trabalho escrito de dor atualizado

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CURSO DE ENFERMAGEM ADRIANO DE SOUZA SILVA CECÍLIA SANTANA SANTOS CARNEIRO FABRÍCIO SAMUEL AMORIM MACHADO DAYSE GOMES INGRIND DE ALMEIDA IMPERIAL LUCÉLIA P. C. DA SILVA MARILANDIA ARAUJO THAÍS DO LAGO THAÍS RAMOS PRISCILLA SOUZA ROSENEIDE SILVA DOR 5° SINAL VITAL

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Page 1: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

CURSO DE ENFERMAGEM

ADRIANO DE SOUZA SILVA

CECÍLIA SANTANA SANTOS CARNEIRO

FABRÍCIO SAMUEL AMORIM MACHADO

DAYSE GOMES

INGRIND DE ALMEIDA IMPERIAL

LUCÉLIA P. C. DA SILVA

MARILANDIA ARAUJO

THAÍS DO LAGO

THAÍS RAMOS

PRISCILLA SOUZA

ROSENEIDE SILVA

DOR

5° SINAL VITAL

FEIRA DE SANTANA, BA

2013

Page 2: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

ADRIANO DE SOUZA SILVA

CECÍLIA SANTANA SANTOS CARNEIRO

DAYSE GOMES

FABRÍCIO SAMUEL AMORIM MACHADO

INGRID DE ALMEIDA IMPERIAL

LUCÉLIA P.C. DA SILVA

MARILANDIA ARAUJO

PRISCILLA SOUZA

ROSENEIDE SILVA

THAIS DA SILVA RAMOS

THAIS DO LAGO SILVA

5° SINAL VITAL

DOR

Trabalho apresentado ä Faculdade Anísio Teixeira como requisito obrigatório para obtenção de crédito na disciplina Semiologia e Semiotécnica I, ministrada pelo Profª. Émilin Nogueira Silva e Souza.

FEIRA DE SANTANA-BA 2013

Page 3: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

SUMÁRIO

1. Introdução

2. Tipos de dor / Importância da enfermagem em conhecer os sinais de algia

3. Fisiopatologia da dor

4. Características semiológicas da dor: Pontos que devem ser avaliados

5. Avaliação e mensuração da dor

6. Utilização da Escala de Avaliação por enfermeiras (os)

7. Percepção da dor

8. Tratamento da dor

9. Profilaxia da dor

10. Efeitos lesivos da dor

11. O Cuidado de enfermagem para o paciente com dor

12. Referências

Page 4: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Introdução

A dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável que pode, em um

determinado momento acometer um indivíduo de forma genuinamente subjetiva.

Trata-se de um fator multidimensional que envolve vários aspectos, por isso

devemos avaliá-la de uma forma holística.

A algia também é apresentada como um fator que pode provocar alterações no

indivíduo e com isso prejudicar a sua capacidade de exercer algumas funções

normais como: na concentração, no trabalho e em outras atividades rotineiras, pois

devemos considerar que a dor mexe com toda estrutura do ser humano.

Hoje conhecida como o quinto sinal vital, podemos observar a imensa importância

na hora de avaliar e prestar os cuidados aos pacientes, colocando em prática à

mensuração da dor também no momento da aferição dos sinais vitais, para poder

avaliar todos os parâmetros desse paciente. Assim é possível estabelecer um

atendimento de forma humanizada e ampla facilitando tanto para os pacientes,

quanto para os profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento de possíveis

patologias.

A sensação álgica pode manifestar impactos físicos e emocionais, podendo levar o

paciente a desencadear o aumento da secreção de catecolaminas, do cortisol, do

glucagon, do hormônio do crescimento, da vasopressina, da aldosterona e do

sistema renina-angiotensina, responsáveis pelo catabolismo. Também pode reduzir

a síntese de insulina, testosterona e hormônios anabólicos, importantes para a

restauração. Diante dessas repercussões, temos que enfatizar a importância da

avaliação da dor, pois ela é a base para a prescrição terapêutica e para a avaliação

do resultado obtido.

As avaliações devem ser documentadas para uma monitorização para verificar

seus episódios e intervalos. Os protocolos de avaliação devem conter informações

sobre a característica da dor, sua intensidade, localização e padrão sensitivo, os

possíveis impactos na função dos sistemas.

Page 5: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Para desenvolver uma eficácia no atendimento ao paciente com dor é necessário

uma boa investigação relacionada a história da dor, exame físico, e se necessário

exames adicionais, tais como os exames de imagem (eletro miografia, tomografia,

computadorizada ou ressonância magnética) e laboratoriais para um melhor

diagnóstico.

É importante lembrar que a dor relatada é sempre real, mesmo sendo de causa

desconhecida. Porém, não se pode delimitar a dor somente pela expressão verbal. É

fundamental estar atento as manifestações faciais, principalmente aos pacientes que

por algum motivo estão bastante debilitados e impossibilitados de falar. Assim o

profissional de enfermagem se torna um instrumento avaliador da dor, porque ele é

quem acompanha os pacientes no dia a dia.

Page 6: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Fisiopatologia da dor

De acordo com a definição de Pain, a dor é uma experiência multidimensional

desagradável, envolvendo não só um componente sensorial, mas também um

componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidual concreta ou

potencial, ou é descrita em função dessa lesão. Ele ressalta que pode haver dor

sem um estímulo periférico ou sem lesão aparente, que alguns autores designam

por dor psicogênica. No entanto, na grande maioria dos casos a dor resulta da

ativação de neurônios aferentes primários específicos, os nociceptores, ou da lesão

ou disfunção desses nociceptores do sistema nervoso central.

A dor causada por uma (excessiva) estimulação dos nociceptores localizados na

pele, vísceras e outros órgãos designa-se dor nociceptiva, enquanto a que resulta de

uma disfunção ou lesão do sistema nervoso central ou periférico é a chamada dor

neuropática, também referida como dor central caso a lesão se verifique no sistema

nervoso central.

Os nociceptores são os neurônios do sistema nervosos periféricos responsáveis

pela detecção e transmissão dos estímulos dolorosos. Como quaisquer neurônios

aferentes primários possuem um pericário ou corpo celular, localizado nos gânglios

das raízes dorsais da medula espinhal (GRD), do qual parte um prolongamento que

se bifurca, originando um processo central que se dirige e termina no corno dorsal

da medula espinhal, e um prolongamento periférico que percorre os nervos

sensitivos e vai terminar-nos diversos órgãos periféricos, constituindo a fibra

sensitiva. As terminações periféricas das fibras sensíveis a estímulos inócuos estão

frequentemente envoltas em estruturas não neuronais, que com elas formam os

corpúsculos sensitivos, mas as fibras responsáveis pela transmissão dos impulsos

dolorosos terminam sem qualquer tipo de especialização aparente, as chamadas

terminações nervosas livres.

Os nociceptores são os neurônios do sistema nervoso central periférico

responsável pela detecção e transmissão dos estímulos dolorosos que são ligados

ao SNC por intermédio de fibras nervosas que levam o impulso até a corda espinhal.

Page 7: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

RECEPTORES

Como o próprio nome os diz, captam os estímulos a serem transmitidos ao

sistema nervoso central, para uma análise e possível reação. Podem ser

classificados em dois grandes grupos:

Os exteroceptores: Permitem a apreciação de estímulos emanados do meio

externo. São encontrados na pele, mucosas e anexos (unhas, pelo e dentes).

Os interoceptores: São aqueles sensíveis a alteração do meio interno, isto é,

são responsáveis pela propriocepção. Abrangem os receptores situados nas

vísceras, músculos, tendões e no periodonto e são denominados fuscos

neuromusculares ou proprioceptores.

A nocicepção requer alguns componentes, são eles:

Estimulo: Quando há uma pressão, perfuração, cortes ou queimaduras.

Recepção: Quando o terminal do nervo recebe a sensação do estimulo.

Transmissão: Quando um nervo envia o sinal do SNC. A transmissão da

informação normalmente envolve uma serie de neurônios no interior do SNC.

Centro da dor: É a área do cérebro que recebe a informação para uma ação

e/ou processamentos posteriores.

Os nociceptores são ligados ao SNC por intermédio de fibras nervosas que são

três. A primeira é envolvida por uma grossa camada de mielina e transmitem com

muita velocidade esses impulsos e outros estímulos dolorosos. A segunda fibra é

encapada com uma fina camada de mielina, elas transmitem os impulsos mais

lentamente. A terceira fibra não é encapada e são bastante lentas. Todas as fibras

levam os impulsos ate a corda espinhal, isto é, conduz a informação até o tálamo,

então é neste momento que a dor é detectada.

Ou seja, o “Ai” é o que gritamos quando sentimos uma dor. Ninguém certamente

gosta dessa sensação. Entretanto, a dor é extremamente benéfica, nos alerta

Page 8: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

imediatamente que algo esta prejudicando o nosso corpo. A dor é uma linguagem:

células nervosas especializadas no sentido da dor (nociceptores), que existem aos

milhares em cada milímetro da nossa pele, transmitem estes impulsos ao nosso

SNC que responde tentando afastar a parte do corpo afetada do estimulo nervoso.

Tipos de dor

Page 9: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

A dor pode ser classificada de várias maneiras, segundo autores diversos.

Podemos detalhar a seguir a maneira clássica como ela é descrita nas formas:

aguda, crônica, cutâneas, somática, visceral, nocicepitiva e neuropática.

Podemos classificar as dores como:

Aguda: manifesta-se por um período de tempo curto, menos de um mês, e é

facilmente identificada. Funciona para o corpo como um sinal de alerta para

inflamações, lesões, doenças, como cólicas menstruais e extração de dentes.

 

Crônica: manifesta-se por um período de tempo muito longo, mais de três

meses, e pode debilitar, exigindo maior atenção por parte de quem a está

sentindo. Artrite, gota, câncer são exemplos de doenças que causam esse

tipo de dor.

 

Cutâneas: localizadas e de curta duração, como queimaduras de primeiro

grau e cortes superficiais.

 

Somática: tem origem em ligamentos, ossos, tendões. Essas regiões não

possuem muitos nociceptores, o que gera uma dor mal localizada e de longa

duração. Por exemplo: braço quebrado, torção no tornozelo.

 

Visceral: localizada em órgãos e cavidades internas do corpo, e que possuem

poucos nociceptores. Sensação intensa de dor, mas difícil de localizar. Muitas

vezes o paciente sente dores em regiões totalmente diferentes do verdadeiro

local da lesão. No ataque cardíaco a pessoa pode sentir dores nos ombros,

estômago, braços, por exemplo.

Nocicepitiva: É aquela em que há elevada síntese de substâncias

algiogênicas e intensa estimulação das fibras nociceptivas, tal como ocorre

nas situações de doenças inflamatórias, traumáticas ou isquêmicas.

Neuropática: É causada por uma alteração localizada em qualquer ponto de

uma via nervosa. Uma anormalidade altera os sinais nervosos, que são então

Page 10: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

anormalmente interpretados no cérebro. A dor neuropática pode causar dor

profunda ou sensação de queimação, e outras sensações, como

hipersensibilidade ao toque. As infecções, como o herpes zoster (cobreiro),

podem acarretar inflamação dos nervos e produzir a neuralgia pós-herpética,

um tipo de dor neuropática crônica e do tipo queimação que persiste na área

infectada com o vírus. A distrofia simpática reflexa é um tipo de dor

neuropática na qual a dor é acompanhada por edema e sudorese ou por

alterações do fluxo sanguíneo local ou por alterações dos tecidos (p.ex.

atrofia ou osteoporose). A rigidez (contratura) das articulações torna essas

estruturas incapazes de flexionar ou estender completamente. A causalgia é

uma síndrome semelhante à distrofia simpática reflexa e pode ocorrer após

uma lesão ou uma doença de um nervo importante. Assim como a distrofia

simpática reflexa, a causalgia produz uma dor intensa do tipo queimação,

juntamente com edema, sudorese alterações do fluxo sanguíneo e outros

efeitos. O diagnóstico de distrofia simpática reflexa ou de causalgia é

importante, pois alguns indivíduos podem ser extremamente beneficiados

pelo tratamento com um tipo especial de bloqueio nervoso, denominado

bloqueio de nervo simpático. Esse tratamento normalmente não é aventado

para outros distúrbios. Dor neuropática é uma das duas principais condições

dolorosas crônicas. Na dor neuropática geralmente não há nenhum dano

tecidual. O que ocorre é uma disfunção das vias que transmitem dor, levando

a uma transmissão crônica dos sinais dolorosos.

Importância da enfermagem em conhecer os sinais de algia

Page 11: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Abordagem da dor como diagnóstico de enfermagem (ação privativa do enfermeiro)

é fundamental, pois vem somar na qualidade do serviço proposto pela equipe, dando

ênfase à uniformidade que o diagnóstico de enfermagem propõe para as condutas a

serem tomadas.

Algia:

Dor num órgão ou numa região do corpo, sem alterações anatómicas importantes

Características semiológicas da dor: Pontos que devem ser

avaliados

A avaliação da experiência e dos aspectos semiológicos da dor é fundamental para

se compreender a origem e magnitude da dor, para a implementação de medidas

analgésicas e verificação da eficácia das terapias instituídas. O processo de

avaliação da dor é amplo e envolve obtenção de

informações relacionadas à data inicial, localização,

intensidade, duração e periodicidade dos episódios

dolorosos.

Alguns aspectos semiológicos da dor:

Localização

Intensidade

Duração

Evolução

Fatores descendentes ou agravantes

Fatores que aliviam

Localização:

Identificar a localização da dor é fundamental para que se possa fazer a melhor

opção terapêutica.

Page 12: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Intensidade:

Aspecto importante da dor que se divide em: sem dor, dor leve, dor moderada, dor

intensa, dor muito intensa e pior dor possível.

Duração:

A duração é o tempo decorrido da dor entre o início até a realização do exame.

Divide-se em:

Contínua

Cíclica

Evolução:

Contínua no tempo, cíclica, recorrente, intermitente, periódica.

Fatores descendentes ou agravantes:

Acidente

Patologia

Alimentação

Execução de esforço

Fatores que aliviam:

Intervenções analgésicas

Orientações ao doente

Apoio familiar

Page 13: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Avaliação e mensuração da dor

O grande desafio no combate à dor inicia-se na sua mensuração, já que a dor é,

antes de tudo, subjetiva, variando individualmente em função de vivências culturais,

emocionais e ambientais (SERRANO 2003).

Pimenta (2000) sustenta que avaliação da experiência dolorosa é fundamental pra

se compreender a origem e magnitude da dor visando a implementação de medidas

analgésicas e verificação da eficácia das terapias aplicadas. Os métodos estão

basicamente apoiados nos auto-relatos dos clientes e a avaliação da dor

compreende o exame clinico (historia da doença, exame físico, exames laboratoriais

e de imagem), a caracterização da dor de sua repercussão nas atividades diárias e a

investigação de elementos psíquicos e socioculturais significativos para o quadro.

A avaliação da dor/sofrimento é sempre necessária não só para escolha da forma

mais adequada de controle álgico, mas também para detectar a necessidade de

suporte psicológico específico. A avaliação da dor deve ser feita de forma

sistemática, objetiva e continua. Os registros devem ser realizados com eficácia,

conter riquezas de informações, e o profissional da área deve ter conhecimento

básico sobre dor (CIFRA et al., 2000).

Na avaliação da dor não se deve negligenciar a descrição do paciente sobre o

padrão, a intensidade e a natureza da mesma, considerando que, por ser subjetiva,

somente o individuo pode descrevê-la da forma como é sentida. Escalas de

avaliação podem ajudar na eficácia das intervenções, além de respeitar a

subjetividade do paciente, pois só ele é capaz de descrever e avaliar com exatidão

sua dor; as escalas permitem esta “validação” pelo paciente, o sujeito que vivencia a

dor expert sobre o padrão, localização, intensidade e natureza da dor, assim como

grau de alívio obtido pela terapia.

A mensuração das características da dor compreende a identificação dos aspectos

relativos ao inicio da queixa, localização, intensidade, qualidade, frequência,

duração, o padrão de instalação de episódios e a investigação dos fatores de

melhora e piora do sintoma. Compreende também investigar as ações

Page 14: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

implementadas, o alívio obtido com essas terapêuticas e os possíveis efeitos

colaterais.

Há consenso entre vários autores (PIMENTA, 2000; CINFRA ET AL., 2000) de que

a avaliação da dor compreende o exame clinico no qual se busca a história da

doença, exame físico na tentativa de se localizar onde dói, exames laboratoriais e de

imagem, caracterização da dor, sua repercussão na vida diária, respostas biológicas

e a investigação para o quadro. Essa avaliação deve ser sequencial, com intervalos

regulares e bem documentados, podendo ser utilizados diários que o cliente

preenche para posterior avaliação pelo profissional de Saúde.

Já para Serrano (2003), a avaliação da dor aguda difere da avaliação da dor

crônica, embora existam vários aspectos em comum. Na dor aguda há ênfase nas

características, nas repercussões biológicas e no alívio. Na dor crônica a ênfase vai

para aspectos psicossociais e culturais, como estado emocional, personalidade do

doente, situação e satisfação com o trabalho, aspecto da história familiar relacionado

à expressão de dor (atitudes, crenças, valores e modos do doente e sua família

lidarem com a dor).

Enfermeiros devem ter competências e habilidades de avaliar a dor, programar

estratégias de alívio da mesma e monitorar a eficácia dessas intervenções. Como a

investigação da dor tem a finalidade de prestar um cuidado mais expressivo e atento

às necessidades do paciente, acredita-se que a aplicação de uma escala pode

melhorar o processo decisório do enfermeiro quanto às medidas de alívio da

mesma, acrescentando dados ao que o enfermeiro já está habituado a realizar.

Page 15: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Utilização da Escala de Avaliação por enfermeiras (os)

A avaliação da experiência dolorosa é fundamental para se compreender a origem

e magnitude da dor visando à implementação de medidas analgésicas e verificação

da eficácia das terapias aplicadas. (Pimenta, 2000).

Como os métodos de avaliações para alívio da dor fazem parte do cuidado, torna-

se fundamental a compreensão do seu significado para a enfermagem. Pois técnicas

que permitem uma avaliação da dor são utilizadas atualmente, com intuito de

proporcionar estratégias de suporte às necessidades básicas do cliente e ao mesmo

tempo um cuidar de forma humanizada para o indivíduo doente.

Avaliar a dor, é desempenhar medidas para seu alívio, obter informações

relacionadas a data inicial, duração, intensidade, períodos dos episódios dolorosos,

se a influência da dor interfere no âmbito do trabalho, na rotina do indivíduo,

influenciando nos relacionamentos sociais, se houve ocorrências ou tratamentos

anteriores a algum tipo de doença, é a tentativa de se quantificar, lembrando que a

dor e subjetiva, mas sendo apenas uma tentativa de mensurar a dor visando em

tornar a dor uma sensação mensurável.

Para proceder a tal avaliação existem diversas estratégicas desde a entrevista, a

observação do comportamento, o auto- relato, entre outros (Ribeiro e Cardoso,

2007). São exemplos as escalas unidimensionais e multidimensionais:

ESCALA VERBAL DESCRITIVA

Consiste em uma escolha de três a cinco palavras ordenadas numericamente

(nenhum, pouco, modesto, moderado ou grave) em que o cliente indica a

intensidade da sua dor, sendo de fácil compreensão para cliente e enfermeira,

aplicável a qualquer tipo de dor clínica.

Page 16: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA)

É um instrumento bastante utilizado. Consiste em uma linha de 10 cm, podendo

variar, uma linha reta não – numerada indicando numa das extremidades a

marcação de ausência de dor e, na outra, pior dor possível.

ESCALA NÚMERICA VISUAL (ENV)

Graduada de zero a dez, na qual zero significa ausência de dor e dez a pior dor

imaginável.

Page 17: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

ESCALAS DE EXPRESSÕES FACIAIS

São escalas quantitativas não- numéricas, de expressões faciais de sofrimento

crescente, geralmente mostrada a crianças que escolhem a face que mais se parece

com sua situação de dor.

ESCALAS DE COPOS

Uma sequência de copos, onde copo completamente vazio significa ausência de

dor e copo completamente cheio, dor máxima.

Page 18: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Estas escalas são úteis para paciente com dificuldade de entender a escala

numérica, por exemplo, os de baixa escolaridade. Possuir também estratégias de

escalas para deficiente visuais, na qual se utiliza algum objeto ou uma fruta,

fazendo-se uma correlação entre o tamanho e a intensidade da dor, entre muitos

outros artifícios.

Segundo Serrano (2003), há três dimensões da dor a serem consideradas: a

sensorial-discriminativa (refere-se às características de tempo, espaço, mecânico), a

motivacional-afetiva (são termos de tensão, medo, punição e expressão

neurovegetativas que compõem experiência dolorosa utilizada o “Questionário para

Dor Mcgill”, que permitirá um vocábulo bastante eficaz para o doente descrever sua

dor) e a cognitivo-avaliativa, todas sustentadas por sistemas fisiologicamente

especializados no Sistema Nervoso Central. A parte do questionário Mcgill,

propostas de novos instrumentos de avaliação foram criadas, como o “Wisconsin

Brief Pain Questionnaire” e o “ Memorial Pan Assessment Card”.

O objetivo dessas tentativas de avaliação é uma forma de obtenção de dados

que ajude os profissionais de saúde a controlar da melhor maneira e eficácia, a dor

do paciente.

Page 19: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Percepção da dor

Para se entender a dor humana é preciso que além de conhecer o agente

etiológico e a sua natureza física, também sejam considerados os fatores que

possam influenciar na percepção dessa experiência dolorosa, que é único de cada

individuo. O estimulo que produz a sensação dolorosa, produz também sensações

fisiológicas, cognitivas e emocionais que é diferente em cada pessoa. Assim, as

emoções do paciente frente a uma sensação dolorosa, como ansiedade, depressão

e medo, ocorrem da própria dor, mas também de outros aspectos do paciente como

as expectativas, experiências e desejos, e de todo contexto psicológico onde esse

indivíduo está envolvido.

Fatores que influenciam a percepção da dor.

A percepção da dor depende apenas em parte de intensidades dos estímulos

dolorosos, da sua qualidade (mecânica ou química), duração e localização. Quando

o impulso nociceptivo chega aos SNC, a reação e intensidade desses estímulos

nesse sistema ( tálamo, córtex cerebral e estrutura límbica) influencia diretamente na

interpretação desses impulsos.

Para Moraes (1991), a dor é influenciada diretamente por fatores situacionais,

psicológicos e sociais, assim esses fatores quando estão interferindo na percepção

da dor são responsáveis por modificar a percepção de intensidade da mesma. A dor

também é influenciada por sensações de medo, ansiedade, falsa interpretação da

doença, falta de conhecimento sobre a doença e da dor que não se sabe sua

origem.

No Sistema Nervoso Central, existe um grande numero de neurônios que são

responsáveis por transmitir impulsos para o SNC, são os neurônios aferentes

primários. Esses impulsos são transportados até o tálamo, córtex e sistema límbico

por um numero menos de neurônios, que são os neurônios aferentes secundários.

Assim um número grande de neurônios aferentes primários realiza suas sinapses

com um único neurônio aferente secundário provocando uma intensa carga de

impulsos que vão até o tálamo, córtex e sistema límbico onde irá ocorrer o

julgamento da dor pelo individuo e esse processo também está relacionado com

Page 20: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

quatro fatores: Nível de estimulo do tronco encefálico; Experiências anteriores;

Estado emocional do cliente; Características comportamentais.

• Nível de estímulo no tronco encefálico:

As modulações dos impulsos ocorrem no SNC, esse impulso nociceptivo pode

tanto aumentar como diminuir a experiência da dor. Existe uma barreira progressiva

de impulsos que chegam ao SNC e é esse fluxo de impulsos que podem ser

exagerados pela formação reticular, e também reprimido pelo sistema inibitório

descendente antes que ele chegue ao tálamo e ao córtex. Isso mostra que já existe

uma fonte de impulsos neurais com potencial doloroso pronto só esperando uma

diminuição no nível de influencia inibitória.

Quando o impulso nociceptivo entra no tronco encefálico no seu estado normal e

calmo o impulso pode nunca chegar ao tálamo, córtex e sistema límbico, mas se

chegasse poderia não provocar uma resposta significativa, porem, se esse mesmo

impulso chegasse ao tronco encefálico com formação reticular estimulada e pouca

inibição descendente o estimulo poderia afetar muito os centros superiores( tálamo,

córtex e sistema límbico).

• Experiências anteriores; Estado emocional; Características comportamentais:

Quando o impulso nociceptivo vai em direção ao tronco encefálico, ele é

encaminhado a centros superiores como o córtex cerebral e o sistema límbico. O

córtex cerebral é o responsável armazenar as experiências vivenciadas no passado

do indivíduo, assim, uma experiência muito dolorosa no passado pode no presente

provocar uma sensação dolorosa parecida, mesmo com a ausência de impulso

nociceptivo. Já quando esses impulsos atingem o sistema límbico, a dor é

influenciada em nível emocional, primeiro a manifestação dessas emoções pode

representar de medo ou ira, é o instinto de luta ou fuga do indivíduo. Se a

experiência dolorosa for muito prolongada, o individuo pode apresentar sintomas de

tristeza depressão, desamparo e até mesmo a loucura. Com a sensação de

desamparo manifestada esse cliente necessita de atenção profissional e familiar e

de acompanhamento técnico especializado buscando a reabilitação emocional

desse individuo. O curioso nessa situação e que às vezes a atenção de familiares e

Page 21: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

profissionais leve a uma piora no quadro desse cliente, pois o mesmo aprendeu a

lidar com a dor e o desamparo como forma de obter afeto e atenção, coisa que não

ocorre com o individuo sadio, chamado de ganho secundário.

Outro fator que tem influencia direta na percepção da dor é a Tensão. Ela pode

ser definida como uma resposta que o individuo tem frente às mudanças de

ambiente, ocorrendo também às respostas de luta e fuga diante de um agente

agressor.

Conforme o estado emocional apresentado pelo individuo a percepção da dor pode

ser afetada profundamente. Se o individuo estiver confiante e calmo a sensação

dolorosa é menor, mas se estiver nervoso, excitado, agitado essa experiência de dor

é maior. As tensões emocionais frente a dor, o sofrimento e o comportamento

devem ser consideradas no momento da avaliação da experiência dolorosa.

É importante também lembrar que o estilo de vida de cada individua e como este

lida com a dor influencia também nessa sensação dolorosa. A personalidade de

cada pessoa é que vai influenciar na reação deste o momento da dor, enquanto

algum tem uma resposta agressiva, querendo se vir livre dela o quanto antes

solicitando uma solução rápida para seu problema, outros não seguem o tratamento

com receio de que a dor se torne maior ainda tendo uma atitude de “fuga” para com

a dor.   

Page 22: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Tratamento da dor

1. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Para adesão do tratamento farmacológico é fundamental a educação do doente e

do cuidado sobre os mecanismos de ação das drogas, os efeitos colaterais e o

regime de ingestão.

Existem vários tipos de analgésicos (fármacos que aliviam a dor) que podem

contribuir para controlar a dor. Classificam-se em três categorias: analgésicos

opióides (narcóticos), analgésicos não opióides e analgésicos adjuvantes. Os

analgésicos opióides provocam a máxima analgesia, constituindo a pedra angular no

tratamento da dor aguda devido à sua grande eficácia.

A) ANALGÉSICOS OPIÓIDES

Todos os analgésicos opióides estão quimicamente relacionados com a morfina,

um alcalóide derivado do ópio, embora alguns sejam extraídos de outras plantas e

outros sejam produzidos em laboratório.

Os analgésicos opióides são muito eficazes para controlar a dor, mas têm muitos

efeitos secundários e, com o tempo, as pessoas que os utilizam podem necessitar

de doses maiores. Antes de se suspender o uso prolongado de analgésicos

opióides, deve diminuir-se a dose gradualmente para minimizar o aparecimento de

uma síndrome de abstinência. Apesar destes inconvenientes, as pessoas que

sofrem de dor aguda não deveriam evitar os opióides. O uso adequado destes

fármacos costuma evitar os efeitos secundários.

Os diversos analgésicos opióides têm diferentes vantagens e desvantagens. O

protótipo dos analgésicos opióides é a morfina, disponível em apresentações

injetáveis e orais e numa solução oral de libertação lenta. A apresentação de

libertação lenta é a que proporciona alívio durante 8 á 12 horas e é o tratamento de

eleição para a dor crônica.

Page 23: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Muitas vezes, os analgésicos provocam obstipação, especialmente nas pessoas

de idade avançada. Para a prevenção ou tratamento da obstipação são úteis os

laxantes, habitualmente os laxantes estimulantes como a fenolftaleína.

B) ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES

Todos os analgésicos não opióides são antiinflamatórios não esteróides (AINE),

com exceção do paracetamol (acetaminofeno). A ação destes fármacos é dupla: em

primeiro lugar, interfere com o sistema das prostaglandinas, um grupo de

substâncias que interagem e são em parte responsáveis pela sensação de dor. Em

segundo lugar, a maioria destes fármacos reduz a inflamação, o edema e a irritação

que muitas vezes rodeia uma ferida e que aumenta a dor.

A aspirina, o protótipo dos antiinflamatórios não esteróides (AINE), tem sido

utilizada ao longo de quase cem anos. No início era extraída da casca do salgueiro.

Só recentemente é que os cientistas perceberam o seu mecanismo de ação. A

aspirina administrada por via oral proporciona um alívio moderado de 4 a 6 horas,

mas tem efeitos secundários. A aspirina pode irritar o estômago, causando úlceras

pépticas. Devido à sua ação sobre a coagulação sanguínea, a aspirina faz com que

possam aparecer hemorragias em qualquer parte do organismo. Em doses muito

elevadas, a aspirina poderá causar reações adversas graves, como uma respiração

anormal. Um dos primeiros sintomas de sobredose é o zumbido nos ouvidos

(tinnitus).

Existem numerosos AINEs disponíveis que se diferenciam pela rapidez e pela

duração da sua ação para controlar a dor. Embora a ação dos AINE seja equivalente

quanto à eficácia, muitas pessoas respondem de maneira diferente. Assim, uma

pessoa pode considerar um fármaco, em particular, mais eficaz ou que lhe provoca

menos efeitos secundários do que outro.

C) ANALGÉSICOS ADJUVANTES

Os analgésicos adjuvantes são fármacos que se administram habitualmente por

razões alheias à dor, mas que podem controlá-la em certas circunstâncias. Por

exemplo, alguns antidepressivos atuam também como analgésicos não específicos

e utilizam-se no tratamento de muitos estados de dor crônica, como a dor lombar,

Page 24: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

as dores de cabeça e as dores neuropáticas. No tratamento das dores

neuropáticas são úteis os fármacos anticonvulsivantes, como a carbamazepina, e os

anestésicos orais de aplicação local, como a mexiletina.

Muitos outros fármacos são analgésicos adjuvantes e o médico pode sugerir

ensaios repetidos com diferentes fármacos para as pessoas cuja dor crônica não

esteja controlada.

D) ANESTÉSICOS DE USO LOCAL E TÓPICO

Para reduzir a dor é útil a aplicação de anestésicos locais diretamente ou próximo

da área dorida. Assim, o médico pode injectar na pele um anestésico local antes de

praticar uma pequena cirurgia. A mesma técnica pode ser utilizada para controlar a

dor provocada por uma lesão. Quando a dor crônica é provocada pela lesão de um

só nervo, o médico pode injectar uma substância química diretamente no nervo para

interromper a dor de forma permanente.

Em algumas situações, para controlar a dor podem utilizar-se anestésicos de uso

tópico, como loções ou ungüentos que contenham lidocaína. Por exemplo, a dor de

garganta costuma aliviar-se com certos anestésicos tópicos misturados com o

colutório bucal.

TRATAMENTOS ALTERNATIVOS PARA DOR

a) Acupuntura

Acupuntura é um ramo da Medicina tradicional chinesa e um método de tratamento

chamado complementar de acordo com a nova terminologia da OMS - Organização

Mundial da Saúde.

B) Pilates

O método Pilates tem como base, os princípios criados por Joseph H. Pilates e

associa a estes, os conceitos de Rolfing, Polestar, Feldenkrais, Power Yoga, Isso

stretching, Fisioball, Gyrokinesis e outras técnicas de conscientização corporal e

teorias de controle motor.

Page 25: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Com a certeza de que os músculos devem ser fortes e flexíveis para se manterem

bonitos e saudáveis, o Pilates através dos seus exercícios, fortalece os músculos

fracos, alonga os músculos que estão encurtados e aumenta a mobilidade das

articulações. Movimentos fluentes são feitos sem pressa e com muito controle para

evitar estresse. O alinhamento postural é importante em cada exercício, ajudando na

melhora da postura global do indivíduo.

b) Eletroterapia

A Eletroterapia consiste no uso de correntes elétricas dentro da terapêutica.

Embora seu desenvolvimento tenha se aperfeiçoado mais apenas nas últimas

décadas, já na Antigüidade seu uso era empregado. Os registros mais antigos

datam de 2.750 a.C., quando eram utilizados peixes elétricos para produzir choques

nos doentes e assim obter analgesia local.

Os aparelhos de eletroterapia utilizam uma intensidade de corrente muito baixa,

são miliamperes e microamperes. Os eletrodos são aplicados diretamente sobre a

pele e o organismo será o condutor. Na eletroterapia temos que considerar

parâmetros como: resistência, intensidade, voltagem potência e condutividade.

d) Fototerapia

Fototerapia é a modalidade terapêutica que aplica exposições repetidas e

controladas de radiação ultravioleta para alterar a fisiologia cutânea de modo a

induzir a regressão ou controlar a evolução de diversas dermatoses. Existe todo um

mecanismos de ação de cada modalidade, as indicações mais aceitas, seus

esquemas de prescrição, efeitos adversos e cuidados especiais.

e) Termoterapia

É o uso das variações de temperatura com fins terapêuticos. Trata se de uma

terapia realizada por meio de calor seco ou úmido com parâmetros físicos variáveis

conforme o objetivo. De três a quatro sessões já se nota um bom efeito, sua

temperatura não pode ultrapassar a 40º. Geralmente esse tratamento é feito com

cinta térmica e cremes específicos ou mantas. É um produto excelente no

tratamento de flacidez, celulite, elimina também as toxinas e gorduras, alivia dores:

Page 26: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

lombares, reumáticas, musculares e coluna. Através do seu sistema térmico produz

os íons negativos que ajudam a ativar a circulação sangüínea.

f) Hidroterapia

É uma atividade terapêutica que consiste em utilizar os recursos de uma piscina

preparada especificamente para este fim com medidas, profundidade, temperatura,

ambiente externo e o mais importante, com um profissional especializado na

atividade, um fisioterapeuta

d) Massagem

Massoterapia é a utilização de diversas técnicas holísticas de origem orientais e

ocidentais, exercidas por meio de toques (massagens) proporcionando grandes

virtudes terapêuticas, relaxantes, anti-estresse, estéticas, emocionais e desportivas.

Possibilita maior contato com o próprio físico, valorizando a respiração e

desenvolvendo uma melhor percepção corporal, aumentando a consciência e dando

a devida importância ao equilíbrio na vida para o dia a dia.

g) RPG

A Reeducação Postural Global, ou RPG, foi criada na França, pelo fisioterapeuta

Phillipe Souchard. A técnica considera sistemas musculares e esqueléticos como um

todo e procura tratar de forma individualizada, músculos que são de estruturas

diferentes (músculos dinâmicos e estáticos).

A musculatura posterior ou estática está sempre contraída para a manutenção da

postura e pronta para entrar em ação. É como um carro em ponto morto: ele não

está em movimento, mas está ligado e pode começar a andar a qualquer momento.

Já os músculos dinâmicos que são responsáveis pelo movimento ativo entram em

estado de relaxamento quando não estão sendo usados. Os músculos estáticos em

estado patológico se retraem ou encurtam, manifestando- se pelo aparecimento dos

desvios posturais.

Page 27: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Profilaxia da dor

O controle da dor crônica não depende somente do tratamento dos sintomas, mas

também de se identificarem e modificarem as condições que favorecem o seu

aparecimento. Essas condições referem-se, além da parte emocional, ao ambiente

físico (mobiliário, iluminação, etc.), ao ambiente social (relacionamento familiar e no

trabalho), à postura (como se senta, como dorme, etc.), estilo de vida (atividades de

lazer, prática de esportes, etc.).

A maioria das pessoas ainda associa os quilos a mais apenas a estética ou às

doenças cardiovasculares. Mas a obesidade é uma das maiores responsáveis pelas

dores na coluna e doenças reumáticas. Além disso, o problema pode provocar

artrose nos joelhos e afetar a cartilagem das mãos. O individuo não percebe agora,

mas no futuro a dificuldade em passar algumas horas em frente ao computador terá

relação com o seu próprio peso.

É importante fazer um histórico médico, histórico familiar e atentar para o próprio

corpo, percebendo a ocorrência de dores na coluna, mal estar, dores nas pernas e

dificuldades para realizar atividades corriqueiras. É necessário iniciar exercícios para

fortalecimento muscular, alongamento e correção da postura para reduzir os

sintomas das doenças na coluna.

A prevenção da dor reside, basicamente, no controle do estresse e na

prevenção/tratamento de doenças orgânicas. É importante viver bem, com otimismo

e, principalmente, dar ao corpo o que ele mais precisa: movimento!

Page 28: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

Efeitos lesivos da dor

Independentemente de sua natureza padrão ou causa, a dor inadequadamente

tratada apresenta efeitos lesivos, além do sofrimento que causa. Por exemplo, a dor

não aliviada prejudica a capacidade pós- operatória do paciente para dormir. A dor é

classificada de dois tipos: a aguda e a crônica.

EFEITO DA DOR AGUDA:

É aquela que em geral tem uma fonte identificável, associada a afecções

traumáticas ou inflamatórias, com curta duração e limitada, muda constantemente e

tem impacto na vida diária.

A dor aguda quando não aliviada pode afetar os sistemas pulmonar,

cardiovascular, gastrintestinal, endócrino e imune. As alterações endócrinas,

imunológicas e inflamatórias disseminadas, que acontecem com o estresse, podem

apresentar efeitos negativos significativos, principalmente em pacientes lesivos pela

idade, doença ou lesão.

Em geral, a resposta ao estresse consiste na taxa metabólica e no débito cardíaco

aumentados. A resposta ao estresse pode aumentar o risco do paciente para

distúrbios fisiológicos ( por ex.: infarto do miocárdio, infecção pulmonar, trombo

embolia e íleo paralítico prolongado). O paciente que esteja com dor não é capaz de

fazer uma respiração profunda e, assim pode experimentar a fadiga aumentada e

mobilidade diminuída. O alívio q é o efeito da dor pode resultar em uma recuperação

mais rápida e resultados melhorados

Page 29: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

EFEITO DA DOR CRÔNICA:

Como a dor aguda, a dor crônica também apresenta efeitos adversos. A supressão

da função imune associada a dor crônica pode promover o crescimento tumoral. Da

mesma forma que a dor crônica frequentemente também causa depressão e

incapacidade embora os prestadores de cuidados de saúde expressem preocupação

a respeito das grandes quantidades de medicamentos opióides necessários para

aliviar a dor crônica em alguns pacientes, é seguro empregar grandes doses desses

medicamentos para controlar a dor crônica progressiva. Na realidade, falhar em

administrar o alívio adequado da dor pode ser inseguro por causa das

consequências da dor não aliviada.

A respeito de como o paciente lida com a dor crônica, a dor por um período

prolongado pode resultar em incapacidade. As incapacidades podem variar desde a

diminuição da participação nas atividades físicas até ser incapaz de realizar os

cuidados das necessidades pessoais, como vestir-se ou alimentar-se.

EFEITO DA DOR RECORRENTE:

Apresenta períodos de curta duração que, no entanto, se repetem com freqüência,

podendo ocorrer durante toda a vida do indivíduo, mesmo sem estar associada a um

processo específico.

As ocorrências da dor, especialmente crônica, além de gerar estresses físicos e

emocionais para os doentes e para seus cuidadores, são consideradas um fardo

econômico e social para a sociedade.

Page 30: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

O Cuidado de enfermagem para o paciente com dor

Nos cuidados de saúde, o papel do enfermeiro é colaborar com outros profissionais

de saúde assim como administrar prescrições para alivio da dor, avaliar sua eficácia

e servir como educador para o paciente e a família, ensinando-os a tratar ou

conviver com a dor. Como a dor engloba uma natureza multidimensional, os

enfermeiros alem de estar alerta para as reclamações diante da dor e de grande

importância que o profissional observe o paciente que nega a dor em situações onde

esperaria que ela estivesse presente. Nesses casos o enfermeiro deve observar o

motivo de tal negação, tomando assim a solução mais apropriada.

O controle da dor deve ser sim preocupação do enfermeiro, o qual compreenda a

identificação de queixa, a caracterização da experiência dolorosa em todos seus

domínios, a aferição das repercussões da dor no funcionamento biológico,

emocional e comportamental do individuo, a identificação de fatores que contribuam

para a melhora ou piora.

O profissional deve exercer seu papel no controle da dor, ter responsabilidade na

avaliação diagnóstica, na intervenção e monitoração dos resultados do tratamento,

na comunicação das informações sobre o paciente.

O enfermeiro precisa saber quando ocorre a dor e como ela afeta o doente, para

poder ajudá-lo, utilizando de técnicas de comunicação, que se relacionam com o

respeito individual do doente, o estabelecimento de uma relação empática, o desejo

de sentir o mundo desses individuo como se fosse nosso, criação de um ambiente

calmo, criação de uma sensação de conforto geral, mudanças de posição e,

finalmente, saber escutar e questionar com perguntas simples, e diretas, no sentido

de ajudar a compreender sua dor.

Page 31: Trabalho Escrito de Dor ATUALIZADO

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