua compreensatildeo pessoalrdquo Ora eacute indubitaacutevel que
como investigadores e professores envolvidos nas nossas praacuteticas procuramos
aperfeiccediloar o processo de ensino-aprendizagem dando resposta agraves questotildees que
levantaacutemos para a concretizaccedilatildeo deste trabalho Ilustrando no nosso caso anelamos
transformar os comportamentos dos alunos em relaccedilatildeo agrave invisibilidade das LESP no
ensino do Espanhol
Destacamos neste sentido os objetivos da investigaccedilatildeo-accedilatildeo segundo Latorre
(2003) que procuraacutemos incluir na nossa praacutetica investigativa 1) articular de modo
permanente a investigaccedilatildeo accedilatildeo e a formaccedilatildeo 2) Aproximarmo-nos da realidade
veiculando a mudanccedila e o conhecimento 3) Fazer do professor o protagonista da
investigaccedilatildeo
Assim sendo cremos fundamental eleger o tipo de investigaccedilatildeo em anaacutelise para
o nosso estudo uma vez que um dos principais objetivos traccedilados por noacutes coaduna-se
com aprimorar e reconstruir o ensino-aprendizagem de liacutenguas estrangeiras atraveacutes
do contributo da nossa praacutetica investigativa Sublinhamos que o meacutetodo da
investigaccedilatildeo-accedilatildeo confere relevante importacircncia aos instrumentos de recolha de
dados e neste sentido passaremos a descrever os instrumentos veiculados no nosso
estudo no subcapiacutetulo que se segue
51
26 Instrumentos de recolha de dados
Existem vaacuterios meacutetodos e teacutecnicas que possibilitam a recolha de dados relativos
a uma determinada realidade observada Parafraseando Almeida e Pinto (1986) os
dados recolhidos natildeo tecircm como funccedilatildeo a verificaccedilatildeo de hipoacutetese sendo a inter-
relaccedilatildeo dos dados a fonte de construccedilatildeo das teorias mesmo partindo de um quadro
teoacuterico de base Toda a investigaccedilatildeo eacute baseada numa orientaccedilatildeo teoacuterica e
consequentemente a recolha de dados deveraacute ser orientada pelo dito quadro e muitas
vezes pode revelar a necessidade de se ajustar o quadro teoacuterico de referecircncia
tornando-o assim um guia de observaccedilatildeo do real mais eficaz e preciso Ora como
constatamos para os autores supracitados a recolha de dados assume-se como uma
ferramenta indispensaacutevel ao investigador para numa primeira fase analisar e
interpretar a informaccedilatildeo recolhida e depois extrair resultados e conclusotildees
261 Inqueacuterito por questionaacuterio
Os vaacuterios objetivos que delimitaacutemos para o nosso estudo prendem-se com as
atitudes e conhecimentos iniciais que os alunos possuem acerca das LESP Segundo
Tuckman (2000) as fontes de obtenccedilatildeo de dados que se podem utilizar num estudo de
caso satildeo normalmente de trecircs tipos 1) entrevistas 2) documentos vaacuterios e 3) atraveacutes
da observaccedilatildeo Tendo como premissa analisar e compreender a realidade dos
indiviacuteduos decidimos optar por um procedimento teacutecnico nomeadamente o inqueacuterito
ldquoThe purpose of a survey is generally to obtain a
snapshot of conditions attitudes andor events at a single point in the
timerdquo (Nunan 1992 p140)
O inqueacuterito constitui pois uma teacutecnica de recolha de informaccedilatildeo que segundo
Vilelas (2009 p133) ldquotrata-se portanto de requerer informaccedilatildeo a um grupo
socialmente significativo de pessoas acerca dos problemas em estudo para logo
mediante uma anaacutelise do tipo quantitativo ou qualitativo retirar as conclusotildees que
correspondem aos dados recolhidosrdquo
Neste trabalho optou-se pelo questionaacuterio dado que nos permite recolher dados
significativos relativos a um nuacutemero de indiviacuteduos e espelha os objetivos traccedilados na
nossa investigaccedilatildeo Eacute importante salvaguardar que a elaboraccedilatildeo do questionaacuterio deve
obedecer a uma ordem previamente estabelecida
Assim seguimos os princiacutepios recomendados por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro
(1996) para a construccedilatildeo de questionaacuterios no campo das liacutenguas estrangeiras na
medida em que natildeo devemos revelar o nosso principal objetivo e atitude no enunciado
52
e evitar perguntas culturalmente tendenciosas isto eacute natildeo devemos fomentar os juiacutezos
para com culturas diferentes Tivemos tambeacutem em conta a importacircncia da prova-
piloto que para os autores citados eacute fundamental porque nos permite corrigir erros
antes de aplicaacute-lo em grande escala Cabe acrescentar que realizaacutemos a prova piloto
numa turma de 10ordm ano a um pequeno nuacutemero de estudantes Destacamos ainda que
demos primazia ao anonimato pois segundo Pardal e Lopes (2011) eacute a condiccedilatildeo
necessaacuteria para garantir a autenticidade das nossas respostas
O inqueacuterito por questionaacuterio que implementaacutemos foi adaptado de Almeida (2015)
consoante os nossos objetivos investigativos Podemos acrescentar que centraacutemos as
questotildees no acircmbito da diversidade linguiacutestica e cultural primeiramente no mundo e
depois em Espanha Desta forma o nosso questionaacuterio abarca uma seacuterie de
perguntas diversificadas isto eacute de escolha muacuteltipla de respostas abertas e fechadas
27 Recolha de dados ndash Instrumentos e teacutecnicas
Cremos pertinente enquanto investigadores apresentar os instrumentos de
recolha de dados que veiculaacutemos para tratar os dados e as informaccedilotildees apresentadas
Optaacutemos por recolher os dados atraveacutes da observaccedilatildeo direta das sessotildees que
delineaacutemos ao longo do projeto investigativo ainda que este meacutetodo natildeo possa ser
analisado de forma sistemaacutetica o inqueacuterito por questionaacuterio as nossas notas de
campo as fichas e outros materiais didaacuteticos recolhidos ao longo das sessotildees
271 O inqueacuterito por questionaacuterio
Como referimos anteriormente este instrumento o inqueacuterito por questionaacuterio
constituiu um dos principais meios de recolha de dados para o nosso projeto Assim
para a sua construccedilatildeo tivemos em conta leituras de autores como Hill e Hill (2005)
Almeida e Pinto (1990) e outros questionaacuterios outrora implementados nomeadamente
inqueacuteritos relacionados com a diversidade linguiacutestica e cultural voltada para as
variedades do espanhol na Ameacuterica destacando que nos inspiraacutemos em particular
nos trabalhos de Cruz (2015) e Almeida (2015) Assim procedemos agrave adaptaccedilatildeo do
nosso inqueacuterito uma vez que este visava objetivos relacionados com as LESP e
acreditamos que este se adequa plenamente aos objetivos orientadores do nosso
projeto Tendo em conta o grupo de alunos a quem seria destinado acrescentaacutemos
53
outras questotildees que remetessem para as atitudes linguiacutesticas e valorizaccedilatildeo de liacutenguas
minoritaacuterias
Na formulaccedilatildeo dos nossos questionaacuterios tivemos em conta por um lado os
princiacutepios defendidos posteriormente por Saacuteez e Rodriacuteguez-Navarro (1996) e por
outro as relaccedilotildees que os participantes tecircm com as liacutenguas estrangeiras
Decidimos dividir o questionaacuterio em quatro grupos distintos (ver anexo 1) uma
estrateacutegia de organizaccedilatildeo conceptual para facilitar o preenchimento do mesmo por
parte dos alunos Eacute constituiacutedo por um conjunto de perguntas abertas e fechadas
visando direcionar o aluno para um tipo de resposta especiacutefico e assim eliminar
qualquer tipo de ambiguidade A inclusatildeo de respostas aberta deve-se ao facto de
pretendermos sondar as opiniotildees dos alunos as suas fundamentaccedilotildees
Partindo para uma descriccedilatildeo sucinta do instrumento este engloba uma
totalidade de 25 perguntas com as respetivas aliacuteneas que pretendem fazer jus agraves
nossas questotildees investigativas
Na primeira parte ndash Perfil Sociolinguumliacutestico- pretendemos fazer a biografia
linguiacutestica dos participantes do nosso estudo apurar a sua idade sexo e
nacionalidade a sua liacutengua materna as liacutenguas estrangeiras que aprendem na escola
os contactos linguiacutesticos e as liacutenguas contactadas fora do contexto educativo
A segunda parte ndash Las lenguas minoritarias ndash remete para as conceccedilotildees dos
inquiridos para a quantidade de liacutenguas faladas no mundo ideia de liacutenguas minoritaacuteria
a distribuiccedilatildeo de liacutenguas minoritaacuterias pelo mundo e num uacuteltimo ponto para as atitudes
de preservaccedilatildeo e proteccedilatildeo das mesmas
A terceira parte ndash Las lenguas de Espantildea ndash desafiava o aluno a indagar os seus
conhecimentos preacutevios a respeito das liacutenguas de Espanha Procuraacutemos ainda saber
se os inquiridos tinham abordado as LESP na aula de Espanhol e com que frequecircncia
o faziam Confrontaacutemos ainda os alunos as comunidades linguiacutesticas espanholas e
num uacuteltimo ponto do grupo com palavra escritas em catalatildeo basco e galego
No que concerne agrave quarta e uacuteltima parte ndash Las lenguas de Espantildea en la clase de
Espantildeol ndash levantaacutemos questotildees que nos indicassem o contributo das outras liacutenguas
estrangeiras na aula de Espanhol desde o ponto de vista dos inquiridos as liacutenguas a
que mais recorriam durante a aprendizagem do espanhol e as vantagens de aprender
novas liacutenguas Para concluir foi imperativo conhecer a predisposiccedilatildeo linguiacutestica dos
alunos para aprender uma liacutengua de Espanha na aula e as consequentes justificaccedilotildees
Este questionaacuterio foi aplicado em situaccedilatildeo de sala de aula numa aula de
Espanhol de 90 minutos a cargo da professora titular da disciplina no dia 4 de abril de
2017 na turma-alvo do nosso estudo Importa referir que apenas 18 alunos numa
turma de 33 alunos tecircm Espanhol Referimos que um aluno estava a faltar
54
perfazendo assim um total de 17 alunos que preencheram o questionaacuterio Calculamos
que o questionaacuterio tenha demorado aproximadamente 20 minutos a ser preenchido
Tambeacutem explicaacutemos que o inqueacuterito natildeo serviria para fins de avaliaccedilatildeo e que por isso
era essencial responderem o mais verdadeiramente possiacutevel Apresentaremos no
proacuteximo capiacutetulo a anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos neste questionaacuterio
272 As sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas
ldquoAprender uma liacutengua estrangeira eacute fazer
uma viagem ao estrangeiro Viajamos para um
destino que escolhemos encontramos alguns
obstaacuteculos avanccedilamos perdemo-nos
encontramos locais que natildeo estavam no
itineraacuterio traccedilado outros motivos de interesse
(hellip)rdquo
Ferratildeo-Tavares (2002 p220)
As atividades que se apresentam neste subcapiacutetulo surgiram em funccedilatildeo dos
resultados contemplados no inqueacuterito por questionaacuterio Neste sentido uma vez que o
nosso projeto abarca traccedilos pertencentes agrave investigaccedilatildeo-accedilatildeo natildeo poderiacuteamos deixar
de incluir sessotildees didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade cultural e linguiacutestica um
intento de melhorar e aperfeiccediloar o processo ensinoaprendizagem dos alunos Assim
tentaacutemos articular as sessotildees entre os conhecimentos da LE e uma perspetiva
plurilingue e intercultural a partir das LESP e das suas culturas
A este respeito acreditamos que as sessotildees de sensibilizaccedilatildeo na aula
promovem a reflexatildeo criacutetica os valores e atitudes e novas formas de ver o mundo Ao
criarmos sessotildees de sensibilizaccedilatildeo estaremos entatildeo a propiciar o diaacutelogo o
contraste de perspetivas e opiniotildees sobre diferentes culturas e liacutenguas e
simultaneamente a contribuir para as relaccedilotildees interpessoais dos alunos
ldquoNo se pretende que el alumnado aprenda muchas lenguas (no es un
meacutetodo de aprendizaje de las lenguas) sino que busca un cambio de las
actitudes y representaciones mentales del alumnado para que este abierto a la
diversidad de lenguas y culturas a las que tendraacute acceso en un mundo tan
interconectado como el nuestrordquo (Noguerol amp Vilagrave 2001 p1)
Eacute portanto neste espiacuterito que desenhaacutemos trecircs sessotildees para a sensibilizaccedilatildeo
linguiacutestica e cultural pensadas para dar resposta agrave introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo das LESP
55
no ensino do Espanhol Aleacutem disso as nossas atividades implicaram que o aluno
repensasse o seu proacuteprio processo de construccedilatildeo de conhecimentos mediante
atividades luacutedicas e atrativas com base no ensino por tarefas Salientamos que
procuraacutemos dar a conhecer aos alunos a realidade linguiacutestica em Espanha projetando
as LESP como liacutenguas minoritaacuterias que nos permitiram trabalhar a competecircncia
comunicativa intercultural e a competecircncia plurilingue
ldquoSensibilizar para a diversidade linguiacutestica e cultural no quadro de uma
educaccedilatildeo para o desenvolvimento sustentaacutevel eacute partir do pressuposto que
respeitar e conhecer os Outros e o Ambiente numa loacutegica de correlaccedilatildeo e
interdependecircncia eacute eleger o tratamento da diversidade como um pilar para a
construccedilatildeo de um futuro Lembremos que ensinar qualquer disciplina eacute um acto
linguiacutestico natildeo apenas porque todas as disciplinas satildeo em sentido proacuteprio
linguagens mas tambeacutem porque a linguagem eacute a proacutepria mateacuteria da educaccedilatildeordquo
(Saacute amp Andrade 2009 p3)
Na construccedilatildeo das sessotildees seguimos os estudos teoacutericos e empiacutericos de
Fernaacutendez (2013 e 2014) uma luz norteadora para a consciencializaccedilatildeo agraves LESP na
aula de ELE que propotildee a inclusatildeo das mesmas nos conteuacutedos socioculturais
sugerindo-nos propostas didaacuteticas para explorar as liacutenguas desde os niacuteveis iniciais aos
niacuteveis avanccedilados Assim como objetivos gizados para as trecircs sessotildees assinalamos
Valorizar a diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha
Sensibilizar e consciencializar os alunos para a extinccedilatildeo de
liacutenguas minoritaacuterias como um fenoacutemeno destruidor de vozes e
representaccedilotildees culturais
Promover a aprendizagem de novas liacutenguas no contexto escolar
Estabelecer novas relaccedilotildees com outras culturas a aceitaccedilatildeo do
Outro e o desenvolvimento de uma empatia intercultural
Desenvolver a competecircncia plurilingue atraveacutes das atividades
propostas a aula como um espaccedilo onde convivem vaacuterias liacutenguas e
culturas
Criar na sala de aula uma ldquooficina de liacutenguas e culturasrdquo
proporcionando aos alunos a possibilidade de aprender saudaccedilotildees em
outras liacutenguas espanholas conhecer tradiccedilotildees e sentimentos identitaacuterios
desconstruir estereoacutetipos e desenvolver a competecircncia interlinguiacutestica
entre o espanhol e as LESP
Refletir sobre o uso vantajoso de outras liacutenguas estrangeira no
ensinoaprendizagem do Espanhol
56
Terminado o peacuteriplo pelos objetivos das sessotildees de sensibilizaccedilatildeo procuramos
ilustrar na tabela que se segue uma esquematizaccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo das trecircs
sessotildees que decorreram em 3 aulas de 90 minutos incluindo uma breve explanaccedilatildeo
do que foi realizado Note-se que optaacutemos por deixar a descriccedilatildeo passo a passo das
sessotildees para o proacuteximo capiacutetulo com o propoacutesito de evitar repeticcedilotildees excessivas
Fase nordm1
ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo (27 de abril de 2017)
Sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo agraves liacutenguas minoritaacuterias do mundo e de
Espanha
Temaacuteticas ldquoLengua y dialectordquo ldquoCuando muere una lenguardquordquoDiglosia
cooficialidad y bilinguumlismordquo ldquoMapa de las lenguas y dialectos de
Espantildeardquo El Atlas de las lenguas de mundo en peligro la cuestioacuten
espantildeolardquo
Atividades fichas de trabalho leitura de textos trabalho de pesquisa
Fase nordm2
ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo (4 de maio de 2017)
Sessatildeo de motivaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao estudo da liacutengua e cultura
basca
Temaacuteticas ldquoLos estereotipos entre andaluces y vascosrdquordquoUna Espantildea
de estereotiposrdquo ldquoLos colores en vascordquo
Temaacuteticas exploraccedilatildeo didaacutetica do filme Ocho Apellidos Vascos
exerciacutecios de cariz plurilingue (basco liacutenguas estrangeiras liacutengua
materna) jogo didaacutetico Hitziki fichas de trabalho
Fase nordm 3
ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo (11 de maio de 2017)
Sessatildeo de introduccedilatildeo e exploraccedilatildeo da cultura e liacutengua catalatilde
Temaacuteticas ldquopersonalidades famosas que hablan catalaacutenrdquo ldquoLos
apellidos de los catalanesrdquordquo Las 10 cosas maacutes importantes para
un buen catalaacutenrdquo El hecho diferencial ndash Queacute significa ser
catalaacutenrdquo ldquoLa leyenda de Sant Jordirdquo ldquoTaller de traduccioacutenrdquo
Atividades fichas de trabalho leitura de uma lenda atividade
final exerciacutecio de traduccedilatildeo catalatildeo-espanhol
Tabela 2 ndash Breve descriccedilatildeo e calendarizaccedilatildeo do projeto de intervenccedilatildeo
57
273 Fichas de trabalho e notas de campo
Para levar a cabo uma anaacutelise e interpretar o desempenho dos alunos ao longo
das sessotildees decidimos recolher as fichas de trabalho e outros materiais didaacuteticas
para desta forma podermos descrever as imagens que se tinham transformado ou
reconstruiacutedo ao longo das sessotildees De facto segundo Maacuteximo-Esteves (2008) os
trabalhos produzidos pelos alunos satildeo o espelho das aprendizagens por eles
alcanccediladas aquando o processo de ensino Do nosso ponto de vista a anaacutelise de
