universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo ...geraldo leoni, adriano blatt e wolfgang kurt...

52
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DE CRÉDITO E COBRANÇA EMPRESARIAL Por: Selma de Jesus Lima Duarte Orientador Prof.ª Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2011

Upload: others

Post on 30-Mar-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DE CRÉDITO E COBRANÇA EMPRESARIAL

Por: Selma de Jesus Lima Duarte

Orientador

Prof.ª Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro

2011

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DE CRÉDITO E COBRANÇA EMPRESARIAL

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito obrigatório para

conclusão do curso de pós graduação em Finanças

e Gestão Corporativa.

Por Selma de Jesus Lima Duarte

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

3

AGRADECIMENTOS

Nesta infindável lista de

agradecimentos, agradeço em primeiro

lugar a DEUS que me concedeu toda a

força para que eu pudesse chegar até

o fim e aos meus pais ARY e IZABEL

que com muito esforço construíram um

alicerce na vida para que eu pudesse

trilhar o meu caminho.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia Ao meu filho

João Henrique e ao meu esposo Aluisio

por toda compreensão.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

5

RESUMO

A Gestão de Crédito e Cobrança é um tema que vem chamando a

atenção dos administradores, já que é considerado um instrumento gerencial

importante no processo competitivo.

Se de um lado a análise de crédito deve ocorrer de forma planejada,

racional e objetiva, pois envolve uma relação comercial, em que o concessor

do crédito, por meio dela, tentará diminuir o risco de não receber o valor

emprestado. Por outro lado, visto que, todo crédito por mais analisado que seja

envolve um risco, é fundamental procedimentos de cobrança buscando a

redução da inadimplência e permitindo que a empresa possa continuar a

conceder créditos para manter-se no mercado.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

6

METODOLOGIA

Este trabalho acadêmico é baseado em pesquisa bibliográfica descritiva,

elaborado a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros

e material disponibilizado na internet.

Os principais autores utilizados na realização deste trabalho foram

Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel.

A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das

contribuições científicas sobre o assunto, abordado na pesquisa.

O trabalho também é composto de pesquisa de campo, através de

questionário preenchido em uma micro empresa localizada no Bairro de Vista

Alegre – Rio de Janeiro.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Fundamentação Teórica 10

CAPÍTULO II - O Sistema de Concessão de Crédito 18

CAPÍTULO III - O Sistema de Cobrança 29

CAPÍTULO IV - Um Estudo de Caso 40 CONCLUSÃO 45

ANEXO 1 47

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 51

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

8

INTRODUÇÃO

O trabalho que ora se apresenta tem como tema “Gestão de Crédito

e Cobrança Empresarial”.

Em todos os setores da economia, verifica-se um aumento crescente

da competitividade entre as organizações. Elas estão reagindo rapidamente às

mudanças que ocorrem em seu ambiente, e em muitos casos se antecipando e

se diferenciando das demais. As organizações não podem demorar muito

tempo no processo de tomada de decisão, pois correm o risco de perderem

mercado para concorrentes mais rápidos e eficazes.

Cabe salientar neste momento que a preocupação deste estudo é

mostrar a importância de conhecer os riscos associados ao processo de

concessão de crédito.

A importância da aplicação de instrumentos formais de análise de

crédito que levem em consideração variáveis que estejam diretamente

relacionadas com o potencial de pagamento dos clientes. A ênfase desse

estudo está em fornecer subsídios para a posterior formulação de uma política

de crédito que leve as organizações a dar crédito com qualidade.

A maioria das empresas deveria possuir uma política de crédito que

fornecesse parâmetros para determinar se a empresa deve ou não conceder

crédito a um cliente. Em caso afirmativo, o valor do limite de crédito a ser

concedido.

Normalmente a análise de crédito envolve o levantamento de

informações sobre o cliente e um processo de tomada de decisão. Não se

pode aplicar muito tempo no levantamento e análise dessas informações, sob

pena do cliente desistir da compra, ou o custo das investigações tornar-se

elevado em face ao valor do crédito.

Após análise e concessão do crédito, as empresas devem ter

profissionais competentes, com objetivos de realizar os procedimentos

necessários pós concessão de crédito, visando evitar o máximo à

inadimplência e mantendo assim a saúde financeira da empresa.

O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos:

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

9

O primeiro capítulo apresenta a fundamentação teórica relacionada

com o conceito de crédito e cobrança, risco de crédito, inadimplência e

cobrança. Tudo isso tomando como base a obra de Leoni, Geraldo. Cadastro,

Crédito e Cobrança, entre outras obras.

O segundo capítulo apresenta o sistema de concessão de crédito, bem

como as diversas técnicas aplicadas à análise de crédito.

O terceiro capítulo trata o sistema de cobrança, a necessidade de

organização no setor de cobrança e a definição do programa de cobrança.

O quarto capítulo apresenta uma perspectiva prática, um estudo de

caso da empresa Caldeiras & Duarte Ltda., sobre gestão de crédito e cobrança

com base nos questionários realizados. E por último, o estudo apresenta a

conclusão do tema estudado.

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

10

CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 – Conceito de empresa

Quando pensamos em negócios, logo surge em nossas mentes a

empresa, mas; o que é uma empresa, qual conceito devemos ter dessa

palavra? Diversos autores mostram os mais variados conceitos para definir e

conceituar esta palavra, entretanto a mais usual seja a de que:

“Empresa é a unidade econômica organizada, que

combinando capital e trabalho, produz ou faz circular bens

ou presta serviços com finalidade de lucro. Adquire

personalidade jurídica pela inscrição de seus atos

constitutivos nos órgãos de registro próprio, adquirindo

dessa forma capacidade jurídica para assumir direitos e

obrigações. A empresa deve ter sua sede, ou seja, deve ter

um domicílio, local onde exercerá seus direitos e

responderá por suas obrigações.” (FABRETTI, 2003, P.36)

Sendo a empresa uma unidade econômica cuja finalidade é o lucro,

torna-se necessário a utilização de ferramentas que otimizem as chances de

sucesso da organização e assim obtenha o lucro esperado, ou o retorno do

que foi investido, ou que pelo menos reduza as possibilidades de fracasso, ou

que uma decisão equivocada possa prejudicar sua continuidade.

Torna-se então necessária a adoção de estratégias, ou seja, um

conjunto ações articuladas para que as decisões sejam seguras e levem o

gestor a alcançar os objetivos previamente estabelecidos.

Para Padoveze (2005, P.3), “a finalidade da empresa é criar valor para

seu proprietário”. Este valor é o lucro que o investidor espera, ou ainda o preço

pelo risco que este está correndo ao aplicar seu capital em um determinado

investimento.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

11

1.2 – Pequenas Empresas

As pequenas empresas têm desempenhado papel importante na

economia, sendo responsáveis pela maioria dos empregos gerados.

São essas empresas, em todo mundo, que alavancam o progresso e

que, mais do que nunca, no contexto atual da economia globalizada, oferecem

empregos à população.

As pequenas e médias empresas revestem-se de uma enorme

importância quantitativa para a economia, pois constituem a regra, enquanto

as grandes empresas representam as exceções.

Pode-se assim concluir que as pequenas empresas são de importância

fundamental para a economia de qualquer país, tornando-se imprescindível

que se preparem para enfrentar os desafios impostos por uma economia

mundializada, preparando seus gestores para tomarem decisões tempestivas e

assertivas, subsidiados por relatórios confiáveis, a fim de responderem aos

desafios de um mercado em que a concorrência tende a se mostrar cada dia

mais acirrada.

1.3 – Crédito

“Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de

destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu

patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta

parcela volte a sua posse integralmente, após decorrido o

tempo estipulado.”

(SCHRICKEL, 1997, P.25)

A concessão de crédito se baseia na confiança do credor de que o

devedor tem vontade de pagar suas obrigações.

A partir dessa confiança, é preciso saber se o devedor é capaz de

cumprir seus compromissos financeiros.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

12

Em seguida, é preciso investigar se existem condições favoráveis ao

devedor para resgatar suas dívidas: condições de seu próprio negócio e

condições do mercado em que atua, dentro de um plano maior que é o

ambiente econômico existente.

É também necessário que o devedor possua capital suficiente para tocar

e expandir seus negócios em um ambiente de competição muitas vezes feroz.

Por fim, cabe ao credor garantir-se da melhor forma possível sobre o

ressarcimento de seus créditos, protegendo-os através de garantias

adequadas ao risco de crédito mensurado.

Em toda literatura envolvendo Crédito e Cobrança, existe um capítulo

dedicado aos C’s do Crédito. Isso ocorre devido à importância das palavras

que se iniciam com a letra C e são fundamentais na análise do crédito.

O entendimento de cada palavra é subjetivo, porém, no contexto da

atividade, torna-se bastante objetivo e cabe ao credor compreender cada uma

delas para que avalie a ficha cadastral de maneira a auxiliar na resultante

concessão do crédito.

Os cinco C’s de crédito são:

• Caráter > Intenção de Pagar

Caráter tem como idéia básica a “Intenção de Pagar”. Deve-se estar

refletida a performance do eventual tomador de crédito, destacando-se os

seguintes aspectos: identificação, pontualidade, existência de restrições,

experiência em negócios, atuação na praça.

A intenção em honrar seus compromissos assumidos deve ser observada

no decorrer da análise. A honestidade e a honradez do credor são

observadas e julgadas neste tópico. O cliente pode ter um bom caráter,

porém não ter capacidade de pagamento das suas obrigações, portanto os

demais C’s devem ser analisados em conjunto.

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

13

• Capacidade > Habilidade em Pagar

Habilidade em pagar os compromissos assumidos é objetivo da

Capacidade. A base para análise e indicação da capacidade é o relatório

de visitas, Isto é, a constatação “in loco” das condições de operação e

funcionamento da organização, destacando-se os seguintes aspectos:

estratégia empresarial, organização e funcionamento, capacidade dos

dirigentes e tempo de atividade. Tudo isso é para as pessoas jurídicas.

Para as pessoas físicas, deve-se verificar sua vida profissional, sua

estabilidade como empregado, sua vida como empresário ou autônomo,

sua vida familiar, informações que demonstrem a capacidade de pagar

seus compromissos.

• Condições > Ambiente Externo

O ambiente externo e conjuntural do cliente deve ser analisado. A análise

do ambiente externo pode ser obtida por dados setoriais, nos órgãos

técnicos ou instituições oficiais. Os aspectos que devem ser observados

são os seguintes: informações sobre o os produtos e mercado, o ambiente

macroeconômico e setorial; o ambiente competitivo; e a dependência da

empresa em relação ao governo. Para as pessoas físicas, sua relação

trabalhista e a consistência da empresa no mercado em que atua, o tempo

de emprego, seu relacionamento social e comercial. As condições

econômicas do país, região, devem ser observadas para analisar este

tópico, pois poderão influir na concessão do crédito.

• Colateral > Bens Patrimoniais

Esta análise prende-se aos bens patrimoniais das pessoas físicas e

jurídicas, uma vez que eles podem ter vinculação com o contrato de crédito.

As garantias a serem oferecidas pelo cliente por causa do seu patrimônio é

fator importante nesta análise, pois também fortalecem as informações da

análise do crédito.

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

14

• Capital > Situação Econômico-Financeira

A situação econômico-financeira da empresa é extraída dos relatórios

contábeis, a saber: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados,

a Demonstração e Origens de Aplicações e Recursos, a Demonstração de

Mutações do Patrimônio Líquido. É fundamental a análise da Declaração do

Imposto de Renda – Pessoa Jurídica. Para as pessoas físicas, pode-se

desenvolver um modelo simplificado de Balanço Patrimonial e da

Demonstração de Resultado do Exercício, conjugado com a Declaração do

Imposto de Renda.

1.4 – O Risco de Crédito

O risco de crédito é algo que está presente no cotidiano de qualquer

empresa, seja uma empresa da área financeira, seja uma empresa de

serviços, comercial ou industrial. No entanto, tendo em conta o negócio ou a

área de atividade em que se inserem, as empresas procedem análises mais ou

menos cuidadas do risco de crédito dos seus clientes. Desde o

estabelecimento comercial de venda ao público que habitualmente não

procede a qualquer análise, até as instituições financeiras que procedem a

análises bastante exaustivas, existe uma afinidade de casos.

A concessão de crédito traduz-se na disponibilização de um valor

presente mediante uma promessa de pagamento desse mesmo valor no

futuro, que pressupõe a confiança na solvabilidade do devedor, isto é, de que o

mesmo irá honrar os seus compromissos nas datas acordadas previamente.

Por outras palavras, o risco de crédito é o risco de perda em que se incorre

quando há incapacidade de uma contrapartida numa operação de concessão

de crédito.

Este risco está intimamente relacionado com fatores internos e externos

à empresa que podem prejudicar o pagamento do montante de crédito

concedido.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

15

Para determinar o risco de crédito de um cliente com maior ou menor

exatidão, pode proceder-se a avaliações do risco. Estas avaliações podem ser

mais ou menos detalhadas e cuidadas de acordo com a atividade que questão

e o peso do crédito concedido no total do faturamento da empresa.

1.5 – Inadimplência

A maioria das empresas sofre com os consumidores inadimplentes,

sendo que este é um dos fatores que mais atingem os setores do comércio e

de serviços, fazendo com que esses empresários sintam-se desprotegidos. Já

o setor industrial sofre menos com a inadimplência, tendo em vista que a

maioria de seus clientes são constantes.

Toda entidade é formada por um conjunto de pessoas e de recursos que

organizadamente exercem a atividade econômica. As empresas têm como

objetivo a geração de riquezas e a produção de lucro para os sócios.

A concessão de crédito a clientes é uma estratégia que, se não for

corretamente desenvolvida, pode trazer grandes prejuízos. A falta de

treinamento dos funcionários envolvidos na operação, escassez de

procedimentos claros no momento do cadastro e da delimitação do limite de

crédito podem levar os atrasos no pagamento das parcelas e ao aumento da

inadimplência, gerando aperto no fluxo financeiro de caixa das empresas.

É fundamental o gerenciamento da inadimplência e a análise de como

pode ser implantado um processo de controle que proporcione bom resultado

para empresa, concernente à disponibilização aos seus clientes dos créditos,

sem que a inadimplência destes venha causar o desequilíbrio econômico e

financeiro, influenciando no descasamento financeiro e na gestão comercial da

empresa.

Na ocorrência de inadimplência por parte dos clientes, é de praxe que a

empresa ou a instituição financeira inclua seu nome nas chamadas listas de

devedores em atraso, ou no cadastro de emitentes de cheque sem fundo

(CCF), do Banco Central do Brasil. O nome do inadimplente fica cinco anos

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

16

nestas listas, de forma que durante este período, salvo se pagar a dívida, a

pessoa vai ter sérios problemas para obter crédito. Tal fato gera uma nova

movimentação operacional, aumentando ainda mais o custo de transação para

tentativa de recebimento do crédito tais como: ligações telefônicas, telegramas,

correspondências e processos judiciais.

1.6 – Cobrança

O relacionamento entre crédito e cobrança poderia ser resumido

tomando como referência os seguintes princípios:

• Boas cobranças começam com boa gestão de crédito.

• Crédito implica em promessa de pagamento.

• Cobrança implica no caminho de fazer cumprir a promessa.

O departamento de cobrança deve ser parte do time de vendas.

Algumas empresas são tão departamentalizadas que cada departamento vê os

outros departamentos à sua volta como inimigos.

Este antagonismo é muito proeminente entre os departamentos de

venda e os departamentos de cobrança. Frequentemente, cada um vê o outro

como tendo diferentes metas.

O departamento de vendas e o departamento de cobrança devem estar

conscientes de seu verdadeiro relacionamento. Cada um representa um passo

em um processo contínuo. Nenhum é mais importante do que o outro no

trajeto. A qualquer momento em que os dois departamentos não estejam

trabalhando juntos por uma causa comum, a empresa perde.

O cobrador é basicamente um vendedor que compete com outros

credores pelo primeiro dinheiro disponível. Os objetivos do cobrador são como

os do vendedor: por um curto período, ele deve vender ao cliente a idéia de

efetuar um pagamento imediato da dívida. Por um longo período, ele quer

inspirar pagamentos regulares e consistentes para contas futuras.

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

17

O departamento de cobrança deve ser uma extensão do departamento

de vendas. Esta é uma parte importante do processo de fazer a venda, porque

tem uma forte influência na decisão de compra potencial.

Além disso, os cobradores no departamento de cobrança, não são

apenas cobradores de dívidas, mas representantes de vendas, pois

influenciam fortemente as vendas futuras e estão permanentemente vendendo

a imagem do credor.

