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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A ARTETERAPIA NO ENSINO DAS PARÁBOLAS Por: Suely Cássia Câmara Fernandes Orientador: Professora Geni Lima Niterói 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A ARTETERAPIA NO ENSINO DAS PARÁBOLAS

Por: Suely Cássia Câmara Fernandes

Orientador: Professora Geni Lima

Niterói

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A ARTETERAPIA NO ENSINO DAS PARÁBOLAS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Arteterapia em Educação e Saúde.

Por: Suely Cássia Câmara Fernandes

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AGRADECIMENTOS

A Deus, meu Mestre e Senhor da minha vida, pelas inspirações.

Aos meus pais, Nilson e Mercedes.

A minha família, Julio Cesar, Vanessa e Clarissa pelo incentivo.

A minha irmã Suzane pelo apoio incondicional.

A minha sobrinha Letícia pelos ensinamentos sobre a arte.

A Professora Geni Lima, pela orientação, pelo carinho e atenção dada.

A todos os professores da Pós-Graduação que atuaram junto à turma N028 e

em particular a Professora Maria Cristina Urrutigaray, pelo esclarecimento de

como um arteterapeuta deve atuar e pela profundidade das suas aulas e

também a Professora Marise Piloto que com simplicidade e sapiência ajudou

na conclusão desta monografia.

Aos colegas de turma, pelas trocas e incentivos.

Aos padres de minha Paróquia, especialmente ao padre Akácio pela

generosidade de seus ensinamentos e disponibilidade de seus livros.

A minha amiga e professora Mariana pela paciência na procura e empréstimo

de livros.

Pelos alunos da evangelização, pelo muito que tenho apreendido com eles.

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DEDICATÓRIA

Ao meu marido, amigo e companheiro pela compreensão, apoio e ajuda em

meus estudos.

As minhas queridas filhas e amigas verdadeiras por me mostrar as alegrias nas

pequenas coisas, e se colocarem como cobaias nos meus experimentos.

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EPÍGRAFE

Lapidar minha procura toda, trama lapidar o que o coração, com toda

inspiração achou de nomear,

Gritando: alma!

Recriar cada momento belo já vivido e ir mais atravessar fronteiras do

amanhecer e ao entardecer olhar com calma, então.

Alma vai além de tudo o que o nosso mundo ousa perceber,

Casa cheia de coragem, vida tira a mancha que há no meu ser,

Te quero ver, te quero ser

Alma!

Viajar nessa procura toda de me lapidar

Neste momento agora de meu recriar de me gratificar,

Te busco, alma, eu sei.

Casa aberta onde mora um mestre, o mago da luz,

Onde se encontra o templo que inventa a cor,

Animará o amor, onde se esquece a paz.

Alma vai além de tudo o que o nosso mundo ousa perceber,

Casa cheia de coragem, vida todo o afeto que há no meu ser,

Te quero ver, te quero ser,

Alma!

Milton Nascimento - ANIMA

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RESUMO

O presente trabalho constitui-se uma pesquisa bibliográfica a respeito da

Arteterapia, que se serve do recurso expressivo a fim de estabelecer conexão

entre os mundos internos e externos do indivíduo através da sua simbologia

levando a autoexpressão. A arte é usada como auxiliar no ensino Evangélico,

aqui tratando-se das Parábolas, englobando vivências e reflexões acerca da

Doutrina Cristã. Diante dos apelos da Igreja de fazer uma catequese mais ativa

e menos escolarizada, a Arteterapia vem nesse segmento tornar os encontros

mais agradáveis permeado por dinâmicas.

Pretende-se superar as diversas barreiras da comunicação, constituindo

pontes, notada e particularmente em relação a evangelização, transformando

esse encontro religioso num momento especialmente lúdico, participativo e

interativo.O uso dos materiais arteterapêuticos são eminentemente elementos

facilitadores no processo de ensino/aprendizagem. Conclui-se, assim, o

presente trabalho na necessidade de uma proposta integradora, no

fortalecimento da assimilação da Boa Nova Cristã.

Palavras Chave: expressivo, conexão, simbologia, autoexpressão, arte,

vivências, reflexões, comunicação, pontes, lúdico, facilitadores, aprendizagem.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada deve-se a busca de diversos livros sobre

evangelização de adolescentes, assim como dinâmicas e vivências acerca de

temas propostos, no caso aqui, as Parábolas Cristãs. Usou-se também

gravações em sala de aula discorrendo acerca da Arteterapia como auxiliar na

aprendizagem e no autoconhecimento.

Torna-se importante ressaltar que foi utilizada pesquisa junto aos padres da

Paróquia de Itaipu – Niterói, fazendo-se necessário a utilização de periódicos,

Bíblia e empregando também essas pesquisas junto aos adolescentes na

intenção de fazê-los perceber a grandeza das Parábolas na vida de cada um.

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SUMÁRIO

Introdução 10

Capítulo I

A Arteterapia como instrumento facilitador na Evangelização 12

Capítulo II

As Parábolas de Jesus 19

Capítulo III

A arteterapia no ensino das Parábolas:

As vivências e as Técnicas 28

Conclusão 31

Bibliografia 33

Índice 35

Folha de Avaliação 36

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“Acho impossível que um indivíduo contemplando o céu possa dizer

que não existe um Criador”.

Abraham Lincoln

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho pretende-se mostrar que é possível evangelizar

adolescentes e adultos de uma forma mais dinâmica e participativa com o

auxílio da arteterapia. De modo geral, a obra de arte tem como uma de suas

peculiaridades a capacidade de romper a barreira do tempo, do espaço e do

lugar, preservando uma impressionante atualidade. A arte sempre esteve

presente na vida de todos, seja através de belas imagens ou esculturas, seja

através do espaço – aqui referido como Igreja – seja através das mais belas

parábolas deixadas pelo Mestre Jesus. Essa questão é o ponto de partida

desta monografia, e é acerca desse tema – as parábolas – o qual intenta-se,

aqui, reflexionar. Na verdade, apenas três das parábolas constantes do

Evangelho serão abordadas no presente trabalho.

Várias são as formas de conduzir os adolescentes a experienciar os

ensinamentos de Jesus. Uma delas, partindo da premissa de contemplação da

obra de arte mais bela e perfeita, ou seja, o ser humano em sua totalidade,

com seus desejos e suas limitações, mas amado por Jesus que era o Mestre

do Amor, porque considerava cada pessoa como um ser especial e não

apenas como mais um número na multidão, como ressalta Cury (2006, p.52).

Com maestria, Jesus contava e encantava a todos, pois abordava temas

que eram considerados proibidos à sua época. Ele suscitava a curiosidade e a

liberdade de expressão de cada indivíduo, levando-os a questionamentos

acerca do verdadeiro amor com o próximo e consigo mesmo. O amor, e não o

temor, era o tema de todas as suas parábolas. O uso da emoção ao contar as

parábolas, com a genialidade e a perspicácia desse revolucionário, Jesus,

fazia com que as mesmas penetrassem profundamente no coração de cada

um que as ouvia.

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Destarte, proceder-se-á uma coleta de dados bibliográficos, periódicos e

anotações em sala de aula, para esta monografia do Curso de Especialização

Lato Sensu em Arteterapia em Educação e Saúde, no Instituto A Vez do

Mestre.

O presente trabalho encontra-se dividido em três partes. No primeiro

capítulo, conceitua-se a arteterapia estabelecendo-se como instrumento

facilitador na evangelização, e realizam-se considerações acerca do porquê da

arte ser terapêutica e a utilização da mesma na Igreja. Postula-se, no segundo

capítulo, como Jesus usava sabiamente a arteterapia com seus discípulos e o

caráter arteterapêutico das parábolas, tendo por fundamento que a contação

das parábolas são pedagógicas e terapêuticas apontando sempre para

possíveis mudanças.

A vivência e a técnica da arteterapia usada com os adolescentes na

crisma, ajudando-os a formar, informar, transmitir saberes, lições e amor, é

abordada no terceiro capítulo. Este, o amor, deveria reger todos os

relacionamentos saudáveis, pois, “muitos nem mesmo conseguem amar a si

mesmos, quanto mais as pessoas de fora” (ibidem p.55). Com o auxílio

indispensável das técnicas e vivências da arteterapia, deseja-se resgatar

através da evangelização, valores de amizades, ética, respeito pelo próximo,

atentando para estes ensinamentos e explorá-los da melhor forma possível,

ajudando na construção de um mundo mais fraterno e justo.

Assim sendo, usando a verdadeira dedicação ao projeto monográfico aqui

posto em prática, espera-se o aprofundamento reflexivo acerca do tema

proposto, buscando luzes e contribuições além daquelas utilizadas na

referência bibliográfica, como também da sala de aula através dos excelsos

mestres desta conceituada instituição.

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CAPÍTULO I

A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR NA

EVANGELIZAÇÃO

O CONCEITO

Com o intuito de estabelecer a arteterapia como instrumento facilitador,

faz-se necessário discorrer sobre a definição de arte e o caminho trilhado até a

arteterapia, e de quando a mesma se transforma em elemento mediador no

processo terapêutico do indivíduo em busca de sua autonomia, na família, na

comunidade, nas instituições, em si mesmo. No que diz respeito às

instituições, aqui, tem-se como objeto de estudo e pesquisa a evangelização

de adolescentes e adultos na Crisma, na igreja católica, sendo permeada pela

arteterapia. Estes são os temas sobre os quais versa esse primeiro capítulo.

O que é arte? De acordo com a enciclopédia Larousse, arte é a

expressão de um ideal de beleza nas obras humanas. Tolstoi (2002) afirma ser

a arte a atividade humana através da qual o homem, conscientemente,

comunica a outros os sentimentos que vivenciou, para que, assim, possa levá-

los a experienciar esses sentimentos, contaminando-os. De qualquer forma, a

arte está sempre associada ao belo, ao divino, a uma necessidade de

conexão, identificação, ou, ainda, rejeição, daquele que produz a arte (o

artista) com o seu entorno.

Arte (latim Ars, significando técnica e/ou habilidade) geralmente é

entendida como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética,

com o objetivo de estimular essas instâncias de consciência em um ou mais

espectadores; possui função transcendente. Como postulado pelo fundador da

semiótica Peirce,(1878) manchas de tinta sobre uma tela ou palavras escritas

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sobre um papel simbolizam estados de consciência humana, abrangendo

percepção, emoção e raciocínio, os quais implicam na principal razão da arte.

Segundo Philippini, (1995) no século 5 A.C. existem registros da arte

sendo usada na Grécia, como um recurso terapêutico para promoção,

manutenção e recuperação da saúde. Desde aquela época a arte era

considerada como reveladora, transformadora e colaboradora na construção

de seres mais criativos e saudáveis, desenvolvendo a sensibilidade, a

criatividade; constituindo um diálogo entre o indivíduo e a sua vida interior. A

arte como a expressão mais pura, é um dos caminhos possíveis para o

autoconhecimento.

A arteterapia constitui a arte pela arte, a qual pressupõe a análise do

processo criativo, e não a criação em si. Assim, as diversas manifestações

artísticas, quais sejam, desenho, pintura, escultura, artes cênicas, técnicas e

dinâmicas compõem as possibilidades de expressão do indivíduo para seu

bem estar. “A função do arteterapeuta, neste contexto, será a de um

facilitador do processo, trazendo ao espaço terapêutico múltiplos materiais,

para adequar-se à produção de cada indivíduo”, Philippini (1995).

Os materiais utilizados, que possibilitam contato com o mundo interno

de cada um e que provocam reações sensoriais, já devem ter sido

vivenciados pelo arteterapeuta. Por isso reputá-lo facilitador, porque já tem

um prévio conhecimento do material. Consequentemente, através da

arteterapia, de suas múltiplas formas de expressão é possível estabelecer a

ponte entre o arteterapeuta e o indivíduo submetido a essa forma de terapia.

Assim, esse processo de arte e terapia, na verdade, promove o resgate,

a percepção para elementos até então obscuros no universo do indivíduo.

Ele traz para fora “coisas” guardadas no inconsciente, mostra o porquê de

determinado comportamento, sentimentos de rejeição, menosvalia etc. A

arteterapia mexe com o inconsciente, com o que estava latente, adormecido,

esquecido em algum lugar.

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A prática dessa terapia é assim definida pela Associação Americana de

Arteterapia :

“Arteterapia é uma profissão de serviço humano que utiliza meios de

arte, imagens, processo artístico criativo e respostas paciente/cliente

para as produções criadas como reflexões do desenvolvimento,

habilidades, personalidades, interesses, preocupações e conflitos de

um indivíduo. A prática da arteterapia é baseada no conhecimento

das teorias psicológicas e desenvolvimento humanos, as quais são

implementadas no espectro completo de modelos de avaliação e

tratamento incluindo o educacional, psicodinâmico, cognitivo,

transpessoal e outros meios terapêuticos de reconciliar conflitos

emocionais, promover autoconsciência, desenvolver habilidades

sociais, conduzir comportamento, resolver problemas, reduzir

ansiedade, auxiliar a orientação da realidade e aumentar a

autoestima. (American Art Therapy Association, 1997)”.

A arteterapia tem sua origem na Antroposofia de Rudolf Steiner,

segundo o qual o homem é considerado um ser espiritual constituído de

alma e corpo vivo, onde através dos elementos (cor, forma, volume,

disposição espacial, etc.) na terapia artística, possibilita que a pessoa

vivencie os arquétipos da criação, ou seja, re-conecte-se com as leis que

são inerentes a sua natureza.

Freud de 1906 a 1913 aponta a comunicação simbólica como função

catártica. Jung na década de 20 começa a utilizar a arte como parte do

tratamento psicoterápico. O recurso da arte aplicado à psicopatologia

originou-se quando Jung passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma

de atividade criativa e integradora da personalidade. “Arte é a expressão

mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a

liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida”, (Olivier, 2007).

Segundo a autora supracitada, a Arteterapia é uma Ciência

fundamentada em Medicina, Psicologia e Artes em geral, que estuda e

pratica os meios adequados para aliviar ou curar os indivíduos por meio da

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expressão da arte, trazendo à tona uma idéia, trauma, fobia etc., em uma

catarse psicanalítica. O que a diferencia da Arte como Terapia é o fato de

analisar o processo criativo em si e não a criação.

A arte é um bálsamo, um remédio para a alma sofrida, pois através dela

nos conectamos com o que há de mais belo ao nosso redor. Olhar as mais

belas pinturas, esculturas nos remete ao artista, que com tanta criatividade

presenteia a humanidade com belíssimas obras, haja vista, o Pensador de

Rodin, Pietá de Michelangelo, A sesta de Van Gogh, Eros e Psique de Münch

onde a dor e o trágico permeiam seus quadros.

Movimentos artísticos como o Surrealismo e o Expressionismo vão

buscar a arte como expressão mais direta do inconsciente, ou no caso dos

expressionistas, na arte como expressão direta dos sentimentos (como em

Münch, Nolde) e a produção artística como resultado de uma verdade interior

(em Kandinsk).

1.1. O porquê da arte ser terapêutica

Urrutigaray, diz a respeito da arte ser terapêutica:

“Fazer arte” num sentido literal envolve vários níveis humanos como o

sensório-motor, o emocional, o cognitivo e o intuitivo. Através da

atividade com arte o sujeito transforma a realidade e a si mesmo,

promovendo o desabrochar da percepção, da organização e

ordenação de seu pensamento, possibilitando a compreensão do

momento circunstancial, bem como da dimensão de si mesmo.

(Urrutigaray, 2006 p 37).

A arte mexe com os afetos. Cria a percepção para aquilo que a pessoa

está sentindo. Isso é um caminho para a saúde. Permitir voltar a entender

quem realmente se é. “A arteterapia alcança sua meta como função

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terapêutica por permitir essa passagem de um conteúdo inconsciente, não

assimilado, aumento da motivação, transmutado ou transformado em outro

conscientizado”.(ibidem, p.25). A arte é terapêutica no momento em que

desperta o interesse para solucionar os conflitos internos. Ela permite ao

indivíduo se reestruturar, a buscar a individuação através dos materiais

plásticos apresentados.

Portanto, é possível tratar o paciente cujo objetivo é remeter a um

determinado problema ou comportamento. Por meio da arte, apresenta-se a

possibilidade de um caminhar terapêutico, processual, que tem a intenção de

transformar as dificuldades manifestadas em exercícios que cheguem aos

processos de mudanças, norteados sempre por um propósito de se buscar um

bem estar, uma atitude interior positiva, recuperada.

Desenvolvendo seu potencial, o homem torna-se capaz de descobrir

modelos de superação para seus problemas. “Tal como um “escultor”, o

trabalho realizado visa que sua subjetividade vá “esculpindo” suas escolhas,

adquirindo sua liberdade, autoconfiança, sua individuação”... (ibidem, 2006).

Facilitar o processo arteterapêutico através da consciência corporal, com

exercícios de relaxamento das tensões e colocação da respiração em estágios

lentos e profundos para facilitar desbloqueios, permitindo uma abertura à

criatividade e a imaginação de cada um, fazendo surgir personagens e

possibilidades antes desconhecidos.

Urrutigaray (2006) discorre sobre como a criatividade da imaginação

permite levantar hipóteses sobre certas configurações viáveis a serem

materializadas, ou seja, um pensar específico intentando um fazer concreto. A

autora postula a necessidade do exercício imaginativo, a inclusão de critérios

formais de significação, o que corresponde à finalidade do trabalho com arte. O

uso dos materiais, as artes cênicas, dança etc, permitem um equilíbrio e a

harmonização interna do indivíduo. Consequentemente, esses são fatores os

quais apontam e ratificam a razão do uso da arte como elemento

eminentemente terapêutico.

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1.2. A arteterapia na Igreja

A igreja aqui referida trata-se da Igreja de São Sebastião de Itaipu, em

Niterói, Rio de Janeiro; cujos padres pertencem à Ordem Palotina (São Vicente

Palloti). Segundo O Catecismo da Igreja Católica, a palavra Igreja ekklésia,

(grego ekkaléin – chamar fora) significa convocação. E é dentro desse contexto

que via de regra o templo convoca os seus fiéis para renovar os votos de fé,

prestar culto, louvar e agradecer a Deus. Dessa forma, justifica-se o encontro

para a Crisma, a qual constitui uma oportunidade para o aprofundamento e

vivência do estudo da Doutrina Cristã. Nessa conjuntura, adolescentes e adultos

são convidados à reflexão e aplicação dos ensinos evangélicos.

Participar da realidade deste momento na vida dos adolescentes significa

ouvir, dialogar, refletir e vivenciar o respeito, a amizade. Partindo dessa

premissa, verifica-se que a catequese não pode ser um lugar para se decorar

fórmulas de rezar. Através das parábolas de Jesus (estudo detalhado a ser feito

no capítulo seguinte desta monografia) as quais remetem a uma história de

transformação, permite-se captar a essência dos ensinos cristãos para a

aplicação deles na vida dos crismandos. Destarte, utiliza-se a arteterapia como

processo de aprendizagem catequética mais dinâmica para os jovens.

“Pelo fato de ter lidado com religião, alquimia, espiritualidade e coisas

semelhantes, alguns críticos qualificaram Jung de místico ao invés de

cientista. No entanto, está bastante claro que a atitude de Jung foi

sempre a de um investigador mais do que a de um crente ou

discípulo. Ele via tais sistemas de crença como expressões

importantes de ideais e aspirações humanas, como dados que não

deveriam ser ignorados por qualquer pessoa que se interessasse por

toda a amplitude do pensamento e do comportamento humanos”,

(Fadiman & Frager,2006).

Assim, a crença como elemento expressivo e relevante nas aspirações

humanas, presta-se ao re-ligare que se constitui a ligação do indivíduo com

Deus. A religião como meio catalisador de sentimentos, comportamentos,

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eminentemente cristãos, indo ao encontro das expectativas daqueles que

promovem a educação moral (no sentido de que todos, evangelizandos e

evangelizadores compartilham a oportunidade de aprendizagem conjunta)

implica a vivência dos ensinos evangélicos e a sua divulgação pela

exemplificação, ou seja, pela compreensão mais profunda da Doutrina Cristã

que pressupõe a observância da Lei de Deus, contida, particularmente, no

Decálogo (recebido por Moisés).

Canalizar a energia dos adolescentes para dinâmicas e jogos que os

levem a interpretar as parábolas e trazê-las para os dias atuais é uma das

ferramentas da arteterapia. Ela vem sacudir, fazer pensar e atualizar os

pensamentos, o comportamento diante do mundo que oferece tantas

vantagens e seduções. Como educar num tempo em que a aparência vale

mais do que a essência e a competição e o individualismo ditam regras dos

relacionamentos? É aqui que a educação moral se faz presente, na busca pelo

ser, em detrimento do ter.

Aprender a contemplar o que é belo, a expressar-se enquanto indivíduo

atuante na Igreja, na sociedade é o desejo de todo ser humano. Ao participar

dos encontros da crisma, os adolescentes se sentem compelidos a

questionarem, mas tendo sempre por base a Bíblia que reúne narrativas de

diferentes gêneros literários. A ênfase é dada na exposição doutrinal, para

aprofundar o conhecimento e amadurecimento da fé.

“O aluno é criativo e tem experiências próprias, possui valores

adquiridos em casa, na rua, na igreja, na própria escola, na vizinhança

em que mora, e essa mistura de vivências vai formando seu caráter e

desenhando seu perfil enquanto ser humano, enquanto indivíduo ativo

e capaz. É preciso acreditar em seu poder transformador, em seu

potencial para que possa crescer e tornar-se cidadão presente e ativo

na formação da sociedade”. (Costa, 2006).

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CAPÍTULO II

As Parábolas de Jesus

Pretende-se, nesta seção, apreciar o ensino parabólico de Jesus como

caminho para educação moral do indivíduo, apresentar as três parábolas

selecionadas para o presente trabalho, as quais foram utilizadas, dentre

outras, na evangelização, ressaltando o ensinamento a ser verificado em cada

uma delas.

Toda parábola tem uma ideia e uma comparação com um fato. A

comparação está a serviço do sentido de vida e de uma proposta para a

transformação da sociedade. Como Jesus usou as parábolas? Fez

comparações a partir da realidade e da vida dos camponeses da Galiléia.

Utilizou imagens da vida diária (normal) da realidade do povo. Todos entendem

as parábolas? Parece que os ouvintes (o povo da época) compreenderam o

sentido das parábolas superficialmente, sem acolher mais profundamente a

mensagem. Isto exigiria uma mudança radical de vida. Uma parábola não

contém uma só e determinada mensagem, como uma fórmula fechada.

A parábola é aberta, feita para provocar a reflexão e a tomada de atitude

das pessoas. As parábolas são: um instrumento de diálogo, elaboradas a partir

da experiência de vida, que tem a intenção de levar a conversão e a ação.

Jesus, por três anos, falou muitas vezes aos homens: pronunciou palavras

celestes, semeou-as por entre pessoas de “pouca inteligência”, anunciou um

programa de paz, mas ofereceu o Seu patrimônio divino, de certo modo

adaptando-se à mente de quem o ouvia, e as parábolas dão testemunho disso.

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Diz-nos Medeiros e Branco que “algumas civilizações antigas utilizavam

os contos, as parábolas e as fábulas como meio de ensinamento às gerações

mais jovens. Por meio da tradição de se contar histórias, tendiam a perpetuar

por todas as outras gerações a vida de seus antepassados”.(2008, p.33).

O Semeador – Lucas 8, 5-18

“Saiu o semeador a semear sua semente. E ao semear, parte da

semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram.

Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade. Outra

caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na.

Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por

um”.Dito isto, Jesus acrescentou alterando a voz: “Quem tem ouvidos para

ouvir, ouça!”

Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola. Ele

respondeu: “A vós é concedido conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas

aos outros se lhes fala por parábolas; de forma que vendo não vejam, e

ouvindo não entendam.”

“Eis o que significa esta parábola: a semente é a palavra de Deus. Os

que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o

demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem.

Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de

Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque crêem até certo

tempo, e na hora da provação a abandonam. A que caiu entre os espinhos,

estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho são

sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos

não amadurecem. A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com

coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança”.

“Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo

da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. Porque

não há coisa oculta que não acabe por manifestar, nem secreta que não venha

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a ser descoberta. Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver, lhe será

dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado”.

Este texto reflete a preocupação de Jesus em fazer com que o ouvinte

entendesse a parábola. Ele faz analogia com uma semente que quando

plantada em terra adubada e preparada para o plantio e regada, brota e dá

bons frutos. Essa terra é o coração, a mente das pessoas. Para receber a

palavra teria que primeiro fazer um trabalho para que a parábola fosse

assimilada e posta em prática. A atenção de Jesus era a transformação da

pessoa moralmente, resgatar o ser humano e conscientizá-lo do seu valor.

Parábola da ovelha perdida – Lucas 15,1-10

Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-Lo. Os

fariseus e os escribas murmuravam: “Este homem recebe e come com

pessoas de má vida!”

Então lhes propôs a seguinte parábola: “Quem de vós que, tendo cem

ovelhas e perdendo uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai

em busca da que se perdeu, até encontra-la? E depois de encontra-la, a põe

nos ombros, cheio de júbilo, e, voltando para casa, reúne os amigos e vizinhos,

dizendo-lhes: regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido.

Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer

penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de

arrependimento”.

Com esta pequena dissertação, Jesus alerta que o que interessava

mesmo era o resgate dos pecadores, aqueles que viviam à margem da

sociedade, os excluídos por sua condição social e comportamento. Aqueles

que viviam sem moral, mas eram oprimidos, Jesus vinha para amá-los e fazê-

los refletir sobre seus hábitos.

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Parábola do filho pródigo – Lucas 15, 11-32

Disse também: “Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu

pai: Meu pai dá-me a parte da herança que me toca. O pai então repartiu entre

eles os haveres. Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu

o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna,

vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região

uma grande fome e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se ao serviço de

um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos

guardar os porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam,

mas ninguém lhas dava. Entrou então em si e refletiu: Quantos empregados há

na casa de meu pai que têm pão em abundância... e eu, aqui, estou a morrer

de fome! Levantar-me-ei e ire a meu pai, e dir-lhe-ei: Meu pai, pequei contra o

céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a

um dos seus empregados. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava

ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao

encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse, então: Meu

pai, pequei contra o céu e contra ti; já sou digno de ser chamado teu filho. Mas

o pai falou aos servos: Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e

ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. Trazei também um novilho

gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. Este meu filho estava morto,

e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa. O filho mais

velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as

danças. Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. Ele lhe explicou:

Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o

reencontrou são e salvo. Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai

saiu e insistiu com ele. Ele, então, respondeu ao pai: Há tantos anos que te

sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito

para festejar com os meus amigos. E agora, que voltou este teu filho, que

gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho

gordo! Explicou-lhe o pai: Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é

teu. Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e

reviveu; tinha se perdido, e foi achado”.

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Esta parábola mostra a flexibilidade do pai para com o filho. Este por sua

vez quer ir para o mundo, com sua herança, e gastar todo o dinheiro de acordo

com sua vontade. Ele vendo que quando o dinheiro acaba as “amizades”

também, reflete sobre a posição do ser humano e como o pai o tratava e

também aos empregados. Decide voltar para casa quando é surpreendido com

o amor do pai, sem cobranças, mas com verdadeira alegria a ponto de fazer

festa para o filho que estava afastado e que retorna de acordo com sua

vontade. Jesus nesta parábola não faz distinção daquele que estava afastado

das Leis de Deus. Ele impele o indivíduo para que sua conduta seja plena,

tranquila, que pudesse viver dignamente.

2.1.O Grande Arteterapeuta: Jesus

Cury disserta sobre Jesus:

“O Mestre da Vida, Jesus Cristo, era profundamente apaixonado pela

espécie humana. Dava uma atenção especial a cada pessoa

indistintamente. Por onde transitava, seu objetivo era abrir os portais

da mente de quem encontrava e aumentar sua compreensão sobre a

vida. Não era uma tarefa fácil, pois as pessoas viviam engessadas

dentro de si mesmas, tal como hoje muitas continuam travadas na

arte de pensar”. (2006, p.17).

E Jesus vem justamente mostrar que é possível transformar, mudar,

melhorar o interior, o pensar, o agir. Ele trabalhava a mente das pessoas

através do contato com a natureza, sensibilizando-as com parábolas,

histórias contadas com amor, mas com firmeza no que estava dizendo, o que

estava sentindo. Jesus orientava os pensamentos para que os que o

seguissem fossem mais fraternos. Que tivessem a percepção de desenvolver

os pensamentos usando o coração.

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“O homem Jesus perscrutava os comportamentos humanos e

analisava as causas que os sustentavam. Percebeu que o ser

humano estava doente em sua alma. Doente pela impaciência,

rigidez, intolerância, dificuldade de contemplar o belo, incapacidade

de se doar sem esperar a contrapartida do retorno”. (ibidem, p.44).

Vive-se rígido envolto em problemas, doenças. A apatia e a paralisia

afetiva tomou conta do mundo e a preocupação é tão somente com o ter.

Jesus em sua época fazia uso muito inteligentemente da arteterapia com seus

discípulos. Ele os fazia observar a si mesmos, as suas condutas, o seu falar e

pensar. Não julgava, ao invés, contava histórias que os levassem às reflexões

sobre seus comportamentos e acima de tudo, falava do amor. Educava as

pessoas com amor. Amava-as apesar de haver tanta discriminação e

preconceito, como corrobora Cury, “O Mestre do Amor se fez pequeno para

tornar grandes os pequenos”. (ibidem, p.45)

Jesus fazia jogo com as palavras, suscitava dúvidas, para que seus

discípulos fizessem perguntas, Ele os deixava atônitos para depois fazer uso

das parábolas. Cury assevera que, “Jesus usava a arte da dúvida para

remover os preconceitos, depois falava sobre a fé” (ibidem, p.21). Nise da

Silveira nos fala que Jung considerava que “a fé é um carisma não concedido a

todos, mas o homem possui o dom do pensamento, que lhe permite lutar em

busca das coisas mais altas”.(2007, p.128). Lutar pelo bem estar físico e pelo

psíquico. Estar pleno para que possa se amar e ao próximo também.

Cristo tinha palavras incomparáveis e revolucionárias, porém com

capacidade suficiente para abrir os olhos e os sentidos de muitas pessoas.

Segundo Cury, “Jesus desejava que o ser humano fosse autor da própria vida,

capaz de exercer com consciência seu direito de decidir”. (ibidem, p.17).

Esmiuçando as mentes, os corações, as almas tão sofridas, Ele

estabelecia pontes entre razão e emoção na busca do equilíbrio, do bem estar,

como analisa o autor supracitado, “Jesus tinha muito para ensinar a cada

pessoa mas nunca as pressionava para que estivessem aos seus pés

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ouvindo-o”. O amor, e não o temor, era o perfume que esse fascinante mestre

exalava para atrair as criaturas e faze-las verdadeiramente livres.

“O mestre da Vida, independentemente da questão espiritual, foi a

pessoa que mais soube preparar líderes. ...Seu alerta preparava os

discípulos para reconhecer seus limites, supera-los e nunca desistir

de suas metas. Ele lapidava a personalidade de pessoas difíceis.

Treinava-as com suas ricas palavras e seus laboratórios de vida para

serem líderes do próprio mundo”. (ibidem, p.69)

O ato de se contar histórias ou parábolas já abre os ouvidos, desperta o

inconsciente para que possamos estar atentos às captações de todos os

sentidos, a criatividade é aguçada, assim somos levados pela imaginação

através da história. Destarte, “as histórias ajudam a desenvolver o potencial

criativo do indivíduo e seu intelecto, tornando claras suas emoções,

possibilitando-o, assim, a enxergar o que antes lhe era difícil: a solução dos

problemas”.(Medeiros e Branco 2008 p.35).

O Mestre Jesus esculpia as emoções em seus discípulos através de

parábolas, mas também trabalhando as zonas de tensão em suas mentes, ou

bloqueios para determinados trabalhos. Nise da Silveira discorre acerca de

Jung, quando fala sobre religião: “Jung usava a palavra religião no sentido de

religio (re e ligare), tornar a ligar. Religar o consciente com certos fatores

poderosos do inconsciente a fim de que sejam tomados em atenta

consideração. Estes fatores caracterizam-se por suas fortíssimas cargas

energéticas e intenso dinamismo”.(2007 p.126).

O amor é que nos move. Ele é como um dínamo, ou seja, está sempre

em movimento, vivo, latente, precisa apenas que seja conduzido de forma

sábia essa energia que nos faz viver em comunhão plena com Deus e

principalmente com nós mesmos.

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2.2. O caráter arteterapêutico das parábolas

As parábolas são pedagógicas e terapêuticas no sentido que levam a

descoberta de si mesmo, suas potencialidades, flexibilidades e sensibilidades.

Cria um dinamismo, um estado de ânimo, como diz-nos Medeiros e Branco:

“Este ato de contar histórias, como meio de afagar a alma, seja por

meio de uma moral ou divertimento, geralmente apresentava uma

figura significativa dentro da narração, o herói, que, em alguns

momentos, era representado encarnando as forças da natureza e, em

outros momentos, encarnando aspectos da condição humana – de

acordo com os problemas a serem solucionados – e que faz parte do

inconsciente coletivo, ou seja, faz parte da realidade vivida pelo

homem”.(2008, p.33)

Este efeito terapêutico só é possível quando a pessoa se dispõe a ouvir,

quando não estabelece padrões de comportamentos para que possa

transcender em suas emoções. Deste modo, “Jesus quebrava constantemente

os próprios paradigmas. Não havia rotina. Seus gestos e comportamentos

surpreendiam de tal modo seus discípulos, que, pouco a pouco, foram

lapidando suas personalidades”(Cury, 2006 p.22). A intenção é vencer o

engessamento que toma conta das mentes ganhando com isso uma qualidade

de vida. Jesus respeitava a individualidade de cada um, queria quebrar a

paralisia afetiva, vencer as barreiras da emoção.

Urrutigaray disserta que “a arte, como função terapêutica e pedagógica

tem muito a contribuir nessas mudanças de atitude e comportamento,

favorecendo o desenvolvimento pessoal”. (2006 p.94). Assim, Jesus indicava

nas parábolas que atitude deveria tomar para se libertar da escravidão, dos

vícios e dos preconceitos. Ele usava uma linguagem muito clara, direta, a da

emoção. Os discípulos “aprenderam a não ter medo de admitir as próprias

fragilidades e de expressar seus sentimentos. Aprenderam a não ter medo de

amar e chorar”. (Cury, 2006 p.63). Saber expressar os sentimentos, aprender a

detectar o que está acontecendo, e exterioriza-los, era assim que Jesus queria

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que todos exercessem a sua condição de seres humanos com dignidade e

amor por si mesmos.

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CAPÍTULO III

A Arteterapia no Ensino das Parábolas:

As Vivências e as Técnicas

Pretende-se neste capítulo mostrar como se vivencia as parábolas e

quais as técnicas utilizadas para sua apreensão. Nas reuniões com os

crismandos, utiliza-se músicas que possam relaxar, e então são contadas as

parábolas para que sejam assimiladas e postas em prática no dia a dia de

cada adolescente. As emoções são canalizadas no sentido de aprender a

interpretar as parábolas e direcioná-las em atividades artísticas específicas e

onde elas poderão ser úteis na vida de cada participante. Com as vivências e

as técnicas, visa-se estimular a aprendizagem de uma maneira lúdica, mais

participativa, real e prazerosa.

3.1.O Desenvolvimento das atividades

Na primeira parábola sobre “O Semeador” foi utilizado um relaxamento

antes de iniciar a contação da parábola. Os adolescentes ficaram em círculo e

foi pedido que ao som da música se movimentassem pela sala. Antes do

término da música foi solicitado que voltassem ao lugar e ficassem até o final

com os olhos fechados e em silêncio. Ao término da mesma, foi indicado que

trabalhassem a parte que mais foi tocada com a parábola, utilizando a técnica

da colagem com diversas sementes, casca de árvores e folhas.

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Nesta atividade, busca-se nos materiais ideias que possam expressar e

comunicar os sentimentos e emoções em relação ao tema proposto, ajudando

na concentração e na estruturação da vida de cada um.

A parábola da Ovelha Perdida foi iniciada com alongamento. Esticar o

corpo, respirar calmamente, acordar para que possa ter um bom rendimento e

conexão consigo mesmo. Após a sessão de alongamentos utilizamos o teatro

como forma de expressão corporal e de vivenciar mais plenamente esta

parábola. Após a encenação houve questões interrogativas acerca da parábola

e o que ela representa na vida de cada um e o que podemos apreender com a

história contada.

A última parábola do Filho Pródigo foi proposto um relaxamento inicial

utilizando a cadência da respiração, o alongamento do corpo, sentindo cada

parte e abraçando-o. Após a expressão corporal, foi sugerido que cada

participante pudesse sentar-se em uma posição confortável para a contação

da história. Ao final da mesma, foi solicitado que cada um modelasse em argila

algum objeto ou personagem que lhe tenha sensibilizado. Após a confecção,

os trabalhos foram agrupados e, a partir dos objetos, foi criada uma história

com esses personagens.

O efeito da modelagem atua nas sensações físicas e viscerais, como

também no sentimento e cognição. A argila age como transformadora de um

estado de desencontro para um estado de equilíbrio. Por ser um material de

fácil manuseio e maleabilidade plástica, possibilita a expressão artística.

Favorece ao manipulador a libertação das tensões, fadigas e depressões, pois

é um material vivo e de ação calmante. Trabalha também a coordenação

motora.

3.2.Os materiais para oficina e Resumo das Técnicas

O conhecimento das possibilidades e recursos dos materiais são de

grande ajuda ao arteterapeuta. O que irá definir a linguagem e a função

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terapêutica dos materiais são as associações dos mesmos, com as diferentes

técnicas e recursos das artes que se pretende usar durante o encontro. As

técnicas expressivas auxiliam no desenvolvimento cognitivo, possibilitando a

criação de representações. Essas atividades também possibilitam o

desenvolvimento do pensamento, da reflexão e da resolução dos conflitos

internos do indivíduo, adquirindo este uma linguagem própria.

Os materiais usados na primeira história foram sementes diversas,

cascas de árvores e folhas colhidas no local, cola e papel A3, para a confecção

de uma parte do texto que possa ter sensibilizado a pessoa. Utilizou-se

também música para relaxamento. É chamada de colagem a técnica criativa

que tem por procedimento juntar, na mesma superfície, duas ou mais imagens,

cada uma de origem diferente da outra. É uma técnica descontraída, agradável

que proporciona o silêncio, concentração e atenção para detalhes. Desenvolve

a imaginação, que leva a viajar na figura, a trabalhar com cores e formas.

Propôs-se uma peça teatral com base na segunda parábola. O roteiro foi

idealizado pela turma com pesquisa sobre os costumes da época tendo

também inserido figurino. Foram utilizados painéis com desenhos de

montanhas, rochas e de ovelhas feitos pelos próprios crismandos para a peça.

Apesar de ser uma forma muito prazerosa de treinar a memória, a

desenvoltura e a expressão corporal, o teatro favorece o relacionamento social

e a auto-expressão.

Na última parábola foi utilizada a argila já que a mesma permite ser

modelada e manipulada de várias maneiras, dando liberdade de novas

possibilidades criativas. Trabalha o concreto, a realização tridimensional, a

reflexão, a construção e a reconstrução, a ordem e o caos, o sujo e limpo. A

argila desenvolve a coordenação motora, as habilidades, o equilíbrio. Faz-se

também um exercício com as mãos, amassando a argila permite-se conectar

com o interior, favorecendo uma catarse. Este material trabalha a musculatura,

pois tem que amassar e puxar. É um ritual de tocar, sentir, dialogar com o

mesmo.

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CONCLUSÃO

Pesquisou-se neste trabalho monográfico, a possibilidade de inserir a

arteterapia como auxiliar no ensino evangélico, aqui tratando-se de parábolas

cristãs. A necessidade de adaptação da contação e assimilação das histórias

cresceu com a constante insatisfação dos jovens em relação aos ensinos que

não poderiam ser didáticos, metódicos, visto que eles passam o dia em sala de

aula, mas sim, dinâmicos e mais participativos, trazendo esses ensinamentos

para os dias atuais sem deixar de ter o caráter da doutrina cristã.

À luz dos ensinamentos deixados por Jesus que é o Mestre dos Mestres,

aprendemos que amar significa, primeiro, se aceitar e buscar não ser vítima de

problemas mal resolvidos. Como postula Cury, “o ser humano pode viver

amordaçado dentro de si, ainda que sua língua esteja livre para falar. (...)

Aprendemos que somos vítimas e vilões de nós mesmos”. (2008 p.47).

Entende-se que arrogância e autoritarismo não combinam com amor,

flexibilidade e brandura.

A contação e vivência das parábolas ensinam algo novo e essencial ao

crescimento e amadurecimento dos adolescentes. E esse aprendizado só é

possível quando há abertura do coração e mente para captação e exploração

das sensações que se sobrepõem quando é levada a arte para sensibilizar

esses jovens. Essa viagem ao inimaginável através da pintura, música, poesia,

dança e também das cores, texturas, formas, manifestam a beleza, sendo

agradável aos olhos e aos sentidos.

Na arteterapia a preocupação não seria com a estética, mas sim, com o

fazer arte no sentido de captar as emoções que estão aprisionadas no

inconsciente. Cury relata que Jesus não era vítima das circunstâncias, por isso

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permanecia calmo mesmo quando o mundo parecia desabar sobre ele. (2006,

p.52). Assim sendo, é possível trabalhar toda uma carga energética, não se

deixar impregnar por coisas tão pequenas que podem tirar a paz, consolidando

assim, uma ação terapêutica que é abrangente e holística. “Busca-se a

individuação de cada um, onde se compreende as transições e transformações

em direção a tornar-se um “in”-divíduo, aquele que não se divide face às

pressões externas”. (In: Philippini, 2001).

Conviver harmonicamente com as emoções e saber amar plenamente é a

tônica dos ensinamentos deixados por Jesus e enfatizados pela arteterapia.

Ela estimula a imaginação e criatividade, facilitando a expressão de

sentimentos difíceis de verbalizar através de diversos materiais expressivos,

permitindo, com isso, abrir os canais de comunicação.

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BIBLIOGRAFIA

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2008.

DE OLIVIER, Lou. Psicopedagogia e Arteterapia. Teoria e prática na aplicação

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PHILIPPINI, Ângela. Mas o que é mesmo arteterapia? Revista Imagens da

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_____________ Universo Junguiano e Arteterapia. Coleção de Revistas de

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SILVEIRA, NISE DA. JUNG - Vida e Obra. SP: Editora Paz e Terra S/A, 2007.

TOLSTOI, Leon. O que é Arte? A polêmica visão do autor de Guerra e Paz.

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URRUTIGARAY, Maria Cristina. Arteterapia: a transformação pessoal pelas

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______________ Interpretando Imagens, Transformando Emoções. RJ: WAK

Editora. 2007.

Gravação em sala de aula.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

EPÍGRAFE 5

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

A arteterapia como instrumento facilitador na Evangelização 12

1.1 – O porquê da arte ser terapêutica 15

1.2 – A arteterapia na Igreja 17

CAPÍTULO II

As parábolas de Jesus 19

2.1 – O grande arteterapeuta: Jesus 23

2.2 – O caráter arteterapêutico das Parábolas 26

CAPITULO III

As vivências e as Técnicas nas Parábolas 28

3.1 – O desenvolvimento das atividades 28

3.2 – Os materiais para oficina e resumo das técnicas 29

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA 33

ÍNDICE 35

FOLHA DE AVALIAÇÃO 36

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A ARTETERAPIA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR

NA EVANGELIZAÇÃO

ALUNA: SUELY CASSIA CAMARA FERNANDES

DATA DA ENTREGA:

AVALIADA POR: GENI LIMA

CONCEITO: