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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS –GRADUAÇÃO “LATO SENSO”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES
Por: Paola de Souza Mendes
Orientador: Fabiana Muniz
Rio de Janeiro 2005
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS –GRADUAÇÃO “LATO SENSO”
PROJETO VEZ DO MESTRE
A INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES
OBJETIVO:
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Gestão de Recursos Humanos.
Por: Paola de Souza Mendes.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que direta ou indiretamente me
ajudaram a concluir esta monografia, me emprestando
livros e textos sobre o tema. A minha orientadora Fabiane
que mesmo com poucos encontros soube me orientar de
uma forma clara e precisa.
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DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais, que tanto colaboraram para o
término de mais um título e para a confecção deste
trabalho. Também a Daniela, minha irmã, pela paciência
em me ajudar com os textos até de madrugada.
Vocês foram fundamentais.
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RESUMO
A inveja encontrou no ambiente organizacional um campo fértil para
crescer e vem crescendo com muita intensidade. Este crescimento pode ter sido
estimulado por políticas de premiação e promoção entre indivíduos que o levaram
a competir entre si.
A inveja está presente em muitas situações do cotidiano, mas é no
ambiente competitivo, e não raro, hostil do trabalho que encontra espaço para
florescer livremente. Entretanto, condenada como um dos sete pecados capitais,
esconde-se quase sempre como um mal confessável.
Para esclarecer este crescimento dentro das organizações, a monografia faz
um estudo aprofundado sobre o tema “A inveja nas organizações”.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada se destina a pesquisa bibliográfica, de
conteúdo programático teórico.
Abordaremos os temas: Inveja, Motivação e Clima organizacional como
principal questão.
No primeiro capítulo, a principal fonte de investigação serão os textos de
Sigmund Freud e Melaine Klein que tratam sobre o tema inveja. Iremos também
utilizar as idéias de Schopenhauer.
Para questionar a inveja dentro das organizações, que serão tema dos
capítulos dois e três, contaremos com a ajuda de outros teóricos como: Zuenir
Ventura, Patrícia Amélia Tomei, Idalberto Chiavenato, Achim Hermann, Floriano
serra e outros que também se dedicaram a investigar sobre o assunto.
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SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I – INVEJA 10
CAPÍTULO II – ORGANIZAÇÃO 15
CAPÍTULO III – INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES 19
CAPÍTULO VI – A ADMIRÇÃO E OUTROS SENTIMENTOS CONFUNDIDOS COM A INVEJA 29
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 33
ÍNDICE 35
FOLHA DE AVALIAÇÃO 36
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“A Inveja habita no fundo de um vale onde jamais se vê o sol. Nenhum vento o
atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, há sempre trevas
espessas (...) Assiste com despeito aos sucessos dos homens e este espetáculo a
corrói; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este é seu suplício”.
(Ovídio)
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INTRODUÇÃO:
O presente trabalho intitulado “Inveja nas Organizações” pretende estudar
a presença da inveja no ambiente organizacional.
Inicialmente abordamos o conceito de inveja como sendo um sentimento
intencional, uma insatisfação com o prazer do outro. Esse sentimento leva o
invejoso a ter pensamentos, palavras ou ações maléficas e destrutivas.
Enfatizamos que a inveja é sobre o ser do outro. O desejo do invejoso é
ocupar o lugar da pessoa invejada, ou seja, ser o outro.
A inveja tem como base à comparação entre os indivíduos. O invejoso
deseja ser igual ao outro, freqüentemente se depara perdendo a capacidade de ver
suas próprias habilidades, enxergando apenas o outro. O invejoso é incapaz de
aceitar as diversidades entre os indivíduos.
A inveja vem crescendo dentro do ambiente organizacional, na maioria das
vezes, por causa das estimulantes políticas de premiação e promoção entre os
indivíduos que leva a competirem entre si.
Nesta competição, o preterido poderá sentir-se inferior e frustrado em
relação ao preferido, originando assim a inveja. O invejoso passa a adotar alguns
comportamentos a fim de destruir o outro, tais como: calúnias e sabotações.
A partir do nosso percurso, pensamos caber às organizações estimularem
parcerias mais cooperativas entre os indivíduos, assim estes poderão sentir-se
mais participativos e capazes de contribuírem para a produtividade da
organização.
Por último, abordamos, a título de ilustração, conceitos sobre admiração,
ambição, cobiça, orgulho, ódio e ciúme, que muitas vezes são confundidos com a
inveja. Isso ocorre pela falta de informação dos indivíduos sobre o verdadeiro
significado destes sentimentos.
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CAPÍTULO 1:
INVEJA
“Quem afirma que não é feliz, poderia sê- lo com a felicidade do
próximo, se a inveja não lhe tirasse esse último recurso”.
(Jean M. de LaBruyere)
O que é inveja?
Para esclarecer esse sentimento que desde os tempos antigos até os dias
atuais vem assombrando a nossa sociedade, partimos da principal idéia de que a
inveja é um sentimento destrutivo.
Por destruição entendemos “ato de destruir: extinguir, exterminar,
derrotar” (Dicionário Brasileiro Globo, 1993:289). Logo, sentimento destrutivo
compreende de certa forma, querer acabar de qualquer maneira com a pessoa
invejada não levando em consideração questões éticas.
Já nos tempos antigos em histórias narradas na Bíblia, em contos infantis e
além de outras fábulas, a inveja já se manifestava com seus pensamentos, palavras
e ações maléficos. E hoje, na sociedade pós-moderna, a inveja mantém seu espaço
adquirido. Hoje, vivemos numa sociedade que se baseia mais intensamente na
comparação e na competição. O indivíduo se vê numa nova realidade de
aprendizado. Ao se comparar com o outro, percebe que é diferente, assim poderá
sentir-se melhor ou pior que o outro. A partir daí, o indivíduo poderá suscitar o
aparecimento da inveja.
Definimos inveja de acordo com a idéia de Lersch que diz: “a inveja
pertence aos sentimentos intencionais. È uma insatisfação, o aborrecimento com a
alegria do outro”. (2001:508)
São Tomás de Aquino que também fez suas associações em relação à
inveja já dizia que a inveja é uma tristeza em relação às coisas boas do outro
reforçando em última instância que invejamos mesmo é a alegria do outro.
Cabe ressaltar que a inveja é desejar ser o outro, ocupar o seu lugar. É o
desejo de desfrutar o ser da mesma maneira que o outro desfruta em relação a
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status, bens materiais, personalidade, aparência, humor, comportamento,
conquistas, sonhos, propósitos...
Na linguagem do nosso cotidiano, freqüentemente usamos a palavra inveja
num sentido que não seria o mais apropriado, como por exemplo: “eu tenho inveja
do seu cabelo”. Quando na verdade, deveríamos dizer: “eu admiro o seu cabelo e
gostaria que o meu fosse assim”. Cabe ressaltar que o objeto da inveja é o ser em
si e não o objeto que a pessoa invejada possui.
O que caracteriza a inveja é uma frustração, uma tristeza que o invejoso
sente intolerando seu próprio ser. O invejoso sente-se inferior ao outro.
Bonder, em “A Cabala da Inveja” afirmou que “só se inveja quando se está
triste... todo aquele que neste mundo consegue alegrar-se abandona a inveja e
mergulha na gratidão”. (in TOMEI, 1994:48)
O invejoso tem um alvo a destruir em qualquer circunstância.
A origem da inveja
A origem da palavra inveja vem do substantivo latino invidia e do verbo
invidere que significa olhar malicioso, olhar enviesado.
A inveja é denominada na linguagem popular de olho grande, olho gordo.
Cabe ressaltar aqui, que a principal característica da inveja é o olhar que o
invejoso lança sobre seu objeto de inveja. Os olhos têm um simbolismo muito
grande, é como se com o olhar o invejoso conseguisse destruir a pessoa invejada.
O invejoso permanece com o olhar fascinado pelo prazer do outro. Com
isso, não reconhece suas próprias habilidades e não se depara com a sua própria
falta.
A inveja, na grande maioria das vezes, é um mal inconfessável. A pessoa
que inveja não vai admiti- la para os outros e para si mesma, então poderá forjar
comportamentos de uma maneira até inconsciente.
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A inveja, pecado capital
A inveja se integra entre os pecados capitais juntamente com a soberba, a
luxúria, a gula, a preguiça, a ira e a avareza.
A inveja é um pecado destruidor. O invejoso quer destruir o outro e
também se destrói, corroendo o seu coração com o desgosto de contemplar e
querer ser o próximo.
Por causa deste aspecto religioso, surgiram diversos amuletos, frases e até
rezas para acabar com a inveja, ou pelo menos afastar toda a maldade do invejoso.
Neste caso, as pessoas buscam neutralizar a inveja. Esta seria uma forma
de proteção um pouco artificial. Uma estratégia para o invejoso seria acreditar nos
seus próprios potenciais e ser capaz de aprender outras habilidades com as pessoas
que invejaria, passando então, a admira- las. E ao invejado, caberá não se deixar
afetar pelas injúrias do invejado e continuar mostrando seu talento.
A inveja como fruto de comparações
A nossa sociedade constantemente está se comparando, desde a infância
quando, por exemplo, somos comparados com o nosso irmão até mesmo na escola
quando competimos para ver quem tira a nota mais alta e é considerado o melhor
aluno da turma.
Como vivemos nesta sociedade comparativa, freqüentemente nos
deparamos perdendo a capacidade de ver as coisas em si mesmas e só
conseguimos entender as pessoas e as coisas em comparação umas com as outras.
A inveja é o sentimento daqueles que não encontraram resposta para a
diversidade do mundo e das pessoas. E esta incapacidade de aceitar que as coisas
e as pessoas sejam diferentes é uma rejeição a sua própria pessoa como sendo
diferente das demais. Na verdade o invejoso busca ser igual ao seu objeto de
inveja.
Na inveja, o invejoso vê o brilho do outro e quer tê- lo para si próprio.
Nem sempre numa comparação há inveja. A menos que o invejoso sinta-se
frustrado, inferior ao outro e apresente um desejo intenso de destruí- lo.
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Ressaltamos aqui que outros sentimentos poderão surgir, como por exemplo,
admiração, orgulho, cobiça... que serão abordados num capítulo à parte.
A inveja segundo as visões de Sigmund Freud e Melaine Klein
Não poderíamos deixar de citar, a título de ilustração, idéias de Melaine
Klein e Sigmund Freud sobre a inveja.
Freud fala da inveja quando esclarece a diferença anatômica entre os
sexos. A partir daí, ela é tanto alimentada quanto reprimida nas relações familiares
e nas relações entre o masculino e o feminino. A inveja nasce na menina. A
menina sente-se castrada pelo fato da mãe não lhe ter provido de um pênis, como
é no caso dos meninos. A menina inveja o menino, isto é, quer ser o menino, não
aceita tal diferença.
A descoberta da inveja do pênis nas meninas e a vinculação com os
impulsos agressivos constituem sua contribuição fundamental para a compreensão
da inveja.
Freud explica que o ser humano é alguém estruturalmente incompleto e
que cai na ilusão de que conseguirá ser completado e adquirir um estado de
plenitude e felicidade total. Por isso, o ser humano inveja o outro. Assim, ele não
se depara com a sua falta.
Por tal motivo, o invejoso é o sujeito que não consegue admitir que sua
condição, como a de qualquer outro sujeito é incompleta, e por isso imagina que a
pessoa, à qual inveja, dispõe dessa plenitude.
Já Melaine Klein considerou a inveja um conceito central em sua teoria
psicanalítica.
Diz que cultivamos a inveja desde cedo entre os carinhos da mãe às
sensações de saciedade e de conforto. Na falta dessa sensação que se dá durante o
aleitamento materno, ainda que por breves instantes, acreditamos que a mãe está
tirando proveito dessa saciedade e conforto sozinha.
O sofrimento do bebê pressupõe o prazer alheio, isto é, o prazer da mãe.
Todo o prazer alheio faz sofrer, daí nasce a inveja.
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Portanto, “a inveja é um sentimento raivoso de que outra pessoa possui e
desfruta algo desejável – sendo o impulso invejoso o de tirar este algo ou de
estraga- lo”. (KLEIN, 1991:212)
A inveja, então, supõe a relação do sujeito com uma única pessoa, isto é, o
seu alvo. Remontando à primeira relação de exclusividade vivida com a mãe.
Cabe ressaltar que a linguagem psicanalítica é de difícil compreensão,
sendo necessário discutir e refletir mais profundamente sobre as questões
abordadas.
A seguir, abordaremos o conceito de organização, bem como questões
como motivação e clima organizacional. Sendo esses uns dos principais aspectos
que são alterados por causa da presença da inveja no ambiente organizacional.
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CAPÍTULO 2:
ORGANIZAÇÃO
Para compreendermos a manifestação do sentimento da inveja dentro do
ambiente organizacional, primeiramente precisamos saber o que é uma
organização e como se dá seu funcionamento. Bem como alguns dos elementos
que serão afetados com a presença da inveja neste ambiente organizacional, são
eles: Motivação Humana e Clima Organizacional.
O significado do termo organização
O termo organização tem pelo menos, dois significados, são eles:
- Designa um ato organizador. Por exemplo: Maria precisa organizar seus
livros na estante.
- Refere-se a realidades sociais: fábrica, banco, sindicatos, hospitais...
Existem diversas organizações pelas quais os indivíduos passam e vão se
socializando ao longo de suas vidas. Algumas delas são: escolas, clubes,
comunidade, igreja, vizinhança, empresas, hospitais, repartições governamentais...
Definimos organização, de acordo com a idéia de Schein:
“Uma organização é a coordenação planejada das atividades de uma série de
pessoas para a consecução de algum propósito ou objetivo comum, explícito,
através da divisão de trabalho e função e através de uma hierarquia de autoridade
e responsabilidade”. (1982:12)
Para a organização se manter viva e produtiva deverão existir objetivos a
serem alcançados e pessoas que saibam desenvolver um trabalho em equipe capaz
de manter o prestígio desta organização.
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O indivíduo dentro das organizações
Devido as suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a
cooperarem uns com os outros, isto é, dividir suas habilidades comportamentais.
Muitas organizações são formadas por indivíduos que tem habilidades diferentes.
Assim, certos objetivos poderão ser alcançados e fortalecerão a produtividade das
organizações. A cooperação entre os indivíduos é essencial para a existência de
uma organização.
As organizações dependem de pessoas. As pessoas planejam, controlam,
operam e desejam funcionar, isto é, dão ação à organização. Não há organização
sem pessoas. Toda organização é constituída de pessoas e delas depende para seu
sucesso e produtividade.
