trabalho da

80
Escola Superior de Educação e Desenvolvimento Humano Curso de Complemento de Formação Cientifico Pedagógica Educadores de Infância – Turma 2 Módulo de Dificuldades Especificas de Aprendizagem UM ESTUDO DE CASO OBSERVAÇÃO PSICOMOTORA Docente: Mestre José Santos

Upload: cjmsc

Post on 25-Jun-2015

608 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: trabalho DA

Escola Superior de Educação e Desenvolvimento HumanoCurso de Complemento de Formação Cientifico Pedagógica

Educadores de Infância – Turma 2Módulo de Dificuldades Especificas de Aprendizagem

UM ESTUDO DE CASO

OBSERVAÇÃO PSICOMOTORA

Docente: Mestre José Santos

Discente: Célia Conrado

Lisboa, Setembro 2010

Page 2: trabalho DA

INDICE

INDICE..........................................................................................................................................2

1- INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3

2- Fundamentação Teórica...........................................................................................................5

2.1 - Unidades funcionais de Lúria...........................................................................................5

2.2 - Enquadramento da Bateria Psicomotora.........................................................................9

3- Estudo de Caso.........................................................................................................................1

3.1- Caracterização da Criança.................................................................................................1

3.2- Perfil Psicomotor...............................................................................................................2

3.3- Áreas de Intervenção........................................................................................................2

4- Conclusão.................................................................................................................................3

5- Referências Bibliográficas........................................................................................................4

Referências Bibliográficas.......................................................................................................4

5- Anexos......................................................................................................................................6

Anexo I.................................................................................................................................8

Anexo II..............................................................................................................................19

Anexo III.............................................................................................................................24

Anexo IV.............................................................................................................................29

Page 3: trabalho DA

1- INTRODUÇÃO

No âmbito do módulo de Dificuldades Específicas de Aprendizagem foi-nos proposto a

realização de um estudo de caso de forma a obtermos o perfil funcional de uma criança,

por nós escolhida, partindo depois para a definição de áreas de intervenção prioritárias,

criando instrumentos e actividades para o desenvolvimento dessas estratégias.

A fim de obtermos o perfil funcional usaremos como base a Bateria Psicomotora

desenvolvida por Vítor da Fonseca.

Assim este trabalho será iniciado por uma breve fundamentação teórica onde consta a

apresentação das unidades funcionais de Lúria, base da Bateria Psicomotora bem como

o enquadramento desta.

Num segundo ponto será desenvolvido o Estudo de Caso, começando por uma pequena

caracterização da criança, partindo para a definição do seu perfil psicomotor tendo

como base a aplicação da BPM e avançando com algumas propostas de intervenção.

Em virtude de, no presente não estar no directo com crianças, propus-me realizar este

estudo de caso com elemento de uma família que acompanho no âmbito da reinserção

social. Após contactos com os pais e professores da criança todos chegaram á conclusão

que este seria um estudo que podia ser útil também para a sinalização e posterior

encaminhamento para os apoios educativos da referida criança, facto que facilitou em

muito a minha observação e obtenção dos dados necessários para a realização do

trabalho proposto.

Assim o trabalho realizado tem como base a obra de Vítor da Fonseca.

Vítor da Fonseca é Professor Catedrático com Agregação no Departamento de

Educação Especial e Reabilitação da Faculdade de Motricidade Humana da

Universidade Técnica de Lisboa. Regente das seguintes disciplinas da Licenciatura e do

Mestrado: Perturbações do Desenvolvimento, Psicomotricidade e Dificuldades de

Aprendizagem.

Page 4: trabalho DA

Da sua formação académica podemos destacar o Doutoramento em Educação Especial e

Reabilitação, Mestrado em Ciências de Educação na área de Dificuldades de

Aprendizagem em Chicago.

Autor de várias obras e artigos no domínio da Psicomotricidade, da Antropologia, das

Perturbações do desenvolvimento, das Dificuldades de Aprendizagem, da Estimulação

Precoce, da Educação Especial, da Psicopedagogia, da Neuropsicologia e da Educação

Cognitiva.

Face ao exposto, Vítor da Fonseca é sem dúvida um icon no estudo e na avaliação

psicomotora que nos servirá de base para o nosso estudo de caso, uma vez que usaremos

a Bateria Psicomotora por ele desenvolvida.

Page 5: trabalho DA

2- Fundamentação Teórica

Segundo Fonseca (1999) a aprendizagem resulta numa resposta que é consolidada no

cérebro. O cérebro é, por excelência, o órgão de aprendizagem, que funciona como um

todo, não existindo regiões exclusivas.

A aprendizagem resulta portanto de complexas operações neurofisiológicas e

neuropsicológicas que associam, combinam e organizam estímulos com respostas,

assimilações com acomodações, gnósias com práxias, etc. (Fonseca, 1999).

Assim é importante o conhecimento das estruturas e das funções do órgão que o

coordena e organiza – o cérebro. (Fonseca, 1999). De seguida desenvolver-se-á uma

pequena abordagem acerca das principais estruturas cerebrais e respectivas funções.

2.1 - Unidades funcionais de Lúria

Lúria (1973 e 1980, in Fonseca 1992) é considerado como um dos pioneiros das

ciências que estudam o sistema nervoso, tendo já dedicado mais de 40 anos ao estudo de

doentes com lesões cerebrais. Publicou inúmeras obras sobre as relações cérebro-

comportamento, e estas revolucionaram o conhecimento da neurologia e da psicologia

clássica, originando um novo ramo científico, a psiconeurologia. Ele sugere que

estudando as relações cérebro-comportamento e as relações corpo-cérebro talvez se

possa compreender melhor o que faz do homem um ser tão complexo e completo.

O cérebro humano é composto, segundo Lúria, por unidades funcionais básicas, e cada

uma delas possuindo uma função particular e peculiar. Dessa forma, Lúria (1973 in

Fonseca, 1992), dividiu o cérebro em três unidades funcionais.

Figura 1 – A primeira unidade de Lúria. Fonte: Fonseca, 1992.

Page 6: trabalho DA

A primeira unidade funcional é responsável pela regulação do tónus cortical e pela

função de vigilância, ou seja, recebe e emite impulsos para a periferia. Não possui a

função de realização

Page 7: trabalho DA

de planos ou programas de comportamento e está localizada na medula, tronco cerebral, cerebelo,

estruturas subtalamicas e talamicas.

Figura 2 – A segunda unidade de Lúria. Fonte: Fonseca, 1992.

A segunda unidade é fundamental para obter, captar, processar e armazenar informações vindas

do mundo exterior. Tem a função de projectar e associar informações e preparar os programas. As

regiões específicas dessa unidade são as posteriores e as laterais dos hemisférios cerebrais,

correspondendo, portanto, as regiões occipitais, temporal superior e pós - central parietal, sendo

que nessas regiões estão projectadas as recepções dos órgãos sensoriais (visão, audição e tacto) e

dos movimentos (sentido cinestésico).

Figura 3 – A terceira unidade de Lúria. Fonte: Fonseca, 1992.

Page 8: trabalho DA

A terceira unidade é fundamental para programar, regular e verificar a actividade mental,

organizando as formas mais complexas de actividades, por isso é a última estrutura que se

desenvolve, em termos filogenéticos e ontogenéticos. Encontra-se localizada nas regiões

anteriores do córtex, exactamente à frente do sulco central e da região frontal.

As três unidades trabalham em conjunto, dependendo uma da outra, sendo que, uma sem as outras

não funciona correctamente. Elas trabalham com uma inter-relação dinâmica.

Fonseca (1992) explica que a primeira unidade entra em acção no desenvolvimento intra-uterino,

desempenhando um grande papel durante o parto e nos primeiros processos de maturação motora;

a segunda, actua no desenvolvimento extra-uterino, com a função de estabelecer relações entre o

organismo e o meio; a terceira, depende das duas primeiras, estabelecendo acções cada vez mais

conscientes.

Page 9: trabalho DA

2.2 - Enquadramento da Bateria Psicomotora

Page 10: trabalho DA

Relacionado a esta gama de informações sobre as unidades funcionais psiconeurológicas definidas

por Lúria, vão ser analisados os processos psicomotores das crianças, com base na Bateria

Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca, composta por sete fatores, correspondentes às três

unidades de Lúria (1977 apud FONSECA, 1995).

Tabela 1 – Organização psicomotora de acordo com o modelo psiconeurológico de Lúria.

Modelo de Liiria Fatores Psicomotores da BPM

1° bloco Tonicidade (T)Equilibrafao (E)

2° bloco Lateralizafao (L)

No?ao do Corpo (NC)

Estrutura^ao Espafo-Temporal (EET)

3° bloco Praxia Global (PG)

PraxiaFina(PF)

Fonte: FONSECA, 1995, p.353.

Tonicidade

    A tonicidade, que indica o tono muscular, tem um papel fundamental no desenvolvimento

motor, é ela que garante as atitudes, a postura, as mímicas, as emoções, de onde emergem todas as

atividades motoras humanas .

Equilíbrio

    O equilíbrio reúne um conjunto de aptidões estáticas (sem movimento) e dinâmicas (com

movimento), abrangendo o controle postural e o desenvolvimento das aquisições de locomoção. O

equilíbrio estático caracteriza-se pelo tipo de equilíbrio conseguido em determinada posição, ou de

apresentar a capacidade de manter certa postura sobre uma base. O equilíbrio dinâmico é aquele

Page 11: trabalho DA

conseguido com o corpo em movimento, determinando sucessivas alterações da base de

sustentação.

Lateralidade

    A lateralidade traduz-se pelo estabelecimento da dominância lateral da mão, olho e pé, do

mesmo lado do corpo.

    A lateralidade corporal se refere ao espaço interno do indivíduo, capacitando-o a utilizar um

lado do corpo com maior desembaraço.

    O que geralmente acontece é a confusão da lateralidade com a noção de direita e esquerda, que

esta envolvida com o esquema corporal. A criança pode ter a lateralidade adquirida, mas não saber

qual é o seu lado direito e esquerdo, ou vice-versa. No entanto, todos os fatores estão intimamente

ligados, e quando a lateralidade não está bem definida, é comum ocorrerem problemas na

orientação espacial, dificuldade na discriminação e na diferenciação entre os lados do corpo e

incapacidade de seguir a direção gráfica.

    A lateralidade manual surge no fim do primeiro ano de vida, mas só se estabelece fisicamente

por volta dos 4-5 anos.

Noção Corporal

    A formação do "eu", isto é, da personalidade, compreende o desenvolvimento da noção ou

esquema corporal, através do qual a criança toma consciência de seu corpo e das possibilidades de

expressar-se por seu intermédio.

    Ajuriaguerra citado por Fonseca(1995), relata que a evolução da criança é sinônimo de

conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo, e através dele que esta

elabora todas as experiências vitais e organiza toda a sua personalidade.

    A noção do corpo em psicomotricidade não avalia a sua forma ou as suas realizações motoras,

procura outra linha da análise que se centra mais no estudo da sua representação psicológica e

lingüística e nas suas relações inseparáveis com o potencial de alfabetização.

    Este fator resume dialeticamente a totalidade do potencial de aprendizagem, não só por

envolver um processo perceptivo polissensorial complexo, como também por integrar e reter a

síntese das atitudes afetivas vividas e experimentadas.

Page 12: trabalho DA

Estruturação espaço-temporal

    A estruturação espácio-temporal decorre como organização funcional da lateralidade e da noção

corporal, uma vez que é necessário desenvolver a conscientização espacial interna do corpo antes

de projetar o referencial somatognósico no espaço exterior (Fonseca, 1995).

    Este fator emerge da motricidade, da relação com os objetivos localizados no espaço, da

posição relativa que ocupa o corpo, enfim das múltiplas relações integradas da tonicidade, do

equilíbrio, da lateralidade e do esquema corporal.

    A estruturação espacial leva a tomada de consciência pela criança, da situação de seu próprio

corpo em um determinado meio ambiente, permitindo-lhe conscientizar-se do lugar e da

orientação no espaço que pode ter em relação às pessoas e coisas.

Praxia Global

    Praxia tem por definição a capacidade de realizar a movimentação voluntária pré-estabelecida

com forma de alcança um objetivo. A praxia global esta relacionada com a realização e a

automação dos movimentos globais complexos, que se desenrolam num determinado tempo e que

exigem a atividade conjunta de vários grupos musculares.

Praxia Fina

    A praxia fina compreende todas as tarefas motoras finas, onde associa a função de coordenação

dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção, e durante a fixação da atenção e

manipulação de objetos que exigem controle visual, além de abranger as funções de programação,

regulação e verificação das atividades preensivas e manipulativas mais finas e complexas.

    Crianças que têm transtornos na coordenação dinâmica manual geralmente têm problemas

visomotores, apresentando inúmeras dificuldades de desenhar, recortar, escrever, ou seja, em

todos os movimentos que exijam precisão na coordenação olho/mão.

As tarefas que compõe a BPM são divididas em 7 fatores psicomotores (Tonicidade, Equilibração,

Lateralidade, Noção do Corpo, Estruturação Espaço Temporal, Praxia Global e Praxia Fina),

sendo estes subdivididos em 24 subfatores (Extensibilidade, Paratonia, Diadocosinesia, Sincinesia,

Imobilidade, Equilíbrio Estático, Equilíbrio Dinâmico, Lateralidade, Sentido Cinestésico,

Reconhecimento Direita-Esquerda, Auto-Imagem, Imitação de Gestos, Desenho do Corpo,

Organização, Estrutura Rítmica, Estrutura Dinâmica, Representação Topográfica, Coordenação

Page 13: trabalho DA

Óculo-Manual, Coordenação Óculo-Pedal, Dismetria, Dissociação, Coordenação Dinâmica

Manual, Tamborilar, e Velocidade-Precisão), que darão oportunidade suficiente para identificar o

grau de maturidade psicomotora da criança e detectar sinais desviantes, que podem ajudar a

compreender as discrepâncias evolutivas de muitas crianças em situações escolares.

Fator Tonicidade

O primeiro fator, tonicidade, destaca-se quando se fala em motricidade, porque é o responsável

pelo estado de tensão permanente do músculo, de maneira que é impossível separar a motricidade

da tonicidade, como não é possível separar a postura e a atitude de movimento voluntário, pois

toda motricidade parte de uma tonicidade, preparando-a, apoiando-a, inibindo-a e regulando-a.

Herren e Herren (1986 apud OLIVEIRA 2000), relatam que o tônus muscular está presente em

todas as funções motrizes do organismo, como o equilíbrio, a coordenação e o movimento, e todo

o movimento está relacionado com o tônus.

O músculo, mesmo em repouso, apresenta um estado de relativa tensão, sendo chamado de tono

ou tônus muscular. “O tônus muscular é o alicerce das atividades práticas.” (JEAN LE BOULCH,

1984:55).

Fisiologia e Alterações do Tônus Muscular

Acredita-se que esse estado de tensão permanente dos músculos esqueléticos resultam de impulsos

provenientes da medula espinhal, uma vez que são controlados em parte por estímulos

transmitidos mediante o encéfalo para os neurônios motores anteriores e, em parte, por impulsos,

que se originam nos fusos musculares localizados no interior do próprio músculo (GANONG,

1972).

Page 14: trabalho DA

Os fusos musculares são receptores sensoriais, e estão disseminados por todo o músculo

auxiliando na contração muscular. Os fusos transmitem impulsos através das raízes posteriores

(medula espinhal) de forma contínua, excitando os neurônios motores anteriores e fornecendo

assim estímulos nervosos necessários para manter o tônus muscular (GUYTON; HALL, 1996).

O tônus muscular pode estar alterado, devido à lesão do Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema

Nervoso Periférico (SNP), ou devido a Distúrbios Psicomotores (paratonias).

Quando ocorre uma lesão, pura e simples, das raízes posteriores impedindo a passagem de

impulsos do fuso muscular, esta faz com que ocorra uma reducao do tônus muscular, levando-o a

urn nível tão baixo que o músculo torna-se flácido ou hipotônico.

As hipotonias podem ser de causa periférica ou central. As periféricas são decorrentes de uma

interrupcao do arco reflexo espinhal, e as centrais, de distúrbios funcionais do sistema vestíbulo-

cerebelar, que podem vir acompanhados por hipotonia homolateral, causada por uma insuficiência

dos influxos facilitadores vestibulo-espinais.

Na musculatura hipertônica ou espástica a resistência a distensão é elevada, com maior

concentracao de partículas osmóticas ativas que no plasma normal. As hipertonias são causadas

por lesões piramidais levando a quadros de plegias.

No caso de uma paratonia, como sugere Guilmain (1955 apud PICQ e VAYER 1988), pode não se

tratar de uma anomalia do tônus muscular fisiológico, e sim de uma incapacidade de inibicao

voluntária mais ou menos acentuada.

A paratonia é urn distúrbio do desenvolvimento dos sistemas do arcabouço motor, uma maturacao

tardia, urn retardo global do desenvolvimento motor, Ajuriaguerra (s/d). Situacoes de debilidade

ou inadaptação nem sempre apresentam paratonia, por exemplo, nas crianças portadoras de

Síndrome de Down.

É importante ressaltar que os distúrbios observados entram numa síndrome neurológica, ou são de

origem psíquica, de modo que são extremamente variáveis, difíceis de detectar, além de estarem

diretamente ligados ao comportamento da criança (PICQ e VAYER, 1988).

Fator Equilibra?ao

A equilibracao, como segundo fator da BPM, pertencente à primeira unidade de Lúria, e é vista

como uma condicao básica da organizacao psicomotora, responsável por

Page 15: trabalho DA

ajustes posturais antigravídicos, dando suporte as respostas motoras e ao controle postural, ou seja,

estabelecendo auto-controle nas posturas estáticas e no desenvolvimento da locomocao

(dinâmica).

“O equilíbrio é à base de toda a coordenacao dinâmica global. É a nocao de distribuicao do peso

em relação a urn espa90 e a urn tempo, e em relacao ao eixo de gravidade.” (BUENO, 1988: 55).

O equilíbrio resulta de processo ativo neuroesquelético, levantando o corpo, a cabe9a e projetando

a face para frente. Isso deve-se a contracao tônica dos músculos extensores antigravitacionais

como os das extremidades inferiores, dorsos lombares e cervicais e levantadores da mandíbula.

Essa contração é promovida pela ação do complexo vestibular, que é excitado pelas aferências

provenientes do córtex visual, dos fusos musculares cervicais e especialmente do labirinto ou

aparelho vestibular da orelha interna. Nessa contracao deve-se acrescentar as fibras provenientes

do cerebelo (lobo flóculo nodular e parte do verme), que regulam e coordenam o tônus e o

equilíbrio com outras funções motoras (DOUGLAS, 1999).

O sistema vestibular tern grande participacao no equilíbrio, estando associado às terminacoes

aferentes secundárias dos fusos neuro-musculares, participando da coordenacao de contracoes

tônicas dos grupos musculares.

As alterações do equilíbrio podem ser periféricas ou centrais, perturbando os agentes, que captam

as variacoes da posicao do corpo, ou o núcleo (vestibular), que regula o equilíbrio, causando

vertigens, zumbidos no ouvido, fenômenos neuro-vegetativos associados (náuseas, vômitos,

sudorese fria e mudan?as de pressão arterial), estes últimos decorrentes da interven?ao do núcleo

vestibular na regulacao das fun?oes assimiladas (DOUGLAS, 1999).

É importante ressaltar que a criança com insegurança gravitacional não gera urn equilíbrio

apropriado, isto muitas vezes ocorre devido a uma instabilidade emocional, levando à falta de

atencao e conseqüentemente a urn controle postural imperfeito.

Fator Lateraliza?ao

A lateralizacao, terceiro fator da BPM, é pertencente a segunda unidade de Lúria. De acordo com

Benton (1979 apud FONSECA 1995), a definicao de lateralização é uma forma muito complexa

reunindo vários níveis de identificacao de partes do corpo (homolateral, contralateral,

identifica9ão de partes do corpo no outro e em si mesmo). Ayres

Page 16: trabalho DA

(1977 apud FONSECA 1995), apresenta uma lateralização mais simples, associada a integração

bilateral (sensorial, motora, perceptiva, conceitual, simbólica, social).

No entanto, a lateralização é a propensão que o ser humano possui para utilizar, preferencialmente,

mais um lado do corpo que o outro, ela divide-se em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que

existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados, sendo assim, o lado

dominante apresenta mais força muscular, precisão e rapidez, iniciando e executando as ações,

salientando-se que o outro membro também auxilia nestas ações. Existem várias explicações para

o predomínio motor de um hemicorpo, pode-se citar entre elas dominância cerebral, genética e

hereditariedade e a socialização (OLIVEIRA, 2000).

Os estudos de Broca (apud Oliveira, 2000), referem a existência de uma dominância em um dos

lados no cérebro, nela o destro encontra dominância no córtex cerebral esquerdo e o canhoto no

direito, controlando e coordenando as atividades do lado esquerdo.

A lateralização relacionada a genética e a hereditariedade ainda é uma teoria que provoca muitas

controvérsias. Isso pode ser observado nos estudos de Zazzo (1960), apud Negrini (1986), que

com a intenção de verificar a fidedignidade da influência genética na lateralidade corporal estudou

gêmeos homozigóticos (mesma composição genética), e encontrou neles lateralidade diferente, no

princípio achou-se que os dois indivíduos de igual composição genética deveriam possuir a mesma

lateralização. Assim, Defontaine (1981), apud Negrini (1986), afirma que os fatores hereditários

conduzem a interpretações incertas, não que este fator deva ser rejeitado, mas também não pode

ser considerado como desempenhando um único papel.

Zangwill (1975 apud FONSECA 1955), ressalta que a lateralidade basicamente inata é governada

por fatores genéticos, embora a treinabilidade e os fatores sociais possam influenciar no decorrer

do desenvolvimento.

Em uma visão histórica, pode-se citar os estudos de Wright e Sarasin (apud Defontaine, 1980),

estudando os utensílios utilizados pelo homem da idade da pedra, observaram que estes não se

prestaram a uma preferência manual particular, e que havia um igual número de destros e

canhotos. Foi na idade do bronze que começou a surgir uma preferência pelo lado direito, isto é

explicado, pois os camponeses tiveram que se adaptar as ferramentas, e elas não eram mais feitas

por eles, mas por pessoas específicas.

Dentre essas explicações não se sabe realmente qual é a melhor, porém, todas têm seus

fundamentos fisiológicos. O que interessa na verdade é observar se a criança

Page 17: trabalho DA

apresenta uma igualdade em relação a sua lateralidade, ou seja, se tem o predomínio motor em um

hemicorpo, esse pode ser observado na força e na precisão dos movimentos.

A lateralidade, por sua vez, é classificada em destro (direita), sinistro (esquerda-canhoto),

homogênea (dominância destra ou sinistra no nível de todas as observações, ou seja, de membros

superiores e inferiores, de olhos e ouvidos), ambidestra (é tão hábil do lado direito quanto do

esquerdo), definida cruzada (destra de mão, sinistra de pé, olho e ouvido, ou vice-versa) e

indefinida (quando apresenta qualquer falta de definição em qualquer um dos segmentos)

(BUENO, 1998).

Referente a classificação da lateralidade, especificamente, sinistro (canhoto) e ambidestro

encontram algumas dificuldades nas atividades motoras diárias. O fato da distribuição humana ser

em maior proporção de destros pode ser explicada em alguns itens citados nos estudos de

Guillarme e Holle (apud OLIVEIRA, 2000), os quais ressaltam que o ambiente onde a maioria

vive foi feito pelo e para o destro, desde objetos simples como tesoura, régua, cartas de baralho,

algumas espécies de carteira em sala de aula, e até a nossa escrita, é realizada da esquerda para

direita e de cima para baixo favorecendo o destro.

O canhoto apresenta duas espécies de dificuldades: as motrizes, pois os movimentos centrípetos da

mão são mais fácies de realizar do que os centrífugos e visuais, à medida que escreve vai

escondendo com sua mão o que acabou de realizar. Além disso, se usar a caneta-tinteiro ele acaba

borrando tudo, a medida que escreve (DEFONTAINE apud OLIVEIRA, 2000: 69).

Na realidade, o canhoto tem as mesmas possibilidades que o destro, bastando para isto

programação, organização e orientação durante a escrita, realizando corretamente todas as suas

atividades, ele pode ser tão rápido e executar as mesmas tarefas de um destro com precisão.

Alguns autores Brandão, Christiaens, Bize e Maurim (apud OLIVEIRA, 2000), defendem essa

afirmação, no entanto, Stambak e Monod (apud OLIVEIRA, 2000), dizem que embora o canhoto

tenha as mesmas possibilidades, é mais lento e menos preciso, só no desenho livre a eficiência

motora é equivalente para os dois.

A ambidestra é outro fator de destaque, porque por um lado apresenta vantagens como na dança e

na educação física, e por outro pode ser prejudicial.

Para que uma criança se torne hábil, capaz de executar com velocidade todas as suas atividades, é

necessário uma especialização entre a mão

Page 18: trabalho DA

direita e a esquerda, isto é, que ela tenha desenvolvido definitivamente a sua lateralidade, caso

contrário a criança apresentará diminuicao de habilidade e velocidade manuais, havendo a

presença de sincinesias, uma disfuncao no desenvolvimento das funcoes intelectivas, no

ajustamento emocional e afetivo, levando a um atraso inicial da linguagem e da escrita

(BRANDÃO, 1984: 417).

O desenvolvimento da lateralidade manual ocorre primeiro, depois vêm a pedal e a ocular.

Segundo Fonseca (1995), a lateralizacao manual surge no fim do primeiro ano, mas só se

estabelece fisicamente por volta dos 4 ou 5 anos. Staes e Meur (1991), relatam que o conceito de

estabilidade de direita e esquerda só é possível aos 5 ou 6 anos e a reversibilidade (possibilidade

de reconhecer a mão direita e a esquerda de uma pessoa à sua frente) não pode ser abordada antes

dos 6 anos ou 6anos e meio.

De um modo geral a lateralização é importante na evolucao da criança porque auxilia na formacao

de uma auto-imagem e na estruturacao dentro do meio ambiente.

Fator No?ao do Corpo

A expressão esquema corporal nasceu em 1911 com o neurologista Henry Head, tendo um cunho

essencialmente neurológico. Segundo Henry (apud OLIVEIRA, 2000), o córtex cerebral recebe

informacoes das vísceras, das sensacoes e percepcoes táteis, térmicas, visuais, auditivas e de

imagens motrizes, o que facilitaria a obtenção de uma nocao, um modelo e um esquema de seu

corpo e de suas posturas. Afirma ainda, que o esquema corporal armazena não só as impressões

presentes como também as passadas.

Porém, nem sempre as informacoes do corpo passam em nível cortical parietal, algumas são

processadas automaticamente pelo tronco cerebral, como as sensações táteis da roupa, da pressão

atmosférica, do móvel em que se está sentado. A maioria dessas informacoes passam

despercebidas. Para atingir níveis de integracao elevados torna-se necessária uma atencao mais

localizada, voluntária, e é esse o objetivo da pesquisa nas tarefas da BPM.

Os estudos de Morais (1986) e de Santos (1987 apud OLIVEIRA 2000), explicam, de maneira

esclarecedora, os conceitos de imagem, esquema corporal, mostrando que a imagem corporal é a

impressão de si mesmo, subjetivamente, baseando-se em percepcoes internas e externas (exemplo:

altura, peso, força muscular). O conceito de corpo envolve um conhecimento intelectual e

consciente do corpo, e também das funcoes de seus órgãos.

Page 19: trabalho DA

O esquema corporal, portanto, faz com que a criança sinta-se bem à medida que seu corpo lhe

obedece, dando-lhe a sensação de dominância e confiança.

A noção do corpo dá ao ser humano a capacidade de reconhecer-se como um objeto no seu próprio

campo perceptivo, de onde resulta a sua auto-confiança, auto-estima e auto-controle.

Todo ser tem seu mundo construído com base em suas próprias experiências corporais em palestra

proferida no I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, afirmou-se que: “Toda relação corporal

implica uma relação psicológica, visto que o movimento não é um processo isolado e está em

estreita relação com a conduta e personalidade” (MARIZOTO apud OLIVEIRA, 2000). Sendo

assim, o corpo é uma forma de expressão da individualidade, e deve ser entendido não somente

como algo biológico e orgânico, possibilitando visão, audição, movimento, mas também como um

lugar que permite expressar emoções e estados interiores.

Vayer (1985), afirma que todas as experiências das crianças (o prazer e a dor, o sucesso ou o

fracasso) são sempre vividos corporalmente. Acrescentando-se valores sociais que o meio dá ao

corpo, estes terminam por serem investidos de significações, de sentimentos e de valores muito

particulares e absolutamente pessoais.

De acordo com Le Boulch (1984 apud OLIVEIRA 2000), o desenvolvimento do esquema corporal

e dividido em três etapas.

Corpo Vivido (até 3 anos de idade)

O corpo vivido é a primeira etapa do desenvolvimento corporal, trata-se da fase da inteligência

sensório-motora. À medida que a criança cresce o sistema nervoso amadurece, e pouco a pouco

vai ampliando suas experiências até conseguir se diferenciar do seu ambiente, assim, um bebê

sente o meio como fazendo parte dele, não tendo consciência do eu e se confunde com o meio em

que vive (LE BOULCH, 1984).

A criança passa, inicialmente, pela fase da vivência corporal. Ela corre, brinca, trabalha seu corpo,

passa pelo que se chama, de atividade espontânea para uma atividade integrada. De Meur afirma

“que ela passa pela fase de conhecimento das partes de seu corpo sentindo interiormente cada

segmento e vendo cada segmento dela em um espelho, em uma outra criança e em uma figura.”

(DE MEUR, 1984 apud OLIVEIRA, 2000:13).

Essa etapa, portanto, é dominada pela experiência vivida pela criança, pela exploração do meio,

por sua atividade investigadora e incessante. Ela precisa adquirir sua

Page 20: trabalho DA

próprias experiências e não se guiar pelas do adulto, pois é pela prática pessoal, pela sua

exploracao que se ajusta, domina, descobre e compreende o meio. Ela adquiri também uma

verdadeira memória do corpo, e esta, por sua vez, é responsável pela eficácias dos ajustamentos

posteriores.

No final dessa fase pode-se falar em imagem do corpo, pois o eu se torna unificado e

individualizado.

Corpo Percebido ou Descoberto (3 a 7 anos)

Essa etapa é referente a organização do esquema corporal, e deve-se à maturacao da fungao de

interiorizagdo, auxiliando a criança a desenvolver uma percepção centrada em seu próprio corpo.

Segundo Le Boulch (1984), é a funcao de interiorizacao, como a possibilidade de deslocar sua

atencao do meio ambiente para seu próprio corpo a fun de levar à tomada de consciência.

A criança percebe as tomadas de posicoes e associa seu corpo aos objetos da vida quotidiana.

Passa a ver seu corpo como urn ponto de referênda para situar-se e situar os objetos em seu espaço

e tempo. Este é o primeiro passo para que ela possa, mais tarde, chegar a estruturacao espaço-

temporal, e neste momenta ser capaz de assimilar conceitos como embaixo, acima, direita,

esquerda, adquirindo também a nocao de tempo como duracao de intervalos, ordem e sucessão, ou

seja, o que vem antes, depois, primeiro, último.

Corpo Representado (7 a 12 anos)

É a fase da estruturacao do esquema corporal. Até esta fase, pode-se dizer que a criança já

adquiriu nocao do todo e das partes de seu corpo, já conhece as posicoes e consegue movimentar-

se corretamente no meio ambiente com urn controle e urn domínio corporal maior, apesar da

criança só dispor de uma imagem mental do corpo em movimento a partir dos 10 a 12 anos. A

criança de 12 anos dispõe de uma imagem do corpo, tornando-a capaz de organizar e de combinar

as diversas orientacoes (LE BOULCH, 1984).

Isso tudo significa que os pontos de referênda não estão mais centrados no próprio corpo, mas são

exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo criar pontos de referênda para orientá-lo.

Page 21: trabalho DA

Fator Estrutura?ao Espa?o-Temporal

Esse fator é uma consequencia do fator anterior, visto que para uma criança perceber a posição dos

objetos no espaço, ela precisa, inicialmente, ter uma boa imagem corporal, para poder usar seu

corpo como ponto de referênda. A criança apresentará uma boa organizacao quando tiver domínio

de seu corpo no espaço, este domínio é adquirido com movimentacao corporal e exploração

motora. Ao pegar urn objeto é necessário manuseá-lo, jogá-lo, agarrá-lo, lanca-lo para frente, para

trás, para dentro e para fora de urn determinado lugar (OLIVEIRA, 2000).

Contudo, toda informacao relacionada com o espaço tern que ser interpretada através do corpo.

Pelo corpo (nocao do corpo) pode-se estimar a quantidade de movimentos necessários para

explorar o espaço e os objetos nele contido. É através da translacao do movimento no espaço que

se obtém o conhecimento da distância que estão localizados os objetos ou percorrida no espaço.

Segundo Fonseca (1995), transformamos o conhecimento do corpo em conhecimento do espaço,

primeiro intuitivamente, depois lógica e conceitualmente.

Relacionado ao espaço não se pode deixar de enfatizar a nocao do tempo.

O tempo é a coordenação dos movimentos; quer se trate dos deslocamentos físicos ou movimentos

no espaço, quer se trate destes movimentos internos que são as acoes simplesmente esboçadas,

antecipadas ou reconstituídas pela memória mas cujo desfecho e objetivo final é também espacial

(PIAGET apud OLIVEIRA, 2000: 85).

Negrini (1986), ressalta que a orientacao espacial ou a direcionalidade, vai se estabelecendo em

funcao dos estímulos extereoceptivos, isto é, aqueles vindos do meio no qual a criança está

inserida, diferenciando-se da lateralizacao, visto que, os estímulos são internos, nascem do corpo,

sendo, portanto, proprioceptivos.

Fator Praxia Global

De acordo com o Mapa de Brodman a praxia global corresponde as áreas 4 (zona motora), 6 e 8

(zonas pré-motoras). Mas como a praxia global está mais ligada às tarefas motoras seqüenciais

globais, a área 6 é predominante, segundo Lúria (apud FONSECA, 1995), ela tern como missão a

realizacao e a automacao de movimentos globais

Page 22: trabalho DA

complexos, que se desenrolam num certo período de tempo, exigindo a atividade conjunta de

vários grupos musculares.

Sendo assim, a coordenação global e a experimentação levam a criança a adquirir a dissociacao de

movimentos. Dando-lhe condicoes de realizar múltiplos movimentos ao mesmo tempo, cada

membro realizando urn movimento diferente, havendo uma conservacao da unidade do gesto.

Quando uma pessoa toca piano, por exemplo, a mão direita executa a melodia, a esquerda o

acompanha, e o pé direito a sustentação, são três movimentos diferentes trabalhando juntos para

conseguir uma mesma tarefa (OLIVEIRA, 2000).

A praxia global dá indicações sobre a organizacao práxica da criança nas suas atividades motoras.

Através da observacao da qualidade de execucao de urn ato motor e das diferentes formas de

realizacao, pode-se captar sinais sobre a organizacao psicomotora, e ao mesmo tempo perspectivar

suas repercussões no desenvolvimento motor afetivo e intelectual, Fonseca (1976 e 1977 apud

FONSECA, 1995.

A praxia, segundo Ayres (1982 apud FONSECA, 1995), é a capacidade para planificar ou levar a

efeito uma atividade pouco habitual, e implica na realizacao de uma sequencia de ações para

atingir urn fim ou urn resultado. Partindo desse princípio Wallon (1928 apud FONSECA, 1995),

diz ser a praxia global algo que se vê, por exemplo, durante urn movimento pobre, observa-se uma

dismetria, discrônia exagerada e mal inibida, e isto é devido a uma desorganizacao cerebral. A

disfuncao sensorial implica na descoordenacao de vários centros que participam da planificacao

motora, e ao dar urn déficit na planificacao motora a dispraxia emerge da imperfeigao dos

movimentos.

O objetivo da praxia global no trabalho de Fonseca, quando utilizou a Bateria Psicomotora (1995),

não é só avaliar o rendimento motor, mas também a qualidade da integracao sensorial e

psicomotora, evidenciando a integridade do cérebro, desde o tronco cerebral aos hemisférios

cerebrais. O cérebro diz aos músculos o que fazer, mas as sensacoes vem do músculo e do corpo

(proprioceptiva), permitindo ao cérebro executar o que transmitiu.

Fator Praxia Fina

A praxia fina é urn dos fatores mais importante na aprendizagem escolar da criança, sendo a mão

urn órgão de apropriacao e de relacao com o exterior, dando possibilidade da criança reconhecer,

sentir os objetos e o corpo por meio da palpacao e

Page 23: trabalho DA

discriminação tátil. Auxiliando-a também no apanhar, segurar, bater, riscar, captar,

lançar puxar, empurrar (FONSECA, 1995)

Brandão (1984), analisa a mão como um dos instrumentos mais úteis para a descoberta

do mundo, afirmando que ela é um instrumento de ação a serviço da inteligência.

A zona do córtex que controla os movimentos da mão é, comparativamente, enorme em

relação às outras partes do corpo, destacando também a zona de correspondência do

polegar, sendo bem maior que a dos demais dedos. Estes fatos evidenciam a

importância dos movimentos das mãos nas atividades voluntárias (BRANDÃO, 1984).

Dentro da coordenação motora fina é importante ressaltar também o controle ocular, ou

seja, a visão acompanhando os gestos das mãos. Esse acompanhamento da visão

auxiliará a criança durante as atividades de velocidade-precisão e coordenação dinâmica

manual (OLIVEIRA, 2000).

A íntima relação que a praxia fina tem com a percepção visual é de grande importância

para o desenvolvimento psicomotor e para o desenvolvimento da aprendizagem,

nomeadamente da leitura, da escrita e do cálculo (FONSECA, 1984).

Portanto, mediante o conhecimento dos fatores psicomotores, descreve-se brevemente o

que a literatura trás sobre o desenvolvimento psicomotor (motor e intelectual) de

crianças em idade escolar.

Page 24: trabalho DA

3- Estudo de Caso

3.1- Caracterização da Criança

A I. S. é uma criança de etnia cigana com sete anos e 6 meses. Os seus progenitores são

primos direitos, havendo problemas comprovados de consanguinidade, facto que levou

á realização do Cariótipo de duas das menores (aguardando-se os resultados).

A gravidez da I. S. não foi desejada mas aceite de inicio, contudo a mãe negligenciou a

gravidez desde o segundo trimestre. O parto decorreu normalmente como podemos

verificar na ficha de anamnese (anexo...).

Aos cinco anos de idade a I. S. foi internada devido a cefaleias recorrentes tendo sido

detectado períodos de ausência que poderiam sugerir situações de amnésia, contudo não

houve continuação do acompanhamento médico para diagnóstico conclusivo.

A I. S. habita com os pais, duas irmãs e um irmão mais novo, num apartamento muito

pequeno tendo em conta o número do agregado familiar, facto que leva a que a I. S.

partilhe o quarto com as duas irmãs, não tendo um espaço próprio.

Uma das irmãs tem diagnóstico de Esclerodermia, a outra tem um atraso global de

desenvolvimento, estando comprometido a sua progressão escolar. O irmão com apenas

três anos já revela grave atraso na aquisição da linguagem, bem como de outras

competências básicas.

A I. S. Já foi avaliada com referencia à CIF ( anexo...), em conjunto com a professora

titular e a médica do desenvolvimento revelando dificuldades graves em várias áreas.

A aplicação da BPM realizou-se no período da actividade de enriquecimento curricular

de Estudo Acompanhado, por ser considerado o momento mais propicio para

estabelecer a interacção com a I. S. sem interferir no bom funcionamento das

actividades lectivas.

A I. S. mostrou-se bastante receptiva às tarefas propostas.

Page 25: trabalho DA

3.2- Perfil Psicomotor

3.3- Áreas de Intervenção

- Tonicidade

- Equilibração

- Estrutura espacio temporal

- Praxia Global

- praxia fina

Page 26: trabalho DA

4- Conclusão

Page 27: trabalho DA

5- Referências Bibliográficas

Referências Bibliográficas

Assis, A.K.T. (2003). Tradução de uma Obra de Gauss. Universidade Estadual de

Campinas. S. Paulo: Instituto de Física Gleb Wataghin

Biblioteca do Conhecimento Juvenil (2008). Rio de Mouro: Círculo de Leitores

Page 28: trabalho DA

Biblioteca do Jovem Explorador (2003). Rio de Mouro: Círculo de Leitores

DEB-ME (Departamento de Educação Básica - Ministério da Educação) (1997).

Orientações curriculares para a educação pré-escolar. Lisboa, DC: Autor.

Mata, P.; Bettencourt, C; Lino, M. J.; & Paiva, M. S. (2004). Cientistas de palmo e

meio. Uma brincadeira muito séria. Análise Psicológica, 1 (XXII), 169-174.

Martins, I. P. (2002). Educação em ciência e educação em ciências. Aveiro:

Universidade de Aveiro.

Carvalho, R. (1995). A física no dia-a-dia. Lisboa: Relógio d’água.

Carvalho, R. (2004). Cadernos de iniciação científica. Lisboa: Relógio d’água.

Enciclopédia Básica do Estudante (2005). Rio de Mouro: Círculo de Leitores

Enciclopédia Ilustrada DeAgostini (2002). Sintra: Marus Editores, Lda

Hewitt, Paul G. (2002). Física Conceptual. S. Paulo: Bookman (9ª ed.)

Miranda, J.M.A, Introdução ao Geomagnetismo. Centro de Geofísica da Universidade

de Lisboa. Licenciatura em Ciências Geofísicas

Ortiz, Adolfo (s.d).Grande Enciclopédia das Ciências Fisica. Amadora: Ediclube

Philips, Tony. Campo FickleMagnético da Terra. NASA: Internet Portal Science

Santos, Mauricio Silva (2005). Geogrfices uma colecção de coisas mais (ou menos)

importantes. Rio de Janeiro: e-papers

Page 29: trabalho DA

5- Anexos

Page 30: trabalho DA
Page 31: trabalho DA

Anexo I

FICHA DE ANAMNESE

1 - Dados de identificação

Nome: Ionara Lourenço Seabra

Nome pelo qual a criança é habitualmente tratada: Ionara

Data de nascimento 05 / 01 / 2003

Naturalidade Setúbal Nacionalidade Portuguesa

Morada: Rua Ema Grill nº 52 3º Esq

Código Postal 2910 - 059 Localidade: Setúbal

Telefone da residência: 968301847

Vive ao cuidado de: Pais

Mãe: Bertília Lourenço Ribeiro

Data de nascimento: 02-05-1972

Naturalidade: Lisboa Nacionalidade: Portuguesa

Estado civil: Casada Habilitações literárias: 5º Ano

Page 32: trabalho DA

Profissão: Desempregada

Tm 933346936

Pai: Luis Miguel Lourenço Seabra

Data de nascimento: 30/08/1973

Naturalidade: Setúbal Nacionalidade: Portuguesa

Estado civil: Casado Habilitações literárias: 8º Ano

Profissão:Vendedor Ambulante

Tm 968301847

1.2 – AGREGADO FAMILIAR

NOME PARENTESCO D.N. HABILITAÇÕES PROFISSÃO

Bertilia Ribeiro Mãe 02-05-72 5º Ano Desempregada

Luis Seabra Pai 30-08-73 8º Ano Desempregado

Ionara Seabra Irmã 05-01-03 1º Ano Estudante

Misael Seabra Irmão 05-06-07 - A cargo

Jessica Seabra Irmã 07-10-92 4º Ana Estudante

Page 33: trabalho DA

Observações : Os pais são primos direitos

2 – História Sócio-familiar

Tipo de habitação: Apartamento camarário

Nº de divisões da casa: 3

Qual a divisão em que a criança passa a maior parte do tempo: Sala

A criança dorme em quarto próprio ? Não Se não, com quem compartilha o quarto, e

quais os motivos ( falta de espaço, medo de dormir sozinha) ? Falta de espaço tendo em conta o número de elementos do agregado familiar.

Relação da criança/pais: Próxima

Tempo dedicado à criança:

Mãe: Sempre disponível

Pai: Quando Solicitado

Outros: Irmãos

Relação criança / irmãos: Relação de cumplicidade, proximidade e entreajuda

Page 34: trabalho DA

2.1 – Antecedentes familiares

Doenças/deficientes Mãe Pai Outro parentesco

Diabetes

Alcoolismo

Tuberculose

Toxicodependência

Epilepsia

Asma Irmã - Anaisa

Alergias

D.S.T.

X

D. Cardíacas

Def. Visual

Def. Auditiva

Def. Motora

Def. mental

Paralesia cerebral

Outros (doenças crónicas )- Esclerodermia Irmã mais velha

3 – Antecedentes pessoais:

3.1 – Período pré – natal

Gestações anteriores : 2

Gravidez:

Desejada

Não desejada, mas aceite X

Page 35: trabalho DA

Não aceite

Vigiada X

Sem intercorrências

Com intercorrências X Quais ? ______________________

Duração da gravidez: 38 semanas

Observações : negligência desde o 2º Trimestre

3.2 Período Neo -Natal

Parto:

Local: Hospital S. Bernardo Setúbal

Parto assistido ? SIM Por: Obstetra de serviço Duração :10 a 12 Horas

Tipo de parto: Eutócito: ___X___ Distócito: ______________

Desenvolvimento do parto : Natural: __X____Provocado: _____Manobras

Obstétricas:___________________________________________________________

Complicações durante o parto: Anóxia : ______ Hipóxia: ___________ Placenta

Page 36: trabalho DA

Prévia: ___________Circular do cordão umbilical: ____________Outras:___________

Peso à nascença: 3,570 Kg Comprimento: 49,5 cm _Perímetro cefálico 34,5 cm

Índice de APGAR no 1º minuto: 9 5º minuto:10 10º minuto:______ Reanimação:__N____

Coloração da pele : _Normal________ Icterícia: _______ Incubadora:_____ Durante:

Sinais traumáticos: Não Quais?_____________________________________

Teve convulsões:Não

Observações:________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

3.3 Período Pós-Natal

Alimentação:

Materna X Biberão Mista

Introdução da papa 5 meses Introdução da sopa 4 meses

Introdução de alimentos sólidos: 10 meses Alimentos rejeitados :________________

Page 37: trabalho DA

Dificuldades:

Choro Cólicas X Alergias

Sucção Deglutição Outras ____________

Dentição: Tardia

Observações: No momento já com várias cáries e necessidade urgente de tratamento

Sono:Actualmente

Calmo agitado dif. em adormecer x acorda durante a noite

Horas de deitar 00 H de levantar 08H n º de horas de sono diurno 0H

Adormece sozinha X tem algum hábito para adormecer ____________________

Usa chupeta outras situações ______________________________________

Observações: Revela necessidade de um maior número de horas de sono, comprometendo o seu estado de vigília a atenção no período escolar.

4 – Desenvolvimento global

Page 38: trabalho DA

4.1 – Psicomotor:

Com que idade a criança:

Sorrir: 3 m Controlar a cabeça ________virar-se _________segurar o objecto_________

Sentar-se com apoio 5m sem apoio 7m gatinhar ______pôr-se de pé com apoio 9m

Andar com apoio ______sem apoio 12m correr _____subir/descer escadas

Observações : Praxia Global comprometida

4.2 - Linguagem:

Primeiras vocalizações 6m imitar sons 8m

Primeiras palavras c/ significado 14 meses

Construir frases simples ____________________________________________________

Revela:

Discurso adequado à idade x articulação correcta das palavras boa compreensão

Do material verbal omissão/substituição/troca de fonemas X gaguez voz rouca

Outras situações :

Page 39: trabalho DA

Observações:

5 – Autonomia

Alimentação:

Come c/ colher e garfo e faca X não necessita de ajuda durante a refeição X

Alimentação diversificada X mantém-se à mesa durante a refeição X

Higiene:

Controle vesical diurno X Controle vesical nocturno X Controle anal X

Lava as mãos e a cara X escova os dentes X toma banho sozinho

Despir / vestir :

Despe-se sem ajuda X despe-se/veste-se sozinho (sem botões e fecho )

Distingue avesso / direito X distingue frente / atrás X

Despe-se/ veste-se sozinho ( incluindo botões e fecho ) Necessita de ajuda no que diz respeito a botões e atacadores

6 – História clinica:

Page 40: trabalho DA

6.1 -Doenças:

Sarampo varicela X tosse convulsa papeira enterites viroses X

Convulsões bronquite asma pneumonia difteria rubéola meningite

Hepatite epilepsia otites X amigdalite X diabetes encefalite def. visual

Def. auditivo def. mental def. motor

Internamentos X quantos? 1 Duração do internamento: 12H

Intervenções cirúrgicas Quais ___________________

Outras situações Em Outubro 2008 internamento devido a cefaleias recorrentes tendo sido detectado períodos de ausência que poderiam sugerir situações de amnésia, não houve continuação do acompanhamento para diagnóstico conclusivo.

Observações:

6.2.

Médico de família Dra. Fátima Varela

Centro de saúde Vale do Cobro Telefone _____________________

Consultas de Especialidade X Quais _______________________________

Page 41: trabalho DA

Apoio terapêutico _Não

Apoio Educativo: Sim X Não local ________________________________________

Dados recolhidos em conjunto com:

Educadora: Célia Conrado Enc. de Educação: Bertília Ribeiro

Page 42: trabalho DA

Anexo II

MODELO DE FUNCIONALIDADE – Checklist CIF (CIF-CJ – DGIDC)

Nome: Ionara Lourenço Seabra

Data de Nascimento: 05 / 01 / 2003 Idade: 7 anos e 5 meses

Funções do Corpo

Nota: Assinale com uma cruz (X), à frente de cada categoria, o valor que considera mais adequado à situação, de acordo com os seguintes qualificadores:

0 – Nenhuma deficiência; 1 – Deficiência ligeira; 2 – Deficiência moderada; 3 – Deficiência grave;4 – Deficiência completa; 8 – Não especificada1; 9 – Não aplicável2

1 Deve ser utilizado sempre que não houver informação suficiente para especificar a gravidade da deficiência.2 Este quantificador deve ser utilizado nas situações em que seja inadequado aplicar um código específico.

Funções do CorpoQuantificadores

0 1 2 3 4 8 9Capítulo 1 – Funções Mentais

(Funções Mentais Globais)b110 Funções da consciência xb114 Funções da orientação no espaço e no tempo xb117 Funções intelectuais xb122 Funções psicossociais globais xb125 Funções intrapessoais xb126 Funções do temperamento e da personalidade xb134 Funções do sono x

(Funções Mentais Específicas)b140 Funções da atenção xb144 Funções da memória xb147 Funções psicomotoras xb152 Funções emocionais xb156 Funções da percepção xb163 Funções cognitivas básicas xb164 Funções cognitivas de nível superior xb167 Funções mentais da linguagem xb172 Funções do cálculo xCapítulo 2 – Funções sensoriais e dorb210 Funções da visão xb215 Funções dos anexos do olho xb230 Funções auditivas xb235 Funções vestibulares xb250 Função gustativa xb255 Função olfactiva xb260 Função proprioceptiva xb265 Função táctil xb280 Sensação de dor xCapítulo 3 – Funções da voz e da falab310 Funções da voz x

Page 43: trabalho DA

b320 Funções de articulação xb330 Funções da fluência e do ritmo da fala xCapítulo 4 – Funções do aparelho cardiovascular, dos sistemas hematológico e imunológico e do aparelho respiratóriob410 Funções cardíacas xb420 Funções da pressão arterial xb429 Funções cardiovasculares, não especificadas xb430 Funções do sistema hematológico xb435 Funções do sistema imunológico xb440 Funções da respiração xCapítulo 5 – Funções do aparelho digestivo e dos sistemas metabólicos e endócrinob515 Funções digestivas xb525 Funções de defecação xb530 Funções de manutenção do peso xb555 Funções das glândulas endócrinas xb560 Funções de manutenção do crescimento xCapítulo 6 – Funções genito-urinárias e reprodutivasb620 Funções miccionais xCapítulo 7 – Funções neuromusculoesqueléticas e funções relacionadas com o movimentob710 Funções relacionadas com a mobilidade das articulações xb715 Estabilidade das funções das articulações xb730 Funções relacionadas com a força muscular xb735 Funções relacionadas com o tónus muscular xb740 Funções relacionadas com a resistência muscular xb750 Funções relacionadas com reflexos motores xb755 Funções relacionadas com reacções motoras involuntárias xb760 Funções relacionadas com o controlo do movim. voluntário xb765 Funções relacionadas com o controlo do movim. Involuntário xb770 Funções relacionadas com o padrão de marcha xb780 Funções relacionadas com os músculos e funções do movim. x

Outras Funções do Corpo a considerar

Assinatura: ________________________________________________________

Data: _____ / _____ / _____

Page 44: trabalho DA

Actividade e Participação

Nota: Assinale com uma cruz (X), à frente de cada categoria, o valor que considera mais adequado à situação, de acordo com os seguintes qualificadores:

0 – Nenhuma dificuldade; 1 – Dificuldade ligeira; 2 – Dificuldade moderada; 3 – Dificuldade grave;4 – Dificuldade completa; 8 – Não especificada1; 9 – Não aplicável2

1 Deve ser utilizado sempre que não houver informação suficiente para especificar a gravidade da dificuldade.2 Este quantificador deve ser utilizado nas situações em que seja inadequado aplicar um código específico.

Actividade e ParticipaçãoQuantificadores

0 1 2 3 4 8 9Capítulo 1 – Aprendizagem e aplicação de conhecimentosd110 Observar xd115 Ouvir xd130 Imitar xd131 Aprender através da interacção com os objectos xd132 Adquirir informação xd133 Adquirir linguagem xd134 Desenvolvimento da linguagem xd137 Adquirir conceitos xd140 Aprender a ler xd145 Aprender a escrever xd150 Aprender a calcular xd155 Adquirir competências xd160 Concentrar a atenção xd161 Dirigir a atenção xd163 Pensar xd166 Ler xd170 Escrever xd172 Calcular xd175 Resolver problemas xd177 Tomar decisões xCapítulo 2 – Tarefas e exigências geraisd210 Levar a cabo uma tarefa única xd220 Levar a cabo tarefas múltiplas xd230 Levar a cabo a rotina diária xd250 Controlar o seu próprio comportamento xCapítulo 3 – Comunicaçãod310 Comunicar e receber mensagens orais xd315 Comunicar e receber mensagens não verbais xd325 Comunicar e receber mensagens escritas xd330 Falar xd331 Produções pré-linguísticas xd332 Cantar xd335 Produzir mensagens não verbais xd340 Produzir mensagens na linguagem formal dos sinais xd345 Escrever mensagens xd350 Conversação xd355 Discussão xd360 Utilização de dispositivos e de técnicas de comunicação xCapítulo 4 – Mobilidaded410 Mudar as posições básicas do corpo xd415 Manter a posição do corpo xd420 Autotransferências xd430 Levantar e transportar objectos x

Page 45: trabalho DA

d435 Mover objectos com os membros inferiores xd440 Actividades de motricidade fina da mão xd445 Utilização da mão e do braço xd446 Utilização de movimentos finos do pé xd450 Andar xd455 Deslocar-se xCapítulo 5 – Autocuidadosd510 Lavar-se xd520 Cuidar de partes do corpo xd530 Higiene pessoal relacionada com as excreções xd540 Vestir-se xd550 Comer xd560 Beber xd571 Cuidar da sua própria segurança xCapítulo 6 – Vida domésticad620 Adquirir bens e serviços xd630 Preparar refeições xd640 Realizar o trabalho doméstico xd650 Cuidar dos objectos domésticos xCapítulo 7 – Interacções e relacionamentos interpessoaisd710 Interacções interpessoais básicas xd720 Interacções interpessoais complexas xd730 Relacionamento com estranhos xd740 Relacionamento formal xd750 Relacionamentos sociais informais xCapítulo 8 – Áreas principais da vidad815 Educação pré-escolar xd816 Vida pré-escolar e actividades relacionadas xd820 Educação escolar xd825 Formação profissional xd835 Vida escolar e actividades relacionadas xd880 Envolvimento nas brincadeiras xCapítulo 9 – Vida comunitária, social e cívicad910 Vida comunitária xd920 Recreação e lazer x

Outros aspectos da Actividade e Participação a considerar

Factores Ambientais

Nota: As diferentes categorias podem ser consideradas enquanto barreiras ou facilitadores.Assinale, para cada categoria considerada, com (.) se a está a considerar como barreira ou com o sinal (+) se a está a considerar como facilitador.Assinale com uma (X), à frente de cada categoria, o valor que considera mais adequado à situação, de acordo com os seguintes qualificadores:

0 – Nenhum facilitador/barreira; 1 – Facilitador/barreira ligeiro; 2 – Facilitador/barreira moderado;3 – Facilitador substancial/barreira grave; 4 – Facilitador/barreira completo; 8 – Não especificada;

9 – Não aplicável

Factores AmbientaisBarreira ou Facilitador

Quantificadores0 1 2 3 4 8 9

Capítulo 1 – Produtos e Tecnologiase110 Para consumo pessoal (alimentos, medicamentos) + xe115 Para uso pessoal na vida diária + xe120 Para facilitar a mobilidade e o transporte pessoal + xe125 Para a comunicação - x

Page 46: trabalho DA

e130 Para a educação + xe135 Para o trabalho xe140 Para a cultura, a recreação e o desporto - xe150 Arquitectura, construção e acabamentos de prédios de utilização pública

+ x

e155 Arquitectura, construção e acabamentos de prédios para uso privado

- x

Capítulo 2 – Ambiente Natural e Mudanças Ambientais feitas pelo Homeme225 Clima - xe240 Luz xe250 Som xCapítulo 3 – Apoio e Relacionamentose310 Família próxima + xe320 Amigos + xe325 Conhecidos, pares, colegas, vizinhos e membros da comunidade

+ x

e330 Pessoas em posição de autoridade + xe340 Prestadores de cuidados pessoais e assistentes pessoais

+ x

e360 Outros profissionais + xCapítulo 4 – Atitudese410 Atitudes individ. dos membros da família próxima - xe420 Atitudes individuais dos amigos - xe425 Atitudes individuais de conhecidos, pares, colegas e membros da comunidade

- x

e440 Atitudes individuais de prestadores de cuidados pessoais e assistentes pessoais

+ x

e450 Atitudes individuais de profissionais de saúde + xe465 Normas, práticas e ideologias sociais + xCapítulo 5 – Serviços, Sistemas e Políticase515 Relacionados com a arquitectura e a construção xe540 Relacionados com os transportes xe570 Relacionados com a segurança social xe575 Relacionados com o apoio social geral xe580 Relacionados com a saúde xe590 Relacionados com o trabalho e o emprego xe595 Relacionados com o sistema político x

Outros Factores Ambientais a considerare430 Pessoas em posição de autoridade x

Page 47: trabalho DA

Anexo III

Bateria Psicomotora (BPM)

(Vitor da Fonseca, 1975)

Nome: Ionara Lourenço Seabra

Sexo: F Data de Nascimento 05/01/2003 Idade 7 Anos 5 Meses

Escolaridade 1º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico

Observador Célia Conrado Data da Observação 09 de Junho de 2010

PERFIL

Unidade Tonicidade

4 3 2 1 Conclusões e Interpretações

X

Equilibração X

Unidade

Lateralização X

Noção de Corpo X

Estr.EspaçoTemporal X

Unidade

Praxia Global X

Praxia Fina X

Escala de Pontuação:

1 – Realização imperfeita, incompleta e descoordenada (fraco) – perfil apráxico

2 – Realização com dificuldades de controle (satisfatório) – perfil dispráxico

3 – Realização controlada e adequada (bom) – perfil eupráxico

4 – Realização perfeita, econômica, harmoniosa e controlada (excelente) – perfil

hiperpráxico.

Recomendações (Projeto terapêutico-pedagógico)

Page 48: trabalho DA

Aspecto somático ECTO

Desvios Posturais: Pequeno desvio postural no ombro direito

Controle Respiratório: Inspiração 4 3 2 1

Expiração 4 3 2 1

Apnéia 4 3 2 1

DURAÇÃO 50m

FATIGABILIDADE 4 3 2 1

TONICIDADE:

Hipotonicidade Eutónica Hipertonicidade

Extensibilidade:

Membros Inferiores 4 3 2 1

Membros Superiores 4 3 2 1

Passividade: 4 3 2 1

Paratonia:

Membros inferiores 4 3 2 1

Membros superiores 4 3 2 1

Diadococinesias:

Mão Direita 4 3 2 1

Mão Esquerda 4 3 2 1

Sincinesias:

Bucais (Axiais) 4 3 2 1

Contralaterais (de imitação) 4 3 2 1

Page 49: trabalho DA

EQUILIBRAÇÃO:

Imobilidade 4 3 2 1

Equilíbrio Estático

Apoio Retilíneo 4 3 2 1

Ponta dos pés 4 3 2 1

Apoio num pé 4 3 2 1

Equilíbrio Dinâmico

Marcha Controlada 4 3 2 1Evolução no banco:

1) para frente 4 3 2 1

2) para trás 4 3 2 1

3) Lado direito 4 3 2 1

4) Lado esquerdo 4 3 2 1

Um só pé (E) 4 3 2 1

Um só pé (D) 4 3 2 1

Pés juntos para frente 4 3 2 1

Pés juntos para trás 4 3 2 1

“ com olhos fechados 4 3 2 1

LATERALIZAÇÃO: 4 3 2 1

Ocular Auditiva Manual Pedal Inata Adquirida

NOÇÃO DE CORPO:

Sentido Cinestésico 4 3 2 1 Reconhecimento D e E 4 3 2 1 Auto-imagem (face) 4 3 2 1 Imitação de Gestos 4 3 2 1

D E

D E

D ED ED ED ED E

Page 50: trabalho DA

Desenho do corpo 4 3 2 1

ESTRUTURAÇÃO ESPACIO-TEMPORAL:

Organização 4 3 2 1 Estruturação Dinâmica 4 3 2 1 Representação Topográfica 4 3 2 1 Estruturação Rítmica 4 3 2 1

As estruturas rítmicas:

● • • ● • • ● • • ● • 4 3 2 1

● ● ● • ● ● • • • 4 3 2 1

● ● • • ● • • ● ● • • 4 3 2 1

● ● • • ● ● • • ● ● • 4 3 2 1

● • • ● • • • ● ● ● 4 3 2 1

PRAXIA GLOBAL:

Coordenação óculo-manual 4 3 2 1

Coordenação óculo-pedal 4 3 2 1

Dismetria 4 3 2 1

Dissociação:

Membros Superiores 4 3 2 1

Membros Inferiores 4 3 2 1

Agilidade 4 3 2 1

PRAXIA FINA:

Coordenação Dinâmica Manual 4 3 2 1

Page 51: trabalho DA

Tempo:______________

Tamborilar 4 3 2 1

Velocidade e precisão 4 3 2 1

Número de pontos 17 4 3 2 1

Número de cruzes 14 4 3 2 1

ANÁLISE DO PERFIL PSICOMOTOR:

Page 52: trabalho DA

Anexo IV

Estratégias de Intervenção

BLOCOS DE ENCAIXE

Blocos de madeira colorida e texturizada para recreação e o desenvolvimento da criatividade através da montagem e encaixe dentro de bases fixas. Ideal para o treinamento da coordenação motora, do tato, do reconhecimento das cores, bem como da noção espacial.

CAIXA TÁTIL

Caixa de madeira com orifício por onde a criança deverá enfiar a mão, retirar uma peça e posteriormente, repetindo a operação, encontrar o par do objeto. Ideal para o treinamento e desenvolvimento da percepção tátil.

CUBOS DE ENCAIXE

Cubos em diferentes tamanhos e cores para montar e desmontar, encaixar e seriar, desenvolvendo a coordenação motora, o reconhecimentodas cores e a noção espacial.

DOMINÓ DE TEXTURAS

Dominó confeccinado em madeira MDF e revestido com diferentes texturas esse jogo é composto por 28 peças desenvolve a discriminação tátil através do toque e do emparelhamentos de texturas iguais. Estabelecendo o hábito de realizar atividades em grupo e elaborando estratégia para ser o primeiro a se livrar de todas as pedras esse é um excelente jogo para todas as idades.

JOGO DA MEMÓRIA TÁTIL

Confeccionado em madeira, com 20 peças de diferentes recortes, este jogo trabalha especialmente a percepção tátil, a coordenação motora fina e a memória tátil.

Estratégias para elevar a Socialização

- facilitar o contacto com diferentes alunos, promovendo o convívio entre os mesmos: na sala de aula, no recreio, no bar, no ginásio, ...;

- visitar outras escolas, assim como outros locais onde se propicie o contacto com diferentes pares;

Page 53: trabalho DA

- deixar o aluno explorar objectos, alimentos e pessoas;

- organizar actividades que desenvolvam o contacto e o convívio;

- integrar os alunos multideficientes nas saídas ao exterior, nomeadamente: visitas de estudo, visitas de carácter recreativo ou cultural;

- proporcionar actividades que facilitem o alargamento de experiências, em diferentes ambientes, como: visitar locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, ...;

- ter um adulto dentro da sala de aula, a fim de facilitar a participação/interacção do aluno multideficiente nas actividades de grupo;

- ensinar/estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos outros;

- realizar actividades práticas na comunidade, tais como: ir à biblioteca, levar uma carta ao correio, pagar a água, ...;

- organizar actividades em que haja a participação de diferentes adultos ou crianças nas actividades do grupo;

- envolver os encarregados de educação e as famílias neste processo, convidando-os a organizar actividades, a colaborar no processo ensino-aprendizagem do aluno, cooperar nas deslocações, auxiliar na organização de actividades, entre outras;

- reduzir os tempos de duração de algumas actividades, de forma a aumentar o nível de participação dos alunos;

- construir rotinas de apoio de modo a que os colegas possam colaborar e participar na adaptação do aluno multideficiente às actividades da sala de aula;

- realizar intercâmbios com outras escolas, instituições e outras entidades, a fim de promover a interacção com diferentes pessoas e diferentes ambientes;

- utilizar os meios de comunicação pessoal para promover a socialização, como a Internet, telefone, correios, ...;

- etc.

Estratégias para desenvolver a Comunicação

- criar actividades diversificadas que propiciem a informação e originem a necessidade de comunicar – variando os espaços, as actividades, falar de temas de acordo com os seus interesses, …;

- identificar os parceiros com quem comunica através do nome, dum gesto ou de um objecto de referência – apresentar as crianças umas às outras, colocar questões ao grupo acerca das presenças e ausências, estabelecer uma rotina clara e com consequências das acções, dizer o nome da criança para obter a sua atenção….;

Page 54: trabalho DA

- estruturar as acções no tempo de forma sistemática – lavar as mãos antes de comer, vestir o casaco antes de ir para casa, …);

- organizar um calendário do tempo onde se indiquem as acções diárias e a sua sequência – utilizando desenhos, objectos e escrita, de acordo com as capacidades do aluno;

- Utilizar de switch sonoros;

- ter formas de comunicação variadas de acordo com as capacidades do aluno e de forma a que todos os presentes entendam – representar a mesma actividade de diversas formas, colocar a mão da criança sobre a sua para que esta sinta o que está a realizar e se sinta motivada para imitar,…;

- construir de tabuleiros com diferentes texturas (para utilizar como calendários, por exemplo);

- tomar atenção às formas de resposta do aluno (como: movimentos corporais, expressões, posturas, respirações, etc.);

- dar tempo para que a criança responda às iniciativa propostas;

- responder ao aluno de acordo com a situação, uma vez que determinados gestos são repetidos, mas dependendo da hora, da situação, do contexto, nem sempre querem dizer o mesmo – apontar para a rua de manhã pode significar ir passear, se for ao final do dia, pode significar que está a chegar alguém para o levar para casa,…;

- diversificar os contextos e parceiros de comunicação – levá-lo à sala de aula, ao recreio,…;

- levar o aluno a pedir materiais em função das actividades propostas, estimulando assim a comunicação – ao almoço não lhe dar o copo de água, não colocar o talher,…;

- responder de forma positiva a todas as formas e tentativas de comunicação – incentivar, dar pistas,…

- dar informação verbal acerca da actividade que a criança realiza, utilizando sempre a fala em conjugação com outras formas de comunicação;

- mediar a quantidade de informação e a forma como é transmitida à criança, uma vez que muita informação e mal estruturada pode ser motivo de confusão e mesmo de desmotivação para a criança.

Estratégias para desenvolver a Autonomia

- promover a participação dos alunos de forma parcial, ou seja, dar a possibilidade de o aluno realizar alguns passos da tarefa, com ou sem ajuda, na ausência de capacidade de realização da mesma;

- comer sozinho (ou com pouca ajuda);

- diversificar os ambientes de realização das tarefas;

Page 55: trabalho DA

- realizar as actividades de higiene, como lavar a cara, as mãos, tomar banho, lavar os dentes, fazer a barba, ...;

- ter formas de comunicação que lhe permitam chamar atenção, pedir ajuda, recusar ou pedir mais;

- deslocar-se com pouca ajuda em espaços da sua rotina diária;

- conhecer os espaços onde se desloca e move, assim como as pessoas que os compõem, como a escola, casa e comunidade;

- trabalhar a independência no uso da casa de banho (ser o mais independente possível e pedir ajuda quando não consegue ser aut;

- visitar espaços da comunidade envolvente a fim de os conhecer e relacionar;

- proporcionar actividades que facilitem o alargamento de experiências, em diferentes ambientes, como: visitar locais da comunidade, ir às compras, café, mercado, ir à biblioteca, levar uma carta ao correio, pagar a água, ...;

- utilizar os meios de comunicação pessoal para promover o desenvolvimento da, como a Internet, telefone, correios, ...;

Estratégias de estimulação Sensorial

- proporcionar áreas com segurança para a aprendizagem e para a brincadeira;

- criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o aluno possa aprender, praticar e concentrar-se nas actividades propostas;

- utilizar “landmarks” e cores com texturas para auxiliar a orientação e a organização do aluno;

- arrumar os materiais e objectos em locais próprios, desenvolvendo a orientação e a consistência ambiental;

- utilizar materiais/objectos de diferentes texturas, tamanhos, formas, pesos, etc.;

- aplicar objectos da vida diária;

- usar o “little room” ou pequenos ginásios onde o aluno possa desenvolver as suas capacidades e habilidades;

- empregar materiais que activem e desenvolvam os sentidos: vestibular, auditivo, olfactivo, táctil e gustativo do aluno (como o uso de objectos produtores de vibrações, ressonâncias, ritmos, pesos e temperaturas para desenvolver estes sistemas sensoriais);

- utilizar de switch sonoros;

- aplicar pistas sonoras e tácteis que permitam encontrar objectos ou explicação para algumas situações;

Page 56: trabalho DA

- usar texturas secas, húmidas e molhadas;

- realizar actividades de estimulação sensorial em ambientes controlados e mudá-los gradualmente para ambientes naturais;

- organizar actividades rotineiras a fim de proporcionar experiências sensoriais e encorajar a sua utilização em situações específicas;

- deixar o aluno explorar objectos, alimentos e pessoas;

- tocar primeiro na mão do aluno antes de apresentar um objecto;

- apresentar primeiro as texturas nas costas da mão do aluno e só depois na palma da mão;

- apresentar os objectos/materiais nas partes do corpo da criança menos sensíveis (joelhos, cotovelos e ombros);

- ensinar/estimular o uso das mãos como ferramentas de exploração e experimentação;

- permitir que os objectos estejam ao alcance do aluno;

- efectuar a estimulação sensorial de forma cuidada, sistemática e gradual (para não criar confusão ao aluno);

- explorar objectos/materiais em conjunto com o aluno (mostrar como se segura, utiliza e explora os objectos);

- ensinar/estimular a criança a aproximar-se e a tocar nos outros.

Estratégias para desenvolver a Motricidade

- aplicar materiais/objectos surpresa durante as actividades para auxiliar no desenvolvimento e skills;

- realizar actividades variando os espaços de realização das mesmas;

- aproveitar materiais/equipamentos que permitam o trabalho de habilidades motoras, como: puxar, apanhar, largar objectos;

- utilizar materiais estimuladores e diversificados;

- realizar actividades que promovam e desenvolvam a consciência do próprio corpo, a lateralidade, a coordenação geral, o equilíbrio, organização do esquema corporal e a organização espacial;

- trabalhar skills que promovam o desenvolvimento global da criança com multideficiência no sentido de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida;

- realizar actividades que auxiliem o desenvolvimento da motricidade fina e grosseira;

Page 57: trabalho DA

- ter em conta os posicionamentos da criança (recorrer à ajuda de um terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta se necessário);

- realizar actividades de carácter individual e em grupo;

- planificar actividades tendo em conta as capacidades e as “limitações” do aluno, realizando as devidas adaptações assim como as progressões pedagógicas.

Estratégias para desenvolver a Cognição

- utilização do jogo como instrumento de desenvolvimento da cognição: esconder objectos pode ensinar à criança que os objectos permanecem; despejar o conteúdo de uma caixa podem aprender a relação causa-efeito; se empilharem peças podem aprender a relacionar tamanho e forma;...;

- utilizar as rotinas diárias significativas para a criança como momento de aprendizagem;

- proporcionar à criança experiências significativas, organizadas e diversificadas;

- proporcionar actividades onde o principio, o meio e o fim sejam claros e onde ambos (aluno e professor/educador) possam realizá-la em conjunto;

- proporcionar espaços seguros para a aprendizagem e para a brincadeira;

- dar oportunidade ao aluno de experimentar várias situações onde tenha controlo sobre o seu ambiente, de forma a generalizar os skills aprendidos;

- garantir a generalização das aprendizagens realizadas com todas as situações significativas;

- criar um ambiente controlado e pouco confuso, onde o aluno possa aprender, praticar e concentrar-se nas actividades propostas;

- aplicar jogos/objectos/materiais que propiciem o desenvolvimento da cognição;

- definir dentro do ambiente do aluno diferentes áreas de realização de actividades;

- arrumar os materiais e objectos em locais próprios, desenvolvendo a orientação e a consistência ambiental;

- utilizar materiais/objectos de diferentes texturas, tamanhos, formas, cores, pesos, etc.;

- deixar o aluno explorar objectos, alimentos e pessoas;

- permitir que os objectos/materiais estejam ao alcance do aluno;

- use objectos simples de forma a facilitar a sua exploração por parte da criança e que sejam significativos para ela;

- garantir que a informação fornecida e as competências a desenvolver sejam úteis e contribuam para aumentar a sua independência na vida futura;

Page 58: trabalho DA

- motivar o aluno para a aprendizagem e saber qual o tipo de reforço mais efectivo para a criança (prémio social, comida, brinquedo preferido...);

– conhecer as condições óptimas para a criança aprender, assim como as estratégias que esta utiliza para explorar o seu ambiente;

Page 59: trabalho DA