trabalho conclusão curso francine manhabosco
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ANÁLISE, PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO: Diagnóstico e proposição de melhorias à empresa InfoMáquinasTRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA- UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-
ECONÔMICAS – CCA/ESAG
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
EMPRESARIAL
FRANCINE MANHABOSCO
MODALIDADE DE ESTÁGIO ESTUDO DE CASO AVALIATIVO
ANÁLISE, PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO:
Diagnóstico e proposição de melhorias à empresa InfoMáquinas
FLORIANÓPOLIS – SC
2010
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SÓCIO-
ECONÔMICAS – CCA/ESAG
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL
FRANCINE MANHABOSCO
MODALIDADE DE ESTÁGIO ESTUDO DE CASO AVALIATIVO
ANÁLISE, PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO:
Diagnóstico e proposição de melhorias à empresa InfoMáquinas
Relatório Final de Estágio
Supervisionado – modalidade estudo de
caso avaliativo - do Curso de Graduação
em Administração: Linha de Formação em
Administração Empresarial do Centro de
Ciências da Administração e Sócio -
Econômicas da Universidade do Estado
de Santa Catarina – CCA/UDESC
Professor Orientador: Dr. Reinaldo
Coelho.
FLORIANÓPOLIS, SC
2010
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ANÁLISE, PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO:
Diagnóstico e proposição de melhorias à empresa
InfoMáquinas
Relatório Final de Estágio Supervisionado apresentado como
requisito para o grau de bacharel em Administração Empresarial pela
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, Centro de
Ciências da Administração e Sócio-Econômicas – ESAG.
Data de aprovação: ___ / ___ /______
COMISSÃO AVALIADORA
Nome: ______________________________________
Instituição: ___________________________________
Assinatura: ___________________________________
Nome: ______________________________________
Instituição: ___________________________________
Assinatura: ___________________________________
Nome: ______________________________________
Instituição: ___________________________________
Assinatura: ___________________________________
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A minha mãe e a meu pai pelo apoio em todos os momentos da minha vida, mesmo agora distantes, e a compreensão do meu irmão
5
AGRADECIMENTO
A Deus, fonte de luz e força.
Ao todos os professores da Esag, em especial, ao prof. Reinaldo Coelho pela
orientação deste trabalho.
Aos colaboradores da empresa InfoMáquinas pelo incentivo e disponibilização
do seu tempo para realizar este estudo.
A minha família, pelo apoio oferecido durante toda a Faculdade.
Ao meu amigo em especial, Lucas Dal-Bó Bressan, pela motivação e
incentivo na realização deste trabalho.
Aos demais amigos, em especial, Juliana D’Amoreira Lopes e Mariana Fraga
Moreira, que compartilharam deste momento.
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Tudo está na mente. É onde tudo começa. Saber o que você quer é o primeiro passo na direção de conseguir
Mae West
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA REALIDADE DE ESTUDO ........................ 11
1.1.1 Caracterização da organização e seu ambiente ............................. 12
1.1.2 Histórico e base estratégica corporativa ......................................... 12
1.1.3 Estrutura organizacional .................................................................. 14
1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA ................................................... 15
1.3 OBJETIVOS ....................................................................................... 16
1.3.1 Objetivo geral .................................................................................. 16
1.3.2 Objetivos específicos ...................................................................... 16
1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PROPOSTA DO ESTÁGIO ....... 17
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 19
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .......................................................... 19
2.2 PLANEJAMENTO .................................................................................. 21
2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL .......... 22
2.4 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ........................................................... 25
2.5 ORÇAMENTO ....................................................................................... 27
2.6 ETRUTURA DO Orçamento .................................................................. 29
2.6.1 Orçamento de vendas ..................................................................... 31
2.6.2 Orçamento de produção .................................................................. 32
2.6.3 Orçamento de matérias-primas ....................................................... 32
2.6.4 Orçamento de mão-de-obra direta .................................................. 34
2.6.5 Orçamento de custos indiretos de fabricação ................................. 34
2.6.6 Orçamento de despesas com vendas e administrativas ................. 35
2.6.7 Projeção dos demonstrativos contábeis .......................................... 35
2.6.8 Orçamento de investimentos ........................................................... 36
2.6.9 Orçamento de caixa ........................................................................ 38
2.7 ANÁLISES FINANCEIRAS .................................................................... 39
2.7.1 Análise horizontal e vertical ............................................................. 40
2.7.2 Índices financeiros ........................................................................... 42
2.8 CONTROLE FINANCEIRO .................................................................... 48
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................... 52
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................... 52
8
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................. 52
3.3 TÉCNICAS DE COLETA E DE TRATAMENTO DOS DADOS .............. 53
4 DESCRIÇÃO DOS ATUAIS MÉTODOS DE ANÁLISE, PLANEJAMENTO E
CONTROLE FINANCEIRO DA INFOMÁQUINAS ................................................... 54
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR FINANCEIRO DA ORGANIZAÇÃO . 54
4.2 ANÁLISE FINANCEIRA ......................................................................... 55
4.2.1 Índices de liquidez ........................................................................... 56
4.2.2 Índices de estrutura patrimonial ...................................................... 57
4.2.3 Índices de atividade ......................................................................... 59
4.2.4 Índices de rentabilidade e lucratividade .......................................... 62
4.2.5 Análise vertical e horizontal ............................................................. 64
4.2.6 Diagnóstico da análise financeira .................................................... 67
4.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO: ORÇAMENTO ................................. 68
4.4 CONTROLE FINANCEIRO .................................................................... 72
5 PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS NAS FUNÇÕES DE ANÁLISE,
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO DA INFOMÁQUINAS ................. 76
6 CONCLUSÃO, PROPOSTAS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS ................................................................................................................. 86
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 89
APÊNDICES E ANEXOS ............................................................................... 91
9
LISTA DE QUADROS
Tabela 1 - Níveis de planejamento em termos de divisão do trabalho empresarial .. 25
Tabela 2 - Os seis objetivos principais do orçamento ............................................... 29
Tabela 3 - Índices de liquidez .................................................................................... 56
Tabela 4 - Índices de Estrutura Patrimonial .............................................................. 58
Tabela 5 - Índices de Atividade ................................................................................. 60
Tabela 6 - Índices de Lucratividade/Rentabilidade .................................................... 62
Tabela 7 - Orçamento Área Recursos ....................................................................... 69
Tabela 8 - Orçamento Área Assistência Técnica ...................................................... 70
Tabela 9 - Orçamento Total....................................................................................... 70
Tabela 10 - Controle Orçamento Recursos ............................................................... 73
Tabela 11 - Controle Financeiro ................................................................................ 84
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ciclo básico dos três tipos de planejamento ............................................. 23
Figura 2 - Visão geral do planejamento financeiro e processos de controle ............. 28
Figura 3 - Estrutura básica do orçamento ................................................................. 30
Figura 4 - Fluxograma Proposta Gestão Financeira .................................................. 85
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DA REALIDADE DE ESTUDO
A evolução do ser humano fez emergir o cenário que atualmente
enfrentamos. Um ambiente caracterizado por constantes transformações seja no
modo de pensar e agir da população. Um contexto em que as mudanças
tecnológicas e científicas passaram a ser fatos recorrentes, gerando novas
descobertas e reformulando teorias.
A globalização, evento de abertura da economia mundial, também surgiu para
colaborar com a complexidade do mundo atual, uma vez que intensificou o volume
de informações e transações financeiras, gerando maior interdependência das
economias e desenvolvimento das nações.
Neste ambiente estão inseridas as organizações, conjunto de pessoas e
processos que exercem uma atividade a fim de produzir e oferecer bens e serviços a
seus consumidores.
Deparadas com a realidade de evoluções macroeconômicas e a acirrada
competitividade do ambiente de negócios, estas sentem necessidade pela busca de
respostas mais ágeis e eficientes. Neste sentido, os gestores são forçados a
desenvolver estratégias para antecipar decisões e estar à frente de seus
concorrentes.
A busca por clientes rentáveis faz com que as instituições pensem em planos
para manter e monitorar a fatia de mercado em que atuam, e, além disto, aprimorar
seus produtos e serviços para que elevem seu diferencial competitivo e,
conseqüentemente, seu lucro.
A área financeira tem um papel muito importante neste contexto, pois tem o
objetivo de maximizar o valor de mercado da organização e garantir maior
rentabilidade sobre o capital de seus proprietários.
Para tanto, a análise, o planejamento e o controle financeiro são essenciais
para os administradores tomar decisões referentes à otimização dos recursos, ou
seja, saber onde, quando e quanto investir.
Segundo Hoji (2008, p.417):
12
[...] o sistema orçamentário é um instrumento de planejamento e controle de resultados econômicos e financeiros. É um modelo de mensuração que avalia e demonstra, por meio de projeções, os desempenhos econômicos e financeiros da empresa, bem como das unidades que a compõem.
O planejamento financeiro, aliado a análises e controle estratégicos, é uma
forma de reflexão sistemática sobre o futuro da empresa, podendo antecipar os
possíveis problemas antes que eles possam acontecer, bem como ser um
procedimento lógico e organizado de investigação do desconhecido.
1.1.1 Caracterização da organização e seu ambiente
O estágio realizado contempla uma empresa do setor privado, InfoMáquinas,
que fica localiza na Rod. SC 401 km 01 nº 600, ParqTec Alfa, CELTA - bairro João
Paulo - 88030-000 na Cidade de Florianópolis – SC. Seu ramo de atividade é na
área de inovação tecnológica em máquinas para corte e gravação a laser. Além
disto, presta serviços de consultoria, treinamento e assistência técnica.
Atualmente, as suas inovações estão presentes nos mais diversos segmentos
da indústria e de serviços: têxtil, calçadista, comunicação visual, artesanato,
brinquedos, entre outros. A InfoMáquinas atua nos mais diversos segmentos onde o
laser possa trazer benefícios. Atualmente se destaca por tecnologias que se
evidenciam principalmente no setor têxtil.
Áreas de conhecimento:
Mecânica.
Eletrônica.
Ótica.
Laser.
Inteligência Artificial. Visão Artificial.
1.1.2 Histórico e base estratégica corporativa
13
A empresa é uma organização com fins lucrativos, que atua como fabricante
de máquinas a laser e atualmente está estabelecida em uma Incubadora de
Empresas de Base Tecnológica de Florianópolis.
A organização surgiu a partir de uma oportunidade de mercado percebida por
duas empresas de base tecnológica Incubada, quando em 1996, a partir da
percepção, por parte de um dos empreendedores, de uma oportunidade de mercado
na aplicação do LASER como ferramenta de manufatura no setor têxtil, de etiquetas
tecidas e de bordados, em visita a uma feira industrial da área de bordado industria,
em Atlanta nos EUA.
De volta ao Brasil, este empreendedor passa então a inquietar ex-colegas de
mestrado, com os quais trabalhou em um grupo de Pesquisa e Desenvolvimento do
Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC (Universidade Federal de Santa
Catarina), também empreendedores da área de automação e controle de
movimentos. Passam a desenvolver um plano de negócio conjunto, geram um
protótipo funcional, o qual passa então a ser apresentado ao mercado em algumas
feiras industriais, e também em demonstrações em empresas. Em 1999 encontra-se
um primeiro cliente efetivamente interessado na tecnologia e capaz de absorvê-la, e
a primeira máquina LASER é fabricada e entregue. Trata-se de uma máquina para
corte a LASER de etiquetas tecidas, a partir de informações geométricas obtidas por
reconhecimento de imagem. A partir daí, uma pequena série de máquinas é
disparada, culminando com o crescimento e a constituição da empresa
InfoMáquinas, no mês de Outubro de 2001.
A produção de máquinas LASER na empresa evoluiu gradativamente, a partir
de uma produção totalmente artesanal. Em 2004, já com um portfólio de 4 máquinas
distintas, percebeu-se a necessidade de uma metodologia e de uma ferramenta de
gestão do negócio. Após um processo de busca de alternativas, a empresa adquiriu
sistema integrado ERP (Enterprise Resource Planning), a fim de desenvolverem
suas atividades de modo completo e eficiente.
Dentre as características que destacam o empreendimento pode-se citar
a alta competência técnica e um estreito relacionamento interdisciplinar entre as
áreas de mecânica, mecânica de precisão, óptica, eletrônica e software, já que o
nível de complexidade no projeto e fabricação das máquinas requer profissionais
14
com experiência e elevado domínio da técnica e conhecimento do estado-da-arte em
automação da manufatura.
Missão: "Oferecer soluções inovadoras e competitivas de processamento a
laser a todos aqueles que delas possam se beneficiar."
Visão: "Ser o líder em soluções de processamento de materiais com Laser
mais lembrado e respeitado do mercado latino-americano."
Valores:
Transparência
Ética
Paixão
Compromisso
Produtos e Serviços oferecidos:
Máquinas: Prisma, Avanza, Acrila, Futura CO2 e Bordados, Assia, Brasa,
Mira, LaserSmart, Vista, Supera, Plena, Futura YAG, Tec YAG, Dua.
Software: LaserDraw e Editor de Contornos.
Materiais: Versalite e Laser Scriptor
Serviços: Assistência Técnica, Treinamento e Gravação e Marcação a Laser
1.1.3 Estrutura organizacional
A empresa é composta pelos seguintes setores:
Sócios
Direção
Engenharia
Recursos
Produção
15
Assistência Técnica
Comercial
O setor Engenharia é composto por um grupo heterogêneo de Mestres,
Bacharéis, Engenheiros e Técnicos que visam desenvolver novas tecnologias de
Máquinas para corte e gravação a laser.
A área de Recursos abrange os processos: financeiro, RH, compras,
recepção e almoxarifado. Todos os recursos, materiais, financeiros e pessoas são
de responsabilidade dessa área.
A Produção é responsável pelos processos de PCP, fabricação, montagem
(mecânica, elétrica e eletrônica) e expedição de produtos.
As máquinas em operação nos seus clientes devem estar em plena condição
operacional, minimizando paradas. Por isso, a empresa mantém um setor de
Assistência Técnica que está ao dispor dos seus clientes no período de garantia e
após seu término, suprindo as necessidades de peças para reposição, consumíveis
e mão-de-obra especializada.
Em anexo segue o organograma da empresa.
1.2 TEMA E PROBLEMA DE PESQUISA
A sobrevivência e o desenvolvimento de toda e qualquer organização estão
fundamentalmente ligados ao eficaz gerenciamento dos recursos financeiros. Nesse
sentido, os elementos imprescindíveis à otimização da atividade financeira no
contexto atual referem-se a análise, planejamento e controle, em que a empresa
pode coordenar melhor suas ações para a consecução das suas metas e objetivos.
A função planejamento é que mais se destaca dentre as funções
administrativas e serve como guia para controlar e alcançar os resultados
esperados. Sendo, assim, o planejamento financeiro, aliado ao controle e análise,
essencial para o sucesso e solvência de uma empresa.
Hoji (2008) afirma que o planejamento orçamentário visa ao conhecimento
antecipado de resultados e serve como guia para ações a serem executadas pelas
áreas da instituição, definindo as responsabilidades pela gestão dos recursos e
geração dos resultados de determinado período futuro.
16
O planejamento, análise e controle financeiro são de suma importância para
toda e qualquer organização que busca maximizar a sua rentabilidade, evitar
desperdícios financeiros e garantir uma posição de estabilidade perante o mercado.
Também constituem ferramentas de informações, que fornecem dados e suporte
para decisões gerenciais eficientes.
Para tanto, Camargo (2007) salienta que o alcance dos objetivos da
administração financeira está na responsabilidade dos gestores de analisar suas
decisões de investimentos e financiamentos, planejar e controlar o modo como
distribui os lucros sob a perspectiva da rentabilidade e da liquidez. Para, assim,
garantir a melhor combinação entre lucro e cumprimento de suas obrigações.
Hoji (2008) comenta ainda que, análise, planejamento e controle financeiro
consiste em coordenar, monitorar e avaliar todas as atividades da empresa, por
meio de relatórios financeiros, bem como participar ativamente das decisões
estratégicas, para alavancar as operações.
Com o objetivo de melhorar a eficiência da gestão financeira da empresa
InfoMáquinas, pretende-se responder a seguinte pergunta de pesquisa:
Quais ações e mudanças devem ser realizadas, nas funções de análise,
planejamento e controle financeiro, a fim tornar a gestão financeira da
InfoMáquinas mais eficiente?
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
Analisar as funções de análise, planejamento e controle financeiro da
empresa InfoMáquinas e propor mudanças que visem melhorar a sua gestão
financeira.
1.3.2 Objetivos específicos
Caracterizar a empresa em termos de histórico, estrutura organizacional,
número de colaboradores, dentre outros aspectos considerados importantes para
17
a pesquisa;
Buscar junto à literatura especializada os fundamentos teóricos e práticos
desenvolvidos pelos autores da área sobre análise, planejamento e controle
financeiro, que possa colaborar para a melhoria da gestão financeira atual da
InfoMáquinas;
Descrever o processo de orçamento da empresa;
Descrever o processo de análise financeira;
Descrever o processo de controle financeiro;
Elaborar análise econômico-financeira da empresa;
Analisar as atuais funções de análise, planejamento e controle financeiro da
empresa;
Elaborar uma proposta de melhoria nos atuais métodos de análise,
planejamento e controle financeiro da organização.
1.4 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PROPOSTA DO ESTÁGIO
O tema escolhido para a presente pesquisa justifica-se, primeiramente, pela
afinidade da acadêmica com o assunto, que já estudou e tem interesse na área
financeira. Além disto, foi uma grande oportunidade para transpor para a prática
empresarial o que aprendeu nas aulas ministradas, colaborando, assim, para sua
formação profissional. Neste cenário em loco, a acadêmica teve a experiência de
presenciar o ambiente real dos negócios, enfrentando as dificuldades encontradas
neste mercado.
Por isso, o estágio proporcionou maior conhecimento à acadêmica, a qual
buscou através da leitura e prática, desenvolver um trabalho que fosse relevante
para a Instituição de Ensino e para a empresa. A pesquisa auxiliou no
18
desenvolvimento de aspectos profissionais e pessoais, os quais contribuiram para a
empregabilidade da acadêmica.
A pesquisa teve como objetivo, auxiliar a organização no aprimoramento de
sua gestão financeira. Com o aprofundamento do estudo sobre a área mencionada,
mais especificamente, sobre análise, planejamento e controle financeiro, a
acadêmica procurou estabelecer ferramentas e técnicas que melhor se adaptassem
a realidade da empresa. Ademais, o estudo contribuiu para fomentar dentro da
organização, a discussão sobre práticas de gestão e busca por melhorias
constantes. Desta forma, a pesquisa ajudou a empresa a desenvolver um
gerenciamento financeiro eficiente, onde serão otimizados os recursos disponíveis
para estabelecer uma posição competitiva frente ao mercado.
19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os fundamentos teóricos deste relatório de estágio são apresentados
neste capítulo, abordando-se inicialmente conceitos e objetivos da
administração financeira. Os temas sobre planejamento, análise e controle
financeiro são igualmente focalizados no texto a seguir.
2.1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Os conceitos, objetivos e funções da administração financeira são
abordados neste tópico para ilustrar a área escolhida do estudo em questão.
Posteriormente são aprofundados os temas que irão delinear o trabalho prático.
Diversos são os autores que conceituam finanças, e de acordo com
Gitman (2003, p.2) “finanças são o processos pelos quais o dinheiro é
transferido (por meio de financiamentos e investimentos) entre empresas,
indivíduos e governos”.
Por outro lado, Groppelli & Nikbakht (1999, p.3) ressaltam que “finanças
é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza
ou valor total de um negócio.” Os autores explicam que maximizar a riqueza
consiste em obter o lucro mais elevado ao menor risco possível. Ainda afirmam
que “Finanças é em parte ciência e em parte arte”.
Com relação a função financeira, Braga (1989 p.23) cita que esta:
[...] compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses fundos.
Deste modo, percebe-se a importância da administração financeira, pois,
segundo Santos (2001), o sucesso empresarial demanda cada vez mais o uso
de práticas financeiras apropriadas. Na mesma linha, Braga (1989) relata que a
função financeira contribui significativamente para o sucesso do
20
empreendimento, vez que possui um papel essencial no desenvolvimento das
atividades operacionais.
No que tange ao objetivo da administração financeira, percebe-se o
consenso entre os vários autores da área. Para Braga (1989) o objetivo
primordial de cada empresa é o de maximizar a riqueza de seus proprietários, a
qual é representada pelo valor de mercado da empresa – o preço que seria
alcançado na venda dos direitos de participação no seu capital social.
No mesmo âmbito, Hoji (2008, p.4) destaca que “o objetivo econômico
das empresas é a maximização de seu valor de mercado, pois dessa forma
estará sendo aumentada a riqueza de seus proprietários”. O autor sugere ainda
que, do ponto de vista dos acionistas, uma empresa pode ser visualizada como
um sistema integrado que gera lucro e aumenta os recursos nela investidos.
Hoji (2008) ainda comenta que os proprietários de organizações esperam um
retorno compatível do seu investimento com o risco assumido, por meio da
geração de resultados econômicos financeiros adequados por longo prazo, ou
melhor, indefinidamente, pois o investimento é feito em caráter permanente.
Com maior profundidade, Camargo (2007), sugere que o objetivo da
administração financeira é o de garantir maior rentabilidade sobre o capital
próprio de uma empresa, sem, no entanto, descuidar-se de suas obrigações
com terceiros, como pagamentos diversos, empréstimos e outras contas.
Assim, Camargo (2007) complementa que o gestor da área tem a
responsabilidade de analisar suas decisões de investimentos e financiamentos,
e o modo como distribui os lucros sob a perspectiva da rentabilidade e da
liquidez, garantindo a melhor combinação entre lucro e cumprimento de suas
obrigações.
No que se refere à importância das finanças, Hoji (2008) afirma que a
geração de lucro e caixa contribui significativamente para que uma empresa
cumpra suas funções sociais por meio da geração e pagamento de impostos,
treinamento, capacitação e remuneração adequada dos colaboradores,
investimentos em melhoria ambiental, etc.
21
A administração financeira é de suma importância para toda e qualquer
organização que busca maximizar a sua rentabilidade, evitar desperdícios
financeiros e garantir uma posição de estabilidade perante o mercado.
Para isto, os administradores financeiros precisam desempenhar certas
atividades, com base nas informações transformadas pelos dados contábeis,
que segundo Braga (1989, p.33), compreendem:
[...] avaliar a situação econômico-financeira da empresa, a formação do resultado, os efeitos de decisões tomadas anteriormente, etc. Tomar decisões, corrigindo o rumo desejado e desenvolver planos operacionais e de investimentos.
Com maior profundidade, o administrador financeiro, de acordo com Hoji
(2008, p.7), possui as seguintes funções típicas: “análise, planejamento e
controle financeiro; tomadas de decisões de investimentos e tomadas de
decisões de financiamentos”. Braga (1989) complementa que ainda existe uma
terceira área de decisão financeira: as decisões relativas à destinação do lucro.
2.2 PLANEJAMENTO
Neste tópico é conceituado o processo de planejamento, que representa
uma das principais funções administrativas.
Dentre os diversos autores da área, Hoji (2008) diz que o planejamento
consiste em:
[...] estabelecer com antecedência as ações a serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidos, estimando os recursos a serem utilizados e atribuindo as responsabilidades, para atingir os objetivos fixados.
Na mesma linha, Chiavenato (2004, p.194) define planejamento “como
uma função administrativa que estabelece objetivos e decide sobre os recursos
e tarefas necessários para alcançá-la adequadamente.” Ainda afirma que o
planejamento é um processo de determinar como a organização deverá ir para
onde ela quer chegar.
Já Oliveira (2002) relata que o planejamento se refere ao processo
desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo eficiente,
22
eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela
organização. O autor ainda comenta que o este processo envolve um modo de
pensar e conseqüentes indagações sobre o que fazer, como, quando, quanto,
para quem, por que, por quem e onde.
Da mesma forma, Chiavenato (2004, p.194) menciona que “planejar é
decidir antecipadamente aquilo que deve ser feito, como fazer, quando fazer e
quem deve fazer.” É o processo de estabelecer objetivos e cursos de ação
antes de tomar a decisão.
Além disto, Oliveira (2002, p. 37) aponta o propósito do planejamento
como:
[...] o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz.
É dentro deste contexto que o autor afirma que o exercício sistemático
do planejamento permite reduzir incertezas no processo decisório,
promovendo, assim, uma probabilidade maior para o alcance de desafios,
objetivos e metas que a empresa estabelece.
2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL
Após a conceituação do processo de planejamento, faz-se necessário
descrever os tipos existentes de planejamento. O autor Lere apud Lunkes
(2003, p.16) menciona que o planejamento pode ser distinguido em três tipos
distintos: o planejamento estratégico, tático e operacional.
Estes três tipos de planejamentos podem ser ilustrados na figura abaixo
como um planejamento integrado, já que segundo Oliveira (2002), o
planejamento estratégico isolado não é suficiente para alcance dos objetivos
organizacionais, uma vez que não envolve o desenvolvimento de ações
imediatas para sua operacionalização.
23
Fonte: Oliveira (2002, p. 47)
Configurando a estrutura de planejamento, pode-se conceituar em
primeiro passo o planejamento estratégico, que para Lunkes (2003) é definido
para um período de longo prazo, geralmente de cinco ou mais anos, que
normalmente traz poucas informações quantitativas. O autor afirma que o
planejamento estratégico:
(1)... decide para onde a empresa vai; (2) avalia o ambiente dentro do qual ela operará; e (3) desenvolve estratégias para alcançar o objetivo pretendido. Resumindo, o planejamento estratégico faz os gestores indicar a direção e o curso que a empresa tomará nos próximos anos (LUNKES, 2003, p.16).
Na mesma linha, Hoji (2008) define planejamento estratégico como
“planejamento de longo prazo, de responsabilidade dos altos níveis da
Administração, que procuram se antecipar a fatores exógenos e internos à
empresa, geralmente relacionados com as linhas de produtos ou mercados.”
Ainda complementa que o plano estratégico implica tomada de decisões
complexas por envolver um grande volume de recursos.
Figura 1 - Ciclo básico dos três tipos de planejamento
24
De outra maneira, Oliveira (2002, p.47) descreve o planejamento
estratégico como:
[...] o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada.
Com relação ao planejamento tático, Lunkes (2003) relata que este
provê objetivos mensuráveis para a empresa. Consiste em um conjunto de
diretrizes estratégicas de caráter qualitativo que irão orientar o
desenvolvimento do plano operacional. Neste sentido, Hoji (2008) aponta que o
plano tático tem a função de otimizar parte do foi planejado estrategicamente.
Além disto, o autor diferencia o planejamento tático do estratégico salientando
que possui um aspecto temporal mais curto.
Ainda nesta linha, Oliveira (2002, p.48) aponta que “... o planejamento
tático trabalha com decomposições de objetivos, estratégias e políticas
estabelecidos no planejamento estratégico.” O plano tático, segundo o autor, é
desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, o qual tem como principal
finalidade a utilização eficiente de recursos para consecução de objetivos
predeterminados.
Já o planejamento operacional, para Lunkes (2003) consiste num plano
detalhado das operações do dia-a-dia. E para Hoji (2008, p.417) este, “tem a
finalidade de maximizar os recursos da empresa aplicados em operações de
determinado período.” Por isto, os planos de ações, de acordo com Oliveira
(2002), devem conter detalhes como: recursos necessários para seu
desenvolvimento e implantação; procedimentos a serem adotados; produtos ou
resultados finais esperados; prazos estabelecidos; e definição dos
responsáveis para sua execução.
Conhecendo os conceitos de cada planejamento e suas relações, é
interessante abordar as principais diferenças entre os três tipos de
planejamento. O Quadro abaixo apresenta as principais divergências entre
planejamento estratégico, tático e operacional.
25
Nível
Empresarial
Nível de
Planejamento
Abrangência Extensão Grau de Incerteza
Institucional Estratégico A empresa
como uma
totalidade
Longo
Prazo
Elevado em face
das coações e
contingências que
não pode prever
Intermediário Tático Uma área
específica da
empresa
(como um
departamento
ou divisão)
Médio
Prazo
Limitação das
variáveis envolvidas
para reduzir a
incerteza e permitir
a programação
Operacional Operacional Uma tarefa ou
operação
específica
Curto Prazo Reduzido, graças à
programação e à
racionalização de
todas as atividades
Tabela 1 - Níveis de planejamento em termos de divisão do trabalho empresarial
Fonte: Chiavenato (2000, p.171)
2.4 PLANEJAMENTO FINANCEIRO
A partir do planejamento estratégico são feitos os planejamentos táticos
e operacionais, conforme mencionado no tópico acima. O planejamento
financeiro constitui um plano tático, o qual segundo Groppelli & Nikbakht (1999)
representa um processo de estimar o montante necessário de financiamento
para continuar as operações de uma empresa e de decidir quando e como a
necessidade de fundos seria financiada.
Para Braga (1989, p.230), o planejamento financeiro global compreende
“a programação avançada de todos os planos da administração financeira e a
26
integração e coordenação desses planos com os planos operacionais de todas
as áreas da empresa.”
O autor acrescenta que o processo de planejamento financeiro
compreende alguns passos, como: estimar os recursos necessários para os
planos operacionais da empresa; determinar o montante destes recursos e sua
forma de captação: capital próprio ou terceiros; identificar os melhores meios e
fontes para obtenção de recursos adicionais, quando forem necessários; e,
estabelecer o melhor método para aplicação dos recursos a fim de executar os
planos operacionais.
Na mesma linha de pensamento, Hoji (2008, p. 418) aponta que o
planejamento orçamentário visa:
[...] ao conhecimento antecipado de resultados e serve de guia para ações a serem executadas pelas unidades da empresa, definindo as responsabilidades pela gestão dos recursos e geração dos resultados de determinado período futuro.
Além de ser um guia, o planejamento financeiro, de acordo com Gitman
(2003) fornece diretrizes para orientar, coordenar e controlar as iniciativas da
empresa, de modo a atingir seus objetivos. Ross et al (1995, p.525) concorda
que o planejamento financeiro estabelece diretrizes de mudanças na empresa,
as quais devem incluir:
(1) a identificação das metas financeiras da empresa, (2) uma análise das diferenças entre essas metas e a situação financeira corrente da empresa, e (3) um enunciado das ações necessárias para que a empresa atinja suas metas financeiras.
Logo, a empresa que possui um procedimento confiável de estimativa de
necessidades de financiamento consegue impedir a falta de liquidez e
solvência, contribuindo, segundo Groppelli & Nikbakht (1999), para o sucesso
da organização.
Além disto, os autores afirmam que o bom resultado de uma empresa
não pode ser garantido meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das
vendas. Ela precisa ter um orçamento para estimar suas necessidades futuras,
culminando com decisões precisas e seguras sobre captação e destinação de
recursos.
27
Portanto o plano financeiro constitui uma ferramenta para orientar a
empresa nas suas atividades futuras, começando com planos estratégicos de
longo prazo (GITMAN, 2003). Estes por sua vez, norteam a formulação de
planos e orçamentos de curto prazo.
Neste sentido, Hoji (2008) discorre que a empresa deve adotar a
extensão do período do planejamento que for mais adequado com a sua
realidade. O autor destaca que o plano de curto prazo geralmente envolve um
ano ou um semestre e coincide com o exercício social da empresa. Já o
planejamento de longo prazo é feito para um prazo de até 10 anos, porém um
tempo muito longo gera muitas incertezas quanto ás condições políticas e
econômicas. Isto acaba provocando distorções nos resultados projetados à
medida que as operações vão se realizando.
Gitman (2003), por outro lado, lembra que o planejamento financeiro de
longo prazo é parte de uma estratégia integrada, que em conjunto com demais
planos da empresa, guiam-na para o alcance de seus objetivos estratégicos.
Para enfatizar esta afirmativa, Ross et al (1995, p.531) destaca que “sem
alguma espécie de plano financeiro de longo alcance, a empresa pode acabar
ficando à deriva num oceano de mudança sem um leme a guiá-la”.
Deste modo, Ross et al (1995, p.531) acrescenta que o planejamento
financeiro obriga a empresa a refletir sobre o futuro e prevê-lo, envolvendo os
seguintes passos:
1. Construir um modelo financeiro da empresa; 2. Descrever cenários distintos do futuro, do mais pessimista ao otimista; 3. Usar os modelos para preparar demonstrações financeiras projetadas; 4. Aplicar os modelos sob cenários diferentes (fazer análise de sensibilidade); 5. Examinar as implicações financeiras dos planos estratégicos resultantes.
2.5 ORÇAMENTO
Foram abordados, anteriormente, os conceitos de planejamento
financeiro de longo e curto prazo. Agora se faz necessário desenvolver o tema
orçamento, já que este, como sugere Lunkes (2003, p. 42) “traduz os planos de
28
longo prazo em um plano operacional anual”, e preocupa-se com a
implementação do programa aprovado pelo planejamento estratégico.
O orçamento, como assevera Sanvicente (1987, p.213) “representa a
expressão quantitativa, em unidades físicas, medidas de tempo, valores
monetários etc, dos planos elaborados para o período subseqüente.”
Para ilustrar esta relação entre o planejamento estratégico e o
orçamento, abaixo segue o fluxograma apresentado por Weston e Brigham
(2000, p.344) sobre o processo de planejamento financeiro:
Fonte: Weston e Brigham (2000, p.344)
Este fluxograma demonstra também a estrutura do processo
orçamentário, que para Brookson (2000, p.6) apud Lunkes (2003, p.39)
consiste em “um plano de atividades futuras. Ele pode assumir diversas
formas, mas normalmente reflete os departamentos e o conjunto da empresa
Figura 2 - Visão geral do planejamento financeiro e processos de controle
29
em termos financeiros, fornecendo as bases para se aferir o desempenho da
organização.”
O orçamento, ainda segundo Lunkes (2003, p.27), “é a etapa do
processo do planejamento estratégico em que se estima e determina a melhor
relação entre resultados e despesas para atender às necessidades,
características e objetivos da empresa no período esperado.”
O objetivo do orçamento, segundo Tung (1994, p.33) citado por Lunkes
(2003, p.39) “é atingir a maior eficiência nas diferentes atividades empresariais,
com base nos recursos aplicados.” Lunkes (2003, p.41) apud Brookson (2000,
p.09) apresenta os 6 principais objetivos do orçamento que estão descritos no
quadro abaixo:
Objetivos Descrição
PLANEJAMENTO Auxiliar a programar atividades de um modo lógico e
sistemático que corresponde à estratégia de longo prazo da
empresa.
COORDENAÇÃO Ajudar a coordenar as atividades das diversas partes da
organização e garantir a consistência dessas ações.
COMUNICAÇÃO Informar mais facilmente os objetivos, oportunidades e planos
da empresa aos diversos gerentes de equipes.
MOTIVAÇÃO Fornecer estímulo aos diversos gerentes para que atinjam
metas pessoais e da empresa.
CONTROLE Controlar as atividades da empresa por comparação com os
planos originais, fazendo ajustes onde necessário.
AVALIAÇÃO Fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo bem
vista suas metas pessoais e as de seu departamento.
Tabela 2 - Os seis objetivos principais do orçamento
Fonte: BROOKSON (2000, p. 9) apud Lunkes (2003, p.41)
2.6 ETRUTURA DO ORÇAMENTO
O orçamento abrange todas as áreas da empresa que necessitam de
algum tipo de recurso financeiro para continuar suas operações e atividades.
Por isso, a estrutura do orçamento, segundo Lunkes (2003, p. 27) “envolve a
30
elaboração de planos detalhados e objetivos de lucro, previsão de despesas
dentro da estrutura dos planos e políticas existentes e fixação de padrões
definidos de atuação para indivíduos com responsabilidades de supervisão”.
Abaixo segue o quadro orçamentário proposto por Lunkes (2003) que
apresenta o orçamento operacional e o orçamento financeiro. O primeiro visa à
aquisição e uso de recursos escassos, enquanto que o segundo concentra-se
em obter os meios para adquiri-los.
Fonte: Adaptado de Horngren, Foster e Datar (2000) apud Lunkes (2003, p.43)
Figura 3 - Estrutura básica do orçamento
31
2.6.1 Orçamento de vendas
O orçamento de vendas segundo o quadro acima representa a primeira
etapa do processo orçamentário. Para Moreira (2008, p.60) “o orçamento de
vendas é a peça básica de elaboração do orçamento, condicionando todo o
processo.”
A etapa de orçamento de vendas, conforme Lunkes (2003, p.54) “será a
base para todas as outras peças orçamentárias.” O autor afirma que nesta
etapa serão estimadas as quantidades de cada produto que a empresa planeja
vender e o preço praticado. Desta forma, será determinado o valor da receita
total, a vista ou a prazo, como também os demais dados para elaborar os
seguintes orçamentos de custos de fabricação, despesas de vendas,
distribuição e administrativas.
Além disto, Gitman (2003) destaca que com base na previsão de
vendas, o gerente financeiro consegue estimar o fluxo de entradas de caixa
mensal e também determinar o nível de ativos fixos exigidos e o montante de
financiamento necessário para apoiar sua produção.
Lunkes (2003, p.54-55) relata algumas ações que a organização deve
proceder para realizar o orçamento de vendas:
A primeira coisa a fazer quando estabelecer o orçamento de vendas é definir os fatores limitadores ou restrições. Portanto, é necessário proceder a um acurado diagnóstico de seu ambiente interno e externo, visando à identificação dos eventos internos e externos que podem interferir nas previsões de vendas da empresa. [...] Em seguida, procede-se a um exame minucioso dos objetivos determinados pela empresa, quando da elaboração do planejamento estratégico [...] posteriormente, é preciso realizar um exame detalhado das tendências do mercado [...] por último, identifica-se a opinião do pessoal de vendas sobre a aceitação dos produtos no mercado, prazo de recebimento, tendências e estimativas de futuras vendas.
A partir das etapas acima listadas, a empresa conseguirá obter
informações para elaboração do orçamento de vendas, que deverá ser preciso
e seguro, pois caso contrário, como ressalta Lunkes (2003), as outras
estimativas serão incertas.
32
O autor acrescenta que as previsões de vendas podem ser elaboradas e
classificadas por: produto, território, canal de distribuição, método de venda,
tipo de cliente, combinações de vendas, unidade e vendedor.
2.6.2 Orçamento de produção
O objetivo do orçamento de fabricação, conforme Lunkes (2003, p.58) “é
assegurar o nível de produção suficiente para atender a demanda de vendas.”
Para Moreira (2008, p.60) o orçamento de produção visa:
[...] informar às unidades organizacionais, relacionadas diretamente com o processo produtivo, as quantidades a serem produzidas para atender às necessidades de vendas e da política de estoques de produtos acabados, sendo base para a elaboração dos orçamentos relacionados com o custo de produção.
Seguindo este mesmo pensamento, Hoji (2008, p.432) assegura que “a
finalidade do orçamento de produção é de determinar a quantidade de produtos
que devem ser produzidos em função das vendas planejadas, considerando-se
as políticas de estoques de produtos acabados.”
O plano de produção, como se refere Lunkes (2003), envolve decisões
prévias ou análise dos seguintes fatores: capacidade de produção, política de
estoques, espaço de armazenamento, disponibilidade de matérias-primas e
mão-de-obra, prazo de entrega de materiais e determinação dos lotes de
produção.
Além disto, Lunkes (2003) cita que a fabricação não acompanha
necessariamente as vendas, por isso a empresa deve encontrar a melhor
maneira de equilibrar seu fluxo financeiro, ou seja, o prazo que dispõe para
pagar suas contas e o prazo que leva para receber os direitos pelas vendas
efetuadas.
2.6.3 Orçamento de matérias-primas
Com relação ao orçamento de matérias-primas, um dos componentes
dos custos de produção, Lunkes (2003, p.60) afirma que “o seu objetivo é
comprar os materiais no momento certo e ao preço planejado.”
33
Para Moreira (2008, p.69) “por meio desta peça orçamentária, a
administração tem condições de avaliar as necessidades físicas de cada tipo
de matéria-prima requerida pelos diversos produtos de sua linha.” Desta
maneira, se facilita a tomada de decisão sobre quantidades a serem fixadas na
política de estocagem, previamente definida.
O autor continua, afirmando que a empresa necessita de tal orçamento
como conseqüência de manter estoques de matérias-primas, e por isso deve
prover-se antecipadamente de recursos financeiros necessários. Neste sentido,
a empresa deve traçar uma política de compras para alcançar as metas
operacionais da administração.
Com relação à política de compras, Lunkes (2003, p.60) relata que estas
podem ser “... com um período de antecedência ou no processo Just in time,
com entregas quando necessário.”
Lunkes (2003, p.60) também define algumas etapas no processo de
elaboração do orçamento de matérias-primas:
determinação das quantidades de matérias-primas exigidas para o atendimento da fabricação e fornecimento das informações à área de compras;
estabelecimento das políticas de estocagem de matérias-primas;
elaboração do programa de suprimentos, além de informações sobre qualidade, desperdício, entre outros;
determinação do custo estimado das matérias-primas necessárias à fabricação, incluindo o plano de investimentos e informações à área financeira.
Por fim, Moreira (2008) sugere a divisão do orçamento de matérias-
primas em dois conjuntos: consumo e custos das matérias-primas e compras e
estoques. O primeiro, segundo o autor (2008, p.69) “demonstra as
necessidades de cada tipo de matéria-prima, bem como seus respectivos
custos, por período e para os diversos tipos de produtos acabados.” O segundo
refere-se na definição dos níveis de estocagem necessários para atingir as
metas planejadas de cada período, sendo estimados de acordo com as
necessidades de consumo e as condições operacionais, endógenas e
exógenas.
34
2.6.4 Orçamento de mão-de-obra direta
O orçamento de mão-de-obra direta, outra peça do orçamento de
fabricação, de acordo com Moreira (2008, p.81) “visa determinar, por produtos,
departamentos e períodos, a quantidade de horas de mão-de-obra direta e os
custos das horas trabalhadas, aplicadas diretamente à produção, em função
dos produtos a serem produzidos.”
Para Lunkes (2003, p.61) o objetivo macro do orçamento de mão-de-
obra direta consiste em “estimar a necessidade de recursos humanos,
recrutamento, treinamento, avaliação e especificação de tarefas, avaliação de
desempenhos, negociação com sindicatos e administração salarial.”
Os principais objetivos do orçamento de mão-de-obra direta são
enfatizados por Zdanowicks (1983, p.83-84) citado por Lunkes (2003, p.61):
[...] mensurar a quantidade de MOD, em termos de trabalho e, com base na quantidade e na qualidade de empregados necessários para atingir a fabricação planejada, estimar o custo de MOD de fabricação, para que os custos de produtos possam ser calculados; apresentar subsídios ao departamento de pessoal, para que este possa planejar as atividades de recrutamento, seleção e treinamento; proporcionar ao orçamento de caixa informações a respeito do desembolso necessário para o pagamento da MOD; e fornecer ao controle administrativo dados por centro de custos e o custo-padrão da MOD.
Enfim, Lunkes (2003) destaca que o orçamento de MOD representa em
valores o número de horas necessárias para produzir cada produto, que
multiplicado pelo valor hora dos empregados, gera o total de recursos
financeiros a serem desembolsados.
2.6.5 Orçamento de custos indiretos de fabricação
A última peça do orçamento de produção é o orçamento de seus custos
indiretos, os quais abrangem, conforme Moreira (2008, p.90) “os custos
decorrentes do processo produtivo que não podem ser identificados
diretamente com os respectivos produtos e devem ser agregados ao custo dos
produtos segundo algum critério de rateio.”
35
Dentre estes custos, que não podem ser classificados como mão-de-
obra direta ou matérias-primas, como declara Lunkes (2003), encontram-se:
custos de mão-de-obra indireta, depreciação, material de escritório, seguros,
aluguéis, serviços de terceiros, energia elétrica, água, entre outros.
Por fim, Lunkes (2003, p.62) complementa que “[...] O total do orçamento
de custos indiretos depende do comportamento individual dos demais custos e
do nível de fabricação.”
2.6.6 Orçamento de despesas com vendas e administrativas
No que se refere ao orçamento de despesas com vendas e
administrativas, Moreira (2008, p.110) discorre que este “envolve o
planejamento dos valores a serem despendidos na comercialização e nas
funções de apoio às atividades operacionais.”
Neste sentido, Lunkes (2003) define que estas despesas estão
relacionadas com os gastos necessários a gestão das operações de uma
empresa, podendo ser: ”... itens relacionados a pessoal, viagens, telefone,
correio, fax, material de escritório, depreciação dos bens de escritório, seguros,
taxas, energia elétrica, entre outros.” (LUNKES, 2003, p.64).
Hoji (2008, p.458) faz uma distinção entre o orçamento de vendas e
administrativas, no qual o primeiro “... visa dimensionar os recursos
necessários para dar suporte às vendas orçadas”, e o segundo “... tem a
finalidade de determinar os recursos que serão despendidos com a gestão da
empresa.”
2.6.7 Projeção dos demonstrativos contábeis
A projeção dos demonstrativos contábeis reúne todas as demais peças
orçamentárias. De acordo com Moreira (2008, p.182):
[...] as demonstrações financeiras projetadas permitem avaliar os efeitos que as metas operacionais traçadas pela administração exercerão sobre a situação patrimonial da empresa, ou seja, sobre os ativos, as exigibilidades e o patrimônio líquido.
36
Após serem elaborados todos os orçamentos, pode-se determinar o
lucro do período, que segundo Lunkes (2003, p.65) “todas as receitas e
despesas geradas em cada peça orçamentária são reunidas para projetar o
resultado.” O autor continua dizendo que “[...] essa projeção permite a análise e
a avaliação dos resultados que foram alcançados mediante o planejamento.”
Dentre as projeções contábeis, a projeção de demonstração do
resultado, conforme Hoji (2008) representa um dos itens mais importantes do
orçamento, visto que reflete o resultado final das operações. Além desta, existe
a projeção do Balanço Patrimonial, que segundo Sanvicente (1987, p.223),
constitui “... as projeções de aplicações em ativos, necessários para a obtenção
do desempenho desejado, juntamente com as projeções do seu
financiamento.” O autor acrescenta que o Balanço Patrimonial demonstra a
posição financeira da empresa ao final do exercício orçamentário.
Lunkes (2003, p.65) dispõe sobre como projetar a Demonstração do
Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial:
A demonstração do resultado do exercício projetada é elaborada com base nos orçamentos operacionais auxiliares, como: orçamento de vendas, orçamento de fabricação e orçamento de despesas operacionais [...] o balanço patrimonial projetado poderá ser projetado e apresentado na forma de comparabilidade entre o exercício financeiro encerrado no ano anterior e o orçado.
2.6.8 Orçamento de investimentos
Neste tópico será detalhado o processo de orçamento de investimentos
de acordo com alguns autores da área.
O plano de investimentos, conforme Moreira (2008, p.48) tem por
função:
[...] detalhar os investimentos planejados, especialmente os de ampliação do Ativo Permanente da empresa, que visam atingir as metas de produção e vendas fixadas para o futuro, as quais dependem da existência da capacidade de produção.
Neste âmbito, faz-se necessário descrever o que são considerados
investimentos. Para Lunkes (2003) investimentos são aquelas despesas que
37
tenham caráter de melhoria ou reposição da capacidade produtiva ou de
prestação de serviços. Moreira (2008) complementa que investimentos podem
ser novas máquinas, construções, veículos, equipamentos, móveis, aquisição
de participação acionária de outras empresas, entre outros.
Por isso, Lunkes (2003, p.66) afirma que “o gerenciamento dos
investimentos é fundamental para o desenvolvimento e o atingimento das
metas orçamentárias.” Ainda aponta que os investimentos vão determinar o
crescimento futuro da empresa, e, se forem mal aplicados comprometerão a
sobrevivência da empresa no longo prazo. Para Lunkes (2003, p.68) “os
investimentos devem estar alinhados com a estratégia global da empresa.”
O autor também destaca que o processo de orçamento de investimentos
deve ser criterioso, já que envolve o comprometimento considerável de
recursos financeiros que condicionam o desempenho da empresa durante
longo tempo. As decisões tomadas geralmente são irreversíveis, sendo que um
erro na projeção das necessidades de ativos, como cita Weston e Brigham
(2000) pode gerar várias conseqüências.
Caso a empresa invista a mais em ativos, incorrerá desnecessariamente
em pesadas despesas. Entretanto, conforme os autores, se ela não gasta o
suficiente em ativos imobilizados, seu equipamento pode torna-se ineficiente
para atender a demanda de mercado, o que pode gerar perda de parte de seus
clientes para empresas rivais. Além disto, os autores mencionam que a
empresa poderá reduzir sua competitividade, já que a reconquista de clientes
perdidos exige pesados desembolsos com vendas e reduções de preços.
Diante deste cenário, é essencial que se defina uma forma eficiente e
eficaz de gerenciar e avaliar investimentos. Lunkes (2003, p.67) coloca que:
“[...] A forma mais adequada para se gerenciar e controlar investimentos é a
administração por projetos. Cada projeto terá um objetivo específico, e para
tanto receberá recursos e terá um co-gestor responsável pela execução.”
Weston e Brigham (2000, p.530) mencionam que existem 5 métodos
para avaliar os projetos e decidir quais devem ser aceitos. Os métodos são:
“(1) período de payback; (2) payback descontado; (3) valor presente líquido
38
(VPL); (4) taxa interna de retorno (TIR); e (5) taxa interna de retorno modificada
(TIRM)”.
Por último, Lunkes (2003) salienta que o objetivo de estabelecer um
orçamento para investimentos consiste no fato deste proporcionar a redução de
custos e melhorar a eficiência operacional e administrativa da organização.
2.6.9 Orçamento de caixa
Vários são os autores que conceituam o orçamento de caixa. Dentre
eles, Moreira (2008, p.133) define o orçamento de caixa como:
A peça orçamentária que consolida todas as movimentações de caixa, relacionadas aos diversos tipos de receitas e despesas, incluindo os aportes de capital e as aplicações de fundos que visam a execução dos projetos de expansão das atividades da empresa.
Nesta mesma linha, Padoveze apud Lunkes (2003, p.71) assevera que o
orçamento de caixa “é a peça orçamentária que junta todos os orçamentos
particulares, traduzindo-se num resumo de todo o orçamento operacional e
adicionando-se às peças orçamentárias do orçamento financeiro e de
investimentos.”
Dentre as finalidades do orçamento de caixa, Moreira (2008, p.133)
afirma que este:
possibilita antever a necessidade de disponibilidade para suprimento e aplicações de recursos, a fim de evitar altos custos com a tomada de recursos em situação de emergência, como também maximizar as receitas que fundos disponíveis geram se forem bem aplicados.
O orçamento de caixa pode ainda, de acordo com Lunkes (2003),
auxiliar a empresa a equilibrar o caixa, identificando deficiências monetárias
previamente, o que pode levar a empresa a buscar empréstimos a juros
menores, como também a estimar os excessos de recursos, permitindo projetar
investimentos com certa antecedência.
Com relação ao objetivo do orçamento de caixa, Lunkes (2003, p.71)
estabelece que “é assegurar recursos monetários suficientes para atender às
operações da empresa estabelecidas nas outras peças orçamentárias.”
39
Zdanowickz apud Lunkes (2003, p.71) complementa:
O objetivo do orçamento de caixa é proporcionar o levantamento dos recursos financeiros necessários para a execução do plano geral de operações e, também, da realização das transações monetárias da empresa.
A preparação do orçamento de caixa, como aborda Lunkes (2003) pode
ser feita através do fluxo de caixa em que são relacionadas às entradas e
saídas de caixa previstas. Esta projeção é útil para indicar excessos ou
necessidades de fundos, como melhor coordenar e controlar a posição
financeira.
2.7 ANÁLISES FINANCEIRAS
Outro tópico a ser abordado nesta revisão diz respeito às análises
financeiras. Dentre os vários autores que abordam o assunto, Groppelli &
Nikbakht (1999) afirmam que existem vários meios de avaliar o desempenho de
uma empresa, e que um deles consiste na análise dos demonstrativos
financeiros.
Os autores continuam, discorrendo que o propósito da análise financeira
através dos demonstrativos contábeis, é auxiliar os administradores a
realizarem um planejamento sólido. A partir das análises destes
demonstrativos, a empresa pode focalizar pontos fracos nas operações
financeiras e tomar medidas saneadoras.
Além disto, Groppelli & Nikbakht (1999, p.400) contribuem que:
Através da análise desses demonstrativos é que os administradores podem estabelecer uma maneira mais efetiva de alocação de fundos e recursos. Eles também podem controlar a direção futura das operações da empresa e ajudar a maximizar sua riqueza.
A análise de balanços, para Hoji (2008) auxilia a empresa na análise de
sua situação patrimonial e financeira. O autor ainda descreve que este tipo de
análise é considerada uma arte, já que mesmo utilizando técnicas matemáticas
e estatísticas, cada analista produzirá um relatório diferente, dependendo de
40
sua formação, conhecimentos técnicos e teóricos, além da experiência no
ramo.
Seguindo esta mesma linha de pensamento, Braga (1989, p.140)
também concorda que a análise financeira é uma arte, visto que ”... reúnem
conhecimentos teóricos, experiência prática e, sobretudo, sensibilidade,
argúcia, empenho e bom-senso.”
Os elementos das demonstrações contábeis, para o autor, permitem
avaliar a evolução econômico-financeira da empresa, de certo período no
passado até o presente, e podendo até inferir sobre o futuro.
Quanto à finalidade da análise financeira, Sanvicente (1987) aborda que
existem vários motivos e que esta poderá se referir ao passado, presente ou
futuro em termos de situação e desempenho da empresa estudada. Além disto,
o autor lembra que apesar das demonstrações se referirem a eventos já
ocorridos não significa que a empresa não possa fazer análises sobre balanços
e demonstrações projetadas, definindo índices futuros.
Em suma, a análise por meio de demonstrações contábeis, segundo
Assaf e Lima (2009), permite que os administradores avaliem as decisões
tomadas com base em dados retrospectivos, e auxilia na tomada de decisões
futuras que gere reflexos positivos na liquidez, estrutura patrimonial e
rentabilidade de uma empresa.
2.7.1 Análise horizontal e vertical
A análise das demonstrações contábeis pode ser realizada por meio da
aplicação de técnicas de Análise Horizontal e Vertical.
Dentre os autores da área, Hoji (2008, p.281) apresenta o conceito de
análise vertical como “aquela que facilita a avaliação da estrutura do Ativo e do
Passivo, bem como a participação de cada item da Demonstração de
Resultado na formação do lucro ou prejuízo.”
No mesmo âmbito, Braga (1989, p.145-147) discorre:
41
No Balanço, a análise vertical fornece indicadores que facilitam a avaliação da estrutura do ativo e das suas fontes de financiamento. [...] A análise vertical da Demonstração do Resultado possibilita avaliar a participação de cada elemento na formação do lucro ou prejuízo do período. [...] O confronto das análises verticais realizadas em diferentes datas permite aferir as alterações estruturais ocorridas na posição econômico-financeira da empresa.
Ainda com relação à análise vertical, Sanvicente (1987) adiciona que
esta passa a se preocupar com a participação relativa de cada item no total,
mais precisamente, com a composição percentual de uma demonstração.
Com relação à análise horizontal, Hoji (2008, p.281) enfatiza que esta
“[...] tem a finalidade de evidenciar a evolução dos itens das demonstrações
contábeis, por períodos.” Na mesma linha, Braga (1989, p.143) complementa
que “pode-se avaliar a evolução de cada elemento patrimonial e de resultado
ao longo de diversos períodos sucessivos.”
A utilidade destas duas análises reside, para Sanvicente (1987, p.173)
“na possibilidade de comparação dos resultados obtidos com algum outro
indicador.” Além disto, o autor afirma que a evolução de um item pode ser
comparada com a de outro, ressaltando a relação existente entre ambos. Como
exemplo, Sanvicente (1987, p.173) cita: ”o custo dos produtos vendidos e
estoque de produtos acabados. O crescimento mais rápido deste último pode
refletir um investimento excessivo em estoques, imobilizando recursos que
poderiam ser aplicados em outras áreas.”
Em conformidade, Braga (1989) fala que, isoladamente, essas duas
técnicas podem induzir a erros de análise ou mascarar fatos importantes.
Enquanto que em conjunto, essas duas formas de avaliação financeira se
complementam, permitindo identificar elementos essenciais para uma análise
mais profunda e adoção de medidas corretivas.
Em suma, Assaf e Lima (2009) revelam que o estudo da estrutura dos
ativos e passivos, assim como da evolução patrimonial e de resultados ao
longo do tempo, é de grande importância para o processo de análise
econômico-financeira de uma empresa. A análise vertical e horizontal deve ser
um procedimento inicial para a avaliação do desempenho da empresa, que
deverá conter posteriormente outras análises.
42
2.7.2 Índices financeiros
Outra forma de analisar e interpretar os demonstrativos financeiros
consiste na elaboração de índices financeiros. Groppelli & Nikbakht (1999,
p.408) enfatizam que “essa análise pode servir como uma base para o
planejamento financeiro e fornecer um instrumento para monitorar o
desempenho.”
A técnica da análise por meio de índices, como alega Hoji (2008, p.282),
“consiste em relacionar contas e grupos de contas para extrair conclusões
sobre tendências e situação econômico-financeira da empresa.” E ainda,
podem-se classificar tais índices e compará-los com empresas concorrentes,
definindo a situação em ótima, boa, satisfatória ou deficiente.
Braga (1989) também faz referência aos índices financeiros, os quais
além de comparações com o passado e com empresas do mesmo ramo,
devem ser analisados pelas demonstrações financeiras projetadas no
orçamento anual. Isto permite analisar se o que foi estabelecido e planejado
corresponde ao desempenho efetivo da organização.
Além disto, o autor menciona que os índices também podem ser
comparados com índices-padrão, estabelecidos por empresas do mesmo ramo
de negócios ou do setor de atividades que a empresa pertence.
A análise financeira pode ser utilizada por vários stakeholders. No que
diz respeito ao assunto, Groppelli & Nikbakht (1999) citam os investidores, os
credores, os dirigentes e os analistas. Os investidores consultam índices para
avaliar o desempenho e o crescimento da empresa, e determinar o nível de
satisfação com o retorno dos recursos aplicados. Já os bancos analisam a
concessão de crédito e, em caso positivo, qual o seu valor.
Os credores, de acordo com Groppelli & Nikbakht (1999, p.408)
“preocupam-se quando uma empresa não gera lucros suficientes para fazerem
pagamentos periódicos de juros sobre as dívidas existentes.” Enquanto que os
analistas de títulos monitoram os índices em diferentes empresas para detectar
pontos fortes e fracos destas.
43
Os dirigentes, para Groppelli & Nikbakht (1999, p.409):
[...] usam os índices financeiros para monitorar as operações, assegurando-se de que suas empresas estão usando os recursos disponíveis efetivamente e para evitar a insolvência. A idéia é descobrir se a posição financeira e operacional da empresa está melhorando com o tempo e se seus índices globais estão melhores ou piores dos concorrentes.
Embora exista uma variedade de índices financeiros, eles geralmente
são classificados em cinco categorias principais, como mencionam Groppelli &
Nikbakht (1999, p.409):
Índices de liquidez;
Índices de atividade;
Índices de endividamento;
Índices de rentabilidade;
Índices do mercado de ações.
Os índices explanados nesta revisão bibliográfica são os de liquidez, de
atividade, endividamento e rentabilidade. Os índices de liquidez, em geral,
segundo Groppelli & Nikbakht (1999, p.409) “testam o grau de solvência da
empresa. [...] O grau de liquidez de um ativo depende da rapidez com que ele é
transformado em caixa sem incorrer em perda substancial.” O importante é
saber se a empresa conseguirá gerar caixa suficiente para honrar seus
compromissos. Para isto existem alguns índices que medem a capacidade da
empresa em gerar caixa, os quais serão abordados nesta revisão: índice de
liquidez imediata, liquidez seca, liquidez corrente e liquidez geral.
O índice de liquidez imediata para Hoji (2008, p.288) ”indica quanto a
empresa possui de recursos imediatamente disponíveis para liquidar
compromissos de curto prazo”. Braga (1989, p.156) complementa que:
[...] o índice de liquidez imediata expressa o quociente entre as disponibilidades e o Passivo Circulante. Se muito alto, este índice evidenciaria excesso de recursos parados no caixa ou aplicados no open market, ou então baixo volume de dívidas a curto prazo. Em qualquer hipótese, mais do que alta liquidez, isto representaria má gestão dos recursos financeiros e do potencial de crédito da empresa.
Já o índice de liquidez seca como relatam Groppelli & Nikbakht (1999,
p.410):
44
[...] determina se uma empresa poderia cumprir com suas obrigações passivas, se as vendas caíssem drasticamente. [...] O índice elimina a categoria de circulantes menos líquidos, que são os estoques, e concentra-se em ativos mais facilmente convertíveis em caixa.
Para Groppelli & Nikbakht (1999, p.409-410), o índice de liquidez
corrente:
[...] é a relação entre o ativo circulante e o passivo circulante. [...] Indica, aproximadamente, a margem de segurança disponível para a empresa satisfazer as dívidas de curto prazo. [...] O índice de liquidez corrente nem sempre mede a verdadeira liquidez de uma empresa.
E o índice de liquidez geral mede, segundo Braga (1989, p.156), “a
proporção dos bens e direitos a serem realizados a curto e longo prazos em
relação às dívidas totais.”
Os índices de atividade, de acordo com Groppelli & Nikbakht (1999,
p.411) “determinam a rapidez com que uma empresa pode gerar caixa se
surgir a necessidade. Evidentemente quanto mais rápido uma empresa puder
converter os estoques e contas a receber em caixa, melhor para ela.”
Dentre os índices de atividade, os que serão descritos neste relatório
são: giro dos estoques totais, prazo médio de estocagem, prazo médio de
recebimento, prazo médio de pagamento, além do ciclo operacional e
financeiro.
O giro dos estoques totais identifica, para Assaf e Lima (2009), o número
de vezes que os estoques giram (renovam-se) no ano considerado. Ele é
obtido ao dividir-se 360 (dias) pelo prazo médio de estocagem.
Para Hoji (2008, p.290):
As empresas procuram aumentar o giro dos estoques, pois, quanto mais rápido vender o produto, mais o lucro aumentará. Esse raciocínio é válido desde que a margem de contribuição seja positiva e o aumento do giro não implique “custos extras” em volume superior ao ganho obtido pelo aumento do giro.
O prazo médio de estocagem “indica o tempo médio necessário para a
completa renovação (venda) dos estoques da empresa.” (ASSAF E LIMA,
2009, p.225).
É importante ressaltar quanto ao prazo médio de estocagem, segundo
Assaf e Lima (2009, p.225):
45
Quanto maior for esse índice, maior o prazo em que os diversos produtos permanecerão estocados e, em conseqüência, mais elevadas serão as necessidades de investimentos em estoques. Esse indicador mede a eficiência com que os estoques são administrados e a influência que exercem sobre o retorno global da empresa. [...] Um prazo maior de estocagem acarreta a necessidade de maiores investimentos no ativo, constituindo, em conseqüência, um fator redutor do seu retorno.
Já o prazo médio de recebimento ou de cobrança, assim denominado
por Assaf e Lima (2009, p.226):
Revela o tempo médio de que a empresa dispõe para receber suas vendas a prazo. [...] Ressalte-se que a empresa deve abreviar, sempre que possível, o prazo de recebimento de suas vendas. Com isso, pode manter recursos disponíveis para outras aplicações mais rentáveis por prazos maiores, e elevar o giro de seus ativos, o que determina maior rentabilidade. [...] Uma dinamização maior dessas operações depende da necessidade de liquidez imediata da empresa.
Outro indicador referenciado por Assaf e Lima (2009, p.226), o prazo
médio de pagamento:
Revela o tempo médio (expresso em meses ou dias) que a empresa tarda em pagar suas dívidas (compras a prazo) de fornecedores. [...] Desde que os encargos atribuídos às compras a prazo não excedam a taxa inflacionária verificada, torna-se atraente à empresa apresentar um prazo de pagamento mais elevado. Com isso, a empresa pode financiar suas necessidades de capital de giro com recursos menos onerosos.
O ciclo operacional, para Assaf e Silva (1995, p.19) “se inicia na
aquisição da matéria-prima para produção – caso de uma empresa industrial –
e se finaliza no recebimento pela venda do produto final.” Consiste na soma
dos prazos médios de estocagem, de produção, venda e recebimento e
representa o intervalo em que não ocorrem entradas financeiras na empresa,
demandando-se capital para financiá-lo. Quanto mais longo for este período,
maior será a necessidade de recursos para financiar o giro da empresa.
Já o ciclo financeiro, de acordo com Assaf e Silva (1995, p.22):
[...] mede exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido entre o desembolso inicial de caixa (pagamento de materiais a fornecedores) e o recebimento da venda do produto. Em outras palavras, representa o intervalo de tempo que
46
a empresa irá necessitar efetivamente de financiamento para suas atividades.
De outro lado, os índices de endividamento ou estrutura de capital,
indicam, para Hoji (2008, p.285) “o grau de dependência da empresa com
relação a capital de terceiros e o nível de imobilização do capital. Quanto
menor o índice, melhor.”
Todavia, Braga (1989) apresenta uma informação relevante ao
mencionar que não se pode concluir que a empresa esteja em boa situação
porque apresentou índices baixos de endividamento. A empresa deve
considerar que estes indicadores são observados em dado momento e que
outros aspectos dinâmicos que afetam a liquidez não são captados por essas
inter-relações.
Braga (1989, p.155) também lembra que:
[...] uma empresa certamente não estará com uma situação financeira confortável se apresentar elevada participação de recursos de terceiros em relação ao capital próprio e ao ativo total, com predominância de dívidas de curto prazo nas exigibilidades totais, e com elevada imobilização dos seus recursos permanentes.
Os indicadores de endividamento são: capital de terceiros sobre capital
próprio, imobilização do capital próprio, endividamento geral e composição do
endividamento.
O índice de capital de terceiros sobre capital próprio, como discorre
Braga (1989, p.155) “revela quanto a empresa possui de dívidas em relação
aos recursos pertencentes aos acionistas.”
De outro lado, a imobilização do capital próprio, representa para Hoji
(2008, p.286) “a parcela dos recursos próprios investidos no Ativo
Permanente”, ou como acrescenta Braga (1989, p.155), “[...] investidos em
ativos cuja maturação financeira é muito longa. [...] Um alto grau de
imobilização compromete a liquidez da empresa.”
A taxa de endividamento geral aponta, conforme Braga (1989, p.155):
[...] a dependência de recursos de terceiros no financiamento dos ativos. Este índice está estreitamente ligado à relação Capital de Terceiros/Capital Próprio, constituindo outro ângulo de visão do
47
mesmo problema. Elevadas proporções nestes índices revelam que a empresa se encontra excessivamente endividada.
E a composição do endividamento mostrará segundo Braga (1989,
p.155):
[...] se existe ou não excesso de dívidas a curto prazo sobre as exigibilidades totais. Subtraindo esse índice de 100% (ou de 1,0), encontra-se a participação de dívidas de longo prazo. Uma participação muito elevada de dívidas a curto prazo pode indicar iminente aperto financeiro.
E por fim, os índices de rentabilidade medem, conforme Hoji (2008,
p.292) “quanto estão rendendo os capitais investidos. São indicadores muito
importantes, pois evidenciam o sucesso empresarial.” A análise da
rentabilidade, para Groppelli & Nikbakht (1999, p.417) “começa com exame da
maneira pela qual os ativos foram empregados.” Além disto, as taxas de
retorno de qualquer firma são importantes se os seus diretores esperam atrair
investimentos e buscar financiamentos bem sucedidos para o crescimento da
empresa.
Dentre os indicadores de rentabilidade, a margem bruta consiste “em
quanto a empresa obtém de Lucro bruto para cada R$ 1,00 de Receita líquida.”
(HOJI, 2008, p.293). Ela indica, para Braga (1989, p.163) ”a porcentagem
remanescente da receita operacional líquida após a dedução do custo das
vendas.”
A margem operacional, por outro âmbito, como afirma Braga (1989,
p.164) expressa:
[...] percentualmente aquilo que restou da receita operacional líquida após deduzir as despesas operacionais. É importante ressaltar que esta margem corresponde ao ganho puro das operações, pois nela não são computadas as despesas e receitas financeiras e tampouco o imposto de renda.
Já Braga (1989, p.164) define a margem líquida como “aquela que
revela o percentual da receita operacional líquida que sobrou após serem
deduzidas todas as despesas e computados os resultados não operacionais, a
provisão para o imposto de renda e as participações estatutárias.”
48
E de outra perspectiva a taxa de retorno sobre o capital próprio ou sobre
o Patrimônio Líquido (ROE), como se referem Groppelli & Nikbakht (1999,
p.419), “mede a taxa de retorno para os acionistas. Em geral, maior o retorno,
mais atrativa é a ação.”
Já a taxa de retorno sobre o investimento (ROI) é utilizada como:
[...] um meio conveniente de medir os efeitos combinados da margem líquida e o do giro do ativo total. O propósito desta fórmula é comparar a forma de a empresa gerar lucro, e a maneira de ela usar seus ativos para gerar vendas. Se os ativos são usados efetivamente, o lucro (ROI) será alto; de outra forma, ele será baixo (GROPPELLI & NIKBAKHT, 1999, p.420). .
E o Mark-up global “corresponde à taxa de acréscimo sobre o custo das
vendas para se chegar à receita operacional líquida.” (BRAGA, 1989, p.163).
Em suma, pode-se dizer que “monitorando as variações desses índices,
os administradores podem identificar pontos fortes ou fracos e, assim, tomar as
medidas corretivas apropriadas.” (GROPPELLI & NIKBAKHT, 1999, p.426).
2.8 CONTROLE FINANCEIRO
Outro assunto deste relatório compreende o controle financeiro, que
também consiste em uma das funções administrativas. Por isso, faz-se
necessário, primeiramente, conceituar a função controle, para depois abordá-la
no âmbito financeiro.
Oliveira (2002, p.267) traz uma definição ampla de controle,
conceituando como:
Uma função do processo administrativo que, mediante a comparação com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de forma que possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em funções do processo administrativo, para assegurar que os resultados satisfaçam às metas, aos desafios e aos objetivos estabelecidos.
Além disto, Sanvicente (1987) ressalta que a elaboração de planos e
orçamentos para um período futuro contribui para a realização mais eficaz dos
49
objetivos da empresa, no entanto, sem uma forma de controle, o planejamento
não será adequado. Ele continua, destacando que não há muito sentindo em
se elaborar planos para todas as unidades sem que haja um acompanhamento
apropriado do progresso das metas e objetivos destes planejamentos.
Ao enfatizar esta inter-relação entre planejamento e controle, Braga
(1989, p.230) menciona que:
O planejamento é necessário para a fixação de padrões e metas. O controle permite obter informações com rapidez, comparar os planos com os desempenhos reais e fornecer um meio para a realização de um processo de feedback no qual o sistema pode ser transformado para que se atinja uma mais perfeita atuação.
Dessa forma, o autor salienta que o controle financeiro é desenvolvido
pelo acompanhamento do planejamento financeiro global, empregando-se
técnicas de análise e mediante investigação das causas das variações
orçamentárias e medidas corretivas.
Dentre as formas de controle financeiro, o controle orçamentário, para
Sanvicente (1987, p.212) consiste:
[...] na emissão de relatórios comparando e avaliando constantemente os resultados reais alcançados durante o período de execução dos planos, tendo em vista o que estes últimos previam ou programavam, e gerando medidas corretivas onde se fizerem necessárias.
Sobretudo, como se refere Hoji (2008), o orçamento além de ser um
instrumento de planejamento é uma importante forma de controle. O orçamento
não possui utilidade e não será eficaz se a empresa não exercer medidas de
acompanhamento e revisão dos resultados.
Sanvicente (1987) afirma que no processo de controle orçamentário, os
resultados alcançados e registrados devem ser comparados a uma medida
desejável e expresso através dos planos orçamentários de receitas, despesas
e recursos. Portanto, é um procedimento constante de geração de informações
para a administração tomar medidas corretivas quando necessário.
Por isto, controlar neste contexto, como relata Hoji (2008, p.418),
“significa acompanhar a execução de atividades e comparar periodicamente o
desempenho efetivo com o planejado.” E mais além, a função controle deve
50
permitir a geração de informações para decisões eficientes e correção dos
desvios ocorridos nas operações.
Uma forma de exercer o controle orçamentário consiste na utilização de
relatórios, que ao estabelecer sua importância, Sanvicente (1987, p.231-232)
aponta:
[...] os relatórios de controle devem conter a comparação entre os valores planejados ou orçados para o período coberto pelo relatório e os valores realmente observados. [...] O relatório deve conter uma outra informação importante: as diferenças entre os dois conjuntos de dados (variações orçamentárias), apuradas por um mecanismo simples de subtração, mas passíveis de análise aos seus componentes. [...] Os relatórios devem ser preparados para períodos parciais. [...] É interessante, por isso, que o relatório de um mês qualquer contenha os valores orçados e reais do mês a que se refere, bem como as diferenças do mês, pois esse é o período do relatório. Mas também é recomendável que esses mesmos valores sejam apresentados em termos acumulados, isto é, indicando o valor orçado e realizado desde o início do exercício orçamentário até o último dia do mês do relatório.
Por fim, para que o controle orçamentário seja eficaz, a empresa
necessita providenciar algumas condições, que Goudeket (2001, p.09) apud
Lunkes (2003, p.32) apresenta no chamado “Dez Mandamentos do Controle
Orçamentário”:
A direção da empresa deve considerar o controle orçamentário como essencial; Os executivos responsáveis devem sentir entusiasmo pelo controle orçamentário; O controle orçamentário é, em grande parte, um problema psicológico. Ignorar esse aspecto é abrir caminho para o insucesso; Antes de implantar o sistema, é essencial realizar uma análise crítica da organização. Depois da implantação do sistema de controle orçamentário, ela deverá ser repetida a intervalos regulares de tempo; Deve haver um empregado responsável para cada orçamento parcial; Cada tarefa determinada no orçamento deve ter relação causal com as atividades da empresa; O controle orçamentário deve ser integral, isto é, deve abranger todas as atividades da empresa; O controle orçamentário é essencial quando se quer proporcionar à direção da empresa uma base sólida para descentralizar a autoridade e as responsabilidades. Determinando e controlando tarefa e estabelecendo preços; Sozinho, o orçamento é estéril. Mas, em conjunto com o controle orçamentário, sempre alcança o objetivo colimado: uma administração eficiente;
51
Para completar o controle orçamentário, é necessária a observação estatística.
52
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A presente pesquisa foi caracterizada, com relação ao objetivo, em
exploratória e descritiva. Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como
principal objetivo o aprimoramento de idéias ou descoberta de intuições, e,
serve para proporcionar maior familiaridade com o tema em questão. Já a
pesquisa descritiva, conforme Gil (2002) tem como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno.
Com relação ao procedimento técnico, o presente estudo foi realizado no
modelo de estudo de caso, que de acordo com Gil (2002, p.54) “consiste no
estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita
seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante
outros delineamentos já considerados.”
O estudo foi delimitado dentro da modalidade “Estudo de Caso
Avaliativo”, indicada no Regulamento de Estágio Supervisionado da ESAG
(2008, p. 18), que segundo este consiste em uma:
[...] análise aprofundada e avaliação do objeto/situação/fenômeno estudado com o propósito de gerar propostas de mudança, aprimoramento de programas ou processos organizacionais, indicadores para tomada de decisões ou ações que contribuam para a solução de problemas humanos e sociais.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população do objeto de estudo foi composta pelas pessoas da
empresa que tenham alguma participação no desenvolvimento das atividades
financeiras, especificamente sobre a análise, planejamento e controle
financeiro.
53
3.3 TÉCNICAS DE COLETA E DE TRATAMENTO DOS DADOS
As técnicas de coleta de dados que foram utilizadas na pesquisa são: a
entrevista estruturada, pesquisa documental e bibliográfica e a observação.
A entrevista estruturada segundo Marconi & Lakatos (1990, p.85) “É
aquela em que o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido; as
perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas”. Portanto, é importante a
entrevista estruturada na pesquisa, pois assim viabiliza buscar informações
mais especificas para o tema proposto.
A observação, segundo Ruiz (1996, p.53) “É aplicar a atenção a um
fenômeno ou problema, captá-lo, retratá-lo tal como se manifesta”. Será
importante, pois através da observação pode-se buscar as informações gerais
do tema proposto.
A pesquisa de documentos e bibliográfica conforme Gil (2002, p.45) “A
pesquisa Bibliográfica se utiliza fundamentalmente da contribuição dos diversos
autores sobre determinado assunto e a pesquisa documental vale-se de
materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem
ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa”. São duas técnicas
importantes para a pesquisa, pois junto elas se complementam e
conseqüentemente contribuem para o resultado do tema proposto.
Quanto ao tratamento dos dados, foram feitas análises qualitativas, que
proporcionaram informações relevantes para descrever e diagnosticar os
processos estudados.
54
4 DESCRIÇÃO DOS ATUAIS MÉTODOS DE ANÁLISE, PLANEJAMENTO E
CONTROLE FINANCEIRO DA INFOMÁQUINAS
Neste tópico são descritos e analisados os processos da área financeira
da InfoMáquinas , no que se refere às funções de análise, planejamento e
controle.
Com o auxilio do referencial teórico desde relatório, foi possível realizar
uma análise crítica dos processos mencionados, cujo fim destina-se a obter um
diagnóstico acurado para proposição de melhorias a gestão financeira da
empresa.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR FINANCEIRO DA ORGANIZAÇÃO
Primeiramente faz-se necessário descrever a atual configuração do setor
financeiro da empresa, o qual está subdividido entre os seguintes processos:
contas a receber; contas a pagar; análise, planejamento e controle; e fiscal.
A área possui quatro colaboradores, que dividem suas funções entre os
processos mencionados, dos quais se tem o diretor de recursos – o qual
abrange a diretoria financeira – a coordenadora e duas analistas financeiras.
Abaixo segue fluxograma da área.
Os processos que serão abordados neste relatório se encaixam dentro
da área de análise, planejamento e controle financeiro, na qual estão inclusas
as atividades de gestão orçamentária; análises de relatórios e indicadores
financeiros; e controle financeiro, abordadas no tópico de revisão bibliográfica.
55
Figura 4 - Fluxograma Financeiro
4.2 ANÁLISE FINANCEIRA
A análise financeira tem o objetivo de avaliar o desempenho geral de
uma empresa, e fornecer informações suficientes e adequadas para tomada de
decisões eficientes. Na InfoMáquinas, a prática de análise financeira tem
evoluído com o seu crescimento, e atualmente, é utilizada tanto pelos os
agentes internos – administradores, diretores e colaboradores – como pelos
agentes externos – fornecedores, clientes, parceiros, instituições financeiras,
etc.
Os tipos de análises financeiras elaboradas na empresa são as análises
dos índices econômico-financeiros, mais especificamente dois deles, a
lucratividade e a liquidez.
A empresa obtém as informações através dos relatórios contábeis
enviados por uma empresa terceirizada, sendo o balanço patrimonial e o
demonstrativo de resultados os mais utilizados. A avaliação daqueles dois
índices é feita mensalmente, pela coordenadora financeira.
Os índices são divulgados em meio eletrônico a todos os colaboradores,
e discutidos em reunião de áreas e diretoria acerca do desempenho financeiro
da empresa.
Para elucidar o desempenho financeiro da organização, foram coletados
os seus relatórios contábeis, dos quais, a partir dos conhecimentos adquiridos
com o estudo preliminar a este relatório, a acadêmica pode elaborar a análise
financeira que segue abaixo.
56
4.2.1 Índices de liquidez
A análise financeira abaixo aborda os últimos cinco anos dos relatórios
contábeis disponibilizados. Esta análise visa à descrição e evolução da
empresa no que tange aos indicadores econômico-financeiros estudados.
Para apurar um diagnóstico e propor melhorias a gestão, segue tabela
com exposição dos índices de liquidez e posterior análise do grau de solvência
neste período.
Liquidez
ANO 2005 2006 2007 2008 2009
Imediata 0,06 0,08 0,04 0,01 0,06
Seca 0,45 0,54 0,64 0,68 0,6
Corrente 1,46 0,99 1,19 1,82 1,37
Geral 1,15 1,08 1,27 1,82 1,26
Tabela 3 - Índices de liquidez
Liquidez imediata
Com relação à liquidez imediata, a empresa elevou sua capacidade de
pagamento de dívidas a curto prazo até 2006, porém a partir de 2007 este
índice caiu consideravelmente até 2008. Caso a empresa tenha prazo
curtíssimo para pagamento das suas obrigações, este índice revela que a
empresa tem pouca solvência e capacidade de honrar seus compromissos,
ficando vulnerável a uma ruptura financeira, ou algum empréstimo de custo
elevado. Analisando o balanço da empresa, percebe-se que este índice caiu
devido, principalmente, a diminuição substancial das disponibilidades - como
podemos perceber na análise horizontal, página 60, as disponibilidades caíram
de 2007 para 2008 em 79,80 pontos percentuais. Em 2009, percebe-se uma
recuperação da empresa, visto que suas disponibilidades aumentaram em
1.121 pontos percentuais com relação a 2008, fazendo elevar o índice de
liquidez imediata para 0,06.
Liquidez corrente
O índice se manteve praticamente constante, tendo apenas uma queda
57
em 2006, o que demonstra que a InfoMáquinas possui capital circulante líquido
disponível para honrar seus compromissos de curto prazo. Em 2008, a
empresa obteve para cada R$1,00 de dívida a curto prazo, R$1,82 de recursos
conversíveis, conseguindo portanto, sobrepor as suas dívidas com ativos
circulantes. O mesmo ocorre em 2009, porém com uma pequena queda no
índice, ficando em 1,37.
Liquidez seca
A empresa elevou seu índice, demonstrando maior capacidade de
honrar suas dívidas de curto prazo, até 2008, obtendo uma queda irrelevante
em 2009. Porém o índice ainda é baixo, pois em 2009, para cada R$1,00 de
dívida, apenas R$0,60 de ativos circulantes (menos estoques) são disponíveis
para cumprir suas obrigações, o que evidencia aperto financeiro. A empresa
não tem atingido o nível desejado de solvência, que seria superior a 1,0.
Liquidez geral
A empresa obteve um aumento significativo do índice até 2008,
demonstrando boa capacidade de solvência. Em 2009, apesar da diminuição
da liquidez geral, percebe-se que a empresa tem uma “sobra” de R$ 0,26 para
cada R$ 1,00 de dívida, podendo, portanto reinvestir este montante.
4.2.2 Índices de estrutura patrimonial
Abaixo estão relacionados os índices de estrutura patrimonial da
empresa, demonstrando a relação entre capitais próprios e de terceiros, e
como as fontes de financiamento estão ponderadas ao longo dos últimos cinco
anos.
Endividamento
ANO 2005 2006 2007 2008 2009
Capital terceiros/Capital próprio 3,94 7,64 3,08 1,09 3,11
Endividamento a curto prazo 3,1 7,64 3,08 1,09 2,85
Imobilização do investimento 0,08 0,05 0,05 0,06 0,06
Imobilização do capital próprio 0,4 1,15 0,44 0,14 0,23
Endividamento geral 0,8 0,88 0,75 0,52 0,76
Composição Endividamento 0,79 1 1 1 0,92
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Tabela 4 - Índices de Estrutura Patrimonial
Capital de terceiros
Com relação ao capital de terceiros, a empresa mostrou um crescimento
significativo do índice de 2005 para 2006, o que significa que elevou seu
endividamento. Entretanto o índice declinou em 2007 e 2008, retornando seu
crescimento em 2009. Neste último período, para cada R$1,00 de capitais
próprios, a instituição está sendo financiada com R$ 3,11 de capitais de
terceiros, o que representa um endividamento considerável. Isto se deve
principalmente ao aumento do seu passivo circulante (em 94,9 pontos
percentuais de 2008 a 2009) e aquisição de exigível de longo prazo, inexistente
no ano de 2008.
Endividamento a curto prazo
Este indicador revela que a empresa obteve endividamento de curto
prazo em todo este período, e que de 2006 a 2008 a empresa somente realizou
empréstimos deste teor. A partir de 2009, a empresa volta a buscar
financiamentos de longo prazo, que são mais saudáveis. No entanto, a parcela
de endividamento de curto prazo continua superior a de longo prazo, pois
sendo o capital total de terceiros de 3,11 o capital de curto prazo, em 2009, é
de 2,85, enquanto que o de longo prazo é apenas de 0,26.
Imobilização do investimento
A empresa possui um baixo índice de imobilização do investimento,
mantendo-se praticamente constante ao longo dos cinco anos. Em 2009, pode-
se perceber pela tabela acima que, 6% dos investimentos totais foram
realizados em ativos permanentes, e os 94% restantes foram destinados para o
ativo circulante. Este resultado, apesar de demonstrar que a empresa não está
prejudicando sua saúde financeira no que se refere à capacidade de
pagamento, indica que, a imobilização é baixa, pois poucos recursos estão
sendo destinados a investimentos. Para o cenário de curto prazo, esta situação
pode refletir eficiência financeira, no entanto, no longo prazo, a falta de
investimentos pode prejudicar o crescimento e desenvolvimento da
59
organização.
Imobilização do capital próprio
O índice de imobilização de capital próprio teve seu pico em 2006, onde
atingiu 115%, já que seus ativos permanentes foram superiores ao seu
patrimônio líquido. Após este período, o índice caiu, demonstrando que a
empresa utilizou menos capital próprio para financiar a compra de ativos
permanentes. Em 2009, o grau de imobilização foi de 23%, significando bom
desempenho, uma vez que um alto grau de imobilização compromete a liquidez
da empresa.
Endividamento geral
Ao longo dos cinco anos, a empresa diminuiu a contratação de capital de
terceiros, mostrando-se com menor dependência financeira. Até 2007 o índice
era preocupante, já que grande parte do ativo circulante era financiada por
capital de terceiros de curto e longo prazo, porém em 2008 a situação
melhorou. Já em 2009, o índice indica que 76% do exigível total está sendo
utilizado para financiar os ativos de curto prazo. Isto demonstra a dependência
excessiva de terceiros, podendo comprometer a saúde financeira da empresa.
Composição do endividamento
Este índice mostra que a empresa somente utilizou financiamento a
longo prazo nos anos de 2005 e 2009, em que, respectivamente, 79% e 92%
das dívidas eram a curto prazo. Nos demais períodos, a proporção foi de 100%
para dívidas de curto prazo, mostrando que todas as dívidas vencem no
período de um ano, aproximadamente. Esta participação excessiva de dívidas
a curto prazo podem indicar iminente aperto financeiro, uma vez que não
existindo recursos disponíveis no mesmo prazo, a empresa não conseguirá
honrar os compromissos adquiridos.
4.2.3 Índices de atividade
60
Em continuidade às análises financeiras, a seguir estão relacionados os
índices de atividade da organização estudada, revelando quanto tempo os
elementos patrimoniais levam para serem transformados dentro do ciclo
operacional da empresa.
Índices de Atividade
ANO 2005 2006 2007 2008 2009
Giro dos estoques totais 0,92 2 1,57 0,91 0,89
Prazo médio de estocagem (dias) 392 180 230 398 404
Prazo médio de recebimento (dias) 15 30 71 44 83
Prazo médio de pagamentos (dias) 29 30 22 22 32
Ciclo Operacional 407 210 301 442 487
Ciclo Financeiro 378 180 279 420 455
Tabela 5 - Índices de Atividade
Giro dos estoques
O giro dos estoques totais da empresa possui leve variação ao longo
dos 5 anos. Em 2006, percebe-se que a empresa obteve o maior giro de
estoques no ano, sendo de 2 vezes. Em 2009, o índice indica que os estoques
giram 0,89 vezes por ano, ou seja, menos do que uma vez. Este índice é baixo,
já que a empresa demora mais do que 360 dias para conseguir renovar seus
estoques e obter uma boa rentabilidade.
Prazo médio de estocagem
O prazo médio de estocagem da empresa, como se pode analisar no
giro dos estoques totais, é muito elevado em todo o período indicando
necessidade elevada de investimentos em estoques. O prazo médio declinou
de 2005 a 2007, no entanto a partir de 2008 este índice voltou a crescer. Em
2009 atinge seu pico, de 404 dias. Isto quer dizer que o prazo médio de
estocagem é superior a um ano, o que prejudica o retorno global da empresa.
Prazo médio de recebimento
O prazo médio de recebimentos se elevou desde 2005 até 2008, quanto
teve uma redução significativa, porém em 2009 foi registrado o maior prazo
médio de todos os anos, de 83 dias. Em comparação com o prazo médio de
61
pagamentos, que é menor, observa-se que a empresa paga seus
compromissos antes do seu recebimento, indicando necessidade de manter
capital de giro disponível ao longo do ano. Neste sentido, a empresa deve
buscar diminuir o prazo de recebimento de suas vendas, para manter recursos
disponíveis a outras aplicações mais rentáveis por prazos maiores.
Prazo médio de pagamentos
O prazo médio de pagamentos da empresa ao longo dos anos manteve-
se em 22 a 32 dias. Em 2007 e 2008 o índice obteve seu menor prazo e em
2009 atingiu seu pico. A empresa deve buscar sempre elevar seu prazo médio
de pagamentos, desde que os encargos não excedam os ganhos, para
conseguir financiar suas necessidades de capital de giro com recursos menos
onerosos.
Ciclo operacional
Sabendo que quanto menor o ciclo operacional melhor a situação
financeira da empresa, já que este representa o intervalo em que não ocorrem
entradas e há necessidade de capital para financiá-lo, percebe-se que a
empresa não apresenta boas condições.
Durante os anos de 2006 e 2007 a organização conseguiu reduzir seu
ciclo operacional, no entanto a partir de 2008, este tem aumentado
significativamente. Em 2009, a empresa apresenta seu pior cenário, com um
ciclo de 487 dias.
Analisando os balanços da empresa, nos tópicos a seguir, o principal
fator do elevado índice, é o valor dos estoques – prazo médio de estocagem
alto e giro dos estoques baixo –, vez que a empresa possui um bom prazo de
recebimento. O item de estoques, pela análise vertical, teve sua maior
elevação em 79,30 pontos percentuais, de 2007 para 2008.
Ciclo financeiro
Este ciclo, complemento do ciclo operacional, ressalta os aspectos
financeiros do cenário da InfoMáquinas, demonstrando que há uma lacuna
62
entre os prazos que a empresa dispõe para pagar suas contas e o prazo que
leva para receber os direitos pelas vendas efetuadas. A empresa apresenta
ciclos financeiros elevados ao longo dos cinco anos, piorando sua situação em
2009, com 455 dias entre o desembolso inicial de caixa e o recebimento da
venda de seus produtos. Este intervalo é muito alto para representar o período
em que a empresa necessita efetivamente de financiamento para suas
atividades.
4.2.4 Índices de rentabilidade e lucratividade
A lucratividade e a rentabilidade da empresa serão analisadas com base
nos índices que seguem abaixo, e a partir disto, a capacidade de geração de
resultados da empresa será mensurada.
Lucratividade/Rentabilidade
ANO 2005 2006 2007 2008 2009
Margem Bruta 0,76 0,56 0,57 0,63 0,61
Margem Operacional 0,21 0,08 0,16 0,27 0,32
Taxa de retorno sobre o at. Total 0,42 0,08 0,19 0,35 0,3
Taxa de retorno sobre o cap próprio 2,08 0,66 0,77 0,72 1,22
Margem Líquida 0,18 0,04 0,12 0,24 0,24
Mark up Global 3,11 1,25 1,31 1,69 1,55
Tabela 6 - Índices de Lucratividade/Rentabilidade
Margem bruta
Este indicador revela que a empresa obteve como resultado imediato da
sua atividade as porcentagens que seguem na tabela 6. Em 2005, a margem
bruta foi a maior registrada, de 76%, comparada aos anos que seguem. Em
2009 a empresa consegue ter um resultado de 61%, o que significa que para
cada R$ 1,00 em vendas líquidas, se obteve lucro bruto de R$ 0,61.
Margem operacional
Já a margem operacional, a qual além de descontar os custos dos
produtos vendidos retira as despesas qualificadas para manutenção da
atividade operacional, flutuou bastante ao longo dos cinco anos. Em 2006, a
63
empresa teve seu pior cenário, com apenas 8% de lucratividade operacional.
Nos anos posteriores, percebe-se um avanço no seu desempenho, atingindo
em 2009, para cada R$ 1,00 em vendas líquidas, lucro operacional de R$ 0,32,
ou seja, lucratividade operacional de 32%.
Taxa de retorno sobre o ativo
A taxa de retorno sobre o ativo, ou ROA, que mostra o retorno gerado
pelas aplicações realizadas pela empresa em seu ativo, teve variações
significativas ao longo do período estudado. O ano que teve maior retorno foi
em 2005, com uma taxa de 42%. Os intervalos posteriores apresentaram
redução da eficiência das aplicações, porém em 2008 e 2009 a empresa volta
a ter bons resultados. Em 2009, para cada R$ 1,00 investido em ativos, a
empresa obteve retorno de R$ 0,30.
Vale lembrar que a viabilidade econômica da organização se dá quando
esta for capaz de produzir um resultado de seus ativos suficiente para cobrir as
expectativas de ganhos de seus proprietários de capital.
Taxa de retorno sobre o capital próprio
Outro indicador da rentabilidade, a taxa de retorno sobre o capital
próprio, ou ROE, mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por
seus proprietários, ou seja, para cada R$ 1,00 aplicado em 2006, por exemplo,
o menor índice, os acionistas auferiram retorno de R$ 0,66.
A rentabilidade, como se pode observar na tabela 6, cresceu de 2006
para 2009, demonstrando bom desempenho, já que quanto maior o retorno,
melhor a remuneração e satisfação dos sócios, o que deve garantir a
manutenção dos investimentos.
Margem líquida
A margem líquida, que traduz a lucratividade líquida da empresa, tem
apresentado bons resultados. Em 2006, em seu pior contexto, a empresa
apresentou 4% de lucratividade, o que significa que utilizou 96% das vendas
para cobrir seus custos e despesas.
64
A partir de 2007 até o último ano analisado, a lucratividade líquida
aumentou, resultando em 2009 um indicador de 24%. Isto representa para cada
R$ 1,00 de receitas líquidas, um lucro líquido de R$ 0,24, ficando este valor
disponível para distribuição aos acionistas e colaboradores e/ou reinvestimento
na empresa.
Mark up global
Para avaliar a quantia efetivamente cobrada sobre o produto para
obtenção do preço de venda, foi calculado o Mark up global do período. Em
2005, a empresa obteve seu maior Mark up de 311% sobre o custo do produto
vendido. Nos anos posteriores, o indicador diminuiu, estando em 2009 em
155%. Isto significa que, para cada R$ 1,00 de custo são cobrados do cliente
R$ 1,55 a mais. A expressão Mark-up indica que percentual do preço de venda
está acima do custo das vendas.
4.2.5 Análise vertical e horizontal
Para complementar a análise financeira da InfoMáquinas, foi elaborada a
análise vertical e horizontal do balanço patrimonial e da demonstração de
resultados dos exercícios de 2005 a 2009. No anexo B, seguem os respectivos
relatórios contábeis.
No que tange aos aspectos de aplicação de recursos, alguns itens
destacaram-se por obterem evoluções significativas:
Disponibilidades: se elevaram 231,10% do ano de 2005 para 2006,
representando 7,20% do ativo circulante em 2006. Porém de 2006 para
2007 as disponibilidades caíram em 28,90 pontos percentuais, e 79,80% de
2007 para 2008, representando somente 0,5% do ativo em 2008. Já em
2009, as disponibilidades representavam 4,40% do ativo total. Isto revela a
dificuldade da empresa manter dinheiro em caixa, ressaltado pelo seu
elevado ciclo financeiro. Além disto, seus índices de liquidez também
demonstram a situação de pouca solvência. Isto se torna preocupante, já
65
que a organização necessita adquirir empréstimos de curto prazo para
financiar seu capital de giro, mantendo sua situação financeira em risco.
Valores a receber: estes se elevaram até 2007, tendo uma queda de
31,20% de 2007 para 2008, representando 18,80% do ativo total em 2008.
Em 2009, os valores a receber aumentaram, em relação a 2008, 133,80%,
ficando evidente o aumento do prazo médio de recebimentos. Como a
empresa não elevou também seu prazo médio de pagamentos na mesma
proporção, seu ciclo financeiro elevou-se, demonstrando a defasagem entre
o prazo que leva para pagar suas mercadorias e o recebimento das suas
vendas.
Estoques: o valor dos estoques aumentou consideravelmente até o ano de
2008, representando neste período 59,30% do ativo total. De 2007 para
2008, os estoques se elevaram 79,30%, o que conseqüentemente fez
crescer seu prazo médio de estocagem e diminuir seu giro de estoques. Em
2009, os estoques representavam 53,40% do ativo total. Uma vez que sua
liquidez seca é abaixo do esperado, devido a seu fraco desempenho em
manter disponibilidades, este percentual de estoques é muito preocupante.
Isto se deve a seu giro de estoques ser muito baixo, o que
conseqüentemente demonstra que não conseguirá utilizar estes recursos
caso necessite cobrir dívidas e obrigações a curto prazo. Neste sentido, a
empresa terá de recorrer a empréstimos, cujos custos são elevados.
Referindo-se aos aspectos de obtenção de recursos, ou seja, o passivo,
as principais análises são feitas abaixo:
Passivo circulante: esta conta se refere aos empréstimos de curto prazo, os
quais acompanharam a empresa ao longo dos cinco anos. O principal
aumento do passivo circulante foi em 2006, de 159,2% em relação a 2005.
Nos anos que seguem, o passivo circulante demonstrou-se constante,
apenas com uma elevação mais significativa, de 95%, em 2008 para 2009.
Os principais itens que compõem o passivo circulante que merecem
66
destaque são os empréstimos, os quais começaram a diminuir somente a
partir de 2008. No que tange aos fornecedores, é importante ressaltar seu
crescimento de 2008 para 2009, em 78%, o principal fator para aumento do
prazo médio de pagamentos. Outra conta significativa do passivo é o
adiantamento de clientes, o qual se elevou até 2008, tendo uma
significância maior no ano de 2006, em que representou 53,9% do passivo
total. Após 2008 a conta vem diminuindo, representando em 2009 20,1% do
passivo total. O adiantamento de clientes é bom, já que representa uma
antecipação de recursos.
Exigível de longo prazo: o exigível de longo prazo, conta do passivo não
circulante, refere-se aos empréstimos e financiamentos com prazos maiores
de um ano. Esta conta, como se pode analisar na estrutura de capital da
empresa e no indicador de composição do endividamento, somente teve
valores em 2005 e 2009. Este representou respectivamente 17,1% e 6,2%
do passivo total.
Patrimônio Líquido: o patrimônio líquido da empresa, conta composta pelos
recursos dos sócios, cresceu ao longo dos quatro primeiros anos
analisados, diminuindo somente em 2009. Em 2007, o patrimônio líquido
teve seu maior crescimento, representando 24,5% do passivo total. Esse
cenário deve-se principalmente pelo lucro do exercício, que aumentou
283,5% de 2006 para 2007. No entanto, foi em 2008 que teve a maior
participação em relação às outras contas do passivo, representando 47,9%
do passivo total.
As contas da demonstração de resultado do exercício também merecem
destaque na análise horizontal e vertical:
Receita operacional líquida: a receita operacional líquida aumentou
significativamente ao longo dos cinco anos. Seu maior êxito foi em 2006,
onde se elevou, em relação a 2005, 35,6%. Em 2009, o seu crescimento em
relação a 2008 foi de 22,8%.
67
Devolução de mercadorias: esta conta somente aumentou ao longo dos
cinco anos, ressaltando algum problema na fabricação ou entrega das
máquinas. De 2007 para 2008, o aumento foi de 78,1%, o mais significativo
de todos os anos analisados.
Despesas operacionais: as despesas aumentaram ao longo dos anos,
porém este aumento está diminuindo a cada ano, demonstrando certa
eficiência da gestão no controle de gastos. O aumento de 2005 para 2006
foi de 18,7%, já de 2007 para 2008 foi de 5% e de 2008 para 2009 foi de
12,1%. A conta que antes (2005) representava 54,60% da receita líquida,
em 2009 passou a representar 32,4%.
Custos dos Produtos Vendidos: esta conta também se elevou ao longo dos
anos. Porém, assim como o que ocorreu com as despesas, o aumento dos
custos está diminuindo, demonstrando maior controle. Em 2005 esta conta
representava 24,30% das receitas líquidas de vendas e em 2009 passou a
representar 39,3%. O aumento de custos de 2005 para 2006 que foi de
148%, de 2007 para 2008 – o mais eficiente de todos - foi de 3,5% e de
2008 para 2009 o aumento foi de 29,8%.
Lucro ou Prejuízo do exercício: o lucro do exercício caiu de 2005 para 2006,
em 66,70%. Após este período, o lucro líquido da empresa somente
aumentou, chegando a representar em 2009 24,4% da receita líquida de
vendas. O melhor crescimento foi de 2006 a 2007, em 283,5%.
4.2.6 Diagnóstico da análise financeira
A partir dos resultados coletados e das análises acima elaboradas, pode-
se resumir a situação financeira da empresa, destes últimos anos, em alguns
aspectos principais que devem ser observados com maior atenção pelos
administradores.
68
A evidência de estoques elevados demonstra ineficiência administrativa,
ou então a necessidade, devido a aspectos peculiares de sua produção, de
manter estoques. Porém como o prazo médio de estocagem é muito elevado e,
por isso seu giro muito baixo – menor que uma vez ao ano – a empresa tende
a correr riscos muito elevados. Isto é perceptível pelos índices de liquidez, os
quais revelam baixa solvência, principalmente pela dificuldade da empresa
manter disponibilidades.
Neste sentido, por ter sua liquidez imediata e giro de estoques baixos, a
empresa compromete sua capacidade de honrar compromissos, tendo que
muitas vezes recorrer à capital de terceiros. Além disto, pela sua necessidade
de capital de giro ser muito elevada, a empresa raramente consegue aplicar
recursos com finalidade de aproveitar oportunidades de barganha ou para
gastos que possam aparecer repentinamente.
Além disto, seu ciclo operacional e financeiro são muito elevados,
ressaltando a necessidade de financiamentos por um período muito
prolongado, devido a defasagem entre o pagamento de suas mercadorias e o
recebimento de suas vendas.
Por este motivo, a empresa tem forte dependência de capitais de
terceiros, principalmente porque o utiliza para contas de curto prazo, como se
pode notar pelos indicadores de endividamento geral e composição do
endividamento. Além disto, o indicador de imobilização do investimento revela
que poucos investimentos foram realizados nestes últimos cinco anos, o que
também compromete o crescimento e desenvolvimento da instituição.
Em suma, este cenário demonstra que a empresa tem a saúde
financeira comprometida, evidenciando a necessidade de empréstimos a curto
prazo, cujas taxas e riscos são mais elevados.
4.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO: ORÇAMENTO
O orçamento da empresa foi elaborado pela primeira vez para o ano de
2009, como constatado na entrevista realizada com a atual coordenadora
financeira.
69
Para sua confecção foram analisados os gastos dos anos anteriores,
principalmente os de 2008. Esta análise foi feita por centro de custo, os quais
compreendem a divisão setorial da empresa, e por natureza de despesas
(telecomunicações, energia elétrica, viagens e estadias, etc). Desta forma, foi
gerado um relatório contendo todas as despesas do ano de 2008 e para que
departamento foram destinadas.
Após esta etapa, foram estimados, junto aos gestores de cada área, os
orçamentos de cada centro de custo, com base no histórico. Este orçamento foi
elaborado pensando na otimização de recursos.
Para previsão de vendas, também foram estimados valores de acordo
com o histórico da organização, dividindo, de acordo com a sazonalidade, o
faturamento total em meses. A previsão de vendas foi realizada com base no
“Know How” dos vendedores e no planejamento das feiras e eventos que a
empresa pretendia participar.
O orçamento foi realizado em planilhas do Excel, já que o atual ERP da
empresa não possui módulo de gestão orçamentária. Abaixo segue exemplo do
orçamento elaborado, para área de recursos e assistência técnica.
Recursos 01/09 02/09 03/09 04/09
Descrição Valores Valores Valores Valores
Despesas com pessoal 14.200,00 14.200,00 15.894,00 16.294,00
Fretes e carretos 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00
Serviços profissionais 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00
Publicidade e propaganda 50,00 50,00
Aluguéis e condomínios 650,00 650,00 650,00 650,00
Energia elétrica 150,00 150,00 150,00 150,00
Material de expediente 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00
Telecomunicações 1.100,00 1.100,00 1.100,00 1.100,00
Cópias e reproduções 120,00 120,00 120,00 120,00
Confraternizações
Associações e Sindicatos 380,00 380,00 380,00 380,00
Seguros 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00
Total 28.250,00 28.200,00 29.944,00 30.294,00
Tabela 7 - Orçamento Área Recursos
70
Assistência Técnica 01/09 02/09 03/09 04/09
Descrição Valores Valores Valores Valores
Despesas com pessoal 18.417,50 18.417,50 17.931,25 17.931,25
Fretes e carretos 152,81 653,33 286,73 191,45
Despesas com veículos 3.180,71 2.732,69 2.671,84 3.582,57
Assistência com garantia 165,08 165,08 165,08 165,08
Viagens e estadias 13.775,90 13.775,90 13.775,90 13.775,90
Publicidade e propaganda 100,00 100,00
Serviços profissionais 416,66 416,66 416,66 416,66
Aluguéis e condomínios 258,90 258,90 258,90 258,90
Energia elétrica 58,26 58,26 58,26 58,26
Material de expediente 316,72 316,72 316,72 316,72
Telecomunicações 590,00 590,00 590,00 590,00
Material consumo - funcionário
Outras despesas 160,00 160,00 160,00 160,00
Total 22.120,10 20.921,71 24.049,84 29.085,74
Tabela 8 - Orçamento Área Assistência Técnica
O orçamento total foi compilado em uma planilha, que segue abaixo,
dividido por áreas. Como se pode notar, para os valores mensais, foi elaborada
uma média, para visualização do cenário total.
Áreas Anual Mensal %
Comercial R$ 565.539,97 R$ 47.128,33 23,2%
Produção R$ 439.839,26 R$ 36.653,27 18,1%
Engenharia R$ 497.629,40 R$ 41.469,12 20,4%
Asstec R$ 510.377,06 R$ 42.531,42 21,0%
Recursos R$ 421.585,96 R$ 35.132,16 17,3%
Total R$ 2.434.971,64 R$ 202.914,30 100,0% Tabela 9 - Orçamento Total
Apesar de a empresa utilizar a ferramenta do Excel para confecção de
seu orçamento, não foi elaborado o fluxo de caixa projetado, com as
estimativas de entradas e saídas. Também não foi composta a DRE projetada,
com a previsão de lucro. Como o orçamento não está alinhado aos objetivos
estratégicos, ou seja, não foram elaborados orçamentos com base no
planejamento estratégico, índices como a lucratividade e rentabilidade não
foram relevantes para aprovação final do orçamento.
71
Além disto, o orçamento não sofreu alterações ao longo do ano, sendo
mantidas as mesmas estimativas. Como ele não estava traduzindo o
planejamento estratégico, a coordenadora afirmou que não havia necessidade
de revisões.
4.3.1 Diagnóstico orçamento
A primeira etapa, de acordo com a teoria, para elaboração de um
orçamento, consiste na análise interna, mais especificamente, na análise
econômico-financeira, advinda do processo de planejamento estratégico.
Além disto, como relatado pelos autores na revisão bibliográfica acima, o
orçamento representa a tradução dos objetivos e metas em números, e procura
estimar as necessidades de recursos para que a empresa obtenha o
desempenho esperado.
No entanto, como exposto pala coordenadora financeira, o orçamento da
InfoMáquinas não foi elaborado com base no planejamento estratégico, e por
isso, não representa um plano de atividades futuras. O orçamento elaborado
somente ponderou os gastos fixos e receitas, deixando de estimar as
necessidades futuras para cumprimento e alcance de objetivos.
Além disto, a análise histórica elaborada para confecção do orçamento
levou em consideração somente um ano anterior, e não foi feita nenhuma
análise de indicadores econômico-financeiros, os quais proporcionam melhor
direcionamento de ações. Portanto, aspectos como o prazo médio de estoques
e ciclo operacional e financeiro, não foram abordados, deixando o orçamento
vulnerável a erros, como por exemplo, não delinear a necessidade de capital
de giro líquido.
Outro ponto negativo encontrado foi na previsão de vendas, a qual foi
estimada com pouca precisão, já que nenhuma pesquisa de mercado ou
estudo de clientes foi realizada. Isto acarreta em um orçamento incerto e pouco
seguro, já que a estimativa de vendas é condicionante de todo o processo
orçamentário, como afirmam os autores da área.
72
Ademais, seguindo a estrutura orçamentária proposta por Lunkes,
percebe-se que no orçamento da InfoMáquinas, não foram estimados os custos
dos produtos vendidos, os quais englobam os custos de matérias-primas, mão-
de-obra direta e custos indiretos de fabricação, deixando o orçamento
operacional incompleto.
Outro erro cometido é que não foram elaborados o fluxo de caixa e DRE
projetada, importantes peças orçamentárias, que visam mostrar os cenários
financeiros e econômicos do período planejado. Sem estas ferramentas, o
controle orçamentário fica dificultado, principalmente porque, não se sabe qual
o lucro projetado e quais serão as necessidades de capital. Por isso, como não
se sabe qual a disponibilidade que se obterá em caixa a cada período (saldo
líquido do período mais saldo inicial), as políticas de investimentos e
financiamento ficaram comprometidas.
Além disto, como não ocorrerão revisões orçamentárias, as estimativas
podem ter sido falhas em muitos aspectos, já que não foram consideradas as
mudanças do ambiente externo, como novas políticas, incentivos fiscais, entre
outros.
Em suma, o orçamento da empresa InfoMáquinas em comparação a
estrutura orçamentária citada pelos diversos autores da área, ainda está muito
distante de ser uma ferramenta eficiente de gestão financeira. De uma maneira
geral, existem muitos aspectos a serem melhorados, principalmente no que diz
respeito à utilização e operacionalização do orçamento.
4.4 CONTROLE FINANCEIRO
O controle financeiro da InfoMáquinas é concentrado na coordenadora
financeira, que com o auxilio do diretor de recursos, estabelece as principais
diretrizes da área.
Para realizar o controle financeiro, a coordenadora utiliza o ERP da
empresa, o qual emite relatórios financeiros como o fluxo de caixa, e também
73
conta com assistência de planilhas para elaboração da DRE e dos índices
financeiros.
O controle financeiro é realizado através do monitoramento dos índices
de lucratividade e liquidez, do gerenciamento do fluxo de caixa, da gestão das
contas a pagar e a receber e através do orçamento.
Este controle é feito de maneira informal, em que os colaboradores da
área fazem projeções dos gastos e dos recebimentos mensais e semanais para
analisar a solvência e liquidez do fluxo de caixa da empresa.
Com relação a análise e o controle orçamentário, estes são elaborados
pela área financeira, a qual centraliza toda a gestão e manutenção da saúde
financeira da empresa.
O controle orçamentário, pouco preciso, já que a instituição não elabora
cenários de fluxos de caixa projetados, é também caracterizado por ser
informal. A coordenadora emite os relatórios de gastos por centro de custos
(departamentos) e compara o realizado versus orçado. Esta análise é feita em
planilhas, como segue modelo abaixo para o setor de Recursos, e repassada
mensalmente aos gestores das áreas responsáveis, os quais são cobrados
pelos resultados do orçamento.
Recursos 01/09 02/09
Descrição Previsto Real Previsto Real
Despesas com pessoal 14.200,00 13.483,80 14.200,00 13.574,13
Fretes e carretos 5.000,00 5.866,02 5.000,00 4.708,27
Serviços profissionais 4.000,00 3.737,86 4.000,00 6.817,60
Publicidade e propaganda 50,00
Aluguéis e condomínios 650,00 963,74 650,00 963,38
Energia elétrica 150,00 167,19 150,00 153,74
Material de expediente 1.200,00 416,48 1.200,00 886,23
Telecomunicações 1.100,00 955,68 1.100,00 1.025,26
Cópias e reproduções 120,00 444,44 120,00 120,00
Associações e Sindicatos 380,00 1.738,19 380,00 1.273,95
Seguros 1.400,00 1.400,00
Total 28.250,00 27.773,40 28.200,00 29.522,56
Tabela 10 - Controle Orçamento Recursos
74
No entanto, como o orçamento não está alinhado ao planejamento
estratégico, o seu controle e cobrança ficam limitados a área financeira. Por
isto, cobrar resultados, sem ter as metas e ações planejadas fica inviável.
Além disto, o controle orçamentário é empírico, já que a coordenadora e
o diretor de recursos determinam medidas corretivas quando necessário sem
realizar uma análise formal do cenário econômico-financeiro da InfoMáquinas.
Ou seja, os desembolsos e investimentos ocorrem quando são necessários e
quando algum departamento o solicita, sem levar em consideração a projeção
de gastos já estimada e a previsão de entradas futuras.
4.3.1 Diagnóstico controle financeiro
O controle financeiro, como abordado pelos autores da área, representa
a forma essencial de conseguir medir e alcançar o desempenho esperado pela
organização. Viu-se que, sem uma forma de controle eficiente, o orçamento e,
portanto, a saúde financeira da empresa, podem ficar comprometidos.
Neste sentido, ao analisar a maneira pela qual a InfoMáquinas realiza
seu controle financeiro, sente-se a falta de um processo mais formal, que
conduziria a administração da empresa a acompanhar as diretrizes e rever as
metas estabelecidas quando necessário.
Este problema, em grande proporção, é gerado pela falta de
alinhamento estratégico do orçamento, e pela falta de envolvimento da direção
com o processo orçamentário.
Portanto, o controle acaba sendo mais operacional do que estratégico, e
não inclui todas as atividades da empresa, como deveria ser. Isto acarreta
numa falta de monitoramento eficaz, que proporcionará uma lacuna entre a
performance esperada e a realizada.
Além disto, as ferramentas utilizadas são precárias, segundo a
coordenadora da área, pois não emitem com facilidade e agilidade os relatórios
necessários para as análises financeiras e orçamentárias adequadas. Como
75
relatado por ela, há um grande esforço de trabalho para corrigir erros do
sistema, o que acaba inviabilizando um procedimento assertivo de controle
financeiro.
Ainda correlacionando a atual forma de controle com a literatura,
percebe-se o grau de incerteza gerado pelo método utilizado no que diz
respeito às políticas financeiras, pois uma vez sem uma ferramenta eficiente
para controle, a administração não consegue visualizar com antecedência as
possibilidades de investimento, o grau de endividamento, o montante de
dinheiro que necessite manter em caixa, dentre outros aspectos que visam o
crescimento e rentabilidade da instituição.
Em fim, a empresa fica desprovida para tomar atitudes pró-ativas que
possibilitem antecipar e reverter os cenários mal-sucedidos.
76
5 PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS NAS FUNÇÕES DE ANÁLISE,
PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO DA INFOMÁQUINAS
A partir do estudo bibliográfico e dos diagnósticos elaborados neste
relatório de estágio, foram desenvolvidas propostas de melhorias nas funções
de análise, planejamento e controle financeiro da empresa InfoMáquinas.
No que tange ao processo de análise financeira, os diversos autores da
área enfatizam a sua importância para avaliar dados históricos e desempenhos
passados, e também para tomar decisões futuras. O processo de análise dos
demonstrativos contábeis e dos indicadores econômico-financeiros constitui
importante ferramenta para elaboração de metas e nível de desempenho.
Portanto, para que a empresa consiga avaliar alternativas e tomar decisões
com base no seu cenário econômico-financeiro, sugere-se que seja feita esta
análise financeira com levantamento de indicadores e análise horizontal e
vertical, anualmente, a fim de resguardar seu histórico.
Além disto, sugere-se que para alguns indicadores, a temporalidade de
análise seja mensal, principalmente aqueles que irão medir a eficácia e
eficiência da implementação de estratégias deliberadas ou emergentes.
A análise financeira é essencial para tomada de decisões eficientes,
para definição de metas realistas, e para acompanhamento e monitoramento
do desempenho organizacional, já que os indicadores abordam todas as áreas
de uma empresa. Por isso, a sugestão é que para a elaboração do
planejamento estratégico sejam analisados tais indicadores juntamente com a
análise do ambiente interno e externo, como forma de complementar e
quantificar performances anteriores e definir objetivos futuros.
Além destas proposições no processo de análise financeira, são
apresentadas abaixo algumas medidas que a empresa poderia adotar para
melhor sua gestão, decorrentes da análise econômico-financeira elaborada no
tópico 4.2 deste relatório:
Redefinir política de estoques para reduzir prazo médio de
77
estocagem e elevar o giro dos estoques, diminuindo assim o risco financeiro da
empresa: já que os valores de estoques são muito elevados, causando risco
eminente a empresa, é importante que seja realizada a programação e
planejamento adequado das necessidades de materiais em estoque. Além
disto, o controle de estoques é tarefa indispensável para obter eficiência na
administração, uma vez que visa conciliar os objetivos de produção, vendas e
financeiro. O essencial é que a política e programação de suprimentos se
preocupem tanto com a disponibilização de materiais ao processo produtivo
quanto com a imobilização do capital financeiro.
Redefinir política de compras, primando pelo aumento dos prazos
de pagamento: neste sentido, estabelecer uma política que não onere
financeiramente a empresa, já que seu ciclo financeiro está muito elevado. O
ideal é que a empresa consiga ter seu prazo médio de pagamentos superior ao
de recebimentos, para que consiga efetuar suas obrigações sem a
necessidade de financiamentos por um período muito longo. O objetivo da
gestão de compras deve estar alinhado à eficiência na obtenção de materiais
certos, das quantidades corretas, das entregas atentadas, e dos preços mais
vantajosos.
Desenvolver relacionamento com fornecedores: primar pelo
modelo ganha-ganha, no qual ambas partes tem benefícios. Buscar prazos de
pagamentos melhores, tempo de entrega mais eficiente, qualidade dos
produtos, agilidade no processo de produção, enfim criar parcerias que
priorizem três aspectos principais de suprimentos: custo, qualidade e
pontualidade.
Estudar a viabilidade do modelo de negócio: analisar o atual
modelo de produção e de venda, já que o ciclo operacional e financeiro são
muito elevados. Neste sentido, deve-se estudar a rentabilidade e lucratividade
do negócio e rever as atuais políticas de produção e de vendas, buscando
estabelecer estratégias que reduzam a defasagem entre a compra da matéria-
prima e o recebimento das vendas efetuadas. A viabilidade do negócio irá
78
refletir sobre os pontos acima abordados, no que se refere a estoques,
fornecedores e compras, e também, a fatores como demanda, previsão de
vendas, crédito a clientes, entre outros.
Buscar linhas de crédito para financiamento dos clientes: para
reduzir prazo médio de recebimentos e assim diminuir a lacuna evidenciada
pelo ciclo financeiro do pagamento das mercadorias e o recebimento das
vendas, a empresa deveria procurar novas formas que possibilitem antecipar
as entradas operacionais. Neste âmbito, a organização deve avaliar várias
instituições financeiras, no que compete a prazos de pagamento, taxa de juros,
etc, a fim de ampliar as formas de financiamento oferecidas a seus clientes e a
antecipação de duplicatas.
Redefinir política de cobrança: estabelecer uma política de
cobrança efetiva que reduza o prazo médio de recebimentos e a inadimplência,
uma vez que quanto maior o prazo de cobrança, maior é a elevação no custo
de capital, devido o maior investimento em vendas a prazo. Todavia, a empresa
deve buscar um procedimento que não seja tão rígido a ponto de retrair suas
vendas.
Buscar financiamentos de longo prazo para investimentos: buscar
reduzir os empréstimos a curto prazo que possuem custos e riscos mais
elevados. Além disto, procurar alternativas de longo prazo para investir no
crescimento da empresa, e não somente para financiamento das operações e
capital de giro.
Redefinir suas políticas de financiamentos e investimentos: a fim
de administrar os pontos básicos estabelecidos pela análise econômico-
financeira, dentre os quais destacam-se o equilíbrio financeiro, a rentabilidade
dos capitais, o crescimento e o risco, a empresa deve avaliar suas atuais
políticas de financiamento e investimentos. Haja vista que o maior volume de
empréstimos se destina a obtenção de capitais a curto prazo, e que seu grau
de imobilização de investimentos é baixo ao longo dos cinco anos, há
79
necessidade de rever as estratégias de aplicação e obtenção de recursos.
Sendo assim, sugere-se que para proporcionar o crescimento sustentável da
organização, seja destinado maior volume de capitais a investimentos de longo
prazo.
Com relação aos processos de orçamento e controle financeiros, são
descritas propostas de melhorias conforme estudo efetuado acerca da
realidade da empresa e do que a literatura propõe.
Para confecção do orçamento, torna-se fundamental o alinhamento
deste ao plano estratégico da organização, a fim de que todas as atividades
sejam englobadas e para que as metas sejam traduzidas quantitativamente.
Por isso, sugere-se que a elaboração do orçamento seja complementar as
diretrizes estabelecidas no planejamento, sendo este uma etapa formalizada de
tal processo.
Além disto, aconselha-se que seja elaborada a análise financeira
histórica, como já mencionado, juntamente com a análise do ambiente interno e
externo. Isto irá proporcionar aos responsáveis um parâmetro da evolução
organizacional suficiente para produzir um procedimento confiável de
estimativa de recursos.
Para garantir a eficiência do processo orçamentário, também é essencial
que todos os envolvidos no processo sejam sensibilizados quanto à sua
importância para o desenvolvimento da empresa. Para isso recomenda-se que
seja promovida uma etapa de sensibilização antes da confecção do orçamento,
a fim de que os responsáveis tenham conhecimento das atividades que
deverão realizar e o que será exigido de cada um.
Ademais, também é recomendável que a diretoria esteja comprometida
com este procedimento, sendo o exemplo diretivo para concretização das
ações orçamentárias. Neste sentido, para que a implementação seja eficiente,
algumas medidas podem ser tomadas, como incluir um indicador de
desempenho orçamentário por área no planejamento estratégico e na
participação dos lucros e resultados dos colaboradores.
80
Além das proposições mencionadas para o inicio do processo
orçamentário, algumas recomendações são feitas na sua estrutura e
desenvolvimento:
Elaborar o orçamento detalhado de vendas, com base em
pesquisas quantitativas e qualitativas acerca de desempenhos passados e
futuros. Como a peça orçamentária de vendas é o alicerce para
assertividade dos demais orçamentos, sugere-se definir com acurácia o
plano de despesas e receitas de vendas. Neste âmbito, devem ser
utilizados métodos estatísticos e qualitativos para definição da meta de
vendas, como análise do histórico, da sazonalidade, opinião e expertise dos
vendedores, pesquisa com potenciais clientes, entre outras.
Desenvolver o orçamento de custos de fabricação, especificando
os custos de matéria-prima, mão-de-obra direta, e custos indiretos. Para
este orçamento, aspectos como capacidade de produção, política de
estoques, espaço de armazenamento, disponibilidade de materiais e
recursos humanos, devem ser analisados. Neste orçamento devem ser
especificadas as quantidades de produtos a serem produzidas em função
das vendas planejadas.
Confeccionar o orçamento de despesas financeiras, dentre as
quais podem-se citar: despesas cambias, de transações e movimentação,
de juros sobre empréstimos, de manutenção de contas correntes e de
crédito, entre outras.
Preparar orçamento de investimentos, os quais são necessários
para o crescimento da organização. Os investimentos podem ser estimados
por todas as áreas, no entanto devem estar alinhados aos objetivos
estratégicos da organização. Por isso, a sugestão é que os diretores fiquem
responsáveis por sua confecção e validação junto aos demais
81
departamentos. Além disto, é necessário utilizar métodos como VPL, TIR e
PAY BACK para mensurar se o investimento é vantajoso.
Criar orçamento de caixa, e projeção dos demonstrativos
contábeis. Estes auxiliarão no processo de controle, já que reúnem todos os
dados e informações das peças orçamentárias. Para confecção destas
ferramentas a empresa pode utilizar planilhas, caso o ERP não forneça a
estrutura necessária.
Confeccionar cenários otimista, realista e pessimista do orçamento,
para desenvolver planos de contingências. Ou seja, estimar as prioridades
de cada gasto e investimento para que a gestão financeira consiga
visualizar as alternativas possíveis quando o cenário de vendas e
recebimento não atingir o almejado. Estas prioridades são importantes para
delimitar a ação do departamento financeiro, principalmente quando a
empresa estiver com dificuldades financeiras, sem, no entanto, prejudicar
totalmente o desempenho organizacional. Como as demais áreas já têm o
conhecimento do que é mais prioritário, em casos de pouca liquidez e
solvência, gastos com menor importância poderão ser adiados ou
cancelados. Já no caso de aumento das disponibilidades em caixa,
acontece o contrário, pois maiores recursos poderão ser desembolsados.
Fazer revisões orçamentárias pelo menos a cada quatro meses, a
fim de atualizar os interesses com a evolução dos cenários. Além disto, as
revisões são importantes para manter o orçamento adequado ao contexto
econômico-financeiro que a empresa se encontra. E também no caso de
mudanças nas estratégias estabelecidas, as quais poderão exigir novas
destinações de recursos.
Em suma, todas as sugestões listadas deverão ser adequadas a
realidade e contexto da organização, já que as ações envolvem mudanças na
cultura e valores empresariais.
82
Para que se obtenha sucesso no orçamento, as pessoas devem o
encarrar como um desafio e um recurso de aprendizado. Acima de tudo, a
ferramenta deve funcionar como um sistema de informações integrado, que
possibilite o controle e a análise de desempenho. Desta forma, o orçamento
precisa ser flexível, estar coerente com os objetivos do negócio, permitir a
comunicação junto as diversas áreas da empresa, e indicar ações corretivas
quando necessário.
O processo de confecção do orçamento deve ser formalizado e
integralizado por todos os departamentos para que seja efetivamente um guia
de alcance as metas e a gestão financeira estratégica. Desta maneira, é
aconselhável que o procedimento seja descrito em meio formal, como uma IT
(instrução de trabalho) da ISO e disponibilizado a todos participantes. Também,
seria de suma relevância ter um colaborador responsável por esta função, que
destinaria tempo necessário ao cumprimento dos requisitos básicos para o
sucesso do orçamento.
Finalmente, para indicar e avaliar o desempenho do orçamento e da
empresa, é necessário que sejam estabelecidas formas eficientes de
monitoramento e controle. Após identificar a realidade da instituição e compará-
la com a teoria, determinou-se as seguintes sugestões no processo de controle
financeiro:
Primeiramente que sejam elaborados os demonstrativos projetados: fluxo
de caixa, DRE e balanço patrimonial, de maneira que possam ser
comparados com os atuais demonstrativos da empresa.
Repasse da planilha orçamentária por área para os gestores.
Repasse da planilha orçmanetária global, com os fluxos projetados, para a
diretoria.
Gerenciamento do fluxo de caixa: fazer o controle semanal das entradas e
saídas de caixa, apurando-se o saldo líquido e final, pelo departamento
83
financeiro, para conhecimento das disponibilidades para próximas
transações.
Controle orçamentário semanal pela diretoria, através do relatório do
planejado x realizado para identificar possíveis desvios ocorridos e tomar
ações corretivas.
Controle orçamentário mensal pelos gestores de cada área, analisando os
gastos orçados versus os realizados, através de uma planilha com os
respectivos valores e porcentagens.
Análise do orçamento mensal pelo departamento financeiro, identificando os
cenários orçados com os efetivados, para propor ações e cobrar resultados
dos responsáveis.
Análise da DRE orçada x realizada mensalmente pela diretoria em conjunto
com departamento financeiro, para identificar se os resultados esperados
estão sendo atingidos. Análise de metas parciais de receita operacional
bruta, custos, despesas e resultado.
Análise do Fluxo de caixa projetado x realizado mensal pela diretoria em
conjunto com a área financeira, para identificar o desempenho de
recebimentos e saídas, a necessidade de capital de giro líquido, e o saldo
de caixa final.
Análise dos seguintes indicadores econômico-financeiros mensais, que
abordam as metas do planejamento estratégico: lucratividade líquida,
porcentagem sobre o faturamento de investimentos realizados,
porcentagem de gastos sobre receita, necessidade de giro líquido, prazo
médio de pagamentos, prazo médio de recebimentos, e retorno sobre o
capital próprio.
84
Em síntese, para que o controle seja feito de forma eficente, torna-se
fundamental esta comparação entre as metas estabelecidas e a situação
corrente da empresa, para que possam ser realizadas ações a tempo de
reorganizar e melhorar o contexto financeiro.
Para facilitar a visualização das estapas de controle financeiro, segue
quadro com síntese das etapas com a identificação dos responsáveis e
temporalidade das ações. Também para elucidar toda a proposta de melhoria
da gestão financeira da InfoMáquinas, foi criado um fluxograma que descreve
todas as etapas desde a análise financeira até o controle.
O que Descrição Responsável Temporalidade Ferramentas
Controle do fluxo de caixa: entradas e
saídas
Identificação das entradas x saídas, apurando-se o saldo líquido e a
necessidade de capital de giro futura
Gerente Financeiro
Semanal Planilha de fluxo
de caixa
Controle orçamentário: orçado
x realizado global Análise e revisão do orçamento global Diretoria Semanal
Planilha global orçamento
Controle orçamentário: orçado
x realizado áreas Análise e revisão do orçamento da área Gestores Mensal
Planilha orçamento por
áreas
Controle orçamentário: análise
crítica
Análise dos cenários orçados x realizados - identificar desvios - cobrar
dos responsáveis Financeiro Mensal
Planilha global orçamento
Análise da DRE Mensuração do desempenho econômico
- Receita Operacional/Custo/Despesa/Resultados
Diretoria e Financeiro
Mensal Planilha DRE projetada x realizada
Análise Fluxo de Caixa
Mensuração do desempenho financeiro - entradas e saídas
Diretoria e Financeiro
Mensal Planilha fluxo de caixa projetado x
realizado
Análise de indicadores econômico-financeiros
Análise dos indicadores: lucratividade, prazo médio de pagamentos, prazo
médio de recebimentos, e retorno sobre o capital próprio.
Diretoria e Financeiro
Mensal Relatório de
análise financeira
Análise de indicadores econômico-financeiros
Análise dos demais indicadores Diretoria e Financeiro
Anual Relatório de
análise financeira
Tabela 11 - Controle Financeiro
85
Figura 4 - Fluxograma Proposta Gestão Financeira
86
6 CONCLUSÃO, PROPOSTAS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS
Ao analisar o modo como são desenvolvidos os processos de análise,
planejamento e controle financeiro na InfoMáquinas com a bibliografia a
respeito do tema, observa-se que a empresa pode melhorar muito a sua gestão
financeira. Com relação ao processo de análise, percebeu-se que não existem
documentos formalizados com a descrição do contexto financeiro-econômico
da instituição ao longo dos anos. Além disto, somente dois indicadores são
calculados a fim de medir o desempenho financeiro, o que evidencia falta de
um processo consolidado.
No que diz respeito aos procedimentos de orçamento e controle
financeiro, viu-se que a empresa realiza a projeção de despesas por centro de
custo e monitora mensalmente os gastos. Porém algumas peças orçamentárias
fundamentais não foram desenvolvidas, como o orçamento de caixa e
investimentos, além da falta de acurácia da estimativa de vendas. Isto vem a
comprometer o sucesso orçamentário, vez que não há um intrumento para a
previsão de entradas e saídas e apuração do saldo líquido e final de cada
período.
Além disto, a falta de ferramentas eficientes também compromete o
controle orçamentário e financeiro, já que a empresa se limita a utilizar
planilhas, as quais proporcionam pouca flexibilidade e agilidade. O controle
também é dificultado pela falta de alinhamento estratégico do orçamento, o
qual não tem englobado os objetivos e metas, prejudicando a cobrança dos
responsáveis por resultados.
A gestão financeira da InfoMáquinas necessita de instrumentos mais
eficientes e que possibilitem direcionar a área uma visão estratégica. Devido a
isto, é muito importante que os diretores e gestores se integrem com o
processo orçamentário.
Todas as sugestões e propostas de melhorias desenvolvidas no tópico
anterior visam conciliar os processos da área estudada ao que os autores
87
propõem e com o contexto financeiro da instituição. È fundamental, no entanto,
ressaltar que as recomendações devam ser realizadas de acordo com a
necessidade, e disponibilidade de recursos humanos e monetários da
organização.
Ademais, a administração deve balizar o que é mais prioritário no
momento e implementar as melhorias que condizem com sua cultura e valores.
No que se refere a importância das ações sugeridas, vale lembrar que
os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos
da empresa. Além disto, estes estabelecem uma estrutura eficiente para
monitorar as diversas áreas da organização e atuam como mecanismos de
controle para direcionar ações quando os eventos fogem ao padrão almejado.
O planejamento e controle orçamentário tornam a gestão financeira mais
eficiente quando possibilitam mudanças táticas rápidas para solucionar
cenários estranhos ao processo administrativo, os quais colocam em risco o
alcance das metas estabelecidas. Com um procedimento de análise,
planejamento e controle financeiro formalizados e integrados a toda gestão
organizacional, a empresa consegue adotar uma postura proativa, identificando
falhas e direcionando responsáveis.
Além disto, o alinhamento e formalização destas funções ao
planejamento, proporcionarão a empresa maior segurança e embasamento na
tomada de decisões, visto que dados históricos e análises financeiras estarão a
disposição. Em síntese, a lacuna da comparação entre o planejado e realizado
ficará cada vez menor a medida que a gestão amadurecer e se profissionalizar,
gerando um processo eficiente de planejar, organizar, liderar e controlar os
recursos financeiros.
Como consideração final pode-se relatar que os objetivos gerais e
específicos foram atendidos com êxito, pois foi descrito e diagnosticado todo o
processo de análise, planejamento e controle financeiro da insituição estudada,
e a partir disto, pode-se elaborar uma proposta de melhoria a sua gestão
financeira. Além disto, foi realizada a análise econômico-financeira como
pretendido, o que pode gerar recomendações em toda a administração da
empresa.
88
Este trabalho de pesquisa propiciou um estudo histórico da organização,
bem como toda uma avaliação da sua estrutura, a qual foi fundamental para
desenvolver este relatório. Pois, com isto foi possível identificar os atuais
processos financeiros e relatar os descompassos encontrados entre o seu
contexto organizacional e o proposto pela literatura.
Com este estudo foi possível também aprender mais sobre o tema e sua
implementação prática dentro de uma instituição. Percebeu-se que os
processos devem ser adaptados ao que a literatura propõe, mas levando-se
em consideração o contexto e situação que as empresas se encontram. O
essencial é conseguir conciliar teoria e prática em benefício da gestão, as quais
se adaptem a realidade e proporcionem a melhoria e inovação de processos,
bem como eficiência no alcance de objetivos.
A sugestão para trabalhos futuros, portanto, decorre a um estudo mais
detalhado acerca do gerenciamento de fluxo de caixa, importante instrumento
de gestão financeira, que objetiva controlar as entradas e saídas e analisar as
necessidades de capitais de giro. Haja vista o atual controle financeiro da
organização estudada, esta pesquisa poderá gerar recomendações mais
eficientes a orientação do trabalho da área financeira.
Outro estudo relevante, pode ser desenvolvido para política de
investimentos e financiamentos, visto os indicadores mensurados no tópico de
análise financeira, que apontaram baixa obtenção e destinação de recursos no
longo prazo. Este trabalho poderá proporcionar a empresa melhor
direcionamento no que se refere a forma de determinar prioridades na
aplicação de recursos próprios e de terceiros, nas suas atividades operacionais
e produtivas. Também para estabelecer a determinação das origens dos
recursos, necessários a implementação da política de investimento, como
obtenção de empréstimos, retenção de lucros, venda de ativos, etc.
89
REFERÊNCIAS
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90
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91
APÊNDICES E ANEXOS
Anexo A - Organograma da empresa
92
Anexo B – Análise Horizontal e Vertical do Balanço Patrimonial e DRE
2005 a 2009
ANO 2005 2006
Empresa: INFOMÁQUINAS R$ AH AV R$ AH AV
ATIVO TOTAL 1.368.357,31 100,00 100,00 2.514.377,23 83,80% 100,00
Ativo Circulante 1.253.826,54 100,00 91,60% 2.198.116,45 75,30% 87,40%
Disponibilidades 54.869,45 100,00 4,00% 181.697,41 231,10% 7,20%
Aplicações financeiras 0,00 100,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
Cheques a compensar 0,00 100,00 0,00% (2.906,09) 0,00 -0,10%
Valores a receber 156.660,79 100,00 11,40% 428.448,55 173,50% 17,00%
Estoques 870.933,85 100,00 63,60% 993.851,56 14,10% 39,50%
Adiantamento de Viagem 5.400,00 100,00 0,40% 2.470,00 -54,30% 0,10% Adiantamento a
empregados 6.803,69 100,00 0,50% 4.190,33 -38,40% 0,20%
Adiantamentos diversos 0,00 100,00 0,00% 8.521,52 0,00 0,30%
Adiantamentos Fornecedores 27.109,08 100,00 2,00% - 0,00% 0,00%
Processo de Importação 15.643,12 100,00 1,10% 333.133,69 2029,60% 13,20%
Impostos a Recuperar 116.406,56 100,00 8,50% 248.709,48 113,70% 9,90%
Despesas antecipadas 0,00 100,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
Ativo não Circulante 114.530,77 100,00 8,40% 316.260,78 176,10% 12,60%
Realizável a Longo Prazo 0,00 100,00 0,00% 207.667,65 0,00 8,30%
Negociação com clientes 0,00 100,00 0,00% 127.448,29 0,00 5,10%
Pessoas Lígadas 0,00 100,00 0,00% 80.219,36 0,00 3,20%
Investimentos 0,00 100,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
Imobilizado em uso 111.328,11 100,00 8,10% 127.191,19 14,20% 5,10%
( - ) Depreciação acumul. (29.074,67) 100,00 -2,10% (45.229,19) 55,60% -1,80% Despesas pré-
operacioanais 48.396,37 100,00 3,50% 48.396,37 0,00 1,90% ( - ) Amortização
acumulada (16.119,04) 100,00 -1,20% (21.765,24) 35,00% -0,90%
93
2007 2008 2009
R$ AH AV R$ AH AV R$ AH AV
3.892.608,57 54,80% 100,00 4.911.804,18 26,20% 100,00 7.184.252,40 46,30% 100,00
3.511.179,73 59,70% 90,20% 4.649.236,62 32,40% 94,70% 6.824.744,16 46,80% 95,00%
129.145,97 -28,90% 3,30% 26.073,93 -79,80% 0,50% 318.544,91 1121,70% 4,40%
0,00 0,00 0,00% 133.342,68 0,00 2,70% 0,00 -100,00% 0,00%
(335,20) -88,50% 0,00% 0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
1.345.782,21 214,10% 34,60% 925.679,11 -31,20% 18,80% 2.164.549,88 133,80% 30,10%
1.624.588,52 63,50% 41,70% 2.912.244,07 79,30% 59,30% 3.837.995,99 31,80% 53,40%
1.770,00 -28,30% 0,00% 6.983,28 294,50% 0,10% 4.255,13 -39,10% 0,10%
15.913,44 279,80% 0,40% 8.828,29 -44,50% 0,20% 9.420,53 6,70% 0,10%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 5.010,26 0,00 0,10%
8.144,41 0,00% 0,20% 100.000,00 1127,80% 2,00% 242.003,99 142,00% 3,40%
241.783,86 -27,40% 6,20% 444.737,19 83,90% 9,10% 65.956,49 -85,20% 0,90%
144.386,52 -41,90% 3,70% 91.220,83 -36,80% 1,90% 177.006,98 94,00% 2,50%
0,00 0,00 0,00% 127,24 0,00 0,00% 0,00 -100,00% 0,00%
381.428,84 20,60% 9,80% 262.567,56 -31,20% 5,30% 359.508,24 36,90% 5,00%
220.590,07 6,20% 5,70% 5.652,01 -97,40% 0,10% 0,00 -100,00% 0,00%
105.405,51 -17,30% 2,70% 0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
115.184,56 43,60% 3,00% 5.652,01 -95,10% 0,10% 0,00 -100,00% 0,00%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
200.049,29 57,30% 5,10% 314.647,07 57,30% 6,40% 400.550,01 27,30% 5,60%
(61.002,05) 34,90% -1,60% (74.683,45) 22,40% -1,50% -105.601,37 41,40% -1,50%
48.396,37 0,00 1,20% 48.396,37 0,00 1,00% 48.396,37 0,00 0,70%
(26.604,84) 22,20% -0,70% (31.444,44) 18,20% -0,60% -36.284,04 15,40% -0,50%
ANO 2005 2006
PASSIVO R$ AH AV R$ AH AV
PASSIVO TOTAL 1.368.357,31 100,00 100,00 2.514.377,23 83,80% 100,00
Passivo Circulante 857.908,63 100,00 62,70% 2.223.379,85 159,20% 88,40%
Empréstimos 128.048,92 100,00 9,40% 349.956,96 173,30% 13,90%
Fornecedores 205.654,89 100,00 15,00% 341.049,64 65,80% 13,60%
Obrigações trabalhistas 28.588,85 100,00 2,10% 28.469,80 -0,40% 1,10%
Obrigações sociais 13.535,79 100,00 1,00% 20.804,75 53,70% 0,80%
Obrigações tributárias 38.675,11 100,00 2,80% 73.324,08 89,60% 2,90%
Adiantamento de clientes 415.175,84 100,00 30,30% 1.354.610,52 226,30% 53,90%
Provisões de férias e 13 salário 28.229,23 100,00 2,10% 40.759,81 44,40% 1,60%
Estoque de terceiros 0,00 100,00 0,00% 3.637,63 0,00% 0,10%
Lucros e dividendos a distrib. 0,00 100,00 0,00% 10.766,66 0,00 0,40%
Passivo não Circulante 233.419,04 100,00 17,10% 0,00 0,00 0,00%
Exigível de longo prazo 233.419,04 100,00 17,10% 0,00 0,00 0,00%
Negociação de fornecedores 233.419,04 100,00 17,10% 0,00 0,00 0,00%
Patrimônio Líquido 277.029,64 100,00 20,20% 290.997,38 5,00% 11,60%
Capital Social 50.000,00 100,00 3,70% 50.000,00 0,00 2,00%
Capital a Integralizar 0,00 100,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
Prejuízo/Lucro acumulado -136.487,06 100,00 -10,00% 227.029,64 -266,30% 9,00%
Lucro do exercício 577.010,82 100,00 42,20% 192.001,29 -66,70% 7,60%
Ajuste de exerc anteriores 3.283,94 100,00 0,20% 43.966,45 1238,80% 1,70%
Distribuição de lucros no exerc (216.778,06) 100,00 -15,80% (222.000,00) 2,40% -8,80%
94
2007 2008 2009
R$ AH AV R$ AH AV R$ AH AV
3.892.608,57 54,80% 100,00 4.911.804,18 26,20% 100,00 7.184.252,40 46,30% 100,00
2.938.438,52 32,20% 75,50% 2.558.161,15 -12,90% 52,10% 4.986.680,54 94,90% 69,40%
543.079,62 55,20% 14,00% 288.367,31 -46,90% 5,90% 27.424,64 -90,50% 0,40%
296.452,82 -13,10% 7,60% 314.778,39 6,20% 6,40% 560.756,70 78,10% 7,80%
22.702,49 -20,30% 0,60% 26.784,27 18,00% 0,50% 37.542,23 40,20% 0,50%
17.315,26 -16,80% 0,40% 23.333,23 34,80% 0,50% 34.577,86 48,20% 0,50%
209.542,78 185,80% 5,40% 70.466,76 -66,40% 1,40% 111.188,48 57,80% 1,50%
1.679.454,02 24,00% 43,10% 1.694.079,23 0,90% 34,50% 1.442.749,62 -14,80% 20,10%
26.675,90 -34,60% 0,70% 29.387,87 10,20% 0,60% 33.653,44 14,50% 0,50%
143.215,63 3837,10% 3,70% 110.964,09 -22,50% 2,30% 62.517,39 -43,70% 0,90%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 2.593.901,94 1,00 36,10%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 81.283,00 1,00 1,10%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 1.085,24 1,00 0,00%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 447.571,86 1,00 6,20%
954.170,00 227,90% 24,50% 2.353.643,03 146,70% 47,90% 447.571,86 -81,00% 6,20%
50.000,00 0,00 1,30% 50.000,00 0,00 1,00% 0,00 -1,00 0,00%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 1.750.000,00 1,00 24,40%
240.997,38 6,20% 6,20% 597.955,48 148,10% 12,20% 1.750.000,00 192,70% 24,40%
736.409,26 283,50% 18,90% 1.706.000,80 131,70% 34,70% 0,00 -100,00% 0,00%
(42.203,25) -196,00% -1,10% (313,25) -99,30% 0,00% 0,00 -100,00% 0,00%
(31.033,34) -86,00% -0,80% 0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
0
ANO 2005 2006
DRE R$ AH AV R$ AH AV
Receita Operacional Bruta 4.041.220,73 100,00 123% 5.480.040,27 35,60% 123%
Impostos sobre vendas 556.187,67 100,00 748.730,13 34,60%
Devolução de mercadoria 193.685,70 100,00 267.355,54 38,00%
Receita Líquida de Vendas 3.291.347,36 100,00 100,00 4.463.954,60 35,60% 100,00
Custos dos Produtos Vendidos 800.591,05 100,00 24,30% 1.985.091,33 148,00% 44,50%
Custo da Matéria Prima 795.736,16 100,00 24,20% 0,00 0,00 0,00%
Custo dos Serviços Prestados 4.854,89 100,00 0,10% 0,00 0,00 0,00%
Lucro Bruto 2.490.756,31 100,00 75,70% 2.478.863,27 -0,50% 55,50%
Despesas e receitas Operacionais 1.796.418,35 100,00 54,60% 2.133.007,18 18,70% 47,80%
Despesas Comerciais 217.216,84 100,00 6,60% 197.647,17 -9,00% 4,40%
Despesas Administrativas 1.505.478,55 100,00 45,70% 1.779.280,38 18,20% 39,90%
Financeiras Líquidas 73.722,96 100,00 2,20% 156.079,63 111,70% 3,50%
Lucro/(Prejuízo) Operacional 694.337,96 100,00 21,10% 345.856,09 -50,20% 7,70%
Resultado não Operacional 0,00 100,00 0,00% - 0,00 0,00%
Lucro/(Prejuízo) antes do IRPJ e CS 694.337,96 100,00 21,10% 345.856,09 -50,20% 7,70%
Imposto de Renda 72.943,26 100,00 2,20% 93.524,80 28,20% 2,10%
Contribuição Social 44.383,88 100,00 1,30% 60.330,00 35,90% 1,40%
Lucro (Prejuízo) do exercício 577.010,80 100,00 17,50% 192.001,29 -66,70% 4,30%
95
2007 2008 2009
R$ AH AV R$ AH AV R$ AH AV
7.232.494,92 32,00% 123% 8.255.492,08 14,10% 116% 10.274.395,29 24,50% 118%
937.869,69 25,30% 446.662,97 -52,40% 705.435,20 57,90%
398.921,40 49,20% 710.648,83 78,10% 848.967,48 19,50%
5.895.703,83 32,10% 100,00 7.098.180,28 20,40% 100,00 8.719.992,61 22,80% 101,00
2.547.022,39 28,30% 43,20% 2.636.007,56 3,50% 37,10% 3.422.795,58 29,80% 39,30%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00% 0,00 0,00 0,00%
3.348.681,44 35,10% 56,80% 4.462.172,72 33,30% 62,90% 5.297.197,03 18,70% 60,70%
2.400.233,95 12,50% 40,70% 2.519.867,02 5,00% 35,50% 2.824.496,37 12,10% 32,40%
272.545,26 37,90% 4,60% 1.320,18 -99,50% 0,00% 0,00 -100,00% 0,00%
1.866.972,66 4,90% 31,70% 2.322.985,50 24,40% 32,70% 2.785.994,92 19,90% 31,90%
260.716,03 67,00% 4,40% 195.561,34 -25,00% 2,80% 38.501,45 -80,30% 0,40%
948.447,49 174,20% 16,10% 1.942.305,70 104,80% 27,40% 197,23 -100,00% 0,00%
0,00 0,00 0,00% 2.419,86 0,00 0,00% 197,23 -91,80% 0,00%
948.447,49 174,20% 16,10% 1.939.885,84 104,50% 27,30% 2.824.693,60 45,60% 32,40%
132.343,69 41,50% 2,20% 146.300,73 10,50% 2,10% 0,00 -100,00% 0,00%
79.694,54 32,10% 1,40% 87.584,31 9,90% 1,20% 2.472.503,43 2723,00% 28,40%
736.409,26 283,50% 12,50% 1.706.000,80 131,70% 24,00% 2.128.958,92 24,80% 24,40%
Anexo C: Instrumento de Coleta de Dados
Roteiro Entrevista com colaboradores da área financeira Tópico 1. Cultura Explane sobre o que você pensa você a gestão financeira da empresa. Como são divulgados os dados financeiros? Quais pessoas têm conhecimento da situação financeiro-econômica da
organização? Para quem são disponibilizados os relatórios financeiros? Comente como é a cultura de gastos na empresa. Comente sobre o relacionamento entre o financeiro e demais áreas Tópico 2. Contabilidade Como são gerados os relatórios contábeis De quanto em quanto tempo são elaborados estes relatórios Qual a disponibilidade de uso dos relatórios Tópico 3. Orçamento Explane como o orçamento foi realizado. -Quando foi realizado o primeiro orçamento na empresa -Como e se foi feita análise histórica -Como foram estimados os gastos -Como foram estimadas as receitas -O orçamento englobou todas as atividades da empresa -Foram desenvolvidos fluxo de caixa e DRE projetada Quais os departamentos envolvidos no processo?
96
Quais ferramentas foram utilizadas no processo? Como o orçamento foi controlado? Existiram revisões orçamentárias? O orçamento levou em consideração o planejamento estratégico?
Tópico 4. Controle O que você considera ser controle financeiro Explane como foi desenvolvido o controle orçamentário ao longo do ano. -Foram emitidos relatórios comparando o planejado x realizado -Quais pessoas/departamentos estiveram envolvidos no controle -Existiam responsáveis pelo orçamento -Foram gerados índices/indicadores de desempenho; Como estes
indicadores foram calculados e quais medidas foram tomadas para corrigir as ineficiências/problemas
Quais ferramentas são utilizadas para o controle financeiro Tópico 5. Análise Financeira Quais indicadores são elaborados De quanto em quanto tempo são medidos O que se pretende analisar com estes indicadores Existem metas a serem atingidas
Tópico 5. Percepção Cite pontos fracos e fortes da gestão financeira da empresa, em sua
opinião.