fichas de trabalho e textos produzidos foram cruciais para a construccedilatildeo do proacuteximo
capiacutetulo enquanto investigadores uma vez que delatam informaccedilotildees preciosas que soacute
a partir da observaccedilatildeo direta natildeo poderiacuteamos interpretar
Acrescentamos que as notas de campo sob a forma escrita durante a
observaccedilatildeo direta tambeacutem foram uma mais-valia uma vez que satildeo entendidas como
um ldquorelato escrito daquilo que o investigador ouve vecirc experiencia e pensa no decurso
da recolha e refletindo sobre os dados de um estudo qualitativordquo (Bogdan e Biklen
1994) e neste sentido forneceram-nos pormenores sobre as praacuteticas por noacutes
desenvolvidas
58
Capiacutetulo III
Anaacutelise e discussatildeo dos dados obtidos
59
31 Introduccedilatildeo
Apoacutes a recolha dos dados mediante os instrumentos mencionados no capiacutetulo
anterior daremos lugar agrave anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos mesmos baseados nas atitudes
linguiacutesticas para as liacutenguas minoritaacuterias e para as LESP Passaremos entatildeo
primeiramente agrave discussatildeo e explanaccedilatildeo dos dados relativos ao inqueacuterito por
questionaacuterio e numa uacuteltima instacircncia dos dados interpretados nas sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo atraveacutes da observaccedilatildeo direta recolha de materiais didaacuteticos e das
notas de campo
32 Resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
Atendendo ao questionaacuterio em questatildeo este visava aferir os conhecimentos dos
alunos primeiramente sobre as liacutenguas minoritaacuterias do mundo e posteriormente
sobre as LESP e a sua importacircncia e pertinecircncia no Espanhol como liacutengua
estrangeira
Assim foi pedido aos alunos que procedessem ao preenchimento do
questionaacuterio numa aula de Espanhol que decorreu no dia 4 de abril de 2017
Concluiacuteda esta etapa o professor centrou-se numa leitura e anaacutelise dos dados
recolhidos para cumprir os objetivos e procurar responder agraves questotildees investigativas
que talhaacutemos no iniacutecio do capiacutetulo anterior Importa salvaguardar que elaboraacutemos um
inqueacuterito piloto que foi aplicado numa turma do 10ordm ano para comprovar se o
instrumento apresentava a validez e fiabilidade que pretendiacuteamos
Em continuaccedilatildeo os dados recolhidos foram trabalhados na plataforma Google
Forms e Microsoft Excel Para facilitar a anaacutelise do instrumento os dados foram
agrupados nas trecircs categorias que norteiam o questionaacuterio que apresentamos
Categoria de anaacutelise Objetivos Questionaacuterio
Perfil sociolinguiacutestico
dos alunos
Caracterizar o aluno
segundo o seu perfil
individual dados pessoais
e biografia linguiacutestica
Sexo
Edad
Nacionalidad
Paiacutes de origen
Lengua materna
iquestQueacute lenguas extranjeras
estaacutes aprendiendo (hellip)
60
As liacutenguas
minoritaacuterias
Indagar conhecimentos
preacutevios sobre as liacutenguas
minoritaacuterias
iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
As liacutenguas de Espanha
Averiguar os
conhecimentos preacutevios
sobre as liacutenguas de
Espanha
iquestQueacute lenguas se hablan en
Espantildea a parte del Espantildeol
(hellip)
iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes (hellip)
As liacutenguas
estrangeiras na aula
de Espanhol
Descrever a
predisposiccedilatildeo
sociolinguiacutestica e atitudes
dos alunos para a
exploraccedilatildeo das liacutenguas de
Espanha em na aula de
Espanhol
iquestConsideras que es importante abordar los aspectos socioculturales
iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas (hellip)
Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas recurres
Si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea
Tabela 3 ndash Categorias de anaacutelise de dados do questionaacuterio
33 Anaacutelise e discussatildeo dos resultados do inqueacuterito por questionaacuterio
331 Anaacutelise e discussatildeo do grupo I ndash Perfil Sociolinguiacutestico
As questotildees referentes a este grupo pretendiam obter informaccedilotildees acerca do
perfil sociolinguiacutestico dos 17 participantes do nosso estudo ressalvando que um aluno
estava a faltar aquando a aplicaccedilatildeo do questionaacuterio Neste sentido verifica-se atraveacutes
dos graacuteficos 1 e 2 que o grupo possui idades compreendidas entre os 15 e os 19 e na
sua maioria por 13 elementos do sexo feminino e os restantes 4 do sexo masculino
61
Graacutefico 1 ndash Idades dos inquiridos
Graacutefico 2 ndash Geacutenero dos inquiridos
A maior parte dos inquiridos eacute de nacionalidade portuguesa e tem o portuguecircs
como liacutengua materna agrave exceccedilatildeo de dois inquiridos um ucraniano e um francecircs Haacute
ainda um participante brasileiro
Quanto agraves liacutenguas de aprendizagem na escola verificou-se que todos os
participantes (17) indicaram terem estudado inglecircs e espanhol No que diz respeito ao
francecircs uma parte significativa (15) indicou ter estudado a liacutengua Um dos inquiridos
indicou ainda o portuguecircs uma vez que esta natildeo eacute a sua liacutengua materna e frequenta
as aulas de PLNM
Era nosso propoacutesito apurar os contactos dos alunos com liacutenguas estrangeiras
fora do meio escolar e como observamos no graacutefico 3 obtemos uma resposta
previsiacutevel porque as liacutenguas com que os alunos mais tiveram contacto foi a) o
espanhol a LE que estatildeo a aprender b) o francecircs c) o alematildeo d) o inglecircs Haacute
curiosamente alguns contactos linguiacutesticos interessantes do nosso ponto de vista
uma vez que se prendem com liacutenguas minoritaacuterias e ilustramos com o caso do
luxemburguecircs e do islandecircs
Note-se que quatro inquiridos referiram ter tido contacto com o ucraniano e
podemos justificar pelo facto de haver um aluno ucraniano na turma e em
consequecircncia haver troca de experiecircncias linguiacutesticas entre os elementos da turma Eacute
62
ainda interessante verificar que se produziram contactos linguiacutesticos com liacutenguas
asiaacuteticas aleacutem do mandarim como o coreano e presumimos que este advenha da
influecircncia do estilo musical pop coreano bem como das seacuteries televisivas de animaccedilatildeo
que alcanccedilam grande ecircxito entre os adolescentes portugueses
Relativamente aos contactos com o portuguecircs podemos associaacute-los aos alunos
cuja liacutengua materna natildeo eacute o portuguecircs e consequentemente o portuguecircs para estes
alunos eacute uma LE
Deparaacutemo-nos tambeacutem com a ocorrecircncia de ldquocrioulordquo que neste sentido torna-
se bastante ambiacuteguo uma vez que natildeo sabemos com clareza se o inquirido se refere
a um crioulo do portuguecircs No entanto poderemos supor que se refere ao crioulo de
Cabo Verde ou ao da Guineacute-Bissau pois segundo o Relatoacuterio Estatiacutestico sobre
Migraccedilatildeo e Proteccedilatildeo Internacional (SEF 2009)14 os alunos estrangeiros com maior
representatividade nas escolas portuguesas satildeo oriundos de Cabo Verde e da Guineacute-
Bissau
De realccedilar ainda que a comunidade cabo-verdiana eacute muito numerosa na zona de
Aveiro e o contacto linguiacutestico com o crioulo pode ser ter resultado desta presenccedila
eacutetnica
Graacutefico 3 ndash Contactos linguiacutesticos dos inquiridos
332 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo II ndash Las lenguas minoritaacuterias
O grupo II do questionaacuterio (las lenguas minoritarias) contou com um conjunto de
perguntas de escolha muacuteltipla e resposta aberta sobre as liacutenguas minoritaacuterias numa
14 httpremsefptPagesPTRelatoriosEstatisticosaspx consultado a 7 de junho de 2017
63
escala mundial Primeiramente decidimos verificar quais os conhecimentos dos
alunos a respeito do nuacutemero de liacutenguas existente no mundo Assim de acordo com o
graacutefico 4 constatou-se que a maioria indicou que existem entre 3000 a 5000 liacutenguas
no mundo e 353 crecirc que existem mais de 6000 liacutenguas Salientamos que apenas
uma pequena parte apontou que existem 500-800 liacutenguas Depreendemos que a maior
parte dos alunos desconhece a quantidade de liacutenguas faladas a niacutevel mundial natildeo
obstante aponta um nuacutemero natildeo muito longiacutenquo da realidade De facto podemos
interpretar esta seleccedilatildeo relacionando-a com ausecircncia de disciplinas no acircmbito escolar
que intercetem a educaccedilatildeo plurilingue
Graacutefico 4 ndash Nuacutemero de liacutenguas no mundo para os inquiridos
Quanto agrave questatildeo que solicitava o conceito de ldquoliacutengua minoritaacuteriardquo segundo a
opiniatildeo dos inquiridos observaacutemos que quase metade dos participantes descreveu
que ldquosatildeo liacutenguas pouco faladasrdquo Assim 3 inquiridos sugeriram que satildeo liacutenguas
faladas por um nuacutemero reduzido de pessoas e apenas 1 assinalou que satildeo liacutenguas
faladas por comunidades que pretendem preservar a sua cultura Verificou-se que os
restantes inquiridos natildeo souberam descrever a conceccedilatildeo que possuiacuteam acerca de
liacutengua minoritaacuteria Neste sentido estamos em crer que um nuacutemero consideraacutevel de
participantes associou as liacutenguas minoritaacuterias a grupos igualmente minoritaacuterios ainda
que descrevessem brevemente o conceito pois nenhum dos inquiridos o relacionou
com as liacutenguas dos imigrantes ou com dialetos Interpretando deduzimos que os
alunos assumem as liacutenguas minoritaacuterias como liacutenguas de cariz secundaacuterio aquando
comparadas com liacutenguas oficiais
No seguimento da questatildeo anterior era nossa intenccedilatildeo averiguar se os
participantes conheciam alguma liacutengua minoritaacuteria e neste sentido num total de 15
respostas obtidas a grande maioria (12) respondeu natildeo conhecer um caso de uma
liacutengua minoritaacuteria Houve ainda um participante que apontou o latim outro o
ldquoportunholrdquo outro o mirandecircs e por fim um aluno respondeu o basco Tendo em conta
os resultados apresentados nesta questatildeo supomos que existe algum
64
desconhecimento geral complementado uma vez mais com a falta de disciplinas no
acircmbito educativo que integrem e preservem a diversidade linguiacutestica e cultural
Assim reformulando o anteriormente dito e agrave luz dos resultados obtidos nesta
questatildeo acreditamos plenamente que seria uma mais-valia se o curriacuteculo escolar
integrasse dentro das disciplinas algumas diretrizes para a educaccedilatildeo para as liacutenguas
numa perpsetiva de educar natildeo soacute para a diversidade cultural e linguiacutestica como
tambeacutem educar para a cidadania Partindo da nossa perspetiva aqui apresentada em
funccedilatildeo dos resultados obtidos consideramos que especialmente as aulas de liacutenguas
estrangeiras e as aulas de Portuguecircs (LM) e PLNM seriam os espaccedilos ideais para
consciencializar os alunos sobre a importacircncia de refletir sobre as vaacuterias liacutenguas do
mundo enquanto expressotildees de crenccedilas tradiccedilotildees e atitudes diferentes Cremos que
este foco seria bastante pertinente pois poderiacuteamos explorar perspetivas identidades
formas de ser e estar e em concreto explorar as vaacuterias liacutenguas de modo a que os
alunos entendam que existem muitas mais liacutenguas no mundo aleacutem das consideradas
maioritaacuterias
Tambeacutem questionaacutemos os alunos sobre os continentes com maior incidecircncia de
liacutenguas minoritaacuterias e como indica o graacutefico 5 constataacutemos que as opiniotildees se
dividem entre a Aacutefrica e a Aacutesia De acordo com a generalidade das justificaccedilotildees
tecidas pelos inquiridos estes apontaram os continentes africano e asiaacutetico devido agrave
densidade territorial e populacional que aglomeram diversos povos e
consequentemente diversas culturas e liacutenguas Natildeo obstante apenas 1 inquirido
elegeu a Europa relacionando com os vaacuterios paiacuteses que existem e a
multiculturalidade intriacutenseca Notaacutemos que 1 participante apontou a Ameacuterica devido agraves
variedades do espanhol pela Ameacuterica latina Observamos nestes casos que os
alunos conseguem estabelecer um paralelismo entre as zonas do mundo onde existe
mais diversidade cultural com a diversidade linguiacutestica e grupos minoritaacuterios Eacute de
salientar que dois alunos natildeo responderam talvez por nunca terem sido sensibilizados
para a diversidade
Graacutefico 5 ndash Continentes com maior incidecircncia de liacutenguas minoritaacuterias para
os inquiridos
65
Sobre a questatildeo que se prendia com as atitudes face agrave preservaccedilatildeo das liacutenguas
minoritaacuterias (graacutefico 6) concluiacutemos que a esmagadora parte dos inquiridos
desenvolveu atitudes positivas revelando interesse e preocupaccedilatildeo em preservar as
liacutenguas Assim a grande maioria das justificaccedilotildees assenta por um lado na
necessidade de preservar as culturas nas quais se inserem as liacutenguas minoritaacuterias e
por outro na atribuiccedilatildeo de um estatuto igualitaacuterio a todas as liacutenguas do mundo Eacute
curioso e cabe mencionar que um aluno respondeu negativamente justificando que
devido agrave globalizaccedilatildeo a comunicaccedilatildeo entre os povos deveria cingir-se a um nuacutemero
reduzido de liacutenguas para facilitar as relaccedilotildees entre os povos Nesta questatildeo houve
ainda um aluno que natildeo respondeu
Graacutefico 6 ndash Atitudes dos inquiridos face agraves liacutenguas minoritaacuterias
No seguimento da questatildeo anterior e para concluir o grupo II do inqueacuterito
quando foram pedidas medidas para fomentar e preservar as liacutenguas 6 dos inquiridos
natildeo avanccedilaram com qualquer medida possiacutevel Os restantes indiviacuteduos sugeriram
uma seacuterie de medidas de proteccedilatildeo que se coadunam com a formaccedilatildeo e ensino
obrigatoacuterio das liacutenguas minoritaacuterias A nosso ver os participantes teceram medidas
que evidenciam de antematildeo preocupaccedilatildeo pela preservaccedilatildeo de liacutenguas que
passaremos a apresentar
ldquoTentava dar formaccedilatildeo aos professores para que aprendam e mais tarde ensinem essas
liacutenguasrdquo (A5)
ldquoTornava-as obrigatoacuterias no ensinordquo (A8)
ldquoPromovecirc-las mais no paiacutes e no mundo dando-as a conhecer agraves pessoasrdquo (A11)
ldquoEnsinava-as nas escolas e pediria em alguns curriculuns vitae como forma de promover o seu
estudordquo (A15)
Cabe portanto salientar a primazia que os alunos deram agrave importacircncia que a
educaccedilatildeo poderaacute desempenhar para combater o desaparecimento de liacutenguas
66
minoritaacuterias Podemos constatar que a maioria entende que a escola seraacute o lugar
fundamental para assegurar a educaccedilatildeo para as liacutenguas e que os alunos que
responderam a esta questatildeo tecircm consciecircncia da realidade linguiacutestica
333 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
No que concerne ao grupo III do inqueacuterito destinado agraves LESP foi solicitado que
identificassem as liacutenguas que se falam em Espanha agrave exceccedilatildeo das liacutenguas dos
imigrantes e do espanhol com o objetivo de natildeo criar ambiguidade
Deparaacutemo-nos com o facto de grande parte dos alunos ter conseguido identificar
em meacutedia duas a trecircs liacutenguas de Espanha Assim a maior parte dos inquiridos
apontou o basco (16) doze identificaram o galego uma parte (9) referenciou o catalatildeo
e curiosamente um nuacutemero consideraacutevel de alunos (12) mencionou o castelhano
como uma liacutengua de Espanha Debruccedilando a nossa atenccedilatildeo sobre esta uacuteltima aceccedilatildeo
dos inquiridos depreendemos que e ao revisitarmos o estudo de Almeida (2015) os
alunos tendem a relacionar o nome ldquocastelhanordquo ao reino de Castela por outras
palavras desconhecem a existecircncia de variedades do Espanhol revelando desta feita
visotildees estereotipadas em torno de ldquoespanholrdquo e ldquocastelhanordquo
Remetendo ainda para esta interferecircncia entre os dois termos podemos admitir
ainda que os inquiridos contemplam o ldquocastelhanordquo como uma liacutengua peninsular
proacutepria e o ldquoespanholrdquo como a liacutengua estrangeira que estatildeo a aprender considerando
neste sentido que o espanhol e o castelhano natildeo satildeo a mesma liacutengua como indica o
estudo de Cruz (2015) Entendemos e devemos apontar que este desconhecimento
por parte dos alunos deve-se em certa parte agrave falta de informaccedilatildeo contida nos
manuais e materiais didaacuteticos
Quando questionados sobre da abordagem das liacutenguas e culturas de Espanha
no seio das aulas de Espanhol a totalidade dos alunos (17) respondeu que estas
tinham sido abordadas Estamos em crer que estas respostas revelam claramente
que as LESP foram abordadas na aula de Espanhol contudo observamos um
desfasamento entre as respostas pois na questatildeo anterior os alunos mencionaram
em meacutedia duas liacutenguas cooficiais o que nos leva a crer que os inquiridos natildeo tecircm
consciecircncia da realidade linguiacutestica espanhola ainda que tenham abordado as liacutenguas
na aula como argumentaram
Em continuaccedilatildeo foi formulada uma questatildeo que pretendia averiguar a
frequecircncia com que as LESP teriam sido abordadas em aula A maioria dos alunos
(11) considerou que as estudaram ldquomuitas vezesrdquo e uma quantidade significativa de
seis alunos alegou ldquoalgumas vezesrdquo Verifica-se pois uma grande oscilaccedilatildeo no tipo de
67
respostas dadas Ainda neste sentido pedimos aos alunos que indicassem em que
anos de escolaridade tinham abordado as LESP Observamos no graacutefico 7 que o
maior nuacutemero de correspondecircncias indicou que esta abordagem se deu no 10ordm ano
No entanto treze alunos tambeacutem indicaram que abordaram a temaacutetica no 11ordm ano
Salvaguardamos que alguns inquiridos identificaram o 10ordm e 11ordm ano Eacute de realccedilar que
apenas um aluno indicou que esta abordagem foi feita no 7ordm ano
