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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Por: Elma da Silva Teixeira
Orientador
Professor Mary Sue
Rio de Janeiro
2005
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
a conclusão do curso de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em “Docência do Ensino
Superior”.
Elma da Silva Teixeira
3
Em primeiro Lugar quero agradecer a Deus, pois Ele é a
fonte de toda e verdadeira sabedoria, ao Professor Mary Sue,
aos amigos Ana Lucia Berlanza e Francisco Benigno que
colaboraram na execução deste trabalho, bem como aos
colegas de classe, que foram nossos verdadeiros mestres na
arte de aprender a viver, não poderia esquecer meus
familiares pela paciência e estímulo.
4
Dedico este Projeto de Pesquisa a Madre Teresa de Calcutá
pelo exemplo de humanidade para com os menos
favorecidos resgatando-lhes a dignidade.
5 Seja Você Mesmo
Dê sempre o melhor. E o melhor virá
Ás vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas...
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta e interesseiro...
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros!
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo!
Seja honesto assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para
outra...
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja!
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanha...
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante...
Dê o melhor assim mesmo.
E veja no final das contas...
É entre você e Deus...
Nunca foi entre você e eles!
6 RESUMO
As influências no processo ensino aprendizagem partindo do desejo de saber e decisão
de aprender.
O processo ensino aprendizagem se desenvolve sob vários aspecto e necessidades.
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber o sentido do
aprendizado escolar e desenvolver no individuo a capacidade de auto-avaliação.
A escolha se deve ao fato da deficiência do ensino médio e fundamental, levando o
individuo a chegar ao ensino superior com angustias e frustrações por não ter
conseguido aprender o suficiente para a sua continuidade no seu aprimoramento
técnico científico ou melhor para sua competência profissional.
Ao chegar ao ensino superior o aluno está realmente preparado para a sua
continuidade no processo ensino aprendizagem?
Se existe a necessidade da abordagem pelo professor das influências no processo
ensino aprendizagem, portanto as influências negativas ou positivas têm que ser
consideradas pelo professor nesse processo para que o aluno consiga uma melhor
performance em sua vida profissional.
Destacar a importância das influências que o professor exerce sobre o individuo no
processo ensino e aprendizagem.
7
SUMÁRIO
RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
Como se realiza a aprendizagem
CAPÍTULO 2
A aprendizagem partindo do desejo de saber e a decisão de aprender.
CAPÍTULO 3
As influências no processo ensino aprendizagem
CAPÍTULO 4
Relação entre professores e alunos no processo ensino aprendizagem
CONCLUSÃO
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA:
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
BIBLIOGRAFIAS CITADAS
ÍNDICE
6
7
8
12
15
17
21
25
27
29
30
31
8
INTRODUÇÃO
Segundo VYGOTSKY, (1989) “a aprendizagem
começa no nascimento, na idade pré-escolar vai até os
seis anos. A infância é a idade da fantasia e da
iniciação glótica. E, como a língua é um fato social, a
criança aprende no meio social em que nasceu e vive.
Depois de dominar a linguagem oral, a criança vai
para a escola”.
"O professor e os alunos, que são seres humanos e, como tal cada um com sua
história de vida, personalidade, meio social em que vive e expectativas diferentes”.
Baseados nessa teoria podemos concluir que se define o processo de ensino-
aprendizagem como sendo de tarefas explorando o nível real que o aluno esta e o seu nível
potencial para aprender, construído pela interação entre aprendizes e professor no esforço
conjunto de realizações.
Nesta construção podemos citar, controle e poder, dificuldade e sucesso na
compreensão, erro, e negociação das perspectivas diferentes dos sujeitos envolvidos. Cada
sujeito desse contexto traz consigo expectativa em relação ao seu aprendizado e ensino.
O desenvolvimento de conhecimento comum não é tarefa simples para alunos e
professores. A dificuldade esta, principalmente, calcada na relação assimétrica entre o
professor e o aluno, já que o professor detém o conhecimento que o aluno não tem.
9 Segundo Werneck essa é uma das influências do processo ensino aprendizagem,
porque foge as expectativas do aluno tornando-os desmotivados. O professor por sua vez
procura sempre trabalhar a partir de um programa que seja logicamente aceitável que leva em
consideração as necessidades dos alunos.
Porém podemos constatar que, atualmente no Brasil há um sintoma social que atinge
a maior parte dos processos educacionais: a falência na relação professor-aluno.Por falência
entendemos a situação em que o professor se vê impossibilitado em dar comprimento às suas
obrigações por motivo emocional, teórico-prático ou financeiro.
Vários fatores influenciam positivamente ou negativamente o processo ensino-
aprendizagem, como citamos anteriormente, conteúdos em excesso e fora da realidade dos
professores e alunos.
No processo ensino-aprendizagem, cada aluno trás fatores individuais, que, ao se
juntarem, podem oferecer vantagens ou desvantagens ao processo de ensino aprendizagem.
A motivação é outro fator de choque de expectativas em sala de aula.
Podemos concluir que o processo ensino-aprendizagem se desenvolve sobre vários aspectos e
necessidade.
Suscitar o desejo de aprender, explicitar a relação com o saber, o sentido do
aprendizado escolar e desenvolver no indivíduo a capacidade de auto- avaliação.
Estamos cientes da deficiência do ensino médio e fundamental, levando o indivíduo a
chegar ao ensino superior com angustias e frustrações por não ter conseguido aprender o
suficiente para a sua continuidade no seu aprimoramento técnico cientifico, ou melhor, para
sua competência profissional.
10
Segundo (Moreira. Helllen, p.131.),
...”No processo ensino-aprendizagem as
influencias negativas ou positivas tem que ser
consideradas pelo professor para que o aluno consiga
melhor performance em sua vida profissional”.
Demo (1993), por sua vez percebe muita angustia na universidade e na escola pelos
que não consegue acompanhar o ímpeto desconstrutivo do conhecimento moderno, a
organização do trabalho docente nesta perspectiva é diferente a partir do momento em que
estamos apontando que é possível construir relações válidas e importantes em sala de aula;
cada um tem o seu lugar neste processo, e o aluno é alguém com quem o professor pode e
deve contar, resgatando a sua auto-estima e capacidade de aprender.
A aprendizagem desenvolvida na escola é uma fonte importante de expansão
conceitual. Afinal, a escola é um ambiente, ou pelo menos deveria ser, privilegiado; para
fornecer o suporte necessário a rica e profunda interação com o conhecimento socialmente
elaborado.Esse conhecimento, espontaneamente adquirido, passa a ser o mediador da
aprendizagem de novos saberes.
As influências no processo ensino aprendizagem, partindo do desejo de saber e da
decisão de aprender, podem ser contextualizadas na verdade, como o desejo de saber, e
decisão de aprender, que antes eram considerados requisitos para aprendizagem,
11 Porém “vindo” somente da parte do aluno. Hoje com a obrigatoriedade, o professor deve
assumir e fazer essa motivação no aluno que esta na escola por obrigação, já que a lei obriga a
instrução dos seis ao dezesseis anos, conforme o País até os dezoito anos. . Desse modo
encontram-se na escola muitos alunos que não pediram para ficar lá.
Pouquíssimos professores têm o desejo de despertar nos seus alunos motivações, ao
agir dessa forma acabam barrando no desejo de seus alunos, que ao chegar no finalmente no
ensino superior o aluno não se sente preparado para sua continuidade no processo ensino-
aprendizagem.
Salvo para alguns, aprender exige tempo, esforços, emoções dolorosas, angustia do
fracasso, frustração por não conseguir aprender, sentimento de chegar aos limites.
“Ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem
significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno,
valorizar o que ele já sabe do mundo da vida...”.
(Bagno, 1998, p.1450)
A interação na relação professor aluno no processo ensino aprendizagem, podemos
textualizar que o professor que acredita nas potencialidades do aluno, que está preocupado
com sua aprendizagem e com o seu nível de satisfação com a mesma, exerce praticas em sala
de aula de acordo com esta posição. E isto também esta indicado na relação professor-aluno,
tornando as aulas atraentes, estimulando a participação do aluno. Observamos que o aluno não
aponta como melhores professores os chamados “bonzinhos” ao contrário. O aluno valoriza o
professor que é exigente, que cobra tarefas. Outro aspecto a observar é o valor que os alunos
dão ao prazer de aprender, algo que se poderia traduzir como um clima positivo na sala de
aula. O “senso de humor” do professor, o “gosto de ensinar” tornando a aula agradável e
interessante.
12
CAPÍTULO 1
COMO SE REALIZA APRENDIZAGEM
“Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança,
suas atividades adquirem um significado próprio num
sistema de comportamento social, e sendo dirigidas a
objetivos definidos, são refratadas através do prisma do
ambiente da criança. O caminho do objeto até a criança e
desta até o objetivo passa através de outra pessoa. Essa
estrutura humana complexa é o produto de um processo de
desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações
entre história individual e história social.”.
(VYGOTSKY-1989)
(GAGNÉ, Robert M. 1983). ”... Há poucas coisas tão fascinantes quanto meditar a
respeito da maneira como se desenvolve o comportamento humano”. ... Segundo o autor, o
homem adulto torna-se um ser maravilhosamente adaptável capaz de conduzir-se
convenientemente dentro de uma sociedade complexa... A maneira pela qual atinge esse
estágio, a partir do ponto em que é apenas uma criança recém-nascida, dependente e
relativamente capaz, constitui questão de grande interesse intelectual e de suma importância.
O processo de crescimento e desenvolvimento, propriedades características de todos
os seres vivos. A outra parte refere-se a um conjunto diferente de circunstância na vida do
indivíduo a aprendizagem. E sabe-se que é através da ocorrência da aprendizagem que se
desenvolvem habilidades, apreciações e raciocínios em toda a sua gama, bem como as
esperanças, as aspirações, as atitudes e os valores do homem.
Concluímos que, os fatores que influenciam o crescimento são, em larga escala,
geneticamente determinados, enquanto os fatores que atuam na aprendizagem são
determinados principalmente por acontecimentos que pertencem ao meio ambiente do
13 indivíduo. Isso significa que os acontecimentos vividos pelo indivíduo em desenvolvimento -
em sua casa, em seu meio geográfico, na escola e nos seus vários ambientes sociais-
determinarão o que ele vai aprender e, também, em grande parte , a espécie de pessoa que se
tornará.
Conforme (GAGNÉ, Pg. 158) A enorme dependência da aprendizagem em relação às
circunstâncias ambientais implica em grande responsabilidade por parte dos membros da
sociedade . As situações em que a criança em desenvolvimento é colocada, quer
deliberadamente, quer por qualquer outra razão, a afetarão sobremaneira. As situações em que
as pessoas são em desenvolvimentos são colocadas habitualmente serão de tipo a encorajar a
sua formação, ou serão, ao contrário, de tipo a desenvolver e a inibir o pleno florescimento do
intelecto e do pensamento.
A DIREÇÃO DA APRENDIZAGEM
Segundo (GAGNÊ, Robet.M.Pg.21), As condições necessárias à realização da
aprendizagem a serem descritas apresentam também implicações à direção da aprendizagem.
“... Como pode um estudante ser motivado a iniciar o processo de aprendizagem e a nele
prosseguir? Como devem ser guiados seu interesse e seus esforços? Que deve ser feito para
avaliar os resultados da aprendizagem...?” Todas essas perguntas dizem respeito à direção da
aprendizagem e da situação em que ela se realiza.
Segundo o autor evidentemente, estas são funções da maior importância dentre as
desempenhadas pelo professor.O aluno, em geral não pôde fazer sozinho, embora ele procure
aperfeiçoa-se constantemente à medida que ganha experiência. Manter o aluno interessado
no que está fazendo e nas habilidades que vai adquirindo é tarefa que requer grande perícia e
capacidade de persuasão de uma pessoa, geralmente do professor, que representa o mundo de
experiência do adulto.
O planejamento e a determinação dos ramos de conhecimentos, da aprendizagem
posterior, das possibilidades de explorar tópicos e áreas adicionais são atividades importantes
relativas à direção da aprendizagem, que também demandam vastos conhecimentos e larga
experiência do tipo que deve Ter um bom professor. Os resultados da aprendizagem e as
realizações da pessoa que aprende devem ser avaliados por um agente “externo” ao aluno,
para que verifique se são objetivos irrepreensíveis. Essa avaliação deve ser empreendida com
14 o propósito inicial de informar o estudante do que ele é capaz de realizar através da
aprendizagem e está, dessa maneira, intimamente ligada à motivação.
“Para Gagné a necessidade dessas várias funções relativa á direção da aprendizagem
são implicações nítidas de qualquer sistema cujo objetivo seja de realizar a aprendizagem de
maneira eficiente. Elas são exigidas sem se levar em conta às condições particulares de
aprendizagem apropriadas em um dado momento. O exercício dessas funções em situações
educativas requer da parte do professor visão das condições em que se realiza a
aprendizagem. Seu conhecimento torna-lhe formular decisões adequadas a respeito das
realizações para a qual o estudante está motivado, e dar uma orientação conveniente às
prováveis aprendizagens que lhe possa ser úteis no futuro”.
O ENSINO
Segundo Gagné a função de ensinar origina-se, em sentido específico, da determinação
das condições de aprendizagem. Ensinar significa organizar as condições exteriores próprias à
aprendizagem. Essas condições devem ser elaboradas de forma gradual, levando-se em conta,
em cada etapa, as habilidades recentemente adquiridas, a necessidade de retenção dessas
habilidades e a situação estimuladora especifica exigida pela etapa seguinte.
Conseqüentemente, ensinar é uma atividade bastante complexa e árdua.
Conforme o autor muitas vezes, o material de ensino é preparado previamente, como
no caso livro-texto ou cadernos de exercícios ou na instrução programada, de outras vezes é
improvisada pelo professor. Em qualquer dos casos, ensinar implica em freqüente
comunicação verbal com o estudante, com o propósito de: informá-lo do que vai realizar;
recordar o que ele já sabe; dirigir-lhe a atenção e as ações e guiar seu pensamento para
determinadas áreas. Segundo o autor todos esses fatos são realizados com o sentido de
estabelecer as condições exteriores adequadas á aprendizagem.Considerando que as
habilidades intrínsecas do aprendiz já se desenvolveram, a organização conveniente dos
procedimentos de ensino acarretará aprendizagem eficiente.
15
CAPÍTULO 2
A APRENDIZAGEM PARTINDO DO DESEJO DE SABER E
DECISÃO DE APRENDER
“Creio que ensinamos demais e os alunos aprendem de
menos e cada vez menos!”.
“Aprendemos menos porque os assuntos são a cada dia
mais desinteressantes, mais desligados da realidade dos
fatos e os objetivos mais distantes da realidade da vida dos
adolescentes”. (Werneck, 2002 p.131)
Conforme o autor o desejo de saber, decisão de aprender que antes era considerado
requisito para aprendizagem, porem “vindo” somente da parte do aluno; hoje com a
obrigatoriedade, o professor deve assumir e aplicar essa motivação no aluno que esta na
escola por obrigação, já que a lei obriga a instrução dos seis ao dezesseis anos, conforme o
País até os dezoito anos. Os pais são obrigados a colocar os filhos na escola. Desse modo
encontram-se na escola muitos alunos que não pediram para ficar lá. Antes a motivação ficava
fora do alcance da ação pedagógica. Porém os professores sabem que a maioria de seus alunos
não tem um projeto e que é difícil propor-lhes um.
A realidade é que é preciso trabalhar com escolarização em massa. Pouquíssimos
professores têm o desejo de despertar a motivação nos seus alunos , ao agir dessa forma
acabam barrando o desejo dos mesmos. Alguns professores acham que, “... não são pagos
para isso, ou se não querem estudar voltem para casa. Ninguém o está forçando, não posso
fazer nada por ele se ele não quiser se instruir. ...” Simplesmente exigem lembrando-lhes as
conseqüências da reprovação. Outros até tentam. A escola se quisesse criar e manter o desejo
de saber e a decisão de aprender deveria diminuir seus programas. Em nossas escolas há uma
preocupação interna com a quantidade daquilo que se aprende e pouquíssimas preocupações
16 com a qualidade colocam os alunos debruçados sobre inúmeras inutilidades não há tempo
para um aprofundamento qualitativo muito mais importante para o amadurecimento do
indivíduo e muito mais promotor do equilíbrio dos jovens na caminhada para a vida adulta, e
ao chegar ao ensino superior o aluno não se sente preparado para sua continuidade no
processo ensino-aprendizagem.
Conforme o autor para alguns, aprender exige tempo, esforços, emoções dolorosas,
angustia do fracasso, frustração por não conseguir aprender, sentimento de chegar aos limites,
medo do julgamento de terceiros.
Cabe ao professor fazer com que se construa ou que se consolide o desejo de
aprender.”... Como pode um aluno construir um desejo de aprende? Como pode um aluno
construir um desejo de domínio a cerca de uma pratica cuja existência mal imagina e que
parece não lhe dizer respeito? Observamos que, nessa área seria vantajoso se as competências
do professor se fundamentasse em uma cultura em ciências humanas além do senso comum.
Para a maior parte dos alunos que tem uma relação confusa com a escola ou com o saber, de
nada serve dar encorajamentos, chamar à razão ou dizer“é para o seu bem,” ou então “você
compreenderá mais tarde.”A competência profissional aqui em questão apela para dois
recursos mais preciso”:
1- De um lado, uma compreensão e um certo domínio dos fatores e mecanismo sociológicos,
didáticos e psicológicos na manutenção do desejo de saber e compreender.
2- Do outro, habilidades no campo da transposição didática, das situações, das competências
do trabalho sobre as transferências dos conhecimentos. Todos esses recursos para auxiliar os
alunos a conceberem à praticas sociais para as quais são preparado.
17
CAPÍTULO 3
AS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO –
APRENDIZAGEM
Podemos citar como uma das influências no processo ensino aprendizagem, o fracasso
escolar. Há décadas que se acredita na falência do ensino brasileiro, e n a relação professor-
aluno. Por falência entendemos a situação em que o professor se vê impossibilitado em dar
comprimento às suas obrigações, por sentir que lhe faltam determinados conteúdos, sejam
eles de base emocional, teórico-práticas ou financeiras. Assim como as escolas públicas têm
se tornado local onde falta tudo; do material de limpeza à luz elétrica; dos livros mais recentes
para atualizar professores e alunos à merenda escolar.
Paralelamente, nas escolas particulares vem acontecendo a situação inversa. A
formação dos professores tem se ampliado cada vez mais, assim como os recursos humanos,
tecnológicos e financeiros a eles destinados tem se tornado cada vez mais ricos e sofisticados.
Esse descompasso entre o ensino público e o ensino privado tem ocasionado uma
perpétua na educação brasileira. Porém podemos constatar que, quando se aprofundam as discussões a respeito do
ensino público e privado, costuma emergir um sistema comum nos dois sistemas o fracasso
escolar.
Conforme o professor (Rabaça Carlos.2004)... “Nossas
escolas estão em crise porque a educação não, e levada a
sério. Podemos constatar como ela é administrada, agrava
as dificuldades das famílias, provocando conflitos e
desafios. O professor, frustrado em sua missão, transmite
decepção e desanimo. Os governantes ignoram que um
professor influencia mais a personalidade dos alunos pelo
que é do que pelo que sabe. No entanto podemos verificar
que o professo não é valorizado, nem respeitado. Sem
salário digno, sem reconhecimento, é triste sombra de uma
profissão que foi considerada missionária e modelar...”
18 3.1- CHOQUES DE EXPECTATIVAS: INFLUÊNCIAS NEGATIVAS
Dentro de uma sala de aula, onde aprendizes e professores têm como objetivos
respectivamente ensinar e aprender, inúmeros fatores interferem na trajetória de se chegar a
esses objetivos. Essas variáveis são inerentes aos sujeitos deste contexto (a sala de aula): o
professor e os alunos, que são seres humanos e, como tal, cada um com sua história de vida,
personalidade, contexto sócio-cultural e expectativas diferentes.
Segundo a teoria sósio-internacional de L. Vygtosky, o homem é um ser
essencialmente social e o processo de ensino e aprendizagem se dá através da interação social
entre os indivíduos.
Baseado nessa teoria define-se o processo de ensino aprendizagem como sendo
construído pela interação entre professores e alunos no esforço conjunto de realizações de
tarefas, explorando o nível real em que o aluno está e o seu nível potencial para aprender.
Cada sujeito desse contexto traz consigo expectativas em relação ao seu aprendizado
ou ensino
Alguns fatores de diferentes expectativas que podem afetar o processo de ensino
aprendizagem.
19 3.2- A AGENDA DO PROFESSOR
A agenda do professor é outro fator de choque de expectativa entre professor e aluno.
Nem sempre uma agenda bem planejada pode ser rigidamente seguida, se os alunos a ela não
se adaptarem. Os alunos podem desenvolver atitudes negativas com relação à situação de
aprendizagem se a agenda do professor for muito diferente da deles. Já o professor por estar
ligado ás políticas da instituição que trabalha tem em mente que deve cumprir sua agenda,
muitas vezes imprime um ritmo às aulas que o aluno não consegue acompanhar ou então não
deixa espaço para que se respeitem os diferentes estilos de aprendizagem dos alunos gerando
prejuízo no aprendizado.
3.3- O MATERIAL DIDÁTICO
Apesar de exercer menor impacto nas diferentes expectativas, pode também
influenciar negativamente o aprendizado. Para o aluno, o material didático deve ser de fácil
aquisição, estar dentro de seus recursos lingüísticos e intelectuais, preencher suas
necessidades e deve estar relacionado com seu contexto histórico social. Essa porem não é a
realidade de muitos cursos, onde o material, muitas vezes importado pode apresentar alguma
lacuna lingüística ou de abordagem social, tornando-o inadequado ao processo de
aprendizagem.
20
3.4- OUTRAS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
Além dos fatores citados, cada aluno trás fatores individuais, que, ao se juntarem,
podem oferecer vantagens ou desvantagens ao processo de ensino aprendizagem.
Dentre esses fatores podemos citar a idade. O adulto pode ser mais inibido do que a
criança, ou ter sua identidade social mais firmemente estabelecida e, como tal resistir mais à
socialização, condição para o aprendizado. Essa inibição pode levar a uma atitude de defesa
que desencoraja a participação. A ansiedade é outro fator no processo de aprendizagem. Essa
é uma resposta emotiva desenvolvida por alguns indivíduos reagirem mais severamente a
situações de ansiedade de tal forma que prejudicaria o aprendizado. Muita ansiedade pode ser
debilitadora ou facilitadora. Como conseqüência de uma ansiedade debilitadora o aluno
incorpore em não correr riscos, em não participar voluntariamente em sala de aula
desenvolvendo uma sensibilidade à rejeição – Quando ele estaria exposto ao julgamento de
outros no grupo. Esse sentimento de rejeição impede uma ativa participação do aluno
temendo ser ridicularizado por seus colegas de classe. Por outro lado, o individuo pode
desenvolver uma ansiedade facilitadora, quando exposto ao grupo levando-o a uma
participação ativa e podendo influenciar o aprendizado positivamente. Similarmente á
ansiedade outro fator psicológico que pode influenciar o aprendizado é a competitividade.
Esta resposta emocional pode ser produtiva-facilitadora ou debilitadora. Nesse caso, o
individuo não consegue um bom rendimento porque esta sempre sobre a pressão de
desempenhar melhor que os colegas, levando-o muitas vezes até a desistência.
A motivação é outro fator de choque de expectativas em sala de aula. A motivação
pode ser extrínseca, a que vem de fora para dentro, ou pode ser intrínseca a que vem de dentro
para fora, como a do aluno adulto que quer aprender por sentir necessidade para tal.
21
CAPÍTULO 4
RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR ALUNO NO PROCESSO
ENSINO APRENDIZAGEM
“Até que ponto os educadores conseguem levar os seus
alunos a ter o prazer de aprender? Será que eles se
revelam também como sujeitos desejastes aos seus alunos?
Ou se apresentam apenas como maquina de ensinar? Isto
porque e bastante comum os alunos assinalarem que
sentem muitos professores dos cursos de formação, visando
uma transmissão asséptica evitando um contato mais
próximo com eles ”(Lacan, 1985, p 287)
Segundo Gonçalves (1993), muitos professores e administradores teimam por
ignorância “ou razão ideológica”, em considerar o conhecimento um processo, (de soma).
Demo (1993), por sua vez percebe muita angustia na universidade e na escola pelos que não
consegue acompanhar o ímpeto desconstrutivo do conhecimento moderno.
4.1- O PROFESSOR MEDIADOR
Segundo o autor a organização do trabalho docente nesta perspectiva é diferente a
partir do momento em que estamos apontando que é possível construir relações válidas e
importantes em sala de aula; cada um tem o seu lugar neste processo, e o aluno é alguém com
quem o professor pode e deve contar, resgatando a sua auto-estima e capacidade de aprender.
Valores e desejos estão sempre permeando as relações entre as pessoas; ao conseguirmos não
marcar as relações com preconceitos que mascaram todas as possibilidades de conhecimento
real, estaremos abrindo um campo interativo entre nosso aluno e todo o grupo que o rodeia.
22 A apropriação da cultura pelo indivíduo não acontece de forma passiva: este, ao
receber do meio social o significado convencional de um determinado conceito, interioriza-o e
promove nele, uma síntese pessoal. Esta, por sua vez, ocasiona transformações na própria
forma de pensar.
É, portanto, com outros sujeitos humanos que maneiras diversificadas de pensar são
construídas, via apropriação internalizada do saber e do fazer da comunidade em que o sujeito
se insere.
Ora, a aprendizagem desenvolvida na escola é uma fonte importante de expansão
conceitual. Afinal, a escola é um ambiente, ou pelo menos deveria ser, privilegiado; para
fornecer o suporte necessário a rica e profunda interação com o conhecimento socialmente
elaborado. Nas interações criança-professor e professor-criança, a negociação de significados
favorece a passagem do conhecimento espontâneo para o cientifico, possibilitando ao aluno
não só a apropriação do legado cultural, à construção de funções psicológica superiores e a
elaboração de valores que possibilitam um novo olhar sobre o meio físico e igualitarismo,
como também sua análise e eventual transformação.
Entende-se por conceitos espontâneos aqueles que as crianças constroem sozinhas em
suas relações cotidianas, sendo, portanto, concretos e assistemáticos.
Ao adentrar o espaço escolar, espera-se que este possibilite ao conceito; espontâneo
adquirir nova significação, ou seja, que permita sua inserção em um sistema conceitua
abstrato, com diferentes graus de generalidades, características que definem o conceito
cientifico.
O desenvolvimento de um sistema de conceitos e a mediação desses conceitos envolve
um tipo de aprendizagem na qual as funções psicológicas superiores se constroem e se
desenvolvem. Assim, a apropriação de conceitos científicos começa; com procedimentos
analíticos e não com experiências concretas. A aprendizagem dos conceitos científicos
adquiridos via mediação cultural, que se dá pela interação do professor e colegas, apóia-se em
um conjunto previamente desenvolvido de conhecimentos originários das experiências diárias
da criança.
Esse conhecimento, espontaneamente adquirido, passa a ser o mediador da
aprendizagem de novos saberes.
23 4.2- AS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO 3.3 – A INTERAÇÂO
NA RELAÇÂO PROFESSOR ALUNO NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
“Ensinar bem é ensinar para o bem. Ensinar para o bem
significa respeitar o conhecimento intuitivo do aluno,
valorizar o que ele já sabe do mundo da vida, reconhecer
na língua que ele fala a sua própria identidade como ser
humano. Ensinar para o bem é acrescentar e não suprimir,
elevar não rebaixar a auto-estima do individuo. Somente
assim, no inicio de cada ano letivo este poderá comemorar
a volta às aulas em vez de lamentar a volta às jaulas!”
(Bagno, 1998, p.145)
Podemos textualizar que o professor que acredita nas potencialidades do aluno, que
está preocupado com sua aprendizagem e com o seu nível de satisfação com a mesma, exerce
praticas em sala de aula de acordo com esta posição. E isto também esta indicado na relação
professor-aluno, tornando as aulas atraentes, estimulando a participação do aluno, sabendo se
expressar de forma que todos entendam, introduzindo a critica, à curiosidade e a pesquisa,
procurando formulas inovadoras de desenvolver a aula, faz o aluno participar do ensino etc...
Observamos que o aluno não aponta como melhores professores os chamados
“bonzinhos” ao contrário. O aluno valoriza o professor que é exigente, que cobra tarefas. Ele
percebe que esta também é uma forma de interesse articulada com a pratica cotidiana na sala
de aula.
Outro aspecto a observar é o valor que os alunos dão ao prazer de aprender, algo que
se poderia traduzir como um clima positivo na sala de aula. O “senso de humor” do professor,
o “gosto de ensinar” tornando a aula agradável e interessante.
24
“A aprendizagem é a competência para usar todo
material disponível, reconstruindo-o de maneira
permanente” Aprender consiste em receber informação do
meio ambiente, precedidas e elaboradas internamente até
nos tornarmos capazes de responder, satisfatoriamente, às
situações que se apresentam ao longo de nossa existência.
“... O professor não ensina, ajuda o aluno aprender...”
(Gonçalves, 1993, p.13)
25
CONCLUSÃO
Ensino e aprendizagem e suas influências são temas que sempre estiveram
relacionados. O trabalho de pesquisa que teve como tema: “Influência Ensino-
Aprendizagem”, reforçou o argumento de que estudos relacionados como: a afetividade entre
professor e aluno e a integração do individuo no meio social, através da educação, sempre
entusiasmou a produção de textos.
Uma das conclusões que podemos chegar é que existem grandes falhas na educação
brasileira. Em especial destacamos neste trabalho a questão das influencias no processo
ensino-aprendizagem entre elas destacamos o papel da escola e do conteúdo aplicado e a
relação entre professor aluno, a preocupação com o individuo que chega ao ensino superior
com angustias e frustrações por não ter aprendido o suficiente para sua continuidade no seu
aprimoramento técnico ou científico, para sua capacidade profissional.
A nossa escola prima pela perda de tempo, os estabelecimentos ao marasmo total com
seus alunos cada vez mais desmotivados. Uma escola hoje difere muito pouco de uma escola
medieval embora distante dela mais de mil anos. É preciso fortalecer as lutas sindicais por
salários dignos e condições de trabalho. É preciso, junto com isso, ampliar o leque de ação
dos sindicatos envolvendo também a luta por uma formação de qualidade de modo que a
profissão ganhe mais credibilidade e dignidade, é preciso que os professores em exercício
freqüentem a universidade para seu aperfeiçoamento profissional.
Qualquer tendência pedagógica torna-se secundária ante um educador que cria seus
próprios métodos renovando sempre seu conhecimento, para que ele possa adequar o seu
saber ao material disponível na comunidade que trabalha, adaptando a sua prática a realidade
de seus alunos.
A relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem deve ser de tolerância e
afetividade criando seus próprios métodos, renovando sempre seus
26 conhecimentos e inventando novas formas de atingir a cada indivíduo o professor há de
intervir não para se impor à liberdade e autonomia de seus alunos mas para ajudá-lo a
ultrapassar suas necessidades e criar outras.
O respeito mútuo entre os colegas, alunos e professores ajudam a distinguir a verdade
do erro, tornando-se assim uma troca de aprendizagem ajudando a todos a compreender o
meio em que vive com a experiência de cada um, no sentido de trans formação social.
Como já citado, para (“Vygotsky” 1989), “o sujeito e um ser social e como tal, cresce
à medida que se socializa, ou seja, encontra-se com o mundo“. A sala de aula nada mais é do
que parte do mundo social onde professores e alunos crescem como indivíduos a partir de
suas diferenças; diferenças essas que, negociadas e aceitas pelo grupo levarão ao encontro de
expectativas, resultando na realização de seus objetivos.
“Se não morre aquele que escreve um livro ou planta
uma árvore. Com mais razão não morre o educador que
semeia vida e escreve na alma”
(Anônimo)
29
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
Saltini, Cláudio J. P. – Afetividade & Inteligência, Rio de Janeiro, Editora DP&A, 1999.
Gagné, Robert M. – Como Se Realiza A Aprendizagem, Rio de Janeiro, Editora LTC, 1983.
Fernández, Alicia – Os Idiomas do Aprendente, Porto Alegre, Editora Artmed, 2001.
Schühly, G. Franz – Motivação & Desenvolvimento, São Paulo, Editora Edições Loyola,
1995.
Cunha, Maria Isabel da – O Bom Professor e suas Práticas, Campinas, SP, Papirus, 1989.
www.psiweb.med.br/persona/roger.htm
www.centrorefeducacional.com.br/carl.htlm
30
BIBLIOGRAFIAS CITADAS
Gonçalves, M.H.(1998). Diga Lá – O Português está na Moda. SENAC, 3(2), pp 12-13.
Werneck, Hamilton – Ensinamos demais, Aprendemos de Menos. Editora Vozes, Petrópolis,
2002.
Jaques Lacan. O Eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editor,1985, p. 287.
Vygotsky, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
Bagno, Marcos. Preconceito Lingüístico. Campinas: Papirus, 1998.
Moreira, S.S.Hellen. Caderno de Letras. Rio de Janeiro: Universidade Editora, 2003.
31
ÍNDICE
RESUMO 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO 1: COMO SE PROCESSO A APRENDIZAGEM 12
CAPÍTULO 2: AS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM
15
CAPÍTULO 3: AS INFLUÊNCIAS NO PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM:
17
3.1 - Choques de expectativas: influências negativas 18
3.2 - A agenda do professor 19
3.3 – O material didático 19
3.4 - outras influências no processo ensino aprendizagem 20
CONCLUSÃO 25
ANEXOS 27
BIBLIOGRAFIA 29
ÍNDICE 31