tratamento da tensÃo prÉ-menstrual e as … · universidade de mogi das cruzes janisley dias...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
JANISLEY DIAS
NADIR JERONIMO DE MELO
TRATAMENTO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL E AS
MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS COM ACUPUNTURA
Mogi das Cruzes - SP 2014
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
JANISLEY DIAS
NADIR JERONIMO DE MELO
TRATAMENTO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL E AS
MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS COM ACUPUNTURA
Monografia apresentada ao programa de Pós-
Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Especialista em Acupuntura.
Orientadores: Prof. Luiz A. Alfredo e
Prof.ª Bernadete N. Stolai
Mogi das Cruzes – SP
2014
JANISLEY DIAS
NADIR JERONIMO DE MELO
TRATAMENTO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL E AS
MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS COM ACUPUNTURA
Monografia apresentada ao programa de Pós-
Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes
como parte dos requisitos para obtenção do
título de Especialista em Acupuntura.
Aprovado em ___/___/2014
BANCA EXAMINADORA:
__________________________
Prof. Luiz A. Alfredo UMC – Universidade de Mogi das Cruzes
__________________________
Prof.ª Bernadete Nunes Stolai UMC – Universidade de Mogi das Cruzes
DEDICATÓRIAS
Dedicamos a todos que se colocaram a disposição para nossa pesquisa e a
todos que colaboraram de forma direta ou indireta para a realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus que nos deu a oportunidade de vida, com saúde e energia dando-nos
o privilégio de ser nosso orientador maior, na construção deste trabalho, conduzindo-
nos com amor e nos fortalecendo nos momentos de fraqueza e insegurança.
Ao professor e orientador Luiz Alfredo e a professora Bernadete, pela
disponibilidade, apoio, suporte e paciência.
Aos nossos familiares pela presença encorajadora e positiva em todos os
momentos de nossa jornada.
A todos os pacientes que mesmo com suas dores e algumas limitações se
colocaram como instrumento na colaboração do nosso conhecimento, nos fazendo
acreditar que seria possível alcançar o nosso objetivo.
A todos que nos auxiliaram de alguma forma na realização deste trabalho.
RESUMO
Os incômodos advindos da Tensão Pré-Menstrual interferem na qualidade de vida da mulher. A Acupuntura é uma das técnicas que visa à terapia e à cura de doenças através da aplicação de agulhas e moxas estimulando os “Pontos de Acupuntura”. Este trabalho realizou uma revisão de literatura sobre o tratamento da sintomatologia da Tensão Pré-Menstrual (TPM) com Acupuntura e, como um tratamento alternativo aos recomendados pela Medicina Ocidental, entre eles, a terapia de reposição hormonal (TRH), que possuem contraindicações e efeitos adversos indesejados, tais como a potencialização do surgimento de cânceres. Os resultados apontam a Acupuntura como uma proposta de tratamento eficiente, que pode ser usada de forma isolada ou como coadjuvante ao tratamento convencional. Assim, a Acupuntura caracteriza-se como uma alternativa para o tratamento dos sintomas apresentados pelas mulheres na Tensão Pré-Menstrual, tendo em vista a comprovação de sua ação benéfica no restabelecimento da “harmonia” perdida, com a liberação de neurotransmissores e hormônios responsáveis pelo controle das diversas funções físicas e emocionais e, por ser holística, permitindo aos pacientes entender seus processos de doenças e participar nos seus processos de cura. Portanto, o resultado das investigações mostra os benefícios da Acupuntura no tratamento dos sintomas da Tensão Pré-Menstrual.
Palavras chave: Tensão Pré-Menstrual, Acupuntura, menstruação, Síndrome Pré-Menstrual, ciclo menstrual.
ABSTRACT
The coming troublesome Pre-Menstrual Tension influence the quality of life of women. Acupuncture is a technique seen to therapy and cure of diseases through the application of needles and stimulating moxas "Acupuncture points". This work performed a literature review about treatment of the symptoms of Pre-Menstrual Tension - (TPM) with Acupuncture as an alternative treatment recommended for Western Medicine, among them, to hormone replacement therapy (HRT), that have contraindications unwanted adverse effects, such as an enhancement of the appearance of cancers. Results show Acupuncture as an efficient treatment, which can be used alone or as an adjunct to conventional treatment. So, Acupuncture features as an alternative for the treatment of symptoms for women in Pre-Menstrual Tension, having in view the proof of its beneficial action on restore "harmony" lost, with the release of neurotransmitters and hormones responsible by control of several physical and emotional functions, and on being holistic, allowing its patient to undertand the disease processes and participate on the healing processes. Therefore, the results of investigations shows the benefits of Acupuncture in the treatment of the symptoms of Pre-Menstrual Tension.
Keywords: Tension Pre-Menstrual, Acupuncture, menstruation, Syndrome Pre-Menstrual, menstrual cycle.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ACTH Hormônios Adrenocorticotróficos
AINES Anti-inflamatórios Não Esteroidais
CID Classificação Internacional das Doenças
FSH Hormônio Folículo-Estimulante
GLA Ácido Gama Linolênico
GNRH Hormônio Liberador de Gonadotrofina
LLPDD Fase Lútea Tardia
LH Hormônio Luteinizante
MTC Medicina Tradicional Chinesa
OMS Organização Mundial de Saúde
SCIELO Scientific Eletronic Library Online
SPM Síndrome Pré-Menstrual
TPM Tensão Pré - Menstrual
TRH Terapia de Reposição Hormonal
ECR Ensaios Clínicos Randomizados
PMDD Transtorno Disfórico Pré-Menstrual
PMS Síndrome Pré-Menstrual.
UMC Universidade de Mogi das Cruzes
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11
2 METODOLOGIA ................................................................................................. 13
3 TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SEGUNDO A MEDICINA OCIDENTAL .............. 14
3.1 A DOENÇA ............................................................................................... 14
3.1.1 Causas ..................................................................................................... 14
3.1.2 Fatores de Risco ..................................................................................... 14
3.1.3 Sinais e Sintomas ................................................................................... 14
3.2 O SISTEMA HORMONAL FEMININO ...................................................... 15
3.2.1 Hormônios .............................................................................................. 15
3.2.1.1 Função dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior no
controle do ciclo ovariano mensal ................................................... 15
3.2.1.2 Os Hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior ...................... 16
3.3 CICLO ENDOMETRIAL MENSAL ............................................................ 16
4 TRATAMENTO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL E ORIENTAÇÕES,
CONFORME A MEDICINA OCIDENTAL ........................................................... 17
5 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC) .................................................... 18
5.1 ACUPUNTURA......................................................................................... 20
6 FISIOLOGIA DA MULHER SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA ........................................................................................................... 22
6.1 VASOS MARAVILHOSOS E A MENSTRUAÇÃO .................................... 25
7 TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SEGUNDO A MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA ............................................................................................................ 28
8 DIFERENCIAÇÃO SINDRÔMICA E TRATAMENTO DA SÍNDROME PRÉ-
MENSTRUAL ..................................................................................................... 30
8.1 PADRÕES DE EXCESSO / PLENITUDE ................................................. 30
8.1.1 Estagnação de Qi do Fígado ................................................................. 30
8.1.1.1 Etiologia .............................................................................................. 30
8.1.2 Mucos – Fogo incomodando a parte superior ..................................... 31
8.2 PADRÕES DE DEFICIÊNCIA / VAZIO ..................................................... 31
8.2.1 Deficiência do Sangue do Fígado ......................................................... 32
8.2.2 Deficiência do Yin do Fígado e do Rim ................................................ 32
8.2.3 Deficiência do Yang do Baço e do Rim ................................................ 33
9 ALGUNS PONTOS IMPORTANTES NO TRATAMENTO DA SÍNDROME PRÉ-
MENSTRUAL ..................................................................................................... 35
10 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DA EFICÁCIA DA ACUPUNTURA EM ALGUNS
SINTOMAS DA SPM ......................................................................................... 37
11 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 44
11
1 INTRODUÇÃO
Do ponto de vista dos hormônios sexuais, os homens são muito mais simples
do que as mulheres. Eles fabricam a testosterona cuja produção começa a cair a partir
dos vinte, trinta anos de idade (lentamente). As transformações que essa queda
provoca no humor masculino, são previsíveis de certa forma, e é por isso que as
mulheres dizem que os homens são todos iguais. Por outro lado, os hormônios
sexuais femininos (estrógenos e progesterona), variam no decorrer do ciclo menstrual,
chegam praticamente a zerar durante a menstruação. Portanto a cada dia do mês, a
mulher tem uma concentração de hormônios sexuais diferentes da do dia anterior e
diferente da do dia seguinte, isso provoca um impacto no humor feminino, oscilando
de um dia para o outro. Por isso os homens dizem que as mulheres são difíceis de
entender.
A Tensão Pré-Menstrual (TPM) é uma coleção de desconfortos repetidos e de
sintomas emocionais, físicos e comportamentais relacionados ao ciclo menstrual
feminino. Os sintomas geralmente ocorrem durante uma ou duas semanas antes da
menstruação e desaparecem de dois a três dias antes ou depois do início do fluxo
menstrual.
Em nenhum momento da história da humanidade a busca pela integração
corpo e mente se fez tão presente, como atesta, em escala mundial, a avalanche de
literatura sobre alternativas terapêuticas, buscando proporcionar melhor qualidade de
vida.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Saúde como: “um estado de
complexo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e
enfermidades”. É uma saúde integral e harmônica e não simplesmente a ausência de
doença.
É evidente que proporcionar saúde física e mental constitui uma tarefa bastante
árdua, em virtude das inúmeras variáveis presentes na determinação de melhor
condição de vida à população, como acesso à informação, à educação, às boas
condições de moradia, dentre outras.
A OMS reconhece o uso da Acupuntura para vários tipos de patologias como,
por exemplo, enxaqueca, depressão, tensão pré-menstrual (TPM), entre outras.
12
Na atualidade, podemos observar vários avanços na medicina, tanto na
tradicional quanto na chinesa. Esses avanços favorecem diversas pessoas ao redor
do mundo para a melhoria de males que os acometem. No decorrer deste trabalho,
mostraremos como a Acupuntura tem sido útil no tratamento de várias doenças,
especialmente na Síndrome Pré-Menstrual.
De acordo com Yamamura (1993, p. LVI), a Acupuntura faz parte do grande
tesouro da medicina e farmacopeia da China tendo sido relatada há mais de cinco mil
anos. Durante longo tempo de práticas, os médicos chineses enriqueceram,
desenvolveram e aperfeiçoaram esta especialidade, que abrange diversas teorias
básicas e vários métodos de manipulação de agulhas. Experiências clínicas
importantes têm sido realizadas no tratamento de doenças segundo os sinais e
sintomas, fazendo com que a Acupuntura seja uma terapia muito eficaz. Além disso,
os instrumentos utilizados são simples e de fácil domínio, econômico, seguros e não
há efeitos colaterais.
Assim, o objetivo da presente monografia é verificar a eficácia da Acupuntura
no tratamento da TPM.
13
2 METODOLOGIA
Realizou-se uma busca sistemática nas bases de dados da PubMed, Lilacs e
Scielo por artigos científicos. As palavras chaves utilizadas foram: tensão pré-
menstrual, síndrome pré-menstrual, menstruação, acupuntura, ciclo menstrual e
fisiologia da menstruação. Também foram utilizados livros-texto e monografias.
O texto foi produzido baseado nas normas da ABNT e de acordo com o Manual
de Trabalhos Acadêmicos da UMC.
14
3 TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SEGUNDO A MEDICINA
OCIDENTAL
3.1 A DOENÇA
Conjunto de manifestações somáticas, afetivas, cognitivas e comportamentais,
que podem aparecer na fase pós-ovulatória do ciclo menstrual, com rápida resolução,
ao começar a menstruação ou logo após seu início (PORTO, 2010, p. 891).
3.1.1 Causas
A explicação mais aceita é a preponderância da ação estrogênica sobre a
progesterônica, por hiperestrogenemia ou hipoprogesteronemia. A hiperestrogenemia
seria decorrente de aumento da síntese ou queda da conjugação hepática. A queda
dos níveis séricos de progesterona, que também redundaria na predominância da
ação estrogênica, seria decorrente de redução da síntese desse hormônio. Outros
possíveis fatores são deficiência de dopamina (causada por hipovitaminose B) e de
magnésio (que provoca hiperplasia do córtex suprarrenal). Ocorre no período
reprodutivo e, às vezes, piora com o aumento da idade, só desaparecendo na
menopausa (PORTO, 2010, p. 891).
3.1.2 Fatores de Risco
Segundo Porto (2010, p. 891) os fatores de riscos são: Cafeína e ingestão de
muito líquido exacerbam os sintomas da Síndrome Pré-Menstrual; Estresse.
3.1.3 Sinais e Sintomas
Os sinais e sintomas mais frequentes da TPM são: na forma mais frequente
predominam as alterações emocionais, com intensa ansiedade, irritabilidade e tensão
nervosa, levando a padrões de comportamento alterado em relação a si mesma, à
família e ao grupo social. Outra forma frequente caracteriza-se por alterações do
15
metabolismo hídrico, expresso por edema, dores abdominais, mastalgia e ganho de
peso. Outras manifestações: depressão e/ou flutuação do humor, dificuldade de
concentração, fadiga, cefaleias, distúrbios do sono, parestesias e palpitações
(PORTO, 2010, pag. 891).
3.2 O SISTEMA HORMONAL FEMININO
3.2.1 Hormônios
O sistema hormonal feminino, como o masculino, é formado por três hierarquias
distintas de hormônios:
Um hormônio liberador hipotalâmico: o hormônio liberador de gonadotrofinas
(GNRH).
Os hormônios da hipófise anterior: hormônio folículo-estimulante (FSH) e
hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta ao hormônio
liberador GNRH produzido pelo hipotálamo.
Os hormônios ovarianos: estrogênio e progesterona, secretados pelos ovários
em resposta aos dois hormônios liberados pela hipófise anterior. Os diferentes
hormônios não são secretados em quantidades constantes e fixas, mas sim em
quantidades acentuadamente diferentes nas diversas partes do ciclo sexual
feminino (GUYTON e HALL, 2006, p. 587).
3.2.1.1 Função dos hormônios gonadotrópicos da hipófise
anterior no controle do ciclo ovariano mensal
O período reprodutivo feminino normal caracteriza-se por alterações rítmicas
mensais na secreção dos hormônios femininos e por alterações correspondentes nos
próprios órgãos sexuais. Esse padrão rítmico é denominado ciclo menstrual. A
duração do ciclo é em média, de 28 dias. Ele pode ser mais curto, de apenas 20 dias,
ou, mais longo, de até 45 dias, mesmo em mulheres inteiramente normais (GUYTON
e HALL, 2006, p. 587).
As duas consequências importantes do ciclo sexual feminino ou ciclo menstrual
são: primeiro apenas um só óvulo maduro é normalmente liberado pelos ovários a
16
cada mês, de modo que em geral apenas um feto pode começar a crescer de cada
vez; segundo, o endométrio uterino é preparado para a implantação do óvulo
fertilizado na época adequada do mês (GUYTON e HALL, 2006, p. 587).
3.2.1.2 Os Hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior
As alterações ovarianas durante o ciclo sexual dependem inteiramente dos
hormônios gonadotrópicos secretados pela hipófise anterior. Ovários que não são
estimulados por esses hormônios permanecem inativos, que é o que acontece durante
toda a infância, quando não é secretado praticamente nenhum hormônio
gonadotrópico. Contudo, por volta de oito anos, a hipófise começa a secretar
progressivamente mais e mais hormônios gonadotrópicos, o que culmina no início dos
ciclos sexuais mensais entre os 11 e 15 anos de idade; esse início é denominado
menarca, e esse período da vida das meninas são chamados de puberdade. A hipófise
anterior secreta dois hormônios diferentes, reconhecidamente essenciais para a
função dos ovários: (1) o hormônio folículo-estimulante (FSH) e (2) o hormônio
luteinizante (LH). Ambos são pequenas glicoproteínas com pesos moleculares em
torno de 30.000. A cada mês do ciclo menstrual ocorrem elevação e diminuição
cíclicas do FSH e do LH. Essas variações cíclicas causam, por sua vez, alterações
ovarianas cíclicas (GUYTON e HALL, 2006, p. 589).
3.3 CICLO ENDOMETRIAL MENSAL
“Em associação à produção cíclica de estrogênio e progesterona pelos ovários,
ocorre no útero um ciclo endometrial que passa pelas seguintes fases: primeira, a
proliferação do endométrio uterino; segunda, a produção de alterações secretoras no
endométrio; e terceira, a descamação do endométrio, que é conhecido como
Menstruação” (GUYTON e HALL, 2006, p. 591).
17
4 TRATAMENTO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL E
ORIENTAÇÕES, CONFORME A MEDICINA OCIDENTAL
Manter um estilo de vida saudável, começando pela alimentação que deve ser
leve com pequenas refeições frequentes, tomar bastante líquidos como água e suco,
evitar bebidas alcoólicas, cafeína, gorduras e açúcares simples deve ser evitado, o
sal deve ser limitado na dieta, pois ele em excesso leva à retenção de líquidos e
inchaço. Repouso nos casos graves, manter o sono regular, abandonar tabagismo e
utilizar algumas técnicas de redução de estresse (PORTO, 2010, p. 891).
Ainda segundo Porto (2010, p. 891), suplementos de vitaminas e minerais
como: vitamina B6, E, cálcio, magnésio e ácido gama-linolênico (GLA), em alguns
casos de TPM são prescritos, pois algumas mulheres sofrem de TPM, devido a
deficiências nutricionais, de vitaminas e minerais. Exercícios aeróbicos regulares ou
alongamento e exercícios, como yoga e pilates de respiração devem ser realizados
durante todo o mês para reduzir a gravidade dos sintomas da TPM. Analgésicos como
aspirina, ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINES) também são
prescritos, pois estes ajudam na redução da dor de cabeça, dor muscular,
sensibilidade mamária e dor pélvica.
18
5 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA (MTC)
Com cinco mil anos de prática, a Acupuntura é provavelmente a técnica médica
mais antiga que sobreviveu a diversas outras surgidas nos últimos cinquenta séculos.
Baseia-se na observação dos fenômenos que regem a natureza e busca compreender
todos os princípios que a organizam (YAMAMURA, 2004, p. LV).
A MTC além das agulhas, utiliza ervas (fitoterapia), moxabustão, massagem
shiatsu, exercícios físicos (Tai Chi Chuan, Liang Kong) e dietas alimentares
(PALMEIRAS, 1990).
A MTC busca enfatizar todos os acontecimentos tidos como sensações
geradoras das alterações funcionais e orgânicas que provocam o aparecimento de
sintomas e de sinais. O fator causal destes processos nada mais é do que o
desequilíbrio de Energia interna, ocasionado pelo meio ambiente, também em
desarmonia, determinando a exteriorização do sintoma. Tendo ainda como fatores
causais: alimentação desbalanceada, emoções retidas ao longo da vida e fadigas
geradas por vários tipos de excessos (YAMAMURA, 1993, p. LVI).
Com intuito de estudar o indivíduo e o seu meio, a MTC aborda vários setores:
de como pode o indivíduo crescer e desenvolver-se de maneira normal e saudável,
até os casos extremos do processo de adoecimento procurando destacar cinco
setores essenciais: a alimentação, que é a fonte mantenedora da vida, a prática de
atividade física (Tai Chi Chuan), a Acupuntura, as Ervas Medicinais, que são formas
de tratamento e o Tao Yin, baseado no treinamento interior, além do estudo sobre a
fisiologia e fisiopatologia energética dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras) (YAMAMURA,
1993, p. LVI).
A teoria da MTC é extremamente completa e originou-se há milhares de anos
através da observação meticulosa da natureza, os cosmos e o corpo humano. As
principais teorias da MTC incluem o Yin-Yang, os Cinco Elementos, Qi e Sangue, e
Zang-Fu (Teoria dos Órgãos e Vísceras). Na MTC o entendimento do corpo humano
está baseado na compreensão holística do universo, conforme descrito no taoísmo e
no tratamento da doença, baseia-se principalmente no diagnóstico e na Diferenciação
de Síndromes (ZHOU e QU et al., 2009).
As Teorias Yin e Yang e dos Cinco Elementos são dois aspectos do
materialismo simples e da dialética que datam da China Antiga. A MTC emprega estas
19
teorias para explicar as funções fisiológicas do organismo, as mudanças patológicas
e as relações internas dos órgãos e também para explicar as leis gerais do diagnóstico
e tratamento (TIAN 1993, p. 03).
O mesmo autor afirma que o conceito Yin e Yang sintetizam as duas partes
contraditórias e complementares dos fenômenos da natureza que se relacionam
mutuamente. Podem representar dois fatores opostos, assim como duas partes que
compõem a essência de um aspecto. A natureza de Yin ou Yang não é absoluta, mas
relativa, já que a existência é determinada pelas condições interiores.
Yin e Yang também servem de base para diagnóstico e determinam os
princípios de tratamento. Todas as síndromes podem ser classificadas em síndromes
Yin ou Yang, sendo que na prática clínica usa-se mais a diferenciação segundo os
Oito Princípios, sendo Síndromes Yin (Interior, Frio e Deficiência), já as Síndromes
Yang (Exterior, Calor e Excesso). Para tratarmos a doença seja ela de características
Yin ou Yang devemos tonificar ou sedar de acordo com cada caso (TIAN 1993, p. 07).
A Teoria dos Cinco Elementos sustenta que a natureza está constituída por
cinco substâncias: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. O desenvolvimento e as
mudanças de todas as coisas e de todos os fenômenos são resultados do movimento
contínuo, da intergeração e da dominância entre os Cinco Elementos. Na MTC, esta
teoria aplica-se principalmente para explicar as características fisiopatológicas dos
órgãos internos e dos tecidos do corpo, as relações fisiopatológicas entre eles e as
relações entre o corpo e o meio ambiente que são sempre mutantes, assim, essa
teoria pode servir de guia para o diagnóstico e para o tratamento (TIAN 1993, p. 07 e
08).
A diferenciação segundo os Oito Princípios é o diagnóstico sindrômico mais
básico na MTC e vai servir para orientar os diagnósticos mais complexos. Por isso, é
o primeiro passo que deve ser tomado na análise dos sinais e sintomas do paciente.
A precisão do diagnóstico sindrômico do paciente é fundamental para que o
tratamento seja acertado, pois apenas com a compreensão do desequilíbrio
apresentado pelo paciente, é possível corrigi-lo. O diagnóstico segundo os Oito
Princípios é que vai iniciar o processo de compreensão da natureza da desarmonia
apresentado pelo paciente, sendo assim, considerando quatro critérios básicos que
admitem dois opostos que são os Oito Princípios; onde está à doença (profundidade,
se está no Exterior ou Interior), quais as características das manifestações da doença
20
(Calor ou Frio), qual a intensidade da doença (Excesso ou Deficiência) e qual é a
natureza (Yin ou Yang) (ANTUNES, 1993).
5.1 ACUPUNTURA
Segundo Yamamura (2004, p. 56), a Acupuntura é um antigo método
terapêutico chinês que se baseia na estimulação de determinados pontos do corpo
com agulha ou com fogo, a fim de restaurar e manter a saúde. A Acupuntura foi
idealizada dentro do contexto global da filosofia do Tao Yin e das concepções
filosóficas e fisiológicas que nortearam a MTC. A concepção dos Canais de Energia e
dos pontos de Acupuntura, o diagnóstico energético e o tratamento baseiam-se nos
preceitos do Yang e do Yin, dos Cinco Movimentos e da Energia do Qi e do Xue
(Sangue).
Embora os mecanismos de ação da Acupuntura ainda não estejam claros, seu
uso no tratamento da dor de curtos e longos prazos e como terapia para muitas
doenças tem se difundido. Há evidências de que a analgesia produzida por
Acupuntura requer a estimulação de fibras nociceptivas aferentes primárias (WANG
et al., 2008), e muitos estudos de imagem cerebral têm demonstrado as correlações
neurais do estímulo da Acupuntura (SEMINOWICZ et al., 2008). Paralelamente, há
evidências crescentes dos mecanismos autonômicos da analgesia por Acupuntura,
tais como atividade parassimpática aumentada, e simpática diminuída vinculada a
uma atividade eletroencefalográfica aumentada (HAKER et al., 2000; HSU et al., 2007;
SAKAI et al., 2007).
Com relação às hipóteses sobre os possíveis mecanismos que explicam os
efeitos terapêuticos da Acupuntura, consideram-se que eventos interdependentes
locais, segmentares e centrais estejam envolvidos. O autor relaciona como eventos
locais os reflexos axonais que desencadeiam aumento da circulação local e liberação
de neuropeptídios e de endorfinas para receptores locais; como eventos segmentares,
mecanismos de “portão”, possível long–term depression (LTD), inibição próprio
espinal, reversão da long-term potentiation (LTP) para LTD (que reduz a
sensibilização central) e inibição simpática com aumento da circulação segmentar, e
como eventos centrais, inibição simpática, redução dos níveis de hormônios
relacionados à resposta de estresse, adrenalina e cortisona no plasma, além de uma
21
possível ação da oxitocina na indução da elevação dos limiares de dor em longo prazo
e efeitos ante estresses (CARLSSON et al., 2002).
22
6 FISIOLOGIA DA MULHER SEGUNDO A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA
A fisiologia feminina é dominada pelo Sangue uma vez que o Aquecedor Inferior
abriga o Útero que supre o Sangue. Nas mulheres, Sangue não é apenas a origem
de ciclos menstruais, mas também de fertilidade, concepção e gravidez. As mulheres
pertencem ao Yin, mas alguns aspectos de sua fisiologia são Yang; os homens
pertencem ao Yang, mas alguns aspectos de sua fisiologia são Yin. A fisiologia da
mulher está enraizada no Sangue, a do homem, em Qi; os homens suprem Essência,
as mulheres, Útero, Sangue e feto (MACIOCIA, 2000, p. 08).
Para Maciocia (2000, p. 08), a menstruação é normal quando o Rim (Qi e Jing)
e o Coração (Sangue) estão saudáveis e em comunicação adequada com o Útero. O
Baço também tem papel importante, pois se ele for Deficiente não haverá produção
suficiente de Sangue para permitir uma menstruação normal.
Na MTC, os detalhes específicos do ciclo menstrual (volume, duração e
aparência de fluxo) são apenas os fenômenos de superfície. As causas dos distúrbios
menstruais são as disfunções dos órgãos internos: Desarmonia do Qi, Sangue e
Fluidos Corporais; Desequilíbrio dos Meridianos Ren Mai e Du Mai e a irregularidade
do Rim. Em qualquer tipo de distúrbio menstrual, o Sangue é fundamental para a
regulação do ciclo menstrual sendo que a regulação de Sangue é sempre necessária
(ZHOU e QU et al., 2009).
O Fígado é um órgão importantíssimo na menstruação, entre outras funções, é
o responsável pelo armazenamento e a regulação do volume do Sangue pelo corpo,
além de ser responsável pelo fluxo suave do Qi, portanto, este órgão é muito
importante na fisiologia feminina, especialmente quanto ao fluxo menstrual, pois é o
Útero quem armazena o Sangue do Fígado, e estando este Deficiente irá provocar
mudanças no padrão menstrual (amenorreia e oligomenorreia), como também, se
estiver em excesso irá provocar menorragia ou metrorragia. Pelo fato de ser o Qi o
responsável pelo fluxo de Xue (Sangue), sua Estagnação pode provocar o surgimento
de dismenorreia, alterações no ciclo menstrual e tensão pré-menstrual
(MASTROROCCO, 2007).
O Útero é o mais importante dos Seis Sistemas Yang Extraordinários. Apresenta
as funções de regularizar a menstruação, concepção e gravidez. Está intimamente
23
vinculado ao Rim (Shen) e aos Vasos Extraordinários Diretor (Ren Mai) – providência
o Qi e Penetrador (Chong Mai) – fornece o Sangue para o Útero. Tanto o Vaso Diretor
quanto o Vaso Penetrador originam-se no Rim e apresentam funções de regularizar a
menstruação, concepção e gravidez, sendo que ambos fluem através do Útero. Se a
Essência (Jing) do Rim for abundante, estes Vasos serão fortes e o Útero será
adequadamente abastecido com o Qi e Sangue, de maneira que a menstruação e a
gravidez serão normais (MACIOCIA, 2000, p. 08).
O relacionamento funcional entre o Útero e o Sangue é muito íntimo: o Útero
depende do suprimento abundante de Sangue a todo instante. Uma vez que o
Coração (Xin) governa o Sangue, enquanto o Fígado (Gan) armazena o Sangue e o
Baço (Pi) controla o Sangue, estes três sistemas Yin são fisiologicamente vinculados
ao Útero. O relacionamento entre o Útero, Qi e o Sangue do Fígado (Gan) é
extremamente importante. Se o Qi do Fígado estiver Estagnado pode ocorrer uma
Estase do Sangue do Fígado que, por sua vez, afetará o Sangue do Útero, resultando
em períodos menstruais dolorosos com a ocorrência de coágulos (MACIOCIA, 2000,
p. 08 e 09).
O Útero tem as seguintes funções: receber a essência do Rim e promover a
fertilidade, receber o Sangue do Fígado e promover os ciclos menstruais, proteger o
feto e promover o nascimento (ANTUNES, 1993).
O Rim é referido como “Raiz da Vida” ou “Raiz do Qi Pré-Celestial”. Armazena
a Essência considerada matéria base para a formação do Sangue menstrual chamado
de Tian Gui ou Gui Celestial. O Gui Celestial é encontrado nos seres humanos; nas
mulheres em forma de menstruação e nos homens em forma de esperma (MACIOCIA,
2000, p. 10 e 11).
A Essência do Rim (Shen) influência de forma marcante na fisiologia das
mulheres desde a puberdade até a menopausa. O Rim também influência a
menstruação através da mútua conexão de nutrição entre Sangue e Essência, e
daquela existente entre o Fígado e o Rim. Como uma forma de Qi Pós-Natal, o Sangue
integra e supre novamente a Essência; a Essência, por outro lado contribui para fazer
Sangue, facilmente a transformação de Qi Aglomerado (Zong Qi) em Qi Verdadeiro
(Zhen Qi), e o Sangue também é originário da Medula Óssea (MACIOCIA, 2000, p.
10-11).
Segundo Auteroche (1992, p. 20), “Os Rins são a moradia da Água e do Fogo”,
relembra que o Yin Primordial pertence à Água, enquanto o Yang Primordial pertence
24
ao Fogo. Esse “Verdadeiro Yin” e esse “Verdadeiro Yang” devem estar equilibrados e
sólidos para garantir um funcionamento orgânico fisiologicamente normal.
Para a Medicina Chinesa, as principais funções do Coração (Xin) são governar
o Sangue, os Vasos Sanguíneos e abrigar a Mente (Consciência). Nesta concepção,
o Coração é o órgão que controla a consciência, ao invés do cérebro, como na
concepção da medicina ocidental. Se o Coração é forte e o Sangue abundante, haverá
uma atividade mental normal, uma vida emocional equilibrada, a pessoa será feliz,
terá consciência clara, memória e pensamentos bons e um sono saudável. Se o
Coração é fraco e o Sangue Deficiente, podem ocorrer alterações mentais (tais como
depressão), a mente não terá vitalidade e a pessoa será triste, terá falta de memória,
pensamento afetado e insônia. O Coração exerce influência sobre a menstruação de
várias formas: como governa o Sangue ele tem influência geral sobre o Sangue, está
conectado ao Útero pelo Canal do Útero (Bao Mai); e com ajuda do Yang do Coração,
a Essência do Rim forma Gui Celestial (MACIOCIA, 2000, p.13).
O Baço (Pi) é o responsável pela produção de Sangue (Xue) e Qi, a partir da
transformação dos nutrientes e fluidos (Qi dos alimentos), vindos do Estômago (Wei),
e de seu transporte. Esta associação (Pi/Wei), também é chamada de Raiz do Qi Pós
Celestial, pois a partir dos alimentos e fluidos ingeridos, o Baço, extrai o Qi dos
alimentos (Gu Qi – base para a formação do Qi e Xue), e no Pulmão (Fei) se combina
com o ar formando o Qi Torácico, que é a base para o Qi Verdadeiro (Zhen Qi). O Qi
dos alimentos (Gu Qi) também é a base para a formação do Sangue (Xue), que
acontece no Coração (Xin), que o controla. Frente ao exposto, entende-se que o Baço
desempenha papel fundamental na fisiologia feminina já que sua Deficiência se
manifesta por alterações do fluxo menstrual (MASTROROCCO, 2007).
O Qi do Baço também tem a importante função de manter o Útero no lugar
através de seu movimento ascendente, sendo que se houver desmoronamento do Qi
pode causar prolapso uterino ou da bexiga, o Qi do Baço também aglomera Sangue,
e se ocorrer a sua Deficiência o Sangue pode tornar-se aguado causando menorragia
(MACIOCIA, 2000, p. 13).
Ainda segundo Maciocia (2000, p. 09), um ciclo menstrual normal deveria levar
28 dias, que é dividido aproximadamente em quatro segmentos energéticos de sete
dias cada: Fase Menstrual (cerca de cinco dias): nesta fase o Sangue está se
movimentando, contando com o livre fluxo do Qi do Fígado e do Sangue do Fígado;
Fase Pós-Menstrual (cerca de sete dias): o Sangue e o Yin estão relativamente vazios
25
e os Canais Chong Mai e Ren Mai estão exauridos; Fase do meio do ciclo (cerca de
sete dias): o Sangue e o Yin gradualmente enchem os Canais Chong Mai e Ren Mai;
Fase Pré-Menstrual (cerca de sete dias): o Yang Qi sobe e o Qi do Fígado se
movimenta como preparação do ciclo. A mobilidade do Qi do Fígado é essencial para
mover o Sangue do Fígado durante o ciclo. É nesta fase que aparecem os sintomas
físicos e emocionais da TPM (dores de cabeça pré-menstrual, ansiedade, insônia,
distensão do peito, e outros).
O Estômago é importante na fisiologia feminina devido a sua ligação com o
Baço na origem do Qi e Xue, sendo também conhecido junto com o Baço como a
“Raiz do Qi Pós Celestial”. O Estômago está conectado ao Útero pelo Canal Chong
Mai, que causa enjoo matinal durante a fase inicial da gravidez. Quando o Estômago
está Deficiente afeta o Coração e o Baço, podendo causar amenorreia e escassez
dos períodos menstruais. Também o trajeto do meridiano que passa pelas mamas
influência a lactação, como também, o fato do leite materno ser, na concepção da
MTC, uma transformação do sangue menstrual no Canal Chong Mai, e este é
suplementado pelo Qi Pós Natal extraído do alimento que por sua vez depende do
Estômago (MASTROROCCO, 2007).
O Pulmão é o órgão que apresenta menor influência sobre a menstruação,
podendo através de sua Deficiência, ocasionar amenorreia, sabendo que a tristeza e
a mágoa induzem a diminuição do Qi (MASTROROCCO, 2007).
6.1 VASOS MARAVILHOSOS E A MENSTRUAÇÃO
Segundo Maciocia (2000, p. 14), a função menstrual depende de três Vasos
Maravilhosos: Du Mai, Ren Mai e Chong Mai. Todos os três canais surgem do espaço
entre Rins onde pulsa a Força Motriz e, assim fluem através do Útero nas mulheres e
da “Sala do Esperma” nos homens.
Dentre os Vasos Maravilhosos, destacam-se os Meridianos Ren Mai, Du Mai e
Chong Mai no que se refere à fisiologia feminina e em especial a função menstrual.
Eles se dividem em três ramos: o Chong Mai considerado como “Mar de Sangue”, o
Du Mai que é governador dos Meridianos Yang e o Ren Mai, governador dos
Meridianos Yin (MASTROROCCO, 2007).
26
O Meridiano Ren Mai está conectado ao Yin, a Essência e Fluidos (oposto do
Chong Mai que está na sua grande maioria, relacionado com Sangue e Qi) e se
conecta aos três Meridianos Yin, o que o torna o “Mar de Meridianos Yin”. Devido a
esta característica, o Ren Mai fornece as substâncias Yin (Yin Qi, Essência, Sangue
e fluidos) para todos os processos fisiológicos da mulher, em especial aos
relacionados a processos hormonais (puberdade, concepção, gravidez, parto e
menopausa), ao contrário do Chong Mai que está mais relacionado com o Sangue,
menstruação e nas suas irregularidades (MACIOCIA, 2000, p. 16).
O Meridiano Du Mai é de origem Yang e se conecta com os Meridianos Yang,
o que lhe dá o estatus de governador do Yang. Do ponto de vista da MTC, o Du Mai
(Yang) e o Ren Mai (Yin) se completam, promovendo o equilíbrio energético do
organismo. Devido as suas características, conectam o Útero ao Rins e o Coração ao
Cérebro, o que explica a influência dos problemas emocionais e mentais sobre a
menstruação, função ovariana e vice-versa. Por outro lado, este circuito conecta-se à
Essência (Rins), ao Sangue (Útero e Coração), a Medula (Espinha e Rins) e Mar de
Medula (Cérebro), o que na visão da medicina ocidental representa o eixo hipotálamo-
hipófise-ovariano, responsável pela ovulação (MACIOCIA, 2000, p. 18).
Com relação à menstruação o Canal Du Mai tem a função de manter um bom
equilíbrio entre Yin e Yang, ou seja, surge a partir do Útero como os Canais Chong
Mai e Ren Mai, mas representa aspecto Yang. No entanto, o papel importante do
trajeto em ginecologia é o fato de estender um ramo para frente do corpo, envolvendo
a vagina, onde muitas vezes pode ser escolhido para tratamento de problemas na
genitália (MACIOCIA, 2000, p. 18).
O Canal de Energia Chong Mai origina-se do Shin Qi (Rins), possui numerosas
ramificações que se comunicam com o Canal de Energia Tendinomuscular do Wei
(Estômago). O Chong Mai utiliza do Canal de Energia Principal do Rim, vai para o
tórax até o ponto R27 e, nesse trajeto torácico, emite ramificações para os espaços
intercostais. Do ponto R27, o mesmo Canal vai até a garganta, unindo-se ao canal de
Energia Ren Mai no ponto VC23, seguindo depois para a face, onde contorna os
lábios, indo até os olhos (YAMAMURA, 2004, p. 474).
O Canal Chong Mai é provavelmente o mais importante dos Canais e pode ser
considerado a origem de todos eles. Tem uma profunda influência na menstruação na
medida em que é o Mar de Sangue. Este Canal influência o suprimento e movimento
próprio do Sangue no Útero e controla a menstruação em todos os aspectos. As
27
alterações que ocorrem nos Canais Chong Mai e Ren Mai determinam as alterações
hormonais nas mulheres em intervalos de aproximadamente sete anos, além disso,
os mesmos regulam o Útero, a menstruação, nutrem e movimentam o Sangue, podem
ser utilizados em casos de dismenorreia, períodos menstruais irregulares, tensão pré-
menstrual e menorragia. Se o Canal Chong Mai está vazio pode haver períodos
menstruais escassos ou atrasados e em caso de Estagnação de Qi ou Sangue pode
causar dismenorreia (MACIOCIA, 2000, p. 14 e 15).
28
7 TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL SEGUNDO A MEDICINA
TRADICIONAL CHINESA
A Síndrome Pré-Menstrual (SPM) é descrita como “um estado mórbido,
caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas que pode ser produzido por mais
de uma causa” (NOGUEIRA, 2000). Afeta cerca de 80% das mulheres que possuem
ciclo regular (CHAE e KIM et al., 2007).
Geralmente causada pela depressão do Fígado e Estagnação de Qi que
conduz a transformação do Fogo e do Espírito, ou pela Invasão de Qi do Fígado, do
Baço e Estômago, ou Astenia do Yin Constitucional, ou Astenia Constitucional do
Baço e do Rim. Causada principalmente por uma disfunção do Fígado e está
relacionada com o Coração, Baço e Rim. Seus sintomas ocorrem durante a
menstruação, manifestando-se com cefaleia, febre, dores no corpo, edema, diarreia,
tonturas, alterações emocionais, dor e distensão nas mamas. Está dividida em
Excesso e Deficiência. A Deficiência é de Rim e Baço e o Excesso é pela Estagnação
do Qi do Fígado, Baço e Rim (ZHOU e QU et al., 2009).
De acordo com Maciocia (2000, p. 17), a SPM tem como principal fator
etiológico a sobrecarga emocional manifestada por sentimentos como raiva,
frustração e ressentimento. Estes fatores em longo prazo podem causar Estagnação
do Qi do Fígado que é a maior causa da Síndrome Pré-Menstrual. Tal Estagnação
gerará diversos outros sintomas como a cefaleia, edema, distensão mamária, cólicas
abdominais, etc. Por exemplo, no caso do edema e distensão mamária, pode-se dizer
que a Estagnação do Qi do Fígado invade o Estômago, afetando a mama.
Segundo Yamamura (2001, p. 887), considera-se que o quadro clínico de
Tensão Pré-Menstrual é caracterizado quando existem sintomas relacionados ao ciclo
menstrual que interferem no trabalho profissional, nas atividades cotidianas e no
relacionamento e não caracterizados como exacerbação de patologia psiquiátrica.
Para firmar o diagnóstico devem-se ter, segundo a American Psychiatric Association,
cinco dos seguintes sintomas:
1- Labilidade afetiva;
2- Irritabilidade acentuada e persistente;
3- Tensão ou ansiedade acentuada;
4- Humor marcadamente deprimido ou sensação de desespero;
29
5- Interesse diminuído nas atividades diárias;
6- Fadigabilidade fácil ou diminuição de energia;
7- Sensação subjetiva de perda de concentração;
8- Alteração acentuada de apetite, superalimentação ou ânsia por alimentos;
9- Insônia;
10- Sintomas físicos: mastodínea, cefaleia, edema, dores articulares e
musculares, aumento de peso.
Os sintomas clínicos apresentados, quando analisados pela Teoria dos Cinco
Movimentos da Medicina Tradicional Chinesa, podem ser relacionados à Deficiência
do Shen Qi (Rins) (fadigabilidade fácil, Deficiência de Energia e desânimo), à
Plenitude do Gan-Yang (Fígado-Yang) (labilidade emocional, tensão, alteração do
humor, insônia, agitação, cefaleia e mastodínea), ao Xin-Yang (Coração-Yang)
(distúrbios emocionais) e acometimento secundário do Pi (Baço/Pâncreas) (alteração
do apetite, edema e aumenta de peso) (YAMAMURA, 2001, p. 887).
De acordo com Muramatsu (2001), a SPM atinge mulheres na fase reprodutiva
comprometendo o relacionamento e a produtividade no ambiente familiar, social,
profissional e escolar. Sendo que, em uma mesma mulher os sintomas não são
sempre os mesmos e a intensidade deles podem variar a cada ciclo, incluindo além
dos já mencionados: agressividade, tristeza, atividade diminuída, autoconfiança
diminuída, confusão mental, crises de choro, desatenção, descuido da aparência,
agitação, anorexia, apetite aumentado, ansiedade para comer alimentos ricos em
carboidratos, acne, constipação intestinal, diarreia, dismenorreia, mal-estar, náusea,
peso aumentado, entre outros.
Ainda segundo Muramatsu (2001), a etiologia da SPM é desconhecida, mas
refere que um ou mais fatores sintomatológicos sejam produzidos pelo corpo lúteo e,
que regridem após os níveis de progesterona e estrógeno alcançarem suas
concentrações na fase folicular, no final da fase lútea.
Segundo Nogueira (2000), em 1978 a SPM foi incluída na IX Versão da
Classificação Internacional das Doenças (CID), no capítulo das doenças do aparelho
gênito-urinário.
30
8 DIFERENCIAÇÃO SINDRÔMICA E TRATAMENTO DA
SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
8.1 PADRÕES DE EXCESSO / PLENITUDE
8.1.1 Estagnação de Qi do Fígado
Manifestações: depressão, irritabilidade, opressão torácica que se alivia ao
suspirar, dor e distensão no tórax, no hipocôndrio, nos seios e no abdômen,
dismenorreia e distúrbios na menstruação. Sensação de algo obstruindo a garganta
que não pode ser engolido, nem vomitado; bócio no pescoço, nodulação na nuca e
massas tumorais no abdômen (YAMAMURA, 1993, p. 360).
Segundo Auteroche (1987, p.124), às vezes pode ocorrer: aumento do apetite,
magreza, insônia e cefaleia; a língua pálida, revestimento lingual delgado e branco.
8.1.1.1 Etiologia
É causada na maioria dos casos pela depressão. A depressão e a ira podem
lesar o Fígado. A disfunção do Fígado na função de drenagem, motivado por outras
causas podem também ser a causa da Síndrome (YAMAMURA, 1993, p. 360).
Quando o Fígado está perdendo a sua natureza de estender-se livremente e a
sua função de drenagem, ocasiona a depressão. Se a Energia do Fígado Estagnar-
se por muito tempo ele perde a sua característica de ser brando e suave,
manifestando-se por irritabilidade. A Estagnação de Energia causa a obstrução dos
canais de Energia do Fígado, dor e distensão nas regiões do tórax, no hipocôndrio,
nos seios e no abdômen. A Estagnação da Energia pode levar à Estase de Sangue e
as alterações nos canais de Energia Ren e Chong, com isso ocasionam distúrbios na
menstruação ou dor abdominal durante a menstruação (YAMAMURA, 1993, p. 361).
A língua em casos leves, o seu corpo pode estar inalterado; em casos crônicos
os lados podem estar vermelhos. Pulso em corda em todas as posições ou somente
no lado esquerdo (MACIOCIA, 2000, p. 17).
31
Princípio de tratamento: aliviar o Fígado, eliminar a Estagnação, acalmar a
mente, fixar a Alma Etérea (MACIOCIA, 2000, p. 17).
Regularizar o Qi para retirar as Estagnações (AUTEROCHE, 1987, p. 125).
Pontos: F3 e VB34 aliviam o Fígado e elimina a Estagnação; VB41 é usado
para distensão mamária e dolorosa; TA6 move o Qi do Fígado (MACIOCIA, 2000, p.
17).
Segundo Auteroche (1987, p. 125), os pontos escolhidos são: F2 – faz escoar
a Estagnação; B8 – faz circular o Qi e reforça o Sangue; R4, B6, E28 – são
particularmente indicados se as dores abdominais forem fortes e se o fluxo menstrual
for difícil e escasso; VB34 e TA6, ou VB40 e TA6 – são indicados se as dores forem
predominantes nos seios e nos flancos; TA4 – reforça e faz circular o Qi; CS6 – é
empregado para tirar as dores e acalmar a mente.
8.1.2 Mucos – Fogo incomodando a parte superior
Manifestações clínicas: agitação, depressão, comportamento levemente
maníaco, agressividade, uma sensação de opressão no peito, face vermelha e olhos
avermelhados. Língua vermelha com saburra amarela e pulso escorregadio-rápido.
Princípio de tratamento: remover o Calor, resolver os mucos, acalmar a mente, fixar a
Alma Etérea. Pontos: E40 – resolve os mucos e acalma a mente; E8 e VG24 –
acalmam a mente e resolvem os mucos da cabeça; IG11 – remove o Calor; BP9 –
ajuda a resolver os mucos; BP4 – regula o Canal Chong Mai e domina o Qi rebelde;
VC12 e B20 – tonificam o Baço para resolver os mucos; CS6 – regula o Canal Chong
Mai e domina o Qi rebelde (MACIOCIA, 2000, p. 18).
8.2 PADRÕES DE DEFICIÊNCIA / VAZIO
Síndrome de Deficiência – Dor indistinta que surge no fim ou depois da
menstruação; o baixo ventre fica mole e a dor pode ser aliviada pela pressão
(AUTEROCHE, 1987, p. 110).
32
8.2.1 Deficiência do Sangue do Fígado
É causada pela insuficiência na produção do Sangue, por uma hemorragia ou
pela doença prolongada que lesa o Sangue do Fígado. Pela insuficiência de Sangue,
este não sobe o suficiente para a cabeça, ocasionando tonturas, vertigem, tinidos e
língua pálida; o Sangue não é suficiente para nutrir os olhos, por isso ficam
descorados; pela Deficiência de Sangue produz-se o Vento interno, aparecendo então
o intumescimento dos membros, as convulsões e os tiques musculares. A insuficiência
de Sangue não é suficiente para acalmar a mente provocando os distúrbios no sono
(YAMAMURA 1993, p. 365).
Manifestações clínicas: depressão e choro antes do período menstrual, leve
distensão abdominal e das mamas, períodos menstruais escassos, cansaço, memória
precária, pouco sono, leve tontura e aparência embotada. Língua pálida,
possivelmente só nos lados. Pulso rugoso ou fino e possivelmente em corda,
levemente no lado esquerdo. Princípio de tratamento: nutrir o Sangue do Fígado,
mover o Qi. Pontos: VC4 – nutre o Sangue e regula o Canal Ren Mai; R7 e R6 –
regulam o Canal Ren Mai e movem o Qi; BP6 e E36 – nutre o Sangue, o BP6 também
move o Qi do Fígado e acalma a mente; VB34 – move o Qi do Fígado; VC6 – em
combinação com VB34 move o Qi no abdômen inferior; F8 e B18 – nutrem o Sangue
do Fígado; B20 tonifica o Baço para produzir Sangue (MACIOCIA, 2000, p. 18).
8.2.2 Deficiência do Yin do Fígado e do Rim
Deve-se principalmente aos fatores emocionais que causam uma lesão interna
e também uma fadiga que leva o Sangue vital a uma doença prolongada e crônica
que consome muito Yin (Essência Vital) do Fígado e dos Rins. Em virtude da
Deficiência de Yin dos Rins e do Fígado, o Falso – Fogo sobe perturbando o corpo
pela má nutrição da Essência Vital na cabeça e nos olhos. Se os líquidos não podem
subir à cabeça, observa-se a secura na boca e na garganta; o Canal de Energia do
Fígado distribui-se nos dois hemotóraces que por estar mal nutrido, torna-se estático
causando dor nas costas. A produção do Falso – Fogo no interior manifesta-se por
calor no tórax, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, transpiração noturna,
rubor malar; se o Fogo agita a mente observa-se a insônia; se o Fogo penetra na
33
vesícula seminal, ocorre a espermatorreia, os Canais de Energia Ren e Chong
pertencem aos Rins e ao Fígado, a insuficiência desses órgãos faz com que esses
dois Canais de Energia fiquem vazios, por isso, a hipomenorreia. A Deficiência de Yin
e a presença do Calor Interno faz a língua tornar-se vermelha com pouca saburra, o
pulso fino e rápido (YAMAMURA, 1993, p. 367).
Manifestações clínicas: leve distensões das mamas e irritabilidade antes do
período menstrual e ocasionalmente após o mesmo, dor nas costas e joelhos, tontura,
visão borrada, memória precária, insônia, olhos secos e garganta, calor na palma da
mão. Língua: vermelha sem revestimento. Pulso: flutuante-vazio. Princípio de
tratamento: nutrir o Yin do Fígado e do Rim e mover o Qi do Fígado. Pontos: F8 –
nutre o Yin do Fígado; VC4 – nutre o Yin do Fígado e do Rim; BP6 – nutre o Yin do
Fígado e do Rim e acalma a mente; F3 – move o Qi do Fígado (MACIOCIA, 2000, p.
19).
8.2.3 Deficiência do Yang do Baço e do Rim
É causada por uma doença prolongada que consome o Yang; por uma retenção
prolongada de Água perversa, ou pela diarreia crônica. Todas essas causas levam à
Deficiência de Yang dos Rins que não podem aquecer o Yang do Baço / Pâncreas,
ou a uma Debilidade do Yang do Baço/Pâncreas que não nutrem o Yang dos Rins, de
tal modo que, por fim, ocasiona a Deficiência de Yang dos dois. Em virtude da
Deficiência do Baço/Pâncreas e dos Rins, o corpo não pode se aquecer, por isso,
observa-se o rosto pálido e membros frios. Também produz o Frio Interno e alterações
da circulação nos Canais de Energia, razão pela qual se manifestam pela sensação
de frio, dor abdominal, dor na região lombar e nos joelhos. O alimento, nestas
circunstâncias não se fermenta normalmente e não se transforma, de modo que
ocasiona diarreia com alimentos não digeridos. O Yang Deficiente não transporta e
nem transforma a Água e a Umidade, as quais transbordando causam edema no rosto
e nos membros. A retenção de água no corpo manifesta na dificuldade urinária e na
plenitude e distensão no abdômen (YAMAMURA, 1993, p. 369).
Manifestações clínicas: discreta tensão pré-menstrual com depressão e choro,
leve distensão abdominal e das mamas, cansaço, dor nas costas, sensação de frio,
34
diurese frequente de urina pálida e pouco desejo sexual. Língua: pálida e inchada.
Pulso: profundo e fraco (MACIOCIA, 2000, p. 20).
Segundo Auteroche (1987, p. 111), os sintomas são: astenia, apatia mental,
tendências ao sono, inapetência, evacuações pastosas, dores no baixo–ventre e nos
seios, oligúria, leucorreias fluídas, brancas e abundantes, língua pálida e tenra,
revestimento lingual branco e escorregadio, pulso lento e fraco, ou profundo e
retardado, às vezes moles.
Princípio de tratamento: tonificar o Yang, fortalecer os Rins. Pontos: B23 e B20
– tonificam os Rins e o Baço; VC4 – com moxa direto, tonifica o Yang do Rim; E36 e
BP6 – tonificam o Qi e o Sangue; R3 – com moxa, tonifica o Yang do Rim; P7 e R6 –
regulam o Canal Ren Mai, regulam o Útero e tonifica os Rins (MACIOCIA, 2000, p.
21).
Tratamento segundo Auteroche (1987, p.107): B6 – reforça o Baço e o
Estômago, permite a circulação nos Jing Luo, regulariza o Qi e o Sangue; B7 – reforça
o Baço, fortifica o Qi mediano; E34 – reforça o Baço para eliminar a Água.
35
9 ALGUNS PONTOS IMPORTANTES NO TRATAMENTO DA
SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAL
Para Inada (2006), as causas mais comuns da TPM na Medicina Chinesa são:
Estagnação do Qi do Fígado, Deficiência de Yang do Baço e do Rim. O tratamento
visando melhorar o fluxo de Qi do Fígado, com inserção de agulhas nos acupontos F3
(Taichong), VB34 (Yanglingquan), F13 (Zhangmen), F14 (Qimen), TA6 (Zhigou), CS6
(Neiguan), e VB41 (Zulinqi). Na Deficiência de Yang do Baço e do Rim, o tratamento
é feito com intuito de tonificar o Yang do Baço e do Rim, inserindo agulhas nos
acupontos B20 (Pishu), B23 (Shenshu), R3 (Taixi), BP3 (Taibai), VC4 (Guanyuan),
E36 (Zusanli) e BP6 (Sanyinjiao).
Na concepção de Yamamura (2001, p. 887), o tratamento deve visar à
regularização do Gan-Yang: aplicar moxabustão nos pontos B18 (Ganshu) e B19
(Danshu) e puncionar F14 (Gangsun), C7 (Shenmen), Yintang, VG20 (Baihui); além
disso, fortalecer a matriz: puncionar B32 (Cilioa), BP6 (Sanyinjiao) e VC3 (Zhongji).
Para Wink e Cartana (2006), pontos de Acupuntura aplicados na cabeça,
resultam no alívio, diminuição da intensidade e frequência da cefaleia, um dos
sintomas da Síndrome Pré-Menstrual.
Segundo Martins (2003, p. 179), indicado para menstruações irregulares, F3
(Taichong) tem como função principal mover o Qi e o Xue além de cessar a dor,
acalmar o Fígado e fortalecer o Baço; E29 (Shui Dao) regula a menstruação e tem
função em disfunções de fertilidades feminina e dismenorreia. O E29 possui caráter
de movimentar o Sangue no interior do Útero.
Ainda segundo Martins (2003, p. 179) e Ross (2003, p. 481), o acuponto VC6
(Qi Hai) é indicado para aumentar e regular o Qi; regula a menstruação, tem caráter
de fortalecer a Essência e mover o Qi no abdômen inferior. É indicado em todos os
estados de fraqueza, pois fortalece o organismo e a função imunitária.
Para Ross (2003, p. 481), o ponto VB34 (Yang Ling) tem função de
descongestionar o Fígado e estimular a Vesícula Biliar, liberar os tendões e possui o
caráter de auxiliar no movimento do Qi do abdômen inferior.
Para tratar a Deficiência de Yang do Baço e do Rim utilizam-se os pontos,
Taichong (F3), Taixi (R3), Qihai (VC6), Ganshu (B18), Tanzhong (VC17), e Sanyinjiao
(BP6); Estagnação do Qi do Fígado, Zusanli (E36), Pishu (B20), Shenshu (B23), Taixi
36
(R3), Sanyinjiao (BP6), e Guanyuan (VC4). Na redução do edema, Zhongwan (VC12),
Qihai (VC6), Hegu (IG4), Zusanli (E36) e Sanyinjiao (BP6). Na cefaleia, Baihui (VG20),
Qihai (VC6), Guanyuan (VC4), Sanyinjiao (BP6) e Zusanli (E36), sendo que utilizando
esses pontos ocorre a redução dos sintomas da TPM (ZHOU e QU et al., 2009).
O efeito da Acupuntura aumenta o fluxo sanguíneo do Útero e Ovários, com
melhores resultados quando as agulhas são colocadas nos seguintes pontos: VC4,
VC6, E29, E36, CS6, P6, P8, P10, IG4, BP9, BP12, VB31, VB32 e VB34 (músculos
abdominais e das pernas) (STENER-VICTORIN e HUMAIDAN et al., 2006).
37
10 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DA EFICÁCIA DA
ACUPUNTURA EM ALGUNS SINTOMAS DA SPM
Ensaios clínicos aleatórios têm sido realizados com intuito de verificar a eficácia
da Acupuntura na redução dos sintomas da cefaleia. Eles são controlados por placebo
ou Acupuntura Sham. O Placebo em Acupuntura é definido como Acupuntura falsa,
em que as agulhas não são inseridas de fato. Já o procedimento de Acupuntura Sham
é descrito como um falso procedimento de Acupuntura, em que as agulhas são
inseridas na pele. Portanto, o placebo é considerado um controle com efeitos
fisiológicos inertes, enquanto a Acupuntura Sham é um controle com crescentes
evidências de que exista algum efeito analgésico não específico nos pontos de
Acupuntura usados (VERCELINO e CARVALHO et at., 2010).
Em pesquisa realizada por Shermann e Coeytaux et al., (2009), a Acupuntura
parece ser superior ao tratamento usual para as pessoas com cefaleia tensional,
migrânea ou cefaleia crônica diária, contudo não é melhor do que a Acupuntura Sham
para cefaleia tensional e migrânea, usando em consideração a resposta fisiológica
não específica. Sun e Gan et al., (2008) afirmam, em sua revisão sistemática, que a
Acupuntura é efetivo tratamento para cefaleia crônica.
Os trabalhos analisados especificam que a Acupuntura é superior a Acupuntura
Sham, com respostas superiores em pacientes com migrânea e cefaleia tensional,
com significante redução da intensidade da cefaleia. As experiências clínicas de
diversos especialistas em Acupuntura no mundo inteiro mostram que é uma terapia
eficaz, e existe interesse crescente em seus mecanismos neuroquímicos e fisiológicos
(VERCELINO e CARVALHO et al., 2010).
Com inúmeros critérios para intervenção da Acupuntura na cefaleia e sua
eficiência Wink e Cartana (2007) evidenciou o efeito da Acupuntura craniana em
conjunto com outras duas técnicas. Observando melhoras significativas quanto à
qualidade do sono, função intestinal, tensão pré-menstrual, cólicas menstruais, níveis
de ansiedade e medo.
Estudos realizados por Orta et al., (1999), comprovam a eficácia do uso da
Acupuntura no tratamento dos Distúrbios Ginecológicos, em pacientes que não
apresentaram resultados favoráveis com o tratamento da medicina ocidental, com o
diagnóstico de mioma uterino, cisto ovariano, displasia de mama e doença inflamatória
38
pélvica crônica. Essas pacientes foram submetidas há pelo menos 15 sessões de
Acupuntura sendo estimulados os seguintes acupontos: BP4, BP6, F2, F3, F14, E30,
E36, E40, VG20, VC17 e VB26. No final das sessões apresentaram os seguintes
resultados: na melhora sintomática dos miomas uterinos 42,9%, seguido da doença
inflamatória pélvica crônica com 34,8%, a displasia de mama com 29,2% e dos cistos
ovarianos com 14,3%. Na displasia de mama e nos cistos ovarianos, os tumores foram
reduzidos em 66.7% e nos casos de miomas reduziram em 49%.
Muitos estudos têm mostrado que a Acupuntura é eficaz para alívio da dor na
dismenorreia. A dismenorreia é causada pela redução do fluxo sanguíneo uterino,
resultando em isquemia uterina, devido à contração do miométrio, que é induzida pela
secreção excessiva de prostaglandinas, vasopressina e ocitocina. De acordo com os
princípios da Medicina Chinesa, Sanyinjiao (BP6) é o ponto de junção dos Meridianos
do Fígado, Baço e Rim. Este fortalece o Baço, regula o Qi e o Sangue, e nutre o
Fígado e Rins. Além disso, o ponto Sanyinjiao (BP6) tem um ramo interno que
atravessa o Útero e, portanto, tem um efeito direto sobre a região pélvica. Por isso, é
comumente utilizado para as indicações ginecológicas, especialmente para alívio da
dismenorreia. A inserção do Sanyinjiao (BP6) pode afetar e promover o fluxo de Qi e
Sangue, de modo a melhorar a nutrição do canal de Energia Principal, do Vaso da
Concepção, e do Útero e, finalmente, pode aliviar a dor menstrual (YU e MA et al.,
2010).
O objetivo desta revisão foi investigar vários métodos de Acupuntura e analisar
as características de tratamento para pesquisas futuras da PMS. A pesquisa
bibliográfica foi realizada no Medline (2001-2011) e da Infraestrutura China National
Knowledge (1992-2011). Doze estudos foram encontrados que preencheram os
critérios: onze dos ensaios voltados para observar o efeito do tratamento com
Acupuntura na TPM, enquanto um estudo centrou-se na relação entre a sensibilidade
à dor em pontos de Acupuntura e da gravidade da TPM. Nove estudos aplicaram a
Acupuntura sistêmica, um usou a Acupuntura craniana e um usou a Acupuntura
auricular. Três estudos não tinham controles. Na Acupuntura sistêmica foi usado um
método de agulhamento com o princípio de fortalecer o Baço e aliviar o Fígado. Foram
usados os níveis de progesterona e estradiol no soro das pacientes para os desfechos.
Quarenta pacientes foram divididas em dois grupos: um grupo tratamento (fortalecer
o Baço e aliviar o Fígado, n=20) e um grupo controle (Acupuntura de acordo com um
método normal, n=20). O tratamento foi realizado uma vez por dia, três vezes por
39
semana, começando 14 dias antes da menstruação e terminando no final do segundo
ciclo menstrual. Depois de dois ciclos menstruais, a taxa efetiva total do grupo
tratamento foi de 95%; no grupo controle, a taxa efetiva total foi de 60%. Os resultados
deste estudo mostraram que o uso de acupontos baseados na Diferenciação
Sindrômica pode melhorar o efeito curativo. Na Acupuntura craniana em comparação
com medicamentos, para tratar a TPM, foram 66 pacientes divididas aleatoriamente
em um grupo de Acupuntura (n=35) e um grupo de medicamentos (n=31). O
tratamento começou duas semanas antes da menstruação, Eletroacupuntura foi
aplicada três vezes por semana, e foi interrompida no final do fluxo menstrual. A
medicação foi medroxiprogesterona e valium. O total de taxas efetivas dos dois grupos
foram, respectivamente, 91,4% e 64,5%, após três ciclos menstruais. Na Acupuntura
auricular foram tratadas 36 pacientes com erupções menstruais, que não poderiam
ser aliviadas por analgésicos e antialérgicos. Sementes magnéticas foram aplicadas
uma vez antes da menstruação nos seguintes pontos auriculares: Coração, Pulmão,
Fígado, Útero, Endócrino, Glândulas Suprarrenais, e nas áreas afetadas que tiveram
erupções na pele. As sementes foram substituídas a cada três dias até uma semana
após o final do fluxo menstrual. A taxa efetiva total foi de 91,7%, após três meses de
tratamento. A Acupuntura foi recomendada como uma intervenção eficaz e segura
para tratar a TPM, também mostrou um efeito curativo positivo (segundo dados
clínicos) no tratamento da TPM, comparando inclusive com método placebo, não
foram relatados efeitos adversos, mas apesar de seu potencial efeito no tratamento
da TPM, ela envolve a seleção de pontos de acordo com a Diferenciação Sindrômica
e tempo de intervenção são necessários para sua eficácia (ZHENG-RONG et al.,
2012).
Durante seus anos reprodutivos cerca de 10% das mulheres experimentam
algum tipo de sintomas antes da menstruação (PMS), em um grau que afeta sua
qualidade de vida (QV). A Acupuntura e fitoterapia tem sido uma abordagem
terapêutica favorável recente. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos da Acupuntura e
fitoterapia, a fim de investigar o tratamento mais eficaz na medicina coreana para
PMS/PMDD. A pesquisa sistemática da literatura foi realizada utilizando bases de
dados eletrônicos em estudos publicados entre 2002 e 2012. A revisão incluiu ensaios
clínicos randomizados controlados (ERC) de Acupuntura e fitoterapia para
PMS/PMDD. As intervenções incluem a Acupuntura ou fitoterapia. As informações
clínicas incluindo testes estatísticos foram extraídos a partir de artigos resumido num
40
quadro ou no texto. A busca resultou em 19 estudos. Oito tratamentos com Acupuntura
e onze tratamentos médicos à base de plantas. Foram usadas técnicas de Acupuntura
diferentes, incluindo Acupuntura Tradicional, moxabustão e Acupuntura auricular. Na
medicina Herval, os estudos sobre as seguintes plantas, foram identificadas e
avaliadas: Xiao Yao San (ou Dan Zhi Xiao Yao San) e fitoterapia: Vitex Agnus castus,
Hypericum perforatum, Crocus sativus, Splendens Elsholtzia, Cirsium japonicum e
Ginkgo biloba L. Os dados aqui apresentados fornecem suporte para a eficácia da
Acupuntura e fitoterapia na SPM e transtorno disfórico pré-menstrual, com uma
redução de 50% ou mais nos sintomas do que no estado inicial. Em geral, no
tratamento de Acupuntura, pode concluir-se que a segurança do tratamento foi
comprovada por nenhum relato de eventos adversos maiores, de 2 a 4 sessões,
mostraram uma redução de 77,8% nos sintomas, a frequência do tratamento não afeta
o resultado. Além disso, não houve diferença entre a fase lútea e fases foliculares no
resultado do tratamento, portanto, as sessões não precisam ser limitadas apenas à
fase lútea. No tratamento de ervas, não houve eventos adversos graves reportados
que por sua vez prova a sua segurança com a dose recomendada. A maioria dos
estudos que durou 2-3 ciclos menstruais, resultou no alívio dos sintomas de
PMS/PMDD. Em outras pesquisas, a comparação entre a frequência, dosagem e
duração do tratamento para cada intervenção dos sintomas de PMD/PMDD pode levar
a muita orientação específica em um ambiente clínico (SU e Kim et al., 2014).
De acordo com Manheimer et al., (2008), a Acupuntura tem sido usada durante
séculos na China para regular o sistema reprodutor feminino. Seus efeitos são
classificados em três mecanismos: primeiro, a Acupuntura pode mediar à liberação de
neurotransmissores de hormônio liberador de gonadotrofina, influenciando assim o
ciclo menstrual, a ovulação e a fertilidade; segundo, a Acupuntura pode estimular o
fluxo sanguíneo para o Útero através da inibição da atividade do sistema nervoso
central; terceiro, a Acupuntura pode estimular a produção de opióides endógenos
inibindo assim o estresse biológico causado pelo sistema nervoso central. Portanto,
pesquisas mostram que os resultados da Acupuntura em mulheres inférteis são
favoráveis, além da contribuição na fertilização in vitro, melhora o bem-estar,
ansiedade, resistência pessoal e social e da identidade das mulheres em relação à
sexualidade e reprodução. Também têm implicações para as formas em que preenche
a lacuna entre mente e corpo. Estes efeitos benéficos foram descritos por todas as
pacientes, independente do número de sessões a que elas haviam sido submetidas.
41
Realizado estudo por Seung-Hun et al., (2009), para avaliar a eficácia e os
efeitos adversos da Acupuntura para o tratamento sintomático da TPM. A estratégia
de busca foi em bancos de dados eletrônicos, incluindo inglês, coreano, japonês e
chinês. Nove estudos foram sistematicamente revistos. Os resultados foram: quatro
estudos relataram uma diferença significativa na redução dos sintomas da TPM com
tratamento de Acupuntura em comparação com o tratamento farmacológico. Dois
estudos apresentaram melhorias nos sintomas primários dentro dos grupos de
Acupuntura e medicamentos à base de plantas em comparação com basais. Apenas
dois ensaios clínicos randomizados relataram informações sobre eventos adversos
relacionados com Acupuntura, que incluíram um caso de pequeno hematoma
subcutâneo. Embora os estudos incluídos mostram que a Acupuntura pode ser
benéfica para pacientes com TPM, não há provas suficientes para apoiar esta
conclusão devido às falhas metodológicas nos estudos.
42
11 CONCLUSÃO
A ideia de reequilíbrio das funções pela ação da Acupuntura sobre a circulação
de Qi (Energia) e Xue (Sangue) são ampliadas pelos conceitos neurofisiológicos da
medicina ocidental, que vem explicando os mecanismos pelos quais a Acupuntura é
eficaz em diversas patologias, assim como a observação por mais de dois milênios
pelos antigos chineses que já evidenciava. Na visão oriental, é preciso manter o Rim
e o Coração saudáveis e em boa comunicação com o Útero para termos uma
menstruação normal. Como o Baço produz sangue, ele precisa estar saudável
também para que se tenha um bom fluxo menstrual. O livre fluxo de Qi do Fígado é
fundamental para que as emoções estejam controladas na fase pré-menstrual.
No tratamento com Acupuntura dentro da Medicina Tradicional Chinesa,
observamos que além de ser um método eficaz e seguro, não tem contra indicações,
não tem efeitos colaterais, assim como também trata o paciente como um todo, não
só o sintoma que ela está apresentando no momento, mas vai, além disso, procurando
a causa da doença, a raiz do problema, e buscando também o equilíbrio do corpo, da
alma e da mente.
É também importante ressaltar que as mulheres adquiram conhecimento
acerca do assunto e as maneiras de amenizar os sintomas, tais como: uma
alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos regulares, tudo contribuirá
para se ter uma melhor qualidade de vida.
A Acupuntura segundo os estudos é efetiva no tratamento para cefaleia crônica,
com respostas superiores em pacientes com cefaleia migrânea e cefaleia tensional,
com significante redução da intensidade da cefaleia, mostrando ser uma terapia
eficaz.
Estudos evidenciam o efeito da Acupuntura craniana, observando melhoras
significativas quanto à qualidade do sono, função intestinal, tensão pré-menstrual,
cólicas menstruais, níveis de ansiedade e medo.
Os estudos também comprovam a eficácia do uso da Acupuntura no tratamento
dos distúrbios ginecológicos em pacientes portadores de miomas uterinos, cisto
ovariano, displasia de mamas e doenças inflamatórias pélvicas crônicas, que
apresentaram no final das sessões melhoras sintomáticas dos miomas uterinos
42,9%, seguido da doença inflamatória pélvica crônica 34,8%, displasia mamária
43
29,2% e dos cistos ovarianos 14,3%. Na displasia de mamas e nos cistos ovarianos,
os tumores foram reduzidos em 66,7% e nos casos de miomas reduziram em 49%.
A Acupuntura mostrou-se também eficaz no alívio da dor da dismenorreia.
A Acupuntura também pode interferir na liberação de neurotransmissores de
hormônios liberador de gonadotrofina, influenciando o ciclo menstrual, ovulação e
fertilidade. Também pode estimular o fluxo sanguíneo para o útero inibindo a atividade
do sistema nervoso central.
Mediante os fatos concluímos que a Acupuntura é eficaz no tratamento da TPM
e nas suas manifestações emocionais.
44
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C, R.; AZEM P. R.; BOOR HEN, L. R.; BOTSARIS, S, A.; GOMES, J, L, A.; GONÇALVES, F, J, O; Bases da Medicina Tradicional Chinesa, Apostila do Instituto de Acupuntura do Rio de Janeiro, 1993.
AUTEROCHE, B; NAVAILH, P. O diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei Editora, 1992.
AUTEROCHE, B; NAVAILH, P.; MARONNAUD, P; MULLENS, E. Acupuntura
em Ginecologia e Obstetrícia. São Paulo: Andrei Editora, 1987. CARLSSON, C. Acupuncture mechanisms for clinically relevant long – term
effects – reconsideration and a hypothesis. Acupuncture Med: v.20, n. 2-3, p.82-99, 2002.
CHAE, Y; KIM, H. Y; PARK, H. J; HAHM, D, H; LEEH, A. K. The Alteration of
Pain Sensitivity at Disease – Specific Acupuncture Points in Premenstrual Syndrome. J. Physical: Sci, v. 5, p. 115 – 119, 2007.
GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 6. Ed. Rio de
Janeiro: Saunders Elsevier, 2006. HAKER, E; EGEKYIST, H; BJWRRING, P. Effect of sensory stimulation
(acupuncture) on sympathetic and parasympathetic activities in healthy subjects. J Auton Nerv Syst; v.79: n. 52-9, 2000.
HSU, C; WENG, C. S; SUN, M. F; SHYU L. Y; HU, W.C; CHANG, Y. H.
Evaluation of scalp and auricular acupuncture on EEG, HRV, and PRV. Am J Chin Med; v. 35: n. 219-30, 2007.
INADA, T. Acupuntura e Moxabustão. São Paulo: Ed. Cone, 2006. MACIOCIA, Giovanni. Obstetrícia e Ginecologia em Medicina Chinesa.
São Paulo: Ed. Roca, 2000. MANHEIMER, E., ZHANG, G., UDOFF, L., HARAMATI, A., SANGENBERG,
P., BERMAN, B. M., BOUTER, L. M. Efeitos da acupuntura sobre as taxas de gravidez e nascidos vivo entre as mulheres submetidas a infertilização in vitro: Revisão sistemática e meta-análise. British Medical Journal. v.336, n.7643, p.545-549, 2008.
MARTINS, I. S; GARCIA, E. G. Pontos de Acupuntura: Guia Ilustrado de
Referências. São Paulo: Ed. Roca, p. 179, 2003. MASTROROCCO, D. Climatério sob a visão da medicina tradicional
chinesa. 2007. Disponível em: http://www.medicinabiologica.com.br. Acesso em: 10 Outubro 2014.
45
MURAMATSU, C. H; VIEIRA, O. C. F; SIMÕES, C. C; KATAYAMA, D. A; NAKAGAWA, F. H. Consequências da Síndrome da Tensão Pré-Menstrual Na vida da mulher. Rev. Esc. Enferm USP, p. 35, 2001.
NOGUEIRA, C. W. M; SILVA, J. L. P. Prevalência dos sintomas da síndrome
Pré-Menstrual. Revista brasileira de ginecologia e obstetrícia, v.22, n.6, p.347-351, 2000.
ORTA, R, C.; RAOUL, P. G.; RICARDO, R. O.; HERNÁNDEZ, H. B.;
CONCEPCION, R. G.; TRELLES, E. A. Acupuntura e ginecologia. Rev. Ginecol. Obstet. Cubana. v.25, n.1, p. 5-9, 1999.
PALMEIRA, G. A acupuntura no ocidente. Cad. Saúde Pública, v. 6, n. 2, Rio
de Janeiro: Jun.1990. PORTO, C.C. Vademecum de clínica médica. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2010. ROSS, J. Combinação dos pontos de acupuntura: a chave para o êxito
clínico. São Paulo: Ed. Roca, p. 481, 2003. SAKAI, S; HORI, E; UMENO, K; KITABAYASHI, N; ONO, T; NISHIJO, H.
Specific acupuncture sensation correlates with EEGs and autonomic changes in human subjects. Auton Neurosci; v. 133: p.158-69, 2007.
SEMINOWICZ, D. A. Acupuncture and CNS: What can the brain at rest
suggest. Pain; n. 136: p. 231-232, 2008. SEUNG-HUN, C; KIM, J. Efficacy of acupuncture in management of
premenstrual syndrome: A systematic review. Complementary therapies in medicine, v. 18, p. 104-111, 2009.
SHERMANN, k; COEYTAUX, R. Acupuncture for improving chronic back pain,
osteoarthritis and headache. J Chin Outcoumes Manag, v.25, p. 224 -230, 2009. STENER–VICTORIN, E.; HUMAIDAN, P. Use of acupuncture in female
infertility and a summary of recent acupuncture studies related to embryo transfer. Acupuncture Med. v.24, n.4, p. 157-163, 2006.
SU, H, J, D.; KIM, I.; CHOI, M, S. Efeitos e métodos de tratamento de
Acupuntura e Fitoterapia para a syndrome pré-menstrual/transtorno disfórico pré-menstrual: revisão sistemática. Disponível em: http://www.biomedcentral.com/1472-6882/14/11. Acesso: em 20 Agosto de 2014.
SUN, Y; GAN, T. Acupuncture for the management of chronic headache: a
Systematic Review. Anesth Analg, p.2038 – 2047, 2008. TIAN, C.; Tratado de Medicina Chinesa, ed. Roca, SP, 1ª edição, 1993.
46
VERCELINO, R; CARVALHO, F. Evidences of Acupuncture to Treat Headache. Rev. Dor. v.20, n.5, São Paulo, p.323 – 328, 2010.
WINK, S.; CARTANA M. H. F. Promovendo o autocuidado a pacientes com
cefaleia por meio da perspectiva oriental de saúde. Rev. Bras. Enferm. v. 60, n. 2, p. 225-228, 2007.
YAMAMURA, Y. Tratado de Medicina Chinesa. Roca, 1993. YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional: A arte de inserir. 2. Ed. rev. e
ampl. São Paulo: Roca, 2001. YAMAMURA, Y. Acupuntura Tradicional: A arte de inserir. São Paulo; Ed.
Rocca, 2004. YU, Y.; MA, L.; MA, Y.; LIU, Y.; LIU. C.; XIE, J.; GAO, S.; ZHU, J. Immediate
Effect of Acupuncture at Sanyinjiao (BP6) and Xuanzhong (GB39) on Uterine Arterial Blood Flow in Primary Dysmenorrhea. The Journal of Alternative and Complementary Medicine. v.16, n.10, p.1073-1078, 2010.
ZHENG-RONG, G.; MA, L, X. Acupuncture Treatment for Premenstrual
Syndrome. Medical Acupuncture. June 2013, v. 25, n.13, p. 200-204. Doi: 10. 1089/ acu. 0913, 2012.
ZHOU. J.; QU. F. The treatment of gynecological disorders with traditional
Chinese medicine: a review. African Journal of Tradicional complementary and alternative medicine; v.6, n.4. p. 494-517, Jul, 2009.