tribuna contemporânea

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TRIBUNA CONTEMPORÂNEA DINÂMICA DIFERENTE E ATUAL Ano I - Ed. 01 - Fevereiro/Março E você, gosta de carnaval? Urbanização sem planejamento Grafite x Pichação Convidados O clique fotográfico O futuro dos livros convencionais Leia o editorial O padrão industrial, sobre o meio de produção pós- revolução industrial, e seus impactos que vão além da linha de montagem. Pág. 02 O convidado desse bimestre para a pagina Opinião é o fotográfo e cineasta Filipe Salles, fala sobre as diferen- ças entre a fotografia ama- dora e a a profissional. Pág. 02 Opinião Discussão sobre o que é cada um. Pág. 05 Entenda os problemas ocasionados por ela. Pág. 03 Versão online http://issuu.com/biluchaa/docs/ultra Os Centros de consumo Pág. 03 O papel da religiosidade no mundo contemporâneo Pág. 03 A ex-arma de guerra. Será? Pag.05 A convidada desse bimestre para a pagina Debate é Ma- riana Gardenal, que fala sobre esse recente alarde sobre o rumo os livro con- vencionais. Pág. 05 Veja as diversas maneiras que essa data foi comemorada. Pág. 04

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Projeto Ultra - Fotografia/Matutino - FCAD por: Angela Siqueira, Gabriela Soares, Ingrid Baptista, Karen Raissa, Sueli Freitas e Gilson Santos

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Page 1: Tribuna Contemporânea

TRIBUNACONTEMPORÂNEA

DINÂMICA

DIFERENTE

E ATUAL

Ano I - Ed. 01 - Fevereiro/Março

E você, gosta de carnaval?

Urbanização sem planejamento Grafite x Pichação

ConvidadosO clique fotográfico

O futuro dos livros convencionais

Leia o editorial O padrão industrial, sobre o meio de produção pós- revolução industrial, e seus impactos que vão além da linha de montagem. Pág. 02

O convidado desse bimestre para a pagina Opinião é o fotográfo e cineasta Filipe Salles, fala sobre as diferen-ças entre a fotografia ama-dora e a a profissional. Pág. 02

Opinião

Discussão sobre o que é cada um.Pág. 05

Entenda os problemas ocasionados por ela.Pág. 03

Versão online http://issuu.com/biluchaa/docs/ultra

Os Centros de consumoPág. 03

O papel da religiosidadeno mundo contemporâneo

Pág. 03

A ex-armade guerra.

Será?Pag.05

A convidada desse bimestre para a pagina Debate é Ma-riana Gardenal, que fala sobre esse recente alarde sobre o rumo os livro con-vencionais. Pág. 05

Veja as diversas maneiras que essa data foi comemorada. Pág. 04

Page 2: Tribuna Contemporânea

OpiniãoTRIBUNACONTEMPORÂNEA

Qualquer estudo sobre algum assunto merece começar definido seu objeto, coisa bastante evidente para as ciências exatas e biológicas, mas não sempre fácil para as ciências da comunicação. Isso se deve ao fato de que nas teorias de comunicação que tratam do assunto IMAGEM existe uma onipresente e constante confusão entre objeto e signo, ou seja, uma dificuldade em diferenciar o que é o objeto-imagem daquilo que ele representa como imagem. E, justamente, um dos assuntos que mais tornam explícita

essa problemática talvez seja preci-samente a fotografia, que personifi-ca este grande embate entre signo e objeto. A fotografia é um objeto físico, palpável, mas na maioria das vezes é tratada, analisada e comentada como aquilo que está representado nela, ou seja, seu conteúdo-imagem. Este conceito está presente até mesmo na teoria que se propõe a decodificar os signos, não havendo, na semiótica, um parecer conclusivo sobre a natureza da fotografia, icôni-ca, indicial ou ambas (Ma-chado, 2001). Numa outra