Graacutefico 7 - Anos de escolaridade em que abordaram as liacutenguas e culturas de Espanha
Quanto agraves comunidades autoacutenomas onde se falam liacutenguas de Espanha eacute
deveras interessante interpretar as respostas dos inquiridos pois a comunidade mais
sonante foi o Paiacutes Basco (9) Aparece tambeacutem a Catalunha (2) a Galiza (4) e
Canaacuterias (1) Interpretando eacute possiacutevel constatar que a liacutengua basca ocupa um lugar
primordial nas conceccedilotildees dos alunos uma vez que foi a liacutengua de Espanha mais
nomeada como observaacutemos anteriormente e agora o Paiacutes Basco eacute o espaccedilo
linguiacutestico mais conhecido pelos alunos Considerando as representaccedilotildees dos alunos
justificamos que o Paiacutes Basco foi a opccedilatildeo mais registada provavelmente devido ao
facto de o basco pertencer a uma famiacutelia de liacutenguas de origem desconhecida
despertando assim curiosidade nos alunos por causa da diferenccedila linguiacutestica bem
patente em relaccedilatildeo ao espanhol Outra justificaccedilatildeo que podemos ter em conta
prende-se com o facto de o Paiacutes Basco ter recentemente aparecido em grande escala
nos media devido ao desarmamento da ETA Devemos recordar tambeacutem que os
alunos assistiram a um filme15 que espelha a realidade linguiacutestica basca com a
docente o que prova que os alunos se aproximaram agrave cultura e liacutengua basca e desta
feita terem apontado o Paiacutes Basco nesta questatildeo
Natildeo obstante houve tambeacutem respostas de participantes nas quais denotaacutemos
um desconhecimento intriacutenseco da geografia linguiacutestica em Espanha pois foram
15 O filme que os alunos assistiram na aula de Espanhol foi Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador
Emilio Martiacutenez-Laacutezaro que retrata um romance improvaacutevel entre um andaluz e uma basca e todas as
peripeacutecias relacionadas com os estereoacutetipos que as diferenccedilas culturais dos protagonistas acarretam
68
registadas ocorrecircncias como ldquoCaraiacutebasrdquo e ldquoCubardquo Mais se acrescenta que houve um
inquirido que nomeou ldquoSevilhardquo e depreendemos que possivelmente se estaria a
referir ao dialeto meridional da Andaluzia
Quando inquiridos sobre as palavras escritas nas diversas liacutenguas de Espanha
(ver anexo 1) acrescentamos que introduzimos palavras em galego catalatildeo basco
apenas dois alunos avanccedilaram que a palavra neska (do basco menina) estava em
basco Por outro lado dois inquiridos adiantaram que carrer (do catalatildeo rua) natildeo
estava escrita em espanhol contudo tatildeo pouco sugeriram em que liacutengua se
encontrava Relativamente a placcedila (tambeacutem do catalatildeo praccedila) apenas um inquirido
afirmou incorretamente que o vocaacutebulo se encontrava em espanhol Os restantes natildeo
respondem
Assim a esmagadora parte dos alunos natildeo foi capaz de relacionar as palavras
com as respetivas liacutenguas Eacute provaacutevel que os dois alunos que responderam
acertadamente agrave palavra em basco se tenham baseado na inclusatildeo da consoante k
(neska) consoante que natildeo ocorre com frequecircncia no espanhol Supomos
analisando estes dados que a deduccedilatildeo foi o motivo que norteou os alunos a
identificarem a palavra em basco a par com a diferenccedila visiacutevel entre as liacutenguas
romacircnicas e o basco
334 Anaacutelise e discussatildeo dos dados do grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la
clase de Espantildeol
A respeito do uacuteltimo grupo do inqueacuterito procurou-se saber a opiniatildeo dos alunos
relativamente agrave abordagem de aspetos socioculturais na aula de Espanhol Para tal
os alunos deviam responder afirmativamente ou negativamente e posteriormente
justificar a sua resposta Note-se que todos os alunos responderam afirmativamente a
esta questatildeo deixando claro que a aula de Espanhol deve ser um lugar onde devem
confluir saberes socioculturais De facto esta resposta geral foi bastante animadora na
medida em que nos deu a certeza que poderiacuteamos entrar pelo campo da diversidade
linguiacutestica e cultural espanhola dado que a totalidade dos alunos considerou este
aspeto importante na aula
Em continuaccedilatildeo solicitaacutemos os alunos a mencionar a frequecircncia com que
recorriam a outras liacutenguas durante o processo de aprendizagem dos alunos (graacutefico 8)
Como pudemos constatar a disparidade de opiniotildees eacute notaacutevel dado que a maioria
dos participantes (7) apontou que mobiliza outras liacutenguas muitas vezes uma parte
significativa (5) aponta que apenas o faz algumas vezes trecircs indicaram raramente e
curiosamente dois alunos referiram que nunca veicularam outras liacutenguas estrangeiras
69
no processo de aprendizagem do Espanhol Eacute provaacutevel que estes dois alunos apenas
recorram agrave sua liacutengua materna
Focando a nossa atenccedilatildeo nas respostas dos inquiridos verificamos que a
grande parte dos alunos inclui os vaacuterios sistemas linguiacutesticos que detecircm na
aprendizagem do Espanhol um dos princiacutepios basilares deste trabalho que cremos
emergente explorar nas aulas de ELE Recordamos que para Jessner (2008) o ensino
de liacutenguas estrangeiras deve incluir uma didaacutetica multilingue isto eacute os alunos devem
relacionar os novos conhecimentos com os que aprenderam previamente e
consequentemente agilizam e aceleram o seu proacuteprio processo de aprendizagem
Graacutefico 8 ndash Uso de outras liacutenguas na aprendizagem do Espanhol
Posteriormente e no seguimento da questatildeo anterior quando inquiridos sobre
as liacutenguas que utilizavam na aprendizagem do Espanhol a maioria dos alunos
identificaram o portuguecircs como a liacutengua agrave qual recorria (12) Natildeo obstante quatro
alunos nomeiam o inglecircs e trecircs dois referem o francecircs Importa ainda sublinhar que
curiosamente dois alunos alegaram mobilizar ao mesmo tempo as duas liacutenguas
estrangeiras que satildeo objeto de estudo na escola (francecircs e inglecircs) somando ainda o
portuguecircs Neste sentido um inquirido revela recorrer ao ucraniano uma vez que eacute a
sua liacutengua materna Salientamos que dois alunos natildeo responderam
Posto isto constataacutemos que a liacutengua que os participantes veiculam com mais
frequecircncia eacute o portuguecircs isto porque em primeiro lugar trata-se da sua liacutengua
materna e parafraseando Almeida Filho (2001) a extrema semelhanccedila entre o
portuguecircs e o espanhol numa primeira fase leva os alunos a compreenderem o
espanhol quase como uma variedade dialetal devido agraves semelhanccedilas em todos os
niacuteveis especialmente no leacutexico No caso do aluno cuja liacutengua materna eacute o ucraniano
segundo Domiacutenguez (2001) no uso de uma LE neste caso o espanhol o recurso
natural do aprendente seraacute sempre a sua competecircncia na sua LM daiacute que este
70
participante recorra ao ucraniano ainda que seja uma liacutengua tatildeo afastada do
espanhol
Para terminar o grupo IV deste inqueacuterito em tom de conclusatildeo lanccedilaacutemos uma
questatildeo que pretendia averiguar qual a liacutengua de Espanha que os inquiridos gostariam
de explorar na aula de Espanhol Assim eacute de salientar que apenas dois alunos
revelaram natildeo ter qualquer tipo de interesse em aprender outra liacutengua um destes
justificando que o espanhol eacute suficiente O outro inquirido natildeo adiantou qualquer tipo
de justificaccedilatildeo Em linhas gerais uma vez mais a opccedilatildeo mais sonante foi o basco (9)
em segundo o galego (3) o catalatildeo (1) e o castelhano (1) pela confusatildeo entre os
termos espanhol e castelhano que os alunos geram questatildeo debatida anteriormente
Nesta perspetiva e analisando as justificaccedilotildees levadas a cabo pelos inquiridos
a grande maioria afirmou querer aprender basco devido ao interesse e curiosidade
pelo idioma mas tambeacutem houve uma ocorrecircncia que associamos agrave diferenccedila entre as
liacutenguas uma vez que o inquirido refere que eacute ldquomuito diferente do espanholrdquo e por este
motivo gostaria de aprender basco Acrescentamos que um participante vecirc no basco
uma possibilidade de enriquecer a sua cultura motivo que o levou a optar pela liacutengua
Interpretando os dados referentes ao galego as trecircs justificaccedilotildees prendem-se
com a semelhanccedila e proximidade com o portuguecircs e aqui denotaacutemos que a
proximidade linguiacutestica eacute um fator crucial na predisposiccedilatildeo e motivaccedilatildeo dos alunos
para aprender uma liacutengua Salvaguardamos que um inquirido revelou tambeacutem alguma
afetividade pelo galego caracterizando-o como ldquointeressanterdquo e consideramos que a
afetividade eacute outro fator que os aprendentes tecircm em conta ao escolher uma LE
(Dabegravene 1997)
Por sua vez a uacutenica opccedilatildeo que recolhemos a respeito do catalatildeo coaduna-se
com uma possiacutevel viagem agrave Catalunha O inquirido revela assim interesse pela
aprendizagem da liacutengua para fins de deslocaccedilatildeo e depreendemos que o participante
reconhece a utilidade e potencialidade do catalatildeo nas viagens e possiacuteveis encontros
com o Outro
Sublinhe-se portanto que os alunos desenvolverem atitudes positivas face agraves
LESP considerando-as vantajosas e enriquecedoras no seu processo de
aprendizagem do Espanhol e destacamos que lemos um interesse e curiosidade
intriacutenseca em aprender estas liacutenguas mediante as conotaccedilotildees positivas que os alunos
teceram Por uacuteltimo acrescentamos que efetivamente para a maior parte dos
inquiridos as liacutenguas satildeo contempladas como uma mais-valia
71
34 Anaacutelise e interpretaccedilatildeo dos dados relativos agraves sessotildees de sensibilizaccedilatildeo
341 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
No acircmbito das atividades pensadas que o nosso projeto interventivo albergou a
primeira atividade prendeu-se com uma sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo por noacutes criada para
que os participantes do nosso estudo tivessem contacto com as liacutenguas de Espanha e
em destaque com as minoritaacuterias
Assim dentro dos objetivos gizados para esta sessatildeo procuraacutemos sinalizar as
liacutenguas e dialetos de Espanha alertar os alunos para o desaparecimento de liacutenguas
no mundo e familiarizar o aluno com a realidade linguiacutestica espanhola (bilinguismo
liacutenguas cooficiais e diglossia)
Na planificaccedilatildeo da sessatildeo (ver anexo 2) tivemos em conta as perspetivas
teoacuterico-didaacuteticas de Etxebarria (2002) Moreno Cabrera (2014) e Fernaacutendez (2014)
para a construccedilatildeo de materiais semirreais relacionados com o tema e que
simultaneamente contribuiacutessem para o desenvolvimento das destrezas e
competecircncias da LE Sublinhamos que os materiais didaacuteticos e recursos relacionados
com as LESP satildeo praticamente inexistentes o que nos ocupou largas horas de
trabalho
A primeira aula comeccedilou com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo e introduccedilatildeo ao
tema norteador das sessotildees Desde este momento os alunos mostraram uma grande
recetividade e empatia para com as nossas atividades participando com interesse e
entusiasmo Neste passo introdutoacuterio o professor distribuiu umas fichas que
continham o nome de algumas liacutenguas minoritaacuterias do mundo (ver anexo 3) e neste
sentido os alunos tinham de partilhar oralmente o que lhes sugeria aquele nome De
imediato levaacutemos a cabo um exerciacutecio de chuva de ideias para recolher as conceccedilotildees
dos alunos Sentimos que foi um momento no qual constataacutemos um desconhecimento
geral sobre a diversidade de liacutenguas Cremos pertinente e interessante apresentar as
conceccedilotildees dos alunos em virtude das liacutenguas minoritaacuterias que lhes tocou como
podemos observar na figura seguinte
Figura 3 ndash Conceccedilotildees dos alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
Quicheacute ndash una comida Corso ndash ni idea
Arrumano ndash ni idea Quechua ndash una marca
Emiliano ndash el nombre propio Paresiacutes ndash ni idea
Bolo ndash una comida Mirandeacutes ndash una lengua
Gascoacuten ndash un personaje de animacioacuten Mapuche ndash una ciudad
72
Terminada a dinacircmica fomos elucidando os alunos para o significado de cada
palavra Cabe destacar que aqui a turma revelou surpresa e interesse por saber onde
se falava cada liacutengua Destacamos que apenas a palavra ldquomirandecircsrdquo foi associada a
uma liacutengua pelos alunos dado que eacute uma liacutengua minoritaacuteria em Portugal Cremos que
o material didaacutetico foi bem explorado e no seguimento desta atividade propusemos
como trabalho de casa a realizaccedilatildeo de uma pesquisa sobre a liacutengua sorteada numa
ficha que elaboraacutemos (ver anexo 4) adaptada de Garrido (2008)
No passo seguinte selecionaacutemos um poema do escritor Miguel Leoacuten Portilla em
formato viacutedeo para trabalhar as consequecircncias e irreversibilidade do desaparecimento
de liacutenguas legendado em espanhol e narrado em naacutehuat uma liacutengua preacute-colombiana
que tem sido revitalizada no Meacutexico16 De facto depois da visualizaccedilatildeo do viacutedeo os
alunos conseguiram estabelecer um diaacutelogo bastante enriquecedor refletir e nomear
algumas consequecircncias que o desaparecimento acarreta Acrescentamos que alguns
alunos em modo de ilustraccedilatildeo evidenciaram algumas consequecircncias caso o
portuguecircs desaparecesse tais como a extinccedilatildeo de contos tradicionais orais o nome
de alguns rios e serras sentimentos entre outros Posteriormente realizaram alguns
exerciacutecios relacionados com a temaacutetica explanada no poema (ver anexo 5) Note-se
que os alunos nutriram uma atenccedilatildeo especial durante a projeccedilatildeo do viacutedeo pois
notaacutemos nos seus semblantes que estavam comovidos e sensibilizados
Em continuaccedilatildeo os alunos foram convidados a ler uma notiacutecia publicada por
Pilar Garciacutea Mouton na paacutegina ABC Cultura17 para desta forma trabalharmos a
compreensatildeo leitora e a diversidade linguiacutestica espanhola para aleacutem do quarteto das
liacutenguas consideradas cooficiais bem como os fenoacutemenos relacionados com a
convivecircncia de liacutenguas (ver anexo 6) Assim depois de fomentarmos a leitura em voz
alta os alunos colocaram as suas duacutevidas natildeo soacute relacionadas com o vocabulaacuterio do
texto como tambeacutem com os vaacuterios fenoacutemenos linguiacutesticos descritos na notiacutecia Nesta
fase verificou-se que os alunos mostraram surpresa pela quantidade de liacutenguas e
dialetos falados em Espanha uma vez que nas suas conceccedilotildees soavam unicamente o
catalatildeo o basco e o galego O professor incitou tambeacutem a que a turma conseguisse
localizar cada liacutengua e dialeto no mapa de Espanha
Evidenciada a diversidade linguiacutestica espanhola procedemos agrave diferenciaccedilatildeo
entre liacutengua e dialeto bem como agrave explicaccedilatildeo do emprego dos termos ldquoespanholrdquo e
ldquocastelhanordquo agrave luz do Diccionario de la Real Academia uma vez que esta interferecircncia
foi constatada no nosso questionaacuterio (ver anexo 7) Salientamos que a professora
16 Este viacutedeo pode ser consultado em httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo 17 O texto pode ser consultado em httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html
73
cooperante titular da disciplina ajudou-nos bastante neste momento exemplificando
com algumas situaccedilotildees experienciadas Promovemos tambeacutem nesta instacircncia um
momento de reflexatildeo sobre os direitos das liacutenguas quando convidamos os alunos a ler
o Artigo 3 da Constituiccedilatildeo Espanhola consagrado agraves liacutenguas fazendo comentaacuterios
oportunos e construtivos
Referindo-nos agora agraves liacutenguas minoritaacuterias de Espanha apelaacutemos agrave atenccedilatildeo
dos alunos para o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo da UNESCO onde figuram
trecircs liacutenguas de Espanha o aranecircs o asturiano e o basco Constataacutemos que os alunos
natildeo conheciam o Atlas das Liacutenguas do Mundo em Perigo e aproveitaacutemos o momento
para reforccedilar a sua importacircncia na atualidade Podemos inclusivamente salientar que
quando apresentaacutemos uma imagem que expunha a paisagem linguiacutestica do aranecircs os
alunos imediatamente comeccedilaram a tentar traduzir as informaccedilotildees para o espanhol
sem que o professor solicitasse a tarefa revelando curiosidade motivaccedilatildeo e interesse
pela liacutengua (ver anexo 7)
No que concerne ao uacuteltimo exerciacutecio que remetia para o preenchimento de
espaccedilos com as liacutenguas e dialetos de Espanha vistos na aula numa ficha com o mapa
territorial de Espanha (ver anexo 8) os alunos corresponderam agraves nossas expetativas
pois executaram a tarefa com elevado grau de autonomia e empenho Importa
mencionar que com esta atividade revimos as comunidades autoacutenomas e os
respetivos gentiacutelicos
A aula terminou com a indicaccedilatildeo do trabalho de casa (ver anexo 4) e com uma
revisatildeo global sobre os conteuacutedos aprendidos ao longo da sessatildeo Em modo de
reflexatildeo podemos considerar que as atividades da sessatildeo se cumpriram
satisfatoriamente contudo creio que o tempo estimado natildeo foi suficiente para explanar
a sessatildeo como haviacuteamos pensado uma vez que criaacutemos muitas atividades
capacitadoras que conduzissem agrave tarefa final
342 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color
especialrdquo
A segunda sessatildeo do nosso projeto interventivo partiu do espiacuterito de abertura agraves
liacutenguas criado na sessatildeo anterior Assim e descrevendo os objetivos traccedilados na
nossa planificaccedilatildeo (ver anexo 9) procuraacutemos fomentar no espaccedilo de aula a
comunicaccedilatildeo intercultural e posteriormente desenvolver atividades de cariz
plurilingue Foi nosso principal objetivo entatildeo dar a conhecer aos alunos os vaacuterios
estereoacutetipos entre os bascos e andaluzes ajudando-os desta forma a desconstruir
estereoacutetipos e a compreender o Outro
74
Tendo em conta a abordagem intercultural proposta por Meyer (1991) decidimos
explorar a diversidade cultural para que os alunos encontrassem soluccedilotildees para os
conflitos culturais que as diferenccedilas e os estereoacutetipos podem gerar Neste sentido
tentaacutemos levar o aluno a compreender o que motiva um falante de basco a optar por
essa liacutengua em vez do castelhano e a criar relaccedilotildees de compreensatildeo empatia e
toleracircncia pelas diversas culturas espanholas
Descrevendo e interpretando a nossa sessatildeo esta comeccedilou com uma atividade
de motivaccedilatildeo e aproximaccedilatildeo ao tema e neste sentido o professor projetou algumas
imagens relacionadas com a cultura andaluza e posteriormente imagens que
remetiam para a cultura basca (ver anexo 10) Gostariacuteamos de acrescentar que
incluiacutemos ainda imagens que transpareciam estereoacutetipos (a sesta dos andaluzes e as
bombas relacionadas com a ETA) Aqui sentimos certa dificuldade pois os alunos natildeo
inferiam qualquer traccedilo comum entre as imagens e tivemos que dar algum input para
que os alunos conseguissem relacionar as imagens Note-se que os alunos natildeo
conseguiram identificar uma fotografia de Sevilha nem de um gaspacho
Foi explicado aos alunos antes da projeccedilatildeo do filme Ocho Apellidos Vascos
(2014) de Emilio Martinez-Laacutezaro que iriam ver alguns fragmentos uma vez que este
jaacute tinha sido visto na aula com a professora titular Foi nosso propoacutesito assinalar as
cenas onde a presenccedila de estereoacutetipos estivesse bem marcada para assim poder
trabalhaacute-los com os alunos juntamente com um guiatildeo (ver anexo 11) adaptado de
Ruano e Couvrand (2015) Indicamos que o guiatildeo abarcava algumas atividades de
compreensatildeo audiovisual relacionadas com as ideias que pretendiacuteamos veicular em
cada fragmento exibido
Adiantamos que esta atividade foi muito interessante e que os alunos
participaram ativamente apontando os estereoacutetipos que o filme denunciava e
refletindo sobre a veracidade dos mesmos consoante o que viam no filme Houve
ainda alunos que fizeram um paralelismo com os estereoacutetipos existentes em Portugal
nomeando entre outros o caso dos alentejanos que satildeo vistos como preguiccedilosos e
malandros
Como ponte para a atividade seguinte o professor pediu que elaborassem um
pequeno texto de opiniatildeo a partir do mapa dos estereoacutetipos de Espanha (criado por
Buzzfeed)
Referindo-nos agora aos textos de opiniatildeo elaborados pelos alunos
comprovamos que muitos reconstruiram as suas visotildees estereotipadas pois
argumentaram a favor da desconstruccedilatildeo de estereoacutetipos e ideias feitas segundo os
seus registos ldquoYo creo que los estereotipos casi siempre estaacuten equivocados creo que
no debemos juzgar a alguien solamente por las cosas que hemos escuchadordquo ldquoEn mi
75
opinioacuten los estereotipos son formados con una conotacioacuten negativa por ejemplo el
pueblo vasco es conocido en Espantildea como independentistas y tambieacuten como
violentosrdquo ldquoNi todos los estereotipos estaacuten correctos pues ni todos los vascos forman
parte de ETA por ejemplo podemos decir apenas que son un pueblo orgulloso y
defienden la independencia de su provinciardquo ldquoHay estereotipos por toda Espantildea
infelizmente hay personas que creen que son verdaderos y que las personas son
mismo asiacuterdquo
Figura 4 ndash Mapa dos estereoacutetipos em Espanha in Buzzfeed
Posto isto sentimos que os alunos ganharam voz no processo de desconstruccedilatildeo
de estereoacutetipos e procuraacutemos com estas atividades preparaacute-los para futuros
encontros linguiacutesticos e culturais onde atuem como mediadores entre as culturas
No uacuteltimo passo da aula pretendia-se que os alunos tivessem contacto com o
basco atraveacutes de alguns exerciacutecios que promovessem o desenvolvimento da
competecircncia plurilingue e simultaneamente aprimorassem as suas estrateacutegias de
aprendizagem nas liacutenguas estrangeiras Neste sentido fizemos finca-peacute em algumas
palavras que apareciam em basco ao longo dos fragmentos em anaacutelise e pedia-se que
os alunos relacionassem a respetiva palavra com a sua traduccedilatildeo em espanhol (ver
76
anexo 11) Consideramos que foi uma atividade deveras interessante na qual
denotaacutemos uma atitude de curiosidade e empenho por conhecer a liacutengua basca
Mais se acrescenta que os alunos natildeo revelaram dificuldades em associar os
significados das palavras A maior parte dos alunos teve a oportunidade de referir as
suas associaccedilotildees Terminada a tarefa levou-se a cabo uma reflexatildeo sobre as
semelhanccedilasdiferenccedilas entre o basco e o espanhol
Figura 5 ndash Exerciacutecio de relaccedilatildeo entre liacutenguas
No que concerne ao uacuteltimo ponto da aula uma vez familiarizados com o basco
dinamizaacutemos outra atividade plurilingue a partir de um jogo online (Hitziki)18 Nesta
sessatildeo tentaacutemos criar um ambiente luacutedico e diferente estimulando a motivaccedilatildeo dos
alunos para a aprendizagem recorrendo assim a diferentes materiais didaacuteticos Por
este motivo apoiados em Baretta (2006) consideramos a inclusatildeo dos jogos uma
mais-valia na nossa praacutetica didaacutetica pois convertem o processo de aprendizagem num
momento mais agradaacutevel e participativo e proporcionam um maior niacutevel de interaccedilatildeo
entre os conteuacutedos e os alunos
Do nosso ponto de vista esta atividade resultou muito bem Comeccedilaacutemos por
atraveacutes do jogo explorar as cores em basco e posteriormente realizar os exerciacutecios
propostos que consistiam em escrever os nomes das cores em basco em outras
liacutenguas estrangeiras e na LM de cada aluno Como a recetividade e entusiamo dos
alunos foi tatildeo notaacutevel decidimos alargar o jogo agraves categorias do material escolar e dos
alimentos colmatando sempre o espanhol
Consideramos que foi um passo puramente rico em aspetos linguiacutesticos os
alunos puderam debruccedilar-se na liacutengua basca demonstrando interesse motivaccedilatildeo e
18 O jogo pode ser consultado em wwwhitzikionoffes
77
curiosidade pelo diferente Podemos afirmar que promovemos a participaccedilatildeo direta de
todos os alunos da turma que tinham que adivinhar o nome da cor lendo em basco e
neste sentido o jogo Hitziki foi um sucesso
343 Resultados da sessatildeo de sensibilizaccedilatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Em relaccedilatildeo agrave uacuteltima sessatildeo programada do nosso projetivo investigativo esta
ocorreu numa aula de 90 minutos e partimos do espiacuterito de abertura agraves liacutenguas e
culturas que tiacutenhamos criado na aula anterior Foi nosso objetivo no contexto desta
sessatildeo dar a conhecer aos alunos a cultura e liacutengua catalatilde aproximaacute-los agrave diferenccedila
que sentem os catalatildees e explorar o conceito de catalanidad para que a turma
compreendesse a razatildeo pela qual os catalatildees se sentem diferentes dos espanhoacuteis
levando assim os alunos a conhecer os motivos que marcam o sentimento diferencial
dos indiviacuteduos (ver planificaccedilatildeo no anexo 12) Salientamos que o professor apresentou
uma seacuterie de traccedilos culturais tiacutepicos da Catalunha (o hino pratos tiacutepicos festas
tradiccedilotildees monumentoshellip)
No primeiro passo da aula o professor apresentou uma seacuterie de fotografias de
personalidades famosas espanholas (ver anexo 13) De seguida pediu aos alunos que
as identificassem as descrevessem e por fim relacionassem a personalidade com a
informaccedilatildeo fornecida na ficha de trabalho
Figura 6 ndash Exerciacutecios de introduccedilatildeo agrave cultura e liacutengua catalatilde
78
Nesta fase os alunos estavam muito interessados Constataacutemos que os rapazes
indagaram de imediato o jogador do Fuacutetbol Club Barcelona Piqueacute A maioria
identificou Juan Magaacuten pelo facto de as suas muacutesicas constarem nos tops da raacutedio
portuguesa Apenas uma aluna inferiu que a fotografia mais antiga correspondia a
Gaudiacute e outros conseguiram identificar Salvador Daliacute pelo seu estilo proacuteprio presente
em outras fotografias Adiantamos que quando questionados sobre a mais
emblemaacutetica obra de Gaudiacute nenhum aluno conseguiu mencionar a Sagrada Famiacutelia
Eacute pertinente destacar que nenhum aluno conseguiu identificar Moacutenica Naranjo
bem como Montserrat Caballeacute e justificamos pelo facto de este tipo de muacutesica natildeo
fazer parte do seu quotidiano Tendo em conta estes pressupostos o professor pediu
aos alunos que prestassem atenccedilatildeo ao apelido das personalidades pois eram
catalatildees A maioria dos alunos afirmou que estes natildeo pareciam espanhoacuteis agrave exceccedilatildeo
de Naranjo Quando questionados sobre a liacutengua dos apelidos apenas um aluno
indagou que estavam em catalatildeo Houve tambeacutem algumas respostas que apontavam
para o basco francecircs e galego O professor explicou ainda que os famosos
apresentados eram bilingues pois falavam catalatildeo e espanhol
Estabelecendo uma ponte para o passo seguinte explicaacutemos aos alunos que na
presente sessatildeo iriam conhecer a cultura e a liacutengua da Catalunha e constataacutemos que
estes ficaram motivados justificando que nunca tinham tido contacto com a liacutengua
mas que gostariam imenso de conhecer Barcelona Recordamos que esta foi a
motivaccedilatildeo de um inquirido para aprender catalatildeo no nosso inqueacuterito por questionaacuterio
Passando agrave descriccedilatildeo e anaacutelise das atividades preacutevias optou-se por apresentar
um prezi (ver anexo 14) com as dez coisas mais importantes para um bom catalatildeo Os
alunos revelaram particular interesse pelo pan amb tomagravequet (patildeo com tomate) pela
figura caricata que os catalatildees incluem nos seus preseacutepios (el caganer) pelos
castellers complementando que era um tradiccedilatildeo que jaacute tinham visto contudo natildeo
sabiam que era tiacutepica da Catalunha e pela tradiccedilatildeo nataliacutecia do Tiacuteo Nadal pois era
desconhecida pelos alunos Os alunos ficaram bastante impressionados com as
tradiccedilotildees e neste sentido pedimos que nomeassem tradiccedilotildees da zona de Aveiro
fomentando assim um diaacutelogo bastante enriquecedor entre a nossa cultura e a cultura
do Outro
No passo seguinte o professor explicou que iriam ver uma entrevista realizada
em Barcelona na qual apareciam alguns catalatildees que explicavam o que nas suas
perspetivas era ser catalatildeo Sentimos que os alunos consideraram o catalatildeo
ldquoengraccediladordquo Note-se que os entrevistados respondiam em catalatildeo e as legendas
estavam em espanhol e muitos alunos afirmaram ter compreendido grande parte dos
discursos dada a proximidade linguiacutestica com o portuguecircs Os alunos contaram com o
79
apoio de uma ficha de trabalho (ver anexo 15) no qual tomavam notas dos relatos da
entrevista para assim desenvolverem a compreensatildeo audiovisual Depois de se ter
ouvido a entrevista duas vezes os alunos avanccedilaram que para os entrevistados ser
catalatildeo prendia-se com opiniotildees como ldquoes la historia de la genterdquo ldquoes una forma de
estar en el mundordquo ldquoes un sentimento profundo que ha durado mucho tiempordquo ldquoser
catalaacuten no estaacute ligado al nacionalismordquo ldquoLo consideran un paiacutes uacutenicordquo
Remetendo para a atividade final que planeaacutemos realizar com os alunos esta
prendia-se com a exploraccedilatildeo didaacutetica da lenda de Sant Jordi o padroeiro da
Catalunha (ver anexo 16) Assim primeiramente o professor selecionou alguns alunos
que fazer a leitura em voz alta Depois procedemos agrave anaacutelise do conteuacutedo da lenda
Salientamos que os alunos gostaram muito da lenda pelo seu conteuacutedo ficcional Para
terminar a primeira parte da atividade final apresentaacutemos algumas tradiccedilotildees
relacionadas com o dia de Sant Jordi
Quanto agrave uacuteltima parte da atividade final decidimos introduzir um exerciacutecio de
traduccedilatildeo simulando uma atividade real por outras palavras os alunos teriam que
imaginar que trabalhavam como tradutores de espanhol numa determinada empresa e
o seu chefe pedia-lhes que traduzissem a lenda de Sant Jordi do catalatildeo para o
espanhol uma vez ambas as liacutenguas satildeo semelhantes Assim partindo deste
ambiente real que pudemos simular nas nossas praacuteticas educativas Hernaacutendez
(1996) sugere-nos que a traduccedilatildeo pedagoacutegica prepara os alunos para futuras saiacutedas
profissionais proporciona capacidade de reflexatildeo sobre as liacutenguas exige o
desenvolvimento de destrezas de compreensatildeo e anaacutelise e promove a participaccedilatildeo
ativa dos aprendentes
Descrevendo a atividade distribuiu-se a lenda em catalatildeo (ver anexo 17 e 18)
para que os alunos traduzissem Cabe mencionar que no final do enunciado
introduzimos uma tabela para que os alunos colocassem as palavras em catalatildeo que
os induziram a outras liacutenguas Por exemplo houve alunos que indagaram palavras dos
seus repertoacuterios linguiacutesticos do francecircs (temps menjar do catalatildeo que provinha de
manger petit) do inglecircs (animals sort moment) e do portuguecircs (cova espanta ajuda
passava alguns) Acrescentamos que disponibilizaacutemos um dicionaacuterio online catalatildeo-
espanhol no computador da sala de aula contudo curiosamente poucos foram os
alunos que utilizaram o dicionaacuterio alegando que compreendiam com facilidade o
catalatildeo
No uacuteltimo ponto da sessatildeo e com o propoacutesito de avaliar as aprendizagens
realizadas ao longo das vaacuterias sessotildees os alunos tiveram de preencher uma ficha de
autoavaliaccedilatildeo (ver anexo 19) Ao analisar o feedback dos alunos constatamos que os
objetivos traccedilados se concretizaram satisfatoriamente uma vez que os alunos
80
avaliaram as atividades de forma bastante positiva Destacamos que esta avaliaccedilatildeo
engloba a objetividade e dinacircmica das atividades os novos conhecimentos adquiridos
em outras liacutenguas a aquisiccedilatildeo de novos saberes sociolinguiacutesticos e por fim a criaccedilatildeo
da ideia que todas as liacutenguas satildeo importantes e enriquecedoras Em relaccedilatildeo agrave
descriccedilatildeo da imagem que colocaacutemos na ficha de autoavaliaccedilatildeo esta pretendia que os
alunos levassem a cabo uma reflexatildeo sobre a diversidade cultural e linguiacutestica em
Espanha e na verdade obtemos reflexotildees bastante animadoras como comprovamos
nos exemplares recolhidos (ver anexo 20)
Ao levar a cabo uma siacutentese reflexiva sobre as fichas de autoavaliaccedilatildeo
preenchidas pelos alunos constataacutemos que a esmagadora parte dos alunos avaliou as
nossas atividades entre o ldquobienrdquo e o ldquomuy bienrdquo Mais se acrescenta que as opiniotildees
dos alunos acerca das sessotildees concretizadas satildeo qualificadas pelos mesmos como
dinacircmicas interessantes com temas bem abordados culturalmente produtivas e ao
mesmo tempo divertidas
81
Non gogoa han zangoa
Para onde o coraccedilatildeo caminha o peacute se inclina
(proveacuterbio basco)
82
Consideraccedilotildees finais
83
Principais Conclusotildees
Tendo chegado ao final do nosso projeto investigativo pretendemos tecer
algumas consideraccedilotildees sobre o mesmo sublinhando as principais conclusotildees que
dele extraiacutemos evidenciando as suas limitaccedilotildees e contributos para a nossa formaccedilatildeo
como professores de liacutenguas e para a investigaccedilatildeo no campo da educaccedilatildeo
Antes de nos focarmos nas questotildees norteadoras deste trabalho cremos
pertinente levar a cabo uma breve reflexatildeo sobre algumas dificuldades sentidas ao
longo do projeto investigativo
A primeira dificuldade que assinalamos eacute a escassez de materiais e propostas
didaacuteticas que nos poderiam servir como uma luz para a construccedilatildeo dos materiais
didaacuteticos para as nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo Constataacutemos que os poucos
materiais relacionados com as LESP tinham um pendor folcloacuterico ou em contrapartida
natildeo eram destinados a alunos de ELE Natildeo obstante este entrave foi colmatado com
largas horas de trabalho dedicado agrave idealizaccedilatildeo e construccedilatildeo de materiais didaacuteticos
apelativos e semirreais para desenvolvermos a consciecircncia linguiacutestica dos alunos nas
nossas sessotildees
Uma segunda dificuldade que devemos apontar surge em virtude da primeira
impressatildeo que os alunos tiveram com as outras liacutenguas na aula de Espanhol isto eacute
notaacutemos que no iniacutecio da primeira sessatildeo os alunos reagiram com estranheza e
alguma timidez pois natildeo estavam habituados a trabalhar outras liacutenguas na aula de
Espanhol e como tal tivemos que quebrar o gelo ali instalado sondando os alunos e
criando atividades para as liacutenguas que os motivassem Acreditamos plenamente que
esta dificuldade foi superada como podemos constatar nas fichas de autoavaliaccedilatildeo
que os alunos preencheram
A uacuteltima dificuldade deve-se agrave complexidade do tema escolhido para o nosso
projeto A temaacutetica das liacutenguas de Espanha eacute muito sensiacutevel pois abarca questotildees
relacionadas com os nacionalismos espanhoacuteis poliacuteticas linguiacutesticas e de facto
podemos afirmar que a literatura revisitada sobre o tema eacute um autecircntico mar influiacutedo
de opiniotildees discoacuterdia e galhardetes entre autores Assim perante este cenaacuterio
tivemos que nortear o rumo do nosso trabalho e optar por uma postura objetiva para
natildeo fugirmos agraves questotildees investigativas
