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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIAR Por: Ana Paula Menezes Bragança dos Santos Orientador Prof. Ms. Eduardo Brandão Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIAR

Por: Ana Paula Menezes Bragança dos Santos

Orientador

Prof. Ms. Eduardo Brandão

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO INTERDISCIPLINAR NA

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS FAMILIAR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Mediação de

Conflito com Ênfase em Família.

Por: Ana Paula Menezes Bragança dos Santos

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pois, sem Ele

nada seria possível.

À Professora Cristina Achoube que se colocou a

disposição para me socorrer quando imaginava não

encontrar a luz no fim.

Por fim, agradeço a todos aqueles que contribuíram

direta ou indiretamente para a realização desta

monografia.

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DEDICATÓRIA

Dedico os meus esforços de estudos, primeiramente

a Deus.

À minha mãe, que esteve e continua sempre

presente em todos os momentos de minha vida.

Sem seu incentivo, dedicação e apoio seria

impossível seguir adiante. Aos familiares, aos

professores e a todos que direta ou indiretamente

contribuíram com o que tinham de mais precioso:

atenção, paciência, conhecimento e carinho e que

me compreenderam nos momentos de ausência.

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RESUMO

O presente trabalho aborda a importância do trabalho interdisciplinar na

mediação de conflitos familiares. Perpassando pelos conceitos da

interdisciplinaridade e da mediação de conflitos.

O processo acelerado de intensas mudanças na constituição da família

tem ocasionado verdadeiras tensões nos relacionamentos, uma vez que as

pessoas ainda não absorveram essas mudanças. Diante disto, surgem

frequentemente conflitos familiares, como sinais de rompimento de vínculos

familiares ou quebra da harmonia entre os membros da família.

Antes de serem conflitos de direito, os conflitos familiares, são

basicamente conflitos: afetivos, sociais, psicológicos, relacionais, antecedidos

de sofrimento. Logo, para uma solução menos dolosa, é importante a

observação dos aspectos relacionados ao conflito.

Dada a complexidade dos relacionamentos familiares, para que se

perdure a manutenção dos vínculos após um conflito se faz necessário,

inicialmente, a compreensão positiva dos problemas.

Para solução de conflitos familiares faz-se necessário a possibilidade de

diálogo e de escuta, o respeito mútuo, o que muitas vezes, teoricamente, seria

inacessível em outro método de resolução que não fosse a mediação de

conflitos.

Pois é por intermédio da mediação que as pessoas são estimuladas à

compreensão, à solidariedade, à paciência de cada uma das partes no sentido

de um ganho mútuo, com clara percepção dos interesses em comum e não

somente as diferenças.

E é na perspectiva de múltiplos problemas de dimensões diversas que o

trabalho interdisciplinar se faz necessário para a mediação.

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METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, tendo

como principais fontes diversos autores e documentos abordando como

temática a importância do trabalho interdisciplinar na mediação de conflitos

familiar. No decorrer do desenvolvimento foram utilizados coleta de dados

indireta, com a finalidade de demonstrar as diversas formas de solucionar

conflitos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Processo De Mediação De Conflitos 09

1.1 - Diferentes modelos de mediação 11

1.2 – O Mediador 12

1.3 – A Comediação 13

1.4 - O papel do observador 14

CAPÍTULO II - Interdisciplinaridade 15

CAPÍTULO III – A Interdisciplinaridade Na Mediação De Conflitos 19

CONCLUSÃO 23

BIBLIOGRAFIA

ANEXOS

ÍNDICE

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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INTRODUÇÃO

Há tempos busca-se desenvolver modelos de resolução de conflitos

que se desconsidere a participação direta do usuário na solução e que não se

realizem sem a predominância do poder do mais forte ou por intermédio do

judiciário.

No Brasil, a mediação de conflitos ainda é nova em relação as outras

ciências, contudo, é tão eficaz quanto.

É um processo de resolução de conflitos no qual deixa sob as partes o

poder e consequentemente responsabilidade de decidir se e como encontrar

uma solução ao problema, sendo na presença de um ou mais mediadores,

cuja tarefa, exclusivamente, é facilitar a comunicação.

Esse meio de solução de conflitos exige a quebra de alguns

paradigmas, outorgando as pessoas interpretações e atitudes antes não

experimentadas, pelo menos não no âmbito convencional de solução de

problemas. De maneira que cada um dos envolvidos consiga resolver seus

conflitos, por meio de comunicações eficientes – estimuladas por terceiros, o

mediador ou os mediadores.

Assim como a mediação o trabalho interdisciplinar segue com grande

êxito e controvérsias dialéticas, mas quando unidos: mediação de conflitos e o

trabalho interdisciplinar ganham um aporte valoroso na administração das

disputas.

Tendo em vista que nenhuma especialidade, por si só, é capaz de

exaurir determinada problemática, de forma que o esforço é sempre

aproximativo, acumulativo e processual na busca de um conhecimento (ou de

uma verdade) que é sempre relativa, parcial e incompleta.

Desta forma, a interdisciplinaridade torna-se um desafio e uma

necessidade a realidade social que é, ao mesmo tempo, una e múltipla.

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CAPÍTULO I

O PROCESSO DE MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito, não somos o que devemos ser, não somos o que iremos ser, mas graças a Deus, não somos o que éramos”.

(MARTIN LUTHER KING)

Partindo do senso comum a cerca da mediação, é possível afirmar

que, de certo modo, todos nós somos mediadores. Afinal, em algum momento

de nossas vidas, já interviemos numa discussão entre duas pessoas: na

família, no trabalho, em fim, nas nossas relações sociais, auxiliando-as a

chegar à solução. Sendo assim, todos nós temos alguma experiência nata na

resolução de conflitos.

Contudo, a mediação que trataremos neste trabalho não é a

denominada de mediação informal ou intuitiva. O foco neste trabalho é a

mediação técnica. Pode-se definir esse tipo de mediação como sendo um

processo de natureza não adversarial, confidencial e voluntário, no qual um

terceiro imparcial – mediador - facilita o diálogo e a negociação entre duas ou

mais partes que estão em conflito.

A mediação auxilia as partes na identificação de interesses comuns,

complementares e divergentes com o objetivo de mantê-las autoras das

soluções construídas com base no consenso, no atendimento de interesses e

necessidades e na satisfação mútua.

É possível que a mediação seja conduzida por mais de uma pessoa: o

mediador, o comediador e/ou o (s) observador (es).

Nascida na Universidade de Harvard, a mediação surge como uma

alternativa extrajudicial para resolução de conflitos. Adquirindo epstemologia

nas diversas áreas do saber.

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Malvina Muszkat conceitua “A mediação de conflitos é um

procedimento que traz em si a potencialidade de um novo compromisso

político capaz de reduzir a desigualdade e a violência.”

A mediação de conflitos tem como um de seus princípios ensinarem as

pessoas a serem pacificadoras, considerando a convivência com o conflito

inerente à condição humana.

Por uma infinidade de razões a expressão conflito, costuma agregar

uma série de associações pejorativas, mas

“Do ponto de vista constitutivo, o conflito propicia

condições de crescimento e transformação sempre que,

por intermédio da flexibilização do desejo, atinge, atinge-

se a noção de alteridade. Isso significa que diante do

reconhecimento da existência de Outro que sente, pensa,

deseja e sofre, tal como Eu, mas diferente de mim, esse

Eu pode sentir-se apaziguado a ponto de rever suas

posições, praticar possíveis reparações e negociar

acordos.” (MUSZKAT, 2008, P. 27)

Nas relações continuadas há uma tendência maior ao conflito, dada a

convivência e a intimidade entre as pessoas, pois reside uma tendência maior

para as manifestações de conflitos e sua cronificação. A estigmatização e a

cristalização das dinâmicas nas relações criam um clima constantemente tenso

e predisposto ao conflito, sem qualquer perspectiva de revisão, solução ou

apaziguamento. E nestes casos a mediação torna-se mais eficaz devido o seu

caráter de normalizar a comunicação entre as partes.

A mediação tem como vantagem o investimento no protagonismo e no

pacto entre as pessoas ao contrário da lógica do sistema judicial que pauta-se

no autoritarismo para definir os litígios.

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1.1 - Diferentes modelos de mediação

A mediação de conflitos possui vários modelos: o tradicional ou modelo

de Harvard, cujo objetivo é que a partes cheguem ao acordo através da

negociação em que todos ganhem.

