Como afirma Ingdore V. Koch no livro Ler e compreender os sentidos do texto(): a leitura uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em sua linearidade, uma vez que tudo est dito no dito. (KOCH, 2012, p.10) Uma mal leitura, consequentemente, resultar numa discusso generalizara em rede. Portanto, entende-se por leitura a atividade que precisa essencialmente de um recebedor, Kock ainda acrescenta:

[...]o sentido de um texto constitudo na interao texto-sujeitos e no algo que preexista a essa interao.[...]A leitura de um texto exige do leitor bem mais que o conhecimento do cdigo lingustico, uma vez que o texto no simples produto da codificao de um emissor a se decodificado por um receptor passivo. (KOCH, 2012, p. 11).

Em redes sociais, dificilmente haver algum receptor passivo, pois quando estes veem informaes que lhes interessem, logo iro: curtir, comentar ou compartilhar. Porm, Um dos problemas sustentados no ato da prpria textualidade em espaos da internet como o do facebook, concentra-se na falha mesmo de leitura de alguns internautas, em outras palavras, no receptor. Quantos relacionamentos foram rompidos em boa maioria seno por ms interpretaes entre o Eu e o Outro ?Nesse momento inevitvel no tocar na questo de identidade, ideologia e sociocultural associando-a as pginas da rede social que refletem bem essa questo da linguagem como reprodutora do que absorvo no meio onde vivo. Chales Bazerman em um captulo sobre gnero e identidade no livro Gneros textuais, tipificao e interao (2011), fala coisas interessantes a respeito dos gneros textuais, dando a entender que todas as formas textuais so categoriais, pois existem regras que os orientam e faz certas comparaes:

Os lugares que voc frequenta desenvolvero em voc aquelas partes que esto mais relacionadas e orientadas s atividades daqueles espaos. Como nossas avs nos alertavam, se frequentar o hipdromo por um longo tempo, voc se tornar um daqueles personagens do hipdromo. [...] Se voc quiser ser um pianista, melhor ir para um conservatrio de msica. a mesma coisa com o frequentar os gneros da escrita. (BAZERMAN, 2011, p110)

Ento se os usurios utilizam-se do mesmo meio para estabelecer suas interaes, no caso, fazem uso de redes sociais e diariamente esto na maior parte do tempo neste ambiente, consequentemente se relacionaro como a maioria.

medida que os participantes se orientam para esse espao social comunicativo, eles adotam o humor, a atitude e as possibilidades de ao daquele lugar eles vo quele lugar para fazer as coisas que ali so feitas, para desenvolver as ideias que ali so pensadas, para se sentir como ali se sente, para satisfazer o que pode ali ser satisfeito e para se transformar no tipo de pessoa que ali se pode tornar (BAZERMAN, 2011, p. 109).

Partindo dessa ideia, verifica-se que o papel das redes sociais est mais concentrado na difuso de informaes cotidianas, tudo motivo para postagem, se est lendo um livro, ouvindo uma msica, assistindo a um filme etc. Como afirma Bortoni-Ricardo, Uma rede social concebida como um conjunto de vnculos de qualquer tipo que se estabelecem entre as pessoas de um grupo. (BORTONI-RICARDO, 2014, p.130) Por meio de todos esses caracteres verificamos que a construo da rede social se d atravs de seus interactantes. Eles constroem as pginas e com elas adquire seguidores, trata-se mesmo de toda constituio social em um plano virtual.A comunicao humana existe principalmente atravs do uso da lngua, num processo de emisso e recepo. E na rede social esse processo realizado de diversas formas, o que importa mesmo praticidade e rapidez com a qual essa mensagem chegar ao receptor.Verificando as estratgias de textualizao na internet, percebemos que por ser a representao social em um ambiente virtual, vrios gneros textuais como: informativo, publicitrio, propaganda, resenha, poesia, artigo de opinio ou simplesmente um emotion, tendem a prevalecer na rede como padres comunicacionais. Os usurios utilizam-se mais do gnero informativo, pois este atrair mais a ateno de outros usurios, possibilitando assim, uma discusso. O exemplo abaixo ilustra bem isso.Cobra pton passa por cirurgia para retirada de cerca de 20 ovosA. O.: mta . sacanagem. Isso mesmo. Enquanto morre. Vrias mes de parto. Vo fazer cirurgia em cobra. A bandos de otrio!!G. S.: Vou nem zuar um cara desse.R. P.: gente respeitem as opiniao dos outrosR. B.: Respeitar? S se tiver fundamento.K. S.: aff triste ver que existem pessoas que no sabem distinguir um profissional que trabalha somente com animais do profissional que trabalha com o ser humano!!J. P.: c retardado ? Deve ser do acre ou do interior, sinceramente, no acredito que li isso.

No caso acima, percebemos como uma notcia simples pode transformar-se em um compartilhamento alvo de discusso por vrios interactantes. Neste caso vemos que o noticirio gerou uma confuso na cabea do primeiro locutor, demonstrando uma certa incoerncia ao criticar a ao dos veterinrios, percebe-se o tpico falar sem pensar, terminando por ele ser criticado por outros. Sobre a coeso difcil identifica-la, pois os interlocutores de redes sociais utilizam-se de frases curtas, porm em textos mais elaborados perceptvel. Como o caso do falante K. S.: aff triste ver que existem pessoas que no sabem distinguir um profissional que trabalha somente com animais do profissional que trabalha com o ser humano!! O que confirma um progresso textual mas por meio do recurso coesivo que resultando com num vcio de linguagem.