um homem muito especial para um mundo muito especial
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um homem muito especial para um mundo muito especial um homem muito especial para um mundo muito especial
Em 18 de maio de 1920, quando veio ao mundo na pequena aldeia de Wadovice, a Polônia -
independente há apenas dois anos - comemorava um dos maiores feitos de sua História: a vitória de suas tropas, comandadas pelo marechal Jozef Pilsudski, sobre o Exército Vermelho russo 11 dias antes. A
emoção que contagiava os poloneses fez com que o tenente Karol Wojtyla, pai do futuro Papa,
homenageasse Pilsudski dando a seu filho o nome de Karol Jozef
Karol, que era chamado pelo apelido de Lolek (um diminutivo) passou longe da carreira militar. Na infância, duas mortes prematuras o abalaram. Uma aos 8
anos: a da mãe, Emilia, uma mulher muito debilitada que morreu aos 45 anos, de inflamação no coração e nos rins. E outra aos 12 anos: a do irmão que admirava, o médico Edmund, morto aos 26 anos depois de ter contraído
escarlatina de um paciente. A outra filha do casal Wojtyla, Olga, faleceu seis anos antes de Karol nascer. Sozinho com o pai, o garoto se voltou para os
estudos e as orações.
Lolek foi criado pelo pai, um homem rígido, que educou o filho de acordo com a
disciplina militar. Todos os dias, o menino que viria a ocupar o cargo mais importante na hierarquia da igreja católica cumpria a
mesma rotina: missa, escola, uma hora de tempo livre e atenção total aos deveres de casa. Um dos melhores aluno da classe, Lolek, sempre demonstrou que seria um desportista. Ainda menino, começou a jogar no time da cidade na posição de goleiro. Sempre apreciou os exercícios
físicos e as viagens. Gostava de escalar montanhas, fazer excursões, nadar e
caminhar pelo bosque. PAIS DO PONTÍFICE
Na adolescência Karol passou a demonstrar interesse pela literatura
polonesa - em especial por aquela que mostrava a Polônia como o Cristo das Nações, o país que depois de tantos
sofrimentos apontaria o caminho da fé para a Humanidade. Era corrente entre os poloneses o sentimento de que seu país
havia sido injustiçado. A história da Polônia, um território que fora retalhado
entre os vizinhos, parecia confirmar isso.
A partir de 1939, com a Polônia ocupada pelos nazistas, Karol foi obrigado a se afastar de seu universo intelectual - ele estudava literatura polonesa na
Universidade de Cracóvia, onde viu professores serem fuzilados pelos alemães - e a procurar emprego, já que sem trabalho regular corria-se o risco
de deportação para a Alemanha. Ele se tornou britador em uma pedreira, experiência que lhe valeu um novo aprendizado, o do mundo do trabalho.
Karol trabalhava a céu aberto, durante turnos de oito horas seguidas, às vezes sob temperaturas abaixo de zero e à noite trabalhava como ator.
Com a guerra a Polônia perdeu 6,5 milhões de seus habitantes, a metade
deles judeus. Foi nesse ambiente sufocante que nasceu a decisão de se
tornar padre. Ele então comentou:
- Perante a expansão do mal e as atrocidades da guerra o significado do
sacerdócio ficou mais claro para mim. Foi como uma luz dentro de mim. Um dia enxerguei isso com toda a clareza. O
Senhor quer que eu seja padre.
Era 1942 - seu pai morrera no ano anterior e o deixara sozinho. Com os conventos proibidos pelos nazistas de receber novos candidatos, ingressou no seminário clandestino mantido pelo arcebispo de Cracóvia, Adam Sapieha. Estudou teologia por
quatro anos e foi ordenado padre em 1946. Wojtyla foi nomeado bispo em 1958 e consagrado cardeal em 1967, o que fez dele uma peça-chave das tensas relações entre a Igreja e o
Estado na Polônia.
Admirado pelo Papa Paulo VI (1963-1978), o cardeal polonês, que via com
desconfiança o liberalismo reinante na Europa Ocidental
e nos Estados Unidos, acreditava que a oprimida
Igreja do Leste tinha a força necessária para reacender a fé nos católicos, trazendo-os
de volta para a milenar instituição e corrigindo-os do
que qualificava como decadência espiritual do
primeiro mundo. Eleito Papa, ele seguiria exatamente este
caminho, pouco se importando com as críticas. Para João Paulo II, esta era a missão para a qual tinha sido elevado a pontífice.
FUMAÇA BRANCA ANUNCIANDO A ESCOLHA DO
PAPA JOÃO PAULO II
CARDEAL JOÃO PAULO II E O PAPA QUEM SUCEDERIA. (1978)
Treze de maio de 1981 anunciava-se como mais uma jornada de festa e
adoração para os católicos. Consagrado a Nossa Senhora de Fátima desde que três jovens pastores portugueses relataram a aparição de Maria, a mãe de Jesus, em 1917, aquele dia chegaria ao fim com
uma cena chocante - para fiéis ou não. Ao passar em carro aberto por uma lotada Praça de São Pedro, no Vaticano, João Paulo II foi atingido por tiros saídos do
meio da multidão, sendo ferido no estômago e na mão esquerda. O que não
se sabia é que os disparos que quase mataram o pontífice, feitos pelo turco
Mehmet Ali Agca, seriam, de acordo com a revelação feita muito depois pelo
Vaticano, tratados como a confirmação da profecia anunciada 64 anos antes pelos
três portugueses.
Conduzido ao Hospital Gemelli, em Roma, João Paulo II foi submetido a uma cirurgia que durou seis horas. Ele ficou
internado e só retornou ao Vaticano em 3 de junho. No dia 20 daquele mês o Papa foi novamente internado, devido a uma
infecção por um citomegalovírus. Ele sofreu uma nova intervenção em 5 de agosto e teve alta definitiva nove dias
depois. Entre 13 de maio e 14 de agosto João Paulo II passou 78 dias em hospital
Condenado à prisão perpétua, Ali Agca - um militante de grupos extremistas turcos - expôs uma confusa teoria para explicar o atentado, envolvendo o serviço secreto búlgaro e o governo da União Soviética, que temia a influência do Papa sobre as
populações católicas do Leste Europeu. Até hoje, os motivos e a origem do atentado
não foram suficientemente esclarecidos. Em 1992, um estudo da CIA admitiu a
impossibilidade de se chegar a respostas satisfatórias.
O Papa perdoou Agca duas vezes: uma ainda no hospital e outra em 1983,
quando o visitou na prisão. Em 2000, Agca foi libertado e mandado para a Turquia, onde está numa prisão de
segurança máxima na qual deverá passar os próximos dez anos
Em 13 de maio de 2000, em Fátima, o Papa finalmente revelou o terceiro segredo -que ao longo das décadas suscitou um sem-número de hipóteses - ao anunciar que a profecia significava o seguinte: "um bispo vestido de branco cai por terra como morto,
sob os tiros de uma arma de fogo".
“Fazendo eco às palavras do nosso Mestre e Senhor, repito a cada um de vós, queridíssimos irmãos no Episcopado:
‘Levantai-vos! Vamos!’. Vamos adiante, confiando em Cristo. Ele nos acompanhará pelo caminho até a meta que só Ele
conhece”. Papa João Paulo II
MENSAGEM DE SUA SANTIDADE JOÃO PAULO II PARA A CELEBRAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA PAZ 1º DE
JANEIRO DE 2005.
“NÃO TE DEIXES VENCER PELO MAL
VENCE ANTES O MAL COM O BEM.”