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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE TURISMOLOGIA
CURSO DE TURISMO
MONIQUE DE ANDRADE DANTAS
TURISMO E COMUNICAÇÃO: A DIMENSÃO DO JORNALISMO NO TURISMO
Rio de Janeiro
2011
MONIQUE DE ANDRADE DANTAS
TURISMO E COMUNICAÇÃO: A DIMENSÃO DO JORNALISMO NO TURISMO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro como requisito
parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Turismo.
Orientadora:
Tânia Guimarães Omena, MSc.
Rio de Janeiro
2011
MONIQUE DE ANDRADE DANTAS
TURISMO E COMUNICAÇÃO: A DIMENSÃO DO JORNALISMO NO TURISMO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro como requisito
parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Turismo.
Monografia aprovada em 02 / 12 / 2011 para obtenção do título de Bacharel em Turismo.
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________________________________________
Tânia Guimarães Omena, MSc.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO
___________________________________________________________________________
Luciano dos Santos Pereira, MSc.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
___________________________________________________________________________
Rodrigo Machado Vilani, Dr.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO
A Deus, à minha mãe e a todos os
amigos que me apoiaram durante o curso
de Turismo.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradecer a Deus, por ter me dado a oportunidade em ser a pessoa que
sou, possibilitando-me estudar numa escola pública de qualidade no Ensino Fundamental, em
uma Escola Particular no Ensino Médio e por eu não ter perdido jamais a vontade de estudar,
fazendo com que eu chegasse à faculdade e a concluir o curso de Turismo no Ensino Superior.
E também agradeço por ter me dado saúde e sabedoria para fazer as escolhas certas e seguir o
caminho rumo ao sucesso pessoal e profissional.
À minha mãe, que foi a primeira pessoa a me incentivar para os estudos e nunca me
abandonou nos momentos mais difíceis, como na hora de escolher um curso no Ensino
Superior ou quando eu não obtive êxito nos vestibulares anteriores, quando eu tentava a
classificação em outros cursos de graduação. Ajudou-me bastante nos custos de alimentação e
transporte durante os primeiros anos da faculdade, quando me encontrei em dificuldades. Sem
a educação que ela me deu, eu não seria a pessoa que sou agora.
Aos meus amigos, que comemoraram comigo o ingresso no Ensino Superior e sempre
me incentivaram também a prosseguir o curso, apesar de todos os obstáculos vistos durante a
faculdade. Aos meus colegas de faculdade, que fiz durante esses anos de curso de Turismo,
onde fizemos muitos trabalhos exaustivos e participamos de muitas visitas técnicas ao longo
do curso, além de termos uma convivência pacífica e respeitosa uns com outros nessa jornada
de estudos.
A minha professora orientadora Tânia Omena, por ter me recomendado o enfoque do
trabalho proposto e ter me dado dicas de referências bibliográficas sobre o tema Turismo e
Comunicação. Aos professores Carla Fraga, Antônio Carlos de Carvalho, Laura Sinay,
Jaqueline Elicher, Anita Buthod, Luciano Pereira, Rodrigo Vilani, entre outros professores da
Escola de Turismologia da UNIRIO, que foram muito importantes durante o meu curso de
graduação de Turismo.
Agradeço a todos por tudo durante esses quatro anos de graduação em Turismo na
UNIRIO.
“O viajante concentra estes tropismos milenares: o gosto pelo
movimento, a paixão pela mudança, o desejo ardoroso de mobilidade,
a incapacidade visceral de comunhão gregária, a vontade de
independência, o culto da liberdade e a paixão pela improvisação.”
Michel Onfray – Filósofo francês.
“São muito importantes os encontros com outros, com pessoas ou
lugares, porque propiciam inspiração e coragem para se escapar às
rotinas tediosas. Ocorre um desperdício de oportunidades, sempre que
um encontro se realiza e nada acontece. Na maior parte dos encontros,
orgulho ou cautela ainda proíbem alguém de dizer o que sente no mais
fundo do íntimo. O ruído do mundo é feito de silêncios.”
Theodor Zeldin - Historiador inglês.
RESUMO
O presente trabalho abordará a relação entre Turismo e Comunicação, com enfoque sobre a
abordagem do Turismo através da mídia, especificamente pelo jornalismo turístico. Serão
apresentados conceitos de turismo, comunicação, jornalismo e as várias definições de
jornalismo turístico, que é um tema recorrente na mídia impressa e digital, porém há poucas
produções acadêmicas que abordem o jornalismo turístico com mais profundidade. A
comunicação promove o turismo, através das reportagens e textos sobre a atividade, e o
turismo realiza as viagens feitas pelos jornalistas, que procuram sempre novos lugares e
culturas para viverem uma nova experiência fora das redações jornalísticas. A mídia tornou-se
uma ferramenta importante para a divulgação e o consequente desenvolvimento das atividades
turísticas em diversas regiões do Brasil e do mundo, pois o turismo se firmou como a terceira
maior indústria do planeta e o jornalismo turístico tem ganhado destaque na forma de tratar a
atividade turística, levando informação sobre o tema aos leitores e aos telespectadores que
poderão ser potenciais turistas aos destinos turísticos publicados na mídia. Serão mostradas as
formas de mídia que falam do turismo nacional e internacional, como a mídia impressa,
digital, televisiva e a publicidade voltada para o turismo. E também as diferenças de
abordagem entre o turismo falado pelo jornalismo, onde a atividade passa por diversos
assuntos das publicações impressas e digitais e pelo jornalismo turístico, que apresenta várias
definições feitas pelos jornalistas especializados e pelos turismólogos que escrevem textos
para essas publicações jornalísticas e também acadêmicas. O jornalismo turístico, que é uma
subdivisão do jornalismo, representa a melhor forma de associação entre Turismo e
Comunicação, em termos de divulgação da atividade turística feita através da mídia em geral.
Palavras-chave: Turismo. Comunicação. Mídia. Jornalismo. Jornalismo Turístico.
ABSTRACT
This paper will address the relationship between tourism and communication, focusing on the
approach to tourism through the media, specifically the tourist journalism. Be introduced
concepts of tourism, communication, journalism and journalism various definitions of
tourism, which is a recurring theme in print and digital media, but there are few products that
address academic journalism tour in more depth. Communication promotes tourism, through
reports and texts about the activity, and tourism makes the trips made by journalists, who are
always looking for new places and cultures to live a new experience out of journalistic essays.
The media has become an important tool for the disclosure and the consequent development
of tourist activities in various regions of Brazil and the world, because tourism has established
itself as the third largest industry in the world tourism and journalism has gained prominence
in the way of treating the activity tourist information on the subject leading to the readers and
viewers who may be potential tourists to destinations published in the media. Will print out
the forms of media that speak of national and international tourism, such as print, digital,
television and advertising geared towards tourism. And the differences in approach between
tourism spoken by journalism, where the activity goes through several issues of printed and
digital journalism and the tour, which has several definitions made by journalists and by
tourismologist who write for these publications journalistic texts and also academic.
Journalism tourism, which is a subdivision of journalism, represents the best form of
association between Tourism and Communication, in terms of dissemination of tourist
activity made through the media in general.
Key Words: Tourism. Communication. Journalism. Media. Touristic Journalism.
LISTA DE SIGLAS
ABRAJET – Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo.
OMT – Organização Mundial do Turismo.
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A – Entrevista com editores e jornalistas de veículos de comunicação especializados
em turismo................................................................................................................................ 75
ANEXO B – Entrevista com os potenciais turistas sobre as publicações turísticas ...............76
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01 Porcentagem das pessoas definida por sexo ......................................................... 63
Gráfico 02 Preferência de destinos turísticos para viagem em % .......................................... 64
Gráfico 03 Porcentagem de pessoas que leem publicações que falam de turismo (público
final) ........................................................................................................................................ 65
Gráfico 04 Preferência dos entrevistados sobre revistas de turismo (Público final) .............. 65
Gráfico 05 Porcentagem de entrevistados que leem publicações específicas de turismo (trade)
.................................................................................................................................................. 65
Gráfico 06 Preferência dos leitores sobre as publicações específicas de turismo (trade) ...... 66
Gráfico 07 Influência das publicações sobre o turismo na opinião dos leitores .................... 67
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 Capa da revista Mercado & Eventos (ed. Out. de 2011) ...................................... 53
Figura 02 Capa da revista BrasilTuris Jornal (ed. Out. 2011) ............................................... 53
Figura 03 Capa da Revista Trading (ed. Out. 2011) .............................................................. 54
Figura 04 Capa do jornal Folha do Turismo (ed. Nov. 2011) ............................................... 54
Figura 05 Capa da revista Brasil Travel (ed. n° 268 – Out. 2011) ........................................ 56
Figura 06 Capa da revista Host & Travel (ed. n° 47 – Out.2011) ......................................... 56
Figura 07 Capa do suplemento de turismo Boa Viagem/ Jornal O Globo (ed. de 20 Out.
2011)........................................................................................................................................ 56
Figura 08 Capa da revista National Geographic - Editora Abril (ed. Nov. 2011) ................ 56
Figura 09 Capa da revista Viagem e Turismo – Editora Abril (ed. Dez. 2011) .................... 56
Figura 10 Capa da revista Guia Quatro Rodas (ed. Dez. 2011) ............................................. 57
Figura 11 Matéria de capa do suplemento de turismo da Folha de S. Paulo (ed. 21 Out. 2011)
.................................................................................................................................................. 57
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 Revistas e jornais especializados em turismo, destinadas ao Trade Turístico..... 53
Quadro 02 Revistas e jornais de turismo destinados ao público final: os turistas ................ 55
Quadro 03 Programas televisivos que falam de turismo ou que possuem quadros ligados ao
turismo .................................................................................................................................... 58
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................. 15
1 METODOLOGIA.................................................................................................. 17
1.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 17
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 18
1.3 MÉTODOS.............................................................................................................. 19
1.3.1 Levantamento bibliográfico.................................................................................. 20
1.3.2 Aplicação de entrevistas........................................................................................ 21
2. TURISMO E COMUNICAÇÃO.......................................................................... 22
2.1. CONCEITOS DE TURISMO................................................................................. 22
2.2 CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO.................................................................... 25
2.2.1 Comunicação Social: Jornalismo......................................................................... 27
2.3 A LIGAÇÃO ENTRE TURISMO E COMUNICAÇÃO...................................... 30
2.4 TURISMO E MÍDIA.............................................................................................. 37
3 JORNALISMO TURÍSTICO............................................................................... 43
3.1 CONCEITOS DE JORNALISMO TURÍSTICO................................................... 43
3.2 A ESTRUTURAÇÃO DO JORNALISMO TURÍSTICO....................................... 48
3.2.1 Exemplos de publicações impressas e programas televisivos sobre o
jornalismo turístico .......................................................................................................... 52
3.3 JORNALISTA DE TURISMO OU TURISMÓLOGO JORNALISTA? ............ 58
3.3.1 O que é um jornalista de turismo? ..................................................................... 58
3.3.2 Como seria um turismólogo jornalista? ............................................................ 60
3.3.3 Os turismólogos articulistas ................................................................................ 61
3.3.4 A visão dos turistas sobre o jornalista turístico ................................................. 62
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 68
REFERÊNCIAS................................................................................................................ 71
ANEXOS............................................................................................................................. 75
15
INTRODUÇÃO
Para fazer Turismo em qualquer lugar onde deseja conhecer, é preciso o uso da
comunicação para saber a respeito dos costumes e dos aspectos econômicos e socioculturais
da população local. A comunicação nesse ponto é importante na hora de buscar informações
de um local que é diferente do lugar dentro de seu entorno habitual.
O Turismo sempre é tratado, na maioria das vezes, de forma comercial,
mercadológica. E como a atividade turística é vista como um produto disposto à venda pelas
agências e operadoras de viagem, com o auxílio dos governos e da iniciativa privada, a
publicidade entra com a persuasão para divulgar os atrativos turísticos existentes, e assim
atrair os turistas que desejam conhecer e desfrutar os destinos turísticos, de acordo com as
épocas do ano. São divulgados em revistas e em suplementos de turismo nos jornais, anúncios
de agências de viagem e de companhias aéreas falando de pacotes turísticos que são
tendências em determinadas épocas do ano, e esses pacotes seguem um roteiro determinado
pelas próprias operadoras de turismo para mostrar ao turista os melhores pontos turísticos do
local visitado. A mídia está muito presente no Turismo e vice-versa, pois ambas se ligam para
mostrar ao cliente sobre as informações das regiões turísticas, sua história, cultura, economia
e outros assuntos.
A mídia tem o poder de induzir as pessoas a seguirem fatos novos que surgem e faz
questão que um determinado assunto polêmico vire o centro das atenções na opinião pública.
Há uma variedade de publicações de revistas sobre o Turismo e de suplementos de jornais
sobre o tema citado, tanto voltadas para os profissionais ligados ao turismo quanto para os
turistas. A maior parte delas trata o destino turístico como uma “vitrine”, a fim de atrair mais
turistas e tornar o lugar turístico como uma tendência de destino mais visitado no Brasil e no
Mundo.
E no que se refere à distribuição de informações sobre diversos assuntos,
principalmente aqueles destinos que necessitam ser vendidos para atrair clientes e que esses
consumam os produtos turísticos oferecidos pelos operadores de turismo, eis uma constatação
realizada por Nielsen (2002):
16
[...] a mídia é usada para transmitir e disseminar informações sobre vários tópicos de
importância e urgências diversas, portanto, a notícia e a propaganda, ao serem
comercializadas, devem estar inseridas no contexto linguístico bem estruturado,
eloquente e que envolva o leitor em um mundo de promessa e magia, em comunhão
com outras formas de linguagem. (NIELSEN, 2002 apud MARTIN, 2009, p. 11).
Diante dessa perspectiva, a publicidade transforma o destino turístico em um lugar dos
sonhos de qualquer turista, com uma linguagem que explore bastante as qualidades do local e
também mostrando os melhores roteiros e as melhores condições de pagamento, no que diz
respeito à venda de pacotes turísticos ou passagens aéreas pelos operadores de turismo. A
propaganda enfatiza muito os aspectos culturais e ambientais dos destinos turísticos, com suas
belezas naturais e exóticas, além da cultura diferente do que o turista está acostumado a ver
perto de sua localidade.
O jornalista de mídia transmite informações de lugares turísticos, que estejam de
acordo com as normas impostas pela editora da publicação e principalmente pelos anunciantes
ligados à área de turismo (operadoras, agências de viagem e companhias aéreas), além de
destacar nos suplementos de turismo características culturais e sociais dos locais a serem
visitados, mostrando os pontos turísticos de maior relevância deles. Já o jornalista turístico
aprofunda o tema turismo na hora de escrever e publicar seus artigos, notícias ou matérias. Os
jornalistas turísticos são mais detalhistas, ou seja, produzem mais reportagens ligadas à parte
institucional do turismo. São estudos mais elaborados sobre o Turismo e que são publicados
em revistas científicas de turismo, jornais especializados no tema e em sites ligados à
atividade turística. Há colunistas convidados para escrevem textos científicos publicados em
seções nas revistas e jornais turísticos.
Para Steil (2002, p.65), os turistas se sentem satisfeitos quando consomem os produtos
desejados e que essa satisfação nasce da expectativa do turista na busca pelo prazer, através
de sua imaginação em relação ao lugar turístico que pretende consumir. E complementa que
os turistas desconstroem a visão estereotipada dos destinos turísticos, cuja divulgação
desperta a imaginação dos turistas, induzindo-os ao consumo:
[...] Os turistas não consomem lugares ou “olhares” (sightseeings), mas através dos
lugares e dos olhares buscam a realização de um desejo que os transcende e povoa
sua imaginação. Sua contribuição mais inovadora, portanto, está em descontruir a
visão dominante nas análises sociológicas do consumo, que o associa de forma
imediata e direta ao materialismo individualista. (STEIL, 2002, p.65).
17
Com isso, os turistas buscam por novas ferramentas para se informarem sobre os
destinos turísticos que desejam conhecer, consumir os produtos e serviços oferecidos pelos
agentes de turismo e que estes agentes, através das empresas turísticas, precisam se adaptar
aos novos tempos das inovações tecnológicas, a começar pelos meios de comunicação que é
usada pelo Turismo como uma ponte entre os destinos que precisam ser visitados pelos
turistas e os próprios turistas, que anseiam por novos lugares quando estão em tempo livre.
1 METODOLOGIA
1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral da pesquisa é analisar o destaque que o Turismo e Comunicação vêm
ganhando com os mecanismos de comunicação, sob as óticas do Jornalismo e do Jornalismo
Turístico, que possui várias publicações voltadas para o tema citado, lidas por pessoas que
consomem os produtos turísticos, os turistas, e as revistas e jornais turísticos que são lidas por
profissionais do turismo, com formação em Turismo ou não. Perceber que o turismo abordado
pela mídia impressa e digital não é só visto de forma mercadológica, embora este motivo seja
o mais frequente quando é falado pela mídia, mas observado sob diversas formas como:
ambiental, política, econômica, ciência, cultural, histórico, entre outros.
O jornalismo turístico mostra o quanto a comunicação é fundamental na promoção do
turismo e o turismo ajuda os profissionais do jornalismo a terem acesso a outros lugares onde
eles ainda não conheceram como turistas também. É um tema que não tem muitos trabalhos
acadêmicos nas áreas de comunicação e turismo, publicadas em revistas especializadas, em
livros didáticos e em sites específicos de pesquisa, mas que é muito importante saber como a
atividade turística é abordada pela mídia impressa e atualmente pela mídia digital, ferramenta
que apresenta maior rapidez na transmissão de informações às pessoas que se interessam pelo
turismo.
18
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar conceitos de Turismo como uma ciência que é bastante explorada e que na
maioria das vezes é tratada como um produto mercadológico, ignorando os seus problemas e
impactos sobre uma região turística. E também conceitos de Comunicação, principalmente
sob o enfoque do Jornalismo Turístico, que embora seja um assunto de extrema importância
para a atividade turística, carece de poucas pesquisas acadêmicas sobre o tema proposto.
Mostrar a correlação entre Turismo e Comunicação, onde terá destaque a subdivisão do
Jornalismo Turístico e da associação entre o Turismo e a Mídia em geral.
Sobre o Jornalismo Turístico, serão abordadas as diferenças entre os textos sobre o
Turismo, na visão de jornalistas que escrevem em cadernos de turismo publicados em jornais
e revistas e na visão de turismólogos, que desenvolvem textos acadêmicos em revistas
especializadas de Turismo. Há o jornalismo turístico voltado para os profissionais do turismo,
ou seja, para a parte institucional do turismo e o jornalismo que fale de turismo, onde as
editoras lançam revistas e guias de viagem como uma ferramenta de informação ao turista,
sobre dados históricos e culturais escritas de forma básica e objetiva, mas que para a maioria
dos editores das redações de jornalismo considera essas publicações como um jornalismo
turístico, só que voltado apenas para os leitores/turistas.
Apresentar as diferenças entre o jornalista que escreve sobre o Turismo nas editoras de
jornais e revistas, elaborando textos padronizados sobre o turismo por imposições dos
editores-chefes de publicações, para que agrade aos patrocinadores e também que os
profissionais do jornalismo em geral são pagos para escreverem sobre um determinado lugar
turístico e descobrir as “tendências” futuras de locais para se passar as férias, e do
turismólogo que não pode atuar em uma editora convencional de um jornal ou revista, porém
escreve artigos que são publicados em edições destinados a falarem somente sobre o turismo,
como revistas e jornais especializados, voltados aos profissionais do turismo. É procurar
diretrizes para diferenciar o jornalista que escreve sobre Turismo do jornalista turístico (que
pode ser um profissional formado em Comunicação Social, com ou sem especialização em
Turismo) e do turismólogo que escreve artigos para revistas científicas de turismo, para saber
como o Turismo é abordado na esfera da Comunicação Social.
19
Sendo assim, os objetivos específicos do trabalho destacarão a importância da mídia
na divulgação e desenvolvimento do turismo em várias partes do mundo, e o jornalismo
turístico vem aumentando o seu campo de atuação ao produzir reportagens e artigos sobre
destinos turísticos, produtos turísticos a serem vendidos aos turistas que visitam esses destinos
e abrindo espaço também para os leitores contarem as suas experiências de viagem, na mídia
impressa e digital, e assim criando novas pautas sobre o turismo nas redações dessas
publicações, que destacam bastante a atividade turística.
1.3 MÉTODOS
A metodologia do trabalho foi realizada através do levantamento bibliográfico de
artigos, livros sobre turismo e comunicação e artigos retirados de sites da internet, e de
elaboração e aplicação de entrevistas destinadas aos profissionais das áreas de turismo,
jornalismo e jornalismo turístico, com a finalidade de traçar o perfil e os pontos de vista das
pessoas envolvidas sobre turismo e comunicação, com enfoque sobre o jornalismo turístico.
Como parte também da metodologia, o trabalho foi elaborado através da análise de conteúdo
das referências sobre turismo, comunicação, jornalismo e jornalismo turístico, utilizando o
método comparativo sobre os trabalhos e pesquisas relacionados ao tema proposto do trabalho
de conclusão de curso.
A metodologia apresentou limitações de pesquisa para a elaboração desse trabalho,
pois não houve maior disponibilidade de material acadêmico sobre o tema da pesquisa e a
aplicação de questionários encontrou dificuldades para ser preenchida pessoalmente, devido
ao grande número de profissionais a serem entrevistados (cerca de vinte profissionais da área
do jornalismo turístico) e a pouca quantidade de profissionais do jornalismo turístico (apenas
dois profissionais) que responderam ao questionário no prazo estabelecido para a coleta de
dados. Houve também poucos recursos financeiros para a impressão de questionários em
grande número para o preenchimento desses por parte dos profissionais do jornalismo
turístico e dos turistas envolvidos na pesquisa. Portanto, a aplicação de questionário foi
realizada através do meio eletrônico, que foi a solução encontrada devido à falta de
disponibilidade dos profissionais do jornalismo turístico em responder ao questionário por
20
meio de telefone e também pessoalmente dentro das redações jornalísticas, voltadas para o
turismo.
1.3.1 Levantamento bibliográfico
O método para a coleta de dados a ser usada para o trabalho foi o levantamento
bibliográfico sobre os temas Turismo e Comunicação, através de livros especializados de
Turismo e de Comunicação, livros sobre Jornalismo Turístico, trabalhos acadêmicos como:
dissertações de mestrado, monografias e artigos publicados em revistas especializados de
Turismo. Matérias de jornais e revistas que falem de turismo, como suplementos ou cadernos
de turismo, serão utilizados como fonte de pesquisa para desenvolver melhor o tema Turismo
e Comunicação, com ênfase na análise crítica entre o Jornalismo que fala do Turismo e do
Jornalismo Turístico.
O levantamento bibliográfico foi na maior parte do trabalho, para que as informações
contidas nesse levantamento fossem suficientemente capazes de dar o suporte necessário para
o estudo do tema em questão. Haverá tópicos que tratam essa relação entre Turismo e
Comunicação, como a formulação de reportagens e matérias sobre o turismo nas publicações
impressas e virtuais, sendo estes que ganharam mais força na divulgação do turismo como
produto à venda, de forma mais eficiente e rápida.
O processo metodológico foi realizado através da análise crítica das diferentes visões
sobre Turismo e Comunicação, a partir de textos e sites especializados no assunto, a fim de
desenvolver uma pesquisa acadêmica esclarecendo as diversas faces do jornalismo voltado
para o turismo e o jornalismo turístico, que são coisas bem diferentes se forem bem
observadas. Dentro desse levantamento bibliográfico, serão apresentados os conceitos de
turismo e comunicação, o papel da mídia sobre o turismo, a função do jornalismo turístico e
suas definições, as diferenças entre o jornalista que fala de turismo e o jornalismo turístico, a
impossibilidade do turismólogo em exercer a função de jornalista turístico. E para finalizar o
trabalho os resultados obtidos e as considerações finais sobre o conteúdo encontrado através
dos processos metodológicos de pesquisa.
21
1.3.2 Aplicação de entrevistas
Para saber o quanto o jornalismo turístico apresenta diversos pontos de vista para
quem está inserido no contexto profissional da área e também para os leitores que leem os
produtos lançados pelas editoras de jornais e revistas, foi realizado uma pesquisa com dois
modelos de questionários: um questionário aplicado aos profissionais do jornalismo que se
especializaram em turismo, aos jornalistas de mídia e aos turismólogos, e um segundo modelo
de questionário que foi direcionado aos turistas e/ou leitores de publicações sobre o turismo,
que é um público que essas publicações focam para vender as suas edições semanais,
quinzenais e mensais de turismo.
O primeiro modelo de questionário foi composto por duas vias: a primeira em que são
preenchidos os dados do entrevistado e sua autorização na divulgação do nome a ser citado no
trabalho de pesquisa, e a segunda onde são feitas as perguntas sobre o jornalismo turístico, o
papel do jornalista e do turismólogo nas publicações de turismo e de como são feitas as pautas
e as reportagens sobre o turismo nas editoras jornalísticas, de onde saem revistas e jornais
especializados em turismo. O período para a aplicação dos questionários foi de 24 de outubro
a 04 de novembro de 2011, e o questionário foi aplicado através de e-mail a oito redações de
revistas e jornais de turismo e de revistas especializadas de turismo, e o motivo da aplicação
de questionários por e-mail se deu pela inviabilização de aplicar questionários pessoalmente e
por telefone, por causa da indisponibilidade em ter vários formulários de questões para
realizar a pesquisa através desses veículos de comunicação. Esse questionário foi respondido
por duas jornalistas especializadas em turismo e que trabalham em revistas de turismo
voltadas para o trade, ou seja, são revistas mais especializadas de turismo voltadas para os
profissionais da área turística.
O segundo modelo de questionário, realizado no mesmo período, aos profissionais
ligados às áreas de turismo e comunicação, com enfoque no jornalismo turístico. O público-
alvo desse questionário foram os turistas, predominantemente os nacionais, que consomem os
produtos oferecidos pelas empresas turísticas e possuem hábitos de viajar para vários destinos,
sejam eles nacionais e internacionais. O questionário foi realizado através do formulário on
line, o Survey Monkey¹, e dividida em duas partes: uma com 10 questões, com dados como
idade, renda, sexo e perguntas relacionadas à frequência de viagem e á leitura de publicações
voltadas para o turismo. Essa primeira parte do questionário on line foi respondida por 33
22
pessoas, já a segunda parte do questionário teve seis questões, relacionadas à influência das
publicações que falam de turismo sobre a decisão dos turistas em realizar as suas viagens e as
partes das publicações em que preferem ler. E essa segunda parte do questionário foi
respondida por 23 pessoas, que teve perguntas mais específicas sobre o jornalismo turístico,
como tipo de reportagens que os leitores preferem e como o jornalismo turístico deve
melhorar ao abordar o turismo.
Com isso, a metodologia de pesquisa foi realizada através da análise crítica e
comparativa sobre o turismo e comunicação, de onde o jornalismo turístico faz parte dessa
associação entre as duas ciências, com base no levantamento bibliográfico sobre o tema e na
aplicação de questionários virtuais, por e-mail e através de redes sociais aos profissionais do
jornalismo turístico e aos turistas, para ter conhecimento sobre os diferentes pontos de vista
sobre turismo e comunicação, principalmente na área de jornalismo turístico, que é o tema do
presente trabalho a ser apresentado.
2 TURISMO E COMUNICAÇÃO
2.1 CONCEITOS DE TURISMO
Segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo, 1991), a definição de Turismo é
vista desta forma:
O turismo compreende as atividades desenvolvidas pelas pessoas ao longo de
viagens e estadas em locais situados fora do seu enquadramento habitual, por um
período consecutivo que não ultrapasse um ano, para fins recreativos, de negócios,
ou outros. (OMT, 1991).
______________
¹ Survey Monkey é um tipo de formulário on line, onde são elaborados questionários de diversos tipos e de
vários temas, e são divulgados através das redes sociais para que os internautas respondam ao questionário e os
resultados são acompanhados em tempo real. Mais informações em: www.pt.surveymonkey.com. Acesso em 24
out. 2011.
23
A OMT (1991) divide o visitante em Turista e Excursionista e define que o visitante é
“aquele que se desloca temporariamente de sua residência habitual, seja em seu país de
origem, seja em um país estrangeiro, para exercer uma atividade que não seja remunerada” e
define o turista como “aquele que permanece no local fora de seu entorno habitual por mais
de 24 horas”. Já o visitante é “aquele que permanece no local visitado por menos de 24 horas,
não havendo pernoite”. A OMT dividiu esses termos referentes aos visitantes para diferenciá-
los no que diz respeito ao tempo de visitação a localidade turística.
Para Dutra (2003, p.1), o Turismo é “um fenômeno social, cultural e econômico que
envolve pessoas. É do ramo das ciências sociais e não das ciências econômicas, embora esta
última seja o motivo maior do desenvolvimento da atividade, e o turismo transcende as
esferas da balança comercial”. Sendo assim, o Turismo é tratado como uma ciência que
envolve o deslocamento das pessoas, levando em conta os aspectos psicológicos e
econômicos para realizar as viagens, entretanto o aspecto econômico tenha maior relevância
para quem trabalha no ramo da indústria turística.
O Turismo é uma atividade vista, em sua maior parte, de forma mercadológica, que
serve na visão da maioria dos gestores como um produto a ser vendido para os turistas, sendo
assim uma forma de desenvolver a economia de um lugar através do consumo dos atrativos
turísticos e dos serviços oferecidos, a fim de criar situações fantasiosas para atrair o turista
que busca pelo diferente, pela beleza exótica de um local ou mesmo conhecer culturas
diferentes. No que se refere à ação de viajar, Steil (2002, p.64) destaca que viajar seria como
resgatar a memória, numa espécie de visão de sonho e qualquer evocação relacionada ao
passado é idealizada.
Viajar é revisitar memórias e evocar tempos nostálgicos, de modo que o passado se
transforme numa visão de sonho, de inocência perdida e de simplicidade natural. O
que é evocado também é idealizado, fazendo desenhar-se diante dos olhos a imagem
de um mundo que se recompõe com os fragmentos positivos de sua própria
biografia. (STEIL, 2002, p.64).
No que se refere às atividades de lazer, o turismo aparece como um meio de fuga para
que o turista se distancie dos problemas, e através de conquistas trabalhistas como as férias,
desenvolvendo atividades de lazer que contenham interesses artísticos, físicos, manuais,
intelectuais e sociais (MARTIN, 2009, p.52). Para Marcellino (2002 apud MARTIN 2009,
24
p.53), o turismo envolve três dimensões relacionadas às atividades de lazer, como:
imaginação, ação e recordação.
O imaginário antecede a viagem. É o domínio do sonho. A pessoa sai à procura de
informações, folhetos, fotos, etc, tudo que lhe permita um referencial para “curtir” a
viagem, por antecipação. O real é a vivência da viagem entre si; e aqui os aspectos
de surpresa e aventura que cerca a ruptura com o cotidiano são muito importantes.
Nem sempre o turista convencional, para o qual todas as atividades são planejadas,
pode ter o prazer de situações realmente novas e diferentes de seu cotidiano, já tão
planejado. A recordação não termina na viagem, que não termina na volta. Quanto
maior for o envolvimento, maior será o prolongamento em termos de recordações de
imagens e sensações que, inclusive, extrapolam o nível individual do turista e se
“socializam” no círculo de amigos e familiares, pelas narrativas, mostra de fotos,
vídeos, etc. (MERCELLINO, 2002 apud MARTIN, 2009, p. 53).
Do ponto de vista econômico, o Turismo é uma das atividades em desenvolvimento no
cenário mundial, sendo um dos promotores econômico e social, tornando-se um multiplicador
de renda e gerador de empregos e receitas para os governos que investem no turismo de um
local com muitos atrativos naturais e culturais. O sucesso da atividade turística depende da
relação harmônica entre os investidores do turismo, os turistas e a população local, que mais
sofre com os impactos do turismo, seja de forma positiva ou negativa. De acordo com Lima e
Zotes (2006, p.2), o Turismo é uma das principais economias do mundo, onde um a cada dez
postos de trabalho é ocupado por um profissional ligado ao Turismo. Nesse caso o turismo é
responsável por formação de divisas na economia de um país que abriga grande potencial
turístico. O Turismo é a atividade predominante nos países da América Central, Caribe e em
grande parte dos países europeus.
Há uma diferença entre as palavras viagens e turismo, na visão de Cruz (2008,
p.45,46), sendo que a segunda atividade algo mais amplo que necessita de mudança física de
espaço até sobre aspectos econômicos de um local:
Há uma diferença entre as palavras viagem e turismo, pode-se perceber que a
segunda envolve uma série muito mais ampla de questões, que vão desde a mudança
física de espaço (necessária para o indivíduo sair de um lugar e chegar a outro) até a
influência sobre os aspectos econômicos de um determinado local (uma destinação,
por exemplo). (CRUZ, 2008, p.45,46).
25
Outro conceito de Turismo, definido por TRIGO (1998 apud CRUZ, 2008, p.46),
aponta o quanto o turismo tem influência socioeconômica na vida das pessoas que se
deslocam de um lugar para o outro:
O Turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e
temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos
de recreação, descanso, cultura e saúde, saem de seu local de residência habitual
para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada,
gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.
(TRIGO, 1998 apud CRUZ, 2008, p.46).
Tendo esses conceitos de Turismo, pode-se afirmar que há uma diferença entre viagem
e turismo, entre visitante e turista. O visitante desloca de seu lugar habitual temporariamente e
permanece por menos de 24 horas, sem exercer atividade remunerada, como foi citado
anteriormente. Ao contrário de turista, que se desloca de seu local de moradia e permanece no
destino turístico por mais de 24 horas, sem também exercer alguma atividade remunerada.
Um dos principais motivos de uma pessoa fazer turismo é por motivos de lazer, recreação,
uma forma de fugir dos problemas cotidianos e aproveitar os atrativos dos destinos turísticos
para realizar atividades durante o seu tempo livre, conquistado após longas rotinas de
trabalho.
2.2 CONCEITOS DE COMUNICAÇÃO
A Comunicação, na visão de Perles (2008, p.1), é apresentada como um fenômeno:
Ele representa um dos fenômenos mais importantes da espécie humana.
Compreendê-lo, implica voltar no tempo, buscar as origens da fala, o
desenvolvimento das linguagens e verificar como e por que ele se modificou ao
longo da história. A linguagem, a cultura e a tecnologia são elementos indissociáveis
do processo de comunicação. (PERLES, 2008, p.1).
Na concepção de Perles (2008, p.1), a comunicação “tem como elementos
indissociáveis do processo e linguagem, a cultura e a tecnologia”, pois a comunicação varia
de cultura para cultura e a cultura está subordinada às formas de comunicação. Com a
26
tecnologia, a comunicação foi se aprimorando cada vez mais e tornando-se essencial para a
melhor compreensão de linguagem entre os diferentes povos do planeta. E a linguagem é a
libertação cultural que abriu caminho para a libertação simbólica. Para Sousa (2006, p.28
apud PERLES, 2008, p.3), assume o conceito de comunicação como um processo, que é
designado como um “fenômeno contínuo” que interage uns com os outros e está em constante
evolução.
Brandão (2005, p.4) traz o conceito de Comunicação como:
A palavra comunicação neste estudo estará relacionada aos meios de comunicação,
mais especificamente à mídia impressa e revistas, e será entendida como a forma
como se faz a transmissão de informações entre o que o meio apresenta e o leitor. A
comunicação e a atividade turística estão intimamente ligadas, sendo que uma
promove e a outra realiza as viagens. (BRANDÃO, 2005, p.4).
A capacidade de comunicação não é só privilégio dos seres humanos, todo ser vivo
tem a sua forma de se comunicar com outros elementos, de acordo com as suas estruturas
físicas, sejam eles de origem animal ou vegetal. No que se refere à transmissão de
informações, Brandão (2005, p.4) analisa a comunicação como uma ferramenta que transmite
informações, onde essas informações contidas na mídia impressa serão compreendidas pelos
leitores interessados no conteúdo apresentado nessas publicações. A Comunicação apresenta
diferentes tipos de linguagem, com a finalidade de atingir o seu público-alvo e levar as
informações que esse público está interessado em ler na mídia impressa. Nesse caso, a
Comunicação é muito importante para o Turismo, pois o viajante necessita se comunicar com
outros povos para que tenha uma ligação cultural entre eles. A Comunicação tem o poder de
informar, influenciar, ser influenciada e até mesmo entreter as pessoas nos diversos setores
sociais e econômicos, permitindo às pessoas terem acesso aos registros feitos através da
Comunicação Social, principalmente no Jornalismo.
Outra referência sobre os conceitos de Comunicação está descrita em Marques de
Melo (1973, p.31 apud PERLES, 2008, p.4), reforçando a ideia de que a comunicação está
relacionada à troca e transmissão de informações, entretanto a comunicação possui termos
próprios, a sua própria filosofia e conceitos mais específicos acerca da comunicação:
27
Comunicação é o processo de transmissão e recuperação de informações, mas
adverte para o fato de que [...] ao analisar o fenômeno comunicativo, cada ciência e
corrente filosófica utiliza a sua própria perspectiva, a sua própria terminologia, os
seus conceitos específicos. (MARQUES DE MELO, 1973, p.31 apud PERLES,
2008, p.4).
A Comunicação também com o passar do tempo, acabou sendo bastante favorecida
com os avanços tecnológicos, que possibilitaram uma velocidade maior na transmissão de
informações, na interação entre diferentes culturas e/ou países e se adaptar à nova linguagem
que a tecnologia impõe para que todas as informações sejam levadas e compreendidas pelos
seus receptores. Para Lage (2000, p.38 apud BRANDÃO, 2005, p.4), a existência humana
depende de como foi desenvolvida a comunicação entre os povos, no que se refere à
transmissão de informação de uma geração a outra, de algo acumulado de experiências de
vida de cada sociedade.
(...) a existência humana também possa ser explicada em função do desenvolvimento
da comunicação, que pode ser distintamente associada ao que chamamos de forma
de transmissão de uma geração para a outra do produto acumulado de experiências
da vida de cada sociedade, em termos de cultura, arte, ciência, religião, economia,
política, sociologia, filosofia, educação e outras formas de criação e produção
realizadas pelo ser humano – onde se evidencia o turismo. (LAGE, 2000, p.38 apud
BRANDÃO, 2005, p.4).
Portanto, os conceitos de comunicação passaram por transformações em seu modo de
transmitir informações e notícias a seus receptores, servindo assim para a evolução do
jornalismo e por seguinte, do jornalismo turístico, que será o assunto abordado nesse trabalho.
2.2.1 Comunicação Social: Jornalismo
Na visão de Groth (1960 apud SILVA, 2005, p.1), o Jornalismo é:
Processo social que se articula a partir da relação (periódica) entre organizações
formais (editoras/ emissoras) e coletividades (públicos receptores), através de canais
28
de difusão (rádio, tv, jornal, revista, cinema, internet) que asseguram a transmissão
de informações (atuais) em função de interesses e expectativas (universos culturais
ou ideológicos). [...] Processo contínuo, ágil, veloz, determinado pela atualidade.
(GROTH, 1960, apud SILVA, 2005, p.1).
Há vários tipos de jornalismo que são expostos nas publicações impressas e agora
virtuais, sendo os principais: o Jornalismo Informativo, Jornalismo de Precisão e o Jornalismo
Opinativo, que talvez seja o gênero mais usado para quem escreve sobre Turismo na mídia
(CRUZ, 2008, p.59). Pois em artigos acadêmicos ou textos jornalísticos aparecem opiniões de
especialistas ou não de turismo que descrevem as suas experiências e as publicam em revistas,
jornais sobre o tema em questão. É transmitir opiniões e também ao mesmo tempo é fazer
com que os leitores formem a sua própria opinião sobre o assunto abordado.
CRUZ (2008, p.58), com base na obra de KOTSCHO (1995), define o Jornalismo
como:
Kotscho define jornalismo como sendo a atividade profissional que consiste em lidar
com dados factuais, transformá-los em notícias ou reportagens e, depois, divulga-
los. Para o autor, de forma resumida, pode-se também conceituar o jornalismo como
a prática de coletar e publicações sobre eventos atuais. (KOTSCHO, 1995 apud
CRUZ, 2008, p.58).
Cruz (2008, p.59) fala de um segmento do jornalismo que vem sendo multidisciplinar:
o Jornalismo Científico, definido por Mallmann (2001). Para Mallmann (2001 apud CRUZ,
2008, p.59), o Jornalismo Científico não abrange apenas as ciências exatas, como também fala
sobre as ciências humanas, como a Comunicação e Turismo, por exemplo.
Para Seabra (2002 apud CRUZ, 2008, p.68), o Jornalismo Plural cabe diversos estilos
por causa das mudanças dos meios de comunicação, através do avanço das tecnologias da
informação e das ferramentas ligadas à internet, que aperfeiçoaram a notícia e mudaram a
forma de como a notícia é divulgada. Uma coisa é um jornalista falando de turismo nos
jornais e revistas de grande circulação no Brasil, outra é o jornalista turístico, que é uma
pessoa especializada ou formada em turismo, que escreve suas impressões acerca do que vê e
divulga em sites e publicações impressas específicos de turismo, como artigos acadêmicos e
matérias totalmente voltadas para a atividade, sem que ela esteja ligada ao viés comercial
29
proposta nas edições convencionais de revistas e suplementos jornalísticos. A falta de
embasamento por parte dos jornalistas sobre os conteúdos turísticos é reforçada por Brandão
(2005, p.6) e que os profissionais dessa área deveriam se qualificar, para se livrar dos erros
cometidos sobre o conteúdo de turismo na mídia impressa.
Durante toda a sua história, a imprensa sempre foi alvo da censura prévia, seja no
Brasil seja no exterior. O motivo da censura em meios de comunicação se deve à maior ênfase
nas questões políticas, cujos temas desafiavam os governos de determinados países e com isso
a imprensa sofria sanções por órgãos reguladores dos meios de comunicação (CRUZ, 2008, p.
65). O jornalismo sofreu modificações no que se refere à sua forma de transmitir informações
ao público, principalmente quando se fala de turismo. Tanto nos assuntos gerais quanto nos
assuntos turísticos, o jornalismo tem reduzido muito informações relevantes aos leitores e
priorizando o aspecto comercial, como por exemplo, a grande quantidade de propagandas
impressas publicadas nas páginas de revistas e jornais, com maior força em revistas ligadas ao
turismo. Há uma diferença entre uma abordagem sobre o turismo nas revistas que falam do
turismo de forma comercial e aquelas específicas de turismo, como as revistas acadêmicas.
O jornalismo se adequou às modificações da tecnologia, provocadas pela globalização
da comunicação, onde a informação transpassa barreiras e chega rapidamente a vários lugares
do mundo em questão de segundos. E o Jornalismo Plural, dito por Seabra (2002 apud CRUZ,
2008, p.68) é o tipo de jornalismo que se encaixa à nova maneira de transmitir informações e
apresentar diversos estilos, através da informatização dessas informações (com o avanço da
internet) e mudando completamente o conceito de notícia.
Agora na visão de Fonseca (2004, p.8), o jornalismo assume um caráter basicamente
informativo, sem a mediação do jornalista que relatava e analisava questões de interesse
público, contribuindo a formação da opinião da sociedade. O jornalismo atual está
subordinado de forma parcial ou total à lógica capitalista da corporação, que o explora
comercialmente, tornando o caráter de jornalismo como mercadoria. E a autora coloca em seu
texto, através da citação de Francisco Rüdiger (2003), que o jornalismo é uma prática social
no processo de formação da opinião pública:
O autor designa jornalismo a prática social componente do processo de formação da
opinião pública que, dotada de conceito histórico variável conforme o período, pode
estruturar-se de modo regular nos mais diversos meios de comunicação, da imprensa
à televisão. (RÜDIGER, 2003 apud FONSECA, 2004, p.4).
30
Fonseca (2004, p.3) encerra com um conceito de jornalismo como parte da
constituição da opinião pública e que está sempre submetida à prática capitalista e que
direciona diversos pontos de vista da sociedade sobre diversos assuntos, apesar da imprecisão
conceitual.
Historicamente o jornalismo é uma prática social que constitui um dos elementos de
formação da opinião pública. Organizada de modo capitalista, a mídia jornalística é
parte da esfera pública onde se vai formatar esse fenômeno de difícil definição
chamado opinião pública. Apesar da imprecisão conceitual, entretanto, nestes
tempos regidos pelas ideias de visibilidade e de transparência, a opinião pública
constitui um fator de referência a orientar a ação de governos, empresas,
movimentos sociais, partidos políticos, organizações não governamentais etc.
(FONSECA, 2004, p.3).
Esses conceitos de jornalismo e as suas estruturações servem para ter uma base de
como será tratado o jornalismo voltado para o turismo e o jornalismo turístico, cujas técnicas
de jornalismo tratam o texto turístico com base na objetividade, clareza, isenção de opinião e
imparcialidade, princípios fundamentais na busca por um bom conteúdo jornalístico,
principalmente quando se fala de turismo. O jornalismo turístico é mais uma divisão do
jornalismo e que afirma a parceria eterna entre turismo e comunicação, que são duas ciências
ligadas diretamente entre si e cuja função é levar informação sobre destinos, serviços e
produtos turísticos, aspectos socioeconômicos e políticos para os leitores interessados em
saber com mais profundidade sobre a atividade turística, tão importante para o
desenvolvimento econômico dos destinos com grande potencial para o turismo.
2.3 A LIGAÇÃO ENTRE TURISMO E COMUNICAÇÃO
A ligação entre Turismo e Comunicação é muito importante para ambos, pois nesse
caso uma depende da outra para registrar informações relacionadas às viagens feitas pelo
turista. E o jornalista, para falar de Turismo, precisa se deslocar de sua residência para fazer
uma viagem a um destino turístico a fim de obter informações e transmiti-las aos seus
receptores. A Comunicação usa o Turismo como uma vitrine para que as empresas turísticas
31
tenham uma demanda para consumir os seus produtos oferecidos e também conhece diversos
idiomas e culturas nos lugares que visita, onde só o Turismo permite a ela ter esse tipo de
experiência, na qualidade de viajante.
Há poucos artigos acadêmicos que abordem o assunto, porém há muitas reportagens
feitas pelo Jornalismo e agora com mais força, pelo Jornalismo Turístico. Atualmente existem
sites e revistas especializadas em Jornalismo Turístico, em contrapartida ao Jornalismo que
padroniza os textos que falam do Turismo em geral, tanto do turismo nacional quanto do
internacional.
Pelas características apresentadas, a Comunicação contribui ao avanço do Turismo
como uma atividade socioeconômica, pois a tecnologia dos meios de comunicação fez com
que a atividade turística fosse mais divulgada nas localidades emissoras e receptoras. Com
isso, as revistas começaram a abordar o turismo através do uso da fotografia em suas páginas,
que foi um elo entre o destino turístico e os turistas que desejavam conhecer os atrativos de
uma região turística. Embora a maioria das publicações que abordam o Turismo, como jornais
e revistas, colocam o destino turístico de forma equivocada, apresentando-o como um lugar
perfeito desprovido de problemas, como os impactos causados pelo turismo de massa e os
conflitos culturais entre os moradores locais e os turistas que chegam ao local visitado.
Há poucas publicações que falem sobre o turismo de forma mais aprofundada, apenas
revistas acadêmicas ou especializadas na área que abordam a atividade mais detalhadamente.
A Comunicação, conforme Brandão (2005, p.5) promove o Turismo, pois divulga e mostra os
atrativos naturais e culturais da melhor forma possível, a fim de atrair turistas desejosos em
conhecer o destino turístico escolhido.
Franco (2007 apud FILHO, 2009, p.15) afirma que a relação entre Turismo e
Comunicação é vista como íntima e intensa, pois os indivíduos precisam de informação para
se deslocar além dos meios de como chegar ao destino turístico desejado. E reforça que a
comunicação é essencial para o processo logístico e comercial do turismo. Mas o turismo
ajuda no processo de deslocamento do jornalista, para que este profissional descubra novas
informações através de lugares diferentes dos quais está acostumado a ver cotidianamente. A
comunicação divulga o turismo e o turismo ajuda o jornalismo a descobrir novos lugares,
costumes e atrativos naturais que podem servir de pauta para os textos jornalísticos, como
jornais, revistas, programas televisivos e até mesmo o jornalismo virtual. Entretanto, para o
32
jornalismo de turismo, a atividade não é abordada de forma crítica e mais realista pelos
jornalistas de mídia (FILHO, 2009, p.15,16).
Tanto nas revistas, na televisão, como nos suplementos de impressos, falta uma
abordagem crítica e até mesmo realista dos jornais, esquecendo-se que o jornalismo
turístico permite também a fatores sociais, econômicos, ecológicos e culturais, e
como tal, não deve se restringir apenas ao interesse mercadológico. (FILHO, 2009,
p.15,16).
Os profissionais do jornalismo ligados ao turismo não fazem uma apuração mais
criteriosa sobre qual assunto ou lugar a ser visitado, registrado e logo em seguida suas
informações serem transmitidas aos turistas, pois se eles mostrarem a realidade do turismo em
certas localidades, em termos de aspectos negativos, as matérias publicadas podem causar
uma repulsa por parte dos leitores. A maioria dos jornalistas que trabalham com o turismo
mostra pontos turísticos e outros lugares que atendam aos interesses das editoras e não
totalmente ao interesse dos leitores, pois as matérias impostas pelos editores são pagas pelos
patrocinadores. Boa parte dos leitores é persuadida pelas publicações de turismo que
enfatizam os lugares mais interessantes, com restaurantes badalados, os melhores hotéis, os
melhores roteiros, entre outros. Sejam eles roteiros nacionais e internacionais, o que importa
aos editores de jornalismo é que os seus cadernos de turismo consigam convencer o leitor a
visitar o destino turístico retratado nessas publicações, pois as matérias têm que agradar aos
anunciantes que também patrocinam as viagens dos jornalistas aos locais turísticos impostos
na pauta jornalística. E a maior parte das matérias sobre turismo em publicações vem com
textos muito “compactados”, perdendo a essência do assunto abordado e assim tornando-o
muito superficial.
Ainda no artigo de Filho (2009, p.16) há uma demonstração do Código de Ética dos
Jornalistas, onde é feito uma comparação entre os ideais do jornalista e a realidade dos fatos
noticiosos, dita por Carvalho (2007, p.9):
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros (2007) permite afirmar que o
jornalismo tem dever ético buscar, relatar e comentar os fatos da atualidade. Este
dever ético obriga o jornalista a buscar a veracidade dos fatos, tendo como
princípios os valores que dão sentido e objetivo às sociedades organizadas. Valores,
cujos processos sociais conferem ao jornalismo os compromissos com a defesa da
33
cidadania, da liberdade de expressão, com a denúncia de violências, torpeza e
injustiça. (CARVALHO, 2007, p.9 apud FILHO, 2009, p.16).
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros pode ser comparado ao Código de Ética
da Abrajet2 (Associação Brasileira dos Jornalistas de Turismo), tendo como semelhança a
busca pela verdade e pela dignidade da profissão de jornalista, sendo no caso da Abrajet o
jornalista de turismo. E ambos têm princípios e valores para transmitir informações aos seus
receptores e a função social é o principal foco no que diz respeito à defesa da comunidade.
Porém no Código de Ética da Abrajet a função do jornalista turístico está totalmente
submetida ao Código, chegando a impor obediência dos profissionais de turismo aos poderes
legítimos da entidade, em dois artigos:
Art. 1º - O exercício da profissão do jornalista de turismo é uma atividade social e de
finalidade pública, subordinando-se a este Código.
Art. 2º - É dever do associado:
a) - Valorizar, honrar e dignificar a profissão, comprometendo-se com a verdade;
b) - Combater e denunciar a corrupção;
c) - Combater e denunciar toda a espécie de tráfico de influência;
d) - Obedecer e cumprir todas as regras emanadas dos poderes legítimos da
entidade;
e) - Subordinar o exercício profissional às normas da moral, da dignidade e da
honestidade;
f) - Manter conduta profissional austera e de respeito à comunidade.
Mesmo que o Código de Ética dos Jornalistas priorize a liberdade de expressão e
buscar sempre a verdade em suas notícias, quando isso se aplica ao jornalismo que fale de
turismo – não é a mesma coisa que jornalismo turístico – nem sempre é cumprido esse
código.
______________
2 ABRAJET – Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Código de Ética da ABRAJET. 29 mai. 2010.
Acesso em 11 set. 2011.
34
Conforme já foi citado anteriormente, as matérias sobre Turismo não correspondem
totalmente à realidade da atividade turística de um determinado local, os patrocinadores
estabeleceram normas para que as editoras enxugassem textos sobre o turismo nas revistas e
suplementos de jornais, retirando partes importantes sobre o assunto a ser abordado e com
isso o texto jornalístico acaba tornando o turismo um assunto superficial e de interesse
predominantemente mercadológico.
Segundo Dias (2002 apud Rodrigues, 2007, págs.6,7), as entidades que mais discutem
a associação entre Turismo e Comunicação são o Vaticano e a OMT, sendo a OMT no dia 27
de Setembro de 1991 (Dia Mundial do Turismo) o fórum cujo tema era “Comunicação,
informação e educação: elementos motores do desenvolvimento do turismo”. E dentro dessas
discussões sobre Turismo e Comunicação, o artigo de Rodrigues (2007, p.7) mostra o Código
Mundial de Ética do Turismo:
6.6. A imprensa, sobretudo a imprensa especializada em turismo, e os outros meios
de comunicação, incluindo os modernos meios de comunicação eletrônica, devem
fornecer uma informação honesta e equilibrada sobre os acontecimentos e situações
suscetíveis de influência na frequência turística. Igualmente, devem ter por missão o
fornecimento de indicações precisas e fiáveis aos consumidores de serviços
turísticos. As novas tecnologias de comunicação e comércio eletrônico devem ser
desenvolvidas e utilizadas para esse fim, não devendo, de forma alguma, assim
como a imprensa e os outros meios de comunicação, incentivar o turismo sexual.
(DIAS, 2002, p.236 apud RODRIGUES, 2007, p.7).
Do ponto de vista histórico, a relação entre Turismo e Comunicação vem desde os
tempos das Grandes Navegações, onde os relatos sobre a descoberta de novas terras e de seus
habitantes eram registrados em livros, tornando-se assim os primeiros guias turísticos do
Brasil, os chamados “livros turísticos” (RODRIGUES, 2007, p.4). Com os avanços
tecnológicos aliados à comunicação e ao turismo se consolidando como atividade econômica
durante o século XX, a associação entre Turismo e Comunicação ganha ainda mais força
nesse século XXI, por causa da atividade turística ser a terceira economia do mundo em
geração de empregos (tanto diretos quanto indiretos) e da comunicação continuar a ser o
quarto poder, tendo o poder de influenciar os turistas na hora de eles escolherem o melhor
destino turístico para viajar.
35
Hoje o turismo é registrado em todos os meios de comunicação, como na mídia
impressa, na mídia televisiva e mais frequentemente na mídia virtual, sendo este último
divulgando o turismo nos sites especializados de turismo, em blogs e agora também nas redes
sociais (as grandes empresas de turismo utilizam as redes sociais para divulgar os seus
produtos e o turismo de determinados locais, no Brasil e no Mundo). A “massificação” do
turismo foi provocada pela massificação da mídia, que ditava modismos e mostrava a nova
forma de vida focada exclusivamente no consumo. Para Vargas (2010, p.5) os meios de
comunicação estão vinculados a aspectos econômicos, através da publicidade e propaganda, e
divulgam imagens do local turístico a fim de dar segurança ao turista. E isso é destacado no
texto a seguir:
Como os meios de comunicação encontram-se vinculados aos fatores econômicos,
principalmente a publicidade e a propaganda utilizarão de imagens e notícias que
possam divulgar o lugar de maneira a transmitir segurança ao turista. A divulgação
do turismo envolvendo o imaginário e o fetiche trabalhará com informações que
criarão um mundo metafórico, muitas vezes, não condizente com o real, podendo
transformá-lo, inclusive, em um não lugar. (VARGAS, 2010, p.5).
E o texto de Vargas (2010, p.4) complementa que a mídia é um complemento do
turismo como atividade econômica, utilizando da necessidade de relaxamento e dos desejos
do turista para vender os pacotes turísticos. Como na citação da autora: “E é nesse momento
que os meios de comunicação responsáveis por divulgar os atrativos e equipamentos turísticos
trabalham direcionando o que deve e o que não deve ser consumido”. (VARGAS, 2010, p.4).
Nessa relação entre Turismo e Comunicação, as imagens das cidades turísticas,
principalmente as que contêm praias como o Rio de Janeiro, exploram bastante as belezas
naturais e arquitetônicas do local como forma de atração ao turista. Agora, os acontecimentos
negativos também são motivo de destaque na imprensa nacional e internacional,
influenciando na demanda turística nos destinos turísticos. Godoy e Zardo (2001 apud
BRANDÃO, 2005, p.4) define a relação entre Comunicação e Turismo, em que uma promove
as viagens e a outra realiza as viagens.
(...) turismo e comunicação são indissociáveis para o bom desenvolvimento da
atividade, uma vez que é somente através da comunicação que o turista irá alcançar
o produto que deseja consumir, além de obter variadas informações e novidades de
36
consumo em turismo. Assim, a linguagem jornalística facilita a compreensão do
consumidor acerca das informações pertinentes ao seu consumo turístico. Não
somente é importante o enfoque promocional, mas também os aspectos técnicos do
atrativo ou destinação turística, fato este que poderá muito ser administrado pela
comunicação”. (GODOY e ZARDO, 2001, p.97 apud BRANDÃO, 2005, p.4).
O jornalismo turístico, que está inserido nessa ligação, apresenta diversas visões tanto
de jornalistas quanto de turismólogos sobre o tema, pois os jornalistas escrevem mais sobre
suas impressões turísticas, mas com pouca profundidade do Turismo, e os profissionais do
turismo repreendem as reportagens turísticas e exigem maior estudo sobre a atividade turística
por parte dos jornalistas. E eles priorizam um jornalismo turístico fora do ambiente totalmente
comercial geralmente publicado na mídia impressa, eles querem um jornalismo que defenda o
turismo em questão e mostre mais aspectos sociais, históricos e os impactos negativos e
positivos da atividade turística nos destinos mais visitados do Brasil e do mundo.
Há quem diga que os profissionais da mídia que trabalham com o turismo precisam se
especializar em turismo, para apurar melhor os fatos relacionados à atividade que está em
desenvolvimento nesta década Rossi (1986, p.75 apud BRANDÃO, 2005, p.6). Destaca a
especialização dos jornalistas e não especialistas praticando jornalismo. Entretanto, o
jornalismo turístico teria maior credibilidade junto aos leitores/turistas caso os jornalistas se
aprofundassem mais sobre o turismo e com isso ajudando-os a formar opinião sobre os
destinos turísticos e ter autonomia para criarem os seus próprios roteiros de viagem através da
informação fornecida pela mídia em geral.
Segundo Avighi (1992 apud BRANDÃO, 2005, p.5) um fator que alavanca a relação
entre turismo e comunicação foi a invenção da fotografia, que possui grande importância
porque dá identidade visual dos locais e atrativos, tornando as publicações mais reais aos
leitores. E as revistas sobre o turismo utilizam muito o recurso da fotografia, com muitas
imagens para promover os destinos turísticos e as fotos são como uma vitrine das publicações
para impressionar o leitor sobre o destino turístico, mostrando o melhor da localidade através
de paisagens naturais.
Há poucos livros que falem exclusivamente de Turismo e Comunicação, como o livro
“Turismo e Comunicação” de Wainberg (2008), que aborda as várias ligações entre Turismo e
Comunicação que são muito importantes para que os profissionais de comunicação/
jornalismo tenham maior conhecimento sobre a indústria turística, tratando o tema com
37
profundidade e os turismólogos, que desejam escrever em publicações jornalísticas de
turismo, adquiram as técnicas de uma boa redação e poder de comunicação para redigir
reportagens turísticas objetivas, cujo material dessas reportagens sempre são noticiosos. O
livro mostra como o turismo é trabalhado pelos meios de comunicação, até onde a publicidade
influencia o turismo em termos de gestão pública e privada, além de apresentar estudos de
caso sobre regiões turísticas que usam planos de marketing como forma de divulgação do
turismo à mídia e aos turistas, o principal foco das empresas turísticas.
2.4 TURISMO E MÍDIA
O Turismo, em diversos aspectos, é alvo da mídia, que promove a atividade para os
turistas que desejam conhecer lugares diferentes dos quais estão acostumados a verem
cotidianamente. A mídia transforma o destino turístico em um local sedutor, cheio de
imaginários e imagens perfeitas, que atendam às expectativas das pessoas que procuram um
lugar confortável e de belas paisagens para passarem as suas férias. A televisão também
influencia de certo ponto a decisão dos turistas em viajarem por determinados pontos
turísticos pelo Brasil e pelo mundo, mostrando belíssimas paisagens, culturas exóticas e toda
uma história acerca da localidade apresentada pela mídia. Porém, a mídia pode apresentar
aspectos negativos que podem causar a oscilação do fluxo de turistas a certos locais turísticos
ou não, como guerras, violência urbana, desastres naturais, entre outros.
Como demonstra Falco (2008, p.1) a respeito do papel da mídia sobre o turismo
atualmente:
“Neste sentido, verifica-se que a mídia será um espaço fundamental
para construção das identidades regionais e nacionais com
posicionamento turístico e também para que estas sejam percebidas
pelo turista como tal”. (FALCO, 2008, p.1).
Com isso, a mídia pode priorizar determinados destinos de acordo com a importância
deles, como aspectos econômicos, históricos, sociais e climáticos, onde a divulgação do
turismo de um lugar pode ser maior que a de outro local. E a popularização da mídia acabou
38
desenvolvendo o turismo, estimulando o consumo dos produtos turísticos que são amplamente
divulgados pela televisão e publicados na mídia impressa. Bauman (2007 apud VARGAS,
2010, p.4) fala que a sociedade atual é chamada de “sociedade consumista” por causa do
capitalismo presente na maior parte do mundo, através da busca da felicidade e a visão sobre
ela ao adquirir um bem, e que o turismo se tornou um produto a ser consumido pelos turistas.
A mídia é a maior responsável por essa sociedade de consumo em relação ao turismo, onde os
turistas se sentem felizes ao conseguirem adquirir um produto turístico e assim atender às suas
necessidades de lazer, aproveitando o tempo livre após longas jornadas de trabalho.
A divulgação do turismo para Martin (2009, p.80) torna-se importante com os meios
de comunicação disponíveis, pois constroem uma imagem sobre o destino turístico:
De qualquer forma, em todos esses veículos de comunicação que compõem a mídia,
a construção da imagem da localidade tem uma vital importância para a divulgação
do turismo. Essas imagens podem ser relacionadas não apenas a cenários referentes
ao local turístico, mas também a um conjunto de atitudes, opiniões e experiências
relacionadas a um destino. São, portanto, carregadas de elementos simbólicos,
formando o campo cognitivo do universo dos indivíduos, povoando o imaginário
social e provocando desejos de deslocamento. (MARTIN, 2009, p.80).
Portanto, a mídia para o turismo apresenta a atividade turística nas áreas da
publicidade, nas mídias impressa, televisiva e atualmente a digital, aspectos relacionados à
economia, política, meio ambiente, cultura e a história de um determinado país ou de uma
cidade mostrada pelos meios de comunicação, que são importantes para o conhecimento de
todos sobre os lugares e os costumes diferentes do que os turistas estão acostumados a verem
no seu local de origem.
Para Ferrari (2002, p.83 apud BRANDÃO, 2005, p.2) a mídia impressa é a forma mais
representativa da mídia, no que se refere ao turismo:
Portanto, não é difícil detectar e indicar que a mídia impressa tornou-se o principal
veículo de informação turística no Brasil (...) a mídia impressa é considerada uma
mídia clássica, e no caso do turismo brasileiro ela tornou-se a maior representante
dos veículos de comunicação para propagação de informação e comercialização de
seus produtos e serviços. (FERRARI, 2002, p.83 apud BRANDÃO, 2005, p.2).
39
Nielsen (2002, p.33) mostra que os integrantes ligados ao turismo utilizam os jornais
para saberem mais sobre a atividade turística e os seus serviços oferecidos pela indústria de
viagens e que a mídia impressa é uma das principais fontes de informação:
Eles representam o veículo dominante para profissionais do setor, especialmente
para publicidade. Viajantes em potencial compreendem essa relação íntima e estão
condicionados a procurar informações nos jornais. Contudo, há várias limitações dos
jornais, inclusive má qualidade de reprodução, críticas sobre sensacionalismo e
reduzido impacto visual devido à grande quantidade de propaganda. Além dos
problemas acima, outra desvantagem da publicidade em jornais é que o amplo
número de leitores também pode representar um desperdício, sem garantias de se
atingir o público-alvo. (NIELSEN, 2002, p.33).
Para Vilas Boas (1996, p.9 apud MARTIN, 2009, p.87) as revistas que falam sobre
turismo apresentam linguagem mais flexível, com narrativas peculiares e discursos
característicos e dinâmicos sobre o turismo:
Com mais tempo para extrapolações analíticas de fato, as revistas podem produzir
textos mais criativos, utilizando recursos estilísticos geralmente incompatíveis com a
velocidade do jornalismo diário. A reportagem interpretativa é o forte. As revistas
exigem de seus profissionais textos elegantes e sedutores. Considerados os valores
ideológicos do veículo, não há regras muito rígidas. Há, isso sim, uma conciliação
entre as técnicas jornalísticas e literária. Não fazem exatamente literatura, porque
jornalismo não se expressa por supra-realidades. Ao contrário, tratam de uma
realidade comum a todos. Mas a técnica literária é perfeitamente compatível com o
estilo jornalístico. (VILAS BOAS, 1996, p.9 apud MARTIN, 2009, p.87).
Os meios eletrônicos, como a principal fonte de informação a internet, vêm ganhando
força no que se refere à busca de dados sobre o turismo feita pelos leitores, que estavam
acostumados a verem o conteúdo de turismo na mídia impressa. Esse público pode ser aquele
voltado para o trade turístico3 ou para o público final, que são os turistas.
______________
3 Trade turístico: É a parte institucional do turismo, relacionado ao comércio e à parte econômica da atividade
turística. Está relacionado também às questões políticas, institucionais e sociais do turismo e envolve todos os
profissionais da área turística.
40
Lage (2000, p.46 apud MARTIN 2009, p.73) destaca a internet como importante fonte
de informações voltadas para o turismo, chamando mais a atenção dos turistas que desejam
saber sobre os destinos e produtos turísticos:
No caso do turismo, é uma excelente maneira de comunicação entre usuários e
respectivos prestadores de serviços. Os sites de notícias e informações específicas,
por exemplo, na divulgação de um novo serviço especial – como o translado
personalizado, a sala VIP nos aeroportos, o cardápio especial nos aviões ou hotéis –
acabarão por conseguir maior lucratividade não somente pela venda do anúncio, mas
pelo envio de orientações e conselhos que demonstrem ainda mais atenção e
qualidade ao serviço que o consumidor merece. (LAGE, 2000, p.46 apud MARTIN,
2009, p.73).
Para saber que as mídias digitais estão dominando o mercado turístico, Torres (2010,
p.1,2) destaca que as empresas turísticas precisam se encaixar no mundo tecnológico, para
não perderem espaço para a concorrência e correrem o risco de até mesmo desaparecerem no
mercado turístico, caso não fizerem o marketing digital e investindo fortemente na internet:
A Internet é exímia em dizimar setores atrasados e cheio de intermediários, que
relutam em acreditar na sua força e mantêm, por tempo demais, o seu modelo de
negócios ultrapassado. Quando você houve algum executivo de um setor qualquer
dizer: "a Internet está mudando nosso setor, mas isso ainda vai demorar muito",
pronto. Dois ou três anos depois o setor está falido, reclamando de como o mercado
mudou rápido e culpando algum site por concorrência desleal. [...] E aí você me
pergunta: então pra que servem as operadoras e agências de turismo? Para nada.
Para atender a uma pequena parcela da população, cada vez menor, que ainda tem
dificuldade de acesso ou uso da Internet. Então a agência de turismo e as operadoras
vão desaparecer? NÃO. Não se elas se reinventarem e procurarem se posicionar
como agregadores de valor no processo de turismo, procurando entender melhor o
que está acontecendo, como o seu público-alvo quer fazer turismo, e atendendo às
suas necessidades, pelo mesmo canal que pode tirá-las dos negócios: a Internet.
(TORRES, 2010, p. 1,2).
Embora o alerta sirva de lição para que as empresas turísticas aprendam a se renovar e
assim conseguir uma demanda maior de turistas, a indústria turística está um tanto atrasada
nesse sentido, porque os turistas se desinteressaram na hora de procurar agências físicas de
viagens e nem todas as empresas turísticas elaboraram um marketing turístico digital para
segurar essa demanda conectada na internet. Físicas porque essas agências possuem sede e
filiais localizadas em shoppings e em ruas comerciais, com um número restrito de
41
funcionários que atendem aos turistas na hora de estes comprarem passagens e/ou pacotes
turísticos. Essas agências só resistem ainda porque ainda há um público que não possui acesso
à internet, recorrendo a elas para realizarem as suas viagens.
Quando se trata da mídia televisiva, Martin (2009, p.14) fala sobre as dificuldades da
mídia televisiva no que se refere à produção de conteúdo a ser levado aos telespectadores:
Já na mídia televisiva, a abordagem da temática turismo encontra limitações
relacionadas ao custo elevado de sua produção e exibição, além de uma seletividade
de público menor. Contudo, sua maior vantagem é que a mídia combina a imagem,
som e o movimento, desperta os sentidos, mantém a atenção dos telespectadores e
tem largo alcance. Características semelhantes das vantagens podem ser atribuídas à
divulgação via internet. (MARTIN, 2009, p.14).
Dumazedier (2001, p.88) apud Martin (2009, p.71) complementa a ideia de que os
meios de comunicação em massa como a televisão ocupam lugar de destaque na formação do
ser humano, impactando também o turismo e os seus produtos:
A televisão devido a sua estrutura pode nos oferecer oportunidades de descobrir
todos os países que não temos possibilidades de visitar, passar a conhecer museus,
fazer com que tomemos conhecimento das obras-primas do cinema e do teatro,
promover nossa iniciação nas grandes descobertas da técnica e da ciência e ainda
fazer transmissões diretas de festas e acontecimentos realizados em lugares
distantes. (DUMAZEDIER, 2001, p.88 apud MARTIN, 2009, p.71).
O que pode ser observado através da citação acima é que se tem a impressão das
pessoas com pouco poder aquisitivo realizar viagens sem sair de casa, através do imaginário
criado por programas televisivos que exploram bastante as paisagens belíssimas, sejam
paisagens naturais ou até mesmo a arquitetura dos prédios e pontos turísticos dos destinos
turísticos mostrados pela mídia televisiva.
Nielsen (2002, p.35,36) fala sobre o alcance que a televisão proporciona em termos de
audiência e que a mídia televisiva tem um forte apelo comercial quando divulga um produto
turístico em rede nacional:
42
Sobre o uso da mídia de massa, a maioria dos comentaristas reconhece que a
televisão é o veículo mais significativo com seu poder de atrair o público. A
audiência televisiva continua a crescer, apesar da pressão da tecnologia mais
avançada da multimídia (internet) expandir em passos rápidos por todo o mundo. A
longa fase de “crescimento” da televisão no ciclo de vida de um produto pode ser
creditada à capacidade das redes (e, mais tarde, às operadoras de cabo e satélite) de
fornecer um produto de comunicação de acordo com o gosto do público e ao poder
de persuasão. Como instrumento comercial, a televisão comunica como nenhum
outro. Os comerciais televisivos combinam som e imagem; a televisão é popular
entre todas as faixas etárias, níveis econômicos e grupos culturais; e ela combina cor
e imagens muito bem. (NIELSEN, 2002, p.35,36).
Nielsen (2002, p.35) confirma o papel que a televisão faz quando se trata de
programas sobre o turismo. Esses programas televisivos utilizam, assim como as revistas e
jornais sobre o tema, muitas fotografias, imagens com belíssimas paisagens, o que faz o
telespectador “viajar” sem sair de casa e se informar, mesmo de forma ilusória, sobre aquela
destinação apresentada, sendo no Brasil ou no exterior.
Em termos de publicidade para o turismo, Brandão (2005, p.7), cita a Teoria de Kotler
(1992), em que fala que a propaganda é paga e a publicidade não. E no mesmo artigo,
Carvalho (2003, p.82) apud Brandão (2005, p.7), mostra a mistura desses dois conceitos de
promoção do turismo em suplementos jornalísticos de Turismo.
Nos suplementos de turismo a ligação entre o jornalismo e as variantes “publicistas”
é tão impressionante que é difícil saber onde começa a publicidade, propriamente
dita e a propaganda. É o caso das viagens patrocinadas dos repórteres pelas
empresas do setor turístico, onde a pauta muitas vezes é motivada porque a editoria
foi agraciada com uma passagem para um determina o lugar, por exemplo. Quer
dizer, o jornalismo ali é propaganda-publicidade. É propaganda porque o repórter
está divulgando um ponto turístico em que a empresa tem uma conexão como
pacotes turísticos ou itinerário aéreo. E é publicidade porque é citado o nome da
empresa que patrocinou a viagem no final da matéria. O jornalismo, nessa situação
se fragiliza e abre precedentes e desdobramentos de ordem ética.” (CARVALHO,
2003, p.82 apud BRANDÃO, 2005, p.7).
Moesh (2002, p.46 apud MARTIN, 2009, p. 80) fala sobre as imagens criadas pela
publicidade sobre os destinos turísticos:
Ao longo dos tempos, por meio da publicidade e da mídia, as imagens geradas pelos
diferentes olhares dos turistas passaram a constituir um sistema de ilusões que se
autoperpetuam e proporcionam ao turista uma base para que ele selecione e avalie os
43
lugares que visitará, o que não significa vivenciar a realidade diretamente, mas sim,
como um pseudo-acontecimento. (MOESH, 2002, p.46 apud MARTIN, 2009, p.80).
A mídia voltada para o turismo envolve esses quatro meios de comunicação para levar
informações para diferentes tipos de público: a impressa, predominante em termos de
conteúdo sobre o turismo, a televisiva, a publicidade (onde o turismo utiliza as ferramentas de
divulgação para atrair visitantes e investidores) e a mídia digital, que vem crescendo pois os
leitores ultimamente usam a internet para buscar informações e dados sobre a atividade
turística de uma região turística de seu interesse. E o jornalismo turístico está inserido nesse
contexto de transmitir notícias e reportagens sobre o turismo para o público final, os turistas, e
para os profissionais ligados ao Trade Turístico, onde há diferentes temas sobre a atividade
dependendo do público-alvo em que as publicações estão voltadas.
3 JORNALISMO TURÍSTICO
3.1 CONCEITOS DE JORNALÍSTICO TURÍSTICO
Esses conceitos de jornalismo turístico são apresentados de formas distintas, pois
alguns levam o conceito para o lado da comunicação em geral, outros tratam o jornalismo
turístico como algo ligado ao marketing, com a divulgação de destinos turísticos e os produtos
e serviços oferecidos por eles. E há a diferença entre o jornalismo turístico voltado para o
público final, que são os turistas, e para o trade, ou seja, publicações turísticas destinadas aos
profissionais do turismo e/ou pessoas de outras áreas de atuação que estejam ligados à
atividade turística.
O jornalismo turístico dito por Acerenza (1991 apud Cruz, 2008, p.69) especifica que:
Dentro desse extenso leque, as notícias e as reportagens específicas a determinado
tema acabam ganhando determinações. O material relacionado ao turismo, à
hotelaria, aos transportes de longa distância e, muitas vezes, à indústria do
entretenimento, por exemplo, costuma ser chamado de jornalismo turístico.
(Acerenza, 1991 apud Cruz, 2008, p.69).
44
O jornalismo turístico para Cruz (2008, p.69) teve mais destaque após a queda
momentânea da obrigatoriedade do diploma do jornalista, e o fato de escrever sobre a
atividade turística em publicações jornalísticas gerou um novo filão para os turismólogos, que
veem nessa possibilidade de não obrigatoriedade uma oportunidade de trabalho na área de
jornalismo turístico, como em suplementos de turismo e revistas especializadas. Entretanto, os
profissionais do turismo precisam, segundo os jornalistas, se especializarem em comunicação,
pois necessitarão da técnica de boa argumentação, escrita e conhecimento da língua
portuguesa para elaborar reportagens sobre o turismo nessas publicações.
E Cruz (2008, p.70) complementa a sua ideia sobre o jornalismo turístico:
Pensando em tempos pós-modernos, o jornalismo turístico surge como um dos
reflexos de interesse contemporâneo por viver experiências individualizadas, únicas,
particulares, não massivas e, claro, estimulantes. Dessa forma, o material noticioso
turístico deve procurar destacar elementos próprios sem fugir dos padrões
tradicionais da imprensa. [...] No jornalismo turístico, destaca-se bastante, nas
notícias e reportagens, a parte de serviços, ou seja, indicações de nomes, endereços e
preços dos equipamentos turísticos, como hotéis, restaurantes e meios de transporte.
(CRUZ, 2008, p.70).
Analisando essa visão de Cruz (2008, p.70) e de Acerenza (1991), o jornalismo
turístico a princípio traz informações sobre a atividade turística, em sua maior parte
mesclando a história do local e a sua parte mercadológica, e destaca aspectos gerais sobre
serviços e produtos de turismo relacionados ao destino procurado pelos turistas. É destacada
também no início a questão do jornalismo turístico ser exercido pelos jornalistas de formação,
e a possibilidade dos turismólogos fazerem o mesmo porque agora o diploma de jornalista não
é mais obrigatório, embora os jornalistas estejam entrando na justiça pela volta da
obrigatoriedade do diploma e pedindo apoio da ABRAJET (Associação dos Jornalistas de
Turismo), cuja entidade é formada por jornalistas que desejam ver a atividade turística
conquistando espaço no mercado brasileiro.
Para Belau (1996 apud CRUZ, 2008, p.71) a comunicação turística é vista da seguinte
forma, onde ela abrange as quatro funções do jornalismo:
45
A comunicação turística pode revelar, ao mesmo tempo, num só artigo, as quatro
funções do Jornalismo (política, econômica, educativa e de entretenimento),
convidando o leitor a degustar o turismo não apenas como passatempo, um sonho
sem a possibilidade de realizar ou algo supérfluo, mas como algo que deve ser
tratado com a devida importância que tem para o desenvolvimento do país e o
aumento da qualidade de vida dos cidadãos, também leitores e consumidores.
(BELAU, 1996 apud CRUZ, 2008, p.71).
No mesmo texto de Cruz (2008, p.71), há outra citação sobre a comunicação turística,
através de Zardo (2000), onde o autor citado por Cruz diz que a comunicação turística facilita
ao consumidor no que se refere às informações pertinentes ao consumo turístico desses
turistas. E que a comunicação não apenas administra o enfoque promocional do turismo,
também apresenta os aspectos técnicos do atrativo ou da destinação turística em questão.
Todo tipo de turismo necessita de uma boa comunicação turística para apresentar o que a
destinação visitada tem de melhor aos seus consumidores/turistas. E para complementar os
conceitos de outros autores apresentados por Cruz (2008, p.71,72), eis que há outro conceito
de comunicação, onde o jornalismo turístico se insere perfeitamente na citação abaixo por
Bordenave (1984, p.48):
A comunicação é um processo natural, uma arte, uma tecnologia, um sistema e uma
ciência social. Ela pode ser um instrumento de legitimação de estruturas sociais e
governos, como também a força que os contesta e os transforma. Ela pode ser um
veículo de auto-expressão e de relacionamento entre as pessoas, mas também pode
ser útil recurso de opressão psicológica e moral. A comunicação ensina, vende,
distrai, entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói reputações, orienta, desorienta,
faz rir, faz chorar, inspira, narcotiza, reduz a solidão e – num paradoxo digno de sua
infinita versatilidade – produz até incomunicação. (BORDENAVE, 1984, p.48 apud
CRUZ, 2008, p.71,72).
Todas essas funções da comunicação estão inseridas tanto no marketing turístico como
no jornalismo turístico, pois além de informar e promover a atividade turística, a comunicação
pode elevar o padrão de um destino turístico ou destruir a reputação dele também, através de
notícias que denunciam os descasos dos governos com os atrativos desses locais turísticos. E
o jornalismo turístico tem essa função de informar os aspectos positivos e negativos das
localidades turísticas através de suas reportagens. Mas o jornalismo turístico pode ter o caráter
informativo e divulgador do turismo, como acontece em maior parte das publicações da mídia
impressa ou pode se levar pelo lado social e totalmente destinado aos temas mais específicos
sobre turismo, como divulgar eventos, feiras de turismo, congressos, seminários, além de
46
denunciar os impactos positivos e negativos da atividade turística sobre as destinações
turísticas. O tema turismo agora é publicado em diversas seções nos jornais impressos, não
está exclusivo apenas em cadernos de turismo ou suplementos sobre o assunto.
A mídia impressa gosta de abusar das imagens e cores para impressionar o turista e
estimulá-lo a conhecer um determinado atrativo turístico, suprindo a seu desejo de viajar e
vivenciar situações diferentes do seu dia-a-dia. E Scalzo (2003, p.69, 70 apud MARTIN,
2009, p. 71) fala do poder que essas imagens têm sobre os turistas que folheiam revistas sobre
turismo:
Quando alguém olha para uma página de revista, a primeira coisa que vê são as
fotografias. Antes de ler qualquer palavra, é a fotografia que vai prendê-lo àquela
página ou não. Fotos provocam reações emocionais, convidam a mergulhar num
assunto, a entrar numa matéria. Numa época carregada de apelos visuais, o uso da
fotografia tornou-se ainda mais relevante. (SCLAZO, 2003, p.69,70 apud MARTIN,
2009, p.71).
Embora o jornalismo turístico seja mais conhecido através de revistas e jornais que
exploram bastante as imagens atraentes aos turistas, feitos por campanhas publicitárias, o
turismo pode ser abordado de outra forma pelo jornalismo turístico, onde a atividade é
divulgada por meio de vídeos e reportagens sobre o tema, sem que haja qualquer tipo de
“venda” de alguma destinação ou produto turístico de forma direta. Martin (2009, p.80)
complementa que o Jornalismo em Turismo procura refletir os lugares da forma como são,
dando graça, beleza e encantamento na dose certa, com a finalidade de não frustrar o leitor e
passar emoção a esse leitor com fotografias de qualidade, com dados infográficos e mapas
com lugares importantes. Com esses fatores, o turista passa a ter uma vontade maior em
conhecer aquele local descrito na mídia impressa, principalmente nas revistas especializadas
sobre o turismo.
Uma outra comparação feita por Godoy (2003, p.3) entre o jornalismo e o turismo, que
resulta de como é feita o jornalismo turístico por turismólogos:
O diferencial entre um turismólogo e um jornalista é que este entende de notícia,
aquele de turismo. O profissional de turismo pode ser competente para escrever
notícias de sua área. Mesmo que tenha que ler e estudar um pouco mais a respeito
das técnicas, que não são mistérios. Assim como um bom jornalista deve ter
47
conhecimento da área de turismo para não encher páginas de jornais apenas com
fotos e boxes de serviços. (GODOY, 2003, p.3).
Segundo Rodrigues (2008, p.3,4) o jornalismo turístico começou com publicações
antigas como guias turísticos impressos, onde os viajantes relatavam suas impressões nas
viagens e exaltavam a belezas dos destinos turísticos visitados. Esses guias turísticos eram
escritos de forma literária, e não referencial como nos dias atuais, e também eram feitas sob a
forma de crônica, onde as paisagens eram retratadas através de figuras de linguagem,
resultando num tipo de jornalismo turístico.
Xavier4 (2011), repórter das publicações Mercado & Eventos e Folha do Turismo, do
Grupo Folha Dirigida, o jornalismo que fala de turismo e o jornalismo turístico possui
diferenças entre si:
“O jornalismo que fala do turismo pode ser qualquer um que fale sobre algum
destino ou hotel, ou sobre certo tipo de turista. O jornalismo turístico seria aquele
mais específico na área, voltado para o trade”. (XAVIER, F. Mercado & Eventos e
Folha do Turismo. Rio de Janeiro, 25 out. 2011).
As duas publicações citadas pela repórter Xavier (2011) são direcionadas a diferentes
públicos no jornalismo turístico: a revista Folha do Turismo é vendida para o consumidor
final, o turista, e a revista Mercado & Eventos é direcionada para a área institucional do
turismo, ou seja, é uma publicação voltada para os profissionais ligados ao turismo. Na visão
da repórter Turboli5 (2011), da Aver Editora, responsável pelas publicações Jornal do
Turismo, Revista Posso Viajar e Aviação em Revista, há uma clara diferença entre o
jornalismo que fale do turismo e o jornalismo turístico:
________________
4 Fernanda Xavier: repórter das publicações Mercado & Eventos e Folha do Turismo, do Grupo Folha Dirigida.
Entrevista cedida em 25 out 2011.
5Monica Turboli, repórter Aver Editora, que publica os veículos Jornal de Turismo, Revista Posso Viajar e
Aviação em Revista. Entrevista cedida em 31 out. 2011.
48
O jornalismo que fala de turismo trata dos destinos turísticos e suas curiosidades em
reportagens. Já o jornalismo turístico divulga o noticiário do setor de Turismo em
relação a diversas questões como política, economia, legislativo, hoteleiros, agências
de viagens e etc. (TURBOLI, M. Jornal do Turismo. Rio de Janeiro, 31 out. 2011).
Nos próximos assuntos, serão mostrados como o turismo é abordado no jornalismo em
geral e logo em seguida, no jornalismo turístico. Sendo este último possuindo vários
direcionamentos e públicos leitores, mas com um interesse em comum: promover a atividade
turística e os seus destinos, com a finalidade de desenvolver o turismo em diversas partes do
mundo.
3.2 A ESTRUTURAÇÃO DO JORNALISMO TURÍSTICO
Segundo Cruz (2008, p.70) as reportagens turísticas seduzem os leitores através de
boas imagens e com um arrojado design gráfico para impactar e cativar mais os leitores do
que um simples texto publicado na mídia impressa. Um dos grandes chamarizes para uma boa
leitura é a combinação entre as boas imagens publicadas e um texto escrito de forma simples
e objetiva, pois a organização das informações é importante para o sucesso da reportagem
turística. Com isso, o jornalista de turismo deve ser objetivo, não deixando que suas opiniões
pessoais prevaleçam sobre o material noticioso.
Ultimamente, o jornalismo em questão começou a exigir a informação em grande
quantidade, curta e objetiva. Pode-se dizer que em algumas publicações turísticas, esse tipo
de jornalismo aparece frequentemente, pois há reportagens superficiais sobre o turismo cujos
textos atendem aos leitores que consomem a reportagem rápida e confortavelmente, da
mesma forma como Dhein (1993, p.3 apud Cruz, 2008, p.80), refere esses tipos de
reportagem no jornalismo em geral.
E continuando sobre a teoria dita por Dhein (1993, p.4 apud CRUZ, 2008, p.80), sobre
que a imprensa só dá eco para quem detém o certo poder, na hora de transmitir a informação:
49
“Essa prática, além de comprometer a credibilidade da informação,
torna o jornalismo ainda mais vulnerável à manipulação ideológica
por parte das fontes. O que importa é descrever e não analisar”.
(DHEIN, 1993, p.4 apud CRUZ, 2008, p.80).
As épocas do ano influenciam e muito na decisão de pauta nas redações de revistas e
jornais sobre o turismo. Por exemplo, entre os meses de outubro a março do ano seguinte,
aparecem as matérias de capa relacionadas ao turismo “praia e sol”, exaltando os destinos
turísticos nacionais principalmente as praias da região nordeste e da cidade do Rio de Janeiro.
Nesse período aparecem inúmeros anúncios de hotéis, pousadas à beira-mar e pacotes
turísticos totalmente direcionados às férias de final de ano. Já após o mês de março, as
reportagens turísticas mudam o foco e se voltam para os destinos internacionais, onde
determinadas cidades turísticas ou não são destacadas por causa das belas paisagens naturais
da primavera e isso ocorre principalmente em cidades europeias.
Mas o que pode ser observado que a estruturação das reportagens turísticas e das
publicações que falam do turismo na mídia impressa é diferente das reportagens turísticas
presentes na mídia digital, como portais e sites das mesmas na internet. Nem todas as
reportagens e matérias existentes na mídia impressa estão expostas nos sites, pois os
conteúdos comuns às duas mídias ficam destinados aos assinantes das publicações turísticas.
Nas reportagens turísticas voltadas para o público final, os jornalistas buscam seguir
os cinco principais fundamentos da pauta: o histórico, a matéria, a abordagem, as fontes e
principalmente as imagens. As imagens são o principal foco das reportagens jornalísticas,
quando estas querem mostrar ao leitor as partes mais relevantes da matéria sobre
determinados destinos turísticos. A pauta ultimamente assume um caráter coadjuvante no que
se refere ao processo noticioso do jornalismo, pois há falta de sensibilidade dos profissionais
em apurar fatos e analisar notícias e reportagens. E acaba provocando a falta de sinceridade
em alguns casos, na abordagem do turismo feita pelas publicações direcionadas aos turistas,
pois utilizam imagens para impressionar o leitor e colocam apenas os fatos que melhor lhe
convém em relação ao destino turístico apresentado na capa da publicação ou não.
E Cruz (2008, p.75) enfatiza a interface entre o turismo e o jornalismo, em termos de
reportagens turísticas, a respeito das pautas dessas reportagens:
50
Dessa forma, a interface entre jornalismo e turismo, se a pauta de uma reportagem
turística orientar o repórter a ser bastante criterioso e exigente em relação aos
equipamentos de determinada destinação, provavelmente a matéria a respeito desse
lugar não será tão positiva quanto o poder público do local ou seus moradores
gostariam. (CRUZ, 2008, p.75).
Para os profissionais do jornalismo turístico, a pauta é caracterizada sob diversas
opiniões, apresentadas por Xavier (2011) e Turboli (2011):
A editora organiza por estados e envia por e-mail já com os nomes de cada repórter
do lado. Por exemplo, se ela decide que vou fazer uma matéria sobre o estado do Rio
de Janeiro, o meu nome já vem ao lado e o assunto principal da matéria também! A
pauta é enviada inteira por e-mail, a gente fica por dentro do que cada um vai ter que
fazer. Então, eu posso estar com o RJ, mas sei exatamente quem vai fazer o que para
a edição. (XAVIER, F. Mercado & Eventos, Grupo Folha Dirigida. Rio de Janeiro,
25 out 2011).
Os assuntos são divididos por editorias, isso acontece normalmente em qualquer
veículo. Selecionamos as notícias mais relevantes para a publicação, dividindo-as
pelas editorias do jornal. A pauta é traçada seguindo critérios de relevância para o
nosso público, que é voltado principalmente para o trade de turismo. (TURBOLI, M.
Jornal do Turismo. Rio de Janeiro, 31 out 2011).
O que pode ser analisado é que as editoras determinam os assuntos que os repórteres
farão sobre determinado destino, independente do local de redação em que eles se encontram,
pois os assuntos são enviados por e-mail e os repórteres devem estar cientes a respeito deles,
procurando os fatos mais relevantes que serão publicados nas revistas e jornais impressos e on
line de turismo. A partir dessas pautas determinadas pelos editores de publicações turísticas,
os repórteres pesquisam os assuntos através da internet e também visitando os lugares
turísticos, através de convites feitos pelas empresas de turismo juntamente com as prefeituras
desses locais, necessitados em divulgá-los para o público leitor e assim conseguir a demanda
suficiente para determinadas épocas do ano.
O material noticioso dessas publicações tem a finalidade de convencer e vender os
locais e produtos turísticos, tirando qualquer possibilidade de apresentar aspectos negativos
dos assuntos abordados, principalmente nas publicações voltadas aos turistas. Já as
51
reportagens em publicações para o trade turístico apresentam seções por estado brasileiro, por
tipo de serviço turístico e outros assuntos ligados à atividade turística. As revistas e jornais
turísticos voltados para o trade colocam mais notícias que reportagens, porque as notícias
sobre o trade turístico contém dados detalhados sobre eventos, feiras, assuntos relacionados a
diversos setores da economia e sociedade.
Talvez a maioria das reportagens sobre o turismo nas publicações de grande
circulação, principalmente nos cadernos de turismo presentes nos grandes jornais, possuem
mais notícias do que reportagens propriamente ditas, pois apresentam conteúdos objetivos,
porém com falta de profundidade sobre alguma destinação turística ou algum tipo de turismo
praticado em regiões turísticas. Mesmo que estejam voltados para os turistas e a função delas
seja mais de vender “sonhos” através de fotos e textos que exaltem as belezas do lugar, as
publicações turísticas como as revistas e os suplementos jornalísticos de turismo precisam se
aprofundar mais sobre a atividade turística, apresentando alguns aspectos negativos de
determinados tipos de turismo praticados nesses locais e levar essa informação ao leitor, para
que este não se decepcione com a realidade do local turístico mostrado de forma ilusória por
revistas de turismo de grande circulação pelo Brasil.
Segundo Sodré e Ferrari (1986, cap.3 apud CRUZ, 2008, p.83) em Técnicas de
Reportagem, a reportagem apresenta três tipos distintos: reportagem de fatos, reportagem de
ação e reportagem documental. Se for para analisar o conteúdo das reportagens turísticas
presentes nas publicações voltadas para o leitor/turista, pode-se dizer que há a reportagem de
fatos, pois consiste no relato objetivo dos acontecimentos e de ordem de maior relevância de
reportagens, e de reportagem de ação, onde há o relato que começa pelo assunto mais atraente
que envolva o leitor com visualização de cenas, ou seja, utilização constante de fotos para
“seduzir” o leitor dessas publicações. Já as publicações turísticas voltadas para o trade, para
os profissionais do turismo, pode-se analisar que são usadas a reportagem de ação e a
reportagem documental, sendo que esta última é feita mais através de pessoas convidadas que
escrevem com mais profundidade e pesquisa sobre um assunto em destaque pela publicação.
Na maior parte das publicações turísticas a linguagem deve ser clara e objetiva, porém
há reportagens turísticas que acabam se tornando muito superficiais por não mostrar os
impactos do turismo em grandes locais turísticos, como problemas de infraestrutura e de
transporte por exemplo. E também mostram roteiros pré-elaborados pelos jornalistas, como
uma tendência a ser seguida pelos leitores das publicações turísticas, como os melhores bares,
52
hotéis, eventos culturais mais badalados da cidade ou estado, entre outros temas e os preços
variam de acordo com o nível de renda do público-alvo das publicações sobre o turismo e
turísticas.
As publicações de turismo possuem redações em vários estados brasileiros e as pautas
variam com a ordem do editor-chefe para a abordagem e elaboração da notícia e a equipe de
reportagem. E os turismólogos são convidados para escrever artigos mais elaborados sobre a
atividade turística, já que os jornalistas afirmam que os profissionais do turismo não possuem
técnicas de redação jornalística, para abordar o turismo na linguagem referencial e com
imparcialidade. E os turismólogos acham que os jornalistas não tem aprofundamento o
suficiente para escrever sobre a atividade turística nas publicações jornalísticas de turismo. A
partir desses conceitos, há uma clara diferença entre o jornalismo turístico voltado para o
público final, os turistas, e para o trade turístico, cujo conteúdo é mais político e comercial.
3.2.1 Exemplos de publicações impressas e programas televisivos sobre o jornalismo
turístico
- Revistas especializadas em turismo voltadas para o Trade Turístico (Quadro 01):
Publicação
Editora Descrição
Revista Mercado & Eventos
(Figura 01).
Editora Aver – Grupo Folha
Dirigida
Apresenta diversas seções
ligadas ao turismo como
viagens, trade turístico,
economia, política, área
comercial, destinos nacionais e
internacionais, gastronomia,
entre outros, onde um
especialista convidado fala
sobre o tema relacionado à sua
área de atuação. O público-alvo
é direcionado exclusivamente
para os profissionais do
turismo.
Revista BrasilTuris Jornal
(Figura 02).
Editora Edituris Assim como a Mercado &
Eventos, a publicação escreve
pequenas notas sobre assuntos
atuais do trade turístico e
reportagens mais resumidas e
53
objetivas sobre destinos
turísticos e de empresas ligadas
ao turismo. Os assuntos são
totalmente direcionados à parte
institucional do turismo.
Revista Trading
(Figura 03).
Camel Editora A revista possui matérias
ligadas ao aspecto institucional
do turismo, como
infraestrutura, investimentos,
com notícias sobre o fluxo
turístico e os serviços
referentes ao turismo.
Jornal do Turismo
(Figura 04).
Jornal do Turismo Criado em 1965 no Rio de
Janeiro, o Jornal do Turismo
registra fatos relacionados ao
turismo sob vários aspectos
como: viagens, institucional,
política, economia e área
empresarial. Possui o programa
Magnavita, exibido aos
domingos à noite na emissora
CNT/Gazeta. Quadro 01 – Revistas e jornais especializados em turismo, destinadas ao Trade Turístico.
Fonte: Editora Aver – Grupo Folha Dirigida, Jornal do Turismo, Camel Editora e Editora Edituris. (out. e nov.
2011).
- Capas de publicações do jornalismo turístico voltados para o trade (Figuras 01, 02, 03 e
04):
Figura 01 – Capa da revista
Mercado & Eventos (edição
Outubro de 2011).
Figura 02 – Capa da revista
BrasilTuris Jornal (edição
Outubro 2011).
54
- Revistas e jornais de turismo voltados para o público final: os turistas (Quadro 02).
Publicação Editora Descrição
Revista Brasil Travel News
(Figura 05).
Camel Editora A publicação possui matérias
mais elaboradas sobre dicas de
viagens, entrevistas e
reportagens falando de história,
sociedade, novos roteiros a
serem visitados e com muitas
páginas ilustradas, com várias
seções destinadas à atividade
turística.
Revista Host & Travel
(Figura 06).
Editora Jobson Brasil É uma revista voltada
exclusivamente para viagens,
onde há uma classificação de
destinos turísticos por meio de
listas com os melhores lugares
para viajar. E mostra os
melhores preços dos serviços
turísticos a seus leitores.
Caderno Boa Viagem – O
Globo
(Figura 07).
Jornal O Globo É uma publicação que é
voltada exclusivamente para o
segmento de viagens, onde as
matérias apresentam lugares
que são tendências de acordo
com as estações do ano, além
de mostrarem dicas de viagens
com preços dos roteiros e
meios de hospedagem
Figura 03 – Capa da Revista
Trading Travel (edição
Outubro 2011).
Figura 04 – Capa do jornal
Folha do Turismo (edição
Novembro 2011).
55
referentes às matérias de capa.
Revista National Geographic
(Figura 08).
Editora Abril Mostra em suas matérias
lugares com grande potencial
turístico ou não, cujos textos
descrevem o turismo não só
pelo segmento de viagens, mas
também fala sobre aspectos
históricos e econômicos das
localidades turísticas.
Revista Viagem e Turismo
(Figura 09).
Editora Abril Apresentam muitas fotos sobre
as matérias de capa e colocam
textos mais elaborados sobre os
principais destinos turísticos do
Brasil e do Mundo, sendo estes
últimos predominarem como
reportagens de capa da
publicação.
Revista Guia Quatro Rodas
(Figura 10).
Editora Abril A publicação, originada da
revista Quatro Rodas,
apresentam roteiros
alternativos de viagem para
quem se desloca de carro para
os destinos turísticos. Além de
classificarem os destinos
através de rankings, como a
pontuação de lugares e serviços
turísticos por meio de estrelas.
Suplemento Turismo – Folha
de S. Paulo
(Figura 11).
Folha de S. Paulo Com matérias curtas e
objetivas, além de publicarem
dicas de viagem, são escritas
reportagens rápidas sobre
destinos turísticos do Brasil e
do mundo em forma de
tabloide. Quadro 02 – Revistas e jornais de turismo destinados ao público final: os turistas.
Fonte: Editora Abril – Núcleo Turismo, Folha de S. Paulo, Camel Editora, Editora Jobson Brasil e Jornal O
Globo (out. e nov. 2011).
56
- Capas das publicações do jornalismo turístico para o público final (Figuras 05, 06, 07, 08,
09, 10 e 11).
Figura 05 – Capa da revista
Brasil Travel (edição n° 268 -
Outubro 2011).
Figura 06 – Capa da revista
Host & Travel (edição n° 47 -
Outubro 2011).
Figura 07 – Capa do suplemento de
turismo Boa Viagem/ Jornal O Globo
(edição de 20 out. 2011).
Figura 08 – Capa da revista
National Geographic - Editora
Abril (edição Novembro 2011).
Figura 09 – Capa da revista
Viagem e Turismo – Editora Abril
(edição Dezembro 2011).
57
- Programas televisivos que falam do jornalismo turístico (Quadro 03).
Nome do programa Emissora de TV Como fala do Turismo?
Companhia de Viagem* Atualmente na RedeTV! É um programa que fala
exclusivamente de viagens,
com matérias sobre os
destinos turísticos mais
visitados do Brasil e do
Mundo, onde há entrevistas
com os profissionais do
turismo e dicas de viagens,
com exibição de preços de
serviços de hospedagem e
gastronomia, descritas pelo
apresentador Márcio Moraes.
Jornal Hoje Rede Globo O telejornal vespertino e
diário (exceto aos domingos)
exibe matérias livres onde o
turismo está inserido no
contexto e possui um quadro
fixo chamado “Tô de folga”,
com dicas de viagens e
roteiros específicos que
variam de acordo com as
estações do ano, sejam eles
nacionais e internacionais,
embora predominem os
destinos nacionais.
Fantástico Rede Globo O programa dominical
apresenta quadros variados
Figura 10 – Capa da revista
Guia Quatro Rodas
(Dezembro 2011).
Figura 11 – Matéria de capa do suplemento de
turismo da Folha de S. Paulo (edição 21 out.
2011).
58
que falem exclusivamente de
turismo ou não, entretanto
não prioriza dicas de viagem
como os outros programas de
turismo, mostrando apenas as
partes histórica, econômica e
social das cidades do Brasil e
do Mundo. O conteúdo das
reportagens tem o formato de
documentário.
Domingo Espetacular Rede Record A atração exibida aos
domingos retrata o turismo
em forma de reportagens
exclusivas, ligadas ou não à
atividade, com ares de
documentário, onde os
lugares mostrados no
programa são vistos de forma
geral, como população,
economia e costumes dos
moradores locais.
Nome do programa Emissora de TV Como fala do Turismo?
Programa Magnavita CNT/Gazeta O programa de conteúdo
totalmente voltado à parte
institucional do turismo, com
entrevistas feitas aos
profissionais da área,
exibindo reportagens sobre a
parte empresarial do turismo
e eventos corporativos. Quadro 03 – Programas televisivos que falam de turismo ou que possuem quadros ligados ao turismo.
Fonte: Sites das emissoras Rede Globo, Rede Record, RedeTv! e CNT/Gazeta. (out. e nov. 2011).
*Programa independente, que pode mudar de emissora de acordo com a permanência da atração.
3.3 JORNALISTA DE TURISMO OU TURISMÓLOGO JORNALISTA?
3.3.1 O que é um jornalista de Turismo?
Por todo o exposto, entendemos que um jornalista de turismo é um jornalista de
formação, que acaba sendo destinado a escrever sobre a atividade turística nos suplementos
jornalísticos de turismo nos jornais de grande circulação do Brasil, onde são convidados pelas
empresas turísticas e pelos governos das destinações turísticas, para escreverem da melhor
59
forma possível sobre o local visitado por ele. A sua experiência em turismo é vista através das
viagens feitas por ele em várias cidades do Brasil e do mundo, pois o turismo proporciona ao
jornalista conhecer novos lugares, novas culturas e assim ter a sua impressão sobre o local
visitado, destacando a sua história, cultura, gastronomia e meio ambiente. Obviamente, há os
jornalistas turísticos, que são aqueles que se formaram em comunicação, mas que se
especializaram em turismo seja durante a graduação ou com alguma especialização
relacionada ao turismo, como pós-graduação por exemplo. São jornalistas que trabalham em
publicações turísticas específicas, direcionado aos profissionais de turismo.
Um exemplo de associação de jornalistas especializados em turismo é a própria
ABRAJET (2010), que representa todos os profissionais de turismo que atuam como
integrantes da cadeia produtiva da atividade, e segundo a entidade, tem como função defender
a isenção de opinião e o setor para o qual se especializou, ao contrário de outros setores de
mídia que agem sob interesses partidários. E isso fica bem esclarecido no seu código de ética,
citado anteriormente no trabalho.
Os jornalistas que falam de turismo e os jornalistas turísticos, embora os termos sejam
bastante parecidos, têm definições diferentes dependendo de seu público-alvo. Segundo as
jornalistas especializadas em turismo Xavier (2011), da revista Mercado & Eventos (Grupo
Folha Dirigida) e Turboli (2011), do Jornal de Turismo, o jornalista que fala do turismo
trabalha com destinações turísticas e dicas de turismo, relacionados à hotelaria e viagem,
juntamente com as curiosidades dos locais turísticos, enquanto os jornalistas turísticos falam
mais do trade turístico, envolvendo questões de Turismo em diversos setores como economia,
legislativo, agência de viagens, política, entre outros assuntos. Essa diferença demonstra que
para abordar o turismo apenas como um produto que precisa ser vendido aos turistas, não é
necessária tamanha profundidade no assunto citado para informar ao leitor sobre uma
destinação turística ou um serviço oferecido por empresas de turismo, como hotéis, pousadas,
companhias aéreas e outros.
Percebe-se uma coisa: o jornalismo que fala de turismo pode ser considerado um
jornalismo turístico, mesmo que esteja voltado apenas para informar ao leitor o turismo com
uma atividade de entretenimento, de lazer? Pois o jornalismo turístico é definido como um
tipo de jornalismo direcionado aos profissionais da área e não aos turistas, que consomem os
produtos turísticos. Mas certas publicações sobre o turismo se consideram como um
jornalismo turístico, porque falam do turismo como atividade econômica e destacam aspectos
60
socioeconômicos dos destinos turísticos, junto com seus dados históricos. Por isso que os
jornalistas de turismo e os jornalistas turísticos, especializados em turismo, apresentam
diferenças no que se referem à abordagem do turismo e o tipo de público-alvo em que essas
publicações focam, como os profissionais do turismo e os turistas.
O jornalista de turismo procura sempre informar ao leitor sobre a atividade turística,
mas usando as técnicas de argumentação para persuadi-lo da melhor forma sobre o assunto
em que está falando. Os jornalistas turísticos são mais criteriosos na hora de escrever seus
textos sobre a parte institucional da atividade, pois o conteúdo dessas publicações é
direcionado aos profissionais e aos estudiosos na área de turismo, embora haja em menor
número, turistas que leem revistas e jornais turísticos para se informarem sobre a atividade de
forma aprofundada.
3.3.2 Como seria um turismólogo jornalista?
Esse questionamento ainda gera polêmica, pois é um termo muito raro, ou até mesmo
inexistente, em termos de publicações turísticas. O turismólogo possui grandes conhecimentos
sobre o turismo, entretanto para os jornalistas e jornalistas de turismo esse profissional não
possui técnicas de redação jornalística, que exige de uma reportagem ou matéria um texto
claro e objetivo, que tenha isenção de opinião, imparcialidade e interesse pela opinião pública.
Se o diploma de jornalista não é mais obrigatório, por que o profissional do turismo não
poderia trabalhar em uma redação jornalística, mesmo que se especialize em jornalismo? Pois
o contrário, melhor, jornalista de formação que se especializa em turismo é bastante comum
nas publicações sobre o turismo, sejam elas específicas ou não.
Por exemplo, numa publicação turística voltada aos profissionais de turismo, seria
coerente uma participação maior dos turismólogos na elaboração de textos jornalísticos mais
específicos sobre o turismo, falando de diversas áreas ligados à atividade turística, não se
resumindo aos turismólogos serem meros articulistas dessas publicações, ao expressar suas
opiniões sobre o tema em que eles são convidados por revistas e jornais turísticos de
circulação nacional ou regional. Ou até mesmo participando de reuniões de pauta sobre os
assuntos turísticos que serão abordados e, por seguinte, publicados nas mídias impressas e
digitais de jornais e revistas de turismo. O impedimento do turismólogo em trabalhar numa
61
redação de publicações turísticas é que o turismólogo não possui muitas técnicas de redação
jornalística, como foi citado anteriormente, mesmo com grandes conhecimentos sobre o
assunto. E, na maior parte das publicações turísticas voltadas para os turistas, o texto deve ser
informativo e não opinativo, como muitos pensam. Ou seja, o texto jornalístico mostra mais
dados com a função de apenas informar o turista sobre o destino turístico mostrado na capa
dessas publicações, embora em alguns textos nas revistas de turismo apareçam a opinião e/ou
relato do jornalista, que escreve sobre as suas impressões sobre o local que visitou de maneira
formal.
O único meio em que os turismólogos podem exercer a sua função de jornalista,
relatando fatos, transmitindo informações sobre o turismo de forma geral e denunciando os
aspectos negativos das destinações turísticas e de seus serviços oferecidos, é através de sites e
blogs publicados na internet. Nesse caso, não é necessário ter maiores técnicas de redação
jornalística para elaborar textos e seções de diversas áreas de atuação ligadas ao turismo e
abrindo espaço também para os leitores desses sites escreverem aspectos positivos e negativos
do turismo nacional e internacional. Mas na maior parte das publicações jornalísticas de
turismo, o turismólogo não exercerá a função de jornalista, apenas terá a função de colunista
ou articulista convidado para ter os seus textos turísticos publicados nas editoras de revistas
sobre turismo.
3.3.3 Os turismólogos articulistas
Os turismólogos articulistas são os profissionais do turismo que escrevem textos
acadêmicos de sua área de atuação ou de estudo, geralmente publicados em revistas
científicas de turismo, na mídia impressa e na mídia digital. Ao contrário dos jornalistas
turísticos, que usam uma linguagem mais referencial, os turismólogos articulistas expõem
suas opiniões sobre determinado assunto relacionado ao turismo usando a linguagem técnica
dos profissionais de turismo. Os assuntos abordados pelos turismólogos em seus artigos
apresentam dados mais detalhados, como gráficos, fontes de estatística e tipos de metodologia
usada para a produção desses textos científicos. Geralmente feitos por graduandos que
participam de projetos acadêmicos de turismo, estudantes de mestrado e doutorado, que
62
elaboram esses artigos como resultado de estudos que realizam dentro da área em que atuam e
que pretendem estender com esses projetos de pesquisa.
Um exemplo de site que publica os textos acadêmicos de turismo e os divulga como
fonte de pesquisa para outros textos científicos é o Revista Turismo6, cujo conteúdo dos textos
publicados é dividido por assunto e o leitor procura esses textos acadêmicos através de
assuntos de seu interesse de pesquisa, observando que nesses textos há uma linguagem
opinativa desses turismólogos articulistas sobre as suas áreas de atuação em turismo. É bem
diferente da linguagem referencial usada pelos jornalistas e pelos jornalistas especializados
em turismo nas publicações direcionadas a diversos leitores interessados na área turística, que
vem ganhando espaço no cenário econômico mundial.
Há muitos sites onde o turismólogo pode escrever os seus artigos, textos acadêmicos e
divulgar os temas relacionados as pesquisa e o turismólogo articulista recorre a blogs para
escrever notícias sobre diversos assuntos sobre a atividade turística. E as revistas científicas
de turismo são um campo onde os turismólogos articulistas divulgam os seus trabalhos de
pesquisa, com uma estrutura e divulgação de informações bem diferentes sobre o turismo,
além do público-leitor ser relacionado ao meio acadêmico do turismo e não aos turistas em
geral.
3.3.4 A visão dos turistas sobre o jornalismo turístico
Para ter uma ideia de como os turistas pensam sobre o conteúdo publicado nas
publicações jornalísticas de turismo, foi realizada uma pesquisa on line que foi dividida em
duas partes. A primeira parte da pesquisa foi respondida por 33 pessoas, que se dispuseram a
responder ao questionário virtual, cujos links foram publicados na internet, e a segunda parte
da pesquisa foi respondida por 23 das 33 pessoas entrevistadas, que costumam viajar ou
apenas lê o conteúdo das revistas e jornais que falam de turismo e as publicações turísticas. O
objetivo da pesquisa é o que os leitores enxergam o contéudo exposto nas publicações
turísticas, destinadas à parte institucional do turismo ou não.
______________
6 Mais informações em: www.revistaturismo.com.br/artigos
63
O período da pesquisa foi entre 25 de outubro a 04 de novembro de 2011, feito através
de um questionário virtual, imediatamente divulgado nas redes sociais como o Twitter e o
Facebook, com a finalidade de alcançar maior número de entrevistados no meio virtual.
Pelo resultado da pesquisa, a média de idade dos entrevistados é de 22,5 anos (Ver
ANEXO B – n° 2, questão de livre resposta) e a maioria deles é do sexo feminino, cerca de
64% (Gráfico 01).
Cerca de 31% dos entrevistados não possuem renda fixa seguido por pessoas que
ganham entre 1 a 3 salários mínimos (12,5%). Os gráficos abaixo (Gráficos 02, 03, 04, 05 e
06) mostrarão o perfil do turista e as suas preferências de temas turísticos abordados pelas
publicações turísticas e o quanto essas publicações têm o poder de influência sobre a decisão
dos turistas em viajar para os destinos turísticos divulgados nas revistas de turismo.
0
10
20
30
40
50
60
70
%
Sexo
FEMININO MASCULINO
Gráfico 01 – Porcentagem das pessoas definida
por sexo.
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011).
64
24,2 21,2
54,5
NACIONAIS INTERNACIONAIS AMBOS
Destinos Turísticos Preferidos (em %)
NACIONAIS INTERNACIONAIS AMBOS
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
RESPOSTAS DOS LEITORES
%
Frequência de leitura dos entrevistados
sobre publicações de turismo (em %)
SIM NÃO ÀS VEZES
Gráfico 02 – Preferência de destinos turísticos para viagem
em %.
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011).
Gráfico 03 – Porcentagem de pessoas que leem
publicações que falam de turismo (público final).
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011).
65
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
REVISTAS E CADERNOS DE TURISMO
%
Publicações sobre o turismo
REVISTA VIAGEM E TURISMO GUIA QUATRO RODAS
FOLHA DE SÃO PAULO - TURISMO BOA VIAGEM - O GLOBO
VIAJE MAIS OUTROS
NÃO RESPONDEU
0
10
20
30
40
50
60
PUBLICAÇÕES ESPECÍFICAS DE TURISMO
Frequência dos leitores em relação às
publicações turísticas (em %)
SIM NÃO ÀS VEZES NÃO RESPONDEU
Gráfico 04 – Preferência dos entrevistados sobre
revistas de turismo (Público final).
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011).
Gráfico 05– Porcentagem de entrevistados que leem
publicações específicas de turismo (trade).
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011). .
66
Em se tratando dos conteúdos inseridos nessas publicações turísticas voltadas para os
turistas, 70% dos entrevistados responderam que essas publicações apresentam parcialmente
bom conteúdo e 22% disseram que sim, pois essas publicações abusam de textos que exaltem
as belezas naturais e arquitetônicas, além de muitas fotos belíssimas e de boa qualidade
publicadas nessas edições de revistas e jornais sobre o turismo. E a divulgação dos destinos
turísticos nessas publicações contrastando com a realidade do local, quando o turista visita
por indicação da mídia, por exemplo, 74% dos entrevistados responderam que a realidade dos
destinos turísticos em que visitarem correspondem parcialmente ao conteúdo mostrado nas
revistas e jornais de turismo. Porém 17% dos entrevistados disseram que isso não acontece, a
realidade dos locais turísticos é bem diferente do que foi relatado nas publicações turísticas.
Em termos de influência das publicações turísticas (Gráfico 07), os turistas
consideram que as publicações turísticas influenciam parcialmente, mesmo com o apelo das
publicações através de belas fotos de capa.
0
10
20
30
40
50
60
NOMES DAS PUBLICAÇÕES TURÍSTICAS
%
Publicações turísticas
JORNAL DO TURISMO FOLHA DO TURISMO
BRASILTURIS JORNAL MERCADO & EVENTOS
OUTROS NÃO RESPONDEU
Gráfico 06 – Preferência dos leitores sobre as
publicações específicas de turismo (trade).
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011).
67
Os turistas e/ou leitores entrevistados exigem maior pesquisa e elaboração de
reportagens menos ilusórias sobre os destinos turísticos por parte dos jornalistas de turismo
que trabalham nas publicações turísticas voltadas para o consumidor final, que são os próprios
turistas. Também querem roteiros alternativos de viagem e serviços que sejam de baixo custo,
além de melhores e inovadoras dicas de viagem que fujam dos estereótipos escritos por essas
revistas de turismo, que apresentam as mesmas tendências de acordo com as épocas do ano.
Essas sugestões sobre matérias turísticas foram obtidas através da questão de livre resposta
(Ver Anexo B – n° 16). E a maior participação dos moradores locais dos destinos turísticos
mostrados nas publicações e dos turismólogos na elaboração de pautas sobre a atividade
turística também é uma das reclamações feitas pelos leitores/turistas de reportagens turísticas.
Essas publicações, segundo os entrevistados, precisam enfocar mais no aspecto cultural para
não cair na superficialidade, e não precisa ser uma publicação turística voltada aos
profissionais ou estudantes de turismo. Os turistas precisam saber mais sobre aspectos
negativos das destinações turísticas para que eles analisem e criem expectativas bem
diferentes de quem não tem acesso a essas informações escritas nas revistas de turismo e guias
turísticos.
0
10
20
30
40
50
60
70
RESPOSTAS DOSLEITORES/TURISTAS
%
Opinião dos leitores em relação à
influência das publicações turísticas
na decisão de viagem (em %)
SIM NÃO ÀS VEZES
Gráfico 07 – Influência das publicações sobre o
turismo na opinião dos leitores.
Fonte: Survey Monkey Brasil (2011).
68
Os leitores de publicações turísticas estão cada vez mais exigentes em relação ao
conteúdo inserido nos jornais, cadernos de turismo e revistas que falam de turismo, aprovando
algumas reportagens e reprovando outras e no caso das revistas turísticas, que estas
apresentem aspectos negativos do turismo em relação à política, economia e infraestrutura,
ainda mais em década em que ocorre a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil. Para eles,
as publicações turísticas são importantes e precisam ser menos tendenciosas, apesar delas
usarem a persuasão para vender o turismo e os produtos turísticos aos consumidores. Com
essa pesquisa, percebe-se o perfil dos turistas brasileiros em relação ao conteúdo que é
publicado pelas revistas e jornais que falam de turismo direcionados ao trade e ao público
final.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As considerações finais desse trabalho são de que, embora o Turismo e a
Comunicação tenham algo em comum para o desenvolvimento de ambos, essa associação não
é bastante trabalhada no meio acadêmico, sendo um tema raro em seminários realizados por
ambos os cursos de graduação. Para os jornalistas turísticos, o fato de um turismólogo exercer
ou não a função de jornalista divide opiniões, pois no turismo não tem uma disciplina
específica relacionada ao jornalismo ou à comunicação social, para que se tenham técnicas de
redação e abordagem da notícia, fundamentais para a linguagem referencial da comunicação
social. E os turismólogos exigem maior pesquisa em relação ao conteúdo sobre turismo,
publicado nas revistas e cadernos de turismo voltados para o público final. A mídia tem papel
importante na divulgação e no desenvolvimento do turismo, pois retrata as imagens, a cultura
e a arquitetura na versão impressa, digital e televisiva, possibilitando aos turistas “viajarem”
virtualmente e assim criar expectativas sobre uma localidade turística, bem antes de visitarem
pessoalmente essas regiões. E as editoras de jornalismo turístico utilizam desses veículos de
comunicação, mais precisamente a mídia impressa e digital, para informar aos turistas os
aspectos gerais sobre o turismo e os serviços diretamente ligados à atividade e assim
conseguir público leitor a essas edições, sendo que esses potenciais turistas podem se
influenciar por essas publicações ou não, dependendo das imagens e dos textos escritos nas
revistas.
69
A internet tornou-se a principal ferramenta de divulgação e de informação não só da
atividade turística em si, como também das próprias publicações sobre turismo e jornalismo
turístico. Somente dessa forma é possível que muitas pessoas tenham maior acesso à
informação sobre vários setores do turismo e também da aquisição de produtos turísticos sem
depender de intermediários para isso.
Esse trabalho sobre turismo e comunicação leva à conclusão de que a atividade
turística precisa utilizar os meios de comunicação para aumentar o seu destaque no cenário
mundial, assim levando ao desenvolvimento econômico das localidades turísticas, através da
publicidade e da internet para promover seus os produtos e serviços turísticos. E o jornalismo
turístico é mais um meio de ligação entre as duas ciências, pois relata o turismo através de
reportagens e notícias e o material noticioso induz ao leitor a formar sua opinião ou se deixar
levar pelas tendências que as publicações turísticas exibem em suas edições. Para finalizar, o
turismo precisa investir bastante na mídia para conseguir o reconhecimento como atividade
econômica no mercado internacional, ajudando no desenvolvimento dos destinos turísticos e
contar também a participação dos moradores locais, que possuem maiores conhecimentos
sobre o lugar onde vivem.
O jornalismo turístico é a parte do jornalismo que melhor traduz a união entre turismo
e comunicação, pois as duas atividades estão diretamente ligadas entre si e essa associação é
muito importante para ambas as partes no que se refere à busca de informações feitas pelo
turista na decisão de realizar as suas viagens pelo mundo. Entretanto, o jornalismo turístico
não se resume ao segmento de viagens. O conteúdo publicado na imprensa aborda o turismo
de forma diferente ao que é visto nos suplementos de jornais e revistas de turismo, pois as
matérias sobre a atividade tornaram-se constantes nas primeiras páginas dos jornais que
tratam de temas variados e publicações direcionadas a outras áreas como economia, meio
ambiente e política. Em matérias de economia, há reportagens sobre o investimento das
grandes empresas no setor de turismo, gerando empregos diretos e indiretos nas regiões
beneficiadas pela atividade turística.
Dentro dessas áreas citadas anteriormente, o turismo pode ser enxergado como
formador da identidade, tanto dos turistas quanto dos moradores locais, onde as políticas
públicas são importantes para o exercício da cidadania e para a melhoria da infraestrutura das
regiões com ou sem potencial turístico. Além da comunicação para o turismo ser importante
para a preservação do patrimônio histórico e cultural das cidades brasileiras e do exterior. O
70
trabalho serve para contribuir para novos estudos que aprofundem a questão sobre turismo e
comunicação, principalmente ao jornalismo turístico e aos demais conteúdos que estejam
ligados ao tema proposto. E o tema serve para fortalecer a discussão quanto ao conteúdo das
reportagens com compromisso com a realidade e as aptidões locais, quando se fala de
investimentos em infraestrutura turística, das questões políticas e sociais do turismo no
mundo e de como a atividade é importante para uma melhor convivência entre os gestores
turísticos, moradores locais e os turistas, contribuindo para o desenvolvimento do turismo em
várias regiões do mundo.
71
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75
ANEXO A – ENTREVISTA COM EDITORES E JORNALISTAS DE VEÍCULOS DE
COMUNICAÇÃO ESPECIALIZADOS EM TURISMO
Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2011.
Roteiro para levantamento
1. Qual a sua opinião sobre a relação Turismo e Comunicação?
2. Há diferença entre o jornalismo que fale de turismo e o jornalismo turístico? Qual
seria?
3. Qual a sua visão sobre o Turismo?
4. Os leitores de cadernos e suplementos de turismo na mídia impressa se deixam
influenciar pelas publicações sobre os destinos turísticos?
5. As matérias sobre Turismo na mídia correspondem à realidade da atividade turística?
6. Como é traçada a pauta sobre assuntos turísticos nas editoras de jornal?
7. Idem para os artigos acadêmicos de turismo.
8. Quais as diferenças entre os textos jornalísticos de turismo e os textos acadêmicos de
turismo?
9. Qual a sua opinião sobre jornalista pode escrever textos sobre Turismo nas redações
da mídia impressa e o turismólogo não pode exercer a mesma função de jornalista
turístico nessas editoras?
10. O que precisa ser melhorado na abordagem do Turismo pelos meios de comunicação?
11. Idem na área do e nos áreas de jornalismo e publicidade?
76
ANEXO B – ENTREVISTA COM OS POTENCIAIS TURISTAS SOBRE AS
PUBLICAÇÕES TURÍSTICAS
Rio de Janeiro, 24 de outubro de 2011.
Roteiro para levantamento
1 – Sexo:
2 – Idade:
3 - Nível de renda:
4 – Você costuma viajar com frequência?
5 – Você viaja quantas vezes por ano?
6 – Quais destinos turísticos mais lhe agradam?
7 – Você costuma ler revistas e jornais sobre o turismo?
8 – Quais publicações sobre o turismo você costuma ler?
9 – Você lê publicações específicas de turismo?
10 – Quais publicações turísticas você costuma ler?
11 - Você segue as dicas mostradas pelas publicações turísticas, na hora de escolher um
destino turístico e/ou produtos turísticas para viajar?
12 - Você acha que as publicações de grande circulação sobre o turismo apresentam bom
conteúdo?
13 - Os destinos turísticos mostrados pelas publicações turísticas correspondem à realidade do
local?
14 - Quais seções ligadas ao turismo você gosta mais de ler?
15 – Qual parte das publicações turísticas você prefere?
16- O que você gostaria de ver nas publicações turísticas, como jornais e revistas?