universidade candido mendes prÓ-reitoria de … alberto gonÇalves alfredo.pdf · império durou...
TRANSCRIPT
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
PLANO DE NEGÓCIOS
CARLOS ALBERTO GONÇALVES ALFREDO
ORIENTADORA: PROFª. Ms. ANA CRISTINA GUIMARÃES
RIO DE JANEIRO AGOSTO/2007
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO “A VEZ DO MESTRE”
Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística Empresarial.
RIO DE JANEIRO AGOSTO/2007
PLANO DE NEGÓCIOS
CARLOS ALBERTO GONÇALVES ALFREDO
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que é a plenitude da minha existência, pois através dele, dois servos dedicados, meus irmãos da Terceira Igreja Batista da Ilha do Governador, Miracildo e Pastor Jorge Alberto, me incentivaram, com a generosa doação da Bolsa de estudos que me permitiu a realização deste curso. Também agradeço ao Dr. José Luiz de Rose e ao Padre Marcos William Bernardo, amigos de longa data, que me acompanharam na realização deste curso. “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da Fé”. (Gálatas, 6:10) “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos”. (Salmo, 133:1) Presto a minha homenagem aos meus companheiros, estudiosos e pesquisadores da área de transportes, membros das Equipes HobbyBus e Site Toffobus, pelo apreço, amizade e dedicação nas pesquisas e estudos sobre a área de transportes. QUE DEUS A TODOS ABENÇOE.
4
DEDICATÓRIA
Este curso é dedicado a Deus, que é a fonte principal e a inspiração da minha existência, e a toda a minha família, minha esposa Kylma, os meus filhos Daniel e Davi, Mere e Nathália, que são a razão de ser da minha existência. Muito obrigado a todos. “O homem que encontra uma esposa, encontra também o bem, e alcança a benevolência do Senhor”. (Salmo, 18:22) “Herança do Senhor são os filhos, o fruto do ventre, seu galardão”. (Salmo, 127:3) Aos meus amados e queridos pais, Ubirajara e Adelaide, exemplos de amor, carinho e dedicação, que me doaram as suas vidas. “Porque, de geração em geração, os pais amam aos filhos e lhes mostram tudo o que fazem”. (João, 5:20) QUE DEUS A TODOS ABENÇOE
5
RESUMO
Quais são as razões que conduzem às empresas a elaborarem um
Plano de Negócios?
A primeira razão é porque as grandes corporações são todas
Sociedades Anônimas, que contam com recursos financeiros oriundos de
investidores particulares
A segunda razão é porque o Conselho de Administração das
Empresas se reporta aos Acionistas, alguns dos quais membros do Conselho.
Esses conselheiros elegem o CEO da Empresa com um mandato de tempo
pré-determinado, que avaliado periodicamente pelo Conselho e pelos
Acionistas, que querem saber quanto dinheiro a Empresa precisa, ou vai
precisar, para realizar os objetivos propostos no Plano de Negócios, para saber
onde o dinheiro está sendo ou vai ser empregado.
O processo de elaboração do Plano de Negócios exige o
envolvimento e o comprometimento dos Gerentes, Diretoria e do CEO da
Empresa, em relação aos objetivos estabelecidos, assim como da forma e do
modo de alcançar os objetivos propostos em um Plano de Negócios.
Esta monografia descreve a aplicação dos conceitos obtidos nos
módulos instrucionais do Curso de Pós-Graduação em Logística, na
elaboração de um Plano de Negócios, como documento fonte para a realização
de projetos empresariais, discorrendo sobre as partes componentes de um
Plano de Negócios, descrevendo um bem sucedido projeto de negócios na
área de transportes em um grande grupo empresarial brasileiro, com uma
estrutura formada por quatro Unidades de Negócios independentes,
componentes da estrutura corporativa do Grupo Águia Branca.
Palavras-chave: logística – transporte – balance scorecard – supply chain –
cadeia de valor
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada nesta monografia é o resultado de pesquisas
atualizadas e da minha vivencia e experiência profissional, adquirida ao longo
da minha vida profissional de quarenta e dois anos, no setor empresarial, onde
convivi em segmentos relacionamentos ao desenvolvimento de Planos de
Negócios.
Parte dessa experiência foi passada no setor de transportes, no qual
a presença de um Plano de Negócios bem estruturado é uma parte essencial
do êxito do empreendimento, além dos conceitos logísticos indispensáveis à
plena operação dessa área de atividades.
Os conceitos apresentados neste documento não esgotam o
assunto, mas, pelo contrário, abrem espaços para novas abordagens,
questionamentos e diferentes formas de abordar o tema relacionado com a
utilização de um Plano de Negócios.
Este documento foi escrito com base em consultas cientificas
realizadas em obras dos seguintes autores: Chistopher, Martin, 1997, Pavani,
Claudia, 1997, Diniz, Eugênio, 1999, Kaplan, Robert, 1992, Norton, David,
1992.0
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
A história da logística 10
CAPÍTULO II
Definição de plano de negócios 13
CAPÍTULO III
Etapas para a elaboração de um plano de negócios 18
CAPÍTULO IV
Estudo de caso: o Grupo Águia Branca 23
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 30 ÍNDICE 31 ANEXOS 33 FOLHA DE AVALIAÇÃO 34
8
INTRODUÇÃO
Um Plano de Negócios deve ser desenvolvido com base no
desempenho mercadológico da Empresa, no ou nos segmentos onde a mesma
atua, utilizando-se ferramentas adequadas a esta finalidade.
A elaboração de um Plano de Negócios deve ser precedida de uma
análise e avaliação interna da Empresa, de modo a conduzi-la na montagem de
um eficiente e bem estruturado Plano de Negócios.
Uma das ferramentas mais eficientes de avaliação de uma Empresa
é a metodologia BALANCE SCORECARD, disponível e aceita no mercado,
que foi desenvolvida pelos professores da Harvard Business School, Robert
Kaplan e David Norton em 1992 (Mapas Estratégicos) Kaplan, Robert, 1992 e
Norton, David, 1992)
O BALANCE SCORECARD, mostra a logística empresarial de um
sistema de gestão genérico para organizações, onde o CEO deve definir e
implementar (por exemplo, através de um Sistema de Informação de Gestão,
variáveis e controle, metas e interpretações para que a organização apresente
desempenho positivo e crescimento ao longo do tempo.
A sigla BSC (Balance Scorecard) pode ser traduzida para
Indicadores Balanceados de Desempenho, ou ainda para “Cenário Balanceado
ou Balanceamento de Cenários” .
Este abrangente conjunto de medidas serve de base para o sistema
de medição e gestão estratégica por meio do qual o desempenho
organizacional é mensurado de maneira equilibrada sob as quatro
perspectivas.
Dessa forma, o BSC contribui para que as empresas acompanhem o
desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na
9
construção de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários
para o crescimento futuro.
Partindo-se dos resultados obtidos pela aplicação da metodologia
BSC, a Empresa tem em mãos todos os indicadores necessários a formulação
do seu Plano de Negócios.
O primeiro capítulo descreve a história da Logística, a partir do seu
emprego por Alexandre, O Grande até os nossos dias. O capítulo segundo
define a composição de um plano de negócios, mostrando os seus diversos
aspectos e a importância da sua aplicação. O capítulo três demonstra as
diversas etapas componentes de um plano de negócios e o seu
desdobramento. O último capítulo mostra a história do Grupo Águia Branca
desde a sua fundação até o presente.
10
CAPÍTULO I
A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA
A origem da palavra vem do grego “LOGISTIKOS”, do qual o latim
“LOGISTICUS” é um derivado, ambos significando cálculo e raciocínio no
sentido matemático. (http://www.tigerlog.com.br)
O desenvolvimento da logística está intimamente ligado ao
progresso das atividades militares e das necessidades resultantes das guerras.
Uma das grandes lendas na logística, que inspirou grandes líderes
como Júlio Cesar e Napoleão e que até hoje inspira as grandes empresas, foi
Alexandre o Grande da Macedônia.
Nascido em 356 a.C., aos 16 anos já era general do exército
macedônico e aos 20 anos, com a morte de seu pai, assumiu o trono. Seu
império durou apenas 13 anos, até a sua morte de 323 a.C.
A carreira de Alexandre não foi acidental, pois ele foi capaz de
superar os exércitos inimigos e expandir o seu reinado, graças a fatores como:
• Inclusão da logística em seu planejamento estratégico;
• Detalhado conhecimento dos exércitos inimigos, dos terrenos de
batalha e dos períodos de fortes intempéries;
• Inovadora incorporação de novas tecnologias de armamentos;
• Desenvolvimento de alianças.
O termo “Logistique” foi cunhado pelo francês, Barão General
Antoine Henri Jomini (1779 / 1869), em sua principal obra “Sumário da arte da
guerra”, escrita em 1836. Jomini foi o principal teórico militar da primeira
metade do século XIX.
11
A obra foi traduzida para o inglês com o título de “The Art of War” por
G. H. Mendell e W. P. Craighll, em 1892.
Cronologicamente, no panorama contemporâneo, a logística passou
pelas seguintes etapas (www.tigerlog.com.br):
• 1901 – A logística é examinada pela primeira vez sob o prisma
acadêmico no início do século XIX através de um artigo de John Crowell
publicado no Report of the Industrial Comission on the Distribution of Farm
Products (www.tigerlog.com.br) tratando dos custos e fatores que afetavam a
distribuição dos proutos agrícolas;
• 1916 – Introdução da logística como instrumento de marketing
(momento, lugar, posse) e de canais de distribuição;
• 1941 – 1945 – Com a segunda guerra mundial a logística tem um
impulso em evolução e refinamento;
• Década de 50: As empresas começam a enfatizar a safisfação do
cliente no lucro; os serviços ao cliente, torna-se a pedra fundamental da
administração logística;
• 1956 – O conceito de Custo total na área de Logística, é
introduzido pela Harvard Business School;
• Início dos anos 60: A Universidade dos Estados de Michigan e
Ohio, ambas nos Estados Unidos, são as primeiras a ministrar cursos de
graduação em Logística, devidamente reconhecidos pelo Governo americano;
• 1963 – É criado o National Council of Physical Distribution
Management, que mais posteriormente passou a chamar-se Council of
Logistics Management;
• 1976 - É publicado um estudo do CLM identificando os
componentes do custo de manutenção dos estoques e apresentando uma
metodologia para o seu cálculo;
• 1978 – A Consultoria A. T. Kerney e o CVLM publicam um estudo
denominado Measuring Productivity in Physical Distribution, que foi a primeira
avaliação das atividades de serviços ao cliente, nas empresas americanas;
12
• Década de 80 – Grande aumento na utilização de computadores
na administração logísitica.
No Brasil, a introdução da logística se dá nos anos 70, em função da
iniciativa das montadoras de carros, devido ao grande volume de
movimentação de peças e componentes, em função da complexa tarefa de
montagem de um veículo.
Fora do setor automobilístico, o setor energético definia Normas
isoladas para embalagens, armazenagem e transporte de materiais.
O primeiro sistema logístico, chegou ao país em 1982, vindo do
Japão pelas mãos da Toyota, que implantou o sistema conhecido como JIT –
Just in Time e o Kanban.
• Em 1988 foi criada a ASLOG – Associação Brasileira de Logística.
A partir da década de 90, com a implantação do Plano Real, a
logística teve um avanço significativo, fazendo-se presente em diversos setores
da economia nacional
Em 1986 o Council of Logistics Management (CLM), definiu a
logística como um “processo de planejamento, implementação e controle de
fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais
semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles
relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com a finalidade
de atender às exigências dos clientes.”
Essa definição foi posteriormente alterada, incluindo o conceito de
Supply Chain Management (SCM), definido como “parte do processo que
planeja, implementa e controla eficientemente, o fluxo e o armazenamento de
bens, serviços e informações, do ponto de origem ao ponto de consumo, de
modo a atender as necessidades dos clientes.”
13
CAPÍTULO II
DEFINIÇÃO DE PLANO DE NEGÓCIOS
Pode-se definir Plano de Negócios como uma eficiente ferramenta
que deve refletir a realidade, as perspectivas e a estratégia da Empresa,
respondendo aos seguintes conjunto de seguintes indagações:
Quem somos?
O que queremos ser?
Onde queremos ir?
Como podemos ir?
Quando podemos ir?
De que modo poderemos ir?
Quais são os recursos que precisamos para ir?
Que os acionistas querem e preciam saber, para decidir sobre a
viabilidade de um projeto.
A oportunidade de pensar e consolidar em um único documento
todas as questões que dizem respeito aos novos empreendimentos de uma
Empresa, estão descritas no Plano de Negócios:
2.1. A organização das idéias
A organização das idéias e propostas da direção da Empresa,
mostrando a missão e os objetivos da organização, e não das pessoas que
individualmente a compõe.
2.2. Organização empresarial
A organização da própria empresa seja dos números que a refletem,
seja das funções exercidas pelas pessoas.
14
2.3. Comunicações
A comunicação entre os acionistas, o Conselho de Administração e
o CEO da Empresa. O fato de ser um documento único que reflete na integra, a
consiste do Plano, como um instrumento de comunicação eficiente entre os
envolvidos nos projetos da empresa.
2.4. Comprometimento
O comprometimento de todas as pessoas-chave da empresa no
caminho delineado pelo Plano de Negócios.
2.5. Controle gerencial
A existência de um instrumento de controle gerencial para
acompanhamento, avaliação e controle das fases de um ou mais projetos que
a empresa, pretende implementar.
2.6. Captação de Recursos
A existência de um instrumento eficiente para a captação de
recursos, sejam eles, financeiros, humanos ou de parcerias.
Não menos importante que os pontos acima ressaltados, o Plano de
Negócios deve proporcionar informações relevantes ao processo de tomada de
decisões por parte dos investidores, de modo a proporcionar uma visão da
empresa como um todo.
Isto é obtido pela análise da cadeia de valor que busca enxergar a
empresa como um conjunto de atividades inter-relacionadas com o objetivo de
mostrar aos investidores, quais são os valores de retorno dos capitais
aplicados.
15
A cadeia de valor forma um fluxo de informações que descreve a
movimentação do produto, desde a matéria prima até o consumidor final, sendo
o seu objetivo adicionar o máximo de valor aos elos da cadeia produtiva, da
forma menos dispendiosa possível.
2.7. Grupamento de atividades
As atividades que geram valor podem ser agrupadas em atividades
primárias e secundárias, e podem ser explicadas da seguinte forma:
2.7.1. Atividades primárias
Logística interna:
Representam as atividades relacionadas com o manuseio de
materiais, armazenagem e controle de estoques, envolvendo logística interna e
externa.
Ü Operações:
Representam as atividades necessárias para converter os insumos
fornecidos pela logística interna na forma de produtos acabados.
Logística externa:
Representam as atividades relacionadas com a coleta,
armazenagem e distribuição física do produto final pra o cliente.
Ü Marketing e vendas:
Representam as atividades concluídas para fornecer os meios que
permitam que os clientes à aquisição dos produtos.
Ü Serviços:
Representam as atividades destinadas a reforçar ou manter o valor
de um produto.
16
2.7.2. Atividades de apoio
Suprimentos de serviços e materiais:
Representam as atividades realizadas visando a aquisição dos
insumos necessários à fabricação dos produtos, bem como ativos fixos –
máquinas, equipamentos de laboratório, equipamentos e materiais.
2.7.3. Desenvolvimento tecnológico
Representam as atividades realizadas com o objetivo de melhorar os
produtos e os processos de fabricação; o desenvolvimento tecnológico de um
produto abrange: pesquisas, design do produto, estudos de tecnologia
produtiva e de serviços.
2.8. Gestão de Recursos Humanos
Representam as atividades relacionadas com o recrutamento e
seleção, admissão e treinamento de pessoal.
2.9. Infra-estrutura organizacional
Inclui as atividades necessárias ao apoio total de toda a cadeia de
valor, abrangendo: planejamento, finanças, contabilidade, apoio legal e
relações governamentais. Partindo da infra-estrutura, a Empresa identifica de
modo eficiente as oportunidades e ameaças externas, os recursos existentes e
os que faltam ao produto.
É importante ressaltar que, o sucesso da Empresa, depende não
apenas da excelência do trabalho de cada funcionário isoladamente, mas
principalmente da coordenação e da integração destes numa cadeia
sinergística.
17
O conceito de cadeia de valor está diretamente ligado aos conceitos
logísticos, contribuindo para que as empresas busquem a otimização da sua
cadeia produtiva, que buscam adicionar ao produto, valor e serviços ofertados
aos seus clientes, fornecedores e parceiros de negócios, buscando sempre o
aumento da competitividade da empresa.
18
CAPÍTULO III
ETAPAS PARA A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE
NEGÓCIOS
O Plano de Negócios deve ser desenvolvido com base nas
seguintes etapas:
3.1. O projeto
Este é o tópico onde estão reunidas de maneira resumida, todas as
idéias desenvolvidas ao longo do Plano de Negócios; este tópico tem como
objetivo reunir as partes soltas num todo coerente e objetivo.
3.2. Missão da empresa
A missão empresarial explica o papel desempenhado pela mesma
no ambiente no qual está inserida, representando a sua identidade, sendo a
sua razão de ser e da sua existência, relacionando os objetivos maiores a
longo prazo.
3.3. Definição e objetivos do negócio
Este tópico define e conceitua a razão de ser da existência de um
negócio, estando intimamente relacionado com a relação custo-benefício que
um projeto pode proporcionar para um Grupo empresarial e para a sua
clientela, sendo necessário responder aos seguintes quesitos relativos à
concepção de um projeto:
- Quais são os objetivos a serem atingidos por um novo projeto?
- Quais são os novos projetos do Grupo?
- Quem é a clientela?
19
- Quais são os benefícios que um novo projeto trará para o Grupo e
para o mercado?
3.4. Plano de marketing
A análise do mercado é a parte mais importante de um Plano de
Negócios, principalmente no que diz respeito à clientela a ser atingida. Este
tópico do Plano deve analisar:
- O ambiente do mercado
- A definição do produto e as características técnicas do mesmo
- O público alvo e o perfil da clientela
- A concorrência, oportunidades e ameaçãs para o projeto
- As fontes de fornecimento
- A área de mercado a ser atingida: imediações, cidade, Estado e
região.
3.5. Concorrência
Este tópico avalia a posição da concorrência em relação em relação
ao desempenho da empresa, analisando:
- Quantos e quais são os principais produtos
- Nível de share
- Volume (estimado) de faturamento
- Imagem de mercado
- Política financeira
- Canais de distribuição e comercialização
20
3.6. Cadeia de fornecimento (Supply Chain)
Este tópico avalia a cadeia de fornecedores (supply chain),
procurando identificar:
- Quantos e quais são?
- Linha de produtos e de produtos comercializados
- Perfil: atividade, localização, distâncias, produçãop, principais
clientes
- Aspectos operacionais: preços, prazos, condições de entrega,
garantias oferecidas
- Qualidade dos produtos
3.7. Plano de vendas
Este tópico deve conter informações a respeito do plano de vendas
da empresa, abrangendo os seguintes pontos:
- Estratégia geral de vendas
- Canais de distribuição
- Política de preços
- Propaganda e promoção
- Vendas OEM
3.8. Mapeamento e análise de processos
Todo trabalho empresarial realizado nas empresas faz parte de
algum processo, não existindo um produto ou serviço oferecido, sem um
processo empresarial.
21
Na concepção mais frequente, processo é qualquer atividade ou
conjunto de atividades, que mediante um input, adiciona valor ao mesmo,
oferecendo um output sob a forma de um determinado produto ou serviço.
Mais especificamente, um processo é um grupo de atividades
realizadas numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem ou um
serviço com valor para o mercado da empresa.
O mapeamento e análise de processos são um componente
essencial de um Plano de Negócios, pois a da análise dos elementos
componentes dos mesmos, vai permitir o pleno conhecimento dos custos de
produção, que vão incidir no preço final do produto. Por essa razão, os
processos utilizados pelas empresas devem ser os mais dinâmicos e enxutos
possíveis, de modo a não onerar os investimentos em equipamentos, que são
contabilizados no Ativo Permanente.
Existem cinco modelos básicos de processos empresariais, que
formam em escopo, que abrange o mais concreto e objetivo modelo, baseado
no fluxo de materiais, conforme na tabela a seguir descrita:
TABELA 1
CINCO MODELOS BÁSICOS DE PROCESSOS EMPRESARIAIS
PROCESSO: EXEMPLO: CARACTERÍSTICAS:
FLUXO DE MATERIAL PROCESSOS DE FABRICAÇÃO INPUTS E OUTPUTS DEFINIDOS
ATIVIDADES E FLUXOS
LINEARES
FLUXO DE TRABALHO DESENVOLVIMENTO DE
PRODUTOS E CONTRATAÇÃO DE
PESSOAL
ATIVIDADES BEM SEQUENCIADAS
ETAPAS SERIADAS TECNOLOGIA E PROCESSOS DE
REENGENHARIA
ATUALIZAÇÃO TECNOLÓGICA
REDEFINIÇÃO DE PROCESSOS
22
ATVIDADES COORDENADAS GERENCIAMENTO EMPRESARIAL GOVERNANÇA CORPORATIVA
MUDANÇA DE ESTADOS PORTFÓLIO DE NEGÓCIOS
DIVERSIFICADO
ACOMPANHAMENTO DO
RENDIMENTOS DOS PORTFÓLIOS
EM OPERAÇÃO
Fonte: www.sebraesp.com.br
3.9. Aspectos econômico-financeiros
Este tópico descreve uma das partes consideradas essenciais de um
Plano de Negócios, onde devem estar descritas todas as informações relativas
ao perfil financeiro da organização:
- Determinação dos custos:
- Custos Fixos
- Custos Variáveis
- Investimento mínimo necessário
- Rentabilidade esperada
- Projeção da demonstração dos resultados futuros
- Estimativa de capital de giro
- Análise econômico-financeira do investimento
- Tempo de vida útil do projeto
- Payback
- TIR
23
CAPÍTULO IV
ESTUDO DE CASO: O GRUPO ÁGUIA BRANCA
Conforme acima descrito, o Plano de Negócios pode ter abrangência
corporativa, ou então ter a sua elaboração voltada para um determinado projeto
específico, ou segmento de negócios, que a Empresa opera ou queira operar.
A descrição a seguir, contém o relato de um bem sucedido Plano
Negócios implantado na área de trasnportes, focando um dos maiores grupos
nacionais do setor: VAB – Viação Águia Branca, onde são utilizados os
conceitos logísticos relatados.
4.1. História
O nascimento da Viação Águia Branca foi o marco inicial da
formação do Grupo Águia Branca, que compreende todas as empresas que
hoje fazem parte desse Grupo, incluindo a própria Viação Águia Branca.
O Grupo Águia Branca, foi fundado pela família Chieppe, que
chegou ao Brasil em 1889, originária da região do Veneto, Itália, fixando-se
num local que veio a se transformar na cidade de Colatina.
Essa família de imigrantes decidiu se dedicar ao então incipiente
ramo de transportes, adquirindo inicialmente dois ônibus; essa pequena
empresa recebeu o nome de Auto Viação 13.
O negócio foi se expandido, e em 1956, foi formada uma associação
que adquiriu a Empresa de Ônibus Águia Branca, com 12 veículos ligando os
municípios de Águia Branca e Colatina. Em 1961 houve a fusão das Empresas
Viação Brasil e Empresa de Transportes Águia Branca, nascendo então a
Viação Águia Branca com 40 ônibus.
24
Em 1971, a Águia Branca adquiriu o setor norte da Viação
Itapemirim, expandindo sua área de atuação no norte do Espírito Santo e
dobrando sua frota de 75 para 150 ônibus.
Os anos 80 e 90 foram marcados por investimentos e pela
diversificação das atividades do portfólio de negócios da empresa, conforme a
seguir mostrado:
FIGURA 1
GRUPO ÁGUIA BRANCA – PORTFÓLIO DE NEGÓCIOS (14 SEGMENTOS DE NEGÓCIOS)
HOLDING AUTOPORT VEÍCULOS CITAGUA – ÁGUAS DE CACHOEIRO
KURUMA VEÍCULOS LINHARES DIESEL VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA
VIAÇÃO SALUTARIS E TURISMO VITÓRIA DIESEL VITÓRIA MOTORS
VIX LOGÍSTICA SAVANA VEÍCULOS OSAKA VEÍCULOS
FONTE: www.aguiabranca.com.br
25
Atualmente, a Viação Águia Branca está inserida na Unidade de
Negócios de passageiros, uma das quatro Unidades de Negócios do Grupo
Águia Branca.
O Portólio de Negócios do Grupo Águia Branca, utiliza os conceitos
de logística integrada e a sinergia como suporte operacional para o
desenvolvimento dos seus negócios, cujo desempenho setorial é realizado
pelas seguintes Empresas componentes da Holding Águia Branca:
26
TABELA 2
PERFIS DAS EMPRESAS DO GRUPO ÁGUIA BRANCA
Fonte: www.aguiabranca.com.br
RAMO DE NEGÓCIOS: EMPRESA RESPONSÁVEL:
PASSAGENS DE ÔNIBUS VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA
VIAÇÃO SALUTARIS E TURISMO
ENCOMENDAS VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA
VIAÇÃO SALUTARIS E TURISMO
ALUGUEL DE ÔNIBUS VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA
VIAÇÃO SALUTARIS E TURISMO
VIX LOGÍSTICA
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E TURISMO
TRANSPORTE TURÍSTICO
VIAÇÃO ÁGUIA BRANCA
VIAÇÃO SALUTARIS E TURISMO
TRIP LINHAS AÉREAS
TRANSPORTE AÉREO REGIONAL TRIP LINHAS AÉREAS
LOCAÇÃO DE VEÍCULOS VIX LOGÍSTICA
TRANSPORTES ESPECIAIS VIX LOGÍSTICA
TRANSPORTE DE VEÍCULOS AUTOPORT
SERVIÇOS DE LOGÍSTICA VIX LOGÍSTICA
FRETAMENTO DE ÔNIBUS VIX LOGÍSTICA
COMERCIALIZAÇÃO DE PNEUS
MICHELIN
VITÓRIA DIESEL
RECAUCHUTAGEM DE PNEUS VITÓRIA DIESEL
SANEAMENTO BÁSICO CITÁGUA
COMÉRCIO DE VEÍCULOS:
TOYOTA E LEXUS
JEEP, DODGE E CRYSLER
AUTOMÓVEIS MERCEDES-BENZ
ÔNIBUS E CAMINHÕES MERCEDES-BENZ
KURUMÁ E OSAKA
VITÓRIA MOTORS
VITÓRIA MOTORS
VITÓRIA DIESEL, LINHARES DIESEL E SAVANA VEÍCULOS
27
O desempenho do Portfólio de negócios do Grupo Águia Branca, é
apoiado por uma estrutura organizacional, composto por uma Holding (Águia
Branca Participações) e outras treze empresas, distribuídas em quatro
Unidades de Negócios: PASSAGEIROS, LOGÍSTICA, COMÉRCIO E INFRA-
ESTRUTURA, conforme mostrado a seguir, na figura 2:
ASSEMBLÉIA DE ACIONISTAS
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
PRESIDÊNCIA DAHOLDING
DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO
E FINANÇAS
DIRETORIA DE RELAÇÕES
CORPORATIVAS
UNIDADE DE NEGÓGIOS
PASSAGEIROS
UNIDADE DE NEGÓCIOS LOGÍSTICA
UNIDADE DE COMÉRCIO LOGÍSTICA
UNIDADE DE NEGÓCIOS
INFRA-ESTRUTURA
VIAÇÃO ÁGUIA
BRANCA
SALUTARIS
SULBA
TRIP
AUTOPORT
V I X
KURUMA VEÍCULOS
VITÓRIA MOTORS
VITÓRIA DIESEL
SAVANA VEÍCULOS
LINHARES DIESEL
OSAKA
CITAGUA
GGRRUUPPOO ÁÁGGUUIIAA BBRRAANNCCAA EESSTTRRUUTTUURRAA
OORRGGAANNIIZZAACCIIOONNAALL
28
CONCLUSÃO
As mudanças que estão ocorrendo no cenário do mundo dos
negócios afeta não somente as grandes corporações mundiais, mas, atinge as
áreas nacionais e regionais em diversos países.
O conteúdo desta monografia está baseado nos atuais cenários de
negócios que exigem das empresas altos níveis de competitividade para se
manterem no mercado.
No atual momento, as Empresas não podem viver no saudosismo e
nem na improvisação, e devem dispor de recursos gerenciais e tecnológicos,
capazes de mantê-las competitivas no mercado, daí a necessidade de
ferramentas que possam trazer para a Empresa altos índices de rentabilidade.
Segundo dados de empresas de Consultoria, 70% das empresas
encerram as atividades logo no primeiro ano de funcionamento; o fator
“Profissionalização” parece fazer parte do manual dos empresários bem-
sucedidos, ou por outro vértice, daqueles que mantém seus negócios apoiados
por ferramentas de gestão que viabilizem os projetos da Empresa.
Esta é a função de um Plano de Negócios: manter viva e ativa a
continuação da presença da Empresa no mercado, de modo que os
investidores tenham em mãos um documento confiável no qual possam basear
as suas expectativas sobre os recursos a serem investidos nas Corporações
que buscam captar recursos para os seus projetos..
Para se manter viva, uma empresa precisa entender que só se faz
dinheiro quando se vende várias vezes para um mesmo universo de clientes,
em torno de 20% do total.
29
Vários motivos levam uma Empresa ao fim, principalmente quando
se trata de empresas familiares, pois, a sucessão familiar nem sempre dá
certo.
Se essas cenas se passam no cenário regional, a nível internacional,
a questão da competitividade, embora em graus diferentes, assume os
mesmos contornos.
Como ressaltado, o objetivo de um Plano de Negócios é dar
consistência aos planos empresariais, evitando fracassos desnecessários.
30
BIBLIOGRAFIA CADERNO DE DIVULGAÇÃO TÉCNICA – Série “Como fazer”: Como
interpretar uma análise econômica e financeira de empresas. CNI –
Confederação Nacional da Indústria – DAMPI – Departamento de Assistência à
Média e Pequena Indústria – Rio de Janeiro – RJ – 1997.
CHISTOPHER, Martin. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos:
Estratégias para a Redução de Custos e Melhoria dos Serviços / Martin
Christopher. Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios, São Paulo:
Pioneira, 1997.
KAPLAN, Robert, NORTON, David. Mapas Estratégicos. São Paulo: Campus,
1992.
Paulo: Lexikon Editorial, 1997
PAVANI, Claudia; DEUSTSCHER, José Arnaldo & LOPES, Santiago Maia.
Plano de Negócios – planejando o sucesso de seu empreendimento. São
PROENÇA, JR. Domicio; DINIZ, Eugenio Salvador G. Guia de Estudos de
Estratégia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
31
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I A história da logística 10 CAPÍTULO II Definição de plano de negócios 13 2.1. A organização das idéias 13 2.2. Organização empresarial 13 2.3. Comunicações 14 2.4. Comprometimento 14 2.5. Controle gerencial 14 2.6. Captação de recursos 14 2.7. Grupamento de atividades 15 2.7.1. Atividades primárias 15 2.7.2. Atividades de apoio 16 2.7.3. Desenvolvimento tecnológico 16 2.8. Gestão de Recursos Humanos 16 2.9. Infra-estrutura organizacional 16 CAPÍTULO III Etapas para a elaboração de um plano de negócios 18 3.1. O projeto 18 3.2. Missão da empresa 18 3.3. Definição e objetivos do negócio 18 3.4. Plano de marketing 19 3.5. Concorrência 19 3.6. Cadeia de fornecimento (Supply Chain) 20 3.7. Plano de vendas 20 3.8. Mapeamento e análise de processos 20 3.9 Aspectos econômico-financeiros 22
32
CAPÍTULO IV Estudo de caso: o Grupo Águia Branca 23 4.1. História 23 CONCLUSÃO 28 BIBLIOGRAFIA 30 ANEXOS 33 FOLHA DE AVALIAÇÃO 34
33
ANEXOS
34
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas Pós-Graduação “Latu Sensu” Título da Monografia PLANO DE NEGÓCIOS
Data da Entrega: ___________________________ Avaliado por: ______________________________Grau: ________________
Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________ _______________________________________________________________
Coordenação do Curso