A outra função do departamento de cobrança, aquela de cobrar contas

devidas, é também uma parte importante do ciclo de vendas. Isto porque uma

venda nunca é completada até que a conta seja totalmente paga. O

departamento de vendas pode vender muito, mas até que os clientes paguem

as contas totalmente, a empresa credora somente terá perdido dinheiro.

Algumas empresas, dentro de um conceito moderno de administração,

comissionam aqueles que são responsáveis pela geração de caixa, ou seja,

nas vendas que se materializam em liquidez; o vendedor é comissionado e,

nas vendas cujos recebimentos são gerados pelo cobrador, este é

comissionado, em detrimento e penalização da comissão da área comercial.

O cobrador está sempre numa posição sensível durante a sequência de

cobrança. Os métodos e táticas usados para cobrar contas devidas não

somente refletem no atual fluxo mensal de caixa, mas no fluxo de caixa e

lucros dos anos que virão. Como o cobrador negocia com os clientes, a sua

abordagem poderá determinar se eles voltarão a comprar ou não. Os bons

cobradores usam uma mistura sutil de psicologia e engenharia de vendas que

o vendedor usa, mas desta vez isso é usado para motivar o devedor a pagar a

dívida.

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

18

CAPÍTULO II

O SISTEMA DE CONCESSÃO DE CRÉDITO

2.1 – Análise e Concessão de Crédito

“Não existe análise de crédito certa, porém existe análise

de crédito errada.” (SCHRICKEL, 1997, P.19)

A análise de deve ocorrer de forma planejada, de forma racional, de

forma objetiva, pois envolve uma relação comercial, em que o concessor do

crédito, por meio da análise de crédito, tentará diminuir o risco de não receber

o valor do crédito, enquanto o cliente o receberá como solução.

A maioria das organizações não conseguiria sobreviver somente com as

vendas à vista. Sabendo da necessidade de conceder crédito a seus clientes,

elas devem montar seus processos de concessão de crédito para que atendam

as necessidades do mercado de forma rápida e eficaz e não expondo a

empresa a riscos elevados.

Gitman (2001) afirma que não existe uma forma única, ou regras

estabelecidas, sobre como uma empresa deve analisar o crédito de um cliente.

Isso porque o procedimento de análise de crédito deve refletir as

necessidades e a realidade de cada empresa. Muitas vezes uma empresa

pode estar disposta a correr mais risco na concessão de crédito, pois tem uma

necessidade imediata de caixa.

O grande problema, num processo de concessão de crédito, é definir

quanta confiança o credor poderá ter em seus clientes e traduzi-la em valores

numéricos.

Conforme Schrickel (1997, p.26), na concessão de crédito, devem ser

observadas três etapas:

a) Análise retrospectiva – A avaliação do desempenho histórico do

potencial tomador, identificando os maiores fatores de risco inerentes a sua

atividade e quão satisfatoriamente estes riscos foram atenuados e/ou

contornados no passado. A análise histórica tem como objetivo primordial o de

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

19

procurar identificar fatores na atual condição do tomador que possam

denunciar eventuais dificuldades e/ou questionamentos quanto ao almejado

sucesso do mesmo em resgatar financiamentos tomados junto ao

emprestador.

b) Análise de tendências – A efetivação de uma razoavelmente segura

projeção da condição financeira futura do tomador, associada à ponderação

acerca de sua capacidade de suportar certo nível de endividamento oneroso

(mais comumente, empréstimos bancários), aí incluído o financiamento em

análise.

c) Capacidade creditícia – Decorrente das duas etapas anteriores, tendo

sido avaliado o atual grau de risco que o tomador potencial apresenta, bem

como o provável grau de risco futuro, deve-se chegar a uma conclusão relativa

à sua capacidade creditícia e, consequentemente, à estruturação de uma

proposta de crédito, em que o empréstimo pleiteado (ou série de

financiamentos futuros) possa ser amortizado em consonância com certo fluxo

de caixa futuro, e em condições tais que seja sempre preservada a máxima

proteção do emprestador contra eventuais perdas.

A análise de crédito, como todas as atividades, implica o levantamento

de informações e dados, a compilação e a análise disso para a tomada de

decisão, Portanto, as situações de passado, presente e as perspectivas futuras

devem ser analisados de acordo com o objetivo de concessão de crédito.

2.2 – Técnicas aplicadas à análise de crédito

O credor, ao conceder crédito, aceita correr um risco por confiar no

cliente. Este risco é reduzido na medida em que o cliente mereça a sua

confiança. Para saber se o cliente merece ou não, tem que se analisar

diferentes fatores cruciais, tais como seu caráter, capacidade através da ficha

cadastral, e a sua capacidade e capital através dos seus demonstrativos

contábeis.

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

20

A análise e concessão de crédito por ser um processo que baseia

essencialmente nas informações do cliente precisam de fontes seguras e

objetivas para a escolha dessas informações.

2.2.1 – Análise de crédito tradicional

A análise de crédito tradicional está fortemente centrada no julgamento

humano e tem como base os consagrados C’s do crédito “Um princípio

fundamental na análise de crédito é a organização e preparação do trabalho

pelo Analista” (SCHRICKEL, 1997, P. 19)

Os critérios de análise de crédito utilizado pela maioria das empresas

foram desenvolvidos pelas redes bancárias, instituições que desenvolveram

uma abordagem formal ao empréstimo de dinheiro. Até hoje as empresas

recorrem aos setores bancários na busca de profissionais para atuar na área

de gestão de crédito. Esse tipo de análise enfatiza o julgamento humano. As

técnicas analíticas evoluíram ao longo do tempo, mas continuam a se

concentrar nas características do consumidor.

2.2.2 – Ficha Cadastral

“É preferível não emprestar a um cliente e eventualmente

perdê-lo, a perdê-lo de qualquer forma junto com o crédito”. (SCHRICKEL,

1997, P. 20)

Em um mundo de negócios em rápida mutação, o sucesso depende de

informação confiável e objetiva. É justamente essa a grande utilidade da

informação comercial. Essencial para o estudo eficaz e adequado do crédito

eficaz é a qualidade do pedido de crédito. Este deve proporcionar ao

departamento de crédito, informações suficientes para se iniciar o

relacionamento com um novo cliente e estabelecer o limite de crédito. Em uma

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

21

solicitação de crédito deve-se exigir o máximo possível de referências

comerciais e bancárias, com seus nomes, números de telefones e nomes das

pessoas com as quais se pode estabelecer contato.

De acordo com (Leoni, 1994) os clientes são a alma de uma empresa.

Sem clientes fiéis e satisfeitos, uma empresa dificilmente consegue ser bem

sucedida. Por sua vez, para garantir a fidelidade de seus clientes, cabe à

empresa oferecer constantemente produtos de boa qualidade a preços

atrativos. Nos dias de hoje, isso também envolve oferta de condições

facilitadas de pagamento, ou seja, a venda a prazo.

Para garantir que não terá problemas, ou que não estará sujeito a

perdas significativas ao facilitar o pagamento, a empresa precisa desenvolver

uma política de crédito que lhe permita definir quem terá acesso a ele, e em

quais termos este crédito será oferecido.

Porém como saber se um novo cliente se enquadra nestes critérios?

Não existe outra forma, senão a elaboração de um cadastro. E é aí que reside

sua importância para uma empresa, sem ele, não há como a empresa obter

informações se o cliente se enquadra ou não nos critérios de quem pode ter

acesso ao crédito.

A ficha cadastral é um resumo da vida do cliente, através de

informações que permitem ao credor conhecê-lo. Ela contém informações do

próprio cliente, de terceiros e informações internas. Um dos mais eficazes e

tradicionais instrumentos de análise de crédito ainda é, e jamais deixará de

ser, a ficha cadastral, que nada mais é do que o resumo da vida do cliente,

onde temos dados que nos permitem quantificar os fatores acima identificados

que, quando analisados com o resultado da pesquisa cadastral junto aos

órgãos restritivos e junto a credores que já tiveram experiência com o cliente

(fator caráter), nos permite avaliar com segurança a liquidez do crédito.

De acordo com Leoni (1994), a ficha cadastral é, sem dúvida, o principal

instrumento para que uma empresa elabore a análise de crédito de um

determinado cliente. É através dela que a empresa consegue compreender

melhor seus clientes, o que permite não apenas o melhor entendimento do seu

perfil de risco, como também o estabelecimento de uma estratégia de

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

22

marketing de relacionamento. Diz ainda que, dada a sua importância, a ficha

cadastral deve sempre ser mantida atualizada e incluir todos os dados de

relevância sobre o cliente, como por exemplo: forma de contato, dados sobre o

nível sócio-econômico e poder aquisitivo do cliente etc. a análise destas

informações permitirá que a empresa:

Ø Avalie o nível de crédito a ser concedido. As informações sobre a

situação financeira do cliente permitem que a empresa tenha

acesso sobre a sua capacidade de pagamento, ou seja, qual o

montante adicional de gastos que pode ter. Também é possível

usar estas informações para estabelecer limites de concessão de

crédito.

Ø Identifique se existe necessidade de garantias. Caso o cliente não

goze de um bom histórico de crédito, ou atenda apenas

parcialmente às exigências impostas pela política de crédito, a

empresa pode optar pela exigência de garantias adicionais. Desta

maneira, a empresa consegue reduzir o risco associado com a

concessão do crédito, diminuindo a sua exposição ao cliente.

Ø Verifique inclusão em cadastro de inadimplente. Através de

instituições como banco é possível identificar se o mesmo faz

parte de algum cadastro de inadimplente.

Ø Contate o cliente para cobrança. Apesar dos esforços a empresa

não tem como evitar que casos de atraso e de não pagamento

aconteçam. Por isso, para agilizar o procedimento de cobrança, a

empresa precisa contar com os endereços de contato do cliente,

que devem ser visto e confirmados.

Segundo Leoni (1994), ainda que as informações incluídas nas fichas

de cadastro possam variar de empresa para empresa, de maneira geral uma

boa ficha de cadastro deve conter informações nas seguintes áreas:

a) Identificação do cliente – Além do nome completo e data de nascimento,

o cadastro deve conter dados sobre a filiação, assim como o número e

uma cópia dos principais documentos do cliente;

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

23

b) Localização do cliente – É através destes dados que o cliente poderá

ser contatado, se preciso, para a oferta de novas promoções ou, em

caso de atraso, para a cobrança de pagamento. Além do endereço

residencial é fundamental solicitar o número dos telefones de contato e

a lista de endereços anteriores;

c) Atividade do cliente – em que setor o cliente atua, de que forma ele atua

(contratado, sócio, profissional liberal, etc.), em que local o cliente

exerce esta atividade.

d) Informações sobre cônjuge – Mesmo tipo de informação que discutimos

acima, só que se referem ao cônjuge do cliente. Além de nome

completo e de data de nascimento, o cadastro deve conter informações

sobre o nome e local de nascimento, e da empresa onde o cônjuge

trabalha. Finalmente, é importante conter dados de identificação,

juntamente com a numeração dos principais documentos;

e) Informações patrimoniais – Aproveite para incluir uma lista de

propriedades (veículos, telefones, ações, etc.). É importante que estas

informações sejam comprovadas por meio de escrituras e documentos;

f) Referências comerciais e pessoais – Finalmente, o cadastro deve conter

referências sobre o cliente, tanto em termos comerciais, quanto

pessoais. Dentre as referências comerciais pode-se incluir, por exemplo,

uma lista de empresas com as quais o cliente compra frequentemente.

Além disso, pode-se obter uma lista das contas bancárias e dos cartões

de crédito que o cliente possui.

Uma forma correta de se abordar o cliente é informar antecipadamente

como é feito o processo de concessão de crédito. Informe-o sobre a

documentação e as exigências necessárias, de forma a evitar

constrangimentos e perda de tempo.

Como em geral o primeiro contato do cliente é feito diretamente com o

vendedor, é importante que o mesmo esteja informado sobre quais os

procedimentos necessários para a obtenção de crédito. Assim sendo, o

vendedor ajuda na primeira triagem dos clientes, de forma que aqueles que

efetivamente buscam crédito já estão plenamente informados sobre os

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

24

procedimentos da empresa. Apesar de poderem arcar com os pagamentos,

alguns clientes podem não ser capazes de atender às exigências previstas na

política de crédito da empresa, por não terem registro em carteira, ou

trabalharem de forma autônoma, etc.

2.2.3 – Indicadores Econômicos Financeiros

É através do histórico de uma empresa que analisa a sua capacidade de

tomadora de crédito, quer seja através da análise do Balanço Patrimonial, da

Demonstração de Resultado do Exercício.

Para avaliar a situação econômico-financeira de uma empresa, no que

se refere à segurança, liquidez e rentabilidade, o analista deve valer-se de

demonstrativos financeiros de pelo menos três exercícios sucessivos, para

melhor segurança.

Os índices econômicos servem como termômetro na avaliação da saúde

financeira da empresa e não devemos considerar os índices, isoladamente,

mas em um contexto amplo, conjugando-os e comparando-os com outros

indicadores.

2.2.3.1 – Índices de Estrutura

Os índices de estrutura avaliam a segurança que a empresa oferece aos

capitais de terceiros e revelam sua política de obtenção de recursos e de

alocação.

O Ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios e por

capitais de terceiros. Quanto maior for a participação de capitais de terceiros

nos negócios de uma empresa, maior será o risco a que os financiadores estão

expostos.

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

25

Os índices que avaliam a segurança da estrutura patrimonial são:

participação de capitais de terceiros, endividamento geral, composição das

exigibilidades e imobilizações do patrimônio liquido. Todos os índices são

interpretados: quanto menor, melhor.

> Participação de Capitais de Terceiros - Esse índice estabelece a

relação percentual entre os recursos de terceiros e os recursos próprios.

Analisando-se este índice, temos que, se o resultado for igual a 100%, há

equilíbrio ente o capital de terceiros e o capital próprio, se o índice for menor

que 100%, significa que a empresa está utilizando mais capital próprio que o

de terceiros e por fim, se o resultado for acima de 100%, o capital de terceiros

está sendo utilizado mais que o capital próprio, o que é uma situação

inadequada.

Capital de Terceiros x 100 Patrimônio Liquido

> Endividamento Geral – Esse índice revela o grau de endividamento

total da empresa. Quanto menor for o endividamento, menor o risco que a

empresa estará oferecendo aos capitais de terceiros. Entretanto, deve-se

considerar que determinadas empresas convivem muito bem com

endividamento relativamente elevado, principalmente quando o endividamento

tiver um perfil de longo prazo, ou quando o passivo de curto prazo não for

oneroso, mas resultado de uma administração coerente do capital de giro.

Capital de Terceiros x 100 Ativo Total

> Composição da Exigibilidade – Esse índice é uma medida da

qualidade do passivo da empresa, no que diz respeito a prazos. Compara o

montante de dividas no curto prazo com o endividamento total. Quanto mais

curto for o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido pela

empresa. Porém, empresas com endividamento de longo prazo têm condições

de melhor planejar o pagamento dessas dividas.

Passivo Circulante x 100 Capital de Terceiros

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

26

> Imobilizações do Patrimônio Liquido – O índice mostra quanto do Ativo

Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Liquido,

evidenciando, desta forma, a maior ou menor dependência de recursos de

terceiros para manutenção de seus negócios. A administração financeira deve

adequar os prazos das “aplicações de recursos” com as “fontes de recursos”.

Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

2.2.3.2 – Índices de Liquidez

Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade

financeira da empresa em satisfazer os compromissos para com terceiros.

Evidenciam quanto à empresa dispõe de bens e direitos em relação às

obrigações assumidas no mesmo período. Entre os índices de liquidez mais

conhecidos, estão a Liquidez Corrente, a Liquidez Seca e a Liquidez Geral. De

maneira geral, define-se que quanto maior a liquidez, melhor será a situação

financeira da empresa. Porém, um alto índice de liquides não representa boa

saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende

de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento.

Uma empresa pode ter altos índices de liquides e entrar em processo

falimentar, normalmente causado por má administração de outros itens na

administração do circulante, ou devido às pressões de fornecedores e clientes

poderosos.

> Liquidez Corrente – É um dos índices mais conhecidos e utilizados na

análise de balanços, indica quanto à empresa tem em recursos de curto prazo

(disponibilidades, clientes, estoques, etc.) para pagar suas dividas circulantes

(fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar,

impostos a recolher, etc.).

Ativo Circulante__ Passivo Circulante

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

27

> Liquidez seca – Este índice é um teste de força aplicado à empresa;

visa medir o grau de excelência da sua situação financeira. De um lado, abaixo

de certos limites, obtidos segundo os padrões do ramo, pode indicar alguma

dificuldade de liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida quando o

índice de liquidez corrente for satisfatório. De outro lado, o índice de liquidez

seca conjugado com o índice de liquidez corrente é um reforço à conclusão de

que a empresa é uma “atleta de liquidez”.

Ativo Circulante - Estoque__ Passivo Circulante

> Liquidez Geral – Na liquidez geral, considera-se o total do circulante e

o realizável a longo prazo, para saldar o passivo circulante e o exigível a longo

prazo.

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo_ Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

2.2.3.3 – Índices de Rentabilidade

Os índices de rentabilidade demonstram a relação dos Lucros com

outras contas, cada qual fornecendo informações para a devida análise.

> Margem Operacional – Demonstra a relação do lucro operacional,

decorrente da diferença entre o preço de venda e o custo dos

produtos/serviços. Quanto maior o índice, melhor.

Lucro Operacional x 100 Vendas Líquidas

> Margem Líquida do Exercício – Esse índice compara o lucro liquido

com o volume de vendas gerado pela empresa em suas operações. Quanto

maior, melhor.

Lucro Líquido__ x 100 Vendas Líquidas

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

28

2.3 – Limites de crédito

A apuração de limites de crédito tem por finalidade definir o valor

máximo que a empresa admite emprestar para um cliente, estipulando a

exposição máxima ao risco do cliente admitida pela empresa. Dimensiona o

crédito à histórica capacidade de geração de recursos por parte do

proponente, aumentando a probabilidade de retorno dos capitais emprestados.

Segundo Fernando Manfio (2007) quando abordamos a iniciação ao

crédito, estamos diretamente interferindo em duas áreas fundamentais da

empresa: risco (crédito) e vendas (comercial). E, sem dúvida, a

responsabilidade é compartilhada.

Vendas e risco são aspectos inseparáveis da mesma profissão: A arte

de conceder crédito, com responsabilidades e objetivos comuns.

Falar em objetivos comuns não é uma frase de efeito. É uma

necessidade do negócio de crédito. O objetivo de todos os envolvidos no

processo é vender o máximo possível de créditos, buscando a máxima

lucratividade. Não significa vender apenas “bons créditos”, mas, sim créditos

cujo risco tenha sido avaliado como adequado para aquele segmento ou

produto.

No final, o que buscamos é dizer sim ao cliente e oferecer o produto

adequado. Risco é uma área cuja função é dizer sim, não é rejeitar. Como

também vendas não é uma área que deve dizer sim para todos. Juntos podem

buscar o maior número de sim possível.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

29

CAPÍTULO III

O SISTEMA DE COBRANÇA

3.1 – Porque ter uma política de cobrança?

Toda empresa deve estabelecer regras claras e objetivas para efetuar a

cobrança dos clientes que atrasam ou não efetuam o pagamento de uma

prestação. Se, de um lado, a política de concessão de crédito busca minimizar

o risco de que um determinado cliente se torne inadimplente, por outro a

política de cobrança procura aumentar as chances de o cliente efetuar o

pagamento de pelo menos parte da quantia que deve à empresa. Lembre-se

que, ao vender a prazo ou conceder crédito, a sua empresa está

comprometendo uma parcela do seu patrimônio. Desta forma, é através da

cobrança dos clientes atrasados que ela garante o retorno de, pelo menos,

uma parte destes recursos.

De acordo com Leoni (1994), uma política de cobrança eficiente não

reduz a inadimplência entre os clientes de uma empresa, mas pelo menos

minimiza as perdas que a empresa poderá ter com estes clientes.

Independente do volume de créditos em atraso que a empresa tenha, é

importante investir no estabelecimento de uma política de cobrança. Muitas

vezes, como os casos de inadimplência são poucos, a empresa acaba

adotando uma política caso a caso, dependendo do cliente. Este tipo de

postura não é recomendável, já que diante de um forte aumento da

inadimplência, a empresa pode acabar não sabendo o que fazer. Pior ainda, é

possível que a empresa acabe adotando regras inconsistentes ou drásticas

demais, vindo a prejudicar sua imagem perante os clientes. A adoção de uma

política de cobrança clara deve ser vista como a contratação de seguro: o

melhor é não precisar usá-lo, mas se necessário, o mais correto é tê-lo em

mãos.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

30

3.2 – Plano de Cobrança

Se a cobrança aumenta as chances de recuperação de crédito ou reduz

as perdas com a inadimplência, fica fácil entender que as empresas que

possuem um “Plano de Cobrança” (grupo de regras e procedimentos a serem

seguidos logo que a situação de inadimplência se confirma) conseguem

recuperar uma parcela maior do valor devido.

O plano deve relatar a forma como a empresa pretende agir, não

apenas quando é configurada a inadimplência, mas também nos vários

estágios de evolução das negociações entre as partes.

Assim, devem-se tomar algumas providencias, nomeadamente:

Ø Comece enviando uma carta registrada notificando o cliente do

atraso e concedendo um prazo para que o compromisso seja

honrado. Isso demonstra a sua intenção de ser flexível, mas

estabelece limites;

Ø Analise a necessidade de cortar o fornecimento do produto

imediatamente. Dependendo dos montantes envolvidos, das

razões apresentadas e do relacionamento com o cliente, pode ser

necessário cortar qualquer fornecimento até a regularização da

situação;

Ø Entre em contato com o fiador e com as pessoas que deram

garantias sobre o cliente e informe-os sobre o atraso e a

possibilidade de vir a exercer as garantias em caso de nova

ocorrência;

Ø Se, mesmo após a renegociação de data, o cliente atrasar o

pagamento, considere se tal postura reflete deterioração da

situação financeira, ou indica prática desonesta. Caso suspeite de

desonestidade, efetue nova notificação de cobrança, só que

inclua os procedimentos legais que pretende seguir;

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

31

Ø Peça ao seu advogado para entrar em contato com o cliente,

informando dos procedimentos. Isso mostra a sua intenção de

rever o que é seu;

Ø Se nada for feito, proteste as dívidas em cartório, mas não deixe

de comunicar ao cliente que tomou esta medida;

Ø Execute as garantias;

Ø Prossiga com as ações judiciais apropriadas: pedido de falência,

execução, etc. Nunca é demais reforçar que, para cada etapa,

deve ser associado um prazo. Portanto, opte pelos próximos

passos somente se as medidas adotadas não surtirem efeitos. Os

prazos entre cada uma das etapas podem variar, de acordo com

a empresa e com o comportamento demonstrado pelo cliente. Se

ele mostrar intenção de pagar, você pode ser mais flexível do que

seria com alguém que claramente não tem este objetivo. (LEONI,

1994).

3.3 – Serviços Externos de Cobrança Amigável

Um serviço externo de cobrança qualificado pode complementar a

atividade de cobrança no ponto em que o credor tenha esgotado seus recursos

e suas capacidades.

Contas devedoras devem ser encaminhadas para uma agência externa

de cobrança amigável somente como penúltimo recurso (o último recurso seria

o judicial).

Um serviço externo de cobrança deve ser usado por quase todos. Raros

casos não justificam sua utilização.

Quando encaminhar a conta a uma agência de cobrança:

Ø Quando as contas excederem o ponto de atraso, por exemplo, de mais

de 90 dias, sem ter havido ação apropriada por parte do cliente;

Ø Por haverem se esgotados os recursos e as capacidades do credor;

Ø Quando o valor não justifica o esforço do credor;

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

32

O que observar antes de contratar uma agência de cobrança;

Ø Pedir referências;

Ø Checar as referências;

Ø Perguntar a quanto tempo a agência vem sendo utilizada;

Ø Descobrir quais os tipos de contas encaminhadas para o serviço;

Ø Descobrir qual a porcentagem de contas encaminhadas e que foram

pagas;

Ø Descobrir se o serviço é pontual em relatar o progresso com as contas.

3.4 – Organização do Setor de Cobrança

Ao refletir sobre as regras e procedimentos a serem adotado no

processo de cobrança, o empresário não deve se esquecer que um cliente

inadimplente não deixa de ser um cliente e, como tal, deve receber um

tratamento adequado. Além disso, é preciso lembrar que ele pode ser

reabilitado e voltar a consumir.

É necessário, portanto, estabelecer um equilíbrio entre a necessidade

de recuperar o capital da sua empresa e o risco de perder um cliente e de

denegrir a imagem da silva empresa. Afinal, dependendo do tratamento

recebido no processo de cobrança, o cliente pode, ou não, manter-se como

cliente na empresa.

Não se deve esquecer que o objetivo da política de cobrança de uma

empresa deve ser facilitar a recuperação do crédito e não dificultar.

Nas empresas de menor porte, o mais recomendável é investir na

adoção de uma política de crédito eficaz, que minimize o risco de

inadimplência, do que na montagem de um departamento de cobrança. Afinal,

o sucesso ou fracasso desta política de crédito vai acabar se refletindo

diretamente nas necessidades de cobrança.

Ainda que não seja constatada a necessidade de se formar um

departamento de cobrança, a empresa deve investir nos mecanismos de

controle, ou seja, é preciso identificar uma pessoa, dentro do departamento

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

33

financeiro e administrativo, que ficará encarregada do controle dos

pagamentos e possível identificação dos clientes inadimplentes.

Neste contexto, o setor de cobrança funciona dentro do departamento

financeiro, que controla tanto a política de crédito quanto a de cobrança. Nas

empresas de pequeno porte, não só o departamento financeiro absorve as

duas funções, como muitas vezes as tarefas são executadas pelo mesmo

profissional, que além de responsável pelo departamento de crédito, também

se encarrega do processo de cobrança.

Com base na realidade e necessidade da sua empresa, o empresário

deve determinar a estrutura do departamento de cobrança. Quanto maior a

empresa, ou o volume de vendas a prazo, maior o risco de inadimplência e,

portanto, maior deve ser o investimento neste campo.

3.5 – O Profissional da cobrança

“Os vários trabalhos da área de cobrança

constituem-se em gerenciar problemas. Devemos

aceitar este fato.” (BLATT 1996, P.17).

A habilidade de uma empresa em pagar suas contas, desenvolver novos

produtos, construir novas facilidades e expandir sua posição no mercado está

nas mãos dos empregados que administram seus ativos. A área de cobrança

administra o arquivo de contas a receber e, portanto, a administração e

empregados têm grande responsabilidade nesta área.

Através do controle do arquivo de contas a receber, eles controlam

diretamente o fluxo de caixa da empresa.

Os cobradores devem agir sempre como profissionais. Eles devem ser

metódicos, mas amigáveis, e nunca ser arrogantes ou duros em demasia com

os clientes, nem mesmo com aqueles que desafiam abertamente suas

habilidades e sua posição. Os cobradores que ficam emocionalmente

envolvidos em situações de cobrança somente prejudicarão sua produtividade.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

34

Duas deficiências contribuem basicamente para o surgimento do

cobrador duro:

A primeira – é a falta de entendimento sobre o que a cobrança deveria

ser.

A segunda – é a deficiência, é o treinamento inadequado para o pessoal

de cobrança.

A maioria dos cobradores tem pouco ou nenhum treinamento prático, e

simplesmente acaba portando-se da maneira como se sente mais confortável,

ou então como se julga induzido a agir pelo devedor.

Muitos cobradores acabam pensando “se os clientes não gostam do

jeito que negociamos nossas cobranças, o problema é deles; não precisamos

de devedores”. É fácil encontrar este tipo de pensamento entre os cobradores.

Muitos cobradores vêem o cliente devedor como um indesejável, que não faz

falta para a empresa. Na realidade, a maioria dos devedores cujas contas

tornam-se moratórias ficam constrangidos com seu não pagamento.

Ao mesmo tempo, porque os cobradores têm reputação difícil,

associando-se sua imagem inclusive a intimidadores profissionais, os

devedores imaginam muitas vezes poder esperar rara simpatia e

entendimento.

Quando o encarregado de cobrança conversa com o devedor, a

situação real muitas vezes é levada para fora das proporções, na mente dos

dois. Desse modo, isto se torna uma espiral de hostilidade interminável, que é

extremamente improdutiva para ambos, credor e devedor.

Muitos clientes potencialmente bons que, por uma razão ou outra, são

colocados neste tipo de situação, nunca mais farão negócios com tal empresa

novamente. A empresa pode ter perdido então possíveis lucros futuros.

Como um novo horizonte está se delineando no mundo dos negócios,

com a globalização da economia, aumento da competitividade e aumento

mundial da concessão de crédito, a técnica de cobrança torna-se um

conhecimento mais necessário dia após dia, para a sobrevivência das

empresas.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

35

Uma boa parte do tempo do cobrador é preenchida com a resolução de

problemas criados por outras pessoas.

Os cobradores devem entender e aceitar o fato de que este tipo de

trabalho é cheio de problemas, a maior parte deles causadas por outras

pessoas. Eles são solucionadores profissionais de problemas, e devem

considerar esse aspecto positivo do seu trabalho. É sua marca de distinção.

3.6 – Definição do Programa de Cobrança

O programa de cobrança não deve ser simplesmente um sistema de

recuperação de dinheiro. Ele deve ser integrado ao processo total de vendas.

O principal objetivo do programa de cobrança é desenvolver relações com o

cliente, pelas quais a empresa vai recuperar suas contas a receber atrasadas

tão rápida e economicamente quanto possível, enquanto encoraja o cliente que

costumava ser devedor a patrocinar a empresa com futuros bons negócios.

O programa deve usar táticas diretas e objetivas em todos os esforços

para cobrar contas devedoras.

São os seguintes os programas estratégicos de cobrança:

Ø Programa de correspondências.

Ø Programa telefônico

Ø Programa de visitas a clientes.

Esses programas podem ser classificados quanto à eficácia e custo.

PROGRAMA CUSTO EFICÁCIA

Correspondência Menor Menor

Telefone Intermediário Intermediária

Visita Pessoal Maior Maior

Podemos observar que a cobrança mais barata (por correspondência) é

a menos eficaz; e a mais cara (visita pessoal) é a mais eficaz. Importante,

portanto, é definir o método mais adequado de cobrança a ser utilizado.

Uma importante observação deve ser feita: uma vez que tenhamos

optado por um determinado método de cobrança, jamais devemos regredir em

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

36

seu nível de custo e de eficácia, no estágio seguinte da cobrança. Desta forma,

por exemplo, não devemos fazer um telefonema de cobrança, e, em seguida,

enviar uma correspondência de cobrança. Se optarmos por um certo nível de

custo e de eficácia quando telefonamos, daí em diante poderemos visitar o

devedor, mas não deveremos enviar-lhe uma correspondência de cobrança.

Isto não invalida a utilidade de envio de uma correspondência de ratificação de

entendimentos telefônicos, o que não é, em sua natureza, uma

correspondência de cobrança, após um acordo por telefone.

Não devemos também utilizar toda a munição disponível de uma só vez,

ou seja, não devemos, por exemplo, telefonar ao devedor durante o prazo de

vigência de uma correspondência de cobrança.

3.6.1 – Programa de Cobrança por Correspondências

São avisos e correspondências de cobrança que enviamos como parte

do programa total de cobrança.

O programa de correspondências é peça-chave para diversas atividades

de cobrança. É relativamente simples, mas deve ser coordenado regularmente.

É importante manter um senso de proporção entre o valor que estamos

tentando cobrar e o custo da cobrança. Em contas pequenas, onde a perda

deve ser mínima, inclusive para implicar em margem maior, pode não ser

compensador efetuar toda a sequência de cobrança por correspondência,

mesmo quando estas forem geradas por computador.

O principal objetivo da correspondência de cobrança é ter a mensagem

lida e compreendida, para que o cliente inadimplente tome efetiva

conscientização do problema, bem como das providências necessárias à

solução.

Após o vencimento da obrigação, a quantidade de correspondência de

cobrança usualmente recomendável, quando a situação for condizente com

cobrança por escrito, é de 3 (três) correspondências de cobrança, para

possibilitar:

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

37

Ø Uma cobrança branda;

Ø Uma cobrança intermediária;

Ø Uma cobrança incisiva, contundente.

Toda correspondência de cobrança deve ter 4 (quatro) itens, não podendo

ter menos, tampouco mais itens, devendo, ainda, obrigatoriamente estar

dispostos nesta ordem:

1. Apresentar a situação, com descrição detalhada da dívida

(valores, vencimentos, número da fatura, etc.).

2. Ter um objetivo, pedindo ação (dizer claramente o que o credor

quer que seja feito).

3. Dar a quem recebe uma razão para atender ao apelo, um motivo

para o devedor agir (ex.: continuação de fornecimento, evitar

ações legais, etc.).

4. Descrever o modo pelo qual o devedor pode atender à

solicitação, explicando como o devedor deve agir (Ex.: descrição

da conta bancária).

Todas as correspondências de cobrança devem conter estes 4 (quatro)

itens, independentemente de ser primeira, segunda ou terceira

correspondência. A diferença entre estas correspondências deve-se

manifestar apenas em seu tom.

3.6.2 – Programa de Cobrança por Contato telefônico

Em alguns casos, o programa de cobrança envolverá contato verbal

com os clientes. Este contato será de duas formas: através de ligações

telefônicas e/ou através de visitas pessoais.

A ferramenta central de um programa eficaz de cobrança é o telefone.

Esta ferramenta tornou-se o meio principal de contatar o cliente e cobrar o

dinheiro devido. As técnicas de cobrança telefônica têm sido ferramentas ricas

e poderosas de retorno de capital.

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

38

A quantidade de tempo gasto em visitas pessoais aos clientes deve ser

restrita a certas contas especiais e a um grupo altamente seletivo de contas

devedoras.

Os encarregados de cobrança raramente estudam quem deve ser

chamado ao telefone, quem deve receber uma correspondência, ou quem

deve ser visitado. Um dos principais fatores, tão frequentemente negligenciado,

em estabelecer um sistema típico de prioridades por devedor, é o valor do

saldo devedor.

Existem várias vantagens da cobrança por telefone:

Ø É barata quando comparada à visita pessoal.

Ø É bilateral.

Ø É imediata e produz algum tipo de resposta ou sensação no momento

em que o contato é feito.

Ø Permite que sejam feitos questionamentos, que sejam obtidas

informações, e que seja adotada uma estratégia em função das

informações obtidas.

Ø Permite flexibilidade na abordagem, conforme o tipo de reação.

Ø Pode gerar acordo durante o próprio telefonema.

É essencial estabelecer e seguir um programa de cobrança que seja

eficaz e eficiente.

Devemos estabelecer prioridades com relação a quem deve ser

chamado ou não, quem deve ser chamado primeiro e como o contato deve

ser feito.

3.6.3 – Programa de Cobrança via Visita Pessoal

As seguintes situações podem requere visita a um cliente devedor:

Ø Para cobrar um pagamento quando não há tempo suficiente de enviá-lo

pelo banco.

Ø Para verificar a localização da mercadoria.

Ø Para verificar a localização do cliente.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

39

Ø Para dar atenção personalizada e mostrar ao cliente que o saldo

devedor é um problema sério.

Ø Para conferir nossos dados com os do cliente (e é mais conveniente

visitar o cliente do que o cliente vir até nós).

Ø Para dar sequência ao programa de cobrança por telefone.

Em uma visita a um cliente inadimplente, o cobrador deve evitar:

Ø Ter uma conversa tensa com o cliente.

Ø Tocar fisicamente o cliente de maneira que posso ser interpretada

como ofensiva.

Ø Falar com um estranho sobre o relacionamento com o cliente

devedor.

Ø Entrar em uma área que não é claramente marcada como pública,

ou não é geralmente aberta ao público durante as horas trabalhadas.

Ø Deixar um aviso ou mensagem endereçada ao cliente devedor sobre

o atraso do pagamento, onde outras pessoas possam ler.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

40

CAPÍTULO IV

UM ESTUDO DE CASO

4.1 – Caracterização da Empresa

Nome: Caldeira & Duarte Ltda., constituída em 1994, sediada na Estrada da

água Grande, 399 – Loja A – Vista Alegre – RJ.

Objetivo Social: O objetivo principal da empresa é o planejamento e

organização de arquivos e comércio e distribuição de caixa Box.

Capital Social: O capital da empresa é de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Trabalhadores: A empresa trabalha com 22 trabalhadores divididos em

diversas áreas de trabalho.

Tipo de empresa: A Caldeira & Duarte é uma microempresa, visando ao

comércio de caixa Box e prestação de serviço de arquivo.

Composição societária: A empresa possui 03 sócios sendo um deles com

34% do capital social e os outros 02 sócios com 33% do capital social.

Metodologia da pesquisa de campo: Questionário

Composição da amostra: Responderam ao questionário 5 (cinco)

colaboradores, sendo dois dos sócios presentes, o assistente financeiro, a

técnica de contabilidade e o supervisor de armazém, conforme a

disponibilidade no momento da pesquisa.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

41

4.2 – Análise e Interpretação dos resultados da Pesquisa

1) Armazenamento de informações dos clientes

De acordo com a teoria, a ficha cadastral é sem dúvida, o principal

instrumento para que uma empresa elabore a análise de crédito de um

determinado cliente. Afinal é através dela que a empresa consegue

compreender melhor os seus clientes, entendimento do perfil de risco,

diminuição de custo na cobrança e tempo no que diz respeito à localização do

cliente.

Relativamente à questão se a empresa possui um sistema de

armazenamento de informações dos clientes para consultas posteriores os

resultados mostraram que a maioria de 80% acha que não existe um sistema

que armazena as informações dos clientes e a minoria de 20% acha que existe

sim um sistema que armazena as informações dos clientes. A partir dos dados

acima se verificou que a empresa não tem um sistema de armazenamento de

informações para consultas posteriores, ou seja, não existe um sistema para

cadastrar os clientes.

Figura 1 – Armazenamento de informações dos clientes

Fonte: Questionário

80%

20%

NÃO

SIM

2) Modalidades de vendas praticadas pela empresa

No que diz respeito à questão sobre modalidades de vendas que a

empresa utiliza o estudo revelou que a empresa funciona com vendas à vista e

vendas a prazo. No entanto, a venda a prazo corresponde a 70% do total, uma

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

42

vez que para competir e ganhar espaço junto ao mercado à empresa necessita

atrair os clientes dando prazo para o pagamento, induzindo a um risco maior.

Figura 2 – Modalidades de VendasFonte: Questionário

30%

70%

Venda à vista

Venda a crédito

3) Sistema de informação para análise de crédito

Referente à questão sobre o sistema de informação utilizado para

auxiliar no processo de análise e concessão de crédito, o estudo revelou que a

empresa utiliza uma única forma de recolher as informações que é o

julgamento humano.

Segundo a teoria é um modelo de análise de crédito tradicional, modelo

este que concentra apenas no julgamento humano, ou seja, julga-se que o

cliente paga as suas dívidas. Um modelo que incorpora grandes riscos de

crédito. Alguns entrevistados mostraram ter conhecimento de outros métodos

no processo de concessão de crédito, embora aleguem pela não utilização,

devido ao volume de investimento e capacitação dos profissionais para

implantação.

Figura 3: Sistema de informação utilizado pela empresa Fonte: Questionário

100%

Julgamento humano

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

43

4) A empresa financia alguma formação na área de crédito e de cobrança?

Segundo alguns teóricos o processo de concessão e cobrança de

crédito é uma matéria que exige constante atualização e capacitação do

profissional para identificar sinais de alerta, a fim de evitar futuras perdas.

Relativamente a essa questão, o estudo revelou que a empresa não

financia a formação dos envolvidos na área de crédito e cobrança, o que

significa o desinteresse por parte da mesma em capacitar o seu pessoal como

forma de diminuir o risco de crédito, e de aumentar a habilidade do profissional

em se relacionar com o cliente no que diz respeito à cobrança.

Figura 4: Capacitação dos envolvidos na área de crédito e de cobrança

Fonte: Questionário

100%

NÃO

5) Existe uma política de cobrança aos clientes inadimplentes?

De acordo com vários teóricos, todas as empresas devem estabelecer

regras claras e objetivas para efetuar a cobrança dos clientes que atrasam ou

não efetuam o pagamento de uma prestação.

Se de um lado, a política de concessão de crédito busca minimizar o

risco de que um determinado cliente se torne inadimplente, por outro a política

de cobrança procura aumentar as chances do cliente de efetuar o pagamento

de pelo menos parte da quantia que deve à empresa.

No que diz respeito à questão se existe ou não uma política de cobrança

aos clientes inadimplentes, o estudo revelou que 100% dos entrevistados

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

44

acham que não existe uma política de cobrança aos inadimplentes.

Figura 5: Existência de política de cobrança Fonte: Questionário

100%

NÃO

6) Qual o método mais utilizado para a realização das cobranças?

Segundo alguns teóricos a cobrança por telefone é um dos

procedimentos de cobrança mais eficaz e tem vantagem básica em relação a

escrever uma carta, pois estabelece contato direto e pessoal com um indivíduo

na empresa devedora e requer dele uma resposta para uma questão

específica. O uso do telefone exige profissionalização para tornar a cobrança

eficaz.

Relativamente à questão sobre o método utilizado pela empresa nas

suas cobranças, o estudo demonstrou que a empresa utiliza telefone com 75%

do uso em cobrança e carta com 25% de uso nas cobranças.

Isso mostra que a empresa faz mais o uso do telefone do que cartas

para realização das suas cobranças.

Figura 6: Método para realização da cobrança Fonte: Entrevista

75%

25%

Telefone

Carta

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

45

CONCLUSÃO

Neste capítulo contemplam-se as conclusões do presente estudo, face

aos objetivos pré-estabelecidos.

Nos dias de hoje onde a concorrência é intensa, as empresas para

competir e ganhar espaços junto ao mercado necessita vender com prazos e

condições que atrai consumidores e os tornem clientes.

Tudo isso induz as empresas a práticas negligentes em procedimentos

de crédito, visando conquistar uma maior participação no mercado, e assim

incorrendo grandes riscos de crédito.

Este estudo veio ressaltar a importância de uma análise de crédito e da

determinação de um limite dentro da real capacidade de pagamento do cliente.

Mas mesmo que a adoção de uma política de crédito contribua para a

redução do risco da inadimplência ou dos atrasos de pagamento, não se pode

trabalhar com hipótese de que não haverá atrasos ou inadimplências, o que só

seria possível se a empresa vendesse somente a vista.

O estudo destaca que exatamente para lidar com casos problemáticos

que a empresa, como parte do estabelecimento de uma política de concessão

de crédito, deve definir regras e procedimentos de cobrança. Essas regras e

procedimentos de cobrança procuram aumentar as chances de o cliente

efetuar o pagamento de pelo menos parte da quantia que deve a empresa.

O estudo de caso consistiu em responder a seguinte pergunta de

pesquisa: A empresa Caldeira & Duarte Ltda., está realizando procedimentos

de concessão de crédito que visam reduzir a sua inadimplência?

Baseado nas análises apresentadas até o momento pode-se concluir

que a empresa pesquisada não está procedendo de forma eficaz o sistema de

concessão de crédito e cobrança. A empresa deve aplicar as técnicas

avançadas de gestão do risco de crédito para que tenha uma vantagem

competitiva em relação aos seus concorrentes, podendo fazer alterações em

suas políticas de crédito para atingir seus objetivos e ao mesmo tempo avaliar

os riscos em que estão incorrendo.

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

46

Este trabalho não encerra a discussão sobre o assunto, pelo contrário,

o campo é extenso, a inadimplência faz parte da cultura dos povos, muita coisa

pode ser discutida e aperfeiçoada sobre o assunto. No entanto, este modelo

pode dar a idéia para o início de uma nova filosofia na gestão de crédito e

cobrança.

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

47

ANEXO 1

FORMULÁRIO DE PESQUISA

EMPRESA QUESTIONADA Caldeira & Duarte Ltda.

Prezado Senhor(a), Este questionário esta inserido no estudo da monografia apresentada à Universidade Candido Mendes para conclusão do curso de pós graduação em Finanças e Gestão Corporativa. Os dados fornecidos terão tratamento sigiloso e enfoque estritamente acadêmico. O resultado da pesquisa estará a sua disposição assim da conclusão do trabalho.

1) A empresa possui arquivos com informações dos clientes para consultas posteriores: ( ) Sistema computadorizado ( ) Pastas ( ) Outros: ____________________ ( ) Nenhum

2) Quais são as modalidades de vendas que a empresa utiliza: ( ) vendas à vista ( ) vendas a prazo ( ) Outros: ___________________

3) Qual é o sistema de informação que auxilia no processo de análise e concessão de crédito? ( ) O julgamento humano ( ) Os cinco de C’s de Crédito ( ) Ficha cadastral ( ) Analise econômica e financeira ( ) Outros:_____________________________________

4) A (s) pessoa (s) envolvida (s) no processo de concessão de crédito e cobrança recebem algum treinamento? ( ) Sim ( ) Não

5) Existe uma política de cobrança aos clientes inadimplentes? ( ) Sim ( ) Não

6) Qual é o método mais utilizado para a realização da cobrança? ( ) Carta ( ) Telefonemas ( ) Visita ( ) Outros: _________________________.

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

48

BIBLIOGRAFIA

BLATT, Adriano, Cobrança & Recuperação de Dívidas – Um guia prático,

Salvador – BA, Casa da Qualidade, 1996.

FABRETTI, Láudio Camargo, Prática Tributária da Micro, Pequena e Média

Empresa, São Paulo, Atlas, 2003.

GITMAN, Lawrence J. , Princípios de Administração Financeira, 7ª edição,

Harbra Ltda, 2001.

LEONI, Geraldo, Cadastro, Crédito e Cobrança, São Paulo, Editora Atlas

S/A, 1994.

MANFIO, Fernando, O Risco Nosso de Cada Dia, São Paulo, Estação das

Letras Editora, 2007.

MATARAZZO, Dante C., Análise Financeira de Balanços, 6ª edição, São

Paulo, Editora Atlas S/A, 2008.

PADOVEZE, Clóvis, Luís, Introdução à Administração Financeira, São

Paulo, Pioneira Thompson Learning, 2005.

PEREIRA, Airton Gil Paz, Tudo Sobre Cadastro, Crédito e Cobrança, São

Paulo, Nobel, 1991.

SCHRICKEL, Wolfgang Kurt, Análise de Crédito, Concessão e Gerência de

Empréstimos, 3. Ed. São Paulo, Atlas, 1997.

http://www.aedb.br/seget/artigos2009.php?pag=73, Artigo: Custo de Transação –

Impacto da Inadimplência no Setor Comercial, acessado em 13/12/2010.

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

49

http://www.creditoecobranca.com/Artigo10.asp, Artigo: Novas atribuições para

Crédito e Cobrança, acessado em 17/12/2010.

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

50

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Fundamentação Teórica 10

1.1 – Conceito de Empresa 10

1.2 – Pequenas Empresas 11

1.3 – Crédito 11

1.4 – O Risco de Crédito 14

1.5 – Inadimplência 15

1.6 – Cobrança 16

CAPÍTULO II

O Sistema de Concessão de Crédito 18

2.1 – Análise e Concessão de Crédito 18

2.2 – Técnicas aplicadas à Análise de Crédito 19

2.2.1 – Análise de Crédito Tradicional 20

2.2.2 – Ficha Cadastral 20

2.2.3 – Indicadores Econômicos Financeiros 24

2.2.3.1 – Índices de Estrutura 24

2.2.3.2 – Índices de Liquidez 26

2.2.3.3 – Índices de Rentabilidade 27

2.3 – Limites de Crédito 28

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

51

CAPÍTULO III

O Sistema de Cobrança 29

3.1 – Porque ter uma Política de Cobrança? 29

3.2 – Plano de Cobrança 30

3.3 – Serviços Externos de Cobrança Amigável 31

3.4 – Organização do Setor de Cobrança 32

3.5 – O Profissional da Cobrança 33

3.6 – Definição do Programa de Cobrança 35

3.6.1 – Programa de Cobrança por Correspondências 36

3.6.2 – Programa de Cobrança por Contato Telefônico 37

3.6.3 – Programa de Cobrança via Visita Pessoal 38

CAPÍTULO IV

Um Estudo de Caso 40

4.1 – Caracterização da Empresa 40

4.2 – Análise e Interpretação dos Resultados da Pesquisa 41

CONCLUSÃO 45

ANEXO 1 47

BIBLIOGRAFIA 48

ÍNDICE 50

FOLHA DE AVALIAÇÃO 52

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...Geraldo Leoni, Adriano Blatt e Wolfgang Kurt Schrickel. A análise desses materiais já existentes possibilitou o conhecimento das contribuições

52

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: GESTÃO DE CRÉDITO E COBRANÇA

EMPRESARIAL

Autor: SELMA DE JESUS LIMA DUARTE

Data da entrega: 13/01/2011

Avaliado por: Conceito: