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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NA TOMADA DE
DECISÕES DAS EMPRESAS
Por: MONIQUE CRISTINA DA SILVA
Orientadora
Prof.ª LUCIANA MADEIRA
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DO FLUXO DE CAIXA NA TOMADA DE
DECISÕES DAS EMPRESAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Finanças e Gestão
Corporativa
Por: Monique Cristina da Silva
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e a todos que de
alguma forma passaram pela minha
vida e contribuíram para a construção
de quem sou hoje.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a minha família e
amigos, enfim a todos que de alguma
forma tornaram este caminho mais fácil
de ser percorrido, sem medir esforços
para que eu ultrapassasse mais uma
etapa.
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RESUMO
Esta monografia objetivou identificar e demonstrar a importância do fluxo
de caixa na tomada de decisões para as empresas, analisando esta ferramenta
como um instrumento eficaz para quem pretende controlar as entradas e
saídas de seu caixa.
Foram utilizados livros e artigos científicos retirados da internet que
identificassem os benefícios proporcionados às organizações que utilizam este
método de gestão.
O estudo se justifica, pois até bem pouco tempo as empresas não
tinham a obrigatoriedade de apresentar este relatório e muitos empresários não
se interessavam em trabalhar com esta ferramenta, sem ter a noção de como
ela é importante para a sobrevivência e sucesso das empresas, mas á partir de
01/01/2008 pela força da Lei 11638/2007, as empresas com capital aberto ou
com patrimônio líquido maior que R$ 2.000.000,00 (Dois milhões de reais) no
Brasil, passaram a ter esta obrigatoriedade, desta forma o Fluxo de caixa
tornou-se mais um relatório de suma importância na tomada de decisões
gerencial.
Mas, muitas empresas que não estão enquadradas nesta lei não
adotam este demonstrativo por desconhecimento e falta de orientação, desta
forma este trabalho auxiliará essas empresas, comprovando que a
Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC é um grande instrumento de apoio no
processo decisorial, é necessário para a gestão de seus recursos financeiros,
tornando a empresa mais competitiva, e assim evitando a sua falência.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada para formulação do referido estudo foi à
proposta por Vergara (2006). Segundo esta classificação, as pesquisas podem
ser classificadas quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, foi uma pesquisa descritiva e explicativa, pois, visa
identificar e analisar a importância do Fluxo de Caixa para tomada de decisões
nas empresas.
Em relação aos meios, trata se de pesquisa bibliográfica sobre o tema,
na qual será elaborada através de estudo sistematizado, desenvolvido com
base em materiais publicados em livros, artigos, trabalhos científicos e internet,
especializados no assunto.
Esta monografia foi delimitada em apresentar A Importância do Fluxo de
Caixa na Tomada de Decisões das Empresas nos últimos 15 anos.
Os principais autores citados nesta monografia foram: José Eduardo
Zdanowics, livro Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controle
financeiros. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2004; Ademar Campos Filho, livro
Demonstração dos fluxos de caixa: uma ferramenta indispensável para
administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999; e Fábio Frezatti, livro Gestão
do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas, 1997.
Os principais temas pesquisados foram: Fluxo de Caixa; Vantagens e
tipos de Fluxo de Caixa; Como se elaborar um Fluxo de Caixa; e A Importância
do Fluxo de Caixa para a tomada de decisões das empresas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................08
CAPÍTULO I - Fluxo de Caixa...........................................................11
CAPÍTULO II - Planejamento e Elaboração da DFC........................22
CAPÍTULO III – Demonstração do Fluxo de Caixa e o Processo
Decisório...........................................................................................38
CONCLUSÃO...................................................................................40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................42
ÍNDICE..............................................................................................44
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão de curso busca auxiliar as empresas em seu
processo decisório empresarial, apresentando lhes uma ferramenta de suma
eficácia na tomada de decisões, que é o Fluxo de Caixa.
De acordo com Campos Filho (1999), o Fluxo de Caixa é uma
ferramenta de gestão financeira que proporciona uma visão antecipada das
necessidades e recursos, sobras e faltas do caixa de uma empresa, ilustrando
a sua real situação com respostas sólidas no final de um determinado período,
possibilitando o profissional a planejar melhor suas ações futuras, acompanhar
o seu desempenho e ter um controle eficiente de seus recursos.
Nos dias de hoje, no atual mercado competitivo as empresas necessitam
desta ferramenta de análise para que possam conseguir êxito e atingir os
resultados esperados de seus negócios, visto que, a gestão bem feita do caixa
das organizações propicia aos usuários uma fonte segura para melhor elaborar
seus planejamentos financeiros, evitando surpresas futuras. E mesmo
evidenciando todos esses benefícios proporcionados pelo fluxo de caixa,
muitas empresas ainda não implantaram esta ferramenta para o planejamento
e orçamento de seu negócio. (SANTOS, 2011)
O desenvolvimento deste trabalho partiu do princípio de identificar e
analisar a importância do fluxo de caixa para a tomada de decisão empresarial,
objetivando ajudar as empresas que tenham dificuldade em analisar a sua
verdadeira situação financeira ou as que buscam ter um controle eficaz de
entradas e saídas de seus recursos financeiros, e para alcançar tal objetivo
foram definidas algumas etapas como:
- Identificar os objetivos do Fluxo de Caixa;
- Elaborar e demonstrar o Fluxo de Caixa;
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- Analisar a importância do Fluxo de Caixa no processo decisório das
empresas.
O motivo deste tema ter sido escolhido, se dá pela praticidade e
benefícios que a organização adquire ao utilizar esta ferramenta que cada vez
mais, se torna essencial para obter informações precisas na hora de tomar uma
decisão, para solucionar problemas que possam influenciar o setor financeiro
da empresa e de melhor aproveitar as oportunidades surgidas no mercado.
Em função do tempo e dos recursos disponíveis para elaboração, a
abrangência desta monografia ficou restrita e fundamentada em pesquisas
bibliográficas.
Em vista do exposto o propósito deste trabalho foi responder ao seguinte
questionamento:
Qual a Importância do Fluxo de Caixa na Tomada de Decisões das
Empresas?
Na tentativa de responder este questionamento, esta monografia tem
como hipótese que o Fluxo de Caixa é muito importante para o processo
decisório empresarial, pois uma boa administração necessita de informação
para que a atividade da empresa flua de maneira a atingir o lucro, que é o seu
objetivo final. A partir de um fluxo de caixa bem projetado e com harmonia das
entradas e das saídas de recursos financeiros, o administrador possui uma
ferramenta de extrema importância, na qual irá ajudá-lo a tomar as melhores
decisões.
O presente estudo foi apresentado em três capítulos, o primeiro buscou
definir o fluxo de caixa e identificar os seus objetivos, relacionando a visão de
vários autores.
No segundo capítulo foram apresentadas as formas de planejamento e
elaboração do fluxo de caixa, além das análises de seus resultados.
10
Por fim no terceiro capítulo focou-se em demonstrar a importância do
Fluxo de Caixa no processo decisório das empresas, na expectativa de que
cada vez mais as organizações adotem este método eficaz de gestão para seu
caixa.
11
CAPÍTULO I
FLUXO DE CAIXA
1.1- Origens do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa origina-se do termo inglês "cash flow", que significa
orçamento de caixa, refere-se ao montante de caixa recebido e gasto por uma
empresa durante um período de tempo definido, pode estar ligado a um
projeto específico e pode ser denominado também como movimento de caixa,
fluxo de capitais, fluxo monetário e fluxos de recursos financeiros. (WIKIPÉDIA,
2011).
Em Julho de 1988 entrou em vigor a substituição da Demonstração de
Origem e Aplicações de Recursos (Doar) pela Demonstração de Fluxo de
Caixa (DFC) por ser mais fácil para entendimento do usuário, foi normatizada
pelo pronunciamento do Board do Financial Accounting Standards Board
(Fasb) boletim n°95. (SILVA, 2011)
No Brasil passou a se utilizar o Fluxo de Caixa a partir de 1992 com a
revisão da Norma Internacional de Contabilidade – NIC 7, sua utilização não
era de forma obrigatória, mas até mesmo com um aconselhamento da
Comissão de Valores Mobiliário (CVM), e era denominado, até então, de
Demonstração das Mutações na Posição Financeira. (SILVA, 2011)
De acordo com a Lei 11638/2007 a partir de 01.01.2008 a Demonstração
do Fluxo de Caixa (DFC) passou a ser um relatório obrigatório pela
contabilidade para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio
líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) e desta forma torna-
se mais um importante relatório para a tomada de decisões gerenciais.
12
1.2 – Conceitos de Fluxo de Caixa
“O Fluxo de Caixa representa o movimento do numerário diário da
empresa em função dos ingressos e dos desembolsos de caixa”
(ZDANOWICS, 2004, p. 19).
Para Zdanowicz (2004), o fluxo de caixa representa de uma forma
dinâmica a real situação financeira de uma empresa, considerando as
aplicações em itens do ativo e todas as suas fontes de recursos, ele é
denominado como conjunto de entradas e saídas de números ao longo de um
período projetado, é um instrumento de programação financeira que
proporciona a identificação e melhor visualização dos efeitos financeiros das
alternativas de investimento.
Campos Filho (1999) também afirma que o fluxo de caixa de qualquer
empresa tem seu registro e controle de movimentação de forma dinâmica,
expressando as entradas e saídas de recursos financeiros ocorridos em
determinados períodos de tempo.
Já para Sá (1998, p. 11) o fluxo de Caixa é definido como, “o método de
captura de registros dos fatos e valores que provocam alterações no saldo final
de caixa e é apresentado com relatórios estruturados, de forma a permitir sua
compreensão e análise”.
O fluxo de caixa “demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro
que transitou pelo caixa em um determinado período e o resultado de fluxo”, e
evidencia os embolsos e desembolsos de valores monetários no decorrer das
operações que ocorrerão ao longo do tempo nas organizações.
Por meio do fluxo de caixa o empresário tem uma visão completa da
situação financeira da empresa, não apenas do caixa, mas de todas as
disponibilidades da empresa, o que ajuda na redução de riscos e na
antecipação de decisões caso a entidade venha precisar de captação de
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recursos de terceiros, aplicações com as sobras do caixa, gerenciamento de
contas a pagar e a receber, uma vez que, os principais problemas das
pequenas empresas é a falta de visão do caixa. (IUDICÍBUS E MARION, 1999
p. 3)
1.3 – Objetivos do Fluxo de Caixa
De acordo com Zdanowics (2004) o fluxo de caixa tem como principal
objetivo demonstrar as operações financeiras realizadas diariamente no grupo
do ativo circulante, dentro das disponibilidades e que representam o grau de
liquidez, ou seja, seu objetivo é passar uma visão de todas as atividades
desenvolvidas, a projeção das entradas e das saídas de recursos financeiros,
visando diagnosticar a necessidade de controlar recursos ou aplicar os
excessos de caixa em operações mais rentáveis.
“Os objetivos da administração do fluxo de caixa estão relacionados com
a capacidade da empresa em honrar suas obrigações na data do vencimento e
em gerar resultados positivos, em função dos investimentos realizados”.
“Fluxo de Caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem
por objetivo fornecer estimativas da situação de caixa da empresa para
determinado período” que pode ser diário, quinzenal, mensal ou anual ou de
acordo como a política de controle financeiro da empresa (SANTOS, 2001,
p.57).
Conforme Zdanowicz (2004, p. 24) existem outros objetivos que são
considerados para elaboração do fluxo de caixa nas empresas, são eles:
- Programar as entradas e saídas de caixa;
- Desenvolver o uso eficiente e racional do disponível;
- Adaptar o levantamento de recursos financeiros necessários para a execução
do plano geral de operações;
14
- Aplicar da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na
empresa, evitando que fiquem ociosos;
- Facilitar a análise e o cálculo de crédito;
- Projetar e analisar os recursos financeiros da empresa, em termos de
ingressos e desembolsos de caixa, através das informações constantes nas
projeções de vendas, produção e despesas operacionais;
- Cumprir com as obrigações da empresa na data do vencimento;
- Controlar as fontes de recursos que ofertam empréstimos menos onerosos;
- Evitar gastos volumosos pela empresa, em época de baixo encaixe;
- Associar o controle entre os recursos que serão alocados em ativos
circulantes, vendas, investimentos e débitos.
1.4 – Tipos de Fluxo de Caixa
Para Campos Filho (1999) são basicamente três os principais tipos de
fluxo de caixa, são eles; Fluxo de caixa Operacional, Fluxo de Caixa Financeiro
e Fluxo de caixa de investimentos.
1.4.1 - Fluxo de Caixa Operacional:
É o fluxo de caixa que financia as operações da empresa como
reposição de materiais, pagamento de funcionários, todas as entradas
(ingressos) e saídas (desembolsos) diárias. É ele quem mantém a empresa
funcionando.
Os principais ingressos operacionais são as vendas à vista;
recebimento, desconto, caução e cobrança das duplicatas de vendas a prazo
realizadas pela empresa.
Quanto aos desembolsos operacionais podem ser relacionados com as
compras de matérias-primas à vista e a prazo, salários e ordenados com os
encargos sociais pertinentes, custos indiretos de fabricação, despesas
15
administrativas, despesas com vendas, despesas financeiras e despesas
tributárias. (CAMPOS FILHO, 1999)
1.4.2 – Fluxo de Caixa Financeiro:
Neste caso, estamos falando de empréstimos e o devido pagamento
destes. Faz menção à previsão de entrada e saída de recursos monetários da
empresa durante um determinado período. O propósito de uma previsão de
caixa é minimizar o inesperado, o que leva à importância de se ter um ativo
disponível extra para cobrir as variações entre as necessidades monetárias
previstas e as reais. (CAMPOS FILHO, 1999)
1.4.3 – Fluxo de Caixa para Investimentos:
Após o financiamento de toda a operação da empresa e, caso haja,
dependências financeiras, sejam empréstimos, notas promissórias ou algo
relacionado, é possível que haja dinheiro em caixa “sobrando”. Este dinheiro
deveria ser direcionado para investimentos diversos, seja em títulos do governo
ou ações na bolsa de valores, uma vez que dinheiro parado não representa
vantagem alguma para a empresa. Desta forma, se o dinheiro excedente está
em circulação existe uma boa chance de ele retornar em maior volume para a
empresa, caso o investimento tenha sido bem feito. (CAMPOS FILHO, 1999)
1.5 – Itens do Fluxo de Caixa
Zdanowics (2004) descreve os itens do fluxo de caixa como:
- Ingressos: São todas as entradas de caixa e bancos em qualquer período e
as vendas à vista e a prazo;
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- Desembolsos: Compõe-se de compras à vista e a prazo, salários, ordenados,
encargos sociais de mão de obra, compra de itens do ativo permanente,
despesas indiretas de fabricação e despesas operacionais;
- Diferença do período: É o resultado entre os recebimentos e pagamentos da
empresa, comparando período por período a diferença dos ingressos e
desembolso;
- Saldo inicial do caixa: É igual ao saldo final do caixa do período
imediatamente interior;
- Disponibilidade acumulada: É o resultado da diferença do período apurada,
mais o saldo inicial de caixa;
- Nível desejado de caixa: É a determinação do capital de giro líquido
necessário pela empresa em função dos ingressos e desembolsos futuros, ou
seja, é a projeção do disponível para o período seguinte.
- Empréstimos ou aplicações de recursos financeiros: A partir do saldo da
disponibilidade acumulada, poderão ser realizadas aplicações no mercado
aberto quando houver excedente de caixa ou caso haja necessidades de caixa
serão captados empréstimos.
- Amortizações ou resgates de aplicações: amortizações são as devoluções do
principal tomado emprestado, enquanto os resgates de aplicações é o
recebimento do principal.
- Saldo final de caixa: É o saldo inicial de caixa para o período subsequente, ou
seja, é o nível de caixa projetado para o período seguinte.
17
1.6 – Fluxos de Caixa Realizado e Projetado
O relatório de fluxo de caixa pode ser apresentado de dois modos, o
fluxo de caixa realizado e o fluxo de caixa projetado.
1.6.1 Fluxo de caixa realizado
Para Sá (1998, p.13) o fluxo de caixa realizado corresponde “ao
produto final da integração das entradas e das saídas de caixa havidas em um
determinado período”. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de
propiciar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo
projetado.
“Coloca-se como instrumento complementar às demais demonstrações
contábeis, especialmente ao Balanço Patrimonial e a Demonstração de
Resultado do Exercício”. Procura esclarecer e historiar as atividades
operacionais de investimento e de financiamento. (ARAÚJO, HOLANDA,
UCHÔA, 2004. p.14)
Também deve ser considerada a comparação que existe entre os
fluxos de caixa realizado e o projetado, pois possibilita identificar os motivos
das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeções ou por falhas de
gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa permite identificar
as origens de eventuais divergências de valores; funciona como respostas,
gerando informações para a tomada de decisões e para o planejamento
financeiro futuro. (SÁ 1998, p.14)
1.6.2 Fluxo de caixa projetado
“Antecipa as situações futuras de caixa, antevendo pontos críticos que
poderão ser antecipadamente tratados ou situações de excesso de caixa que
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podem ensejar decisões de redirecionamento de recursos.” (ARAÚJO,
HOLANDA, UCHÔA, 2004. p.14)
Para Zdanowicz (2004, p. 23) o fluxo de caixa pode ser elaborado em
função do tempo de sua projeção. A curto prazo para atender às finalidades da
empresa, principalmente, de capital de giro e a longo prazo para fins de
investimento em itens do ativo permanentes. Acrescenta-se que o fluxo de
caixa operacional não é afetado por itens do balanço patrimonial, mas
considera todas as variações de caixa, desde o início do período até o final do
mesmo.
O fluxo de caixa projetado tem como principal função orçar o que a
empresa pretende alcançar em determinado período, para isso ele deve ser
analisado conforme o prazo determinado pela empresa, se curto, a fim de
atender as necessidades de capital de giro da empresa, se longo prazo deve
atender os investimentos em ativos permanentes.
Para Frezatti (1997) o objetivo principal do fluxo de caixa projetado é
informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos
financeiros em determinado período, podendo ser projetado a curto ou em
longo prazo.
Em curto prazo busca-se identificar os excessos de caixa ou a
escassez de recursos dentro do período projetado, para que através dessas
informações se possa traçar uma adequada política financeira, a curto prazo
diferem daquelas que estão disponíveis quando se projeta a longo prazo.
Normalmente, quando se projeta a curto prazo, as principais operações que
vão provocar entradas e saídas de dinheiro já foram realizadas e a empresa
trabalha com relativo grau de certeza dos recebimentos e/ou pagamentos
dentro do período.
Em longo prazo, o fluxo de caixa projetado identifica os possíveis
excessos ou escassez de recursos, o que se conhece são apenas projeções
das operações de ingressos e/ou desembolsos de recursos financeiros, ficando
o fluxo de caixa projetado a longo prazo exposto a eventos estranhos ao
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conhecimento primário por parte da empresa, podendo comprometer as
previsões consideradas.
A longo prazo, visa também obter outras informações importantes, tais
como:
-Determinar o capital em giro no período;
-Determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa;
- Verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários
para custear suas operações;
-Determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa. (IEF = capital
em giro / capital de giro da empresa); entre outros.
1.7 – As Vantagens do Fluxo de Caixa
De acordo com Campos Filho (1999), o Fluxo de Caixa permite
grandes e inúmeras vantagens na gestão como um todo. O fluxo de caixa
gerenciado com eficiência dá a visão do passado para que se possa fazer uma
boa projeção para o futuro. Confrontando as informações que foram projetadas
com as que foram realizadas, podem-se verificar as falhas e variações, as
quais proporcionam oportunidades de melhoria para novos planejamentos.
Como vantagens do fluxo de caixa podem destacar:
- Redução do custo financeiro pela redução da necessidade do Capital
de giro;
- Planejamento de pagamentos em datas certas para não incorrer em
custas financeiras e inadimplência;
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- Planejamento de investimentos quando os dados, mês a mês,
apresentarem índices de crescimento acentuado;
- Ter equilíbrio em relação aos ingressos financeiros e respectivas
saídas de caixa em um determinado intervalo e tempo;
- Permite pelo dimensionamento pretérito as aquisições à vista, com
significativa redução de custos;
- Capacidade de tomar decisões rápidas, fundamentais diante do
surgimento de dificuldades financeiras;
- Quando tem sobra de caixa, pode programar a melhor aplicação e pelo
tempo que permite o fluxo analisado;
- Facilita sobre maneira a identificação daqueles créditos (normalmente
de fornecedores), viáveis ou não, em função de seus custos;
-Permite a justaposição entre níveis elevados de caixa e
compatibilização de volumes de investimento geradores de rentabilidade
interessante;
- Quando necessário e com antecedência, analisar as entidades de
créditos que oferecem financiamentos com menores juros;
- Análise pormenorizada dos ciclos operacionais, normalmente, com o
concurso de uma contabilidade de custos bem estruturada;
- Faculta a empresa liquidar seus compromissos de modo a dispor
permanentemente de uma boa política de crédito;
21
1.8 – O Papel do Administrador Financeiro em Relação à Gestão do
Fluxo e Caixa.
“O fluxo de caixa é um instrumento que permite ao administrador
financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar recursos financeiros
da sua empresa em determinado período”. (ZDANOWICS, 2004, p. 19)
Ainda para Zdanowics (2004), o administrador, tesoureiro e/ou analista
financeiro deverá acompanhar o desempenho dos planos traçados pela cúpula
administrativa e periodicamente atualizá-los.
Pois, o acompanhamento de ingressos e desembolsos do fluxo de caixa
devem estar comprovados por documentos, garantindo a legitimidade das
operações de caixa.
São comprovantes todas as notas fiscais de compra e de venda,
promissórias e os títulos a receber e a pagar.
Para caracterização das despesas devem ser utilizados modelos de
recibos devidamente aprovados pela empresa.
Conforme Santos (2001), o Administrador Financeiro tem como papel
principal, o relativo à tesouraria da empresa, ele deve cuidar efetivamente do
dinheiro, as entradas e saídas, preservando o retorno exigido pelos acionistas.
Por esta lógica é necessário buscar um pleno entendimento da Administração
de Caixa da empresa e o Custo ao qual este fluxo está submetido. A
administração de caixa está intimamente ligada ao ciclo operacional da
empresa e o custo de capital ao financiamento deste ciclo.
Nestes termos, o fluxo de caixa será útil como instrumento de análise
para a tomada de decisões entre as alternativas de investimentos que o
administrador financeiro pretende realizar.
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CAPÍTULO II
PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DA
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA - DFC
2.1 - Planejamento do Fluxo de Caixa
Para Zdanowics (2004) torna-se importante o planejamento do fluxo de
caixa, porque ele indicará antecipadamente as necessidades de caixa para
atendimento dos compromissos que a empresa habitualmente assume com
prazos para serem saldados. Com isso, o administrador financeiro está apto a
planejar com a devida antecedência, os problemas de caixa que poderão vir a
surgir. É dever do administrador financeiro por em funcionamento as
disponibilidades de caixa de forma mais lucrativa e racional, por exemplo, fazer
o pagamento de títulos dentro do prazo de desconto concedido pelo
fornecedor, isto por si só, já justifica o planejamento e o controle eficiente do
fluxo de caixa. Devem ser consideradas as funções planejamento e controle de
todas as atividades operacionais, para que o fluxo de caixa apresente eficiência
durante a sua execução.
O período ideal para se planejar um fluxo de caixa é de no mínimo
três meses, conforme Frezatti, (1999). O fluxo de caixa mensal deverá,
posteriormente, se transformar em semanal e após, este se transformar em
diário. No qual o modelo diário fornece a posição dos recursos em função dos
ingressos e dos desembolsos de caixa, e constitui-se em uma poderosa
ferramenta de planejamento e de controle financeiro para a empresa.
O prazo para planejamento do fluxo de caixa depende de outros fatores
como o ramo de atividade de empresa, se ela dispõe de uma atividade mais
ociosa, o ideal é que a projeção do fluxo de caixa seja mais curta (diário,
semanal, mensal), se essa empresa opera com atividades mais estáveis
poderá optar por uma projeção mais longa (meses, trimestre, anual).
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Dependendo da complexidade da empresa o administrador financeiro deverá
ainda durante o planejamento do fluxo, adotar algumas fases tais como:
estruturação do sistema de informações; definição dos horizontes e dos
objetivos do fluxo de caixa e definição da arquitetura do sistema de informação.
(ZDANOWICS, 2004)
Podendo ser elaborados de várias maneiras, o fluxo de caixa é um dos
instrumentos mais eficientes de planejamento e de controle financeiro. Ele
pode ser elaborado conforme as necessidades ou conveniências de cada
empresa, a fim de permitir que se visualizem as entradas de recursos e as
respectivas saídas. (FREZATTI, 1999).
Zdanowics, 2004 diz que, para a elaboração do fluxo de caixa deve-se
começar pelo planejamento, pois é através dele que administrador financeiro
projetará as necessidades de recursos para um determinado período, com isso
ele poderá executar aplicações em curto prazo com base na liquidez, na
rentabilidade e nos prazos de resgates.
2.2- Elaboração do Fluxo de Caixa
Para a elaboração efetiva do fluxo de caixa, a empresa necessita dispor
internamente de informações organizadas que sejam capazes de proporcionar
a visualização das contas a receber, contas a pagar e de todos os
desembolsos geradores dos custos fixos. Utilizando a ferramenta de gestão a
organização obterá essas informações auxiliares, cuja forma dependerá do tipo
da empresa, do seu porte e disponibilidade financeira. (SANTOS, 2011)
Segundo Campos Filho (1999) “a fase de elaboração do fluxo de caixa é
de todas, a mais trabalhosa”. Pois durante essa fase é que são traçados alguns
pré-requisitos, as quais se contemplam as seguintes informações: A definição
da metodologia de projeção; coleta de informações; definição do formato do
fluxo de caixa e; compilação dos dados. Após definir esses pré-requisitos o
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fluxo de caixa operacional tomará forma, estando dividido em duas partes
compostas por as entradas (recursos captados pela empresa e receitas das
operações de vendas) e as saídas (gastos existentes na empresa e retiradas).
Conforme Cavalcante (2011), Para elaborar o Fluxo de Caixa torna-se
necessário tomar alguns cuidados, tais como:
- Conhecer em detalhes o ciclo financeiro da empresa (prazos de
pagamentos e recebimentos);
- Manter os Controles Auxiliares em dia, tais como: Controle Bancário,
controle de recebimento de clientes, controle de pagamento de fornecedores,
controle de pagamento de despesas e o controle de movimento de caixa;
- Manter os valores das estimavas das entradas e saídas caixa sempre
atualizados. Todos os valores lançados no Fluxo de Caixa deverão ser reais;
Para os empreendedores que estão implantando a ferramenta de fluxo
de caixa em sua organização pela primeira vez, Cavalcante passa algumas
dicas de suma importância para seu desenvolvimento eficaz;
- Procurar programar as entradas e saídas de caixa num período de
tempo mais curto, do tipo uma semana no máximo um mês;
- Atualizar os valores a cada dia que passarem correspondentes às
entradas e saídas de recursos financeiros;
- Atentar-se com os dez primeiros dias do mês, pois neste período o
desencaixe financeiro tende a ser maior, por causa da folha de pagamento,
tributos e outras despesas que tenha vencimento nesta época;
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- Acompanhar o ciclo financeiro da empresa e na medida do possível
mantê-lo o menor possível. Lembrando que o ciclo financeiro é soma do prazo
de recebimento com prazo de estocagem deduzindo o prazo de pagamento;
- Na elaboração do Fluxo de Caixa, levar em consideração os períodos
de sazonalidade quando for o caso;
- Para assumir novos compromissos com fornecedores ou outros
credores consulte o seu Fluxo de Caixa e verifique se as datas dos
vencimentos destes novos compromissos não coincidem com períodos críticos
em termos de saída de Caixa.
De acordo com Zdnowics (2004), pode-se elaborar o “fluxo de caixa a
partir das informações recebidas dos diversos departamentos, setores, seções
da empresa, de acordo com o cronograma atual, o departamento ou gerência
financeira”.
Para ele são úteis na elaboração do fluxo de caixa, as informações ou
estimativas, segundo os períodos de tempo, tais como:
- Projeção das vendas, considerando as prováveis proporções entre as
vendas à vista e as vendas a prazo da empresa;
- Estimativa de compras e as condições oferecidas pelos fornecedores;
- Levantamento das cobranças efetivas com os créditos a receber de
clientes;
- Determinação dos períodos do fluxo de caixa, de acordo com as
necessidades, dimensão, ramo de atividades e organização da empresa;
- Orçamento das demais entradas (ingressos) e saídas (desembolsos)
de caixa para o período.
26
Ainda de acordo com Zadanowics (2004), para se fazer um fluxo de
caixa, deve-se conhecer todas as receitas e suas datas de entrada e todas as
despesas e seus vencimentos.
As receitas são: vendas à vista, recebimento de vendas a prazo,
aumento de capital social, vendas dos itens do Ativo Permanente, receita de
aluguéis e resgate de aplicações no mercado financeiro.
As despesas são: amortização dos empréstimos e/ou financiamentos e
custos para financiar o ciclo operacional da empresa (aluguel, mão-de-obra,
matéria-prima, luz, telefone, água) e etc.
Figura 1. Fluxo de Caixa Diário
FLUXO DE CAIXA Setembro
1 2 3 4 5 6 7 8 TOTAL
SAÍDAS TOTAIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RECURSOS HUMANOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SALÁRIOS 0,00
OUTROS 0,00
PAGTO CONTRATOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
xxxx 0,00
xxxx 0,00
xxxx 0,00
TRIBUTOS EMPRESA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
INSS 0,00
FGTS 0,00
OUTROS 0,00
TRIBUTOS RETIDOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
IR 0,00
INSS 0,00
OUTROS 0,00
GASTOS DA EMPRESA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
CAIXA PEQUENO 0,00
LUZ 0,00
ÁGUA 0,00
TELEFONE FIXO 0,00
27
OUTROS 0,00
MATERIAL USO INTERNO 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
MATERIAL ESCRITÓRIO 0,00
MATERIAL DE LIMPEZA 0,00
OUTROS 0,00
VEÍCULOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
IPVA 0,00
MULTAS 0,00
OUTROS 0,00
DESPESAS VIAGENS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
AGÊNCIA TURÍSMO 0,00
HOTEIS 0,00
OUTROS 0,00
BANCOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TRANSFERÊNCIAS 0,00
LEASING 0,00
OUTROS 0,00
PAGTOS FORNECEDORES 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
xxxx 0,00
xxxx 0,00
TRANSPORTADORAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
JAMEF 0,00
BRASPRESS 0,00
OUTROS 0,00
ENTRADAS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
BANCOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 DEV. EMPRES/ADINTAMENTO FUNCIONÁRIO 0,00
ESTORNOS 0,00
OUTROS 0,00 RECEBIMENTOS CONTRATOS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
xxxx 0,00
xxxx 0,00 RECEBIMENTOS COMERCIAIS 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
xxxx 0,00
xxxx 0,00
SALDO DO DIA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SALDO ANTERIOR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SALDO REAL 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Fonte: Própria
29
Figura 3. Fluxo de Caixa Mensal
I T E N S MESES
JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL 1. INGRESSOS Vendas de mercadorias à vista Vendas de mercadorias a prazo Venda de veículo Aumentos de capital social Aluguéis a receber Receitas financeiras SOMA 2. DESEMBOLSOS Compras de mercadorias à vista Compras de mercadorias a prazo Salários com encargos sociais Despesas administrativas Despesas com vendas Despesas tributárias Despesas financeiras Aluguéis a pagar Compras de material de consumo Compra de microcomputador Contraprestações de arrendamento mercantil SOMA 3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1 - 2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (± 3 + 4) 6. NÍVEL DESEJADO DE CAIXA PROJETADO
30
7. EMPRÉSTIMOS A CAPTAR 8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS
10. RESGATES DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS 11. SALDO FINAL DE CAIXA PROJETADO
Fonte: Zdanowicz, (2004)
Segundo Frezatti (1997) na elaboração do fluxo de caixa se utiliza
também mapas auxiliares que são muito úteis, para alimentar dados seguros
no fluxo de caixa, são eles:
- Planilha de recebimento de vendas a prazo;
- Planilha de recebimento de vendas a prazo com atraso;
- Planilha de pagamentos das compras a prazo;
- Planilha de recebimentos;
- Planilha de projeção das compras;
- Planilha de pagamentos;
- Planilha de despesas administrativas.
A elaboração do fluxo de caixa depende de vários fatores como o tipo de
atividade econômica, o porte da empresa, o processo de produção e/ou
comercialização.
Os responsáveis pela alimentação dos dados do fluxo de caixa devem
estar conscientes da exatidão de suas informações, pois os dados deverão ser
os mais corretos possíveis, devem ser fornecidos com clareza e confiabilidade,
para assim, ser obtida a informação da situação mais próxima em que a
empresa se apresenta. (FREZATTI, 1997)
31
Conforme Zdanowics (2004), para elaboração do fluxo de caixa é
importante considerar as oscilações que venham a ocorrer e que irão implicar
em ajustes nos valores projetados, mantendo assim a flexibilidade desse
instrumento de trabalho.
2.2.1 Métodos de Elaboração de Fluxo de Caixa
Segundo Campos Filho (1999), existem dois métodos para se elaborar
um fluxo de caixa, que são através do método direto ou do método indireto, a
diferença entre eles, está limitada somente aos fluxos das atividades
operacionais. Os fluxos de investimentos e financiamentos são iguais.
Figura 4. Método Direto e Método Indireto
Fonte: (Sá, 1998, p.36)
EntradasOperacionais
SaídasOperacionais
Lucro Líquido
Ajustes
Geração Interna de Caixa
Geração Operaci-onal de Caixa
Fluxo Operacional
Geração Não Ope-racional de Caixa
Variação do Disponível
MenosMais / Menos
Igual
Mais / Menos
Igual
Igual
Mais / Menos
Mét
od
o D
iret
oM
étod
o In
direto
32
2.2.2 Método Direto
De acordo com Sá (1998) no método direto o fluxo de caixa é elaborado
a partir das movimentações ocorridas diretamente, este método é caracterizado
por apresentar os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos
para os itens mais significativos que tenham provocados entradas ou saídas de
disponibilidades, ou seja, dos recebimentos e dos pagamentos.
Para Campos Filho (1999) o método direto é de mais fácil compreensão
pelos usuários, pois ele demonstra os principais fluxos de entrada e de saída
de caixa em linhas separadas, possibilitando ao usuário que faça o confronto
das informações.
A sua vantagem está em permitir a geração das informações com base
em critérios técnicos, eliminando qualquer interferência da legislação fiscal.
Este método facilita ao usuário avaliar a solvência da empresa, pois evidencia
toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos recursos de
caixa e onde eles foram aplicados.
Também há a segurança de que todos os valores que passaram pelo
caixa foram registrados e a certeza da qualidade das informações obtidas com
as contrapartidas da conta caixa.
Campos Filho (1999) apresenta as vantagens e desvantagens da
utilização do método direto de elaboração do fluxo de caixa, como:
2.2.2.1 Vantagens do método direto
- Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e
pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais.
- Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais
rapidamente nas empresas.
- As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente.
33
2.2.2.2 Desvantagens do método direto
- O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos.
- A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira
em usar partidas dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos.
Figura 5. Fluxo de Caixa – Método Direto
INGRESSO DE RECURSOS Recebimento de Clientes
Pagamento a Fornecedores
Despesas de vendas/administrativas/ Gerais
Imposto de Renda
Dividendos Recebidos
Ingresso de Recurso Financeiros provenientes das Operações
Resgate de Investimentos Temporários
Recebimento por Venda de Investimentos
Recebimento por Venda de Imobilizado
Ingresso de Novos Empréstimos
Integralização de Capital
Total dos ingressos de Recursos Financeiros
DESTINAÇÃO DE RECURSOS
Integralização de Capital Cia. X
Aquisição de Bens do Ativo Imobilizado
Aplicação no Ativo Diferido
Pagamento de Dividendos
Pagamento de Empréstimos
Total das Destinações de Recursos Financeiros
Variação Líquida de Caixa
Saldo de Caixa em 31-12-X0
Saldo de Caixa em 31-12-X1
Fonte: FASB
34
2.2.3 Método Indireto
Ainda de acordo com Campos Filho (1999) no método indireto, o fluxo
de caixa líquido das atividades operacionais é elaborado a partir do resultado
do lucro ou prejuízo líquido do exercício, ajustados pelos efeitos das
transações que não afetam o caixa, como depreciação, deferimentos e
provisões, lucros ou prejuízos cambiais não realizados, lucros não distribuídos
de investidas e interesses minoritários, variações ocorridas no período nos
estoques e nas contas a receber e a pagar e, todos os outros itens de receita e
despesa relativos a fluxos de caixa de atividades de investimento e
financiamento, todos os outros itens de receitas e despesas relativos a fluxos
de caixa de atividades de investimento e financiamento.
O método indireto é caracterizado pela apresentação do fluxo de caixa
líquido oriundo da movimentação líquida das contas que influenciam na
determinação dos fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como
estoques, contas a receber e contas a pagar, além da movimentação líquida
das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades
de investimentos e de financiamentos, a partir das disponibilidades geradas
pelas atividades operacionais, ajustadas pelas movimentações dos itens que
não geram caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo
permanente etc. (SÁ, 1998)
As vantagens e desvantagens do método indireto apresentas por
Campos Filho (1999), são:
2.2.3.1 Vantagens do Método Indireto
- Apresenta custo baixo. Precisa somente utilizar dois balanços
patrimoniais, o do início e do final do período, a demonstração de resultados e
algumas informações adicionais obtidas na contabilidade.
- Faz a conciliação do lucro contábil com o fluxo de caixa operacional
líquido, mostrando como é a composição da diferença.
35
2.2.3.2 Desvantagens do método indireto
- Necessita de tempo para gerar as informações pelo regime de
competência e só depois convertê-las para regime de caixa. Se isso for feito
uma vez por ano pode-se ter surpresas desagradáveis e tardiamente.
- Se houver interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e
geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.
Figura 6. Fluxo de Caixa– Método Indireto
ORIGENS
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação e Amortização
Variações Monetárias de empréstimos e financiamentos a longo prazo
(-) Participação no lucro da controlada, menos dividendos
Lucro na Venda de Imobilizado
Correção Monetária
(+) Aumento em Fornecedores
Aumento de Contas a Pagar
Aumento em Imposto de Renda
(-) Aumento em Conta a Receber (líquido)
Aumento em Estoque
Aumento em despesa do Exercício seguinte
Caixa Gerado pelas Operações
Resgate de Investimentos temporários
Venda de Investimentos
Integralização de Capital
Novos Empréstimos
Total de Ingresso de Disponível
APLICAÇÕES
Integralização da Capital em outra CIA.
Aquisição de Imobilizado
Aplicação no Diferido
Pagamento de Dividendos
Total das Aplicações de Disponível
Saldo Inicial
Saldo Final de Disponível
36
Fonte: FASB
2.3- Transações que Afetam a Elaboração da DFC
Segundo os autores Iudícibus e Marion (1998) e Zdanowics (2004), as
principais transações que aumentam e diminuem o disponível, para fins de
elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa são:
2.3.1 Transações que aumentam o caixa (disponível)
- Integralização do capital pelos sócios ou acionistas;
- Empréstimos bancários e financeiros;
- Venda de itens do Ativo Permanente;
- Vendas à vista e recebimento de duplicatas a receber;
-Outras entradas, como: juros recebidos, dividendos recebidos,
indenizações de seguros, etc.
2.3.2 Transações que diminuem o caixa (disponível)
- Pagamento de dividendos aos acionistas;
- Pagamento de juros, correção monetária da dívida e amortização da
dívida;
- Aquisição de itens do Ativo Permanente;
- Compras à vista e pagamento de fornecedores;
- Pagamento de despesa/custo, contas a pagar e outros.
2.3.3 Transações que não afetam o caixa
- Depreciação, amortização e exaustão. São meras reduções de Ativo,
sem afetar o caixa;
- Provisão para devedores duvidosos. Estimativa de prováveis perdas
com clientes que não representa o desembolso ou encaixa;
37
- Acréscimo (ou diminuição) de itens de investimentos pelo método de
equivalência patrimonial. Assim como correção monetária, poderá haver
aumentos ou diminuições em itens de investimentos sem significar que houve
vendas ou novas aquisições.
38
CAPÍTULO III
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA E O
PROCESSO DECISÓRIO
3.1 – A Importância do Fluxo de Caixa no Processo Decisório das
Empresas
A Demonstração de Fluxo de Caixa é uma ferramenta de suma
importância para as empresas, é peça fundamental e indispensável nas
estratégias para a tomada de decisão e tem a função de sinalizar os rumos
financeiros da organização. Na atualidade, as empresas brasileiras têm pouca
estabilidade, o que levam os empresários e administradores a busca constante
de estratégias e ferramentas que lhes proporcionem o número máximo de
informações possíveis para tomar as decisões corretas. (SANTOS, 2011)
Conforme Sá (1998) é através do fluxo de caixa que muitas empresas
têm administrado as suas operações financeiras, com os dados fornecidos
podem obter um melhor planejamento, pois elas conseguem saber a sua
capacidade de cumprir com as suas obrigações e onde aplicar os seus
recursos. Os gestores atuais necessitam disso, de um instrumento que
possibilite planejar e não reagir a situações emergentes.
Segundo Zdanowics (2004), “de nada adianta efetuar projeções de fluxo
de caixa se o mesmo não for utilizado como ferramenta básica no processo
decisório”. O fluxo de caixa deve ser projetado para se saber às necessidades
futuras, ele indicará a o excesso ou falta de recursos em determinado período e
a avaliação desses resultados, permitirá que as empresas tomem as
providências em tempo hábil e projete novamente seu fluxo de caixa em função
das novas situações.
39
De acordo com Santos (2001) a importância da revisão e análise
minuciosa do fluxo de caixa se dá pela busca das empresas de aferir
resultados reais e com clareza, pois através de uma adequada gestão de caixa
podemos reduzir a necessidade de capital de giro, proporcionando maiores
lucros em função, principalmente, da redução das despesas financeiras.
Zdanowics (2004) afirma que entre os principais benefícios da
Demonstração do Fluxo de Caixa, destaca-se a importância quanto aos
usuários dessas informações poderem fazer análises quanto à capacidade da
empresa em honrar seus compromissos, pagar dividendos e empréstimos
obtidos; à liquidez, solvência e flexibilidade financeira; à aplicação dos
excessos de caixa da empresa, escolhendo as melhores alternativas de
investimento; ao grau de precisão das estimativas passadas de fluxos de caixa,
permitindo ao administrador visualizar a adequação ou não das decisões
tomadas com reflexos monetários; ao desempenho operacional; ao efeito das
transações de investimento e financiamento sobre a posição financeira; à
capacidade de gerar futuros fluxos líquidos positivos de caixa; entre outras
contribuições.
40
CONCLUSÃO
Esta monografia se propôs a evidenciar a importância do fluxo de caixa
na tomada de decisões das empresas. O assunto abordado é de grande valia
para as organizações e seus gestores, uma vez que este mecanismo oferece
facilidade e praticidade na sua elaboração e análise por ser acessível e de fácil
entendimento, além de oferecer muita segurança nas decisões.
Ao final deste estudo pôde-se perceber que nos dias atuais a
Demonstração do Fluxo Caixa – DFC é uma das ferramentas mais importante
no processo decisório empresarial, ela auxilia as empresas a conhecerem
antecipadamente qual será o saldo de suas transações, propiciando um melhor
planejamento para cumprir com suas obrigações financeiras, evitando faltas e
excessos.
Observa-se que, as empresas bem estruturadas desfrutam de dois tipos
de fluxos de caixa: Um projetado, baseado nas hipóteses de o que pode
ocorrer de entradas e saídas do caixa no futuro e outro real com o que
efetivamente aconteceu de recebimentos e pagamentos no dia a dia, no qual o
primeiro é baseado no segundo.
O administrador financeiro através do fluxo de caixa pode planejar suas
ações da melhor forma possível, seu papel é fundamental no controle das
informações para a gestão eficaz do caixa da empresa, ele é quem vai buscar
medidas para determinar o nível desejado de caixa, considerando os fatores
que o influencia.
Conclui-se que, as empresas as quais utilizam ou venham a utilizar de
forma eficiente e eficaz a ferramenta fluxo de caixa, podem evidenciar seu
desempenho e se antecipar ao futuro, elas saberão identificar quando
aconteceram ou vão acontecer às flutuações de dinheiro e as possibilidades
41
envolvidas, e assim ir adequando os ingressos e desembolsos provenientes de
compra e venda.
O fluxo de caixa é essencial para saúde financeira das organizações, um
fluxo de caixa mal gerido é o fator que na maioria das vezes leva as empresas
ao seu fracasso.
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Fábio C. B. P., HOLANDA, Maria M. e UCHÔA, Norma. Fluxo de
Caixa – Importância, Composição e Aplicação nas empresas. Universidade do
Grande Rio em Fortaleza, 2004.
CAMPOS FILHO, Ademar. Demonstração dos fluxos de caixa: uma ferramenta
indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
CAVALCANTE, José Carlos. Fluxo de Caixa e Custos. Disponível em
http://www.sebrae.com.br. Acesso em 14 de Setembro / 2011.
FREZATTI, Fábio. Gestão do fluxo de caixa diário. São Paulo: Atlas, 1997.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José C. Introdução a Teoria da Contabilidade.
São Paulo; Atlas, 1999;
LEI 11638/2007 - Demonstração do Fluxo de Caixa. Disponível em
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ademonstracaodosfluxos
Acesso em 20 de Agosto / 2011.
SÁ, Carlos Alexandre de. Gerenciamento do fluxo de caixa. São Paulo: Top
Eventos, 1998.
SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média
empresa. São Paulo: Atlas, 2001.
SANTOS, Ivan. Fluxo de Caixa Financeiro. Disponível em
http://www.ivansantos.com.br. Acesso em 14 de setembro / 2011
43
SILVA, Amado Francisco. Fluxo de Caixa. Disponível em
http://www.metodista.br/ppc/revista-ecco/revista-ecco-01/fluxo-de-caixa.
Acesso em 25 de Agosto / 2011.
WIKIPEDIA. Definição de Fluxo de Caixa. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluxo_de_caixa. Acesso em 2011.
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e
controle financeiros. 10. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2004.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
44
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
FLUXO DE CAIXA 11
1.1 – Origens do Fluxo de Caixa 11
1.2 – Conceito de Fluxo de Caixa 12
1.3 – Objetivos do Fluxo de Caixa 13
1.4 – Tipos de Fluxo de Caixa 14
1.4.1 - Fluxo de Caixa Operacional 14
1.4.2 – Fluxo de Caixa Financeiro 15
1.4.3 – Fluxo de Caixa para Investimentos 15
1.5 – Itens do Fluxo de Caixa 15
1.6 – Fluxos de Caixa Realizado e Projetado 17
1.6.1 Fluxo de caixa realizado 17
1.6.2 Fluxo de caixa projetado 17
1.7 – As Vantagens do Fluxo de Caixa 19
1.8 – O Papel do Administrador Financeiro em Relação
a Gestão do Fluxo e Caixa. 21
CAPÍTULO II
PLANEJAMENTO E ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO
DO FLUXO DE CAIXA – DFC 22
2.1 - Planejamento do Fluxo de Caixa 22
2.2- Elaboração do Fluxo de Caixa 23
2.2.1 Métodos de Elaboração de Fluxo de Caixa 31
2.2.2 Método Direto 32
2.2.2.1 Vantagens do método direto 32
2.2.2.2 Desvantagens do método direto 33
2.2.3 Método Indireto 34
2.2.3.1 Vantagens do Método Indireto 34
45
2.2.3.2 Desvantagens do método indireto 35
2.3- Transações que Afetam a Elaboração da DFC 36
2.3.1 Transações que aumentam o caixa (disponível) 36
2.3.2 Transações que diminuem o caixa (disponível) 36
2.3.3 Transações que não afetam o caixa 36
CAPÍTULO III
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA E O PROCESSO
DECISÓRIO 38
3.1 - A Importância do Fluxo de Caixa no Processo Decisório
das Empresas 38
CONCLUSÃO 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 42
ÍNDICE 44