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TEXTO DO DIA
"Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo!
Porque eu sou um homem de lábios impuros e
habito no meio de um povo de impuros lábios; e os
meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!"
(Is 6.5)
SÍNTESE
O profeta tem a visão extraordinária da glória de
Deus, deixa de lado sua autossuficiência e
experimenta o perdão amoroso do Pai.
1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.
2 Os serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, e com duas cobriam os pés, e com duas voavam.
3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
4 E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
5 Então, disse eu: ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o rei, o Senhor dos Exércitos!
6 Mas um dos serafins voou para mim trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
7 e com ela tocou a minha boca e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.
8 Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.
INTRODUÇÃO
• A chamada do profeta Isaías é uma das passagens bíblicas mais celebradas de seu livro.
• Diante de sua experiência com o chamado tudo se transforma em sua vida: uma nova perspectiva de vida e mudança de valores, vontades, desejos e a forma de consagração a Deus.
• Seu ministério não será bem aceito pelo povo, mas ele mantém sua fidelidade à sua missão.
1. A crise do profeta
• Isaías provavelmente era um parente próximo do rei Uzias, que considerado pelo pessoal da capital como um novo rei Davi.
• Desfrutava de privilégios junto ao palácio real como profeta e conselheiro real.
• Quando o rei morre é desmitificada a imagem que Isaias tinha do rei. O rei não é Deus!
• O futuro do profeta passa a ser incerto.
• Ele vai ao Templo para buscar a presença de Deus e chega a conclusão que o verdadeiro rei era somente Javé.
2. O assombro e o terror majestoso
• A visão causa terror e assombro, diante da grandeza da majestade que se revela a ele (Deus como rei):
• ele vê o trono de glória (do hebraico kabod: carga, energia);
• a fumaça que esconde, envolve e permite descobrir em partes o Todo-Majestoso;
• serafins (do hebraico "incandescente"), que adoravam a Deus (Is 6.3).
• Isaías se espanta com a revelação de Deus a ele, a um pecador.
• Exemplo de Cristo: se esvaziou de sua glória para se revelar e transformar a realidade humana (Fp 2.7).
3. A constatação assustadora
• Assombrado com o contraste entre o Santo de Israel e o pecador;
• Deus não se revela para condenar, e sim para perdoar.
• Diante de Deus fica clara a pecaminosidade e miséria do ser humano.
• Confissão: "ai de mim, que vou perecendo!" (Is 6.5).
• Jesus mesmo disse que "a boca fala daquilo que o coração está cheio" (Mt 12.34).
APLICAÇÃO PRÁTICA
Você reconhece sua condição de dependência de Deus?
Você tem colocado diante de Deus as suas fraquezas e
necessidades espirituais?
PENSE
Deus chama, capacita e sustenta, mas antes
de tudo Ele busca de nós disponibilidade e
aceitação de seu chamado. Deus conta com
você para a manifestação de sua vontade ao
mundo.
PONTO IMPORTANTE
O chamado do profeta Isaías é relatado nos
primeiros capítulos do livro a fim de deixar
claro que seu ministério, apesar de ser
complexo, nasceu da orientação divina.
1. A misericórdia que leva ao arrependimento
• Uma profunda tristeza tomou conta do profeta diante da constatação de pecador.
• Momento de mudança radical na vida do profeta. Muitos vivem mediante uma aparência religiosa.
• Ao perceber sua situação diante do Criador, o profeta grita por misericórdia.
2. A brasa purificadora
• Deus não deixa o profeta em desespero.
• A misericórdia e graça de Deus se manifesta, diante da culpa e incapacidade humana, Ele mesmo intervém amorosamente.
• A purificação é um processo doloroso e necessário para o cristão (figura do ouro refinado no fogo).
• CUIDADO! A busca ansiosa por perfeição poderá se transformar numa neurose doentia; por isso a necessidade da caminhada EQUILIBRADA com Deus.
3. Culpa removida e pecado perdoado
• Um alívio toma conta do profeta pecador quando este ouve a voz proclamando que está tudo perdoado.
• No caso do profeta, apenas ouvir a voz já lhe bastou para a purificação da consciência.
• Frase perdoadora de Jesus: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34).
APLICAÇÃO PRÁTICA
Você tem buscado uma vida de santificação?
Você está satisfeito com sua vida espiritual?
PENSE
Às vezes não conseguimos fazer a obra de
Deus porque nos sentimos culpados. Deus é
misericordioso para purificar nossos pecados
e deixar-nos livres para servirmos em amor e
alegria.
PONTO IMPORTANTE
O serviço a Deus deve ser feito com honestidade, transparência e integridade.
Esses elementos são essenciais para o bom andamento da vontade de Deus. Por isso,
antes de Deus chamar o profeta, Ele primeiro transforma e purifica a vida dele.
1. Uma mudança radical
• Santidade é um convite para trabalhar com Deus do jeito dEle para impactar o mundo.
• O chamado do profeta não lhe é imposto. Ele ouve a necessidade e se prontifica para ser enviado por Deus.
• A grandeza do amor de Cristo nos constrange (2Co 5.14).
• O que dizer de testemunhos do tipo: “Deus pesou a mão; Deus me obrigou; Deus fechou as portas...” Será?
2. Envia-me a mim
• Antes de ser enviado, Isaías busca a purificação/santificação.
• Ele é informado que em seu ministério não será ouvido pelas pessoas (Is 6.9-11):
• Coração endurecido: Deus não pode perdoar quem não quer se converter (Ex 8.11-28; 9.7,34; Am 4.6-12).
• Por quê anunciar a palavra de Deus então?
• As máscaras caem e aparece a verdade da falsa religiosidade e da rebeldia que afloram com a Palavra.
3. A santa semente
• No ministério, às vezes, as sementes demoram para germinar.
• Ativismo e a busca desenfreada por sucesso.
• Estórias deslumbrantes e testemunhos arrebatadores nem sempre estão de acordo com a santidade de Deus.
APLICAÇÃO PRÁTICA
Você tem feito a obra de Deus por obrigação?
O amor de Cristo tem lhe constrangido a falar do
Evangelho?
PENSE
Isaías é enviado a um povo que já está com o
coração endurecido. Nem sempre Deus vai
nos levar a realizar ministérios fáceis, com
glórias, e nos colocar na vitrine religiosa.
PONTO IMPORTANTE
O chamado do profeta não lhe é imposto.
Deus lhe faz uma pergunta e o convida a uma
resposta; ele tem liberdade de dizer sim ou
não.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta lição nos aprendemos que:
1. Diante de Deus a miséria do ser humano é exposta.
2. Para haver a mudança radical necessária é necessário o ser humano reconhecer sua dependência de Deus, que é misericordioso.
3. Nem sempre seremos ouvidos, mas não devemos desanimar, pois a semente plantada um dia germinará.
"É na presença de Deus que os seres humanos, finitos e limitados, são: Convencidos de pecados; expurgados do pecado e chamados a ministrar. A oração de consagração feita por Isaías, seguindo-se ao ato de purificação, lançou as bases para a chamada divina que veio imediatamente após. A rendição da vontade e a purificação do coração é que permitiram a Isaías receber o comissionamento divino: 'Vai e dize a este povo'. Era uma mensagem difícil, mas havia esperança. Deus teria um remanescente, uma santa semente.
[...] Às vezes pode parecer que Deus nos desamparou. Contudo, podemos confiar que tudo quanto Ele está fazendo coaduna-se perfeitamente com seu imutável amor. Ele nos está podando e purificando. A disciplina de Deus não anulou seu desejo e determinação de abençoar o povo de Israel, como nação. E olhe que eles também experimentaram o silêncio de Deus. Foi a uma circunstância assim que Isaías se referiu na sua última oração.
O chamado se confirma na oração, na intimidade e comunhão com Deus. As adversidades do chamado são atravessadas e enfrentadas na caminhada sincera de rendição e oração a Deus" (BRANDT, L. Robert; BICKET, J. Zenas. O Espírito nos Ajuda a Orar: Uma Teologia Bíblica da Oração. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996. pp. 175-177.
HORA DA REVISÃO
1. Qual era o rei que governou Israel após a morte de Uzias? R) Jotão, filho de Uzias. 2. Quais as experiências sensoriais que o profeta tem em sua visão? R) Ele vê, sente, ouve, fala e é tocado pelo serafim. 3. Quais as principais características da santidade de Deus? R) Ele é humanamente inacessível e não se contamina com o pecado. 4. Qual o elemento purificador que o serafim utiliza? R) O fogo. 5. Qual lição se tira do fracasso do profeta? R) Que nem sempre o sucesso humano é o sucesso de Deus para os seus filhos.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
ARAUJO, Israel de. Dicionário do Movimento Pentecostal. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
BRANDT, L. Robert; BICKET, J. Zenas. O Espírito nos Ajuda a Orar: Uma Teologia Bíblica da Oração. 1ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996
Comentário Bíblico Beacon. Vol 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
CROATTO, J. S. Isaías. Vol I: 1-39. O profeta da justiça e da fidelidade. Petrópolis: Vozes, 1989.
FEINBERG, Charles L. Os profetas menores. São Paulo: Vida, 1988.
GEORGE, Jim. Um Jovem Segundo o Coração de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2013
REFERÊNCIAS
LIÇÕES BÍBLICAS JOVENS. Isaias: eis-me aqui, envia-me a mim. 3º Trim, Edição Professor, Rio de Janeiro, 2016.
MERRILL, H. Eugene. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 12.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.
NAKANOSE, Shigeyuki; PEDRO, Enilda de Paula. Como ler o Primeiro Isaías (Is 1-39). São Paulo: Paulus, 2002.
RENDTORFF, Rolf. Antigo Testamento: uma introdução. Santo André-SP: Academia Cristã, 2009.
SCHOKEL, Alonso Luís; SICRE. José Luís. Os profetas. São Paulo: Paulus, 2004.
SICRE, José Luís. Profetismo em Israel. Petrópolis: Vozes, 1996.
SILVA, Airton José. A voz necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C. São Paulo: Paulus, 1998.
Pr. Natalino das Neves
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