A proposta é de negociar apenas a partir dos princípios, do mérito da

questão, e não a partir das posições, ou seja, da vontade das partes

polarizadas, do que elas querem ganhar e do que estão dispostas a ceder.

É um modelo baseado na resolução de problemas, no acordo.

A partir do modelo tradicional, outros modelos, focados na relação,

foram surgindo entre eles o modelo Circular Narrativo, este modelo está

voltado fundamentalmente para o campo da família no qual resgatam também

a teoria da comunicação e algumas técnicas utilizadas pela terapia de família.

A linha Circular Narrativa foge da noção reducionista de causa e efeito e

considera que inúmeros fatores que se retroalimentam estão presentes nas

inter-relações e, portanto, nos conflitos. Neste modelo, foca-se na

transformação das pessoas. O acordo final é uma consequência do processo.

Apóia-se na teoria dos sistemas e no construcionismo social, mas não tem

caráter terapêutico. Este modelo tem como representantes principais a

norteamericana Sara Cobb e a argentina Marinés Suares.

Já o modelo Transformativo, tem como foco promover transformações

de “caráter”, que Bush e Folger – precursores deste método-, denominam de

“crescimento moral”, por meio da valorização e do reconhecimento das

pessoas. Para eles não importa o acordo, mas a mudança nas pessoas e nas

suas formas de relacionamento.

O modelo Interdisciplinar é aquele que é resultante do trabalho de uma

equipe multiprofissional representada pelo mediador a qual a

interdisciplinariedade define o caminho dos casos. Tendo como percursos o

advogado Daniel Bustelo Eliçabe-Uriol.

Para Bustelo, não é recomendável a mediação em caso de violência,

principalmente, em mediação familiar.

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“La violencia es inaceptable y sobre ella no hay

negociación posible. O sea, se toman las medidas

penales correspondientes. La désgracia es que en temas

de violencia familiar es perfectamente conocido que ésta

no cesa como acto voluntario, pues allí se encuentra

inserta parte de su raíz. La promesa de que la última

acción violenta no volverá a repetirse y que el agresor

realmente ama a su víctima y que esto no volverá a pasar

.... hasta la próxima vez en que se repetirá el proceso

cíclico.” (BUSTELO, 1995, p. 49)

Segundo Bustelo o mediador precisa conhecer psicologia para

compreender melhor o que se passa em determinada família e qual a

estratégia mais apropriada para que aquele grupo chegue a uma negociação.

O autor insiste também na necessidade de o mediador conhecer os seus

próprios conflitos para não confundi-los com os de seus mediandos.

Logo, vê-se que a mediação ao se tornar independente do Direito

deixa de ser um simples método “alternativo” ao judiciário para se tornar um

novo saber.

1.2 – O Mediador

O mediador é uma pessoa escolhida para auxiliar os mediandos a

chegarem à solução do problema, além disto, o mediador deve ser visto como

alguém capaz de propiciar às partes a oportunidade de adquirir uma nova

cultura de solução de conflitos, ou seja, deve agir como um agente de

transformação social.

Ele deve agir com imparcialidade e salientar que ele não defenderá

nenhuma das partes em detrimento da outra. Que o propósito dele ali é auxiliá-

las melhor entender suas perspectivas, interesses e necessidades.

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Um mediador deve deter ou desenvolver certas aptidões. Entretanto,

isso não significa que apenas pessoas com um perfil específico devem atuar

como mediadores. Ao contrário, o processo de mediação é suficientemente

flexível para se compatibilizar com diversas personalidades e maneiras de agir.

Cabe ressaltar que mesmo essas pessoas que possuem perfis

conciliatórios inato necessariamente devem participar de programas de

treinamento em habilidades e técnicas autocompositivas.

Há habilidades que um mediador precisa possuir para conduzir a

mediação, contudo, não significa a afirmar que existe um mediador "perfeito".

O mediador deve aperfeiçoar-se técnica e profissionalmente. Com

intuito de motivar, todos os envolvidos no processo de mediação, para que

prospectivamente resolvam as questões sem atribuição de culpa. E estimular o

desenvolvimento de condições que tornem possível a reformulação das

questões diante de eventuais impasses. tratando com imparcialidade todas e

quaisquer questões que estejam influindo na relação social das partes.

O mediador deve deixar claras as questões a cerca da

confidencialidade, ou seja, que não comentará o conteúdo das discussões nem

mesmo em juízo. Isso porque o mediador deve ser uma pessoa com que as

partes possam falar abertamente sem se preocuparem e eventuais prejuízos

futuros decorrentes de uma participação de boa fé na mediação. Entretanto,

deverá pontuar que em caso de crime revelado durante o processo de

mediação o mesmo não poderá dar seguimento e deverá informar as

autoridades competentes.

1.3 – A Comediação

Consiste no modelo em que dois ou mais mediadores dirigem o

processo autocompositivo. Dentre as motivações para a adição de outro

mediador estão: permitir que as habilidades e experiência de dois ou mais

mediadores sejam concentradas para a efetivação dos propósitos da

mediação; proporcionar às partes mediadores com perfis culturais ou gêneros

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distintos, de maneira que elas sintam menor probabilidade de parcialidade e

interpretações tendenciosas por parte dos mediadores e o treinamento

supervisionado de mediadores aprendizes.

A comediação possui as vantagens próprias de um trabalho em equipe

fazendo com que os mediadores percebam com mais facilidades as

oportunidades de melhorias na aplicação de técnicas autocompositivas.

1.4 - O papel do observador

A observação é uma oportunidade de conhecimento e de troca de

informações e experiências entre mediadores.

Ela pode ser o momento de aprendizado de todos os presentes, pois

ao final da sessão, os observadores poderão expor sugestões e dúvidas aos

mediadores, pautando-se na utilização de comunicação neutra e construtiva.

Os mediandos devem ser consultados para se verificar se estes

permitem que novos mediadores possam acompanhar como observadores as

suas sessões.

Os observadores, também, assinarão termo de confidencialidade e não

poderão debater os fatos ocorridos na mediação nem poderão ser chamados

como testemunhas.

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CAPÍTULO II

INTERDISCIPLINARIEDADE

A expressão interdisciplinaridade tem sido cada vez propagada nos

discursos e nas práticas institucionais na intenção de gerar mudanças

qualitativas nas formas de compreender e explicar as complexas demandas

dos usuários assistidos.

De igual forma, a interdisciplinaridade tem se tornado uma alternativa

metodológica de interpretação da realidade por parte de algumas correntes

teóricas nas ciências humanas e sociais que fazem crítica ao modelo

convencional de ciência, a qual foi responsável pela fragmentação do ser e do

saber produzido sobre a realidade.

Sendo esta fragmentação a responsável por excessos de

especializações que invadiram o mundo científico e profissional, tendo como

consequência a redução e superficialidade das teorias explicativas da

realidade humana e social.

“Nas universidades, o debate, quando existe, se

concentra no diagnóstico sobre a excessiva

especialização e a impotência unidisciplinar de responder

às pretensões do conhecimento. A esse respeito

SINACEUR (1977) menciona a “tentação da síntese

precipitada”. (MINAYO, 1994, p. 61)

Contudo, hoje, dá-se o início a um processo reversivo que impõe uma

tomada de decisão em direção à “desreificação” da linearidade do

conhecimento teórico-prático tradicional. Sendo assim, a dinamicidade,

complexidade e heterogeneidade da realidade social denunciam a dificuldade

do método tradicional permanecer-se epistemologicamente supremo no modo

de conceber os supostos e equivocados conhecer absoluto.

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Para não cair na armadilha da banalização e da simplificação é

necessário ter claro que o conceito de interdisciplinaridade é inacabado, por

ser um processo dinâmico, e que ela não é um recurso meramente didático

capaz de integrar e reunir as dimensões particulares dos diferentes saberes

numa totalidade harmônica e nem uma ação meramente técnica que incorpora

elementos de uma teoria em outra apenas como informação, sem que os

pressupostos teóricos e metodológicos das áreas de conhecimento sejam

questionados.

É preciso ter clareza que nenhum trabalho interdisciplinar se efetiva se

não for, primeiro, capaz de transcender a fragmentação do ser e do saber uno

e linear, a autonomização dos vários aspectos de manifestação do real, a

reificação de teorias explicativas da realidade, a hierarquização entre os

saberes e sua relação com o poder.

A utilização de um balizador interdisciplinar não significa,

necessariamente, a constituição de uma “superciência” que elimine as

diferenças e especificidades, mas que as diversas áreas se reencontrem e se

complementem, contraditória e dialeticamente. A interdisciplinariedade não

pode ser concebida ingenuamente como uma panacéia para todos os males

da ciência.

A constatação que precisa ser feita está na premissa de que nenhuma

especialidade é capaz de exaurir uma dada problemática, de forma que o

esforço é sempre aproximativo, acumulativo e processual na busca de um

conhecimento que é sempre relativo e incompleto.

É preciso reconhecer que a interdisciplinaridade não se reduz a um

mero método de investigação, uma técnica didática, um instrumento utilitário,

ou um modelo metodológico capaz de produzir idéias generalizadoras ou

universalizantes.

Do ponto de vista prático frente aos temas complexos de serem

tratados isoladamente, atualmente, os êxitos dependem: da reunião de

pessoas capazes de dialogar e dispostas a isso; de pessoas competentes em

suas áreas disciplinares dispostas a compreender a problemática específica da

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matéria de colaboração; em consequência do diálogo do conteúdo social e

ético da produção científica.

A interdisciplinaridade pode revelar-se, então, como uma alternativa

para transpor as fronteiras instituídas pelos.

“É preciso que cada campo abra sua “caixa preta” para o

outro, criando uma linguagem comum mediante a qual

eles apreendam o construto do outro e o seu próprio,

compreendendo o que cada um está fazendo,

descobrindo e reconstruindo estratégias de ação, tanto no

seu interior de sua própria ciência, como com relação às

outras e ao um mundo do cidadão comum (ETGS, 1995)”.

(SOUZA, 2009, p. 12)

Logo, não significa a perda da sua especificidade e nem apropriação

do saber do outro, como tendencialmente aparece nos discursos e nas práticas

dos profissionais das “psicossociais”.

Ao contrário, a interdisciplinaridade carece da originalidade e da

diversidade dos conhecimentos produzidos. Por isso, ela nunca será imóvel, ou

absoluta e, portanto, qualquer conhecimento adquirido acerca de um

determinado objeto investigado será, sempre, um processo contínuo de

aproximações sucessivas à realidade estudada.

A direção que se precisa seguir está norteada na leitura crítica da

realidade, em sua totalidade e complexidade, que inclui, dialeticamente através:

do resgata e a complexidade e totalidade da vida social; da identificação das

especificidades das diferentes áreas de conhecimento que problematizam os

conflitos; da problematização das peculiaridades teórico-metodológicas, técnicas

e ético-políticas que orientam a escuta e a postura profissional; apreender as

condições objetivas e subjetivas de vida dos usuários, bem como as formas

simbólicas de representação e significação desta realidade pelos outros

profissionais.

Por fim, é preciso salientar que a funcionalidade cada vez mais veloz na

prática científica e as controvérsias acerca da interdisciplinariedade não podem

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e não devem escamotear um debate crítico sobre o esfacelamento do

conhecimento, os encastelamento do saber e poder, a alienação do processo de

conhecimento em relação ao mundo da vida. (MINAYO, 1994)

Fazendo uma analogia sobre os paradoxos da interdisciplinariedade me

lembro de Isaac Newton1 sobre a luz branca. Este modelo pode servir para

compreender melhor a capacidade de integração entre conflitos complexos.

Quando um feixe de luz solar atravessa um prima, expande-se, fazendo surgir

vários outros feixes de diferentes cores. Da mesma forma os conflitos podem ser

interpretados dos mis diversos modos, ou seja, das várias cores.

“Mais importante do que defini-la, porque o próprio ato de

definir estabelece barreiras, é refletir sobre as atitudes que

se constituem como interdisciplinariedade: atitude de

humildade diante dos limites do saber próprio e do próprio

saber, sem deixar que ela se torne um limite; atitude de

espera diante do já estabelecido para que a dúvida

apareça e o novo germine; a atitude de respeito ao olhar do

velho como novo, (...), mais das pessoas que das

disciplinas, que propiciam as transformações, razão de ser

da interdisciplinaridade.” (FAZENDA, 2008, P. 169)

1 Isaac Newton criou um arco-íris em m quarto escuro. Através de um pequeno anteparo deixava passar um feixe de sol. Quando a luz batia na parece do fundo do quarto, as sete cores do espectro ficavam claramente evidentes. Demonstrando, portanto, que a luz branca é composta por uma mistura de diversas cores.

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CAPÍTULO III

A INTERDISCIPLINARIDADE NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser

modificado até que seja enfrentado”

(HAYNES/MARODIN)

Algumas das técnicas utilizadas na Mediação contam com os aportes

da teoria de comunicação. A comunicação é o alicerce de sustentação da

dinâmica da Mediação e carece ser decifrada pelo mediador, a todo instante,

de forma a servir de referencial para a identificação das ferramentas a ser

utilizada podendo ser estas voltadas para o pragmatismo da comunicação,

análise dos discursos ou de sua subjetividade.

O olhar sistêmico é uma das bases para que a Mediação reconheça os

processos multifatoriais dos desacordos (jurídicos, psicológicos, sociais,

sociológicos, econômicos, dentre outros) e os utilize de acordo com sua

necessidade, de maneira a atender aos interesses e necessidades dos

mediandos. Um dos resultados do olhar sistêmico é que mediadores

compreendem que o fato levado à Mediação faz parte de uma cadeia de

acontecimentos que envolvem o passado e futuro e que sua intervenção

acarretará alterações na lógica de desenrolar essa cadeia, com repercussões

sobre um conjunto de pessoas.

A sociologia é imprescindível para se entender a importância das redes

sociais de apoio nos processos negociais. Cabe aos mediadores ficarem

atentos à negociação, em paralelo, ou seja, aquela que os mediandos fazem

com os seus interlocutores (amigos, parentes, colegas de trabalho ou de

crença religiosa, advogados, contadores, todos que direta ou indiretamente

estiverem ligados à negociação). Pois, com essas pessoas os mediandos

estabelecem alianças e constroem leituras acerca do desacordo e sobre o

outro, assim como soluções e posições a serem defendidas. E por vezes, é

necessário auxiliar os mediandos a negociar com sua rede de apoio, mesmo

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que fora da mediação, para que as desavenças possam resultar em

autocomposição.

Quando são identificados, na rede de apoio, fatos de impasses ao bom

andamento do processo o mediador estimulará o diálogo dos mediandos com

suas redes de pertinência e poderá permitir que essas participem da

negociação.

Pautada também no direito a mediação tem como propósito auxiliar as

pessoas a resolverem seus conflitos, através da solução justa, atentando-se

para que as margens legais oferecidas por sua cultura não sejam feridas.

Sempre que necessário, faz-se a solicitação de revisão legal do termo de

acordado, antes de sua assinatura pelos mediandos.

Já nas bases da psicologia, a mediação se apropria das leituras

teóricas sobre o funcionamento emocional humano e valoriza as emoções,

como componente constitutivo dos desentendimentos. Mas as emoções, a

mediação apenas cuida indiretamente ao se propor a trabalhar a restauração

das relações sociais dos envolvidos, como objeto de cuidado.

De igual forma, a mediação se apropria dos saberes do serviço social

para melhor entender as questões sobre as relações de gênero, desigualdades

sociais, subjetividade, relação de poder dentre outros fenômenos que não

teriam visibilidade sem este enfoque.

Na filosofia, além das outras ciências, busca-se preciosas inspirações

para o processo de mediação. Pois, nelas encontra-se o principal instrumento

de trabalho do mediador, as perguntas, que devem ser oferecidas como na

maiêutica socrática2. Sendo essa é o principal objetivo das perguntas na

mediação, ou seja, gerar informação para os mediandos de forma a provocar

reflexão, pois são eles que têm poder de decisão e serão os autores das

soluções encontradas. Dessa forma, auxilia-se os mediandos a flexibilizarem

as ideias trazidas na fase inicial da mediação, momento no qual as reais

necessidades e interesses do outro não estão sendo ainda levados em

consideração.

2 Na filosofia socrática é ate de mostrar ao interlocutor, por meio de perguntas, as verdades do objeto em questão.

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“Quando cada pessoa toma uma posição, raramente

pensa sobre o ponto de vista do outro, e assim

estratégias tais como normalização e mutualizar, que as

auxiliam a olhar para a situação de pontos de vista

diferentes, também ajudam a criar dúvida quanto a

certeza das posições originais (...)

Uma vez que a dúvida tenha sido criada e os disputantes

estejam dispostos a olhar as alternativas, o mediador os

auxilia a solidificar as mudanças mantendo um enfoque

futuro nas discussões” (HAYNES/MARODIN, 1996, p. 20)

Assim, vemos que a mediação é por excelência uma ciência

interdisciplinar, pois abarca em sua estrutura uma série de disciplinas.

“A mediação é tida como um método em virtude de estar

baseada num complexo interdisciplinar de conhecimentos

científicos extraídos especialmente da comunicação, da

psicologia, da sociologia, da antropologia, do direito e da

teoria dos sistemas. E é, também, uma arte, em face das

habilidades e sensibilidades próprias do mediador.”

(VASCONCELOS, 2008, p. 36).

Contudo, o trabalho interdisciplinar requer um esforço para além da

teoria pura. Cabe ao mediador ou a equipe de mediação a busca de um

trabalho em equipe (mediador, comediador, observador).

“Es decir, volcaron en esta experiencia formaciones

anteriores que aportaron miradas nuevas. (...)

Las reuniones de trabajo del equipo aportan un material

riquísimo para la formación toda vez que la búsqueda de

comprensión y lenguaje común entre las distintas

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disciplinas fuerza a un proceso de desestructuración de la

formación universitaria, para volver a repensar los temas

con una mirada más amplia y compleja”.

(HAYNES/MARODIN, 1996, p. 85)

A interdisciplinaridade atribui especificidade e riqueza ao trabalho

revelando-o como motivador de reflexões e palco de embates na medida em

que é espaço de convivência e trabalho de uma massa de diversas áreas do

saber, com origens, formação acadêmica e experiências de vida diversas,

interagindo com pessoas que apresentam toda sorte de sofrimentos expressos

e velados, favorecendo uma restaurada produção coletiva.

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Considerações finais

“Podemos viver sem todos os nossos desejos mas não podemos viver

razoavelmente sem as nossas necessidades”

(HAYNES/MARODIN)

A Mediação nos leva à ética das virtudes, proposta por Aristóteles, ao

requerer das pessoas soluções fundadas no respeito ao outro e no benefício

mútuo pautando-se na boa-fé e na consideração com o outro a cada momento

da convivência.

A evolução do mundo moderno nos oferecem um esbanjamento de

saberes e propostas de ação pautados nos binômios causa/efeito e

problema/resolução; esses saberes e ações não se ocupam, necessariamente,

da sustentabilidade com respeito ao que propunha Aristóteles para combater

as causas ou para resolver os problemas.

A mediação é o instituto que se dispõe a auxiliar as partes a

encontrarem a solução para o problema de maneira que as causas e os efeitos

do passado não se repitam ou sejam versados de modo que não comprometa

a sustentabilidade da convivência pacífica. E seu objetivo principal não é a

busca do direito a ser empregado ao conflito, mas a harmonia das partes

envolvidas no conflito, a partir de uma solução adequada – justa - a ambos e

que consinta a continuidade das relações envolvidas, sempre que possível.

A mediação em si tem caráter transformativo e restaurativo,

independentemente da escola teórica que a norteie ou da metodologia

utilizada.

Desta forma, creio que para se edificar um padrão de justiça que

conjugue interdisciplinarmente o espaço jurídico-legal às outras esferas da vida

social se faz necessário admitir que os saberes sejam jurídico, psicológico e

social devemos buscar a unicidade da essência humana e social dos sujeitos

judicializados.

A metodologia deverá ter um enfoque interdisciplinar para que o

enfrentamento das questões propostas na mediação sejam eficazes na

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solução de conflitos sociais que envolvam relações de afetividade ou

proximidade através de uma comissão interdisciplinar de mediadores.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Processo De Mediação De Conflitos 09

1.1 - Diferentes modelos de mediação 11

1.2 – O Mediador 12

1.3 – A Comediação 13

1.4 - O papel do observador 14

CAPÍTULO II - Interdisciplinaridade 15

CAPÍTULO III – A Interdisciplinaridade Na Mediação De Conflitos 19

CONCLUSÃO 23

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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Avaliado por: Conceito: