ulson metodo junguiano

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pequena introdução ao pensamento junguiano Jung de Glauco Ulson

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Dlret;ao Benjamin I\bdala Jun!or

Samlra Youssef Campedelll Prep,nat;iio de !ex!o Mario Tadeu BrUl,6

Projato grafleo/mloro AntOnio do Amaral Rocha

ArtEl·final Rene Etlene Ardanuy

Coordenat;ao de eomposlt;ao (Produ9iio/Paglna,ao em video)

Neide Hlroml Toyota Capa

Ary Normanha Antonio Ublrajara Domiencio

ISBN S5 08 02901 2

1988 Todos os 'Jirellos reservados

Edltora AUca S.A. - Rua Barao de rguape, 110 Tel.: (PABX) 278-9322 - Calxa Postal 8656 End. TelegrMico "30mlivrfJ" - Sao Paulo

Suman 0

1.lntrodugao

Do teste de associa~6es ao arquetipo A busca de urn metoda A importancia atun! de sua obra

2. Influencias e delimitag30 do objeto de estudo ___________ _

Urn POliCO sobre sua epoca ________ _ A psique como objeto de estudo A realidade da alma o hipnotismo como fonte de conhecimento

5

5 6 7

9

9 12 13

psicol6gico 14

3.0 teste das associagoes como fundamento empfrico 16

o teste das associayoes 16 o teste de associac;:oes na psicopatologia 19 o teste das associa~6es e a constituic;:ao familiar 21

4.0 complexo ideoafetivo 23 , o teste das associa~oes e a teoria dos complexos _ 23 A psique como uma multiplicidade de indivfduos _ 24 Os complex os e os sonhos 26 A existencia de muitos complexos 27 Os complexos e a energia psiquica 28 A energia psiquica e 0 conflito entre os opostos_ 29 o complexo seria sempre patol6gico? 30 A necessidade da existencia dos complexos ___ 31 A identificac;:ao 32

5.0 arquetipo ___________ _ 33

o inconsciente coletivo 35

c.

"", q

6. Imagemarquetfpic,a e stmh9Io ___ _ , .:', " Simbolo e sinal --........,--___ -',.-.,,-._---' ___ _

o simbolo como .tr~nsfQ:tmador de energia

46

46 48

o sirnbolo como ~~il¥'(9sede oposto.s< ____ _ Simbolo e fun9ao:·'i;j-a,iis,endimte .... ::...;.':_',_, ____ _ A visao sirnb6lic~ r:eduthis~a __ ' _'_. ___ ..--"", , "

48 49 51

" 7. as arquetipOs:h>""":': ..... ';-,'" ;+ir,:-:----,-~",....:..:-____ _ o ego ',:;<,;:,);'::1/-:" ,:,.'," \,' o arquetipo da rri~l: :::/! ;,::;:;'::;,1:\ ";

53

S3 55

o arquetipo da crian9a S6 57 o arquetipo do pai

Anima e animus ____________________ 58

A sombra A persona o self _________ ,

8. A aplicagao do concelto de arquetipo

60 61 64

a clinica 68

A busca de uma rela9ao humana 69 o simbolo e 0 tt!ste das associa90es na cllnica 70 A terapia junguiana niio e sugesti va 71 o nabalho redutivo e prospectivo _ 73

9. Vocabulario crHico 7S

10. Bibliografia comentada 78

'r

",.,

1 Introdu9ao

Do teste de associa~oes ao arquetipo

o periodo que abrange desde as experiencias com 0 tes­te de associa90es a formular-ao definitiva do conceito de ar­quetipo constitui a fase em que lung procma jr em busca do.!, elementos constitutivos do psiguismo humano. Nessas suas pesquisas estabelcceu os fundamentos das ideias que servi­riam como base para 0 desenvolvirnento de seus trabalhos posteriores, que sao conseqiiencias diretas dos resultados ob­servados em seus experimentos iniciais.

Situando-nos dentro de uma perspectiva bastante distan­te, distinguiriamos dois lungs, que entram em conflito per­manente, buscando uma sintese.

Por urn lado, temos 0 Jung intuitivo, que se entusias­mou com as descobertas pioneiras de Freud, e, p,?r outro, o empirico, que tentava comprovar, atraves de exp~rimentos laboratoriais, a validade de suas atirma90es. Tambem ele era -urn espirito muito criativo que se deixava levar por uma ava-lanche de ldelas lntwtiVas, as quais necessitavam de uma com,­~experimental para serem aceitas peio meio cientitico de sua epoca. -. ~

6

A busca de um metodo

Ao penetrar no reino da psicologia, lung come~a por tentar escIarecer 0 qu~: entende por psi~e-;-isto e, 0 o5]etO asenstudadO, para, em seguida, desenvolver urn metodo que [osse ~ ao se~tudo. '

J§.le sabe que se de;dica a observar fenomenos nos quais ~ impossive! separa~ c?.m nitidez observador e objeto obser: vado, e que, por mats que tentemos torna-Io isento de influen:'° cias subjetivas, e impossfvel nao se exercer efeitos' pertur­badores sobre 0 campo estudado. Por esse motivo, ele nao se exclui de suas pesquisas; antes, dedlca especial aten~ao aos ' .~ em curso nc' seu interior, utilizando-os para a c;m­preensao dos mesmOS:--

Como compartilhamos da ideia de lung de que 0 autor condiciona sempre a visao de sua psicologia, achamos de g~e import§.ncia 0 conhecimento de seD mJluda.

Com 0 passar dos anostem crescido 0 interesse por sua obra e ampliado 0 numero daqueles que buscam, em snas ideias, uma 'fonte de conhecimento da alma humana. Apos duas decadas de sua morte, ja nao e mais visto como um dos discipulos dissidentes d~ Freud, mas como urn pensad~)!: ori. ginal, com uma visao clos fenomenos psiquicos muito dife­rente daqucles outros fundadores de escolas psicol6gicas, Se ele tem algo em comum e se se utiIiza de alguns conceitos de Freud ou de Adler, essas superposi~5es te6ricas sao apenas-" marginais. 0 cerne de suas ideias difere nitidamente desses e de outros autores. Os fenomenos estudados muitas vezes sao os rnesmos; contudo, 0 foco de sua aten~ao se dirige p~ ra uma regiao diferente, e principalmente 0 objetivo visado e totalmente outro. Por exemplo, vi! como problema maxi­mo do ser humane a resolu~ao do conflito religioso, isto e, a religaCao do indivfduo, como ser unieo, e a parte, como.~_ universo. Em muitas o~asi5es, a leitura de suas obras 'podetCI parecer dificil, em virtude de sua vasta cultura e da cita~aGi~:_

7

de textos eruditos; pon!m, uma vez ultrapassadas as dificul­dades iniciais, revela-se urn autor agradavel, dense e pene­trante que vai interpretando, com extrema lucidez, os misterios de nosso inconsciente. Por ser visto como urn es­critor hermetico ou que escreve para iniciandos, nao ganhou aceitacao imediata perante 0 grande publico; contuc1o, seu prestigio tern se consolidado a cad a ana que passa. Com is­so, tern enriquecido e fertilizado os mais diversos campos da cultura: antropoJogia, teologia, mitologia etc. Alem disso, tern fornecido instrumental tearico para 0 trabalho diario de inu­meros psiquiatras e psicoterapeutas,

A importancia atual de sua obra

Hoje sua obra se encontra traduzida para varios idio­mas, e, dentre as escolas de psicologia profunda, somente e superada em numero de seguidores pela escola freudiana. Inu­meros paises con tam com grupos que reunem pessoas inte­ressadas no estudo de suas obras e na forma~ao de profis­sionais inspirada no seu modelo de psicoterapia.

Este trabalho nao tern a pretensao de explicar a obra de lung, uma vez que sua psicologia nao e explicativa, nem de analisa-Ia ou disseca-la, ja que ele nao acredita que a psique profunda seja acessivel a esse metodo. 0 seu principal obje-

_ .. , .~ .-~ . tivo e chamar a aten9ao do lei tor para alguns pontos que jul-gamos essenciais nos e~critos de Jung e introduzi-Io no estudo de sua obra original.

Somente atraves dela poderemos apreciar, plenamente, o lung medico, psiquiatra e humanista. A experiencia cIinJ­ea convenceu-o de que s6 hci mudan~a duradoura em um pa­dente quando transforma~6es se operam nas camadas profundas c;!a psique. Sua atencao se volta para esses estra­tos arcaicos do inconsciente, fundo cOlllum do nosso psiquis­m~, anterior ao nosso ego radona!.

8 __________________________________________ __

Atraves da persuasao e da sugestao, como Freud ja ha­via observado, conseguimos mudar as ideias de urn indivi­duo. obtendo alguns resultados; porem. se nao conseguirmos uma transmuta9ao a nivel inconsciente, as "curas" se reve­lam passageiras. E por isso que Jung dci tanta importilncia a nossa mente pre-16gica. pre-rncional, tentando incorporar a nossa cH!ncia algo perdido nessas protociencias, que e co­mo encara a alquimia, as mitologias, aastrologia, 0 I ching etc. Essas ciencias psicol6gicas intuitivas contem simbolos, expressoes do inconsciente coletivo, e seu estudo nos poe em contato com aspectos de nossas psiques que sao comuns a um grande numero de pessoas, isto e, a toda uma comu­nidade.

E como se fossemos formados por uma psique pessoal, fruto de nossas vivSncias pcssoais, e por uma psique coleti­va, produto de experiencias adquiridas filogeneticamente e incorporadas a nossa especie, ao longo de milhoes de anos na Terra. Nossas vidas sao 0 resuItado do entrela9ament9}les­ses dois universos, e e trabalho do analista tentar entender onde e como essa trama se complicou.

Jung parte do principio de que as pessoas sao difcrentes umas das outras: 0 que e born para uns nao 0 e, necessaria- .. mente, para outros. Por esse motivo, percebendo-se com uma visao dos fenomenos ps!quicos muito diversa da de Freud, Adler e outros, procurou desenvolver uma forma de inter­pretar os processos psiquicos de uma maneira que 0 ~~~sfi­zesse. Acreditava que outras pessoas pudessem ter uma visao de mundo algo parecida com a dele. Dizia que escrevia para satisfa9ao pr6pria e para deixar as coisas mais claras para si mesma, apesar de julgar que 0 que escrevia puaesse ser uti! a alguns que pensavam a sua maneira. Dessa form.a, foi se delineando urn metoda junguiano, ° qual procurarernos ob­servar como foi construido e como se aplica a um grande nu­mero de setores de nossa cultura, de forma particulad -"cura de almas".

.";.

2 Influencias e delimita9ao do

objeto de estudo

U m pouco sobre sua epoca

Para compreendermos melhor seu metodo, e importan­te localizar Jung em seu tempo e considerar as forc;as em jo­go na sua formac;ao intelectual. Precisamos nos lembrar que, na Suica de entao, 0 cidadao comum, bern como as camadas mais cultas da popula9ao, sofriam influencias de varias COf­

rentes filos6ficas e cientificas que disputavam a hegemonia do pensamento da epoca. Por urn lado, os adeptos do positi­vismo dominavam amplos setores da cultura, principalmen­te as universidades. Sua metodologia, exigente de provas e fatos palpaveis, casava bem com 0 germanico rigor suico. 0 empirismo ingles nao s6 influenciara grande parte dos pes­quisadores do continente, como tambem gozava de irnenso prestigio no meio fllos6fico. Diriamos que Jung aprende com eles 0 habito da dtivida, 0 metodo critico, 0 horror pel as afir­Illlwoes apressadas. Antes de defender uma ideia. que obti· nha via intuicao, procurava coletar uma grande quantidade de material empirico que corroborasse tais pressupostos.

Por outro lado, 0 Romantismo alemao marcara profun­damente as geracoes de lingua germanica, que foram educa­das desde a infilncia com os poemas de Goethe, Schiller, Holderlin. Juntamente com 0 idealismo filos6fico alemao,

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esses autores impulsionavam os inconformados com 0 mate­rialismo vigente para a busca de algo alcm do plano concre­to-;-na tentativa de salvar 0 espfrito e a alma. lung aprendera com eles a valorizar a intui9ao, a reconhecer nos poetas~a'sua insuperavel capacidade de penetrar no maiii intima do -ser lni­mano,' a atividar da Uen98. irrestrita' nos -sentidos-e -ria iazao: Des"de-ceao -p'ercebeu qt£Seus-interesses-oJeva'i-am'iia:ra esse reino intermediario entre 0 espirito e a materia, que chama­ria de alma. Sabia que 0 maior perigo que 0 ame:a9ava era a unilateralidade, e que, se desprezasse qualquer urn desses setores, seria vitima dos mesmos erros que tantos de seus an­tecessores haviam incorrido, Nietzsc~e, que tanta influ!ncia exercera sobre ele, ao criticar 0 espirito apolineo do Ociden­te, prestava urn imenso se.rvi90 a redescoberta e revaloriza-9ao do animico; contudo, fora tornado por Dioniso e trag ado pelo inconsciente.

o protestantismo, ao cindir com 0 catoliei~mo, se reno­varaespiritualmente; todavia, sua separal):ao de Roma mar­cara os seus seguid0n!~ com a ferida do cisma, da divisao. A Sui9a trazia tamoem, ela mesma, no seu intimo, a marca da multiplicidade etni..:a, lingiiistica, religiosa. Nao haria mui­to, serios conflitos amcacaram essa confederacao com 'a frag­menta~ao. Somente () esforl):o continuo de seus cidadaos e a pratica constante de prir.cfpios democniticos fizeram com que esse pais sobrevivesse como na9ao.

As pot@ncias europeias haviam saido do isolacionis­mo secular em que viviam para uma abertura a nivel mun­dial. 0 colonialismo, exercido p~r esses pafses sobr~. outros povos, havia colorado 0 europeu em contato com culturas totalmente divers as da dele, obrigando-o a procurar com­preender os assim chnmados povos primitivos. Isso resul­tau num enorme avan\:o na antropologia e na relatiyiza-9ao do etnocentrismo ocidental. Foi 0 perfodo da grande erudi9ao. 0 homem ocidental procurava eonhecer outros ha~ bitos e costumes que nao os de sua epoca e de sua tradi9ao, a fim de adquirir urn espirito universal. Seus preconceitos eram vistos como empecilho a uma visao mais abrangente

____________________________________________ ~11

do ser humano, Estudos hist6ricos c filologicos da antigui­dade classica e arcaica haviam atingido urn grau de desen­volvimento sem paralelo nn Historia, mormente nas uni­versidades alemas, vizinhas da Sui~a. Ao lermos autores desse perfodo, fieamos impressionados com a cultura humanista que eles demonstravam.

Esses cont1itos e fissuras que lung pereebia, desde a sua juventude, no mundo a sua voltl, transformaram-se poste­riormente em fendas profundas, que dividiram paises, regiiSes, famllias. Presenciou duas guerras mundiais 'e a divisao entre dois universos: urn capitalista e ocidental, outro comunista e oriental. Sempre se sentiu atrafdo por esse misterio da se­'para9ao e uniao dos opostos; uma de sua~ obras maximas, Mysterium coniunctionis (v. "Bibliografia comentada"), es­crita no final de sua vida, ocupa-se desse problema_

Se esse era 0 panorama geral da sociedadeem que Jung vivia, no a.mbito familiar experimentou as mesmas contradit;oes. Sua familia reproduzia, numa imagem especular, todos os dra­mas do tempo e da regiao em que naseeu. Deseendia de tlma estirpe de intelectuais altamente diferenciados eulturalmente. Havia na familia varios pastores, medicos, professores, Iingiiis­tas. 13 dWcil exagerar a importAncia que esses individuos tive­ram na forma~ao do lung pensador. E como se ele proeurasse sintetizar e encontrar uma SOIu9aO para as problemas e confIi­tos vividos POl' seus contemporaneos e ancestrais. Para isso, tel,-, ta uma abordagem' diferente, urn metodo e urna linguagem proprios. Concentrou seus estudos na medicina, mosofia, his­t6ria das religioes, antropologia etc. Todas lhe forneceriam sub­sidios para uma psicologia em que sua visao de mundo de suico do come.;o do seeulo XX fosse relativizada.

Quase todos as trabalhos de lung estao orientados no sentido d~ melhor compreender a alma humal1a" isto e, O~ problemas psicol6gicos que jl.1lg~ essencjais em nossas vidas. Com essa finalidade, eolh~ experiencias que lhe pareceram significativas em seus pacientes, amigos, entre povos distan­tes e, last but not least, no seu mundo interno. Seus eseritos

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~!;)ll\ 0,' CllIal :e as~'.,,:· se distinguem dos frio~.'t:t~1~g~4t Rft\C9~9gia academica. por nao querer aprisionar: ~,'t~~l'.!.6~j§ijt.aJma humana dentro de urn sistema estatic'6.1.tipgil;~Q~~q~hetado.

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::]1~12)'l("'il; rar-Y .. ',' A psique como ':Objeto 'de" e~tudo

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Jung, ao tentar ciicpns<:i'~v~r seuc'ampo de estudo, pro­cura clarificar 0 que,e~i{.l#j~::iQfpM\1~. Retoma para isso

.- 0 conceito antigo que d~'u orlgeina ~ssa palavra: psyche, em grego, equivalente a a1iimtl\~~latim; era Vista como a parte imaterial do ser humam~;~r'a r'epresenthda p¢laborboleta, p~r ser, como essa, alad~l:p.9.~:E.~~,~,~P¥£:~:l?~,::metamorfose ao se transformar de cn&tt*hn~hl.:sua-rorq(a.adU1ta.

Como outros povO$~';{;'S:gf~~or~ci&tith\f~ que havia algo impondenivel que dava vida 'aos seres anim:ados, isto e, que os animavam. Corresplimderia a ideia de urn impulso vital ou sopro vital de origem divina. Participavam da cren9a, como tantas outras culturas, de que a alma penetrava no corpo por ocasiao de sua concep~ao, abandonanc:lo-o no momento de sua

~ morte. Como e proprio de sua essencia, nao tern urn sentido - univoco nem po de ser claramente deflllida. Nao e passivel de

ser apreendida pela razao e resiste as anaIises logicas. Jung pro­curou conservar seu carater primitivo, de ;;tlgo transcenden­tal, metafisico, como este outro conceito que a acompanha: a morte. So podemos nos aproximar dela atrave~ de proces­sos indiretos, pois e proprio de sua natureza ser fugidia.

~

.I Sua linguagem!!l simb6lica, isto e, s6 poc!l:mos nos acer-car dela vIa imagehs'-e inetafoias:-Confunde:Se'inurra~'yezes

~ com 'a--ideja"cle 'eSpiriio~ -9(5m (, qual se associou a respira9ao, ao halito. Tentou-se localiza-Ia ora na cabeca, ora no cora­Cao. ou ainda difusa por todo 0 corpo. Ja foi considerada

, como sendo unica para urn mesmo indivfduo ou cOIl1o Hlul-~;:tipla. Estaria presa ao corpoenquanto ele vivesse, mas goza­

ria de uma certa independencia. Ligar-se··ia ao mundo das

13

essencias, do fOl'qlal, mas tambem nao se reduziria a esse uni­verso. Jung distingue 0 esse in re, mundo da materia, 0 esse in mente, rnundo das leis abstratas, eo esse in anima, terre-no intermediario a esses dois. Busca uma autonomia para a .~ ~ . psicoJogia, liberando-a tanto de uma tradic;ao materialista, '«"" que tentava reduzir 0 psiquismo a simples rea90es quimic~. 10caJizadas no sistema nervoso central, como de uma raClO-naJista que a ve como urn ramo da filosofia. Reivindica 0 recOnh~cimento do m~ndo da fantasia e do mundo subjcti-vo pela cicncia. A imaginac;ao e reabilitada e vista como fun-9ao de extrema importancia ao conhecimento do real .. P.Q§_tJ.!~~ a ex.i,s.tencia do muncio qo~.gr,9~~tip'~s! .~u~~'?_~.bjetivo, tao real comco murict6 ~t_e~I)<?, p~rc~bi.cio P~l,?S_!1~.~~.~:_eE~.id?s. eiiib'ora-ae -olitia' natureza. _ ...... -.. '."-'" ,. ......... -........... .

A realidade da alma

Jung, desde 0 inicio de sua vida, demonstrou ser p~s­suidor de uma imaginac;ao poderosa. Relata-nos, em sua bIO­grafia, como, durante anos, se refugiou em urn mundo de fantasias que serviu, durante sua infancia, como compensa-9ao as frustrac;oes e limita90es de sua vida familiar. Apren­deu muito x lorar e compreender 0 infinito que e nos~o undo interior ~a recGnhecer nele uma realidade tao digna . e omada como objetiva q~anto 0 mund? a sua volta. Percebeu nele perigos que podenam levar a allenaC;aO total e a destrwyao do nosso ego, como, tambem, oportuni­dades para 0 desenvolvimento da nossa personalidade. Mais tarde, lendo outros auto res que, como ele. havja~ tide uma experiencia com 0 inconsciente profundo, com;enceu-se de que nilo era 0 unico, nem 0 prim:iro, a pensar dessa forma e de que a realidade era a1go mu~to mals complexo do que parecia ser a principio.

A realidade da alma, sob muitos aspectos, Ihe parecia mais atraente do que a realidade exterior, sendo capaz de sa-

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tisfazer suas necessidades profundas e questoes para as quais nao conseguia resposta:; numa ci<!ncia fundada, tao-somente, nos sentidos.

Ideias tais como a da existencia de urn Deus 0 fascina­yam, e nao podia descarta-las apenas atraves de raciocinios 16gicos. Muitas das questoes de que as religioes e a fiIosofia haviamse ocupado lhc pareciam fundamentais e poderiam ser vistas, tambem, do ponto de vista psico16gico. A psicolo­gia academica, que estudava nos tratados da epoca, se con~ centrava nos fenomenos da consciencia, desacreditando nas manifesta93es do inconsciente profundo. A cisao do muncio

. em fantasia e realidade, que posteriormente tinha sido. part i­Ihado por Freud, nao 0 satisfazia.

Jung nos fala de uma psicologiasem aIm·a, qUe era 0

que via a sua volta. Entretanto, os rumos que tomaram tan­to a psicologia quanto a ciencia, de uma maneira geral, cor­roboraram suas ideiaE. Muitos dos pontos de vista que defendia com veemencia, tidos entao como revoluciomhios, hoje ja fazem parte da opiniao dominante. Muitas das dis­cuss5es em torno da divisao do mundo em material e espiri­tual, e da precedencia de urn ou do outro, nos parecein hoje descabidas. Esses dois universos se aproximaram grac;:as, em . grande parte, as descobert.as no campo dOl f{sica, que desti­tufram a materia da concretude que a ela se atribuia 2te 0

inicio deste seculo. Contudo, se a alma e insondavel nas suas profundezas,

uma psicologia que fosse admitida no rol das ciencias deve­ria partir de manifesta~5es passiveis de serem avaliadas .ex- . perimentalmente; daf a razao de os estudos psicol6gicos de Jung partirem das experiencias com 0 teste tlas associa~oes.

o hipnot.ismo como fonte de conhecimento psicologico

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o hipnotismo, apos urn periodo em que gozou de gr:~1}:\)S de popularidade e que parecia ser uma panaceia, foi desp'~J;"~ja .

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15

tando suspeitas cada vez maiores, a medida que suas curas se revelaram fugazes e os seus resultados atribuidos a mem

sugestao. As histerias, que ja eram conhecidas por suas caracte-

rfsticas de teatralidade e sugestionabilidade, eram 0 alvo pre-~ ferido dos hipnotizadores e daqueles que proctlra~am todos

os tipos de mistifica~oes. TrabaIharam com esse tlPO de ma­terial e utilizaram em maior ou menor grau 0 hipnotismo: Pierre Janet, Flournoy e Charcot.

Os do is centros principais eram a escola de Nancy e a SaIpetriere de Paris, onde estudariam Frel'd e Jung .

Apesar de 0 hipnotismo cair progressivamente no des­creciito, propiciou abundantes experieo.cias com 0 psiquismo profundo e conhecimentos ba.sicos que orientariam as psico­terapias que the sucederiam. Dentre os que se beneficiaram com essas pesquisas, Freud foi quem melhor soube aproveita­las, transformando-as numa nova tecnica de abordagem do inconsciente: a psicanalise.

Poderfamos afirmar que, por ocasiao da publica<;ii.o da Interpretarao dos sonhos, de Freud, jei se empregava ampla­m~nte a palavra inconsciente ou subconsciente, procurava­se atribuir ao trauma psfquico 0 fator produtor das neuroses (produzindo-se a regressao no estado rupn6tico para localiza­las) e destacava-se a importfincia da sexualidade nas histe­rias, ideia defendida por Charcot. Todas essas ideias foram o resuItado dos trabalhos com 0 hipnotismo.

Os historiadores dessa epoca chamam a aten~ao para as polemic as que as ideias de Freud despertaram nos meios psi­quiatricos, lan~ando mais lenha na fogueira das disp~tas en­tre materia/istas e espiritua/istas. Jung tomou 0 partIdo dos segundos, aliando-se ao mestre da Escola de Viena.

3 o teste das associa90es como

fundamento empirico

o teste das associayoes

o teste, na sua forma original, nao foi criado por Jung, sendo ja aplicado no Hospital Psiquiatrico BurghOlzli por Bleuler e colaboradores. Seu idealizador foi Wilhelm Wundt, que 0 eoncebeu a rim de estudar as associac;oes mentais. E importante lembrarmos que 0 Associacionismo era uma cor­rente muito forte no seculo passado"e suas leis Msicas dl:ls associ'a<;5es de ideias por &melhan.9.a,,_contraste. contigi)ld~:_ .ci~_.eK.ja haviam sido estabelecidas, principalmente por Da-

vid Hume. Jung, entretanto, teve 0 merito de transformar 0 teste,

adaptando-o a pesquisa dos fenomenos inconscientes. Seu ob­jetivo inicial era comprovar as teorias de Freud, que careciam de uma comprovac;ao empirica·.

o experimento consistia, essencialmente, numa serie de palavras pronunciadas pelo experimentador, a intervalos re­gulares. A cada uma dessas palavras, 0 individuo que SI! sub­metia ao teste deveria associar uma outra palavra que imediatamente surgisse em sua mente. As primeiras eram cha­madas de palavras-estfmulo, e as segundas, de rear;iio. 0 tem­po que decorria entre 0 pronunciamento cia palavra-estimulo

'\ i

17

e a res posta e:a rnedi90 rigorosamentenum cronometro. Qual~ller reacao ~ue acompanhava a palavra-resposta era tambern anot~d~. Jun.tamente com ela. Assim, alem da de­m~ra, eram sl~nlficatlvos os lapsos, as hesitac;oes, os rubo­res, os bloquelos, as perseverac;oes etc. " ~orn 0 te~po, Jung foi selecionando, at raves da expe-

n,encla, uma sene de cinqiienta palavras-estimulo que abran­gl?ID, de uma f~rma ampla, toda a vida afetiva. Proeurava palavras que atmgissem os nucleos emocionais das pessoas e, entre es~as, aquelas neutras, iste e, sem maio res significa: dos explicltos.

Vejamos urn exemplo citade por Jung em urn de seus trabalhos:

Trata-se.~e um rapaz que tinha tide urn desentendimento com ~ua familla, poueo tempo antes de se submeter ao teste. Quena se casar com uma mo~a, mas seus pais nao estavam de acordo co~ ~ escolha. Como urn filho obediente, decidiu abandona~ a ldela, apesar de ter sofrido muite com isso. Es­se ac~nte:lmento polarizava os seus interesses per ocasiao da expenencla.

Observem as seguintes palavras:

Palavras·estfmulo Reayao

beljar muitas vezes

mau nao

tempo nao agora

maduro au sou

amar ah!

filho pai e filho

selvagem mae . lagrlmas agora ala tem

proteQao au nao posso oferec6·la -guerra sim, se apenas houvesse

18

fll eu nlio mantive

urna vez e nunca mals

mllagra teria que acontecer

sangue ela e an~mlca escolher uma outrs.

partir ni10 precisava -dlrelto ala nao tern nenhurn

-goatar eu gostava dela

I~ roupa de mulher

deajeal au nlio era

estranho .: slm. agora ela e

A primeira coisa que chama a atenc;ao ao compararmos essas duas colunas e que a rela,~ao nao e casual, mas necessa­ria, isto e, significativa. Ao observarmos 0 conjunto dessas pruavras, pociemos constatar que estaoJigadas por urn senti­do comum. 0 cimento que mantem agh.itinadas essas ideias e 0 tom afetivo comum cl todas, formando um complexo ideoafetivo ou, simplesmcnte, complexo.

Como vimos, as pert~rbar;:oes e bloqueios das associa­~oes, levando a resultados inesperados, sao de grande impor­tanda para a avalia~ao dos mesmos. Enquanto os p~~qui­sadores anteriores estavam mais preocupados com as asso­cia~oes de ideias, sendo es:;as perturbar;:5es desprezadas-'~ 'ti~ das como indesejliveis, .Tung concentrou seus estudos j4s­tamente nas falhas produzidas por interferendas de material inconsciente.

Dedicou varios anos de trabalho a esse tipo de experi .. mento, aplicando 0 teste, inicialmente, em indivjduos nor­mais, a fim de poder ter urn padrao de referencia para compara-Ios com os resultados obtidos com doentes ment'ais. Grar;:as a estes experimt:!ntos, p6de demonstrar que nao ha-

19

vi~ uma diferenr;:a essencial entre esses dois grupos estuda­dos variando apenas em questao de quantidade. A doenr;:a

( psi~uiatrica deveria ser considerada. entao, nao como algo '

tOVO e diferente da normalidade, mas apenas como um des­

vio quantitativo de determinados 'padroes. Nesse trabalho, Jung focaliz~u ta~b~m 0 pr~blema ~a

atenr;:ao mostrando que essa fun9ao pSlqUlca exerCla uma tn­

fluenci; cardinal no processo das associa90es de idci~s e.que aumentava ou diminufa, dependendo dos pontos atmgldos pelas palavras-estimulo. Percebeu, ainda, que 0 teste of~re­cia 'excelente meio de observa9ao de uma serle de relayoes lm­portantissimas para 0 funcioname~t_o do psi~uismo como urn todo. Sempre em busca de uma visao hollstIca do ser h,u~~­no entusiasmou-se com esse fato. :Poderia estudar a afml­dade de umas palavras com outras, de palavras com imagens, de palavras com conceit os abstratos, de palavras com erno-9C>cS e rea9c>es fisicas. poderia., assi~, se de?icar a observar '0 relacionamento entre conteudos mconsclentes e a cons-

ciencia.

o teste de associac;oes na psicopatotogia

Ao aplicar 0 teste em cas os psicopatol,6~icos. Jung. se concentrou em pontos especificos, caractenstlcoS de v3.nas entidades nosologicas. Urn destes pontos era ~ tra?o do ca: niter atribufdo aos epileticos, conhecido como Vlscoslda1e epl­letica. Ao submeter pacientes com essa patologla ao experimento, verificou que 0 tempo de rear;:ao neles era sen­sivelmente aumentado, se comparado com 0 de Qutros grupo.s­ccfntrole. As persevera90es, tfpicas desse quadro, eram fac11-mente identificadas no teste. Jung interpretou estes dados co­mo uma dificuldade que tais pacientes apresentavam no

campo afetivo. '. -Ao submeter casoS de histeria ao teste das assoclar;:oes,

encontrou resultados que confirmavarn algumas das idcias de

" '. ;.I'':) 'lbr~!1 [Ue e"

Freud e Breu~*:''ht:s::PiiaienQe!ii~p'resentavam uma demora ex­cessiva no t~~~tit'i:ui'li~a6 ijiJEWdo.era atingido um comple-

~', xo. MUitasve~~.t~~es'_in~t'clS, 'perguntavam: "Qual foi a palavra que'~~~de,tij,S~e?I';it!Jm~dnvestiga9aO mais cuidado­sa indicava quih.a¥~esQUi!'Gidc>:as:Palavras. Jung mostrou, tambem, que,~¢s~u~a:!nento ,do cdmplexo e de enorme' im­portancia pa~:~':~~i~:me!lto, C(e~ses:casos. Em Outro traba­lho, tenta co~@~.Y~#'~li~~:das'ideias de Freud a respeito do mesmo aS~~ll,to'~l,lHJb;ando:~e_d.? teste a fim de transpor as defesas. Aqpn~-4~C'-6 complexq,patol6gico se diferencia do normal porsua:(;:a,rga'energetica muito intensa. Ele e vis­to como send~f!.:Cdusamor6is desse tipo de afec9ao. Neste momento de, ~P.~~'Oh;r~{jJrltfum: tlmavisao predominante_ mente causalistfi';"in60(.\nicisdi,;:',,;,

Submete igii~hri6i1t~ao'testen~uroses obsessivas, e en­tre outnis observa96es importantes destaca a relevancia da sexualidade na genes~ das' neuroses. Relaciona os sintomas ffsicos e psiquicos coni manifesta~5es sim b61icas do comple­xo patol6gico. '

Em um outro trabalho, Jung relaciona 0 teste com os sonhos e os sintomas, revelandQ~--2~~~.!!!P~~:Q§_~S!!}S_tituem a raiz dos sonhos e dos sintomas histericos. Nessa patologia, ocomp1exoassunie u'rna'aiifononiiil'ariormal, tendendo a uma existencia separada, que reduz e substitui 0 poder do com­plexo do ego. Dessa forma, uma nova personaJidade m6rbi­da surge, devorando, aos poucos, 0 qUe eqeixado do ego normal e obrigando_o ao papel de uma personalidade se­cundaria.

Tambem a esquizofrerua foi alvo dos experiment os de Jung. E importante Iembrar que eSse nome foj proposto por Bleuler, que foi 0 mestre em psiquiatria de lung. 0 Burg­ho!zli era, entao, dirigido por Bleuler, e essa molestia, ante­riormente conhecida por Dementia praecox, era. 0 foco de uten9ao dos PSiqlliatras,de entac>. Era, como ainda 0 e, uma doen~a-enigma e objeto de grandescontroversias, Jung visa-

21

--, ovar algumas das ideias de Bleu-om "sse trabalho, compr . va, c.. , d' Arnica das pSlcoses. ler e investigar a PS1CO l~alh va quase exclusivamente com

Enquanto Freud tra a ,a ane de seu tempo as psico­neuroses, Jung dedicou a m~lO~i~ extensa com material pro­ses. 1sso Ihe deu uma ex~ene~f~ndas do inconsciente. veniente de c~madas mals t P:tes palavras criadas pelo pr6-

IntroduZlu, nos ~eus)e d' significac;ao enigmatica ou prio paciente (neologlsmo e e

incompreensfveis por outras pess~as'tes a medida que mui­Os resultados foram sur~~een e~ co~preendidos psi co­

tos dellrios e alucinac;oes po I~~O s~o teste. dinamicamente, gra<;as ao aux

o teste das asso?!agoes e a, / constituic;ao familiar

. data a importiincia das rela-Ja se conheCla ~esde long:oenc;us mentais; porem, tam-

c;oes familiares na genese das to pelo metodo de Jung bem aqui, a abordagem des~e ass~~este em varios elementos foi bastante original: ,Ele aPhCOa~ou entre si os resultados. A de uma mesma famllia e cO:ire os pontos em que as respos­semelhanc;a que encontrou reendente. Transportou es-. 'd' ra realmente surp . tas comCI lam e . qual's em mUltos casos, d graflcos os , ses resulta os para ~tos tao pr6ximas eram as res-poderiam mesmo ser superlPo 'Esses fatos podiam ser ex-

smas pa avras. , postas para as me h de contagio pSlquico .. _A~g,U.ID!1~ pUc ados pel~ que c amou ater mais dominante, seja por, fa­p~s_s.oa.~. q':l,~ ~~n~am um ca~nalidade mais fc:>rte,.-influenclam tor de ldade, se)a de pers . temas de valores ou rea-outras que adquirem os mesmos ~IS .

c;oes semelhantes.. , , exercidas no quotidiano, Ie-Essas influenclas mu:uas, 'das pois se reforc;avam

d - de reac;oes par.eci. , varam a pa roes . _ Nos casos mals extre-num mecanismo de retroali~entac;ao,

J.].

mas, como muitas vezes ocorria entre pais e filhos ou entre casais, havia uma verdadeira simbiose. Desde 0 inicio, Jung Considerou e:;ses casos Como indicadores deoindiferenciacao e imaturidade ps{quica, achancio que tais pessoas eram mais sujeitas a problemas de ordem ps[quica. OptouO pela indivi­dua1iza~iio das pe:;soas, e mais tarde desenvolveu essa ideia com 0 set! conceito de individuacao; que ocupa urn lugar cen­tral na sua pSicologia. Observou gue enquaIlt.o...QJ..'1ctiv[duo fica va nesse estado, sob l.iitensa ir~fl~e~~la ~i~s demais, se o~ia 0 nienosimeacadooaecoii"flifos,ocom 0 gmpo; pOIAm;~_~"~:on'yel de consciSllCiil"se mantiiihil. num"graU de diferenciacao menor.

Relacionados a din§mica familiar; tanto esses estudos comooutros vieram confirmar aehados de Freud, que desta­cou a influencia dos pais na formacao das neuros~s dos fi­Ihos, no inicio da vida. Por Outro lado, ajudou Jung a Se afastar de Freud, pois eonveneeu_se de que 0 eomplexo de

' :~Edipo, como Freud 0 havia descrito, niio era nem universal, ' 'nem unieo .•

Ampliando seus estudos para urn grupo maior que urna famllia, tal como uma aldeia, eidade ou comunidade mais extensa, Jung constatou que o· que se verificaY~numa fami-lia tambem ocorria com esses grupos mais amplQs. Estava provada, empiricamente, a tend.encia de esses ag:iUP8mentos responderem semelhantemente a urn mesmo conjunto de palavras-estlrnuloo Assim, iung lancou as bases para'uma psi­cologia social.

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4 o complexo ideoafetivo

- e a teoria o teste das associac;oes dos complexos

traves das experiencias com Como podemos observa~ a _ j. hornogenea, e nosso o - a PSI que nao I; , r os testes das aSSOClac;:oes, 0 d aos nossos afetos, nao e 1_

pensamento, quan~o assoc~a n~ionarnos acirna demonstram near. As experienclas que n:e ens tendem a se agrupar em que as id6ias, ?S afeto~de~: l;e~ando certos espac;:os desco~­nilc1eos de maJOr densl a , 0 d120 er Se tomassernos a PSl-

t as por asslm. 0 da tinuos regiocs neu r , 'apeando-a em segUl , ' f sse urn campo, rn d rea-que como se 0 0 ~, segun 0 as

encontrariamos ~s e R. dearam. A esses agrupamen­c;:oes ernocionais que ~le~o desencf~tos, Jung denorninou CJJ<!JJ-tos, tendo p~r ~te complexoso Esse ter­~ ou, Slmp C§e rn~s Jung rnodificoll SCoU mo ja havia :ido u~a~o p~~ dele f~zernos hoje e com,o ? utl­conceito; aSSlrn, a ldela q sicologia se deve, sem dllvlda, a lizamos correntemente em p

Jung. btidos com as cinqiienta pa-Observando os resultados 0 I'm de essas ligac;:oes se-

J observou que a e 0 _ lavras do teste, ung " leis das aSSOClac;:oes ver-o nloflOcativas e obedecerem as rem Slg

bais, havia umasubordina a m,ando uma hierar uia ~ 0 ~e certas, palavrWl U Outras, for­nucleo. Tal nucleo qexe ' ~ue se organizava em torno de um d f' - rCIa uma atra - b

as a ms, como se fora urn rna - cao so re esses conteu-que, os m1cleos eram aproxima~neto. ObservqQ. em seguida,

. parassemos entre si urn r amen;.e os mesmos, se Com­:.; ~gn..lpaYan:t-se, por exemp!/ ande numero de indivfduos c~r:n.e~t~, .-Bal.,. ~ae, filho etc: ~m: torno da ideia de morte, nas~ era dmamIca, isto e, variavam ntretanto, a relaCao entre eles fraquecendo, sendo suplantad ao longo do tempo, ora se en­cendo, aumentando su os por outros, ora se fortale-., a carga e ' . Iormam, assim, pratieamente nergetica. Os complexos za?do de certa independenCia u~: personalidade propria, go­m/a do complexo a essa reJati'va Jr:: ddeu

0 nome de aulono­apresentam. 1 er ade de a!rao qUe 'eles

A psique como . de individuos uma multiplicidade

J

Uma COnsequencia imediat . _ mo urn conglomerado de com ~ da vIsao dZl nossa psique co­ta autonomia e qUe aI' d p xos que gozam de uma cer . d " , em 0 ego 1 -I __ ;~tlfleamos e que seria 0 cen ,comp exo COll} 0 qual nos SUlrlamos outras perSOnalidade~ro de .n?ssa consc;iencia, pos­tes, em determinadas circun par~laJS. tambem importan_ claramente esse fato toda vez stanclas. PodemQs o.bservar grande em09ao Fazem . que somos tornados por uma tar atos que, de~ois, qU~~~~lsas ou somos levados a exeeu-

. mal, reprovamos ou nao ree~Oltamos ao nosso estado nor­cad os por nos. Isso e particul nhecemos como sendo prati­tologicos em que ha uma cli arrnente not6rio em casos pa­~os notar duas ou mai~agem da p:rsonalidade. e pode­mdependentemente mUI't personalldades funcionando . ,asy~~u -Clmento da existencia da ~a nao tomando conhe-

_ Outra. Senam subperso'Qalidades

25

ou, como dizem os primitivos, outras almas ou outros espi­ritos. 0 primeiro trabalho de importancia publicado por Jung, sua tese de doutorado, trata desse ass unto. Estudando feno­menos eonsiderados como paranormais em uma jovem me­dium, descreve a manifestacao de uma outra personalidade, quando em estado de transe. Nessas ocasioes, ela se compor­ta, fala e assume uma maneira muito diversa da habitual. No seu estado normal, era tida como uma pessoa mediana, com difieuldades de aprendizado, falando 0 dialeto suic;:o e se in­teressando, tao-somente, por coisas do quotidiano. Quando e tomada pela sua outra personalidade, que se identifica co­mq sendo Ivenne. fala um alemao perfeito e culto, {; segura e faz dis curs os edificantes. Posteriormente, entra em conta­to com outros personagens, que seriam seus antepassados. Jung tenta explicaresses fenomenos do ponto de vista estri­tamente psieo16gico, considerando esses outros individuos co­mo partes integrantes do psiquismo da paeiente e que, mais tarde, seriam integrados ao seu ego consciente.

Esses complexos autonomos se manifestam, mais clara­meme: quandoha:um reba'ixamento do nivel de consciencia. o ~go. perdendo 0 controle dos conteudos do -inconscieme, permite -que eies se' manifestem como se fosse lima outra in­dividualidade. Como vimos ao estudar 0 teste dus associa­c;:oes. a aten~ao e uma funcao psiquica que desempenha urn papel decisivo na emergencia desses complexos.

Nas sessoes espiritas ou em religioes de possessao, a pe­numbra. a musica ou 0 lileool, aliados a habilidade do saeer­dote, fazem ativar esses conteudos do inconsciente que se expressam durante 0 transe bu a possessao. Muito embora a unidade e a eoerSncia seJam urn ideal altamente valorizado em nossa cultura, na realidade 0 que percebemos e uma mul­tiplicidade de individuos atuantes dentro de urn mesmo indi­viduo, e 0 comportamento observado e apenas a resultante dessas diversas tendencias dentro do psiquismo.

26

Os complexos e OS sonhos

No sonho, 94e, e,a ,e~pressaQ. imediata do inconsciente, podemos .vi~~~.izll~' S,C?!?.fofIl!~,P~~~~riificad'a~· eises comple­xos. J~~?_~~~.~~~?!ve~ !-!!!I~. !11~neira pec'uliar de abordar os sonhos, na qual cad a personageni,"ou'iiies'rrio'o-cen~i;o-' re­presenta Par:t~s~'d6' mu'n:d6 psfquico do sonhador: 'Aqul;' es­ses complexos tomam a forma de ou'fras p'essoas',~ conhecidas ou nlio, q,ue expressarn estados de ~nimo, afetos ou ideias do

'sujeito que esta sonhando. 13 como se 0 sonhador fosse, ao mesmo tempo, 0 dirctor, 0 protagonista ou os divers os per­sonagens que entram em cena.Nos sonhos, os complexos to­mam forma, adquirindo vida propria.

Se prestarmos atenr;ao aos diversos personagens que apa­recem nos sonbos, reconbecemos que eles falam por nos, di- , zem coisas que precisamos ouvir; enfim, simbolizam partes de nossa personalidade.' __ .' ,

Tomemos urn exemplo no qual fica claro 0 gue estou tentando expor: ' ,

Uma jovem de 29 anos tern 0 seguinte sonho _ passeia a pe por uma estrada que atravessa uma floresta. Esta 56 e, repentinamente, se vi) assaltada por urn born em primitivo que a persegue e consegue imobiliza-la, grar;a~ que a of usc a e a mantem paralisada. Em seguida, arrasta-a para uma caverna, no meio dessa floresta, aprisionando-a em uma jaula, onde se encontram outras mulheres de aspecto selva-gem, mas com algo parecido com eIa. '

Essa mor;a tern uma hist6ria de vanos envoIvimentos com homens bern mais velhos do que' ela, alguns dos quais casa­dos. Nessas relacoes fica sempre numa posicao passiva, como se fosse dOminada e conduzida, sem sua Participacao cons­ciente. Desde 0 infcio tern consciencia de que nao e o"que bus­ca; pon;m, se ve vitima de urn ato compulsivo, que termina sempre em uma grande desilusao com 0 parceiro. Pe,squisan­do sua infancia, consfatamos que teve urn pai muito severo

e punitivo. Sua rclac;:ii.o afetiva com ele, segun~o se ~ecorda, era pobre e cheia de ressentimentos. Quando tmha OltO ~nos de idade seu pai faleceu subitamente, ap6s um ataque cardwco.

Essa mulher apresenta 0 que chamariamos de comp/e­xO:Jaterno negatiyo. Sua reJac;:ao problematica com 0 pai

1 " deixou-Ihe uma imagem masculina negatlva em seu mcons-ciente, que agora e vivenciada atraves da projec;ao no mun­do exterior. 0 sonho personifica, na figura do homem primitivo, esse complexo autonomo que a domina e de~xa seu ego completamente sem condic;:ii.o de se libertar,desses Impul­sos poderosos. Sua relac;:ao com tal complexo e marcada pe~ 10 seu caniter de compulsao oupossessao, no qual 0 ego e subjllgado, ficando a merce do inconsciente. As mulheres aprisionadas sao aspectos de sua feminilidade bloqueados pelo complexo patol6gico.

A existencia de muitos complexos

Como ja observamos, 0 estudo e a formulac;ao do con­ceito de complexo, atraves do teste de associac;:6e~, levo~ Ju~g a confirmar algumas ideias de Freud, mas tamb~m a dlverglr d al u s axiomao rl~ ~oicanalise I rm deles fOI a constata-e gn ~ .. 9aO da existencia de muitos complexos atuantes no pSlquIs-mo humano, ao inves de estar centrado no complexo de

Edipo. JU~S,l!~~~~~~ ?~_c_~n~p!~~~sp'at~~?os, cO~R!~­xos maiemos, complexos d.o p1!:er, etl!,rnl.!s. e~c. Embora ~d­iititatambeni'i'eX1sfeiida'do complexo de EdlPO, ele acredlta que esse nao seja' nero unico, nem univers~l. Dessa. forma,

: aceita tambem, alguns dos conceitos adlenanos, tals como , complexo do poder, complexo de infe~ioridad~ o~ de supe,~

rioridade. A existencia de ul!l grande I),umerc d~ mltos apol1-ta para a grand'e 'va~iac;:ao dGssas forc;:as atuantes no nosso inconsciente.

• . - -.... .' '." I ; ""' ... ,~ '. ',~:

d:o.' '.l'lell$~ :;; 1I p~Ori;,r:' ',' ~ 28 ,:,:;,t! t'W'lta l', OOC1>" :

:'1') ;\{, ,','''-, ~. ' . t~,: ,.',' "I' ""m", St I. ura _,. ,. Os compl~~~~:'~'liiI~,.~Si~~,PsiqUiCa

",\1, ':;:nre CJUt: 1/0::.1,0',.,:.::,

Uma outti~ ~~b,JYl~ijil~nq~~1d,tii~,a!#~s estUdos Com 0 teste das associa~oe~.~~~:UeJ!lf~MP~ ~~8J9:qinodelb freudiano, foi a s~a visao ~~O~~§i~4~Jij~~QJ'c:~sr~sP?stas as p~avras­estlmu!o ~ana~~:etn,l'n'tenslda~e,a-medlda que trus pal~~ vras atmglam CaWpI~o.s ~om m~uq,r Ciu menOr carga energe­tic~, Isso fazi~.:~*!¥:',\f9~~::~epe~s~,~~~,'nllTa varia9ao quanli-

'. tanya da energJ"~~~~~P.~:'PQ(J>u~r~"Iado, era possivel ob­serva: que, u~a·tifl.a.~hi1i~~:ga::D~~i~l-:ideia, porta~t?, a um.

a energla PSlqUICa;:~U':Iil~i).tal":Iliob:l:h~avai"ea90es flslcas, tals Como COntra9a~"~'us~iII~ies; ~u,q,re~e, ,aItera9ao dOll bati­mentos .car~iacq.f.~~~'~ ~~~im,;:P:~~~~,~s¢:pensar nu:ua diferen-9a qualrtatr,va ~~~l~~a/:,:,: ,':,~>: '" ~.". '. ,"

A partIr de~~~~':a~f:iQSf',hing~f,*mU:~04 a hlpqtese de uma energia unica, 4rl!:ii8"hiiCi6 ainda: ella'mou de libido, pass an­do, posteriormente, a chama-la de energiapsr'quica, simples­mente, Essa visao unit aria da energia ia ao encontro do seu, mooismo fundamen.tal, rompendo com a divisao dualista en­tre Corpo e alma. Dessa maneira, hav~ria' uma unica energia, qUe se manifestaria sob a forma de energia fisica ou somati­ca, psfquica, sexu~l etc. Do mesmo modo que n~ fisica, te­mos uma forma de energia que ora se mrulifesta como energia cal6rica, ora luminosa, ora eletromagnetica etc. Essa desvin­cllla9ao da energia psiquica d'a sexuaJidade abalou os alicer­ces da pSicarul.lise, ~ustando a amizade de Freud, que viu seu sistema amea9ado por tal Concep9ao. A fim de expor a for­ma Como via os feno,menos da transforma9iiCl dessa energia, lUllg escreveu inici~lmente seupolemico livro Sl'mb%s de

.transforma9ao, no qual tenta demonstrar Como a e,.nergia psi-quica migra, se transforma, ~e retira para 0 inconscient~ .. rea­parece sob a forma de sintomas etc; Nesse seu trab~lho ve o simbolo como 0 agente qUe promove a transforma\-ao de tal energia. Em 1928 publica umit monografia voltada para esse tema sob 0 titulo A energia Psr'quica, em que procura sinrecizar a sua maneira de aborda-Io,

29

. . 'quica e 0 conflito entre A energla pSI os opostos

. "b lhos que Jung publicou s~­Embora os pnmel:os tr~ ~escobertas da fisica quantl-

bre energia sejam ante:l~re~:s sua forma de encarar esses ca e a teoria da relatlVlda , I Diriamos que, salvo pe­problemas se revela b~stante a~~a c·ontradi.;ao com a manei­quenos l'eparos. ela nao entra,

ra moderna de enfo7a-lo~. dmitido que pudessemos r~-o fato de Jung Jamals ter a .(,' como era a tendenCla

f ~ eno a matena, , a duzir qualquer cnom 'b'l'tou que ele mantlvesse urn . , oca POSSI I I , s-da ciencla de sua ep " buscasse se insplrar numa co

' visao holistica do umvers~ e t 's ou dos gregos antigos. As­movisao pr6xirna a dos onens~1 uicos e, de urna forma n:a~s sim, encarava os ?rocessos p ~ma luta de for~as antagom­a.npla, to do 0 um~e:so, cO~n~a do corpo mais quente para cas A energia calonca cam d onto mais luminoso para

'. . 1 se desloca 0 P . for-o malS fno, a uz , massa possuem malor b 'etos de malOr , d n-o mais escuro, os 0 J or massa, a agua flUI 0 po ~a gravitacional sobre ~s ~e ~~n A percep9ao intuit iva de~s:s to mais alto p~ra 0 rnals ,a ~ t~nto no Oriente, com a, v~sao leis ja havia sldo apreendld, "os masculino e femmmo,

, 'ang os pnnClpl 'tros chinesa de ym e y , Ocidente, com Henlchto e ou respectivamente, como no

fil6sofos gregos. . . _ fundamental, extraimos, os se-A partir dessa mtulC;ao ° leis psico16glcas da ' lung toma com guintes coro!lino~, que , ,

m";or importancla: , nto' nada e estatlCO. .... Linuo mOVlrne, , d

• A psique esta em cO,n d're"i\o uma finahda e . ' co tern uma 1 't , , ,

• Todo processo pSlq UI ensayao um' equihbno. • Na psique tudo b~sc.a um;d~oS~: encarad~ de uma forma • Todo processo pSlqUICO p

dialetica entre essas for~as, "co deve ser compreen-d f omena pSlqUl , ,

Portanto, to 0 en equilibrio de multlplas sso ou como 0 dido como urn proce

I·~···

• ·!i·30 ~~---------------------------------------------. for~as em ar;:ao, Bum determinado momento. Da mesrna for­ma que nosso mundo interior po de ser visto como urn con­junto de comp!exos, formando urn campo energetico, tambem a rela~ao de dois ou mais individuos pode constituir urn cam­po energetico semelhante ao conceito de energia de campo da fisica. Esse enfoque libertou Jung das Iirriita~oes de urn metoda pUramente mecanicista e causalista, possibilitando in­terpretar os processos psiquicos de uma maneira tambem fi­nalista, atribuindo, assim, urn sentido a existencia humana. Ainda de urn ponto de vista filos6fico, essa abordagem apro­,oma a psicologia analitiea dos existencialistas, .;m oposi~ao aos essencialistas . .P.fO.C~r.~ .. ~r.!~OS.~~.~9~!oS. ·par~.os.r~._ nOmenos em estudo, multo mais nas ciencias hunianas e no5. .... . o~~~~~iiiQ~y~~os·ao·que nas ciencias medinieas ~exatas, p~~ ... . ~x.~~plg,. va osc6rilplexos como se fossemser~s· viyos qu~ __ _ creseem e se d~~el1volvem dentro da psique, poqendo tanto ser'aesvitalizados como mortos. E CO~llrn. 9~s~ryar.Il1o~.em sonhos esse p·roeesso, em que crian~as nascendo ou pessoas morrendo simbolizam partes nossas que surgem do incons­ciente ou nele desaparecem. . . . -'" ..... ", ..... . ." ...

o complexo seria sempre patol6gico?

:11

- admitindo ~jilltq..2...Bcm. ocidental do secuio passado, ~unstanci~,.~~"~~

ra d m em d@.!D.uJ.a.-. ··_··_-·····6pria mort~ . contO ° ..M~LP.9.~- -;- 'co, A doen~~--:---·; _ _.- - ci."esenvolvlmento ps~.q.~L.. --':--momentos It:ldl.spen.s~ ... a~ ..... d·o .. -p-ro·cesso vital, e s~o.. . .... fazem parte . .. . . . -" d vida ue Jung se restnnge velS . a '.. portante observar q. rename- I

Contudo, e 1m .' etando os dlversoS " ao campo da psicolog1a, l~~r~~ta estritamente p.sic~log~~~~

oS que estuda do pont? metafisico, pr6pno as ~vitandO eonstruir, um_ sistema oi6gicas, pr6prias do: f~nda-sofas, au d~r .~!h~~~:S ~i~~~ica nao tem a ~ee~~~~s c~:~ ~~~Sl~:i~~~~O se'ntido hegeitialanQo'f:~S l:~~p.siQue ap~eenqe~

- fund amen .. d' - ou se)a atra cons..tata~ao.. ontra II;.Qes, . .) ..... uma '--' 'de sernelhaI)..9?,li ~.~ ...... . o mundo atr_a..,:,.~~. . ............ --_. . r e. V~!!.ld9sll:.s...., ostoS produ2 um gradl,ente e:eu~a

A tensao entre os op _ da energia pSiqUiCa au 1" rogressao do t Ult

t "ICO levando a uma P l' ada 0 estancamento • d bstacU 12 • reoressao, quan 0 ? . form a98.0 de sintomas . d:Ssa energia levarlB a

. omp'exos . te~ nCla dos C "d d da extS A necesSI a e

, absolutamente neces-Todos nos temOs co~plexoS'e~e: haveria unta aus~ncia

Vimos que no inicio de sua obra Jung enearava,o com-·· plexo como pato16gico, principalmente, relacionando-o a cau­sa morbis da neurose, de uma forma muito parecidacom a

. . ue e1es existam, pOlS sem ma ausencia de ans~ed~-., .... ~- sana q , onsequentemente, u do de apatla, Ja

de confhtos e, c 'ntOS ent unt esta fl 0

ideia freudiana de repressao e trauma. Contudo, a medida que foi aprofundando ,)eus estudos, constatou que muitosdos._ processos criativos, senao todos, tinha.m sua origem·-no in­eonsciente, mais especificarnente, nos complexos. Mesmo q'dCJ<l .,. esses complexos apr.%entassem certas caracteristicas m6rtir11 ': das, ~!Il0 a ~£~<2..tW~.!:.!E-issoci~S.~o, ainda assim podiaffil1l

,1 . I)

ser fonte de cria~ao, de uma forma direta ou indireta. Jun,~l c· ..

evita 0 maniqueismo, caracteristico do seu tempo e da cu1tu~a{l . ') ~. • " I, ... : ..•. , . .I ,ell"

~ . ., \ ".~

d Quando isso ocor~e.' cal _ em em movimento 0 ux e. _ ue ntOblhzam e po ee/am os com-

que sao eles q . xternas Clue q.o'!~ .~ ... ".-.- ..... \ .. " sta~ nClas e, .. v:l-····· Quando e es , al S-o as clrcU.lli:==------~ d deJt9.ao..... - --:. - Vlt • ~-locam-nos.E? .. ~~~.J>--·-" _ fisio\ogla

\exos, Oll s~t~·.~? .. ··---.... ·······_ comO tumOIes .. a. .' is-~e hlpertiOfiar.::,.p_~!!:.:l.~~~m o·uban·do i·energi?- qo.~g<?, A h e

~ ffi)pS{qulSino~ crc~c~~ .? e r exemplos· de individuos em q~e . ~- ... -.-' inostra 1l1umeros acabando por

~ ~~:: ~~~plexos f~ram t~~~~~~~~~n~e:~~~ando-os a destrui-.', hnpor totalmente von

, cao, Diriamos que apresentam um,£oml2!'!<o ~e Jl.'l~, bucodonosof. Dario. os Cesares, Napoleao, Hitler; urn com- ' £Lexoe@cQI!~. 'Marco' Ant6ni()"11Mg~,-~<.S'ii<!e:::.A" ~uto"-0"1i!.!!:;;~~, c§~E~os .E!c~~o EOEt'1.~ep.ro!<)!;'!):,!!!E: .E!'a.~~~s. auqI,t,IV~S - quando os paclentes passam a oU.Y!r, Y,~_,

zes provindas do complexo. que podem ou:naoserpr.(;jetadas no cxterior ::::-ou "~Ua1!. ,.eganda. so ,<iiiPo;if;<;ar. CQmP se s~ estivess~ sonha!1~o acordado."Q .q~!?, d~t.ermi:lla ,a p~to­logia e It rela~iio dos complexos entre si e destes com 0 ego .. ...:' ~

4' identifica9ao •. !.

~c: ~~~ persona!e2,£~!.E..a:£iais ~El~ .2.!~gar, ~o ego. 0 individuo nilo tem Consciencia desse estado e cra que seucomp,ortaiheiito'~ perfe,i~~meiit~j~~iifi~ad~:~ adeq~aqo. Esta ria verdade pcissufdo pelci complexo. que pode apresen­tar diferentes graus de adequa~iio e Cbnsciencia. e somente ap6s 0 ego ter retomado 0 Controle da situa~iio se apercebe de qUe nao era ele que estava agindo. ~sse est~f!..o Juna~h~­ma de identifica9tio Com 0 Complexo ou. ainda',-'~J:..inflafff.(). Fm'-niUTfOs-caso's."<ru'atitlQ'!ssCJOcorre;'ofnarviCiuo sente uma

.~, ...... -...... enorme forca L cPlUQ se....fosse.urn ser sobie-humano ou um --- -. , ." ._-_.......... .... . s.e~~g$.l. PI.Qdtg£IJ~q ~ cru-~.c~erf~.ti9§.S_~~!l$JJ.~6e$ d~ oniscien-da ;.Qpipo,~~~Ci~, E-"em~!&.!!Q,~I!iL q,~§a 'ituac~o: O,indiy,i' qll.Q..c;:ai! n:a

oposta. ou seja. na qefla9q9...~m qUe se sente oprimido p'e)" peso doco'mplexo, esmagado pela f()r~a nele COntida. . . " .. "--"'

I -.

o arquetipo.

, lexos vimos que eles se formam Ao estudarmos os comP

d • da hist6ria pessoal do I 'A • que depen em . A artll"

de experlenClas . d urn trauma ou Vlven-a p .. a partIr e h individuo. Eles se ongmarni fluenciados pelo que Jung C a-'lou mesmo, n duma mesma cia do orosa .' . Y os gue Pes~9~~ _,e. ........ .. I d "mtdglo pslquICD.: ... :.f?..... .-. . i5es seme,lh~l,l. mou e c, - '--. -'''-~ __ " .. tar testes de assocl~9. ......

familia tende~_~ apre~en . ntudo~'apesar desses as~e~tos tes e ,~orii.pfexos par~~~~9sd' COndern das experiencias vlVl.~as " -""" . "e's' s·o·;';s que epe tal's exnenen. iIramente p ... • M. forma a _ .. _~ ... _ .. _ ...... ~or esses indiv!duos, ha ai@~;;dO~ 'd~i'Zi~as e eIl10~Q~~ se­cillS. que.I?l9..!Q,~.~~e~.~9.ng p~ esp6cie qumana. 0 complexo g~opadr5.~.~ t1Pl~,?~ ~a ~Q~s 1 0 i~~ting{vel abstrato. ~ura­~9nterii:"aessa formal·.!!~·h~6u .. d~.E.rqU~~!PO. Po~ tras de mente formal, que J~.?g ~ m ais concretos, de mc~nta. n6ssas infinitas expenencl~~ C~e ~eja atraves de meu pal •. do "bis contatos com a paterm :Ssa~ vivencias como pai, eXlste

ai de outras pessoas, de ~ d definido, qUe marca a P"deia de pai, algo imposslvel e ser a I . nho . rbla~ao entre pal e I. onceito nuo e riovo e que ou-. Jung nos lembra que ess~l~ am com urn sentido algo

. I J' a 0 utI Izar ..., S to lfOS antenores a e e. fi uso dessa Idem esta an ~are'cido. Entre aqueies que ~ze::~proximadamente as ideias ',\"ostinho, 0 que correspon e~1 . '. . .'; ~ .:> . I... .

34

. de PIa tao ou as formas em Arist6teles, Enquanto esses auto­"res se referiam aos universais, no sentido filos6fico da paIa­

vra, lUng busca fum correspondente no campo da psicologia. Se 0 termo

i instinto se apIica, a rigor, a esfera animal,

caracterizando_se por Sua imutabiIidade, e 0 conceito freu­diano de impulso lhe parece Iimitado e vago, lung busca um termc qUe seria rtais especffico e mais apropriado a maneira humana de reagir- Uma leitura atenta da obra g~ J.ung mos­tra qUe ele chegou a ideia amadurecida de$se conceito aos pou­cos, como, alias,! ocorreu com Outras de suas ldeias. Freud observou que a nianeira como as crianc;as viam ~~us pais nao correspondia a realidade conereta. Sofria quase sempre dis­torc;oes, algumas ;'!ezes enormes, 'em [unc;ao de fat ores emo­cionais, pr6prios Idas crianc;as, lung Sugeriu 0 t.ermo imago para exprimir essit correspondencia intern a com as imagens dos .pais objetivos, 0 termo foi bem aceito pelo meio psica­nalftico de entao, Ie passou a fazer parte do yocabuhirio da PSicanalise,

COntudo, 0 e~pfrito de investigac;ao de lung prosseguiu nessa direc;ao, Constatando que essas distorc;oes nao se da­Yam tao-somente com relac;ao as figuras paternas, mas se es­tendiam tambem ai todas as experiencias externas; 0 {Tlundo exterior, desde 0 inicio da vida, era moldado segundo padroes inatos e especfficos'da especie. Esse fato, por sinal, ja era co­nhecido ha muito. Discussoes a respeito desse processo de co­nhecimento, e em q\le medida fatores inatos intervinham nele, ja haviam Ocupado,os fil6sofos desde os gregos antigos, Po­lemicas em torno de.sse asSunto estenderam_se durante secu­los, sendo importa~te. agora, recordarmos a visao de Kant sobre 0 problema, que parece ter demonstrado, logicamen_ te, que a coisa em si e inacessivel it razao e que 0 individuo, ao perceber 0 mund0 exterior, 0 plasma segundo matrizes ou categorias herdadas,!Desde entao, essa tem sido a posic;ao de­fendida peJa cienciae pela filosofia dominante, A ~ssas ma­trizes organizadoras da forma que apreendcmos 0 real corresponderiam, mU!aris mutandis, os arquetipos.

3S

da ideia de arquetipo e~plicari.a A postula~ao P?r lung tre si apresentam motlvos .ml-

or que povos tao dlstantes en dificilmente seriam expltc~-iOI6gicos tao seme1h.,ntes: e i::veria entao.urna l eQ!l.<n",' dos pela simples mlgra~aod' '--ig-ens e' siinbolos com slgm

produ~ao e 1m estudo cpm-universal p'r~ a cultur.s divers .. , que 0 l.das ficados parecldos, e.~. " . _ . folclore, ou conto§ de aradoaas mitologias, ~eh~l?es'ortante frisar que .?_~ ?.~~~J~­

p. monstrar •. Tod,VI., ~ Im~ ue Jung procur, .po~. l~sd.:ulicor.reJigiOSdS ou h~~~:~;;oqposterior, consequencla no seu trabalho e uma ~ _ chegou a eles pela via es-td~suas observa~6es empincas. ~:osua autobiografia, ref lata-

. - - ode parecer. oucos ruto ulativa"como p , talizando aos p ,

pee , . e' foram se cm , 'altnente nos como essas Id las 'al de pacientes, prm.2.~ - f 't em maten de observa90es el as

, , 'd abordarmos 0 vsicottcos. . I. ser escIar""l 0 ao 'dOi.s .. Um ponto essencla I ada tem a ver com I

'tipo e que e en ["entemente, conceito d, :"que I-entendldo que surge, requ. sistiu no ' ata~ Esse e um ma diversas vezes, m 10 discutir esse assunto. J~~g, DaO ideias estruturadns, ao se arrnos Eredisp~s;90e~ e A er com a ideia la­lato de .!l~~- ... -.. -~ielere n.d. tern' v alid.des E

sses padroes a que s.:l 'a de conhecimentos e qu d a sferc:nci 'a1'a-o em-

kiana da tran , ). mcorpor . T ". "' ••.••. marc d tes mas sim i:1 .. _... 'IA . ' . descen en , "._- · .. ·_-· __ ·-ctos rnl emos, adqumdos aos, de urna especie ao .longo neiras de reaglr .. ..

. c'lente coletivo o mcons .

I to 0 inconsclente " e de seu corre a, 'Ita As ideias de arquetlpo e se desenvolveram slmu. _

,Coletivot, SiiA? ::~~:~~e:ed~~~e;amili~rizdamOo:t~~~c~~~t7;:~~ neamen e. 'I reensao 0 ,

de um torna-se mais [ael a ap de lung a psicologia, e mUl-a cont~ibui~ao mais irnporta~~dO imediatamente a estes ter-as vezes seu nome vern assocI . ram da necessidade de no-

t I cunhou, Eles surgl mos que e e

"~.---.........--- -~:-.:.. u't.1 . : l~ ~:tj'J:: -llrtl;fl; ;.~ '! ., '::;'tor,rr'o 'UnciO'; ",'

" >!~O;!;';("ii!.aS~:. _' ____ _ ,:""Ii.l!"HI1"qllt:, ,I." "

mea; e c1~ki.e~~~,~~#.ie~9s qU~observava. quando en- I

trava e"lio~_~iniat.tiaj de e~tra'os mui,o prof undo., , da PSiqUk;~(:mk(tQ.~fe\j~p&,! t:J1lJlto di;stantes da consciellcia, I Freud ja,~~~~~~~,!, ~6iJste.cia de. om inco,",~I~ : form~do lito, ,m~kll!!Jl.!!!2s_~, h_~y""J!Il. l"!E',e.nC!</Q." a , ~nsC!e~"!i!<,""'i.~.ll!1!'. $,~I'!! jnFom~~!iy~,! ,co,,! ,0' '"~! v~res, ~ih> fejeitadOS;tornaUdQ,I.~mco"ciente., .. Desc,"v""(1~~\l'!f~¥'!;C,~j1ifPhd;"famo, ,COnta'a-lo e 0 seu : funClon~rq;i~~r""II\a<lo:pela, t!'!lna de Freud, pas­

sou a defe~~~,I~;tQr~:um~ntuslasta pesqulsador desse novo terril:6!.iq)Csei-explor~9o. '

, Entr~~~#;~'?t;a:fesarqe, .J~ng ~~r trabalhado com material do mcollS~.e':MOf~.(J<>,'!'>·"'a tese de doutorado, 0 pe­riodo qu; ~l!;~~ :=sr~9Jl'~O!!~r8h6ali, e enqu~to este, ve sob a Itlli~eilCla de Freucf,'secaractenzou por Ildar com COnteudos mais pe.ssoais do inconsciente. Postenormente, veio a denominar esse estrato inc(Jnsciente pessoal, para diferencia_ 10 do i~~pn~Cieme~~Oletivo, [ormado pelos arquetip'os.

Enquanto se liniItavaao"estudo'(ios'complexos e daqui_ 10 qUe reconhecia como fazendo parte de vivencias pessoais, lung constatava e comprovava muitas das hipoteses de Freud; todavia, a medida qUe foi se aprofundando. e instancias mais afastadas da Consciencia foram sendo atingidas, nao encon­trava explicacoes para esse material atrav~s de uma interpre_ ta~ao puramente personalista. Esses co!'ltetldos eram por demais arcaicos e impessoais. B qUanto mais' afastados do ego, maior era sua autonomia. a Ponto de ~xistir urn univer­so totalmente autonomo fUncionancio independentementede no;sa 'iisi;iuep;;;;;~al; ~i ijuit] Jiing'chanlOu, a Principio, de i ~cqnScien(ei:<!liliJ!o.:mas qlte;-no tinal de sua obra, fol por ele denominado psique Objeliva.', ' ". ", "_.,,,

Es;a, realiaadosEii,an, yivenCiadas, desde semp", pe­las Culturas mai, diferentes, e aproXimad.mente da mesma

forma. S~~!!J])~tQP_detl<;£E~_n~~sa p,lque,. consti-tUlda por esses universais psicOi6gicos, ' --_._ ...... ",-.. , ' .... _, , '-"'~'" .... ,

37

- , tato com esse territ6rio aos ' "ndo con , d n Mas Jung fOl toma uas mem6rias. como fOl a e _ poueos, descreven~~-nos, em s do

nesse dommlO. 6rl'as que nos parecem tran dessas mem , d Citaremos algumas rem de forma sucinta sua Vlsao 0 ' Ill·fl·cativas. por expressa

Slg, h"lz.l' insconsciente colettvo: 0 nos corredo~e,~ ¢o Bur$ ° 1, EJll19.o.6..J.l.mg_~_~9,9~d:.:I.\~, aran6ico, que 0 toma p~lo

or u'm paei~r:tte eSqu.Izofre~lcO~~tando para 0 ceu, Ihe dlZ: Pb~" ;'0' e 0' traz ate a Jane.la, ap a cabe"a de urn lado para ray , Sol e mover Y, • m

"Se voce olhar para 0 a tambem, e esia ,e a ~mge - .... ' ~ . do Sol mov~,~-se- , d m lado pa-outro, 0 pems .. " via sua cabe«;a e u d-" .. n'tos". Falando 1SS0, mo '~11cl'a que teve com esse os ve lh s A expene 'd" ra. outro, piscando ,os ~ o. eia estranheza daquelas 1 elas pae

iente deixou-o mtngado Pl 'da J'untamente com outros d as em segu , . tarde delirantes, anotan 0- , tando, Quatro anos malS ,

materiais clinicos que la cole t descoberto que versava sobre ao ler urn papiro recent em en e 0 ficou surpreso ao encon­rituais mitraicos esc~it~s,e~,::g~~bem s~f~,:visLO '? ~~\\ma~o t ar a seguinte inscnc;ao, C:i __ , "'an'te:' Ver-se-a no dlSCO, 0

' origem do vento predom," so E ria direcao das r;-falo, ,... 'do a urn tubo suspen . ,. do leste infl-. Sol algo parecl " rasse urn vento ''',' ,_ '

ioes do Ocid~rit~ e como se sOPlecer na dire~ao d~ reglOes g. Mas se outro vento p.r.~Y5l "0 tuba voltar-se par~ mto. a d mesma fqrma", . des do' Oriente, ver-se-, a, 'Ihancas eram por demlllS gr.n I

a~:~!'~~~I;;:U~::~~ero acas:~, :~~~~r::a~=;:;a~ ~aciente nao havia lido esse ttee~~~, ao eneontro de lung com ao ocorreu numa data ~os rovinha de uma camada, so-

cle AlCm dlsso, esse paclente p 'nformacao daquele IIpo, ~jai que jamal, teria ac~;~o :::~~Iet.mente desconhecida pois 0 grego era uma g , 1

_ aras embora, para e e. ~ , sas nao sao tao r , , Experienc1as c~n:o ~s e mesmo os detalhes, 5:Jam se caso as coincldenclas, at aterial do inconSclente nes , A lid'Hmos com 01, impressionantes, 0 ,

38

profunda as uuticos verem po estando atent 1 _I' ,e ao mesmo tern

Jung insi"la na i:s qu~ S5? rouito frequen': ~ esses. parale· tos de mitolo . ~ortancla de a terap t . par 1550 que

d

' gm religiaa t 1 eu a ter conh . ados com int 1) .' 0 clore. Guard d eClrnen­

valia para 00 e ""ualiza¢es. essas info,:' .0 os devidos cui· teriais. some~;:eendermos 0 contetido sb',;oes. sao de grande

inconsciente cOle;i~:~lando a existencia dO~~~!esses rna· cos s. tornam que osses e outros f il ,pos • do

Em 1910 compreensivais. en menos psiqui·

teve ' enquanto se deb . urn 50r.,ho que Ih atla com esses eni mente 0 incons . e pareceo 'intetizar ~. Jung identificar com C1ente. Ele 50 atha em uma :omo Vla topica. uma casa corr 0° sendo sua, embora com as~ que consegue dar ,uperior' ~e: s~a. de dois paVimento~U~ a aparancia. E do sCeulo ~IIl ';:; eoe como sendo urn ;U. stando no an·

de tijolos vermetho: ;erreo. a deoora~o e:": co: m6veis cas.. att qui che .. ung percorre os diversos ,I;' e 0 piso, Continua a e.plo g: t urna porta que da ~ comodos dossa adega suble' r· a. agora descend ara urna escada. plo salin a;~!n~a. Continua descend~ pelo escada ate uma des parecem a ado, com aspecto mU't' e ~n~ontra urn arn-E Iser roman 1 0 antIgo' su . ncontra. finalme as, ,:"m piso de 'I . ' as pare·

---------------------------------------------~ iguais. ou seja. hUlnanoS. A coneep,ao de que a alma refiet

e

o universo e muito antiga. corresponde a ideia do micro e macrocosmos, um senda a imagern especular do outro, mas arnbos infinito,. A consdencia corresponderi

a a tudo 0 que

vemos

e conhecemos rnais ou menos c1aramente

; Q . .ltlSgns

-ciente pess

oa1, a restoS e lembran~as de noS

SO passado soter­

"do' pelo'esqiiedmento;' o incon,,,;ent' , coletivo.-a ",as for,is da natureza que agem sobre n6' e que periibemos ape· nas indiret.m'nte. "," ..' ' ,. "

A atemporalidade do inconsciente coletiVO

Urn dos problemas centrais da filosona, desde os seuS prim6rdio

s• eo tempo. A p,icologla. mha ca,ul

a des" m"

primelra

• "mbem ten" lidar com ele de m.neiras divers'" poderiamos distinguir um tempo rnarcado pelo

s re16gios. que

est.ligado

aO "Iondario, urn tempo biolegico

• determinado

pelos cidos pr6prio, do nosso organismo corporal. e urn tem· po independen

te des'" doi', que se estenderia ale a vivencia

subjetiva do eterno. Sabemos que 0 ego se relaciona

com 0 tempO eO esp",o, bern como com a HiSleri •• que e passivel

: ·1

·1

tlOua urna oub" nte. nesse PISO Urn al a • .~les de pedra. fragmentos de a ,:cada. que termina !u,::o. por onde con· humanos. "ranllca e vasos enconl a caver;",. Entre ' ;~ , J ramose ~A •

.. unl inter re' . , aatOS ,.--<

,,' ta~ao d~UU-Ps~mu ~~~.~!?E1?!J_ ~~mo sendo ' que analisaI cQJ!\', A casa. como emT""" urna represen· conscient a, 1 etrata a sua psique n an\o, outros sonhos e'n" •• -'~'~"" ex press 0 pela aquele tnstante"s.~ e . quanto as partes-o--- .. _ .... ,p~e da casa qu 1 .. -.. go --c~!1!~; Nel" disil" . s~, t,[raneas correspond e e, e co$ece, responde t ' ~gullnos uma camad ,em ao tsMlj1\'Coii.s~ " ",I r.-

de ser datada. No entanto, nO inconsciente 0 tempo e outro. poderiarnos dizer, groSSO modO. que ° incon,ciente pess

oa1

ainda 50 liga

• de forma mais diret •• aO ego e aO tempo usual: por'm. quando atingimoS ° inconscienle col

etivo, escapamos

a temporalidade eg6ica. Observarno, esse fato em ,onhos, mi· tOS ou contOS de fadas. em que a a,'o se desenr01a, muita' vezes, sem se fazer men.;:3.0 aO tempo ou ao lug

ar em que se

passam os acontecimento,; eo que chama,,!os d;.!!.!!'lW.!"'· , tieo. olJl'"'ses- s'O imortai, e vivsrn.n •• t<mi<!~de. e assim -" -' ....... , .,,~... ......... '-', t.

nossa psi!@~:!!" 0 egO 50 "for,' para oroani"i es-

st" vlvt.lc'ias dentrO do 0' p;:~i" e do' tempO; ,0ntUdo, alOu

. ma;'veze; certo' ritos escapam a esses Un,ite5 de noSS

O mundo n e ao mco' ' a malS supe 'f' "

estratos prof d nsClente pessoal ' .. ,-'!C!hll'cor." : , dial eXistent:n os quecorresponderi; que ""s.pe/jlM' ." , ,L

_ em cada urn de 6 m ao hometn' ~rihlo ' ' n s. Nesse nf I" - r~ 't-, ve sotrtos' t:odos" ,'"ic,) (I .

sens!veL ' ' " ' .',.' .' ;

.' \-..

40

. --J~u:n:g~c:h=a~m~o=U~d-e~.--~-----------------------~~~ti:a~, qUe .s~mente S~~~fa~i~~~de as C~i~cidencias sign i-habitUal ma VIs.ao de tempo e de ~:eens.IvelS se recorresse. premOnit6~~:nam dentro desses fen~:dade diferente da

normalmente, t~a~~~n~ecimen~?s surpree~~~:t~~tos son~os se, em determinad . e expenencias paranorm .' q~~ sao, trar em Contat as clrcunstancias fosse alSo E como

. 0 com uma . ' mos capazes d conScIente coler Qutra dImensao . e en-casos pode ser :;OJ. Jung acredita que a g~a~; sen~ a ~o in­do, portant p l~ada pelas leis das : ~ruona do;) torna-se ? uma SImples coincide . probabllldades. sen-16gica qU~:aso a~~~avel t hip6tese da ~~~:;e~~aa~uns outros.

. ____ das da psique b' ~ma :_~_~.Ontato com as e uma outra Iiiad~~ Possiomta··-~·~amadas profun_ ...... ::_ conneclmento-Y"'d-"-' nat assam. urii',i"'" .' -_____ .... I 0 comc;-'intiiW.-... " ... ," .. 0l:l.tr~ for-

~'-'''' ... _ ... _, . .... ~v.~. ou dIreto. -" -- ~ .. ~- ...... . . ,,\ I;. OS arquetipos e as' t" . divindades '. Freq" :.. . uentemente na l' . . L....- no, l,gentificamo •. c HUca diaria Ot! em. . .

casias ou em b Lll1.2Eyos arquetipicos s. no~so quotIdla·· ~'? Co·nfuQo-!..·d~J~~~_sC?nh.o~ •. [an­d" . _;_ .. ~IS Ireta nas mit I ._.-.::.=.J_l?~. emos estuda-Jo 'Q ~s. Ai ~!:~~'ecemc'oirlo °d' ~~l.a~. re)i$ioes 'ou' contos d~ Sf' ~

. ~- caractenstlCas t ...... !Ylndades ou '. a~ " t' . -_ .. - ...... '''- ranspessoais 1· .. ·· '" ....... pe.rs~gabQa(1es co

lCO, sobre-hum -.. _·-·E ........ e evando-se a u J : III viif-a s--~-· ....... auQ,. m to'das' as' I '- rr~.p ano Idealis_

eparaCiIo eu tUras Pd" .. " sagrado e entre OS pIanos hum Q em os obser· bora em al

o profano, entre conscientc a~o e divino. entre 0

gUns mom t e InConscie t vaqao rigorosa d ex: ~s eles entrem em n e. e. em-

A' essa dlVlsao e fund Contato. a obser-. 0 Junguiano . amcntaI.

Clrnento desses l,?teressa. de forma ar' identificar tend~a~roes. uma Vez que at:ave~cdUlIar. 0 eonhe_ de arde nCIas e confIitos sub' e es podemos

. lidar de~:resso~: Cada cultura emJ~~~~t~s aos problemas acuam na psI?a lferente Com e~sas f a epoca. "procurou

." lque humana. orcas poderosas que

41

I Hoje. particularmente. 0 problemareligioso. ou seja, a maneira de se relacionar com 0 divino que ha em n6s. adqui­~e uma importancia crucial. Jung tentou demonstrar que. ape­$ar de nosso agnosticismo atual. nosso inconsciente demonstra lima necessidade imperiosa de achar respostas para certos an­seios. que s6 podemos encontrar em uma religiao viva. A vi­vencia desses simbolos e vital para 0 equilibrio psiquieo do lndiv!duo e da coletividade. I As religioes desenvolveram sistemas para, atraves de ri­tuais. atualizar esses arquetipos, que foram se estruturando, 'ao longo do tempo, na cultura. A antropologia nos demons­tra que, para se organizarem. todas as eulturas tern necessi~ 'dade de urn sistema simb6lico eonstituido por sua mitoiogia. :Ai e que estao contidos os seus valores espirituais. que dao 'forma e sentido as suas vidas. . Esses mitos tern funeao explicativa a. medida que respon­: dem a perguntas sobre. por exemplo, a origem da vida e do I mundo; legislativa. enquanto regulam os habitos e costumes I de urn povo; enfim. regem as transformacoes energeticas que I estao sernpre ocorrendo no grupo ou no indivfduo. Procu­i ram canalizar a energia num processo construtivo. compat!­, vel com a vida comunitaria e individual.

Toda vez que esse universo simbalieo de uma cultura e aJterado ou destru(do. observamos consequencias. diretas e proporcionais. 0 choque entre. as diversas culturas leva sem­

I pre a transforma~oes que podem resultar num enriquecimento . ou empobrecimento desses simbolos e. consequentemente. a

uma ascensao ou decadencia da eultura. Enquanto varios au-tores procuraram atribuir tais transforma~oes a fatores eco­

, nomicos; politicos ou purarnente socio16gicos. JUl1g. embora I reconhe<;a a enorme influencia dessas for~as atuantes numa , civiliza<;ao. consider a os valores espirituais como os mais im­I' portantes. pois. scm eles, mesmo que uma cultura \,.~teja avan­, <;ada tecno16gica ou materialrnente, iremos observar

tendencias a. fragmentaeao e desagrega<;ao.

43

41 ---------------------------- - , obras de arte ,. seas Se esses simbolos forem reprimidos para 0 inconsciente. Os urquet1PO re rnante-

e negiidos,-t6m(fgeralmeriteocorre em nossaculhiia: eieS-rea::- ,'- apesar de, desde semp , oes do parecer'aospb outra's formas. Muitas veze~ Jtaparecem 'cq~~ As artes e a re\1g1aO" - diferentes manifesta<; mo partjdo~ politicos, com a divinizat;:ao * seus Hderes e a rem {p.tirno contat~ ~:~:~\~~~~onSideradas sehPe~i~:~~~~~~' transformat;:'ao do partido numa seita religiQ~a. Exempios fla~' . 'to humano • se tern con grantes dess!,!. s casos sao 0 nazismo, 0 fascismo, 0 comunis- esprn de arte rnais antigas Clue tatuetas e os adornos

As obras sejam as es orno mo e outros ism os. . .,' .' '. 'am 115 pinturas rupestres, m rituais sagradoS ou C

.. Jung vi~ rl.ju';;~ao religiosa, como algo constitutivo da) litico eram utilizadas e atieas religiosas , alma humana. como uma forca pertencente it pr6pria estru- do pnl

eo . '~os relacionadas as pr r ioes 0 fato de am-

tura da psjq~e e impossivel de ser erradicada. 0 reapareci- Objellt~erSSem:~e;x~ptreems'so_eems dcOom.'ln~~n~~iv~en'S~edS Par;Oob\;uranddOe'aqrtUeepeos~:;~ mento do sentirnento religioso, ap6s perfodos de repressao, atraves dos t~mpos. confirma esse ponto de vista. Como tu~ b~ lirniteS da consciencla. Atr~o inconsciente coletivo e ~ap-do na natureza, a religiao tambem obedece a flutua90es d- ao contato com estratos , por issa, tern urna un-clicas, aiternulldo-se perfodos de grande fervor religioso e de enttar ern, ontida noS arquetlpos. . encias Clue ultra-Perda de intel,'esse, atingindo fases de agnosticismo general i- tar a energla c brindo-nos para vlV _ nscendente, a _ zado. Em ger,al, observamos crises religiosas todas as vezes t;ao tra limites do nosso egO, d arte assim como nao que os sfmbo(os e as verdades profundas neles cantidas nao pas5a~a.~spodemos explic~r as obrua~tipeo, Eias contem. como conseguem m,ais despert'ar nos seus seguidores as emo~oes 1'1 x licar 0 que e um arq, utra oculta, que mer-que, em outrqs tempos, eram capazes de ~~!>J.liz?r. Nesses podemoS e P 'festa conheclda eo, Para que uma

I d '" 1 . d ' t' a parte mam , te coletlVO, per 0 os, a uma CrIse espmtua segue-se uma CrIse as InS 1- eles, urn f df>zas do inconsc1en J.rio que seu valor .. tuh;:oes que representam este~ val ores com 0 auniento da in- gulha nas pro un ~ rte e necesSi:l.

seguranca e da insatisfacao existencial. obra seja chon~~~epr~~au~~~:de ~urnero ld~ Pd~~~~~r~~.s;: Quando lung se refere a religiao, percebe-a como urn cor- seja recon eCl . ' contenha a g 1 s de

po de ideias e simbolos que veicula viv~ncias psiquicas profun- sibi1idad~ artisti~a;~!~e e~!U~erto consenso , :~r~~~~:o~ seja das. Dedicou grande parte de sua vida tanto ao estudo desses demoS dlzer qu da em considerar alg? CO Brasil na ltalia simbolos como l a vida de santos, poetas e rnIsticos. Reconhe- . sensibllidade apura'd' ha. seculos, aqul no ' ceu 0 valor inestimavel desses indiv{duos para'a' eStrUtura~ao b' to prodUZ1 0, de uma sociedade, vendo, nessas personalidades, mediadores um 0 J; d' aracteristica que as entre a consciencia coletiva e 0 mundo dos arquetipos, OU n~~no~~~s de arte ten1 aind: ci~~oon~ciente coletivO 0 f~-

Parece-nos que a contribuit;ao maior de Jung a psicolo- ' d outroS produtoS 0 , mum Quanto mals diferencla e deleite estetieo mco "dade de 50-

gia e a psiquiatria foi, justamente, ter chamado a aten~ao para arem urn ' sua capacl a imporHtncia desse assunto, 0 cerne de sua obra ocupa~se to de pro

voc ra ela e. quanto nlalO

r 'd pela coletividade,

desse !.e~~~l~,~ion.~_UEla..1E~!!9~:p~rte-A~s,-neur~~es~,~,p.oi~. incomurn

ou ra lode valor reconhect ~ arte desequiliOnos psiquicos a problemas filos6fico-r~ligiosos, breviver ~omo : ;onsiderada uma obra :r qu~ a obra nuo prlndp'armente-fi~degtinaa metade da"vida, Em muitos ca- tanto,,~a~~i~~~O artistica po~emolns ~sb:;:~unciona comO me-sos';-'conflft6S'd"essa'ordem saotransferidos inconscientemente l.... do ego do artlsta• <

'dos PEtis para os filhos, ' , ... ,.. e urn produto

---~-~.-.=--.... , -

4S dlador enti~:~'~gen liHHf ~"t'" , '-

elabora9ao in'i~?~JHt'(}I(f~Si'l~~ e .,0 reSUltad.o final. Na sua de ser ?e gran~e~~6¥t~hh'f 11&'~~' um~ tecruca. que. apesar urn obJeto artis'ilc6.5~j5¥ol ~-':'Bi~ ~eter~na se algo e ou nao c0!llum com 0 tHr~srttJtranH~~t IJ ~ ,obra de arte tern algo em . S~l 0 carater de'aiita}{OHiiRliDt~Q cO~~Iexo, posto que pos- ' Cl?nal. N.as obras de arte mes~ . pa do Controle do ego ra-e lnCOnsclentes; P04end6 .. l<fm-se conteudos conscientes mo do i~pes$?N:~~~, ~siq~':·Y,~1~~.~nto do estrato pessoal co-

tr!!-m diversos individubs funcionando demro de urn mesmo indivfduo.

: E comum, entre artistas, essas vivencias com material ar~uf!tipico resultarem em inundat;:oes da consciencia ou pro­duzircm dissociat;:oes que terminam em est ados psicoticos. Eles tern, sob esse aspecto, um papel semelhante ao do xama

Murtos artl'O'F";.---~-4- -'~PaFfif"""--parto. E como se1rto-~-__ :~m~ pracesso criativo

ve ' -" a V ·\.Ientro :rie!es a um r e, ap6s u~ :lP~~fo~o. de . 0'" _ ,~ome.9asse a se desenvol_

acabasse nasC~bdO'·.'!':lg·'·11"",,,,I·~!~rao mrus ou menos longo P , 11.;' .' r.t ""'''''I't'/ vo;:;$es- CO d ' ar~ .a cri~~6~stiea~'!' ':, ". , " m as ores do parto.

permeablhdad~..e·lrltre·j,~n·s' . ,:fri~q~~ent~ que haja uma boa do q ... ·t ,..u Cle~te e me . d'd ue os proce,ssos em ~urso no . onS~lente. PossibiIitan_

1 .o~ e moldados peJa co .~ l~consclente.sejam apreen­SUflCl~nte apenas a insPira;:cle~cla .. E v7raade qUe nao e CO.nsclente, ja que ele partici 0, l~tO e, a sllltonJa com <> in-

. pn~a, que e refinada ),s pa tao-somente com a materia-. da Ima' - " custas da tee .

.gl.na9ao criadora, que est . ~a .. A participa9ao ~rqUetlPlcas, e essencial Como'! 11~ada'm lmagens e ideias em energia, a qual se pr~paga J vlm~s, os a~quetipos con­

m,o um movimonto vibrat6' 'A e um mdividuo a outro, co­nos certas cordas que nos ~o. obra de arte faz vibrar em so. Pa:-a isso, 0 artist a lid: c~: ~rn harmonia Com 0 univer­com 0 Intangivel, de manei I ormas, cores, sons. enfim dos de al.ma elevados. ra ta que despertam em nos esta~

Na lrteratura, POr exem . l?ersonagens adquirpm vida pI? ~od~mos observar como os As vezes, personiflc;m part propr~a, JI;ldependente do autor autor . , es, ffialS ou m .

, ou alnda lados 'total '. enos conscientes do dos na vida real. Nietzsche ~~~t~'lnCOnsCientes e nunca vi vi­sonagem Zaratustra e c'o escreve como surgiu 0 per­pensamentos e ideias. Em';o ele passou a dirigir os seus represent am difereutes pers~:~r::~Pessoa. os heterdnomos

, 1 a ,es do alItor enos mos-

ou do profeta, pois sao capazes de sintonizar est rat os do in­consciente inacessiveis aos individuos comuns. conseguindo

I n{olda-los de forma a serem apreendidos pel a coletividade a que pertencem. Seu valor sera ta~to maior quanto maior for oseu reconhecimento como algo com qualidades esteticas ex­c~pcionais.O Belo po de tambem ser tomado como urn ar­quetipo, uma vez que e universal e tipicamente humano. E uma das necessidades humanas mais importantes, muitas ve­z'es superando outros impulsos fundamentais, como a sexua­Udade, a vaidade, a inveja ou 0 ciume. , Jung ocupa-se da obra de arte no seu aspecto psico16gi-

do, nao entrando na discussao de sua essencia, que caberia I a estetica ou a critica de arte. Procura, as vezes, associar a I

psicologia do autor com sua obra, mas reconhece a auto no-mia que goza a obra de arte como produto do inconsciente toll!tivo. Aqui, tambem, sua visao diverge radicalmente da tie Freud, que ve na prodUl;ao artistica uma sublima9iio da libido sexual. Jung evita sempre a redut;ao e a explicat;:ao de ~ma coisa pela outra. Ao ver na obra de arte uma manifesta-9ao da imagina~ao simb6lica, atribui-Ihe urn valor maximo, I

:e 0 simbolo. como tal, nao e passivel de ser reduzido a seus lelementos. _ I As associar,;oes que os simbolos imediatament~ nos sus­Icitam, as ressondncias internas que eles nos despertam, ser­;vem apenas para enriquecer 0 siinbolo e nao explica-Io. As : interpreta90es sobre as obras de arte podem variar infinita­. mente; inclusive, as proprias interpreta90es ou criticas podem, . ao mesmo tempo, tornar-se uma obra de arte. I

6 Imagem arquet'· :, . 1plca e

47 ~i--------------____________________________ ___ terem uma importancia especial, nos deparamo~ com mate­rial que jA esteve na consciencia, mas que pode retomar a ela se liberarmos a reprcssao, Sao, portanto, contetidos que siinb 1 podem ser total mente conscientizados, Nesse caso, esse ma­

O 0 tIDaL~~~~~~r~ ~rr1~~mh.o.s ()\!. La!lt.aru~s·de·-u~~.~fpfiPj-dis­far~adaL porem 0 trabalhQ de interpreta<;:ao ini traze~"fo a cqp~Ci~nc(a:' de'~ma~~hando 0 ~cultamento: .... . ....

No dizer de Frcud,o contetido' iatente transformar-se-a e~~u.do -!ilallifest!j, peJ6tr'!~i.tih·o·aIi.'alftico:Essa e;-por:' tanto, a visao de Freud para 0 sfmbolo, cuja fun<;:ao seria a de disfarce, permitindo que contetidos desagradAveis trans-

SimboJo el'sinal ponharn 0 limiar de consriencia, sob urn outroaspecto que I seja compativel com a consciencia, Para Jung, nesse caso,

lung dl' t'; estariarnos na verdade diante de urn sinnl. A urn dado COns-. s m "ue 0 ar e' 'd . I" gem arquetlpi "'0 qu tlPO, propri, Clente correspon ena urn outro ocu to no mconsclente, pas-

,.~~~?iencia ~~~a··,~~·q~,~~.ip'~ ~.~~~r.8ia ~:.:nte duo, da ima. siv:l de ser conscien~iz~d? Estabelecemos, ~ss~n:' uma relac;:ao t~~~eiietraY' _E~!l~.t_~.~,~9~? se da s'em '-_.J, ,~a9_ ¢,.~.~essfvel UDlvoca: para um slgmflcante temos um slgmflcado, Agora, .lliLconsCient;--to·}.lg..£Qn§~)el]..~a~-ele"lnc(/~e B~la VIa indire- quando estamos diante de contetidos do inconsciente colcti-os " , rnando se ,-'-. rpora os ele -. "d 'e , arq~!Wp.os. nar.j'a"""·'",-: 'N_~I?,~.!~agem aro" , ',- me~os vo que Jarn~l~ po eremo~ tomar. consclentes, com~ 0 caso percebldos pel~-;~e ~a~l.S s~,C? .. ~c:? q~e-:-alistti ,_u~tfEl~~: Como . de urn arquetlpo, na realJdade nao se trata de urn smal, mas cessano qUe este' .) n~~ os e assimilados pei" .9oes, ?.ar~ serem . sim de urn simbolo. ma scnsfvel. PO?:t encarnados", isto e~~onsclencla e ne· 0 simbolo, para Jung, e a melhor expressao que ha para quas,e ,sempre, n:a real~d ~ando 'lOS referimo~mat1'l uma /or- realidades impossfveis de ser totalmente consc.ientizadas, En-q~etl~,lca, Na linguage

1 a e, estamos falando e~o, arquetlPo, tao, por defini<;:ao 0 simbolo e inconscientizavel. Se ele, por-

n~o ~ao ~bserY~\das, em ~~rren,te, entretanto, ess~m~gr:m ~~.:: _ . .:~ ventura, esgotar seu conteudo oculto, deixara de ser um simbolo q ,~tJP..QL.ll.l!:Meril arnuePt' ~enclamos ° uso indl'stl' -ttfstiJ:li

t d 90es para se tomar urn sinal, A ideia que tern os de Deus, por exem-

J ---. ,- :;. IPlca 0 ' n 0 e ung, em di~e-~~as'o------.;-,~-.~!~bolo, .' ar- plo, jarnais sera algo totalmente consciente, Podemos ter uma ~ que entende PQrsfmb ~ortul1ldades, tenta tomar ' ideia de Deus, urn pouco mais clara ou urn poueo menos, mas eren9a entre ele~' 0 Sin; ~' procurando estabelecemat~ clar:o sempre sera algo misterioso e transcendente a consciencia, En-

~?mento~, quando qUer ' sso se torna necessario / uma dl- -quanto 0 sinal transmite algo definido e passivel de ser c1ara-eudos do lnConsdiente peemos fazer uma distint"a-o elnt alguns mente conhecido, 0 sfmbolo transmite vivencias imJ2gru.y~~.ge

exempl ' sSOal ed' )' n re con t ------es ue ,0, quando estamos lid omconscientecoletivo, p ·~.~g~.2.f~g.dll~.i?t~~.~~E2:n.~e, ~o,c.~~,o,d~ Y!Y~l'!C~a;prq9y~da. dofor cldos par uma forte re ~nd? com traumas que fbra Or : Jp~!a _ ~,:,pe~lenClaJntema ~. emoclOnal com 0 arq1,!etlpo dly.lno,

osas, ou mesllJo lembr~n ,~sao, por serem recprda 0 m . I poclem~s r~c::c.:r~r ayr::t,a cruz, a uma luz intensa o,u a uma obra , 9as qUe esquecemos::porJ~ G ; ('1 'de arte que transmit a algo parecido com 0 que acreditamos ser

\1 1 uma manifesta<;ao da divindade,

o s(mbolo com--';"~7~. ---------_, . 0 transformador de .

energid o Contato Com " t

energetica' . 0 SlITlboio mobili2;a . dor de en ,~or lSSO, ele e considerado sempre uma carga

~~Otnfron~~~l;~~~~~:, ~~;::;~e~ipOS p~~~ c~~s~~~~fao~~: ! t' nee 0 mconsciente, Sua int ,como ponte unindo 0 cons-Iva, urna vez que nao pod erpretacao nao e nunca redu

~~ementodS sem destrui-la. p~~~S re.duzi~ essa vivencia a seu; "" agem 0 como ,mos, asslm, traduZI' I . extraim se, atravt.!s c;le mUlt' 1 . - a na 1m·

os ao experirn ..c Ip os slgnificad amp/ifi - ent,,·la. Jung ch' as, qUe' 10 carao, ~m substituicao ao d '. amOll esse processo de

, portanto, COntem muIr 1 . e !~te.rpretacao. 0 simbo-nal, apenas urn. If ~s slgmflca.dos, t!nquanto 0 si-

. ~ p~lavra sfmb% e, _, . ~~n Slgmfica "semido': e ;/~le;r::ao, e Sinnbild, sendo que' " 0 ~emelhante a Ur.bild em' Imag~m". Tem urn signifi_

arcruco, primordial Prirdei ,~ue U,: poae ser traduzido por ~o, e a Bi/d. Par ou;ro lad ro ,eqUIvalente a arche 'em gr' :n~onsciente pessoal e cOieti~d~abemos que a distinc~o entre; o 0 contel1do consciente '. apenas relativa, uma vez u

qUe Objetiva, da q~al ja f, ou lnconsciente esta ligado a. q.e complexo jaz a etemo e o~z!arte. ~or tras de todo sinat~~ ~ab~~os ser arnatriz de tolo :~nte mconsciente coletivo que

o Ireta ou indiretamente po ontecer psiquico, influe~cia_ r aquele. ..

o simbolo como ' .; ~'"tese de 0postos

o s.imbolo tern uma fun' _ . . ...

~~~ A/SIQUe; com sua estrut;r:o b~m17enteJ?1ente sintetizado_

, e acordo com' 1" po ar, contem os OUtro p6Jo dos pares a~eso lCltacoes exteriores, ativa~Puostos, mesmo t opostos. Isso m ou

realiza e~:P~~i~~~~et~:s~;j~ ao eqUill~~~.U;~.::~~~oe~~~ postos e supera os conflitos.

49

Neles estao contidos os pares de opostos, e sua resultante aponta para uma dire'Yao, que e a da resoiw;:ao do conflito.

Para que algo seja considerado um simbolo ou nao, de­pende do sujeito que 0 observa. Dessa forma, para urn cris­tao fervoroso, pOl; exemplo, uma cruz sera urn simbolo, enquanto para urn agnostico ela podeni ser destituida de qual­quer significado. 0 que para uns e urn simbolo, para outros e urn simples sinal.

Ao lidarmos com sonhos, fantasias ou alucina'Yoes na cli­nica pflicoterapeutica, nos deparamos com imagens que fasci­nam 0 individuo e que exercem sobre sua consciencia wn grande poder. fela reacao emocioI}~ q~ desp:.~~.e_p~ significado profundo sue del~~_mana~-,.J?9cle~~s.~yalill!. s.~ .. ~~Jr~ACde­Uin verdadeiro simbo!o-(ju-de urn sinal. Jung distinguiu os gran­des soMos::':"aqueles·que-fioSmo6illzam profundamente -daqueles pequenos sonhos - que pressentimos nao ter reper­cussao maior em nossa existencia. Poderiainos dizer que os pri­meiros seriam simb6licos, enquanto os segundos, semi6ticos.

Jung utilizou a palavra numinoso para caracterizar essa . qualidade de fascinio do simboJo. Tal termo foi empregado por Rudolf Otto para distinguir 0 sagrado do profano. 0 slm-

_Q.Qlo, portanto, tern urn cani~~illligioso, na megidaem ~e' liga nossa conscienci'il as n1atriz!t~[ill1~ru:.of.unci'as: " ··· .. Nem-iodaimagem· a~q~~tipica pode~ a-rigor, ser toma­da como um simbolo. Enquanto eia e 0 simples aparecimen­to do arquetipo na consciencia, 0 simbolo e uma sintese profunda entre 0 consciente e 0 inconsciente. Ele e a imagem arquedpica fundida em conteMos importantes do inconscien­te, impulsionando-nos sempre para alem de si mesmo.

Sambolo e funcao transcendente ., . Enquanto a consciencia anaIisa, discrimina e separa os

objetos para integra-los, 0 inconsciente tenta unir os opos­tos numa funcao sintetizadora. Esse trabalho e efetuado POl' uma funcao que lung denominou junriio Iranscendente,

I. F ......

so

~, uma vez que aparece . . 'lid de na pratiea terapeutlca" citados, nome tomado emprestado a matematica, onde fun,ao trans·; . grande ull a .' "com significados pare~ldos aos eci. cendente designa a rela,.o entre os nlimeros inteiros e os ima.· no trabalho Clill1C~amou os simbolos de /l~guogem eS

Q

;' en. ginados. Essa fun,ao e sim bOlizadora e nao encerra nada de ._".. Eric, Fro~:: ue nosso ego adulto va~ se dese~::.:;,os mlsllco, cOmo seu nome 'Ugere. E ""im chamada por expr". do, pOlS a me I :t r 0 contato com esse umverso e . si. sar a capac/dade que 0 s/mholo tern de transcender os Opostos. do, tendemos ".. per ~ a linguagem e semelhanle a d~ m u o.

51

o slmbolo e a manifesta,.o moWma do espirito huma. de compreende·lo. ~s seonhe,amos a cultura de o~ e ~os no e se Opoe '0 concreto e a mateda. ~<kJjM1Q~tlize, ~ .. ca, pois mesmo que ;6s au mesmo que descon e::

nd

,. a COnSClen.d. PI.Ocura .'!'!.",.ar a •. c9i~as !1'l .. ,.teg2.d~~~.. vern e quem a c~::' mu;ica1, somas cap=. ~e com~:sical. to,Q.u de. erraclo; e, pO.!1ru>to, digital, fund?~ando ii m'"!."'!., comple~;nto t~~sde que tonhamos senSlblhdade dos,computadores. Nisso e/a exclui senlp.re.u!n:~.~!P916".<J!le, la e apr""a.la, .~ e. r~primido para 0 inconsciente. Tenamos uma segunda pos- , .

. ~. sibilidade, que seria it do certo ou do errado e ainda a do tal­; t~f;' vez, 0 qual seJue as leis da probabilidade e na~ obedece as

.•• fI:;.

, . . '": leis da 16gica formal, como e 0 primeiro caso. Vma terceira Possibilidade e a simb6lica, na qual as poladdades nao sao exclufdas, permanecendo integradas numa sfC!tese totalizado_ ra. Nessa nao temos 0 tertium non datur -(~ 'terceiro exclui­do"), obedeccndo ela a 16gica polivalente ou intuicionista.

Nesse campo, POrtanto, a metodologia deve ser Coerente com 0 objeto em estudo, isto e, naO-16giea, au seja, anal6gica

: e/ou assistematica. Querer sistematizar 0 pensamento simb6li­co, como desejam alguns autores, e incorrer numpetitio prin­cipii. Nesse POIltO, lung nos pareee bastante coerente com seu metodo, quando deixa as coisas um tantovagas, cuidando pa­ra que fique em aberto outras Possibilidades e considerando im-

-possivel a precisao e 0 rigor de uma ciencia positiva. EVita a 1inearidad~, pr6pria da~ psicologias que cuidam dos fenome_ nos da conscienda e que eXcluem 0 inconsciente.

Na medida em qIJe 0 inconsciente reage se.rnpr~ de forma dialetica ao consciente, procura sempre atuar de fonna com-pensat6ria nos dc;cquillbrios desse. Dessa maneira, e atraves dos simbolo

s que 0 inconsciente procura restabelecer uma ho­

meostase frente ~.c: untiateralidades assumidas pelo ego.

hm~~di~E_u ~.~,!!?~~p_ar!~~~ .. ~I)~_ 9b.ra a.9. ~,'i.~!1<;fo..90S sfmb.QJQ.~L.£Q.!!ljnt!.jlJ.() .d~ .tr~ij parale19s jIltercu.ltllGU$. e.mos-_ Jrar que .jmagens.sel11:~Jha)ltes TI~~.:n.t~is_9iy.~r~?~~~1~uras apre­sentavam signjfjc<ldoS profundos parecidos, Tal estudo e de -"-"""- .......... _. '" ' ....... _.' . .

"- s"lmb6lica redutivista A visao

I 'to do que entendia por ar-Depois de ter escrito a respel em descrever a feno-I J ng se preocupou seus quetipo e simbo 0, u, mais importantes e os .

menologia dos ~rqUetl~:vemos nos lernbrar que o,s ~:q.~:_ res ectivos dinarnlsrnos. , ero mas nao variam ln,lm _ . P existem em grande num " 'am de ser arquetlpos.

tlPOS , ois se assim fosse, del~an rar urn arquetipo em rnel1t~o~o 6 facilmente ~OSSiV~llne~~~~~nterIigadOS por uma outro, ja que no inconsclente e'~:dO de examina-Ios detalh~­rede comum, devernos ter ? ~OUl estariamos fazendo generah-' easo contran , damente, pOlS, . dos presun90sos. . _ a90es apressadas, pr6pnas os perigos de uma vIsa? ar-

Z Nesse sentido, alertamos para ama enorme de fenome-quetipica rcdutivista que coloca ~t~~ g Achamos, por isso, que

ob urn me5rno r , . . urn agente nos diferentes s " e tornar, aSSlm, mrus o conceito de arquetlpo. po de s do que urn instrumento ,de apro­de confusao e emp.obr~lffientt~ do real, Urn exempl~ dlSSO ~ de fundamento e ennqueclffien alemao que reduzlU, pratlca­Friedrich Max Milller, urn aU~~OlO solar. Outro fez a me~ma mente, todos os mitos a ~m ~olo lunar. Uma outia form~ e r~i eoisa com rela~ao a urn slm eti 0 da grande mae ou 0 P_ d . todos os simbolos ao arqu p e semelhante a redupo uztr. diarios. 1s50 nos paree e a seus mterme

;:':~';\:~~~i -;~L;··, L~e d( ~. '. .. :===x=.-

': " 0 .d:~i.ldi'. idUf;' .(-52 . ;·.·no· 1r;S"jl': Y'Ot ;' .. ~ ':.

:"1" E 'CS"CQ1 Ul1B' ''''; . de tad as as;C'9£~crt'iHiw~Jto:~q~anco e ao preto e a uma cor i~tennedhUia')N8~ W1e~?sJHp.~ ,tpilesp~ialista, como urn born pmtor, por ,ex,~mJ~.at~~.8ft?~zd.e utllizar 11m numero enor­me de ~ornes: J?i¥fu4~~¥1~\W~~a~(~ ll?la das cores.a que el: q~er se refenr. No., ~~Roli'~t!,lF~l6qPP~' sabemos que Cronos e dife­rente de ZeuS, 0 quit e &"terente de Hades, que, par sua vez, difere de Uranps; e assUn POl' diante. Poderiamos citar urn nu­mero enorme .de arquetipos, todos eles podendo estar ligados ao arquetipp,,~@. wli~,-,.:..., ·:.;.Jl·~,:, ::.

Gostaria;#iUg:,d~inb.w::'qfieJung teve a intencao de de­senvolver essa\meia. de ar.quetipo principalmente para evitar o redutivismo freudiano e de putros autorcs, que, possuidos par urna idei~::-:~!<p;l~Hpica~'teduziart1 todas as demais a eIa, eo que e ain&a~,plQr,~queri~mJ.Ne;c!)I*os as"a'ceitassem como verdadeiras, .m~~ril6:\;iu~· et~s:ri[6' estivessem 'tornados pela mesma ideia. Parece-nos que se trata de um problema tlpico de poder. 0 indiv!duo possuido por urn arquetipo se sente superior, senao divino, e tenta submeter os demais ao seu pon- . to de vista, as vezes se utilizando dos meios os mais sornbrios. A ideia de J1.!ll£L~_~e-nos, roi a ~-I~conhec~jliv~~5~~ p~ tos_c..Qmo fOfoS energeticos, e com isso uma vis~Q pluralista de psiWs~~~uriHl~oJ.~~q~O ).lm~-c~nc·ej{ii?~ ~o~~!til£ae'-' autoritaria da Esisu~ . .!L9jt sociedade. .

'-··NesseSeiltido, ao chamar"i"iiien"9ao para a pluralidade de , pontos de vista e de uma relacao djaletica entre eles, em que • urn dos p610s nao elimilla 0 outro, Jung cria Uffiij forma extre­

mamente democn\tica de ver e de se relacionar com 0 psiqui­GO. Nao podemos esq~ecer que 0 objetivo fmal do desenvo!· vimento psiquico e 0 da ind.ividua~ao, que significa diferencia­c;ao, individualizac;ao. AssUn, pod~9~oS colo.car lung ao la­do dos nominalisfas. E esse Jung que nos parece 0 mais fertil de ser explorado, ambora sua teona seja muitas vezes distorci­da no sentido oposto, por ser muito ampla e IH4~tifacetada.

Como simples ilustrac;ao, passaremos adescrever alguns dos arquetipos mais importantes de forma sumaria, apenas para se ter urna noc;ao do metodo junguiano.

".'

7 Os arquetipos

o ego . u 0 com lexgp.2... ego. CO~? c~s-.

Jung consldera 0 e~~~ntro da conscl~~' - b.!. hama-lo, como 0 .~- 'se desen­tuma tam .. m c ----u· '0 e'ntre outroS. pOLS

considera-o como um,comp eXuetipicO que atrai outros con-volve a partir de um nucleo arq m contato com ele, vao s.endo

ais ao entrarem e ersonal1da~e teudos, as qu, d aquela part,e. ti~~~E; ... " _., . . ... assimllados. ~~P.~~--~·'i' ·~m~s. ponanto, e .ele qu;e .nCl.s

com a q,:.a\.?:':~i~ ~~s l~~~~~ .. ~.c·-·O-~go n~oc()rresponde a nos­d(nossa identidade conSCle~t ao arquetipo com essa caracte-

S'a'-p ~l' po 14' "p in~ll1i noSSOS c~.~p'~~es . ou...sev-•. A~·W4"',,_··-···--, a me-ristlca ~ 'ient"" Esta inttmam~n~ .. lig~~od·--·-t·l·-v·a· ~~b,.o......... --"-- f' queCl a a consci" . . -; ue nao 01 es , ... -_.,-

, ' acesso, lStO .~I q ............. A" • do temP9. mona que t~tn.9_L.. ' .. " . taO na depen9~nc~~._.--

. t .. ppr lSSOL es" .. _ ..... _.'-. SSlvameo ...... · ....... -..... . ou. pa . " .... - . e AQ.· esna5!" d f' . 0 que e consciencia. somas

.1.\. ~ d os e 1mr • Como nao po e~ em simb6lica, sendo a luz 0 SLrn-

forc;:ados a recorrer a hnguag tureza. 1550 par correspon· \:>010 que melhor express a a sua na com melhor nitidez e na

.- que en.xergamOS

der a essa reglaO maior seguran<;a. qual operamos corn

\ \

lUng Considera 0 ego COmo urn produto do inconscien_ te que emerge dele cOmo tuna ilba num oceano. A medida

S5

as formas pr6~ 'dos e assumem __ .. _. ' d~ seus conte~, .. _. ___ ______ . '_ .. _ . sempre atraves .. :_ ... _ ... _.. . prias do ego. que vai se expandindo, com 0 seu amadur~cjmento. OUtras

panes vao se unindo a ele, sendo compara~o, flnalmente, a • t' 0 da mae um contlnente. Noss

o ego, quando madurio gOta de cena 0 arque Ip . humano ,com a

conlinuidade e Pode ser visto como a poreao da pe",onalida. .• cia mais primordial do sor onfundem numa d

I d

. A expenen f e a mae se C f. . e que pennane"", ao ongo 0 tempo, f3Zen<lo p;ute de nossa . nl '0 da vida, 0 eto. a.lo def orma de Inl.

existencia conh"ida. Tern, como todo complexo, Ulna certa mae. No I clpleta e esse fato Jra marc impressionado 0 quan!i~aEe g!' en,rgla A sua disposi<ao, POdend;;;~:~'i:m.a. . slmbiose c;,~ uma 'vivencia u~iversal, r~~ndo em mitos, de •. neira, se.E,,-~!r.ont"'cQI)l o""os.complexo§,.as~~~.~o'Q~ lIva. Por esde os seus primordws, ap?cas ate as de hoje, atra. Ou COntrolando.os .. A essa energia J ung associou a VOntade, homem d ulturas desde as rurus arcru. s ou nos sonhos e que in! det"""inar nossa atlvidade e nOSSa responsabilidadc senbos e. esc as de' artist as eontempo;;~eosao representados conseiente diante do mUndo elll qUe vivemo,. POd em os dis. ves de. pm!u~OdOs nos. A mae e seu d.' : "conheeemosco •

. : tinguir Urn eomponentesomWoo e Urn Pslquieo., 0 conheci. fantaS!?", / ",as f ormas, e, apesar ISS d~ Mae. Como todo . 7

1ll

ento e 0 domlnio do nosso carpo atraves da vOntade estllo nas mrus t fundo 0 arquitipo da G;?n'

dade

de aspectos~ A na dependeneia do ego. A canseleneia qUe 0 earacteriza tern mo P:,?o e se pode assurn" u~a ~~ '~: no< madonas,. rna" diversos graus e imen'idades, sendo eom~arada a urn foeo ar~uetlpo, ':.ntada de forma malS

d

"~jctos ou animalS ~ue luminoso, que possui uma area central de maior claridade cor· mae e r'X'''seios , ainda at~aves eEo contramo, com~ Slm. eada POr uma fr&nja de Penumb" nas zonas mais distantes ou gran ~gU'" de seus atnbutoS'ea:erna, 0 vaso, 0 ut~ro, des" centro. lerobram a Maler a terra, a d pelucia. Enflm, ~ . . . bios da Magn 1 urn urso e se .£ atraves do 'go qUe ~o.Ba ''"'''<'0 des",J~"oem ~po. 0 e Remo e ROm u 0 . ou briga e n ulre ou que ~,~~ ao ~bjetoi por i!,q, ~e§ q~em produztooa nOSSa sub· a 10 ba d ilo que davida, al1menta, aualquer desses aspectos ""VI dade. Por s~r .. um Compl~~. ;~tre .Qutros eO~plexos, , tlldo .. q~ de forma anal6gtca com ~idO mais amplo, a pr6.

?rocura ~eaj~iJar aorestant~ f( ~o'!'a P'ique gomorllna Parte .... ..!:elaClon cteriza 0 matern~I; no sen

attiz

de tudo. .. . "-" tOd~. D!,s!:!elaewE",!!e~!,.p.!'~,r.a sur/(ir.~!" ~t,:'-- --," , q~e ear~reza, por ser onge,:" e m re urn lado pOSltlvO, cla. mento -,-~Il~~.~, e?' que o. eg~ E(!o " BU bm~te a.o to.do P,lqUl-. pna nat mo arquitipo, POSS~I sem:: curo e desf avoravel. Co-c

9J

•.

Q

!!.m'.,mQ.<;;llr.no della",o, em qUe se ,ubmete de forma ,Co ravel e outro negatlvo, 0 :es de simbolos materno, paSS.i~~.aoSC01l1plexos do inc?nseiente. 0 ego adulto e aque· ro e fa~e"Yerri~el, apresenta.se atta seduzem ... Eneontra~o, Ie qUe apresenta as caracterlsticas de Ilexibilidade, .d'<l!!a.. __ ~ ')10 Ma m deslroem, sufocam, brio as bruxas, feHI' ClIo, independ~neia etc. Sua Jiga'!n COm as demai, p~rt~s de . . que devo~:se~tantes desse seu lado ~~:atureza, como fura. nossa person.hdad "otal Podeser tomada como alllO' "~.,, "., . .'. co!no r:p as sereiasete.; asfor,",. is tai, como polvos, Ibante ao indivlduo om rela,oo a SOeiedade: procur..-I,..,,,,," " .. ,; '0. ..'sereas,lar

1 -'s tempestades; os anima ~to temos as fadas,

I

• d'· J' • d· ., .;\,r.". " ' CDes vu coe , extremo OpO , tee Uma re ',ao Huellca COm as elllal, Partes ""', -or """ . , , tes No seu

. . . ~ • '- ~. '. nohas serpen. . . os santas. ellmmar tuna das polandades. n atraves do ego que~n,,,-.. "d'. ',' or, .. ' rotetores femlOln . mos conseieneia do. dem.i, arqueiiPos;'qll"e-manifes .. ", "'1 ."pmtos p ~.---. ·"",'0"",01".

~

:---'-----~~ o arquetipo da cr." , . . an~a

::. A Grande M-". COmo ela .( . ae Vem sempre Hg d

. I~' esta. VOltada par 1 a a ao seu filho As ' \.; protetora font d a e e, ele a busc . Slm

no filho ~ma :. e amor e afeto. A mae d a como nutrientc, mento e cres ,s fIe de reaeoes sem as ~sp~rta e estimula profundame clmento, tanto fisico, co:;ums, se~ desenvo!vi_ quetipo qUe :::: ~ompromeridos. Por o~t:;\qUICO" ficariam portamentos u~ rta~ desde 0 nascimento Urn ad~,. e esse ar-

'; as necessidad~ d farao .com qUe a mae re~ , da sene de com­" ja nasce com os e se~ filho. Da mesma fOl~a e acordo Com

servaveis, tambe:Ovlmen~os de SUCCao or:~ q~e a crianca tes, sao herda Outros Inumeros refle aCl mente ob­qUe se atual' dos, necessitando apenas d xos, me~os eviden_

o lZem. e urn estlmulo pa Contato proximo ra

espOntaneamente ch ;om a crianea nos ens' atra ' , ora 1,"" c ma que ela Yes de reae - , o.u;, aretas nos' , a desempenhar o;s em~cionais como~ente:orfI ou nos seduz, isso, basta qu ma serie de papeis auto q~e nos induzem

e estejamos' matlcament P esses impulsos em Slntonia com 1 . e. ara

Cada d' ' e a e abertos para la qUe passa .

acerca desses Com' . ' malS se aprimora . tes (fundado POrtan:entos arquetipi 0 conheClIUento

mento infan:it7 expenencias cj{nicaS)c~~b Tr~ba1hos recen­amadurecimen ane~ mais 1uzes sobr re 0 d~senv01vi_ menologia do to d~ ?nanCa. Por Outro 1a e cad~ etapa do nhecida atraye~~uetlPo da crianca e dos d~o, ~.UltQ da feno_

.As prinCipais ~ estudo, d~ mit01ogias. mms pode ser co-nommou ar ue.· aractenstlcas desse -so do meni~o tlPO da Crian9a divina (:uad:a~, 9!Je Jung de­obseryad ' epuel/a, no caso d m~ a puer, no ca-

as no seu trabalh a menma) d COm Kereny N 1 0 penetrante publl ' po em ser dade, a futU;id e e aponta cOmo trae;s . c~d~ j\lntamente novacao 0 Iud ~de, 0 desamparo, a sabe~n~Cl~aJS a criatiYi_

, ICO etc. Ona mtuitiva, a re-

57

Se por urn lade 0 arquetipo da crianc;:a esta ligado ao da mae, par outro se relaciona com 0 do pai, numa polari­dade igualmente importante. Forma, com 0 senex ou com 0 velho sabio, urn par de opostos.

o arquetipo do pai

Jung' escreveu pela primeira vez, em 1909, urn trabalho sobre a importilncia do pai no desenvolvimento da ctian~a, ao qual deu 0 nome de "0 significado do pai no destino do individuo". Nele atribui urn valor extraordinario it figura do pai na constitui~ao da personalidade do mho, tentando mos­trarcomo a vivencia com ele ira influir futuramente no com­portamento desse futuro adulto.

o arquetipo do pai, embora nao esteja tao presente con­cretamente como 0 da mae no inicio da vida da criant;a, in­[lui indiretamente. Alias, 0 abstrato, 0 impalpavel ~.wpirit,o sao iustamente algum~~.9~.&.\HlUaracterisil9Af."'C-o-mq tal, age ~m6 -sem'esiii' Pre~em'YI. . ,,_ .. -_.,

. 0'-0 arquetlpo do pai atua sobre 0 comportamento huma­no durante todo 0 seu processo de desenvolvimento, e junta­mente com 0 arquetipo da mae forma 0 casal parental, de grande importancia em todas as mitoiogias. No inicio da vi­da ele age sobre a desenvolvimento do filho, quer diretameme, atraves do pai concreto ou da mae, como animus-pai, quer como consciencia coletiva, presente na cultura. Sua a~ao co­mo falo se exerce sabre toda a constela~ao faniiliar:- como agente 'o'rgaruzador;"li"mitador e ciisCiplinador:' - .... . _." -JU'iig chama: a 'aten~ao para' a sizigia; °isto e, a imagem

mito16gica do casal parental, destacando sua importancia no processo de individua~ao. A relac;:ao inadequada com esses arquetipos da origem a muitas neuroses e psicoses, e a neces­sidade de ultrapassa-las, atraves da desidentificac;:ao com es­sas figuras, e um imperativo na conquista de urn ego madu­ro e independente.

-------Comop' . --- --

I' aI, slgnifica . b -Iza, a ordem I' .' SIm olicamente

seu aspecto '~. el, a lnstitui~ae a cult ' 0 poder qUe ferti-sabio, com S~OSltl'lO: ~ .repreSent;de pelau~a, 0 espirito. No pecto negativo

a Posslblhdade de transcend~m~gem do velho

Castrador, que ;S;:l~;~~ ~~:;~r~ivel, co;c~~ ~~::e~~:' esenvolY1mento do filh

. I O.

Anima e animus

Ao desenvolver . torna a ideia ri ~ concelto de anima ea' do ser bissex:ad mOrdlal, encontrada em mu?lmUs~ lung re­per exemplo ° he' 0 hermafrodita. Segund Has nuto.logias,

.,. 0 ser hum ' .ermafrodita de 0 b 0 esses mHos -

f ~:."~!ie:~:~~~· :,;:~:u':::~~:· £;~:~~:: ~~in:: ,~,. Entretante: (;;saso~ separaram a fim de dim~a .da vingan9a

reunifica9ao uas partes estariam Ulr sua for9a. percebeu a ;r~?Ua1.se daria atraves de ;:::PI; .em busca da dendo a ideia deundldade dessa imagem a/'u ~,bem Freud Possibilidad d que todos n6s teriam q. etlPlca, defen_ mininas e e desenvolver caracterist~S, como Potencia, a

M " lcas masG:ulinas e fe Ultos autores d d -

humano como U ,es e a AntigUidade e espirito S . ma essen cia trinitar'. ,onceberam 0 ser . ,e POI um lado a I Ia. 0 corpo . a al

nIna, 0 espirit) (. a ma (anima) era ," . .' ma e 0 (anImus' ' VIsta como ~ , COmo a mulh I sena maseuli T I lemI-tes, alem do c er trariam, desde a conce n~. anto 0 homem Se desenvolve~~Po fisico. Entretanto a ~~e~~' essas duas par­identifiear co 0, haveria a tendencfa d Ida que elas iriam volver 0 an:m:; a anima, reprimindo ou edo ,ego da mulher Se tificar co' , cnquanto ° ego do ho elxando de desen­a anima n~ ~ animus, reprimindo suamen: tenderia a se iden­de qUe e' omel!l tenderia a ficar i anrn:a. Dessa forma

lnConsclente, seria projet:onscl~n.te, e, como tu~ , a e VlYlda at~aves da

5?

identifica~ao com as pessoas do sexo oposto. O_mesmQ se ~ia com 0 animus ~~.!!p:1.!h~~, q~e ~eria iniciaJm.~m.~ .. .vm!1-,fiado atr~.§ ... proje~~~_~ ... f}8~Fa~ de;> St;~Q op.ostq, e .. So.~. mente mais tard~_!9.. 10n_~0 _~~ v!d~! ta.i~ proje~.6es $cri:;t.ITl tetirada~ a m~dida_q.11~_ essas partes fossem se desenvolven­d,E.E-QJ2!:6prlo in.~l\f!~~o ~. Assim;·revrveriamos· 0 mito plato­nico de no inicio da-·vida haver um hermafrodita, que primeiramente se dividiria em dois para, posteriormente, se reunir atraves de Eros.

Portanto, assim como nosso corpo contem biologica­mente gens masculinos e feminines, tam bern no plano psi­quico teriamos rea~5es, atitudes e comportamentos que pertenceriam a esses dois polos,

A anima e definida per Jung como sendo ° arquetipo do feminino no homem, enquanto 0 animus e ° arquetipo do masculino na mulher. Nos sonhos, a anima vem personi­ficada por mulheres e 0 animus por homens. Esses variam de pessoa para pessoa, embora cada homem traga dentro de si uma mulher que melhor exprima a sua contraparte femini­na, 0 mesmo acontecendo no caso da mulher.

Como complexos autonomos, a anima e 0 animus nao devem ocupar 0 lugar do ego, e quando temos essa experien­cia, encontramos 0 individuo fora de si: 0 homem fica toma­do por suas emoc;oes e maus humores, a mulher torna-se impulsiva, dominadora, insenslvel.

No inlcio da vida, a anima e projetada, primeiramente, na mae ou figura materna, irma ou outras figuras femininas mais proximas, para, na idade madura, ser buscada na mu­lher que ira ser sua esposa ou cempanheira, No final da vida, com 0 recolhimento das projec;oes, tende a ser experien­ciada como urn fator intrapsiquico, Quando isso ocorre, atra­ves da confrontac;ao, e integrada a consciencia, passando a funcionar como ponte entre consciente e inconsciente,

Na primeira metade da vida, anima e animus tendem a se manter inconscientes; contudo, com 0 passar dos anos, ha­vera uma cobran~a desse polo esquecido,

A sombra

Dentre todos os co ' tra Inais pr6xi nteudos erquetf ic ficial cOnstitu~~ do ego e a sombra. s:U e~~~ 0 que s,e encon~ formad qUe chamamos d' ato mrus SUper~

. mas queO io~~~le~e~to~ que, jd fizera~/;~~:Ciente pe~soal,

, : valores do t,',pnmldos por sere..... . do consclente, , consciente'" , ..... Incol11pativ . que por - , ou amda pot' . els corn os

, nao serem f" conteudos s bl: . limiar da conscr . su lClentemente, fortes u ~nllnares

Contud enqa, permaneceram e para <ltravessar 0 0, seu nuel' In estado de 1 t~ .

consciente co let' " eo ,e arquetipico, faz d" " a encla. los simbolos q IVO. Como arquetipo, a so :n? parte do in~

u~ paracterizam 0 Mal m ra e expressa pe~ '. . .' ,no seu sentido amplo

-,

61

e coletivo; em nossa cultura, tom a a forma do Demonio e de toda simbologia a ele associada.

Como personifica~ao do neg ado e reprimido, a sombra busca sempre ser reconhecida para, assim, ser assimilada pe~ 10 ego atraves de uma constante irrup<;l'io a consciencia. E 0

conhecido retorno do reprimido. Quando excessivamente ens: ,..-. __ .-- ~.-----.. -...--sociada, como todo complexo, toma~se autClnoma, solapan~ do a hegemonia do ego. Nesse caso, e vista como 0 inimigo interno, 0 nosso lado sombrio, expressando nossos instintos sadicos e criminosos.

Nos sonhos, a sombra aparece atraves de personagens do mesmo sexo do sonhador que personificam partes da per­sonalidade negligenciadas por n6s que ocupam urn lugar in­ferior frente aos nossos valores. Com fregi.H\ncia, aparecem como pessoas com as quais nao slmpatTzamos9u~qli~-toiiia­mos como nossas inirrugas: Q\i,~,n.io~aiiuS,i(~' ~'reprimida, tan· to ,..ID~~, ~omb~i,a .s~. J9J..n~ .. .f9.rnlan.4Q,. u.ma'·p9.!~i~~iteS9m nossa ~!!ldealizada',l?..e3£~r9,o _:~~ .a, :e~,?a ~ompens~-9ao ps{qulca, quanto mazs queremos sub.~~" p~,r~. r;9~ t9.~~a~ pesso'aS-peifehas,-tanto mai's 'a,' sambra' ganha forya e tenta derrubar~riosdesse pedestal. -as 'gregos'chamavam-cieneme­sis 0 castigo dos deuses aos mortars-que"querlaniuItrap~s!ir' o'sse-us'limhe~~-d~eim:~~~~~,p'~.l~.su:a,n~t~reia' ~u.I?an'~. Tam­beiiiiI9."mQrf! tern _s.~~s._ asp.~.c,tos. p,~,sHi'!os, ~.'_,,~e confronta­da, ira enriquecer a personalidade, tomando 0 ind'ividiio'mills h'umilde 'e~'conferirido 'a'-psi'quesua 'dim~nsa.q humana. '

, "j';' 'confronta9ao, com a sombr'ii'constilUi'umadiinases mais importantes do processo analftico, e se nao Ihe dermos a devida importiincia, todo 0 processo ficara comprometido.

A persona

o homem, como todo animal, tem uma necessidade im­periosa de se adaptar ao meio exterior, do qual depende

',I. _._-------­----para sua sobrevivencia D ..-~daPtati~o-PJ"otetor qU; de~:~:~ve, para isso, um Sistema

esse melO. Entre os . '. lar confomle as alter _ esse fato atra'feS da m:::~~nferiores, podemos Obs:;::: pa~as, aspectos repuls' mo eles desenvolveram mo' IVOS ou atra t cara-

o mlmetismo para en es ou meCanismos co predadores. ' passarem despercebido ,-

s aos seus ~. Por sermos ani . . " so, de alguma .oorma

mars gregarios, necessitamos ale d'

adq . . procurar um ' ,m IS-ummos posturas e assumi a mS~:~ao social; por isso

grarmos a Coletividade. Qu md os papels, a fim de nos inte~ urn grupo " an 0 passamo c

, mUl.as vezes temos s a lazer Parte de ~~S;~;;,a~ejra de proceder exte;:::e~~ar nosso~ vestucirios, l' ' nas para essa situa~ao C' e, aS~~mmdo condu_ mgUlr dos demais, adotam '. ertos grupos, para se dis-

:~u~a~oes .etc. proprios que v::;:::r;es, distintivos, siglas, e ermmados. Podem e acordo com mome

"., fenomeno entre militares ~~ observar com mais clareza es: ,'r algumas profisscies. ' empresas de ce'rto'porte ou em . No trabalhc ana1't' nossa . IICO Jung di t' ' it ~S.lqUe V01tado a ada;ta _ s mgue um segmento de

coletlYldade, de urn ~ao externa e, Princi 'a1 cesso de individua~ao E~profundo a ser difcrenciaJo n~~nte, rentamos ser. A medi'da e~esempre Somos aquilo que a;~-mento, passamos a aumenta n0550 atit-" ---h' • - -- -:-. : , c reconhecer. oeon eCl-e apenas uma masca que multo daquilo ue fUnda. Jung denomi ra qUe e~cobre Uma identidade~ ~omo5 , Per t na persona a ed' ars pro-

an e os Outros sse lsfarce que uti]' em e perante n6s . _ . lZamos prestado aquelas .( mesmos. Tomau F"l--'

em s mascaras que 0 t Ql nome uas representa - . s a Ores greg os t'll '

penhar pap.(· c.90es teatrals. TOdos no' t ,11,l'f.Z~}fanL ' i cIS que nos - . s em os. d ... df'_~ 'In.

CargOS qUe ocu sao Impostos pela vida" 'I~'t: ,r:,-wn~1 J ('t, ciedade pamos, pela fun~ao que SOClf,l~, d~e,Ia$

, exercemq$ flftcpo- r

, ') ..

Quanta maior e 0 nosso autoconhecimento, tanto mais f~kil e distinguir 0 que somos na realidade daquilo que gos­tariamos de sel' ou que nos esfor9amos para que pens em que somos.

Desde a nascimento estamos sujeitos a inumeros condi­cionamentos e exigencias extern as que nos obrigam, muitas vezes, a comportar de maneira totalmente contraria it nossa natureza profunda. No inicio da vida, 0 desejo de agnidar aos pais au a figuras importantes no plano afetivo induz a crian9a a assurnir valores e a adquirir comportamentos alheios as suas inclina90es e tendencias basicas. Dessa maneira, sua hipertrofia resultara em autonomia do complexo, que pode­ra se tomar uma patologia. E quando 0 indivfduo se identi­fica com 0 cargo, com a profissao ou com a institui9ao a que pertence. Se adequada, a persona auxilia 0 individuo a vi­venciar aspectos do seu mundo interne e a atualizar padroes arquetipicos necessarios ao seu desenvolvimento; entretan­to, se se enrijecer, aprisiona-o, qual uma armadura ou mas­cara, sobre a qual nao tern mais controle.

Nos sonhos, a persona e representada por uniformes, roupas, fantasias ou fachadas de uma casa ou edificio. Sao comuns os sonhos em que 0 sonhador se apresenta com rOll­

pas inadequadas para a situa9ao ou, mesmo, nu em publico, revelando uma desadapta9ao ao nivel da persona.

Observarnos em todas as culturas modernas ou arcnicas que existem regras de etiqueta, maneiras de se vestir, formas de se comportar que distinguem as divers as classes sociais, as profiss6es, os grupos etarios ou os cHis. A persona e, por­tanto, determinada pela consciencia coletiva, que se origina, por sua vez, na psique objetiva. Como a conscientiza9ao se da por uma desidentifica9ao com os estere6tipos coletivos, e tarefa da analise, bern como de todo desenvolvimento psi­co16gico, reconhece-Ia como algo acess6rio a nossa essencia individual.

64

A medida --'---.-. -----se t . qUe 0 processo de ' d' ,

ornando mais nitida a disti ~ In lVIdua9ao avan9a. vai os Outros e aquilo que somo n9ao entre a que Somos para persona passa a ser em gran s para nos mesmos, So entao a

:i~~O indivfduo. jnt~grando a ~:~%:'v~~a ~scoJha conscien_ , a persona seria tanto ' I uaIldade. Nesse sen-

espelhasse 0 indivfdu mrus verdadeira quanto mais . 0 na sua autenticidade,

o self

o conceito de indivicl ~ central que 0 orienta ua9ao e a ideia de um arqueti

:t ~ ~ vertice da terapia j~n~~~a~~n~~enominou self. cOnstitu:; ,e sua fenome.noJogia resulta~a adCOnstata£ao e a descriCao

Clas convergentes, Como ' ,m, e uma serie de experien­pOd7 ser abordado tamb6~ad fOI VISto, to do fenomeno vital e uru~amente atraves dela a Vi~ POnto ,de vista da finalidade, ~e p~I~ma~ 0 processo de indiV~d:dqu..lre um ~entido. Sob es-

re lza9ao de uma serie de ' ~~ao nada mais e do que estado de potencl'a PossIbIlIdades que traz t al' e que evolu emos em j'~t dlZa9~0, ~endo 0 self. 0 arq~~'; naturalmen~e, para a sua I a e PSlqulCa, -po qUe expnme esta tota-

No inicio de sua Db da :"id,a psfquica, ponto d:a~, Jung ~ia 0 ego como a nueleo

. malOna dos PSicologos OCid~~:" alHis, cOincidente com 0 da ~o~o fruto de suas observa ~ rus, C~m 0 passar dos anos. :,jeu Inconsciente au com 0 d

90es a par:lr de experiencias com do que havia um Outro e seus paclentes. foi reconhe te n ' centro - mP. Ih cen-

o mconsciente col t' Trgu ado profundamen_ personalidade total' e.IVo -, que seria a de consciente • Isto e, abrangelldo 0 conscl'ent no~sa , e eo In-

. To~o individuo, COIno 0 " ,

~~a uru~ade, fruto de caracf:r~~~l0 nome mdica, representa anahsarmos esse individuo cas que Ihe sao proprias.

" procuramos decompo-Io

6S

em suas partes, num procedimento didarico raCionalista e artificial. Entretanto, nao podemos jamais perder sua un i­dElde organica que 0 fundamenta, Assim como existe urn ar­qnetipo que reune uma serie de imagens, ideias e conceitos pqr urn parentesco comum de significados, existe urn outro, supra ordenador, que abrange e engloba os demais nllm to do indivisivel.

o desenvolvimento psiquico e algo misterioso na sua essencia e impossivel de ser esquematizado nos seus detalhes, A crianca, ao nascer. ja traz em si os germes da sua persona­lidade adulta, e e 0 self que rege esse crescimento, fazendo com que 0 indiv£duo va ern busca de condiyoes ou situa­c;oes quetornem passivel a atualizac;ao daquilo que traz co­mo potencia,

o processo de individuayao e algo que se manifesta co­~no uma pressao intern a continua. que ora se expressa de for­ma sutil,' ora de forma violenta, para a realizaC;ao de nossa totalidade. Muito embora todos nasC;am com essas tenden­cias, poucos conseguem levar a termo a concretizac;ao e/ou a conscientizacao desses anseios. que se expressam nas fan­tasias, nos souhos. nos desejos profundos,

Praticamente, 0 senso comum e todos aqueles que se de­dicararn ao conhecimento da alma humana. nas mais diver-3as epocas hist6ricas, confirmam que nossa psique e constituida, par assim dizer. par uma superficie e uma parte profunda, uma periferia e urn centro, Nao se trata, aqui. de um centro fisico, determinavel, mas de um nueleo em torno do qual se organiza nosso psiquismo, Aqueles que 0 atingi­ram ou dele se.aproximaram descrevem-no como sendo urn centro carregado de energia. urn est ado em que sentimos uma plenitude vital, .

Para caracterizar esse processo de individuac;ao. lung se utiliza da arvore como simbolo, que desde os mais remo­tos tempos foi tom ada como metMora do. nossa vida ou do nosso vir-a-ser psiquico, Ja na sua semente ela contem todas

66

as possibilidades de desenvolvimento, necessitando tao­somente de condi.;:6es favoraveis para completai- seu delo bio-16gico.

~'.' A parabola do semeador e apenas uma dentre tantas que . ~~' podemos ellcon~rar na literatura de culturas diversas ou em

desenhos de erictn9aS de hoje. La esta a arvore com suas rai­zes, sua copa. seu troneo. As eondi90es climaticas e do solo ou os euidados que requer poderao bloquear seu desenvolvi­mento, desde a fase da semente, ou fazer com que atinja sua plenitude, perfazendo 0 seu cicIo vital.

o self. apesar de estar presente durante toda a vida. e pereebido com maior nitidez na segunda met~de da vida, quando M uma tend8ncia para 0 deslocamento do eixo psf­quieo do ego, produzido par urn 10ngo processo de matura-9ao. Podemos atingi-lo espontaneamente Quapos longo

_ trabalho, como aquele desenvolvido par religios'os, ascetas, misticos ou alquimistas. Sua a9ao sc faz sempre presente, mni­to embora nem sempre tomemos consciencia de seus efeitos, Muitas vezes sc ,naI1ifesta como uma for9a que alguns cha­mam de destino ou ananke, a necessidade, outras, como coin­cidencias signifieativas, ou mesmo, como sintomas, A forma como cad a urn experiencia esse arquetipo varia de pessoa para pessoa, Alguns sentem-nq como Deus, outros como um es­tado de beatitude. Os budistas associ am-no a ideia de nirva­na, 0 estado de transcendencia dos opostos; e quando os

,conflitos entre as opostos sao ultrapassados enos liberamos ::das limita~oes do ego.

Jung dedicou muitos anos de sua vida pesquisando as formas simb6IiCaS que express run esse arquetipo.'Dentre as mais conhecidas estao as figuras coneentricas, quadradas. re­tangulares e circulares, que as povos orientais conhecem co­mo mandalas (palallra origimiria do sanscrito e que significa "cfrculo magico"),

Essas figuras sao usadas como objetos de ·meditac;ao e auxiliam na organiza9ao psiquica e na concentrac;ao de ener-

-- , ' s Pertencem ainda ao

gia'do self, isto e'I'js~o :~:i:S~~;:~:n~e, por seu ~:!~r uct; , bolismO do se ,0 .' d' figuras que expn

slIn: de incorruptiblhda e. leao, 0 rei., 0 papa. randade e 'sterna tais comO 0 sol. 0 • nificam urn alva

entrO de um Sl , bJ' etas que Slg t C 'h 0 velho sabio etc,; 0 l' . r da longa vida, 0 c·

\ a nun a, , 'do como a e lX1 \ ' . a a ser atmg1 • :. ou obJetlV , realiza<;ao ' ~ souro escondido, , a ontam para a a\1~O-, btido

tl Todos esses slmbolos Pd estabilidade PSlqU1c~ 0 , . ou se)' a, um estado e

d d sl'co16gica. Obwunente.

pSiqUICa, u de maturi a e p ele e antes, ~ grl\Cas a u~ a1t~ ~;f ern sentido abs~luto, :.a~radac6es que , nao se atlnge a1 devemos noS aprox~rnar, rnais ou rnenos

t., UVlt~::a1a~~;:gO do temp~. Po~~:~~ :~:stadO de hfa:n;.: t., 6 'mas desse centro. malS a urn estadO de per ell; , r pr ::<1 tudo jamais chegar Nesse processo, que l' nla, sem. CO~ , atributo divino. 1 d ego e basilar, f pois, esse e

d u;- a vida inteira, a pape d °penden\ da von-

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',' dura na ver a e, dessa empresa e

~ \';".

~ 1:

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Em ~rande parte. 0 s~~~ss~e de cada indivlduo, tade e da responsabl 1 a

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" T .... , .,; .. ". .::.:~ ." .. :':"';:, .. ,.~ , oda a obf.~i'de ],'.:' ~, '.', ;, para ele. Foio 6dAt"i ~~g p.al"~. ~o, tl1lbalho cl' . " de cinquent .a·o constanit:icom 's~ .mlco e se Volta ;.';: ideias e testaarasnos, que,lhe seMu de labUoSrPta~l~ntes, por mais

, '" eu met d' I a ono pa . ,; do trabalho ter It • 0 0 de tratamer.ito Q ra extrarr " apc:;utlco e . uando se .. po de Outras dis . l' apenas para colhpr . a~asta

qUe SUr ia ClP mas, a fim de clarif' - matenal no carn-P g no seu consult6 . Icar e ordenar aq '1

OUcas silo as flO. , ' UI 0 dentes . , , questoes qUe Cost au indi:e~~~~atricos qUe nao tenhaX:~~~ s~rgir frente ~ pa­

, do conceito d nte, nas abras dtt Jung G a ardadas, dlreta '. lus:aa no enfo e arquetipo, observamo~ u~as:as it formulacao Essa nova ab qude do material psiquico d a V~rdadeira revo-

or agem J e uma forma 1 transformas:ao que ung possibilit '., gera . nhos ~ ?rofunda da mane' d ,a r.esultou numa , , as lantaslas Ira e se mter

,s:ao a entr' ' a transferencia as te ' ... pretar os so-'A ' eVlsta analitica. ' , cmcas de mObiliza_

o mves de uma b analitica qUe di a ordagem'Causalist to do '. " sseca e decompoe'"'' a au essenCialmente

raclOClUlO a a16 ' em Partes h' mais global e ab n glCO arquetfpico poss'b.f. Con eClmeu_ ~reendidos feno~angente, na qual sao iden~i;.I~~ uma visao tlCOS ou fragm enos que permaneceria . ilCa os e com-

entados. Imagens' m separados, cao-, Sonhos ou id.{· .. las apa-

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r 1 I I' i .

69

rentemente absurdas e destituidas de quaisquer significados sapreunidas e agrupadas dentro de urn sentido comum. Aqui­la que it primeira vista parecia amorfo e dissociado, se nos apresenta com uma logica e uma estrutura interna transpa­rente. Ao inves de lidarmos com uma ideia ou imagem isola­da, passamos a distinguir agrupamentos ou nucleos idea­tivo-imageticos que se unem por um significado comum.

A busca de uma rela(}ao humana

A relacao analista-anaIisando nao requer uma neutra­lidade rigorosa, e a separacao cientllica entre ambos e tid a como impossivel e, mesmo, indesejada, pais tambem esse pa­drao e urn estere6tipo. Tal separac;ao deve ser superada para que se consiga uma relac;ao humana, pois s6 essa possibilita­ra urn desenvolvimento natural e espontaneo da personali­dade. Sabemos que toda reJa~ao a mvel pessoaJ se funda 50-

bre urn modelo arquetipico do tipo mestre-discipuJo, pai-filho, mae-filho etc. E a distinc;ao feita por Jung, na relac;ao transferencial e contratransferencial, do nivel pessoal e coletivo. Enquanto no nivel pessoal essas relac;6es seriam vistas aproximadamente da forma freudiana, no coletivo dis­tinguimos a presenc;a dos arquetipos moldando 0 relaciona­mento. Com isso, torna-se possivel uma amilL..: objetivando nao uma simples terapia ao nivel do ego, mas atingir os pon­tos nodais do psiquismo, ou seja, os complexos e os arqueti­pas. Somente dessa forma e conseguida uma mudan~a estrutural de personalidade, muito embora oindividuo, na sua essencia, permane~a mais proximo dele mesmo.

A libera~ao de 0 individuo se identificar com urn ou mais arquetipos, origem de muitas neuroses, 0 traz para uma rea­lidade mais humana, vendo-se livre de comportamentos com­pUlsivos, em que e submetido pelo inconsciente.

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----~---- I Se form as ca -- , I

lados ao longo d Pales de identificar os . - I com uma realid ~ pro~esso anaIitico, estar arquetipos con~te_ manjpula~6es d~ : mats objetiva, evitando :os tra~alhando

".' vor. Com isso ~ go, que tenta distorce at:madilhas das ao Contrario ~ ?ao buscamos enfraquec r as fatos a seu fa-~~.

'J.!.':" Iii:"

I • !~~. !. I.!I.

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, c Importa t er ou elimi porem respeitand n.e ~ue ele se fortale--' nar 0 ego; adequar a Uma r 0 .seus liIl1.1tes e reconhec ~a e a.rnadure~a, objetivo, e a umaeahd~de externa, represen e~d9 que deve se sentada pelo realidade interna tam' e tada pelo mundo

mundo dos arquetip~s.. 0 m objetiva, repre-

o . sfmbolo eO t

. este das associacoe '

. 0 traba1' I S na chnica 110 com 0 i b

processo ana1[ti s malo e de im . Contato com a to, UIIl~ v~z qUe e atravts~rt;D.cla. capital no

" ~ediador entre :ons~lente. Por desem e e e qU~ tomamos ~ Integrar esses do' nsclente e inconscienfe ~'1ar um papel de . p61os, efetuada JS campos. E atraves da d'a1e~ a fun~ao de nas t- por ele qUe a 1 etlca entr d .

, ao caracterfst' ' s 0 vencidas d" e 015 tica, a inte ~ leas das neuroses e . as IVlS6es inter" de sua lin ~retacao dos simbolos au ps~eoses. Nessa diale-

ci6ncia, pe~~~:rn, que a torna cO~pr::~:f a decodificacao tegrados pelo que as conteudos do in v~l para a cons-

o t complexo do ego conscl~nte sejam in- ,. este dal; asso' -' .

ca anal1tica, se d ~l~Coes nao e mais e _.- .L. - • -+ .. : cOmo tecnica d

D 0 ut~l~zado somente em ~preg?do na pniti- r

.cia dos com 1 e mobIlizacao ou Para c asos exc~pcionais ·t-, ~e 0 dialogo Pa~~~i~icAtraves das reaCoes ~~p:o~ar a exist6n_ I'

que nos permite faz. 0 podemos perceber ess~s ~.!.~nte~ g~ran-algum complexo er 0 papel do teste. Q ~~mpl~xos, 0 c;:6es emocion«; ,podemos observar que uan~'(I) sel ti:l~)em ", '. '" ..... s, trans par 0 paClertt(:'''- . .I., Cues no tom da ecendo raiva ch L'CIfflrea11.' I, '0

d voz, bloqu . . ,oro 'Iti"S6SI, ~ .. .J' ou escarga em' ew, l1l1Jnica alt ' . , S.l-l.'Ora~ 1:, ci '-;

OClOna] desses compI erada. A;alb-gr~~a:O:'11 ;". . exos produz; uma .

trans.' '!(l:

11.>:: f~ _ nl.\1 I' ':~; ,

fereneia de energia que se acumulou nesses n6dulos, deixan­do de interferir e de polarizar a vida afetiva do paciente. Em geral, devido a esses complexos terem se formado a partir de traumas, trazendo a tona lembranl;as dolorosas, quando to­cados, percebemos rea<;6es defensivas com 0 intuito de evi­tar que esses pontos sejam atingidos.

Atraves desses complexos e possivel determinar que ar­quetipos estao sendo constelados no inconsciente, e gral;as ao conhecimento que possuimos dos dinamismos proprios de cada arquetipo, podemos determinar os mitos pessoais que o individuo esta vivendo. lung chamou a aten98.o para a im­portilncia de se conhecer 0 mito (ou os mitos) que 0 paciente estaria vivenciando e de ajuda-lo a adequa-Ios a vida real. o analista experiente conseguira identificar que esse pacien­te vive 0 mit a do her6i conquistador, 0 mite do velho sabio etc. Urn de meus pacientes me disse que se sentia como se sua vida fosse a enCarna98.0 do mHo de Sfsifo .

Da mesma forma que a vivencia dramatica, a experien­cia psieol6gica s6 e observavel quando se participa de forma significativa dela. A analise junguiana, mais do que uma sim­ples elimina9ao de sintomas, uma adaptu98a social ou urn mo­delo teorico que estabelece 0 que e normal e 0 que e patologico, visa a busca do significado profundo da vida. Mesmo atos destitufdos de significado, quando encarados do ponto de vista pragmatico ou da poJaridade vida-morte au saude-doen9a, como a vida de certos martires au her6is, pas­sam a ser ate mesmo sublimes, se encarados sob outro prisma,

A terapia junguiana nao e sugestiva

Na terapia junguiana nao tern sentido a sugestao ou per­suasao, ja. que reconhece que a psique possui uma autono­mia e urn poder para se desenvolver por si"mesma. A psique necessita, para isso, apenas que lhe forne9am as condi90es

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In[nimas pa - --.. ra Optar 1 ' c~dam Jiberdade par~ea~e ~e e melhor para eia e que Ihe Con cldade intrinseca de . esmo escolher errado S -de doutrina ~ autodlferenciacao excl' .~ .... ua capa­taculos cao, uma vez que essa trar' .Ul ~Ualquer forma

. ~ na prOCura daquil .la mrus distor90es e obs-pelto etlco pela liberdad dO que millS Ihe convem Um ~:~~os::?re ~resente n: mee:~~o~~a ad~c.ada indivfduo d::~ so fara cnos nscos para 0 paciente emn jlsta, mesmo envol-

om que 0 ali . a gUm as ocasi~ I participant : an sta mantenha oes. s-

,. '. ~~:iaeitandOe~ ~~c~~~~neCi~o~~c~ne~o seu po~%a d~e~i~~~~~ ,"':': COntrarios aos seus mo a adocao de pontos d

, 'I: A ad . ~. e .! . ~... nllSsao da ob' t' .

. ' da alma, como Jun Je IVldade da psique OU da re . nhecer 0 fal g COstuma chamar t ....... olidade se faca cit; s~ e a verdadeiro. requisitos'p~rna pO~§iY~l reco-

nCla ou arte P d nmordiais para ~:~~~~~ rna terapia, d~ ~es=~o~i~ingUir, ~S~jm. a boa ~~~

om de um rna a qUe dlstmguim enfim, uma arte boa dU~ ~ma boa ?:ca de teatro d~ u~~s~r;:t

A terapia . . ma espuna . a, Jungulana e .

i:,e~~%ento da ~~a e do in~~~~:~a r:: '!iferenciacao e enri-

como nooc~~~~~~encia, repercusso;s ta~~~ ::~~ra isso tra­

v[duo consigo me~~'o meIholrando 0 relacionamen~~Od:~ndt~ Outro ' resu ta nUm 1h m I­de nao e com 0 coletivo. A individu~.me _ Or relacao com 0

ao ego[scon~uzl ~omo alguns SUpoem .l2a9~0 ~a. personalida_ . mo, multo pelo Cont ' . ' ao tndlvldualismo ou

um sunpJes memb rano. 0 illdividuo d . a coletivid d ro do coletivo para nod . ~lxa de ser 1 a e como um Tu ~ er se relaclonar com

e evado de consciencia. ' 0 que representa urn grau mais . 0 Contato co . .

fund m 0 rnundo dos ar ,. cent'r~m:ntt~ da personalidade e a ;::~~os produz um apro-

, a Ivado, 0 ego d" , 1 a que 0 arqueti 0 cedendo-a ao self. 0 . d' . elXa de ser 0 Condutor d _P realidade psiqUic~ m. IVldu? se abre, dessa [onna . a a~ao,

; multo mruor send . ' para uma , " ' 0 posslvel eXperienciar

t-

73

aquilo que sempre foi:chamado de divino em nos. E essa a fun9iio religiosa, que independe de qualquer credo ou reli­giao institucionalizada e que nos religa ao mundo a nossa vol­ta e no infinito de nossa interioridade. E 0 ego que separa o mundo em sujeito e objeto, que nos aprisiona no narcisis­mo e no egolsmo. dando-nos a sensaqao de solidao existen­cial. Quanto maior essa separa9ao, tanto maior a angustia e 0 desespero de nos sentirmos alienados e divididos, senti­mentos pr6prios das neuroses e psicoses.

o trabalho redutivo e prospectivo

o material arquetipico que aparece em sonhos, fanta­sias, desenhos etc. podeni ser considerado como urn produ­to arcaico ou como algo ultrapassado. que servinl como materia-prima a ser elaborada. Quando os arquetipos se apre­sentam como material regressivo, eles deverao ser trabalha­dos enquanto obstaculos ao desenvolvimento da persona­lidade, caso dos dragoes ou gigantes em muitos mitos, que precis am ser sacrificados e desmembrados. Em outros mitos, caso do her6i, da heroina, do velho sabio ou mesro de aru­mais, ao estabelecermos um vinculo ou uma identifica9ao com eIes, funcionadio como meta ou aspectos nossos a serem de­senvolvidos. E nesse sentido que Jung nos fala em vivenciar os mitos que se constelam no inconsciente e que poderao re­presentar, se vividos adequadamente, um ideal do ego. Nes­ses casas, funcionam como marcos que orientam 0 individuo pela senda do processo de individua9ao.

Todo material arquetfpico deve ser associado (au tra­duzido) a uma linguagem intimamente Iigada ao existencial. Cada arquetipo deve estar unido a moment os ou (atos da vi­da daquele que a vivencia, pois s6 assim intensificani a vida e trani uma maior liga9ao com a realidade. Se trabalharmos os arquetipos sem liga-los diretamente a vida concreta e fac­tual, eles ir~o produzir, inevitavelmente, uma infla~ao, apro­fundando ainda mais a dicotomia mente-corpo.

74

.' ~:'. . 0 ,eoonhecim,nto de mill . -.. ~o m~onsciente de urn mes t~pla.s ?ersonalidClct

es atuando

ldentlficadas e personaliza:o l~dlV1duo possibilita~lhes ser

ses conteudos par meio de faanSt' ,traves da objetiva9ao des

",

senhas t aSlas ima' -' ~ , orna~se possfvel co . .' gma<;ao atlva au de~ mesma dialo nSClentlZa~los 0 e . d d go> cO.n ",as p<,"onalid d . . go poden! ate a e~potenCJGliZlf'las, ou melh a es parclals, conseguin~

todo ]unguia or. conhece~las E fi deli't no pwcu,. of,,,,,, in t . n un, 0 me-tnl. ar urn campo de a ~ ~ rumentos seguros ar

das peIa' da materia p ,ao da pstcologia , liberar'a ~ a tual, por outro. Nenhu:::~~~' e do 'adonalismo con:::i~ a sen~ a ideia (10 "cuida d scola pSlco16gica levou tao acresclmo" a tua alma e 0 res"o . .!.

, L VIrd por

;',.

. ".",: . :?0 ., .. , ~'f~ ':

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V ocabuhirio entico

Alqulmia: precursora da qufmica modema. Juntarnente

com seu aspecto empirico cientifico. aparecem especulac;5es filos6ficas e re\lgiosas. rlquiss

imas em slmbolos de inconsciente. Foi estudada por Jung sob

esse angulo . Amor: deuS do amort na mitOlogia latina. que corresponde a Eros. na

mitologia grega. Atnplifica~iio: termo utilizado por lung para designat 0 trabalho

de en-contra! outras irnagens de significados semethantes. a fim de apro-

funda! e ampliar seU conteUdo simp6lico.

Anima: arquetipo do feminino no homem

. Animus: arquetipo do masculino na mulher. Arquetipo: padroes de comportamento herdados ou universais psico-

16gicos conticlos no inconsciente coletivo. Aulano

mia: palavra que caracteriza a Independencia dos complexoS fren-

te a outrOS conteudos psiquicos. Complex

o: agrupamento de icteias. sentimentoS e imagen

s com urn nil-

cleo de significado comum e que se comporta como uma individua-

lidade . _patoJ6gico:' e aquele que. por sua autonomia ou por estar disso· ciado do restante da psique. produz um efeito altam

ente perturba-

dor ao ego. constelar: e a entrada em atividade de um arquetipo. razendo-se

pre-

sente no cenario psiquico. contagia psfquico: influ~ncia que um indiv[duo exerce sobre outro. afe-

tando 0 seu comportamento.