Embora se possa visualizar as pessoas como recursos, isto é, como
portadoras de habilidades, capacidades, conhecimentos, motivação de trabalho,
comunicabilidade..., nunca se deve esquecer que as pessoas são portadoras de
características de personalidade, expectativas, objetivos pessoais, histórias
particulares... Cada pessoa é única e suas habilidades e conhecimentos
contribuirão para a formação de uma organização.
Há em cada indivíduo a disposição de participar e de contribuir para a
organização. Sendo que esta disposição é variável, alguns indivíduos têm mais e
outros menos. A contribuição de cada indivíduo para a organização varia
enormemente em função das diferenças individuais e das recompensas oferecidas
por ela.
As organizações permitem satisfazer diferentes tipos de necessidade dos
indivíduos: emocionais, espirituais, intelectuais, econômicas...
A organização também tem certas expectativas implícitas mais sutis, por
exemplo, de que o funcionário melhorará a imagem da organização, será leal,
manterá os segredos da organização e tudo fará em prol dela, isto é, sempre terá
elevado nível de motivação e disposição de se sacrificar pela organização.
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2.1 – A influência da motivação no clima organizacional
Por motivação entendemos: “é uma necessidade ou desejo que energiza o
comportamento e o orienta para um objetivo.” (MYRES, 1999:254)
Constantemente o indivíduo se depara fazendo as seguintes perguntas: O
que me motivou a fazer isso? O que causou esse tipo de comportamento? Por que
agi assim? Essas perguntas levam o indivíduo a pensar no motivo que o
impulsionou a adotar determinado comportamento.
Motivo é tudo aquilo que impulsiona o indivíduo a agir de determinada
forma, ou pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento
específico. Esse impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo (do
ambiente) e pode ser gerado por um estímulo interno (processos mentais do
indivíduo). Ao perguntarmos por que agimos de determinada forma, estamos
entrando na questão da motivação.
A motivação funciona em termos de forças ativas e impulsionadoras para
um determinado comportamento.
O indivíduo sente uma necessidade e é motivado a satisfaze-la, daí começa
o ciclo motivacional.
O comportamento humano é um complexo resultado de nossas intenções,
de nossa percepção da situação imediata e de nossas suposições ou crenças a
respeito da situação e das pessoas nela incluídas. Essas suposições, por sua vez,
baseiam-se em nossa experiência passada, em nossas normas culturais e naquilo
que os outros nos ensinaram a esperar.
Se o comportamento humano é resultado de nossas intenções, ele poderá
influenciar no ambiente organizacional. O que o indivíduo faz dentro de uma
organização, seja positivo ou negativo, influenciará no clima organizacional.
Se o indivíduo tem claro o que ela deseja para si, mesmo diante das
adversidades, ele procura mudar suas atitudes para que possa obter melhores
resultados. Porém existem pessoas que mesmo sabendo o que querem, não
conseguem ir para a ação em busca de alcançar o seu desejo, pois lhe faltam
planejamento e empenho. Sem isso, o indivíduo acaba apelando para a inveja, pois
sabe o que quer, mas não sabe manusear os meios para conseguir o seu objetivo,
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então passa a inveja- lo. Adotando esse tipo de comportamento, o indivíduo acaba
também alterando o clima da organização.
É através da organização das suas ações, dentro de um planejamento claro,
contendo o objetivo e suas respectivas metas que a pessoa passa a fazer, busca
resultados esperados e sobe os degraus do crescimento humano sem precisar pisar
em ninguém e nem alterar o clima organizacional.
Segundo Chiavenatto “o clima organizacional influencia o estado
motivacional das pessoas e é por ele influenciado”. (2000:95)
O nome de clima organizacional é dado ao ambiente interno existente
entre os membros da organização. O clima organizacional está intimamente
relacionado com o grau de motivação de seus participantes. Quando há elevada
motivação entre os membros, o clima organizacional se eleva e se traduz em
relações de satisfação, de animação, interesse, colaboração... E, quando há baixa
motivação entre os membros, seja por frustração ou barreiras à satisfação das suas
necessidades, o clima organizacional tende a abaixar-se, caracterizando-se por
estados de depressão, desinteresse, apatia, insatisfação... podendo, em casos
extremos, chegar a estados de agressividade, tumulto, inconformidade, inveja...
típicos de situações em que os membros se defrontam abertamente com a
organização.
No próximo capítulo abordaremos a presença da inveja dentro do ambiente
organizacional, resultado de uma insatisfação do indivíduo com ele mesmo,
deixando-o desmotivado para cooperar com a produtividade da organização.
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CAPÍTULO 3:
INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES
Dentro do ambiente organizacional vem ocorrendo diversas mudanças
onde valores antagônicos estão se manifestando gerando conflitos que poderão
colaborar para a presença da inveja.
Compreender o porquê e as manifestações da inveja dentro do ambiente
organizacional poderá ser a chave para resolver determinados conflitos.
Evidentemente, essa realidade mostra-se devido aos avanços que estão
ocorrendo no mundo organizacional.
É interessante observar que na vasta literatura organizacional, a inveja,
embora vagamente tratada em análises da competição, da ambição, do sucesso a
qualquer preço, da luta para poder ser como o outro, das estratégias de
negociação..., é uma dimensão quase esquecida e é até mesmo um tabu nos textos
que tratam de gestão de pessoas.
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3.1 – Por que há inveja dentro das organizações?
Podemos considerar diversos fatores que poderão contribuir para a
manifestação da inveja dentro do ambiente organizacional. São eles:
1- Houve uma má formação religiosa no indivíduo, já que a inveja é um
pecado capital muitas vezes inconfessável.
2- A educação dada pelos pais não foi a mais adequada.
3- Já na idade escolar a competição foi estimulada pela professora, já que o
melhor aluno era elogiado constantemente pelas suas vitórias.
4- Falha de caráter genético e incorrigível devido aos avanços científicos.
5- Depressão já que as sensações de inferioridade e fraqueza são freqüentes
nesse estado.
6- Organizações com processos de flexibilização, terceirização, casos de
nepotismo e corrupção.
Suposições à parte, enfatizamos que a inveja é de natureza humana, isto é,
todo e
qualquer indivíduo poderá manifesta- la desde que o prazer alheio o faça sofrer.
A inveja é como erva daninha, que viceja em qualquer terreno. E, muitas
vezes, brota onde menos se espera. A inveja está presente em muitas situações do
cotidiano, mas é no ambiente competitivo e hostil das organizações que encontra
especo para florescer livremente.
O ambiente organizacional vem estimulando políticas de premiação e
promoção entre seus funcionários objetivando com isso, o aumento da qualidade e
produtividade de seus produtos. Se não forem bem administradas essas políticas
poderão gerar conflitos entre os funcionários, isto é, competições e concorrências.
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A competição leva ao individualismo e à ausência de solidariedade,
tornando fragmentada a produção da organização.
A competição tem dois lados que poderão ser analisados. Um deles poderá
favorecer a motivação para execução de uma determinada tarefa, por outro lado,
poderá criar um clima de inveja dentro da organização.
Segundo alguns psicólogos, a competição é a raiz de todo sentimento
invejoso, pois ela estabelece um objetivo, compara os resultados e classifica os
competidores em seus devidos lugares. Essa disputa dita que o primeiro colocado
é o melhor e, dentro da organização, o mais poderoso.
Nos dias de hoje se fala e cobra muito a chamada integração ou espírito de
equipe, mas, ao mesmo tempo, são praticadas políticas internas de premiação e
promoções de indivíduos. Nessa competição pelo chamado “reconhecimento
profissional”, alguns indivíduos destacam-se e sempre que um desses destaques é
anunciado, corre-se o risco de plantar a semente da inveja.
Não deve ser confundido o fato de uma pessoa lutar para conquistar o
objeto de desejo com a luta dos invejosos. O eu competitivo está muito enraizado
dentro de cada indivíduo. A vida poderá ser vista como uma competição regrada,
onde o indivíduo aproveita as oportunidades que lhe são oferecidas e mesmo
diante do fracasso, reconquista o que foi perdido ou aprende com o erro, sem
sentir inveja do outro, sem querer tomar o seu lugar e ser igual ao seu objeto de
inveja.
O problema da competitividade existe porque na medida em que os
funcionários se comprometem mais com seus objetivos e suas normas,
provavelmente entram em competição uns com os outros e no caso da inveja,
procuram destruir as atividades de seus rivais, constituindo com isso, um risco
para a organização como um todo. Os funcionários começam a ver o outro como
um inimigo.
Empresas onde existem falta de regra, falta de ética, falta de
responsabilidade, falta de comunicação aberta, incoerência nas políticas de
remunerações, ambientes altamente competitivos, mal organizados, criam
invejosos, e eles não estão trabalhando pensando no que é melhor para si mesmo,
isso gera uma perda de profissionais talentosos que não duram muito tempo no
ambiente organizacional.
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Além de o competidor invejoso sentir-se preterido e injustiçado, muitas
vezes sem horizontes ou perspectivas de crescimento, o que mais almeja é ser o
vencedor. O que o perdedor quer é ser igual ao vencedor, no sentido de como o
vencedor lida com as situações que lhe são conferidas. O invejoso nunca estará
satisfeito, mesmo vencendo na competição, ele nunca poderá ser igual à pessoa
invejada.
Agora que já sabemos como a inveja poderá se manifestar no ambiente
organizacional, é importante saber como o invejoso se comporta para que
possamos identifica- lo e tentar prevenir prejuízos para os funcionários e para a
própria organização.
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3.2 – Características do invejoso:
Primeiramente há existência de um caráter vingativo. Já que a
destrutividade vingativa é uma reação espontânea a um sofrimento intenso e não
justificado infligido a um indivíduo com quem o invejoso se identifica.
O invejoso sempre acha que o culpado pelo seu fracasso é o sucesso do
outro e nunca ele mesmo. A inveja faz com que o indivíduo perca o contato com
suas reais possibilidades.
O invejoso vê o outro como inimigo, há uma distorção de percepção e
hostilidade. O objetivo do invejoso é fundamentalmente mau.
Normalmente, o invejoso é um indivíduo inseguro, irritado, desconfiado,
observador minucioso e frustrado e tem baixa estima. Há um sentimento de
inferioridade, vergonha íntima, uma amargura. E, o mais importante, o desejo de
ser o outro.
Ele está sempre armado e alerta contra tudo e contra todos, finge
superioridade quando na realidade sente-se inferiorizado, sendo tal fato o
provocador do ar de sarcasmo e de ironia que o invejoso costuma manifestar.
O invejoso se vangloria, enaltece-se, fala excessivamente bem das próprias
coisas, pois dessa forma abranda o mal-estar do desequilíbrio, procurando
diminuir o outro através da crítica. Não percebe, muitas vezes, as suas frustrações,
e é como se não existisse, porque logo está pronto para realizar mais um feito de
diminuição, de descaracterização, burlando suas próprias angústias.
O invejoso precisa buscar reconhecer suas próprias potencialidades e
habilidades. Sentir inveja gera três trabalhos: sentir, abandonar e buscar a
reeducação para receber os mesmos benefícios que o outro.
O subordinado invejoso e o líder invejoso
Para o subordinado invejoso, o líder monopoliza todo o poder, todos os
recursos e todos os elogios. Ele acredita que a injustiça reina nas organizações e
que os indivíduos são maltratados.
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Já as tendências do líder invejoso são de não fazer elogios aos seus
subordinados, só críticas minuciosas. Prepara o fracasso do subordinado, dando-
lhe mais tarefas do que é capaz de fazer. Fala excessivamente bem de si mesmo.
Julga que suporta toda a responsabilidade de sua equipe, que sozinho faz o
trabalho essencial, gastando mais horas, enquanto seus subordinados desprendem
um mínimo de esforço.
Um líder invejoso não consegue perceber o espírito de um trabalho em
equipe que leva todos aos objetivos comuns. O líder escuta a idéia de um
subordinado, faz de conta que não escutou ou a subestima. Depois surge com a
“sua” grande idéia, que nada mais é do que a idéia do outro maquiada. O líder tem
medo de perder o poder de suas idéias.
A equipe passa então a não desenvolver suas idéias, deixando seu lado
criativo e inovador de lado. Há desmotivação.
Alguns possíveis mecanismos de defesa utilizados contra a inveja:
A repressão desse sentimento negativo explica a elaboração inconsciente
dos mecanismos de defesa capazes de dissimula- la. Dada a natureza
incompreensível do sentimento da inveja, observamos quase sempre apenas os
seus mecanismos de defesa. Alguns deles são:
- Idealização: é o processo de colocar acima do seu alcance os indivíduos,
os grupos e as organizações a qual inveja de forma a entender que não está
escrito no nosso destino pertencer a esse grupo privilegiado e que os que
fazem parte dele têm tido mais sorte. É uma maneira do invejoso conter
seus impulsos destrutivos.
- Retirada: consiste na retirada do invejoso da organização. Diante da
incapacidade de tolerar a inveja, este indivíduo evita entrar em qualquer
competição e desvaloriza a si mesmo. Este tipo de comportamento gera
problemas para a organização. O indivíduo sente-se impotente, infeliz,
deixa as coisas para depois e pode acabar deixando a organização.
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- Desvalorização: é o mais utilizado dentro das organizações. Consiste em
desvalorizar a pessoa invejada, o que poderá provocar menos admiração.
São indivíduos movidos pelo desejo de vingança e ao mesmo tempo,
experimenta uma indignação moral para melhor disfarçar e justificar suas
atitudes. Usa da maledicência, crítica negativa, fofocas, calúnias, intrigas e
humilhação, visando atingir um número maior de indivíduos que
acreditem nele.
- Negação: o invejoso nega para si mesmo o encontro com a pessoa
invejada. O indivíduo poderá sentir-se mais tranqüilo e capaz de controlar
seus impulsos destrutivos.
- Formação reativa: o indivíduo camufla sua inveja. Pode começar a bajular
a pessoa invejada.
- Projeção: o indivíduo vê-se como não- invejoso cercado por pessoas
invejosas. Ou sente que é possuidor dos atributos admirados da pessoa
invejada.
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3.3 – Formas preventivas de lidar com a inveja dentro das
organizações:
“Se o coração estiver amargo, nada adoçará a boca”.
(provérbio iídiche)
Somente a conscientização da existência da inveja nas organizações e de
seu processo destrutivo é que torna possível lidar com esse sentimento.
O invejoso precisa mostrar certa maturidade emotiva que permita a auto-
avaliação, a compaixão, o reconhecimento, a responsabilidade, o engajamento
pessoal, isto é, deverá haver uma preocupação com o outro, uma generosidade e
empatia.
Para evitar o clima de inveja nas organizações, é preciso haver uma
intervenção profunda na organização. A gestão deverá ser mais participativa e
estimular a cooperação entre os indivíduos. De acordo com o questionário feito a
título de ilustração para esta pesquisa, pudemos comprovar que esta hipótese
poderá diminuir a inveja dentro das organizações.
As verdadeiras soluções para o fim dos efeitos destrutivos da inveja são o
senso de responsabilidade e reciprocidade.
É necessário conhecer cada indivíduo, as suas expectativas, fazer com que
o indivíduo conheça a história da organização, a expectativa da organização em
relação aos seus serviços prestados, ou seja, conhecer a organização como um
todo. Só assim, haverá o comprometimento do indivíduo com a organização e o
índice de inveja poderá diminuir.
Allcorn (in TOMEI, 1994:101) sugere algumas estratégias para evitar o
clima de inveja dentro das organizações, são elas:
1- Inicialmente tentar caracterizar que tipos de “estrelas” existem na
organização e de que forma elas pretendem mostrar o seu brilho.
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2- Conscientizar-se de que uma “estrela” que é impedida de desenvolver suas
habilidades provavelmente procurará espaço fora da organização para seus
esforços criativos.
3- Entender que é natural sentir-se ameaçado, ofuscado e mesmo defensivo
diante de contribuições brilhantes de outros indivíduos.
4- Entender que para uma “estrela” brilhar na organização, não é necessário
ofuscar o brilho da outra. Ao contrário, as externalidades positivas do
brilho da cada “estrela” só geram constelações mais brilhantes e poderosas
nas organizações.
5- Entende-se que o reconhecimento de “estrelas” e desempenhos brilhantes
precisa ser feito com cuidado: se, por um lado, oferecer a “estrela” um
palco, o exibicionismo poderá aumentar a inveja, por outro lado aumenta a
responsabilidade no oferecimento de oportunidades e de novos desafios
para essa “estrela”.
6- Por fim, internalizar que os indivíduos que colaboram entre si, poderão
também brilhar na organização como um todo.
Para que haja a contribuição total dos indivíduos na organização, é
imprescindível
compreende- los, detectar seus motivos e acionar meios para envolve- los e
compromete- los. Isto é possível através do diálogo franco e da predisposição para
reconhecer que cada indivíduo é diferente. Deve ocorrer a formação de parcerias.
Hoje, a tendência é cada vez mais trabalhar em parcerias de modo
cooperativo. Essa postura surgiu com a cultura de Qualidade de Vida dentro das
organizações e vem sendo estimulada pela noção de Responsabilidade Social cada
dia mais presente nas organizações.
É necessário compensar cada indivíduo da organização, embutindo nele a
importância de seu trabalho para a organização. Para implanta-lo dentro da
organização é preciso estimular a cooperação e a criatividade, mudando a política
28
do sucesso a qualquer preço que premia o individualismo e o comportamento
destrutivo.
Hoje, sabemos que uma organização produz bem na medida em que os
indivíduos são parceiros entre si, sejam responsáveis pela criação de clima de
aprendizagem contínua, desenvolvimento, satisfação e motivação no trabalho.
29
CAPÍTULO 4: A ADMIRAÇÃO E OUTROS SENTIMENTOS
CONFUNDIDOS COM A INVEJA
Nesse capítulo, abordaremos o conceito de admiração e a sua diferenciação
em relação à inveja. Bem como outros sentimentos, tais como: orgulho, cobiça,
ódio e ciúme.
A Admiração
Segundo a Enciclopédia Larousse Cultural, a admiração é “um sentimento
de prazer, de respeito, experimentado diante daquilo que é belo e bom”. (1998:76)
A admiração é estimulante. É um sentimento que um indivíduo
experimenta em relação ao outro estando de acordo com suas idéias, com seu
estilo de ser e até como desenvolve o seu trabalho. O objeto admirado serve de
modelo para o indivíduo que admira.
A visão ou reconhecimento dos bens, posses e qualidades de um indivíduo
desperta no outro o desejo de adquirir o mesmo para si por meio do seu esforço
pessoal.
O indivíduo que admira geralmente é uma pessoa confiante em si,
generosa que quer ajudar o outro e a si próprio. Já o admirado, além dessas
características, apresenta um talento e comportamentos que despertam a
admiração dos outros.
Uma organização onde existam pessoas que se admiram, tenderá a crescer
sua produtividade, já que estes indivíduos tenderão a trocar suas experiências e
conhecimentos.
Na admiração, o ser como o outro é querer imita- lo, é seguir um modelo.
Já na inveja, o ser como o outro é querer o seu lugar utilizando para isso, métodos
antiéticos de destruição.
Existem outros sentimentos que também são muito confundidos com a
inveja, são eles:
30
A Ambição
A ambição move o indivíduo para alcançar o que deseja. Na ambição não
há intenções negativas para com o outro.
“Desejo de ter êxito, especialmente na vida profissional, e de ver esse êxito
valorizado socialmente pela mobilidade social, pelo sucesso na carreira, a estima
dos outros e o prestígio”. (DORON, 2001:50)
A ambição pode nos conduzir a uma motivação no sentido de alcançar um
objetivo ou ao egoísmo, que leva o indivíduo a olhar só para seus interesses, com
desprezo dos alheios.
A Cobiça
Considerada também uma dos sete pecados capitais, junto com a inveja,
também tem suas tendências negativas.
“Desejo veemente e imoderado de possuir”. (DICIONÁRIO
BRASILEIRO GLOBO, 1993:231)
Na cobiça, o indivíduo deseja o objeto do outro. Deseja o que pertence ao
outro, o seu bem material.
Já na Bíblia Sagrada citava-se a presença da cobiça: “não cobiçarás a
mulher de teu próximo. Não cobiçarás sua casa, nem seu campo, nem seu escravo,
nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence”.
(DEUTERONÔMIO, 5:21)
O que o indivíduo possui estimula em nós o mesmo desejo de possuir.
O Orgulho
“Elevado conceito que alguém faz de si próprio. Amor-próprio
exagerado”. (ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL, 1998:4336)
31
O orgulhoso alimenta pensamentos elevados a respeito de si mesmo. A
própria natureza do orgulho é fazer com que o indivíduo tenha autoconfiança e
rejeitar qualquer suspeita de que, em si mesmo, tenha defeitos ou que não está
agindo corretamente.
O orgulhoso geralmente utiliza a seguinte frase: “Eu sou melhor que você”.
O Ódio
“Sentimento de profunda inimizade, paixão que conduz ao mal que se faz
ou se deseja a outrem”. (ENCICLOPÉDIA LAROUSSE CULTURAL,
1998:4287)
O ódio é um sentimento intencional de repulsa, de hostilidade.
O ódio opõe-se ao amor. Segundo Empédocles, amor e ódio são as forças
metafísicas fundamentais da vida, que determinam todo o movimento, toda
separação e reunião.
O ódio pode levar a inveja.
O Ciúme
O ciúme é baseado na inveja, mas envolve uma relação com pelo menos
duas outras partes. Socialmente é mais aceito que a inveja.
Diz respeito principalmente ao amor que o indivíduo sente como lhe sendo
devido e que lhe foi tirado, ou está em perigo de sê- lo, por seu rival.
O ciúme é um sentimento que visa proteger uma relação valiosa. O desejo
do ciumento é desfrutar ao máximo o objeto do ciúme.
O ciúme pode ser administrado negociando atenções, pois é um reflexo de
um desequilíbrio na distribuição de emoções.
Pudemos notar que os sentimentos citados a título de ilustração, são bem
diferentes da inveja. Mas na linguagem pejorativa acabam sendo utilizados como
sinônimos desta.
32
CONCLUSÃO:
Concluímos que a inveja é um assunto tabu na sociedade. A grande
maioria dos indivíduos acredita na inveja. Alguns indivíduos confessam que já
sentiram inveja, mas não conseguem admiti- la em seus atos, o que corrobora a
idéia de que, a inveja é um mal inconfessável.
A inveja é um sentimento destrutivo para o invejoso que, na maioria das
vezes, não reconhece suas próprias competências e habilidades e se sente inferior
e frustrado diante da pessoa invejada. O invejoso deverá aprender a reconhecer e a
valorizar as diferenças, tratando as pessoas com dignidade, independente de idade,
gênero, raça, capacidade profissional... Assim, a organização tenderá a crescer na
qualidade do seu trabalho e na quantidade de indivíduos satisfeitos com o
ambiente organizacional.
A inveja vem aumentando dentro do ambiente organizacional, na maioria
das vezes, estimulada pela competição excessiva entre os indivíduos, políticas de
premiação e promoção destes. Por outro lado, se a competição for bem
administrada, poderá levar o indivíduo a reconhecer seus erros e perceber que
poderá aperfeiçoar suas habilidades.
Percebemos que, algumas vezes, a motivação dos indivíduos é alterada
com a presença da inveja nas organizações. Alguns indivíduos deixam de realizar
algum trabalho para que não se sintam invejados. Outros, já se dedicam
inteiramente a sua atividade, sem se incomodar com a presença ou não de
invejosos no ambiente organizacional.
A inveja nas organizações deve ser prevenida, porque aos olhos do invejoso, o que é bom se destrói com a maldade.
33
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1994.
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34
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- PASTORE, José. O Ciúme no Trabalho.
Disponível em: < www.josepstore.com.br/artigos/cotidiano/032.htm. 22/03/2004
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I – INVEJA 10
CAPÍTULO II - ORGANIZAÇÃO 15
2.1- A influência da motivação no clima organizacional 17
CAPÍTULO III - INVEJA NAS ORGANIZAÇÕES 19
3.1- Por que há inveja dentro das organizações? 20
3.2- Características do invejoso 23
3.3- Formas preventivas de lidar com a inveja dentro das organizações 26
CAPÍTULO IV-A ADMIRAÇÃO E OUTROS SENTIMENTOS CONFUNDIDOS COM A INVEJA 29
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA
ÍNDICE
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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36
36
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes.
Título da Monografia: A Inveja nas Organizações.
Autor: Paola de Souza Mendes.
Data da entrega: 23 de julho de 2005.
Avaliado por: Fabiane Muniz. Conceito: