um amor assombroso

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Page 1: Um amor assombroso

Um amor assombroso 1 O menino que morreu na escola

Volume 1

A história de fantasmas mais misteriosa, mas onde existe lugar para o amor e para amizade. A história de um rapaz que morre, quando fica preso, á noite, numa escola, que se transforma ao anoitecer…

Ricardo Rocha

Com colaboração de: Ana Silva Mariana Fernandes Ricardo Fernandes

Page 2: Um amor assombroso

Capítulo I

O sol abrasador entrava pelas aberturas do pavilhão desportivo.

A professora de Educação Física dava as últimas apitadelas para

que se desse por terminada uma aula bastante exaustiva.

- Acabou a aula, meninos! – Disse a professora, depois de ter

apitado – Podem-se ir embora, e bom fim de semana!

- Bem, que aula cansativa! – Queixou-se a Sofia.

Soava agora o toque das 18:30 h, hora de todos se irem embora,

para fechar a escola, mas quatro amigos não se lembraram disso.

Miriam, Sofia, Márcio e Pedro iam agora em direção à Biblioteca

da escola, pois tinham que retirar informações para um trabalho

de Ciências. Já iam a caminho da Biblioteca, quando a Sofia disse:

- Malta, estou muito cansada, façam vocês parte da pesquisa,

que eu faço o resto em casa…

- Todo bem, vai lá, – Respondeu o Márcio – vamos nós à

Biblioteca. Adeus!

- Adeus malta! – Retorquiu a Sofia.

Então, foram somente os três, em direção à Biblioteca. Já se

encontravam numa parte mais escura do corredor que dava para

a porta da Biblioteca, quando, todos pararam.

- Ouviram aquilo?! – Perguntou a Miriam aos seus amigos.

Os cacifos que percorriam praticamente todo o corredor

começaram a fazer uma parede cada vez mais grossa, atrás dos

amigos que os ia forçando a um espaço cada vez mais pequeno e

a entrar na Biblioteca. Foi mesmo isso que eles fizeram. Para não

serem esmagados pelos cacifos, os três entraram na Biblioteca

muito rapidamente e fecharam a porta.

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Page 3: Um amor assombroso

A Sofia estava agora ao portão da escola, quando telefonou à

Miriam:

- Estou, olha, o portão está fechado, já é de noite e estamos

fechados aqui na escola! – Disse Sofia, preocupada.

- A sério?! Então vem cá ter connosco, mas não vás pelo lado do

refeitório, vem pelo lado da Direção – Avisou a Miriam.

- Então porquê? – Perguntou a Sofia, admirada.

- Depois eu explico-te com mais calma, - Esclareceu a Miriam –

mas, os cacifos do corredor tentaram esmagar-nos!

Como havia mais uma porta para a Biblioteca, onde o corredor

era paralelo ao outro por onde os três tinham passado, a Miriam

aconselhou a Sofia a vir pelo outro corredor, pois este não tinha

cacifos e não havia risco destes a esmagarem. E foi exatamente o

que ela fez. Foi na direção da porta, mas, quando se aproximou

da porta, pareceu-lhe que um quadro de um ex-diretor daquela

escola tinham olhado para ela, mas a Sofia não ligou muito.

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Page 4: Um amor assombroso

Capítulo 2

- Sofia, ainda bem que chegaste! – Exclamou o Márcio – A

Miriam, tão curiosa que é, começou a abrir os livros e vê lá o que

ela encontrou num livro sobre a nossa escola, que tem uns

cinquenta anos…

A Miriam leu:

“Há muito, muito tempo… da última vez que alguém ficou, à

noite, na escola, morreu um aluno do 7º ano e que a sua alma e o

seu corpo nunca saíram da escola. Foram feitas várias buscas à

escola, mas nunca foi encontrado algum corpo. Reza a história

que, à noite, a escola muda, e que alma do rapaz reaparece e

procura rapazes e raparigas indefesos para que estes acabem da

mesma forma que ele!”

- Ui, até me arrepiou a espinha – respondeu a Sofia, assustada.

- Esperemos não dar de caras com nenhum fantasma criança

assassino – disse o Márcio, também um bocado assustado com o

facto de estarem os quatro, à noite, na escola.

Um pouco depois de todos terem comentado o que a Miriam

leu, ouviu-se uma voz assombrosa e fria:

- Fiquem, fiquem!...

De repente tudo ficou frio. A tristeza da voz tinha congelado o

coração deles, como se nunca mais pudessem voltar a ser

felizes…

Os quatro correram em direção a um corredor no outro lado da

escola. A voz tinha os deixado um pouco alterados. Sentia-se na

voz, infelicidade e tristeza, como se nunca tivesse sido feliz…

A Sofia foi à casa de banho e os outros três sentaram num banco

que estava no corredor das casas de banho.

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Page 5: Um amor assombroso

Capítulo 3

De repente, ouviu-se um grito a vir da casa de banho das

raparigas. A Sofia saiu de lá disparada, fechou a porta e agarrou-

se à amiga.

- O que se passou? – Perguntou o Pedro.

- Quando estava a lavar as mãos, - explicou a Sofia, aterrorizada

– saiu do lavatório a cabeça de um fantasma de um velho!

Os rapazes foram, com calma, em direção à casa de banho e

encostaram-se ligeiramente à porta. Simultaneamente, a cabeça

do velho fantasma trespassa a parede.

Todos começaram a fugir o mais rápido que podiam, em direção

ao bar, enquanto o fantasma os perseguia a passo lento, parecia

que arrastava correntes que pesavam toneladas.

Conseguiram então, despistar o fantasma. Foram ao bar e

comeram alguma coisa, pois estava certo que naquela noite não

teriam muito tempo para comer…

Estavam todos entretidos a petiscar, quando se ouviu a mesma

voz triste e fria:

- Fiquem, fiquem!...

Todos largaram o que estavam a comer e fugiram a “sete pés”.

Só pararam num pequeno pátio, ao pé do pavilhão desportivo.

- Aquela voz foi a mesma que ouvimos na Biblioteca – lembrou-

se o Pedro.

Pouco tempo tiveram para descansar, pois ao fundo já se via

uma figura brilhante que andava a passo lento e arrastado.

Fugiram novamente e foram dar de caras outra vez com a

Biblioteca. Entraram…

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Capítulo 4

Mal entraram, ouvia-se um choro profundo e triste. Eles

aproximaram-se e reparam que era um fantasma pequeno, do

tamanho deles, que estava num canto da Biblioteca.

- Acho que é o fantasma da criança que morreu aqui na escola,

há uns anos – propôs o Márcio.

Aproximaram-se mais um pouco, mas, depois, só tiveram tempo

para se virarem e fugirem, pois o fantasma rapidamente

começou a voar atrás deles. A única que ficou no mesmo sítio foi

a Miriam, a quem o fantasma trespassou. Esta ficou imóvel no

chão, com uma cara triste e fria.

Os outros três fugiram da Biblioteca, e, passado algum tempo,

deram de caras com uma contínua.

- O que fazem aqui, meninos?! – Perguntou a contínua,

preocupada.

- Isso agora não interessa, é que…

- Encontraram os fantasmas – finalizou a contínua.

- Pois, isso – respondeu a Sofia – e um deles matou uma amiga

nossa!

A contínua perguntou qual dos fantasmas a tinha morto. Eles

responderam que tinha sido a criança e a contínua respondeu,

por fim, que um fantasma em forma de criança não tem

capacidade para matar.

Os três, mais a contínua, foram outra vez à Biblioteca, onde já

não se encontrava nenhum fantasma, e levaram a Miriam, que já

estava a acordar. Todos ficaram aliviados.

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A contínua tinha a chave do portão e saiu com eles da escola.

Os quatro jamais se poderiam esquecer de se irem embora ao

último toque, e que se o fizessem, estariam lá os fantasmas… E

como sabia a contínua daquilo tudo dos fantasmas e não

mostrara qualquer preocupação? Quem era o velho fantasma?

Quem era realmente a contínua?...

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