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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE OTIMIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS BRASILEIRAS Por: Alessandro Silva de Freitas Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

OTIMIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS BRASILEIRAS

Por: Alessandro Silva de Freitas

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

OTIMIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS BRASILEIRAS

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Engenharia de

Produção.

Por: Alessandro Silva de Freitas

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus, Senhor e Salvador

Jesus Cristo.

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DEDICATÓRIA

Dedica-se a minha amada mulher

Christiane Freitas, a minha querida

vovozinha Severina Castro, aos meus

honrados pais Ely e Maria Cristina de

Freitas e aos meus irmãos Alessandra e

Alex de Freitas.

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RESUMO

O modelo brasileiro de geração de energia elétrica possui

características muito peculiares em relação aos demais paises do mundo.

Devido ao nosso vasto parque hídrico, isso possibilitou o uso indiscriminado de

eletricidade em diversas formas de uso final.

Esta dissertação tem como objetivo conscientizar e normatizar

condições estratégicas para o desenvolvimento de um projeto que solucione os

problemas com a utilização e a obtenção da energia no Brasil. Para isso,

demonstraremos os recursos disponíveis e necessários, levando-se em

consideração à adoção de medidas a curto, médio e longo prazo. Educando a

todos quanto à importância do uso correto e sustentável de nossa atual matriz

energética, principalmente no planejamento e no investimento em outras fontes

energéticas.

METODOLOGIA

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A metodologia utilizada para a confecção desta monografia foi de

pesquisa qualitativa através de revisão bibliográfica existente em livros, artigos

de revistas e jornais especializados, aliando-se a metodologia de projeção de

energia equivalente, estimulando o maciço investimento para o

desenvolvimento de fontes energéticas alternativas, destacando os setores de

maior relevância no consumo energético.

O crescimento setorial projetado leva em conta a evolução histórica da

participação desses setores na economia e o crescimento global.

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - O que é energia? 9

CAPÍTULO II - O problema energético no Brasil 18

CAPÍTULO III - Alternativas a curto prazo 23

CAPÍTULO IV - Alternativas a médio e longo prazo 25

CONCLUSÃO 29

ANEXOS 32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

BIBLIOGRAFIA CITADA 55

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 58

INTRODUÇÃO

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Quando se fala em energia, a primeira impressão que vem a nossa

mente é estarmos falando de energia elétrica ou sobre combustíveis. Nada

mais natural, uma vez que todas as nossas atenções estão voltadas para as

questões energéticas que o Brasil vem se defrontando nas últimas décadas.

Em meados do século XIX, quando o carvão mineral era fonte básica

de energia para transportes, algumas indústrias de iluminação, decorreram

iniciativas nesta área, mais especificamente no setor de energia elétrica.

Assim, novas descobertas aportaram no Império do Brasil. De lá para cá,

muitas coisas mudaram e hoje, já falamos em termos que fariam nosso

Imperador pensar serem temas de ficção científica como: energia renovável,

energia limpa ou energia suja, nuclear, eólica, entre tantas outras referências.

Por dispor da maior bacia hidrográfica do mundo, é natural e

compreensível que o Brasil tenha feito historicamente sua opção por esta

matriz energética. Hoje, as usinas hidroelétricas dão sustentação ao

desenvolvimento nacional e ao parque industrial brasileiro, respondendo por

aproximadamente 90% do total de energia gerada no País.

O fato é que neste momento, todas as atenções estão voltadas para as

questões energéticas, principalmente eletricidade e combustíveis. Por isso,

disponibilizaremos informações atuais e em constante renovação, sobre fontes

energéticas, suas relações com o meio ambiente e as perspectivas futuras do

mercado, demonstrando os pontos negativos e positivos das respectivas

formas de energia.

CAPÍTULO I

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O QUE É ENERGIA?

A energia é definida como "a força do trabalho" ou “a capacidade de se

realizar trabalho”. (Penteado, 1998).

A energia em movimento chama-se energia cinética ou dinâmica e a

energia armazenada chama-se energia potencial.

A energia não pode ser criada nem destruída, mas mudar a sua forma.

A Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p.138) afirma que: “O Senhor é

a minha força.”

1.1 - Tipos de energias

Podemos dizer que a energia se apresenta em nosso dia-a-dia

basicamente em três tipos diferentes, sendo elas a Energia Térmica, a Elétrica

e a Química.

1.1. 1 - A Energia Térmica

Segundo afirma o site ambientebrasil, a energia térmica é

normalmente encontrada através da queima dos combustíveis fósseis, como

os derivados do petróleo, sendo alguns deles:

• A Gasolina;

• O Óleo Diesel;

• O Querosene.

Esse tipo de energia é muito utilizado para aquecimento, cozinhar

alimentos e gerar eletricidade.

Temos também os combustíveis fósseis utilizados em forma gasosa como:

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• O Gás Natural;

Segundo afirma o site da CEG (Companhia Estadual de Gás), gás natural é

uma mistura de componentes à base de hidrocarbonetos, que permanecem

em estado gasoso nas condições atmosféricas normais. É extraído de

reservatórios petrolíferos ou gasíferos existentes na plataforma terrestre ou

marítima, inclusive nos casos de gases úmidos, residuais e raros. O metano é

o seu principal componente.

• O GNV – Gás Natural Veicular;

Livro Branco do GNV (2006, p. 5), afirma que GNV é “uma mistura de

componentes à base de hidrocarbonetos, que permanecem em estado gasoso

nas condições atmosféricas normais.”, destinada ao uso veicular, e cujo

componente principal é o metano, observadas as especificações de

composição e pureza estabelecidas pela ANP – Agência Nacional de Petróleo,

Gás e Biocombustíveis.

• O GLP – Gás Liquefeito de Petróleo (Gás de cozinha).

São utilizados para aquecimento, como nos fogões de cozinha, para

aquecedores de ambiente e de água, como também para fazer funcionar

motores e gerar eletricidade.

Livro Branco do GNV (2006, p. 6)

Muitas vezes, o GNV é confundido com GLP – Gás

Liquefeito de Petróleo, popularmente conhecido como “gás de

cozinha”, o que é um erro grave e leva à prática de iniciativas

de alto risco de segurança. O emprego de recipiente de GLP,

ou mesmo de gases refrigerantes, para uso com GNV, é

irregular, e pode resultar em graves incidentes.

A energia térmica pode ser encontrada também na queima do:

• Carvão Mineral;

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• Carvão Vegetal;

• Troncos e galhos de árvores (lenha).

Que são muito utilizados para aquecimento, cozinhar alimentos e gerar

eletricidade.

Uma importante fonte de energia térmica é o álcool, que possui

inúmeras aplicações nas nossas atividades cotidianas, principalmente como

combustível para automóvel. Existem várias outras fontes de energia térmicas

menos conhecidas como:

• O bagaço da cana de açúcar;

• Casca de cereais;

• Cavacos (lascas de madeira) e serragens.

Essas fontes já são bem menos utilizadas que as outras fontes, mas têm sua

aplicação voltada principalmente para aquecimento e geração de eletricidade.

Devemos também lembrar da fonte de energia térmica que vem das

resistências elétricas e das bobinas de indução, muito comuns no nosso dia-a-

dia através dos chuveiros e fornos elétricos.

1.1. 2 - A Energia Elétrica

A Energia Elétrica é nos dias de hoje, a mais encontrada em todos os

lugares, seja nas casas, no comércio, na indústria e nas ruas, ela é a que mais

faz parte de nossa vida e com certeza possui maior importância.

Dentre as várias fontes de energia elétrica podemos citar como as mais

conhecidas:

• Os raios, que são fenômenos naturais caracterizados como descargas

atmosféricas, que ocorrem entre as nuvens e a terra quando elas estão

carregadas com cargas elétricas de potencial diferente.

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• A eletricidade gerada nas usinas térmicas, que utilizam vários tipos de

combustíveis para produzir calor e aquecer a água para gerar vapor e

fazer com que o mesmo movimente as pás das turbinas, que

funcionarão os geradores de eletricidade. Devemos dar ênfase às fontes

térmicas de energia provindas de biomassas como a cana-de-açúcar,

que representam fontes renováveis e de baixo impacto ambiental.

• A eletricidade gerada nas usinas nucleares, que são também usinas

térmicas, porém utilizando material radioativo como o urânio enriquecido

para gerar eletricidade, devendo desta forma, ter um destaque à parte

por se tratar de uma fonte de energia térmica muito perigosa para os

seres vivos.

• A eletricidade gerada nas usinas hidroelétricas, que utiliza a força das

águas dos rios para girar as pás das turbinas, que acionarão os

geradores de eletricidade. A eletricidade das usinas hidroelétricas é a

fonte de energia mais utilizada no Brasil, e o fato de termos um

potencial de geração hidráulica enorme em nosso país, sendo que hoje

ela representa aproximadamente 90% de toda a energia elétrica gerada

no Brasil, e também é uma fonte de energia renovável e com poucas

agressões ao meio ambiente.

• A eletricidade gerada pelo Sol através da conversão dos raios solares

em energia elétrica, pela tecnologia das células fotovoltaicas (foto 02),

que através de um processo químico gera eletricidade de uma das

fontes de energia mais limpas que temos.

A energia elétrica gerada através da energia solar ainda é muito pouco

utilizada, devido ao custo de construção ser muito alto, restringindo-se a

lugares distantes aonde a energia elétrica de fontes convencionais ainda não

chegou, principalmente para alimentarem aparelhos de telecomunicações.

• A eletricidade gerada através da energia da força dos ventos que faz

girar as hélices dos geradores eólicos (foto 03), que ainda é muito pouco

utilizada no Brasil, mas muito utilizada em vários países do mundo,

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principalmente nas regiões à beira mar, onde os ventos são mais

constantes e fortes.

Nos últimos anos a geração de eletricidade em usinas eólicas vem

aumentando muito no Brasil, principalmente por ser uma fonte bastante

abundante, principalmente no nordeste do país, e com mínimas agressões ao

meio ambiente.

• A eletricidade gerada através da energia das marés, que nos

movimentos de maré alta e baixa criam condições de geração de

eletricidade. No Brasil ainda não temos uma usina utilizando as forças

das marés, porém ela já é utilizada por alguns países em pequena

escala.

• A eletricidade gerada pela queima do gás metano resultante da

fermentação dos materiais orgânicos existentes no lixo, que deve ser

visto como uma boa alternativa de redução dos aterros sanitários das

cidades e ao mesmo tempo fornecer eletricidade para ela.

1.1. 3 - A Energia Química

A Energia Química é de suma importância para o nosso conforto e faz

parte do nosso dia-a-dia, estando presente em muitos dos aparelhos e das

máquinas que utilizamos.

A pilha é uma fonte de energia química de grande importância, pois se

encontram em vários aparelhos indispensáveis ao nosso dia-a-dia, como nos

controles remotos, nos rádios portáteis, nas calculadoras entre muitos outros.

Devemos dar destaque especial para a energia química das baterias

automotivas, que são fundamentais para o funcionamento dos automóveis,

embarcações e entre muitas outras utilidades como sistemas de

telecomunicações e sinalizações.

Os combustíveis líquidos e gasosos como a gasolina, o óleo diesel, o

álcool, o gás de cozinha, os gases naturais e muitos outros que também se

constituem em fontes potenciais de energia química, são muito utilizados nas

residências, comércios e indústrias.

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Temos também a energia proveniente da reação química do hidrogênio

com o oxigênio, em altas temperaturas, conhecidas como células

combustíveis, que se constitui em uma das mais recentes tecnologias de

geração de eletricidade, e que já vem sendo utilizados comercialmente em

alguns países mais desenvolvidos e em vários outros como o Brasil, nas

universidades e centros de pesquisa.

1.2 - Fontes alternativas

Poderemos classificar as fontes de energia em três categorias distintas, como:

• Fontes de energia antigas ou arcaicas, onde se encontram as forças

musculares humanas e dos animais, e o fogo;

• Fontes de energia modernas, onde teremos o carvão mineral, gás,

energia nuclear, hidroeletricidade e o petróleo;

• Fontes de energia alternativas como a eólica, solar, hidrogênio,

geotérmica e das marés entre outras.

1.2.1 - Energia Hidráulica

Segundo afirma o site ambientebrasil, a energia hidráulica é produzida

pela força das águas dos rios sendo responsável pela geração de

aproximadamente 90% de toda a energia elétrica produzida no Brasil, e

constitui-se em uma das fontes mais limpas de energia. A transformação da

energia potencial das águas dos rios em energia elétrica, aproveitando as

grandes corredeiras e quedas d’água são uma das fontes mais econômicas de

se produzir eletricidade, embora o investimento e o tempo para a implantação

das usinas sejam relativamente grandes.

Poucos são os países que dispõe de condições naturais que

favorecem o aproveitamento em grande escala a hidroeletricidade, porém o

Brasil está entre os que mais dispõem dessas condições, junto com a China, o

Canadá e os Estados Unidos.

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O Brasil destaca-se mundialmente nessa categoria, possuindo a maior

usina do mundo em capacidade de geração de eletricidade que é a Usina de

Itaipu, situada no rio Paraná, na divisa do Brasil com o Paraguai.

1.2.2 - Energia Solar

A energia solar é extremamente importante para os seres vivos, ela

pode ser utilizada através da síntese que realiza nos vegetais, tanto como

alimentos, como matéria prima para produtos com capacidade energética

como o álcool da cana-de-açúcar, da beterraba, da mandioca, entre muitas

outras.

Segundo afirma o site ambientebrasil, a energia solar pode ser

utilizada pela transformação direta em eletricidade através das células

fotovoltaicas (foto 02), que começam a ter aplicações cada vez maiores no

mercado, principalmente por estar a cada ano reduzindo os seus custos de

implantação e tornando viável economicamente sua aplicação,

Outra forma muito encontrada é como fonte de calor direta, tendo sua

aplicação em aquecedores de água, como uma das mais utilizadas.

A energia solar constitui-se em um processo de geração de energia

limpa, segura, silenciosa, que não utiliza peças móveis e tem seu custo

operacional extremamente baixo, além de ser uma fonte inesgotável.

São muito utilizadas em regiões isoladas como áreas rurais, na

Amazônia, em bóias de sinalização marítima, em telecomunicações, sistemas

de segurança entre muitas outras aplicações.

1.2.3 - Energia Eólica

Segundo afirma o site ambientebrasil, energia eólica é produzida

através da força dos ventos e tem várias vantagens quando é usada para

geração de eletricidade, pois entre outras coisas, é considerada uma energia

limpa e renovável, de baixo custo operacional e de implantação.

O maior aproveitamento dessa fonte de energia fica localizado nas

regiões litorâneas, devido aos maiores potenciais e regularidades dos ventos,

conforme foto 03.

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1.2.4 - Energia Nuclear

Segundo afirma o site ambientebrasil, energia nuclear é a quebra, a

divisão do átomo, tendo por matérias primas minerais altamente radioativos,

como o urânio.

A energia nuclear provém da fissão nuclear do urânio, do plutônio ou

do tório ou da fusão nuclear do hidrogênio. É energia liberada dos núcleos

atômicos, quando os mesmos são levados por processos artificiais, a

condições instáveis.

A fissão ou fusão nuclear são fontes primárias que levam diretamente

à energia térmica, à energia mecânica e à energia das radiações, constituindo-

se na única fonte primária de energia que tem essa diversidade na terra.

Apesar de polêmica, a geração da energia nucleoelétrica é

responsável pelo atendimento de 18% das necessidades mundiais de

eletricidade.

A energia nuclear é uma das formas de se obter energia elétrica em

larga escala. Com o esgotamento dos recursos hídricos próximos aos

principais centros consumidores, com as dificuldades para o licenciamento

ambiental dos aproveitamentos hídricos remanescentes e o constante

crescimento da demanda de energia, a participação da energia nuclear na

produção de energia elétrica é fundamental na medida em que contribui para a

melhoria na qualidade de vida da população e para o desenvolvimento

econômico do país.

O Brasil possui a sexta maior reserva mundial de urânio, assegurando

uma excelente reserva e a garantia do suprimento de combustível. É um dos

maiores mercados de energia elétrica do mundo.

No Brasil, as aplicações das radiações nucleares na indústria,

agricultura e meio ambiente inserem-se em vários segmentos e apresentam

significativo impacto econômico e social. A energia nuclear indica muitas

possibilidades para o futuro como, por exemplo, o uso desta tecnologia no

suprimento do calor de processo, da mesma forma que nas alternativas

comerciais de propulsão naval.

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Os custos de produção e operação das usinas nucleares são bastante

altos, cerca de três vezes mais que os de uma usina hidrelétrica equivalente.

Em síntese, o preço por quilowatt gerado por uma fonte atômica sai três vezes

mais caro que o gerado por fonte hidráulica. Isto significa que as usinas

nucleares tendem a elevar as tarifas para o suprimento de eletricidade.

1.2.5 - Biodiesel

Como afirma a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e

Biocombustíveis (ANP), o biodiesel é obtido a partir de óleos vegetais,

extraídos principalmente da soja, nabo forrageiro, girassol, caroço de algodão,

o biodiesel é o mais novo mercado de combustíveis no Brasil, seja pelo atrativo

econômico ou como vetor de qualidade ambiental, auxiliando na diminuição

das emissões nocivas ao meio ambiente.

1.2.6 - Álcool

Segundo afirma o site ambientebrasil, o álcool pode ser obtido de

diversas formas de biomassa, sendo a cana-de-açúcar a realidade econômica

atual. Caracteriza-se por ser um composto orgânico obtido através da

fermentação de substâncias amiláceas ou açucaradas, como a sacarose

existente no caldo-de-cana, e também mediante processos sintéticos. É um

líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor

característicos. O álcool etílico, ou etanol é usado no Brasil em larga escala

como combustível, conforme gráfico 01. O benefício ambiental associado ao

uso de álcool é enorme, pois cerca de 2,3 t de CO2 deixam de ser emitidas

para cada tonelada de álcool combustível utilizado, sem considerar outras

emissões, como o SO2.

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CAPÍTULO II

O PROBLEMA ENERGÉTICO NO BRASIL

Em eletricidade, o Brasil ocupa no mundo uma posição semelhante à

da Arábia Saudita em petróleo. Graças a isso, aproximadamente 90% de

nossa capacidade de geração baseia-se em duas coisas gratuitas, a água das

chuvas e a força da gravidade.

Bacias hidrográficas generosas, com centenas de rios permanentes e

caudalosos, se espalham por grandes regiões: Sul, Sudeste, Nordeste, Centro-

Oeste e Norte, cujos regimes de chuvas são bem diferentes. Por serem rios de

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planalto, seguem trajetórias em que, de modo geral, a declividade é suave.

Quando barrados, formam grandes lagos. São energias potencial estocada. É

só fazer a água cair, passando por uma turbina, que geramos a eletricidade

mais barata do mundo, de fonte renovável e não poluente. Se as barragens

forem construídas em seqüência, ao longo do curso de um rio, a mesma gota

d'água é usada inúmeras vezes, antes de se perder no oceano.

Como a quantidade de chuvas varia em cada ano, os reservatórios

funcionam como uma espécie de poupança. Foi impulsionada pela maior seca

de nossa história, que duraram cinco anos sucessivos, de 1951 a 1956, com

pouquíssima chuva em quase todo o país, provocaram grandes transtornos e

um pesado racionamento de energia. Tínhamos então 3.500 Megawatts-hora

(MWh) de potência instalada, sob controle do capital privado, principalmente

estrangeiro, que investia pouco e travava uma permanente queda de braços

com o Estado para obter aumentos de tarifas.

O Brasil da década de 1950 queria crescer e precisava de energia. Em

1957, o Estado construiu a barragem de Furnas, para garantir o necessário

aumento de oferta. A expansão do sistema passou a ser planejada de modo

que a demanda prevista para os cinco anos seguintes permanecesse sempre

igual à "energia firme", ou seja, a energia que pode ser gerada em regime de

seca. A taxa de risco tolerável foi fixada bem baixa, em 5%.

Como as chuvas também variam de região para região, o sistema foi

interligado por linhas de transmissão, de modo a permitir que um operador

central racionalize o uso da água disponível em todo o país. Graças a isso, os

reservatórios situados em diferentes bacias hidrográficas, que não têm

nenhuma ligação física entre si, funcionam como se fossem vasos

comunicantes.

O Brasil, finalmente, tinha energia barata e segura. Mesmo sendo

estatal, o setor nunca foi monolítico. Organizou-se em torno de uma holding, a

Eletrobras, criada em 1962, cercada por empresas federais (principalmente,

grandes geradoras), estaduais (principalmente distribuidoras, mas também

geradoras) e até mesmo algumas empresas privadas de menor porte, que

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continuaram existindo. Entre 1957 e 1995, a capacidade instalada saltou de

3.500 mWh para 55.000 mWh.

Nosso país possuía um sistema energético limpo, renovável, barato e

capaz de estocar combustível (água) para cinco anos, apto a transferir grandes

blocos de energia do Sul para o Norte, do Nordeste para o Sudeste,

gerenciando de forma integrada bacias hidrográficas fisicamente distantes

milhares de quilômetros.

Até o fim da década de 1970, o sistema gerava sem problemas os

recursos para sua própria expansão. Isso começou a mudar nos anos 80, com

as crises da dívida externa e da inflação. Sucessivos governos passaram a

usar a capacidade de endividamento de nossas robustas empresas elétricas

para obter os dólares necessários ao pagamento dos juros exigidos pelos

credores externos. Ao mesmo tempo, reprimiam sistematicamente reajustes de

tarifas, para conter a inflação. Com as empresas endividadas sem que os

recursos por elas captados tivessem sido usados no próprio setor e tornadas

deficitárias, logo se estabeleceu uma ciranda de dívidas. As distribuidoras, que

são a "bilheteria" do sistema, pois recebem o dinheiro do consumidor, tiravam

sua parte e transferiam o que sobrava; as estaduais faziam o mesmo, quando

era possível; as grandes geradoras federais, situadas no fim da linha, morriam

na praia. Em meados da década de 1990, as dívidas cruzadas atingiam

bilhões. Era o argumento de que precisavam aqueles que passaram a

defender o desmonte do sistema. Chegava o tempo das privatizações.

O primeiro passo preparatório para as privatizações, dado por

Fernando Henrique Cardoso, ainda como ministro da Fazenda, foi à

consolidação e posterior anulação dessas dívidas cruzadas intra-setoriais,

recolocando as empresas em posição rentável. O segundo passo foi à

modelagem de um novo sistema não estatal, que seria baseado na atração de

investidores privados, especialmente estrangeiros. A energia passaria a ser

uma mercadoria como as demais, sujeita a oscilações de oferta e demanda, e

o sistema estatal cooperativo daria lugar a um sistema privado concorrencial.

Era uma transição sem precedentes, aqui e no mundo. Já na

Presidência, Fernando Henrique Cardoso, começou então com as

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privatizações (entrevista de Fernando Henrique Cardoso). Alguns anos antes,

em plena era Reagan, os Estados Unidos, pátria do liberalismo, haviam

tomado o cuidado de preservar sob controle estatal o seu sistema de geração

hidrelétrica, parte do qual continua a ser operado diretamente pelo Exército.

Isso se explica, de um lado, pela necessidade de preservar nas mãos do

Estado o núcleo estratégico do sistema energético, sem o qual o país pára. De

outro, porque gerenciar hidrelétricas é gerenciar as reservas de água, com

implicações diretas sobre abastecimento, irrigação agrícola, navegação

interior, meio ambiente, pesca, turismo e inúmeras outras atividades, sabendo

também que na economia real, a base é justamente a energia.

Com um gerenciamento a curto prazo, nossos representantes

resolveram fazer caixa com o motor da economia brasileira, o melhor sistema

hidrelétrico do mundo, virando um ativo financeiro a mais.

Houve uma reforma que acabou criando uma empresa privada

chamada Operador Nacional do Sistema (ONS), encarregada de controlar toda

a geração, seja ela feita em usinas privadas ou ainda estatais. Era ele quem

determina quanta energia cada usina colocará na rede em cada momento

(conforme a base de dados físicos do sistema) e a que preço (calculado a

partir do custo marginal da operação do sistema naquela configuração). O

ONS ignorava contratos ou qualquer tipo de acerto entre empresas.

Com a privatização, a empresa privada que compra uma geradora é

apenas uma investidora em energia, e não uma operadora de usina. Ela não

controlava sua própria operação, não definia quanto ia produzir, nem fixava

seus preços. Seu ganho era de natureza exclusivamente financeira.

Na outra ponta do sistema, em vez de atrair capitais privados para

empreendimentos novos, garantindo assim o aumento da capacidade

geradora, o governo colocou à venda as usinas hidrelétricas que já existiam,

muitas das quais, capazes de gerar energia a um custo muito baixo. Os

investidores queriam o que estava pronto, de modo a recuperar rapidamente o

capital investido. O sistema elétrico brasileiro começou a ser financeiramente

repartido, e suas fatias foram sendo distribuídas por representantes de vários

países.

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No novo modelo, as decisões de investimento foram entregues a

agentes privados, preferencialmente estrangeiros, que trariam dólares e

tecnologias. No portifólio de negócios ao seu alcance em cada momento,

poderia ocorrer perfeitamente que o item "geração elétrica no Brasil" ocupasse

uma posição tremendamente modesta, de acordo com suas avaliações de

rentabilidade e risco.

Uma vez tomada, tal decisão contém um desdobramento lógico: a

energia, no Brasil, teria de ser transformada em um negócio muito atrativo,

afinal, usinas hidrelétricas exigem a imobilização de recursos vultosos, e nelas

o retorno do capital é muito mais lento. O investidor privado prefere

naturalmente a termeletricidade, de retorno mais rápido, embora de maior

custo, pois nela o combustível é comprado. Nenhum problema, desde que o

custo possa ser repassado ao consumidor. A opção ideológica pela

privatização embutia uma opção técnica, tecnicamente indefensável: a

mudança da matriz energética brasileira. Este, como veremos, é um ponto-

chave da crise. Ao lançar-se em tamanha aventura, o governo brasileiro insistiu

em três mitos. O primeiro: real e dólar manteriam a paridade durante muito

tempo, sem sobressaltos, pois a estabilidade cambial seria garantida pelo

Banco Central. O segundo: o petróleo e, com ele, o gás boliviano, combustível

das usinas térmicas a serem construídas permaneceria barato, pois o governo

americano garantia que o Oriente Médio estava sob controle. O terceiro:

grandes investidores estrangeiros estavam indóceis para despejar seus

dólares aqui. O erro de cálculo não poderia ter sido maior. Em janeiro de 1999

o real desabou, e o governo foi obrigado a alterar o regime de câmbio, que

passou a flutuar. Enquanto isso, o preço do petróleo triplicou; como o preço do

gás boliviano é indexado ao petróleo, o custo de geração nas usinas térmicas

previstas aumentou, com o dólar valendo agora o dobro, em real. Os

investidores, por sua vez, multiplicaram exigências: 70% dos novos projetos

deveriam ser financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES), o preço do gás deveria ser estabelecido em contratos de

longo prazo, o governo brasileiro precisava assumir os riscos cambiais de

todas as operações, e assim por diante.

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As curvas de oferta e demanda se cruzaram nos anos seguintes e por

falta de capacidade de gerenciamento de um estoque de energia barata, e sem

investimentos no setor, instalou-se então, um verdadeiro caos energético no

Brasil.

CAPÍTULO III

Alternativas a curto prazo

Existe uma grande necessidade da criação e da implantação de uma

política agressiva de uso adequado e de um programa de racionalização

energética pensado, educando toda a sociedade e todos os órgãos

interessados.

Segundo estudos especializados do PROCEL (Programa Nacional de

Conservação de Energia), o desperdício de energia no Brasil equivale a

aproximadamente 10% de toda a energia gerada no país, significando que vai

para o ralo, cerca de R$ 10 bilhões ao ano, o equivalente ao consumo anual

das residências de Nordeste, Sul e Centro-Oeste, 37 Twh, ou seja, milhões de

megawatts-hora (MWh), sendo esse o alto preço dos hábitos errados, por parte

principalmente do consumidor final.

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Os pequenos, porém grandes exemplos abaixo, seriam benéficos para

a sociedade, pois contribuiria para o desenvolvimento sustentável, utilizando

menos recursos naturais e reduzindo os gases de efeito estufa:

- Utilização de sistemas de automação, possibilitando acionamento de

motores;

- Substituição de dispositivos de iluminação por outros mais eficientes;

- Utilização de técnicas de reuso, captação de águas pluviais;

- Iluminação somente diante de necessidades específicas, e

- Substituição de insumo energético como energia elétrica por energia

solar em caso de aquecimento de água.

O desafio consiste em encontrar para o setor energético um equilíbrio

saudável entre a flexibilidade do mercado e a capacidade de coordenação do

Estado na consecução dos objetivos de consolidação do processo de

desenvolvimento. O setor privado tanto nacional quanto estrangeiro não

apresenta uma grande capacidade de mobilização de investimentos

produtivos, uma das razões principais sendo a sua inerente expectativa de

rápido retorno financeiro. O setor energético, principalmente nas condições

brasileira de petróleos difíceis e de predomínio hidroelétrico, requer horizontes

de investimento mais amplos e taxas de retorno inicialmente mais baixas. Além

de que o repasse do custo ao consumidor não se configura em uma estratégia

adequada para o país por dificultar o desenvolvimento de outros setores.

Essas observações mostram que o novo arranjo entre Estado e mercado deve

de qualquer forma, num país com a demanda energética em forte expansão,

prever uma presença importante do primeiro.

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CAPÍTULO IV

Alternativas a médio e longo prazo

O Brasil enfrentou uma grande crise energética no início deste século

simplesmente por falta de planejamento e investimento no setor, aliada ao

aumento gradativo do consumo de energia elétrica. Então, as medidas a serem

colocadas em prática para o futuro são:

4.1 - Construção de novas hidrelétricas;

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil

possui no total 1.721, empreendimentos em operação, conforme tabela 01,

gerando 101.424.574 kW de potência, conforme tabela 02 e gráfico 02. Está

prevista para os próximos anos uma adição de 34.621.371 kW na capacidade

de geração do país, proveniente dos 140 empreendimentos atualmente em

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construção, conforme tabela 03 e gráfico 03, e mais 467 outorgadas, conforme

tabela 04 e gráfico 05 (A Potência Outorgada é igual à considerada no Ato de

Outorga e a Potência Fiscalizada é igual à considerada a partir da operação

comercial da primeira unidade geradora).

Só falta agora repassarmos as responsabilidades de nossa falta de

planejamento para Deus, uma vez que, nos primórdios dos tempos, lá em

gênesis, Deus prometeu e cumpriu com o dilúvio e depois fez um pacto com a

humanidade, dizendo ao patriarca Noé e a seus filhos que:

Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 45)

Eis que eu estabeleço o meu pacto convosco e com a vossa

descendência depois de vós, e com todo ser vivente que

convosco está: com as aves, com o gado e com todo animal da

terra; com todos os que saíram da arca, sim, com todo animal

da terra. Sim, estabeleço o meu pacto convosco; não será

mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio; e não

haverá mais dilúvio, para destruir a terra. E disse Deus: Este é

o sinal do pacto que firmo entre mim e vós e todo ser vivente

que está convosco, por gerações perpétuas: O meu arco tenho

posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre

mim e a terra. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens

sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens, então me

lembrarei do meu pacto, que está entre mim e vós e todo ser

vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em

dilúvio para destruir toda a carne.

Então, como na citação supracitada, não podemos contar com uma

abundancia de águas provenientes de chuvas, conforme a promessa de Deus,

e como corroborado nos últimos anos. Temos mais uma vez de “investir” de

forma consciente e ambientalmente viável na construção de novas usinas

hidroelétrica, aproveitando o nosso grande potencial hídrico.

4.2 - Investimentos em energias alternativas.

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O petróleo ainda é a fonte energética mais utilizada no mundo, 34.9%,

de acordo com dados de 2002 do Ministério de Minas e Energia, seguido pelo

carvão 23.5%, gás natural 21.1%, combustíveis renováveis 11%, nuclear 6.8%

e hidráulico 2.3%. Por último, estão representados os 0.5% (outros)

correspondentes às energias alternativas (solar, eólica, ondas, biocombustível

e etc). Mas não é por falta de potencial que elas são as menos utilizadas e sim,

mais uma vez, por falta de investimento.

Oito mil quilômetros de costa, uma média de 5 horas de sol por dia,

ventos intensos e 12% de toda água doce do planeta, fazem do Brasil o país

com um dos maiores potenciais energéticos do mundo. No entanto, o país

encontra-se em meio a uma crise de grande impacto enquanto lugares como a

Alemanha, com um pequeno território (algo em torno do tamanho do estado de

Mato Grosso do Sul) é a campeã em aproveitamento da energia solar e eólica.

O Brasil é o país mais avançado, do ponto de vista tecnológico, na

produção e no uso do etanol como combustível, sendo preciso aproveitar

melhor todo este nosso potencial.

4.3 - Investimentos na transmissão;

Segundo o Wikipédia, “transmissão de energia elétrica é o processo de

transportar energia entre dois pontos”. O transporte é realizado por linhas de

transmissão de alta potência, conforme foto 01, conectando a usina ao

consumidor.

Segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia, “as Linhas de

Transmissão com Potência Natural Elevada (LPNE), é uma tecnologia que

pode até triplicar a capacidade de transmissão de uma linha” e que, no

entanto, está sendo utilizada em apenas 3% do sistema nacional de

transmissão elétrica.

Originária da Rússia, a LPNE, também conhecida como HSIL (High

Surge Impedance Loading Line), foi trazida para o Brasil em 1992 e teve um

alto grau de desenvolvimento nacional nos laboratórios do Centro de

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Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL), no Rio de Janeiro, ligado à Eletrobrás.

Para que a técnica se adaptasse ao Brasil, foram necessários alguns anos de

pesquisa e a criação de softwares específicos para as LPNE nacionais, o que

aumentou a capacitação brasileira no desenvolvimento de distribuição de

energia.

As linhas de transmissão com potência natural elevada consistem

basicamente no rearranjo dos cabos condutores de energia de modo que as

interferências causadas entre eles sejam minimizadas. As linhas de energia

sofrem desse problema porque a eletricidade nos cabos gera campos elétricos

superficiais, produzindo efeitos que interferem na transmissão. Ao posicionar

os cabos em arranjos assimétricos, a tecnologia LPNE otimiza os efeitos do

campo elétrico resultando em um aumento da potência natural da linha de

transmissão e, conseqüentemente, em mais energia chegando no final do

trajeto. Uma outra vantagem é que, aumentando a potência natural da linha

evita-se grandes perdas de tensão, dispensando o uso de capacitores no final

dos trechos de transmissão. Mas a tecnologia, que poderia estar otimizando o

nosso sistema elétrico nacional desde 1996, ainda não foi absorvida

nacionalmente pelo setor elétrico. Atualmente, apenas a Companhia

Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) utiliza a LPNE e, mesmo assim, foi

implantada às pressas para suprir de modo emergencial a cidade de Fortaleza

que, na década de 90, apresentava crescentes déficits de energia.

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CONCLUSÃO

A causa principal dos problemas com energia no Brasil é a

insuficiência de investimentos no setor, que cresceram a uma taxa média anual

aproximada de 2,6%, contra uma expansão do consumo de energia da ordem

de 4,1% ao ano. Outros fatores podem ser relacionados, como a falta de

coordenação com que se deu a mudança do modelo do setor, de estatal para

competitivo; a ausência de um marco regulador adequado ao funcionamento

do novo modelo, que desse segurança para a realização dos investimentos

privados; e a falta de articulação entre as agências envolvidas nas diversas

formas de energia e também a forte estiagem que assolou o país foram os

fatores que desencadeou uma crise já anunciada, uma vez que o nosso

principal representante deixou de assinalar um modelo consistente, ao colocar

as diferentes formas de energia sob controle de distintas agências reguladoras,

sem qualquer mecanismo de coordenação entre elas. Também o atraso da

privatização das geradoras foi de responsabilidade do governo, embora tenha

havido obstáculos jurídicos e políticos que dificultaram o processo.

A falta de investimento no setor, aliada ao aumento gradativo do

consumo de energia elétrica, um apelo inerente aos tempos modernos

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culminaram, no ano de 2001, no estabelecimento da crise que afetou a

população, já sob efeito do racionamento imposto pelo governo federal, todos

os setores da sociedade brasileira viveram sob a meta da redução do consumo

de energia elétrica, de cunho linear e obrigatório, sob pena de cortes do

fornecimento e multas. Apesar da insatisfação de muitos, especialmente dos

pequenos consumidores é fato que uma significativa parcela da população

procurou colaborar com a redução do consumo de energia elétrica, provando

com isso ser possível a redução pensada, utilizando de forma correta a energia

produzida como: a substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes,

o corte do uso de um ou mais aparelhos eletro-eletrônicos e a vigilância contra

o desperdício foram as atitudes comuns da população diante da crise. Nas

instituições públicas e privadas, comissões internas de conservação de energia

foram instaladas a fim de estabelecer estudos e medidas para racionalizar o

uso de energia elétrica, mais uma vez provando a necessidade de um

compromisso com o próprio país, objetivando a redução pensada e o uso

responsável de nossa energia.

Prevista e anunciada por diversos organismos da sociedade (institutos

de análise econômico-social e especialistas), a eminente crise energética,

oficialmente, sempre foi negada pelo governo. A crise não surgiu por acaso e

nem a causa pode ser resumida a um só item. Esse processo tem como

referência histórica à redução de investimentos na transmissão, distribuição e

conservação de energia elétrica; a dependência do país com relação às usinas

hidrelétricas, responsáveis pela produção de quase a totalidade

(aproximadamente 90%) da energia consumida no território nacional; as

transformações ambientais, incluindo os baixos índices pluviométricos, que

produziram impactos negativos na matriz energética brasileira; aumento da

demanda em razão do desenvolvimento de novos empreendimentos nos

diferentes setores da economia (agricultura, indústria e serviços) associado a

um aumento de consumo residencial de energia elétrica.

Gerenciar tais fatores é obrigação do governo e responsabilidade de

todos nós.

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Para prevenir em tese, uma nova crise energética, existe a

necessidade da elaboração de um novo planejamento e regulamentação para

o setor, a curto, médio e longo prazo. É preciso reunir os diversos setores da

sociedade, do governo, das instituições públicas e privadas, etc, para o

estabelecimento de uma política para o setor, que não inviabilize os

investimentos e penalize mais a sociedade.

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 - Entrevista;

Anexo 2 - Reportagens;

Anexo 3 - Tabelas;

Anexo 4 - Gráficos;

Anexo 5 - Fotos.

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ANEXO 1

Entrevista

Revista BRASIL ENERGIA - SET/2007 - p.14, 15, 16 e 17 A versão de Fernando Henrique Cardoso

O governo de Fernando Henrique Cardoso pode ser lembrado por dois

importantes marcos na área energética. O primeiro, em 1997, foi a

promulgação da Lei 9.478, a Lei do Petróleo, que extinguiu o monopólio da

Petrobras e abriu o país para companhias estrangeiras. O segundo foi a crise

de energia elétrica de 2001, que obrigou os consumidores a racionarem seu

consumo e travou o setor produtivo.

Sendo assim, no ano em que se comemora o 10º aniversário da lei que

marcou o setor petróleo brasileiro e em que as discussões sobre a iminência

de um racionamento elétrico aumentam na mesma proporção em que usinas

não saem do papel, a Brasil Energia foi buscar com o ex-presidente da

República uma reflexão sobre passado e futuro do setor.

FHC revela que o motivo da quebra do monopólio foi dar mais

transparência e competitividade à Petrobras e que desconhecia a gravidade da

seca hidrológica que culminou no racionamento de 2001. Se soubesse, diz o

ex-presidente, teria implantado racionamentos moderados antes de ocorrer o

pior, como ocorreu. E critica duramente a postura do governo atual, tanto em

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relação à Petrobras quanto na condução do setor elétrico: "Não se liberaliza

mais por ideologia - não por necessidade".

Que balanço o sr. faz das transformações promovidas durante e após sua

gestão no setor de energia de um modo geral?

Demos os passos iniciais, entretanto, falta muito para completá-los. No

governo atual a indecisão sobre a importância das parcerias e o incentivo à

iniciativa privada, bem como o pendor para o controle burocrático das coisas

de Estado, impediram que se avançasse mais na direção adequada, a de um

controle governamental respeitador da dinâmica dos mercados e do interesse

do consumidor e da economia nacional a longo prazo.

Considerando que, em seu governo, o Ministério de Minas e Energia (MME)

passou a maior parte de suas atribuições às agências reguladoras e que o

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) praticamente não se reuniu,

qual a sua avaliação sobre o modelo atual do setor elétrico, que enfatiza o

planejamento centralizado e fortalece o MME?

Prefiro um modelo mais equilibrado. É melhor dispor de um órgão capaz de

centralizar informações e dá-las aos agentes econômicos e ao governo. Por

outro lado, sem uma agência com independência para assegurar a validade

dos contratos, inibir as interferências políticas e com capacidade fiscalizadora

para garantir os interesses do país e dos consumidores, pode acontecer que o

órgão centralizador se transforme em uma cópia pálida dos modelos

autoritários e burocráticos que são inoperantes e apenas propõem metas

nunca atingidas. O fundamental é uma relação correta, transparente e bem-

articulada entre governo, produtores - estatais e privados - e consumidores.

Se o sr. pudesse voltar no tempo, o que faria para evitar o racionamento de

2001?

Teria um ministro que se articulasse com o resto do governo e informasse

corretamente o presidente da República sobre a situação energética.

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Então a crise foi causada pela falta de articulação dos ministros de Minas e

Energia Raimundo Brito e Rodolpho Tourinho? Faltou comunicação? O sr.

desconhecia o que estava acontecendo até a iminência do racionamento?

A crise não foi "causada" pela desarticulação entre os ministros, nem pela falta

de comunicação com o presidente. Ela foi causada pela falta de chuvas e, em

muito menor proporção, por morosidade nos investimentos, basicamente nas

termelétricas. Faltou informação, pelo menos para mim, sobre a gravidade da

seca. Só tive acesso a tais informações em março, quando, depois de insistir,

recebi um relatório, e não do Ministério de Minas e Energia, mas sim do ONS.

O ministro Britto nada teve com o problema. Provavelmente houve uma

estratégia do ministro Tourinho de agüentar firme e ultrapassar os maus

momentos de seca. Com sua demissão, como conseqüência de atritos meus

com ACM (o senador Antônio Carlos Magalhães), dei a José Jorge, substituto

de Tourinho, um briefing detalhado da situação na área de energia, matéria

sobre a qual procurava me informar bastante. Não mencionei a ele nada sobre

crise hidrelétrica pela simples e cândida razão de que dela não sabia. Sabia, é

certo, em termos genéricos, que havia que se aumentar a capacidade

geradora, e meu governo retomou cerca de 20 obras paradas, concluindo mais

de 15 e lançando muitas novas. Recordo-me de quando fui ao Nordeste para

inaugurar a linha que ligava a região a Tucuruí e depois, de havermos

colocado em operação cinco das seis turbinas de Xingó, perfazendo uma

oferta de 3.000 MW. Nos discursos alardeávamos que o Nordeste não mais

teria racionamentos... Esquecemos de olhar o São Francisco e suas represas

vazias. Não sou especialista na matéria, mas acredito que um leve

racionamento em momentos anteriores talvez tivesse sido melhor política para

evitar o quase-pânico em que mergulhamos em 2001. Nada evitaria as

dificuldades, exceto um maior consumo de outras formas de geração de

energia, até então ainda não disponíveis, pois a questão central foi a

prolongada falta de chuvas. É bom ver, a esse respeito, o relatório da

Comissão de Alto Nível, presidida por Jerson Kelman, a quem encomendei

uma análise sobre as causas da crise.

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Hoje se fala que o risco de racionamento em 2010 e 2011 é superior ao do

período que antecedeu a crise de 2001. Com sua experiência, o que é preciso

fazer para se antecipar à nova crise?

Em 2001, basicamente o que houve foi um mau manejo das águas, embora

possa haver reparos à falta de algum investimento. Faltou chuva, e o

racionamento, que deveria ter sido feito antes, de forma moderada, veio de

modo abrupto pela falta de previsão e de informação adequada. Basta ler o

relatório, o Livro Branco, do Kelman, para verificar que foi isso que ocorreu.

Hoje é diferente. Não há falta de chuvas, há pouco investimento. Entretanto, as

medidas tomadas em 2001, reforçando o sistema energético com a geração

termelétrica - apesar de ser uma energia mais cara, permitem melhor proteção

contra a escassez de geração hídrica. Não sei se será suficiente, pois os novos

investimentos estão atrasados.

A privatização das empresas do setor elétrico em seu governo rendeu o

resultado esperado?

Privatizamos apenas parcialmente a distribuição de energia. Na geração, só a

Eletrosul foi privatizada. Tudo o mais - Furnas, Chesf, Eletronorte, sem falar de

Itaipu, que tem um status especial - continuou nas mãos do Estado, porque os

interesses político-partidários aninhados nessas empresas jogaram a cartada

do "nacional-estatismo" para manter o status quo. O próprio acesso às linhas

de transmissão, para facilitar a multiplicação dos produtores independentes,

ficou prejudicado pela visão monopolista e estatizante. Não se pode julgar o

que não houve. Isso não significa que o modelo deva ser o da exclusividade da

iniciativa privada, mas o predomínio do monopólio e o controle partidário das

empresas estatais sem dúvida acrescentam ingredientes de irracionalidade ao

sistema.

É o mesmo que ocorreu com o setor petróleo, ou seja, privatizou-se uma parte

da cadeia e o restante foi mantido estatal, dificultando a livre concorrência? A

solução era mesmo a privatização total, ou havia como se manter uma solução

público-privada, com regras mais claras?

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Nunca fui favorável à privatização da Petrobras, e sim a transformá-la em uma

"corporation", sem injunções partidárias, responsável perante o governo e o

mercado, com prestação clara de contas etc. Para isso a quebra do monopólio

era instrumental, e a vinda de concorrentes ajudaria. Quebramos o monopólio.

Infelizmente, a ANP está sendo dirigida de forma política, e mesmo na

Petrobras a influência partidária aumentou. Tudo isso dificultou o aumento da

concorrência. De qualquer modo, a Petrobras pós-monopólio é muito diferente

da anterior. Um só exemplo: antes, o Conselho de Administração era composto

de gente de dentro da petroleira. Hoje há participação ampla de outros setores,

do governo e do mundo privado. Quanto ao modelo energético, é certo que

faltou uma definição: o que privatizar, o que não e como forçar o essencial, ou

seja, a competição, tanto das empresas públicas, se é que é possível, como

das privadas. Até hoje estamos no mesmo ponto.

Por que e quando surgiu a idéia de quebrar o monopólio da Petrobras?

A idéia é antiga. No meu caso surgiu desde quando, estando no governo

Itamar Franco, percebi as dificuldades para o próprio governo de se informar

do que ocorria em uma empresa monopolista: valor dos impostos a pagar,

custo de produção... nada era transparente. Imaginei que, forçando a

concorrência, aumentaríamos a produtividade, a transparência e até mesmo os

lucros do Tesouro Nacional. De fato, tudo isso ocorreu. A fim de preparar a

Petrobras para atuar no mercado, modificamos os critérios de governança. A

empresa passou a oferecer informações públicas e, portanto, ao mercado. Em

suma, transformamos a Petrobras em uma poderosa corporação moderna,

lançando ações e papéis no mercado internacional para capitalizá-la.

A greve de funcionários da Petrobras, que resultou no desabastecimento do

mercado de combustíveis em 1995, ajudou a convencer a opinião pública da

necessidade de acabar com o monopólio estatal?

Pode ter ajudado, mas a verdade é que as pesquisas mostravam que a opinião

pública já vinha apoiando a quebra dos monopólios.

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Como evitar a interferência política e a ocorrência de casos de corrupção em

uma empresa com a estrutura da Petrobras?

Só há um caminho: exemplo e vigilância. Quando existe alento partidário ou

governamental para práticas heterodoxas, alguns funcionários, mesmo não

ligados ao eixo de comando, se sentem liberados para agir contra o interesse

público. Sempre pode haver desvios de conduta, mas ele aumenta quando o

mau exemplo vem de cima.

O Brasil precisa guardar reservas de petróleo para assegurar a disponibilidade

do recurso no futuro ou deve monetizá-las o quanto antes para aproveitar o

mercado em alta?

Sou favorável a uma política que resguarde nossos interesses futuros. Quer

dizer, que amplie o esforço de descoberta e o aumento das reservas. Uma

empresa do porte da Petrobras não deve guiar-se apenas pelo lucro imediato

em matéria de interesse estratégico nacional, como é o petróleo.

A exigência de aquisição local em contratações da Petrobras e de

concessionárias do segmento de E&P realmente auxilia a indústria brasileira

fornecedora de bens e serviços?

Se feita com critério e sem ufanismos retóricos, sim.

O Brasil investiu US$ 2 bilhões no gasoduto Bolívia-Brasil e estimulou o

mercado consumidor a depender do energético boliviano. No planejamento do

Gasbol foi avaliado o risco da influência de uma política externa sobre a

economia brasileira? Por que não foi privilegiado o desenvolvimento das

reservas nacionais em vez da construção do Gasbol?

Era difícil prever nos anos 1990 o que ocorreu na Bolívia dez anos depois. O

gás boliviano é o mais barato e de uso mais racional. As decisões recentes

custarão caro à Bolívia, e nós também pagaremos por elas. O desenvolvimento

das reservas nacionais estava previsto e foi sendo feito. A questão é de

velocidade. De qualquer maneira, custarão mais caro. O mesmo se diga

quanto às alternativas com o gás liquefeito. Quem sabe, mais tarde, a Bolívia

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vá reconhecer que o caminho trilhado não é o melhor e volte a permitir uma

integração energética racional na América do Sul.

O sr. investiria hoje na construção de um gasoduto interligado à Venezuela?

Um gasoduto ligando a Venezuela às regiões mais dinâmicas do Brasil é uma

decisão complexa, independentemente das questões políticas. A Amazônia

está de permeio, e a distância coloca questões logísticas. Eu incentivei, e

durante meu governo fizemos, a interligação de Roraima com a hidreletricidade

de Guri, na Venezuela, e o sistema funciona bem. Já quanto ao petróleo, pelas

razões expostas e também pelo protagonismo político da Venezuela, nem

sempre na direção coincidente com os interesses brasileiros, teria dúvidas em

fazê-lo.

O projeto de Lei do Gás é um indicativo de que a Lei do Petróleo foi incompleta

para as necessidades do mercado?

Sem dúvida. Foi só um primeiro passo. Assim como a Lei Geral de

Telecomunicações não contemplou um estatuto para o sistema de

radiocomunicações, que ainda deverá ser definido e aprovado pelo Congresso

Nacional.

Dez anos após a Lei do Petróleo, a atividade de refino está ainda mais

concentrada. O que deu errado?

Deu errado o que respondi na primeira pergunta. Agora se vê o governo, como

no tempo dos militares, "escolhendo os vencedores" - os amigos. A Petrobras

volta à petroquímica, paralisa iniciativas no campo das refinarias e até na

telefonia estamos diante do desenho de uma empresa "privada" com golden

share governamental para a gestão da empresa. Sem mencionar a criação de

uma TV estatal.

Em 2002, a liberalização do preço dos derivados no Brasil teve de ser contida

por causa do controle da inflação. O Brasil ainda precisa ajustar suas contas

macroeconômicas antes de liberalizar em definitivo seu mercado de energia?

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É possível que ainda haja algum elemento de controle de tarifas para ajustes

macroeconômicos, mas a importância disso é residual. Não se liberaliza mais

por ideologia – não por necessidade.

ANEXO 2

Reportagens

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Jornal A NOTÍCIA – Santa Catarina, 13 de junho de 2008

Desperdício de Energia

O Brasil desperdiça anualmente cerca de 12,6 milhões de megawatts-

hora. A energia seria suficiente para abastecer a cidade do Rio de Janeiro

durante pelo menos um ano. O desperdício representa R$ 11,3 bilhões,

dinheiro gasto a mais em energia que não é usada.

Os dados, apresentados ontem pela Associação Brasileira das

Empresas de Conservação de Energia (ABESCO), indicam ainda que o setor

público é o que, proporcionalmente, mais desperdiça energia: cerca de 40%

dos gastos com luz dos governos municipal, estadual e federal são para pagar

a conta do desperdício. "A postura do setor público é sempre a de reduzir o

desperdício. O problema é a velocidade com que isso precisa ocorrer", observa

o presidente da ABESCO, Ricardo da Silva David.

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ANEXO 3

Tabelas

Empreendimentos em Operação Capacidade Instalada % Total

Tipo N.° de Usinas

(kW) N.° de Usinas

(kW) %

Hidro 684 77.291.166 70,53 684 77.291.166 70,52 Natural 83 10.216.482 9,32

Gás Processo 29 1.181.028 1,08

112 11.397.510 10,40

Óleo Diesel 581 3.298.234 3,01

Petróleo Óleo

Residual 20 1.295.694 1,18 601 4.593.928 4,19

Bagaço de Cana 251 3.281.863 2,99

Licor Negro 13 859.217 0,78

Madeira 27 231.207 0,21 Biogás 3 41.590 0,04

Biomassa

Casca de Arroz 3 18.920 0,02

297 4.432.797 4,04

Nuclear 2 2.007.000 1,83 2 2.007.000 1,83 Carvão Mineral

Carvão Mineral 8 1.455.104 1,33 8 1.455.104 1,33

Eólica 16 247.050 0,22 16 247.050 0,22 Paraguai 5.650.000 5,46 Argentina 2.250.000 2,17 Venezuela 200.000 0,19

Importação

Uruguai 70.000 0,07

8.170.000 7,46

Total 1.720 109.594.555 100 1.720 109.594.555 100

TABELA 01

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Empreendimentos em Operação

Tipo Quantidade Potência

Outorgada (kW)

Potência Fiscalizada

(kW) %

CGH 220 115.931 115.302 0,11 EOL 16 248.250 247.050 0,24 PCH 305 2.156.348 2.108.933 2,08 SOL 1 20 20 0 UHE 159 74.572.295 75.066.931 74,01

UTE 1.018 24.568.476 21.879.338 21,57 UTN 2 2.007.000 2.007.000 1,98 Total 1.721 103.668.320 101.424.574 100

Empreendimentos em Construção

Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) % CGH 1 848 0,01 EOL 16 149.430 1,94 PCH 80 1.313.600 17,08 UHE 21 4.317.500 56,13 UTE 22 1.911.234 24,85

Total 140 7.692.612 100

Empreendimentos Outorgados entre 1998 e 2008 (não iniciaram sua construção)

Tipo Quantidade Potência Outorgada (kW) % CGH 75 51.189 0,19 CGU 1 50 0 EOL 62 3.231.263 12 PCH 159 2.345.560 8,71 UHE 16 9.265.300 34,41 UTE 154 12.035.397 44,69

Total 467 26.928.759 100

TABELA 02

TABELA 03

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Legenda das tabelas supracitadas

PCH Pequena Central Hidrelétrica

SOL Usina Solar Fotovoltaica

UHE Usina Hidrelétrica de Energia

UTE Usina Termelétrica de Energia

UTN Usina Termonuclear

EOL Usina Eolioelétrica de Energia

Classe de Combustíveis Utilizados no Brasil - Operação Combustível Quantidade Potência (kW) %

Biomassa 297 4.432.797 20,26 Fóssil 699 16.547.214 75,63 Outros 22 899.328 4,11 Total 1018 21.879.339 100

Classe de Combustíveis Utilizados no Brasil - Construção

Combustível Quantidade Potência (kW) %

Biomassa 7 176.355 9,23 Fóssil 12 1.171.724 61,31 Outros 3 563.155 29,47 Total 22 1.911.234 100

Classe de Combustíveis Utilizados no Brasil - Outorga

Combustível Quantidade Potência

(kW) %

Biomassa 47 969.314 8,05 Fóssil 99 11.026.983 91,62 Outros 8 39.100 0,32 Total 154 12.035.397 100

TABELA 07

TABELA 06

TABELA 04

TABELA 05

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ANEXO 4

Gráficos

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GRÁFICO 02

GRÁFICO 03

GRÁFICO 01

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GRÁFICO 05

GRÁFICO 04

GRÁFICO 06

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GRÁFICO 07

CONSUMO DE ELETRICIDADE - TWh

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1970

1973

1976

1979

1982

1985

1988

1991

1994

1997

2000

2003

2006

RESIDENCIAL

COMERCIAL

INDUSTRIAL

OUTROS

GRÁFICO 08

Gráfico A1 - Capacidade Instalada de Geração de Energia Elétrica(Brasil 1974-2006)

0

20

40

60

80

1974

1978

1982

1986

1990

1994

1998

2002

2006

GW

Hidrelétrica

Termoelétrica

Nucleoelétrica

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ANEXO 5

Fotos

FOTO 01

FOTO 02

GRÁFICO 09

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CUNHA, L. A. A Universidade Brasileira nos anos Oitenta: sintomas de

regressão institucional. INEP/MEC, 1989.

DESPERDÍCIO DE ENERGIA EQUIVALE A CONSUMO ANUAL DE

INDÚSTRIA E COMÉRCIO NO SUL. O Globo, Rio de Janeiro, ano LXXXIII, n.

27.195: 21 jan. 2008, Caderno de economia, Mônica Tavares e Henrique

Gomes Batista, p. 13-14.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de física

1. 4ª ed. Rio de Janeiro : LTC, 1996.

REVISTA ATUALIDADES VESTIBULAR. Dossiê aquecimento global. São

Paulo - SP: Editora Abril, 2008.

REVISTA ENGENHARIA. Engenharia brasileira finca sua bandeira no exterior.

São Paulo: Engenho editora técnica, n. 580, mar/abr. 2007.

PENTEADO, Paulo Cesar Martins. Física: conceitos e aplicações. 1ª ed. São

Paulo: Moderna, 1998.

http://www.abeama.org.br. Acessado em 02/08/2008.

http://www.ambientebrasil.com.br. Acessado em 01/07/2008.

FOTO 03

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http://pt.wikipedia.org. Acessado em 03/07/2008.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1- BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução de Padre

Antônio Pereira de Figueredo. Rio de Janeiro: Editora CPAD. 1995.

2- INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO E GÁS. Livro Branco do GNV,

2006.

3- PENTEADO, Paulo Cesar Martins, Física: conceitos e aplicações. 1ª ed.

São Paulo: Moderna, 1998. p. 258.

4- REVISTA TN PETRÓLEO. PLANGÁS o desafio foi lançado. Rio de Janeiro:

Editora Benício Biz, ano X. jan/fev. 2007.

5- REVISTA TN SUSTENTÁVEL. Projeto Guamaré - A revolução verde. Rio de

Janeiro: Editora Benício Biz, ano 1, n. 2. 2007.

6- http://www.abeama.org.br. Acessado em 08/07/2008.

7- http://www.ambientebrasil.com.br. Acessado em 01/07/2008.

8- http://www.aneel.org.br. Acessado em 01/08/2008.

9- http://www.anp.org.br. Acessado em 01/07/2008.

10- http://www.mct.gov.br , Acessado em 20/07/2008.

11- http://pt.wikipedia.org. Acessado em 03/07/2008.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O que é energia? 9

1.1 - tipos de energia 9

1.1.1 - A Energia Térmica 9

1.1.2 - A Energia Elétrica 11

1.1.3 - A Energia Química 13

1.2 - Fontes alternativas 14

1.2.1 - Energia Hidráulica 14

1.2.2 - Energia Solar 15

1.2.3 - Energia Eólica 16

1.2.4 - Energia Nuclear 16

1.2.5 - Biodiesel 17

1.2.6 - Álcool 17

CAPÍTULO II

O problema energético no Brasil 19

CAPÍTULO III

Alternativas a curto prazo 24

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CAPÍTULO IV

Alternativas a médio e longo prazo 26

4.1 - Construção de novas hidrelétricas 26

4.2 - Investimentos em energias alternativas 27

4.3 - Investimentos na transmissão 28

CONCLUSÃO 30

ANEXOS 32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

BIBLIOGRAFIA CITADA 55

ÍNDICE 56

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: OTIMIZAÇÃO DAS FONTES ENERGÉTICAS

BRASILEIRAS

Autor: Alessandro Silva de Freitas

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: