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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL PLATAFORMA COMO FORMA DE PROTEGER OS
RECURSOS HÍDRICOS LOCAIS
Profa. Moselene Costa dos Reis
Orientador Prof. Celso Sanchez
SALVADOR 2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL PLATAFORMA COMO FORMA DE PROTEGER OS
RECURSOS HÍDRICOS LOCAIS
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Educação Ambiental, por Moselene Costa
dos Reis.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pela força que ele
me deu, a meu pai, aos meus amigos que me ajudaram
Domingos Filho e Claudia Machado, ao meu tutor Celso
Sanchez, pelo carinho com que tem dispensado para
ajudar-me na elaboração da minha monografia.
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia aos meus alunos do Colégio
Estadual de Plataforma, que com toda sua dedicação e
empenho ajudaram-me a construir esta monografia com os
seus trabalhos de campo.
MENSAGEM
“O grande problema está em como poderão os oprimidos,
que hospedam o opressor em si, participar da elaboração,
como seres duplos, inautênticos, da pedagogia da sua
libertação”.
Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido, 1984)
RESUMO
O objetivo deste trabalho é estudar o ciclo de água, sua utilização e
conservação, dando ênfase aos problemas ambientais, mostrando conseqüências a
curto e longo prazo da má utilização dos recursos naturais pelos habitantes do bairro
de Plataforma. E a partir disso promover uma conscientização ambiental dessa
população através dos alunos do Colégio Estadual Plataforma.
METODOLOGIA
O estudo abrangerá uma revisão bibliográfica sobre as várias utilizações da
água, conservação e tratamento da água e esgoto. Dando ênfase ao aspecto
ambiental será realizado um estudo sobre as atuais e futuras conseqüências da má
utilização da água. Em paralelo será realizado um trabalho de conscientização e o
uso racional da água para algumas turmas do ensino médio na Escola Estadual
Plataforma.
O trabalho se desenvolve principalmente através da pesquisa em fontes
diversas como livros, revistas, jornais e internet. A parte prática foi desenvolvida
através de pesquisas, exibição de filmes, trabalhos e visitas que foram realizadas
com algumas turmas do ensino médio, sendo feita uma avaliação pelos próprios
alunos sobre a iniciativa adotada que culminou com experiências que foram
sugeridas para serem adotadas na própria escola.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
Capítulo 1 – A Água no Mundo 11
1.1 – A Bacia do Cobre 17
1.2 – Educação Ambiental 23
Capítulo 2 - A Importância da Educação Ambiental 25
2.1 – Valores da Educação Ambiental 27
2.2 - A Educação Ambiental na Escola 28
2.3 – Princípios Gerais da Educação Ambiental 29
Capítulo 3 – Formando Cidadãos Conscientes 31
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 39
ANEXO 41
INTRODUÇÃO
A água parece ser um recurso natural abundante, porém apenas 3% de toda
água do planeta, é potável e sua utilização não sustentável poderá causar a
escassez no futuro.
Diante deste quadro somado a falta de saneamento básico, em especial na
periferia, torna a situação mais um problema de ordem pública. A falta de
conhecimento leva ao uso irracional dos recursos naturais como a água. Os alunos
sendo educados ambientalmente poderão levar as experiências e os conhecimentos
adquiridos em sala de aula, a sua comunidade minimizando alguns problemas que
são agravados por eles próprios.
A educação ambiental é uma ferramenta importante para a manutenção e
preservação dos recursos naturais. O racionamento de água em algumas localidades
são exemplos e reflexos do uso irracional desses recurso. A quantidade de água no
planeta não está diminuindo. Porém é cada vez mais difícil encontrá-la potável. As
reservas conhecidas estão sofrendo com a poluição e tornando os custos de
tratamento mais dispendiosos.
O fornecimento do conhecimento por meio de fontes diversas (filmes, revistas,
livros, internet e debates) sobre as conseqüências desta má utilização despertará o
interesse do aluno que será importante para a multiplicação deste e formação de
uma geração mais consciente.
Por este motivo, é que o tema desta monografia se baseia na importância do
estudo da educação ambiental para conscientizar os alunos do Colégio Estadual
Plataforma como forma de proteger os recursos hídricos locais, ou seja, o uso
sustentável da água.
Por este motivo, esta monografia tem como objetivos primordiais; Estudar o
ciclo da água, sua utilização e conservação, enfatizando os problemas ambientais,
mostrando conseqüências a curto e longo prazo da má utilização dos recursos
naturais; Avaliar as conseqüências da má utilização da água e sua influência na vida
das pessoas, aplicando atitudes de conservação da água na escola e avaliando
como as pequenas atitudes ajudam na conservação dos recursos hídricos.
A partir deste trabalho, haverá a formação de cidadãos mais conscientes de
seu papel no que tange a preservação do recurso hídrico. A experiência em sala de
aula abrirá novos caminhos para que sejam adotados por outras turmas e ampliadas
em novos temas.
CAPÍTULO 1
A ÁGUA NO MUNDO
O mundo está descobrindo que a escassez de água não é uma questão
exclusiva de quem mora em regiões desérticas. Guerras por fontes de energia –
como o petróleo – já se tornaram corriqueiras. Neste século, a água está se tornando
a questão central por trás dos grandes conflitos no planeta. E isso, embora soe
exótico para a maioria dos brasileiros, deveria nos preocupar também. Um novo
estudo sobre a crise da água divulgada pela ONU, voltado especificamente para os
países da Bacia do Rio da Prata (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia),
afirma que no Brasil, os conflitos entre usuários de diferentes recursos hídricos estão
aumentando.
O Brasil é um país privilegiado num planeta sedento. Tem cerca de 14% de
toda a água doce que circula pela superfície da terra. Mas a distribuição dessa
abundância é desigual. Cerca de 80% da água disponível está na Bacia Amazônica,
daí a preocupação dos especialistas da ONU com a Bacia da Prata. A maior parte da
população – e da atividade econômica – do país está em grandes centros urbanos
dessa bacia onde a oferta de líquido potável é cada vez mais escassa. A maior
cidade do país, São Paulo, está perto do limite. O volume de água de rios e represas
disponível hoje é praticamente igual à demanda da população. A metrópole, de certa
forma, já importa água. As represas da região metropolitana, abastecidas por
nascentes como a do Centro Artemísia, só dão conta de metade do consumo da
cidade. O resto é bombeado da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, cujas
águas naturalmente correriam pelo interior do estado ao longo da cidade. Estudos
demonstram que é preciso buscar novas fontes de água para a cidade. Caso
contrário, em cinco anos faltará água na região. Em São Paulo existe um projeto de
ampliar a estação que vai buscar água explorando a região do Alto Rio Tietê, a 36
km da capital, a última fonte possível para os paulistanos. Se o consumo continua
crescendo no ritmo atual, será preciso buscar mais água até 2025. Ela deverá ser
captada no interior ou até em outros Estados, o que tornará tudo mais caro.
A disputa pela água no Brasil já vai muito além dos casos conhecidos no
Agreste nordestino. O estudo da ONU menciona conflitos pelo uso da água dos rios
Paraíba do Sul, Piracicaba, Capivari – na Região Sudeste. “Na Região Sul, as áreas
de conflito mais visível resultam da demanda para irrigar campos de arroz e da
degradação da qualidade da água, especialmente nas áreas de criação intensiva de
gado”. A disputa afeta cidades como Santo Antônio da Patrulha, Gravataí, Alvorada
e Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre. A área que reúne 650 mil
habitantes, é abastecida pelo Rio Jacuí. No verão, a estiagem faz a vasão do rio cair
40%. Plantadores de arroz, situados acima dos pontos de captação de água para as
cidades, aumentam o bombeamento para irrigar suas lavouras. O resultado é que as
cidades ficam sem água nos anos mais críticos, o Ministério Público precisa intervir
para garantira prioridade da população.
Os países debatem hoje a melhor forma de gerenciar a água, um recurso cada
vez mais escasso. A tendência mundial é recorrer à iniciativa privada. Em 1980, o
mundo tinha 12 milhões de domicílios atendidos por concessionárias privadas. Hoje,
são 600 milhões. A Inglaterra, a França e o Chile foram pioneiros. Quase todo o
negócio mundial de gestão está nas mãos de duas empresas francesas. A maior
delas, a Veolia, faturou US$ 13 bilhões no ano passado. A segunda, a Suez, ganhou
US$ 7,5 bilhões em negócios com água. O setor apresenta grandes oportunidades.
O banco de investimentos JP Morgan calcula que as concessões municipais de água
geraram USS$ 465 bilhões em 2006. Até 2015, segundo o JP Morgan, o negócio
deverá envolver US$ 1,2 trilhão.
Os defensores da privatização afirmam que só ela é capaz de gerar recursos
para a exploração e gestão da água. Trata-se de um fator essencial no caso de
países como o Brasil, onde o desafio ainda é garantir água tratada para todos. Hoje,
10,7% dos domicílios do país não têm água encanada e 23,3% não contam com
rede de esgotos. O Ministério das Cidades, estima que seria preciso investir R$ 178
bilhões para que os brasileiros tenha água e esgoto até 2020. O modelo de
privatização ainda precisa de ajustes. Há seis anos o governo do Amazonas
licenciou para a Suez o abastecimento de Manaus o serviço ainda está longe do
ideal. Cerca de 15% da população não recebe água em casa e 230 mil pessoas
recebem água menos de 12 horas por dia. Mais de 90% da população não tem
tratamento de esgoto e a tarifa é considerada elevada.
Privatizando ou não o serviço de fornecimento, a escassez crescente tornará
inevitável estabelecer um preço para a água que vem dos cursos naturais, como rios
e lagos. No Brasil, há iniciativas como o Comitê de Bacia do Rio Paraíba do Sul, uma
região que concentra indústrias entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Há quatro anos,
as empresas instaladas na região pagam para tirar água do rio e para devolvê-la à
rede de esgoto. Quanto mais poluída estiver a água, maior o preço. Isso incentivou a
implantação de métodos mais eficientes para usar o recurso, diminuindo o consumo
e aumentando o índice de reutilização de água. “O objetivo de cobrar pela
capacitação, pelo consumo e pelo lançamento da água não é arrecadar fundos para
resolver o saneamento, mas criar uma cultura em relação a esse tema”, diz a
secretário – executiva do Comitê da Bacia do Rio Paraíba do Sul, Maria Aparecida
Vargas.
Cuidar da gestão da água é essencial para garantir os recursos necessários ao
crescimento econômico. Basta analisar a experiência da China. O país que resgatou
milhões de pessoas da miséria nos últimos anos, agora enfrenta os limites de seus
recursos hídricos. Para sustentar a superpopulação de 1,3 bilhão de habitantes e o
consumo crescente das indústrias, a China usa água de forma insustentável – e
paga o preço. Os lençóis subterrâneos da capital, Pequim, diminuem 2 metros por
ano. Um terço dos poços da região metropolitana secou. A agricultura também está
comprometida. Na região que se estende ao norte de Xangai, ao norte de Pequim,
responsável pela produção de 40% dos grãos chineses, lençol freático cai a uma
taxa média de 1,5 metros por ano. Os fazendeiros do norte enfrentam perdas tanto
pela exaustão dos aqüíferos quanto pelo desvio da água para cidades e indústrias. A
demanda levou a China a construir canais para transpor as águas do Rio Yang –Tsé
para o Rio Amarelo. A obra, de US$ 60 bilhões, é considerada uma das maiores do
mundo.
A China também paga pela poluição de seus poucos recursos hídricos. Estima-
se que 70% dos rios locais estejam poluídos cerca de 96% da população rural
despeja seu lixo a céu aberto. A sujeira é carregada pelas chuvas, elevando o
número de doenças. Hoje 320 milhões de chineses bebem água com detritos
animais e altas doses de arsênio causador de problemas na pele, cânceres e
doenças circulatórias -, de acordo com a organização não governamental Amigos da
Natureza, com sede em Pequim. Em novembro do ano passado, os habitantes de
Harbin, capital da Província de Heilon Giang no norte do país, descobriram esse de
forma dramática. O Rio Songhiá, que corta a cidade, amanhecer coberto por uma
mancha de substâncias químicas cancerígenas com 80 Km2. O despejo no Songhiá
foi causado pela explosão de uma central petroquímica. Os 3,8 milhões de
habitantes de Harbin ficaram cinco dias sem água. O câncer acaba de assumir a
liderança no ranking de causas de morte na China. E a principal razão é a poluição
do ar e da água. Na China, apenas o tabagismo não consegue explicar a escalada
da doença. A principal razão é a poluição do ar e da água.
Na segunda estrela emergente da globalização, a Índia, o combate à pobreza é
prejudicado pela escassez de água, um sexto da produção indiana de alimentos só é
possível graças ao bombeamento da água do lençol subterrâneo, que se esgota
rapidamente. No estado de Tamil Nadu, mais de um terço das aqüíferas são
explorados de forma insustentável. Mais água é retirada deles do que reposta pelo
ritmo de recarga natural das chuvas. Em Punjab, uma região agrícola altamente
produtiva, considerada o celeiro da Índia, os lençóis freáticos caem à velocidade de 1
metro por ano. Segundo estimativas do Banco Mundial, até 2050 a demanda de
água na Índia ultrapassará os suprimentos disponíveis.
A falta de água também explica as tragédias do continente africano. Quem vive
em países como Gâmbia, Mali ou Somália tem menos água por dia qua a usada por
um americano para escovar os dentes. Na Líbia, as reservas subterrâneas da Costa
do Mediterrâneo onde ficam as principais cidades, como Trípoli, ficaram salobras. O
país financiado pelo petróleo, está gastando US$ 25 bilhões para construir um rio
artificial de 1.000 km de extensão, para transferir água de depósitos subterrâneos ao
interior do continente. Essa fonte não dará conta do consumo atual para sempre e
deverá secar em, no máximo, 50 anos.
A situação do Brasil não se compara a da África e está longe da escassez da
China ou da Índia. Mas o país não está em situação confortável. Nosso nível de
consumo pode levar, em algumas décadas, a situações que afetem nosso estilo de
vida. Entender que vivemos escassez de água é difícil para um brasileiro.
Aprendemos na escola que o Brasil tem a maior bacia hidrográfica do planeta e foi
abençoado com chuvas tropicais abundantes. Muitos imaginam que o Brasil um dia
poderia vender água para o mundo. Mas o país mal dá conta de abastecer sua
população. Se uma mudança nessa auto-imagem, é complicado estimular o uso
racional do recurso.
Tem gente que acha porque está pagando pela água pode fazer o que quiser
com ela. Mas os consumidores pagam apenas o custo de tratamento e distribuição.
A taxa de água não reflete sua escassez nos rios.
Precisamos começar a agir agora para não termos problemas no futuro. Isso
envolve três estratégias de ação. A primeira é usar a água de forma eficiente. Isso
não implica necessariamente abrir mãos de confortos como mergulho de piscina. O
segredo é adotar tecnologias mais eficazes. Quando descobriu isso, há três anos, o
empresário paulista Luiz Fernando Lucho do Valle, decidiu mudar o foco de seus
negócios. Fundou a incorporadora Espera e passou a construir condomínios
residenciais com cuidados extras no uso da água. Num dos lançamentos, no Rio de
Janeiro, a água do chuveiro e da pia dos banheiros é tratada e reutilizada nos vasos.
A água coletada da chuva é usada para irrigar os jardins. Os chuveiros também têm
redutores da vazão. As torneiras só liberal água quando se aperta um botão. O
sistema, chamado temporizador, é cada vez mais comum em sanitários públicos,
mas não nas casas. A água nunca representou uma preocupação para as pessoas.
Seu valor sempre foi baixo e o volume sempre foi grande. Segundo os empresários,
esses cuidados podem reduzir em até 30% a taxa do condomínio.
Alguns equipamentos simples têm grande poder para reduzir o desperdício de
água. Na Europa é comum encontrar uma válvula de descarga com dois botões. Um,
para dejetos líquidos, libera metade da água do reservatório. O outro, para os
sólidos, despeja a carga total. No Brasil, ainda custa 30% a mais que os modelos
comuns. Mas o retorno do investimento pode ser rápido.
A segunda linha de ação - talvez a mais difícil – envolve a mudança de hábitos.
As campanhas de economia de água frequentemente pregam medidas como banhos
mais curtos, lavagem de roupa com a carga máxima da lavadora ou escovar os
dentes com a torneira fechada. O difícil é pôr isso em prática.
A terceira estratégia para evitar futura escassez de água no Brasil é algo que
parece evidente: parar de matar as nascentes. O desmatamento e a pavimentação
do solo, para construir casas e estradas, estão secando os mananciais de água pura
que alimentam rios e lagos. Esse é o drama de São Paulo, uma cidade cuja periferia
cresce com favelas que ocupam irregularmente o último cinturão verde. É por isso,
que é importante o despertar ambiental.
A quarta e última estratégia se baseia na diminuição da poluição dos oceanos.
Sabe-se que os oceanos são 70% da superfície do planeta. Em volume, representam
muito mais que isso. E sempre o vimos como uma vastidão infinita e onipotente. Mas
não poderíamos estar mais enganados. Segundo a ONU, os mares estão em ruínas
porque pescamos demais, produzimos lixo, gases do efeito estufa e esgoto demais e
bagunçamos os ecossistemas. Pior: nem fazemos idéia do que está acontecendo lá
embaixo em conseqüência disso. Ultimamente, aprendemos a pensar que o oceano
está transbordando de tanta água. Mas está acontecendo o contrário: ele esta
esvaziando perdendo vida.
O mar virou a grande lixeira do planeta. São os chamados entulhos marinhos,
pedaços de lixos sólidos levados pela correntes desde a Antártida ata a Groelândia e
que vitimaram até agora 267 espécies da fauna marinha, seguindo o Greenpeace.
Em todo o mar, 60 a 80% desse lixo é plástico. E essa sopa com 6 nacos de sujeira
para cada 1 de legumes – quer dizer, de zooplâncton - existe de verdade num canto
do planeta.
Ela é feita de 3,5 milhões de toneladas de lixo sólidos, que se espalha por uma
área pouco maior que o estado de minas Gerais, a meio caminho entre a Califórnia e
o Havaí É o chamado Grande Lixão do Pacífico. Não, ninguém teve a insanidade de
despejar conscientemente o entulho lá. Foram as próprias correntes marinhas que
carregaram tudo para um tipo de redemoinho, os vórtices, onde eles viçaram presos
e se concentram cada vez mais. Esses vórtices existem em vários lugares dos
oceanos. Mas nenhum é tão entulhado quanto o grande Lixão.
A descoberta dele, em 1997, pelo cientista Charles Moore, levou as campanhas
mais agressivas contra a poluição plástica, em comparação com outras grandes
fontes poluidoras dos oceanos, como os vazamentos de petróleo e o despejo de
esgoto e de fertilizantes. O problema do plástico é que ele não é biodegradável. Ou
seja, a ação da natureza sobre ele não o quebra em elementos simples – como o
papel, que se reduz a água e CO2 quando de composto. Ele só é quebrado pela luz
do sol , muito lentamente (algo como 450 anos para uma garrafinha de água) em
pedaços cada vez menores, mas sempre polímeros plásticos.
Ainda não estamos comendo plásticos, como as espécies marinhas que o
engolem junto com os seus alimentos. Mas não podemos evitar a ingestão das
toxinas do plástico. Um pedaço de plástico tem uma carga tóxica dezenas de
milhares de vezes maior que a da água salgada onde bóia. Quando vários deles são
ingeridos pelo zooplâncton, a carga suja nessas criaturas aumentam, assim como
nos peixes que as comem, nas focas que comem peixes e no urso que come a foca.
Estudos feitos na Noruega mostraram que um urso-polar pode ter no organismo
contaminação 3 bilhões de vezes mais alta do que a água ao redor dele.
Por conclusões assim, a Suécia em 1995, começou a recomendar que as
mulheres em idade fértil limitassem o consumo de arenque e salmão do Báltico – e
olha que arenque e salmão são o feijão com arroz deles. Análises químicos
mostraram que eles estavam muito contaminados com substâncias chamadas
endócrinas. Em peixes, elas causam hermefroditismo, em humanos, câncer,
aumento da próstata e puberdade precoce, entre outros distúrbios.
E, se o oceano virou um enorme lixão, a culpa não é de como ocupamos o mar,
mas do que fazemos na terra. O cálculo mais aceito é de 80% de poluição dos mares
é produzida no continente. Do esgoto ao sapato largado no bueiro. O oceano fica
num nível mais baixo do que qualquer lugar no planeta. O entulho plástico não vem
só da costa, mas dos estados do interior, do escoamento dos rios. O oceano é o
destino final de todo o nosso lixo.
Enquanto não enxergarmos o que acontece nos oceanos, não vamos protege-
los. O bom senso pede que tentarmos salvar com urgência esse mundo invisível.
Mas ele mostra que não veio com manual de conserto: ninguém sabe bem o que
ainda está a tempo de ser salvo.
1.1 - A BACIA DO COBRE
A Bacia do Cobre engloba as regiões de São Caetano (Lobato e Marechal
Rondon), Subúrbio ferroviário (Plataforma, Periperi, Coutos e Paripe), Valéria (Pirajá,
São Bartolomeu, Valéria e Palestina).
Estima-se que mais de 600 mil pessoas moram nas áreas que contornam o
Parque de São Bartolomeu, também chamado Parque Metropolitano Pirajá. A área
de 75 hectares de Mata Atlântica, possui o principal manancial de abastecimento
hídrico da região, a Bacia do Cobre.
Além do valor ambiental e histórico, por ter sido palco da mais importante
batalha da independência da Bahia, em 1823, o Parque tem um profundo significado
para as religiões de matrizes africanas, que encontram ali fontes de água corrente, ar
puro, plantas sagradas, enfim um espaço de íntimo contato com a natureza, um dos
valores mais importantes para essas religiões.
Uma parceria do Estado da Bahia juntamente com a prefeitura de Salvador,
visa juntar esforços interinstitucionais no sentido de recuperar, revitalizar, garantir a
salvaguarda das áreas de valor ambiental e cultural na porção que vai do Subúrbio
ferroviário, Valéria e Pirajá com melhorias. A área abriga um dos últimos
remanescentes da Mata Atlântica do município de Salvador, além de importante
reserva de água potável, parte integrante do sistema de abastecimento local. Esta
área denominada Parque de São Bartolomeu representa a maior referência dos
cultos afro-brasileiros e seus atributos naturais formam um santuário, objeto de culto
e peregrinação desde a metade do século XIX, por ter sido sítio de quilombos, com
destaque para o Quilombo dos Urubus, além de lutas que contribuíram para a
consolidação da independência política nacional como a batalha de Pirajá. No século
XVII foi cenário de lutas de resistência a invasão holandesa.
A APA do Cobre (Área de proteção ambiental) / São Bartolomeu compreende
uma extensão territorial de aproximadamente 1.134 ha abrange os municípios de
Salvador e Simões Filho e está localizada na borda oriental da Baía de Todos os
Santos, Região Administrativa do Subúrbio Ferroviário.
A APA caracteriza-se por uma grande diversidade de ambientes distribuídos em
uma reduzida porção territorial onde se inclui: Floresta ambrófila densa, ambientes
flúvio-marinhos, pântanos, manguezais, rios e cascatas. Ao centro se destaca a
represa (reserva de água potável, que guarda paisagens bucólicas às margens dos
grandes espelhos d’ água permeando vales.
A montante, destacam-se a lagoa da Paixão e as nascentes do rio do Cobre.
Os aspectos relevantes são: O Parque São Bartolomeu com seus rios e
cascatas, a Represa do Cobre e a burocracia eram os principais entraves para que a
oferta dos serviços acompanhasse o crescimento de demanda.
Inicialmentecaberia à Embasa desenvolver projetos, construir, ampliar e
reformar diversos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário em
todo o estado, enquanto Comae e Caseb ocupariam-se, respectivamente, da
operação dos sistemas de salvador e região metropolitana e do interior baiano. Em
1975, no entanto, essas companhias foram extintas e seus serviços incorporados à
Embasa. Instituída como sociedade de economia mista de capital autorizado e
pessoas jurídica de direito privado, a Embasa foi a primeira companhia estadual do
país a capacitar-se para convênios como o extinto Banco Nacional de Habitação –
BNH – visando a captação de recursos.
Pouco antes da implantação da Embasa, um extenso programa de obras
destinadas a aumentar a produção de água foi desenvolvendo, destacando-se a
construção de barragens como a Joanes II e Ipitanga III, e de centros de reservação
como o do Cabula, com 36 mil m3 de capacidade, e as Duna Grandes e Águas
Claras. Além disso, foram realizadas outras ações como a construção da adutora
Bolandeira / Cabula, implantação de abastecimento de água no Subúrbio Ferroviário
e a construção da Estação de Tratamento de Água Theodoro Sampaio, no Parque
de Bolandeira.
Com o crescimento da população baiana, o estado investiu na ampliação
destes sistemas: entre 1976 e 1986, foram ampliados as estações Vieira de Mello e
Theodoro Sampaio, e implantada a segunda adutora Joanes I / Bolandeira, com
tubulação de aço carbono. Neste mesmo período, foi instalado o sistema Santa
Helena, após chuvas intensas.
O fornecimento de água em Salvador ganhou importante reforço com a
construção de Pedra do cavalo e implantação da ETA principal, em 1989, pois
propiciaram aos moradores um abastecimento mais regular, já que a produção de
água tratada era maior que a demanda.
Em 1999, o governo do Estado reconstruiu a Barragem Santa Helena, devido a
elevada capacidade do Rio Jacuípe9 Dez metros cúbicos por segundo). Hoje, essa
barragem é uma importante reserva para abastecimento de Salvador, e está
localizada na zona de indústrias pesadas do Centro industrial de Aratu e do Pólo
Petroquímico de Camaçari.
Em 1992, a Embasa assinou contrato de financiamento com Programa de
Modernização do Setor de Saneamento – PMSS -, através do Banco Mundial – Bird -
, dando início a ações para o seu desenvolvimento empresarial. A empresa
reaparelhou-se e passou a contar com novas tecnologias: o seu laboratório central,
por exemplo, dispõe atualmente dos mais avançados equipamentos de análise da
qualidade da água e é certificada pela norma ISSO 9001 / 2001 na área operacional,
investiu-se em micromedição, visando o aumento do faturamento, e o controle de
perdas de água, além da implantação e reforma das lojas de atendimento.
Nos últimos dez anos, a empresa adotou os processos de Gestão pela
Qualidade Total – GQT -, obtendo bons resultados institucionais e reconhecimentos
externos: em 2006, concorrendo com cerca de 50 instituições públicas e privadas, a
Embasa venceu, e recebeu, em Brasília, do vice-presidente da República, José
Alencar , a faixa ouro do Prêmio Nacional da Gestão Pública.
A Embasa executou o Programa Bahia Azul, obtendo recursos oriundos de um
pool de agentes financeiros internacionais, com participação dos governos federal e
estadual. Com as obras de implantação de redes de esgotamento sanitário. Salvador
e mais dez cidades no entorno da Baía de Todos os Santos receberam obras de
esgotamento sanitário. A cobertura dos serviços de esgotamento na capital, que era
de 26% antes das obras, subiu para 67%. A partir de 2007, a Embasa, sob nova
gestão, focou sua energia na capacitação de recursos do Programa de Aceleração
do Crescimento – PAC – para o saneamento e de outros agentes financiadores,
assim como na atualização de projetos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário visando a universalização dos serviços prevista pelo programa Água para
Todos do Governo do Estado. A Embasa tornou-se a principal executora das ações
deste com uma carteira de 282 obras de ampliação e implantação de sistemas de
água e esgoto, em todas as regiões do estado, recursos no valor de R$ 1,82 bilhões
de baianos beneficiados.
A Embasa, por intermédio do Departamento de Ações Comunitária (EAC), em
planejando e executando projetos e Educação Ambiental em acordo com a Política
Nacional de Educação Ambiental – PNEA – Programa Nacional de Educação
Ambiental – Pronea – e a Política Nacional de Saneamento.
Departamento de Ações Comunitárias:
Planejar e executar ações socioeducativas, promovendo e educando a
educação ambiental para melhor aceitação e eficiência dos empreendimentos de
saneamento;
Desenvolver planos, programas, projetos e ações de educação ambiental em
atendimento às linhas de financiamentos nacionais e internacionais, assim como dos
órgãos ambientais;
Coordenar programa interno e sistemático de educação ambiental em
consonância com a política ambiental da empresa e diretrizes da Comissão Técnica
da Garantia Ambiental – CTGA;
Capacitar os comitês de Gestão Ambiental – CGAs – das Unidades de Negócio
em Educação Ambiental;
Acompanhar e realizar o controle das informações referentes às ações
socioeducativas desenvolvidas pelo CGA;
Participar de programas e/ou projetos intersetoriais de Educação Ambiental;
Fomentar a inserção dos conteúdos relativos ao saneamento e Educação
Ambiental no âmbito de educação formal, através de projetos institucionais, nos
municípios atendidos pela Embasa;
Elaborar material informativo e educativo para utilização nas atividades
desenvolvidas junto aos diversos segmentos sociais.
Tratamento de água: a água em estado bruto, é conduzida até a estação de
tratamento de água – ETA, passando por uma série de processos que vão
removendo as suas impurezas, de forma a assegurar a qualidade da água que
chega até as edificações.
Medição de vazão: O processamento se inicia com a medição da vazão de
água bruta que esta chegando à ETA, servindo para determinar a vazão dos
produtos químicos a serem aplicados, e a produção de água da unidade de
tratamento.
Dosagem do coagulante: o ensaio de floculação (teste de jarro) é o método
empregado nas ETAS para determinar a dosagem dos produtos químicos a serem
aplicados que proporciona a eficiência desejada de remoção das impurezas, de
forma mais econômica.
Mistura rápida e coagulação: Ao chegar a ETA, a água em estado bruto
recebe substâncias coagulantes, em geral sulfato de alumínio ou férrico, para
anular/desestabilizar as cargas elétricas das impurezas, alcalinizante (cal virgem ou
hidratada, se necessário), para modificar o pH da água bruta e favorecer as reações
de coagulação. Estes produtos, principalmente os coagulantes devem ser lançados
em local que permita uma mistura homogênea e rápida.
Floculação: após coagulação, a água segue para as câmaras de mistura lenta
(floculadores), destinadas a promover sua agitação moderada para transformação
das substâncias nas forma de suspensão fina e coloidal, já desestabilizadas pelo
coagulante, em partículas maiores e mais densas que a água (flocos), que possam
ser removidas pela decantação e filtração. Nos flocos estão presentes, ainda, algas,
bactérias, vírus e outros microorganismos presentes na água bruta.
Sedimentação ou decantação: Após a coagulação e floculação, a etapas
seguinte é a separação dos sólidos ou partículas, já na forma de flocos, que estão
suspensas. Isso acontece nos decantadores que realizam a separação dos flocos,
mais densos na água, que ficam depositados no fundo do decantador.
Filtração: depois de decantada, a água é conduzida até os filtros, que são
leitos de um meio poroso, constituído em geral de areia, sustentada por camadas de
seixos, capaz de reter os flocos com densidade próxima da água e que não foram
removidos no processo anterior de sedimentação. Quando o leito filtrante fica
sujo/colmatado, a vazão do filtro fica bastante reduzida. Por isso, é realizada a
lavagem em contracorrente, que remove os flocos retidos pelos grãos de areia do
leito filtrante.
Desinfecção/correção de pH: após a filtração, é feita a desinfecção da água
com ampliação de um produto químico capaz de destruir microorganismos
patogênicos com algas e bactérias.
Tratamento de esgoto: a ECP – Estação de Condicionamento Prévio de
esgotos funciona 24 horas, sendo responsável por uma das etapas de destinação
final dos esgotos captados através de quase 3 mil quilômetros de redes coletoras em
toda a cidade de Salvador. Sua capacidade de processamento de esgotos é de 7,5
mil litros por segundo. O bom funcionamento do Sistema de Esgotamento Sanitário
da capital depende diretamente da eficiência operacional dessa unidade da Embasa,
que atende uma população superior a 2,7 milhões de pessoas, obedecendo às
exigências da legislação ambiental do país.
Instalada no Parque Deputado Paulo Jackson, no bairro do Rio Vermelho, a
estação processa os efluentes que convergem das diversas bacias de esgotamento
de Salvador, em etapas distintas. Após processados, os efluentes são encaminhados
para a dispersão segura no oceano, através de emissário submarino, por meio de
difusores localizados a 2,35 km da costa e profundidade de 27 metros.
O que é e como funciona a estação de condicionamento prévio:
Caixa de reunião – reúne os esgotos dos vários interceptores de Camurujipe e
Pituba;
Caixa de confluência – na seqüência, os esgotos coletados na cidade
convergem para a caixa de confluência, recebendo o interceptor do Lucaia;
Gradeamento – a separação de sólidos grosseiros como latas, madeiras,
papelão, vidros, plásticos e panos, é feito através do gradeamento, com
espaçamento entre barras de 25 milímetros, retendo o lixo tipicamente urbano
destinado para o aterro metropolitano;
Estação elevatória de baixo recalque – permite o esgotamento dos afluentes
utilizando 5 bombas parafusos com as seguintes características: vasão unitária 2,06
m3/segundos; altura de elevação 8,42 m; a partir da cota 2,39 m; ângulo de
inclinação 30º; comprimento 20,78m; potência 370cv e diâmetro 2.800mm;
Desaneradores – Retiram a areia, óleos e graxas acumulados nos afluentes,
com a importante função de diminuir o assoreamento no fundo do mar, nas
proximidades dos difusores do emissário submarino;
Peneiras rotativas – removem os sólidos suspensos ainda remanescentes nos
esgotos após etapas anteriores, através de 10 peneiras rotativas em abertura de
malha de 2 milímetros, que removem de 10 a 30% do lodo suspenso. O material
retido é prensado, perdendo de 40 a 50% de umidade, e posteriormente enviado ao
aterro metropolitano;
Subestação e Central de Controle de Motores – CCM – são unidades
complementares ao processo de tratamento. A subestação recebe energia para
alimentar motores, unidades auxiliares e promover a iluminação da estação. A CCM
abriga painéis elétricos para acionamento, comando e automação das elevatórias de
alta e baixa carga;
Controle de odores – neutraliza os odores gerados pelas unidades, lançando
na atmosfera gases limpos e inodoros;
Estação elevatória de alto recalque – “Centro nervoso” da Estação de
Condicionamento Prévio – ECP, essa estação bombeia os esgotos pré-
condicionados para o oceano, através de sete bombas, que operam com variadores
de velocidade;
Chaminé de equilíbrio – unidade auxiliar ao processo de bombeamento que
garante a estabilidade do bombeamento do esgoto pré-condicionado em regime
continuo e uniforme;
Emissários terrestres e submarinos – o emissário terrestre tem 1.019 metros,
e o submarino 2.350 metros de extensão. A sua tubulação, com diâmetro de 1,75
metros, está instalada em profundidade de até 27 metros.
1.2 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental é definida pelo CONAMA (Conselho Nacional para o
Meio Ambiente), como “processo de formação e informação, orientado para o
desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais, e de
atividades que levam à participação dos consumidores na preservação do equilíbrio
ambienta”.
Neste contexto definido pelo CONAMA, o órgão sintetiza de uma forma bem
simples e paradoxal a questão, mas sabemos de que este processo vai muito mais
além e ainda envolve todo um processo de reflexão crítica do educador sobre a sua
própria ação. Sendo também a Educação Ambiental um paradigma que deve seguir
uma linha multidisciplinar, paralela a várias outras ciências a fins, como a geografia,
a biologia, a história, a economia e daí por diante.
Mas, como a Educação Ambiental não se limita somente a este conceito
definido pelo CONAMA, ela também se faz através de uma devida política
governamental, leis e parâmetros que possam lhe garantir uma atuação mais
concreta e coerente com seu próprio conceito.
Assume assim um papel importante no processo participativo onde o educando
assume o papel de elemento central do processo de ensino / aprendizagem
pretendido, participando ativamente no diagnóstico dos problemas ambientais e
busca de soluções, sendo preparado como agente transformador através do
desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, através de uma conduta
ética, condizentes ao exercício da cidadania.
CAPÍTULO 2
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental, um segmento multidisciplinar do processo educacional,
envolve um processo no qual a sociedade deve-se de qualquer maneira estar
intimamente ligada. Por isso que se criou a pouco tempo a implantação da Educação
Ambiental nas linhas básicas do ensino, para o qual aquele cidadão que está em
plena formação de idéias e ideologias possa conter um raciocínio crítico, uma visão
mais ampla e produtiva, quando se trata de desenvolvimento e bem estar social,
tanto para sua família quanto para suas próximas gerações.
Tomando como base a definição do segmento pelo CONAMA, pode-se também
perceber que além de se construir como uma definição básica, ela contém
obrigatoriamente a mensagem de alguns objetivos preliminares que devem serem
levados em relevância no momento da prática desta atividade. Estes objetivos são:
A) Consciência: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem
consciência do meio ambiente global e ajudar-lhe a sensibilizarem-se por essas
questões;
B) Conhecimento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem
diversidade de experiências e compreensão fundamental do meio ambiente e dos
problemas anexos;
C) Comportamento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos adquirirem a
comprometerem-se com uma série de valores, e a se sentirem interessados e
preocupados, pelo meio ambiente, motivando-os de tal modo que possam participar
ativamente da melhoria e da proteção do meio ambiente;
D) Habilidades: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as
habilidades necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais;
E) Participação: proporcionar aos grupos e indivíduos a possibilidade de
participarem ativamente nas tarefas que tem por objetivo resolver os problemas
ambientais.
Assim as atividades deste segmento da educação que é a Educação Ambiental,
atuam basicamente na formação crítica dos indivíduos que constituem o espaço
geográfico, mas o que mais conveniaria para formação dos agentes formuladores do
espaço geográfico, ou melhor, definindo, os proprietários dos meios de produção, a
iniciativa privada e essencialmente o estado seria uma passagem mais sensata
sobre as questões em pauta, porque ultimamente as considerações por parte desta
classe quanto a este processo, tem-se passado muito foscamente, no qual estes
meios se apresentam na maioria das vezes por ingênuos em toda a problemática.
Entretanto, a constituição diz que “todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo para as presentes e futuras gerações”.
Mas como nossa constituição, nem sempre cumpre suas obrigações, devemos
que temos em prática, e a Educação Ambiental é mais um fator a ser celebrado pó
Poder Público, sendo este responsável por assegurar a efetividade deste direito que
nós, cidadãos brasileiros, sem hierarquias, temos o pleno direito.
Lembrando de que este processo de educação só lhe é cabível a sociedade, a
partir do momento em que a mesma, isto é, a própria comunidade tomam
conhecimento da sua importância e a sua devida necessidade compulsória de se
criar e manter relações harmoniosas entre o meio ambiente, o desenvolvimento, a
sociedade bem qualificada criticamente e acima de tudo, com a garantia de um bem-
estar garantido e de qualidade.
Partindo da educação ambiental com um processo de conscientização,
conhecimento, comportamento, habilidade participação para com a sociedade
inserida, não se pode utilizar metodologias semelhantes, porque a educação
praticada sobre uma sociedade ribeirinha, que reside sobre as margens de um rio
poluído não é a mesma que se deve praticar sobre uma população que reside em
uma reserva com baixo índice de ação antrópica, na qual se pretende praticar o eco
turismo como atividade de desenvolvimento por exemplo.
2.1 - VALORES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A Educação Ambiental deve buscar valores que conduzam a uma convivência
harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta, auxiliando
o aluno a analisar criticamente o princípio antropocêntrico, que tem levado a
destruição inconseqüente dos recursos naturais e de várias espécies. É preciso
considerar que:
A) A natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas reservas são finitas e devem
ser utilizadas de maneira racional, evitando o desperdício e considerando a
reciclagem como processo vital;
B) As demais espécies que existem no planeta merecem nosso respeito. Além disso,
a manutenção da biodiversidade é fundamental para nossa sobrevivência;
C) É necessário planejar o uso e ocupação do solo nas áreas urbanas e ruínas,
considerando que é necessário ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte
e lazer, áreas destinadas à produção de alimentos e proteção dos recursos naturais.
2.2 - A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu
processo de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um
exemplo daquilo que a sociedade deseja a prova. Comportamentos ambientalmente
corretos devem ser aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo
para a formação de cidadãos responsáveis.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do
mundo, por tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que
cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e suas
conseqüências para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e
o ambiente. É fundamental que cada aluno desenvolva as suas potencialidades e
adote posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando para a
construção de uma sociedade socialmente justa, em um ambiente saudável.
Com os conteúdos ambientais permeando todas as disciplinas do currículo e
contextualizados com a realidade, da comunidade, a escola ajudará o aluno a
perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão holística, ou seja, integral do
mundo em que vive. Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de forma
sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino assegurando a presença da
dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas
e das atividades escolares.
A fundamentação teórica / prática dos projetos ocorrerá por intermédio do
estudo de temas geradores que englobam palestras, oficinas e saídas a campo.
Esse processo oferece subsídios aos professores para atuarem de maneira a
englobar toda a comunidade escolar e do bairro na coleta de dados para resgatar a
história da área, enfim, conhecer seu meio e levantar os problemas ambientais.
Os conteúdos trabalhados serão necessários para o entendimento dos
problemas e, a partir da coleta de dados, à elaboração de pequenos projetos de
intervenção.
Considerando a Educação Ambiental um processo contínuo cíclico, o método
utilizado pelo Programa de Educação Ambiental para desenvolver os projetos e os
cursos de capacitação de professores conjuga os princípios gerais básicos da
Educação Ambiental.
2.3 - PRINCÍPIOS GERAIS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1 – Sensibilização: processo de alerta, é o primeiro passo para alcançar o
pensamento sistêmico;
2 – Compreensão: conhecimento dos componentes e dos mecanismos que
regem os sistemas naturais;
3 – Responsabilidade: reconhecimento do ser humano como principal
protagonista;
4 – Competência: capacidade de avaliar e agir efetivamente no sistema;
5 – Cidadania: participar ativamente e resgatar direitos e promover uma nova
ética capaz de conciliar o ambiente e a sociedade.
A Educação Ambiental, como componente essencial no processo de formação
e educação permanente, com uma abordagem direcionada para a resolução de
problemas , contribui para o envolvimento ativo de público, torna o sistema educativo
mais relevante e mais realista e estabelece uma maior interdependência entre estes
sistemas e o ambiente natural e social, com o objetivo de um crescente bem estar
das comunidades humanas.
Se existe inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se devem
em parte ao fato das pessoas não serem sensibilizadas para a compreensão do
frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos recursos naturais. Elas
não estão e não foram preparadas para delimitar e resolver de um modo eficaz os
problemas concretos do seu ambiente imediato isto porque, a educação para o
ambiente como abordagem direcionada para a resolução de problemas, contribui
para o envolvimento ativo do público, torna o sistema educativo mais relevante e
mais realista e estabelece uma maior interdependência entre estes sistemas e o
ambiente natural e social, com o objetivo de um crescente bem estar das
comunidades humanas.
Se existe inúmeros problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se devem
em parte ao fato das pessoas não serem sensibilizadas para a compreensão do
frágil equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos recursos naturais. Elas
não estão e não foram preparadas para delimitar e resolver de um modo eficaz os
problemas concretos de seu ambiente imediato, isto porque, a educação para o
ambiente como abordagem didática ou pedagógica, apenas aparece nos anos 80. A
partir desta data os alunos têm a possibilidade de tomarem consciência das
situações que acarretam problemas no seu ambiente próximo ou para a biosfera em
geral, refletindo sobre as suas causas e determinarem os meios ou as ações
apropriadas na tentativa de resolvê-los.
As finalidades desta educação para o ambiente foram determinados pela
Unesco, logo após a Conferência de Belgado (1975) e são as seguintes: “Formar
uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os
problemas com ele relacionados, uma população que tenha conhecimento,
competência, estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento que lhe
permitam trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas
atuais, e para impedir que eles se repitam”.
Segundo o PCN (1997), um importante passo para a educação ambiental se
deu com a constituição de 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência
constitucional a ser garantida pelos governos federal, estaduais e municipais.
CAPÍTULO 3
FORMANDO CIDADÃOS CONSCIENTES
Frente ao uso irracional e inconseqüente dos recursos naturais do planeta e a
tudo o que foi descrito aqui, a educação ambiental tornou-se fator preponderante no
processo de formação das novas gerações, as quais, num futuro bem próximo, se
defrontarão cada vez mais com as conseqüências negativas do desequilíbrio que
vem ocorrendo entre preservação e desenvolvimento.
Com o intuito de levar as escolas e a comunidade local da periferia do bairro
de Plataforma através dos alunos do ensino médio do colégio Estadual Plataforma,
uma compreensão fundamental dos problemas existentes, da presença humana no
ambiente, das suas responsabilidades e do seu papel crítico como cidadãos de um
país e de um planeta, eles foram levados para conhecer todo o processo de
abastecimento de água da cidade de Salvador e também todo o processo de
esgotamento sanitário na EMBASA – Empresa de Água e Saneamento S.A. ,
localizadas respectivamente nos bairros da Boca do Rio e Rio Vermelho.
A Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A. Embasa, é uma sociedade de
economia mista de capital autorizado e pessoa jurídica de direito privado. O Governo
do Estado da Bahia é o seu acionista majoritário.
A empresa é regida pela Lei de Sociedades por ações nº 6.404, de 1976, nos
termos da Lei Estadual 2929 e os órgãos de deliberação superior são a Assembléia
Geral dos Acionistas, o Conselho de Administração (com membros eleitos pela
Assembléia Geral) e a Diretoria Executiva (eleita pelo Conselho de Administração).
As contas da empresa são fiscalizadas por um Conselho Fiscal – designado
pela Assembléia Geral dos Acionistas – e pelo Tribunal de Contas do Estado da
Bahia.
Em 11 de maio de 1971, a Lei Estadual nº 2929 criou a Empresa Baiana de
Água e Saneamento S.A. Embasa. A empresa nasceu quando aconteciam os
primeiros passos em saneamento básico no país, com a responsabilidade de
visualizar ações de saneamento – Planasa – que previa a implantação d eum
organismo em cada estado que centralizasse as ações no setor de saneamento, a
primeira iniciativa federal no sentido de instalar serviços de água e esgoto em
cidades que experimentavam franco crescimento no Brasil.
Na época, menos de 50% dos habitantes das zonas urbanas brasileiras
contavam com serviços de abastecimento de água e menos de 25% dispunham de
sistemas de esgotamento sanitário, em uma população que concentrava-se nas
cidades de maior porte. A ausência de recursos financeiros, planejamento, seu
espelho d’água entornado por florestas. A lagoa da Paixão e as nascentes e a
floresta, as nascentes, as cascatas (Nana, Oxum e Oxumaré), as rochas pedra do
tempo e pedra de Omolu compõe o cenário onde frequentemente se realizam
práticas de culto de origem afro-brasileira.
Seus principais conflitos ambientais são: desmatamento, substanciais
minerais, lançamento de esgotos domésticos, disposição de lixo em local
inadequado, ocupações espontâneas destituídas de infra-estrutura básica de
saneamento e caça predatória.
Nestes locais foram visitadas todas as instalações das unidades que mostravam
todas as etapas que permeiam o processo de abastecimento e saneamento básico
da cidade de Salvador. Os alunos puderam tirar dúvidas de como ocorre todo
processo, registrar através de fatos e logo depois elaborar seminários da para toda a
comunidade escolar esclarecendo e conscientizando da importância de se cuidar da
água e do esgoto, representados pela Bacia do Cobre que corta a região e é um
importante meio de sobrevivência da população local. Esta conscientização
ocasionará a longo prazo uma diminuição do nível de poluição das águas que
compõem esta Bacia.
Depois de terem sido visitados todas as unidades da Embasa, os alunos
fizeram as apresentações do que foram vistos. Foram feitas as divisões em dois
grupos: uma ficou com a parte da água e a outra com a parte de esgoto.
No decorrer das apresentações, ficou nítida a euforia dos alunos em apresentar de
forma consistente, tudo que foi aprendido nas visitas.
Desenvolvemos nossas experiências considerando a interdisciplinaridade e a
contextualização como elementos fundamentais ao processo de construção.
Segundo Philippe Perrenoud (2004), a conseqüência de uma prática em que os
conteúdos são “depositados” nas cabeças dos alunos de forma desprovida de
significado é que eles acumulam saberes, mas não conseguem mobilizar o que
aprenderam em situações reais.
E essa articulação somente se constrói a partir das necessidades da vida
diária, das emoções e do enfrentamento das situações desafiadoras, com as quais
temos que dialogar.
Nessa perspectiva, acredito no pressuposto de que é mais importante que o
aluno saiba lidar com a informação e não simplesmente, a retenha.
O aluno precisa saber por que está aprendendo a ter clareza em relação aos
seus objetivos e seus processos de vida fora do contexto escolar.
Esta atividade se configura como um processo de construção de uma
cidadania emancipatória de forma interdisciplinar, construindo competências para a
formação de um sujeito, co-responsável e participativo.
Todo o projeto foi desenvolvido de forma interdisciplinar, o que exigiu
ampliação dos conhecimentos, tanto na compreensão da linguagem como da
historicidade dos fatos e suas transformações. O processo geográfico e científico
também envolveu o desenvolvimento de posturas integradas ao ambiente, refletindo
ações de reconhecimento dos fenômenos físicos, químicos e biológicos.
Problematizando e propondo atuação humana um quanto ator histórico,
culturalmente questionador e transformador, o aluno pode valorizar e utilizar o
conhecimento matemático no cotidiano, aplicável no contexto social que favoreceu a
ação de forma efetiva na realidade em que vive.
De acordo com o perfil inicial da turma envolvida, sua necessidade e as
competências previamente estabelecidas, concluímos que os alunos obtiveram
apropriação satisfatória do conhecimento através do desenvolvimento do projeto.
Essa afirmativa baseia-se nas atividades cumpridas pelos adolescentes enquanto
educadores ambientais. Às dificuldades encontradas no início do trabalho foram
superadas, bem como sua atuação na interação com outros atores sociais.
No decorrer desse projeto tentamos adequar os alunos a realidade de
microbacia. Para que através disto pudessem desenvolver senso crítico e criar
soluções para os problemas reais e locais.
Foram utilizadas técnicas participativas nas quais incentivaram a reflexão dos
problemas apresentados. Sensibilizamos para o fato de que o ser homem é apenas
um dos itens que integram todo o meio ambiente, eu ser humano sou um dos
complementos do planeta terra e não vou ser capaz de viver sem outros
componentes.
Sensibilizamos para o fato de que a educação ambiental é continuada, ela
não acaba ao sair do portão da escola, sensibilizamos para o fato de que nós somos
os atores ambientais quando tomarmos consciência da nossa realidade quando
temos consciência da nossa relação com o meio ambiente e com os demais homens
sensibilizamos para o fato de se ter ações ambientais essas ações serem praticadas
da escola a família a sociedade.
Segundo Hoffman (1991), a avaliação deverá encaminhar-se um processo
dialógico e cooperativo, por meio dos quais educandos e educadores aprendem
sobre si mesmos no ato próprio da avaliação. E segundo Gasparin (2006), para obter
uma metodologia histórico-crítica temos que ter como método a prática-teórica-
prática, isto significa partir sempre da prática social empírica atual, contextualizando-
a, passando, em seguida, a teoria que ilumina essa prática cotidiana, a fim de chegar
a uma nova prática social mais concreta e coerente. Assim, todo processo avaliativo
do trabalho fundamentou-se em uma prática de avaliação construtiva e libertadora,
baseada no diálogo e na cooperação, onde foram adotados métodos investigativos
de interpretação das alternativas e soluções propostas pelos alunos as diferentes
situações de aprendizagem.
Os resultados obtidos com a aplicação do projeto atenderam as expectativas.
Hoje, podemos afirmar que os alunos envolvidos desenvolveram a capacidade de
saber, saber e saber ser na realização de uma atividade.
“(...) participar desse projeto foi muito produtivo, pois podemos ver como
influenciamos diretamente na contaminação da água que é essencial para nossa
vida. Além do que podemos passar o que, aprendemos a outras pessoas e mostra-
las como não contaminar esse precioso bem e como não matar os poucos rios que
ainda nos restam”.
Conhecendo o local onde se vive e os cuidados com a natureza ajuda a
melhorar a vida. O projeto Educação Ambiental na Escola oportuniza a aplicação e
continuidade dessa prática, permitindo a mudança de hábitos, por meio de um
processo de interação entre escola e comunidade, promovendo melhorias na
qualidade de vida.
Em uma nova etapa do trabalho, este trabalho proporcionará ao aluno a
exposição do aprendizado e a possibilidade de trabalharem como atores sociais,
através de feira de ciências. Não podemos entender a prática educacional apenas
como desenvolvimento profissional dos educadores, mas como um processo social
constituído por um conjunto de atividades que envolvam representações sociais e
interagindo não apenas no aspecto informativo, mas, principalmente na consolidação
dos valores e nas atividades individuais e coletivas.
O educador tem que acreditar, tem que insistir, tem que continuar, porque o
nosso tempo é futuro. Sendo a água um bem universal e indispensável à vida.
Durante todo o trabalho vivenciamos as palavras de Paulo Freire educadores
aprendem juntos. Juntos aprendemos a ver os problemas de nossa cidade, juntos
pensamos, refletimos, nos sensibilizamos e nos emocionamos quando sentimos no
final de cada trabalho que temos nos tornado seres humanos melhores.
“Tivemos a oportunidade de ir ajudar a limpar o rio da Sanga Mineira (...)
deixamos o rio limpo novamente. E o que aprendi é que se juntamos nossas forças e
ajudamos o meio ambiente estamos contribuindo para um mundo mais limpo e feliz”.
CONCLUSÃO
Ficou evidenciado que o objetivo de formar cidadãos conscientes da
importância de se cuidar dos recursos hídricos locais foi concluído com bastante
êxito e a formação de possíveis monitores ambientais que eram auxiliar a
comunidade local neste processo.
O trabalho apresentado sugeriu muito mais a problematização e o debate
sobre a relação educação / ambiente do que esgotar o assunto ou produzir
conclusões acabadas sobre o tema, por natureza vasto.
A educação e a problemática ambiental são antes de tudo, questões políticas
que envolvem atores, interesses e concepções de mundo diferentes e que podem
assumir direções mais conservadoras ou emancipatórias.
Sem, negar a existência da dimensão teórica da educação e da questão
ambiental defendo, entretanto, que a teoria é e deve ser, subordinada a política e a
critérios éticos na elaboração e implementação de um currículo pedagógico. Entendo
que uma educação ambiental de ênfase somente teórica reduz a complexidade do
real e mesclara os conteúdos e conflitos políticos inerentes a questão ambiental,
favorecendo uma compreensão de um processo educativo identificado com a
autonomia individual e o aluno se limita e não pode prescindir de uma atitude crítica,
participativa e comprometida com a ampliação da cidadania.
A educação deveria estar acompanhada de perto todo esse processo
ambiental, deveria estar à frente das discussões que se desenvolveram no mundo,
deveria conhecer e entender as causas e, mais que isso, ser capaz de propor
soluções. Afinal a educação é a ferramenta que criamos para garantir a continuidade
e expansão do conhecimento sobre nós mesmos e do universo em que vivemos e
nós, profissionais da educação, somos os responsáveis por formar, orientar e
conduzir o desenvolvimento das atuais e novas gerações, transmitindo-lhes os
conhecimentos adquiridos pela humanidade ao longo de sua existência clareando os
caminhos à frente na construção do futuro.
No entanto estamos perdidos, longe de atuar como profissionais e
competentes e sintonizados com a realidade que nos cerca, sem entender a
dimensão do que acontece e sem os conhecimentos básicos que nos permitam
encaminhar essas discussões em salas de aula, escalas e sociedade. E nas poucas
tentativas nos esbarramos em uma grade curricular que não abre muitas portas para,
a realização de aulas práticas no campo. Temos uma agenda e um diário de classe a
ser preenchido e seguido, o sistema assim o exige. Os dias letivos não suportam
muitas ações assim. Outra barreira encontrada é a falta de oportunidade
disponibilizada ao profissional da educação para encontros pedagógicos e de
elaboração de um planejamento multidisciplinar.
É preciso, é fundamental, que paremos para refletir sobre as nossas escolhas
pessoais e coletivas, sobre nossas responsabilidades perante as aulas e futuras
gerações. Assim, essas discussões em torno da implementação da educação
ambiental nas escolas, tem de ultrapassar as paredes burocráticas e chegar, rápido,
as salas de aula, e isso não pode acontecer apenas por obra de um professor, um
grupo, uma escola, uma rede. Essas discussões têm de ganhar status de política de
Estado e permear toda sociedade.
É possível termos aulas ambientais teóricas e práticas nas escolas. Os
trabalhos de educação ambiental formal e não formal aqui apresentados comprovam
isso. Mas deve haver com grande urgência uma revisão da grades curriculares. E a
capacitação de profissionais para atuarem em sala de aula.
Quero neste momento do trabalho, pedir licença para deixar de lado dados,
fotos, pesquisas, fatos, resultados, etc. Quero poder falar somente dos laços de afeto
que criamos. Percebi claramente que a pessoa que é amada, ama a natureza. E
quem ama cuida.
Durante esses anos de pesquisa não educamos, mas sensibilizamos.
Aprendemos, a amar o que estávamos fazendo. Aprendemos a valorizar cada ato.
Sentimo-nos importantes quando víamos os esforços dos demais professores e
equipe pedagógica e de equipe administrativa da escala nos auxiliando com aquilo
que precisávamos.
Fomos amados e valorizados e nossos frutos foram e serão ótimos. Alunos
conscientes de suas ações. Sensibilizados com as gerações futuras. Capazes de
atuarem como atores sociais. Capazes de amarem o que os cercam. E o mais
importante, em meio ao aquecimento global, as tragédias, as misérias, a corrupção,
o desmatamento e tantos outros fatores termos alunos com esperança de que o
amanhã é possível. Acreditamos que isso seja muito mais que um dado científico,
uma consideração final.
O ser humano é aquilo que ele vivencia. Os frutos que tivemos foram e são
colhidos dentro e fora da escola, com as ações dos alunos. Não ações induzidas.
Mas ações que surgiram de valores adquiridos com este trabalho. Adquirimos
valores diante e para com a natureza. Esse foi o nosso maior resultado.
Com relação à educação ambiental, especialmente, muito ainda há de ser
feito, tanto na escola quanto na comunidade estudada. O trabalho desenvolvido até
o presente momento serviu apenas para disparar, tornar visíveis, muitos aspectos
que devem ser aprofundados.
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ensino de Química para a educação básica no Brasil. Iguí – Rs: Onuyué, 2007, pg.
109 – 138
Revista Super Interessante, ed. 260 de 12/12/2008, O Fim dos Oceanos, pág. 60 a
67.
ANEXO
Figura 1 Figura 2 Figura 3
Figura 4 Figura 5 Figura 6
Figura 7 TEMA: Seminário sobre a água LEGENDA: Figura: 1, 2, 3, 5, 6 – Alunos explanando Figura: 4 e 7 – Amostras de água coletadas e exibidas pelos alunos