Centraremos agora a nossa atenccedilatildeo para o conjunto de questotildees investigativas
que elencaacutemos no nosso trabalho que passaremos a recordar
84
Que conhecimentos tecircm os alunos sobre as liacutenguas de Espanha
enquanto liacutenguas minoritaacuterias
Que estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica
e cultural podem ser implementadas para promover as LESP no ensino de
ELE
De que forma podem as LESP e as outras liacutenguas estrangeiras
enriquecer o processo de ensinoaprendizagem no ELE
Numa primeira instacircncia foi possiacutevel verificar que os alunos possuiacuteam fracos
conhecimentos sobre as LESP e respetivas culturas contudo ressalvamos que
manifestaram atitudes bastante positivas e animadoras para conhecer preservar e
fomentar as LESP na sua condiccedilatildeo minoritaacuteria Constataacutemos tambeacutem que os alunos
possuiacuteam alguns estereoacutetipos como eacute explanado no terceiro capiacutetulo deste trabalho
contudo graccedilas ao espiacuterito de abertura ao Outro e ao acircmbito reflexivo das sessotildees de
sensibilizaccedilatildeo os alunos procederam agrave reconstruccedilatildeo e desconstruccedilatildeo de olhares
estereotipados Aqui sublinhamos que eacute necessaacuterio um trabalho constante neste
campo em todos os niacuteveis de ensino do Espanhol como LE
Perante esta situaccedilatildeo e partindo deste contexto pensamos ter dado resposta
relativamente agraves estrateacutegias didaacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agraves LESP que podemos
introduzir no nosso labor docente para enriquecer a bagagem cultural e linguiacutestica dos
alunos Em linhas gerais e percorrendo o nosso trabalho de forma breve reiteramos
que as LESP devem ser exploradas nos conteuacutedos socioculturais dos nossos
curriacuteculos e natildeo devemos encaraacute-las como inimigas do Espanhol meras liacutenguas
regionais fruto de manifestaccedilotildees nacionalistas pois os resultados da sua abordagem
nas aulas de Espanhol satildeo indubitavelmente proveitosos e enriquecedores como
espelha este trabalho Ilustrando o que propomos eacute que se explorem estas liacutenguas
natildeo de forma superficial como se tem feito mas atraveacutes do ensino das saudaccedilotildees de
atividades reflexivas entre imagens e estereoacutetipos atraveacutes da leitura de lendas e
contos nessas liacutenguas pelas personalidades conhecidas nas expressotildees coloquiais
tiacutepicas dos falantes das LESPhellip seja como for o importante eacute que se tente incorporar
as LESP na sala de aula e cabe aos docentes encontrar as estrateacutegias didaacuteticas mais
adequadas para concretizaacute-lo Assim apropriando-nos das palavras de Santos
Fernaacutendez (2017) cabe considerar em todos os niacuteveis de ensino a inclusatildeo de
atividades que promovam o contacto dos estudantes com as laquooutrasraquo liacutenguas de
Espanha para dar resposta ao que se encontra previsto nos documentos reguladores
do ensino
De facto no que concerne agrave uacuteltima questatildeo cremos ter explanado a forma como
as LESP podem enriquecer o processo de ensinoaprendizagem do ELE na anaacutelise e
85
discussatildeo dos dados obtidos Assim podemos ainda acrescentar que as LESP
contribuem significativamente para a competecircncia plurilingue dos alunos e
simultaneamente para a sua competecircncia intercultural pois preparam os aprendentes
para futuros encontros culturais e linguiacutesticos evitando de antematildeo choques culturais
e estereoacutetipos Realccedilamos ainda o pendor vantajoso das LESP na medida em que nos
abrem um leque de ferramentas proveitosas para valorizar a pluralidade do Espanhol
nas nossas aulas e educar usuaacuterios competentes na LE
Por tudo o que foi referido anteriormente e debruccedilando-nos num balanccedilo geral
do projeto enfatizamos a ideia de que eacute imperativo educar para a diversidade
linguiacutestica e cultural semeando assim enquanto professores sentimentos de
curiosidade aceitaccedilatildeo e deslumbramento pelas liacutenguas ainda que sejam liacutenguas com
um nuacutemero de falantes reduzido e pelo culturalmente diferente
Limitaccedilotildees do projeto
Tendo em conta os objetivos traccedilados podemos concluir que os nossos
objetivos foram cumpridos atraveacutes dos trabalhos feitos pelos alunos das vaacuterias
sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as liacutenguas e neste sentido esperamos ter
correspondido agraves nossas expectativas iniciais Importa acrescentar que apoacutes um
enquadramento teoacuterico a apresentaccedilatildeo da metodologia adotada a anaacutelise e
discussatildeo dos dados obtidos o instrumento de recolha de dados (o questionaacuterio) foi
uma mais-valia para alcanccedilar e esquadrinhar os objetivos que apresentaacutemos
Admitimos contudo que haacute algumas limitaccedilotildees que havemos de destacar neste
ponto do nosso projeto Cremos que teria sido interessante analisar as atitudes e
predisposiccedilatildeo para as LESP de alunos de outras turmas e possivelmente de outros
anos podendo assim obter comparaccedilotildees entre as turmas
Sentimos ainda que as praacuteticas aplicadas e atividades pensadas natildeo estavam
em peacute de igualdade com o contexto sociocultural de uma parte dos participantes do
nosso estudo natildeo obstante a aplicaccedilatildeo das sessotildees resultou desafiante e gratificante
pois permitiu neste sentido observar claramente o progresso e enriquecimento
cultural e linguiacutestico dos alunos Natildeo obstante importa referir um aspeto que do
nosso ponto de vista foi bastante enriquecedor no decurso das sessotildees Constataacutemos
que determinados alunos que natildeo costumam prestar muita atenccedilatildeo e mostrar
interesse pelas atividades durante as aulas de Espanhol revelaram empenho
participaccedilatildeo e inclusivamente alguma dedicaccedilatildeo pelo tema das liacutenguas e das culturas
ao longo das sessotildees de intervenccedilatildeo que certamente nos deixou bastante satisfeitos
e deu alento agrave concretizaccedilatildeo do nosso projeto
86
Uma seacuterie de perspetivas futuras a desenvolver
Relembramos num uacuteltimo ponto que o tema deste trabalho eacute bastante
inovador desafiante amplo e estamos certos que poderaacute conquistar novos rumos e
perspetivas concretamente nos conteuacutedos sociolinguiacutesticos nas aulas de ELE Assim
encaramos a concretizaccedilatildeo deste trabalho investigativo apenas como um despoletar
do tema e seguramente mereceraacute novas investigaccedilotildees e projeccedilotildees didaacuteticas no ensino
de ELE e neste sentido gostariacuteamos de orientar e animar os professores de ELE com
os nossos materiais e ferramentas didaacuteticas
Com efeito a nosso ver seria bastante interessante alargar o estudo a outras
liacutenguas minoritaacuterias de Espanha como o asturiano o valenciano ou ao galego Repare-
se que apenas exploraacutemos duas LESP por questotildees de temporizaccedilatildeo Aleacutem disso
este poderia ainda ser alargado agraves variedades dialetais espanholas perfazendo assim
um encontro entre o aluno e a realidade linguiacutestica plural de Espanha permitindo
tambeacutem experimentar outras perspetivas de anaacutelise
Por outro lado acreditamos piamente que este projeto pode ser estendido aos
paiacuteses hispanofalantes explorando assim a riqueza linguiacutestica e cultural das liacutenguas
minoritaacuterias da Ameacuterica que coabitam com espanhol levando o aluno a contemplaacute-las
como pilares civilizacionais em vias de extinccedilatildeo
Como observamos consideramos que a posiccedilatildeo de professor-investigador
deveraacute acompanhar-nos ao longo das praacuteticas docentes para desta forma
melhorarmos a realidade educativa assumindo os reptos lanccedilados pela educaccedilatildeo
plurilingue e intercultural
Este acircmbito a concretizaccedilatildeo deste trabalho e das suas atividades revelaram-se
um contributo natildeo soacute para o nosso desenvolvimento pessoal mas tambeacutem um
contributo inegaacutevel para o nosso enriquecimento a niacutevel profissional Com efeito as
leituras realizadas os materiais mobilizados e a praacutetica docente conseguiram
transportar-me a novos campos do saber e realidades atraveacutes de uma seacuterie de
perspetivas e olhares novos sobre o mundo e sobre o Outro E aqui reconhecemos as
palavras de Bizarro e Braga (2004) no sentido em que a educaccedilatildeo intercultural
comeccedila quando nos descobrimos a noacutes proacuteprios e nos conseguimos posicionar no
lugar do Outro e entender as suas reaccedilotildees
87
88
Referecircncias bibliograacuteficas
89
Aires L (2011) Paradigma Qualitativo e Praacuteticas de Investigaccedilatildeo Educacional
Lisboa Universidade Aberta
Anderson P (1999) La didactique des langues eacutetrangegraveres agrave lrsquoeacutepreuve du sujet Paris
Presses Universitaires Franc-Comtoises
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns percursos
didaacuteticos Em A Neto et al (Org) (2003) Didaacutetica e metodologias de educaccedilatildeo
percursos e desafios Pp 489-506 Eacutevora Universidade de Eacutevora
Almeida Filho J C P (2001)Uma metodologia especiacutefica para o ensino de liacutenguas
proacuteximas Em Almeida Filho J C P (org) Portuguecircs para estrangeiros interface
com o espanhol (2ordf ed) Campinas Pontes
Almeida J F e Pinto J M (1986) Da Teoria agrave Investigaccedilatildeo Empiacuterica Problemas
Metodoloacutegicos Gerais Em A S Silva e J M Pinto (Orgs) Metodologia das Ciecircncias
Sociais Porto Ediccedilotildees Afrontamento
Almeida J F e Pinto J M (1990) A Investigaccedilatildeo nas Ciecircncias Sociais Lisboa
Editorial Presenccedila
Almeida T (2015) As variedades linguiacutesticas do Espanhol e os desafios ao seu
ensinoaprendizagem Relatoacuterio de mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Aacutelvarez A Martiacutenez H Urdaneta L (2001) Actitudes linguumliacutesticas en Meacuterida y
Maracaibo Otra cara de la identidad Em Boletiacuten Antropoloacutegico 52 145ndash166 Meacuterida
Universidad de los Andes
Baacuteez Montero I Bao Fente M (2013) La LSE en el Portfolio Europeo de las
Lenguas una herramienta integradora en la escuela primaria Comunicacioacuten
presentada en el Congreso CNLSE 2013 Madrid Em
httpwwwcnlseesescongreso-cnlse-2013 Acedido em dezembro de 2016
Baretta D (2006) Lo luacutedico en la ensentildeanza-aprendizaje del leacutexico propuesta de
juegos para las clases de ELE RedELE 7 1-3
90
Beacco J-C Byram M (2003) Guide pour lrsquoelaboration des politiques linguistiques
educatives en Europe De la diversiteacute linguistique a lrsquoeducation plurilingue Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Beacco J ndashC Byram M (2007) De la diversiteacute linguistique agrave la education plurilingue
Guide pour lrsquoeacutelaboration des politiques linguistiques eacuteducatives en Europe Strasbourg
Conseil de lrsquoEurope
Bercheacute M P (2013) Poliacutetica linguumliacutestica lengua cultura e identidad el ejemplo de
Cataluntildea Amnis Em httpamnisrevuesorg2061 Acedido em janeiro de 2017
Bizarro R Braga F (2004) Educaccedilatildeo intercultural competecircncia plurilingue e
competecircncia pluricultural novos desafios para a formaccedilatildeo de professores de Liacutenguas
Estrangeiras Em Homenagem ao Professor Doutor Antoacutenio Ferreira de Brito Porto
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Byram M (2009) Intercultural Competence in Foreign Languages The Intercultural
Speaker and the Pedagogy of Foreign Language Education Em D Deardorff (Ed)
The SAGE Handbook of Intercultural Competence Thousand Oaks Sage
Bogdan R amp Biklen S (1994) Investigaccedilatildeo qualitativa em educaccedilatildeo uma introduccedilatildeo
agrave teoria e aos meacutetodos Porto Porto Editora
Bourdieu P (2001) Langage et pouvoir symbolique Paris Points
Cabral A (1997) A comunicaccedilatildeo intercultural nos imigrantes portugueses em Franccedila
e seus descendentes Tese de Doutoramento Universidade de Santiago de
Compostela
Calvet L J (1997) Las Poliacuteticas Linguumliacutesticas Edicial SA Versioacuten castellana de Liacutea
Varela
Calvet L J (1999) Pour une eacutecologie des langues du monde Paris Plon
Calvet L J (2004) La diversiteacute linguistique enjeux pour la Francophonie Paris
CNRS Editions
Castellaacute J Grammond S (2010) Diversidad Derechos Fundamentales y
Federalismo Un diaacutelogo entre Canadaacute y Espantildea Barcelona Atelier
91
Castro M D (2003) La interculturalidad en la ensentildeanza de espantildeol como segunda
lengualengua extranjera Carabela 54 60-61
Conselho da Europa (2001) Quadro Europeu Comum de Referecircncia para as Liacutenguas
ndash Aprendizagem ensino avaliaccedilatildeo Porto Ediccedilotildees Asa
Coste D Moore D amp Zarate G (1997) Compeacutetence plurilingue et pluriculturelle
Strasbourg Conseil de LrsquoEurope
Coste D (2001) De plus drsquoune langue agrave drsquoautres encore Penser les competences
plurilinguumles Em Castellotti V Drsquoune langue agrave drsquoautres pratiques et repreacutesentations
Rouen Universiteacute de Rouen
Council of Europe (2010) Minority language protection in Europe into a new decade
Regional or Minority Languages 8 Administracioacuten de la Comunidad Autoacutenoma Vasca
Departamento de Cultura
Coutinho C (2011) Metodologia de Investigaccedilatildeo em Ciecircncias Sociais e Humanas
Teoria e Praacutetica Coimbra Ediccedilotildees Almedina SA
Cruz M (2015) O lugar da Hispanoameacuterica no processo de ensino-aprendizagem do
Espanhol como Liacutengua Estrangeira no Ensino Secundaacuterio Portuguecircs Dissertaccedilatildeo de
Mestrado Aveiro Universidade de Aveiro
Crystal D (2001) La muerte de las lenguas Madrid Cambridge University Press
Cubero J (2010) La diversidad linguumliacutestica en Espantildea Em httpwwwelcastellanoorgarticlenguashtml Acedido em janeiro de 2017 Dabegravene L (1997) Les images des langues et leur apprentissage Em Matthey M
(Org) Les langues et leurs images (pp17-23) Neuchacirctel IRDP Eacutediteur
Departamento de Cultura (2003) Observaciones sobre la aplicacioacuten en Espantildea de la
Carta Europea de Lenguas Regionales o Minoritarias San Sebastiaacuten Viceconsejeriacutea
de Poliacutetica Linguumliacutestica
Dias A (2008) Da Pedagogia Intercultural em manuais de LE para os niacuteveis A1A2
Tese de Mestrado Lisboa Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
92
Divintildeoacute-Gonzaacutelez E (2013) La competencia comunicativa intercultural en la clase
multicultural de espantildeol como lengua extranjera Rastros Rostros 1529 25-35
Domiacutenguez M J (2001) En torno al concepto de Interferencia Ciacuterculo de Linguumliacutestica
Aplicada a la Comunicacioacuten CLAC 5
Em httpwwwucmesinfocirculono5indexhtm Acedido em junho de 2017
Doppelbauer M Chichon P (2008) La Espantildea Multilinguumle Lenguas y poliacuteticas
linguumliacutesticas de Espantildea Wien Praesens Verlag
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez P (2012) Gotas de antropologiacutea para anclarnos en la red existencial
Saarbrucken (EAE)
Fernaacutendez P (2013) El papel de las otras lenguas en la clase de espantildeol Revista de
Filoloxiacutea Asturiana 13 71ndash106
Fernaacutendez P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua artificial
lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Revista Internacional de Lenguas
Extranjera 3 31-61
Ferratildeo-Tavares C (2002) Aprender eacute viajar Educaccedilatildeo amp Comunicaccedilatildeo 7 220-229
Ferratildeo-Tavares C Valente M Roldatildeo M (1996) Dimensotildees formativas de
disciplinas do ensino Baacutesico ndash Liacutengua estrangeira Lisboa Instituto de Inovaccedilatildeo
Educacional
Fishman J (1970) Sociolinguistics Rowley Mass Newbury House Publisher
Garciacutea Mouton P (1994) Lenguas y dialectos de Espantildea Madrid Arco Libros
Garrido L (2008) El desarrollo de la competencia plurilinguumle en aula Instituto
Cervantes Maacutester en Ensentildeanza de Espantildeol como Lengua Extranjera Universidad
Internacional Meneacutendez Pelayo
Gil J (2000) Recorrido por la diversidad linguumliacutestica de las tierras de Espantildea Em
httpwwwubedufilhisculturelegargallohtml Acedido em janeiro de 2017
93
Grudizinska G et al (2009) Transicioacuten en retrospectiva los casos de Polonia y
Espantildea Comunitania Revista Internacional de Trabajo Social y Ciencias Sociales 1
145-147
Hernaacutendez R (1996) La traduccioacuten pedagoacutegica en la clase de ELE ASELE Actas
VII Centro Virtual Cervantes Em
wwwcvccervantesesensenanzabiblioteca_eleaselepdf0707_0247pdf Acedido
em maio de 2017
Herreras J C (2010) Poliacuteticas de Normalizacioacuten Linguumliacutestica en la Espantildea
Democraacutetica Em cvccervantesesliteraturaaihpdf16aih_16_2_021pdf Acedido em
janeiro de 2017
Herrero M (2008) Variedades del espantildeol y su ensentildeanza en el marco de la ELE el
caso de Brasil Em Miranda J A (coord) Lengua cultura y literatura aplicadas a la
ensentildeanza aprendizaje de ELE Recife Ediccedilotildees Bagaccedilo
Herrero M Buumlrmann G (2013) Las variedades del espantildeol como parte de la
competencia docente Queacute debemos saber y ensentildear en ELEL2 Atas del XIX
Congreso de ASELE de 2008 167-183
Hill M Mamp Hill A (2005) Investigaccedilatildeo por Questionaacuterio Lisboa Siacutelabo
Holdsworth P (1997) The work of the Language Policy Unit in the European
Commisionrsquos Directorate-General for education and culture European Language
Council Bulletin 7 1-6
Instituto Cervantes (2006) Plan curricular del Instituto Cervantes Niveles de referencia
para el espantildeol Instituto Cervantes Madrid Biblioteca Nueva
Jessner U (2008) Teaching Third Languages Findings Trends and Challenges
Language Teaching 41 vol1 15-56
Lasabagaster D (2000) Three languages and three linguistic models in the Basque
Education System Em Cenoz J e Jessner U English in Europe The Acquisition of a
Third Language Clevedon Multilingual Matters
Latorre A (2003) La investigacioacuten-accioacuten conocer y cambiar la praacutectica educativa
Barcelona Graoacute
94
Lorenzo F (2005) Poliacuteticas linguumliacutesticas europeas Claves de la planificacioacuten y
