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UM MODELO PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SERVIÇOS DE SUPORTE DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Cláudia Márcia R. Machado Albernaz (UENF) [email protected] André Luís Policani Freitas (UENF) [email protected] Com a disseminação do uso da Tecnologia da Informação (TI), nos dias atuais, cada vez mais são percebidos os benefícios dessa área do conhecimento para o aumento da competitividade das organizações. Entretanto, para que esses benefícios sejjam efetivamente alcançados, é necessário que toda organização consiga utilizar a Tecnologia da Informação de forma eficiente e com a maior disponibilidade possível. Neste contexto, torna-se relevante o gerenciamento e mensuração dos serviços de suporte de TI. Nas últimas décadas, diversos modelos de avaliação da qualidade de serviços têm sido desenvolvidos e práticas de gestão têm sido utilizadas no âmbito da TI. Entretanto, apesar da existência de tais modelos de avaliação e práticas de gestão, observa- se que estas não apresentam explicitamente como o processo de avaliação da qualidade de serviços de TI deve ser realizado, nem quais dimensões e critérios devem ser considerados. Desejando contribuir para o tratamento do problema em questão, este artigo apresenta um modelo exploratório para mensurar a qualidade de serviços de suporte de TI à luz de dimensões e critérios relevantes. Palavras-chaves: Qualidade em serviços, serviços de suporte de TI, avaliação da qualidade em serviços XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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UM MODELO PARA AVALIAÇÃO DA

QUALIDADE DE SERVIÇOS DE

SUPORTE DE TECNOLOGIA DA

INFORMAÇÃO

Cláudia Márcia R. Machado Albernaz (UENF)

[email protected]

André Luís Policani Freitas (UENF)

[email protected]

Com a disseminação do uso da Tecnologia da Informação (TI), nos

dias atuais, cada vez mais são percebidos os benefícios dessa área do

conhecimento para o aumento da competitividade das organizações.

Entretanto, para que esses benefícios sejjam efetivamente alcançados,

é necessário que toda organização consiga utilizar a Tecnologia da

Informação de forma eficiente e com a maior disponibilidade possível.

Neste contexto, torna-se relevante o gerenciamento e mensuração dos

serviços de suporte de TI. Nas últimas décadas, diversos modelos de

avaliação da qualidade de serviços têm sido desenvolvidos e práticas

de gestão têm sido utilizadas no âmbito da TI. Entretanto, apesar da

existência de tais modelos de avaliação e práticas de gestão, observa-

se que estas não apresentam explicitamente como o processo de

avaliação da qualidade de serviços de TI deve ser realizado, nem quais

dimensões e critérios devem ser considerados. Desejando contribuir

para o tratamento do problema em questão, este artigo apresenta um

modelo exploratório para mensurar a qualidade de serviços de suporte

de TI à luz de dimensões e critérios relevantes.

Palavras-chaves: Qualidade em serviços, serviços de suporte de TI,

avaliação da qualidade em serviços

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

A competitividade é uma palavra-chave para organizações que desejam um lugar de destaque

no seu segmento. Em alguns momentos, a informação torna-se muito mais importante dentro

da estrutura organizacional do que os recursos materiais.

A Tecnologia da Informação (TI) vem se mostrando como ferramenta indispensável à

sobrevivência organizacional, na medida em que imprime maior velocidade aos processos

internos e permite aos gestores um conhecimento/relacionamento amplo com seu ambiente de

influência (SANTOS Jr et al., 2005).

O papel da Tecnologia da Informação é sempre adaptável nas organizações e, justamente por

essa característica, a sua utilização traz benefícios, desde que a organização saiba utilizar as

suas ferramentas de forma adequada aos propósitos organizacionais.

Segundo Murphy (2002), os benefícios de TI podem ser divididos em tangíveis e intangíveis.

Os tangíveis podem ser definidos como aqueles que afetam diretamente os resultados da

empresa, tais como redução de custo e geração de lucros. Os intangíveis são os que causam

melhorias de desempenho do negócio, mas não afetam diretamente no resultado da empresa,

tais como informações gerenciais, segurança etc.

Para que esse aproveitamento seja possível, é necessário que toda organização consiga utilizar

a Tecnologia da Informação de forma eficiente e com a maior disponibilidade possível. A TI

divide-se em algumas áreas, sendo o setor de serviços de suporte essencial para apoiar a

organização na busca do aumento da eficiência e competitividade.

Nessa busca, muitas práticas foram criadas e aperfeiçoadas ao longo do tempo. Dentre essas

práticas surgiu nos anos 80, a ITIL (Information Technology Infrastructure Library) trazendo

documentadas as melhores práticas para o fornecimento e suporte de serviços de Tecnologia

da Informação. Podemos destacar também o COBIT (Control Objectives for Information and

Related Technology) que integra todos os principais padrões de TI mundiais, como CMMI,

ISO17799 e ITIL (IT GOVERNANCE INSTITUTE, 2009). A ITIL e o COBIT servem como

guia de como utilizar as boas práticas de gestão, mostrando a importância em garantir a

qualidade dos serviços ao cliente através da avaliação dos serviços e subseqüentes ações para

correção das falhas.

Entretanto, apesar da existência de tais práticas, observa-se que estas não apresentam

explicitamente como o processo de avaliação da qualidade de serviços de TI deve ser

realizado, nem quais dimensões e critérios devem ser considerados. Ou seja, constata-se que

ainda existe uma lacuna no tratamento do problema em questão.

Considerando a relevância do tema e visando contribuir para o preenchimento desta lacuna, o

presente artigo apresenta um modelo exploratório para mensurar a qualidade de serviços de

suporte de TI à luz de dimensões e critérios relevantes.

De maneira breve, esse artigo está estruturado da seguinte forma: as seções 2 e 3 abordam,

respectivamente, assuntos relacionados à qualidade de serviços e aos serviços de TI; a seção 4

descreve o modelo de avaliação proposto; e, a seção 5 apresenta as considerações finais e

possíveis desdobramentos do presente artigo. Em anexo apresenta-se o instrumento de

pesquisa desenvolvido a partir do modelo proposto.

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2. Qualidade em Serviços

Segundo Freitas (2005), apesar de muito abordado em pesquisas científicas, o tema

“Qualidade em Serviços” ainda é objeto de muitas discussões entre pesquisadores, gerentes e

administradores. Em sua essência, este questionamento é decorrente do envolvimento de dois

objetos de entendimento não tão triviais: qualidade e serviços. Dentre as principais definições

existentes para “serviços”, destacam-se as apresentadas no quadro 1:

Autoria Definição para “serviços”

NBR ISO 9000/2000

(ABNT, 2000)

São os resultados de pelo menos uma atividade desempenhada, necessariamente, pela

interface entre o fornecedor e o cliente e é, geralmente, intangível.

Fitzsimmons e

Fitzsimmons (2005)

São idéias e conceitos, além da oportunidade de superar os competidores, visto que é

uma experiência perecível, intangível, desenvolvida para um consumidor que

desempenha o papel de co-produtor, pois este interage na realização do serviço.

Kotler (2000) Qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer

a outra, e que não resulta na propriedade de nada.

Fonte: Os autores.

Quadro 1 – Algumas definições de “serviços” cientificamente reconhecidas

Na busca do entendimento do significado para serviços, diversos autores dedicam-se à

identificação das principais características dos serviços, dentre os quais destacam-se

Parasuraman et al. (1985) que identificam três características dos serviços:

a) Intangibilidade: um serviço não tem nenhuma substância física. Não podem ser

transportados e/ou armazenados. Não é possível sentir, experimentar ou medir antes de

adquirir ou realizar os serviços. O que fica de posse do consumidor é o resultado da

prestação do serviço. No caso da TI, essa característica pode ser percebida quando é feita a

instalação ou utilização de um software;

b) Heterogeneidade: um serviço pode variar em padrão ou qualidade de um fornecedor para

outro ou de uma ocasião para outra. Essa variabilidade dificulta a padronização e

estimação de preço. Por exemplo, quando o usuário utiliza o suporte de TI, este pode ser

atendido por profissionais de diferentes habilidades e conhecimentos, que podem

influenciar diretamente na qualidade do serviço;

c) Simultaneidade: serviços são consumidos quase que simultaneamente ao momento que

são produzidos, o que torna difícil ou quase impossível detectar ou corrigir falhas. Em

particular, esta característica é observada em serviços de suporte de TI realizados de forma

remota, o que torna difícil a detecção prévia de falhas nas ações de manutenção.

A dificuldade para definir “qualidade em serviços” possivelmente é decorrente do fato de que

serviços apresentam características diferentes de produtos. Mensurar a qualidade de produtos

é menos complexa do que mensurar a qualidade de serviços, pois em geral, para produtos, as

métricas são bem definidas, há registros das melhores práticas e é possível fazer comparações.

Ademais, mensurar qualidade de serviços requer padrões e métricas que nem sempre existem

e/ou não são suficientemente objetivos e precisos, além de haver alto nível de personalização.

Entretanto, a avaliação da qualidade em serviços é essencial para que uma organização torne-

se competitiva e possua informações acerca das expectativas dos clientes em relação aos

serviços recebidos. Neste contexto, Costa et al. (2007) afirmam que um dos procedimentos

mais utilizados para avaliar e classificar a qualidade de serviços é através da medição do grau

de satisfação do usuário à luz de um conjunto de critérios considerados relevantes, sendo

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esses critérios predominantemente qualitativos e subjetivos.

Nas últimas décadas, diversos modelos conceituais têm sido desenvolvidos ou aprimorados

para ajudar nessa mensuração. Na literatura científica, considera-se relevante o trabalho

desenvolvido por Seth et al (2004), que analisa diversos modelos de mensuração de qualidade

em serviços, destacando as principais falhas e limitações. O quadro 2 apresenta alguns desses

modelos e trabalhos focados em serviços na área de Tecnologia da Informação.

Modelo Características e limitações

Qualidade de

Serviço Percebida

(Gronroos, 1984)

A qualidade do serviço depende da qualidade técnica, funcional e qualidade de imagem

corporativa da organização. Não explica como medir a qualidade funcional e técnica.

5 Gaps

(Parasuraman et

al, 1985)

Ferramenta analítica que permite a gestão sistemática para identificar as lacunas de

qualidade de serviço entre um número de variáveis que afetam a qualidade da oferta. É

capaz de ajudar a administração a identificar os fatores de qualidade de serviço relevantes

do ponto de vista do consumidor. Considera dez dimensões: confiabilidade, segurança,

agilidade, acesso, comunicação, tangíveis, cortesia, credibilidade, competência,

conhecimento/saber. Modelo exploratório, não explica claramente o processo de

mensuração para medição dos diferentes níveis de Gaps

SERVQUAL

(Parasuraman et

al, 1988)

Propuseram a redução das 10 dimensões do modelo dos 5 GAPs para 5 dimensões:

tangibilidade, confiabilidade, receptividade, segurança e empatia. Busca medir a qualidade

do serviço pela diferença (gap) entre as expectativas do consumidor em relação a algum

serviço específico e o desempenho real do serviço. Modelo é exploratório, e não explica

claramente o processo de mensuração.

SERVPERF

(Cronin e Taylor,

1992)

Utiliza as dimensões e itens do SERVQUAL, mas argumenta que a qualidade dos serviços

é melhor mensurada considerando apenas as medidas da percepção dos consumidores

acerca do desempenho do serviço. Os autores o consideram mais eficiente uma vez que

reduz diretamente à metade o número de itens a avaliar. Necessita ser generalizado para

todos os tipos de definição de serviços. Deve ser estabelecida a relação quantitativa entre a

satisfação do consumidor e a qualidade do serviço.

Serviços em TI

(Zhu et al. ,2002)

Integra as dimensões do serviços conforme o SERVQUAL, os constructos que

representam a qualidade dos serviços baseados em TI, as preferências em serviços

tradicionais, experiências baseadas no uso de serviços de TI e políticas de TI percebidas.

No estudo, concluem que Serviços baseados em TI têm um impacto direto sobre a

confiabilidade, capacidade de resposta e as dimensões de garantia e impacto indireto na

satisfação do cliente e qualidade do serviço percebida.

Qualidade em e-

services (Santos,

2003)

Fornece uma melhor compreensão de qualidade do e-service. Pode ser útil a empresas que

se dedicam ao comércio eletrônico ou planejam fazê-lo, visando atingir alta de retenção de

clientes, satisfação do cliente e lucratividade. Estudo exploratório. Utiliza dimensões

incubadas ou ativas, mas não fornece escalas de medição específicas e não foi realizada

nenhuma análise estatística.

Alinhamento de

TI (Berkley e

Gupta, 1994)

Apenas destaca o impacto da TI sobre a qualidade do serviço. Não oferece uma maneira de

medir e monitorar a qualidade do serviço. O modelo é omisso sobre o nível de uso de TI

para as definições de serviço específico.

Fonte: Adaptado de Seth et al (2004)

Quadro 2 – Modelos de mensuração de Qualidade de Serviços

Neste contexto, observa-se que as limitações identificadas nos modelos de avaliação da

qualidade de serviços e, em especial, na avaliação de serviços de TI, retratam a existência de

uma lacuna no tratamento do problema em questão. Em particular, observa-se que os modelos

de mensuração da qualidade em serviços de TI, quando não a tratam de forma ampla e

genérica, englobando todos os serviços, tratam a TI meramente como uma área de Sistemas

de Informação. Além disso, as principais práticas utilizadas na área de TI (ITIL – Information

Technology Infrastructure Library e COBIT - Control Objectives for Information and related

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Technology) também não possuem formas explícitas de avaliação, tampouco definem

dimensões e critérios para a avaliação dos serviços. Essas práticas apenas evidenciam a

importância dessa avaliação e recomendam a sua realização.

Desejando contribuir para o preenchimento desta lacuna, este artigo propõe um modelo para

avaliação da qualidade de serviços de suporte de TI à luz de dimensões e critérios relevantes.

Entretanto, para uma melhor compreensão, a seção seguinte apresenta conceitos e definiçoes

relacionados aos serviços de TI.

3. Serviços de Tecnologia de Informação (TI)

Segundo Laurindo (2000) o conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que

os processamentos de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou

o conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e

organizacionais.

A realidade dos setores de Tecnologia da Informação é variada e individualizada de acordo

com o negócio da organização, seja ele comercial, industrial ou educacional. Existem serviços

inerentes ao setor de TI que, de acordo com a estrutura ou necessidade do negócio podem

existir todos os serviços ou apenas alguns.

Baseando-se na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE, 2009), referente a

atividades de informática e serviços relacionados, delimitam-se os serviços de suporte de TI

aos serviços referentes ao suporte de hardware e software, na seguinte hierarquia e subclasse:

Hierarquia Descrição

Seção: J Informação e Comunicação

Divisão: 62 Atividades dos serviços de tecnologia da informação

Grupo: 620 Atividades dos serviços de tecnologia da informação

Classe: 6209-1 Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação

Sub-classe: 6209-1/00 Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação

Fonte: CNAE 2.0 (2009)

Quadro 3 – Classificação de atividades econômicas referente a serviços de informática

Apesar de serviços geralmente possuírem as mesmas características, os serviços de TI

possuem algumas peculiaridades, que torna a sua avaliação pelo usuário ainda mais subjetiva.

Segundo Peppard (2003), serviços de TI são mais ou menos intangíveis, pois embora a

prestação do serviço de suporte possa ter um desfecho predominantemente físico, como por

exemplo, a instalação de um PC ou a colocação de um cabo de conexão de rede, existem

outros serviços que podem ser totalmente intangíveis, tais como a atualização de um software

em um computador, treinamento de TI, ou o apoio de um help desk (serviço de apoio a

usuários para suporte e resolução de problemas técnicos em tecnologias de informação,

informática e telefonia).

Muitos serviços de TI são produzidos e consumidos simultaneamente, como por exemplo, o

apoio de um help desk, fato que retrata a dificuldade de controlar a qualidade do serviço

durante a prestação. Uma experiência ruim pode impactar na percepção que o usuário terá na

próxima vez que utilizar o mesmo serviço, surgindo então a necessidade em avaliar a

qualidade do serviço prestado.

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Alguns padrões e práticas em gestão de tecnologia da informação foram criados para tentar

minimizar esse problema e aumentar a qualidade dos serviços de TI, auxiliando as

organizações a terem suas estratégias alinhadas e agregando valor com a utilização de uma

gestão de TI. Dentre os principais conjuntos de práticas adotados por TI destacam-se:

CobiT (Control Objectives for Information and Related Technology) inclui recursos tais

como um conjunto de ferramentas de implementação e um guia com técnicas de

gerenciamento. As práticas de gestão do CobiT são recomendadas pelos peritos em gestão

de TI que ajudam a otimizar os investimentos de TI e fornecem métricas para avaliação dos

resultados. O CobiT independe das plataformas de TI adotadas nas empresas.

ITIL (Information Technology Infrastructure Library) é o mais adotado pelas organizações.

A ITIL é um modelo não-proprietário e público que define as melhores práticas para o

gerenciamento dos serviços de TI. Cada módulo de gestão da ITIL define uma biblioteca de

práticas para melhorar a eficiência de TI, reduzindo os riscos e aumentando a qualidade dos

serviços e o gerenciamento de sua infra-estrutura. A ITIL foi desenvolvida pela Agência

Central de Computação e Telecomunicações do Reino Unido (CCTA) a partir do início dos

anos 80.

Esses conjuntos de práticas em gestão de TI especificam claramente a necessidade de garantir

a qualidade em serviços e para isso é necessária uma avaliação mais próxima da realidade da

organização. Entretanto, as diretrizes desses modelos não mostram como essa avaliação deve

ser feita, muito menos que dimensões e critérios devem ser utilizados nessa avaliação.

4. Modelo Proposto

O modelo proposto possui uma abordagem diferenciada em relação a maioria dos trabalhos

desenvolvidos para a área de TI. A proposta é que este seja específico para avaliar a qualidade

dos serviços de suporte de TI a partir da mensuração do grau de satisfação dos avaliadores à

luz dos critérios considerados, mas que concomitantemente seja amplo para ser aplicável a

qualquer ambiente que possua uma estrutura de TI, independente desta ser grande ou pequena.

De maneira breve, para estruturar este modelo é necessário definir:

a) Objeto da Avaliação: recomenda-se a definição, tão meticulosa quanto possível, dos

setores ou equipes de suporte de TI que terão seus serviços avaliados. Neste sentido, se

existirem usuários que são atendidos por uma equipe de suporte específica, na ocasião da

análise dos resultados, é necessário associar os julgamentos desses usuários ao

desempenho dessa equipe. Uma análise mais apurada poderá confrontar o resultado do

emprego deste modelo com os dados dos formulários de atendimento de suporte, e

apresentar resultados adicionais relevantes.

b) Conjunto de Avaliadores: a avaliação dos serviços será realizada segundo a percepção do

usuário, medindo a satisfação do mesmo em relação aos serviços prestados. Visto que o

modelo é exploratório, também poderá ser feita uma avaliação da importância das

dimensões e critérios considerados, também segundo a percepção dos usuários.

c) Escalas de Julgamento de Valor: o modelo propõe a utilização de uma escala não-

comparativa contínua que, segundo Marconi e Lakatos (2005), permite que o avaliador não

fique restrito a fazer escolhas entre conceitos previamente fixados pelo pesquisador. A

utilização desse tipo de escala não é comum em trabalhos de avaliação em qualidade de

serviços, mas ela possibilita que o tratamento dos dados utilize mais ferramentas

estatísticas e de classificação, além de permitir ao avaliador a possibilidade de expressar a

sua satisfação de forma menos restrita. No instrumento de coleta de dados, as escalas

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apenas apresentarão conceitos nos dois extremos: muito insatisfeito e muito satisfeito (para

mensuração do grau de satisfação) e, nada importante e muito importante (para

mensuração do grau de importância dos critérios). Para cada critério de avaliação será

inserida a opção de resposta “N.A. (Não Avaliado)”, a ser assinalada pelo usuário em

função de algumas situações típicas, quando este: não teve a experiência com o serviço à

luz de um determinado critério, não se sentir capaz de avaliar ou não desejar avaliar.

d) Dimensões e critérios relevantes ao problema: considerando a literatura científica e as

práticas em gestão de TI, nota-se que não existe um consenso de quais dimensões e

critérios são mais adequadas a mensuração da qualidade de serviços (vide quadro 3). Em

geral, os modelos de avaliação desenvolvidos baseiam-se em tais dimensões.

Autores/Modelos Dimensões

Gronroos (1984) Confiabilidade e Credibilidade; Atitudes e Comportamento; Acessibilidade e

Flexibilidade; Profissionalismo e Habilidade; Recuperação; Reputação e Credibilidade.

Parasuraman et al

(1988)

Tangíveis; Confiabilidade; Receptividade; Garantia; Empatia.

Fitzsimmons e

Fitzsimmons (2005)

Confiabilidade; Responsabilidade; Segurança; Empatia; Aspectos tangíveis.

Gianesi e Correa

(2008)

Credibilidade e Segurança; Consistência; Velocidade no Atendimento;

Atendimento/Atmosfera; Acesso; Custo; Tangibilidade; Competência; Flexibilidade.

COBIT (2009) Confiabilidade; Eficiência; Conformidade; Integridade; Disponibilidade; Efetividade.

ITIL (2009) Confiabilidade; Durabilidade; Acessibilidade; Continuidade; Conformidade;

Credibilidade; Tangíveis; Empatia; Performance; Pontualidade; Receptividade;

Reparabilidade; Segurança; Custo; Variabilidade.

Fonte: Os autores.

Quadro 4 – Dimensões utilizadas para avaliação da qualidade de serviços.

Uma forma de identificar as dimensões e critérios relevantes à mensuração da qualidade dos

serviços de suporte de TI é a identificação dos Momentos da Verdade desses serviços.

Segundo Albrecht (1998), ao receber um serviço, o usuário vivencia uma seqüência de

Momentos da Verdade, denominada Ciclo de Serviço. Cada Momento da Verdade representa

o instante em que o usuário entra em contato com qualquer aspecto da organização

(funcionários, instalações, tele/fax, e-mail, etc.) e, de acordo com esse contato, ele pode

formar sua opinião a respeito da qualidade do serviço. A figura 1 ilustra alguns dos principais

Momentos da Verdade relacionados ao problema em questão. O pesquisador deve notar que

existem Momentos da Verdade específicos a considerar na aplicação do modelo de avaliação,

como por exemplo, o momento da realização do serviço técnico. De acordo com a situação,

esta etapa poderá ser realizada: pelo técnico in loco (nas dependências do usuário), pelo

técnico remotamente (acessando o equipamento do usuário à distância) e pelo técnico na

oficina (após a retirada do equipamento das dependências do usuário).

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Figura 1 – Ciclo de serviços de suporte de TI (Fonte: os autores)

No presente modelo, as dimensões incorporadas são fundamentadas nas dimensões mais

utilizadas na literatura científica, sendo acrescidas de conceitos e critérios identificados em

trabalhos de diversos autores e práticas de gestão de TI. São elas:

Tangibilidade: segundo Parasuraman et al. (1988), essa dimensão refere-se a evidência

física do serviço, como instalações físicas, equipamentos e aparência do pessoal. Também

é utilizada por Gianesi e Correa (2008) e Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005). A ITIL

(2009) refere-se a ela como o aspecto físico do produto decorrente do serviço prestado.

Gronroos (1984) cita essa dimensão como „panorama dos serviços‟.

Confiabilidade: refere-se a forma como o serviço será realizado, o quanto o cliente pode

confiar que o serviço será bem feito e da primeira vez (Parasuraman et al., 1988;

Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2005). O desempenho de um serviço confiável é uma

expectativa do cliente e significa um serviço cumprido no prazo, sem modificações e sem

erros. A ITIL (2009) define confiabilidade como a capacidade de prestar o serviço

conforme o prometido.

Receptividade: refere-se a disponibilidade para ajudar os clientes e fornecer o serviço

prontamente (Parasuraman et al, 1988). Esse conceito é associado a outras dimensões, tais

como: responsividade (Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2005), a atendimento/velocidade no

atendimento (Gianesi e Correa, 2008) e pontualidade (ITIL, 2009).

Garantia: segundo Parasuraman et al. (1988), esta dimensão refere-se ao conhecimento,

cortesia, habilidade, segurança e capacidade de inspirar confiança ao cliente. Esse mesmo

conceito é associado a outras dimensões, tais como: segurança (Fitzsimmons e

Fitzsimmons, 2005); profissionalismo, habilidade, reputação e credibilidade (Gronroos,

1984); competência e credibilidade (Gianesi e Correa, 2008).

Empatia: Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) empatia é demonstrar interesse,

atenção personalizada aos clientes, acessibilidade, sensibilidade e esforço para atender as

necessidades dos clientes. De acordo com Parasuraman et al. (1988), essa dimensão

incorpora conceitos associados a acesso (disponibilidade para o atendimento e facilidade

de aproximação), comunicação (disponibilidade para o atendimento e facilidade de

aproximação), cortesia e conhecimento/entendimento das necessidades dos clientes. Neste

contexto, Gianesi e Correa (2008) consideram as dimensões acesso e atmosfera no

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atendimento; Gronroos (1984) a associa a dimensão „atitudes e comportamento‟; e a ITIL

(2009) possui as dimensões acessibilidade, empatia, receptividade.

Flexibilidade: segundo Gianesi e Corrêa (2008) flexibilidade significa ser capaz de mudar

e adaptar rapidamente a operação devido a mudanças nas necessidades dos clientes, no

processo ou no suprimento de recursos. Gronroos (1984), em sua dimensão acessibilidade

e flexibilidade, definem que os profissionais que prestam o serviço têm que estar

preparados para ajustar-se à demanda e aos desejos de modo flexível.

Custo: custo em um serviço é a dimensão que avalia quanto o consumidor irá pagar em

moeda, pelo serviço. Mas esse dispêndio também acontece em forma de tempo gasto,

esforço físico, e desgaste psicológico (GIANESI e CORREA, 2008). Ou seja, esse

conceito também engloba o valor percebido pelo serviço além do valor monetário. A ITIL

(2009) também utiliza essa dimensão.

O quadro 5 apresenta as sete dimensões, distribuídas em 36 critérios que constituem o modelo

de avaliação da qualidade dos serviços de suporte de TI proposto. Embora existam outras

dimensões preconizadas por outros modelos de avaliação, optou-se pela não utilização destas

visto que muitas dessas dimensões ora caracterizam-se como desdobramentos, ora

caracterizam-se como sobreposições das dimensões propostas no presente modelo.

Dimensões Critérios

Tangibilidade

Adequação e utilidade dos equipamentos e ferramentas utilizados pelo profissional.

Adequação e atualidade dos softwares utilizados no atendimento.

Instalações físicas do setor de serviço.

Forma como é feita a solicitação de serviço.

Aparência dos profissionais.

Quantidade de funcionários para um atendimento rápido.

Confiabilidade

Prestação do serviço conforme especificação prometida.

Prestação do serviço corretamente na primeira vez.

Interesse do profissional em resolver os problemas.

Precisão das informações fornecidas a respeito do serviço prestado.

Registros escritos feitos de todo o serviço prestado.

Cumprimento do prazo prometido.

Receptividade

Informações de quando o serviço será executado.

Atendimento imediato da solicitação.

Disponibilidade do profissional para atender as solicitações.

Tempo de espera para ser atendido.

Velocidade do atendimento.

Tempo de execução do serviço.

Garantia

Confiança que o profissional inspira.

Segurança do profissional na prestação do serviço.

Competência do profissional para a execução do serviço.

Facilidade para entrar em contato com o profissional.

Facilidade na resolução de problemas.

Empatia Individualização do serviço para atender as necessidades dos clientes.

Educação do profissional no atendimento.

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Conhecimento do profissional em relação ao negócio do cliente.

Atenção do profissional na solicitação.

Entendimento do profissional em relação a necessidades específicas.

Segurança do profissional ao negociar problemas de atendimento.

Cortesia do profissional.

Flexibilidade

Flexibilidade no horário de atendimento.

Flexibilidade na forma de pagamento.

Flexibilidade para aquisição de peças de reposição.

Flexibilidade para alterações no serviço a ser realizado.

Custo Compatibilidade do serviço realizado com o valor cobrado.

Compatibilidade do valor das peças de reposição com o valor de mercado.

Quadro 5 – Dimensões da Qualidade e critérios presentes no modelo de avaliação proposto

e) Elaboração do instrumento de coleta de dados: no instrumento de coleta de dados as

sentenças e/ou perguntas são apresentadas aos avaliadores e é onde são registradas as

respostas. Como possíveis formas desses instrumentos citam-se: o questionário, formulário

para anotações de observações, roteiro de uma entrevista, etc. (MATTAR, 1999). No

modelo de avaliação em questão, propõe-se um quastionário estruturado em três blocos:

Bloco I (composto de itens que visam estabelecer um perfil do usuário/avaliador);

Bloco II (composto de itens/critérios à luz dos quais os avaliadores expressarão o seu

Grau de Satisfação com os serviços de suporte de TI); e

Bloco III (composto de itens que visam mensurar, respectivamente, o Grau de Satisfação

Geral do usuário e a sua intenção de indicar a um amigo os serviços da empresa de suporte

de TI. Adicionalmente, dois itens de resposta aberta são apresentados com o objetivo de

captar outros aspectos que trazem satisfação e insatisfação dos usuários).

Como o preenchimento do formulário será realizado individualmente por cada avaliador

(auto-preenchimento), especial atenção deve ser dedicada à construção do mesmo. Segundo

Mattar (1999), instrumentos de coleta de dados mal elaborados constituem uma das principais

fontes de erros não amostrais na pesquisa. Neste contexto, no questionário desenvolvido as

questões foram redigidas com afirmações favoráveis (positivas), evitando-se palavras

tendenciosas, tais como: termos que indicassem totalidade (nenhum, todos, etc.), advérbios de

freqüência (sempre, nunca, etc.) e advérbios de intensidade (muito, pouco, etc.).

5. Considerações finais

São notórios os benefícios proporcionados pelo avanço da Tecnologia da Informação (TI) em

todo o mundo. Tais benefícios somente são atingidos em sua plenitude quando as

organizações são capazes de gerenciar e utilizar os recursos da Tecnologia da Informação de

forma eficiente. Em especial, é fundamental que os serviços de suporte de TI sejam

fornecidos com a melhor qualidade possível.

Entretanto, conforme reportado neste artigo, mensurar a qualidade de serviços - em especial,

serviços de TI - é uma tarefa complexa e de difícil compreensão. De maneira sucinta, as

dificuldades associadas a este problema estão relacionadas a inexistência de consenso entre os

pesquisadores, gerentes, administradores acerca: (i) do significado de “qualidade de serviços”;

(ii) de quais são as dimensões e critérios mais adequados para mensurar a qualidade de um

serviço específico; (iii) qual é o modelo de avaliação da qualidade de serviço mais adequado;

(iv) qual a melhor escala de avaliação a utilizar; etc. O mesmo raciocínio pode ser estendido

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11

às normas técnicas de gestão da Qualidade e às principais práticas de gerenciamento de TI.

Com o intuito de contribuir para o tratamento do problema em questão, neste artigo foi

proposto um modelo para avaliação da qualidade dos serviços de suporte de TI a partir da

captação do grau de satisfação dos usuários. Para tanto, foram identificadas sete dimensões da

qualidade cientificamente utilizadas em diversos modelos de avaliação existentes, sendo estas

dimensões, entretanto, decompostas em 36 critérios pertinentes à avaliação da qualidade de

serviços de TI. A partir de então, foi elaborado um instrumento de coleta de dados

(questionário) composto por blocos de questões com finalidades distintas.

Até o presente momento, duas IES (Instituições de Ensino Superior) públicas (um Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia e uma universidade estadual) já demonstraram

interesse em servir como “laboratório de estudo e pesquisa” para aplicação do referido

modelo. Porém, a realização do pré-teste está programada para junho deste ano na instituição

federal, utilizando o questionário na forma impressa para captação da percepção dos usuários

docentes. A partir deste estudo exploratório pretende-se: verificar a confiabilidade do

instrumento, identificar itens/critérios de difícil compreensão pelos usuários; verificar a

possibilidade de reduzir o número de variáveis do modelo, dentre outros estudos de interesse.

Para tanto, serão utilizadas as técnicas estatísticas compatíveis a cada situação.

É importante ressaltar que existe a possibilidade da realização da pesquisa (parcialmente ou

totalmente) através da implementação do questionário em formato web elaborado pelo

Sistema SADE - Sistema Avançado de Coleta e Análise de Dados para o Auxílio à Decisão. O

sistema SADE, desenvolvido por Gonçalves e Freitas (2008), é um Sistema Web que visa à

criação e aplicação de questionários personalizados para grupos específicos de respondentes,

auxiliando na coleta de dados para a avaliação da qualidade de serviços (GONÇALVES e

FREITAS, 2010). Segundo estes autores, o software permite que os clientes sejam convidados

a acessá-lo e a responder um questionário Web avaliando a qualidade do serviço à luz de

dimensões/critérios inerentes ao mesmo. O pesquisador poderá exportar os dados coletados

para uma planilha eletrônica, para que possam ser analisados utilizando os métodos de sua

preferência. É nessa vertente que se direciona o desenvolvimento do modelo proposto.

Referências

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NBR ISO 9001. Rio de Janeiro, 2000.

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Information Management, Vol. 14, pp. 109-21.

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D=55&ContentID=7981. Acessado em 15 de Dezembro de 2009.

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12

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13

ANEXO: Questionário desenvolvido segundo o modelo proposto.

Gênero:

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Adequação e utilidade dos equipamentos e ferramentas utilizados pelo profissional.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Adequação e atualidade dos softwares utilizados no

atendimento.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Instalações físicas do setor de serviço.

Muito Bom

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

A forma como é feita a solicitação de serviço.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Prestação do serviço conforme especificação prometida.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Prestação do serviço corretamente na primeira vez.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100A aparência dos profissionais.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Quantidade de funcionários para um atendimento rápido.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Interesse do profissional em resolver os problemas.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Precisão das informações fornecidas a respeito do serviço

prestado.

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Registros escritos feitos de todo o serviço prestado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Cumprimento do prazo

prometido.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Informações de quando o serviço será executado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Atendimento imediato da solicitação.

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Disponibilidade do profissional para atender as solicitações.

Muito

Insatisfeito

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Tempo de espera para ser atendido.

Muito

Insatisfeito

Logotipo Este formulário é parte integrante de uma pesquisa exploratória que visa avaliar a

QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SUPORTE DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.

Inicialmente, gostaríamos de conhecer seu perfil como usuário.

Nome: Idade: M F

Escolaridade: Ensino fundamental Ensino superiorEnsino médio

Você solicita atendimento:

Pós - graduação

1 vez por semana (ou mais) 1 vez por mês 1 vez em seis meses 1 vez por ano

Cargo/Setor:

Indique o seu GRAU DE SATISFAÇÃO com o serviço de suporte Tecnologia de Informação em relação acada item. Caso não deseje ou não seja capaz de avaliar um item, marque N.A. (Não Avaliado).

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

SatisfeitoVelocidade do atendimento.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

SatisfeitoTempo de execução do serviço.

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Confiança que o profissional inspira.

Muito

Insatisfeito

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Muito

Satisfeito

Segurança do profissional na prestação do serviço.

Muito

Insatisfeito

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

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14

Informe outros aspectos que trazem mais SATISFAÇÃO com os serviços de suporte de TI:

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Competência do profissional para a execução do serviço.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Facilidade para entrar em contato com o profissional.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Facilidade na resolução de problemas.

Muito Bom

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Individualização do serviço para atender as necessidades

dos clientes

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Atenção do profissional na solicitação.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Entendimento do profissional em relação a necessidades

específicas.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Educação do profissional no atendimento.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Conhecimento do profissional em relação ao negócio do

cliente.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Segurança do profissional ao negociar problemas de

atendimento.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Cortesia do profissional.

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Informe outros aspectos que trazem mais INSATISFAÇÃO com os serviços de suporte de TI:

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Flexibilidade no horário de atendimento.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Flexibilidade na forma de pagamento.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Flexibilidade para aquisição de peças de reposição.

Muito Bom

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Flexibilidade para alterações no serviço a ser realizado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Informe a sua Satisfação Geral com o serviço recebido.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Você recomendaria os serviços desta empresa a um amigo?

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Compatibilidade do serviço realizado com o valor cobrado.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Compatibilidade do valor das peças de reposição com o valor

de mercado.

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

Jamais

Recomendaria

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Muito

Satisfeito

Recomendaria

Totalmente

Muito

Insatisfeito

Muito

Insatisfeito

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.

N. A.