ultra project - beaux arts magazine

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A project from Ceunsp College at Brazil.

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Page 1: Ultra Project - Beaux Arts Magazine
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O Art Deco influenciou até mesmo o mundo virtual dos video-games, com o jogo “Bioshock” lançado em 2007.

O jogo se passa na década de 60, em Rapture, uma cidade utópica submarina fic-ticia, criada por um visionário com ideolo-gias baseadas em sistemas políticos “con-servadores”, objetivismo e até aspectos que lembram as obras de George Orwell.

Um dos pontos fortes do jogo é a direção de arte, que se encaixa perfeitamente com a am-bientação do jogo, na arquitetura, nos car-tazes espalhados pela cidade, na paleta de cores, no design de personagens e nos ambi-entes, tudo inspirado fortemente no Art Deco. O design de personagens é inspirado no Art Deco desde as vestimentas e tons de cores, às formas, silhuetas. Até mesmo o clima do jogo, como as sombras são usa-das no ambiente aliada à arquitetura, às vezes lembra o aspecto “bidimensional”. Bioshock possui duas continuações, sendo que o segundo jogo recicla praticamente todos os elementos do primeiro, incluindo a parte artística, e o terceiro jogo, apesar de inovar no visual, continua com o Art Deco, mas misturando milhares de outros estilos e ideologias diferentes como o Excepcionalis-mo Americano.

Os jogos e arte deco

Se formos analisar o Art Deco, veremos que foi um movimento revo-lucionário em vários setores das artes: mudou estilos, simplificou a con-cepção visual e minimalizou aspectos que antes eram rebuscados de-mais para cair no gosto “popular ” .

Com o avanço da modernidade, as mulheres conseguiram seu tão son-hado direito ao voto, além de começarem a trabalhar fora de casa. Rompendo com a submissão imposta pela sociedade, estilistas viraram a moda de cabeça para baixo: encurtaram vestidos, deixaram suas estampas mais ‘agressivas’ e cores mais fortes, bem diferentes da sereni-dade e delicadeza dos enormes vestidos usados pelas damas da dé-cada anterior.

Cabelo curto e batom vermelho passaram a ser sinônimo da “nova mulher ” apresentada pelo Art Deco. Ao visitarem exposições, o público passou a ver quadros pintados com modelos femininas seminuas e em poses sensuais.

Não somente o universo feminino foi reformulado, como também o uso de materiais de baixo custo para produzir peças que, antes, somente pessoas da alta sociedade podiam comprar.

Sendo assim, vemos que este movimento não foi só um modo de levar os estilos utilizados pela elite à classe média-baixa, mas também mudar conceitos políticos e estéticos de uma sociedade pós-Guerra.

Pesquisa: Caroline Halter / Ana AntunesRedação: Caroline HalterIlustração: Jorge FernandoEditor: Marcus Navarro de FariaDiretor Visual: Ruan MorassuttiDiretor Financeiro: Ana Antunes

Editorial

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O rigina-se em Paris, por volta do ano de 1925, após uma exposição. Seu estilo esteve presente em vários movimentos, como arquitetura, decoração, desenho industrial, moda, cinema e artes (plásticas e gráficas).

Profundamente ligada às características modernas e vanguardistas e com influência de movimentos como Futurismo e Construtivismo, trabalha com imagens de animais e estampas femininas, buscando o luxo, ornamentação formal e com cores discretas.

Em contraponto ao Art Nouveau, esta escola têm por base antigas culturas (Grécia e Egito), valendo-se de linhas geométricas, simetria e estilo minimalista, buscando a pra- ticidade e um visual “clean”. Utiliza-se de:

Linhas circulares ou retas estilizadas Uso de formas geométricas Design abstrato

Ao final da Primeira Guerra, foi destinada à alta burguesia devido à suas caras matérias-primas: madeira de ébano, bronze, prata, ouro, jade e marfim. Dessa época, destacaram-se as confecções de Paul Poiret, os vestidos de Sonia Delaunay e os vasos de René Lalique.

Após a exposição no Metropolitan Museum em Nova York (1934), os produtos passam a ser feitos com materiais mais baratos, sendo produzidos em larga escala e atin- gindo classes mais populares. Fazem isso através de cartazes, produtos domésticos, jóias e bijuterias, moda e mobiliário, chegando a se manifestar também em fontes tipográficas como Bertrand e Deco Avila.

Com isso, o Art Déco serve como base estética e política para o ideal de escola de Gropius, que funda a Bauhaus na Alemanha.

Art Deco: As Linhas Retas que

Entraram Para a Historia,

Um exemplo de referência atual do Art Déco é o filme “O Grande Gatsby ” (2013). Sua história se passa em 1920, mesma época em que o movimento surgiu na Eu-ropa. Uma das principais características vistas no filme é a sobriedade das cores: bege, rosa e marrom. Diferentemente do Art Nouveau, aqui são usados tons terrosos.

No cenário do filme, são vistos móveis geométricos e com design abstrato. Os ob-jetos valem-se de bronze, mármore e pra-ta, porém suas bases são simples (concre-to armado e compensado de madeira).

Como melhor figurino do Oscar em 2014, conta com a assinatura de Miuccia Prada, que utiliza-se de formas geométricas nas estampas, além de cores vivas, como preto, vermelho queimado e dourado. Assim como o movimento em que é inspirado, “O Grande Gatsby ” mostra mulheres livres de espartilho, com vestidos tubinho, deixando braços e pernas à mostra. Assim como os cabelos, que são curtos e na altura das maçãs do rosto.

Art Deco no Cinema

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Seus traços chegaram também à arquitetura brasileira, manifestando-se em edifícios como o Cristo Redentor, a Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o Banco do Estado de São Paulo, o Monumento às Bandeiras, o Estádio do Pacaembú, o Viaduto do Chá em São Paulo e o Elevador Lacerda em Salvador.

Arquitetura Brasileira

Arquitetura, Decoracao e Pintura

Sua maior influência sobre arquitetura e urbanismo manifestou-se através da val-orização das esquinas, fachadas geom-etrizadas, grandes vãos e verticalização acentuada, fazendo o monumento pare-cer maior, além da divisão de edifícios em 3 partes: base, corpo e coroamento.

No exterior, o movimento provou-se em cons- truções como o Empire State Building, Rocke-feller Center e o Chrysler Building (Nova York).

Um dos principais nomes da decoração deste período foi René Lalique (vidreiro e joalheiro francês), que criava obje-tos de iluminação com peças angulares de vidro gravado e fosco, sendo deco- rados com figuras de animais e plan-tas, além de sugerir fontes e jatos d’água.

Em suas manifestações plásticas, o movimen-to mostrava nus femininos, animais e folha-gens (todos em cores discretas). Pode ser encontrado nas obras de Tamara de Lem-picka (onde há grande presença feminina, retratando o modo de vestimenta e re-volução feminista dos anos 30) e Tullio Crali (onde podemos observar uma cidade impo-nente de linhas retas e design futurístico).

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Uma das principais mudanças provavel-mente foi na moda. Até 1920, as mulheres usavam espartilhos, vestidos longos com de-senhos rebuscados e que não mostravam os pés, golas que encobriam o pescoço, cabe-los longos escondidos por chapéus e luvas. À mesma época do início do Art Déco, as mu-lheres obtiveram o direito ao voto e passaram a trabalhar fora de casa. Acompanhando es-te progresso, os estilistas passaram a dese-nhar vestidos “ tubinho”, bem acima do torno-

zelo, feitos com figuras e cortes geométricos. O estilo acabou influenciando também os cortes de cabelo (que passou a ser na al-tura das orelhas) e a maquiagem (batom verme-lho já não era mais visto como algo só para mulheres de bordéis).

Revolucao Feminista na Moda, ~