maneira de encarar o proble-ma, esta perspectiva se torna bastante evidenciada quando por exemplo, Roland Barthes (1984) descreve um longo ensaio sobre a fotogra-fia a partir de seus sentimen-tos em relação a uma imagem de sua mãe. Todas as conclusões são baseadas em seus sentimentos e emo-ções, estendendo a análise na mesma razão para diver-sos outros fotógrafos e suas imagens. As conclusões

apresentadas são divaga-ções poéticas acerca da representação das imagens, ou o que fala o conteúdo da imagem fotográfica; sempre pensando na fotografia como uma marca indelével de veracidade, que o faz chegar até à morbidez de ver a foto-grafia como o testemunho do efêmero. Razão similar adota Susan Sontag (1981), analisando a foto-grafia segundo seu impacto social e psicológico, mas

FEVEREIRO / MARÇO

O padrão Industrial

Em 1952, o f o t ó g r a f o francês Henri Cartier-Bres-son, um dos

mais destacados fotojornalis-tas do século XX, escreveu um artigo fundamental deno-minado “O Instante decisivo”. Nele, esboça alguns princí-pios do que é e representa a fotografia para ele e para o mundo. Numa das passagens mais inspiradas, ele mencio-na, profeticamente: “Será preciso evitar metralhar, foto-grafar rápido e maquinalmen-te, sobrecarregar-se assim de esboços inúteis, que entulha-rão a memória e perturbarão a nitidez do conjunto” (CAR-TIER-BRESSON, 2004, p. 18). Poucas vezes um autor foi tão enfático, e menos vezes ainda, tão perene. Mesmo passados mais de 60 anos desta afir-mação, ela se mantém atuali-zada, e cada vez mais deve-mos nos questionar com rela-ção à representação fotográ-fica e a razão pela qual nos expressamos por ela. Mas, para tanto, é pre-ciso fazer uma diferenciação: há uma fotografia cotidiana e despretensiosa, que alguns classificariam simplesmente

como amadora. E há a foto-grafia dita profissional. Este recado, numa perspectiva de entendimento atualizada, diri-ge-se principalmente a esta última. O fotógrafo ocasional pode sentir-se isento de culpa por disparar sua câmera inad-vertidamente, porque não tem com isso nenhuma pre-tensão estética e muito menos intenta, consciente-mente, que sua foto seja um registro emblemático. O fotó-grafo amador faz fotos basi-camente por recorrer a ela como um testemunho de ver-dade e apêndice de memória. Vendo uma foto antiga, dirá: “olha, eu estive lá”, ou “eu era assim”, ou ainda “como ele cresceu”. O registro de lem-branças remotas de um tempo específico é importan-te e salutar para o bem-estar psíquico, pois estimula uma auto-reflexão sobre as passa-gens da vida. Sob este aspecto, é natural e justificá-vel que, numa era digital em que não há praticamente custo para realizar um clique, haja certa ansiedade por registrar tudo a todo o mo-mento. É a histeria coletiva de uma sociedade neurótica pela passagem do tempo, pela perda. A culpa disso não

é da fotografia. Entretanto,há também o outro lado: o fotógrafo pro-fissional. Este sim, tem sua parcela de responsabilidade, pois que sua intenção deveria ser a de criar imagens de estética diferenciada, que sejam ou se transformem em signos de um evento, gera-ção ou ideia. A fotografia como arte deve estar contida nas manifestações profissio-nais mais diversas, do sim-ples registro de eventos à fine-art mais requintada. Neste sentido, o fotógrafo busca o instante que traduz o ideal mais profundo, mais estético, mais arquetípico. Sendo assim, é preciso que o clique seja pensado e seja sentido, mas que não seja uma coleção de imagens evo-cadas sob a diletante experi-mentação da tentativa-e-erro, pois mesmo que ele precise fazer mais de um registro de um mesmo evento, a ideia do registro já está definida. Falta somente adequar a técnica. O problema maior de nosso tempo é que precisamos atentar para a excessiva ma-terialidade do pensamento; não é da imagem que faze-mos a foto, é da ideia que gerou a imagem. E o mundo contemporâneo tem, definiti-

vamente, um grande entrave: esquecemos de sonhar, de gerar ideias, de pensar no abstrato, no subjetivo. Assim, perdemos o sentido da imagi-nação, perdemos a ligação com o imaterial que nos liber-ta da prisão corporal. Carl Gustav Jung, um dos criado-res da moderna psicologia, já mencionava: “quanto maior for o predomínio da razão crítica, tanto mais nossa vida se empobrecerá“ (JUNG, C.G. 1985, p.262). E, assim, para suprir esta falta, acabamos “metra-lhando maquinalmente” o botão de disparo, sempre numa tentativa sufocante de alcançar a libertação estética. Mas a solução está na mente, não na câmera.

BIBLIOGRAFIA: CARTIER-BRESSON, Henri. O imaginário segundo a Natureza. Barcelona, Gus-tavo Gili, 2004 JUNG, Carl Gustav. Memórias, Sonhos, Refle-xões. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985. SALLES, Filipe. A ideia-imagem: forma e repre-sentação na fotografia mo-derna. Tese de doutorado defendida pela PUC/SP em 2011.

O Clique fotográficopor Filipe Salles

Fotógrafo e cineasta

Redação e administraçãoFaculdade de Comunicaçã, Artes e Design- CEUNSPPça. Antonio Vieira Tavares, 73 - Centro - Salto/SPA/C FCAD - Bloco K

Editor ResponsávelIngrid BaptistaProjeto gráficoIngrid Baptista

Conselho editorial

Revisor

Angela Siqueira, Gabriela Soares,Karen Raissa e Sueli Freitas.

Gilson SantosIniciativa

SupervisoresFernanda Cobo, Jackeson Vidale Pedro Courbassier

Projeto UltraEXPEDIENTE

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Editorial

Page 3: Tribuna Contemporânea

Contraponto TRIBUNACONTEMPORÂNEA

FEVEREIRO / MARÇO

Para entendermos o papel da religiosidade em nosso mundo atual devemos, primeiramente, entender o que é a religião em si. A religião é definida como um conjunto de sistemas culturais e de crenças que fazem a união da humanidade com o mundo espiritual e as divindades. Assim, a grande maioria das religiões apresen-tam narrativas, símbolos e his-tórias sagradas que se desti-nam a dar sentido à vida ou explicar a sua origem. Neste contexto, há a diferenciação das religiões e formas de religiosidade. Com a influência das culturas, cada religião varia em divindades, normas e regras, que são inti-tuladas de “doutrinas”. Ou seja, a religião segmenta grupos e povos de acordo com suas crenças. As maiores religiões do mundo são o Cristianismo, o Islamismo, o Budismo e o Hin-duísmo – sendo esta última a religião que hoje mais cresce em números de adeptos de distantes localidades, muito diferentes da de origem desta crença. Entretanto, com o avanço da tecnologia e com a globalização, as religiões estão vivendo atualmente um colap-so entre ciência, crença e fé, no qual o maior impacto pode ser observado no numero de seguidores, que diminui grada-tivamente.Nos dias atuais, a religião exerce um forte papel moral. Servindo para restaurar o homem por meio de normas de boa convivência social, a reli-gião está se adaptando a esse novo mundo em que vivemos. Segundo Friedrich Nietzsche, ainda viveremos um mundo onde a religião estará reduzida a cinzas, porém, ainda não é o que vemos nos dias atuais.

O papel da religiosidade nomundo contemporâneo

Após a Dupla Revolu-ção ocorrida em meados do século XVII, o mundo passou por transformações socioeco-nômicas e culturais que influenciaram fortemente a transformação da sociedade em que vivíamos. As pessoas começaram a migrar do campo para a cidade, cau-sando assim um fenômeno chamado “Urbanização”. Com isso as cidades enfrentam problemas de estrutura para suportar esse grande aumento da popula-ção nas cidades, fazendo com que algumas pessoas sejam forçadas a morar em sub moradias, de materiais inadequados (como casas de

Urbanização sem planejamento

madeira, barracos...) e em locais inadequados, dando assim origem as favelas, que contrastam com o grandes prédio. As autoridades tentam resolver esse problema criando novas moradias, sem muito planejamento, simplesmente ampliando a área urbana e acabando com a área rural. Devido a nosso sistema capitalista, esta urbanização desenfrea-da acaba tendo sempre espaço para construções voltadas para o entreteni-mento da massa com um poder aquisitivo maior, dei-xando assim a classe mais pobre de lado.

Os centros de consumo Uma das característi-cas principais do mundo con-temporânea e a sua estrutura móvel, além da modificação de alguns conceitos é possí-vel sair de uma classe menos favorecida para uma de me-lhores condições. Com o aumento do poder aquisitivo dessas algumas classes sociais, os centros de comer-cio tornaram se mais diversifi-cados. A 25 de março, em São Paulo é um grande exemplo disso. Apesar de ser conheci-da como um rua de comercio popular, hoje você pode encontrar produtos a partir de menos de 1 real até 10 mil reais (fonte: TNS). Os produ-tos mais comprados são itens de armarinho e artigos para festas. A região chega faturar mais de 17 bilhões anualmen-

te (fonte: TNS), seu fatura-mento é 100 vezes maior que de um Shopping Center, e hoje este não são vistos apenas como centro de con-sumo, mas sim um local de lazer. Muitas famílias tiram os domingos ao Shopping, para almoçar, ver um filme e eventualmente comprar.

Visão da cidade de São Paulo, Prèdio Martinelli.

Periferia da cidade de Sorocaba.

Ladeira Porto Geral, Região da 25 de Março, São Paulo.

Ingrid Baptista

Ingrid Baptista

Angela Siqueira

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Page 4: Tribuna Contemporânea

O carnaval surgiu na Grécia antiga como forma da população agradecer aos deuses pela fertili-dade do solo e pela produção da-quele período. Com o passar do tempo e as mudanças em contex-tos políticos e religiosos, sofreu adaptações, sendo adotada pela Igreja Católica como marco que antecede a quaresma para a Páscoa - tempo de penitência e privação. Hoje em dia, já se sabe que o carnaval não tem mais esse senti-do religioso. Tornou-se uma tradi-cional festa popular com fortes influências brasileiras, onde há muito samba, axé, desfiles, shows e trios elétricos. Toda a folia ocorre dentro de um feriado próprio, o feriado de carnaval – muito espe-rado pelos foliões, turistas e por quem simplesmente deseja des-cansar. Mas nem tudo é “só festa”. Alguns grupos, na contra mão dos típicos modelos de comemoração carnavalesca, preferem aproveitar a ocasião para tratar de assuntos (como eles e tantos outros julgam) mais importantes. É assim que um grupo de jovens de Sorocaba criou um bloco carnavalesco conscien-te, chamado: “Bloco Soviético”. Este diferente bloco se utiliza dos mesmos ritmos da tradicional mar-chinha de carnaval, incrementan-do letras que tratam de temas mais politizados, como a tarifa do ônibus e os problemas que a cidade enfrenta. Uma forma dife-rente de trazer a tona os questio-namentos e os direitos do cidadão. Por outro lado, já que um dos

principais atrativos do carna-val é a musica, e consideran-do toda a diversidade cultu-ral que o Brasil possui, não seria estranho encontrar pessoas que não gostam dos seus típicos ritmos. Assim, optando por outros estilos, também existem os grupos alternativos, que adaptam a folia a seu gosto. Como exemplo, neste ano de 2014 a cidade de Salto contou com o “CarnaRock”. Reali-zado no Bar CQC, o evento ocorreu durante todo o feriado do carnaval, e a principal atração foi o dife-renciado estilo musical apresentado. Com diversas bandas e covers musicais de Heavy Metal, Death Metal e demais vertentes do bom e velho Rock and Roll, a casa permaneceu lotada todos os dias. Sendo assim, ao poucos, e como sempre vem aconte-cendo desde o seu surgimen-to, o carnaval vem se adap-tando. Atualmente, deixando de ser uma festa marcada apenas por anteceder a qua-resma, e contando ainda com alguns focos onde o samba e o axé não são os hinos impostos pelas festas e pela mídia, vemos nascer novos eventos - que podem não apenas ser um meio de entretenimento, mas também um modo de levantar a voz diante da sociedade.

Cultura TRIBUNACONTEMPORÂNEA

FEVEREIRO / MARÇO

E você, gosta de carnaval?

Leia, assista e aprenda

Ingrid Baptista

Gilson Santos

Gilson Santos

O Menino e o MundoDiretor: Alê Abreu

Animação | Livre | 85 min | Brasil

O filme conta a história de um garoto que sofre com a falta do pai e parte em sua busca. Na jornada descobre aos poucos a realidade que o circunda, um mundo fantástico dominado por máquinas-bichos e estranhos seres, revelando um olhar ingênuo diante de questões existenciais, culturais e políticas em um mundo globalizado Apesar de ser nitida-mente um filme infantil ele mostra os diversos estágios que o capita-lismo conheceu ao longo dos sécu-los.

FilmeOs Nossos AntepassadosAutor: Italo Calvino

496 Páginas | Companhia Das Letras

Esse livro é a Reunião de três livros escri-tos ao longo da década de 50 - e publicados em edições individuais pela Companhia das Letras - O visconde partido ao meio, O barão nas árvo-res e O cavaleiro inexistente constituem uma trilogia sobre a condição humana no século XX: o homem dividido, que aspira à realização plena, para além das mutilações impostas pela sociedade. Esses três textos de estilo leve e pre-ciso, regado com muito humor, do genial Calvino retornam agora num único volume, acrescido de um precioso prefácio em que o autor revela suas intenções, seu processo de criação e sua agu-díssima consciência do ofício de escrever.

Livro

Desfile do Bloco Soviétivo, Sorocaba. Desfile de carnaval,Salto. Carna Rock, Bar CQC, Salto. Respectivamente.

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Page 5: Tribuna Contemporânea

O grafite e a pichação são temas polêmicos a muito tempo dentro da nossa socie-dade. Dois mundos que prati-cam quase a mesma coisa, mas não conversam entre si. Esses dois tipos de arte tem como objetivo expor seus sentimentos e criatividade, fazendo com que a popula-ção reflita sobre o que esta sendo exposto ali. A sociedade vem dando um valor maior nos dias atuais para o grafite, que por sua vez é baseado em desenhos. Os artistas

pensam antes de criar, as pin-turas são pensadas, elabora-das, desenhadas e coloridas cuidadosamente. Nos muros das escolas estão apagando os piches e dando espaço para os grafites, afim de mos-trar e valorizar este tipo de arte, que trata-se de um movi-mento, organizado dentro das artes plásticas. A pichação é na maio-ria das vezes um ato de van-dalismo, voltado para chamar a atenção ou expressar alguma ideia, algumas vezes contra algum serviço público.

Debate TRIBUNACONTEMPORÂNEA

FEVEREIRO / MARÇO

E o objetivo não é pichar um único local, e sim marcar terri-tório em vários locais, desde muros de casas, lojas, praças, monumentos, e os lugares mais altos. A pessoa que tem costume de pichar tem manias de disputar luga-res, para ver quem picha os lugares mais altos. Porém, algumas pessoas ainda não sabem diferenciar os dois estilos de arte, isso quer dizer que ainda haverá muita con-versa pela frente.

Pichação

Grafite A internet surgiu em meados dos anos 60, idealiza-da para ser utilizada como recurso de guerra no período da guerra fria. Desde o seu surgimento, a sua principal função estratégica se manteve em facilitar a comunicação e o armazenamento de informa-ções. De lá pra cá, muita coisa mudou. No entanto, mantendo a missão de propa-gar as informações, a internet se tornou hoje o principal meio de comunicação, relaciona-mento e trabalho do homem – um recurso comum e de muita importância para grande parte da população mundial. Neste novo cenário de mudanças tecnológicas, nos deparamos não apenas com as facilidades proporcionadas por tais recursos, mas também com os desafios que surgem a medida que as formas de rela-cionamento, conhecimento e trabalho também mudam. É preciso cuidado ao comentar fatos, expor ideias e criticar atitudes. Qualquer tipo de declaração pode ser mal interpretada, especialistas dão dicas para evitar qualquer des-conforto e discussões “béli-cas”. Entre elas estão: evitar caixa alta, pois parece um grito para quem está lendo, deixar de lado o preconceito para evitar possíveis litígios e parci-mônia ao tratar de temas deli-cados como religião, futebol, politica e hábitos alimentares. Vemos então que tanto no mundo real como no mundo virtual, é necessário medida em nossas ações.

A ex-arma de guerra. Será?

Será hoje mesmo necessário todo esse alarde de mudança para o mercado editorial digital aqui no Brasil? Veja abaixo uma notícia que mostra o que a chegada dos e-books está causando no exterior:

“A Barnes & Noble, que tem a maior rede de livrarias nos Estados Unidos, prevê que sua venda de e-books vai passar de US$ 250 milhões em 2010 para mais de US$ 2 bilhões em 2015, de acordo com uma apresenta-ção feita por William Lynch, o principal executivo da em-presa, na semana passada, durante reunião com inves-tidores. Já a venda de livros físicos deverá cair de US$ 3,6 bilhões, no ano passa-do, para US$ 2,8 bilhões

em 2015. A B&N projeta que o mercado total de livros físicos nos Estados Unidos vai encolher um terço nos próximos anos – de US$ 21 bilhões em 2010 para US$ 14 bilhões em 2015 –, enquanto a área de livros digitais crescerá 7 vezes e chegará a US$ 7 bilhões no mesmo período.”

(Publishers Weekly)

Com toda essa mudan-ça,as notícias de queda na venda de livros físicos, fecha-mento de grandes livrarias convencionais e assustador crescimento na venda de livros digitais no mercado externo – EUA principalmente –não param. Apesar dos altos núme-ros em vendas de e-books e

dessa dita “revolução digital” que está atingindo o mercado editorial, não acredito que, no momento, o mercado editorial do Brasil possa fazer a mesma projeção ou se preo-cupar de forma alarmante como, aparentemente, vem acontecendo fora do país. Verdade sim que já existem grandes empresas interessa-das em nosso (ainda) prema-turo mercado digital, pois enxergam aqui uma boa oportunidade, mas isso também não significa que em um piscar de olhos daremos adeus a impressão de livros. Apesar de toda essa tendência digital, o fato a se considerar é de que enquanto não tivermos uma plataforma sólida para a venda e para a utilização dos livros digitais, a digitalização dos livros não

será um problema para a venda dos livros convencio-nais. É por isso que o Futuro Digital, para editores aqui no Brasil, deve ser visto como um adendo, uma opção a mais de lazer, interação e cul-tura do público, e não como uma ameaça fatal de substi-tuição aos livros impressos, como muitos – erroneamente – vêm anunciando; afinal eu, você e tantos outros que amam os livros não iremos deixar de consumi-los com a chegada definitiva dos e-books, apenas passaremos a diversificar nossas possibili-dades de leitura, o que, no meu ponto de vista, é muito positivo – tanto para editores que souberem aproveitar esta oportunidade, quando para nós leitores.

O futuro dos livros convencionais Por Mariana Gardenal

Servidor público apagando pichação, Sorocaba.

Evento de grafite, Sorocaba.

Ingrid Baptista

Angela Siqueira

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