aprendizaje de lenguas en la UE Serie Humanidades 1 1-2
Loubier C (2002) Lacuteameacutenagement linguistique Office de la langue franccedilaise Em
wwwlinglanguqaccadialanguevolume066_9_loubierpdf Acedido em janeiro de
2017
Lozano I (2005) Lenguas en Guerra Madrid Editorial Espasa Calpe SA
Martins H (2004) Metodologia qualitativa de pesquisa Educaccedilatildeo e Pesquisa Satildeo
Paulo 30 289-300
Maurais J (1987) Politique et ameacutenagement linguistiques Queacutebec Conseil de la
langue franccedilaise
Maacuteximo-Esteves L (2008) Visatildeo Panoracircmica da Investigaccedilatildeo-Acccedilatildeo Porto Porto
Editora
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em Buttjes D e Byram M (eds) Mediating languages and
cultures Clevedon Multilingual Matters
Minayo M C (2001) Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade PetroacutepolisRJ
Vozes
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (1997) Programa Espanhol Programa e Organizaccedilatildeo Ensino
Baacutesico 3ordm Ciclo Imprensa Nacional da Casa da Moeda
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2001) Programa de Espanhol Niacutevel Iniciaccedilatildeo 10ordm ano
Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (2002) Programa de Espanhol Niacutevel de Continuaccedilatildeo 11ordm
ano Departamento do Ensino Secundaacuterio Formaccedilatildeo Especiacutefica-Cursos Cientiacutefico-
Humaniacutesticos de Liacutenguas e Literaturas de Ciecircncias Socioeconoacutemicas e de Ciecircncias
Sociais e Humanas Ministeacuterio da Educaccedilatildeo
95
Ministerio de Educacioacuten y Ciencia (1977) Ley General de Educacioacuten y financiamiento
de la reforma educativa y disposiciones complementarias Madrid Servicio de
Publicaciones del Ministerio de Educacioacuten y Ciencia y Boletiacuten Oficial del Estado
Montrul S (2013) El bilinguismo en el mundo hispanohablante Wiley-Blackwell
Moreno Cabrera J C (2008) El nacionalismo linguumliacutestico Una ideologiacutea destructiva
Barcelona Peniacutensula
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea del imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
Morillas J M (2000) La ensentildeanza de la lengua un instrumento de unioacuten de culturas
Em httpwwwubedufilhisculturelemorillashtml Acedido em janeiro de 2017
NEU I (1998) Anaacutelisis contrastivo entre la Carta Europea de las Lenguas Regionales
y Minoritarias y la Declaracioacuten Universal de los Derechos Linguumliacutesticos (Declaracioacuten de
Barcelona) Em III Simposio Internacional de Lenguas Europeas y Legislaciones
Barcelona Mediterraacutenia
Noguerol A Vilagrave N (2001) El plurilinguumlismo una viacutea para el aprendizaje de la nueva
ciudadaniacutea (aprender lengua y otras cosas) Barcelona Projecto Ja-Ling
Nunan D (1992) Research Methods in Langauge Learning New York Cambridge
University Press
Oliveira A L amp Anccedilatilde M H (2009) I speak five languages fostering plurilingual
competence through language awareness Language Awareness 18 3-4
Otalora A (2012) El Problema de la Lengua en Espantildea Conferencia sobre El estado
de Las Autonomiacuteas San Pablo Universidad CEU Em
httpswwwuspceucominstituto_democraciapdfinvestigacionELPROBLEMADELAL
ENGUAENESPANAAinhoaUribepapelesaula_000pdf Acedido em janeiro de 2017
Pardal L amp Lopes E S (2011) Meacutetodos e Teacutecnicas de Investigaccedilatildeo Social Porto
Areal Editores
Parejo Alfonso L (1999) El sistema de conjuncioacuten linguumliacutestica en la ensentildeanza no
universitaria Em Estudios juriacutedicos sobre la ley de poliacutetica linguumliacutestica
BarcelonaMadrid Marcial Pons
96
Ruano A Couvrand C (2015) Dossier Peacutedagogique Film Projeteacute dans le cadre du
Festival du Cineacutema Espagnol de Nantes ndash Ocho Apellidos Vascos Em
httpwwwcinespagnol-nantescomdocuments-festivalenseignantsDP-
Ocho_apellidos_vascos-2015pdf Acedido em maio de 2017
Ruiz Bikandi U (2012) El plurilinguumliacutesmo visto desde los documentos europeos Una
mirada criacutetica Textos de Didaacutectica de la lengua y de la Literatura 60 65-76
Saacute S amp Andrade A I (2009) Praacuteticas de sensibilizaccedilatildeo agrave diversidade linguiacutestica e
cultural nos primeiros anos de escolaridade reflexotildees a partir da sala de aula Saber
(e) Educar 14 1-8
Saacuteez F Rodriacuteguez-Navarro L (1996) La investigacioacuten en el aula de lenguas
extranjeras Instituto de Estudios Ceutiacutees Monografiacutea de los Cursos de Verano de la
Universidad de Granada en Ceuta 115-124
Saacutenchez Castro M (2010) La Multi Language Learning Awarness y la importancia
potenciacioacuten didaacutectica en clase de ELE RedELE 18
Santos Fernaacutendez M (2017) Texto de la ponencia laquoLa diversidad linguumliacutestica de
Espantildea en la clase de ELEraquo impartida en el VII Congreso sobre la ensentildeanza del
Espantildeol en Portugal el 29 de junio de 2017
Santos M C (2002) Trabalho Experimental no Ensino das Ciecircncias Lisboa
Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Instituto de Inovaccedilatildeo Educacional
Saussure F (1962) (1ordf ed 1916) Cours de linguistique geacuteneacuterale (Eds) Bally C
Sechehaye A e Riedlinger A Paris Payout
Siguaacuten M (1992) Espantildea plurilinguumle Madrid Alianza Universidad
Siguaacuten M (1996) La Europa de las Lenguas Madrid Alianza
Siguaacuten M (2003) Las lenguas oficiales y la pluralidad linguumliacutestica en la Unioacuten Europea
Em wwwehueusseg_mediagizt1saklenguas_oficiales_europapdf Acedido em
dezembro de 2016
Siguaacuten M (2005) Lengua y lenguas de Espantildea Cuenta y razoacuten 138 1-4
97
Stegmann T (2003) El meacutetodo EuroCom una visioacute meacutes realista i meacutes plurilingue de
lrsquoensenyament de llenguumles Em Perera J Nussbaum L Millian M (eds)
Aproximacions a la competencia multilinguumle Barcelona ICE de la UB
Strubell M (2002) La dynamization sociale dans lacuteameacutenagement de la langue
catalane Terminogramme 101 103-104
Tenreiro-Vieira C (1994) O Pensamento Criacutetico na Educaccedilatildeo Cientifica Proposta de
uma Metodologia para a Elaboraccedilatildeo de Actividades Curriculares Dissertaccedilatildeo de
Mestrado natildeo publicada Lisboa Departamento de Educaccedilatildeo da Faculdade de
Ciecircncias da Universidade de Lisboa
Tolivar Alas L (1998) Normalizacioacuten linguumliacutestica y Estatuto Asturiano Lletres
Asturianes 31 8-11
Tornos J (1984) Legislacioacuten sobre Comunidades autoacutenomas Vol 2 Madrid Editorial
Tecnos
Tuckman B (2000) Manual de Investigaccedilatildeo em Educaccedilatildeo Lisboa Fundaccedilatildeo
Calouste Gulbenkian
Tusoacuten J (2009) Mal de llinguumles Alredor de los prexuicios llinguumliacutesticos Gijoacuten Araz
Vilelas J (2009) Investigaccedilatildeo o processo de construccedilatildeo do conhecimento Lisboa
Ediccedilotildees Siacutelabo
Vinagre M (2014) El desarrollo de la competencia intercultural en los intercambios
telecolaborativos RED Revista de Educacioacuten a Distancia 41 5-22
98
Anexos
99
Anexo 1 ndash Inqueacuterito por questionaacuterio
QUESTIONAacuteRIO
Grupo I ndash Perfil sociolinguumliacutestico
1 Sexo Masculino Femenino
2 Edad
3 Nacionalidad _____________________________________________________
4 Paiacutes de origen ____________________________________________________
5 iquestCuaacutel es tu lengua materna___________________________________
6 iquestPor queacute razoacuten consideras que es tu lengua materna
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
7 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu padre ______________________________
8 iquestCuaacutel es la lengua materna de tu madre ______________________________
O presente questionaacuterio insere-se num estudo realizado no acircmbito do Mestrado em Ensino do
Portuguecircs no 3ordm Ciclo do Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e do Espanhol no Ensino Baacutesico e Secundaacuterio e
destina-se a recolher informaccedilotildees sobre as liacutenguas e as culturas de Espanha na aula de Espanhol
Este inqueacuterito eacute anoacutenimo e os dados recolhidos seratildeo para fins acadeacutemicos Uma vez que o objetivo
deste estudo natildeo eacute avaliar conhecimentos solicitamos que respondas com clareza sinceridade e de
forma individual Poderaacutes responder em portuguecircs ou em espanhol
Agradecemos desde jaacute a tua colaboraccedilatildeo
100
9 iquestQueacute lenguas extranjeras has aprendido en la escuela o en otra institucioacuten de
ensentildeanza
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
10 iquestQueacute lenguas extranjeras estaacutes aprendiendo
Franceacutes
Espantildeol
Ingleacutes
Otra _______
101 iquestEn queacute antildeo has empezado a estudiar espantildeol
7ordm antildeo 10ordm antildeo
11 iquestQueacute lenguas has conocido fuera del ambiente educativo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
12 iquestYa has tenido contacto con gente de otras lenguas (amigos conocidoshellip)
Siacute No
121 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute lenguas has tenido contacto
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
101
Grupo II ndash Las lenguas minoritarias
13 iquestCuaacutentas lenguas crees que hay en el mundo
500-800 3000-5000 Maacutes de 6000
14 iquestQueacute entiendes por laquolengua minoritariaraquo
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
141 iquestConoces algunaiquest Cuaacutel _______________________________________
15 iquestEn queacute continentes del mundo hay maacutes lenguas minoritarias
a) Europa
b) Aacutefrica
c) Oceaniacutea
d) Asia
e) Ameacuterica
141 iquestPor queacute
__________________________________________________________________
__________________________________________________________
16 En tu opinioacuten iquestdebemos preservar y promover las lenguas minoritarias del mundo
Siacute No
161 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
162 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________
102
17 Si fueras un poliacutetico iquestqueacute medidas tomariacuteas para evitar que las lenguas minoritarias
desaparecieran
______________________________________________________________________
____________________________________________________________
Grupo III ndash Las lenguas de Espantildea
18 iquestQueacute lenguas se hablan en Espantildea a parte del Espantildeol y de las lenguas de los
inmigrantes
____________ _____________ _____________ _________________________
19 iquestHas abordado en la clase de Espantildeol las lenguas de Espantildea y sus culturas
Siacute No
191 Si has contestado afirmativamente iquestcon queacute frecuencia
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
192 iquestEn queacute antildeo
7ordm antildeo 8ordm antildeo 9ordm antildeo 10ordm antildeo 11ordm antildeo
20 iquestEn queacute comunidades autoacutenomas espantildeolas se hablan lenguas diferentes del
Espantildeol
____________ ___________ ___________ ___________ ___________
___________ __________
21 Indica en queacute lenguas de Espantildea se encuentran las siguientes palabras Si no sabes
en que lengua estaacute la palabra escribe apenas ldquoNo estaacute en Espantildeolrdquo
Carrer __________ Placcedila __________ Tameacuten ___________ Neska _________
Choiva ___________ Berdea __________ Fundacioacute_________Venres ________
103
Grupo IV ndash Las lenguas extranjeras en la clase de Espantildeol
22 En las clases de Espantildeol iquestconsideras que es importante abordar los aspectos
socioculturales
Siacute No
221 Si has contestado afirmativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
222 Si has contestado negativamente iquestpor queacute
_________________________________________________________________
_________________________________________________________
23 Para miacute aprender nuevos idiomashellip
a) Es ventajoso para la vida profesional futura
b) No es importante mi lengua me basta
c) Conlleva a confusiones entre palabras de otros idiomas
d) Aumenta las capacidades cognitivas
e) Hace con que perdamos nuestra cultura y nuestra identidad
f) Retrasa el aparecimiento de algunas enfermedades como el Alzheimer
g) Proporciona nuevas realidades sobre el mundo
24 iquestDurante el aprendizaje del Espantildeol sueles recurrir a otras lenguas para memorizar
estructuras o descubrir el significado de palabras desconocidas
Nunca
Raramente
Algunas veces
Muchas veces
241 Si utilizas otras lenguas en el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute lenguas
recurres
Franceacutes
Portugueacutes
Ingleacutes
Otra _______
104
242 Si recurres a otras lenguas durante el aprendizaje del Espantildeol indica a queacute
nivel lo haces
a) Semaacutentica
b) Leacutexico
c) Expresiones idiomaacuteticas
d) Conjugacioacuten verbal
e) Reglas gramaticales
f) Pronunciacioacuten
Muchas gracias por tu colaboracioacuten en esta encuesta
Para terminar si pudieras elegir una lengua de Espantildea para aprender en la clase de
Espantildeol iquestcuaacutel seriacutea _________________ iquestY por
queacute_______________________________________________________________________
______________________
Muchas gracias por tu participacioacuten
105
Anexo 2 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoUna Espantildea de Diversidadrdquo
(27 de abril de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Compreender o perigo de extinccedilatildeo de liacutenguas e a diversidade linguiacutestica como um
fenoacutemeno que enriquece o conhecimento humano
Observar a realidade linguiacutestica espanhola e riqueza cultural das mesmas
Saber distinguir liacutengua de dialeto
Conhecer os conceitos bilinguismo plurilinguismo e diglossia
Refletir sobre a convivecircncia de liacutenguas minoritaacuterias num espaccedilo com uma liacutengua
dominante
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar
experiecircncias gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica do Espanhol - Liacutengua edialetos de Espanha - Comunidades linguiacutesticas
Linguiacutesticos
- Nomes de algumas liacutenguas minoritaacuterias e paiacuteses do mundo
5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e mediaccedilatildeo
106
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Todas las lenguas en la clase de ELE
A aula comeccedilaraacute com uma dinacircmica de aproximaccedilatildeo ao tema proposto para a sessatildeo Para
concretizar esta atividade seratildeo distribuiacutedos pela turma alguns papeacuteis com o nome de algumas
liacutenguas minoritaacuterias em extinccedilatildeo Assim os alunos em pares teratildeo que descobrir a que paiacutes
pertence a liacutengua que lhes foi sorteada atraveacutes do atlas das liacutenguas em perigo da UNESCO que seraacute
projetado Eacute neste momento que se faraacute um diaacutelogo com os alunos acerca das liacutenguas minoritaacuterias
que eles conhecem
Passo 2 ndash La muerte de las lenguas
Em continuaccedilatildeo uma vez familiarizados com as principais liacutenguas do mundo em perigo e as suas
aacutereas territoriais o professor projetaraacute um viacutedeo baseado num poema de Miguel Leoacuten Portilla19 um
escritor e antropoacutelogo mexicano no qual evidencia as perdas que existem quando uma liacutengua
desparece Decerto o viacutedeo constitui uma ferramenta bastante produtiva na medida em que
consciencializa os alunos para as consequecircncias da perda de uma liacutengua para um povo Cabe
salientar que o relato do viacutedeo eacute feito em pipil (ou naacutehuat) uma liacutengua que tem sido revitalizada no
Meacutexico El Salvador Guatemala Honduras e Nicaraacutegua poreacutem continua a ser ameaccedilada
Partindo do viacutedeo o professor faraacute uma seacuterie de perguntas relacionadas com o mesmo gerando
deste modo momentos de reflexatildeo e de interaccedilatildeo oral
Para concluir este passo os alunos teratildeo que apontar reflexivamente as consequecircncias da perda de
uma liacutengua para uma comunidade linguiacutestica uma ficha destinada para o efeito
Passo 3 ndash Radiografiamos las lenguas de Espantildea
Posteriormente o foco da nossa sessatildeo seraacute colocado nas liacutenguas minoritaacuterias de Espanha
enquanto liacutenguas ameaccediladas Escolhemos por tanto uma notiacutecia publicada por Pilar Garciacutea Mouton
na paacutegina ABC Cultura20 sobre a diversidade linguiacutestica existente em Espanha Em linhas gerais o
texto transporta o aluno agrave realidade linguiacutestica espanhola muito mais aleacutem do quarteto das liacutenguas
consideradas cooficiais pois a autora evidencia todas as liacutenguas e dialetos de Espanha bem como
alguns fenoacutemenos relacionados com a convivecircncia de liacutenguas
A leitura deste texto pretende dar a conhecer sucintamente aos alunos as liacutenguas cooficiais as
liacutenguas que natildeo gozam deste estatuto os dialetos histoacutericos e recentes a questatildeo do bilinguismo de
diglossia e por fim algumas poliacuteticas linguiacutesticas existentes em Espanha
19httpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21 de abril de 2017) 20httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana-201409191121_1html (consultado a 21 de abril de 2017)
107
Com a finalidade de sintetizar os conteuacutedos e conceitos que aparecem ao longo do texto o professor
projetaraacute um power point com a definiccedilatildeo de conceitos e um mapa linguiacutestico de Espanha
Passo 4 ndash Un solo paiacutes un montoacuten de lenguas
Como atividade final e com o intuito de criar um mapa conceptual sobre a diversidade linguiacutestica
espanhola os alunos iratildeo construir um mapa com todas as liacutenguas e dialetos de Espanha indicando
as zonas Para tal o professor disponibilizaraacute os materiais que se enumeram nos recursos a
mobilizar
Passo 5ndash En casa podemos descubrir lenguas nuevashellip
Terminada a sessatildeo o professor indicaraacute o trabalho de casa Com base numa ficha de trabalho
adaptada de Garrido (2008) a propoacutesito do lugar da competecircncia plurilingue na aula de ELE os
alunos devem realizar um trabalho de pesquisa sobre um paiacutes plurilingue obedecendo aos toacutepicos
que constam na ficha de trabalho de casa
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Viacutedeo do youtubehttpswwwyoutubecomwatchv=ngp0_mU8TKo (consultado a 21
de abril de 2017)
- Texto Radiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligro
httpwwwabcescultura20140929abci-lenguas-minoritarias-espana
201409191121_1html(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
- Cartolina cartotildees e mapa de Espanha
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Etxebarria M (2002) La diversidad de lenguas en Espantildea Madrid Espasa
Fernaacutendez Martiacuten P (2014) La conciencia linguumliacutestica en el aula de ELE lengua
artificial lengua natural y diversidad sociolinguumliacutestica Universidad de Vigo Revista
Internacional de Lenguas Extranjeras 3 31-61
Moreno Cabrera J C (2014) Los dominios del espantildeol Guiacutea de Imperialismo
linguumliacutestico panhispaacutenico Madrid Euphonia Ediciones
108
Anexo 3 ndash Cartotildees com liacutenguas minoritaacuterias em perigo
109
110
Anexo 4- Ficha de trabalho de casa
La lengua del mundo que me ha tocadohellip
Datos de la lengua
Busca algunas palabras en la lengua que te ha tocado y escriacutebelas abajo
Puedes por ejemplo buscar un saludo los colores los nuacutemeros tus
objetos favoritoshellip
Nombre del paiacutes
Situacioacuten geograacutefica
Lenguas que se hablan en el paiacutes
Lengua oficial
Nuacutemero de hablantes de la
lengua minoritaria
Lenguas de ensentildeanza
Otros paiacuteses en los que se hable
esa lengua
111
Anexo 4 a) - Ficha de trabalho de casa resolvida
112
Anexo 4 b) - Ficha de trabalho de casa resolvida
113
Anexo 5- Ficha de trabalho sobre o poema ldquoCuando muere una lenguardquo
1 Lee el siguiente poema del escritor mexicano Miguel Leoacuten Portilla
2 Despueacutes de leer el poema y ver el viacutedeo sobre el desaparecimiento del naacutehuat
indica cuaacuteles son las consecuencias para la Humanidad cuando desaparece una
lengua
________________________ ______________________
_________________________ ______________________
_________________________ ______________________
114
Anexo 6- Texto ldquoRadiografiacutea de las lenguas de Espantildea en peligrordquo
Pilar Garciacutea Mouton profesora en el Instituto de Lengua Literatura y Antropologiacutea del
CSIC insta a escolarizar a los nintildeos en su lengua materna y ensentildearles los rudimentos de otras
de su entorno para conservarlas
Con el castellano oficial en toda Espantildea y lenguas como el catalaacuten el gallego y el euskera o
vasco cooficiales en las autonomiacuteas en las que maacutes se hablan conviven otras lenguas y
variedades linguumliacutesticas laquoJunto a estas cuatro lenguas principales conviene sentildealar la presencia
del araneacutes variante del gascoacuten que se habla en el valle de Araacuten en el Pirineo leridano y
del gallegoportugueacutes en algunas localidades de la frontera con Portugal Ademaacutes es necesario
apuntar la pervivencia de dos variedades histoacutericas importantes el leoneacutes y el aragoneacutesraquo Asiacute
inicia la doctora en Filologiacutea Romaacutenica Pilar Garciacutea Mouton su libro laquoLenguas y dialectos de
Espantildearaquo (Arco Libros) del que estaacute a punto de salir la sexta edicioacuten
Entre los dialectos Garciacutea Mouton diferencia entre los laquohistoacutericosraquo (que se pueden considerar
tambieacuten lenguas) que vienen directamente del latiacuten como el castellanoespantildeol el catalaacuten el
gallego o el asturleoneacutes y los laquoinnovadoresraquo que proceden del castellano como el andaluz y las
variedades extrementildeas murcianas y canarias laquoLo de lenguas y dialectos minoritarios es relativo
En general se aplica a los que no tienen ninguacuten tipo de proteccioacuten oficial pero hay quien lo
ampliacutea a lenguas que estaacuten en situacioacuten desigual en el uso porque sus hablantes son bilinguumles
laquoLa tendencia es a que el nuacutemero de
hablantes disminuya pero tambieacuten hay una
voluntad de mantenerlas por parte de la
comunidad que las considera parte de su
patrimonioraquo
Radiografiacutea de las lenguas de
Espantildea en peligro
115
y conviven en una situacioacuten de diglosia con otra lengua maacutes fuerte socialmenteraquo explica la
profesora
Hoy se protege este legado laquomucho maacutesraquo que hace cincuenta antildeos laquoEn general se valoran las
lenguas y los dialectosraquo continuacutea la experta aunque laquoesto no quiere decir que sea suficiente
para preservarlos de los peligros que existen en un tipo de sociedad tan comunicada como la
nuestra que tiende a nivelar las diferenciasraquo
Garciacutea Mouton considera laquouna pena que se haya politizado tanto todo lo relacionado con el
legado linguumliacutestico que deberiacutea considerarse patrimonio de todos una riqueza culturalraquo En su
opinioacuten convendriacutea seguir la recomendacioacuten de la Unesco de escolarizar a los nintildeos en su
lengua materna y luego ir antildeadiendo otras a sus conocimientos laquoY tambieacuten convendriacutea que a los
nintildeos espantildeoles se les ensentildease desde pequentildeos que ademaacutes de la suya hay otras lenguas en
su entorno y que aprendiesen rudimentos de esas otras lenguas a traveacutes de canciones
adivinanzas Asiacute se familiarizariacutean con ellas aprenderiacutean a valorarlas y a la larga
desapareceriacutean ciertas actitudes heredadasraquo
1 Ahora que ya has leiacutedo el texto escribe el nombre de cada lengua de Espantildea
radiografiada por Pilar Garciacutea Mouton
2 A continuacioacuten menciona queacute medidas sugiere la autora para proteger las
lenguas de Espantildea en peligro
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
3 Indica una medida que tomariacuteas a la hora de valorar las lenguas si fueras Pilar
Garciacutea Mouton
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Lenguas de Espantildea radiografiadas
116
Anexo 7- Apresentaccedilatildeo em PPT ldquoUna Espantildea de diversidadrdquo
Una Espantildea de diversidadLenguas y dialectos de Espantildea
117
El origen de las lenguas de Espantildea
El castellano el catalaacuten y el gallego son
lenguas romaacutenicas es decir derivan del
latiacuten que a su vez deriva del primitivo
indoeuropeo
El vasco sigue siendo un misterio porque se
desconoce de doacutende procede si bien se sabe que
podriacutea ser anterior incluso al indoeuropeo Las
uacuteltimas investigaciones lo emparentan con las
lenguas del Caacuteucaso frontera natural entre
Europa y Asia
118
Las lenguas cooficiales de
Espantildea
El catalaacuten
El vasco o euskera
El valenciano
El gallego
119
La Constitucioacuten de 1978
dice en su artiacuteculo 3
1) El castellano es la lengua oficial del
Estado Todos los espantildeoles tienen el
deber de conocerla y el derecho a usarla
2) Las demaacutes lenguas espantildeolas seraacuten
tambieacuten oficiales en las respectivas
CCAA de acuerdo con sus estatutos
3) La riqueza de las distintas modalidades
linguumliacutesticas de Espantildea es un patrimonio
cultural que seraacute objeto de respeto y
proteccioacuten
iquestDiglosia
Diglosia es la situacioacuten
que se da cuando en un
mismo territorio coexisten
dos lenguas con diverso
estatus social de modo
que una de ellas se
configura como lengua de
prestigio frente a la otra
Bilinguumliacutesmo
Uso habitual de dos lenguas
por parte de un individuo o
un grupo de individuos en
una comunidad de hablantes
el bilinguumlismo es un
fenoacutemeno comuacuten en algunas
regiones espantildeolas como
Cataluntildea
120
Las lenguas Espantildea en peligro
El araneacutes El araneacutes es una lengua
que proviene de lengua occitana y
se habla en la zona del Valle de
Araacuten (Leacuterida) con estatus de
cooficialidad en toda Cataluntildea Se
trata de una variedad del Gascoacuten
121
El asturiano (o el
bable)
El asturiano es el teacutermino utilizado
para referirse a la lengua tradicional
de la mayor parte del Principado de
Asturias en el norte de Espantildea El
asturiano cuenta con una
gramaacutetica un diccionario de la
lengua asturiana el Diccionariu de
la Llingua Asturiana y unas normas
ortograacuteficas
El vasco o euskera
El esukera es una lengua no
indoeuropea hablada en territoriosde Espantildea y Francia a lo largo del
golfo de Vizcaya Es considerada
como una lengua aislada es unode los pocos idiomas hablados
actualmente en Europa que no
desciende del tronco indoeuropeo
122
Anexo 8- Atividade ldquoUna Espantildea de diversidad
rdquo
123
Anexo 9- Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoPaiacutes Vasco tiene un color especialrdquo
(4 de Maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o basco o espanhol e outras liacutenguas estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Compreender as relaccedilotildees sociais entre os andaluzes e os vascos
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de contar os principais acontecimentos de um filme
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Comunidades autoacutenomas - Estereoacutetipos
Linguiacutesticos
- Vocabulaacuterio relacionado com as cores e material de aula - Vocabulaacuterio relacionado com o cinema 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual expressatildeo escrita e
mediaccedilatildeo
124
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1- Calentando motoreshellip
As atividades traccediladas para esta sessatildeo comeccedilaratildeo com uma dinacircmica na qual os alunos teratildeo
que inferir o conteuacutedo de algumas imagens que seratildeo apresentadas Neste sentido os alunos
devem sugerir traccedilos comuns entre as vaacuterias imagens atraveacutes de algumas pistas fornecidas pelo
professor quando necessaacuterio O principal objetivo que depositamos nesta atividade de
introduccedilatildeo eacute situar os alunos nas duas culturas que seratildeo exploradas em aula a cultura basca e
andaluza Mais se acrescenta que esta atividade seraacute apresentada num power point
Passo 2 ndash Entre Andaluciacutea y Paiacutes Vascohellip
Concluiacuteda a dinacircmica de introduccedilatildeo e motivaccedilatildeo agrave temaacutetica da sessatildeo o professor entregaraacute aos
alunos um guiatildeo de aula com algumas atividades de cariz cultural para comprovar os
conhecimentos preacutevios dos alunos sobre a cultura andaluza e basca Sintetizando os alunos
teratildeo que agrupar a informaccedilatildeo (cidades comidas tiacutepicas danccedilas artistas bebidas
monumentoshellip) segundo a cultura correta
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo com os alunos sobre experiecircncias que tenham
vivido na Andaluzia ou no Paiacutes Vasco ou ateacute mesmo com basco falantes
Passo 3 ndash Cuando el norte y el sur se encuentranhellip
Em continuaccedilatildeo partiremos do filme Ocho Apellidos Vascos (2014) do realizador Emilio Martinez-Laacutezaro
para desenvolver as atividades que criaacutemos para a sessatildeo Uma vez que o filme jaacute foi visto pela turma na aula
de Espanhol iremos debruccedilar-nos em alguns fragmentos que evidenciam as relaccedilotildees estereotipadas que os
bascos possuem dos andaluzes e vice-versa
O filme escolhido insere-se no programa de Espanhol do Ensino Secundaacuterio pois convida o aluno a explorar a
diversidade cultural e linguiacutestica espanhola Ora se o nosso propoacutesito eacute trabalhar o campo da
interculturalidade encontramos neste filme o suporte didaacutetico ideal para fazecirc-lo
Como referiacuteamos anteriormente os alunos iratildeo ver algumas cenas do filme que evidenciam novas formas de
viver a coexistecircncia de tradiccedilotildees distintas num mesmo paiacutes os vaacuterios estereoacutetipos de Espanha a questatildeo
dos nacionalismos e outros aspetos socioculturais que um aluno estrangeiro natildeo compreende agrave primeira
vista
Deste modo agrave medida que os alunos veem os fragmentos escolhidos pelo professor iratildeo completando um
guiatildeo (ver anexos) construiacutedo pelo professor e baseado na unidade didaacutetica de Ruano e Couvrand (2014)
Assim o guiatildeo incorpora um conjunto de atividades e exerciacutecios que exploram a interculturalidade e
simultaneamente as destrezas da LE tais como resumir um filme aprender a aprender elaborar um texto de
opiniatildeo
125
Passo 4 ndash Hoy aprendemos en euskera
Esta atividade contempla alguns exerciacutecios plurilingues relacionados com o basco
Primeiramente trabalhar-se-aacute o vocabulaacuterio basco que aparece ao longo dos fragmentos do
filme mostrados pelo professor (ex aita-padre kaixo- hola agur- graciashellip) De seguida para
desenvolver a competecircncia plurilingue dos alunos os alunos iratildeo aprender as cores em basco
atraveacutes de um jogo online interativo (Hitziki) inferindo desta feita as semelhanccedilas ou diferenccedilas
com a liacutengua objeto de estudo Numa segunda fase propomos que os alunos relacionem as cores
em basco e espanhol com as restantes liacutenguas estrangeiras que conhecem e com a sua liacutengua
materna respetivamente
Passo 5 ndashEl mapa de los estereotipos de Espantildea
Em modo de conclusatildeo o uacuteltimo momento da aula consiste na elaboraccedilatildeo de um texto de
opiniatildeo Na uacuteltima paacutegina do guiatildeo (ver anexos) consta um mapa de Espantildea que retrata a
imagem que os espanhoacuteis tecircm uns dos outros consoante as comunidades autoacutenomas
Com esta atividade propomos aos alunos criar uma reflexatildeo sobre a importacircncia dos
estereoacutetipos natildeo porque sejam uma aspeto negativo no geral mas muitas vezes podem ser
prejudiciais porque nos levam a criar ideias erradas sobre o Outro e por vezes impedem o
diaacutelogo entre as culturas
Salientamos que seratildeo revistas algumas estruturas para exprimir opiniatildeo (creo que en mi
opinioacuten para miacutehellip)
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Filme
- Jogo de liacutengua basca online ndash Hitziki hitzikionoffes(consultado a 21 de abril de 2017)
- Computador
- Power Point e Data Show
-Quadro e marcadores
8 Bibliografia e webgrafia
Andrade A Arauacutejo e Saacute M H Bartolomeu I Martins F Melo S Santos L amp
Simotildees A (2003) Anaacutelise e construccedilatildeo da competecircncia plurilingue ndash alguns
percursos didaacuteticos In A Neto et al (Org) Didaacutecticas e metodologias de educaccedilatildeo
percursos edesafios Eacutevora Universidade de Eacutevora pp 489-506
126
Consejo de Europa (2002) Consejo de Europa Marco comuacuten europeo de referencia
para las lenguas aprendizaje ensentildeanza evaluacioacuten Madrid (Ministerio de
Educacioacuten Cultura y Deporte Instituto Cervantes Anaya) 2002
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas
tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del
XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de
2013 Madrid International HouseEdinumen
Meyer M (1991) Developing transcultural competence Case studies of advanced
foreign language learners Em D Buttjes y M Byram (eds) Mediating languages
and cultures Clevedon Multilingual Matters pp 136-159
Vinagre M (2005) El cambio de coacutedigo en la conversacioacuten bilinguumle la alternancia
de lenguas Madrid Arco Libros
wwwcinespagnol-nantescomdocumentsDP-Ocho_apellidos_vascos-
2015pdf(consultado a 8 de maio de 2017)
127
Anexo 10 ndash Apresentaccedilatildeo PPT Paiacutes Basco e Andaluzia
iquestQueacute tienen en comuacuten
estas imaacutegenes
iquestY estas
128
Anexo 11 ndash Guiatildeo de atividades sobre o filme ldquoOcho Apellidos Vascosrdquo
iexclEUSKADI TIENE UN COLOR ESPECIAL
Tiacutetulo original Ocho apellidos vascos Paiacutes Espantildea Antildeo 2014 Duracioacuten 1h38min Geacutenero Comedia Direccioacuten Emilio Martiacutenez-
Laacutezaro Guion Borja Cobeaga Diego San Joseacute Produccioacuten Lazonafilms - Kowalski Films Fotografiacutea Gonzalo F Berridi Juan Molina Muacutesica
Fernando Velaacutezquez Montaje Aacutengel Hernaacutendez Zoido Rafa andaluz de pura cepa nunca ha tenido que salir de su querida Sevilla para conseguir
lo que maacutes le importa en la vida el fino la gomina y las mujeres Hasta que un diacutea todo
cambia cuando aparece la primera mujer que resiste a sus encantos Amaia una vasca Rafa decidido a conquistarla viaja hasta un pueblo de la Euskadi profunda Alliacute para
conseguir a Amaia haraacute lo que haga falta hasta hacerse pasar por vasco
129
ACTIVIDAD 1Desde Sevilla hacia Euskadihellip
1 Rellena los huecos
siguientes
Andaluciacutea se situacuteahelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip y su
capital eshelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip Los
gentilicios de Andaluciacutea se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip
El Paiacutes Vasco ohelliphelliphelliphellip se situacutea
helliphelliphelliphelliphellip Su capital es helliphelliphelliphellip
Los gentiliacutecios de Paiacutes Vasco se llaman
helliphelliphelliphelliphelliphellip
11 iquestQueacute sabes sobre Andaluciacutea y Paiacutes Vasco Identifica los siguientes
elementos de la columna en el hueco correspondiente
La Giralda ndash La jota vasca - La sidra ndashndash La Tamborrada ndash El Museo
Guggenheim ndash El rebujito -Intildeaki Urdangariacuten - El gazpacho ndash Las sevillanas ndash
Los pinchos ndash David Bisbal ndashLa feria de Abril -
PAIacuteS VASCO ANDALUCIacuteA
A PAIacuteS
VASCO
Comida
Bebida
Fiestas tiacutepicas
Monumentos
Muacutesicabailes
Personaje famoso
130
ACTIVIDAD 2 Los estereotipos en la peliacutecula
21 Despueacutes de ver la siguiente escena lee el siguiente diaacutelogo y contesta a las
preguntas
En el bar de sevillanashellip (min 0350)
Amaia Que me sueltes hostia iquesthas oiacutedo que ha dicho ldquoVascongadasrdquo La incultura que
tiene esta gentehellipPanda de vagos Queacute solo os levantaacuteis de la siesta para ir de juerga
Rafa Anda muchacha vete a levantar piedras o lo que hagaacuteis los vascos para relajar que
te has puesto muy nerviosa
Amaia Hay que ver el salero y la ldquograsiardquo (gracia) que tiene el judiacuteo (A sus amigas)
Sacadme que la liacuteo
Rafa Es normal que prefieran irse para el norte iquestSabeacuteis por queacute iexclPorque alliacute la gente se lo
pasa bomba
Amaia iquestTodaviacutea seguimos con eso a estas alturas todaviacuteahellip iexclYa estaacute bien de mezclar a los
vascos con la violencia
Rafa Se acaboacute venga para afuera
22 iquestQueacute imagen tiene Amaia de los andalucesiquestSabes lo que son las ldquovascongadasrdquo
iquestQueacute nombre le llama Rafa a Amaia para referirse a las chicas vascas
23 iquestY Rafa iquestQueacute piensa eacutel de los vascos
24 iquestPor queacute crees que Rafa utiliza la expresioacuten ldquose lo pasa bombardquo
131
En el piso de Rafahellip (min 830)
Joaquiacuten No te la habraacutes traiacutedo a casa
iquestno
Rafa Siacutehellip
Joaquiacuten iquestTuacute estaacutes loco iquestCoacutemo te
traes a esa tiacutea a casa que puede ser de
la ETA o de alguacuten comando
Rafa Pero iquestcoacutemo va a ser de la ETA o
de alguacuten comando iquestTuacute estaacutes chalao o
queacute
Joaquiacuten Ademaacutes te digo una cosahellip
esa tiacutea estaacute buscando piso piloto en
Sevilla te lo digo yo Y no hables de
Franco que se enervan Y nada de botella Porque esta gente con esto hacen coacutecteles molotov
3 iquestQueacute estereotipos tiene Joaquiacuten sobre los vascos iquestCrees que es verdad
Un poco de historia para que comprendas mejor la cuestioacuten vascahellip (min 5058)
132
ldquoA los andaluces no nos pueden ver ni en pinturahelliprdquo (min 940)
Joaquiacuten Cuidado Currito no vaya a haber un artefacto explosivo ahiacute dentro
Curro iquestTuacute estaacutes seguro de que este bolso es de una mujer Porque aquiacute no hay pintalabios
ni riacutemel ni nada
Joaquiacuten Si las vascas no se maquillanhellip Rafa Es que me he enamoradohellip
Joaquiacuten iexcliquestCoacutemo te vas a enamorar de una vasca
Curro iexclTuacute no te has enamorado en tu vida Rafael
Rafa Vosotros no lo podeacuteis entender pero ella y yo sabemos que se ha quedado a mediashellip
Pedro No se te ocurra ir en coche hice la mili (el servicio militar) en Iruacuten (Paiacutes vasco) y me
lo rayaron tres veces A los vascos les encanta es tiacutepico de alliacute Curro A los andaluces no nos pueden ni ver Eso es lo que les meten en las ikastolas esas
(escuelas vascas) eso y coacutemo hacer coacutecteles molotovhellip
4 iquestQueacute ideas tienen los colegas de Rafa sobre los vascos Fiacutejate en la escena lee el fragmento y completa los espacios
Curro Pedro Joaquiacuten
133
ACTIVIDAD 3 Por fin llegamos a Paiacutes Vasco
1
31 Esta es la primera imagen que Rafa tiene de Paiacutes Vasco cuando llega
alliacute Descriacutebela
32 A continuacioacuten compara la imagen que teniacutea Rafa de Paiacutes Vasco con las siguientes
fotografiacuteas iquestTe parecen semejantes iquestPor queacute
33 Los viajes son muy importantes a la hora
de eliminar los estereotipos iquestEstaacutes de acuerdo
con esta afirmacioacuten iquestPor queacute
134
ACTIVIDAD 4 iquestNos atrevemos con el vasco
Como sabes el vasco o euskera es una lengua muy aislada del espantildeol y de las
demaacutes lenguas que derivan del latiacuten Ademaacutes se cree que el euskera es la lengua
viva maacutes antigua de Europa
Hoy en diacutea casi un milloacuten de personas hablan euskera Te invitamos a conocer
algunas palabras en euskera por si un diacutea viajas a esta zona tan bonita de Espantildea
41 Algunas de estas palabras se repiten mucho a lo largo de la peliacutecula Une con flechas
el significado de palabra en espantildeol iquestTe animas a pronunciarlas
42 A continuacioacuten tu profesor te ensentildearaacute un juego en liacutenea (Hitziki) para aprender
algunas palabras en euskera Despueacutes de jugar completa la tabla siguiente con los
colores en los idiomas que conozcas
Euskera Espantildeol Ingleacutes Franceacutes Tu lengua materna
Gorria
Berdea
Urdina
Huria
Zuria
Beltza
Laranja
Arrosa
Morea
Marroia
Zilar - koloreak
Urre - koloreak
Kaixo
Aita
Ama
Agur
Kaixo
Ikastola
Eskerrik
Madre
Escuela
iexclHola
Gracias
Adioacutes
Padre
135
ACTIVIDAD 5 Una Espantildea de estereotipos
51 Observa el mapa siguiente iquestCuaacutel consideras que es valor de los
estereotipos Teniendo en cuenta la clase de hoy haz una reflexioacuten sobre la
imagen
Para expresar opinioacuten recuerdahellip
- En mi opinioacuten Para miacute
- Desde mi punto de vista
- A mi modo de ver
- (A miacute) me parece quehellip
- (Yo) pienso creo opino considero que +presente de indicativo - (Yo) no pienso creo opino considero quehellip+ presente del subjuntivo
136
Anexo 12 ndash Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
Planificaccedilatildeo da sessatildeo ldquoHoy aprendemos en catalaacutenrdquo
(11 de maio de 2017)
1 Identificaccedilatildeo
Professor em estaacutegio Filipe Campos Ferreira
Orientador UA Maria Helena Anccedilatilde
Orientadores cooperantes do contexto Isabel Miranda
Turma 11ordfD ndash Espanhol Especiacutefico
2 Tempo estimado 1 aula de 90 minutos
3 Objetivos
Refletir sobre a diversidade cultural espanhola e a coexistecircncia de vaacuterias culturas e
liacutenguas regionais
Desenvolver estrateacutegias para compreender as vaacuterias formas de relacionar-se em cada
paiacutes
Conhecer as tradiccedilotildees catalatildes mais emblemaacuteticas
Refletir sobre o sentimento diferencial catalatildeo e a questatildeo da independecircncia
Inferir semelhanccedilas e diferenccedilas entre o catalatildeo o espanhol e outras liacutenguas
estrangeiras
Ativar estrateacutegias e habilidades de cariz interlinguiacutestico
Potencializar a interaccedilatildeo oral no espaccedilo de aula saber argumentar tomar decisotildees
expressar opiniatildeo tomar uma posiccedilatildeo transmitir informaccedilatildeo e partilhar experiecircncias
gostos e preferecircncias
Ser capaz de usar a liacutengua espanhola oral e escrita de forma criativa
Familiarizar-se com os materiais didaacuteticos apresentados
Controlar e corrigir o proacuteprio processo de aprendizagem
Refletir sobre as aprendizagens adquiridas
4 Conteuacutedos
Sociolinguiacutesticos - A diversidade linguiacutestica e cultural de Espanha - Tradiccedilotildees (pratos tiacutepicos festas muacutesica) - O sentimento diferencial catalatildeo - O conto tradicional
Gramaticais
- Revisatildeo de tempos verbais para contar acontecimentos no passado (preteacuterito imperfecto e indefinido) 5 Competecircncias e destrezas a desenvolver
Expressatildeo oral compreensatildeo leitora compreensatildeo audiovisual e expressatildeo escrita
137
6 Desenvolvimento da sessatildeo ndash passo a passo
Passo 1 ndash Quieacuten es quieacutenhellip
Na primeira parte da sessatildeo seratildeo projetadas algumas fotografias de vaacuterias
personalidades conhecidas em Espanha Neste sentido pretende-se fundamentalmente
que os alunos reconheccedilam as personalidades em destaque e infiram os seus
conhecimentos preacutevios sobre as mesmas Numa segunda etapa os alunos teratildeo que
relacionar a fotografia com as caracteriacutesticas sobre cada personalidade
O principal objetivo que delineamos com esta atividade eacute dar a conhecer algumas
personalidades catalatildes e familiarizaacute-los com a liacutengua atraveacutes dos seus apelidos jaacute que se
encontram em catalatildeo Repare-se que para levar a cabo esta atividade de motivaccedilatildeo e
introduccedilatildeo seraacute disponibilizada uma ficha de apoio ao aluno
Passo 2 ndash Cataluntildea y sus tradicioneshellip
Terminada a atividade anterior o professor mostraraacute aos alunos as principais tradiccedilotildees
culturais dos catalatildees atraveacutes de um prezi que contecircm as dez principais tradiccedilotildees para um
bom catalatildeo Sublinhamos que eacute neste ponto da sessatildeo que seraacute abordada a questatildeo da
liacutengua catalatilde no qual os alunos aprenderatildeo os dias da semana e os meses do ano e ainda
levaremos a cabo uma breve reflexatildeo sobre o nacionalismo da Catalunha Acreditamos que
esta parte da aula seraacute bastante motivadora uma vez que evidenciaraacute costumes e tradiccedilotildees
totalmente novas aos alunos que natildeo satildeo contempladas nos manuais de ELE
Podemos ainda salientar que se faraacute um diaacutelogo intercultural isto eacute os alunos deveratildeo
tambeacutem mencionar e refletir sobre as suas proacuteprias tradiccedilotildees e neste sentido as tradiccedilotildees
do Outro como espelho da diversidade
Passo 3 ndash Ser catalaacutenhellip
Em continuaccedilatildeo partindo dos objetivos gizados para esta sessatildeo o seguinte passo
culminaraacute com uma atividade de compreensatildeo audiovisual que abarca a questatildeo do
sentimento diferencial dos catalatildees Decidimos entatildeo optar por um material real (uma
entrevista da BBC) para fundamentar a nossa atividade e conferir-lhe a devida
importacircncia Assim o viacutedeo escolhido consiste numa entrevista a alguns catalatildees que
definem em poucos segundos o que significa para os mesmos ser catalatildeo A diversidade de
respostas e aceccedilotildees eacute extremamente rica uma vez que estas natildeo se prendem apenas com o
nacionalismo mas com a histoacuteria a liacutengua e cultura da Catalunha
Neste sentido iremos reproduzir a entrevista duas vezes e depois os alunos teratildeo que
indicar por escrito (ficha de atividades) o que significa ser catalatildeo para cada um dos
entrevistados
Passo 4 ndash Caballeros dragones y Cataluntildeahellip
Tendo em vista a atividade final pensada para esta sessatildeo iremos explorar a lenda de Sant
Jordi o padroeiro da Catalunha uma vez que eacute uma lenda enraizada na cultura catalatilde
Assim fomentaremos a leitura em voz alta e faremos uma revisatildeo nos tempos verbais
predominantes na lenda (preteacuterito indefinido e preteacuterito imperfecto) Para concretizar esta
138
tarefa o professor distribuiraacute uma ficha com a lenda e alguns exerciacutecios sobre as
principais tradiccedilotildees do dia de Sant Jordi
Num uacuteltimo ponto pedir-se-aacute aos alunos que mencionem lendas tiacutepicas da sua regiatildeo ou
inclusivamente lendas portuguesas
Passo 5 ndash Traductores en la clase de ELE
No quinto passo desta sessatildeo eacute nossa intenccedilatildeo familiarizar os alunos com a liacutengua catalatilde
atraveacutes da lenda de Sant Jordi em catalatildeo Aqui pretendemos levar a cabo uma atividade
de traduccedilatildeo simulada na qual os alunos teratildeo que trabalhar como se fossem tradutores
numa empresa traduzindo assim a lenda de Sant Jordi para o espanhol Repare-se que
optaacutemos por incluir uma versatildeo infantil da lenda para desta forma facilitar a compreensatildeo
do texto em catalatildeo
Neste sentido decidimos ainda incluir um quadro na ficha de trabalho para que os alunos
completem com as liacutenguas agraves quais recorreram durante a atividade de traduccedilatildeo
Mais se acrescenta que iremos disponibilizar um dicionaacuterio online (catalatildeo-espanhol) para
auxiliar os alunos
Passo 6 ndash Autoevaluacioacuten
O uacuteltimo passo da aula e tambeacutem das nossas sessotildees de sensibilizaccedilatildeo para as LESP
culminaraacute com o preenchimento da ficha de autoavaliaccedilatildeo por parte dos alunos para
conseguirmos aferir os saberes construiacutedos pelos alunos ao longo das vaacuterias sessotildees em
relaccedilatildeo agraves LESP e agraves suas culturas na aula de Espanhol
7 Recursos e materiais a mobilizar
- Fichas de trabalho (de elaboraccedilatildeo proacutepria)
- Apresentaccedilatildeo em PPT
- Apresentaccedilatildeo em Prezi (httpsprezicomye2jumocewtwcopy-of-un-viaje-por-espana)
- Viacutedeo do Youtube (httpswwwyoutubecomwatchv=jRAXIqDXPWk)
- Computador e colunas
- Quadro e marcadores
8 Bibliografia
Fernaacutendez Martiacuten P (2012) Filologiacutea y linguumliacutestica meacutetodos corpus y nuevas tecnologiacuteas Saarbrucken EAE
Fernaacutendez Martiacuten P (2013) Las lenguas de Espantildea en la clase de ELE Actas del XIV Encuentro Praacutectico de Profesorado de ELE celebrado el 13 y 14 de marzo de 2013 Madrid International HouseEdinumen 9 Webgrafia httpxtecgencatcatcarecursoscatala (consultado a 8 de maio de 2017)
139
Anexo 13 ndash Ficha de trabalho ldquopersonalidades del catalaacutenrdquo
iexclAdivina quieacuten es
Observa las siguientes fotos
a Comenta lo que sabes sobre estos personajes
b Relaciona estas frases con los personajes
1 Es un productor discograacutefico DJ compositor letrista y cantante espantildeol
2 Es una cantante liacuterica espantildeola con una carrera conocida en todo el mundo
3 Fue un pintor escultor grabador escenoacutegrafo y escritor espantildeol del siglo XX Se le
considera uno de los maacuteximos representantes del surrealismo
4 Es un futbolista espantildeol que juega como defensa central en el Fuacutetbol Club Barcelona
5 Fue un arquitecto espantildeol maacuteximo representante del modernismo catalaacuten
6 Es una cantante y presentadora espantildeola considerada como una de las voces maacutes potentes
del panorama de la muacutesica a nivel mundial
c Conociacuteas alguno de estos personajes famosos iquestCuaacutel
d Fiacutejate ahora en estos apellidos Soacutelo uno es espantildeol iquestCuaacutel es
e Compara el apellido espantildeol con los demaacutes apellidos iquestQueacute
concluyes
f iquestSabes en queacute lengua se encuentran estos apellidos Gaudiacute
Magaacuten Piqueacute
Caballeacute Naranjo
Daliacute
140
Anexo 14 ndash Apresentaccedilatildeo em Prezi ldquoLas 10 cosas maacutes importantes para los
catalanesrdquo
141
142
143
144
145
Anexo 15ndash Ficha de trabalho entrevista BBC
146
Anexo 16 ndash Lenda de Sant Jordi
(Una de las leyendas de) Sant Jordi
laquoDicen que hace muchos antildeos en un pueblo de Cataluntildea viviacutea un dragoacuten El dragoacuten
viviacutea en una cueva y cuando teniacutea hambre saliacutea a buscar comida Los habitantes del
pueblo teniacutean mucho miedo y no queriacutean que el dragoacuten se comiera a las personas asiacute
que cada diacutea le llevaban animales
(ovejas cabras vacas) para que se
los comiera Pero un diacutea se
acabaron los animales ya no habiacutea
ninguacuten animal para llevarle al
dragoacuten Los habitantes del pueblo
decidieron hacer un sorteo cada diacutea
para ver queacute persona teniacutean que
llevarle al dragoacuten para que se la
comiera Escribieron los nombres
de todos los habitantes del pueblo
en un papel y los metieron en una
bolsa y cada diacutea sacaban un papel
con un nombre Esa persona era la
comida del dragoacuten Un diacutea en el
sorteo salioacute el nombre de la
princesa asiacute que la llevaron a la
cueva del dragoacuten Todo el pueblo estaba muy triste porque la princesa era una chica
muy simpaacutetica y muy buena Y cuando el dragoacuten estaba a punto de comeacutersela llegoacute
un caballero muy guapo montado en un caballo blanco y con una lanza matoacute al
dragoacuten De la sangre del dragoacuten nacioacute un rosal de rosas rojas y el caballero cortoacute la
maacutes bonita y se la regaloacute a la princesaraquo
Por eso en Cataluntildea Baleares y en partes de la Comunidad Valenciana se
acostumbra que cada 23 de abril los hombres regalen rosas a las mujeres como si de
un caballero y una princesa se trataran Ellas les regalan un libro recordando el
147
fallecimiento de dos grandes de la literatura europea Cervantes y Shakespeare y del
hispanoamericano Inca Garcilaso
1 Despueacutes de leer la leyenda observa los siguientes pies de foto y escribe cada uno
debajo de su foto Las rosas lucen perfectas en los puestos de las Ramblas Rosas en Sant Jordi
de todos los tipos y colores Uno de los muchos puestos de libros en las calles de Barcelona el 23
de abril Un dragoacuten inofensivo El bullicio de las Ramblas en Sant Jordi El escritor Carlos
Ruiz Zafoacuten firma libros en su parada el diacutea de Sant Jordi
148
Anexo 17 ndash Atividade de traduccedilatildeo
Traductores en la clase de Espantildeol
Hoy vais a trabajar de traductores en una oficina de traduccioacuten A vuestro jefe le
han pedido la traduccioacuten de la leyenda de Sant Jordi para publicar en un libro de
cuentos infantiles Vuestro jefe sabe que vosotros sois muy buenos con el espantildeol y
os ha pedido que tradujerais la leyenda de Sant Jordi ya que el espantildeol y el catalaacuten
son muy semejantes Ademaacutes el jefe os prometioacute un recompensa monetaria muy
gorda por el trabajo
1 Haced la traduccioacuten para espantildeol en grupos de 3
La llegenda de Sant Jordi
Temps era temps hi havia un petit poble on la gent vivia feliccedil perograve vet aquiacute que un dia un drac malvat es va instal-lar al regne El drac sempre tenia gana quan no trobava res per menjar srsquoenfadava tant que treia foc per la seva enorme boca Els habitants del poble tenian por del drac Quegrave podien fer Aleshores van decidir donar-li alguns animals de les seves granges per omplir-li la panxa
- Un gall - Una vaca - Un porc
Els habitants del poble estaven molt preocupats Ja no els quedaven meacutes animals i temien que el drac sersquols mengeacutes tambeacute a tots ells Aleshores van decidir que cada dia escollirien una persona per donar-li al drac el primer nom que va sortir va ser el de la princesa
- Pobre princesa La princesa va anar a la cova on vivia el drac malvat En veurersquol es va espantar tant que va cridar amb totes les sevs forges per demanar ajuda
- Socors Per sort en aquell moment passava per allaacute un valent cavaller a lloms de seu cavall blanc era sant jordi
149
Anexo 18 ndash Exemplo de atividade de traduccedilatildeo feita pelos alunos
150
Anexo 19 ndashFicha de autoavaliaccedilatildeo das sessotildees
Cuestionario de evaluacioacuten de las actividades
1 iquestCuaacutel es tu opinioacuten sobre las varias sesiones para las lenguas que trabajamos en clase
2 Si has participado en las actividades de las sesiones realizadas haz la evaluacioacuten
eligiendo la opcioacuten maacutes adecuada
Mal Regular Bien Muy bien
Las actividades me han parecido interesantes y objetivas
He aprendido muchas palabras nuevas en otras lenguas
He adquirido nuevos conocimientos geograacuteficos culturales linguiacutesticos sobre las lenguas y culturas de Espantildea
He reconocido que todas las lenguas son importantes y enriquecen nuestro bagaje linguumliacutestico
1 Teniendo en cuenta lo que has aprendido a lo largo de las sesiones iquestqueacute reflexioacuten puedes
hacer a partir de esta imagen
151
Anexo 20 ndash Fichas de autoavaliaccedilatildeo preenchidas pelos alunos
152
153
154
155
156