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Quantidade de “enter” para posicionar o cabeçalho, apague em seguida <> <> <> <> UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE <> <> <> <> <> DESIGN DE INTERIORES: AULAS MAIS ATRATIVAS NO OLHAR NO ENSINO SUPERIOR <> <> <> Por: Maria do Rosário de Jesus Barros. <> <> <> Orientador Profa. Mônica Melo Rio de Janeiro 2010

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Quantidade de “enter” para posicionar o cabeçalho, apague em seguida

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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DESIGN DE INTERIORES:

AULAS MAIS ATRATIVAS NO OLHAR NO ENSINO SUPERIOR

<>

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<>

Por: Maria do Rosário de Jesus Barros.

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Orientador

Profa. Mônica Melo

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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<>

<> DESIGN DE INTERIORES:

AULAS MAIS ATRATIVAS NO OLHAR NO ENSINO SUPERIOR

<>

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<>

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em COMPLEMENTAÇÃO DA DOCÊNCIA

DO ENSINO SUPERIOR

Por: Maria do Rosário de Jesus Barros.

Rio de Janeiro

2010

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AGRADECIMENTOS

“Agradeço primeiramente a Deus, por me

dar saúde, perseverança para assim

alcançar as metas por mim traçadas!”

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DEDICATÓRIA

“Dedico a todas as mulheres que com sua força

e garra, conseguem mesmo com todos os

obstáculos pessoais e rotineiros, ainda

conseguir tempo e coragem para evoluir

profissionalmente!”

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RESUMO

Este trabalho tem o objetivo geral de Identificar a importância das cores de

Design de Interiores no Ensino Superior. Outros são os objetivos específicos que

norteiam este estudo como conhecer o mundo dos designers que necessitam de um

profundo conhecimento, permitindo assim que façam projetos para indivíduos com

diversos níveis de habilidades e necessidades; Entender a aplicação das cores e o

seu poder no design e, por fim compreender como a cor e ergonomia e antopometria

apropriadas podem ajudar no desenvolvimento do aluno em sala de aula.O estudo

tem por propósito apresentar que com a aplicabilidade do Design de Interior poderá

possibilitar obter resultados diversos, baseados nos fenômenos da diferenciação:

podendo unificar, distinguir, camuflar, chamar atenção, estruturar, codificar, indicar,

simbolizar e estilizar, simplesmente aplicando cores aos projetos. A metodologia

aplicada é a qualitativa, tendo como base a pesquisa bibliográfica, alguns autores

como Thomas & Nelson (2002), Gil (1994) ajudaram na compreensão e no

desenvolvimento do tema proposto.

Palavras-chave: ergonomia, antropometria, design no ensino superior.

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METODOLOGIA

O estudo vai ser desenvolvido pela pesquisa Bibliográfica, Webgráfica e

qualitativa, onde para Richardson (1999), a pesquisa qualitativa é utilizada quando

se procura analisar situações complexas ou com determinadas particularidades. São

os casos em que se procura “descrever a complexidade de determinado problema”,

quando os dados a serem coletados não podem ter tratamento quantitativo e nas

situações em que se procura estudar a relação de certo fenômeno num grupo social

específico, mediante aos seguintes autores: THOMAS & NELSON (2002), GIL

(1994), entre outros.

A pesquisa a ser utilizada terá como fonte de pesquisa livros, artigos

científicos, revistas, materiais disponíveis Internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I - DA APRENDIZAGEM: MOTIVAÇÃO DO ALUNO 09

CAPÍTULO II - ANTROPOMETRIA NA ERGONOMIA: DA LINGUAGEM DO

CONHECIMENTO 21

CAPÍTULO III – AS CORES: PERSPECTIVAS EM SALA DE AULA 31

CONCLUSÃO 44

ANEXO 47

BIBLIOGRAFIA 51 ÍNDICE 50

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o objetivo geral de Identificar a importância das cores de

Design de Interiores no Ensino Superior. Outros são os objetivos específicos que

norteiam este estudo como conhecer o mundo dos designers que necessitam de um

profundo conhecimento, permitindo assim que façam projetos para indivíduos com

diversos níveis de habilidades e necessidades; Entender a aplicação das cores e o

seu poder no design e, por fim compreender como a cor e ergonomia e antopometria

apropriadas podem ajudar no desenvolvimento do aluno em sala de aula.

O problema encontrado é: A cor é uma das ferramentas mais importantes e

versáteis que um designer pode dispor como ferramenta em aulas mais significativas

no Ensino Superior?

O estudo tem por propósito apresentar que com a aplicabilidade do Design

de Interior poderá possibilitar obter resultados diversos, baseados nos fenômenos da

diferenciação: podendo unificar, distinguir, camuflar, chamar atenção, estruturar,

codificar, indicar, simbolizar e estilizar, simplesmente aplicando cores aos projetos,

de uma forma adequada e equilibrada.

O estudo tem por finalidade diagnosticar que com a dinâmica do design

poderá o professor universitário trazer aulas mais participativas no corpo discente,

onde o estudo da ergonomia que é um campo de atuação em amplo

crescimento vai englobar diversos ramos de atividades, com objetivo comum que é o

conforto de usuários. ”Segundo MORAES (1998) trata-se de uma ciência

interdisciplinar”. Compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho, bem como a

antropometria é a sociedade no trabalho.

O estudo desenvolveu-se tendo como base a pesquisa Bibliográfica,

Webgráfica e qualitativa, onde para Richardson (1999), a pesquisa qualitativa é

utilizada quando se procura analisar situações complexas ou com determinadas

particularidades. São os casos em que se procura “descrever a complexidade de

determinado problema”, quando os dados a serem coletados não podem ter

tratamento quantitativo e nas situações em que se procura estudar a relação de

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certo fenômeno num grupo social específico, mediante aos seguintes autores:

THOMAS & NELSON (2002), GIL (1994), entre outros autores.

Este estudo foi dividido em capítulos, permitindo uma melhor compreensão

dos objetivos propostos.

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CAPÍTULO I

DA APRENDIZAGEM: MOTIVAÇÃO DO ALUNO

Segundo o Minidicionário Ediouro da Língua Portuguesa, motivação é a

ação ou o efeito de motivar; conjunto de fatores que interagem para determinar a

conduta de uma pessoa pode-se constatar que estar motivado é estar animado,

entusiasmado. Porém, para isto, existem fatores determinantes que estimulam o ser

humano.

Para qualquer coisa, é necessário primeiramente a vontade de realizar algo,

caso contrário, nada acontece. Na educação, isto não é diferente. Educação

promove “ação” e como resultado, encontra-se o “aprendizado”. Porém, para que se

alcance a ação e esta resulte no aprendizado é indispensável, inicialmente que

exista “vontade”, nesse caso a vontade é de aprender.

É preciso descobrir estratégias e este papel é de responsabilidade do

professor, criando recursos que crie no aluno a vontade de aprender, ele deve

fornecer estímulos para que o aluno sinta-se motivado para aprender.

1.1 MOTIVAÇÃO DO ALUNO: UM GRANDE DESAFIO

Iniciando com Leury (1996):

Motivar significa predispor-se a um comportamento

desejado para determinado fim. Os motivos ativam o

organismo na tentativa. Esse satisfazer suas necessidades e

dirigem o comportamento para um objetivo que suprirá uma

ou mais necessidades. (LIEURY, et al 1996 p.12)

É importante iniciar este tópico com a observação de que, a problemática da

falta de motivação não é uma exclusividade das escolas, é também um problema de

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ordem social e cultural, que existe em todas as atividades humanas pessoais e

profissionais.

Partindo do início de que a curiosidade é um elemento fundamental do

processo de ensino-aprendizagem, ao ser despertado ela contribui para a motivação

dos alunos na busca dos conhecimentos.

Segundo VYGOTSKY (2006):

Somente o professor pode produzir algum novo conhecimento

no aluno. O aluno aprende se, e somente se, o professor

ensina. O professor acredita no mito da transferência do

conhecimento: o que ele sabe, não importa o nível de

abstração ou de formalização, pode ser transferido ou

transmitido para o aluno. Tudo o que o aluno tem a fazer é

submeter-se a fala do professor: ficar em silêncio, prestar

atenção, ficar quieto e repetir tantas vezes quantas forem

necessárias, escrevendo, lendo, etc.até aderir em sua mente o

que o professor deu (VYGOTSKY, 2006 p.3).

Esse valores eram aplicados na no ensino tradicional. Hoje os alunos

buscam alternativas, soluções e, o professor trabalha com a troca de informações.

O professor na sala de aula é um líder, que procura influenciar, levando seu

conhecimento a os seus alunos para que estes se interessem pelas aulas, estejam

atentos, participem, apresentem comportamentos adequados e obtenham bons

resultados escolares. Neste assunto, o importante é analisar que fatores podem

permitir aos professores influenciar os seus alunos ou, no mesmo sentido, o que é

que leva os alunos a deixarem - se influenciar pelo professor.

Segundo Jesus (1996):

Na linha de French e Raven (1967), podemos distinguir quatro

grandes fatores de influência dos professores sobre os alunos:

o reconhecimento do estatuto do professor pelos alunos; o

reconhecimento pelos alunos da capacidade de recompensar

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ou de punir do professor, através das avaliações e das

estratégias de gestão da indisciplina; o reconhecimento pelos

alunos da competência do professor nos conhecimentos que

este lhes pretende ensinar; o reconhecimento de certas

qualidades pessoais e interpessoais no professor, apreciadas

pelos alunos, desenvolvendo-se processos de identificação

(JESUS, 1996 p.9).

A motivação para a aprendizagem tornou-se um problema de ponta em

educação, a sua ausência representa queda de qualidade na aprendizagem. Os

estudos realizados sobre o tema, dentre eles, BORUCHOVITCH e BZNECK (2001),

enfocam os aspectos cognitivistas, a motivação intrínseca, extrínseca, o uso de

recompensas e as metas de realização são tidos como fatores preponderantes para

o conhecimento sobre motivação. Questões como organização da escola e da sala

de aula são agentes motivadores. Existem ainda, as questões da inteligência, da

crença na auto-eficácia, a ansiedade e a satisfação escolar. O esforço, principal

indicador de motivação, só é utilizado se o aluno acreditar na capacidade do êxito.

Para Cury (2007):

Os professores são tão ou mais importantes que os

psiquiatras, os juízes e os generais. Os professores lavram os

solos da inteligência dos jovens para que eles aprendam a ser

pensadores, para que eles não adoeçam e sejam tratados

pelos psiquiatras, para que eles não cometam crimes e sejam

julgados pelos juízes, para que eles não façam guerras e

sejam comandados por generais (CURY, 2007 p.137).

Acredita-se ser este o grande desafio da atualidade a que nós educadores

devemos nos propor: averiguar as razões da ausência da motivação do aluno para a

aprendizagem, analisá-las, e buscar estratégias eficazes que ajudem a reverter este

quadro. Várias escolas já oferecem um ensino contextualizado, objetivando a

formação de indivíduos conscientes, autônomos, dotados de referenciais para

realizar opções, capazes de construir conhecimentos, de fazer julgamentos e opções

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políticas, mas que mesmo assim, o aluno não se sente motivado. Existe algo mais a

ser desvendado, uma percepção nos vem à mente, é a de que vivemos em uma

sociedade, como já dissemos, onde as mudanças estão presentes em todos os

setores e a educação não está acompanhando esse processo evolutivo, de acordo

com pesquisas, esta é uma forte razão para a desmotivação. “Não só muda o que se

aprende, como também a forma como se aprende. A aprendizagem também precisa

evoluir” como bem escreve POZO (2002).

Para Cury (2007):

Um ladrão rouba um tesouro, mas não furta a inteligência.

Uma crise destrói uma herança, mas não uma profissão. Não

importa se você não tem dinheiro, você é uma pessoa rica,

pois possui o maior de todos os capitais: a sua inteligência.

Invista nela. Estude! (CURY, 2007 p.72).

Para motivar alunos é imprescindível analisar as formas de pensar e

aprender, para assim, desenvolver estratégias de ensino que partam das suas

condições reais, inserindoos no processo histórico como agentes. Os educandos

devem sentir-se estimulados a aplicar seus esquemas cognitivos e a refletir sobre

suas próprias percepções nos processos educacionais, de modo que avancem em

seus conhecimentos e em suas formas de pensar e perceber a realidade. Devemos

ir além do cognitivo, precisamos avaliar a afetividade, pois à medida que o educando

adere às propostas feitas, teremos, certamente, uma mudança de comportamento, o

que pressupõe aprendizagem.

Para Cury (2007):

Os professores não são valorizados socialmente como

merecem, não estão nos noticiários da TV, vivem no

anonimato da sala de aula, mas são os únicos que tem o

poder de causar uma revolução social. Com uma das mãos

eles escrevem na lousa, com a outra movem o mundo, pois

trabalham com a maior riqueza da sociedade: a juventude.

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Cada aluno é um diamante que, bem lapidado, brilhará para

sempre (CURY, 2007 p.89).

Cury (2007), ainda fala sobre os sonhos:

Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar,

mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em

que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês

possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a lua para que

vocês possam pisar pelo menos em altos montes. Sonhe com

os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando

atravessarem os vales das perdas (CURY, 2007 p.65).

Cury (2006) e como transformar alunos em alunos fascinantes:

“Eu discordo! Protesto! Eu enxergo a vida de outro modo!

Vamos construir o mundo de outra maneira! [...] alunos

fascinantes não são aqueles que são sempre bem

comportados, que não falham que não choram ou não

tropeçam, Mas, aqueles que aprendem a desenvolver

consciência crítica, decidir seus caminhos, trabalhar seus

erros, construir tolerância, reconhecer suas dificuldades. São

os que choram, sim, quando necessário. E por que não? São

os que constroem grandes sonhos e lutam pela concretização

desses sonhos. E, acima de tudo, são os que dão uma nova

chance para si mesmos e para os outros quando fracassam

(CURY, 2007 p.10).

1.2. CONSTRUÇÃO DAS CATEGORIAS MOTIVACIONAIS

A palavra motivação vem do latin “motivus”, relativo a movimento, coisa

móvel. Vemos que a palavra motivação, dada a origem, significa movimento. Quem

motiva uma pessoa, isto é, quem lhe causa motivação, provoca nela um novo ânimo,

e ela começa a agir em busca de novos horizontes, de novas conquistas.

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Os aspectos motivacionais dentro das quatro linhas da sala de aula são

importantíssimos. As aulas precisam de momentos mágicos, no falar e agir por parte

do docente pesquisador sobre a educação e no ouvir e participar do aluno pela

influência no aprendizado. Na era da transição de paradigmas em educação, os dois

lados precisam estar afinados para se ter uma boa aula e nesta visão, a palavra-

chave mais importante entre muitas outras de teor semelhante é a inovação.

As origens histórico-epistemológicas deste conceito precisam ser

criteriosamente revisadas quando do seu uso na educação superior. Mesmo com

múltiplas definições, a inovação na área educacional consiste em propor e praticar

novos caminhos estratégicos no ensinar uma arte ou estudar uma ciência.

A motivação está diretamente ligada ao momento de estimulo, iniciativa,

positivismo do individuo, isto é, um estado mental propicioa a uma interatividade

intensa assim como o meio, deve influenciar diretamente o nível de motivação do

profissional da docente superior, nestes fatores podemos citar relacionamento com

outros docentes, discentes, aspectos contratuais, estruturais, processos avaliativos

acadêmicos, etc. A respeito das instituições de ensino superior podemos notar a

falta de qualidade da organização com relação às questões contratuais depressivas,

ou seja, cooperando para sua degradação interna do seu corpo docente.

Cada pessoa é um mundo a parte que possui um mundo próprio, integrado

de pensar, sentir e agir, que se desenvolve através do efeito do estímulo sobre as

potencialidades humanas, como a inteligência, aptidões, sentimentos e

necessidades básicas. Mas é justamente esta diferença que dá um colorido todo

especial ao mundo [...]” (MARIANI, 2002).

Neste mesmo plano podemos abordar tipos de motivações que acontecem

no meio acadêmico e relacioná-las como:

a) “Coerção” esta quando permanente, pode ser considerada uma maneira

de escravizar o corpo discente, moralmente repressiva, utilizada onde o docente é

escravizado no âmbito salarial.

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b) “Autocontrole” onde o individuo (docente) é estimulado por fatores

externos como pressão exercida para um bom aproveitamento dos seus discentes

relacionado com o desempenho avaliativo de cada um.

c) “Pressão social” quando o docente desempenha o papel esperado pela

sociedade.

d) “Fatores internos” determinação intrínseca, onde o docente age de

acordo com o que ele acha correto para o bem comum.

Assim cita o autor Bergamini (1997):

Motivação é definida como uma inclinação para a ação que

tem origem em um motivo. Complementa argumentando que

“a motivação, portanto, nasce somente das necessidades

humanas e não daquelas coisas que satisfazem essas

necessidades. (BERGAMINI, 1997 p.19).

Como salienta Chauí (1999), não há lugar para a pesquisa na universidade

operacional, se a pesquisa for entendida como algo que lança a interrogação, a

reflexão é critica, assim como a descoberta, a invenção e a criação, uma visão

compreensiva de totalidades e sínteses, uma ação civilizatória contra a barbárie

social e política.

Como os gostos, os interesses, os desejos, as convicções de cada um

impulsionam-no a agir de determinada maneira, a finalidade da pesquisa

motivacional deve ser examinar cuidadosamente as diferenças individuais,

caracterizar a situação onde elas vivem, para que se possam tirar conclusões mais

realistas sobre a conduta e a motivação do docente. O resultado pode ser uma

educação voltada para as conseqüências, formando um cidadão capaz de ter sua

própria opinião e respeitar a opinião dos outros, e não apenas simples depositários

de informações.

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1.3. PROMOVENDO A MOTIVAÇÃO EM SALA DE AULA

Talvez o problema com grande número de educadores é não perceber a

insuficiência dos argumentos racionais para interessar os alunos pelo estudo.

Parece que não basta a motivação extrínseca, tentando fazer o estudante

interessasse pelos estudos porque isto é bom para o futuro, ou mesmo que “estudar

é gostoso”. É preciso fazer uma escola que estudar seja de fato gostoso.

É essencial que o professor conheça os fundamentos da aprendizagem e as

principais teorias sobre motivação, pois só sabe motivar para aprendizagem quem

conhece como os alunos aprendem. A formação do professor e a sua visão social

são determinantes, aliado às suas atitudes em sala de aula e à organização do

ensino.

A ausência, ou na melhor das hipóteses, insuficiente e/ou equivocada

utilização de recursos tecnológicos, são um exemplo do quanto ainda precisamos

caminhar para estarmos em condições de atrair o nosso aluno, e despertando nele,

o desejo pela aprendizagem. A desvinculação dos conteúdos com o cotidiano do

aluno, como algo externo e aparentemente sem serventia, acrescido da má

formação do professor têm resultado num descaso ainda maior com a

aprendizagem. Como afirma FONSECA (1994) “percebe-se a necessidade de

repensar os processos de produção e difusão do conhecimento [...], criar novas

formas de trabalho [...]”.

Precisamos exterminar a queixa muito comum entre os professores

referentes ao desinteresse por parte dos alunos em aprender, a ação do professor

deve conseguir dos alunos um comprometimento pessoal com sua própria

aprendizagem, essa motivação depende de vários fatores, sejam pessoais ou

contextuais. Em relação aos pessoais, as metas são fundamentais, já nos

contextuais, o começo da aula, a organização das atividades, a interação do

professor com seus alunos e a avaliação da aprendizagem são preponderantes.

Esses momentos dependem da iniciativa do professor.

O professor não tem sido preparado adequadamente na graduação para

atuar em sala de aula, mesmo por uma questão histórica, o conteudismo prevaleceu,

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ensinou-se, e, diga-se de passagem, muito mal, o que ensinar, mas não como fazê-

lo. Não quero menosprezar o aspecto individual da questão, onde o profissional

deve gostar do que faz, uma graduação bem feita, com um ensino adequado às

exigências do mercado, torna-se preponderante até mesmo para que o indivíduo

decida se está na profissão certa.

Outro aspecto a ser considerado é de que o professor não gerencia

conhecimento, ele repassa informações, que cada aluno aproveitará segundo sua

capacidade de aprender, de interpretar dados e informações e transforma-los em

conhecimentos. O papel do professor estaria, então, segundo POLETTI (2002), em

manter o aluno curioso. É fundamental, motivar o aluno, mantê-lo interessado, pois

ninguém transfere conhecimento, transferem-se dados e informações. A gestão do

conhecimento é individual, é própria.

É preciso derrubar o paradigma de focar a aprendizagem no método de

ensino e sim experimentar compreender o ato de aprender, e de como funciona o

pensamento do aprendente, em cada fase de seu desenvolvimento. A ausência de

conhecimento teórico, ou a forma inadequada que esses conhecimentos são lidos e

passados para os professores, é uma questão a ser discutida, pois cabe saber se

essas teorias são partes da escola, e se não o são, a sua procedência e seu

respaldo científico devem ser verificados, daí a necessidade da formação

continuada.

O ser humano aprende, à medida que vivencia experiências e desenvolve o

pensamento. O pensamento é a maneira da inteligência se expressar, portanto, é no

pensamento, que mora a aprendizagem. A cada mudança do pensamento, o

aprendente produz o seu próprio conhecimento. Piaget chama o pensamento de

estruturas mentais, então cientificamente, o "conhecimento se dá através do

desenvolvimento de estruturas mentais" que são organizadas internamente.

Essas estruturas mentais são as regras que cada indivíduo usa para

processar as informações que recebe, não apenas por repetição ou imitação, mas,

através das experiências da vida; por isso que não adianta apenas observar ou

receber, passivamente uma informação para aprendê-la, é preciso experimentá-la.

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Cada criança tem um modo particular de receber informações, e a cada nova

experiência ela reorganiza as estruturas mentais para se adaptar, novamente ao

mundo. O desenvolvimento do pensamento é a mistura, a interposição das

estruturas mentais particulares de cada um e o ambiente, por isso, quanto mais ricas

e diversificadas forem as experiências, maior será o desenvolvimento do

pensamento e melhor a qualidade do conhecimento, da aprendizagem. Essa visão,

de que o pensamento vai sendo construído se apóia na teoria descrita por Jean

Piaget, através dos estágios de desenvolvimento.

O desenvolvimento do pensamento se dá através da relação do aprendente

com o mundo que o rodeia, por isso é importante que o ambiente seja repleto de

estímulos e desafios para que o mesmo possa organizar os seus processos internos

e se adaptar à realidade. É nesta interação social, através da conversa e dos

trabalhos com outras pessoas, conhecendo outros pontos de vista, favorecendo e

amadurecendo o seu convívio com outros grupos e na sociedade que o aprendente

adquire experiência e, em decorrência, o conhecimento.

Dessa forma, convivendo com outras pessoas e solucionando os problemas

encontrados é que o aprendente terá capacidade de se reorganizar e construir cada

vez mais as suas estruturas mentais e atingir a equilibração, que é a mais individual

de todas as etapas do processo, pois cada um terá a sua maneira particular de se

desorganizar para depois reorganizar e assim, atingir um equilíbrio interno que

servirá de alicerce para as próximas experiências.

Baseado nisso é que nós, educadores, devemos proporcionar às crianças

um número infinito de oportunidades para vencer desafios, pois só assim, elas

conseguirão avançar nas etapas do crescimento e se tornarem independentes e

felizes.

Cabe ressaltar que além da questão do ensino insuficiente, do ambiente

escolar, o processo ensino-aprendizagem deve ser analisado se está de acordo com

as necessidades de cada aprendente; bem como, avaliar se a metodologia

comumente aplicada ao ensino está compatível ao que se espera de um ensinante.

Em determinadas situações, o ponto central da análise não deve ser a

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aprendizagem do aluno, mas, sim, o tipo de ensino que a escola ou o professor

proporcionam. Há casos em que o professor tem dificuldade em planejar formas

alternativas de ensino para aqueles alunos que não aprendem determinado

conteúdo da forma que o currículo estipula. Por não levar em conta que nem todas

as pessoas obrigatoriamente aprendem mais facilmente de uma forma7, esse tipo de

professor, na sua insistência em utilizar determinado método, acaba por criar no

aprendente uma aversão tão grande à matéria que ela passa a odiá-la pelo resto da

vida, o que fatalmente influenciará seu desempenho futuro.

A alegação da falta de interesse do aluno com justificativa para o mau

desempenho escolar precisa ser combatida de forma radical porque ela implica a

própria renúncia da escola a uma de suas funções mais essenciais. Os equívocos a

esse respeito geralmente advêm da atitude errônea de considerar a “aula” como

produto do trabalho escolar. Nessa concepção desde que o professor deu uma boa

aula, a escola cumpriu sua obrigação. Porém o conceito de trabalho humano como

”atividade adequada a um fim” (Max,s.d.,p.202) a aula constitui o próprio trabalho, o

saber dos alunos.

1.4. MOTIVAÇÃO PARA APRENDER

Como profissionais da educação, quando pensamos numa sala de aula,

buscamos logo as soluções que sejam mais interessantes e viáveis para que os

alunos tenham interesse e participação quanto aos conteúdos abordados.

Sabemos que existem as grades curriculares com conteúdos adequados a

cada série, que acabam dificultando o fazer do professor quanto à elaboração de

uma temática onde todos esses possam se encaixar. Isso realmente seria

impossível, mas o professor deve planejá-los e organizá-los de acordo com o centro

de interesse da turma, de forma interdisciplinar, buscando uma fusão desses

conteúdos. Pode-se, por exemplo, numa aula de ciências, fazer experiências

concretas, como uma receita de bolo, mostrando o processo de mistura,

fermentação e após, solicitar que os alunos façam uma produção de texto do

trabalho realizado, para avaliar os aspectos de linguagem escrita, gramática,

vocabulário, criatividade e desenvoltura em português.

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A proposta de se trabalhar com projetos é justamente a de proporcionar um

ambiente favorável ao saber. Por isso propomos que os temas sejam escolhidos

juntamente com os alunos, para que esses se sintam valorizados em suas opiniões

e que tenham prazer em estudar e pesquisar aquilo que “querem” e, principalmente,

percebam que a sala de aula não é o lugar onde se deve engolir os conteúdos

passados pelos professores, mas um espaço aberto de trocas de conhecimento.

Os temas da atualidade se tornam mais interessantes, como aquecimento

global, poluição, preservação do meio ambiente, biocombustível, dentre vários

outros. Já os conteúdos antigos, como os de história, podem ser resgatados e

comparados ao mundo moderno.

É importante que o professor promova espaços para pesquisas, discussões

em grupo, montagem de painéis referente aos temas, maquetes, enfim, tudo aquilo

que se tornar centro de interesse dos alunos, podendo aprofundar o estudo e o

conhecimento a cada dia. E que esses materiais sejam acumulados podendo tornar-

se ponto de culminância do estudo, em uma feira ou mostra científico-cultural.

Com certeza, com essa abertura, o sucesso acontecerá, pois um grupo

ativo, motivado e envolvido produz muito mais do que os acostumados à

passividade.

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CAPÍTULO II

ANTROPOMETRIA NA ERGONOMIA: DA LINGUAGEM DO

CONHECIMENTO

A antropometria pode ser descrita como a ciência de medida do tamanho

corporal (NASA, 1978). A antropometria é um ramo das ciências biológicas que tem

como objetivo o estudo dos caracteres dimensíveis da morfologia humana. Para

Sobral (l985) "o método antropométrico baseia-se na mensuração sistemática e na

análise quantitativa das variações dimensionais do corpo humano".

Figura 1 – Evolução – Princípio para projetos de assentos Fonte: LAVILLE, 1977 p.15.

O tamanho físico de uma população pode ser determinado através da

medição de comprimentos, profundidades e circunferências corporais, e os

resultados alcançados podem ser utilizados para o entendimento de postos de

trabalho, equipamentos e produtos que sirvam as dimensões da população

utilizadora.

Segundo Teiger (1992):

A ação ergonômica consiste essencialmente em operar,

partindo da atividade dos sujeitos, um deslocamento de pontos

de vista, uma mudança de olhar, uma desmontagem de

representações estereotipadas, o que pode renovar a

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abordagem de concepção dos sistemas técnicos e

organizacionais, da formação, etc. (TEIGER, 1992 p.10).

2.1. ANTOPOMETRIA E SUA UTILIZAÇÃO NA ERGONOMIA

A ergonomia é caracterizada como a adaptação do trabalho ao homem.

Para Lida (1991):

Para Ergonomics Research Society, ergonomia é o estudo do

relacionamento entre o homem e seu trabalho, equipamento e

ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de

anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas

surgidos desse relacionamento (LIDA, 1991 p.14).

Segundo Couto (1995):

Ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que

procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser

humano e seu trabalho, basicamente procurando adaptar as

condições de trabalho às características do ser humano

(COUTO, 1995 p.20).

A ergonomia, (Panero e Zelnik ,1991) é chamada nos Estados Unidos de

Human Factors (Engenharia dos Fatores Humanos), para ele não se trata de uma

simples disciplina científica e sim um resumo que integra as ciências biológicas com

a engenharia. Foram nos setores industrial e militar que no passado, foram aplicadas

quase a totalidade das aplicações da ergonomia. Estas aplicações de perfil social

foram secundárias com o desenho dos ambientes interiores de uma casa, louças

sanitárias e inclusive o tanque de lavar roupa.

Até os dias atuais, não é uma cena rara ver uma pessoa totalmente curvada

para lavar louças na pia. É surpreendente a relação entre o tamanho físico da

pessoa e a realidade interna de sua própria casa.

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Figura 2 – Antropometria estática Fonte: PANERO & ZELNIK, 2002 p.61.

A meta principal da ergonomia é a qualidade que gera segurança e bem

estar principalmente ao trabalhador, gerando resultados positivos tanto para

empresa quanto para ele próprio.

Um atributo da ergonomia é a sua interdisciplinaridade. Existem diferentes

profissionais conectados com a questão ergonômica, seja relacionado à saúde, ao

projeto de máquinas e equipamentos ou a organização do trabalho por si somente.

Não há uma categoria profissional capaz de dar uma solução ergonômica completa

de maneira que engenheiros, médicos, professores de educação física, arquitetos,

psicólogos, nutricionistas, etc. podem ser vistos trabalhando em conjunto, em um

mesmo projeto.

Segundo Lida (1991, p.24):

Para a realização dos seus objetivos a ergonomia estuda uma

diversidade de fatores que são: o homem e suas

características físicas, fisiológicas e psicológicas; a máquina

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que constituem todas as ferramentas, mobiliário, equipamento

e instalações; o ambiente que contempla a temperatura,

ruídos, vibrações, luz, cores, etc.; a informação que refere-se

ao sistema de transmissão das informações; a organização

que constitui todos os elementos citados no sistema produtivo

considerando horários, turnos e equipes; e as conseqüências

do trabalho onde entram as questões relacionadas com os

erros e acidentes além da fadiga e o estresse (LIDA, 1991

p.24).

Alguns são os níveis de interferência de uma equipe ergonômica, e estes

podem ser classificados (COUTO, 1995) em:

a) transformação das condições primitivas em postos de trabalho;

b) melhoramento das condições de conforto relacionadas ao ambiente de

trabalho;

c) melhoramento do método de trabalho;

d) melhoramento da organização do sistema de trabalho e

e) ergonomia de concepção.

A antropologia é uma ciência da humanidade, que tem a preocupação de

conhecer cientificamente o ser humano em sua totalidade (Marconi op.cit SANTOS,

1997). A antropologia se divide em duas grandes áreas, a antropologia física e a

antropometria cultural.

A ajuda da ciência das medidas é continuamente comentada na história das

civilizações. No final do século XIX e início do século XX observou-se o

desenvolvimento e a ampliação do interesse por estudos detalhados do homem vivo

e as suas marcas no esqueleto. Os estudos fornecidos pelos médicos militares de

recrutas são de incrível interesse, pois relacionam as dimensões corporais com a

ocupação (antropologia ocupacional). São expressivos os estudos realizados

durante a Guerra Civil Americana, Primeira e Segunda Guerra Mundial.

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Figura 3 – Antropometria estática 2. Fonte: PANERO & ZELNIK, 2002 p.61

Para Santos (1997):

A antropologia física ou biológica analisa e estuda a natureza

física do homem, origem, evolução, estrutura anatômica,

processos fisiológicos e as diferenças raciais das populações

antigas e modernas. Nesta encontra-se a antropometria, com

o objetivo de levantar dados das diversas dimensões dos

segmentos corporais (SANTOS, 1997 p.13).

Sob o ponto de vista industrial, quanto mais unificado for o produto, menores

serão seus custos de produção e de estoque. O projeto para a média é

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fundamentado no conceito que isso maximiza o conforto para a maioria. Na prática

isso não é uma realidade. Existe diferença significativa e evidente entre as medidas

de homens e mulheres, e a adoção de uma média globalizada acaba beneficiando

uma faixa pequena da população.

Uma das maiores aplicabilidades das medidas antropométricas na

ergonomia é no dimensionamento do espaço de trabalho.

Lida (1991) define espaço de trabalho como:

Sendo o espaço imaginário necessário para realizar os

movimentos requeridos pelo trabalho. O espaço de trabalho

para um jogador de futebol é próprio campo de futebol e até

uma altura de 2,5 m (que é a altura de cabeceio). O espaço de

trabalho de um carteiro seria um sólido sinuoso que

acompanha a sua trajetória de entregas e tem uma seção

retangular de 60 cm de largura por 170 de altura. Porém a

maioria das ocupações da vida moderna desenvolve-se em

espaços relativamente pequenos com o trabalhador em pé ou

sentado, realizando movimentos relativamente maiores com os

membros do que com o corpo e onde devem ser considerados

vários fatores como: postura, tipo de atividade manual e o

vestuário (ILDA, 1991 p.40).

2.2. A ATIVIDADE SOB OS PRISMAS DA LINGUAGEM E DO

CONHECIMENTO

O conceito de trabalho em ergonomia aparece também inseparável do

conhecimento e da linguagem que os alunos conduzem suas atividades. Ambas têm

uma importância capital para apreender o sentido que os alunos conferem ao

trabalho que realizam. Neste aspecto, o modelo piagetiano da inseparabilidade dos

pólos conhecimento-ação, cuja interação é marcada por um processo de

equilibração psicológica.

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Segundo Piaget (1970 e 1975), é amplamente utilizado em ergonomia

cognitiva:

[...] o fato fundamental é que todo conhecimento é ligado à

ação [...], com efeito, conhecer não consiste a copiar o real,

mas agir sobre ele e a transformá-lo (em aparência ou em

realidade) de modo a compreendê-lo em função dos sistemas

de transformação aos quais estão ligadas estas ações

(PIAGET, 1970-1975).

Este é um dos pilares teóricos que sustenta o conceito do estudo como

atividade, na sua dimensão cognitiva, que se expressa na abordagem ergonômica

"representação para ação" (Weill-Fassina et al., 1993) inspirando boa parte das

pesquisas sobre a atividade psicológica dos alunos.

A ergonomia tem mostrado que a possibilidade de colocar em palavras com

a intenção de objetivar os conhecimentos implica a possibilidade de abstração e

formalização da experiência pelos próprios sujeitos. Como conseqüência natural

deste processo, a participação dos alunos, tanto no curso da intervenção quanto nas

decisões concernentes ao processo de estudo, é destacada pela ergonomia como

condição fundamental para garantir o bem-estar, segurança e eficácia. Porém, essa

participação deve ser real, numa perspectiva de transformação evitando a armadilha

que convoca e incentiva a mobilização limitada exclusivamente a uma finalidade

tecno-produtivista.

2.3. ADEQUAÇÃO A DIVERSIDADE DO ALUNO

Dentro do espaço de uma sala de aula as superfícies horizontais são de

especial importância, pois sobre ela que se realiza grande parte do trabalho. Iremos

estudar neste tópico, a importância da antropometria na ergonomia dentro de uma

sala de aula, com foco especial no nível universitário.

Na mesa de estudo os equipamentos devem estar perfeitamente

posicionados dentro da área de abrangência que corresponde aproximadamente a

35 – 45 cm com os braços caídos normalmente e de 55 a 65 cm com os braços

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estendidos girando em torno do ombro. A altura da mesa também é muito importante

principalmente para o trabalho sentado sendo duas varáveis as responsáveis para a

determinação da sua altura, a altura do cotovelo que depende da altura do assento e

o tipo de trabalho a ser executado. A altura da mesa resulta da soma da altura

poplítea e da altura do cotovelo. Com relação ao tipo de trabalho deve-se considerar

se este será realizado a nível da mesa ou em elevação. O assento é provavelmente,

uma das invenções que mais contribuiu para modificar o comportamento humano.

Muitas pessoas chegam a passar mais de 20 horas por dia na posição sentada e

deitada. Daí o grande interesse dos pesquisadores da ergonomia com relação ao

assento. Na posição sentada, o corpo entra em contato com o assento só através da

sua estrutura óssea. Esse contato é feito através das tuberosidades isquiáticas que

são recobertas por uma fina camada de tecido muscular e uma pele grossa,

adequada para suportar grandes pressões. Em apenas 25 cm2 de superfície

concentra-se 75% do peso total do corpo.

Em relação aos assentos, devem-se analisar os seguintes princípios gerais

(IIDA, 1991):

a) existe um assento adequado para cada tipo de aluno;

b) as dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões

antropométricas;

c) o assento deve permitir variações de postura;

d) o encosto deve ajudar no relaxamento;

e) assento e mesa formam um conjunto integrado.

Segundo Santos (1997):

Existem inúmeros dados antropométricos que podem ser

utilizados na concepção dos espaços de estudo, mobília,

ferramentas e produtos de forma geral, na maioria dos casos

pode-se utilizá-los no projeto industrial (SANTOS, 1997 p.19).

Para Panero e Zelnik (1991):

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Contudo, devido a abundância de variáreis, é importante que

os dados sejam os que melhor se adaptem aos usuários do

espaço ou objetos que se desenham. Por isso, há

necessidade de se definir com exatidão a natureza da

população que se pretende servir em função da idade, sexo,

trabalho e raça. Muitas vezes quando o usuário é um indivíduo

ou um grupo reduzido de pessoas e estão presentes algumas

situações especiais, o levantamento da informação

antropométrica é importante, principalmente quando o projeto

envolve um grande investimento econômico (PANERO &

ZELNIK, 1991 p.50).

2.4. ERGONOMIA DE CORREÇÃO: PERCEPÇÃO DO CONFORTO E

DESCONFORTO

Nestes últimos anos, o desenvolvimento da tecnologia possibilitou um

melhor tratamento dos dados conseguidos em grandes levantamentos e permitiu o

desenvolvimento de modelos matemáticos dos fenômenos antropométricos.

Em um futuro, com certeza as atividades antropométricas continuarão no

estudos de características populacionais e das condições de conforto destas e

principalmente neste foco dos alunos e do professor. Com a melhor definição das

variáveis antropométricas talvez menos pessoas ficarão insatisfeitos por pertencer

aos grupos que ficam abaixo de um percentual pré-fixado.

Nas áreas de tecnologia avançada haverá um aumento da precisão e

automatização das técnicas de medida para uma melhor definição do tamanho

humano e da mecânica do espaço de estudo.

Possivelmente um dia notaremos uma antropometria instantânea para o

desenvolvimento de roupas, cadeiras e extensões eletromagnéticas dos sentidos do

homem “sob medida”. Dentro da engenharia antropométrica o estabelecimento de

relações espaciais em coordenadas tridimensionais pode fornecer descrições

detalhadas das superfícies corporais e uma variedade de novos fenômenos podem

ser investigados como a localização de ossos, órgãos vitais e outras estruturas para

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a confecção de próteses, reconstrução de órgãos ou então para a aplicação de

procedimentos diagnósticos a distância ou por controle remoto. Em todas essas

atividades, o problema básico será a definição numérica da forma humana e as

características físicas que estão relacionadas com a engenharia antropométrica.

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CAPÍTULO III

AS CORES: PERSPECTIVAS EM SALA DE AULA

3.1. TEORIA DAS CORES

Tudo o que se observa através dos olhos é resultado da existência da luz.

Se vivêssemos na total escuridão, não se poderiam enxergar os diversos tons das

cores, como o azul do céu ou o verde das folhas.

Para Abrahão (1977):

A luz produz certas impressões aos nossos olhos, conforme a

sua própria natureza, ou segundo o modo pelo quais os corpos

a refletem. Essa impressão é o que chamamos de cor.

Portanto, e através da luz que conseguimos ver a cor de um

objeto. Quando a luz do sol incide sobre um objeto, alguns dos

raios coloridos que a compõe são absorvidos pelo objeto,

enquanto que os restantes são refletidos (LAVILLE, 1977 p. 2).

Pode-se afirmar que cor é luz, e um fenômeno físico ocasionado por

radiações luminosas, cuja sensação, percebida pelos olhos, é, posteriormente,

traduzida e identificada pelo cérebro.

Segundo Ferraro (1995) podemos destacar que:

A luz solar, ou luz branca representa uma pequena faixa do

espectro eletromagnético, a única percebida a olho nu, que se

propaga através de ondas eletromagnéticas. Ao decompor a

luz, projetando um raio luminoso através de um prisma, pode-

se ver um feixe de luzes coloridas, contendo variações

compreendidas entre o vermelho e o violeta. Cada variação

possui seu respectivo comprimento de onda. Este fenômeno é

conhecido como dispersão luminosa (FERRARO, 1995 p.41).

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A denominação das cores espectrais é inerente ao comprimento de onda.

Para Newton (1979, apud Guimarães, 2001, p. 36), por exemplo, violeta é a faixa

que compreende o intervalo situado entre 380 e 436 nm, porém os físicos e demais

estudiosos das cores nunca chegaram a um acordo a respeito desses valores

(Rossi, 2004), muito menos quanto à denominação das cores.

Figura 4 - Representação simplificada do fenômeno da dispersão luminosa. Fonte: NEWTON, 1979, apud GUIMARÃES, 2001.

Figura 5 - Comparação da nomeação de cores feita por alguns autores. Fonte: NEWTON 1979, apud GUIMARÃES, 2001.

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As cores primárias são as cores que não podem ser formadas por nenhuma

mistura. São elas azul, amarelo e vermelho.

Para Abrahão (1977), pode-se destacar:

Figura 6 – Cores Primárias Fonte: ABRAHÃO et al, 1977 p.2.

As cores exercem diversos efeitos fisiológicos sobre o organismo humano e

possuem a tendência de produzir vários juízos e sentimentos. Visivelmente, as cores

possuem um peso. Na verdade, olhando para cada cor damos um valor-peso, é

apenas um peso psicológico. A cor, componente fundamental em qualquer processo

de comunicação merece uma atenção especial. É um componente com grande

influência no dia a dia de uma pessoa, interferindo nos sentidos, emoções e

intelecto. Através da combinação de diferentes cores pode-se descobrir sentimentos

e efeitos diversos.

As cores secundárias são as cores que surgem da mistura de duas cores

primárias.

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Diz Abrahão (1977):

Figura 7 – Cores Secundárias Fonte: ABRAHÃO et al, 1977 p.2.

A cor exerce ação tripla: a de impressionar, a de expressar e a de construir:

a) A cor é vista: impressiona a retina.

b) A cor é sentida: provoca emoção.

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c) A cor é construtiva, pois tendo um significado próprio, possui valor de símbolo,

podendo assim, construir uma linguagem que comunique uma idéia, que pode ser

de leveza, alegria, sobriedade, etc.

3.2. INFLUÊNCIA PSICOLÓGICA DAS CORES

Nenhuma cor é feia. A cor é considerável em si mesma, em absoluto,

qualquer seja ela. Ainda que a atração de cada cor específica seja desigual, a

referida atração sempre ocorre em algum grau. Isto resulta do fato mesmo de a cor

ser o objeto formal (isto é, específico, ou essencial) da visão; é a cor aquele objeto

que dá a forma essencial a esta espécie de conhecimento. Assim também acontece

em outros planos do sensível, sempre que a questão for de objeto formal nenhu som

isolado é desagradável, nenhum odor é malcheiroso.

Para Abrahão (1977):

Figura 7 – Disco de Newton – Significado das Cores Fonte: ABRAHÃO et al, 1977 p.2.

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Existem cores quentes e frias, leves e pesadas, calmantes e excitantes, de

alívio e opressivas; cada uma das cores goza de tais propriedades em função ao

que as cores são em si mesmas. Pode-se dizer que os efeitos psicodinâmicos da cor

são de grande volume e variados, por causa da predominância do sentido da vista

sobre todos os demais sentidos.

Assim cita o autor Abrahão (1977):

Este grande efeito psicodinâmico das cores ainda ocorre em

virtude da considerável diversidade das cores, sua gradação de

luminosidade, diferença de intensidade, além da variação dos

espaços e formas das áreas coloridas. E por que usamos

expressões, tais como: cores alegres? Cores vivas? Cores

quentes? Cores frias? Cores festivas? Cores de luto? Não se

trata apenas de um falar. Há uma psicodinâmica a comandar

um importante processo, a que está atenta não somente a

psicologia, que estuda apenas teoricamente a ação das cores,

mas também o técnico, inclusive o artista da cor, para

adequadamente dispor os elementos coloridos com vista a

resultados (ABRAHÃO et al, 1977 p.4).

A preferência do indivíduo por determinados efeitos psicodinâmicos da cor,

pode servir de sintoma para revelar sua índole temperamental e mesmo o caráter

que formou. Já que as cores estimulam em direção de determinados

comportamentos, o interesse por esta ou aquela cor e as circunstâncias em que isto

acontece, informa sobre a pessoa mesma.

As circunstâncias poderão interferir e determinar o apelo diferenciado às

cores. Há também interferidores no uso das cores contra as propriedades

psicológicas das cores.

Ainda segundo Abrahão (1977):

A moda, por exemplo, determina preferências, que podem não

ser as da inclinação espontânea. As cores determinadas

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podem não definir com precisão o caráter e a índole da pessoa

que a usa. Também por motivos funcionais, sobretudo

terapêuticos, uma cor poderá ter sido eleita exatamente para

reverter uma tendência. A psicodinâmica das cores poderá

determinar comportamentos complexos (ABRAHÃO et al, 1977

p.2).

3.3. ILUMINAÇÃO DA SALA DE AULA

A iluminação é um dos principais itens para a qualidade do estudo e

conforto humano. Para uma iluminação adequada do ambiente de estudo dois

fatores merecem destaque e mesma importância que são: a intensidade da

iluminação e a luminância ou brilhância, que é a sensação de brilho e de

ofuscamento percebido por uma pessoa a partir de uma fonte de luz. (COUTO,

1991)

Assim, a intensidade de iluminação consiste na medida do fluxo luminoso

que incide em uma superfície podendo ser medida por lux (lx). Dessa forma,

atualmente as normas americanas recomendam os seguintes valores: (ETIENNE,

1998).

IES em Lx

Linha de montagem grosseira 320

Linha de montagem fina 5.400

Linha de montagem muito fina 10.800

Trabalho grosseiro em máquina-ferramenta 540

Trabalho fino em máquina-ferramenta 5.400

Trabalho muito fino em máquina-ferramenta 10.800

Desenho técnico 2.200

Contabilidade, trabalho de escritório. 1.600

Tabela 1 – Manual da Ergonomia Fonte: LAVILLE, 1977 p.18.

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Couto (1991) destaca:

Ainda em relação ao nível de iluminação deve se observar que

pessoas idosas necessitam de maior claridade do que os

jovens e adultos. Alem disso deve se mesclar iluminação

artificial e natural, com janelas ou aberturas no teto que permita

a entrada adequada de luz natural; em relação à iluminação

artificial deve-se dar preferência a lâmpadas fluorescentes,

neste caso e necessário cuidar para que existam no mínimo

dois tubos por calha e que os mesmos estejam defasados entre

si (COUTO, 1991 p.16-17).

Também está associado à iluminação o fenômeno de densidade luminosa,

que esta relacionada diretamente ao grau de reflexão da superfície iluminada, ou

seja impressão de claridade e sua unidade de medida é candela/m². (ETIENNE,

1998)

Para o conforto do homem, é necessário se evitar o processo de

ofuscamento que é produzido pela presença de luz, janelas ou áreas

excessivamente brilhantes em relação ao nível geral do ambiente, ao qual o olho foi

acostumado. (LIDA, 2000) O ofuscamento poderá ser direto, causado por uma

luminária de grande luminosidade no campo de visão do operador, ou refletido,

causado quando o observador vê a reflexão desta fonte numa superfície brilhante.

(MORAES & PEQUINI, 2000). A direção da iluminação e fator de grande importância

para que não ocorra ofuscamento. Etienne (1998) pacifica a direção da luz em

quatro categorias, conforme tabela abaixo:

Luz direta: a luz chega ao campo de trabalho diretamente, entretanto pode

provocar reflexão. Estas luminárias são bastante eficazes no iluminamento

proporcionando a uma área e permitem um máximo aproveitamento da energia

consumida. Por outro lado podem provocar ofuscamento incomodo.

Luz semidireta: esse tipo de iluminação combina a iluminação direta que vem da

luminária com a luz que chega por reflexão do entorno como paredes, teto,

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equipamentos etc.

Luz indireta: este sistema proporciona uma iluminação agradável sem

ofuscamento. A iluminação se dá por reflexão do teto e de paredes. O efeito obtido

torna o sistema indicado para ambiência onde a difusão e essencial para a

preservação da vista ou por questões estéticas.

Luz semi-indireta: este sistema permite aproximadamente, 25 % de luz direta e o

restante refletido pelo teto e paredes. A iluminação semi-indireta soma as

vantagens da iluminação indireta com um melhor aproveitamento de energia

consumida e evita um excessivo destaque da luminária contra o teto.

Tabela 2 – Quatro categorias da direção da luz. Fonte: ABRAHÃO et al, 1977 p.3.

Ainda em relação á fonte de luz e importante observar que esta deve estar

dentro de um ângulo de 30º da mirada normal do trabalhador, as luminárias,

também, devem estar em posição tal em relação à mesa ou bancada de estudo que

a eventual reflexão da luz. Por elas emitidas não encontre o campo visual do

trabalhador. (COUTO, 1991).

Além disso, para evitar reflexos e ofuscamentos a superfície de estudo deve

ser fosca, a fim de reduzir a possibilidade de deslumbramento por brilho refletido e

as mesas de escritórios devem estar situadas perpendiculares á janela. Também

devem existir persianas ou vidros brancos que impeçam a luz do sol diretamente no

campo visual do estudante ou sobre sua superfície de estudo (COUTO, 1991).

3.3.1 Planejamento das Cores

O uso das cores no ambiente de estudo associado a um planejamento

adequado da iluminação, tem resultado em economia de ate 30% no consumo de

energia e aumentos de produtividade que chegam a 80 ou 90%. (LIDA, 2000).

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Porém, segundo Couto (1991) a influencia das cores sobre o ambiente de

estudo não foi objeto de analise rigorosa e a maioria dos estudos fala apenas de

preferências.

O uso de cores deve ser cuidadosamente planejado junto com a arquitetura

e a iluminação. As paredes, máquinas, equipamentos de transporte e ate os

utensílios e ferramentas individuais deveram seguir as cores planejadas (LIDA

2000).

É recomendado que se evitem cores primárias muito fortes e saturadas,

pois, estas podem ocasionar uma sensação persistente de pos imagem. Também e

importante dar preferência a cores mais claras (gelo, cinza claro) para áreas maiores

visto que estas cores propiciam refletâncias uniformes. Cores tendentes para o bege

claro ou verde claro devem ser preferidas para topos de mesa e superfícies de

trabalho e estudo (COUTO, 1991).

Ainda sobre a escolha das cores, em áreas em que se desenvolvem

trabalhos repetitivos e em áreas muito amplas podem se usar cores estimulantes.

Podem se utilizar também cores distintas para separar áreas distintas de trabalho.

(COUTO, 1991).

A norma brasileira NB-76/59 fixa as cores dos locais de trabalho para

prevenção de acidentes. Não existe nenhum estudo direcionado as salas de aula,

por este motivo, utilizam-se a tabela voltada para locais de trabalho, o que na

realidade não deixa de ser um assunto semelhante.

Recomenda o uso de oito cores de acordo com as seguintes aplicações:

Vermelho: em equipamentos de combate a incêndio. Excepcionalmente para

indicar advertência de perigo

Alaranjado: identifica as partes moveis e perigosas de maquinas e equipamentos

Amarelo: indica "cuidado" em escadas, vigas, partes salientes de estruturas,

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bordas perigosas, equipamento de transportes e de manipulação de material.

Verde: para identificar equipamentos de primeiros socorros

Azul: indica equipamentos fora de serviço e partidas ou fontes de energia

Púrpura: e usado para indicar os perigos de radiações eletromagnéticas

penetrantes e partículas nucleares

Branco: usado para demarcar áreas de corredores, locais de armazenagem,

coletores de resíduos e bebedouros.

Tabela 3 – Cores e aplicações Fonte: ABRAHÃO et al, 1977 p.2.

Assim, considerando a escolha das cores e o tipo da iluminação que será

utilizada e de suma importância uma vez que ambos os fatores podem gerar no ser

humano, inúmeras patologias e fadiga visual.

3.4. CORES, FORMAS, MOTIVAÇÃO: CRIANDO UM AMBIENTE

FÍSICO – UMA SALA DE AULA EFICIENTE.

Segundo Paulo Freire (2006), a escola é lugar de gente, cercados de

pessoas por todos os lados e sozinhos, ele ainda cita:

Escola é... o lugar onde se faz amigos.. não se trata só de

prédios, salas, quadros programas, horários,

conceitos...Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha,

que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é

gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é

gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez

melhor na medida em que cada um se comporte como colega,

amigo, irmão. Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os

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lados’. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir

que não tem amizade a ninguém nada de ser como o tijolo que

forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não

é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de

amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se

‘amarrar nela’! Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil

estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz.

(Paulo Freire, 2006 p.11)

Organizar a sala de aula não é uma tarefa muito difícil. Basta uma lousa,

mesas e cadeiras, materiais didáticos e, claro, alunos e professor, certo? Mais ou

menos. Todos esses elementos não podem faltar em uma sala adequada. Porém,

existem detalhes que fazem do ambiente um lugar seguro, confortável e acessível

para todos os alunos — o que, sem dúvida, colabora para o aprendizado.

É preciso algumas perguntas:

a) Na classe o piso escolhido evita acidentes?

b) Os móveis têm cantos arredondados?

c) Os alunos com deficiência física podem circular com facilidade?

Sempre que falamos em sala de aula, imediatamente, vem-nos a imagem

de uma edificação climatizada por ar-condicionado, com um piso impecável, paredes

internas bem-acabadas, a região interna preenchida por bancas bem projetadas e

acopladas a cadeiras confortáveis, fixada à parede uma grande lousa e, é claro,

essa sala deve pertencer a uma grande escola, cercada por um grande e seguro

muro que a separe do mundo, isto é, da vida, mas não de simples vidas!

O saudoso Paulo Freire tinha toda razão quando dizia que “ninguém educa

ninguém, assim como ninguém se educa sozinho; alguém só aprende se existir uma

pessoa que lhe deseje ensinar”. Da mesma forma, alguém só ensinará se houver um

indivíduo ardentemente predisposto a aprender. Percebamos que ensinar e

aprender são atos recíprocos e, por isso mesmo, um não tem consistência sem o

outro, um inexiste sem a preexistência do outro; educar é um ato coletivo e uníssono

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entre educando e educador, pois ambos devem concatenar idéias, desejos, sonhos

e, acima de tudo, esforços.

Para um processo educacional não há partes; só existe o todo, que é o

próprio processo, o qual nos leva a compreender toda a situação que gera o tal

processo. É justamente aquilo que nos permite entender que o verbo olhar tem

menor valor do que o verbo ver, posto que o olhar seja uma condição biológica e só

percebe o que consegue alcançar na sua ínfima limitação, enquanto o ver é uma

condição da alma, da existência humana e nos permite tocar a essência de cada ser

e reconhecer suas reais necessidades. Assim, aprendemos a valorizar os dons de

cada um, o que inevitavelmente nos levará a despertar um ser que este até então

não conhecia. Valorizar dons é reconhecer que todo ser é processador da sua

própria condição de humano.

Como cita Cury (2007):

Os professores são tão ou mais importantes que os

psiquiatras, os juízes e os generais. Os professores lavram os

solos da inteligência dos jovens para que eles aprendam a ser

pensadores, para que eles não adoeçam e sejam tratados

pelos psiquiatras, para que eles não cometam crimes e sejam

julgados pelos juízes, para que eles não façam guerras e

sejam comandados por generais. (CURY, 2007 p.137).

Toda e qualquer escola (CURY, 2007) pode ser transformada em uma

escola de sonhos. É preciso descobrir que os frágeis também podem usar a força,

os fortes, a inteligência e principalmente é essencial descobrir a paixão pela vida e

pela humanidade e enxergar acima de ser negros, brancos, ricos, miseráveis,

celebridades, anônimos, religiosos e ateus. Todos nós somos seres humanos que

devem valorizar a própria essência e respeitar as diferenças. A escola tem o poder

de mudar as mentes, os alunos o poder de transformar o mundo!

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CONCLUSÃO

A sala de aula deve ser um celeiro de dúvidas e, quando estas existirem, ela

não deve ser vista como um espaço material, mas, sim, como um instante de

construção sociointelectual. Assim sendo, é preciso explicitar o fato de que a escola

necessita romper seus próprios limites físicos e se fazer vida com a vida. Portanto, a

sala de aula é um espaço para investigação, para a busca de pistas que

componham a construção do saber, que é um dos valiosos papéis da dúvida e,

também, uma instância socializante, uma vez que nos permite estabelecer contato

com uma imensa diversidade de seres e formas pensantes que precisam ser

ouvidas e, conseqüentemente, respeitadas. É, ainda, um laboratório de formação e

informação intelectual, passando a ser uma via que nos possibilita perceber outros

caminhos.

Resumindo, é na sala de aula que se compreende o macro universo

existente à nossa volta, que está correlacionado ao nosso universo interior; é um

caminho que nos possibilita entender melhor os caminhos da vida, fazendo-nos

significar cada batida do coração e compreender suas alterações ao manifestarmos

variadas emoções, por ser escola cada sala de aula e mestre, cada aprendiz, e

serem todos (escola, salas de aula, mestres e aprendizes) partes de um todo

denominado vida. Essas partes jamais representarão frações, pois são, por

natureza, inteiras, e representam por si a vida, visto que a vida está contida nela

mesma.

Educar é, sem dúvida, uma das tarefas mais complexas impostas pela vida,

por ser em qualquer instância uma execução contínua e coletiva e, por tais razões,

faz-se necessário a todo instante refletirmos, enquanto agentes formadores e

facilitadores desse processo, acerca de nossas posturas, condutas e sentimentos,

pois navegaremos nas relações intra e interpessoais, possibilitando dentro das

posses processuais do desenvolvimento sociocultural uma maior compreensão do

ato de educar, que vai além das ingênuas definições que conhecemos..

E, com isso, quero dizer que a aprendizagem exige uma mediação

integrada, em que o ensinar não apenas descreva, mas inscreva, e o aprender se

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torne prazeroso à medida que se faça significativo. Aí então entra a sala de aula,

que não carece em hipótese alguma de uma bela edificação nem mesmo de uma

edificação. Entretanto, será ótimo se ela existir, por viabilizar algumas situações, tais

como o entendimento institucional de uma escola como centro de aprendizagem e

como um ambiente social e profissional.

Todo professor sabe que uma sala segura, limpa, confortável e atraente

pode estimular a aprendizagem. Mas, para muitos professores, a criação de um

ambiente físico de suas salas de aula pode ser bastante assustadora, especialmente

quando confrontada com prédios antigos, salas de aula lotadas e espaço de

armazenamento insuficiente.

A primeira coisa a se considerar na organização da sala de aula é a

limpeza, a luz e a temperatura. Embora o professor não possa ter controle total

sobre alguns destes elementos, é preciso sugerir melhorias quando necessário.

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BIBLIOGRAFIA

ABRAHÃO, Luiz M., GONÇALVES, Aurélio T., MELO, Everardo, M. Integrando as artes. São Paulo: Cia Editora Nacional, 1977.

COUTO, Hudson de Araújo. Ergonomia aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. Belo Horizonte: ERGO Editora, 1995.

CURY, Augusto. Filhos brilhantes, alunos fascinantes. São Paulo: Ed. Academia de Inteligência, 2007.

FREIRE, Paulo. Planeta Educação. Disponível em http://www.planetaeducacao.com.br/.asp?artigo=1600. Acessado em 12 jul 2010 às 16:25 h.

GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, lingüística e cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2001.

GRADJEAN, E. Manual de Ergonomia – adaptando o trabalho ao homem. 4ª edição. Editora Bookman: Porto Alegre, 1998.

LAVILLE, Antoine. Ergonomia. São Paulo: Ed. EPV, 1977.

LIDA, I. Ergonomia – projeto e produção. Editora Edgar Blucher: São Paulo, 2000.

MORAES, A. PEQUINI, S. M. Ergodesign para trabalho com terminais informatizados. Editora 2AB: Rio de Janeiro, 2000.

PANERO, Julius e ZELNIK, Martin. Las dimensiones humanas en los espacios interiores. Estándares antropometricos. 5 ed. México : G. Gili, 1991.

PIAGET, J. (1970). Biologie et connaissance. PUF, Paris.

PIAGET, J. (1975). L’équilibration des structures cognitives. Problème central du développement. PUF, Paris.

ROEBUCK, J. A. Jr.; KROEMER, K. H. E.; THOMSON, W. G. Engineering anthropometry methods. New York : Wiley-Intersciencie : J Wiley, 1975.

SANTOS, Neri dos et. al. Antropotecnologia: a ergonomia dos sistemas de

produção. Curitiba : Genesis, 1997.

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ANEXO

EXEMPLO DE PROJETOS

Oritech traz ao Brasil um novo jeito de aprender

inglês

Ao longo dos últimos anos, dominar um segundo

idioma, além da língua natal, tornou-se condição

básica para quem pretende se dar bem no

mercado de trabalho. E esta nova ordem tem

reflexos diretos sobre o número de escolas de

idiomas, que vive hoje uma expansão sem

precedentes. Aqui e ali, espocam cursos e métodos pedagógicos dos mais variados

tipos, do tradicional aos mais inovadores.

Este é o caso da Oritech, rede de escolas de inglês fundada na Colômbia, em 2002,

e que chegou ao Brasil no início de 2007, instalando três unidades em Porto

Alegre/RS. Nas nove escolas do Grupo (as outras seis ficam em território

colombiano), os alunos aprendem por meio de um sistema baseado no

entretenimento. “É uma alternativa para quem já tentou aprender inglês do jeito

tradicional e não foi adiante. Na Oritech o aluno se diverte, desestressa e, aí sim,

começa a dominar de fato outra língua”, explica Cláudia Novo, fundadora e vice-

presidente executiva da Oritech.

De acordo com ela, é imprescindível para aplicação do método o casamento perfeito

entre a formatação do curso e espaço em que ele é aplicado. Por isto, nas escolas

do grupo, arquitetura e decoração de interirores são usadas de modo diferenciado.

“O visual de nossas sedes rompe paradigmas para deixar o aluno mais à vontade.

Substituímos o padrão de salas de aula com mesas e cadeiras por pufes e sofás.

Mais confortáveis, como se estivessem em casa, as pessoas começam a vivenciar o

Oritech propõe ensino do

idioma inglês em

ambientes mais

descontraídos e

aconchegantes

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idioma, aprendendo a partir de um processo associativo de imersão” continua

Cláudia.

Conforto para alunos exigentes - O público parece ter aprovado a inovação: desde

a abertura das três unidades brasileiras, em março, a Oritech já matriculou perto de

300 alunos. São executivos, profissionais liberais, universitários e estudantes,

majoritariamente das classes A e B, descobrindo uma nova maneira de aprender

inglês.

As turmas contam com, no máximo, dez pessoas, reunidas conforme o nível de

conhecimentos prévios do inglês. As aulas de 50 minutos acontecem três vezes por

semana, o que faz com que os alunos grande tempo dentro da escola. “E eles são

exigentes. Por isto, uma das nossas preocupações é oferecer um ambiente

qualificado e, acima de tudo, confortável”, revela Cláudia.

Outro ponto importante na ambientação é a construção de uma identidade visual

para as escolas do Grupo. “Se um aluno brasileiro visitar uma de nossas unidades

na Colômbia, vai perceber a semelhança na disposição das salas, no mobiliário”,

explica a vice-presidente da Oritech, que é graduada em Marketing. “Por isto,

quando decidimos nos instalar no Brasil, precisávamos encontrar fornecedores

capazes de manter e qualificar a unidade da nossa imagem corporativa”, lembra. Ela

conta que pesquisou várias empresas de móveis em busca da melhor alternativa. E

acabou identificando na Erghos a parceira ideal. "Lá encontramos as linhas de

móveis mais semelhantes ao que usamos na Colômbia", recorda.

Estilo na medida certa - A partir dali, a ordem era adquirir todo o mobiliário para as

três escolas. "Como não costumamos trabalhar com arquitetos para o projeto de

decoração, a parceria acabou ficando maior: a Erghos sugeria e nós aprovávamos

as idéias". Assim, todos os móveis que equipam os endereços brasileiros da Oritech

levam a assinatura da Erghos. São mesas, sofás, pufes, cadeiras, armários e

estações de trabalho das linhas Atrium, Ergon, Lepus e Pictor. "Além de

superconfortáveis, são produtos da mais alta qualidade, com um estilo que

impressiona e preços razoáveis. Exatamente o que precisávamos", define Cláudia. A

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empresária destaca, ainda, o atendimento diferenciado: "Gostei da Erghos porque lá

o pessoal te dá atenção, se interessa de verdade".

Agora, bem instalada e completamente adaptada ao Brasil, a Oritech planeja vôos

mais altos: a meta é expandir a rede em todo o País. E, segundo sua vice-

presidente, não pretende fazer isto sozinha. "A Erghos tornou-se a nossa

fornecedora de fato. E queremos ter seus móveis em todo lugar para onde a gente

for", afirma Cláudia.

Fonte: Doxxa Inteligência em Conteúdo

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTO 2

DEDICATÓRIA 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

DESIGN DE INTERIORES: AULAS MAIS ATRATIVAS NO OLHAR NO ENSINO

SUPERIOR

1.1.Motivação do aluno: um grande desafio 09

1.2. Construção das categorias motivacionais 13

1.3. Promovendo a motivação em sala de aula 15

1.4. Motivação para aprender 19

CAPÍTULO II

ANTROPOMETRIA NA ERGONOMIA: DA LINGUAGEM DO CONHECIMENTO

2.1. Antopometria e sua utilização na ergonomia 22

2.2. A atividade sob os prismas da linguagem e do conhecimento 26

2.3. Adequação a diversidade do aluno 27

2.4. Ergonomia de correção: percepção do conforto e desconforto 29

CAPÍTULO III

AS CORES: PERSPECTIVAS EM SALA DE AULA

3.1. Teoria das cores 31

3.2. Influência psicológica das cores 35

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3.3. Iluminação da sala de aula 37

3.3.1 Planejamento das cores 39

3.4. Cores, formas, motivação: criando um ambiente físico – uma sala de aula

eficiente. 41

CONCLUSÃO 44

BIBLIOGRAFIA 46

ANEXO 47

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: DESIGN DE INTERIORES: aulas mais atrativas no olhar

no ensino superior.

Autor: Maria do Rosário de Jesus Barros.

Data da entrega:

Avaliado por: Professora orientadora Mônica Mello Conceito:

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