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UM MODELO DE DANO NÃO-LOCAL PARA FRATURA DÚCTIL EM BARRAS Diego Duque Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Orientador: Fernando Pereira Duda Rio de Janeiro Outubro de 2014

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UM MODELO DE DANO NÃO-LOCAL PARA FRATURA DÚCTIL EM BARRAS

Diego Duque

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Engenharia

Mecânica, COPPE, da Universidade Federal do

Rio de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre em

Engenharia Mecânica.

Orientador: Fernando Pereira Duda

Rio de Janeiro

Outubro de 2014

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UM MODELO DE DANO NÃO-LOCAL PARA FRATURA DÚCTIL EM BARRAS

Diego Duque

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO

LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA

(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE

DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE

EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Fernando Pereira Duda, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Lavinia Maria Sanabio Alves Borges, D.Sc.

________________________________________________ Prof. Luiz Carlos Pereira, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

OUTUBRO DE 2014

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Duque, Diego

Um Modelo De Dano Não-Local Para Fratura Dúctil

Em Barras/ Diego Duque. – Rio de Janeiro:

UFRJ/COPPE, 2014.

XII, 104 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Fernando Pereira Duda

Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de

Engenharia Mecânica, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 81-83.

1. Fratura Dúctil. 2. Modelo GTN. 3. Elementos

Finitos. 4. Tubulações. I. Duda, Fernando Pereira. II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,

Programa de Engenharia Mecânica. III. Título.

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À minha amada e sempre companheira

Thaís.

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"A diferença entre um homem de sucesso e outro orientado para o fracasso é que um

está aprendendo a errar, enquanto o outro está procurando aprender com os seus

próprios erros."

Confúcio

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Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por ter iluminado meu caminho e ter me dado

força para vencer todos os obstáculos.

A minha esposa Thaís Ferreira Marks Brasil Duque que sempre acreditou em

mim, me apoiou, vivenciou muitos problemas ao meu lado, resolveu muitos outros, se

mostrando um exemplo de companheirismo, dedicação, carinho e amor.

Ao meu orientador Fernando Pereira Duda pelo suporte, confiança,

disponibilidade de tempo e material, pelo seu conhecimento, pelas suas correções e

principalmente pelo grande incentivo.

Ao meu grande amigo e irmão Luiz Antonio Dorneles Soares que me levantou

nos momentos mais difíceis, me deu grandes conselhos e me mostrou o caminho da

sabedoria e da fé.

Aos meus amigos, em especial Francis Gabriel Wasserman e Francisco Eduardo

Costinhas pelo apoio, incentivo, conselhos, palavras de estimulo e contribuição para o

meu crescimento.

Gostaria de agradecer também a COPPE/UFRJ, onde encontrei um ambiente

acolhedor e ótima infraestrutura.

E finalmente a todos os professores que me passaram um pouco dos seus

conhecimentos e experiências de vida, além de serem responsáveis pela UFRJ ser uma

das melhores Universidades do Brasil.

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos

necessários para a obtenção do título de Mestre em Ciências (M.Sc.)

UM MODELO DE DANO NÃO-LOCAL PARA FRATURA DÚCTIL EM BARRAS

Diego Duque

Outubro/2014

Orientador: Fernando Pereira Duda

Programa: Engenharia Mecânica

Este trabalho trata da formulação, análise e simulação computacional de um

modelo para a fratura dúctil. Para evitar complicações que interfiram na análise das

características essenciais do modelo trabalhou-se dentro de um cenário unidimensional.

Uma visão geral da teoria envolvida neste tipo de fratura é apresentada, assim como

alguns modelos mais usados.

O modelo adotado neste trabalho foi o de Gurson (1977) modificado por Tvergaard

e Needleman (1984) conhecido como modelo GTN. O modelo GTN original

(abordagem local) foi modificado pela introdução de um termo não-local, a fim de

avaliar a dependência do tamanho da malha escolhida. O efeito não-local foi

considerado através da introdução dos gradientes da variável de dano e do multiplicador

plástico como argumentos nas equações constitutivas.

O modelo de dano proposto foi analisado através de um modelo numérico baseado

no método dos elementos finitos para a discretização espacial e no esquema de Euler

implícito para a discretização temporal. Para demonstrar como essa abordagem pode ser

implementada, foi utilizado um problema simples de uma barra fixa em uma

extremidade e tracionada na outra.

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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

A NON-LOCAL DAMAGE MODEL FOR DUCTILE FRACTURE IN BARS

Diego Duque

October/2014

Advisor: Fernando Pereira Duda

Department: Mechanical Engineering

This work deals with the formulation, analysis and computer simulation of a model

for ductile fracture. To avoid complications that can interfere with the analysis of the

essential characteristics of the model, we worked within a one-dimensional setting. An

overview of the theory involved in this type of fracture is presented, as well as some

commonly used models.

The model adopted in this work was the Gurson model (1977) modified by

Tvergaard and Needleman (1984) known as GTN model. The original GTN model

(local treatment) has been modified by the introduction of a non-local term, in order to

evaluate the dependence of the selected mesh size. The non-local effect was considered

by the introduction of the gradients of the damage variable and the plastic multiplier as

arguments in the constitutive equations.

The damage model proposed was analyzed using a numerical model based on

finite element method for spatial discretization and the implicit Euler scheme for the

time discretization. To demonstrate how this approach can be implemented, a simple

problem of a bar fixed at one end and loaded in tension at the other end was used.

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ix

SUMÁRIO

CAPÍTULO I ............................................................................................... 1

1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.2. OBJETIVO ......................................................................................................... 2

CAPÍTULO II .............................................................................................. 3

2.1. MECÂNICA DA FRATURA ............................................................................ 3

2.1.1. O Problema da Fratura Dúctil ........................................................................... 3

2.1.2. Os processos físicos da fratura dúctil ............................................................... 4

2.1.3. Surgimento dos Vazios ..................................................................................... 6

2.1.4. Crescimento de Vazios e Coalescência ............................................................ 8

2.1.5. Parâmetros da Mecânica da Fratura................................................................ 10

2.1.6. A Tensão Equivalente de von Mises (eσ ) ...................................................... 10

2.1.7. Tensão Hidrostática/Tensão de pressão .......................................................... 12

2.1.8. Tensão Desviadora ......................................................................................... 12

2.1.9. Tensão Triaxial ............................................................................................... 13

2.1.10. Deformação Plástica Equivalente ............................................................... 14

2.2. MODELOS DE FRATURA DÚCTIL ............................................................ 14

2.2.1. Modelo de Lemaitre........................................................................................ 15

2.2.2. Modelo de Rousselier ..................................................................................... 16

2.2.3. O Modelo de McClintock e Rice-Tracey ....................................................... 17

2.2.4. O Modelo de Gurson-Tvergaard-Needleman (GTN) ..................................... 18

2.2.5. Problemas da Abordagem Local..................................................................... 21

2.2.6. Modelos de abordagem não-local ................................................................... 23

CAPÍTULO III .......................................................................................... 26

3.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 1-D ........................................................ 26

3.1.1. Cinemática ...................................................................................................... 26

3.1.2. Modelo Constitutivo ....................................................................................... 27

3.1.3. Equação do momento local (Equilíbrio) ......................................................... 37

3.1.4. Princípio das Potências Virtuais para a Equação do Equilíbrio ..................... 38

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x

3.1.5. Princípio das Potências Virtuais para a Equação da Evolução de Vazios ...... 39

CAPÍTULO IV .......................................................................................... 42

4.1. MODELO COMPUTACIONAL .................................................................... 42

4.1.1. Discretização Espacial. Aproximação por Elementos Finitos ........................ 42

4.1.1.1. Equação do Equilíbrio ............................................................................ 42

4.1.1.2. Equação da Fração Volumétrica de Vazios ............................................ 44

4.1.2. Discretização Temporal. Método de Euler Implícito ..................................... 48

CAPÍTULO V ............................................................................................ 50

5.1. SIMULAÇÕES NUMÉRICAS ........................................................................ 50

5.1.1. Exemplos ilustrativos de resultados gráficos locais e não locais. .................. 52

5.1.1.1. Análise Local .......................................................................................... 52

5.1.1.2. Análise Não Local .................................................................................. 54

5.1.2. Análise do primeiro problema: barra com junta soldada no meio .................. 55

5.1.2.1. Análise Local (l = 0) ............................................................................... 57

5.1.2.2. Análise Não Local (l = 0.0025L) ............................................................ 62

5.1.3. Análise do segundo problema: Barra com entalhe no meio ........................... 67

5.1.3.1. Análise Local (l = 0) ............................................................................... 68

5.1.3.2. Análise Não Local (l = 0.0025L) ............................................................ 73

CAPÍTULO VI .......................................................................................... 78

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................. 78

CAPÍTULO VII ......................................................................................... 81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 81

ANEXOS .................................................................................................... 84

A. CÁLCULO DAS EQUAÇÕES DO CAPÍTULO III .............. ........................... 84

B. CÁLCULO DAS EQUAÇÕES DO CAPÍTULO IV ......................................... 88

C. ALGORITMO DO PROBLEMA ....................................................................... 90

D. CÓDIGO DESENVOLVIDO NO MATLAB .................................................... 93

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Os três mecanismos mais comuns de fratura nos metais e suas ligas. Esquerda: representa a fratura dúctil. Central: fratura por clivagem. Direita: fratura intergranular (ANDERSON, 1995). 3

Figura 2.2 - Esquema que ilustra a mudança na forma do corpo de prova do ensaio de tração após a remoção da carga aplicada durante o curso do ensaio. (a) forma da amostra inicial. (b) Forma da amostra após a remoção da carga dentro do regime elástico. (c) Forma da amostra após a remoção da carga dentro do regime plástico uniforme. (d) Forma da amostra após a remoção da carga dentro do regime plástico não-uniforme. (e) Forma da amostra após a fratura (TAWANCY et al., 2004). 5

Figura 2.3 - Estágios da fratura dúctil (CALLISTER, 2007). 7

Figura 2.4 - Nucleação, crescimento e coalescência de vazios em metais dúcteis (ANDERSON, 1995). 9

Figura 2.5 - Imagens microscópicas da zona de fratura de um material dúctil. Na imagem (a) a superfície áspera do centro da fratura pode ser visto rodeado pela superfície lisa da parte angular da fratura. Na figura (b) um zoom sobre a superfície áspera da área do centro da fratura (ANDERSON, 1995). 9

Figura 2.6 - A figura mostra a superfície de escoamento de von Mises no espaço definido pelas três tensões principais. O critério define uma superfície cilíndrica em torno do eixo hidrostático. A superfície de escoamento de Tresca (forma hexagonal) também é mostrada, em comparação com o critério de von Mises (http://en.wikipedia.org/wiki/Von_Mises_yield_criterion). 11

Figura 2.7 - Simulação do crescimento de uma trinca em uma MMC (matriz de alumínio e partículas duras), com o modelo local de danos de Gurson com três malhas de elementos finitos diferentes (A, B, C) (REUSCH e SVENDSEN, 2004). 22

Figura 2.8 - Representação esquemáticas do fluxo de vazios (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998). 24

Figura 3.1 - Representação esquemática do problema. 26

Figura 3.2 - Modelo uniaxial do Domínio Elástico (SOUZA NETO, 2008). 29

Figura 3.3 - Plasticidade com encruamento (b) versus plasticidade perfeita (a) (SIMO e HUGHES, 2000). 30

Figura 3.4 - Resposta de um modelo linear isotrópico de encruamento em um ciclo fechado. (SIMO e HUGHES, 2000). 31

Figura 4.1 – Aproximação do valor da fração de vazios no elemento. 45

Figura 5.1 - Problema comparativo (ÖCHSNER e MERKEL, 2013). 50

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Figura 5.2 - Resposta do modelo. 51

Figura 5.3 – Resultados da dependência da malha na densidade de danos para l = 0 (ABU AL-RUB et al., 2010). 52

Figura 5.4 - Variação de f para l =0 (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998). 53

Figura 5.5 – Resultados da dependência da malha na densidade de danos para l = 1 µm (ABU AL-RUB et al., 2010) 54

Figura 5.6 - Evolução de f para a dependência do gradiente de Gurson com l = 0.2L (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998). 55

Figura 5.7 - Barra com junta soldada no meio. 55

Figura 5.8 - Barra com entalhe no meio. 67

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1

CAPÍTULO I

1.1. INTRODUÇÃO

No campo da engenharia, o entendimento dos mecanismos de dano nos sólidos é

crucial para a operação segura de estruturas e equipamentos. A fim de prever com mais

exatidão esses mecanismos durante a fase de projeto, modelos apropriados para a

simulação do dano são requeridos. Esses modelos serão responsáveis pelo fornecimento

de constantes dos materiais utilizados em equipamentos e estruturas. Através destas

constantes será possível uma melhor previsão de quanto tempo o material irá resistir em

serviço e quando a fratura pode ocorrer.

A Mecânica do Dano Contínuo (MDC) consiste num ramo da Mecânica dos

Meios Contínuos e, tal como o próprio nome indica, tem como objetivo desenvolver

modelos que contabilizem a degradação interna de um material. É com o recurso de

uma variável (variável de dano) que a degradação interna de um material é

contabilizada. Simultaneamente, pode-se utilizar esta variável como um indicador de

ruptura. Dois dos modelos de dano mais utilizados, tanto pela indústria como pela

comunidade científica, são os modelos originais de Gurson e Lemaitre. O primeiro

modelo foi desenvolvido com base na micromecânica e emprega como variável de dano

a porosidade ou fração volumétrica de vazios no material (GURSON, 1977), enquanto

que o segundo modelo foi desenvolvido com base na teoria da termodinâmica dos

processos irreversíveis com variáveis internas (LEMAITRE e CHABOCHE, 1990).

O modelo de Gurson, baseado em microvazios, foi desenvolvido a partir de uma

superfície de escoamento para materiais porosos. A variável de dano empregada é a

fração volumétrica de vazios, f, definida como a relação entre o volume de vazios e o

volume aparente. O comportamento dos vazios é descrito através da consideração dos

três mecanismos básicos de variação do volume de vazios: nucleação, crescimento e

coalescência desses vazios (ou microcavidades).

A fim de explicar os efeitos da nucleação e coalescência de vazios e, assim,

obter uma melhor concordância entre o modelo, os resultados experimentais e as

simulações numéricas para a fratura dúctil e propagação de trincas, o modelo de Gurson

original e, em especial, sua função de escoamento, foi modificado e estendido como

uma forma de modelo semi-fenomenológico por Chu e Needleman (1980), Needleman

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2

e Tvergaard (1984) e Koplic e Needleman (1988). Nos anos seguintes, essa abordagem

modificada foi mais ampliada com base na hipoelasticidade de forma incremental

(SIMO e HUGHES, 2000) para explicar o encruamento isotrópico e cinemático.

Assim como em outros tipos de modelagem utilizando o método dos elementos

finitos, uma questão em aberto no âmbito da modelagem de danos, com base no modelo

Gurson, seria o problema da localização e da dependência da malha (número de

elementos) escolhida. Para obter mais conhecimentos sobre estas questões, neste

trabalho, a modelagem local de Gurson será comparada a uma extensão não-local do

mesmo no contexto de uma simples simulação numérica. Sendo assim, a solução de um

problema simples utilizando o modelo de Gurson-Tvergaard-Needleman (GTN)

levando em conta o encruamento isotrópico será comparada com a solução do mesmo

problema com a adição de termos não locais.

Muitos modelos teóricos e abordagens numéricas foram apresentados para

estudar fenômenos de fratura dúctil em ambas as escalas. No entanto, devido à

complexidade desses fenômenos, muitas questões teóricas e numéricas ainda continuam

por ser resolvidas. Existem muitos artigos científicos que abordam este assunto, porém

a maioria tem como foco a determinação e a calibração dos parâmetros de modelos

baseados em dados experimentais (XUE, 2007; BESSON, 2010; RUGGIERI, 2011).

O modelo matemático unidimensional para esse trabalho será desenvolvido

utilizando o método dos elementos finitos no software comercial MATLAB®.

1.2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é estudar e desenvolver um modelo matemático

simples para analisar a fratura dúctil, a fim de avaliar o comportamento da fratura de

acordo com os parâmetros escolhidos, utilizando um modelo unidimensional de Gurson-

Tveergaard-Needleman, padrão e modificado, no software MATLAB®. Além disso,

também será realizado um estudo para caracterizar os fenômenos responsáveis pela

fratura dúctil e identificar melhor a influência de cada parâmetro do modelo.

O trabalho é limitado à fratura de materiais dúcteis isotrópicos homogêneos. As

teorias a esse respeito serão estudadas e apresentadas como uma introdução para a

ciência da fratura dos materiais, e também será abordado como essas teorias são usadas

com auxílio do método dos elementos finitos.

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CAPÍTULO II

2.1. MECÂNICA DA FRATURA

Existem três mecanismos mais comuns que podem impor falha nos metais e

ligas, são eles: a fratura por clivagem (frágil), fratura intergranular e fratura dúctil

(ANDERSON, 1995). Este trabalho centra-se no mecanismo da fratura dúctil. Uma

descrição geral dos três mecanismos mais comuns pode ser vista na Figura 2.1.

Figura 2.1 - Os três mecanismos mais comuns de fratura nos metais e suas ligas. Esquerda:

representa a fratura dúctil. Central: fratura por c livagem. Direita: fratura intergranular

(ANDERSON, 1995).

2.1.1. O Problema da Fratura Dúctil

O problema da fratura dúctil é um tema que vem sendo muito estudado nos

últimos 20 anos e temos visto o surgimento de muitos trabalhos sobre a modelagem

desta fratura. Vários fatores explicam esse interesse, como por exemplo, a procura

crescente em proporcionar ferramentas que permitam aumentar a eficácia das estruturas

(como reduzir o peso, aumentar a temperatura de serviço ou de carga, etc.), mantendo

ou aumentando a segurança. Podemos alcançar essa meta com o uso de melhores

materiais, mas também melhorando as ferramentas de projeto. Melhores ferramentas

consistem em melhores equações constitutivas para o material, melhor descrição da

base física dos processos de fratura e melhores ferramentas numéricas, que permitem

utilizar as equações melhoradas em cálculos estruturais, que se tornam cada vez mais

realistas.

Simulações numéricas preditivas de fratura dúctil podem ser de grande interesse

em situações industriais, para os quais abordagens experimentais em larga escala são

demasiadamente caras ou mesmo impraticáveis. Este é o caso de ruptura dúctil de

gasodutos de várias centenas de metros, da propagação de trincas em grandes navios

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nucleares ou de fratura dúctil na fuselagem de uma aeronave. Para essas aplicações, as

simulações devem prever os caminhos da trinca, estabilidade, estados de tensões, etc.

A falha dúctil é geralmente precedida por uma extensa deformação plástica, e

pode ocorrer devido às instabilidades associadas com as dimensões e geometria do

corpo (espécime) ou devido à nucleação, crescimento e coalescência de vazios

microscópicos que se iniciam e propagam-se a partir de inclusões, partículas de segunda

fase, ou contornos de grão. Uma vez que materiais dúcteis são geralmente utilizados em

virtude da sua resistência, é essencial se compreender como a falha se inicia e evolui, de

modo que a tenacidade relativamente elevada possa ser usada no projeto (YIP, 2005).

Várias abordagens têm sido propostas para descrever o fenômeno da fratura.

Tais abordagens incluem os conceitos de: fator de intensidade de tensão (K), a taxa de

liberação de energia (G), a integral J, os modelos de nucleação-crescimento-

coalescência de vazios e os modelos da mecânica do dano contínuo.

A abordagem feita por Rice e Tracey (1969) da integral J, é amplamente

utilizada para aplicações industriais, mas apresenta várias limitações, pois só pode lidar

com trincas preexistentes e só pode ser aplicada a um modelo de iniciação e propagação

de uma trinca em um entalhe desde que seja respeitada à restrição do tamanho da zona

plástica. A integral J também é uma propriedade intrínseca do material, uma vez que

depende fortemente da geometria da amostra.

Abordagens que utilizam a medição do deslocamento da abertura da ponta da

trinca (CTOD) ou o ângulo de abertura da ponta da trinca (CTOA) sofrem das mesmas

limitações.

As limitações das abordagens mencionadas (chamadas de "Abordagem Global")

levaram ao desenvolvimento de descrições baseadas no fenômeno físico da fratura que

pertencem à chamada "Abordagem Local da Fratura". A abordagem é referida como

"local" quando uma descrição detalhada e baseada na física do fenômeno de dano é

usada para representar a zona de processo da ruptura. Portanto, o dano e a ruptura

podem ser representados em uma superfície (modelo de zona coesiva) ou no volume

(mecânica do dano contínuo). Ambos os métodos podem ser aplicados utilizando o

método dos elementos finitos (FE) (BESSON, 2010).

2.1.2. Os processos físicos da fratura dúctil

Quando o material chega no ponto de resistência máxima na curva tensão-

deformação sob tensão, um aumento na carga fará com que a deformação (plástica) real

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aumente drasticamente e de maneira localizada. Este fenômeno pode ser explicado pelo

simples fato que o encruamento por deformação plástica não aumenta a resistência do

material de maneira suficiente a superar a perda de capacidade do material de suportar a

carga, em virtude da diminuição da área de seção transversal. Após o ponto de

resistência máxima para o material, a relação de alteração da tensão real para a alteração

da deformação real é:

realreal

real σδεδσ

< (2.1)

Quando o material se deforma plasticamente, a deformação real no material é

aproximadamente igual ao longo do corpo de prova. Em algum lugar no material haverá

uma zona fraca (entalhe, junta soldada, etc.), que não será capaz de resistir à carga

aplicada. Nesta zona, é alcançada uma deformação local limite que dá origem ao

processo de micromecanismo de fratura dúctil: nucleação, crescimento e coalescimento

de microcavidades. Macroscopicamente, a amostra dá início ao processo de

empescoçamento, e as deformações da amostra são concentradas nessa região. Uma

descrição esquemática deste comportamento é mostrada na Figura 2.2. Esta zona de

fratura do material é definida como zona de instabilidade ou zona de empescoçamento

porque o efeito faz com que se forme um “pescoço” local na estrutura do material.

Figura 2.2 - Esquema que ilustra a mudança na forma do corpo de prova do ensaio de tração após a

remoção da carga aplicada durante o curso do ensaio. (a) forma da amostra inicial. (b) Forma da amostra após a remoção da carga dentro do regime elástico. (c) Forma da amostra após a remoção

da carga dentro do regime plástico uniforme. (d) Forma da amostra após a remoção da carga dentro do regime plástico não-uniforme. (e) Forma da amostra após a fratura (TAWANCY et

al., 2004).

O "pescoço" aparece porque apenas o material dentro da zona instável reduz sua

área de seção transversal. O material fora da zona instável está experimentando os

mesmos valores de tensão, mas uma vez que nunca passou do comportamento plástico

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para fratura, irá apresentar uma recuperação elástica quando a tensão for reduzida. Toda

a deformação ocorre no material dentro da zona instável, na qual as tensões alcançam o

limite de resistência (UTS).

2.1.3. Surgimento dos Vazios

Quando um material dúctil é carregado e tensionado até a sua carga máxima, o

aumento de tensão pelo encruamento do material se equilibra com a perda da

capacidade de suportar carga devido à redução da área de seção transversal. Além disso,

o esforço irá resultar em instabilidades de deformações locais no material

(empescoçamento).

O processo de fratura dúctil normalmente ocorre em vários estágios. A Figura

2.3 ilustra um corpo de prova de um ensaio de tração. Primeiro, no início do

empescoçamento, pequenas cavidades, ou microvazios, se formam no interior da seção

reta, como indicado em (b). Depois, à medida que a deformação continua, estes

microvazios crescem e, coalescem, quando alcançam um valor de distância crítica entre

as cavidades, para formar uma trinca elíptica, que tem seu eixo longo perpendicular à

direção da tensão. A trinca continua a crescer numa direção paralela ao eixo maior por

um processo de coalescência de microvazios, (c). Finalmente, a fratura resulta pela

rápida propagação de uma trinca ao redor do perímetro externo do pescoço, (d), pela

deformação cisalhante num ângulo de cerca de 45° com o eixo de tração - este é o

ângulo no qual a tensão é máxima.

A degradação das propriedades mecânicas do material ocorre devido à

microvazios que existam ou venham a se formar na matriz do material. Os mecanismos

básicos que originam variação na quantidade de vazios à medida que o material é

deformado plasticamente são:

• Nucleação: normalmente se encontra nos metais uma série de defeitos

(inclusões, juntas de grãos) que, quando submetidos à tensão, podem originar

um vazio. A chamada nucleação ou formação é um fenômeno irreversível,

ocorrendo uma única vez no mesmo local;

• Crescimento: os microvazios, pré-existentes ou nucleados, variam seu

tamanho conforme o estado de deformação plástica e pressão hidrostática no

material. O tamanho do vazio aumenta exponencialmente com a pressão

hidrostática de tração e diminui em caso de compressão (pressão hidrostática

negativa), caracterizando um fenômeno reversível;

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• Coalescência: quando o volume de vazios atinge um nível relativamente alto,

os microvazios começam a interagir entre si. Quando o afastamento entre os

microvazios é da ordem de seu raio médio, tende a ocorrer união entre vazios

adjacentes, dando origem a vazios maiores.

Figura 2.3 - Estágios da fratura dúctil (CALLISTER, 2007).

Alguns materiais têm fortes ligações entre as partículas e a matriz do material, e

as propriedades do material com relação à fratura dúctil são controladas pelo

desenvolvimento de vazios em torno das partículas. Os laços fortes são geralmente

causados por partículas do material que são relativamente uniformes no tamanho e de

menor raio. Quando os primeiros vazios começam a aparecer, passam a atuar como

"concentradores de tensão", e por isso, a tensão no interior do material é tão grande que

o crescimento e coalescência dos vazios acontecem rapidamente. Este comportamento

faz o material apresentar uma fratura com pouca deformação, no empescoçamento, do

ponto da resistência máxima até a fratura.

Os vazios tendem a aparecer ao redor das inclusões e chamadas partículas de

segunda fase que podem estar no material. O que acontece é que a tensão entre a matriz

do material e a superfície da partícula aumenta até que um vazio seja criado entre a

partícula e a matriz do material. Pode também ocorrer que a tensão seja tão grande que a

própria partícula frature, ou seja, ocorre uma incompatibilidade de deformação entre a

partícula e a matriz.

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2.1.4. Crescimento de Vazios e Coalescência

Após a criação de vazios no material, estes vazios começam a crescer e

coalescer quando o carregamento no material aumenta. Antes dos vazios serem criados,

a tensão no material é suportada pela área da seção transversal do corpo de prova.

Conforme os vazios vão sendo criados, a seção transversal efetiva que pode suportar o

carregamento é reduzida, uma vez que apenas o material entre os vazios está disponível

para suportar o esforço. A deformação plástica resultante do aumento do alongamento é

concentrada nas paredes entre os espaços vazios. Este é um dos efeitos que causam o

fenômeno de empescoçamento no material. Na Figura 2.4 são apresentadas uma

descrição esquemática do crescimento de vazios e coalescência.

O crescimento de vazios é governado pelo aumento da deformação plástica e da

tensão hidrostática que atuam sobre o material. Em um corpo exposto a deformação, o

volume no centro da área de seção transversal que está suportando o carregamento irá

experimentar uma quantidade maior da tensão hidrostática do que o volume mais perto

da borda. Esta tensão hidrostática maior resulta em um estado triaxial de tensões mais

elevadas no centro da área de seção transversal. Isto irá aumentar a velocidade com que

os vazios ao redor das partículas maiores cresce, e fazer com que o centro da área de

seção transversal solicitada falha antes das bordas (ANDERSON, 1995). A forma da

fratura central causada pelo crescimento de vazios em torno das partículas de maior

dimensão é frequentemente no formato circular, dependendo do modo de carregamento

no sólido (em uma barra plana a forma circular é comprometida pela forma da área de

seção transversal do corpo de prova).

Fora do centro da zona de fratura, a tensão triaxial tem um valor mais baixo

porque a tensão hidrostática é menor. Isto causa o crescimento de vazios menores em

torno das partículas menores, resultando em uma quantidade máxima inferior de

deformação do ponto de resistência máxima até à fratura. Quando de repente toda a

carga é colocada sobre esta área por causa da falha da região central, o crescimento de

vazios vai acontecer de forma rápida e falha irá ocorrer rapidamente.

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(a) Inclusões na matriz do material dúctil (b) Nucleação de Vazios

(c) Crescimento de vazios (d) Deformação localizada entre os vazios

(e) Empescoçamento entre os vazios (f) Coalescência dos vazios e fratura

Figura 2.4 - Nucleação, crescimento e coalescência de vazios em metais dúcteis (ANDERSON,

1995).

Figura 2.5 - Imagens microscópicas da zona de fratura de um material dúctil. Na imagem (a) a

superfície áspera do centro da fratura pode ser visto rodeado pela superfície lisa da parte angular

da fratura. Na figura (b) um zoom sobre a superfície áspera da área do centro da fratura

(ANDERSON, 1995).

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10

2.1.5. Parâmetros da Mecânica da Fratura

Neste tópico, diferentes parâmetros que têm influência sobre o comportamento

de materiais dúcteis, particularmente quando se trata de fratura, são apresentados. Em

uma estrutura real, o aparecimento de vazios pode ser previsto de ocorrer em torno dos

pontos fracos do material, como foi explicado anteriormente. Em uma análise numérica

de elementos finitos o material é considerado homogêneo e não há nenhuma parte fraca

no material onde a fratura poderia começar a se desenvolver. Para solucionar este

problema, é comum introduzir algum critério de iniciação, com base em valores de

parâmetros mensuráveis como tensão, deformação ou energia. Para ter certeza de que o

material se comporta igualmente em todas as direções, os parâmetros que são

independentes do sistema de coordenadas são calculados. Isto significa que para um

dado estado de, por exemplo, tensão, haverá um valor escalar equivalente de tensão que

é independente do sistema de coordenadas e os componentes de tensão a serem

calculados a partir disso serão definidos. Isto garante que o sistema de coordenadas

utilizado na análise não influencia o resultado em relação à fratura.

Os tópicos a seguir abordam uma explicação sobre os parâmetros mais usados

relacionados ao início e desenvolvimento de fraturas.

2.1.6. A Tensão Equivalente de von Mises (eσ )

A tensão equivalente de von Mises vem do critério de von Mises que é utilizado

quando se simula o escoamento de materiais dúcteis isotrópicos, tais como os metais,

como explicado anteriormente. Para comportamento dúctil anisotrópico o critério de

superfície de escoamento de Hill pode ser usado. O critério de von Mises sugere que o

escoamento do material começa quando a tensão equivalente eσ que é igual a um valor

crítico definido como tensão de escoamento uniaxial Yσ (ANDERSON, 1995). A

tensão de von Mises para as tensões principais é definida como:

( ) ( ) ( )[ ] ( )3212

12

322

312

21 ,2

1 σσσσσσσσσσ >>−+−+−=e (2.2)

A tensão de von Mises ainda pode ser definida a partir das componentes gerais

de tensão:

( ) ( ) ( ) ( )[ ] 21

222222 62

1zxyzxyxxzzzzyyyyxxe τττσσσσσσσ +++−+−+−= (2.3)

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Onde: 1σ , 2σ e 3σ são as três tensões principais, xxσ , yyσ e zzσ são as

componentes da tensão e xyτ , yzτ e xzτ são as componentes da tensão de cisalhamento.

eσ é o valor escalar de tensão e representa a tensão efetiva que ocorre no corpo. A

Equação 2.2, define uma superfície cilíndrica no espaço definido pelas três tensões

principais, em torno do eixo hidrostático definido como 321 σσσ == , como é

apresentado na Figura 2.6.

Figura 2.6 - A figura mostra a superfície de escoamento de von Mises no espaço definido pelas três

tensões principais. O critério define uma superfície cilíndrica em torno do eixo hidrostático. A

superfície de escoamento de Tresca (forma hexagonal) também é mostrada, em comparação com o

critério de von Mises (http://en.wikipedia.org/wiki/Von_Mises_yield_criterion).

Assume-se que um material muda de comportamento puramente elástico para o

comportamento elasto-plástico, quando a tensão equivalente excede um limite definido

como a tensão de escoamento, Yσ .

A tensão de von Mises independe do sistema de coordenadas em que é

calculada, e exibirá a mesma independência numérica do sistema de coordenadas, no

qual os componentes de tensão são calculados, desde que as condições de carga sejam

as mesmas. Além disso, a tensão de von Mises é sempre positiva (COOK et al., 2002).

Esta característica a torna mais útil como um critério geral de escoamento.

A vantagem da tensão de von Mises é que ela é uma medida escalar para todo o

estado de tensão do ponto em que é calculada (COOK et al., 2002). Os componentes da

tensão podem dar a mesma informação que a tensão de von Mises para algumas partes

do modelo, mas dependem da direção em que são calculadas, e só podem medir partes

do verdadeiro estado de tensão de um determinado ponto.

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2.1.7. Tensão Hidrostática/Tensão de pressão

A tensão hidrostática, mσ , também é conhecida como a tensão de pressão. É

uma média das três tensões principais em um corpo, e muitas vezes é usada como um

parâmetro para o estado de tensão do material. A pressão hidrostática é definida como a

tensão que causa as alterações volumétricas de um volume de sólido, e não altera a

forma do volume (apenas redimensiona). A forma é influenciada pelo estado de tensão

desviadora, e o estado de tensão total é a soma do estado hidrostático e o estado

desviador (COOK et al., 2002). A tensão hidrostática é definida como:

( )3213

1 σσσσ ++=−= pm (2.4)

Onde: p é a pressão hidrostática equivalente, e está relacionada com a tensão

hidrostática mσ , como visto acima. O sinal negativo na frente de p vem da definição

de compressão que é normalmente designada como negativa e a tração como positiva.

A pressão hidrostática é definida pelas três tensões principais sozinhas, não

contém qualquer tipo de deformação por cisalhamento, uma vez que, as tensões

principais são definidas pelos planos principais eliminando as tensões de cisalhamento.

Na Equação 2.5 pode ser visto que a tensão hidrostática é igual a:

σσ −=−= Spm (2.5)

No espaço definido pelas três principais tensões a tensão hidrostática é um vetor

que se encontra na superfície de von Mises, em paralelo com o eixo hidrostático

( 321 σσσ == ), a partir do plano desviador (plano π), como foi visto na Figura 2.7.

A tensão hidrostática tem uma influência grande no comportamento do material

quando os vazios estão se desenvolvendo e crescendo nos materiais expostos a fatura

dúctil, já que, a tensão triaxial, discutida a seguir, depende da tensão hidrostática e da

tensão equivalente de von Mises. Em uma zona localizada de empescoçamento do

corpo, a tensão equivalente pode ter o mesmo valor no corpo todo, mas a região central

do volume está sujeita a uma pressão hidrostática maior do que nas extremidades do

volume e, portanto, tem um valor mais elevado de tensão triaxial.

2.1.8. Tensão Desviadora

Enquanto a tensão hidrostática altera o volume de um sólido, os componentes da

tensão desviadora são responsáveis pela alteração da forma e, isto é, a alteração dos

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ângulos entre os lados de um volume sólido predefinido. Somado com a pressão

hidrostática a tensão desviadora define o estado de tensão no material como:

44 344 2144 344 21444 3444 21caHidrostátiTensão

m

m

m

sDesviadoraTensõesdeTensor

zzzyzx

zyyyyx

xzxyxx

VerdadeiraTensão

zzzyzx

zyyyyx

xzxyxx

SSS

SSS

SSS

pS

+

=

=+=σ

σσ

σσσσσσσσσ

σ00

00

00

(2.6)

Onde: ijσ é a tensão verdadeira ou real do material.

Como pode ser visto na Equação 2.6, a tensão de cisalhamento está relacionada

apenas com as componentes da tensão desviadora, já que a tensão de cisalhamento puro

não muda o volume de um sólido, somente altera a forma do mesmo.

No espaço das tensões principais, a tensão desviadora é um vetor que começa na

origem permanecendo no plano desviador (plano π), como foi apresentado na Figura

2.7.

2.1.9. Tensão Triaxial

A tensão triaxial é definida como:

( )

ee

m

σ

σσσ

σση

3213

1 ++== (2.7)

Ela é utilizada como um parâmetro para determinar o estado de tensão em um

corpo com base na pressão hidrostática e a tensão equivalente de von Mises. Nos

materiais que são submetidos à fratura dúctil, a tensão triaxial é um parâmetro

importante. A deformação equivalente na qual um material começa a falhar (iniciação

do dano) é altamente dependente do estado de tensão do material, portanto, da tensão

triaxial.

Em uma zona de fratura de um material, a tensão equivalente pode ter

aproximadamente o mesmo valor no todo. Experimentos têm mostrado que a fratura

dúctil devido ao crescimento e à coalescência de vazios é iniciada no centro do volume

(BESSON, 2010). Quando um material é deformado, um volume no interior da zona de

empescoçamento é esticado sob tensão na direção da tensão principal 1σ e comprimido

nas duas direções transversais porque a espessura e a largura da amostra é reduzida pelo

fenômeno de empescoçamento. Isso cria um estado de alta tensão hidrostática levando a

um estado mais elevado de tensão triaxial no volume. Um volume que está localizado

mais próximo da extremidade da amostra não irá ter a mesma quantidade de tensão

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hidrostática porque a deformação deste elemento está mais para uma deformação de

alteração de forma do que uma deformação de mudança de volume.

2.1.10. Deformação Plástica Equivalente

A deformação plástica equivalente é frequentemente utilizada em conjunto com

a tensão equivalente de von Mises para determinar o estado do material. Assim como a

tensão equivalente de von Mises, a deformação plástica equivalente é um valor escalar

que representa o estado de deformação plástica do material. A deformação equivalente é

calculada da mesma forma que a tensão equivalente.

2.2. MODELOS DE FRATURA DÚCTIL

Serão apresentados alguns modelos usados ao longo dos anos para a modelagem

da fratura dúctil.

Existem modelos com origem na descrição fenomenológica da fratura, feitas a

partir do regime “global”. Dentre os modelos constitutivos de origem fenomenológica,

os trabalhos mais estudados são os de Lemaitre (1985, 1996), que utilizou os primeiros

desenvolvimentos de Kachanov (BESSON, 2010). Estes modelos são muitas vezes

referidos como “Mecânica do Dano Contínuo” (CDM), Lemaitre (1996). Os modelos de

origem micromecânica também contam com uma descrição contínua de danos, porém

os modelos de origem fenomenológica se baseiam essencialmente em considerações

macroscópicas. O dano é representado por um escalar (D) ou variável tensorial (D, D).

Para lidar com cargas cíclicas este modelo incorpora o encruamento cinemático

(encruamento mais usado em modelos de carga cíclica e fadiga) de uma forma muito

mais fácil do que os modelos baseados na micromecânica. Os fechamentos de danos

(vazios) na compressão, por exemplo, também podem ser contabilizados neste modelo

(como se o material recuperasse suas propriedades no ponto onde o vazio se fecha). Um

dos modelos que será mostrado abaixo é desenvolvido por Lemaitre (1996).

Outros modelos de previsão de fratura muito usados são os baseados no

mecanismo microscópico de nucleação de vazios, crescimento e de coalescência,

explicado nos tópicos anteriores deste trabalho. Uma grande parte das pesquisas feitas é

focada na evolução de vazios sujeitos a vários tipos de tensões e deformações. Nestes

modelos microscópicos o vazio é modelado por um vazio contido no material não

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danificado (matriz), que obedece a mecânica do contínuo convencional. A resposta

global do vazio contido no material (geralmente como num elemento de volume

representativo) é então usada para modelar o comportamento macroscópico do material.

Devido a enorme variedade de cominação de possíveis tamanhos, formas, orientações e

espaçamentos dos espaços vazios e de padrões de deformação, algumas simplificações e

hipóteses têm que ser feitas para tornar o problema matemático de evolução do vazio

tratável. O trabalho pioneiro é devido a McClintock (1968) e Rice e Tracey (1969) que

analisaram um vazio como um cilindro isolado ou de forma esférica que é submetido a

uma tensão uniforme. Nestes modelos, o material é muitas vezes considerado como um

meio poroso e a fratura ocorre quando a fração volumétrica de vazio atinge um valor

crítico. Gurson (1977) introduziu a influência de microvazios para o fluxo plástico

dentro de uma estrutura constitutiva. Tvergaard (1981) e Tvergaard e Needleman (1984)

estenderam o modelo para descrever a aceleração do crescimento de vazios.

2.2.1. Modelo de Lemaitre

Baseado nos conceitos de uma variável de dano, D, e da tensão efetiva,

De −=

1

σσ , Lemaitre (1996) propôs uma teoria de dano termodinamicamente

consistente.

O modelo assume um volume representativo do material que contem defeitos

(microtrincas e microvazios). Se a interseção desse volume com um plano definido pelo

vetor normal nr

é S e a área de interseção dos vazios e trincas do volume nesse plano é

)(nSD

r, então a variável de dano é definida como

S

nSnD D )()(

rr = . Se SnSD ≤≤ )(0

r

então 1)(0 ≤≤ nDr

. D = 0 significa que o material não tem dano, enquanto D = 1

significa que o material não tem mais capacidade de suportar a carga.

Se D não depende do vetor normal nr

, logo o dano pode ser considerado

isotrópico e S

SD D= . Nesse caso a variável de dano tem o mesmo sentido da densidade

efetiva de microdefeitos.

O maior destaque do trabalho de Lemaitre (1996) é que “qualquer equação

constitutiva de deformação para um material danificado deve ser determinada da mesma

maneira que um material virgem, exceto quando a tensão usual é substituída pela tensão

efetiva”. Baseado nesse princípio ele determinou a equação constitutiva para o dano

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dúctil. Para o caso de dano isotrópico a equação de evolução do dano tem a seguinte

forma:

ple

s

nple

e

p

ES

AD εε

σνν &&

022

0

2

)()21(3)1(3

2

2

−++= (2.8)

Onde: A e n são as propriedades do material da lei de encruamento de Ramberg-

Osgood.

Temos ainda que:

n

eple A

=σε (2.9)

E 0S e 0s são parâmetros da lei evolução do dano:

ple

s

S

yD ε&&

1

0

0 +

−= (2.10)

Essa lei se baseia na regra de normalidade do potencial de dissipação, ϕ :

yD

∂∂−= ϕ& (2.11)

Nas últimas duas equações -y é chamado de “taxa de liberação de energia por

deformação causada pelo dano" (LEMAITRE, 1985).

O modelo de Lemaitre é muito poderoso no sentido de que ele pode ser aplicado

a qualquer processo de danos, não apenas ao dano dúctil. O seu ponto fraco, no entanto,

é que a própria natureza da teoria termodinamicamente consistente é de uma teoria

contínua. Portanto, o modelo de dano dúctil de Lemaitre é essencialmente um processo

contínuo de amolecimento em que a presença de espaços vazios e fissuras são

introduzidos através da variável de dano, D.

Outros modelos baseados na Mecânica do Dano Contínuo (CDM) foram

formuladas ao longo dos anos, como por exemplo, o modelo de Rousselier.

2.2.2. Modelo de Rousselier

O modelo proposto por Rousselier (1987, 2001) baseia-se no quadro

termodinâmico proposto por Lemaitre e Chaboche (1990), e introduz uma variável de

dano como uma variável de estado. No entanto, a força "termodinâmica" associada e a

superfície de escoamento devem ser tal que a lei de evolução do dano corresponda à

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conservação de massa. A variável de dano é, consequentemente, identificada como a

porosidade e a superfície de escoamento é expressa como:

Rf

pfD

fe −

−−+

−=Φ

11 )1(

3exp

)1( σσσ

(2.12)

Onde: D e 1σ são parâmetros do material que necessitam ser determinados.

Com base nesta definição, a equação anterior não pode ser usada para definir uma

tensão efetiva, que seria uma função homogênea de σ (BESSON, 2010), como no caso

do modelo de GTN (Seção 2.2.4). Sob cisalhamento puro ( 0=p ) e na ausência de

nucleação, o dano ainda é gerado no caso do modelo de Rousselier, porém, nestas

mesmas condições o modelo de Gurson não conduz ao crescimento do dano.

O modelo de Rousselier tem os mesmos pontos fortes e fracos que o anterior, o

modelo de Lemaitre, e que o modelo GTN, que será visto mais a frente (ROUSSELIER,

1987).

Conforme já foi dito, a microestrutura dos metais é complexa e contém materiais

multifásicos, tais como grãos, partículas de segunda fase, precipitados e vazios. Ao

contrário das suposições macroscópicas e homogêneas, os modelos de origem

micromecânica tratam os materiais como um aglomerado de células heterogêneas.

2.2.3. O Modelo de McClintock e Rice-Tracey

Os primeiros modelos micromecânicos para o desenvolvimento de fratura dúctil

por McClintock (1968) e Rice e Tracey (1969) descreveram o crescimento de vazios

cilíndricos ou esféricos isolados numa matriz perfeitamente plástica e rígida. Em ambos

os estudos destacou-se o papel combinado da triaxilidade de tensões e deformação

plástica no crescimento de vazios. No caso de um vazio esférico (que é o mais realista),

a taxa de variação do raio dos vazios, R& , pode ser expressa para uma alta triaxilidade de

tensões como (RICE e TRACEY, 1969):

eqY

p

R

R εσ

α &&

=

2

3exp (2.13)

Onde: α é um fator numérico, eqε é a deformação equivalente de von Mises e

Yσ é a tensão de escoamento da matriz. O valor inicialmente proposto para α , igual a

0,283, foi modificado por Huang para alcançar uma maior precisão (BESSON, 2010). O

modelo de crescimento de vazios também foi estendido para contabilizar os efeitos de

encruamento. O modelo de Rice e Tracey (1969) para crescimento de vazios levou à

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uma definição de um critério de ruptura simples, afirmando que a fratura ocorre quando

o raio normalizado do vazio atingir um valor crítico:

( ) ( )cRRRR 00 = (2.14)

Em que: 0R é o raio inicial do vazio. ( )0RR é calculada integrando a Equação

2.13, enquanto ( )cRR 0 é o parâmetro dependente do material que define o valor crítico

para o crescimento de vazios, que leva à fratura. (RICE e TRACEY, 1969).

A análise anterior não leva em conta a interação entre os vazios e os efeitos de

um crescimento de vazios no comportamento do material (isto é, amolecimento). Este

problema foi resolvido pela primeira vez por Gurson (1977), em uma análise de limite

superior de uma esfera finita contendo um vazio esférico, no caso de uma matriz

perfeitamente plástica e rígida.

2.2.4. O Modelo de Gurson-Tvergaard-Needleman (GTN)

O fenômeno de crescimento de uma trinca dúctil é resultado da nucleação, do

crescimento e da coalescência de vazios, como foi apresentado anteriormente e ilustrado

pela Figura 2.4. McClintock (1968) e Rice e Tracey (1969) mostraram que a taxa de

crescimento de um vazio em um meio infinito e continuo pode ser considerada como

uma função exponencial da tensão triaxial. Gurson (1977) considerou um meio contínuo

(matriz) que contém um vazio inicial, e mostrou que o potencial de escoamento de um

material pode ser aproximado pela seguinte função:

( ) [ ] 012

3cosh2,,, 2

32

1

2

=+−

+

= fq

pqfqfp

yy

eye σσ

σσσφ (2.15)

onde:

SS:2

3=eσ é a tensão equivalente de von Mises;

σpI+=S é a parte desviadora do tensor de tensão de Cauchy (σ);

I:σ3

1−=p é a pressão hidrostática;

yσ é a tensão de escoamento da matriz do material totalmente denso (sem

defeitos).

f é a fração volumétrica de vazios, e

321 ,, qqq são parâmetros do material.

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19

O primeiro termo do lado direito da equação equivale ao segundo invariante J2

do critério de von Mises, e o segundo e terceiro termos introduzem os efeitos de vazios

e de crescimento dos vazios devido a tensão. Para um material não poroso (isto é, f = 0),

o modelo de von Mises (J2) é reproduzido. f = 1 implica que o material é completamente

vazio e não tem capacidade de suportar tensão.

Na análise original de Gurson (1977), foi assumido que 1321 === qqq , porém,

Tvergaard (1981) mostrou que assumindo 5.11 =q , 0.12 =q e 213 qq = , o modelo se

encaixa melhor nos dados experimentais. Estes valores foram muito utilizados na

literatura no modelo GTN.

Após a aplicação de carga, a fração volumétrica de vazios, f, aumentaria, tanto

devido o aumento dos vazios existentes quanto, em uma menor escala, da nucleação de

novos vazios. Então a taxa de aumento da fração volumétrica de vazios seria:

nuclgr fff &&& += (2.16)

Em referência ao fluxo plástico incompressível do material da matriz no modelo

GTN, a taxa de crescimento dos vazios existentes levaria:

( ) plgr dff ε&& −= 1 (2.17)

Needleman e Rice (1978) propuseram uma equação empírica para aproximar a

taxa de crescimento de vazios causada pela nucleação de novos vazios como uma

função das taxas de tensão média e tensão de escoamento e da taxa de deformação

plástica equivalente:

plnucl Af ε&&

1= (2.18)

Chu e Needleman (1980) propuseram ainda uma função de distribuição normal

para contabilizar a contribuição da deformação controlada de nucleação de vazios para

toda a porosidade. Então, no modelo continuo, a taxa de nucleação de vazios, expressa

por 1A fica:

−−=

2

1 2

1exp

2 n

nplm

n

n

ss

fA

εεπ

(2.19)

onde: nε é a deformação média de nucleação e ns é o desvio padrão.

Um material plástico, cujo fluxo pode ser descrito pela Equação (2.15), pode ser

usado como modelo para o crescimento de uma trinca dúctil. Entretanto, o pressuposto

de que os vazios adjacentes (da vizinhança) não interagem está implícito nessa

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20

abordagem. Por outro lado, a fase final de um incremento do crescimento de uma

fratura dúctil inclui estiramento da matriz entre dois espaços vazios adjacentes

(vizinhos), conduzindo à coalescência final. Esta fase final é caracterizada por uma

rápida perda da capacidade do elemento de aguentar esforços (tensão). Para levar em

conta estes efeitos, Tvergaard e Needleman (1984) introduziram uma modificação no

potencial de escoamento original de Gurson. Eles introduziram a fração volumétrica de

vazios no início da coalescência dos vazios, definida como Cf , e também Ff que

representa a fração volumétrica de vazios no final da fratura onde a capacidade do

elemento de aguentar tensão desaparece. Sugeriram assim usar *f ao invés de f na

Equação 2.15, definido como:

( )F

FC

C

F

CCF

CFC

ffse

fffse

ffse

f

ffff

fff

f

f

<<

−−−

+=

,

,

,

* (2.20)

Onde: ( ) 33211 qqqqf F −+=

, (lembrando que quando 2

13 qq = , significa que

11 qf F = ).

Então, a Equação (2.15) fica da seguinte forma:

( ) [ ] 012

3cosh2,,,

2*3

2*1

2

* =+−

+

= fq

pqfqfp

yy

eye σσ

σσσφ (2.21)

Após definido o critério de escoamento e o conjunto de leis que controla a

evolução da fração volumétrica de vazios, para que o modelo fique completo é

necessário definir a lei de evolução das deformações irreversíveis ou plásticas.

Segundo Gurson (1977), se a matriz de um material com microvazios segue o

princípio da normalidade, o material também segue esse mesmo princípio. Assim,

empregando-se plasticidade associada, chega-se a lei de fluxo plástico como o

apresentado a seguir:

σ∂Φ∂= λε &&Pl (2.22)

onde: λ& é denominado multiplicador plástico, e as condições de

carregamento/descarregamento do modelo elasto-plástico, definem as seguintes

restrições:

0≤Φ 0≥λ& 0=Φλ& (2.23)

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21

A presença da pressão na condição de escoamento resulta em uma deformação

plástica não desviadora. O fluxo plástico é assumido como normal à superfície de

escoamento (Equação 2.22).

2.2.5. Problemas da Abordagem Local

Diversos modelos de dano, baseados tanto na abordagem fenomenológica

quanto na micromecânica, têm sido desenvolvidos recentemente, desde aqueles que

utilizam as formulações originais de Gurson (1977) quanto à de Lemaitre (1985).

Entretanto existem questões em aberto no âmbito da modelagem de danos com base

nestes modelos clássicos, que incluem localização e dependência da malha escolhida

(TVERGAARD e NEEDLEMAN, 1984), que são, aparentemente, devidos em parte à

natureza local dos modelos de material utilizados. Isto resulta em particular na

localização do processo de dano em um único ponto do material.

Estudos numéricos no contexto das simulações de Elementos Finitos do dano e o

comportamento da falha na matriz do material demonstram que a aplicação de modelos

de danos locais para este tipo de problemas e a simulação numérica de iniciação e

propagação de danos de zonas localizadas não são geralmente confiáveis e são

fortemente dependentes da malha escolhida (REUSCH, SVENDSEN e KLINGBEIL,

2003; REUSCH e SVENDSEN, 2004).

De fato, como já foram demonstrados em muitos outros textos da literatura

(REUSCH, SVENDSEN e KLINGBEIL, 2003; REUSCH e SVENDSEN, 2004), as

soluções inicialmente homogêneas para o problema de contorno com base em tais

modelos locais (por exemplo, os que podem apresentar amolecimento do material) se

tornam instáveis com o aumento da carga, o que resulta numa transição para a

deformação localizada, por exemplo, na forma das bandas de cisalhamento. Simulações

baseadas em elementos finitos deste processo, utilizando somente modelos puramente

locais, demonstraram que os resultados da simulação, tais como a resposta do

carregamento versus deslocamento ou a largura da banda de cisalhamento dependerá

fortemente das propriedades da malha de elementos finitos correspondente.

A Figura 2.7 mostra três topologias de malha diferentes (A, B, C) para uma

matriz artificial de metal composta com inclusões esféricas duras (geometria e malha de

elementos finitos mostrada na primeira linha) usando elementos de quatro nós com

deformação plana bi-linear (1ª linha) e os resultados da simulação do crescimento da

trinca utilizando o modelo local de Gurson sob carga de tração externa (segunda linha).

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22

Figura 2.7 - Simulação do crescimento de uma trinca em uma MMC (matriz de alumínio e

partículas duras), com o modelo local de danos de Gurson com três malhas de elementos finitos

diferentes (A, B, C) (REUSCH e SVENDSEN, 2004).

O resultado apresentado na Figura 2.7 demonstra claramente a forte dependência

da malha nos resultados, devido à diferença de tamanho do elemento e a orientação que

causa três diferentes previsões do crescimento da trinca na matriz do metal. Uma forma

possível de superar esses problemas seria a aplicação dos chamados modelos de dano

não-locais.

Para ser mais preciso a formulação de um modelo não-local é baseada na

introdução de um parâmetro efetivo e contínuo de danos (formalmente análoga à *f

introduzido por Tvergaard e Needleman (1984) na função de escoamento de Gurson).

Este parâmetro de dano se modela como um campo contínuo microestrutural ou um

campo de fase generalizado através de uma abordagem termodinâmica recente

(REUSCH, SVENDSEN e KLINGBEIL, 2003; REUSCH e SVENDSEN, 2004). Entre

outras coisas, isto conduz a um modelo de dano dúctil em que a falha é considerada em

uma região e não em um ponto. Em comparação com a modelagem local, a extensão

não-local proposta envolve um único parâmetro de material adicional, ou seja, isto

envolve a escala de comprimento característico. Esta extensão do modelo se reduz, de

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23

fato, para o modelo local baseado Gurson quando o comprimento característico é

reduzido à zero.

Então o modelo não-local clássico será obtido a partir da simples substituição da

variável de dano local pela sua versão não-local.

2.2.6. Modelos de abordagem não-local

Em grande parte, para (i) conseguir um modelo com um comportamento do

processo de dano mais realista, (ii) minimizar a dependência da malha escolhida, e / ou

(iii) contar com a influência de um ou mais escalas de tamanho do material sobre o seu

comportamento, um grande número de extensões não-locais para a modelagem do

comportamento independente de taxa do material foram propostas nos últimos anos

(RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998). Em particular, para o caso de dano isotrópico, a

maioria desses modelos tem sido chamados de modelos de integral ou tipo gradiente.

Modificação tipo gradiente no modelo GTN

Esta seção apresenta o modelo de Gurson apresentado na Seção 2.2.4. com a

modificação do tipo de gradiente (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998).

Será discutido as diferentes formas da equação de evolução para porosidade que

envolvem termos adicionais que representam efeitos tais como difusão, interação e a

coalescência de vazios. A derivação destas equações de evolução será discutida a seguir.

Considerando um volume arbitrário Ω do contínuo poroso elástico-plástico. A

quantidade de "espaços vazios" em Ω pode mudar devido ao crescimento dos vazios

existentes, a nucleação de novos vazios, e o fluxo de vazios que entram em Ω cruzando

a fronteira Ω∂ . Portanto, pode-se escrever:

( ) ∫∫ ∫Ω∂Ω Ω

⋅−+= dSnjdVffdVf nuclcres ˆ&&& (2.24)

Onde: n é a normal para fora de Ω∂ , e j é o vetor de fluxo de vazios. O sinal

negativo na última equação do lado direito é necessário porque ∫Ω∂

⋅ dSnj ˆ é o fluxo de

vazios para fora. Usando o teorema de Green e levando em conta que o volume Ω é

arbitrário, conclui-se facilmente que:

jfff nuclcres ⋅∇−+= &&& (2.25)

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24

A equação que descreve j depende do mecanismo físico que causa o fluxo de

vazios. Aqui, serão considerados dois desses mecanismos: (i) de difusão, e (ii) a

interação dos vazios e a coalescência em um metal plasticamente deformável. No caso

da difusão, a forma mais simples para j resultaria em se assumir que o fluxo é

proporcional ao gradiente da porosidade:

fcj ∇−= (2.26)

Em que: c é um coeficiente constante de difusão ( 0>c ) com dimensões

(comprimento)²/tempo. O sinal negativo na equação acima é devido ao fato dos espaços

vazios se movimentarem de uma forma que diminuirá os gradientes de porosidade

(Figura 2.8(a)). Neste caso, a Equação (2.23) se torna:

( ) fcAff plpl 211 ∇++−= εε &&& (2.27)

Figura 2.8 - Representação esquemáticas do fluxo de vazios (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998).

Em seguida será considerado o caso da interação de vazios numa matriz

plasticamente deformável. Neste caso, pode-se argumentar que, como a matriz se

deforma, vazios maiores vão 'atrair' vazios menores e, eventualmente, se aglutinam com

eles (Figura 2.8 (b)). Ou seja, o fluxo de vazios agora é na direção oposta do que na

difusão. Uma expressão simples para j que apresenta esse recurso é:

fj ∇=0

2

σλ l& (2.28)

onde: l é um comprimento de escala do material, e 0σ é uma tensão de

referência. Na equação acima, o fluxo de vazios é proporcional à "quantidade da taxa de

deformação plástica", medido pelo multiplicador plástico λ& , que controla a magnitude

de plε . Pode-se observar também que j é agora diferente de zero apenas quando o

fluxo plástico ocorre ( 0≠λ& ). Neste caso, a Equação (2.24) se torna:

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25

( ) ( )

( ) ( )ffAf

fAff

plpl

plpl

∇⋅∇+∇−+−=

∇⋅∇−+−=

λλσ

εε

λσ

εε

&&l&&

&l&&&

2

0

2

1

0

2

1

1

1

(2.29)

Pode-se concluir, enfatizando os diferentes efeitos que os termos de gradiente

nas Equações (2.26) e (2.28) deverão ter, no caso da difusão, o termo fc 2∇− na

Equação (2.26) tende a eliminar quaisquer gradientes de porosidade já existentes,

enquanto que os termos de gradientes na Equação (2.28) terão um efeito

"desestabilizador" na solução, na medida em que eles tendem a aumentar quaisquer

gradientes de porosidade existentes durante o fluxo de plástico.

A presença dos termos de gradientes na equação de evolução da porosidade

requer condições de contorno adicionais para f no contorno da zona plástica. Na

interface elasto-plástica PiS , o valor de porosidade é especificado. Em particular, se um

ponto A em PiS escoa pela primeira vez, a condição de contorno no ponto é 0ff = , 0f

sendo a porosidade inicial no material; e, por outro lado, se o ponto A já escoou

anteriormente, o valor da porosidade correspondente é igual ao valor de f quando o

ponto sofreu escoamento pela última vez. Também é assumido que nenhum espaço

vazio pode "entrar" no contínuo, de modo que 0=⋅ nj sobre a parte do contorno da

zona de plástica PS0 que pertence à superfície exterior do corpo. Esta condição é

equivalente a:

0=∂∂n

f em PS0 (2.30)

Será considerado o caso onde a equação de evolução do dano para porosidade é

modificada para contabilizar a interação e coalescência de vazios, ou seja:

( ) ( )ffAff plpl ∇⋅∇+∇−+−= λλσ

&&l&&& 2

0

2

11 εε (2.31)

Esta equação representa a modificação para um comportamento não-local do

modelo de Gurson-Tvergaard-Needleman (GTN) de evolução do dano.

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26

CAPÍTULO III

3.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 1-D

Neste capítulo serão apresentados, no contexto unidimensional, os conceitos

fundamentais do modelo elasto-plástico desenvolvido, assim como as equações da

cinemática e do princípio das potências virtuais.

Considerando um corpo unidimensional ocupando um intervalo [ ]L,0=Β , com

suas partículas indicadas por suas posições em Β∈x . Os cálculos serão restritos ao

intervalo de tempo [ ]T,0 . O modelo de elementos finitos será de uma barra fixa em uma

extremidade e tensionada na outra. A tensão axial é aplicada de forma que não cause

momento fletor. Este simples modelo demonstrará como as equações serão

implementadas.

Figura 3.1 - Representação esquemática do problema.

O campo de deslocamentos é mapeado como:

[ ] ℜ→×Β Tu ,0: (3.1)

3.1.1. Cinemática

Considerando o corpo Β identificado com a configuração de referência fixa

],0[ L , temos que x é um elemento ou partícula de Β e t é um instante de tempo. O

deslocamento de Β é descrito pela função u . Algumas hipóteses serão consideradas:

i. u é função somente de x , pois a seção transversal é significativamente

menor que o comprimento do corpo, ou seja: ),(txuu = .

τ

)2( xxb ∆+)( xxu ∆+)(xu

)(xF )( xxF ∆+x∆

Β A

Lx =0=x )(xbx

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27

ii. Deformações muito pequenas. Se os pontos 2x e 1x na barra são

próximos então à deformação em qualquer ponto x pode ser calculado

como:

x

txuou

x

u

xx

uuxx

xxxx ∂

∂=

∆∆=

−−

=→∆→∆

),(limlim

012

12

0εε (3.2)

iii. Material Isotrópico.

O limite de Β , denotado por Β∂ , consiste em dois pontos extremos:

,0

[,,0]

L

L

=Β∂=Β

Então:

ΒΒ∂=Β U (3.3)

Normalmente, se considera as condições de contorno da forma:

uu

u=

Β∂(prescrito)

e (3.4)

τσσ

=Β∂

(prescrito)

E as condições iniciais:

0),( =tLu

e (3.5)

τσ =),0( t

3.1.2. Modelo Constitutivo

Um modelo matemático simples será formulado. Apesar de sua simplicidade, o

modelo constitutivo unidimensional contém todas as características essenciais que

formam a base da teoria matemática da plasticidade.

• Decomposição elasto-plástica da deformação axial

Uma das principais hipóteses subjacentes à teoria da plasticidade de pequenas

deformações é a decomposição da deformação total ε , em uma soma de uma

componente elástica (ou reversível), elε , e uma componente plástica (ou permanente),

plε (SOUZA NETO, 2008).

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28

plel εεε += (3.6)

Ou escrita em forma de taxa:

plel εεε &&& += (3.7)

Com:

x

txu

∂∂= ),(ε e

x

txv

∂∂= ),(ε& onde ),(

),(),( txu

t

txutxv &=

∂∂= (3.8)

• Lei constitutiva elástica uniaxial

A lei constitutiva para a tensão axial pode ser expressa pela lei de Hooke como:

( )plel EE εεεσ −== (3.9)

Onde: E representa o módulo de Young do material da barra. A diferença entre

a deformação total e a deformação plástica atual, plεε − , é totalmente recuperada, sem

mais evoluções da deformação plástica. Isso motiva a decomposição aditiva da tensão

axial.

• Lei de fluxo plástico.

O critério para o escoamento plástico, discutido a seguir, cria as condições em

que pode ocorrer deformação plástica. Após o carregamento plástico, a taxa de

deformação plástica plε& é positiva (alongamento) sob tensão (σ positivo) e negativa

(compressão) sob compressão (σ negativo), a lei do fluxo plástico, apresentada na

equação (2.22), para o modelo uniaxial pode ser formalmente estabelecida como:

)(Φ⋅= SINALpl λε && (3.10)

Onde o sinal é uma função definida por:

<Φ−>Φ+

=01

01)(

se

seSINALσ (3.11)

O multiplicador plástico é não negativo:

0≥λ& (3.12)

E satisfaz a condição de complementaridade:

0=Φλ& (3.13)

• A função de escoamento e o critério de escoamento

A existência de um domínio elástico delimitado por um limite de elasticidade foi

apresentado na Seção 2.2.4 pela Equação (2.15). Agora a função de escoamento, Φ ,

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29

será discutida na maneira simplificada, e a seguir os efeitos adicionais serão

introduzidos até que a função apresente os efeitos apresentados na equação (2.15) para o

modelo GTN. Esse procedimento tem como objetivo o melhor entendimento para a

construção do modelo computacional.

A função de escoamento mais simples tem a seguinte forma:

( ) YY σσσσ −=Φ , (3.14)

O domínio elástico em um estado com tensão uniaxial de escoamento Yσ pode

ser definido no modelo simples de plasticidade unidimensional como o conjunto:

( ) 0, <Φ∈= Yσσσ (3.15)

Ou, equivalentemente, o domínio elástico é o conjunto de tensões σ que satisfaz:

Yσσ < (3.16)

Será assumido que o limite de elasticidade em compressão é idêntico ao da

tração. Este domínio elástico idealizado está representado na Figura 3.2. Deve-se notar

que, em qualquer estágio, nenhum nível de tensão é permitido acima da tensão de

escoamento atual, ou seja, plasticamente as tensões admissíveis ficam ou no domínio

elástico ou no seu contorno (limite de escoamento). Assim, todo o esforço admissível

deve satisfazer a restrição:

( ) 0, ≤Φ Yσσ (3.17)

Figura 3.2 - Modelo uniaxial do Domínio Elástico (SOUZA NETO, 2008).

Para os níveis de tensão dentro do domínio elástico, apenas a deformação

elástica pode ocorrer, considerando que, em sua fronteira (na tensão de escoamento), ou

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30

o descarregamento elástico ou escoamento plástico (ou carregamento plástico) ocorrem.

Este critério de escoamento pode ser expresso por:

( ) 00, =⇒≤Φ plYSe εσσ & (3.18)

( )

≠=

⇒=Φplásticotocarregamenpara

elásticomentodescarregaparaSe

pl

pl

Y ,0

,00,

εε

σσ&

&

Como próximo passo, será examinado um aprimoramento do comportamento da

função de escoamento, que ilustra um efeito observado experimentalmente em muitos

metais, chamado de encruamento. Para o modelo simplificado que está sendo discutido,

o escoamento (ou seja, 0≠plε& ) ocorre em um valor constante de tensão aplicada, σ ,

tal que Yσσ = , levando para a resposta tensão-deformação que pode ser vista na

Figura 3.3(a). Um modelo de endurecimento por deformação (encruamento), por outro

lado, conduz a uma curva de tensão-deformação do tipo idealizado na Figura 3.3(b).

A diferença essencial entre os dois modelos ilustrados na Figura 3.3 reside no

fato de que para a plasticidade perfeita o intervalo do comportamento elástico σE

continua inalterado, enquanto que para o modelo de encruamento, σE se expande com a

quantidade de escoamento no sistema (ou seja, quantidade de fluxo plástico). Um

modelo matemático que capta esse efeito será considerado a seguir (SIMO e HUGHES,

2000).

Figura 3.3 - Plasticidade com encruamento (b) versus plasticidade perfeita (a) (SIMO e HUGHES,

2000).

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31

Para ilustrar a estrutura matemática da plasticidade de encruamento

consideramos a situação mais simples, ilustrada na Figura 3.4. Neste modelo, a

expansão (encruamento) experimentada por σE obedece a duas condições:

a) encruamento é isotrópico, no sentido de que, em qualquer estado de

carregamento, o centro de σE permanece na origem.

b) O endurecimento é linear na quantidade de fluxo plástico (ou seja, linear

em plε& e independente do )( plSINALε& ).

A primeira condição conduz a um critério de escoamento da seguinte forma:

( ) ( ) 00, ≥≤+−=Φ αασσασ eKY (3.19)

Onde: 0>Yσ e 0≥K são dados constantes e, K é frequentemente chamado de

módulo plástico. A variável α é uma função não negativa da quantidade de fluxo

plástico (escoamento), chamada de variável de encruamento interno. Se 0<K , fala-se

de uma resposta de amolecimento devido à deformação.

Com a segunda condição em mente, consideramos a equação evolutiva mais

simples para α , ou seja:

plεα && = (3.20)

O mecanismo irreversível que governa a evolução do escoamento no sistema

(fluxo plástico), o qual é definido pela lei do fluxo plástico, mantém-se inalterado

Figura 3.4 - Resposta de um modelo linear isotrópico de encruamento em um ciclo fechado. (SIMO

e HUGHES, 2000).

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32

Agora a função apresentada na Equação (3.19) será modificada para considerar o

crescimento, nucleação e coalescência de vazios através do modelo de Gurson-

Tvergaard-Needleman (GTN). A função ou critério de escoamento do modelo GTN

pode ser vista novamente na Equação (3.21) abaixo:

( ) [ ] 012

3cosh2,,,

2*3

2*1

2

* =+−

+

=Φ fq

pqfqfp

YY

eye σσ

σσσ (3.21)

Esta equação pode ser reescrita da seguinte maneira:

( ) ( ) YYeye fpfp σσωσσσ ** ,,,,, −=Φ (3.22)

Onde:

( )2

1

2*3

2*1

*

2

3cosh21,,

+

−= fq

pqfqfp

YY σ

σω

σ3

1)(

3

1 −=−= σtrp

pS −−= ⇒σpIσ

ijije SS :2

3=σ

22222

333322221111 3

2

9

2

9

4

3

12

3

2: σσσσσ =+=

−+

=++= SSSSSSSS ijij

σσσσ ==

= 22

3

2

2

3e

( )F

FC

C

F

CCF

CFC

ffse

fffse

ffse

f

ffff

fff

f

f

<<

−−−

+=*

Então, para o caso unidimensional:

( ) ( ) YYye fpfp σσωσσσ ** ,,,,, −=Φ (3.23)

Lembrando a Equação (3.19) para o escoamento considerando o encruamento

podemos substituir Yσ por [ ]ασ KY + , obtendo-se a seguinte equação para o modelo

GTN com endurecimento isotrópico:

( ) ( ) 0,, ≤+−=Φ KY ασωσωασ (3.24)

Ou:

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33

( ) ( ) [ ] 012

3cosh2,,,,

2*3

2*1

2

* =+−

++

+=Φ fq

K

pqfq

Kfp

YY

y ασασσσασ (3.25)

• Lei de evolução da variável de dano

A lei de evolução da variável de dano será aquela determinada pela Equação

(2.28):

( ) ( )444 3444 21

&&l44 344 21&&&

LOCALNÃOTERMO

ff

LOCALTERMO

Aff plpl ∇⋅∇+∇−+−= λλσ

2

0

2

11 εε (3.26)

Onde:

−−=2

1 2

1exp

2 N

Nplm

N

N

ss

fA

εεπ

Então:

( ) ( ) ( )ffSINALss

fff

N

Nplm

N

N ∇⋅∇+∇−⋅

−−+−= λλ

σσλεε

π&&l&& 2

0

22

)(2

1exp

21

(3.27)

• Condições de carregamento/descarregamento

As equações constitutivas implicam que, tal como indicado no critério de

escoamento, a taxa de deformação plástica desaparece dentro do domínio elástico, isto

é:

000 =⇒=⇒<Φ plελ && (3.28)

O fluxo plástico ( 0≠plε& ) pode ocorrer apenas quando o nível de tensão σ

coincide com o limite de escoamento aparente atual.

( ) 00 ≥⇒=Φ⇒+= λασωσ &KY (3.29)

As Equações (3.17), (3.12) e (3.13) definem as condições de Kuhn-Tucker, ou,

como também são conhecidas, as condições de carregamento/descarregamento do

modelo elasto-plástico, isto é, definem as seguintes restrições:

0≤Φ 0≥λ& 0=Φλ& (3.30)

Pode-se notar que se 0>λ& então 0=Φ& , e se 0<Φ& , então 0=λ& . Portanto

temos uma condição adicional conhecida como condição de consistência:

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34

0=Φ&&λ se 0=Φ (3.31)

Essas condições estabelecem quando o fluxo plástico pode ocorrer (SIMO e

HUGHES, 2000).

Do ponto de vista matemático, as condições de Kuhn-Tucker são necessárias

para que uma solução em problemas de programação não-linear seja ótima, dado que

elas satisfazem determinadas condições de regularidade.

• Módulo Tangente Elasto-Plástico

Para a solução numérica de problemas elasto-plásticos com o uso do método de

Newton-Raphson nas equações de equilíbrio global, é necessário determinar o módulo

tangente em cada ponto de integração.

A condição de consistência, Equação (3.31), nos permite resolver explicitamente

para λ& e relacionar com as taxas de tensão e deformação. Primeiramente será

considerado para o cálculo do módulo tangente elasto-plástico o critério de escoamento

simples com encruamento isotrópico mostrado na Equação (3.19). Então as Equações

(3.19), (3.20) e (3.30), juntamente com a relação tensão-deformação elástica são

utilizadas:

( )[ ] 0)(

0)(

≤+−⋅=Φ

=−−⋅=Φ∂∂+

∂∂=Φ

KEESINAL

KESINAL pl

λεσαεεσ

αα

σσ

&&&

&&&&

&&&

(3.32)

Das Equações (3.30) e (3.31) resulta que λ& só pode ser diferente de zero se:

εσλ &&&KE

ESINAL

+=⇒=Φ=Φ )(

0 (3.33)

Então, o formato de taxa da Lei Elástica, Equação (3.9), juntamente com a

Equação (3.33), nos leva a:

>+

==

0,

0,

λε

λεσ

&&

&&

&se

KE

EK

seE (3.34)

O valor ( )KEEK + é chamado de Módulo Tangente Elasto-Plástico.

Agora que o módulo tangente elasto-plástico para a plasticidade simples,

considerando o encruamento isotrópico, foi calculado, o mesmo será feito para o critério

de escoamento do modelo GTN apresentado na Equação (3.24). Este cálculo é feito a

seguir.

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35

Considerando a condição de consistência (3.31): 0=Φ&&λ

Para λ& não ser zero, temos que:

( )( )( ) ω

ωασε

ωσλ &&&

KE

K

KE

ESINAL Y

++

−+

= )( (3.35)

Com o valor do multiplicador plástico λ& podemos substituir na equação da lei

elástica:

( )( )

( ) ωω

σασεω

σ &&&KE

SINALKE

KE

EE Y

+++

+−= )(2

(3.36)

onde:

( )2

12

32

1 2

321

+

+−= *

Y

* fqK

pqcoshfq

ασω

A Equação (3.36) fornece o Módulo Tangente Elasto-Plástico, entretanto é

necessário calcular o valor de ω& em função da taxa da deformação total ε& .

O primeiro passo é encontrar o valor de ω& .

Derivando ω :

fBpA &&& +=ω (3.37)

onde:

( ) ( )

++=

K

pqsenh

K

fqqA

YY ασασω 2

3

2

3 221

f

fqB

ωω

2

123

2 −+=

A Equação (3.37) nos fornece o valor procurado de ω& em função da taxa de

variação da pressão hidrostática e da taxa de variação da fração volumétrica de vazios.

Será necessário encontrar o valor dessas duas taxas em função da taxa de deformação

total ε& .

A taxa de variação da pressão hidrostática pode ser escrita da seguinte maneira:

( )( )

( ) ωω

σασεω

ω&&&

KE

SINALKE

KE

KEp Y

++−

+−=

3

)(

3 (3.38)

Substituindo na equação (3.37):

fDC &&& −= εω (3.39)

onde:

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36

( ) ( ) )(3 σασωω

SINALKEAKE

KAEC

Y +++−=

( )( ) ( ) )(3

3

σασωω

SINALKEAKE

KEBD

Y ++++=

A Equação (3.39) fornece o valor procurado em função da taxa de deformação

total ε& e da taxa da fração volumétrica de vazios f& .

Continuando os cálculos para a lei de evolução da fração volumétrica de vazios,

tem-se:

( ) ( ) ( )ffSINALss

fff

YN

Nplm

N

N ∇⋅∇+∇−⋅

−−+−= λλσ

σλεεπ

&&l&& 222

)(2

1exp

21

(3.40)

Utilizando outra variável auxiliar, temos:

( )

−−+−=

2

2

1exp

21

N

Nplm

N

N

ss

ffY

εεπ

( ) ( )ffSINALYfY

∇⋅∇+∇−⋅= λλσ

σλ &&l&& 22

)( (3.41)

O termo f∇⋅∇λ& da Equação (3.41) é independente de λ& e, portanto, é também

independente de ε& , impossibilitando, por enquanto, o cálculo do Módulo Tangente

Elasto-Plástico com o método escolhido.

A contribuição desta parcela não-local no cálculo do Módulo Tangente Elasto-

Plástico será contabilizada em um próximo passo.

Portanto, para a continuação do cálculo nesta etapa só será considerado a parcela

local da equação da taxa de fração volumétrica de vazios.

Então:

( ))(σλ SINALYf ⋅= && (3.42)

Substituindo o multiplicador plástico λ& na equação (3.42):

( )( )

( ) ωω

σασεω

&&&KE

SINALKY

KE

YEf Y

++−

+= )(

(3.43)

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37

A Equação (3.43) nos fornece o valor da taxa da fração volumétrica de vazios f&

em função da taxa da deformação total ε& e da taxa ω& . Finalmente substituindo a

Equação (3.43) na Equação (3.38) o valor de ω& será calculado em função da taxa de

deformação total ε& :

( )( ) ( ) ε

σασωωω &&

)(SINALKDYKE

DYEKEC

Y +++−+= (3.44)

Com o valor do multiplicador plástico λ& e de ω& , podemos substituir na equação

da lei elástica:

( )( )[ ]( )( ) ( ) ε

σασωσασωω

ωσ &

444444444 3444444444 21

&

W

SINALKDYKE

SINALKDYEKECK

KE

E

Y

Y

++++−++

+=

)(

)( (3.45)

Finalmente se chega ao Módulo Tangente Elasto-Plástico para o modelo de

plasticidade simples considerando o encruamento isotrópico e o modelo de dano GTN:

( )εω

σ &&KE

EW

+= (3.46)

Se o material não possuir vazios, ou seja, 0=f , temos que 1=ω . Com isso é

possível verificar que: 0==== DCBA e, portanto, KW = , fazendo com que a

Equação (3.46) fique igual a Equação (3.34).

No caso unidimensional, o Módulo Tangente do algoritmo usado para o cálculo

da matriz tangente de rigidez do elemento é equivalente ao Módulo Tangente Elasto-

Plástico. Em dimensões maiores estes não são equivalentes (SIMO e HUGHES, 2000).

Portanto, esta abordagem de cálculo para o Módulo Tangente Elasto-Plástico é somente

válida para o caso unidimensional.

3.1.3. Equação do momento local (Equilíbrio)

O balanço do momento localizado sobre qualquer ponto de um corpo

unidimensional com área de seção transversal constante fornece a equação:

],0[ Temt

vb

x×Β

∂∂=+

∂∂ ρρσ (3.47)

Onde: ℜ→Β:ρ é a densidade do corpo. Esta equação, junto com as condições

de contorno e as condições iniciais vistas anteriormente, define o problema de valor de

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38

contorno inicial dado que a tensão, ),(txσ , é uma função conhecida do campo de

deslocamentos (através das deformações).

Para este problema será considerado que ),(txσ é definido localmente em cada

],0[),( Ttx ×Β∈ pelo modelo constitutivo.

3.1.4. Princípio das Potências Virtuais para a Equação do Equilíbrio

O Problema é apresentado da seguinte forma:

],0[

],0[

],0[0

Tem

Temuu

Tembx

u

×Β∂=

×Β∂=

×Β=+∂∂

στσ

ρσ

(3.48)

Multiplicando a equação de governo e a condição de contorno de tração por uma

função arbitrária )(xw e pela integração sobre os seus domínios de ação. As equações

resultantes são:

a) wdxbx

wL

∀=

+∂∂

∫ ,00

ρσ (3.49)

b) wEw

x

pl ∀=

+−

=

,0)(

0

τσ

εε43421

Convenientemente todas as funções peso têm a seguinte condição imposta:

0)( =Lw

A Equação (3.49a)) poderia ser usada para desenvolver um método de elementos

finitos, mas por causa da derivada segunda de u(x) na expressão, soluções tentativas

muito suaves seriam necessárias; tais soluções muito suaves seriam difíceis de construir.

Além disso, a matriz de rigidez resultante não seria simétrica, porque a primeira integral

não é simétrica em w(x) e u(x). Por essa razão a equação será transformada em uma

formulação que contenha somente a derivada primeira. Isso levará primeiramente a

matrizes de rigidez simétricas, e permitirá o uso de soluções menos suaves e

simplificará o tratamento da condição de contorno de tração.

wbdxwdxx

wLL

∀=+

∂∂

∫∫ ,000

ρσ (3.50)

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39

wbdxwdxx

w

x

uEw

LL

L

pl ∀=+∂∂−

−∂∂

∫∫ ,000

0

ρσ

σ

ε4434421

(3.51)

wbdxwdx

x

www

LL

xLx

∀=+∂∂−

−−

∫∫==

,00

000

ρστ

σσ (3.52)

( ) 0)(,0

0

0

=∀+=∂∂

∫∫ = Lwewbdxwwdxx

w L

x

L

ρτσ (3.53)

( ) ],0[0)(,

int

0

0

0

TttodoparaeLwew

extP

bdxww

P

dxx

w L

x

L

∈=∀+=∂∂

∫∫ =

444 3444 214434421

ρτσ (3.54)

Onde:

intP e

extP são respectivamente a potencia interna e externa por unidade

de área.

3.1.5. Princípio das Potências Virtuais para a Equação da Evolução de Vazios

O Problema é apresentado da seguinte forma:

( )( )( ) ( )[,0]0

[,0])(12

1

Temnf

TemfSINALAff

f

Y

×Β∂=⋅∇

×Β∇⋅⋅∇−⋅+−= λσ

σλ &l&&

(3.55)

Como o problema é unidimensional o gradiente é substituído pela derivada em relação a x:

( )( )( ) 0)(12

1 =

∂∂

∂∂+⋅+−−

x

f

xSINALAff

Y

λσ

σλ &l&& (3.56)

Para facilitar o cálculo a seguinte substituição é feita:

( )( )( )

=

⋅+−−=

λσ

σλ

&l

&&

Y

k

SINALAffs2

1 )(1

(3.57)

Então o problema pode ser apresentado da seguinte forma:

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40

×Β∂=⋅∂∂

×Β=+

∂∂

∂∂

[,0]0

[,0]0

Temnx

f

Temsx

fk

x

f

(3.58)

Multiplicando a equação de governo por uma função arbitrária )(*

xw e a

condição de contorno por uma função arbitrária )(*

xa e pela integração sobre os seus

domínios de ação. As equações resultantes são:

a) *

0

* ,0 wdxsx

fk

xw

L

∀=

+

∂∂

∂∂

∫ (3.59)

b) ** 0 adSanx

fk

S

∀=

⋅∂∂

Chamando ** kwa = , temos:

[,0]0 ** Temwx

fknw f

f

×Β∂∀=

∂∂

(3.60)

A equação será transformada em uma formulação que contenha somente a

derivada primeira:

*

0

*

0

* 0 wdxswdxx

fk

xw

LL

∀=+

∂∂

∂∂

∫∫ (3.61)

Fazendo a seguinte substituição:

x

fk

∂∂=ξ (3.62)

Tem-se que:

( ) ( )x

ww

xxw

x

w

xww

x ∂∂−

∂∂=

∂∂

⇒∂

∂+∂∂=

∂∂ *

***

** ξξξξξξ (3.63)

Portanto:

x

w

x

fk

x

fkw

xx

fk

xw

∂∂

∂∂−

∂∂

∂∂=

∂∂

∂∂ *

** (3.64)

Então, a equação é escrita da seguinte forma:

*

0

*

0

*

0

* 0 wdxswdxx

w

x

fkdx

x

fkw

x

LLL

∀=+∂

∂∂∂−

∂∂

∂∂

∫∫∫ (3.65)

Pelo teorema fundamental do cálculo:

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41

*

0

*

0

*

0

* 0 wdxswdxx

w

x

fk

x

fkw

LLL

∀=+∂

∂∂∂−

∂∂

∫∫ (3.66)

Utilizando a condição de contorno:

*

0

*

0

*

0

* 0

0

wdxswdxx

w

x

fk

x

fkw

LLL

∀=+∂

∂∂∂−

∂∂

∫∫43421

(3.67)

Então:

*

0

*

0

*

0 wdxswdxx

wk

x

f LL

∀=−∂

∂∂∂

∫∫ (3.68)

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42

CAPÍTULO IV

4.1. MODELO COMPUTACIONAL

Neste Capítulo um modelo computacional será obtido para a teoria apresentada

anteriormente. Partindo da formulação fraca, será feita a discretização espacial via

elementos finitos e a discretização temporal utilizando o método de Euler Implícito.

Para cada instante de tempo, o problema é reduzido a um sistema de equações

acopladas.

4.1.1. Discretização Espacial. Aproximação por Elementos Finitos

4.1.1.1. Equação do Equilíbrio

O domínio [ ]L,0=Β será discretizado em uma sequência de elementos:

[ ]1, +=Β eee xx

e (4.1)

e

n

e

el

Β=Β=1U

Onde: 01 =x e Lxeln =+1 . O tamanho da malha é eee xxh −= +1: , que, por

simplicidade, é assumido como uniforme.

A função de teste w para um elemento típico eΒ , pode ser localmente

interpolada da seguinte forma:

ae

a

ae wxNw )(

2

1∑

=

= (4.2)

Onde: 2,1,: =ℜ→Β aN eae , são as funções de forma dadas por:

e

e

ee

e

ee

x

h

xxN

h

xxN

Β∈

−=

−= +

2

11

(4.3)

E, [ ]Teee www 21= é o vetor contendo os valores nodais das funções de teste locais.

Para um elemento típico eΒ , temos:

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43

eeeeee wwN

xN

xx

wΒ=

∂∂

∂∂=

∂∂ 21 (4.4)

Onde, para este contexto mais simples:

−=

∂∂

∂∂=Β

eeeeee hh

wNx

Nx

1121 (4.5)

Então a Equação (3.54) fica da seguinte forma:

[ ] 0int

1

1

1

1

33

=−⇒

+

= ∫∫ΒΒ

Β∂∩Β∂

extee

Te

e

eTe

e

eTe

Te

Te ffwbdx

N

Nw

N

NwdxBw

e

ρτσσ

(4.6)

Ou seja:

∫Β

=3

),(int dxtxBf Tee σ (4.7)

Β∂∩Β∂Β

+

= ∫σ

τρe

e

e

e

eexte

N

Ntdxtxb

N

Nf

1

1

1

1

)(),(

3

(4.8)

A Equação (4.7) é chamada de vetor força interna do elemento. É possível ver

que intef é implicitamente uma função de u juntamente com ( ),αε pl através das

equações constitutivas – Seção 3.4.2.

A Equação (4.8) é referida como vetor de força externa do elemento. Através

dos vetores força interna e externa do elemento, é possível somar a contribuição das

forças de cada elemento para encontrar os vetores de força global. O vetor global das

forças é computado da seguinte forma:

=

=

=

=

ΑΑ

)()(

)()(

1

int

1

int

tftF

fF

exte

n

e

ext

e

n

eel

el

σσ (4.9)

onde:

Α é o operador de "montagem" padrão dos elementos finitos.

É assumido que o corpo está em equilíbrio, então:

0)(int =− extFF σ (4.10)

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44

4.1.1.2. Equação da Fração Volumétrica de Vazios

Para o mesmo domínio discretizado temos para a equação da fração volumétrica

de vazios as funções de teste *w e *v :

*2

1

*

*2

1

*

)(

)(

ae

a

ae

ae

a

ae

fxNf

wxNw

=

=

=

= (4.11)

Onde:

***

eeee fx

few

x

w Β=∂∂Β=

∂∂

(4.12)

Então a Equação (3.68) fica da seguinte forma:

00

2

1**

0

* =

− ∫∫ dxsN

Nwdxfkw

L

e

eTee

LT

e eTe ΒΒ (4.13)

Onde: *ef é o vetor da fração volumétrica de vazios nodal. A evolução da fração

de vazios é computada da seguinte forma:

02

1

2

1

2

1*

1

**

1=

− ∫Α∫Α==

dxsN

Nwdxfkw

x

x e

eTe

n

ee

x

x

Te

n

e

elel

eTe ΒΒ (4.14)

ou

=

∫Α∫Α==

dxsdxkx

x

n

e

x

x

n

e

elel 2

1

2

1

11

Tee

Te NfΒΒ (4.15)

Como:

sNe=s (4.16)

onde:

=

2

1

s

ss

Então:

sNNfΒΒ eTee

Te

=

∫Α∫Α==

dxdxkx

x

n

e

x

x

n

e

elel 2

1

2

1

11 (4.17)

Resolvendo as integrais temos:

sfΒΒ eTe

=

==ΑΑ

21

12

611

en

ee

n

e

hhk

elel

(4.18)

Considerando somente um elemento e substituindo eΒ , tem-se:

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45

sf

=

−−

21

12

611

11 2eh

k (4.19)

Que pode ser escrito em função dos valores modais de f e s:

++

=

−−

ee

eee

ee

ee

ss

ss

k

h

ff

ff

21

212

12

21

2

2

6 (4.20)

Temos então o seguinte Sistema:

( )

( )

+=−

+=−

eeeee

eeeee

ssk

hff

ssk

hff

21

2

12

21

2

21

26

26 (4.21)

A solução é:

−=

−=

eeee

ee

sk

hff

ss

1

2

12

12

6

(4.22)

A função da fração de vazios em um elemento pode ser aproximado por uma

reta, conforme o esquemático abaixo:

Figura 4.1 – Aproximação do valor da fração de vazios no elemento.

Encontra-se assim a fração de vazios do elemento f na média da reta.

Calculando a tangente da reta temos:

e

ee

h

fftg 12 −= (4.23)

Então a reta é: xh

ffy

e

ee12 −=

Como o valor de f está no meio da reta, então:

221212ee

e

e

ee fff

h

h

fff

−=⇒

−= (4.24)

Utilizando o mesmo raciocínio para s , lembrando que sé uma equação de f :

ef1

ef2

tg

eh

f

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46

212ee ss

s−= (4.25)

Como uma das soluções encontradas foi ee ss 12 −= , então se tem que:

ssss

s eee

−=⇒−−= 1

11

2 (4.26)

Voltando para a segunda solução:

26261

212

1

2

12

ee

eeeeee s

k

hffs

k

hff −=−

⇒−= (4.27)

Substituindo f e s :

sk

hs

k

hf ee

1226

22

=+= (4.28)

Substituindo os valores de s e k e rearranjando os termos, chega-se na seguinte

equação para a taxa de fração volumétrica de vazios:

( ) )(2

1exp

21

422

2σεε

πλ

σλ SINAL

ss

fff

hf

N

Nplm

N

N

Ye

−−+−+±= &l&& (4.29)

Esta equação tem os termos dependentes de λ& sendo possível evidenciá-lo. A

Equação (3.42) pode ser reescrita da seguinte forma:

Zf λ&& = (4.30)

Onde:

+= )(

4 2

σYSINALf

hZ

Ye

l

Portanto a Equação (3.43) é substituída pela seguinte equação:

( )( )( ) ω

ωασε

ωσ

&&&KE

KZ

KE

EZSINALf Y

++

−+

= )( (4.31)

E com isso a para o Cálculo do Módulo Tangente Elasto-Plástico, Equação

(3.45) também é substituída pela Equação (4.32):

( )( )[ ]( )

( ) ( ) εασω

ασσωωω

σ &

444444444 3444444444 21

&

W

KDZKE

KDZESINALKECK

KE

E

Y

Y

++++−++

+= )(

(4.32)

Então, a relação da Equação (3.35) é finalmente representada da seguinte forma

para o novo modelo constitutivo:

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47

( )

>+

==

0,

0,

λεω

λεσ

seKE

EW

seE

&

&

& (4.33)

Onde:

( )[ ]( )

( ) ( )KDZKE

KDZESINALKECKW

Y

Y

ασωασσωω

++++−++= )(

( )2

1

23

21 2

3cosh21

+

+−= fq

K

pqfq

Y ασω

σ3

1−=p

+= )(

4 2

σYSINALf

hZ

Ye

l

( )

−−+−=

2

2

1exp

21

N

Nplm

N

N

ss

ffY

εεπ

( )

( ) ( ) )(3

3

σασωω

SINALKEAKE

KEBD

Y ++++=

( ) ( ) )(3 σασωω

SINALKEAKE

KAEC

Y +++−=

f

fqB

ωω

2

123

2 −+=

( ) ( )

++=

K

pqsenh

K

fqqA

YY ασασω 2

3

2

3 221

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48

4.1.2. Discretização Temporal. Método de Euler Implícito

Os algoritmos numéricos aplicados para fazer a integração das taxas das

equações constitutivas apresentadas no capítulo anterior são chamados de algoritmos de

integração constitutivos.

O propósito destes procedimentos numéricos é, dado o conjunto inicial de

parâmetros ( nnplnnn f,,,, αεεσ ) em um instante de tempo n e o incremento de

deformação total ε∆ , determinar o conjunto ( 11111 ,,,, +++++ nnplnnn fαεεσ ) no instante 1+n

que satisfaça as condições de carregamento e descarregamento discutidos nos capítulos

anteriores.

É importante destacar que estes processos de integração assumem como variável

independente a deformação total, sendo assim denominados de processos dirigidos por

deformação ou strain driven.

Computacionalmente o algoritmo de integração de Euler Implícito ou Backward

Euler é mais robusto e permite que a solução do problema não linear associado tenha

uma convergência mais rápida quando comparada com os outros algoritmos.

Neste procedimento, os incrementos de deformação plástica e das variáveis

internas são calculados ao final do passo 1+n , conforme as relações abaixo:

Tensão:

TESTEnTESTE

n

n

E1

1

1 1 ++

+

∆−= σσ

λσ (4.34)

Deformação:

)( 11TESTEn

Pn

Pn SINAL ++ ∆+= σλεε (4.35)

Encruamento Isotrópico:

λαα ∆+=+ nn 1 (4.36)

Multiplicador Plástico:

[ ]( )KE

K

n

nYnTESTEn

1

11

+

++

+

+−=∆

ωασωσ

λ (4.37)

Fração Volumétrica de Vazios:

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49

( ) )(2

1exp

21

122

2

21 σεεπ

λσ

λ SINALss

fff

hff

N

Nplm

N

Nnn

Ye

nn

−−+−∆+∆+=+

l

(4.38)

O Cálculo das equações (4.34) até (4.38) podem ser vistos no Anexo C.

Para cada incremento de tempo, são determinados os valores nodais de

deslocamento u e são realizadas algumas iterações para determinação dos incrementos

de deformação, divididos em sua parcela elástica e plástica, e dos incrementos de tensão

associados. Estes valores devem satisfazer as condições de carregamento e

descarregamento discutidos anteriormente. Depois de determinado o estado de tensão-

deformação para cada nó da malha é verificada a condição de equilíbrio do modelo e

então se passa para um novo incremento de tempo.

No Anexo D é apresentado o algoritmo usado na solução do problema.

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50

CAPÍTULO V

5.1. SIMULAÇÕES NUMÉRICAS

Neste Capítulo, será apresentado um exemplo de um problema resolvido com o

algoritmo proposto. Primeiramente será utilizado um problema do livro: One-

Dimensional Finite Elements - An Introduction to the FE Method, Andreas

Öchsner, Markus Merkel (authors), Springer, Berlin Heidelberg (2013), para validar o

modelo constitutivo elasto-plástico com encruamento isotrópico. Segue abaixo o

problema:

Figura 5.1 - Problema comparativo (ÖCHSNER e MERKEL, 2013).

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51

Segue abaixo a resposta obtida com o modelo constitutivo adotado neste

trabalho. A resposta obtida deve ser comparada com o gráfico da Figura 5.1.

Figura 5.2 - Resposta do modelo.

Com o modelo constitutivo validado o exemplo proposto será resolvido

primeiramente considerando a situação local.

Esta primeira simulação será conduzida usando o padrão GTN, portanto, um

modelo de dano elasto-plástico local. Seria como se o parâmetro comprimento

característico da equação (3.28) fosse igual a zero (ou seja, 0=l ). Este parâmetro é

igualado a zero com o intuito de desconsiderar o termo não-local da equação de

evolução do dano:

( ) ( )444 3444 21

&&l&&&

0

1 22

1

=

∇⋅∇+∇−+−=

lsezero

ffAffY

plpl λλσ

εε (5.1)

Na ausência de uma escala de comprimento (l ), para regular a largura da falha,

as soluções numéricas são susceptíveis ao aumento da densidade da malha.

Incorporando uma escala de comprimento interno na descrição do contínuo seria

possível resolver este problema apresentado nos resultados numéricos. O problema é

demonstrado através de exemplos ilustrativos retirados de artigo e depois com a solução

numérica de dois problemas utilizando o algoritmo desenvolvido. As simulações são

executadas para cinco tipos diferentes de densidades de malha.

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52

5.1.1. Exemplos ilustrativos de resultados gráficos locais e não locais.

5.1.1.1. Análise Local

• EXEMPLO 1

Este exemplo numérico de análise local foi retirado do artigo do Rashid K. Abu

Al-Rub, que trata de uma implementação numérica de um modelo simples não-local

reforçado pela utilização do gradiente da densidade de dano local (densidade de micro-

trincas e micro vazios por unidade de área) em um modelo para danos em materiais

frágeis, que representa principalmente o comportamento das rochas e cerâmicas.

Embora a abordagem numérica proposta pelo autor seja aplicada a um modelo elástico

de danos como um exemplo simples, ele pode ser facilmente adaptado a um modelo

constitutivo de danos não local mais complexo. Este exemplo será útil para representar

como o problema da dependência de malha pode ser visto nas curvas de resposta do

modelo numérico.

Figura 5.3 – Resultados da dependência da malha na densidade de danos para l = 0 (ABU AL-RUB

et al., 2010).

A Figura 5.3 ilustra as distribuições de densidade de danos em toda a banda de

cisalhamento para as diferentes malhas quando 0=l . É possível verificar a partir da

Figura 5.3 que o aumento da densidade da malha faz com que a largura da banda de

cisalhamento se torne mais estreita, e a densidade de danos aumenta, o que não é um

fenómeno físico e sim resultado da densificação da malha. Em outras palavras, mais

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53

danos se acumulam dentro de uma área menor. O efeito apresentado pelas curvas da

figura 5.3 é o resultado esperado na solução do problema proposto neste trabalho

quando 0=l , ou seja, análise padrão local do modelo GTN.

• EXEMPLO 2

Este exemplo numérico de análise local foi retirado do artigo do Ramaswamya e

Aravas (1998) que trata da utilização de gradientes em modelos Elasto-plásticos locais,

como o de Gurson, para resolver a dependência patológica da solução de elementos

finitos do tamanho dos elementos escolhidos, ou seja, da densidade da malha. O autor

utiliza um exemplo de localização da deformação plástica em um corpo plano sobre

tensão. Este exemplo também será útil para representar como o problema da

dependência de malha pode ser visto nas curvas de resposta do modelo numérico.

Figura 5.4 - Variação de f para l =0 (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998).

A Figura 5.4 mostra os resultados correspondentes ao modelo local de Gurson

( 0=l ). As curvas mostram a variação de f ao longo do comprimento do corpo para o

cálculo utilizando quatro malhas diferentes. A largura da banda de cisalhamento tende

para zero à medida que a malha é refinada. A forte dependência da malha na solução é

clara. Deve-se notar, contudo, que esta dependência da malha só aparece além da

deformação crítica. Em níveis menores de extensão, os perfis correspondentes de f são

quase idênticos para todas as quatro malhas diferentes.

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54

5.1.1.2. Análise Não Local

• EXEMPLO 1

Agora, para mostrar o potencial do algoritmo melhorado pelo gradiente em

eliminar o problema de sensibilidade da malha, o mesmo problema de valor de contorno

foi simulado usando o algoritmo de dano não local, desenvolvido pelo autor, com uma

escala de comprimento do material ml µ1= . O resultado é mostrado na Figura 5.5.

Figura 5.5 – Resultados da dependência da malha na densidade de danos para l = 1 µm (ABU AL-

RUB et al., 2010)

A densidade de danos em toda a banda de cisalhamento é apresentada na Figura

5.5, onde pode ser visto que a largura da zona de danos é, em grande parte da extensão,

independente da densidade da malha escolhida quando comparada com as simulações

locais mostradas na Figura 5.3.

• EXEMPLO 2

A Figura 5.6 mostra o resultado para o modelo de Gurson dependente do

gradiente da fração volumétrica de vazios com L.l 20= . A Figura mostra os perfis de

evolução de f para o mesmo problema calculado usando as quatro malhas diferentes.

A largura da banda de cisalhamento agora é independente do tamanho da malha quando

a malha é refinada de forma suficiente.

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55

Figura 5.6 - Evolução de f para a dependência do gradiente de Gurson com l = 0.2L

(RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998).

Nos próximos tópicos dois problemas serão analisados com o algoritmo

desenvolvido.

5.1.2. Análise do primeiro problema: barra com junta soldada no meio

Figura 5.7 - Barra com junta soldada no meio.

Resultados da dependência de malha em previsões utilizando elementos finitos

podem ser demonstrados com exemplos simples, como, por exemplo, o da barra sujeita

a tração em uma extremidade e engastada na outra.

Neste primeiro problema, a barra possuirá uma junta soldada no meio. Para

representar esta junta no algoritmo unidimensional desenvolvido algumas propriedades

serão alteradas na região da junta em relação ao resto da barra. O Módulo de Young (E)

e o Módulo Plástico (K) serão diferentes do resto da barra e também, a região da junta,

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56

apresentará uma fração de vazios inicial devido a problemas de soldagem, enquanto que

o resto da barra não apresentará vazios iniciais. A deformação horizontal é proporcional

a tensão aplicada na extremidade da barra.

Segue abaixo os dados de entrada:

DADOS DE ENTRADA

Corpo/Material

Módulo de Young: MATRIZJUNTA

MATRIZ

EE

MPaE

%80

)(200000

==

Módulo Plástico: MATRIZJUNTA

MATRIZ

KK

MPaK

%80

)(35000

==

Tensão de Escoamento: )(400 MPaY =σ

Massa específica do material: )3^/(7800 mkg=ρ

Comprimento da Barra: )(100 mmL =

Tamanho da junta: )(1 mmdJ =

Força de Campo: )(10 Gb =

Condições de Contorno:

Deslocamento no nó engastado: 00 =u

Tensão Inicial Aplicada na extremidade livre da barra: MPaP 360= Fluxo de vazios é zero nas duas extremidades. Constantes de Gurson-Tvergaard-Needleman:

Coeficientes: 213

2

1

975.0

7.1

qq

q

q

=

==

Fração Volumétrica de Vazios Inicial: 0002.00 =f

Fração volumétrica de vazios Crítica (início da coalescência dos vazios): 013.0=Cf

Fração volumétrica de vazios Final (perda da capacidade do material): 15.0=Ff

Fração volumétrica de vazios nucleados: 1.0=Nf

Desviador padrão da deformação devido a nucleação de vazios: 1.0=Ns

Deformação média devido a nucleação de vazios: 3.0=Ne

OBS: Os valores dos parâmetros utilizados foram retirados de alguns artigos presentes

na bibliografia deste trabalho (RAMASWAMYA e ARAVAS, 1998; BESSON, 2010;

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57

NOURPANAH e TAHERI, 2011). Estes valores foram sendo calibrados e modificados

no algoritmo para melhor se adequarem ao problema.

5.1.2.1. Análise Local (l = 0)

• Segue abaixo os resultados da análise:

Fração volumétrica de vazios X tempo:

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

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58

400 elementos

A barra falha para todas as malhas escolhidas aos 43 segundos.

Início da Coalescência

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59

Deformação Plástica X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

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60

Fração Volumétrica de Vazios X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

fR =0.0550139 fR =0.0550135

fR =0.0550133 fR =0.0550133

fR =0.0550132

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61

Outros gráficos (malha mais refinada)

Tensão X Deformação Tensão X Comprimento da Barra (x/L)

Fração volumétrica de vazios no instante final X Comprimento da Barra (x/L)

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62

5.1.2.2. Análise Não Local (l = 0.0025L)

• Segue abaixo os resultados da análise:

Fração volumétrica de vazios X tempo:

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

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63

400 elementos

A barra falha para todas as malhas escolhidas aos 43 segundos.

Início da Coalescência

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64

Deformação Plástica X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

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65

Fração Volumétrica de Vazios X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

fR =0.0550145 fR =0.0550174

fR =0.0550292 fR =0.0550766

fR =0.0552668

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66

Outros gráficos (malha mais refinada)

Tensão X Deformação Tensão X Comprimento da Barra (x/L)

Fração volumétrica de vazios no instante final X Comprimento da Barra (x/L)

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67

5.1.3. Análise do segundo problema: Barra com entalhe no meio

Figura 5.8 - Barra com entalhe no meio.

Outro problema que pode ser utilizado para mostrar a dependência da malha é o

da barra com um entalhe no meio. Esta barra apresentará as mesmas propriedades ao

longo de todo o comprimento, inclusive a fração de vazios inicial. A diferença será a

mudança da área de seção transversal no local do entalhe, fazendo com que a tensão

neste local seja mais alta gerando o crescimento, nucleação e coalescência de vazios

localizado, causando assim a trinca e o rompimento da barra. A deformação horizontal é

proporcional a tensão aplicada na extremidade da barra.

Segue abaixo os dados de entrada:

DADOS DE ENTRADA

Corpo/Material

Módulo de Young: )(200000MPaEBARRA =

Módulo Plástico: )(10000MPaK BARRA=

Tensão de Escoamento: )(400 MPaY =σ

Massa específica do material: )3^/(7800 mkg=ρ

Comprimento da Barra: )(100 mmL =

Força de Campo: )(10 Gb =

Raio da Barra: )(08.0 20 mmLr =

Raio na região do entalhe: 2

20 2

−−−= xL

rrr ne ,se nrL

x <−2

; )(026.0 2mmLrn =

Condições de Contorno:

Deslocamento no nó engastado: 00 =u

Força Aplicada na extremidade livre da barra: kNAP 42000= Fluxo de vazios é zero nas duas extremidades. Constantes de Gurson-Tvergaard-Needleman: (BESSON, 2010)

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68

Coeficientes: 213

2

1

975.0

7.1

qq

q

q

=

==

Fração Volumétrica de Vazios Inicial: 0002.00 =f

Fração volumétrica de vazios Crítica (inicio da coalescencia dos vazios): 013.0=Cf

Fração volumétrica de vazios Final (perda da capacidade do material): 15.0=Ff

Fração volumétrica de vazios nucleados: 1.0=Nf

Desviador padrão da deformação devido a nucleação de vazios: 1.0=Ns

Deformação média devido a nucleação de vazios: 3.0=Ne

5.1.3.1. Análise Local (l = 0)

• Segue abaixo os resultados da análise:

Fração volumétrica de vazios X tempo:

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

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69

400 elementos

A barra falha para todas as malhas escolhidas aos 39 segundos.

Início da Coalescência

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70

Deformação Plástica X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

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71

Fração Volumétrica de Vazios X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

fR =0.0743644 fR =0.0743627

fR =0.0743622 fR =0.0743662

fR =0.0743617

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72

Outros gráficos (malha mais refinada)

Tensão X Deformação Tensão X Comprimento da Barra (x/L)

Fração Volumétrica de Vazios X Deformação Plástica

Fração volumétrica de vazios no instante final X Comprimento da Barra (x/L)

Região de Crescimento e Nucleação

Região de Coalescência

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73

5.1.3.2. Análise Não Local (l = 0.0025L)

• Segue abaixo os resultados da análise:

Fração volumétrica de vazios X tempo:

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

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74

400 elementos

A barra falha para todas as malhas escolhidas aos 39 segundos.

Início da Coalescência

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75

Deformação Plástica X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

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76

Fração Volumétrica de Vazios X Comprimento da Barra Normalizado (x/L)

20 elementos 50 elementos

100 elementos 200 elementos

400 elementos

fR =0.0743676 fR =0.0743823

fR =0.0744406 fR =0.0746785

fR =0.0756973

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77

Outros gráficos (malha mais refinada)

Tensão X Deformação Tensão X Comprimento da Barra (x/L)

Fração Volumétrica de Vazios X Deformação Plástica

Fração volumétrica de vazios no instante final X Comprimento da Barra (x/L)

Região de Crescimento e Nucleação

Região de Coalescência

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78

CAPÍTULO VI

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Neste trabalho desenvolveu-se um modelo matemático para plasticidade local e

não-local. Quando se utilizam algumas teorias clássicas da fratura dúctil existe um

comportamento de instabilidade que acaba resultando na dependência dos resultados em

relação à malha e uma descrição não física da evolução do dano e da falha, já que a

zona de dano tende a ocupar a menor área possível da malha escolhida.

Conforme pôde ser observado nos resultados obtidos através do algoritmo

desenvolvido, a patologia da dependência de malha do modelo de Gurson padrão foi

observada de maneira muito sutil nos resultados.

O modelo constitutivo de plasticidade simples (SIMO e HUGHES, 2000) foi

desenvolvido na forma de algoritmo e testado, utilizando um problema de resposta

conhecida, e apresentou resultado satisfatório. Este modelo de plasticidade foi então

modificado para o modelo de fratura dúctil de Gurson-Tvergaard-Needleman seguindo

algumas hipóteses simplificadoras.

A principal hipótese simplificadora do problema foi a utilização da fração

volumétrica de vazios calculada no instante anterior para o cálculo de teste dos

seguintes parâmetros: multiplicador plástico, tensão, deformação e encruamento

isotrópico no elemento. Após essa etapa, os valores de teste foram utilizados para o

cálculo da fração volumétrica de vazios no instante atual, e assim finalmente foi

possível calcular o Módulo Tangente Elasto-Plástico para a utilização do Método

Numérico de Newton-Raphson. Esta técnica de divisão de operador é uma forma de

contornar um problema complexo não-linear com equações acopladas simplificando

bastante o problema. Entretanto esta simplificação pode ser a responsável pelo fato da

fração de vazios no instante da fratura ser aproximadamente a mesma utilizando uma

malha grosseira e uma malha refinada.

Mesmo com simplificações o algoritmo desenvolvido se mostrou eficiente na

representação da evolução do dano, no entendimento dos mecanismos de falha e na

influência dos parâmetros do modelo, sendo assim, os objetivos principais deste

trabalho foram alcançados com êxito.

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79

Como foi demonstrado neste trabalho, uma maneira muito eficaz para resolver o

problema da dependência de malha é através da teoria do dano reforçada pela inclusão

do termo gradiente não-local. No entanto, uma das questões mais desafiadoras quando

se lida com este tipo de teoria é a sua implementação nos códigos de elementos finitos.

Uma abordagem computacional simples e direta foi desenvolvida neste trabalho

para numericamente tentar integrar as equações constitutivas não-locais, com pouco

esforço, sem modificar o código de elementos finitos que foi desenvolvido para o

modelo padrão local. Assim, usando esta abordagem, foi possível evitar a prática da

introdução de funções de forma de alta ordem no código de elementos finitos para

calcular os termos de gradiente, o que seria computacionalmente mais difícil e caro. O

intuito foi utilizar um algoritmo simples para satisfazer a consistência das equações e

condições propostas para a fratura dúctil, e que pode ser facilmente implementado em

um código de elementos finitos.

O algoritmo numérico apresentado neste trabalho foi desenvolvido no software

MATLAB ® com o intuito de gerar um algoritmo que possa ser implementado

futuramente em um software de elementos finitos como o ABAQUS® via UMAT (User

Material Subroutine).

A eficácia da abordagem utilizada para aliviar o problema da dependência da

malha ao simular danos locais e as respostas da aplicação dos gradientes foram

ilustradas através de dois problemas numéricos. Estes problemas mostraram que os

resultados convergem aproximadamente para uma solução única utilizando diferentes

malhas, evidenciando ainda que, o algoritmo computacional desenvolvido funciona bem

ao integrar as teorias de danos com os termos não-locais.

Os parâmetros utilizados no modelo desenvolvido neste trabalho foram retirados

de artigos baseados em ensaios e experimentos, mas esses parâmetros foram calibrados

para problemas específicos e não para os problemas propostos neste trabalho. O ideal

seria o desenvolvimento do modelo teórico em conjunto com uma análise experimental

de corpos de prova para que os parâmetros do modelo desenvolvido, segundo os

problemas estudados nesse trabalho, fossem corretamente calibrados. Infelizmente para

este trabalho não foi possível a utilização de dados experimentais, mas isso certamente

melhoraria o desempenho e confirmaria assim a veracidade e a representatividade dos

resultados gerados. Apesar disso, a utilização de parâmetros estabelecidos em artigos foi

suficiente para que os objetivos deste trabalho fossem alcançados.

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80

Este algoritmo numérico proposto pode ser aprofundado e facilmente adaptado

para modelos constitutivos mais complexos em cenários multidimensionais, ou seja,

assim seria possível verificar o problema da localidade quando mais dimensões são

levadas em conta. Uma outra sugestão para melhorar os resultados é aprimorar a

aproximação por elementos finitos, utilizando funções mais complexas, para verificar a

sua convergência e uma melhor representação dos efeitos esperados.

Espera-se que a contribuição teórica trazida pelo presente trabalho, centrada no

aperfeiçoamento do modelo físico do Fenômeno da Fratura Dúctil e nas possibilidades

matemáticas de sua interpretação, possa ser empregada na construção de uma base

conceitual que sirva tanto à concepção de novos modelos matemáticos quanto para o

melhor conhecimento do Fenômeno da Fratura Dúctil nos sólidos.

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81

CAPÍTULO VII

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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84

ANEXOS

A. CÁLCULO DAS EQUAÇÕES DO CAPÍTULO III

1) Cálculo da Equação (3.36)

Considerando a condição de consistência (3.32): 0=Φ&&λ

Para λ& não ser zero, temos que:

( )[ ] 0=+−=Φ Kdt

dY ασωσ&&

( )[ ] 0=++−=Φ KKY αωασωσ &&&&

( ) ( ) 0)( =−+−−=Φ KKESINAL plY

pl εωασωεεσ &&&&&

( ) 0)( =−+−−=Φ KKEESINAL Y λωασωλεσ &&&&&

( ) ( ) 0)( =+−+− KEKESINAL Y ωλασωεσ &&&

Então:

( )( )( ) ω

ωασε

ωσλ &&&

KE

K

KE

ESINAL Y

++

−+

= )(

2) Cálculo da Equação (3.38)

Encontrar o valor de ω& :

( ) ( ) ( )

( )2

1

23

21

3222

1

2

3212

22

3

2

3

2

320

+

+−

+

++

+

+−−

=

fqK

pqcoshfq

ffqK

pqcoshfp

K

q

K

pqfsenhq

Y

YYY

ασ

ασασασω

&&&

&

( ) ( ) ( )ω

ασασασω

2

22

32

3

2

33

21

212 ffqK

pqcoshfqp

K

fqq

K

pqsenh

YYY

&&&

&

+

+−

+

+=

( ) ( ) ( )ω

ασασασω

2

2

3cosh2

2

3333

21

221 ffqffqK

pqfqp

K

pqsenh

K

fqq

YYY

&&&&

&

+

+

+−+

++=

( ) ( ) ( ) ωωασασασωω

222

3cosh211

2

3

2

3 323

21

221 ffq

f

ffq

K

pqfqp

K

pqsenh

K

fqq

YYY

&&&& +

+

+−−+

++=

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85

( ) ( ) ( ) f

fffq

f

ffq

K

pqfqp

K

pqsenh

K

fqq

YYY ωωω

ω

ασασασωω

222

2

2

3cosh21

2

3

2

3 323

21

221&&&

444444 3444444 21

&& −+

+

+−+

++=

( ) ( ) f

fffq

f

fp

K

pqsenh

K

fqq

YY ωωωω

ασασωω

2222

3

2

3 32

221&&&

&& −++

++=

( ) ( ) ff

fqp

K

pqsenh

K

fqq

YY

&&&ω

ωασασω

ω2

1

2

3

2

3 23

2221 −++

++=

Para simplificar os cálculos serão utilizadas as seguintes variáveis auxiliares:

( ) ( )

++=

K

pqsenh

K

fqqA

YY ασασω 2

3

2

3 221

f

fqB

ωω

2

123

2 −+=

Então:

fBpA &&& +=ω

3) Cálculo da Equação (3.39)

σ3

1−=p e ( )plE εεσ −= , então: ( )plEp εε &&& −−=3

1; com )(σλε SINALpl ⋅= &&

( ))(3

1 σλε SINALEp ⋅−−=⇒ &&&

Substituindo o multiplicador plástico λ& já calculado (na Equação (3.36):

( )( )( )

++−

+−−= )(

)(

3

1 σωωασε

ωσε SINAL

KE

K

KE

ESINALEp Y &&&&

( )( )

( ) ωω

σασεω

ε &&&&KE

SINALKE

KE

EEp Y

++−

++−=

3

)(

33

1 2

( )( )

( )( ) ω

ωσασε

ωω

&&&KE

SINALKE

KE

EKEEp Y

++−

+++−=

3

)(

3

2

Então:

( )( )

( ) ωω

σασεω

ω&&&

KE

SINALKE

KE

KEp Y

++−

+−=

3

)(

3

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86

4) Cálculo da Equação (3.40)

Voltando para equação de ω& (na Equação (3.38):

( )( )

( ) fBKE

SINALKE

KE

KEA Y &&&& +

++−

+−= ω

ωσασε

ωωω

3

)(

3

( )

( ) ( ) fBKE

KAE

KE

SINALKEA Y &&& ++

−=

+++ ε

ωωω

ωσασ

33

)(1

( ) ( )( )

( ) ( ) fSINALKEAKE

KEB

SINALKEAKE

KAE

YY

&&&)(3

3

)(3 σασωωε

σασωωω

+++++

+++−=

Novamente variáveis auxiliares serão utilizadas para facilitar o cálculo:

( ) ( ) )(3 σασωω

SINALKEAKE

KAEC

Y +++−=

( )( ) ( ) )(3

3

σασωω

SINALKEAKE

KEBD

Y ++++=

Então:

fDC &&& −= εω

5) Cálculo da Equação (3.44)

( )( )

( )

++−

+−= ω

ωσασε

ωεω &&&&

KE

SINALKY

KE

YEDC Y )(

( )( )

( ) ωω

σασεω

εω &&&&KE

SINALKDY

KE

DYEC Y

++−

+−= )(

( )

( )( )

( ) εω

ωωω

σασ&&

KE

DYEKEC

KE

SINALKDY Y

+−+=

+++ )(

1

Então:

( )

( ) ( ) εσασω

ωω &&)(SINALKDYKE

DYEKEC

Y +++−+=

6) Cálculo da Equação (3.45) e (3.46):

Com o valor do multiplicador plástico λ& e de ω& , podemos substituir na equação

da lei elástica:

( )( )

( ) ωω

σασεω

σ &&&KE

SINALKE

KE

EE Y

+++

+−= )(2

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87

( )( )

( )( )

( ) ( )

+++−+

+++

+−= ε

σασωω

ωσασε

ωσ &&&

)(

)(2

SINALKDYKE

DYEKEC

KE

SINALKE

KE

EE

Y

Y

( ) ( )( )[ ]( )( ) ( ) ε

σασωσασω

ωε

ωωσ &&&

++++−+

++

+=

)(

)(

SINALKDYKE

SINALKDYEKEC

KE

E

KE

EK

Y

Y

( )( )[ ]( )( ) ( ) ε

σασωσασωω

ωσ &

444444444 3444444444 21

&

W

SINALKDYKE

SINALKDYEKECK

KE

E

Y

Y

++++−++

+=

)(

)(

Novamente utilizando uma variável auxiliar. Neste caso W :

( )[ ]( )( ) ( ) )(

)(

σασωσασωω

SINALKDYKE

SINALKDYEKECKW

Y

Y

++++−++=

Finalmente se chega ao Módulo Tangente Elasto-Plástico:

( )εω

σ &&KE

EW

+=

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88

B. CÁLCULO DAS EQUAÇÕES DO CAPÍTULO IV

1) Cálculo da Equação (4.34) - TENSÃO

elEεσ =

( )Pnnn E 111 +++ −= εεσ

( ) ( )Pn

Pn

Pnnn EE εεεεσ −−−= +++ 111

)( 111 +++ ∆−= nTESTEnn SINALE σλσσ

Como 0>∆λ

)()( 11TESTEnn SINALSINAL ++ = σσ

( ) )( 111TESTEn

TESTEnn SINALE +++ ∆−= σλσσ

Então:

TESTEnTESTE

n

n

E1

1

1 1 ++

+

∆−= σσ

λσ

2) Cálculo da Equação (4.35) - DEFORMAÇÃO

)(σλε SINALpl ⋅= &&

)( 11 ++ ∆+= nPn

Pn SINALσλεε

)()( 11TESTEnn SINALSINAL ++ = σσ

Então:

)( 11TESTEn

Pn

Pn SINAL ++ ∆+= σλεε

3) Cálculo da Equação (4.36) – ENCRUAMENTO ISOTRÓPICO

λα && =

Então:

λαα ∆+=+ nn 1

4) Cálculo da Equação (4.37) – MULTIPLICADOR PLÁSTICO

[ ] 0≤+−=Φ ασωσ KY

[ ] 01111 =+−=Φ ++++ nYnnn Kασωσ

TESTEnn E 11 ++ =∆+ σλσ

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89

( ) ( )

01111 =

−++−∆−=Φ

∆+

++++ nnnYnTESTEnn

n

KKE ααασωλσλα

[ ] 0111 =∆++−∆−=Φ +++ λασωλσ KKE nYnTESTEnn

[ ] ( ) 01111 =+∆−+−=Φ ++++ KEK nnYnTESTEnn ωλασωσ

01 =Φ +n

Então:

[ ]( )KE

K

n

nYnTESTEn

1

11

+

++

+

+−=∆

ωασωσ

λ

5) Cálculo da Equação (4.38) – FRAÇÃO VOLUMÉTRICA DE VAZIOS

A equação é:

( ) )(2

1exp

21

122

2

2σεε

πλ

σλ SINAL

ss

fff

hf

N

Nplm

N

N

Ye

−−+−+= &l&&

( ) )(2

1exp

21

122

2

2σεε

πλ

σλ

SINALss

ff

tf

htt

f

N

Nplm

N

Nnn

Ye

−−+−

∆∆+

∆∆=

∆∆ l

( ) )(2

1exp

21

122

2

21 σεε

πλ

σλ SINAL

ss

fff

hff

N

Nplm

N

Nnn

Ye

nn

−−+−∆+∆=−+

l

( ) )(2

1exp

21

122

2

21 σεεπ

λσ

λ SINALss

fff

hff

N

Nplm

N

Nnn

Ye

nn

−−+−∆+∆+=+

l

Então:

)(12 *

2

2**

1 σλσ

λ SINALYfh

ff nYe

nn ⋅⋅∆+∆+=+l

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90

C. ALGORITMO DO PROBLEMA

Dados: LbffsffqqqKEdd FCNNNYP ,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 03210000 ρεσταε∆

1. Determinar um valor inicial para knd 1+∆ (deslocamento nodal incremental):

TempoIntervalotfazer _:0=

iteraçõesNumMáxnfazer _:1=

11 ++ ∆+= nnn ddd (deslocamento nodal total)

Cálculo da deformação:

11 +Β+ Β=neen d

e

ε , onde:

−=

∂∂

∂∂

=Βee

eee hhx

N

x

N 1121

; e

ee h

xxN

−= +11 ;

e

ee h

xxN

−=2 ; eee xxh −= +1

2. Estado tentativo:

( )Pnn

TESTEn E εεσ −= ++ 11

[ ] 0111 =+−=Φ +++ nYTESTEn

TESTEn

TESTEn Kασωσ , onde:

( )

( )

<<

−−−+=

−=

+

+−=

++

++

Fn

FnC

Cn

F

CnCF

CFC

n

TESTEn

TESTEn

nnY

TESTEn

nTESTEn

ffse

fffse

ffse

f

ffff

fff

f

f

p

fqK

pqfq

*

11

21

2*3

12*11

3

1

2

3cosh21

σ

ασω

OBS: A fração de vazios do passo anterior foi utilizada para o cálculo de teste.

3. Se 01 ≤Φ +TESTEn , então o passo é elástico:

TESTEnn 11 ++ = σσ

Pn

Pn εε =+1

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91

nn αα =+1

*1 nn ff =+

EMTEP = (Matriz Tangente Elasto-Plástica)

4. Caso contrário ( )01 >Φ +TESTEn , o passo é plástico:

[ ]

( )KE

KTESTEn

nYTESTEn

TESTEn

1

11

+

++

+

+−=∆

ω

ασωσλ

TESTEnTESTE

nn

E1

11 1 +

++

∆−= σσ

λσ

)( 1_1

TESTEn

Pn

Pn SINAL ++ ∆+= σλεε

λαα ∆+=+ nn 1

Cálculo Teste da evolução da fração volumétrica de vazios:

)(12 *

2

2**

1 σλσ

λ SINALYfh

ff nYe

nn ⋅⋅∆+∆+=+l

OBS: Se ⇒= 0l*

1+nf só dependerá da parte local da equação.

onde:

( )

−−+−=2

*

2

1exp

21

N

NPn

N

Nn ss

ffY

εεπ

Cálculo da Módulo Tangente Elasto-plástico

11 3

1++ −= nnp σ

( )2

1

2*13

1

12*111 2

3cosh21

+

+−= +

+

+++ n

nY

nnn fq

K

pqfq

ασω

( )KE

EWMTEP

n 1++=

ω , onde:

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92

( )[ ]( )( ) ( )

( )

( )( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

++=

−+=

+++−=

++++

=

−−+−+=

++++−+

+=

+

+

++

+

++

++

+++

+

+++

+

+++

++

++++

K

pqsenh

K

fqqA

f

fqB

SINALKEAKE

KAEC

SINALKEAKE

KEBD

SINALss

fff

hZ

KDZKE

KDZESINALKECKW

nY

n

nYn

n

nn

nn

nnYn

n

nnYn

n

N

NPn

N

Nnn

Ye

nYn

nYnnn

1

12

11

121

11

213

21

111

1

111

1

2

1*11

2

2

11

1111

2

3

2

3

2

1

)(3

)(3

3

)(2

1exp

21

12

)(

ασασω

ωω

σασωω

σασωω

σεεπσ

ασωασσωω

l

5. Teste de convergência:

810−=tolerância

( ) EXTnn

INT FFR 11 ++ −= σ , onde:

( ) ( ) ( ) enTe

nel

e

x

x

nTe

nel

en

INT htxAdxtxF ,, 11

11

1

2

1

+=+=+ Β=Β= ∫ σσσ ΑΑ

( ) ( ) ( ) ( ) ( )Le

ee

e

enel

ee

ex

x e

enel

e

EXT

N

NthtxAb

N

N

N

Ntdxtxb

N

NtF

+

=

+

=

== ∫ 2

1

2

1

12

1

2

1

1,,

2

1

τρτρ ΑΑ

Se o teste convergir ( tolerânciaR < ), então as soluções estão corretas e avança

o instante de tempo.

Atualizar: 1+= nn σσ ; 1+= nn εε ; Pn

Pn 1+= εε ; 1+= nn αα ; 1+= nn ff

Se não:

6. Matriz Tangente de Rigidez :

ee

MTEP

kn

knT

e

nel

e

x

x

e

MTEP

kn

knT

e

nel

e

kn hAdxAK Β

∂∂Β=Β

∂∂Β=

+

+=+

+=+ ∫

4342143421 1

1

11

1

11

2

1εσ

εσ ΑΑ

[ ] ( )[ ]EXTn

kn

INTkn

kn FFKd 11

1

111 ++

−+

++ −−=∆ σ

1+= nn

iteraçõesfinal _

1+= tt

Tempofinal _

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D. CÓDIGO DESENVOLVIDO NO MATLAB

function fem_GTN_1D_BARRA_SOLDADA clear all clc format long %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %=============================== PRÉ-PROCESSAMENTO ============================% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % Definição do problema, propriedades do material. discretização, % geometria, condições de contorno como forças e de slocamentos % % PROBLEM %================================================== ================================= % DADOS INICIAIS E DO M ATERIAL %================================================== ================================= E = 200000; % (MPa) Módulo de young E1 = E; E2 = 0.80*E; sigma_y = 400; % (MPa) Tensão de Escoamento H = 35000; % (MPa) Módulo Plástico H1 = H; H2 = 0.80*H; rho = 7800*10^(-9); % (kg/mm^3) massa específica do material L = 100; % (mm) comprimento da barra lc = 0.0025*L; posJ = 49.5; %(mm) dJ = 1; %(mm) b = 10; % (G) força de campo u_o =0; % deslocamento inicial do nó engastado P = 360; % (MPa) Tensão inicial no nó da extremidade livre tol = 10^(-8); %Tolerancia (erro) aux = 1; aux2 = 0; maxIter = 200; dt = 1; % delta t %================================================== ================================= % CONSTANTES GURSON-TVERGAA RD-NEEDLEMAN %================================================== ================================= q1 = 1.7; %\ q2 = 0.975; % = Coeficientes de Tvergaard para descrição plásti ca do material q3 = q1^2; %/ f0 = 0.0002; % Fração volumétrica de vazios inicial fc = 0.013; % Fração volumétrica de vazios Crítica (inicio da c oalescencia dos vazios) fF = 0.15; % Fração volumétrica de vazios Final (perda da capa cidade do material) fN = 0.1; % Fração volumétrica de vazios nucleados sN = 0.1; % Desviador padrão da deformação devido a nucleação de vazios eN = 0.3; % Deformação média devido a nucleação de vazios %================================================== ================================= % INFORMAÇÕES DA MALHA E ELEMENTOS %================================================== ================================= num_nodes = 21; num_elems = num_nodes - 1; nodes = linspace (0,L,num_nodes); elm_cnc = [1:1:num_elems ; 2:1:num_nodes]'; h_e = nodes (2) - nodes (1); LT = zeros (num_elems, 1); for i = 1: num_elems; %Tamanho da Barra discretizada LT(i,1)=h_e*i; end % Be = [-1 1]/h_e; Ne = [-0.5 0.5]*h_e; % %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %=============================== PROCESSAMENTO ================================% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % %================================================== ================================= % MODELO CONSTITUTIV O %================================================== =================================

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% # 1º PASSO: Inicialização % ddes_1 = zeros (num_nodes, 1); ddes_1(end) = ddes_1(end)+0.000001; des_1 = zeros (num_nodes, 1) ; eps_p_1 = zeros (num_elems, 1); eps_2 = zeros (num_elems, 1); Q_trial_2 = zeros (num_elems, 1); sigma_trial_2 = zeros (num_elems, 1); alpha_1 = zeros (num_elems, 1); sigma_2e = zeros (num_elems, 1); eps_p_2e = zeros (num_elems, 1); alpha_2e = zeros (num_elems, 1); Q_trial_2e = zeros (num_elems, 1); delta_gama2e = zeros (num_elems, 1); MTEPe = zeros (num_elems, 1); fve = zeros (num_elems, 1); f_1e = zeros (num_elems, 1); ii =1; P1 = P; x = h_e : h_e : L; Tx = length(x); f0e = zeros(Tx,1); XX = zeros(Tx,1); % % caracterização do entalhe % for xx = h_e : h_e : L if xx <= posJ || xx >= (posJ+dJ) f0e(ii) = 0 ; XX(ii) = xx; else f0e(ii) = f0; XX(ii) = xx; end ii = ii + 1; end % f_1e(:,1) = f0e'; % for t=1:dt:150; % for n=1:maxIter; % % Deslocamento nodal total "des" % des_2 = des_1 + ddes_1; % % Cálculo do campo de deformações "eps" % for i = 1:size(elm_cnc,1); % dnode = [des_2(i);des_2(i+1)]; eps_2(i,1) = Be*dnode; % % # 2º PASSO: Estado tentativo (Modelo Constituti vo) % loc = i*h_e; if loc <= posJ || loc >= (posJ+dJ); E = E1; H = H1; else E = E2; H = H2; end % sigma_trial_2(i,1) = E*(eps_2(i,1) - ep s_p_1(i,1)); % % Fração Volumétrica de vazios % aux if aux < 2 aux30 = 1; else aux30 = aux-1; end

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% f_1 = f_1e(:,aux30); % if f_1(i,1) < fc; fv_1 = f_1(i,1); else fv_1 = fc - (((1/q1) - fc)/(fF - fc ))*fc + (((1/q1) - fc)/(fF - fc))*f_1(i,1); end % if fv_1 >= fF break end % PH_trial = -(1/3)*sigma_trial_2(i,1); aux1 = cosh((3*q2*PH_trial)/(2*(sigma_y +(alpha_1(i,1)*H)))); omega_trial = sqrt(1 - 2*q1*fv_1*aux1 + q3*(fv_1^2)); VAR = round(1 - 2*q1*fv_1*aux1 + q3*(fv _1^2)); if VAR < 0; break end % % Critério de Escoamento % Q_trial_2(i,1) = abs(sigma_trial_2(i,1) ) - omega_trial*(sigma_y + alpha_1(i,1)*H); % if Q_trial_2(i,1) <= 0.0 && eps_p_1(i,1) == 0 % % # PASSO ELÁSTICO % % tensão sigma2 = sigma_trial_2(i,1); % deformação plástica eps_p2 = eps_p_1(i,1); %encruamento isotrópico alpha2 = alpha_1(i,1); % Cálculo da fração volumétrica de vazios fv2 = fv_1; %Cálculo do Módulo Tangente Elasto-Plastico MTEP = E; % else % % # PASSO PLÁSTICO % if fv_1 == 0.0 %Teste para utilização ou não do modelo de GTN % S1 = sigma_trial_2(i,1)/abs(sig ma_trial_2(i,1)); % Multiplicador não negativo para o fluxo plástico delta_gama2 = (Q_trial_2(i,1))/ (E + H); % Tensão sigma2 = (1 - ((delta_gama2*E)/(abs(sigma_trial_2(i,1)))))*sigma_ trial_2(i,1); % Deformação eps_p2 = eps_p_1(i,1) + delta_g ama2*S1; % Encruamento isotrópico alpha2 = alpha_1(i,1) + delta_g ama2; % Cálculo do Módulo Tangente Elasto-Plastico MTEP = E*H/(E+H); % Fração volumétrica de vazios fv2 = 0; % else % % Modelo GTN S1 = sigma_trial_2(i,1)/abs(sig ma_trial_2(i,1)); %(Sinal Tensão) % multiplicador não negativo para o fluxo plástico delta_gama2 = ((abs(sigma_tria l_2(i,1))- omega_trial*(sigma_y + (H*alpha_1(i,1))))/(E+(omega_trial*H))); % tensão sigma2 = (1 - ((delta_gama2*E)/(abs(sigma_trial_2(i,1)))))*sigma_ trial_2(i,1); % deformação eps_p2 = (eps_p_1(i,1) + delta_ gama2*S1); % encruamento isotrópico alpha2 = (alpha_1(i,1) + delta_ gama2);

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% Cálculo da fração volumétrica de vazios Y0 = (((1-fv_1) + (fN/(sN*sqrt( 2*pi)))*exp((-(1/2)*(((eps_p2-eN)/sN)^2))))); PNL = (lc^2)*(12/(h_e^2))*(delt a_gama2/sigma_y)*fv_1; PL = Y0*(delta_gama2*S1); fv2 = fv_1 + PNL + PL; % Cálculo da váriavel omega da superficie de escoam ento PH2 = (-1/3)*sigma2; omega2 = sqrt(1 - 2*q1*fv2*cosh(((3*q2*PH2)/(2*(sigma_y+(alpha2*H)))) ) + q3*(fv2^2)); % %Cálculo do Módulo Tangente Ela sto-Plastico S2 = sigma2/abs(sigma2); A = ((3*q1*q2*fv2)/(2*omega2*(sigma_y+(alpha2*H))))*sin h((3*q2*PH2)/(2*(sigma_y+(alpha2*H)))); B = (omega2^2 + q3*(fv2^2) - 1) /(2*omega2*fv2); C = -((A*E*omega2*H)/(3*(E+(ome ga2*H)) + E*A*(sigma_y+(alpha2*H))*S2)); D = (3*B*(E+(omega2*H)))/(3*(E+ (omega2*H)) + E*A*(sigma_y+(alpha2*H))*S2); Y = ((1-fv2) + (fN/(sN*sqrt(2*p i)))*exp((-(1/2)*(((eps_p2-eN)/sN)^2)))); Z = (lc^2)*(12/(h_e^2))*(delta_ gama2/sigma_y)*fv_1 + Y*S2; W = (omega2*H) + ((C*(E+(omega2 *H))*S2 - D*Z*E)*(sigma_y+(alpha2*H)))/((E+(omega2*H)) + D*Z* (sigma_y+(alpha2*H))); MTEP = (E*W)/(E + (omega2*H)); end end % sigma_2e(i,1) = sigma2; eps_p_2e(i,1) = eps_p2; alpha_2e(i,1) = alpha2; MTEPe(i,1) = MTEP; fve(i,1) = fv2; Q_trial_2e(i,1) = Q_trial_2(i,1); end %================================================== ================================= % AGRUPAMENTO (ASSEMBLY) DA MATRIZ DE RIGIDEZ E FORÇAS %================================================== ================================= K = zeros (num_nodes, num_nodes); Fext = zeros (num_nodes, 1); Fint = zeros (num_nodes, 1); BeT = transpose(Be); NT = transpose(Ne); % for j = 1 : size(elm_cnc,1); % K_e = transpose(Be)*MTEPe(j,1)*Be*h_e; asm = elm_cnc (j,:); K(asm , asm) = K(asm , asm) + K_e; Fext_e = NT*rho*b; Fext(asm) = Fext(asm) + Fext_e; Fint_e = BeT*sigma_2e(j,1)*h_e; Fint(asm) = Fint(asm) + Fint_e ; % end %================================================== ================================= % CONDIÇÕES DE CONTORN O %================================================== ================================= P2 = P1 + 10*dt; Fext = Fext - K(:,1) * u_o; Fext (1) = K(1,1) * u_o; Fext (end) = Fext (end) + P2; %Aplicação da força externa Fint = Fint - K(:,1) * u_o; Fint (1) = K(1,1) * u_o; % K(1,:) = 0; K(:,1) = 0; K(1,1) = 1; %================================================== ================================= % TESTE DE CONVERGÊNC IA %================================================== ================================= Resid = Fint-Fext; R = abs(Resid); % if R<=tol %

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sigma(:,aux) = sigma_2e; eps_p(:,aux) = eps_p_2e; eps(:,aux) = eps_2 + aux2; alpha(:,aux) = alpha_2e; f(:,aux) = fve; des(:,aux) = des_2; ddes(:,aux) = ddes_1; Q_trial(:,aux) = Q_trial_2e; delta_gama(:,aux) = delta_gama2e; f_1e(:,aux) = fve; eps_p_1 = eps_p_2e; alpha_1 = alpha_2e; P1 = P2; % TT(aux,:) = t; % aux2 = eps(:,aux); aux = aux+1 % break % else % Kinv = -inv(K); ddes_2 = Kinv*Resid; % ddes_1 = ddes_2; des_1 = des_2; % if n==(maxIter-1); break end % end end % if n==(maxIter-1); break end % end % %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %============================== PÓS-PROCESSAMENTO =============================% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % n f tu = length(TT); ffinal=f(:,tu); TT LT; x = h_e : h_e : L; LN = x/L; % save ffinal400 ffinal -ascii -double -tabs save LN400 LN -ascii -double -tabs figure(1) % plot(eps,sigma) title( 'Tensão X Deformação' ) xlabel( 'Deformação' ) ylabel( 'Tensão (MPa)' ) % figure(2) % plot(TT,f) title( '' ) xlabel( 'Tempo' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios' ) % figure(3) %

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plot(eps_p,f) title( '' ) xlabel( 'Deformação Plástica' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios' ) % figure(4) % plot(eps) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra (L)' ) ylabel( 'Deformação total' ) % figure(5) % plot(LN,eps_p) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Deformação Plástica' ) % figure(6) % plot(LN,f) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios no Tempo' ) % figure(7) % plot(LN,sigma) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Tensão (MPa)' ) figure(8) % plot(LN,ffinal) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios no Instante Final' ) end

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function fem_GTN_1D_BARRA_ENTALHE clear all clc format long %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %=============================== PRÉ-PROCESSAMENTO ============================% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % Definição do problema, propriedades do material. discretização, % geometria, condições de contorno como forças e de slocamentos % % PROBLEM %================================================== ================================= % DADOS INICIAIS E DO M ATERIAL %================================================== ================================= E = 200000; % (MPa) Módulo de young sigma_y = 400; % (MPa) Tensão de Escoamento H = 35000; % (MPa) Módulo Plástico rho = 7800*10^(-9); % (kg/mm^3) massa específica do material L = 100; % (mm) comprimento da barra lc = 0; %0.0025*L; r0 = L*0.08; %(mm)0.09 rn = L*0.026; % (mm)0.025 b = 10; % (G) força de campo u_o =0; % deslocamento inicial do nó engastado P = 42000; % (N) Tensão inicial no nó da extremidade livre tol = 10^(-8); %Tolerancia (erro) aux = 1; aux2 = 0; maxIter = 200; dt = 1; % delta t %================================================== ================================= % CONSTANTES GURSON-TVERGAA RD-NEEDLEMAN %================================================== ================================= q1 = 1.7; %\ q2 = 0.975; % = Coeficientes de Tvergaard para descrição plásti ca do material q3 = q1^2; %/ f0 = 0.0002; % Fração volumétrica de vazios inicial fc = 0.013; % 0.013 Fração volumétrica de vazios Crítica (inici o da coalescencia dos vazios) fF = 0.15; % Fração volumétrica de vazios Final (perda da capa cidade do material) fN = 0.1; % Fração volumétrica de vazios nucleados sN = 0.1; % Desviador padrão da deformação devido a nucleação de vazios eN = 0.3; % Deformação média devido a nucleação de vazios %================================================== ================================= % INFORMAÇÕES DA MALHA E ELEMENTOS %================================================== ================================= num_nodes = 401; num_elems = num_nodes - 1; nodes = linspace (0,L,num_nodes); elm_cnc = [1:1:num_elems ; 2:1:num_nodes]'; h_e = nodes (2) - nodes (1); LT = zeros (num_elems, 1); for i = 1: num_elems; %Tamanho da Barra discretizada LT(i,1)=h_e*i; end % Be = [-1 1]/h_e; Ne = [-0.5 0.5]*h_e; % %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %=============================== PROCESSAMENTO ================================% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % %================================================== ================================= % MODELO CONSTITUTIV O %================================================== ================================= % # 1º PASSO: Inicialização % ddes_1 = zeros (num_nodes, 1); ddes_1(end) = ddes_1(end)+0.000001; des_1 = zeros (num_nodes, 1) ; eps_p_1 = zeros (num_elems, 1); eps_2 = zeros (num_elems, 1); Q_trial_2 = zeros (num_elems, 1); sigma_trial_2 = zeros (num_elems, 1);

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alpha_1 = zeros (num_elems, 1); sigma_2e = zeros (num_elems, 1); eps_p_2e = zeros (num_elems, 1); alpha_2e = zeros (num_elems, 1); Q_trial_2e = zeros (num_elems, 1); delta_gama2e = zeros (num_elems, 1); MTEPe = zeros (num_elems, 1); AreaT = zeros (num_elems, 1); fve = zeros (num_elems, 1); f_1e = zeros (num_elems, 1); ii =1; P1 = P; x = h_e : h_e : L; Tx = length(x); r = zeros(Tx,1); f0e = zeros(Tx,1); XX = zeros(Tx,1); % % caracterização do entalhe % for xx = h_e : h_e : L par = abs(xx - (L/2)); if par < rn r(ii) = r0 - sqrt((rn^2)-((L/2)-xx) ^2); f0e(ii) = f0 ; XX(ii) = xx; else r(ii) = r0; f0e(ii) = f0; XX(ii) = xx; end ii = ii + 1; end % % re(:,1) = r'; f_1e(:,1) = f0e'; % for t=1:dt:150; % for n=1:maxIter; % % Deslocamento nodal total "des" % des_2 = des_1 + ddes_1; % % Cálculo do campo de deformações "eps" % for i = 1:size(elm_cnc,1); % dnode = [des_2(i);des_2(i+1)]; eps_2(i,1) = Be*dnode; % % # 2º PASSO: Estado tentativo (Modelo Constituti vo) % sigma_trial_2(i,1) = E*(eps_2(i,1) - ep s_p_1(i,1)); % % Fração Volumétrica de vazios % aux if aux < 2 aux30 = 1; else aux30 = aux-1; end % f_1 = f_1e(:,aux30); % if f_1(i,1) < fc; fv_1 = f_1(i,1); else fv_1 = fc - (((1/q1) - fc)/(fF - fc ))*fc + (((1/q1) - fc)/(fF - fc))*f_1(i,1); end %

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if fv_1 >= fF break end % PH_trial = -(1/3)*sigma_trial_2(i,1); aux1 = cosh((3*q2*PH_trial)/(2*(sigma_y +(alpha_1(i,1)*H)))); omega_trial = sqrt(1 - 2*q1*fv_1*aux1 + q3*(fv_1^2)); VAR = round(1 - 2*q1*fv_1*aux1 + q3*(fv _1^2)); if VAR < 0; break end % % Critério de Escoamento % Q_trial_2(i,1) = abs(sigma_trial_2(i,1) ) - omega_trial*(sigma_y + alpha_1(i,1)*H); % if Q_trial_2(i,1) <= 0.0 && eps_p_1(i,1) == 0 % % # PASSO ELÁSTICO % % tensão sigma2 = sigma_trial_2(i,1); % deformação plástica eps_p2 = eps_p_1(i,1); %encruamento isotrópico alpha2 = alpha_1(i,1); % Cálculo da fração volumétrica de vazios fv2 = fv_1; %Cálculo do Módulo Tangente Elasto-Plastico MTEP = E; % else % % # PASSO PLÁSTICO % if fv_1 == 0.0 %Teste para utilização ou não do modelo de GTN % S1 = sigma_trial_2(i,1)/abs(sig ma_trial_2(i,1)); % Multiplicador não negativo para o fluxo plástico delta_gama2 = (Q_trial_2(i,1))/ (E + H); % Tensão sigma2 = (1 - ((delta_gama2*E)/(abs(sigma_trial_2(i,1)))))*sigma_ trial_2(i,1); % Deformação eps_p2 = eps_p_1(i,1) + delta_g ama2*S1; % Encruamento isotrópico alpha2 = alpha_1(i,1) + delta_g ama2; % Cálculo do Módulo Tangente Elasto-Plastico MTEP = E*H/(E+H); % Fração volumétrica de vazios fv2 = 0; % else % % Modelo GTN S1 = sigma_trial_2(i,1)/abs(sig ma_trial_2(i,1)); %(Sinal Tensão) % multiplicador não negativo para o fluxo plástico delta_gama2 = ((abs(sigma_tria l_2(i,1))- omega_trial*(sigma_y + (H*alpha_1(i,1))))/(E+(omega_trial*H))); % tensão sigma2 = (1 - ((delta_gama2*E)/(abs(sigma_trial_2(i,1)))))*sigma_ trial_2(i,1); % deformação eps_p2 = (eps_p_1(i,1) + delta_ gama2*S1); % encruamento isotrópico alpha2 = (alpha_1(i,1) + delta_ gama2); % Cálculo da fração volumétrica de vazios Y0 = (((1-fv_1) + (fN/(sN*sqrt( 2*pi)))*exp((-(1/2)*(((eps_p2-eN)/sN)^2))))); PNL = (lc^2)*(12/(h_e^2))*(delt a_gama2/sigma_y)*fv_1; PL = Y0*(delta_gama2*S1); fv2 = fv_1 + PNL + PL; % Cálculo da váriavel omega da superficie de escoam ento PH2 = (-1/3)*sigma2; omega2 = sqrt(1 - 2*q1*fv2*cosh(((3*q2*PH2)/(2*(sigma_y+(alpha2*H)))) ) + q3*(fv2^2));

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% %Cálculo do Módulo Tangente Ela sto-Plastico S2 = sigma2/abs(sigma2); A = ((3*q1*q2*fv2)/(2*omega2*(sigma_y+(alpha2*H))))*sin h((3*q2*PH2)/(2*(sigma_y+(alpha2*H)))); B = (omega2^2 + q3*(fv2^2) - 1) /(2*omega2*fv2); C = -((A*E*omega2*H)/(3*(E+(ome ga2*H)) + E*A*(sigma_y+(alpha2*H))*S2)); D = (3*B*(E+(omega2*H)))/(3*(E+ (omega2*H)) + E*A*(sigma_y+(alpha2*H))*S2); Y = ((1-fv2) + (fN/(sN*sqrt(2*p i)))*exp((-(1/2)*(((eps_p2-eN)/sN)^2)))); Z = (lc^2)*(12/(h_e^2))*(delta_ gama2/sigma_y)*fv_1 + Y*S2; W = (omega2*H) + ((C*(E+(omega2 *H))*S2 - D*Z*E)*(sigma_y+(alpha2*H)))/((E+(omega2*H)) + D*Z* (sigma_y+(alpha2*H))); MTEP = (E*W)/(E + (omega2*H)); end end % sigma_2e(i,1) = sigma2; eps_p_2e(i,1) = eps_p2; alpha_2e(i,1) = alpha2; MTEPe(i,1) = MTEP; fve(i,1) = fv2; Q_trial_2e(i,1) = Q_trial_2(i,1); end %================================================== ================================= % AGRUPAMENTO (ASSEMBLY) DA MATRIZ DE RIGIDEZ E FORÇAS %================================================== ================================= K = zeros (num_nodes, num_nodes); Fext = zeros (num_nodes, 1); Fint = zeros (num_nodes, 1); BeT = transpose(Be); NT = transpose(Ne); % for j = 1 : size(elm_cnc,1); rr = re(j,1); Area = pi*(rr^2); % K_e = transpose(Be)*Area*MTEPe(j,1)*Be* h_e; asm = elm_cnc (j,:); K(asm , asm) = K(asm , asm) + K_e; Fext_e = NT*rho*Area*b; Fext(asm) = Fext(asm) + Fext_e; Fint_e = BeT*Area*sigma_2e(j,1)*h_e; Fint(asm) = Fint(asm) + Fint_e ; % AreaT(j,1) = Area; end %================================================== ================================= % CONDIÇÕES DE CONTORN O %================================================== ================================= P2 = P1 + 1000*dt; Fext = Fext - K(:,1) * u_o; Fext (1) = K(1,1) * u_o; Fext (end) = Fext (end) + P2; %Aplicação da força externa Fint = Fint - K(:,1) * u_o; Fint (1) = K(1,1) * u_o; % K(1,:) = 0; K(:,1) = 0; K(1,1) = 1; %================================================== ================================= % TESTE DE CONVERGÊNC IA %================================================== ================================= Resid = Fint-Fext; R = abs(Resid); % if R<=tol % sigma(:,aux) = sigma_2e; eps_p(:,aux) = eps_p_2e; eps(:,aux) = eps_2 + aux2; alpha(:,aux) = alpha_2e; f(:,aux) = fve; des(:,aux) = des_2;

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ddes(:,aux) = ddes_1; Q_trial(:,aux) = Q_trial_2e; delta_gama(:,aux) = delta_gama2e; f_1e(:,aux) = fve; eps_p_1 = eps_p_2e; alpha_1 = alpha_2e; P1 = P2; % TT(aux,:)=t; % aux2 = eps(:,aux); aux = aux+1; % % break % else % Kinv = -inv(K); ddes_2 = Kinv*Resid; % ddes_1 = ddes_2; des_1 = des_2; % if n==(maxIter-1); break end % end end % if n==(maxIter-1); break end % end % %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %============================== PÓS-PROCESSAMENTO =============================% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% % n f tu = length(TT); ffinal=f(:,tu); TT LT; AreaT; LN = x/L; % save Nffinal20 ffinal -ascii -double -tabs save NLN20 LN -ascii -double -tabs figure(1) % plot(eps,sigma) title( 'Tensão X Deformação' ) xlabel( 'Deformação' ) ylabel( 'Tensão (MPa)' ) % figure(2) % plot(TT,f) title( '' ) xlabel( 'Tempo' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios' ) % figure(3) % plot(eps_p,f) title( '' ) xlabel( 'Deformação Plástica' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios' )

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% figure(4) % plot(eps) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra (L)' ) ylabel( 'Deformação total' ) % figure(5) % plot(LN,eps_p) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Deformação Plástica' ) % figure(6) % plot(LN,f) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios no Tempo' ) % figure(7) % plot(LN,sigma) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Tensão (MPa)' ) % figure(8) % % plot(LT,AreaT) % title('') % xlabel('Comprimento da Barra') % ylabel('Area da seção transversal') % figure(9) % plot(LN,ffinal) title( '' ) xlabel( 'Comprimento da Barra Normalizado (x/L)' ) ylabel( 'Fração Volumétrica de Vazios no Instante Final' ) end